josÉ fares lopes neto, mauro carmÉlio santos costa junior

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO CEARÁ PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA 7ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA CRIMINAL DE FORTALEZA AVENIDA DESEMBARGADOR FLORIANO BENEVIDES, 220 BAIRRO AGUA FRIA – FORTALEZA – CEARÁ - CEP 60 811 690 TELEFONES: (85) 3488 6531 / (85) 3488 6532 EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUIZA DE DIREITO DA 7ª VARA CRIMINAL DE FORTALEZA - ESTADO DO CEARÁ. Inquérito nº 2009.0018.6655-3 Denunciado: NOME: JOSÉ FARES LOPES NETO. NACIONALIDADE: BRASILEIRO. NATURALIDADE: FORTALEZA/CE. ESTADO CIVIL: CASADO. PROFISSÃO: COMERCIANTE. NASCIMENTO: 18/01/1982. PAI: FARES CANDIDO LOPES. MÃE: MARIA ANTONIETA COSTA LOPES. ENDEREÇO: RUA DESEMBARGADOR FRANCISCO BARROS FONTENELE, 1580, JARDIM DAS OLIVEIRAS, FORTALEZA – CEARÁ. Denunciado: NOME: MAURO CARMÉLIO SANTOS COSTA JUNIOR. NACIONALIDADE: BRASILEIRO. NATURALIDADE: FORTALEZA/CE. ESTADO CIVIL: CASADO. PROFISSÃO: ADVOGADO. NASCIMENTO: 18/02/1962. PAI: MAURO CARMÉLIO SANTOS COSTA. MÃE: TERESA NATERCIA FARIAS COSTA. ENDEREÇO: AVENIDA WASHINGTON SOARES, Nº1400, SALA 304, AGUA FRIA, FORTALEZA – CEARÁ. Denunciado: “O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função “O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal ) indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal ) 1

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO CEARÁPROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA

7ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA CRIMINAL DE FORTALEZAAVENIDA DESEMBARGADOR FLORIANO BENEVIDES, 220

BAIRRO AGUA FRIA – FORTALEZA – CEARÁ - CEP 60 811 690TELEFONES: (85) 3488 6531 / (85) 3488 6532

EXCELENTÍSSIMA SENHORA JUIZA DE DIREITO DA 7ª VARA CRIMINAL DE FORTALEZA - ESTADO DO CEARÁ.

Inquérito nº 2009.0018.6655-3

Denunciado:

NOME: JOSÉ FARES LOPES NETO.NACIONALIDADE: BRASILEIRO.NATURALIDADE: FORTALEZA/CE.ESTADO CIVIL: CASADO.PROFISSÃO: COMERCIANTE.NASCIMENTO: 18/01/1982.PAI: FARES CANDIDO LOPES. MÃE: MARIA ANTONIETA COSTA LOPES.ENDEREÇO: RUA DESEMBARGADOR FRANCISCO BARROS FONTENELE, 1580, JARDIM DAS OLIVEIRAS, FORTALEZA – CEARÁ.

Denunciado:

NOME: MAURO CARMÉLIO SANTOS COSTA JUNIOR.NACIONALIDADE: BRASILEIRO.NATURALIDADE: FORTALEZA/CE.ESTADO CIVIL: CASADO.PROFISSÃO: ADVOGADO.NASCIMENTO: 18/02/1962.PAI: MAURO CARMÉLIO SANTOS COSTA. MÃE: TERESA NATERCIA FARIAS COSTA.ENDEREÇO: AVENIDA WASHINGTON SOARES, Nº1400, SALA 304, AGUA FRIA, FORTALEZA – CEARÁ.

Denunciado:

NOME: FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA.NACIONALIDADE: BRASILEIRO.NATURALIDADE: CHAVAL/CE.ESTADO CIVIL: CASADO.PROFISSÃO: COBRADOR.NASCIMENTO: 03/10/1948.PAI: MANOEL DA HORA PEREIRA.

“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dosdo Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituiçãointeresses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal )Federal )

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MÃE: MARIA APARECIDA SANTOS PEREIRA.ENDEREÇO: RUA FRANCISCO LEANDRO, 160 8A, MESSEJANA, FORTALEZA – CEARÁ.

O representante do Ministério Público do Estado do Ceará, no uso de suas atribuições constitucionais, especialmente aquelas do artigo 129, inciso I da Magna Carta, vem respeitosamente à presença de V. Exa., oferecer a presente DENÚNCIA contra o(s) acriminado(s) acima qualificado(s), pelo que passamos a expor, para em seguida requerer:

DA NARRAÇÃO DOS FATOS

1. Consta no anexo inquérito policial, aberto por portaria, que a empresa

“AIG FACTORING”, atualmente denominada como “ATG

FACTORING FOMENTO COMERCIAL LTDA”, contratou os

serviços do escritório de advocacia “MAURO CARMÉLIO

ADVOGADOS ASSOCIADOS”, cuja titularidade pertence ao Dr.

Mauro Carmélio Santos Costas Júnior, OAB/CE 6.426, para que

realizasse a cobrança de 17 (dezessete) cheques inadimplidos, que

juntos totalizavam a quantia de R$ 50.447,00 (cinquenta mil

quatrocentos e quarenta e sete reais), pela empresa “MARCPLAST

INDÚSTRIA DO NORDESTE LTDA”, conforme se infere das fls. 08

dos autos.

2. No final do ano de 2005 o advogado Mauro Carmélio apresentou a seu

cliente um termo de confissão de dívida (com algumas rasuras, como se

infere das fls. 15 dos autos), datado de 15 de setembro de 2005, onde a

empresa devedora supostamente se obrigava a pagar 30 (trinta) parcelas

de R$ 2.000,00 (dois mil reais) em beneficio de “MAURO

CARMÉLIO ADV. ASSOCIADOS S/C”, ao invés de constar o nome

do legitimo credor (a empresa “ATG FACTORING FOMENTO

COMERCIAL LTDA”), fato que intrigou bastante o Sr. Leonam

Onofre Cavalcante Sobrinho (representante legal da empresa “ATG

“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dosdo Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituiçãointeresses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal )Federal )

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FACTORING FOMENTO COMERCIAL LTDA”), entretanto o

supramencionado advogado garantiu que repassaria todos os valores

recebidos para o credor de direito.

3. Ocorre que, de fato, o escritório de responsabilidade do Dr. Mauro

Carmélio Santos Costas Júnior sequer repassou uma parcela completa

recebida ao legítimo credor, tendo entregue a este apenas a quantia de

R$ 1.250,00 (hum mil duzentos e ciquenta reais), em 19 de outubro de

2005, referente a uma suposta parcela de R$ 2.000,00 (dois mil reais)

recebida.

4. Em face da inércia dos repasses dos pagamentos, o Sr. Leonam Onofre

Cavalcante Sobrinho procurou novamente o Advogado Mauro Carmélio

que lhe informou que a empresa “MARCPLAST” não estava

cumprindo o acordado, razão pela qual havia ingressado com uma ação

de execução que tramitava na 11ª Vara Cívil sob o número

“2006.000835632-8/0”, tendo inclusive mostrado ao representante legal

da vítima cópia do espelho de andamento processual com timbre do TJ-

CE (como se infere das fls. 24 e 25 dos autos).

5. Tal ação, entretanto, como restou provado no inquérito policial nunca

existiu, não tendo sido localizado qualquer processo que tenha como

parte a empresa “AIG FACTORING”, nem tampouco a empresa “ATG

FACTORING FOMENTO COMERCIAL LTDA”, como dispõe a

certidão emitida por aquele juízo que dormita às fls. 30 dos autos.

6. O escritório de advocacia “MAURO CARMÉLIO ADVOGADOS

ASSOCIADOS” ainda requereu da empresa “ATG FACTORING

FOMENTO COMERCIAL LTDA” a quantia de R$ 704, 91 (setecentos

e quatro reais e noventa e um centavos) para o pagamento das custas

processuais, dinheiro este que foi entregue ao preposto do referido

escritório, o Sr. JOSÉ FARES LOPES NETO, tendo o Dr. Mauro

“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dosdo Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituiçãointeresses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal )Federal )

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Carmélio Santos Costas Júnior apresentado ao Sr. Leonam Onofre

Cavalcante Sobrinho uma cópia de recolhimento do “FERMOJU”,

documento constante nas fls. 18 dos autos, que comprovaria a suposta

prestação de seus serviços, diga-se, por ser importante, que tal guia de

recolhimento é falsa.

7. As falsificações com o fim de manter a vítima em erro não pararam por

aí, uma vez que o advogado Mauro Carmélio Santos Costas Júnior

apresentou ao representante legal da vítima um Mandado de Penhora e

Avaliação supostamente assinado pela magistrada MARIA IRANEIDE

SILVA, sendo que, como se demonstrará, tal documento também é

falsificado (vide fls. 26 dos autos) , tendo sido supostamente emitido

em 21 de janeiro de 2007.

8. Nos autos da disquisição policiail restou comprovado que a referida

magistrada sequer, em toda sua vida, respondeu pela 11ª Vara Civil da

Comarca de Fortaleza, sendo esta, uma nova falsidade engendrada pelos

denunciados.

9. Estas ações falsificatórias dos réus tinham por escopo ludibriar a

vitima, mantendo-a com a falsa impressão que seus contratados

estavam defendendo os seus interesses, quando estes, na verdade,

estavam se locupletando ilicitamente do patrimônio do ofendido,

recebendo o dinheiro que era pago pela “MARCPLAST INDÚSTRIA

DO NORDESTE LTDA” referente ao resgate dos cheques que haviam

sidos emitidos.

10. No inquérito policial restou comprovado que a empresa devedora teria

pago ao senhor Francisco de Assis Pereira valor equivalente ao resgate

de 15 (quinze) dos 17 (dezessete) cheques emitidos em favor “ATG

FACTORING FOMENTO COMERCIAL LTDA”.

“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dosdo Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituiçãointeresses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal )Federal )

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11. A representante legal da empresa “MARCPLAST INDÚSTRIA DO

NORDESTE LTDA”, Ana Marcia Ferreira da Cunha, narrou perante o

reitor da ordem pública que de fato emitiu cheques em favor da “ATG

FACTORING FOMENTO COMERCIAL LTDA”, os quais não pôde,

na época, honrar, ocasião em que começou negociar sua dívida com o

“Sr. Leonam”.

12. Ana Márcia Ferreira da Cunha asseverou que posteriormente (não sabe

precisar quando) foi procurada por Francisco de Assis Pereira, tendo

este se apresentado como advogado do escritório “MAURO

CARMÉLIO ADVOGADOS ASSOCIADOS” e patrono jurídico da

“AIG FACTORING FOMENTO COMERCIAL LTDA”, tendo-lhe

proposto assinar um Termo de Confissão de Dívida, algo que se negou

a fazer, instante em que disse a este suposto advogado que adimpliria

com suas obrigações paulatinamente, que resgataria todos os cheques,

um a um, o que de fato ocorreu, já que até o dia 05 de junho de 2009

havia resgatado 15 (quinze) dos 17 (dezessete) cheques que havia

emitido em favor da empresa vítima.

13. A representante legal da empresa “MARCPLAST INDÚSTRIA DO

NORDESTE LTDA” aduziu que o Sr. Francisco de Assis Pereira lhe

emitia recibos que comprovavam o pagamento do débito, além de

restituir os cheques originais emitidos (os quais garantiu ter em sua

posse). Fato que constatamos ser verdadeiro, consoante documentos

anexados nas fls. 41 usque 46 dos autos.

14. Temos como compravado, portanto, que os delatadaos, todos do

escritório de advocacia “MAURO CARMÉLIO ADVOGADOS

ASSOCIADOS”, tenham, dentre outros delitos, falsificado o referido

Termo de Confissão de Dívida.

“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dosdo Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituiçãointeresses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal )Federal )

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15. A Juíza de Direito Maria Iraneide Moura Silva, narrou perante o reitor

da ordem pública que foi comunicada pelo Advogado Mozart Gomes de

Lima Neto acerca do suposto mandado de penhora ordenado por sua

pessoa, o qual disse ser falso, até mesmo porque JAMAIS respondeu

por aquele juízo.

16. O Sr. Leonam Onofre Cavalcante Sobrinho narrou perante autoridade

policial que após descoberto os fatos ilícitos em epígrafe entrou em

contato como Mauro Carmélio Santos Costas Júnior com o fim de ter

seu prejuízo sanado, tendo este proposto pagar-lhe R$ 50.000,00

(cinquenta mil reais) em 26 (vinte e seis) parcelas.

17. Mesmo o valor sendo inferior ao devido, Leonam Onofre Cavalcante

Sobrinho aceitou a proposta, entretanto Mauro Carmélio não

concretizou o acordo verbal.

18. O Dr. Mauro Carmélio Santos Costas Júnior, conhecedor do

ordenamento jurídico brasileiro que é, demonstrou total destemor aos

mecanismos repressivos pátrio, ficando bem claro aos nossos olhos o

seu animus de postergar a querela e beneficiar-se às custas de outrem,

apropriando-se de coisa alheia móvel a qual tinha posse.

19. Mauro Carmélio Santos Costas Júnior narrou perante o reitor da ordem

pública que de fato recebeu do Sr. Leonam Onofre Cavalcante Sobrinho

17 (dezessete) cheques emitidos pela empresa “MARCPLAST

INDÚSTRIA DO NORDESTE LTDA”, os quais repassou para seu

primo JOSÉ FARES LOPES NETO, para que este realizasse as devidas

cobranças, já que o mesmo, em sociedade com Francisco de Assis

Pereira, possuía um firma especializada em cobrança.

20. O delatado Mauro Carmélio Santos Costas Júnior asseverou que desde

então não teve qualquer contato com o Sr. Sr. Leonam Onofre

Cavalcante Sobrinho, nem com seu primo Fares Neto, até que o Dr.

“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dosdo Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituiçãointeresses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal )Federal )

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Mozart Gomes o procurou para saber o motivo pelo qual o crédito de

seu cliente não era repassado, ocasião em que ficou sabendo das fraudes

perpetradas para manter a vítima em erro.

21. O supramencionado advogado afirmou que foi uma surpresa saber que

Fares Neto havia falsificado vários documentos, e que não reconhece a

assinatura constante nas fls. 19 dos autos como sendo sua, todavia

confirma ter assinado o Termo de Confissão de Dívida constante nas

fls. 48 dos autos, o qual Ana Marcia Ferreira da Cunha nega ter

assinado.

22. Mauro Carmélio Santos Costas Júnior aduziu ter recebido de José Fares

Lopes Neto apenas a quantia de R$ 1.200,00, referente ao suposto

acordo feito com empresa “MARCPLAST INDÚSTRIA DO

NORDESTE LTDA”, quantia esta que repassou para seu cliente.

23. O acusado José Fares Lopes Neto narrou em seu interrogatório que não

possui firma de cobrança, mas que é cobrador autônomo, razão pela

qual recebeu do acusado Mauro Carmélio ente 15 a 17 cheques para

efetuar cobranças.

24. Fares Neto asseverou que durante cinco anos recebeu dinheiro referente

a esses cheques, quantia que recebia de forma aleatória e paulatina, até

que em novembro de 2008 o Sr. Leonam manifestou insatisfação na

forma que estes valores eram pagos pela “MARCPLAST INDÚSTRIA

DO NORDESTE LTDA”, ocasião em que disse ao representante legal

da empresa credora que iria devolver os cheques através da pessoa do

Dr. Mauro Carmélio, e “acertaria as contas do recebimento” (sic).

25. O referido acusado disse que acredita que aproximadamente cinco dos

cheques emitidos pela “MARCPLAST INDÚSTRIA DO NORDESTE

LTDA” estão com Mauro Carmélio, enquanto 11 (onze) ainda estão sob

sua posse, não sabendo precisar a quantia que recebeu.

“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dosdo Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituiçãointeresses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal )Federal )

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26. José Fares Lopes Neto declarou que a empresa devedora pagava

paulatinamente cada cheque, e que quando a quantia paga atingia o

valor de um cheque, este era devolvido.

27. O supramencionado acusado, em termo de declarações bastante

confuso, asseverou que o Sr. Leonam desentendeu-se com o Dr. Mauro

Carmélio, pois esse achava que teria direito a receber R$ 50.000,00

(cinquenta mil reais), enquanto este achava que a soma dos cheques

recebidos só totalizavam R$ 42.000,00 (quarenta e dois mil reais), razão

pela qual, em janeiro de 2009, firmaram um contrato num valor

aproximado da dívida de R$74.000,00 (setenta e quatro mil reais), que

sua pessoa (Fares Neto) e Mauro Carmélio pagariam em 36 meses.

Entretanto, posteriormente, o representante da empresa credora veio a

desistir do acordo.

28. Esta versão do indiciado Fares Neto é inverrossímel, posto que, é

razoável se indagar por que uma empresa desistiria de um acordo desta

natureza, onde receberia o que lhe era devida e uma quantia a mais (R$

24.000,00) que possivelmente seria a título indenizatório.

29. O delatado Fares Neto, em continua declarações asseverou que seu

amigo Francisco de Assis Pereira não tem qualquer envolvimento nesse

negócio, tendo apenas trabalhado a seu pedido no sentido de realizar

cobranças.

30. Segundo Fares Neto sempre que a empresa devedora realizava algum

pagamento, sua pessoa dava a Francisco de Assis Pereira uma

comissão, entretanto nega que seu amigo tenha recebido a quantia de

R$ 43.000,00 (quarenta e três mil reais) da “MARCPLAST

INDÚSTRIA DO NORDESTE LTDA”, até porque os cheques que

recebeu totalizavam apenas R$ 42.000,00 (quarenta e dois mil reais).

“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dosdo Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituiçãointeresses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal )Federal )

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31. José Fares Lopes Neto admite que chegou a receber a quantia de R$

26. 000,00 (vinte e seis mil reais) dos cheques que lhe foram entregues,

tendo repassado cerca de R$ 19.500,00 (dezenove mil e quinhentos

reais) ao credor de direito, e ficado com R$ 6.500,00 (seis mil e

quinhentos reais) referentes a sua comissão.

32. O referido delatado negou qualquer envolvimento com as falsificações

perpetradas para manter a vítima em erro, tendo aduzido que falou ao

Dr. Mauro Carmélio e ao Sr. Leonam que assumiria qualquer débito ou

diferença de valores que houvesse na prestação de contas, já que as

cobranças haviam sido feitas por sua pessoa.

33. O acusado Francisco de Assis Pereira narrou perante autoridade policial

que é titular da empresa de cobrança “RECUPERA CRÉDITO E

COBRANÇA LTDA”, que foi procurado por José Fares Lopes Neto, a

quem conhece há mais de vinte anos, para realizar cobranças acerca de

10 (dez) cheques que totalizavam quantia aproximada de R$ 70.000,00

(setenta mil reais), valor este que inicialmente disse recordar-se muito

bem, entretanto posteriormente (ainda durante o mesmo interrogatório)

disse não saber precisar se o valor dos cheques recebidos totalizavam

R$ 70,000,00 (setenta mil reais) ou R$ 50,000, 00 (cinquenta mil reais)

34. Francisco de Assis Pereira asseverou que de toda quantia que era paga

retirava 50 % referente à sua comissão (conforme disse ter combinado

com José Fares Lopes Neto) e repassava o restante, entretanto afirmou

não saber ao certo quanto chegou a receber pelas cobranças efetuadas,

mas disse que esse valor poderia ser equivalente a quantia de R$

43.000,00 (quarenta e três mil reais).

35. O supracitado delatado disse ter apresentado à empresa devedora um

termo de confissão de dívida assinado a seu favor (não se recordando se

em nome de sua empresa ou de sua pessoa física).

“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dosdo Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituiçãointeresses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal )Federal )

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36. Francisco de Assis Pereira negou que se apresentasse como advogado,

negandp também que sabia que os cheques que cobravam eram

provenientes do escritório do Dr. Mauro Carmélio, apesar de admitir já

ter prestado serviços de cobrança para este.

37. O referido acusado negou também ter conhecimento de qualquer

falsificação de documento ou ação de execução referente ao caso em

baila, deixando claro que em nenhum momento utilizou qualquer tipo

de documento para pressionar a empresa devedora honrar com seus

compromissos.

38. Francisco de Assis Pereira em contínuo interrogatório aduziu que ao

receber valores de Ana Márcia Ferreira da Cunha emitia recibos

referentes ao valor recebido e discriminava que aquele valor era parte

do pagamento de determinado cheque.

39. Vemos claramente com as declarações dos acriminados são

contraditórias e nem um pouco convincente, estando este representante

do Ministério Público convencido que os acusados agiram em conluio,

comunhão de designos, com o fim se apropriarem indevidamente de

valores pertencentes por direito à empresa “ATG FACTORING

FOMENTO COMERCIAL LTDA”.

DA IMPUTAÇÃO CRIMINAL

1. A conduta dos denunciados ao se apropriar do valor pago referentes

a 15 cheques dados pela empresa “MARCPLAST INDÚSTRIA DO

NORDESTE LTDA” e que pertenciam à empresa “ATG

FACTORING FOMENTO COMERCIAL LTDA” incidiu na figura

típica do artigo 168 §1º, III c/c artigo 69, caput (15 apropriações

indébitas).

“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dosdo Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituiçãointeresses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal )Federal )

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BAIRRO AGUA FRIA – FORTALEZA – CEARÁ - CEP 60 811 690TELEFONES: (85) 3488 6531 / (85) 3488 6532

2. A conduta dos denunciados ao falsificarem o documento de penhora

(pg. 26 dos autos) e o documento de Fermorju (pg. 18 dos autos)

incidiu na figura téipica do artigo 297, caput, a estes tipos penais

incidindo também as disposições do artigo 69, caput, do Código

Penal Brasileiro.

3. Os acriminados incidiram ainda na figura delituosa do artigo 298 do

Código Penal Brasileiro ao falsificarem o termo de confissão de

dívida de folhas 15 do anexo inquérito policial.

4. Também imputo aos denunciados, a prática do crime de estelionato

em concurso material de crimes, uma vez, mantiveram a vítima em

logro para obterem vantagem ilícita por mais de dois anos (de 19 de

outubro de 2005, quando falsificaram o termo de confissão de

dívida até, pelo menos, 21 de janeiro de 2007, quando apresentaram

o mandado de penhora e avaliação falsificado).

DOS PEDIDOS

1. Que este Juízo receba a presente DENÚNCIA em todos os seus termos, para

que ao final do presente procedimento considere-a inteiramente procedente,

condenando o acriminado nas penas do artigo a ele imputado.

2. Que seja ordenada a CITAÇÃO do acusado, para que, querendo, responda nos

moldes do artigo 396 e seguintes do CPP aos termos da denúncia e também

para que compareça à audiência uma de instrução e interrogatório.

3. Que seja ordenada a INTIMAÇÃO de todas as testemunhas arroladas nesta

DENÚNCIA, para que deponham em juízo sobre estes fatos, sob as penas da

lei.

“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dosdo Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituiçãointeresses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal )Federal )

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Page 12: JOSÉ FARES LOPES NETO, MAURO CARMÉLIO SANTOS COSTA JUNIOR

MINISTÉRIO PÚBLICO DO CEARÁPROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA

7ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA CRIMINAL DE FORTALEZAAVENIDA DESEMBARGADOR FLORIANO BENEVIDES, 220

BAIRRO AGUA FRIA – FORTALEZA – CEARÁ - CEP 60 811 690TELEFONES: (85) 3488 6531 / (85) 3488 6532

4. QUE SEJA ENVIADA CÓPIA DOS AUTOS À ORDEM DOS

ADVOGADOS DO BRASIL PARA QUE SEJA ADOTADO OS

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS CABÍVEIS;

5. QUE SEJA FEITO EXAME GRAFOTÉCINICO NO TERMO DE

CONFISSAO DE DIVIDA SUPOSTAMENTE ASSINADO PELA SRA.

ANA MARCIA FERREIRA DA CUNHA.

6. QUE SEJAM JUNTADOS AOS AUTOS OS EXAMES

GRAFOTÉCNIOS REALIZADOS ACERCA DA FALSIFICAÇÃO DO

MANDADO DE PENHORA E AVALIAÇÃO, SUPOSTAMENTE

EMITIDO PELA MM. MARIA IRANEIDE MOURA SILVA.

ROL DE TESTEMUNHAS E VÍTIMA

1. LEONAM ONOFRE CAVALCANTE SOBRINHO, VÍTIMA, REPRESENTANTE LEGAL DA EMPRESA “ATG FACTORING FOMENTO COMERCIAL LTDA” FLS. 36;

2. MARIA IRANEIDE SOUZA SILVA, VÍTIMA, JUÍZA DE DIREITO, FLS. 03;

3. ANA MARCIA FERREIRA DA CUNHA, FLS. 39.

P. deferimento. Fortaleza, 03 de dezembro de 2009.

Luiz Antônio Abrantes PequenoPromotor de Justiça

Titular da 7ª Promotoria Criminal

“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional“O Ministério Público é instituição permanente, essencial a função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dosdo Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituiçãointeresses sociais e individuais indisponíveis”( Artigo 127, caput, da Constituição Federal )Federal )

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