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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA QUALIDADE SEMINAL DE CARNEIROS ALIMENTADOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE ENERGIA JOSÉ EDUARDO MATOS 2012

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E

PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

ZOOTECNIA

QUALIDADE SEMINAL DE CARNEIROS ALIMENTADOS COM

DIFERENTES NÍVEIS DE ENERGIA

JOSÉ EDUARDO MATOS

2012

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E

PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

ZOOTECNIA

JOSÉ EDUARDO MATOS

QUALIDADE SEMINAL DE CARNEIROS ALIMENTADOS COM

DIFERENTES NÍVEIS DE ENERGIA

SÃO CRISTÓVÃO-SE

2012

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Sergipe como parte das

exigências para obtenção do título de

Mestre em Zootecnia.

Orientador: Prof. Dr. Hymerson Costa Azevedo

Co-orientador: Prof. Dr. Anselmo Domingos Ferreira dos Santos

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Matos, José Eduardo M433q Qualidade seminal de carneiros alimentados com diferentes

níveis de energia / José Eduardo Matos ; orientador Hymerson

Costa Azevedo. – São Cristóvão, 2012. 48 f.

Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Sergipe, 2012.

O 1. Ovino. 2. Cinética espermática. 3. Espermatogênese

em animais. 4. Lipídios. 5. Ovis aries I. Azevedo, Hymerson

Costa, orient. II. Título CDU 636.32/.38.08

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JOSÉ EDUARDO MATOS

QUALIDADE SEMINAL DE CARNEIROS ALIMENTADOS COM

DIFERENTES NÍVEIS DE ENERGIA

APROVADA em 25 de julho de 2012.

______________________________________

Prof. Dr. Paulo César Falange Carneiro (Embrapa)

_______________________________________

Prof. Dr. Alexandre Nizio Maria (Embrapa)

_______________________________________

Prof. Dr. Hymerson Costa Azevedo (Orientador – Embrapa)

SÃO CRISTÓVÃO - SE

2012

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Sergipe como parte das

exigências para obtenção do título de

Mestre em Zootecnia.

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DEDICO

Aos vinte e quatro carneiros que participaram desse experimento.

“Animal experimental: sob nosso controle, ele cresce, depende e confia. Respeito haja,

enquanto vivo, pois não será em vão seu sacrifício.”

Ivan Barbosa Machado Sampaio

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AGRADECIMENTOS

A Deus,

Aos meus pais, Eduardo Vieira de Matos e Maria Balbina Resende de Matos, por

tudo que fizeram e fazer por mim. Essa conquista é nossa!

Ao meu Grande Amor Juliana Schober Gonçalves Lima, por toda ajuda, incentivo e

carinho. Te amo Jú!

Ás minhas irmãs Edênia e Edna, obrigado por todo apoio e incentivo, aos meus

cunhados Humberto e Alexandre e às minhas lindas sobrinhas Samara, Adriana e Maria

Eduarda. Valeu pela força gente!

Ao meu Orientador e amigo Dr. Hymerson Costa Azevedo, que teve a sensibilidade

de dizer as palavras certas nos momentos apropriados, incentivou e transmitiu-me

segurança nos momentos importantes desse trabalho. Grande Mestre, seus ensinamento

não foram somente para o mestrado, mas para a vida!

Ao meu Co-Orientador Prof. Dr. Anselmo Domingos Ferreira dos Santos por toda

ajuda e orientação, seus conselhos foram muito valiosos para mim.

À Universidade Federal de Sergipe.

À Embrapa Tabuleiros Costeiros pela viabilização do campo experimental e

laboratórios. Agradeço também ao seu corpo técnico-científico pela oportunidade de

aprimoramento.

Aos Professores da Pós-Graduação em Zootecnia, especialmente ao Prof. Gladston

dos Santos Arruda por toda ajuda, sempre viabilizando soluções. Meus sinceros

agradecimentos!

Aos que que integram o Laboratório de Biotecnologia da Reprodução Animal

(LABRA) da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Dr. Paulo Carneiro, Dr. Alexandre Nizio,

Jadson, Allan, Adriano, Gisele, Flávia e Joff. Em especial, àqueles que trabalharam

diretamente comigo na condução do meu experimento: Caydson, Anderson Bandeira,

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Maiana, Chris, Walter, Tarsízio, Allan Resende, Rebeca, Pábola, Ana. Gente não foi fácil,

e sem a ajuda de vocês seria impossível! Meus sinceros agradecimentos.

Aos amigos do Campo Experimental Pedro Arle. Sr. Arnaldo, Pablo, Tonho, Ítalo,

Genival, Nal, Binho, Paulinho, Nestorzinho, Tico, Orlando e Renilson, muito obrigado

pela ajuda e apoio durante o experimento.

Aos amigos do Laboratório de Nutrição Animal (LNA) da Embrapa Tabuleiros

Costeiros, Dr. Evandro Miniz, Daniel e Felipe por todos os ensinamentos e ajuda com as

análises de alimentos.

A Química Geral do Nordeste (QGN) pelo fornecimento de parte do Megalac-E.

A CAPES e a FAPITEC/SE pela conseção da bolsa de estudos.

Ao Dr. José Guedes de Sena Filho por toda ajuda com a análise dos ácidos graxos.

Ao Luciano Alves, pala ajuda com as análises estatísticas.

A todos que colaboraram direta ou indiretamente com meu mestrado.

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BIOGRAFIA

José Eduardo Matos, filho de Eduardo Vieira de Matos e Maria Balbina Resende de

Matos, nasceu dia 11 de fevereiro de 1983 em Graccho Cardoso-SE.

Em 2000, concluiu o curso técnico em agropecuária na Escola Agrotécnica Federal de

São Cristóvão-SE.

Em 2010, graduou-se no curso de Zootecnia na Universidade Federal de Sergipe.

Em 2010 iniciou o mestrado nesse mesmo curso. Defendeu sua dissertação em julho de

2012.

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SUMÁRIO

Página

RESUMO............................................................................................................................... i

ABSTRACT.......................................................................................................................... ii

1. INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................................. 1

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 3

2.1. ASPECTOS BÁSICOS SOBRE A FISIOLOGIA REPRODUTIVA....................... 3

2.2. DIETAS RICAS EM LIPÍDIOS E A REPRODUÇÃO ........................................... 5

2.3. DIETAS COM SAIS DE CÁLCIO DE ÁCIDOS GRAXOS .................................. 7

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 9

4. ARTIGO: QUALIDADE SEMINAL DE CARNEIROS ALIMENTADOS COM

DIFERENTES NÍVEIS DE ENERGIA.............................................................................. 13

RESUMO........................................................................................................................ 14

ABSTRACT................................................................................................................... 14

4.1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15

4.2. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 16

4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 20

4.4. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 24

4.5. REFERÊNCIAS...................................................................................................... 24

ANEXOS....................................................................................................................... 31

Artigo escrito segundo as normas da Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira

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i

RESUMO

MATOS, José Eduardo. Qualidade Seminal de Carneiros Alimentados com

Diferentes Níveis de Energia. Sergipe: UFS, 2012. 49p. (Dissertação – Mestrado em

Zootecnia)

RESUMO: A nutrição é um fator que influencia as características reprodutivas, atuando

indiretamente na regulação do eixo hipotalâmico-pituitário, ou por uma ação direta no

fornecimento de nutrientes para espermatogênese. O objetivo do estudo foi avaliar a

influência de diferentes níveis de energia na dieta sobre os aspectos quanti-qualitativos

do sêmen de carneiros, esse estudo foi desenvolvido nas dependências do campo

experimental Pedro Arle, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, situado em Frei Paulo,

Sergipe. Vinte e quatro carneiros da raça Santa Inês foram distribuídos aleatoriamente

em quatro grupos alimentados com dietas isoproteicas: G3 sem sais de cálcio de ácidos

graxos poliinsaturados (SCAGP) e G6, G9, G12 com SCAGP e teores de 3, 6, 9 e 12%

extrato etéreo (EE), respectivamente. O sêmen foi coletado nos momentos: 0 (M0), 30

(M30), 60 (M60) e 90 (M90) dias da administração das dietas. O volume seminal, a

porcentagem de espermatozóides viáveis e os parâmetros de cinética espermática não

diferiram (P>0,05) entre as dietas. Porém, os grupos diferiram (P<0,05) na concentração

espermática e no número total de espermatozóides ejaculados. Entre os momentos, o

volume do sêmen apresentou aumento (P<0,05) no M90. A partir do M30 foram

observados aumento (P<0,05) dos parâmetros MT, RAP e ALH e redução (P<0,05) da

concentração espermática. Entre os momentos M30 e M60 houve aumento (P<0,05) na

MP, VCL, VSL, VAP, STR e BCF. O aumento do consumo de energia pela

suplementação da dieta com SCAGP não tem influencia sobre a quantidade e qualidade

dos espermatozóides produzidos por carneiros. Palavras-chave: cinética espermática, espermatozóides, gordura protegida, lipídios,

ovis aries

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ABSTRACT

MATOS, José Eduardo. Seminal Quality of Rams Fed Diets with Different Energy

Levels. Sergipe: UFS, 2012. 49p. (Dissertation – Master in Animal Science)

ABSTRACT: The nutrition is a factor that influences the reproductive characteristics,

acting indirectly in the regulation of the axis hypothalamic pituitary, or by a direct

action in providing nutrients for spermatogenesis. The objective of the study was to

evaluate the influence of different energy levels in the diet on the qualitative and

quantitative aspects of the semen of rams, this study was conducted in the experimental

field Pedro Arle, Embrapa Coastal Tablelands, located in Frei Paulo, Sergipe. Twenty-

four Santa Inês rams were randomly divided into four groups fed diets isoproteic: G3

and G6 without SCAGP, G9, G12 and SCAGP with levels of 3, 6, 9 and 12%

(EE),respectively. Semen was collected in moments 0 (M0), 30 (M30), 60 (M60) and90

(M90) days of the administration of diets. The seminal volume, the percentage of viable

sperm and sperm kinetics did not differ (P> 0.05) among diets. However, significant

differences (P <0.05) was observed in sperm concentration and the total number of

ejaculated sperm. Among different times, the volume of semen showed an increase (P

<0.05) in M90. The parameters MT, RAP and ALH were higher (P <0.05) from M30

and decreased (P <0.05) sperm concentration starting at M30. Among the moments

M30 and M60 increased (P <0.05) in MP, VCL, VSL, VAP, STR and BCF. The

increase in energy consumption by supplementing the diet with SCAGP has no

influence on the quantity and quality of the sperm produced by rams.

Key words: kinetic sperm, lipids, Ovis aries, protected fat, sperm

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1. INTRODUÇÃO GERAL

Os ovinos, por possuírem uma alta capacidade de adaptação aos diversos climas,

relevos e vegetações, estão presentes em praticamente todos os continentes, sendo a

ovinocultura uma atividade considerada de grande importância econômica pela produção

de carne, lã e peles (VIANA, 2008; McMANUS et al., 2011).

Dentre os ovinos criados no Brasil, a raça Santa Inês foi amplamente difundida em

programas de produção por possuir características como ausência de lã, excelente

qualidade de carne e baixo teor de gordura, pele de altíssima qualidade, elevada rusticidade

e precocidade, fácil adaptação a diferentes sistemas de criação e pastagens e boa habilidade

materna (ARCO, 2012).

No cenário apresentado, o melhoramento genético torna-se ferramenta de grande

relevância para a expansão qualitativa dos rebanhos de ovinos. A seleção de machos de

elevado mérito genético para reprodução é uma prática extremamente importante,

propiciando que estes possam servir a um maior número de ovelhas em um menor período

de tempo, aumentando a pressão de seleção e a difusão do material genético desejável

(PACHECO & QUIRINO, 2010). As características seminais devem ser levadas em

consideração na seleção dos reprodutores (PACHECO & QUIRINO, 2010), sendo que a

análise do sêmen possibilita avaliar a fertilidade do carneiro, permitindo obter importantes

conclusões a partir dos seus resultados (GARNER & HAFEZ, 1995).

O estado nutricional é o fator mais relevante por sua atuação no eixo hipotalâmico-

pituitário, onde o hipotálamo através do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH),

estimula a hipófise anterior a secretar os hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo

estimulante (FSH). Em animais adultos o FSH atua nas fases iniciais da espermatogênese e

o LH regula a secreção de testosterona, que estimula os últimos estágios da

espermatogênese, prolongando a vida útil dos espermatozóides no epidídimo e

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promovendo o crescimento e o desenvolvimento da atividade secretora dos órgãos sexuais

acessórios do macho (GARNER & HAFEZ, 1995; HASCHEK et al., 2010).

Para o balanceamento dos nutrientes de uma dieta é importante observar as

características dos constituintes que a compõe, utilizando-os de forma a atender as

exigências fisiológicas da categoria animal trabalhada. Um meio de aumentar a densidade

energética da ração é a adição de fonte de lipídios como o óleo ou a gordura, por exemplo,

que tem 2,25 vezes mais conteúdo energético que os carboidratos (REDDY et al., 1994).

Contudo, o uso de gordura na alimentação de ruminantes pode causar uma redução da

digestibilidade das fibras pelo efeito nocivo da gordura insaturada sobre os

microrganismos ruminais (JOHNSON & McCLURE, 1973; PALMQUIST, 1984).

Os sais de cálcio de ácidos graxos poliinsaturados, conhecidos como gorduras

protegidas da digestibilidade ruminal, têm sido apresentados como forma de elevar a

densidade energética da dieta e aumentar a ingestão de ácidos graxos poliinsaturados sem

afetar a fermentação ruminal (CHALUPA et al., 1986).

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. ASPECTOS BÁSICOS SOBRE A FISIOLOGIA REPRODUTIVA

O sêmen é um líquido ou uma suspensão celular semi-gelatinosa composta de

gametas masculinos que são formados dentro dos túbulos seminíferos dos testículos e, do

plasma seminal que é produzido e secretado pelas glândulas sexuais acessórias (GARNER

& HAFEZ, 1995).

O plasma seminal ovino é uma secreção fisiológica composta principalmente por

ácido cítrico, fosfatase ácida, zinco, magnésio, frutose e prostaglandinas. O plasma

apresenta um potencial antioxidante, melhora a motilidade, viabilidade, integridade de

membrana e apresenta uma importante função agindo como veículo para os

espermatozóides ejaculados como também na maturação espermática (GARNER &

HAFEZ, 1995; REBOLLEDO, 2007; MARTI et al., 2008; MUIÑO-BLANCO et al.,

2008).

Os espermatozóides são formados no interior dos testículos em um processo

cronológico e lento conhecido como espermatogênese, que é dividido em três fases: a

espermatocitogênese, a meiose e a espermiogênese. Durante a espermatocitogênese, as

células germinativas dos testículos, conhecidas como espermatogônias dividem-se por

mitose para produzir outras células que se proliferam no parênquima testicular durante toda

vida adulta do macho. As espermatogônias diferenciam-se para produzir espermatócitos

primários que sofrem meiose, permitindo mudanças no material genético por meio da

produção de espermátides haploides. Na espermiogênese, as espermátides diferenciam-se a

partir de células com núcleo esférico em células germinativas maduras na forma de

espermatozóides. Nesta última fase, o flagelo é desenvolvido formando uma cauda e, a

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cabeça do espermatozóide é composta de um núcleo condensado (fonte do genoma do

macho) e o acrossomo com enzimas necessárias para penetrar na membrana pelúcida do

óvulo (JOHNSON et al., 2000).

Quando os espermatozóides são liberados do epitélio seminífero eles são conduzidos

para um único duto altamente enrolado chamado de epidídimo. Na cabeça e no corpo do

epidídimo ocorre uma série de eventos relacionados com a maturação das células

espermáticas como a síntese e secreção de glicoproteínas, reabsorção do fluido tubular

seminífero, transporte ativo de íons e de proteínas através do epitélio, drenagem do excesso

de citoplasma residual do espermatozóide e mudanças na estrutura das membranas

plasmática e acrossômica, incluindo mudanças na peça intermediária e expressão de

diferentes antígenos de superfície. Esses eventos alteram a morfologia e o metabolismo das

células espermáticas e estão associados com a capacidade de fundir e fertilizar o oócito

(KNOBIL & NEILL, 2006; HASCHEK et al., 2010).

A cauda do epidídimo serve para estocar os espermatozóides maduros antes da

ejaculação. A depender da espécie e da frequência de ejaculação, os espermatozóides

chegam à cauda do epidídimo de uma a duas semanas após serem liberados dos túbulos

seminíferos. A produção espermática é um processo contínuo, se o estoque de

espermatozóides não for removido pela frequência de ejaculação eles são eliminados pela

urina (HASCHEK et al., 2010). Para carneiros o tempo de espermatogênese somado ao

trânsito do espermatozóide no epidídimo é de aproximadamente 60 a 70 dias

(CUNNINGHAM & KLEIN, 2008). Cardoso & Queiroz (1988) estudando a duração do

ciclo do epitélio seminífero e a produção espermática diária de ovinos criolos estimaram

em 42,28 dias o tempo entre a mitose da espermatogônia A1 até a liberação do

espermatozóide. Os mesmos autores encontraram uma alta correlação entre a produção

diária de espermatozóides e o peso testicular (r = 0,94).

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As atividades reprodutivas do macho são controladas pelo eixo hipotalâmico-

pituitário, sendo que o hipotálamo, através do hormônio liberador de gonadotrofinas

(GnRH), estimula a hipófise anterior a secretar os hormônio luteinizante (LH) e o

hormônio folículo estimulante (FSH). Em animais adultos o FSH atua nas fases iniciais da

espermatogênese, agindo nas células de sertoli sobre a regulação, proliferação e

diferenciação das espermatogônias. O LH tem ação exclusiva nas células de Leydig, sendo

o regulador primário da secreção de testosterona. Em contra partida a testosterona estimula

os últimos estágios da espermatogênese, prolonga a vida útil dos espermatozóides no

epidídimo e promove o crescimento e o desenvolvimento da atividade secretora dos órgãos

sexuais acessórios do macho (GARNER & HAFEZ, 1995; HASCHEK et al., 2010).

2.2. DIETAS RICAS EM LIPÍDIOS E A REPRODUÇÃO

O desempenho reprodutivo dos ovinos pode ser influenciado por vários fatores

como, por exemplo, o meio-ambiente (SILVA & ARAÚJO, 2000; ROSA & BRYANT,

2003) e o estado nutricional do animal (COOP, 1966). A nutrição influencia a atividade

reprodutiva dos carneiros, apresentando efeitos em curto prazo pela sua ação

principalmente no sistema neuroendócrino controlando a atividade testicular e, em longo

prazo, na sua atuação sobre o crescimento testicular e produção espermática (BLACHE et

al., 2000).

O aumento da ingestão de energia e proteína promove ganho de peso, induzindo a

uma elevação na frequência de picos do GnRH e a maiores pulsos do LH, dentro de poucos

dias. Nesse contexto, um elevado plano nutricional pode ser imposto, desde que para isso

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não haja complicações digestivas pela suplementação da dieta com grandes quantidades de

energia e proteína digestível (BLACHE et al., 2000).

A incorporação de lipídios à ração de ruminantes além de ser uma estratégia

nutricional que possibilita aumentar a densidade energética da dieta, também fornece

componentes fundamentais para estrutura física e funcional das células, objetivando

melhorias no desempenho animal quanto ao crescimento, produção e reprodução. As

características lipídicas da dieta como, por exemplo, o comprimento da cadeia, o grau de

insaturação, e a posição da ligação dupla na cadeia acil do ácido graxo tem efeitos

significativos sobre as funções desses lipídios nos processos reprodutivos (MATTOS et al.,

2000; SANTOS et al., 2008).

O aumento nas concentrações de colesterol plasmático se deve à maior absorção

intestinal de alguns ácidos graxos contidos nos quilomicrons e lipoproteínas de baixa

densidade (LDL), sendo a maior parte do colesterol bovino (90-95%) encontrado nas

lipoproteínas de alta densidade (HDL) (STAPLES et al., 1998). No interior dos testículos,

especificamente nas células de Leydig, sob influência do LH, o colesterol é o substrato

inicial que participa de uma sequência de reações enzimáticas culminando com a síntese de

testosterona (KNOBIL & NEILL, 2006).

Os ácidos graxos linoleico n-6 e o ácido linolênico n-3, também chamados de ácidos

graxos essenciais, quando estão presentes na dieta, podem influenciar na síntese das

prostaglandinas (ABAYASEKARA & WATHES, 1999). As prostaglandinas fazem parte

de um grupo de compostos derivados do grupo dos eicosanoides que, juntamente com os

tromboxanos, outro componente do grupo eicosanoide, são produtos da via da

prostaglandina hidrólise sintetase (PGHS) e são conhecidos como prostanóides. Os ácidos

graxos dihomo - γ - linolênico, araquidônico e eicosapentaenoico (EPA) são precursores

para a síntese de prostanóides das séries um, dois e três, respectivamente. O número das

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séries corresponde ao número de ligações duplas no prostanóide, assim, a prostaglandina

F2 α (PGF2α) contém duas ligações duplas. Na síntese de prostaglandinas, o ácido

araquidônico pode ser de origem dietética ou da síntese de novo a partir do ácido linoleico

(MATTOS et al., 2000).

Dietas compostas por ácidos graxos de cadeia longa aumentam a produção de

proprionato em nível de rúmen, resultando em um aumento nas concentrações plasmáticas

de insulina e do fator I de crescimento semelhante à insulina (IGF-I). Esses metabólitos

favorecem a reprodução, pois atuam no sistema nervoso central, influenciando a secreção

de GnRH (WILLIAMS, 1996; LAMMOGLIA et al., 1997).

2.3. DIETA COM SAIS DE CÁLCIO DE ÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOS

Os sais de cálcio de ácidos graxos poliinsaturados são suplementos alimentares de

origem vegetal utilizados na nutrição de ruminantes. São produzidos a partir de um

processo de saponificação onde os ácidos graxos provenientes do óleo reagem com sais de

cálcio formando um sal. Este produto que é altamente estável em água e temperatura,

sendo somente hidrolisado em meio ácido. No rúmen, onde o meio é ligeiramente ácido

(pH=6,2), os sais de cálcio tendem a permanecer inalterados, porém ao chegar ao abomaso,

o meio torna-se extremamente ácido (pH=2-3) e ocorre o desdobramento do produto, com

a liberação dos ácidos graxos e íons de cálcio para o intestino, que serão absorvidos e

levados para a corrente sanguínea. Produtos encontrados comercialmente, a exemplo do

Megalac-E®, garantem uma composição mínima de 85% de gordura, com um perfil de

ácidos graxos essenciais de Ácido linoléioco (40 – 42%) e ácido linolênico (2,7 – 3%)

(ARM & HAMMER, s.d.).

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Quando são incluídos na dieta, os ácidos graxos insaturados promovem uma redução

no crescimento dos microrganismos ruminais, sendo largamente hidrogenados total ou

parcialmente pelas bactérias e protozoários do rúmen, como forma de proteção celular,

passando para a condição de saturados. Isso é feito pela ação das enzimas redutases, que

quebram as duplas ligações dando origem ao ácido esteárico. A este fenômeno dá-se o

nome de hidrogenação ou biohidrogenação (DETMANN et al., 2002).

A biohidrogenação ruminal dos lipídios pode ser inibida pelo uso de sais de cálcio de

ácidos graxos poliinsaturados. Este produto consiste basicamente em uma fonte de ácidos

graxos poliinsaturados, normalmente ácidos linoleico (n-6) e α-linolênico (n-3)

complexados com sais de cálcio, que em sua maioria passam intactos pelo rúmen e são

metabolizados no intestino, obtendo-se melhor aproveitamento de suas características

(CERVONI, 2011). Os ácidos graxos complexados com o cálcio, também chamados de

gordura protegida, são a fonte lipídica que têm apresentado melhores resultados na redução

dos teores de gordura saturada na carne e no leite com baixo impacto na fermentação

ruminal e por isso têm sido bastante recomendados. O uso de sais de cálcio de ácidos

graxos poliinsaturados na dieta de ruminantes, além de suprir as necessidades energéticas

exigidas em uma dieta equilibrada, beneficia a reprodução desses animais por fornecer os

ácidos graxos essenciais para formação dos componentes de membrana e precursores de

moléculas regulatórias (JENKINS, 1993).

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4. ARTIGO

Qualidade seminal de carneiros alimentados com diferentes níveis de energia

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Qualidade seminal de carneiros alimentados com diferentes níveis de energia

José Eduardo Matos (1)

(1) Embrapa Tabuleiros Costeiros, Av. Beira Mar, 3250 – Jardins, Caixa Postal 44 - Aracaju,

SE - Brasil. E-mail: [email protected]

Resumo

- O objetivo do estudo foi avaliar a influência de diferentes níveis de energia na dieta sobre os

aspectos quanti-qualitativos do sêmen de carneiros. Vinte e quatro carneiros da raça Santa

Inês foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos alimentados com dietas isoproteicas:

G3 sem sais de cálcio de ácidos graxos poliinsaturados (SCAGP) e G6, G9, G12 com SCAGP

e teores de 3, 6, 9 e 12% extrato etéreo (EE), respectivamente. O sêmen foi coletado nos

momentos: 0 (M0), 30 (M30), 60 (M60) e 90 (M90) dias da administração das dietas. O

volume seminal, a porcentagem de espermatozóides viáveis e os parâmetros de cinética

espermática não diferiram (P>0,05) entre as dietas. Porém, os grupos diferiram (P<0,05) na

concentração espermática e no número total de espermatozóides ejaculados. Entre os

momentos, o volume do sêmen apresentou aumento (P<0,05) no M90. A partir do M30 foram

observados aumento (P<0,05) dos parâmetros MT, RAP e ALH e redução (P<0,05) da

concentração espermática. Entre os momentos M30 e M60 houve aumento (P<0,05) na MP,

VCL, VSL, VAP, STR e BCF. O aumento do consumo de energia pela suplementação da

dieta com SCAGP não tem influencia sobre a quantidade e qualidade dos espermatozóides

produzidos por carneiros. Termos para indexação: cinética espermática, espermatozóides, gordura protegida, lipídios,

ovis aries

Seminal quality of rams fed diets with different energy levels

Abstract

-The objective of the study was to evaluate the influence of different energy levels in the diet

on the qualitative and quantitative aspects of the semen of rams. Twenty-four Santa Inês rams

were randomly divided into four groups fed diets isoproteic: G3 and G6 without SCAGP, G9,

G12 and SCAGP with levels of 3, 6, 9 and 12% (EE),respectively. Semen was collected in

moments 0 (M0), 30 (M30), 60 (M60) and90 (M90) days of the administration of diets. The

seminal volume, the percentage of viable sperm and sperm kinetics did not differ (P> 0.05)

among diets. However, significant differences (P <0.05) was observed in sperm concentration

and the total number of ejaculated sperm. Among different times, the volume of semen

showed an increase (P <0.05) in M90. The parameters MT, RAP and ALH were higher (P

<0.05) from M30 and decreased (P <0.05) sperm concentration starting at M30. Among the

moments M30 and M60 increased (P <0.05) in MP, VCL, VSL, VAP, STR and BCF. The

increase in energy consumption by supplementing the diet with SCAGP has no influence on

the quantity and quality of the sperm produced by rams.

Index terms: kinetic sperm, lipids, Ovis aries, protected fat, sperm

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4.1. Introdução

O desempenho reprodutivo dos ovinos pode ser influenciado por vários fatores como,

por exemplo, o meio-ambiente (SILVA & ARAUJO, 2000; ROSA & BRYANT, 2003) e o

estado nutricional do animal (COOP, 1966). A suplementação da dieta de ruminantes com

sais de cálcio de ácidos graxos foi desenvolvida para atender as necessidades energéticas de

vacas de alta produção leiteira (PALMQUIST, 1984). Os ácidos graxos poliinsaturados

complexados têm sido utilizados com finalidades nutracêuticas a fim de provocar alterações

do perfil lipídico da carne (PONNAMPALAM et al., 2002; GARCIA et al., 2010) e do leite

(ROTUNNO et al., 1998; SANZ SAMPELAYO et al., 2002). O uso de ácidos graxos

poliinsaturados complexados com objetivos reprodutivos em ruminantes tem sido mais

relacionado à fertilidade em fêmeas (FUNSTON, 2004).

Os sais de cálcio de ácidos graxos poliinsaturados (SCAGP) são produzidos a partir de

óleo vegetal composto principalmente dos ácidos essenciais, linoléico (n-6) e α-linolênico (n-

3), complexados com sais de cálcio. Essa interação química permite que a maioria dos ácidos

graxos poliinsaturados passem intactos pelo rúmen para serem absorvidos no intestino,

aumentando a densidade energética da dieta e fornecendo os ácidos graxos essenciais para

formação dos componentes de membrana e precursores de moléculas regulatórias (JENKINS,

1993; MATTOS et al., 2000; SANTOS et al., 2008; VASCONCELOS & MAXIMO, 2010;

CERVONI, 2011).

Dietas compostas por ácidos graxos de cadeia longa aumentam a produção de

propionato no rúmen, resultando em elevação nas concentrações plasmáticas de insulina e do

fator I de crescimento semelhante à insulina (IGF-I). Esses metabólitos favorecem a

reprodução, pois atuam no sistema nervoso central, influenciando a secreção de hormônio

liberador de gonadotrofina (GnRH) e também são precursores dos eicosanóides (WILLIAMS,

1996; LAMMOGLIA et al., 1997).

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As atividades reprodutivas do macho são controladas pelo eixo hipotalâmico-

pituitário, sendo que o hipotálamo, através do GnRH, estimula a hipófise anterior a secretar os

hormônios luteinizante (LH) e folículo estimulante (FSH). Em animais adultos o FSH atua

nas fases iniciais da espermatogênese, agindo nas células de Sertoli sobre a regulação,

proliferação e diferenciação das espermatogônias. O LH tem ação exclusiva nas células de

Leydig, sendo o regulador primário da secreção de testosterona. Em contra partida a

testosterona estimula os últimos estágios da espermatogênese, prolonga a vida útil dos

espermatozóides no epidídimo e promove o crescimento e o desenvolvimento da atividade

secretora das glândulas sexuais acessórios do macho (GARNER & HAFEZ, 1995;

HASCHEK et al., 2010).

É limitada a quantidade de trabalhos que tem mostrado o efeito de dietas

suplementadas com lipídios de origem vegetal sobre as características seminais de

ruminantes. Algumas pesquisas mostram melhorias na qualidade seminal obtidas pela

inclusão de ácidos graxos poliinsaturados a dieta de galos (BLESBOIS et al., 1997;

RODENAS et al., 2005), perus (BLESBOIS et al., 2004) e suínos (MITRE et al., 2004;

CASTELLANO et al., 2010). Contudo, o sistema digestivo do ruminante apresenta algumas

peculiaridades que impossibilitam fazer uma relação com estas espécies monogástricas.

O objetivo do estudo foi avaliar a influência de diferentes níveis de energia na dieta

sobre os aspectos quanti-qualitativos do sêmen de carneiros.

4.2.Material e Métodos

O experimento foi conduzido no Campo Experimental Pedro Arle, (10° 57’ 077’’ Sul,

37° 03’ 171’’ Oeste), da Embrapa Tabuleiros Costeiros, no estado de Sergipe, Brasil, no

período de novembro de 2011 a fevereiro de 2012, durante a estação da seca.

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Vinte e quatro carneiros da raça Santa Inês nunca utilizados em estações reprodutivas

e criados em regime semi-intensivo com idade média de 25,49 (± 0,28) meses e peso vivo

médio de 53,40 (± 5,91) kg foram distribuídos aleatória e equitativamente em quatro grupos:

G3, G6, G9 e G12. Os carneiros foram alojados em baias (0,715m²), alimentados

individualmente e mantidos sob condições de manejo uniforme durante todo o experimento.

A dieta administrada ao grupo controle (G3) foi composta por feno de capim tifton-85

(Cynodon dactylon) moído (8mm), milho triturado, farelo de soja, cloreto de sódio e fosfato

bicálcico e, formulada de acordo com o NRC (2006) para atender as exigências de ganho

mínimo de 100g/dia (Tabela1).

Os grupos experimentais diferiram quanto à quantidade de extrato etéreo (EE) da dieta

pela adição de quantidades crescentes de SCAGP. A dieta do grupo G3 foi formulada para

conter 3% de EE, sendo que os demais grupos tiveram inclusão de SCAGP (Megalac-E®,

Church & Dwight Co., Nova Jersey, EUA) para aumentar os teores de EE em 6, 9 e 12% para

os grupos G6, G9 e G12, respectivamente (Tabela 1).

Durante todo o período experimental os alimentos foram fornecidos na forma de dieta

total, com consumo ad libitum de água e das dietas, sendo monitorado o consumo das dietas

por cada animal. Para determinação dos consumos de matéria seca (MS), proteína bruta (PB)

e EE, amostras dos alimentos fornecidos e das sobras foram coletadas e analisadas quanto aos

teores de MS, PB (Kjehldal N x 6,25), e EE conforme metodologia de Weende, citado por

(SILVA & QUEIROZ, 2004). Previamente às análises de EE as amostras foram submetidas à

hidrólise ácida, de acordo com procedimentos descritos (IAL, 2012).

Foram realizadas avaliações seminais em quatro momentos de acordo com o dia do

período experimental ao qual os carneiros foram submetidos às dietas: M0 (dia zero); M30

(dia 30), M60 (dia 60) e M90 (dia 90).

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As coletas de sêmen foram feitas por meio de vagina artificial à ±43°C estimulando-se

previamente cada reprodutor por dois minutos por aproximação a ovelhas em estro natural. O

sêmen coletado permaneceu aquecido a 32°C para as análises espermáticas.

O volume ejaculado foi mensurado por tubos de coleta graduados. Alíquotas de sêmen

foram adicionadas à água destilada (1:400) para mensuração da concentração espermática

usando-se câmara de Neubauer sob microscopia óptica em aumento de 400 vezes. Em seguida

foi determinado o número total de espermatozóides ejaculados (SPTZTOT) pela

multiplicação do volume do sêmen e a concentração espermática.

Na análise da cinética espermática uma alíquota de 3μL da amostra seminal, diluída a

uma concentração de 15 x 106

em solução de avaliação (AZEVEDO, 2006) (6,8 pH e

320mOsm) foram transferidos para câmara de Makler® (Sefi-Medical Instruments, Haifa,

Israel) pré-aquecida (37°C) para captura de imagem em microscópio com contraste de fases

(Nikon® 50i, Japão), sob aumento de 100 x, usando o filtro verde na posição pH1. O

microscópio foi conectado a uma câmera de vídeo (Basler Vision Technologies® 602FC,

Ahrensburg, Alemanha) gerando 100 imagens/segundo. A captura de imagens foi realizada

manualmente, sendo que pelo menos quatro campos foram selecionados a partir de um

mesmo ponto central, capturando-se no mínimo 500 células por amostra em aproximadamente

30 segundos. As amostras foram analisadas usando-se o sistema computadorizado Sperm

Class Analyzer (SCA®, Microptics, S.L. Versão 5.1, Barcelona, Espanha) tendo-se como

padrão o set-up de fábrica para a espécie ovina.

Foram analisados os seguintes parâmetros de cinética e suas respectivas unidades e

critérios relacionados ao movimento dos espermatozoides (SPTZ): MT - motilidade total (%

SPTZ >10 μm/s), MP - motilidade progressiva (% SPTZ >60% de retilinearidade, STR), RAP

- rápidos (% SPTZ velocidade >200 μm/s), VSL - velocidade em linha reta (μm/s), VCL -

velocidade curvilinear (μm/s), VAP - velocidade média do percurso (μm/s), STR -

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retilinearidade (%), LIN - linearidade (%), ALH - deslocamento lateral da cabeça (μm) e BCF

- frequência de batimento flagelar cruzado (Hz).

Para análise de viabilidade (VIAB) inicialmente o sêmen foi diluído em solução de

avaliação (AZEVEDO, 2006) (1:100) e a essa mistura foi adicionada (1:1) solução de eosina-

nigrosina. Uma alíquota foi retirada para confecção de esfregaço sobre lâmina de vidro e

analisada em microscopia óptica com aumento de 400 x contando-se 200 células, sendo as

células não coradas consideradas no cálculo da porcentagem de espermatozóides viáveis.

Foi utilizado o delineamento inteiramente ao acaso onde os parâmetros

corresponderam às médias de cada animal. Estes dados foram submetidos aos testes

univariados de Shapiro-Wilk e Bartlett, a fim de verificar os pressupostos de normalidade e

homogeneidade de variância, respectivamente. As variáveis motilidade total (MT),

porcentagem de espermatozóides rápidos (RAP), número total de espermatozóides ejaculados

(SPTZTOT) e viabilidade espermática (VIAB), a fim de atenderem aos referidos

pressupostos, sofreram transformações, a saber: MT’=MT11

, RAP’ = RAP³, SPTZTOT’ =

log10 (SPTZTOT), VIAB’ = VIAB2,9

.

Efetuou-se uma Análise Multivariada de Variância (MANOVA) com 14 variáveis

dependentes (parâmetros) e duas independentes (fatores: grupo experimental e momento) pelo

teste de Lambda de Wilks a 5% de significância. Quando detectados efeitos significativos das

variáveis independentes, procedeu-se à Análise de Variância (ANOVA) para cada uma das

variáveis dependentes, seguida de análise de regressão múltipla a fim de avaliar o

comportamento dos parâmetros ao longo dos níveis e do tempo, também ao nível de 5% de

significância.

O software estatístico utilizado para as análises foi o SAS 9.2: STATISTICAL

ANALYSIS SYSTEMS - SAS Institute Inc. 2009. SAS OnlineDoc. 9.2. Cary, NC: SAS

Institute Inc.

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4.3. Resultados e Discussão

A análise multivariada de variância (MANOVA) indicou diferença significativa

(P<0,05) tanto para os grupos, quanto para os momentos, sendo que não houve interação entre

as variáveis independentes.

Os grupos não diferiram significativamente (P>0,05) quanto aos parâmetros volume e

porcentagem de espermatozóides viáveis, porém diferiram entre si (P<0,05) quanto à

concentração espermática e o número total de espermatozóides (Tabela 2).

A fonte de SCAGP utilizada neste trabalho (Megalac-E®) apresenta uma composição

mínima de extrato etéreo de 85% sendo destes 45% de ácido linoléico (C18:2) e 6% de ácido

linolênico (C18:3) (ARM & HAMMER, s.d.). Como esses ácidos graxos não podem ser

sintetizados pelos vertebrados, eles precisam ser ingeridos (BLESBOIS et al., 1997). O ácido

Docosahexaenoico (DHA; C22:6 n-3) forma 61% dos fosfolipídeos dos espermatozóides de

touros e carneiros (SPEAKE et al., 2003) e elevadas concentrações de DHA são

significativamente associadas com, o aumento na viabilidade, normalidade do acrossomo e

motilidade, além da redução das anormalidades dos espermatozóides (FARAJI et al., 2012). A

membrana dos espermatozóides de mamíferos apresenta grande proporção de ácidos graxos

poliinsaturados de cadeia longa (C22) especialmente da série n-3 (STRZEZEK et al., 2004).

No presente trabalho não foi mensurado a quantidade de ácidos graxos poliinsaturados da

membrana plasmática dos espermatozóides. Contudo, é esperado que os ácidos linoleico e

linolênico oriundos dos SCAGP tenham sido transferidos a membrana plasmática, resultando

em mudanças favoráveis nas características seminais. Esmaelli et al. (2012) incrementaram a

dieta de carneiros com fontes de lipídios e observaram que 35 dias após o início da

administração o perfil dos ácidos graxos no sêmen dos carneiros foi alterado.

Os resultados desse trabalho foram similares aos de Adeel et al. (2009) que

suplementaram búfalos com dietas contendo sementes ou óleo de girassol, majoritariamente

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composto de ácido linoléico (18:2) e os tratamentos não influenciaram significativamente

(P>0,05) o volume, a concentração, a motilidade e a integridade da membrana plasmática dos

espermatozóides.

Os tratamentos não influenciaram (P>0,05) a cinética espermática (Figura 3).

Analisando-se as médias, independentemente do grupo, observou-se que alguns parâmetros

apresentaram mudanças ao longo do período experimental. O volume do sêmen apresentou

uma tendência ao aumento a partir do M60, tornando-se significativo (P<0,05) no M90. A

concentração espermática apresentou uma redução significativa (P<0,05) do M0 para o M30,

mantendo-se menor e sem alteração até o fim do experimento. O número total de

espermatozóides ejaculados e a porcentagem de espermatozóides viáveis não diferiram

significativamente (P>0,05) entre os momentos. A produção espermática não foi afetada,

pois, concomitantemente ao aumento no volume seminal, foi observada redução da

concentração espermática.

O aumento do volume do sêmen ao longo do período experimental possivelmente é

reflexo do aumento na produção de plasma seminal provavelmente provocada pela ingestão

das dietas. O aumento na quantidade de plasma no sêmen pode beneficiar sua capacidade

fecundante (NASRIN et al., 2011). O plasma seminal apresenta entre seus constituintes

hormônios, enzimas, proteínas, lipídios e metabólitos. As prostaglandinas, também presentes

no plasma seminal, estimulam as contrações na cervix e no útero, favorecendo o transporte de

espermatozóides, acelerando a ovulação, elevando o fluxo sanguíneo para o útero e oviduto e

aumentando a sobrevivência dos espermatozóides no trato reprodutivo da fêmea

(GUSTAFSSON et al., 1977; TROEDSSON et al., 2005; KACZMAREK et al., 2010).

Segundo Lymberopoulos et al. (2010) carneiros adultos, por produzirem uma maior

quantidade de plasma seminal em decorrência da maior massa testicular que possuem,

apresentam sêmen de melhor qualidade que animais jovens. Várias iniciativas de aumento da

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concentração de plasma no sêmen têm sido relatadas com intuito de melhorar a fertilidade e

crioresistência dos espermatozóides ovinos (BERNARDINI et al., 2010).

Essa melhoria da qualidade espermática observada ao longo do período experimental

pode ter sido em decorrência do aumento da quantidade de plasma no sêmen. Este efeito

sobre a quantidade de plasma seminal pode ser bastante útil para os processos de

criopreservação, especialmente se considerarmos que os espermatozoides de ovinos são um

dos mais sensíveis ao choque de frio (JOBIM et al., 2009).

Foram observadas diferenças significativas nos parâmetros de cinética (P<0,05) entre

os momentos de avaliação. Os parâmetros MT e ALH aumentaram significativamente a partir

do M30, sendo maior que o M0 (P<0,05) e igual ao M60 e M90 (P>0,05). Na análise dos

RAP foi verificado um aumento sucessivamente significativo (P<0,05) do M0 ao M60, sendo

este último igual (P>0,05) ao M90. Quanto aos demais parâmetros MP, VCL, VSL, VAP,

STR e BCF, foi observado aumento significativo (P<0,05) a partir do M60 sem diferenciar

(P>0,05) do M90 (Tabela 3).

Alguns parâmetros de cinética espermática como motilidade total, porcentagem de

espermatozoides rápidos e deslocamento lateral de cabeça apresentaram incremento aos 30

dias de administração das dietas. Em torno de 13 a 15 dias ocorre a maturação dos

espermatozóides no epidídimo, com mudanças substanciais nas suas funções, composição e

organização da sua membrana com consequente aquisição da motilidade e habilidade de

fertilização do ovócito. Essas alterações na composição e organização da membrana

plasmática contribuem para mudanças em processos metabólicos e no padrão e eficácia da

atividade flagelar (SWIERSTRA, 1968; KNOBIL & NEILL, 2006).

Os fosfolipídios apresentam-se em mais de 70% dos lipídios totais da membrana

plasmática dos espermatozóides sendo que mudanças no conteúdo desses lipídios de

membrana ocorrem durante a maturação e capacitação (KNOBIL & NEILL, 2006). O ácido

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graxo essencial linolênico (C18:3 n-3), precursor do ácido docosaexaenóico (DHA; C22:6 n-

3), é o ácido graxo mais encontrado nos fosfolipídios da membrana plasmática dos

espermatozóides de carneiros, e maiores quantidades deste elemento estão associadas a sua

maior permeabilidade e flexibilidade (SPEAKE et al., 2003). Provavelmente os efeitos

benéficos das dietas sobre a cinética quanto a motilidade total e ao deslocamento lateral da

cabeça podem ter sido reflexo desse aumento na flexibilidade da membrana plasmática do

espermatozóide ovino.

Apesar disso, mudanças aos 30 dias não podem ser totalmente associadas ao tempo de

espermatogênese somado ao trânsito do espermatozoide no epidídimo em ovinos, uma vez

que nesta espécie este período é de aproximadamente 60 a 70 dias (CUNNINGHAM &

KLEIN, 2008). Efeitos benéficos das dietas sobre a cinética espermática (MP, RAP, VCL,

VSL, VAP, LIN, RET e BCF) coincidiram com o ciclo completo da produção e liberação dos

espermatozóides em ovinos.

Selvaraju et al. (2012) administraram a ovinos adultos da raça Nellore uma dieta com

12,3% de proteína bruta com alto consumo de energia metabolizável (20% superior ao

recomendado), obtendo aos 60 dias do início da alimentação valores de 60%, 160, 140 e

150μm/s para MP, VCL, VSL e VAP, respectivamente. Esses resultados são semelhantes aos

obtidos nesse estudo para o mesmo período, exceto para VCL que foi superior. Apesar de

apresentarem alta velocidade, os espermatozóides tiveram baixa linearidade realizando

trajetórias sigmoides.

Azevedo (2006) analisando a cinética no sêmen fresco de carneiros da raça Santa Inês

obteve valores similares ao presente estudo, porém observando LIN e ALH superiores.

Menores valores no ALH estão relacionados com maior deslocamento linear e retilíneo o que

é desejável nas amostras de sêmen (MORTIMER, 1997). O ALH também está relacionado

com a capacidade de penetração da membrana pelúcida pelo espermatozóide, sendo um

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parâmetro que tem um efeito direto sobre a fertilização (FENEUX et al., 1985; MORTIMER

et al., 1986).

4.5. Conclusão

A administração de dietas energéticas baseadas na suplementação com sais de cálcio

de ácidos graxos poliinsaturados não tem influência sobre a quantidade e qualidade dos

espermatozóides produzidos por carneiros.

4.6. Referências

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Tabela 1. Composição em ingredientes e nutricional e consumo das dietas.

Grupos¹

Ingredientes, % G3 G6 G9 G12

Feno de tifton 50 50 50 50

Milho triturado 39 35,3 31,7 28,1

Farelo de soja 10,4 11 11,7 12,2

SCAGP² - 2,9 5,9 8,9

Fosfato bicálcico 0,5 0,6 0,6 0,6

Cloreto de sódio 0,1 0,2 0,2 0,2

Nutricional, % Matéria seca (MS) 90,27 91,41 91,41 91,51

Proteína bruta (PB)3 13,82 13,20 12,59 12,49

Extrato etéreo (EE)3 3,3 6,3 8,7 11,8

Energia Metabolizável (Mcal/Kg) 3

2,47 2,63 2,77 2,94

Consumo, g

Matéria seca (MS) 1710 1825 1843 1684

Proteína bruta (PB)3 259 269 238 215

Extrato etéreo (EE)3 52 117 158 205

Energia Metabolizável (Mcal/Kg)3 4,65 5,33 5,27 5,13

¹ G3 = 3% de extrato etéreo (EE); G6 = 6% de EE; G9 = 9% de EE; G12 = 12% de EE.

² Sais de cálcio da ácidos dos ácidos graxos poliinsaturados (SCAGP).

³ Base da MS.

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Grupo¹

Momento²

M0 M30 M60 M90 Média

Volume do sêmen

(mL)

G3 1,1 ± 0,6

±

1,3 ± 0,4 1,4 ± 0,4 1,5 ± 1,0 1,4 ± 0,6

G6 1,1 ± 0,5 1,0 ± 0,3 1,3 ± 0,3 1,8 ± 0,4 1,3 ± 0,5

G9 1,3 ± 0,4 1,1 ± 0,3 1,1 ± 0,3 1,3 ± 0,7 1,2 ± 0,4

G12 1,2 ± 0,5 1,4 ± 0,5 1,5 ± 0,4 1,7 ± 0,6 1,4 ± 0,5

Média 1,2 ± 0,5B 1,2 ± 0,4B 1,3 ± 0,4AB 1,6 ± 0,7A

Concentração

espermática

(x109SPTZ/mL)

G3 4,5 ± 0,8 3,6 ± 0,6 3,9 ± 0,6 4,1 ± 0,8 4,0 ± 0,7ab

G6 4,8 ± 0,7 3,9 ± 0,9 4,0 ± 0,7 3,8 ± 0,8 4,1 ± 0,8a

G9 4,1 ± 0,6 3,4 ± 0,5 3,0 ± 1,1 3,8 ± 0,8 3,6 ± 0,8b

G12 5,1 ± 0,7 3,5 ± 0,5 4,6 ± 0,5 3,7 ± 0,7 4,2 ± 0,8a

Média 4,6 ± 0,6A 3,6 ± 0,6B 3,9 ± 0,9B 3,8 ± 0,7B

Número total de

espermatozóides

ejaculados (x109

SPTZ)

G3 6,3 ± 3,4 4,7 ± 1,9 5,5 ± 2,6 6,3 ± 4,9 5,7 ± 3,2ab

G6 5,2 ± 3,2 3,8 ± 1,2 5,3 ± 1,8 6,9 ± 1,9 5,3 ± 2,3ab

G9 5,2 ± 1,8 3,7 ± 0,7 3,3 ± 1,5 4,6 ± 1,9 4,2 ± 1,6b

G12 6,3 ± 2,7 5,0 ± 2,3 7,0 ± 1,3 6,4 ± 3,0 6,2 ± 2,4a Média 5,8 ± 2,7 4,3 ± 1,6 5,3 ± 2,2 6,1 ± 3,0

Porcentagem de

espermatozóides

viáveis (%)

G3 68,7 ± 8,2 69,7 ± 8,1 67,9 ± 11,2 70,4 ± 11,4 69,2 ± 9,2

G6 75,6 ± 8,2 68,8 ± 15,1 74,9 ± 12,6 65,1 ± 21,1 71,1 ± 14,7

G9 60,8 ± 20,2 64,6 ± 5,3 58,3 ± 19,3 69,5 ± 13,5 63,3 ± 15,3

G12 66,3 ± 15,8 73,2 ± 8,4 72,5 ± 9,7 72,8 ± 10,0 71,2 ±11,0

Média 67,8 ± 14,2 69,1 ± 9,7 68,4 ± 14,3 69,4 ± 1,0

Tabela 2. Efeito dos diferentes níveis de sais de cálcio de ácidos graxos poliinsaturados na dieta dos

carneiros sobre o volume do sêmen, concentração espermática, número total de espermatozóides (SPTZ)

ejaculados e a porcentagem de espermatozóides viáveis.

¹ G3 = 3% de extrato etéreo (EE); G6 = 6% de EE; G9 = 9% de EE; G12 = 12% de EE

² M0, M30, M60 e M90 = dia zero, 30, 60 e 90 dias da administração da dieta, respectivamente.

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si, maiúscula na linha e minúscula na coluna, pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

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Grupo¹

Momento²

M0 M30 M60 M90 Média

Motilidade total

(%)

G3 93,27 ± 3,89 94,47 ± 1,03 96,35 ± 1,87 96,39 ± 3,81 95,15 ± 3,03

G6 88,38 ± 6,82 91,05 ± 10,00 95,90 ± 3,59 92,67 ± 6,29 92,00 ± 7,14

G9 91,39 ± 5,57 97,21 ± 2,39 96,83 ± 2,17 95,94 ± 2,27 91,53 ± 3,79

G12 84,97 ± 7,86 96,86 ± 1,40 95,47 ± 4,16 95,81 ± 1,60 93,28 ± 6,19

Média 89,53 ± 6,54B 94,90 ± 5,47A 96,14 ± 2,93A 95,20 ± 3,97A

Motilidade progressiva (%)

G3 45,82 ± 6,79 48,86 ± 7,23 58,14 ± 5,34 63,67 ± 6,70 54,12 ± 8,24

G6 49,80 ± 6,50 46,07 ± 13,01 61,77 ± 6,44 66,85 ± 13,57 56,12 ± 9,80

G9 53,67 ± 3,78 52,64 ± 10,38 63,65 ± 8,68 65,77 ± 6,58 58,93 ± 6,74

G12 52,68 ± 6,96 54,59 ± 3,34 64,07 ± 6,51 68,05 ± 7,19 59,85 ± 7,40

Média 50,49 ±3,52B 50,54 ± 3,81B 61,90 ± 2,70A 66,08 ± 1,86A

Espermatozóides rápidos (%)

G3 61,50 ± 13,64 68,90 ± 10,13 80,50 ± 5,85 83,70 ± 6,14 73,65 ± 10,30

G6 53,90 ± 19,62 62,60 ± 19,79 83,90 ± 7,97 80,90 ± 12,67 70,33 ± 14,44

G9 59,10 ± 16,43 75,00 ± 9,90 86,00 ± 3,68 84,40 ± 6,28 76,13 ± 12,34

G12 55,00 ± 9,45 78,40 ± 10,24 82,30 ± 5,64 83,60 ± 7,48 74,83 ± 13,40

Média 57,38 ± 3,55C 71,23 ± 6,96B 83,18 ± 2,34A 83,15 ± 1,54A

Velocidade em linha reta

(µm/s)

G3 101,49 ± 17,58 97,30 ± 11,63 135,67 ± 15,11 134,77 ± 10,91 117,30 ± 20,76

G6 97,13 ± 19,39 94,88 ± 18,64 141,10 ± 14,49 143,08 ± 24,02 119,04 ± 26,64

G9 94,58 ± 8,33 104,03 ± 7,58 146,17 ± 10,12 131,04 ± 14,45 118,95 ± 23,83

G12 92,59 ± 8,36 110,28 ± 10,96 144,11 ± 12.61 137,35 ± 12,98 121,08 ± 23,97

Média 96,45 ± 3,84B 101,62 ± 6,95B 141,76 ± 4,56A 136,56 ± 5,06A

Velocidade curvilinear (µm/s)

G3 232,86 ± 31,83 233,68 ± 25,34 297,08 ± 22,45 294,10 ± 19,55 264,61 ± 36,22

G6 216,76 ± 50,31 225,32 ± 42,98 296,08 ± 25,75 290,81 ± 30,94 257,24 ± 42,00

G9 217,56 ± 26,81 248,35 ± 23,62 308,82 ± 19,97 281,40 ± 28,29 264,03 ± 39,64

G12 213,92 ± 23,20 258,61 ± 31,06 298,12 ± 20,35 283,95 ± 17,32 263,65 ± 36,96

Média 220,27 ± 8,53B 241,49 ±14,86B 300,20 ± 5,81A 287,57 ± 5,90A

Velocidade média do percurso

(µm/s)

G3 133,56 ± 19,99 128,39 ± 14,19 170,59 ± 15,79 168,16 ± 14,80 150,17 ± 22,29

G6 125,04 ± 28,65 126,08 ± 25,08 176,58 ± 18,18 171,73 ± 23,14 149,86 ± 28,13

G9 122,21 ± 12,67 137,27 ± 9,72 180,96 ± 13,31 161,80 ± 16,84 150,56 ± 26,02

G12 117,56 ± 13,83 144,84 ± 14,26 176,16 ± 14,58 167,07 ± 13,21 151,41 ± 26,12

Média 124,59 ± 6,73B 134,14 ± 8,61B 176,07 ± 4,25A 167,19 ± 4,11A

Retilinearidade (%)

G3 75,78 ± 3,02 75,73 ± 2,42 79,44 ± 2,74 80,20 ± 1,85 77,79 ± 2,37

G6 78,07 ± 3,32 75,43 ± 4,44 79,94 ± 2,51 83,02 ± 3,98 79,12 ± 3,19

G9 77,54 ± 2,63 75,87 ± 4,30 80,84 ± 3,14 80,98 ± 2,60 78,81 ± 2,52

G12 79,00 ± 3,18 76,15 ± 1,16 81,87 ± 4,10 82,14 ± 1,81 79,79 ± 2,81

Média 77,60 ± 1,35B 75,80 ± 0,30B 80,52 ± 1,07A 81,59 ± 1,25A

Linearidade (%)

G3 43,44 ± 3,03 41,60 ± 1,14 45,52 ± 3,15 45,79 ± 0,83 44,09 ± 1,96

G6 45,08 ± 2,46 42,24 ± 4,03 47,66 ± 2,61 48,98 ± 4,29 45,99 ± 2,98

G9 43,65 ± 2,00 42,08 ± 3,66 47,36 ± 2,33 46,65 ± 3,39 44,94 ± 2,49

G12 43,41 ± 2,50 42,77 ± 1,78 48,37 ± 3,21 48,30 ± 2,03 45,71 ± 3,04

Média 43,90 ± 0,80B 42,17 ± 0,48B 47,23 ± 1,21A 47,43 ± 1,47A

Deslocamento lateral da

cabeça (µm)

G3 3,41 ± 0,27 3,59 ± 0,31 3,96 ± 0,39 3,89 ± 0,19 3,71 ± 0,26

G6 3,38 ± 0,52 3,52 ± 0,39 3,71 ± 0,23 3,83 ± 0,23 3,61 ± 0,20

G9 3,30 ± 0,34 3,65 ± 0,49 3,84 ± 0,26 3,85 ± 0,34 3,66 ± 0,26

G12 3,43 ± 0,19 3,76 ± 0,44 3,73 ± 0,21 3,74 ± 0,22 3,67 ± 0,16

Média 3,38 ± 0,06B 3,63 ± 0,10A 3,81 ± 0,12A 3,83 ± 0,06A

Frequência de batimento

flagelar cruzado (Hz)

G3 46,59 ± 7,68 41,63 ± 2,65 51,03 ± 5,47 50,30 ± 4,58 47,39 ± 4,30

G6 43,46 ± 5,08 41,64 ± 3,54 51,98 ± 3,55 52,24 ± 3,90 47,33 ± 5,57

G9 40,30 ± 3,64 41,50 ± 2,92 53,10 ± 3,72 47,09 ± 5,59 45,50 ± 5,87

G12 39,97 ± 7,00 41,70 ± 2,50 53,92 ± 3,93 50,44 ± 3,56 46,51 ± 6,74

Média 42,58 ± 3,10B 41,62 ± 0,08B 52,51 ± 1,27A 50,02 ± 2,14A

Tabela 3. Efeito dos diferentes níveis de sais de cálcio de ácidos graxos poliinsaturados na dieta de carneiros

em diferentes momentos sobre os parâmetros de cinética espermática computadorizada.

¹ G3 = 3% de extrato etéreo (EE); G6 = 6% de EE; G9 = 9% de EE; G12 = 12% de EE

² M0, M30, M60 e M90 = dia zero, 30, 60 e 90 dias da administração da dieta, respectivamente.

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si, maiúscula na linha e minúscula na coluna, pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

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31

ANEXO

Normas para submissão de Artigo Científico na Revista Pesquisa Agropecuária

Brasileira (PAB)

A ordenação do artigo deve ser feita da seguinte forma:

- Artigos em português - Título, autoria, endereços institucionais e eletrônicos, Resumo,

Termos para indexação, título em inglês, Abstract, Index terms, Introdução, Material e

Métodos, Resultados e Discussão, Conclusões, Agradecimentos, Referências, tabelas e

figuras.

- Artigos em inglês - Título, autoria, endereços institucionais e eletrônicos, Abstract,

Index terms, título em português, Resumo, Termos para indexação, Introduction,

Materials and Methods, Results and Discussion, Conclusions, Acknowledgements,

References, tables, figures.

- Artigos em espanhol - Título, autoria, endereços institucionais e eletrônicos, Resumen,

Términos para indexación; título em inglês, Abstract, Index terms, Introducción,

Materiales y Métodos, Resultados y Discusión, Conclusiones, Agradecimientos,

Referencias, cuadros e figuras.

- O título, o resumo e os termos para indexação devem ser vertidos fielmente para o

inglês, no caso de artigos redigidos em português e espanhol, e para o português, no

caso de artigos redigidos em inglês.

- O artigo científico deve ter, no máximo, 20 páginas, incluindo-se as ilustrações

(tabelas e figuras), que devem ser limitadas a seis, sempre que possível.

Título

- Deve representar o conteúdo e o objetivo do trabalho e ter no máximo 15 palavras,

incluindo-se os artigos, as preposições e as conjunções.

- Deve ser grafado em letras minúsculas, exceto a letra inicial, e em negrito.

- Deve ser iniciado com palavras chaves e não com palavras como “efeito” ou

“influência”.

- Não deve conter nome científico, exceto de espécies pouco conhecidas; neste caso,

apresentar somente o nome binário.

- Não deve conter subtítulo, abreviações, fórmulas e símbolos.

- As palavras do título devem facilitar a recuperação do artigo por índices desenvolvidos

por bases de dados que catalogam a literatura.

Nomes dos autores

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- Grafar os nomes dos autores com letra inicial maiúscula, por extenso, separados por

vírgula; os dois últimos são separados pela conjunção “e”, “y” ou “and”, no caso de

artigo em português, espanhol ou em inglês, respectivamente.

- O último sobrenome de cada autor deve ser seguido de um número em algarismo

arábico, em forma de expoente, entre parênteses, correspondente à chamada de endereço

do autor.

Endereço dos autores

- São apresentados abaixo dos nomes dos autores, o nome e o endereço postal

completos da instituição e o endereço eletrônico dos autores, indicados pelo número em

algarismo arábico, entre parênteses, em forma de expoente.

- Devem ser agrupados pelo endereço da instituição.

- Os endereços eletrônicos de autores da mesma instituição devem ser separados por

vírgula.

Resumo

- O termo Resumo deve ser grafado em letras minúsculas, exceto a letra inicial, na

margem esquerda, e separado do texto por travessão.

- Deve conter, no máximo, 200 palavras, incluindo números, preposições, conjunções e

artigos.

- Deve ser elaborado em frases curtas e conter o objetivo, o material e os métodos, os

resultados e a conclusão.

- Não deve conter citações bibliográficas nem abreviaturas.

- O final do texto deve conter a principal conclusão, com o verbo no presente do

indicativo.

Termos para indexação

- A expressão Termos para indexação, seguida de dois-pontos, deve ser grafada em

letras minúsculas, exceto a letra inicial.

- Os termos devem ser separados por vírgula e iniciados com letra minúscula.

- Devem ser no mínimo três e no máximo seis, considerando-se que um termo pode

possuir duas ou mais palavras.

- Não devem conter palavras que componham o título.

- Devem conter o nome científico (só o nome binário) da espécie estudada.

- Devem, preferencialmente, ser termos contidos no AGROVOC: Multilingual

Agricultural Thesaurus ou noÍndice de Assuntos da base SciELO .

Introdução

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- A palavra Introdução deve ser centralizada e grafada com letras minúsculas, exceto a

letra inicial, e em negrito.

- Deve apresentar a justificativa para a realização do trabalho, situar a importância do

problema científico a ser solucionado e estabelecer sua relação com outros trabalhos

publicados sobre o assunto.

- O último parágrafo deve expressar o objetivo de forma coerente com o descrito no

início do Resumo.

Material e Métodos

- A expressão Material e Métodos deve ser centralizada e grafada em negrito; os termos

Material e Métodos devem ser grafados com letras minúsculas, exceto as letras iniciais.

- Deve ser organizado, de preferência, em ordem cronológica.

- Deve apresentar a descrição do local, a data e o delineamento do experimento, e

indicar os tratamentos, o número de repetições e o tamanho da unidade experimental.

- Deve conter a descrição detalhada dos tratamentos e variáveis.

- Deve-se evitar o uso de abreviações ou as siglas.

- Os materiais e os métodos devem ser descritos de modo que outro pesquisador possa

repetir o experimento.

- Devem ser evitados detalhes supérfluos e extensas descrições de técnicas de uso

corrente.

- Deve conter informação sobre os métodos estatísticos e as transformações de dados.

- Deve-se evitar o uso de subtítulos; quando indispensáveis, grafá-los em negrito, com

letras minúsculas, exceto a letra inicial, na margem esquerda da página.

Resultados e Discussão

- A expressão Resultados e Discussão deve ser centralizada e grafada em negrito, com

letras minúsculas, exceto a letra inicial.

- Todos os dados apresentados em tabelas ou figuras devem ser discutidos.

- As tabelas e figuras são citadas seqüencialmente.

- Os dados das tabelas e figuras não devem ser repetidos no texto, mas discutidos em

relação aos apresentados por outros autores.

- Evitar o uso de nomes de variáveis e tratamentos abreviados.

- Dados não apresentados não podem ser discutidos.

- Não deve conter afirmações que não possam ser sustentadas pelos dados obtidos no

próprio trabalho ou por outros trabalhos citados.

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- As chamadas às tabelas ou às figuras devem ser feitas no final da primeira oração do

texto em questão; se as demais sentenças do parágrafo referirem-se à mesma tabela ou

figura, não é necessária nova chamada.

- Não apresentar os mesmos dados em tabelas e em figuras.

- As novas descobertas devem ser confrontadas com o conhecimento anteriormente

obtido.

Conclusões

- O termo Conclusões deve ser centralizado e grafado em negrito, com letras

minúsculas, exceto a letra inicial.

- Devem ser apresentadas em frases curtas, sem comentários adicionais, com o verbo no

presente do indicativo.

- Devem ser elaboradas com base no objetivo do trabalho.

- Não podem consistir no resumo dos resultados.

- Devem apresentar as novas descobertas da pesquisa.

- Devem ser numeradas e no máximo cinco.

Agradecimentos

- A palavra Agradecimentos deve ser centralizada e grafada em negrito, com letras

minúsculas, exceto a letra inicial.

- Devem ser breves e diretos, iniciando-se com “Ao, Aos, À ou Às” (pessoas ou

instituições).

- Devem conter o motivo do agradecimento.

Referências

- A palavra Referências deve ser centralizada e grafada em negrito, com letras

minúsculas, exceto a letra inicial.

- Devem ser de fontes atuais e de periódicos: pelo menos 70% das referências devem ser

dos últimos 10 anos e 70% de artigos de periódicos.

- Devem ser normalizadas de acordo com a NBR 6023 da ABNT, com as adaptações

descritas a seguir.

- Devem ser apresentadas em ordem alfabética dos nomes dos autores, separados por

ponto-e-vírgula, sem numeração.

- Devem apresentar os nomes de todos os autores da obra.

- Devem conter os títulos das obras ou dos periódicos grafados em negrito.

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- Devem conter somente a obra consultada, no caso de citação de citação.

- Todas as referências devem registrar uma data de publicação, mesmo que aproximada.

- Devem ser trinta, no máximo.

Citações

- Não são aceitas citações de resumos, comunicação pessoal, documentos no prelo ou

qualquer outra fonte, cujos dados não tenham sido publicados. - A autocitação deve ser

evitada. - Devem ser normalizadas de acordo com a NBR 10520 da ABNT, com as

adaptações descritas a seguir.

- Redação das citações dentro de parênteses

- Citação com um autor: sobrenome grafado com a primeira letra maiúscula, seguido de

vírgula e ano de publicação.

- Citação com dois autores: sobrenomes grafados com a primeira letra maiúscula,

separados pelo "e" comercial (&), seguidos de vírgula e ano de publicação.

- Citação com mais de dois autores: sobrenome do primeiro autor grafado com a

primeira letra maiúscula, seguido da expressão et al., em fonte normal, vírgula e ano de

publicação.

- Citação de mais de uma obra: deve obedecer à ordem cronológica e em seguida à

ordem alfabética dos autores.

- Citação de mais de uma obra dos mesmos autores: os nomes destes não devem ser

repetidos; colocar os anos de publicação separados por vírgula.

- Citação de citação: sobrenome do autor e ano de publicação do documento original,

seguido da expressão “citado por” e da citação da obra consultada.

- Deve ser evitada a citação de citação, pois há risco de erro de interpretação; no caso de

uso de citação de citação, somente a obra consultada deve constar da lista de

referências.

- Redação das citações fora de parênteses

- Citações com os nomes dos autores incluídos na sentença: seguem as orientações

anteriores, com os anos de publicação entre parênteses; são separadas por vírgula.

Fórmulas, expressões e equações matemáticas

- Devem ser iniciadas à margem esquerda da página e apresentar tamanho padronizado

da fonte Times New Roman.

- Não devem apresentar letras em itálico ou negrito, à exceção de símbolos escritos

convencionalmente em itálico.

Tabelas

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- As tabelas devem ser numeradas seqüencialmente, com algarismo arábico, e

apresentadas em folhas separadas, no final do texto, após as referências.

- Devem ser auto-explicativas.

- Seus elementos essenciais são: título, cabeçalho, corpo (colunas e linhas) e coluna

indicadora dos tratamentos ou das variáveis.

- Os elementos complementares são: notas-de-rodapé e fontes bibliográficas.

- O título, com ponto no final, deve ser precedido da palavra Tabela, em negrito; deve

ser claro, conciso e completo; deve incluir o nome (vulgar ou científico) da espécie e

das variáveis dependentes.

- No cabeçalho, os nomes das variáveis que representam o conteúdo de cada coluna

devem ser grafados por extenso; se isso não for possível, explicar o significado das

abreviaturas no título ou nas notas-de-rodapé.

- Todas as unidades de medida devem ser apresentadas segundo o Sistema Internacional

de Unidades.

- Nas colunas de dados, os valores numéricos devem ser alinhados pelo último

algarismo.

- Nenhuma célula (cruzamento de linha com coluna) deve ficar vazia no corpo da

tabela; dados não apresentados devem ser representados por hífen, com uma nota-de-

rodapé explicativa.

- Na comparação de médias de tratamentos são utilizadas, no corpo da tabela, na coluna

ou na linha, à direita do dado, letras minúsculas ou maiúsculas, com a indicação em

nota-de-rodapé do teste utilizado e a probabilidade.

- Devem ser usados fios horizontais para separar o cabeçalho do título, e do corpo; usá-

los ainda na base da tabela, para separar o conteúdo dos elementos complementares.

Fios horizontais adicionais podem ser usados dentro do cabeçalho e do corpo; não usar

fios verticais.

- As tabelas devem ser editadas em arquivo Word, usando os recursos do menu Tabela;

não fazer espaçamento utilizando a barra de espaço do teclado, mas o recurso recuo do

menu Formatar Parágrafo.

- Notas de rodapé das tabelas

- Notas de fonte: indicam a origem dos dados que constam da tabela; as fontes devem

constar nas referências.

- Notas de chamada: são informações de caráter específico sobre partes da tabela, para

conceituar dados. São indicadas em algarismo arábico, na forma de expoente, entre

parênteses, à direita da palavra ou do número, no título, no cabeçalho, no corpo ou na

coluna indicadora. São apresentadas de forma contínua, sem mudança de linha,

separadas por ponto.

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- Para indicação de significância estatística, são utilizadas, no corpo da tabela, na forma

de expoente, à direita do dado, as chamadas ns (não-significativo); * e ** (significativo

a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente).

Figuras

- São consideradas figuras: gráficos, desenhos, mapas e fotografias usados para ilustrar

o texto.

- Só devem acompanhar o texto quando forem absolutamente necessárias à

documentação dos fatos descritos.

- O título da figura, sem negrito, deve ser precedido da palavra Figura, do número em

algarismo arábico, e do ponto, em negrito.

- Devem ser auto-explicativas.

- A legenda (chave das convenções adotadas) deve ser incluída no corpo da figura, no

título, ou entre a figura e o título.

- Nos gráficos, as designações das variáveis dos eixos X e Y devem ter iniciais

maiúsculas, e devem ser seguidas das unidades entre parênteses.

- Figuras não-originais devem conter, após o título, a fonte de onde foram extraídas; as

fontes devem ser referenciadas.

- O crédito para o autor de fotografias é obrigatório, como também é obrigatório o

crédito para o autor de desenhos e gráficos que tenham exigido ação criativa em sua

elaboração. - As unidades, a fonte (Times New Roman) e o corpo das letras em todas as

figuras devem ser padronizados.

- Os pontos das curvas devem ser representados por marcadores contrastantes, como:

círculo, quadrado, triângulo ou losango (cheios ou vazios).

- Os números que representam as grandezas e respectivas marcas devem ficar fora do

quadrante.

- As curvas devem ser identificadas na própria figura, evitando o excesso de

informações que comprometa o entendimento do gráfico.

- Devem ser elaboradas de forma a apresentar qualidade necessária à boa reprodução

gráfica e medir 8,5 ou 17,5 cm de largura.

- Devem ser gravadas nos programas Word, Excel ou Corel Draw, para possibilitar a

edição em possíveis correções.

- Usar fios com, no mínimo, 3/4 ponto de espessura.

- No caso de gráfico de barras e colunas, usar escala de cinza (exemplo: 0, 25, 50, 75 e

100%, para cinco variáveis).

- Não usar negrito nas figuras.

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- As figuras na forma de fotografias devem ter resolução de, no mínimo, 300 dpi e ser

gravadas em arquivos extensão TIF, separados do arquivo do texto.

- Evitar usar cores nas figuras; as fotografias, porém, podem ser coloridas.

Notas Científicas

- Notas científicas são breves comunicações, cuja publicação imediata é justificada, por

se tratar de fato inédito de importância, mas com volume insuficiente para constituir um

artigo científico completo.

Apresentação de Notas Científicas

- A ordenação da Nota Científica deve ser feita da seguinte forma: título, autoria (com

as chamadas para endereço dos autores), Resumo, Termos para indexação, título em

inglês, Abstract, Index terms, texto propriamente dito (incluindo introdução, material e

métodos, resultados e discussão, e conclusão, sem divisão), Referências, tabelas e

figuras.

- As normas de apresentação da Nota Científica são as mesmas do Artigo Científico,

exceto nos seguintes casos:

- Resumo com 100 palavras, no máximo.

- Deve ter apenas oito páginas, incluindo-se tabelas e figuras.

- Deve apresentar, no máximo, 15 referências e duas ilustrações (tabelas e figuras).