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Um novo modelo de produção com autoconsumo em Portugal
José Fernando Martins Bigares
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia Eletrotécnica e de Computadores
Orientador: Prof. Rui Manuel Gameiro de Castro
Júri
Presidente: Prof. Horácio Cláudio de Campos Neto Orientador: Prof. Rui Manuel Gameiro de Castro
Vogais: Prof. Maria José Ferreira dos Santos Lopes de Resende
Novembro de 2015
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Agradecimentos
Ao longo do desenvolvimento deste trabalho foram várias as pessoas que, de alguma forma, contribuíram para
a sua realização.
Gostaria de agradecer em primeiro lugar ao Professor Doutor Rui Castro enquanto orientador, pela
disponibilidade que sempre mostrou, pelo incentivo à conclusão deste trabalho e pelas sugestões e opiniões
dadas.
À minha mãe, ao meu pai e ao meu irmão pelo contínuo apoio e motivação para concluir este projeto.
À Natividade, à Teresa e à Marisa pelo tempo dedicado.
Aos meus colegas de trabalho pela compreensão e disponibilidade.
Aos amigos que sempre estiveram presentes.
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Resumo
Os incentivos à produção descentralizada de eletricidade com base em fontes de energia renováveis (FER)
permitem a promoção e integração de energias renováveis mas com custos por vezes elevados. Os regimes de
autoconsumo com, ou sem, injeção de excedentes na rede e o net-metering aparentam ser uma solução para a
redução de custos e são cada vez mais procurados devido ao aumento do preço final da eletricidade e à redução
de custos com a tecnologia solar fotovoltaica.
Neste estudo são abordadas as tecnologias associadas ao autoconsumo e analisados os perfis de consumo e de
produção fotovoltaica, normalizados de 15 em 15 minutos, publicados pela Entidade Reguladora dos Serviços
Energéticos (ERSE), com recurso a um programa desenvolvido em Matlab.
Para a análise efetuada foram selecionados quatro dias do ano para tipificação do consumo e produção, de dias
úteis e de fins-de-semana, de inverno e de verão, para o setor comercial, ou de pequena indústria, e residencial.
Com base na análise dos dias típicos identificaram-se alguns fatores a ter em conta para adaptação da produção
aos perfis de consumo, cujos resultados são validados através de uma análise financeira.
Verificou-se que algumas das escolhas para o dimensionamento não foram as mais adequadas no autoconsumo
com injeção de excedentes e no net-metering, mas permitiram aumentar a eficiência dos modelos com estes
perfis típicos.
Apesar dos modelos atualmente em vigor em Portugal permitirem a compensação de uma parte considerável da
fatura energética de cada consumidor com recurso à tecnologia fotovoltaica, o modelo que permite maior
rentabilização da energia autoconsumida é o net-metering.
Palavras-chave: Autoconsumo, Energias Renováveis, Net-metering, Perfis de produção, Perfis de consumo, Solar
Fotovoltaico.
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Abstract
The incentive policies for electricity generation from renewable energies sources (RES) allow the promotion and
penetration of RES but sometimes with high costs. The self-consumption regimes, with or without grid injection
and net-metering appear to be a solution for the costs reduction and are becoming more and more attractive
due to the increase of the final electricity prices and the costs reduction with solar photovoltaic technology.
In this study, the technologies associated with self-consumption are addressed and also the consumption and
generation profiles, normalized of 15 to 15 minutes, published by the Regulator Entity for the Energetic Services
(ERSE), are analyzed using a program developed in Matlab.
For this analysis, four days of the year were selected to typify the consumption and generation, of working days
and weekends, in Winter and Summer, for the commercial or small industry sector and residential. Based on the
analysis of the typified days, some factors were identified that should be taken into account when adjusting the
generation profiles to the consumption ones, and the results are validated with a financial analysis.
Some of the choices for dimensioning of the generation were not the most adequate for self-consumption with
surplus grid injection and in net-metering but they show an increase in the efficiency of the studied models with
the typified profiles.
Although the policies that are implemented in Portugal nowadays allow the compensations of a considerable
part of the electric bill for each consumer with resource to photovoltaic technology, the model that allows the
most profit is net-metering.
Keywords: Consumption Profiles, Generation Profiles, Net-metering, Renewable Energies, Self-Consumption,
Solar PV.
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Índice
Capítulo 1. Introdução ...................................................................................................................................... 1
1.1 Enquadramento ........................................................................................................................................... 1
1.2 Objetivos do estudo ..................................................................................................................................... 3
1.3 Estrutura da dissertação .............................................................................................................................. 4
Capítulo 2. Legislação de autoconsumo de Energia Elétrica ............................................................................ 5
2.1 Modelos de incentivo à implementação de FER .......................................................................................... 5
2.1.1 Tarifa bonificada (FIT) e Prémio bonificado (FIP) .............................................................................. 6
2.1.2 CfD (Contracts for Difference, ou “Contratos pela Diferença”) ........................................................ 7
2.1.3 Leilões ............................................................................................................................................... 7
2.1.4 Certificados de Origem (TGC) e Quotas ............................................................................................ 8
2.1.5 Incentivos Fiscais e Subsídios ............................................................................................................ 8
2.1.6 Autoconsumo e net-metering ........................................................................................................... 9
2.2 Estado da Arte ............................................................................................................................................. 9
2.3 Regulamentação em Portugal .................................................................................................................... 11
2.4 O recurso solar ........................................................................................................................................... 15
2.5 Armazenamento ........................................................................................................................................ 16
Capítulo 3. Análise de dados ........................................................................................................................... 18
3.1 Consumidores e fornecimento de energia ................................................................................................ 18
3.2 Construção dos perfis para os dias típicos ................................................................................................. 21
3.2.1 Perfis de consumo ........................................................................................................................... 23
3.2.2 Perfis de Produção .......................................................................................................................... 25
3.3 Análise comparativa .................................................................................................................................. 28
Capítulo 4. Avaliação Técnico-Económica ...................................................................................................... 31
4.1 Aplicação Desenvolvida ............................................................................................................................. 31
4.2 Casos de estudo ......................................................................................................................................... 34
4.2.1 Autoconsumo Isolado/sem injeção na rede .................................................................................... 35
4.2.2 Autoconsumo com Injeção na Rede ................................................................................................ 40
4.2.3 Net-Metering ................................................................................................................................... 47
4.3 Custos e Proveitos ..................................................................................................................................... 49
4.3.1 Valor da energia .............................................................................................................................. 50
4.4 Resultados.................................................................................................................................................. 50
4.4.1 Autoconsumo Isolado ..................................................................................................................... 51
4.4.2 Autoconsumo sem injeção na rede ................................................................................................. 52
4.4.3 Autoconsumo com injeção na rede ................................................................................................ 53
4.4.4 Net-Metering ................................................................................................................................... 54
Capítulo 5. Conclusão e sugestão de trabalho futuro .................................................................................... 56
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Referências Bibliográficas .................................................................................................................................... 59
Anexos .................................................................................................................................................................. 65
Anexo I. Regulamentação de produção distribuída em Portugal .................................................................. 65
Anexo II. Cálculos desenvolvidos para os perfis de consumo e produção médios ........................................ 77
Anexo III. Caracterização do consumo em BTN .............................................................................................. 79
Anexo IV. Resultados das simulações – Perfis tipo ......................................................................................... 80
Anexo V. Resultados da análise dos perfis dos dias típicos de consumo inverno e verão ............................ 95
Anexo VI. Outros dados ................................................................................................................................ 100
Anexo VII. Resultados da avaliação económico-financeira ............................................................................ 103
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Lista de Tabelas
Tabela 1 – Resumo da potência instalada e energia produzida de microprodução e miniprodução em 2014 (DGEG,
2015) ..................................................................................................................................................................... 12
Tabela 2 – Resumo da quantidade e potência instalada de microproduções e miniproduções até 2014 (Renováveis
na Hora, 2015)....................................................................................................................................................... 12
Tabela 3 – Resumo das condições de licenciamento de UPP e UPAC (Decreto-Lei 153/2014) ............................ 13
Tabela 4 – Valores da parcela “Vcieg x Kt” para 2015 (ERSE 2014, Decreto-Lei 153/2014) ................................. 14
Tabela 5 – Evolução esperada dos fornecimentos e de número de consumidores de eletricidade por nível de
tensão e por mercado considerada nas tarifas de 2015 (ERSE, 2014) .................................................................. 20
Tabela 6 – Segmentação de consumidores em BTN (ERSE, 2014) ........................................................................ 21
Tabela 7 – Distribuição do consumo anual na baixa tensão com distinção da classe BTN (ERSE, 2014) .............. 23
Tabela 8 – Distribuição da produção, potência e número de produtores na microprodução e miniprodução em
2014 (DGEG, 2015; Renováveis na Hora, 2015) .................................................................................................... 26
Tabela 9 – Resumo dos resultados dos dias típicos para os perfis BTN C e microprodução ................................ 35
Tabela 10 – Saldos anuais de energia do Perfil BTN C e Microprodução, dos perfis base. ................................... 35
Tabela 10 – Resultados da redução de produção de microprodução, para o perfil BTN C, em AC com injeção. . 40
Tabela 12 – Saldos anuais de energia do Perfil BTE e Miniprodução, dos perfis base. ........................................ 43
Tabela 13 – Resumo dos resultados dos dias típicos para os perfis BTE e miniprodução .................................... 43
Tabela 14 – Resultados do aumento de produção de miniprodução, para o perfil BTE, em AC com injeção. ..... 45
Tabela 15 – Resultados dos balanços de energia para BTN C, com redução de produção em 47,17%, para Net-
Metering ............................................................................................................................................................... 48
Tabela 16 – Resultados dos balanços de energia para BTE, com aumento de produção em 61,05%, para Net-
Metering ............................................................................................................................................................... 49
Tabela 17 – Tabela com o resumo de modelos e hipóteses em estudo ............................................................... 51
Tabela 18 – Resultados da avaliação económica para AC isolado da rede. .......................................................... 52
Tabela 19 – Resultados da Avaliação Económica para AC sem injeção de excedentes. ....................................... 53
Tabela 20 – Resultados da Avaliação Económica para o AC com injeção de excedentes ..................................... 54
Tabela 21 – Resultado da Avaliação Económica para o Net-Metering ................................................................. 55
Tabela 22 – Tarifa de microprodução em regime geral (Decreto-Lei 25/2013). ................................................... 67
Tabela 23 – Evolução da tarifa de referência da microprodução bonificada (Renováveis na Hora, janeiro 2015).
.............................................................................................................................................................................. 68
Tabela 24 – Evolução da microprodução (Renováveis na Hora, janeiro 2015). .................................................... 70
Tabela 25 – Energia produzida na atividade de microprodução, 2008-2014 (DGEG, janeiro 2015). .................... 70
Tabela 26 – Evolução da tarifa de referência da miniprodução bonificada (Renováveis na Hora, janeiro 2015). 72
Tabela 27 – Evolução da miniprodução (Renováveis na Hora, janeiro 2015). ...................................................... 73
Tabela 28 – Energia produzida na atividade de miniprodução, 2008-2014 (DGEG, janeiro 2015). ...................... 73
Tabela 29 – Potência instalada de microprodução e miniprodução por fonte (2008-2014) (DGEG, janeiro 2015).
.............................................................................................................................................................................. 74
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Tabela 30 – Quantidades de energia produzida na microprodução e miniprodução (resumo). .......................... 74
Tabela 31 – IPC no continente, sem habitação, nos meses de dezembro de 2011 a 2014 (INE, 2015). ............... 74
Tabela 32 – Evolução da tarifa bonificada de miniprodução atribuída (Renováveis na Hora, 2014). .................. 75
Tabela 33 – Evolução da potência atribuída em regime geral, 2014 (Renováveis na Hora, 2015). ...................... 76
Tabela 34 – Distribuição de miniprodução e microprodução por tipo de fonte (Renováveis na Hora, 2015)...... 76
Tabela 35 – Distribuição da Classe de BTN por opções tarifárias (ERSE, 2014). ................................................... 79
Tabela 36 – Distribuição do número de consumidores por opção tarifária e Classe de BTN (ERSE, 2014). ......... 79
Tabela 37 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um dia útil de inverno (BTE). 95
Tabela 38 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um fim-de-semana de inverno
(BTE). ..................................................................................................................................................................... 95
Tabela 39 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um dia útil de verão (BTE). .... 96
Tabela 40 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um fim-de-semana de verão
(BTE). ..................................................................................................................................................................... 96
Tabela 41 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um dia útil de inverno (BTN C).
.............................................................................................................................................................................. 97
Tabela 42 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um dia de fim-de-semana de
inverno (BTN C). .................................................................................................................................................... 97
Tabela 43 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um dia útil de verão (BTN C). 98
Tabela 44 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um dia de fim-de-semana de
verão (BTN C). ....................................................................................................................................................... 98
Tabela 45 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média anual (BTN B). ............................ 98
Tabela 46 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média anual (BTN A). ............................ 99
Tabela 47 – Preço médio de eletricidade por tipo de consumo (€/kWh) (Eurostat, 2015). ............................... 100
Tabela 48 – Tarifa Transitória de Venda a clientes finais em BTE (ERSE, 2014) .................................................. 100
Tabela 49 – Tarifa Transitória de Venda a clientes finais em BTN (<=20,7 kVA e >2,3 kVA) (ERSE, 2014).......... 101
Tabela 50 – Ciclo Diário para BTE e BTN em Portugal Continental (ERSE, 2011) ................................................ 101
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Lista de Figuras
Figura 1 – Irradiação global e potencial de eletricidade gerada em Portugal: a) no plano horizontal; b) no plano
com inclinação ótima (EU JRC, 2014) .................................................................................................................... 16
Figura 2 – Evolução do consumo de energia elétrica 1994-2012 (DGEG, 2015) ................................................... 18
Figura 3 – Estrutura de consumos por mercado e nível de tensão em 2014 (ERSE, 2014) ................................... 19
Figura 4 – Estrutura de consumos por mercado e nível de tensão em 2015 (ERSE, 2014) ................................... 19
Figura 5 – Diagrama semanal típico de consumo em BTE no inverno e no verão em 2014 (ERSE, 2014). ........... 21
Figura 6 – Diagrama semanal típico de consumo em BTN A no inverno e no verão em 2014 (ERSE, 2014). ....... 21
Figura 7 – Diagrama semanal típico de consumo em BTN B no inverno e no verão em 2014 (ERSE, 2014). ....... 22
Figura 8 – Diagrama semanal típico de consumo em BTN C no inverno e no verão em 2014 (ERSE, 2014). ....... 22
Figura 9 – Perfil final de consumo em BTE num dia útil típico de verão. .............................................................. 24
Figura 10 – Perfil final de consumo em BTE num dia útil típico de inverno.......................................................... 24
Figura 11 – Perfil final de consumo em BTN C num dia útil típico de verão. ........................................................ 25
Figura 12 – Perfil final de consumo em BTN C num dia útil típico de inverno. ..................................................... 25
Figura 13 – Perfil final de uma miniprodução num dia útil típico de verão. ......................................................... 26
Figura 14 – Perfil final de uma miniprodução num dia útil típico de inverno. ...................................................... 27
Figura 15 – Perfil final de uma microprodução num dia útil típico de verão. ....................................................... 27
Figura 16 – Perfil final de uma microprodução num dia útil típico de inverno. .................................................... 28
Figura 17 – Perfis de consumo (a vermelho) e de produção (a azul) para BTE e Miniprodução; a) Dia útil de
inverno; b) Dia útil de verão; c) Fim-de-semana de inverno; d) Fim-de-semana de verão; ................................. 29
Figura 18 – Perfis de consumo (a vermelho) e de produção (a azul) para BTN C e Microprodução; a) Dia útil de
inverno; b) Dia útil de verão; c) Fim-de-semana de inverno; d) Fim-de-semana de verão; ................................. 30
Figura 19 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução), numa semana típica de inverno. .................. 32
Figura 20 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução), numa semana típica de verão ...................... 32
Figura 21 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução) num sistema ligado à rede, com contabilização
dos excedentes em net-metering, numa semana típica de inverno. .................................................................... 33
Figura 22 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução) num sistema ligado à rede, com contabilização
dos excedentes em net-metering, numa semana típica de verão. ....................................................................... 33
Figura 23 – Perfis de consumo e de produção para BTN C e Microprodução, num sistema isolado, com
identificação das necessidades de consumo (amarelo), excedente (verde), autoconsumida (laranja) e proveniente
de armazenamento (cinzento): a) Dia útil de inverno; b) Dia útil de verão; c) Fim-de-semana de inverno; d) Fim-
de-semana de verão; ............................................................................................................................................ 36
Figura 24 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com aumento da produção em 37,81%, num
sistema isolado da rede, com armazenamento, numa semana típica de inverno. ............................................... 37
Figura 25 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com aumento da produção em 37,81%, num
sistema isolado da rede, com armazenamento, numa semana típica de verão. .................................................. 38
Figura 26 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com redução da produção em 85,89%, num
sistema sem injeção na rede, numa semana típica de inverno. ........................................................................... 39
xiv
Figura 27 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com redução da produção em 85,89%, num
sistema sem injeção na rede, numa semana típica de verão ............................................................................... 39
Figura 28 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com redução da produção em 41,21%, num
sistema com injeção na rede, numa semana típica de inverno. ........................................................................... 41
Figura 29 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com redução da produção em 41,21%, num
sistema com injeção na rede, numa semana típica de verão. .............................................................................. 41
Figura 30 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com redução da produção em 64,56%, num
sistema com injeção na rede, numa semana típica de inverno. ........................................................................... 42
Figura 31 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com redução da produção em 64,56%, num
sistema com injeção na rede, numa semana típica de verão. .............................................................................. 42
Figura 32 – Perfis de consumo e de produção para BTE e Miniprodução, num sistema com injeção de excedentes,
com identificação da energia consumida da rede (amarelo), excedente (verde) e autoconsumida (laranja): a) Dia
útil de inverno; b) Dia útil de verão; c) Fim-de-semana de inverno; d) Fim-de-semana de verão ....................... 44
Figura 33 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução), com aumento da produção em 65,86%, num
sistema com injeção na rede, numa semana típica de inverno. ........................................................................... 45
Figura 34 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução), com aumento da produção em 65,86%, num
sistema com injeção na rede, numa semana típica de verão. .............................................................................. 46
Figura 35 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução), com aumento da produção em 55,52%, num
sistema com injeção na rede, numa semana típica de inverno. ........................................................................... 46
Figura 36 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução), com aumento da produção em 55,52%, num
sistema com injeção na rede, numa semana típica de verão. .............................................................................. 47
Figura 37 – Evolução da tarifa de microprodução (DL 363/2007). ....................................................................... 67
Figura 38 – Perfil final de consumo em BTE num fim-de-semana típico de inverno. ........................................... 80
Figura 39 – Perfil final de consumo em BTE num fim-de-semana típico de verão. .............................................. 80
Figura 40 – Perfil final de consumo em BTNC num fim-de-semana típico de inverno. ........................................ 81
Figura 41 – Perfil final de consumo em BTNC num fim-de-semana típico de verão. ............................................ 81
Figura 42 – Perfil final de uma miniprodução num fim-de-semana típico de inverno. ........................................ 82
Figura 43 – Perfil final de uma microprodução num fim-de-semana típico de inverno. ...................................... 82
Figura 44 – Perfil final de uma miniprodução num dia útil típico de verão. ......................................................... 83
Figura 45 – Perfil final de uma microprodução num dia útil típico de verão. ....................................................... 83
Figura 46 – Perfil final de uma miniprodução num fim-de-semana típico de verão. ............................................ 84
Figura 47 – Perfil final de uma microprodução num fim-de-semana típico de verão. ......................................... 84
Figura 48 – Perfis de consumo e de produção, para BTE e Miniprodução, de um dia útil de inverno. ................ 85
Figura 49 – Perfis de consumo e de produção, para BTE e Miniprodução, de um dia útil de verão. ................... 85
Figura 50 – Perfis de consumo e de produção, para BTE e Miniprodução, de um fim-de-semana de inverno. ... 86
Figura 51 – Perfis de consumo e de produção, para BTE e Miniprodução, de um fim-de-semana de verão. ...... 86
Figura 52 – Perfis de consumo e de produção, para BTN C e Microprodução, de um dia útil de inverno. .......... 87
Figura 53 – Perfis de consumo e de produção, para BTN C e Microprodução, de um dia útil de verão............... 87
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Figura 54 – Perfis de consumo e de produção, para BTN C e Microprodução, de fim-de-semana de inverno. ... 88
Figura 55 – Perfis de consumo e de produção, para BTN C e Microprodução, de fim-de-semana de verão. ...... 88
Figura 56 – Perfis de consumo e de produção, para BTN B e Microprodução, de uma semana típica de inverno.
.............................................................................................................................................................................. 89
Figura 57 – Perfis de consumo e de produção, para BTN B e Microprodução, de uma semana típica de verão. 89
Figura 58 – Perfis de consumo e de produção, para BTN A e Microprodução, de uma semana típica de inverno.
.............................................................................................................................................................................. 90
Figura 59 – Perfis de consumo e de produção, para BTN A e Microprodução, de uma semana típica de verão. 90
Figura 60 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução) num sistema isolado, numa semana típica de
inverno. ................................................................................................................................................................. 91
Figura 61 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução) num sistema isolado, numa semana típica de
verão. .................................................................................................................................................................... 91
Figura 62 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução) num sistema ligado à rede, sem armazenamento
e com injeção de excedentes, numa semana típica de inverno. .......................................................................... 92
Figura 63 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução) num sistema ligado à rede, sem armazenamento
e com injeção de excedentes, numa semana típica de verão. .............................................................................. 92
Figura 64 – Perfis de consumo (BTN A) e produção (microprodução), com armazenamento e identificação de
excedentes, numa semana típica de inverno........................................................................................................ 93
Figura 65 – Perfis de consumo (BTN A) e produção (microprodução), com armazenamento e identificação de
excedentes, numa semana típica de verão. .......................................................................................................... 93
Figura 66 – Perfis de consumo (BTN B) e produção (microprodução), com armazenamento e identificação de
excedentes, numa semana típica de Inverno. ...................................................................................................... 94
Figura 67 – Perfis de consumo (BTN B) e produção (microprodução), com armazenamento e identificação de
excedentes, numa semana típica de verão. .......................................................................................................... 94
Figura 68 – Especificações de baterias para armazenamento do fabricante Tesla Motors (Tesla Motors, 2015).
............................................................................................................................................................................ 102
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Lista de abreviações
AT – Alta Tensão, Tensão entre fases cujo valor eficaz é superior a 45 kV e igual ou inferior a 110 kV.
Autoconsumo – Ou produtor-consumidor (prosumer), é a possibilidade do consumidor ligar um sistema de
produção de eletricidade com capacidade correspondente ao consumo próprio, sendo a energia produzida
consumida em tempo real, podendo receber um valor pela energia não consumida eventualmente entregue à
rede.
BT – Baixa Tensão, tensão entre fases cujo valor eficaz é igual ou inferior a 1 kV.
BTN – Baixa Tensão Normal, fornecimentos ou entregas em Baixa Tensão com a potência contratada inferior ou
igual a 41,4 kVA.
BTE – Baixa Tensão Especial BTE, fornecimentos ou entregas em Baixa Tensão com a potência contratada
superior a 41,4 kW.
Carga – Valor, num dado instante, da potência ativa fornecida em qualquer ponto de um sistema, determinada
por uma medida instantânea ou por uma média obtida pela integração da potência, durante um determinado
intervalo de tempo; A carga pode referir-se a um consumidor, a um aparelho, a uma linha, ou a uma rede.
CfD – Contracts for Difference, ou “Contratos pela Diferença”.
Consumidor – O cliente final de eletricidade.
CUR – Comercializador de Último Recurso.
CIEG – Custos de interesse económico geral (os custos decorrentes de medidas de política energética, de
sustentabilidade ou de interesse económico geral, cujo valor é determinado, pela Entidade Reguladora dos
Serviços Energéticos (ERSE), de acordo com os princípios estabelecidos na legislação aplicável).
DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia.
ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
Feed-in Tariff (FIT) – Um instrumento de financiamento baseado em preços onde os produtores FER são
remunerados a um preço fixo com um nível de garantia (independente do preço de venda em retalho da
eletricidade.
Feed-in Premium (FIP) – Um instrumento de financiamento baseado em preços onde os produtores FER são
remunerados com um preço adicional ao preço de venda em retalho da eletricidade.
FER – Fontes de Energia Renovável.
MT – Média Tensão, tensão entre fases cujo valor eficaz é superior a 1 kV e igual ou inferior a 45 kV.
xviii
MAT – Muito Alta Tensão, tensão entre fases cujo valor eficaz é superior a 110 kV.
ML – Mercado Livre.
MR – Mercado Regulado.
Net-metering – Encontro de contas em que os consumidores que têm sistemas de produção de energia recebem
um crédito por cada unidade de energia que os sistemas produzem em excesso do valor consumido dentro de
um longo período temporal (até um ou dois anos), sendo a rede encarada como uma solução de armazenamento
a longo termo.
PRE – Produção de eletricidade em regime especial (a produção de eletricidade tal como definida no artigo 18.º
do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 104/2010, de 29 de setembro,
78/2011, de 20 de junho, 75/2012, de 26 de março, 112/2012, de 23 de maio, e 215 -A/2012, de 8 de outubro).
ORD – Operador da Rede nacional de Distribuição em AT e MT, a entidade concessionária da atividade de
distribuição e é responsável, numa área específica, pelo desenvolvimento, pela exploração e pela manutenção
da rede de distribuição AT e MT e, quando aplicável, pelas suas ligações com outras redes, bem como por
assegurar a garantia de capacidade da rede a longo prazo.
Produtor – A pessoa singular ou coletiva que produz eletricidade.
Rede de distribuição – Designação genérica que abrange a rede nacional de distribuição e as redes de distribuição
em baixa tensão.
RESP – Rede Elétrica de Serviço Público, conjunto de instalações de serviço público destinadas ao transporte e à
distribuição de eletricidade que integram a RNT, a RND e as redes de distribuição em baixa tensão (RDBT).
RND – Rede Nacional de Distribuição de eletricidade em alta e média tensão.
RNT – Rede Nacional de Transporte de eletricidade, no continente.
SEN – Sistema Elétrico Nacional.
TGC – Tradable Green Certificates, ou Certificados de Origem.
TIR – Taxa Interna de Rentabilidade.
VAL – Valor Atualizado Líquido.
1
Capítulo 1. Introdução
A produção de energia elétrica a partir de fontes de energia renováveis (FER) tem vindo a integrar-se cada vez
mais no consumo mundial, contudo, ainda em 2012 as fontes primárias de energia utilizadas foram em grande
parte provenientes de fontes fósseis, tais como, petróleo (35,8%), gás natural (25,8%) e carvão (19,4%). Da
produção mundial de energia elétrica em 2012, no valor de 22 668 TWh, apenas 21,2% tiveram origem renovável,
sendo 16,2% de proveniente de fonte hídrica e 5% das restantes FER (AIE, 2014).
A potência instalada relativa a energias renováveis em todo o mundo em 2013 aumentou 8% relativamente a
2012, excedendo os 1 560 GW. Estima-se que a potência instalada de fontes renováveis a nível mundial era, em
2013, 26,4% da capacidade total de geração (REN21, 2014a).
Em Portugal, a Diretiva 2009/28/CE veio estabelecer o objetivo global de que 31% do consumo de energia final
até 2020 seja derivado de FER, correspondendo a 59% de incorporação de energia renovável no consumo de
eletricidade. Para cumprimento desta meta para a eletricidade, a capacidade instalada deve ser 15 816 MW.
O aumento da penetração de energias renováveis no mix energético português possibilitou também um
aumento na exportação de energia elétrica que, em 2013 foi cerca de 2 400 GWh. Apesar do aumento da
exportação de eletricidade, o saldo importador continua elevado, verificando-se em 2013 um valor superior a
duas vezes o valor da exportação (DGEG, 2013).
1.1 Enquadramento
Seguindo a tendência europeia e tendo em atenção a evolução das fontes de energia renovável (FER) foram
aplicadas políticas de incentivo à implementação de centros eletroprodutores em Portugal com base nestas
fontes de energia. Estas políticas de incentivo consistiram principalmente na bonificação da energia produzida
em grandes centros eletroprodutores e entregue à rede e, mais tarde, de pequenas produções descentralizadas,
tal como, a microprodução e a miniprodução.
No âmbito dos programas de microprodução e miniprodução, as tarifas de venda de energia à rede pública já se
encontram muito próximas, ou mesmo abaixo, do preço da eletricidade paga pelo consumidor final no setor
residencial ou comercial. Devido a esta redução de valor das tarifas de venda à rede, começam a ser
desinteressantes quando comparadas com os custos de produção própria da eletricidade necessária para
satisfazer o consumo, como se poderá observar mais à frente pela evolução anual de unidades registadas em
regime bonificado e regime geral (Portal Renováveisnahora, 2014).
O preço final de eletricidade praticado, quer em mercado regulado através do Comercializador de Último Recurso
(CUR)1, quer em mercado liberalizado através de comercializadores de mercado, , é composto por duas parcelas
principais: as tarifas das redes, onde se encontram os custos de acesso e utilização as redes de transporte e de
distribuição, e os custos de interesse económico geral (CIEG), onde se incluem os sobrecustos referentes aos
1 Tarifas transitórias atualmente em vigor até 31 de dezembro de 2015, publicadas pela ERSE.
2
incentivos das energias renováveis, não-renováveis, custos relativos à produção térmica e hídrica de sistema,
entre outros.
Relativamente à Baixa Tensão Normal (BTN) com potência contratada até 20,7 kVA, tradicionalmente associada
a consumidores residenciais, o valor da energia representa 43%, os custos com as redes 26% e os CIEG
representam 31% (dos quais cerca de 9% são custos relativos aos incentivos das energias renováveis) (ERSE,
2015).
Verifica-se também que o preço da eletricidade tem crescido consideravelmente nos últimos anos, tendo o preço
final, incluindo impostos e taxas, entre 2008 a 2015 aumentado em média 5,5% no caso de consumidores
domésticos de dimensão média2 e 2,15% no caso de consumidores industriais de média dimensão3, chegando
aos 0,2279 €/kWh e 0,1402 €/kWh, respetivamente (DGEG, 2015).
Cresce, assim, a necessidade de soluções alternativas para minimizar os encargos com a fatura energética, seja
pela redução dos consumos, aumento de eficiência energética ou recurso à produção descentralizada.
Um outro projeto de âmbito europeu, o Energy Roadmap 20504, estipula a meta de 80% de redução de emissão
de gases de efeito de estufa até 2050 relativamente a 1990 (ECF, 2010). O Energy Roadmap 2050 prevê também
que os preços médios da eletricidade final continuem a subir até 2030 e depois possam começar a descer, ou
tenham um incremento anual menor do que o verificado no período 2005 a 2030 (ECF, 2010).
A produção descentralizada de eletricidade permite aumentar a eficiência no sistema elétrico na medida em que
a energia produzida junto ao local de consumo tem menores perdas na rede, geralmente associadas ao
transporte e distribuição da eletricidade. Até hoje, os regimes de produção descentralizada existentes são pouco
exigentes na obrigação de adequação da produção ao consumo local, podendo mesmo ser ineficiente quando a
eletricidade produzida é superior aos consumos locais e desperdiçada.
Esta aposta nas energias renováveis tem vindo a ser acompanhada com incentivos públicos e privados à
implementação e desenvolvimento das tecnologias. Os custos destes incentivos acabam por se apoiar em grande
parte no sistema elétrico nacional (SEN) podendo levar à insustentabilidade das políticas utilizadas.
Ao permitir que os consumidores possam produzir a própria eletricidade para consumo direto na sua instalação,
o investimento passa a estar diretamente relacionado com a poupança verificada na fatura energética e não com
o pagamento de eletricidade renovável a valores mais altos.
2 Com consumos entre 2 500 kWh e 5 000 kWh. 3 Com consumos entre 500 e 2 000 MWh. 4 Projeto de iniciativa da European Climate Foundation (ECF) cujo objetivo é providenciar uma análise prática, independente e objetiva, de trajetórias que permitam alcançar uma economia de baixo carbono na Europa, em linha com os objetivos ambientais, económicos e da segurança de abastecimento.
3
1.2 Objetivos do estudo
O presente estudo pretende identificar de entre os diferentes esquemas de incentivos à implementação de FER
os que podem ser aplicáveis à produção distribuída, em especial ao regime de autoconsumo, e estudar a sua
aplicação em Portugal. Em particular, as situações a considerar são:
Autoconsumo isolado da rede;
Autoconsumo em instalação de utilização ligada à rede sem injeção de excedentes;
Autoconsumo ligado à rede com injeção de excedentes;
Net-metering.
Pretende-se identificar características nestes modelos de incentivo ou produção de eletricidade que permitam
aumentar a eficiência energética e a redução de custos com a fatura elétrica dos pequenos e médios
consumidores, e continuidade na concretização dos objetivos de integração de energias renováveis, avaliando a
nível económico-financeiro a sua adoção, em especial, no setor residencial e comercial.
Por forma a cumprir os objetivos propostos, será também necessário criar uma ferramenta que permita analisar
o consumo de uma instalação de utilização do setor residencial, comercial ou de uma pequena indústria, e
identificar as características que permitam dimensionar pequena produção fotovoltaica a instalar no local. A
produção, enquadrada num regime de produtor-consumidor, poderá ser utilizada para suprir as necessidades
energéticas de uma dada instalação de utilização e injetar eletricidade não consumida (excedente) na rede
elétrica ou funcionar como um sistema isolado.
A análise irá incidir sobre os perfis normalizados de 15 em 15 minutos de consumo para a BTN, BTE, e de produção
fotovoltaica para a microprodução e miniprodução, publicados no âmbito da Diretiva n.º 2/2015, de 14 de
janeiro, da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e sobre os perfis finais, calculados com base na
média de consumos e consumidores, produção e produtores de microprodução e miniprodução de tecnologia
solar fotovoltaica.
Nestes perfis, que serão associados ao consumo “típico” de cada setor em estudo, residencial, comercial ou
industrial, são selecionados dias típicos representativos de um dia útil e de fim-de-semana, de inverno e de verão,
e efetuada uma análise comparativa dos resultados comparados com uma análise global destes perfis.
Para adequar a produção a uma instalação de utilização existente é necessário que a central seja dimensionada
de acordo com as características do consumo, a tecnologia a instalar e, eventualmente, condições licenciamento
que venham a afetar as características da produção por forma a garantir a sua viabilidade económica. Este
dimensionamento terá hipóteses mais favoráveis ao ajustamento de perfis de produção e de consumo para os
modelos em estudo, ou seja, o autoconsumo isolado, autoconsumo sem injeção ou com injeção de excedentes
na rede, e o net-metering. Apesar do net-metering não estar contemplado atualmente na legislação existente
será também considerado uma vez que se trata de um modelo que não restringe a produção de energia em
função de limitações da rede.
4
As hipóteses de dimensionamento serão posteriormente submetidas a uma avaliação económica para
determinar a sua viabilidade e identificar as características que permitem melhor ajustar os perfis. Na avaliação
económica é considerada uma taxa de atualização de 4% para cálculo do valor atualizado líquido (VAL) a 15 e 20
anos, a taxa interna de rentabilidade (TIR) a 15 anos e o período de retorno do investimento.
1.3 Estrutura da dissertação
O Capítulo 1 tem carácter introdutório e destina-se a fazer primeira a abordagem ao tema e ao trabalho a
desenvolver.
Com o Capítulo 2 pretende-se caracterizar as diversas variáveis necessárias ao dimensionamento sistemas de
produção distribuída com autoconsumo fotovoltaico, nomeadamente, os esquemas de incentivos existentes, a
legislação aplicável, a fonte e o armazenamento de energia.
O Capítulo 3 incide na análise dos dados relativos a consumo e produção dias típicos de verão e inverno e é feita
a comparação entre os diversos dias típicos para cada caso de estudo, BTE e BTN, com vista à sua aplicação aos
modelos de autoconsumo e net-metering.
O Capítulo 4 refere-se ao programa desenvolvido, ao cálculo do balanço global do consumo e da produção com
base na análise dos perfis, à identificação das hipóteses de dimensionamento da produção, ao estabelecimento
dos pressupostos e dados necessários à avaliação económica e apresentação dos resultados desta avaliação.
No Capítulo 5 são apresentadas as conclusões relativamente à aplicação dos modelos estudados de
autoconsumo e net-metering, de acordo com as condições existentes em Portugal, e a sugestão de trabalho
futuro.
5
Capítulo 2. Legislação de autoconsumo de Energia Elétrica
As fontes de energia mais comuns associadas à produção descentralizada de eletricidade são a solar, fotovoltaica,
a eólica e hídrica, apesar de existirem pequenos geradores a biogás e biomassa (com ou sem cogeração)
(Renováveis na Hora, 2015). Os tipos de sistemas a utilizar diferem também caso sejam sistemas sem ligação à
rede (isolados) ou com ligação à rede (Matos e Catalão, 2013).
No caso de alguns recursos pode existir armazenamento de forma a controlar a produção de energia (por ex.:
biogás, hídrica) o que aumenta também os custos de implementação das centrais. Por outro lado mas, dadas as
características dos recursos renováveis, o armazenamento da eletricidade deve ser sempre uma opção a
considerar (Matos e Catalão, 2013). A eletricidade armazenada poderá ser posteriormente utilizada para
consumo em alturas de escassez ou em períodos horários diferentes dos da produção.
O autoconsumo pode ser incentivado ou não, dependendo das políticas adotadas em cada país e de acordo com
as possibilidades dos diversos esquemas de incentivo existentes.
2.1 Modelos de incentivo à implementação de FER
As políticas existentes de suporte à produção de eletricidade de FER já demonstraram ser funcionais e eficientes
mas não de igual modo. Existem políticas que têm um grande impacto e são igualmente eficientes ao nível de
custos, políticas que têm impacto mas com custos elevados e também políticas que não mostram resultados
apesar de terem incentivos que possam ser considerados excessivos.
Cada um dos regimes de incentivos que atualmente existem tem a sua natureza específica de acordo com cada
uma das seguintes modalidades: tarifas bonificadas, feed-in (feed-in tariff, FIT) e prémio bonificado (feed-in
premium, FIP), leilões, obrigações por quotas e certificados de origem (Tradable Green Certificates, TGC) e
incentivos de apoio direto ao investimento, taxas de juro de empréstimos reduzidas, isenção de impostos e
outras medidas fiscais (ECOFYS, 2008; AIE, 2011, Green Rhino Energy, 2015).
A aplicação destes regimes nos países da UE é estudada por diversas iniciativas para incentivar a integração de
energias renováveis e promover o diálogo entre os diversos intervenientes com vista à identificação dos
problemas existentes e apresentar soluções. Um dos projetos da Comissão Europeia da Energia Inteligente para
a Europa é o PV Grid, que conta com a participação de 16 países5 da UE e tem como objetivo contribuir para
ultrapassar as barreiras burocráticas que atrasam a integração em larga escala de energia fotovoltaica nas redes
de distribuição por toda a Europa (PV Grid, 2014). Este projeto, em conjunto com o projeto PV Legal, contemplou
a criação de uma base de dados de regulamentação existente nos países europeus com vista à partilha de
informação e melhoria do enquadramento legal existente com base nas experiências já registadas (PV Legal,
2014).
5 Países participantes no PV Grid: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Holanda, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa e Suécia.
6
Existe também outro projeto de relevar, também relacionado com os esquemas de incentivos e regulamentação
existente, o PV Parity6, com início em junho de 2011 e fim em novembro de 2013, teve como objetivo apoiar a
concretização do objetivo de gerar 20% do consumo final de energia na UE (30-35% da geração de eletricidade)
a partir de fontes de energia renováveis até 2020, com o menor impacto possível para a comunidade.
A questão fundamental em todos os esquemas está ligada ao investimento, a tarifa deve ser estável e previsível
do ponto de vista do investidor contudo os regimes remuneratórios devem ser flexíveis por forma a se adaptarem
à mudança dos pressupostos que os definem.
2.1.1 Tarifa bonificada (FIT) e Prémio bonificado (FIP)
No regime de FIT, também utilizado em Portugal7, os produtores têm a garantia de receber um pagamento fixo
por cada unidade de eletricidade gerada (MWh) independentemente do preço de mercado (ECOFYS, 2014; AIE,
2011). A tarifa é fixa durante todo o período de garantia, podendo ser indexada à inflação, diferenciada por
tecnologias ou escalões de produção de energia e ajustada com mecanismos de regressão para novos centros
eletroprodutores. Estas tarifas garantem ao produtor de eletricidade com origem em FER um valor de energia
durante um período de tempo, geralmente 15 a 20 anos (AIE, 2011), em que permite o retorno rápido do
investimento. As tarifas feed-in são, geralmente, limitadas a um montante de energia anual ou um montante de
energia máximo durante o tempo de garantia concedido, cessando a tarifa se algum destes limites for atingido
(ECOFYS, 2008). Este modelo é aplicável não só a grandes centros eletroprodutores mas também à produção
descentralizada.
Uma das principais características deste modelo é que retira os riscos de mercado a longo prazo, contudo, se a
tarifa não for devidamente ajustada aos custos atuais de produção pode não compensar a implementação dos
projetos, para além de que é menos compatível com os princípios do mercado liberalizado (AIE, 2011). Um
problema que ocorreu com este modelo é que o custo da tecnologia fotovoltaica baixou rapidamente, devido à
rápida evolução da tecnologia, e tornou as taxas de rentabilidade muito atrativas, resultando, no geral, em custos
elevados da implementação desta política (AIE, 2011).
Nas FIP os produtores têm de comercializar diretamente a eletricidade produzida no mercado e recebem um
pagamento adicional em cima do preço resultante, seja um pagamento fixo ou adaptado à variação dos preços
de mercado para limitar tanto o risco do preço praticado como o de permitir lucros inesperados ao mesmo tempo
(ECOFYS, 2008).
Trata-se de um instrumento baseado em preços onde os produtores recebem um prémio como pagamento em
adição ao preço da eletricidade no mercado grossista, usualmente combinado com um limite superior e inferior
6 Países participantes no PV Parity: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Grécia, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido e República Checa. 7 Em Portugal, o período de remuneração garantida tipicamente são 15 anos com exceção das hídricas cujo período de garantia pode ser até 25 anos (DL 126/2010) e do concurso de solar fotovoltaico em que também foi definido em 20 anos (DL 132-A/2010), e os limites de produção e energia entre 21-34 GWh por cada megawatt de potência de injeção. Na produção descentralizada os limites são de 15 anos e 2,6 MWh por cada quilowatt de potência de injeção para o solar fotovoltaico.
7
(Energypedia, 2015). As FIP podem ter valores fixos ou variáveis e também associados a mecanismos de redução,
mas uma vez que estão sempre associadas aos preços de mercado resulta que os produtores ficam mais
suscetíveis aos sinais de mercado e ao consumo.
As FIT ou FIP podem exceder, em alguns casos, as necessidades de incentivo de uma determinada tecnologia
como resultado da atividade de lóbis ou falta de conhecimento dos custos da geração de eletricidade baseada
em tecnologias de FER (como foi o caso da evolução a tecnologia fotovoltaica) (Fraunhofer ISI, 2014).
Para evitar este tipo de sobrecompensação as tarifas devem ser adaptadas numa base regular por forma a refletir
o custo do desenvolvimento sem destruir a confiança do investidor (Fraunhofer ISI, 2014).
2.1.2 CfD (Contracts for Difference, ou “Contratos pela Diferença”)
Neste modelo, é definido um preço limite pelo governo e garantido o contrato de longo prazo. Caso os preços
de eletricidade sejam inferiores ao preço limite os produtores recebem a diferença em forma de um pagamento
de FIP, se o preço da eletricidade exceder o preço limite os produtores pagam ao governo a diferença. (ECOFYS,
2014; ATKEARNEY, 2012)
O Reino Unido está atualmente no processo de introduzir um modelo de FIP baseado em CfD com vista a
substituir o modelo de quotas de FER atual até 2017. Os preços limites foram definidos em 2013 para a maioria
das tecnologias de FER para o período 2014-2019 e em alguns casos incluem uma regressão pré-determinada
(Energypedia, 2015; ATKEARNEY, 2012).
2.1.3 Leilões
Uma das formas de evitar os sobrecustos é a aplicação de esquemas de leilões que geralmente levam a que os
custos das FER sejam adequados uma vez que os investidores têm de competir pelo apoio. No entanto, os preços
poderão ser mais altos caso haja algumas imperfeiçoes no "mercado" que levem a um comportamento
tendencioso.
Nestes casos entidade reguladora anuncia a abertura de um concurso para instalar uma certa capacidade de
determinada ou diversas tecnologias, podendo contemplar localizações específicas para os projetos. Os
produtores interessados no concurso devem submeter as propostas e indicar o preço/tarifa a que se propõem
desenvolver o projeto (AIE, 2011). O licitante que fizer a proposta mais baixa, em termos de tarifa aplicável, é
selecionado (AIE 2011).
Estes concursos podem conter certos requisitos ou especificações tecnológicas, sendo frequentemente utilizados
para cumprir metas onde não existe mercado de certificados.
Os leilões não representam por si só um regime de incentivo, mas são utilizados para determinar o nível de
incentivo de outros regimes (como por exemplo os de tarifa bonificada) para garantir o incentivo às diferentes
FER (ECOFYS, 2014; ATKEARNEY, 2012).
8
2.1.4 Certificados de Origem (TGC) e Quotas
Este sistema baseia-se no conceito de classificar a energia produzida de acordo com a sua origem. A eletricidade
é vendida em mercado e, adicionalmente, os produtores podem vender um certificado que representa uma certa
quantidade de eletricidade renovável que foi gerada (AIE, 2011).
Os certificados podem também ser diferenciados por tecnologia para estimular a implementação de um leque
de tecnologias mais diversificado. A venda destes certificados garante um rendimento adicional ao preço do
mercado da energia final (AIE, 2011). A grande vantagem desta opção é a compatibilidade com os princípios de
mercado e da concorrência livre na determinação do preço8 (AIE, 2011).
A imposição de quotas de FER no mix da produção de eletricidade, seja aos consumidores, comercializadores ou
produtores, é complementar à implementação deste sistema incentivando o uso do mesmo (AIE, 2011). Em
contrapartida são também aplicadas penalizações sempre que as quotas não forem cumpridas (AIE, 2011).
Verifica-se que o sistema de certificados de origem funciona se forem também exigidas determinadas quotas de
eletricidade “verde” aos intervenientes do sistema elétrico, com limites de produção anual para garantir que os
preços não baixam rapidamente devido ao fornecimento em excesso dos certificados (ECOFYS, 2008;
ATKEARNEY, 2012).
2.1.5 Incentivos Fiscais e Subsídios
Neste esquema o incentivo pode significar a subsidiação direta de projetos, empréstimos com juros reduzidos,
deduções de impostos ou a combinação de várias destas medidas (ECOFYS, 2008; ATKEARNEY, 2012).
A subsidiação, por sua vez, é feita no início do desenvolvimento dos projetos sendo o montante do investimento
determinado de forma semelhante ao caso das feed-in, dependendo da tecnologia e da avaliação económica dos
projetos (ECOFYS, 2008).
Em certos modelos, os incentivos fiscais, ou créditos fiscais, podem ser transacionados, sendo a eletricidade
gerada remunerada em deduções de impostos em moeda corrente e ser aplicadas a entidades privadas. O
sistema de subsídios é usado para reduzir os custos com o investimento tornando o retorno para os investidores
mais rápido (AIE, 2011).
Esta medida foi utilizada principalmente nos Estados Unidos da América (EUA), onde os promotores recebiam
30% do valor do investimento em dinheiro, tornando assim os projetos, ou especificamente a tecnologia a
implementar, mais competitivos (AIE, 2011).
8 Tendo em conta que os certificados não são distintos de tecnologia para tecnologia, apenas as de mais baixo custo de implementação são incentivadas, ao mesmo tempo que as de maior custo não recebem incentivo suficiente.
9
2.1.6 Autoconsumo e net-metering
No autoconsumo é possível consumir a energia produzida diretamente sem recurso à rede elétrica mas pode ser
também considerada a possibilidade de venda de excedentes de energia à rede (Decreto-Lei 153/2014).
Já no net-metering verifica-se um encontro de contas de energia produzida que é injetada na rede e a consumida.
A produção excedente do consumo instantâneo é injetada na rede e contabilizada em créditos que podem ser
compensados no consumo num maior período temporal (até um ano ou dois anos), usando a rede elétrica como
armazenamento a longo prazo (EPIA, 2013). O net-metering pode ser entendido como a junção dos modelos de
autoconsumo direto com as tarifas feed-in (Hauff et al., 2011).
Estes modelos favorecem o consumo da eletricidade produzida, em detrimento do pagamento de tarifas pela
eletricidade injetada na rede, em produção distribuída localizada junto ao consumo. Cumulativamente, podem
existir incentivos diretos, como prémio sobre a energia autoconsumida9 ou indiretos no caso da tarifa feed-in ser
inferior ao custo da eletricidade para o consumidor final10 (EPIA, 2013).
A integração em larga escala de produção descentralizada, principalmente de sistemas fotovoltaicos, leva à
existência de alguns problemas técnicos como o aumento da tensão e congestionamento nas redes de
distribuição (Matos e Catalão, 2013). Nesse sentido podem ser consideradas algumas soluções ao nível do
operador da rede, como por exemplo: o reforço da rede, introdução de reguladores de tensão (OLTC),
compensação de potência reativa, armazenamento na distribuição (Matos e Catalão, 2013). Por outro lado, é
possível implementar soluções ao nível do produtor-consumidor (prosumer), nomeadamente, armazenamento
de energia no local, autoconsumo através de incentivos tarifários, controlo de potência ativa ou reativa pelo
inversor (controlando também a tensão) (Matos e Catalão, 2013). As soluções adotadas ao nível do produtor-
consumidor são mais eficazes e mais fáceis de implementar em comparação com a possibilidade de reforço da
rede. Através do autoconsumo e do net-metering com base em fonte solar é possível reduzir a carga na rede, em
especial nas horas de ponta e cheia, nos casos em que o pico de consumo ocorre neste período, e reduzir perdas
de transmissão e de distribuição (Matos e Catalão, 2013; ATKEARNEY, 2012).
Ainda que o consumo próprio contribua significativamente para aliviar o congestionamento da rede, na maioria
dos casos a ligação à rede continua a manter-se de forma a garantir a segurança de abastecimento de eletricidade
quando a geração não está disponível. A existência da ligação à rede no caso do autoconsumo leva à partilha de
benefícios e de custos entre o produtor e o sistema elétrico.
2.2 Estado da Arte
Em todo o mundo são utilizados modelos de net-metering puro, modelos que incentivam o consumo instantâneo
da eletricidade produzida e outros que consideram soluções intermédias entre estas duas opções. A diversidade
dos modelos é principalmente em fatores como: a existência de incentivos, o valor de remuneração do
9 Aplicável no Reino Unido (autoconsumo) e na Itália (net-metering). 10 Aplicável na Alemanha (autoconsumo) e também em Portugal (autoconsumo).
10
excedente, limites de energia e/ou limites de capacidade instalada, aplicação ou não das tarifas de sistema e de
acesso às redes, períodos em que são contabilizados os créditos (em net-metering), entre outros.
Na Europa, de entre os modelos de autoconsumo adotados pelos vários países, podem-se salientar algumas
características mais relevantes:
i. Valorização da energia autoconsumida
No caso da Croácia 80% da energia é valorizada com FIT (para instalações abaixo de 300 kWp), tal como
na Dinamarca e na Alemanha que atribuem uma FIT pela energia autoconsumida por forma a incentivar
a sua utilização. No caso de Malta, Finlândia e Áustria são utilizados contratos bilaterais para aquisição da
energia (European Commission, 2015).
ii. Custos de rede e sistema
Sendo isentos os custos de rede e/ou de sistema em alguns países, parcialmente ou totalmente, como é
o caso da Finlândia que aplica a parte fixa das taxas, da Alemanha que isenta taxas abaixo de 10 kWp e
para potências acima de 10 kWp ou energia superior a 10 MWh/ano em que reduz os custos até 40% em
2017, o caso da Itália que isenta os custos de rede e de sistema abaixo de 20 kW, parcialmente até 200 kW
e apenas custos de sistema acima de 200 kW, enquanto que em Malta, Croácia e Reino Unido não são
aplicados estes custos. No Chipre e na Áustria não há isenção os custos de rede e de sistema (European
Commission, 2015).
iii. Valorização do excedente de energia
A Alemanha paga um valor extra ao preço de mercado e também o Reino Unido paga uma FIP até 50% da
energia excedente (abaixo de 50 kWp).
Relativamente aos modelos de net-metering utilizados na Europa, pode-se identificar o período de saldo de
energia que pode ser anual (como é o caso da Bélgica, Chipre, Grécia, Itália, Letónia, Holanda e Suécia), horário
(como acorre na Dinamarca após a alteração do período anual para horário em 2012), semestral (no caso da
Polónia) ou pode ser negociado com o ORD (na Hungria pode-se optar pelo período mensal, semestral ou anual).
Relativamente aos incentivos da energia em net-metering, esta pode ser remunerada ao preço praticado pelo
comercializador (como ocorre no Chipre, Hungria, Dinamarca, Grécia, Letónia e Holanda), com FIT (no Polónia) e
também com reduções de no valor das tarifas de sistema (como sucede na Suécia) (European Commission, 2015),
No caso da Itália é usado um sistema de remuneração da eletricidade injetada na rede que é consumida
instantaneamente, que representa uma tentativa de favorecer o consumo direto mas mantendo um misto de
net-metering) (ECOFYS, 2013). Os requisitos de acesso ao net-metering variam muito ao nível da potência de
ligação e instalada mas principalmente são adequados a sistemas residenciais e comerciais, sendo os de maior
limite até 500 kW (em Itália).
Nos Estados Unidos da América o net-metering está bastante generalizado e implementado em pelo menos 47
estados (ECOFYS, 2013). Os operadores públicos, na sua generalidade, são obrigados legalmente a disponibilizar
11
net-metering aos clientes que o solicitarem, sendo os limites de potência instalada permitidos entre 10 kW e
10 MW nos diversos estados, consoante se trate de uma utilização residencial, comercial, industrial, estatal,
governamental, etc. (Poullikkas, A., Kourtis, G., Hadjipaschalis, I., 2013). A energia em excesso é remunerada
geralmente preço de retalho pelo comercializador mas alguns estados pagam a preços de mercado (ECOFYS,
2013).
2.3 Regulamentação em Portugal
No processo de estabelecimento e desenvolvimento do sistema elétrico nacional (SEN), desde há muito que
existe o conceito de produção de eletricidade para consumo próprio (Decreto-Lei n.º 26852 de 30 de julho de
1936 alterado pelos Decretos-Leis n.ºs 446/76, de 5 de junho, 517/80, de 31 de outubro, 272/92, de 3 de
dezembro e 4/93, de 8 de janeiro, e pela Lei n.º 30/2006, de 11 de julho), com base em energias renováveis ou
cogeração, inicialmente em pequenas hídricas associadas a indústrias ou em pequenas redes isoladas. Com a
publicação do Decreto-Lei n.º 189/88, de 27 de maio, foi definido um regime tarifário específico para a Produção
em Regime Especial (PRE) integrando os aproveitamentos hídricos até 10 MVA de potência instalada, a produção
de energia elétrica através de outras fontes renováveis e unidades de cogeração e produção a partir de resíduos
Os Decretos-Lei n.º 215-A e 215-B/2012, de 8 de outubro, vieram alterar e reorganizar o SEN, enquadrando a
produção de FER, cogeração, microprodução, miniprodução, produção sem injeção de potência na rede, e outras
com base em recursos endógenos, na produção em regime especial. Adicionalmente, deixou de ser aplicado ao
licenciamento deste tipo de instalações, exceto na cogeração, o Regulamento de Licenças de Instalações Elétricas
(RLIE) através do qual era possível o licenciamento de pequenas instalações de autoconsumo sem injeção na
rede. O autoconsumo veio a ser possível através da Portaria n.º 237/2013, de 24 de julho, sem a possibilidade
de injeção de excedentes na rede, até à publicação de legislação específica para o autoconsumo (Decreto-Lei
n.º 153/2014, de 20 de outubro).
A produção descentralizada teve forma no regime do produtor-consumidor (Decreto-Lei n.º 68/2002, de 25 de
março), na microprodução (Decreto-Lei n.º 363/2007, alterado e republicado pelos Decretos-Leis
n.º 118-A/2010, de 25 de outubro e Decreto-Lei n.º 25/2013, de 19 de fevereiro) e na miniprodução (Decreto-Lei
n.º 34/2011, de 8 de março, alterado e republicado pelo Decreto-Lei 25/2013, e que revogou o DL 68/2002)11.
Em 2014 a produção de eletricidade oriunda de microprodução e miniprodução atingiu perto de 235 GWh, como
mostra a Tabela 1, o que representa uma média de 1 423 horas de funcionamento equivalentes à potência
máxima relativamente à potência total instalada.
A Tabela 2 mostra o número de centrais de microprodução e miniprodução ligadas à rede, com o total de 26 193
microproduções e de 1 398 miniproduções, respetivamente. Verifica-se ainda que a fonte solar representa mais
de 99% das restantes fontes utilizadas.
11 Estes modelos são detalhados em anexo
12
Tabela 1 – Resumo da potência instalada e energia
produzida de microprodução e miniprodução em
2014 (DGEG, 2015)
Tipo Potência
(kW) Energia (MWh)
Microprodução 100 109 148 994
Hídrica 97 263
Eólica 418 231
Fotovoltaica 99 594 148 500
Miniprodução 64 846 85 813
Hídrica 20 61
Eólica 60 70
Fotovoltaica 64 765 83 146
Biogás 1 2 536
Total Microprodução +
Miniprodução 164 955 234 807
Tabela 2 – Resumo da quantidade e potência instalada de
microproduções e miniproduções até 2014 (Renováveis na
Hora, 2015)
Microprodução
Regime Remuneratório Nº Produtores Potência (kW)
Total Geral 1 033 4 682
Total Bonificado 25 160 89 501
Total Microprodução 26 193 94 183
Miniprodução
Total Bonificado
Escalão Nº Produtores Potência (kW)
I 865 13 338
II 395 23 720
III 138 28 411
Total Miniprodução 1 398 65 469
TOTAL Microprodução + Miniprodução
27 591 159 652
A discrepância de valores da potência instalada em quilowatt, observada nas Tabela 1 e Tabela 2, pode ser
explicada pelo facto de que a potência registada no Portal “Renováveis na hora” é referente à potência dos
equipamentos de ligação à rede e a potência indicada pela DGEG refere-se à potência efetivamente instalada
(que no caso da fonte solar é a dos painéis fotovoltaicos e não a dos inversores).
Por sua vez, o Decreto-Lei n.º 153/2014, de 20 de outubro, veio implementar o novo regime jurídico para as
unidades de pequena produção (UPP) e para autoconsumo (UPAC), revogando a microprodução e miniprodução,
tornando-se atualmente no único regime jurídico para a produção descentralizada.
Este diploma vem regular a atividade de produção de energia para autoconsumo baseado em várias tecnologias
de produção, renováveis ou não renováveis, com potência máxima instalada até duas vezes a potência
contratada da instalação de utilização com possibilidade de injeção de eventuais excedentes na rede.
Adicionalmente, é permitida a instalação de centrais pequena produção com venda total de energia à rede
limitadas a 250 kW, desde que o consumo seja de pelo menos 50% do valor da energia produzida, conforme
representação da Eq. 1, através de uma só tecnologia de fonte renovável.
𝐸𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 ≤ 2 × 𝐸𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 Eq. 1
13
Para centrais de autoconsumo, sem injeção na rede com potência instalada entre 0,2 kW e 1,5 kW a exploração
apenas necessita de uma comunicação prévia no sistema de registos, sendo as instalações até 0,2 kW isentas de
controlo prévio, conforme identificado na Tabela 3.
Tabela 3 – Resumo das condições de licenciamento de UPP e UPAC (Decreto-Lei 153/2014)
Autorização/ Licenciamento
Autoconsumo Pequena Produção
Potência Instalada
Isolado Sem injeção Com injeção de
excedentes Injeção total
na rede
Até 0,2 kW N.A. Necessário registo
e certificado de exploração Necessário
registo e certificado de
exploração (até 250 kW)
De 0,2 W a 1,5 kW
Mera comunicação prévia Necessário registo
e certificado de exploração
De 1,5 kW a 1 000 kW
Mera comunicação prévia Necessário registo e certificado de
exploração
A partir de 1 000 kW
Necessária licença de produção e de exploração N.A.
Nos casos em que a instalação de utilização não se encontra ligada à rede é necessário registo e certificado de
exploração, bem como, a instalação de contador, se pretender transacionar certificados verdes para a energia
autoconsumida.
No autoconsumo com injeção de excedentes na rede, a energia excedente é remunerada pelo valor calculado
através da fórmula da Eq. 2:
𝑅𝑈𝑃𝐴𝐶,𝑚 = 𝐸𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎,𝑚 × 𝑂𝑀𝐼𝐸𝑚 × 0,9 Eq. 2
Onde:
RUPAC,m é a remuneração do mês m em [€];
Efornecida,m é a energia fornecida no mês m, em [kWh];
OMIEm é o valor resultante da média aritmética simples dos preços de fecho do Operador do Mercado
Ibérico de Energia (OMIE) para Portugal (mercado diário), relativos ao mês m, em [€/kWh]
14
Os centros eletroprodutores destinados ao autoconsumo com potência superior a 1,5 kW, cuja instalação de
utilização se encontre ligada à RESP, fiquem sujeitos ao pagamento de uma compensação mensal fixa entre 30%
a 50% do valor dos CIEG caso a capacidade global em autoconsumo exceda 1% e 3% do valor da potência de
geração no sistema, respetivamente, nos primeiros 10 anos de exploração, calculada com base na Eq. 3:
𝐶𝑈𝑃𝐴𝐶,𝑚 = 𝑃𝑈𝑃𝐴𝐶 × 𝑉𝐶𝐼𝐸𝐺,𝑡 × 𝐾𝑡 Eq. 3
Onde:
𝐶𝑈𝑃𝐴𝐶,𝑚 é a compensação paga no mês m por cada kW de potência instalada, que permita recuperar
uma parcela dos CIEG na tarifa de uso global do sistema relativa ao regime de produção de eletricidade
em autoconsumo.
𝑃𝑈𝑃𝐴𝐶 é o valor da potência instalada;
𝑉𝐶𝐼𝐸𝐺,𝑡 é o valor que permite recuperar os CIEG da respetiva unidade de autoconsumo, medido em
[€/kW], apurado no ano t;
Kt é o coeficiente de ponderação, entre 0% e 50%, a aplicar ao 𝑉𝐶𝐼𝐸𝐺,𝑡 tendo em consideração a
representatividade da potência total registada das UPAC no Sistema Elétrico Nacional, no ano «t»
t é o ano de emissão do certificado de exploração do centro electroprodutor.
De acordo com os valores do coeficiente de ponderação Kt e com os valores associados à recuperação dos custos
decorrentes de política energética, de sustentabilidade ou de interesse económico geral (VCieg,t), em € por kW,
apurados para 2015 e publicados e aprovados pela Diretiva 15/2014 ERSE, de 15 de dezembro, a parcela
VCieg,t x Kt assume os valores que constam da Tabela 4.
Tabela 4 – Valores da parcela “Vcieg x Kt” para 2015 (ERSE 2014, Decreto-Lei 153/2014)
Nível de tensão/Tipo de Fornecimento,
VCieg,2015
P. Acumulada UPAC em relação à P. de Produção instalada
no SEN [%]
<1% 1% ≤ P ≤ 3% > 3%
Kt 0% 30% 50%
(€/kW)/mês
AT 2,617 0,0000 0,7851 1,3085
MT 3,062 0,0000 0,9186 1,5310
BTE 3,819 0,0000 1,1457 1,9095
BTN > 20,7 kVA 3,308 0,0000 0,9924 1,6540
BTN ≤ 20,7 kVA 5,78 0,0000 1,7340 2,8900
15
2.4 O recurso solar
A energia solar recebida num dado local depende da radiação incidente, especificamente do ângulo de incidência
da radiação sobre a superfície recetora que, por sua vez, depende da altura do dia, da estação do ano e da
proximidade do equador (EU JRC, 2014). Na Europa, os países do Sul são os que apresentam uma maior incidência
radiação, logo, são mais favoráveis ao aproveitamento deste recurso, como é o caso de Portugal (EU JRC, 2014).
No caso em estudo, entende-se como a superfície recetora a área dos módulos fotovoltaicos. Assim, a colocação
dos módulos deveria estar otimizada para captar o máximo de radiação solar direta, situação em que o ângulo
de incidência seria 0º (radiação incidente perpendicular ao plano dos módulos), contudo, esta situação obrigaria
à existência de seguidores solares em todas as centrais fotovoltaicas. No caso se uma instalação fotovoltaica fixa
não é possível manter o máximo de radiação incidente possível, assim, otimiza-se o ângulo de inclinação dos
módulos (plano de incidência) por forma a obter um ângulo com o maior rendimento diário de captação de
energia, tendo em conta a variação da altura solar ao longo do ano (Monteiro, 2014).
Dependendo se se pretende obter a máxima rentabilidade no inverno ou no verão, adiciona-se 15º à latitude do
local ou subtrai-se 15° à latitude do local, respetivamente, e para uma boa rentabilidade anual subtrai-se 5º à
latitude do local. Verifica-se então que para Portugal o ângulo de inclinação ótimo rondará 35° (Monteiro, 2014).
Observa-se nos dois mapas solares da Figura 1 a soma anual da irradiação global (kWh/m2) e a soma anual do
potencial de eletricidade gerada por um sistema de 1 kWp (kWh/kWp) assumindo um índice de performance12
de 75%, em que se considera a incidência no plano horizontal a) e outro num plano de inclinação ótimo b). Entre
as duas situações, a) e b), verifica-se um aumento em cerca de 150-200 kWh/m2 da irradiação global, o que
representa, no melhor caso, aproximadamente 1 600 horas equivalentes à potência de pico.
12 Índice que caracteriza o desempenho de diferentes sistemas fotovoltaicos e que é dado pelo quociente entre o número equivalente de horas, num dado período em que um sistema fotovoltaico funcionou à sua potência de pico e o número de equivalente de horas, num dado período, em que um gerador recebeu a irradiância de referência (Viana, 2010).
16
a)
b)
Figura 1 – Irradiação global e potencial de eletricidade gerada em Portugal13: a) no plano horizontal; b) no
plano com inclinação ótima (EU JRC, 2014)
A tecnologia mais usual para a tecnologia fotovoltaica é o Silício cristalino (Si), sejam monocristalino ou
policristalino, seguido Película Fina que poderá ser composta por Silício amorfo (a-Si), Telurieto de Cádmio e/ou
Sulfureto de Cádmio (CdTe/CdS), Selenieto de Cobre e Índio (CIS) ou Di-Selenieto de Cobre Índio Gálio (CIGS)
(Costa, 2013). Atualmente, a eficiência dos módulos fotovoltaicos ao nível comercial varia aproximadamente
entre 5%-20%, prevendo-se um aumento da eficiência até 2017 por forma a chegar aos 24% para o Si-
monocristalino, 19% no Si-policristalino/CdTe/CIGS e 12% para o a-Si (AIE, 2014).
Atualmente existem outras tecnologias em desenvolvimento e diversas técnicas acessórias que podem aumentar
a produção de energia, como o caso da tecnologia fotovoltaica de concentração e seguidores solares. Contudo,
estas tecnologias acarretam maiores custos de implementação dos sistemas (AIE, 2014).
2.5 Armazenamento
Quando se fala em armazenamento de energia, pode-se pensar para além da energia elétrica e adotar diferentes
formas de energia, mecânica, cinética ou potencial. As soluções existentes para armazenar energia proveniente
de FER intermitentes variam conforme as necessidades de armazenamento, grande capacidade ou pequena,
número de ciclos de carga/descarga, fiabilidade, durabilidade, preço, etc., e podem ser as seguintes:
13 Com base na média de dados recolhidos no período entre 1998 e 2011.
17
• Bombagem para uma albufeira – Este tipo de armazenamento associado à fonte hídrica dificilmente pode
ser aplicado numa pequena produção distribuída;
• Armazenamento de gás comprimido – Esta técnica já pode ser implementada em produção distribuída
podendo mesmo servir como alternativa à rede quando houver uma falha de energia;
• Discos de Inércia “Fly-wheels” – Sistemas bastante eficientes, vida útil longa, podem servir de apoio
alternativo ao fornecimento em caso de falha de energia ou mesmo alternativa económica à produção
distribuída (armazenamento em horas de vazio e consumo em horas de ponta)
• Baterias químicas – Uma opção viável à produção distribuída que contempla diversas opções de
tecnologias (ácido-chumbo, cádmio-níquel, hidreto de metelo-níquel, enxofre/sódio, iões de lítio,
polímero-lítio, entre outros (Silva, 2008);
• Super Condensadores – Apenas permite armazenar pequenas quantidades de energia durante pouco
tempo, utilizados principalmente em dispositivos eletrónicos;
• Células de combustível/Hidrogénio – A eletricidade excedente é utilizada na produção de hidrogénio que
posteriormente pode ser armazenado em reservatórios, a tecnologia de produção e eletricidade com base
no hidrogénio está ainda em evolução não sendo ainda economicamente viável.
Em sistemas autónomos as baterias de Ácido-Chumbo são os elementos mais comuns para o armazenamento
de curta duração. Estas baterias têm um bom rendimento mesmo para taxas de descarga elevadas (Viana, 2010),
contudo, os preços de instalação, manutenção e dos sistemas de controlo, tendo em conta a durabilidade das
mesmas, leva a que a sua aplicação em sistemas de autoconsumo seja ainda precoce. Assim, neste estudo não
se considera a aplicação prática de baterias mas sim uma situação de “armazenamento ideal”.
18
Capítulo 3. Análise de dados
A Diretiva n.º 2/2015, de 14 de janeiro da ERSE veio publicar os perfis de consumo tipo aplicáveis a clientes finais
MT, clientes finais BTE, três perfis para BTN, classes BTN A, BTN B e BTN C, perfil de consumo para iluminação
pública (IP), o perfil de produção aplicável à microprodução e miniprodução de fonte solar, os perfis de perdas
nas redes elétricas e o diagrama de carga de referência, aprovados para o ano de 2015.
Estes perfis tipo, ou iniciais, têm como objetivo a aplicação a todos os clientes finais que não tenham
equipamentos de medição com registo em períodos de 15 minutos. Estes perfis são normalizados e são
estimados através da aquisição de dados de sistemas de telecontagem e submetidos para aprovação pelos
operadores de rede. Nos casos em que não se encontram diferenciadas as quantidades de energia entregues
com o nível de informação suficiente para o cálculo das tarifas é necessário utilizar diagramas de carga
representativos dos perfis de consumo ou de produção do consumidor ou produtor padrão em dado nível de
tensão e opção tarifária.
Com base nestes perfis tipo e nos dados de consumo e número de consumidores, para cada nível de tensão ou
classe de consumo, e a produção e número de produtores para cada tipo de produção, são obtidos perfis com a
potência média instantânea para cada consumidor ou produtor. Estes perfis de potência média instantânea
consideram-se os perfis finais que serão utilizados para estimar os consumos e produções típicas associadas a
cada setor de atividade (residencial, comercial ou industrial).
3.1 Consumidores e fornecimento de energia
O consumo da energia elétrica aumentou gradualmente até 2010 chegando aos 48 949 GWh e desde então tem
vindo a decrescer até aos 46 245 GWh em 2013, de acordo com a Figura 2.
Figura 2 – Evolução do consumo de energia elétrica 1994-2012 (DGEG, 2015)
Relativamente ao consumo esperado em 2015 para os diferentes níveis de tensão, comparativamente a 2014
percebe-se pela análise das Figura 3 e Figura 4 o peso do mercado livre em relação aos fornecimentos nas tarifas
48.949 46.245
0
20.000
40.000
60.000
1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012Ener
gia
(GW
h)
Ano
Evolução do consumo de energia elétrica em Portugal Continental
Produção líquida + saldo importador Perdas de transporte e distribuição
Consumo Líquido de Perdas
19
transitórias, sendo estas apenas para a MT, BTE e BTN, chegando já perto dos 90% do consumo total, o que
representa cerca de 65% dos consumidores.
Figura 3 – Estrutura de consumos por mercado e nível de
tensão em 2014 (ERSE, 2014)
Figura 4 – Estrutura de consumos por mercado e nível de tensão
em 2015 (ERSE, 2014)
No documento Caracterização da procura de energia elétrica em 2015 (ERSE, 2014) são identificados os
fornecimentos de energia e o número médio de consumidores esperados em 2015, por tipo de fornecimento e
por mercado, conforme a Tabela 5. Importa referir que a iluminação pública teve uma categoria própria que
deixou de existir em 2014, sendo os respetivos consumos e o número de consumidores integrados na BTN
conforme estipulado no documento de Caracterização da Procura de Energia Elétrica em 2014 (ERSE, 2013).
20
Tabela 5 – Evolução esperada dos fornecimentos e de número de consumidores de eletricidade por nível de
tensão e por mercado considerada nas tarifas de 2015 (ERSE, 2014)
Fornecimentos de energia elétrica (GWh) Número médio de consumidores
Tarifas 2014
Tarifas Estimadas
2015
∆% T2015/T2014
Tarifas 2014
Tarifas Estimadas
2015
∆% T2015/T2014
Fornecimentos em Mercado
Regulado 10 254 4 644 -54,7% 3 440 878 2 238 233 -35,0%
MAT 0 0 - 0 0 -
AT 6 0 - 10 1 -90,0%
MT 545 168 -69,2% 2 358 853 -63,8%
BTE 330 180 -45,5% 6 039 2 564 -57,5%
BTN 9 373 4 296 -54,2% 3 432 471 2 234 815 -34,9%
Fornecimentos em Mercado
Livre 34 277 39 974 16,6% 2 638 836 3 850 406 45,9%
MAT 2 192 2 148 -2,0% 69 68 -1,4%
AT 6 388 7 032 10,1% 273 289 5,9%
MT 13 091 13 811 5,5% 21 218 22 850 7,7%
BTE 2 974 3 155 6,1% 27 511 31 175 13,3%
BTN 9 632 13 828 43,6% 2 589 765 3 796 024 46,6%
Fornecimento Total
44 533 44 617 0,2% 6 079 711 6 079 711 0,0%
MAT 2 192 2 148 -2,0% 69 68 -1,4%
AT 6 395 7 032 10,0% 283 290 2,5%
MT 13 636 13 978 2,5% 23 576 23 703 0,5%
BTE 3 304 3 335 0,9% 33 550 33 739 0,6%
BTN 19 006 18 124 -4,6% 6 022 236 6 030 839 0,1%
No caso da BTN, com base em estudos efetuados com vista à caracterização do consumo, efetuados pelo INESC
Porto e INESC Coimbra e apresentados à ERSE pelo ORD verificou-se a segmentação em três classes como indica
a Tabela 6.
21
Tabela 6 – Segmentação de consumidores em BTN (ERSE, 2014)
Potência Contratada (kVA) Energia (kWh)
Classe A > 13,8 -
Classe B ≤ 13,8 > 7 140
Classe C ≤ 13,8 ≤ 7 140
A cada uma destas três classes de consumo em BTN é possível associar tipos consumo mais voltados para
atividades profissionais ou para consumos ao nível residencial, com base nos perfis tipo de cada classe. No caso
representado na Figura 5 para o perfil tipo BTE, verifica-se um maior consumo nas horas de cheia e ponta com
decréscimo a meio do dia, sugerindo um consumo comercial/industrial.
Figura 5 – Diagrama semanal típico de consumo em BTE no inverno e no verão em 2014 (ERSE, 2014).
No caso do perfil BTN A, conforme a Figura 6, ainda que com consumos menores, os diagramas assemelham-se
aos perfis de BTE, sugerindo que o tipo de consumo será o mesmo.
Figura 6 – Diagrama semanal típico de consumo em BTN A no inverno e no verão em 2014 (ERSE, 2014).
22
No caso da BTN B, como mostra a Figura 7, os consumos já são algo distintos dos consumos acima descritos,
observando-se alguma aproximação entre os dias úteis e não úteis, contudo, verificam-se ainda os picos de
consumo que salientam a aproximação ao setor comercial.
Figura 7 – Diagrama semanal típico de consumo em BTN B no inverno e no verão em 2014 (ERSE, 2014).
Já no caso da BTN C, representado na Figura 8, os consumos são maioritariamente à noite em período de vazio
o que sugere um consumo residencial, mostrando semelhanças com a BTN B no período de verão.
Figura 8 – Diagrama semanal típico de consumo em BTN C no inverno e no verão em 2014 (ERSE, 2014).
3.2 Construção dos perfis para os dias típicos
Numa primeira aproximação tentou-se perceber qual era o comportamento dos consumidores e da produção
fotovoltaica através dos perfis de dias representativos dos consumos no inverno, no início de janeiro, e no verão
no início de julho, em dias úteis (tipicamente um dia a meio da semana) e fins-de-semana, tendo sido escolhidos
os dias:
14 de janeiro – dia útil inverno, quarta-feira 1 de julho – dia útil verão, quarta-feira
17 e 18 de janeiro – fim-de-semana inverno 4 e 5 de julho – fim-de-semana verão
23
O tipo de consumos associados aos perfis BTN A e BTN B podem-se considerar semelhantes ao tipo de consumo
associados ao perfil de BTE, pelo que, a análise apenas efetuada sobre os perfis de consumo BTE e BTN C, servindo
como exemplo do setor industrial/comercial e do setor residencial, e sobre os perfis produção da miniprodução
e microprodução, respetivamente. Os restantes resultados obtidos serão colocados em anexo.
3.2.1 Perfis de consumo
Os perfis de consumo são aplicáveis a todos os clientes finais que não dispõem de equipamento de medição com
registo de consumos em períodos de 15 em 15 minutos. Estes perfis foram estimados a partir dos consumos
registados pelos equipamentos de medição dos clientes finais, ou obtidos por estimativa, de cada perfil de
consumo aplicável. Para cálculo dos perfis finais de consumo, teve-se em conta o consumo total previsto para a
baixa tensão (21 459 GWh no conjunto BTN mais BTE) e a distribuição do consumo de cada opção tarifária em
BTN14 pelas diferentes classes, obtendo-se a repartição por nível de tensão e classe BTN que mostra a Tabela 7.
Tabela 7 – Distribuição do consumo anual na baixa tensão com distinção da classe BTN (ERSE, 2014)
Nível de Tensão/Classe
Consumo Anual (MWh)
Nº Consumidores
BTE 3 335 421 33 739
BTN A 4 982 764 1 658 029
BTN B 610 757 203 231
BTN C 12 530 544 4 169 575
Total 21 459 486 6 064 575
Cada conjunto de valores de consumo e de número de consumidores são aplicados ao respetivo perfil inicial para
cálculo dos perfis finais, que correspondem a perfis de potência média instantânea por cada consumidor. Os
perfis finais de consumo, para BTE e BTN C referentes a um dia útil de inverno e de verão típicos, são
apresentados para efeito comparativo na Figura 9, Figura 10, Figura 11 e Figura 12, sendo os restantes perfis
apresentados em anexo.
Relativamente à distribuição do consumo em BTE nos dias úteis, Figura 9 e Figura 10, o consumo é centralizado
em dois picos, um a meio da manhã e a outro a meio da tarde, verificando-se um aumento do consumo no
inverno em relação ao verão em cerca de 10%. A potência de pico de consumo é cerca de 21 kW e 17 kW no
inverno e verão, respetivamente.
14 A composição das opções tarifárias (Tri-horária, Bi-horária e Simples) pelas classes BTN A, BTN B, BTN C, é publicada pela ERSE no documento Caracterização da Procura de EE 2015.
24
Figura 9 – Perfil final de consumo em BTE num dia útil típico de verão.
Figura 10 – Perfil final de consumo em BTE num dia útil típico de inverno.
No perfil BTN C nos dias úteis, Figura 11 e Figura 12, verifica-se em geral um aumento em cerca de 30% no
consumo de inverno em relação ao de verão, existindo um pico de consumo nas horas de vazio (pelas 20h) com
cerca de 0,7 kW e 0,42 kW, em cada estação, respetivamente.
25
Figura 11 – Perfil final de consumo em BTN C num dia útil típico de verão.
Figura 12 – Perfil final de consumo em BTN C num dia útil típico de inverno.
3.2.2 Perfis de Produção
À semelhança do que foi feito para o consumo, pode aplicar-se a mesma metodologia aos perfis da
microprodução e miniprodução, sendo necessário identificar a produção anual de cada um destes regimes e o
número produtores associado, identificados na Tabela 8. Serão assim criados dois perfis distintos, um com base
no número de produtores e produção anual da microprodução e outro com os mesmos dados referentes à
miniprodução obtendo-se, assim, um perfil da produção média em cada uma destas situações.
26
Tabela 8 – Distribuição da produção, potência e número de produtores na microprodução e miniprodução em
2014 (DGEG, 2015; Renováveis na Hora, 2015)
Produção N.º Produtores Potência
Instalada (kW) Energia (MWh)
Microprodução 26 193 100 109 148 994
Miniprodução 1 398 64 846 85 813
Total 27 591 164 955 234 807
Apresentam-se na Figura 13, Figura 14, Figura 15 e Figura 16, os perfis finais dos dias úteis de inverno e de verão,
referentes à miniprodução e microprodução, sendo os perfis correspondentes aos restantes dias típicos
apresentados em anexo.
Na miniprodução nos perfis dos dias úteis de verão e inverno,
Figura 13 e Figura 14, verifica-se que a produção fotovoltaica se situa nas horas de maior radiação solar sendo a
produção no verão muito superior à do inverno, com um pico de produção no verão cerca de 12 kW superior ao
do inverno, chegando aos 25 kW. Também se verificam mais horas de produção no verão (perto de 14h), tendo
o perfil de produção uma base mais ampla, enquanto que no inverno a produção começa mais tarde e acaba
mais cedo tendo menos horas de produção (cerca de 10h).
Figura 13 – Perfil final de uma miniprodução num dia útil típico de verão.
27
Figura 14 – Perfil final de uma miniprodução num dia útil típico de inverno.
Relativamente à microprodução, Figura 15 e Figura 16, uma vez que o perfil inicial é o mesmo da miniprodução,
as características são as mesmas referidas anteriormente, com a diferença dos picos de produção no verão e
inverno que têm cerca de 2,3 kW e 1,2 kW, respetivamente.
Figura 15 – Perfil final de uma microprodução num dia útil típico de verão.
28
Figura 16 – Perfil final de uma microprodução num dia útil típico de inverno.
3.3 Análise comparativa
Por forma a perceber a adaptação dos perfis de consumo e de produção em cada classe, ou tarifário, foi feita a
sobreposição dos dois perfis para cada um dos dias típicos, como mostram a Figura 17 e a Figura 18, para BTE e
BTN C, respetivamente, sendo os mesmos perfis listados em anexo em escala adequada.
29
a)
b)
c)
d)
Figura 17 – Perfis de consumo (a vermelho) e de produção (a azul) para BTE e Miniprodução; a) Dia útil de
inverno; b) Dia útil de verão; c) Fim-de-semana de inverno; d) Fim-de-semana de verão;
Pode perceber-se que, num dia útil de inverno a produção não é suficiente para satisfazer o consumo nem nas
horas de maior produção. No caso do dia útil de verão existe algum excedente considerável na ordem dos 40 kWh
que não é suficiente para colmatar os períodos de consumo superior à produção diária, que aparenta ser
aproximadamente duas vezes este valor. O consumo num fim-de-semana de inverno é cerca de três vezes
superior à produção que apenas faz face aos consumos nas horas de maior produção, existindo um pico de
consumo fora destas horas (pelas 19h) perto da potência máxima do dia, sendo o excedente desprezável face ao
consumo neste perfil. Apenas no fim-de-semana de verão a produção se aproxima ao consumo, podendo mesmo
existir um equilíbrio energético diário.
Verifica-se, no geral, um consumo superior à produção o que poderá tornar o sistema viável para estes perfis,
seja em autoconsumo com venda de excedentes à rede ou no modelo de net-metering, contudo, verificando-se
globalmente um consumo superior à produção, pode haver margem para redimensionar a instalação e ainda ser
economicamente viável.
30
a)
b)
c)
d)
Figura 18 – Perfis de consumo (a vermelho) e de produção (a azul) para BTN C e Microprodução; a) Dia útil de
inverno; b) Dia útil de verão; c) Fim-de-semana de inverno; d) Fim-de-semana de verão;
O comportamento do perfil BTN C e perfil de microprodução já são completamente distintos da situação da BTE,
verificando-se grandes excedentes de energia no verão, possivelmente suficientes para colmatar os consumos
do resto do ano. No caso do inverno apesar de a produção ser em excesso do consumo instantâneo já não será
suficiente para colmatar os consumos das horas de vazio e super vazio, altura de maior consumo neste perfil.
Para satisfazer os consumos anuais nesta situação, haveria necessidade de armazenamento de energia não só
diária mas também do excesso produzido no verão, visto que o défice de produção de energia no inverno não é
suficiente para ser autossustentável.
Numa situação de autoconsumo com injeção de excedentes na rede poderá estar a produção desadequada ao
consumo e, uma vez que é sobredimensionada, poderá não ser viável a sua instalação de acordo com este
modelo.
Com base nesta informação de consumo e de produção diária dos perfis analisados, é possível prever alguns
problemas ou vantagens na adaptação ao autoconsumo nos diferentes modelos, com por exemplo: os casos em
que se verificam grandes excessos de produção relativamente ao consumo são desadequados a esquemas de
consumo isolado ou de venda de excedentes a preços muito inferiores ao preço final aplicado aos consumidores;
ou as situações de consumo anual e produção equivalentes em que os picos de produção são, no geral,
enquadrados nos picos de consumo, sendo mais valorizada a energia autoconsumida.
31
Capítulo 4. Avaliação Técnico-Económica
Neste ponto é abordado o programa desenvolvido em Matlab, o tratamento da informação dos perfis, os
pressupostos aplicáveis aos modelos de autoconsumo a estudar e, com base nos balanços de energia de consumo
e de produção, a avaliação económica dos modelos. Assim, são identificados os consumos e produções
necessários para a valorização da energia em cada uma das situações definidas anteriormente: Autoconsumo
Isolado, Autoconsumo com injeção na rede e Net-Metering.
É ainda avaliada a viabilidade destes sistemas com base nos perfis tipo calculando-se o valor atualizado líquido
(VAL), a taxa interna de rentabilidade (TIR) e o período de retorno do investimento.
Os indicadores, VAL e TIR, são calculados iterativamente de acordo com as respetiva fórmulas, dadas pela Eq. 4
e pela Eq. 5, respetivamente:
𝑉𝐴𝐿 = ∑𝐶𝐹𝑗
(1 + 𝑖)𝑗− 𝐼𝑡
𝑛
𝑗=1
Eq. 4
Onde,
𝐶𝐹𝑗 – É o cash-flow, ou receitas líquidas anuais do ano j
n – Anos de vida útil do projeto
𝐼𝑡 - Investimento inicial atualizado para o ano 0
i - Taxa de atualização
𝑇𝐼𝑅 = ∑𝐶𝐹𝑗
(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑗− 𝐼𝑡
𝑛
𝑗=1
Eq. 5
4.1 Aplicação Desenvolvida
Foi desenvolvido um programa em Matlab que permite ler um ficheiro de Excel (*.csv) contendo a informação
dos perfis de consumo e de produção15. Este ficheiro deve ter uma estrutura formada por 5 colunas, com a data
(DD-MM-AAAA), dia da semana, a hora a que respeita o intervalo de 15 em 15 minutos de cada medição
(HH:MM), o valor da potência instantânea de consumo (kW) e o valor da potência instantânea de produção (kW),
indicando na primeira linha o nome dos campos (por ex.: “Data; Dia; Hora; Consumo BTN C (kW); Microprodução
(kW)”). Na leitura do ficheiro é possível optar pela análise de perfis iniciais ou finais para diferenciação dos
resultados.
15 Neste caso para a fonte solar e tecnologia fotovoltaica.
32
Com base na informação dos ficheiros, o programa constrói os gráficos com os perfis de consumo e de produção
sobrepostos, sendo possível apresentar os perfis diário dos quatro dias típicos do ano considerados, ou das
semanas a que dizem respeito os dias típicos (14 a 20 de janeiro; 1 a 7 de julho). Apresentam-se como exemplo
a Figura 19 e a Figura 20 com os perfis semanais BTE para inverno e verão, respetivamente, encontrando-se os
restantes perfis em anexo.
Figura 19 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução), numa semana típica de inverno.
Figura 20 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução), numa semana típica de verão
Existe também a possibilidade de apresentar os perfis com identificação das áreas em que a energia é Consumida
da rede, Autoconsumida e Excedente, sendo também possível identificar a Energia Armazenada Consumida caso
se verifique a existência de armazenamento ou net-metering. Na Figura 21 e na Figura 22 são apresentados como
exemplo os perfis de consumo BTE e de miniprodução para o inverno e verão, respetivamente, contemplando o
modelo de net-metering com diferenciação dos períodos de autoconsumo, excesso de produção e consumo da
rede, sendo os restantes perfis com identificação de áreas apresentados em anexo.
33
Figura 21 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução) num sistema ligado à rede, com contabilização
dos excedentes em net-metering, numa semana típica de inverno.
Figura 22 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução) num sistema ligado à rede, com contabilização
dos excedentes em net-metering, numa semana típica de verão.
A análise com base nestes gráficos permite perceber facilmente o que se passa durante todo o ano. Neste caso,
na semana típica de inverno não existem praticamente excedentes de energia sendo, no geral, o consumo
superior à produção e no verão os excedentes que se verificam são praticamente suficientes para suprir as
necessidades energéticas da semana.
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
5
10
15
20
25Consumo e produção na semana de 14-20 janeiro (Net-Metering)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da rede
Energia Excedente
Energia em Saldo Net-Metering
Energia Autoconsumida
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
5
10
15
20
25
30Consumo e produção na semana de 1 - 7 julho (Net-Metering)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da rede
Energia Excedente
Energia em Saldo Net-Metering
Energia Autoconsumida
34
Adicionalmente, são efetuados cálculos para obter os balanços de energia para os dias típicos e para o ano, em
cada período horário de Ponta, Cheia, Vazio e Super Vazio, nomeadamente:
- Energia Consumida, sendo as necessidades de consumo da instalação de utilização, de acordo com o perfil final
de consumo;
- Energia Produzida, sendo a totalidade de energia produzida pela microprodução ou miniprodução, de acordo
com o perfil final de produção;
- Energia Autoconsumida, que é a energia produzida que é consumida instantaneamente na instalação de
utilização;
- Energia Excedente, que é o valor da produção de energia líquida do autoconsumo, ou seja, a diferença entre a
produção e o consumo instantâneos;
- Energia Importada da Rede, que representa a energia consumida da rede líquida do autoconsumo ou, nos
modelos de autoconsumo isolado da rede, representa o consumo esperado líquido de autoconsumo, sendo dada
pela diferença entre a energia consumida e a energia autoconsumida;
- Energia Armazenada Consumida, que representa o valor de energia que é consumida em alturas de consumo
superior à produção, proveniente de excedentes de energia (sendo que a totalidade da energia excedente se
contabiliza em saldo para utilização no modelo com armazenamento ou em net-metering);
- E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida, este valor representa a energia efetivamente consumida da rede
ou, nos modelos de autoconsumo isolado da rede, o consumo que fica por satisfazer, sendo dado pelo consumo
líquido de autoconsumo e de energia eventualmente armazenada ou proveniente de saldos de net-metering;
- Energia ainda Armazenada, que representa o saldo de energia remanescente no fim do período de análise de
saldos diários, semanais ou anuais de energia, caso exista armazenamento ou net-metering (este valor não é
diferenciado por períodos horários).
No caso dos dias típicos os balanços energéticos e os perfis são apresentados só e apenas para aquele dia, ou
seja, sem contabilização dos excedentes, saldos ou armazenamento de dias anteriores.
4.2 Casos de estudo
Na descrição de modelos de incentivo à produção descentralizada de energia com base em FER foram
identificados os modelos de produtor-consumidor aplicáveis ao estudo em questão, sendo eles o autoconsumo
com/sem injeção de excedentes na rede, já permitido pela legislação portuguesa e o net-metering, ainda sem
possibilidade de ser implementado em Portugal atualmente.
35
4.2.1 Autoconsumo Isolado/sem injeção na rede
Considera-se nestes modelos uma instalação do tipo BTN C, uma com armazenamento e outra sem, com
consumos tipicamente residenciais, associada a uma produção do tipo microprodução (abaixo de 5,75 kW).
Apresenta-se o resumo dos balanços de energia dos dias típicos na Tabela 9, encontrando-se em anexo os
resultados diferenciados por período horário, e na Tabela 10 os resultados anuais onde se salienta o consumo
anual de 3 005 kWh e a produção anual de 5 688 kWh.
Tabela 9 – Resumo dos resultados dos dias típicos para os perfis BTN C e microprodução
Resumo dos dias típicos BTN C
Dia útil
inverno (kWh) Fim-de-semana inverno (kWh)
Dia útil verão (kWh)
Fim-de-semana verão (kWh)
Consumo de Energia 10,15 10,57 7,50 7,55
Energia Produzida 7,67 7,67 21,61 21,61
Energia Autoconsumida 3,45 3,90 4,48 4,55
Energia Excedente 4,22 3,77 17,13 17,06
Consumo Líquido (Consumo – Autoconsumo)
6,69 6,67 3,02 3,00
Energia Armazenada Consumida
4,15 3,77 1,72 1,68
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
2,54 2,90 1,30 1,32
Energia ainda Armazenada 0,07 0,00 15,40 15,38
Tabela 10 – Saldos anuais de energia do Perfil BTN C e Microprodução, dos perfis base.
BTN C Saldos de Energia Anual
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 864 1 143 676 322 3 005
Energia Produzida 2 039 3 313 324 13 5 688
Energia Autoconsumida 429 849 131 12 1 421
Energia Excedente 1 610 2 464 192 1 4 267
Energia Importada da Rede 436 294 545 309 1 584
Energia Armazenada Consumida
436 292 497 276 1 501
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
0 2 48 34 83
Energia ainda Armazenada 2 766
36
A produção anual de energia seria suficiente para satisfazer o consumo previsto, contudo, como mostra a Figura
23 a) e c), o consumo fora das horas de produção conjugado com a fraca produção durante o inverno não
permitem que este sistema por si só seja suficiente para suprir as necessidades de energia.
Durante o verão, de acordo com a Figura 23 b) e d), o aumento de produção e a redução do consumo em relação
ao inverno permitem a sustentabilidade do sistema diariamente.
a)
b)
c)
d)
Figura 23 – Perfis de consumo e de produção para BTN C e Microprodução, num sistema isolado, com
identificação das necessidades de consumo (amarelo), excedente (verde), autoconsumida (laranja) e
proveniente de armazenamento (cinzento): a) Dia útil de inverno; b) Dia útil de verão; c) Fim-de-semana de
inverno; d) Fim-de-semana de verão;
4.2.1.1 Autoconsumo Isolado
Num modelo de autoconsumo isolado, ou seja, cuja instalação de utilização não se encontre ligada à rede parte-
se dos seguintes pressupostos:
- Toda a energia consumida é apenas a proveniente do autoconsumo e dos saldos de energia armazenada;
0.15 1.15 2.15 3.15 4.15 5.15 6.15 7.15 8.15 9.15 10.15 11.15 12.15 13.15 14.15 15.15 16.15 17.15 18.15 19.15 20.15 21.15 22.15 23.150
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4Consumo e produção num dia útil de inverno (AC Isolado da Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Consumo Esperado
Energia Energia Excedente
Energia Proveniente de Armazenamento
Energia Energia Autoconsumida
0.15 1.15 2.15 3.15 4.15 5.15 6.15 7.15 8.15 9.15 10.15 11.15 12.15 13.15 14.15 15.15 16.15 17.15 18.15 19.15 20.15 21.15 22.15 23.150
0.5
1
1.5
2
2.5Consumo e produção num dia útil de verão (AC Isolado da Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Consumo Esperado
Energia Excedente
Energia Proveniente de Armazenamento
Energia Autoconsumida
0.15 1.15 2.15 3.15 4.15 5.15 6.15 7.15 8.15 9.15 10.15 11.15 12.15 13.15 14.15 15.15 16.15 17.15 18.15 19.15 20.15 21.15 22.15 23.150
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4Consumo e produção num fim-de-semana de inverno (AC Isolado da Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Consumo Esperado
Energia Excedente
Energia Proveniente de Armazenamento
Energia Autoconsumida
0.15 1.15 2.15 3.15 4.15 5.15 6.15 7.15 8.15 9.15 10.15 11.15 12.15 13.15 14.15 15.15 16.15 17.15 18.15 19.15 20.15 21.15 22.15 23.150
0.5
1
1.5
2
2.5Consumo e produção num fim-de-semana de verão (AC Isolado da Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Consumo Esperado
Energia Excedente
Energia Proveniente de Armazenamento
Energia Autoconsumida
37
- O armazenamento deve ser suficiente para as necessidades de consumo diárias e ter em conta o excedente
diário;
- Entendendo-se por “armazenamento” a contabilização total da energia excedente do consumo instantâneo da
produção, não sendo consideradas as limitações do armazenamento de energia ao nível de capacidade ou
rendimento;
- A central fotovoltaica deve ser dimensionada para garantir que a produção é suficiente para as necessidades
de consumo anuais e diárias;
As necessidades de consumo diário excluindo o autoconsumo, de acordo com a Tabela 9, são cerca de 7 kWh no
inverno e 3 kWh no verão. Enquanto num dia de verão sobra energia suficiente para satisfazer os consumos do
dia, no inverno o excedente diário já não é suficiente. O caso mais restritivo em que a produção é insuficiente
para o consumo diário, ocorre no fim-se-semana de inverno em que o consumo é 10,57 kWh e a produção
7,67 kWh. Para garantir este consumo, a produção deveria aumentar em, pelo menos, 37,81%.
Após o aumento da produção obtêm-se os perfis da Figura 24 onde se pode confirmar que o aumento cumpriu
com o objetivo pretendido de suprir os consumos na semana de inverno. O excedente de energia de terça-feira
será suficiente para colmatar os consumos ao início da quarta-feira seguinte. Para o verão, a Figura 25 mostra
que os perfis são semelhantes aos anteriores uma vez que já existia energia para os consumos diários, sendo a
diferença principal o aumento de produção.
Assim, existindo produção suficiente para satisfazer o consumo no pior caso, o armazenamento deve ser
suficiente para um mínimo de 7 kWh diários.
Figura 24 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com aumento da produção em 37,81%,
num sistema isolado da rede, com armazenamento, numa semana típica de inverno.
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8Consumo e produção na semana de 14-20 janeiro (AC Isolado da Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Consumo Esperado
Energia Excedente
Energia Proveniente de Armazenamento
Energia Autoconsumida
38
Figura 25 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com aumento da produção em 37,81%,
num sistema isolado da rede, com armazenamento, numa semana típica de verão.
As alternativas para o dimensionamento da central e adaptação dos perfis de consumo e de produção são:
aumentar a produção fotovoltaica para garantir energia suficiente para o consumo do dia em que se verifica o
pior caso; acumular energia no verão para usar no inverno, caso se utilize um armazenamento de longo prazo;
inclusão de um gerador de recurso como, por exemplo, um gerador a diesel; redução de consumos de forma a
corresponder à produção diária.
4.2.1.2 Autoconsumo sem injeção na rede
Num modelo de autoconsumo cuja instalação de utilização se encontre ligada à rede mas sem injeção de
excedentes na rede, deve ter-se em conta o seguinte:
- A produção deve ser consumida instantaneamente minimizando os eventuais excedentes;
- A central fotovoltaica deve ser dimensionada de forma que os picos de produção correspondam aos mínimos
de consumo nos respetivos períodos;
Nesta situação a produção anual e a diária durante o verão, são excessivas para os consumos observados. Tendo
em conta o tipo dos perfis e os valores de pico, a situação mais restritiva será um pico de produção de 2,34 kW,
no verão, correspondente a um consumo de 0,33 kW no dia útil também de verão, o que implica a redução da
capacidade instalada de produção em 85,89%16.
A solução para a adaptação dos dois perfis ao caso em estudo poderá passar por: redução da capacidade
instalada de produção; considerar armazenamento de eventuais excedentes, por forma a não injetar energia na
16 Situação em que o pico de produção no verão, com 2,3393 kW, equivale ao consumo nesse instante, cerca de 0,3301 kW, ou seja, a produção deveria ser 14,11% da atual.
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5Consumo e produção na semana de 1 - 7 julho (AC Isolado da Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Consumo Esperado
Energia Excedente
Energia Proveniente de Armazenamento
Energia Autoconsumida
39
rede; instalar um sistema de controlo para deslastre de produção ou equipamento que limite a injeção de energia
na rede.
A Figura 26 e a Figura 27 mostram o resultado o ajustamento com redução de potência conforme era pretendido
na restrição do pico de consumo no dia útil de verão, sendo maximizada o autoconsumo da energia produzida.
Esta hipótese apenas poderá ser considerada após confirmada a viabilidade através da avaliação económica.
Figura 26 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com redução da produção em 85,89%,
num sistema sem injeção na rede, numa semana típica de inverno.
Figura 27 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com redução da produção em 85,89%,
num sistema sem injeção na rede, numa semana típica de verão
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7Consumo e produção na semana de 14-20 janeiro (AC s/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Pot
ênci
a(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
0.45Consumo e produção na semana de 1 - 7 julho (AC s/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
40
4.2.2 Autoconsumo com Injeção na Rede
Considera-se nestes modelos uma instalação do tipo BTN C associada a uma produção do tipo microprodução e
também uma instalação do tipo BTE, com consumos associados ao setor comercial/industrial, associada a uma
produção do tipo miniprodução (até 250 kW), tendo em consideração o seguinte:
- Não existe armazenamento de energia, sendo o excedente totalmente entregue à rede;
- A produção anual deve ser equivalente às necessidades de consumo;
- O dimensionamento deve ser mais cuidado no que respeita ao valor do excedente de energia que é injetado na
rede, dado o baixo valor em comparação com o valor da energia autoconsumida (Decreto-Lei 153/2014).
4.2.2.1 Perfil BTN C e microprodução
No caso da BTN C, podem usar-se os perfis da Figura 23, com a diferença de que não é considerada a energia
“proveniente de armazenamento”, contudo, os restantes perfis de produção, consumo e autoconsumo são os
mesmos.
Com base nos balanços anuais de energia verifica-se que a energia autoconsumida representa 47% do consumo,
enquanto a energia excedente entregue à rede representa cerca de 75% da produção. Verifica-se, assim, que
quase três quartos da produção é injetada na rede e, apesar da produção anual ser mais que suficiente para
suprir as necessidades de consumo, a produção deveria ser redimensionada.
Numa primeira aproximação pode-se agir na produção, havendo duas opções: reduzir a produção em 41,21%17,
para que o pico de produção do dia com menos produção seja igual ao pico de consumo desse dia, ou em
64,56%18, para que o pico de produção do dia com menos produção corresponda ao valor de consumo nesse
instante. Ao nível do consumo global, de acordo com os resultados apresentados na Tabela 11, verifica-se que a
redução de produção em 41,21% fez com que a produção seja na mesma ordem de grandeza do consumo. Ainda
na Tabela 11 verifica-se que a redução em 64,56% da produção fez com que, anualmente, a produção seja inferior
ao consumo.
Tabela 11 – Resultados da redução de produção de microprodução, para o perfil BTN C, em AC com injeção.
Redução
de 41,21% Redução
de 64,56%
Consumo de Energia (kWh)
3 005 3 005
Produção de Energia (kWh)
3 344 2 016
17 Situação em que o pico de produção no dia útil de inverno, de potência de 1,1862 kW, equivale ao pico de consumo desse dia, cerca de 0,6974 kW, ou seja, a produção deve ser 58,79% da atual. 18 Situação em que o pico de produção no dia útil de inverno, de potência de 1,1862 kW, equivale ao consumo durante esse pico, cerca de 0,4204 kW, ou seja, a produção deve ser 35,44% da atual.
41
Os perfis correspondentes às hipóteses de redução de 41,21% apresentam-se na Figura 28 e Figura 29, para
inverno e verão, respetivamente, enquanto os perfis correspondentes à redução de 64,56% constam da Figura
30 e da Figura 31, verificando-se em ambas as hipóteses que os ajustamentos pretendidos cumpriram o objetivo
teórico. No entanto, apesar do ajustamento em dias de inverno, em ambos os casos continuam a existir
excedentes consideráveis no verão, o que pode colocar em causa estes ajustamentos.
Figura 28 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com redução da produção em 41,21%,
num sistema com injeção na rede, numa semana típica de inverno.
Figura 29 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com redução da produção em 41,21%,
num sistema com injeção na rede, numa semana típica de verão.
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7Consumo e produção na semana de 14-20 janeiro (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4Consumo e produção na semana de 1 - 7 julho (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
42
Quanto à viabilidade dos resultados, dada a natureza do perfil BTN C em que o pico de consumo está desajustado
do de produção, a hipótese que mostra a Figura 28 parece não ser a mais adequada para este caso, contudo,
será confirmada esta hipótese na avaliação económica.
Figura 30 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com redução da produção em 64,56%,
num sistema com injeção na rede, numa semana típica de inverno.
Figura 31 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução), com redução da produção em 64,56%,
num sistema com injeção na rede, numa semana típica de verão.
4.2.2.2 Perfil BTE e miniprodução
Com base nos balanços anuais para BTE constantes na Tabela 12 verifica-se que os valores para o consumo e
produção anuais de energia são 98 860 kWh e 61 383 kWh, respetivamente. Assim, 80% da energia produzida
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7Consumo e produção na semana de 14-20 janeiro (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9Consumo e produção na semana de 1 - 7 julho (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
43
anualmente é autoconsumida mas cerca de 50% da energia consumida pela instalação continua a ser importada
da rede, existindo ainda margem para aumentar a produção de energia.
Tabela 12 – Saldos anuais de energia do Perfil BTE e Miniprodução, dos perfis base.
BTE Saldos de Energia Anual
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 27 740 42 103 18 474 10 543 98 860
Energia Produzida 22 000 35 754 3 491 138 61 383
Energia Autoconsumida 15 855 29 699 3 347 138 49 038
Energia Excedente 6 144 6 055 145 0 12 345
Energia Importada da Rede
11 885 12 404 15 128 10 405 49 821
Energia Armazenada Consumida
5 570 3 180 2 479 1 116 12 345
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
6 315 9 224 12 649 9 289 37 477
Energia ainda Armazenada
0
Relativamente aos dias típicos, a energia produzida diariamente nunca chega a ser suficiente para o consumo,
apesar de no verão, ser bastante próxima, em particular durante o fim-de-semana, como mostra a Tabela 13.
Tabela 13 – Resumo dos resultados dos dias típicos para os perfis BTE e miniprodução
Resumo dos resultados dos dias típicos BTE
Dia útil inverno
(kWh) Fim-de-semana inverno (kWh)
Dia útil verão (kWh)
Fim-de-semana verão (kWh)
Consumo de Energia 332,89 230,42 296,32 238,26
Energia Produzida 82,80 82,80 233,14 233,14
Energia Autoconsumida 82,80 79,93 186,65 138,98
Energia Excedente 0,00 2,87 46,49 94,16
Energia Importada da Rede 250,09 150,49 109,67 99,28
Energia Armazenada Consumida (ou Net-metering)
0,00 2,87 46,49 49,37
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida (ou Net-metering)
250,09 147,62 63,18 49,91
Energia ainda Armazenada (ou Net-metering)
0,00 0,00 0,00 44,79
44
Nos dias típicos de inverno o autoconsumo é acima de 90%, como confirma a Figura 32 a) e c), mas no verão o
autoconsumo situa-se em 80% e 60% nos dias úteis e fins-de-semana, respetivamente.
a)
b)
c)
d)
Figura 32 – Perfis de consumo e de produção para BTE e Miniprodução, num sistema com injeção de
excedentes, com identificação da energia consumida da rede (amarelo), excedente (verde) e autoconsumida
(laranja): a) Dia útil de inverno; b) Dia útil de verão; c) Fim-de-semana de inverno; d) Fim-de-semana de verão
Mais uma vez, a primeira aproximação seria agir na produção, havendo duas opções: aumentar a produção em
65,86%19, para que o pico de produção do dia com menos produção seja igual ao pico de consumo desse dia, ou
em 55,52%20, para que o pico de produção do dia com menos produção corresponda ao valor de consumo nesse
instante. Ao nível do consumo global, de acordo com os resultados apresentados na Tabela 14 verifica-se que
tanto aumento de produção em 65,86% como o aumento em 55,52%, fez com que a produção anual se
aproximasse do consumo nas duas situações.
19 Situação em que o pico de produção no dia útil de inverno, de potência de 12,7999 kW, equivale ao pico de consumo desse dia, cerca de 21,2302 kW, ou seja, a produção deve ser 165,86% da atual. 20 Situação em que o pico de produção no dia útil de inverno, de potência de 12,7999 kW, equivale ao consumo durante esse pico, cerca de 19,9068 kW, ou seja, a produção deve ser 155,52% da atual.
0.15 1.15 2.15 3.15 4.15 5.15 6.15 7.15 8.15 9.15 10.15 11.15 12.15 13.15 14.15 15.15 16.15 17.15 18.15 19.15 20.15 21.15 22.15 23.150
5
10
15
20
25Consumo e produção num dia útil de inverno (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
0.15 1.15 2.15 3.15 4.15 5.15 6.15 7.15 8.15 9.15 10.15 11.15 12.15 13.15 14.15 15.15 16.15 17.15 18.15 19.15 20.15 21.15 22.15 23.150
5
10
15
20
25
30Consumo e produção num dia útil de verão (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
0.15 1.15 2.15 3.15 4.15 5.15 6.15 7.15 8.15 9.15 10.15 11.15 12.15 13.15 14.15 15.15 16.15 17.15 18.15 19.15 20.15 21.15 22.15 23.150
2
4
6
8
10
12
14Consumo e produção num fim-de-semana de inverno (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
0.15 1.15 2.15 3.15 4.15 5.15 6.15 7.15 8.15 9.15 10.15 11.15 12.15 13.15 14.15 15.15 16.15 17.15 18.15 19.15 20.15 21.15 22.15 23.150
5
10
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20
25
30Consumo e produção num fim-de-semana de verão (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
45
Tabela 14 – Resultados do aumento de produção de miniprodução, para o perfil BTE, em AC com injeção.
Aumento
em 65,86% Aumento
em 55,52%
Consumo de Energia (kWh)
98 860 98 860
Energia Produzida (kWh)
101 809 95 462
Os perfis correspondentes às hipóteses de aumento de 65,86% apresentam-se na Figura 33 e na Figura 34, para
inverno e verão, respetivamente enquanto que os perfis referentes ao aumento de 55,52%% constam da Figura
35 e da Figura 36, verificando-se que nas duas situações o aumento de produção pretendido mostra adaptação
ao perfil de inverno. Contudo, em ambas as hipóteses existem excedentes consideráveis de energia no verão o
que pode colocar em causa estes ajustamentos.
Figura 33 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução), com aumento da produção em 65,86%, num
sistema com injeção na rede, numa semana típica de inverno.
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
5
10
15
20
25Consumo e produção na semana de 14-20 janeiro (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
46
Figura 34 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução), com aumento da produção em 65,86%, num
sistema com injeção na rede, numa semana típica de verão.
Figura 35 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução), com aumento da produção em 55,52%, num
sistema com injeção na rede, numa semana típica de inverno.
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45Consumo e produção na semana de 1 - 7 julho (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
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25Consumo e produção na semana de 14-20 janeiro (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
47
Figura 36 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução), com aumento da produção em 55,52%, num
sistema com injeção na rede, numa semana típica de verão.
4.2.3 Net-Metering
Considera-se nestes modelos uma instalação do tipo BTN C associada a uma produção do tipo microprodução e
também uma instalação do tipo BTE associada a uma miniprodução, nos seguintes pressupostos:
- A energia excedente é contabilizada em saldo e será valorizada totalmente em alturas de consumo superior à
produção;
- O dimensionamento da instalação de produção deve ter em conta como fator principal a produção anual de
energia aproximada do consumo anual.
4.2.3.1 Perfil BTN C e microprodução
No caso da BTN C, recorrendo novamente os perfis da Figura 23 e à Tabela 9 e à Tabela 10, considerando que a
energia proveniente de armazenamento é saldo de net-metering utilizado.
Nesta situação, uma vez que a produção anual representa 189% do consumo, verifica-se um
sobredimensionamento da produção. É necessário fazer o ajustamento tendo em conta que o consumo
representa 52,83% da produção e é reduzida a produção para corresponder a esse valor. Apresentam-se na
Tabela 15 os balanços de energia calculados com esta hipótese, onde se confirma a adequação da produção e o
consumo anuais. Verifica-se também na Tabela 15 que no balanço anual existe energia importada da rede que é
equivalente à energia em saldo de net-metering que não foi utilizado. Isto acontece porque no inverno a
produção não é suficiente para os consumo e ainda não existem saldos para utilizar.
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
5
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40Consumo e produção na semana de 1 - 7 julho (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
48
Tabela 15 – Resultados dos balanços de energia para BTN C, com redução de produção em 47,17%, para Net-
Metering
BTN C Saldos de Energia Anual
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 864 1 143 676 322 3 005
Energia Produzida 1 077 1 750 171 7 3 005
Energia Autoconsumida
409 818 114 7 1 347
Energia Excedente 668 933 57 0 1 658
Energia Importada da Rede
455 326 562 315 1 658
Saldo Net-Metering 408 286 429 250 1 373
E.Importada da Rede – Saldo Net-Metering
47 40 133 65 285
Energia ainda em saldo 285
A implementação desta solução dependerá apenas do investimento inicial e do tempo de retorno do
investimento.
4.2.3.2 Perfil BTE e miniprodução
Conforme visto anteriormente para o caso base, a energia produzida anualmente no caso apenas satisfaz 62%
do consumo, encontrando-se a produção subdimensionada.
A solução seria um aumento de 61,05% da produção, por forma a garantir que a produção é equivalente ao
consumo anual. Estes resultados serão confirmados na avaliação económica. Apresentam-se na Tabela 16 os
balanços de energia calculados com esta hipótese, onde se confirma a adequação da produção e o consumo
anuais. Conforme identificado no net-metering para BTN C, também aqui existe um valor de energia importada
da rede que é equivalente à energia em saldo de net-metering que não foi utilizado, também devido à baixa
produção no inverno.
49
Tabela 16 – Resultados dos balanços de energia para BTE, com aumento de produção em 61,05%, para Net-
Metering
BTE Saldos de Energia Anual
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 27 740 42 103 18 474 10 543 98 860
Energia Produzida 35 430 57 582 5 623 222 98 857
Energia Autoconsumida
17 021 33 425 4 314 222 54 982
Energia Excedente 18 409 24 157 1 309 0 43 875
Energia Importada da Rede
10 719 8 677 14 160 10 321 43 877
Energia Armazenada Consumida
9 712 6 983 11 500 8 747 36 942
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
1 006 1 695 2 660 1 574 6 935
Energia ainda Armazenada
6 933
4.3 Custos e Proveitos
Para cada uma das situações de modelos de produção identificadas, é necessário avaliar a unidade de produção
e os custos que lhe estão associados, em especial relativamente a duas unidades de produção, em média, de
4 kW e de 46 kW, respetivamente para a produção associada à BTN C e BTE.
No dimensionamento de uma instalação fotovoltaica, a potência de pico a instalar deve ser ligeiramente superior
à potência nominal da instalação de produção por motivos de perdas de produção até à entrega da energia e
também devido à perda de rendimento dos painéis. Em geral, considera-se a potência instalada de painéis deve
ser cerca de 10% superior à potência nominal da central para efeito de compensação de eventuais perdas.
Relativamente aos custos de investimento em unidade de produção distribuída, a literatura disponível nesta
matéria reporta que a gama de valores de investimento por potência instalada é da ordem de 1 200 €/kWp para
potências de 50 kW (Renováveis Magazine, 2015) e 1 500 €/kWp para pequenas produções na ordem de 5 kWp
(Lusosol, 2015).
Para os custos de operação e manutenção utilizou-se o valor de 1,2% do valor total do investimento. Na produção
foi também contabilizada a depreciação com um fator de 0,75% de redução anual ao valor de energia previsto
inicialmente.
Nesta análise não são contabilizados custos com armazenamento, mas será possível perceber através da margem
de lucro se é economicamente viável o uso destes equipamentos.
50
4.3.1 Valor da energia
Relativamente aos custos evitados na compra de eletricidade devido a autoconsumo e, também, para valorizar
a eletricidade produzida num sistema utilizado, consideram-se as tarifas transitórias de venda a clientes finais
em BTE e BTN (<=20,7 kVA e >2,3 kVA) publicadas pela ERSE, para o termo de energia e de potência, acrescidas
do valor do IVA (23%).
Para o autoconsumo, é também considerada a tarifa relativa à potência contratada. A potência contratada para
a instalação considerada, em BTE e BTN C, deveria ser igual ou superior ao valor dos picos de consumo, cerca de
21 kW e 0,7 kW, respetivamente. Contudo, uma vez que estas potências são médias representativas de todos os
consumos deste tipo, é necessário que a instalação cumpra os requisitos para acesso ao regime de autoconsumo,
nomeadamente, a potência de ligação da produção não pode ser superior a 100% da potência contratada
(Decreto-Lei 153/2014), sendo no caso da BTE estabelecida a potência de 46 kW (a mesma da instalação de
produção) e no caso da BTN C a potência de 4,6 kVA (imediatamente acima da potência nominal da instalação
de produção padrão com o valor de 4 kW).
Para os excedentes entregues à rede no autoconsumo e para valorização do excedente anual do net-metering,
o valor é 90% do preço médio do mercado para o pólo português, que no ano de 2015 (de janeiro a agosto) é de
49,9 €/MWh (REN Mercados, 2015). Este valor subiu face ao preço médio de 2014 que ficou em 41,9 €/MWh.
Adicionalmente, importa referir que, nos casos em que é injetada energia na rede poderia haver obrigação de
pagamento de uma tarifa de acesso às redes, reduzindo ainda mais o valor da energia excedente, contudo,
dentro da legislação atual não se considera o pagamento desta tarifa21.
4.4 Resultados
Na avaliação económica, o cálculo do VAL e da TIR para cada hipótese de estudo são efetuados para uma taxa
de atualização de 4%, para valores da TIR a 15 anos e do VAL a 15 anos e 20 anos, com recurso ao Excel, sendo
as respetivas folhas de cálculo apresentadas em anexo.
A avaliação económica é efetuada para cada um dos modelos e casos de estudo que se encontram sistematizados
na Tabela 17.
A percentagem de produção é relativa aos casos base, ou seja, uma miniprodução de 46 kW ou uma
microprodução de 4 kW de potência nominal, respetivamente.
21 No caso da produção em regime especial, o CUR é responsável pela aquisição da eletricidade produzida (conforme artigo 49.º, do DL 29/2006, na redação dada pelo DL 215-A/2012)
51
Tabela 17 – Tabela com o resumo de modelos e hipóteses em estudo
Casos de Estudo Hipóteses Consumo Tipo Produção Produção
AC Isolado H1 BTN C Microprodução 100,00%
H2 BTN C Microprodução 137,81%
AC s/Injeção H3 BTN C Microprodução 100,00%
H4 BTN C Microprodução 14,11%
AC C/Injeção
H5 BTN C Microprodução 100,00%
H6 BTN C Microprodução 58,79%
H7 BTN C Microprodução 35,44%
H8 BTE Miniprodução 100,00%
H9 BTE Miniprodução 165,86%
H10 BTE Miniprodução 155,52%
Net-Metering
H11 BTN C Microprodução 100,00%
H12 BTN C Microprodução 52,83%
H13 BTE Miniprodução 100,00%
H14 BTE Miniprodução 161,05%
Dadas as restrições imposta pela legislação atual (Decreto-Lei 153/2014) em que a potência de ligação não pode
ser superior à potência contratada, as hipóteses H9, H10 e H14 (identificadas a cinzento) não podem ser
consideradas. Das restantes hipóteses apenas a H2 mostra uma potência instalada superior ao caso base,
contudo, dado que se trata de um sistema isolado da rede, não existe a restrição da potência contratada
(Decreto-Lei 153/2014).
4.4.1 Autoconsumo Isolado
Na Tabela 18 são apresentados os resultados para o autoconsumo isolado onde se verifica que com os perfis
BTN C e microprodução não é viável um retorno do investimento dentro dos 20 anos previsto, para além de que,
como referido anteriormente, este caso não satisfaz as necessidades de consumo diárias e uma vez que a
instalação não está ligada à rede a central não é eficaz. Os perfis de consumo e da produção não estão adaptados
nesta situação, sendo as hipóteses a explorar: a redução de consumo diário de cerca de 7 kWh no inverno e
3 kWh no verão; armazenamento de longo prazo para aproveitar o excesso de produção no verão.
Também a situação de compensação do consumo de inverno, Hipótese 2, com o aumento de produção em
37,81%, não é viável até aos 20 anos. Apesar do aumento de produção que levaria à valorização de mais energia,
aumentou também o custo da instalação.
52
Tabela 18 – Resultados da avaliação económica para AC isolado da rede.
Autoconsumo Isolado
Caso de Estudo BTN C (H1) BTN C (H2)
Potência Instalada (kWp)
4,40 6,06
TIR a 15 anos (%) 0,48% -3,71%
VAL a 15 anos (€) -1 766,54 € -4 878,24 €
VAL a 20 anos (€) -531,91 € -3 681,14€
Período de Retorno (Anos)
#N/A #N/A
Conforme analisado anteriormente, as necessidades de armazenamento seriam cerca de 7 kWh, pelo que, o
valor de retorno dos investimentos nos 15 anos teria de ser suficiente também para instalação e manutenção do
armazenamento necessário, garantindo a capacidade, potência instantânea, durabilidade e custo adequado22.
Com base nos dados da avaliação económica pode-se concluir que, para uma instalação isolada da rede com o
perfil de consumo estudado, não se encontrou uma solução ideal para ajustamento dos perfis de produção aos
de consumo. Dado que o dimensionamento depende de a produção diária de energia ser suficiente para colmatar
o consumo diário e que economicamente não é viável essa opção.
Por forma garantir produção suficiente para este autoconsumo, a hipótese com os perfis base poderia ser
considerada mas com grandes restrições ao nível do consumo na ordem dos 70% nos dias de inverno e 40% no
verão.
4.4.2 Autoconsumo sem injeção na rede
No caso de uma instalação de utilização ligada à rede mas sem injetar excedentes de produção na rede, os
resultados da Tabela 19 mostram que a adaptação dos perfis conforme a Hipótese 4, ou seja, com redução de
cerca de 85% da produção permite um período de retorno de 5 anos.
No caso da Hipótese 3, a situação base, os perfis não são adequados ao modelo devido ao excesso de produção
que não é contabilizada nem é utilizada na instalação, sendo os custos do investimento elevados relativamente
à energia que é rentabilizada.
22 Existem soluções de armazenamento com baterias destinadas a este tipo de aplicações, em que o custo de um modelo para 7 kWh é na ordem dos 2 700,00 € (Tesla Motors, 2015).
53
Tabela 19 – Resultados da Avaliação Económica para AC sem injeção de excedentes.
Autoconsumo s/Injeção
Caso de Estudo BTN C (H3) BTNC (H4)
Potência Instalada (kWp)
4,40 0,62
TIR a 15 anos (%) -6,31% 20,69%
VAL a 15 anos (€) -4 455,40 € 1 559,33 €
VAL a 20 anos (€) -3 768,09 € 2 117,38 €
Período de Retorno (Anos)
#N/A 5,0
Confirma-se assim que a hipótese testada, que garantia que no dia típico com maiores excedentes o pico de
produção não ultrapassava o consumo nesse instante. No entanto esta solução significa uma redução do
consumo da rede de apenas cerca de 26%, podendo ser estudadas outras soluções que contemplem
armazenamento de excedentes de energia.
4.4.3 Autoconsumo com injeção na rede
Relativamente ao autoconsumo com a injeção de excedentes, a Tabela 20 apresenta os resultados da avaliação
económica para os perfis BTN C e BTE.
Verifica-se que para a BTN C, que a Hipótese 5, que representa o caso base, não aparenta ser viável. O facto dos
picos de consumo do perfil BTN C não coincidirem com o pico de produção fotovoltaica faz com que grande parte
da energia seja remunerada a preço de mercado. A Hipótese 6 também não permite retorno do investimento
durante os 20 anos considerados. Já a Hipótese 7 é viável, sendo a mais vantajosa e a única que permite o retorno
do investimento, mesmo em 14 anos. Verifica-se assim que o dimensionamento com base no dia útil típico de
inverno, sendo o dia com menos produção, é adequado ao dimensionamento da central, desde que seja
verificado que o pico de produção do dia equivale ao consumo nesse mesmo instante.
No caso da BTE, os perfis estudados para o caso base, mostram ser viáveis economicamente no prazo de 11 anos.
Apesar das hipóteses de ajustamento não serem viáveis, confirma-se assim que neste modelo a minimização de
excedentes de energia é o fator mais importante para o dimensionamento. Enquanto no inverno os perfis
mostraram uma boa adaptação e percentagem de autoconsumo, no verão o excedente aumentou em proporção
da produção, o que leva a piores resultados.
54
Tabela 20 – Resultados da Avaliação Económica para o AC com injeção de excedentes
Autoconsumo c/Injeção
Caso de Estudo BTN C (H5) BTN C (H6) BTN C (H7) BTE (H8)
Potência Instalada (kWp)
4,40 2,59 1,56 50,60
TIR a 15 anos (%) -2,47% 0,84% 4,87% 8,15%
VAL a 15 anos (€) -3.046,53 € -936,23 € 167,32 € 21 758,95 €
VAL a 20 anos (€) -2.090,74 € -200,32 € 759,89 € 40 686,29 €
Período de Retorno (Anos)
#N/A #N/A 13,4 10,3
Pode-se concluir que no autoconsumo com injeção de excedentes na rede, as hipóteses que conduziram à
viabilidade económica mais favorável foram as que consideraram a produção mais baixa, pelo que o
dimensionamento deve encontrar um equilíbrio para os excedentes de energia de verão.
4.4.4 Net-Metering
Para a BTN C observa-se na Tabela 21 que o caso base obteve retorno em pouco mais de 19 anos, contudo, na
Hipótese 12, com a produção equivalente ao consumo, o período de retorno do investimento reduziu para menos
de 11 anos. Uma vez que toda a energia consumida em net-metering é valorizada ao preço final de consumo, faz
sentido que esta seja a situação de maximização de retorno do investimento mas, a baixa produção no inverno
não permite que a energia excedente seja totalmente consumida, assim, parte dos excedentes que se verificam
durante o verão ficam por usar sendo saldados no final do ano a preço de mercado.
No caso da BTE a Hipótese 13, com os perfis base, aparenta ser adequada ao ajustamento entre os perfis, visto
que toda a energia é autoconsumida ou utilizada em net-metering não havendo excedentes no final do ano,
conforme a Tabela 21.
55
Tabela 21 – Resultado da Avaliação Económica para o Net-Metering
Net-Metering
Caso de Estudo BTN C (H11) BTN C (H12) BTE (H13)
Potência Instalada (kWp)
4,40 2,32 50,60
TIR a 15 anos (%) 1,66% 7,62% 10,83%
VAL a 15 anos (€) -1 195,54 € 1 081,56 € 37 136,65 €
VAL a 20 anos (€) 137,02 € 2 134,26 € 59 166,71 €
Período de Retorno (Anos)
19,2 10,5 8,4
Verifica-se assim que no setor residencial, o ajustamento testado melhorou o investimento face ao caso base e
reduziu em cerca 20% a importação de energia da rede. No setor comercial/industrial, o dimensionamento terá
de entrar em conta com o limite regulamentar à potência de geração, que tem de ser menor ou igual à potência
contratada.
56
Capítulo 5. Conclusão e sugestão de trabalho futuro
A análise efetuada aos esquemas de incentivos às FER baseados em modelos de produtor-consumidor, para
autoconsumo isolado, autoconsumo com ou sem injeção na rede e net-metering, permitiu perceber melhor as
vantagens e desvantagens que cada um tem, quer para os produtores, quer para o sistema elétrico.
Foi possível perceber que estes modelos são algo sensíveis a alterações que levem a custos adicionais, pelo que,
quaisquer barreiras ao nível de regulamentação ou de implementação que venham a ser criadas podem impedir
a concretização de um projeto deste tipo.
De forma a perceber a adaptação dos perfis de produção e de consumo publicados pela ERSE, calcularam-se os
perfis finais com base no consumo médio de um consumidor de cada classe, ou opção tarifária, e na produção
média de um microprodutor e miniprodutor. Nesses perfis, identificaram-se dias típicos representativos dos
consumos e produção, de inverno, verão, dias úteis e fim-de-semana, e os períodos em que são realizados os
maiores consumos e pico de produção, do setor comercial, ou de pequena indústria, e do setor residencial.
No setor residencial, verifica-se que o perfil de produção fotovoltaica não está ajustado com o consumo. Isto
deve-se ao facto de grande parte do consumo estar localizado mais perto do final do dia, enquanto a produção
se situa nas horas de cheia do período da hora do almoço. No setor comercial, os picos de consumo
correspondem, em geral, aos picos da produção, contudo, os consumos nas horas de fraca produção são ainda
consideráveis.
A análise com base nos perfis e resultados dos dias típicos mostra que os dias escolhidos são adequados para
servir de base de trabalho para o dimensionamento de autoconsumo isolado e ligado à rede, com ou sem injeção
de excedentes, sem prejuízo de se poder entrar com dados do consumo anual para melhorar o ajustamento da
produção ao consumo. Nos casos de ajustamento do consumo e da produção anuais para o net-metering, são
usados os resultados da análise anual dos perfis e a adaptação dos perfis de produção e de consumo.
Foram estudados os casos base dos perfis e hipóteses de ajustamento da produção e do consumo. No geral, os
ajustamentos necessários aos perfis para que os modelos sejam viáveis implicam a redução da produção. Quanto
menor for a produção renovável, maior é a percentagem de autoconsumo relativamente à produção, contudo,
sendo um dos objetivos aumentar o autoconsumo reduzindo o consumo da rede, foi necessário procurar um
dimensionamento ideal da produção. Verificou-se que, mesmo nas situações estudadas, supostamente mais
adaptadas a cada caso, os excedentes de energia têm um papel determinante na viabilidade do investimento.
Após identificação das hipóteses de ajustamento da produção ao consumo, foi realizada uma análise de
viabilidade económica para validar os resultados que permitem os melhores ajustamentos.
Para o autoconsumo isolado da rede não se encontrou uma solução ideal para ajustamento dos perfis de
produção aos de consumo, uma vez que o dimensionamento depende de a produção diária de energia ser
suficiente para colmatar o consumo diário. Neste caso, é também necessária a existência de armazenamento na
ordem de 7 kWh por dia para garantir que essa energia fica disponível para consumo. Verifica-se que os perfis
57
base estudados poderiam ser aplicados num sistema isolado mas com grandes restrições ao nível do consumo,
nomeadamente a redução na ordem dos 70% nos dias de inverno e 40% no verão. A hipótese de
dimensionamento com base no dia de menor produção e maior consumo, também não se traduz num
investimento com retorno num período de 20 anos.
Com base nos resultados da análise económica verificou-se que, no caso de uma instalação de utilização ligada
à rede em que a produção não injeta excedentes na rede, o dimensionamento ideal visava garantir que no dia
típico com maiores excedentes, o pico de produção não ultrapassava o consumo nesse instante. Esta hipótese
foi adequada a esta situação e conclui-se que o retorno do investimento ocorre em 5 anos, contudo, esta situação
significa uma redução do consumo da rede de apenas cerca de 26%.
No autoconsumo com injeção de excedentes na rede, as hipóteses que conduziram à viabilidade económica mais
favorável foram as que consideraram a produção mais baixa. Para o setor residencial, a situação base dos perfis
de consumo e de produção não viabilizou a rentabilidade do modelo e apenas uma das hipóteses originou um
dimensionamento economicamente viável, em menos de 14 anos, que teve por base a adaptação do pico de
produção, do dia com menos produção, ao valor de consumo nesse instante. Já no setor comercial/industrial, as
hipóteses de dimensionamento estudadas não cumpriam com a regulamentação aplicável na medida em que a
potência de ligação da geração era superior à potência contratada, contudo, o caso dos perfis base mostrou uma
boa adaptação e percentagem de autoconsumo obtendo o retorno do investimento em 11 anos. Assim, o
dimensionamento nestes casos deve também entrar com otimização dos excedentes durante o verão.
Para o net-metering, nos pressupostos assumidos, considerou-se o caso ideal em que a produção anual seria
equivalente ao consumo. Verifica-se que, no setor residencial, o ajustamento testado resultou na redução em
quase 9 anos do tempo de retorno do investimento em relação ao caso base, que previa um retorno do
investimento em cerca de 19 anos. No setor comercial/industrial, o ajustamento estudado não viabilizou a
instalação tendo em atenção a restrição regulamentar que limita a potência de ligação da geração à potência
contratada, contudo, o caso base viabilizou o investimento com um retorno em menos de 9 anos. Constatou-se
também neste modelo que, mesmo com a produção anual de energia equivalente ao consumo, no final do ano
existe sempre um remanescente de energia que é importada da rede e outra quantidade equivalente de energia
que permanece em saldo, esta situação ocorre devido à fraca produção fotovoltaica durante o inverno que não
gera excedentes suficientes para colmatar os consumos diários.
As hipóteses estudadas tiveram por base o que se considerou serem as situações mais restritivas ao
autoconsumo direto, nomeadamente, redução de picos de produção em períodos de menor consumo, energia
produzida anualmente equivalente ao consumo e energia produzida diariamente permitir satisfazer os consumos
diários, contudo, a análise económica não confirma algumas destas hipóteses. Esta primeira abordagem não teve
o sucesso pretendido em certos casos, devendo-se otimizar a produção nos dias de verão, analisar as situações
de limite de potência de ligação, contemplar situações com armazenamento no caso do autoconsumo com
injeção de excedentes na rede e estudar possíveis ajustamentos nos picos de consumo. As hipóteses de
dimensionamento testadas com base nos dias típicos podem ser um ponto de partida, contudo, o ideal seria
58
efetuar nova análise tendo em conta as restrições entretanto identificadas e efetuar mais iterações para
ajustamento da potência de produção, seguidas de análise financeira, para afinar os valores ideais de produção
para este tipo de consumos. Assim, para além da utilização de baixas potências de painéis fotovoltaicos, apenas
foi possível concluir quanto ao dimensionamento ótimo da produção sem injeção na rede, sem armazenamento,
podendo os restantes casos de estudo ainda ser ajustados.
Quanto à adaptação dos modelos de autoconsumo, verifica-se que no net-metering a redução de energia
proveniente da rede é na ordem dos 90% nos casos ajustados, enquanto no autoconsumo com injeção a redução
é na ordem de 50% e sem injeção 26%. Conclui-se assim que, os modelos existentes, de acordo com os perfis
estudados não permitem evitar grande parte dos consumos da rede, contudo, já permitem fazer face aos custos
com fatura energética de pequenos consumidores ou da pequena indústria, se o objetivo não for um retorno do
investimento a curto prazo.
A implementação legal do net-metering seria aconselhável, uma vez que permite valorizar ao máximo o
excedente de energia produzida. Seria um caminho para a incentivar a proliferação de produção de energia com
base em FER e mitigaria os problemas provenientes da intermitência da produção, minimizando os custos com
implementação.
Para trabalho futuro, considera-se que o desenvolvimento adicional deste estudo com identificação de restrições
adicionais ao dimensionamento de FER, tendo em atenção a constante evolução da tecnologia existente e
redução de custos de implementação, em especial no armazenamento de energia, e com um programa que
relacione a análise financeira com a produção, poderia trazer resultados mais concretos sobre a viabilidade dos
modelos de autoconsumo.
59
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64
65
Anexos
Anexo I. Regulamentação de produção distribuída em Portugal
Produtor-Consumidor (Decreto-Lei n.º 68/2002)
Neste regime, era possível instalar fontes de energia renováveis de produção de energia elétrica em BT junto aos
locais de consumo, destinada principalmente ao consumo próprio mas com a possibilidade de entregar os
excedentes à rede pública ou a terceiros. O produtor-consumidor deveria consumir pelo menos 50% da energia
elétrica produzida e entregar à rede pública uma potência até 150 kW.
A remuneração da produção vigora durante 120 meses e é calculada, através da Eq. 6, a partir de um prémio
adicionado valor da energia do tarifário em vigor, para a venda a clientes finais em baixa tensão especial (BTE),
em ciclo diário ou semanal, sem consideração do termo tarifário fixo nem do termo da potência contratada,
expresso em €.
𝑉𝑅𝐷𝑚 = 𝑉𝑅𝐷(𝐵𝑇𝐸)𝑚 + 𝐶𝑡 × 𝐸𝐸𝐶𝑚 ×
𝐼𝑃𝐶𝑑𝑒𝑧
𝐼𝑃𝐶𝑟𝑒𝑓
Eq. 6
Onde:
VRDm é a remuneração aplicável a centrais renováveis, no mês m;
IPCdez é o índice de preços no consumidor, sem habitação, no continente, referente ao mês de dezembro
do ano anterior ao do mês m;
IPCref é o índice de preços no consumidor, sem habitação, no continente, referente ao mês anterior ao
da publicação do despacho que estabeleceu o valor de Ct (ou seja, 2002);
Ct é o coeficiente correspondente à tecnologia utilizada pela produção, em €/kWh
o Motores ciclo Otto – 0,01 €/kWh
o Micro turbinas a gás – 0,015 €/kWh
o Motores ciclo Stirling – 0,02 €/kWh
o Pilhas de combustível – 0,02 €/kWh
o Painéis solares fotovoltaicos – 0,02 €/kWh
o Outros equipamentos autónomos – 0,015 €/kWh
EECm é a energia fornecida à rede pela instalação de produção no mês m, em kWh
No caso de um sistema fotovoltaico de 100 kW, o valor aproximado (Viana, 2010) da tarifa é 0,24 €/kWh.
66
Em estudos anteriores verificou-se que este tipo de regime não é economicamente viável para aplicação e
sistemas solares fotovoltaicos dado que não permite o retorno do investimento, contudo, no caso da co-geração
com uma turbina a gás natural, já torna viável o investimento tendo também em conta a procura/oferta de
energia térmica.
Com a redução de custos atualmente verificados dos sistemas fotovoltaicos este regime poderia ter algum
sucesso, estando novamente os incentivos existentes a voltarem-se para o autoconsumo. Contudo, o regime não
estava adaptado à evolução e custo dos sistemas na altura em que foi publicado, tendo resultado um pequeno
número de instalações licenciadas.
Microprodução
O regime jurídico da microprodução prevê um procedimento simplificado de licenciamento de unidades de
produção distribuída a partir de FER até 5,75 kW, a serem instalados em locais com instalações de utilização
ligados em BT. O registo e licenciamento é efetuado o registo online através do Sistema de Registos de
Microprodução (SRM) no Portal Renováveis na Hora (http://www.renovaveisnahora.pt).
A microprodução define dois regimes, o Geral e o Bonificado. O Regime Geral é aplicável a qualquer tipo de
microprodução limitada a 5,75 kW (25 A) e no regime bonificado23 até 3,68 kW (16 A). Em ambas as situações só
é possível aceder ao regime desde exista um contrato ativo de fornecimento de energia e que a potência de
ligação solicitada seja igual ou inferior a 50% da potência contratada pela instalação de utilização. O acesso ao
regime bonificado depende de prévia atribuição de potência dentro de quotas e prazos pré definidos, sendo
divulgada anualmente a programação de alocação de potência e as respetivas quotas.
A tarifa de remuneração do regime geral não tem limite de período de remuneração garantida nem de máximo
de energia anual a injetar na rede. Até 2013 o valor da tarifa era igual ao custo da energia do tarifário aplicável
pelo comercializador de último recurso do fornecimento à instalação de consumo, contudo, com a entrada em
vigor do Decreto-Lei 25/2013, a remuneração é dada acordo com a Eq. 7:
𝑅𝑒𝑚𝑚 = 𝑊𝑚 × 𝑃𝑟𝑒𝑓 ×𝐼𝑃𝐶𝑛−1
𝐼𝑃𝐶𝑟𝑒𝑓
Eq. 7
Onde:
Pref é o valor da parcela de energia da tarifa simples entre 2,30 e 20,7 kVA aplicada no ano de 2012 pelo
comercializador de último recurso ao fornecimento da instalação de consumo, com o valor de
0,1393 €/kWh;
IPCref: o índice de preços no consumidor, sem habitação, no continente, referente ao mês de dezembro
de 2011, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística, I.P;
23 O acesso ao regime bonificado depende da instalação de pelo menos 2 m2 de coletores solares térmicos
67
IPCn-1: o índice de preços no consumidor, sem habitação, no continente, referente ao mês de dezembro
do ano n-1, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística, I.P.
Os valores de tarifa resultantes da aplicação da fórmula do regime geral são os indicados na Tabela 22.
Tabela 22 – Tarifa de microprodução em regime geral (Decreto-Lei 25/2013).
Ano Remm (€) Wm (kWh) Pref (€/kWh) IPCn-1/IPCref IPCref IPCn-1
2013 0,1418 1 0,1393 1,018 98,514 100,306
2014 0,1421 1 0,1393 1,020 98,514 100,461
2015 0,1413 1 0,1393 1,014 98,514 99,965
No regime bonificado a energia é remunerada durante um período de 15 anos, até ao limite de 2,4 MWh/ano
por cada kW instalado, no caso da eólica e da fotovoltaica, e até 4 MWh/ano por cada kW instalado, com uma
tarifa bonificada ajustada a cada tipo de fonte: Solar 100%; Eólica 80%; Hídrica 40%; Cogeração a Biomassa 70%;
Cogeração não renovável 40%; Pilhas de combustível com base em hidrogénio proveniente de miniprodução
renovável – percentagem prevista nas alíneas anteriores aplicável ao tipo de energia renovável utilizado para a
produção do hidrogénio.
Até à entrada em vigor do DL 118-A/2010, a remuneração era fixa durante 5 anos sendo reduzida todos os anos
para o valor da tarifa aplicável a novos produtores em cada ano, até ao fim dos 15 anos do período de garantia.
Quando este regime foi estabelecido, a tarifa de referência tinha o valor de 0,650 €/kWh e reduzia 5% por cada
10 MW de potência de ligação atribuída. Assim, considerando um microprodutor com essa tarifa, a evolução
anual seria a da Figura 37.
Figura 37 – Evolução da tarifa de microprodução (DL 363/2007).
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Regime Bonificado 0,65 0,65 0,65 0,65 0,65 0,65 0,40 0,35 0,28 0,23 0,18 0,12 0,08 0,05 0,03
Regime Geral 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14
0,0000
0,1000
0,2000
0,3000
0,4000
0,5000
0,6000
0,7000
Tari
fa (
€/k
Wh
)
Ano do período de remuneração garantida (0-15)
68
Caso se mantivessem os pressupostos iniciais, considerando a tarifa do regime geral como o valor da energia da
tarifa simples entre 2,30 e 20,7 kVA regulada em vigor em 2012, ao fim do 11.º ano de funcionamento da
microprodução, o regime bonificado deixará de fazer sentido.
Em 2010, o novo regime jurídico, entre outras coisas, veio definir uma tarifa dividida em dois períodos, um de 8
anos e outro para os 7 anos seguintes (no total de 15), cada um com valores diferentes, havendo inclusive, em
2012 uma separação das tarifas aplicáveis ao solar e às outras fontes, dada a evolução rápida da tecnologia solar
fotovoltaica que se verificou, de acordo com a Tabela 23.
Tabela 23 – Evolução da tarifa de referência da microprodução bonificada (Renováveis na Hora, janeiro 2015).
Tarifa de referência aplicável ao regime
bonificado (€/kWh)
Ano FER 1º P 2º P
2010 Todas 0,400 0,240
2011 Todas 0,380 0,220
2012 Todas 0,326 0,185
2013 Solar 0,196 0,165
Outras 0,272 0,150
2014 Solar 0,066 0,145
Outras 0,218 0,115
Na
69
Tabela 24 constata-se que, até o momento existem cerca de 26 000 instalações de microprodução ligadas, entre
o regime geral e o regime bonificado, com cerca de 95 MW. Percebe-se, também, que a partir de 2012, o regime
geral começou a ter alguma expressão com cerca de 100 instalações nesse ano, valor que aumentou no ano
seguinte até que em 2014, devido ao valor reduzido da tarifa bonificada, que passou a ser inferior ao regime
geral, continua a aumentar todos os meses24 sendo cerca de 1 000 instalações.
24 De acordo com as estatísticas do portal Renováveis na Hora, nos últimos meses os valores são acima das 100 microproduções por mês e continuam a aumentar.
70
Tabela 24 – Evolução da microprodução (Renováveis na Hora, janeiro 2015).
Microproduções Ligadas
Ano25 Regime N.º
Instalações
Potência
(kW)
∑ N.º
Instalações
∑ Potência
(kW)
2008
DL 363
3 044 10 674,68 3 044 10 674,68
2009 5 942 21 142,99 8 986 31 817,67
2010 977 3 444,77 9 963 35 262,44
Geral 28 117,88 9 991 35 380,32
2010 DL 118-A 2 213 7 883,22 12 204 43 263,54
Geral 0 0,00 12 204 43 263,54
2011 DL 118-A 7 563 26 982,79 19 767 70 246,33
Geral 5 26,08 19 772 70 272,41
2012 DL 118-A 3 210 11 497,77 22 982 81 770,18
Geral 44 189,26 23 026 81 959,44
2013 DL 118-A 2 206 7 857,01 25 232 89 816,45
Geral 233 1 110,00 25 465 90 926,45
2014 DL 118-A 5 17,94 25 470 90 944,39
Geral 723 3 238,89 26 193 94 183,28
Total Geral 1 033 4 682 -
Total Bonificada 25 160 89 501 -
Nas estatísticas para as energias renováveis para publicadas pela DGEG, que constam na Tabela 25 é identificada
a energia produzida pelos miniprodutores e a sua evolução ao longo do ano, onde se verifica que 99,6% é de
origem fotovoltaica.
Tabela 25 – Energia produzida na atividade de microprodução, 2008-2014 (DGEG, janeiro 2015).
Produção anual de microprodução (MWh)
Fonte/Ano 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Hídrica 40 40 87 263
Eólica 378 379 485 231
Fotovoltaica 7 120 21 215 44 677 78 310 131 255 148 204 148 500
Total 7 120 21 215 44 677 78 728 131 674 148 776 148 994
25 As quantidades e potências não refletem os registos que se ligaram no ano mencionado, mas sim a evolução dos registos com potência atribuída nesse ano.
71
Miniprodução
O regime jurídico da miniprodução prevê o mesmo tipo de procedimento simplificado utilizado na
microprodução para instalações de produção de 5,75 kW até 250 kW, a serem instalados em locais com
instalações de utilização ligados em BT ou MT. O registo e licenciamento é efetuado online através do Sistema
de Registos de Miniprodução (SRMini) também Portal Renováveis na Hora.
A miniprodução define também dois regimes, o Geral e o Bonificado, os quais obrigam a que e que a potência
de ligação solicitada seja igual ou inferior a 50% da potência contratada pela instalação de utilização e a energia
consumida seja igual ou superior a 50% da energia produzida. O acesso ao regime bonificado depende de prévia
atribuição de potência dentro de quotas e prazos pré definidos, sendo divulgada anualmente a programação de
alocação de potência e as respetivas quotas. O regime bonificado exige também algumas condições26, e é
definido em 3 escalões:
Escalão I, <= 20 kW
Escalão II, >20 kW e <=100 kW
Escalão III, >100 kW e <=250 kW
O Regime Geral é aplicável a qualquer tipo de geração de até 250 kW e a tarifa não tem limite de período de
remuneração garantida nem de máximo de energia anual a injetar na rede. Até ao Decreto-Lei 25/2013, a
remuneração era apenas garantida através do acesso ao mercado livre para venda da energia produzida o que
complicava, ou mesmo, impossibilitava a venda de energia neste regime dada a dimensão da central, a
intermitência do tipo de fonte (geralmente solar) e a necessidade do produtor ter de procurar um
comercializador que tivesse interesse em adquirir a energia produzida. Com a entrada em vigor do Decreto-Lei
25/2013, a remuneração passou a ser feita de acordo com a Eq. 8:
𝑅𝑒𝑚𝑚 = ∑[𝑤𝑖 × 𝑂𝑀𝐼𝐸𝑚 × 𝐶𝑖 × 𝑓𝑝]
2
𝑖=1
Eq. 8
Onde:
Remm é a remuneração do mês m em [€];
i é o período horário de entrega de energia elétrica (em vazio ou fora de vazio), de acordo com o ciclo
(semanal ou diário) aplicado à instalação de consumo;
Wi é a energia produzida no mês m no período i, em [kWh];
26 O acesso ao regime bonificado depende existência de Certificado Energético, ou cumprimento do Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia, ou de adoção e cumprimento de medidas de eficiência energética
72
OMIEm é o valor resultante da média aritmética simples dos preços de fecho do Operador do Mercado
Ibérico de Energia (OMIE) para Portugal (mercado diário);
Ci é o coeficiente de ponderação do período tarifário i, que assume os seguintes valores:
a) Período de horas de vazio: 0,86;
b) Período de horas fora de vazio: 1,13.
fp são os fatores de ajustamento para perdas do período tarifário i, desde o barramento de produção
em muito alta tensão até ao nível de tensão de ligação da unidade de miniprodução.
Até à data, mesmo com a definição de uma tarifa “fixa” e de remuneração garantida, não existem miniproduções
exclusivamente em regime geral, pelo que, não faz sentido proceder ao cálculo da tarifa. Possivelmente, com a
redução de custos das tecnologias ou redução da bonificação das tarifas poderá haver em aderir a este tipo de
remuneração.
No regime bonificado a energia é remunerada durante um período de 15 anos, até ao limite de 2,6 MWh/ano
por cada kW instalado, no caso da eólica e da fotovoltaica, e até 5 MWh/ano por cada kW de potência de ligação,
com uma tarifa bonificada ajustada a cada tipo de fonte: Solar 100%; Eólica 80%; Hídrica 50%; Biogás 60%;
Biomassa 60%; Pilhas de combustível com base em hidrogénio proveniente de miniprodução renovável –
percentagem prevista nas alíneas anteriores aplicável ao tipo de energia renovável utilizado para a produção do
hidrogénio.
Às miniproduções do escalão I a tarifa atribuída é a que estiver em vigor à data de atribuição do certificado de
exploração. No caso dos escalões II e III, o miniprodutor é remunerado com base na tarifa mais alta que resultar
das maiores ofertas de desconto à tarifa de referência, que se apresentam na Tabela 26, apuradas nos respetivos
escalões (dentro das quotas disponíveis em cada sessão de atribuição de potência).
Tabela 26 – Evolução da tarifa de referência da miniprodução bonificada (Renováveis na Hora, janeiro 2015).
Tarifa de referência aplicável ao regime bonificado
Ano FER Tarifa de Referência
(€/kWh)
2011 Todas 0,2500
2012 Todas 0,2150
2013 Solar 0,1510
Outras 0,1840
2014 Solar 0,1060
Outras 0,1590
73
Quanto aos valores das tarifas resultantes das sessões de atribuição e potência por escalão, verifica-se que o
Escalão I tem uma tarifa constante nas sessões de atribuição enquanto que o Escalão III atingiu a tarifa mais baixa
em 2012 quando o mercado começou a reagir à miniprodução e às condições que proporcionava, incentivando
a concorrência entre os produtores, que veio posteriormente a desaparecer quando as tarifas de referência
baixaram, como mostra a Tabela 27. No início de 2013 e durante 2014, não se verifica a existência de
concorrência nas atribuições de potência dos Escalões II e III, e as tarifas aproximam-se das de referência.
Até o momento existem cerca de 1 300 instalações de miniprodução ligadas em regime bonificado, com cerca
de 62 MW, não existindo qualquer instalação em regime geral.
Tabela 27 – Evolução da miniprodução (Renováveis na Hora, janeiro 2015).
Miniproduções Ligadas
Ano27 Escalão N.º Instalações Potência kW ∑ N.º
Instalações
∑ Potência
kW
2011
I 171 3 049,84 171 3 049,84
II 121 7 900,58 292 10 950,42
III 49 10 089,83 341 21 040,25
2012
I 327 4 862,09 668 25 902,34
II 112 6 968,85 780 32 871,19
III 43 9 283,90 823 42 155,09
2013
I 312 4 569,99 1 135 46 725,08
II 132 7 656,75 1 267 54 381,83
III 44 8 782,50 1 311 63 164,33
2014
I 55 855,7 1 366 64 020,03
II 30 1 193,7 1 396 65 213,73
III 2 255 1 398 65 468,73
Nas estatísticas para as energias renováveis para publicadas pela DGEG, que constam na Tabela 28 é identificada
a energia produzida pelos miniprodutores e a sua evolução ao longo do ano, onde se verifica que 99,5% é de
origem fotovoltaica.
Tabela 28 – Energia produzida na atividade de miniprodução, 2008-2014 (DGEG, janeiro 2015).
Produção anual da miniprodução (MWh)
Ano 2010 2011 2012 2013 2014
Hídrica 16 61
Eólica 5 70
Fotovoltaica 371 1 448 13 414 51 307 83 146
Biogás 1 319 2 536
Total 371 1 448 13 414 52 647 85 813
27 As quantidades e potências não refletem os registos que atingiram o referido estado no ano mencionado, mas sim a evolução dos registos com potência atribuída nesse ano.
74
Miniprodução e microprodução por fonte (DGEG)
Tabela 29 – Potência instalada de microprodução e miniprodução por fonte (2008-2014) (DGEG, janeiro 2015).
Micro/Mini Potência Instalada (kW)
Ano 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Total Micro/Mini
10 390 27 256 35 339 65 157 105 835 138 311 164 955
Microprodução 10 390 27 256 34 692 63 536 83 338 91 899 100 109
Hídrica 32 24 43 97
Eólica 627 631 633 418
Fotovoltaica 10 390 27 256 34 692 62 877 82 683 91 223 99 594
Miniprodução 0 0 647 1 621 22 497 46 412 64 846
Hídrica 20 20
Eólica 50 60
Fotovoltaica 647 1 621 22 497 46 341 64 765
Biogás 1 1
Tabela 30 – Quantidades de energia produzida na microprodução e miniprodução (resumo).
Comparação da potência ligada de Microprodução e miniprodução
Fonte Ano 2008 2009 2010 2011 2012 2013
DGEG (kW) Microprodução 10 390 27 256 34 692 63 536 83 338 91 889
Miniprodução - - - 974 21 850 45 764
Portal Ren.
Na Hora
(kW)
Microprodução 10 675 31 818 43 264 70 272 82 216 91 455
Miniprodução - - - 21 040 42 116 60 597
% Microp.
(DGEGkW /
PRHkW)
Média (2008-2013) 97,3% 85,7% 80,2% 90,4% 101,4% 100,5%
92,6%
% Minip.
(DGEGkW /
PRHkW)
Média (2012-2013) - - - 4,6% 51,9% 75,5%
63,7%
Dados relativos à caracterização da produção distribuída em Portugal
Tabela 31 – IPC no continente, sem habitação, nos meses de dezembro de 2011 a 2014 (INE, 2015).
Período de referência dos dados
Índice de preços no consumidor (IPC, Base - 2012) por Localização geográfica
e Agregados especiais; Mensal
Dezembro de 2014 99,965
Dezembro de 2013 100,461
Dezembro de 2012 100,306
Dezembro de 2011 98,514
75
Tabela 32 – Evolução da tarifa bonificada de miniprodução atribuída (Renováveis na Hora, 2014).
Evolução da Tarifa de Miniprodução em regime bonificado (€/kWh)
Escalão I 2011
junho - novembro
0,2500 Escalão I
2013 Janeiro -
julho 0,1510 (Solar) ,1840 (Outras)
Escalão II 2011
junho 0,2450
julho 0,2499
setembro 0,2499
Escalão II 2013
janeiro 0,1499
outubro 0,2499 fevereiro 0,1499 (Solar)
0,1839 (Outras)
novembro 0,2499 março 0,1509
Escalão III 2011
junho 0,2499 abril 0,1500
julho 0,2499 maio 0,1509
setembro 0,2499 junho 0,1509
outubro 0,2499 julho 0,1509
novembro 0,2499 setembro 0,1410
Escalão I 2012
janeiro -
outubro 0,2150
outubro 0,1260
Escalão III 2013
janeiro 0,1240
fevereiro 0,1499
março 0,1509
abril 0,1500
maio 0,1509
junho 0,1509
julho 0,1509
setembro 0,1209
outubro 0,1129
Escalão II 2012
janeiro 0,2140
Escalão I 2014
janeiro -
julho
0,1060 (Solar) 0,1590 (Outras)
fevereiro 0,2137
março 0,2100
abril 0,2050
maio 0,1900
junho 0,1750
julho 0,1650
agosto 0,1599
Escalão II 2014
janeiro 0,1059
setembro 0,1540 fevereiro -
outubro 0,1540 março 0,1058
Escalão III 2012
janeiro 0,2050 abril 0,1059
fevereiro 0,1950 maio 0,1059
março 0,1849 junho 0,1059
abril 0,1835 julho 0,1059
maio 0,1824 agosto 0,1059
junho 0,1780
Escalão III 2014
janeiro 0,1059
julho 0,1740 fevereiro -
agosto 0,1650 março -
setembro 0,1450 abril 0,1059
outubro 0,1249 maio -
junho 0,1059
julho 0,1059
agosto 0,1059
76
Tabela 33 – Evolução da potência atribuída em regime geral, 2014 (Renováveis na Hora, 2015).
2014
Pagos Aceites Cancelados Pedidos de Inspeção
Certificados Ligados
Qtd. Potência
(kW) Qtd.
Potência (kW)
Qtd. Potência
(kW) Qtd.
Potência (kW)
Qtd. Potência
(kW) Qtd.
Potência (kW)
janeiro 52 231,57 53 236,12 4 14,03 69 292,46 54 227,74 23 112,68
fevereiro 81 376,44 68 309,11 4 15,58 49 218,66 52 218,76 0 0,00
março 80 356,41 102 463,45 3 12,88 83 383,65 81 372,20 0 0,00
abril 77 370,00 52 242,09 1 5,75 85 365,49 88 385,07 85 386,37
maio 107 487,88 110 500,57 2 10,17 99 438,19 93 394,35 92 414,47
junho 72 337,55 79 368,47 6 28,06 115 503,25 103 454,18 2 8,62
julho 128 604,87 101 481,40 2 9,43 106 490,73 110 499,01 126 551,79
agosto 111 504,96 117 537,43 1 3,45 82 389,29 94 447,07 2 10,34
setembro 188 903,51 167 787,08 2 8,25 77 352,14 92 429,08 271 1 193,86
Total 896 4 173,19 849 3 925,72 25 107,60 765 3 433,86 767 3 427,46 601 2 678,13
Tabela 34 – Distribuição de miniprodução e microprodução por tipo de fonte (Renováveis na Hora, 2015).
Microprodução Miniprodução
Fonte Nº
Instalações % N.º Inst.
Total Potência
(kW)
% Potência
Total
Nº Instalações
% N.º Inst. Total
Potência (kW)
% Potência
Total
Cogeração a biomassa
1 0,00% 3,68 0,00% 0 0,00% 0,00 0,00%
Biogás 0 0,00% 0 0,00% 4 0,30% 684,00 1,10%
Eólica 126 0,48% 426,98 0,45% 2 0,15% 60,00 0,10%
Hídrica 26 0,10% 115,60 0,12% 1 0,07% 20,00 0,03%
Solar 25 999 99,41% 93 366,60 99,42% 1 343 99,48% 61 259,60 98,77%
Total 26 152 100% 93 912,86 100% 1 350 100% 62 023,60 100%
77
Anexo II. Cálculos desenvolvidos para os perfis de consumo e produção médios
Considerando que a soma de todos os valores de 15 em 15 minutos de cada perfil inicial é dada pela Eq. 9, que
a soma dos valores da potência média medidos de 15 em 15 minutos pode ser calculada com a energia anual e
o n.º de consumidores como mostra a Eq. 10, e que os valores do perfil inicial e da potência média são
proporcionais de acordo com a Eq. 11, poderá chegar-se à expressão que permite calcular os valores de potência
média correspondentes a cada valor dos perfis iniciais.
∑ 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑝. 𝑢. )
35040
𝑛=1
= 1000 Eq. 9
∑ 𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎
35040
𝑛=1
=𝐸𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙,𝑡[𝑘𝑊ℎ]
𝑁. º𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠.14
(ℎ), [𝑘𝑊] Eq. 10
𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑝. 𝑢. )
𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑘𝑊)=
∑ 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑝. 𝑢. )35040𝑛=1
∑ 𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑘𝑊)35040𝑛=1
Eq. 11
Assim, para obter os valores para os perfis finais é necessário calcular o valor médio da carga associada a cada
leitura, para cada consumidor, através da Eq. 16, conforme a dedução seguinte:
𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑘𝑊) =∑ 𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑘𝑊) ×35040
𝑛=1 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑝. 𝑢. )
∑ 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑝. 𝑢. )35040𝑛=1
Eq. 12
𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑘𝑊) =
𝐸𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙,𝑡(𝑘𝑊ℎ)
𝑁. º𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠.14
× 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑝. 𝑢. )
1000
Eq. 13
𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑘𝑊) =𝐸𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙,𝑡(𝑘𝑊ℎ) × 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑝. 𝑢. ) × 4
𝑁. º𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 × 1000 Eq. 14
𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑘𝑊) =𝐸𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙,𝑡(𝑀𝑊ℎ) × 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑝. 𝑢. ) × 4 × 1000
𝑁. º𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 × 1000 Eq. 15
78
𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑘𝑊) =𝐸𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙,𝑡(𝑀𝑊ℎ) × 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑝. 𝑢. ) × 4
𝑁. º𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 Eq. 16
Onde:
- 𝐸𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙,𝑡, é a energia consumida anualmente por todos os consumidores em cada nível de tensão ou classe de
BTN;
- 𝐸𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙, é a energia consumida anualmente em cada nível de tensão ou classe de BTN, por cada consumidor;
- 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑝. 𝑢. ), é cada valor do perfil inicial, medido de 15 em 15 minutos;
- 𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑘𝑊), é a potência média por consumidor, medida de 15 em 15 minutos, que corresponde ao valor da
amostra do perfil inicial;
Para se obter o valor para os perfis finais de produção é necessário calcular o valor da carga associada a cada
leitura através da Eq. 16 à semelhança do que foi feito para o consumo obtendo-se a Eq. 17.
𝑃𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑘𝑊) =𝐸𝑃𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙,𝑡(𝑀𝑊ℎ) × 𝑃𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑝. 𝑢. ) × 4
𝑁. º𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 Eq. 17
Onde:
- 𝐸𝑃𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙,𝑡, é a energia consumida anualmente por todos os consumidores em cada nível de tensão ou classe de
BTN;
- 𝑃𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙(𝑝. 𝑢. ), é cada valor do perfil inicial de produção, medido de 15 em 15 minutos;
- 𝑃𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎(𝑘𝑊), é a potência média de produção por cada produtor, medida de 15 em 15 minutos, que
corresponde ao valor da amostra do perfil inicial;
Correspondendo a energia produzida anualmente, o número de produtores, à produzida na microprodução ou
na miniprodução, conforme o caso.
79
Anexo III. Caracterização do consumo em BTN
A repartição dos consumidores e consumos nos perfis horários BTN é feita de acordo com a informação da Tabela
35.
Tabela 35 – Distribuição da Classe de BTN por opções tarifárias (ERSE, 2014).
Classe BTN BTN A BTN B BTN C
Opção Tarifária
Pc Pc Pc Pc Pc Pc
>20,7 kVA
<=20,7 kVA >20,7 kVA <=
20,7kVA >20,7 kVA <=20,7 kVA
Tri-horária 100% 27% 0% 11% 0% 62%
Bi-horária 27% 11% 62%
Simples 0% 13% 0% 0% 0 87%
Resulta desta análise e através dos dados indicativos de distribuição do número de clientes por opção tarifária
obtém-se o número de consumidores associados a cada classe BTN para aplicação nos perfis finais, conforme a
Tabela 36.
Tabela 36 – Distribuição do número de consumidores por opção tarifária e Classe de BTN (ERSE, 2014).
Classe BTN BTN A BTN B BTN C TOTAL
Opção Tarifária
Pc Pc Pc Pc Pc Pc Pc Pc
>20,7 kVA <=20,7
kVA >20,7 kVA
<=20,7 kVA
>20,7 kVA
<=20,7 kVA
>20,7 kVA <=20,7
kVA
Tri-horária 2 125 641 239 924 0 97 747 0 550 938 2 125 641 888 609
Bi-horária 1 259 207 513 010 2 891 513 4 663 731
Simples 0 1 357 991 0 0 0 9 088 093 0 10 446 084
Total Consumo (MWh) 4 982 764 610 757 12 530 544 18 124 065
% Consumo Total 27,49% 3,37% 69,14% 100,00%
Total Consumidores por % de consumo
1 658 029 203 231 4 169 575 6 030 836
80
Anexo IV. Resultados das simulações – Perfis tipo
Figura 38 – Perfil final de consumo em BTE num fim-de-semana típico de inverno.
Figura 39 – Perfil final de consumo em BTE num fim-de-semana típico de verão.
81
Figura 40 – Perfil final de consumo em BTNC num fim-de-semana típico de inverno.
Figura 41 – Perfil final de consumo em BTNC num fim-de-semana típico de verão.
82
Figura 42 – Perfil final de uma miniprodução num fim-de-semana típico de inverno.
Figura 43 – Perfil final de uma microprodução num fim-de-semana típico de inverno.
83
Figura 44 – Perfil final de uma miniprodução num dia útil típico de verão.
Figura 45 – Perfil final de uma microprodução num dia útil típico de verão.
84
Figura 46 – Perfil final de uma miniprodução num fim-de-semana típico de verão.
Figura 47 – Perfil final de uma microprodução num fim-de-semana típico de verão.
85
Figura 48 – Perfis de consumo e de produção, para BTE e Miniprodução, de um dia útil de inverno.
Figura 49 – Perfis de consumo e de produção, para BTE e Miniprodução, de um dia útil de verão.
86
Figura 50 – Perfis de consumo e de produção, para BTE e Miniprodução, de um fim-de-semana de inverno.
Figura 51 – Perfis de consumo e de produção, para BTE e Miniprodução, de um fim-de-semana de verão.
87
Figura 52 – Perfis de consumo e de produção, para BTN C e Microprodução, de um dia útil de inverno.
Figura 53 – Perfis de consumo e de produção, para BTN C e Microprodução, de um dia útil de verão.
88
Figura 54 – Perfis de consumo e de produção, para BTN C e Microprodução, de fim-de-semana de inverno.
Figura 55 – Perfis de consumo e de produção, para BTN C e Microprodução, de fim-de-semana de verão.
89
Figura 56 – Perfis de consumo e de produção, para BTN B e Microprodução, de uma semana típica de inverno.
Figura 57 – Perfis de consumo e de produção, para BTN B e Microprodução, de uma semana típica de verão.
90
Figura 58 – Perfis de consumo e de produção, para BTN A e Microprodução, de uma semana típica de inverno.
Figura 59 – Perfis de consumo e de produção, para BTN A e Microprodução, de uma semana típica de verão.
91
Figura 60 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução) num sistema isolado, numa semana típica
de inverno.
Figura 61 – Perfis de consumo (BTN C) e produção (microprodução) num sistema isolado, numa semana típica
de verão.
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4Consumo e produção na semana de 14-20 janeiro (AC Isolado da Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Consumo Esperado
Energia Excedente
Energia Proveniente de Armazenamento
Energia Autoconsumida
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.5
1
1.5
2
2.5Consumo e produção na semana de 1 - 7 julho (AC Isolado da Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Consumo Esperado
Energia Excedente
Energia Proveniente de Armazenamento
Energia Autoconsumida
92
Figura 62 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução) num sistema ligado à rede, sem
armazenamento e com injeção de excedentes, numa semana típica de inverno.
Figura 63 – Perfis de consumo (BTE) e produção (miniprodução) num sistema ligado à rede, sem
armazenamento e com injeção de excedentes, numa semana típica de verão.
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
5
10
15
20
25Consumo e produção na semana de 14-20 janeiro (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
5
10
15
20
25
30Consumo e produção na semana de 1 - 7 julho (AC c/Injeção na Rede)
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da Rede
Energia Excedente
Energia Autoconsumida
93
Figura 64 – Perfis de consumo (BTN A) e produção (microprodução), com armazenamento e identificação de
excedentes, numa semana típica de inverno.
Figura 65 – Perfis de consumo (BTN A) e produção (microprodução), com armazenamento e identificação de
excedentes, numa semana típica de verão.
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4Consumo e produção na semana de 14-20 janeiro
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da rede
Energia Excedente
Energia Proveniente de Armazenamento
Energia Autoconsumida
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.5
1
1.5
2
2.5Consumo e produção na semana de 1 - 7 julho
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da rede
Energia Excedente
Energia Proveniente de Armazenamento
Energia Autoconsumida
94
Figura 66 – Perfis de consumo (BTN B) e produção (microprodução), com armazenamento e identificação de
excedentes, numa semana típica de Inverno.
Figura 67 – Perfis de consumo (BTN B) e produção (microprodução), com armazenamento e identificação de
excedentes, numa semana típica de verão.
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4Consumo e produção na semana de 14-20 janeiro
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da rede
Energia Excedente
Energia Proveniente de Armazenamento
Energia Autoconsumida
quarta quinta sexta sábado domingo segunda terça0
0.5
1
1.5
2
2.5Consumo e produção na semana de 1 - 7 julho
Tempo (h)
Potê
ncia
(kW
)
Energia Importada da rede
Energia Excedente
Energia Proveniente de Armazenamento
Energia Autoconsumida
95
Anexo V. Resultados da análise dos perfis dos dias típicos de consumo inverno e verão
Tabela 37 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um dia útil de inverno (BTE).
Resultados do perfil BTE do dia 14 de janeiro (quarta-feira)
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 66,57 180,04 55,18 31,10 332,89
Energia Produzida 13,32 69,20 0,28 0,00 82,80
Energia Autoconsumida
13,32 69,20 0,28 0,00 82,80
Energia Excedente 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Energia Importada da Rede
53,25 110,84 54,91 31,10 250,09
Energia Armazenada Consumida
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
53,25 110,84 54,91 31,10 250,09
Energia ainda Armazenada
0,00
Tabela 38 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um fim-de-semana de inverno
(BTE).
Resultados do perfil BTE do dia 17 e 18 de janeiro (Sábado e Domingo)
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 43,87 108,33 48,99 29,23 230,42
Energia Produzida 13,32 69,20 0,28 0,00 82,80
Energia Autoconsumida
13,32 66,34 0,28 0,00 79,93
Energia Excedente 0,00 2,87 0,00 0,00 2,87
Energia Importada da Rede
30,55 41,99 48,71 29,23 150,49
Energia Armazenada Consumida
0,00 2,87 0,00 0,00 2,87
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
30,55 39,13 48,71 29,23 147,62
Energia ainda Armazenada
0,00
96
Tabela 39 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um dia útil de verão (BTE).
Resultados do perfil BTE do dia 1 de julho (quarta-feira)
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 102,28 106,38 56,21 31,45 296,32
Energia Produzida 99,35 115,27 17,46 1,07 233,14
Energia Autoconsumida
73,48 94,65 17,46 1,07 186,65
Energia Excedente 25,87 20,62 0,00 0,00 46,49
Energia Importada da Rede
28,80 11,73 38,75 30,38 109,67
Energia Armazenada Consumida
28,80 11,73 5,96 0,00 46,49
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
0,00 0,00 32,80 30,38 63,18
Energia ainda Armazenada
0,00
Tabela 40 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um fim-de-semana de verão
(BTE).
Resultados do perfil BTE do dia 4 e 5 de julho (Sábado e Domingo)
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 79,20 77,64 50,72 30,71 238,26
Energia Produzida 99,35 115,27 17,46 1,07 233,14
Energia Autoconsumida
54,50 67,82 15,60 1,07 138,98
Energia Excedente 44,85 47,45 1,86 0,00 94,16
Energia Importada da Rede
24,70 9,82 35,12 29,64 99,28
Energia Armazenada Consumida
24,70 9,82 14,86 0,00 49,37
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
0,00 0,00 20,26 29,64 49,91
Energia ainda Armazenada
44,79
- Perfil BTN C
97
Tabela 41 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um dia útil de inverno (BTN C).
BTN C Dia 14 de janeiro - quarta-feira, dia útil de inverno
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 2,21 4,47 2,44 1,03 10,15
Energia Produzida 1,23 6,41 0,03 0,00 7,67
Energia Autoconsumida
0,58 2,85 0,03 0,00 3,45
Energia Excedente 0,66 3,56 0,00 0,00 4,22
Energia Importada da Rede
1,63 1,62 2,41 1,03 6,69
Energia Armazenada Consumida
1,63 1,55 0,97 0,00 4,15
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
0,00 0,07 1,44 1,03 2,54
Energia ainda Armazenada
0,07
Tabela 42 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um dia de fim-de-semana de
inverno (BTN C).
BTN C Dia 17 e 18 de janeiro - Sábado e Domingo, fim-de-semana de inverno
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 2,23 4,89 2,36 1,09 10,57
Energia Produzida 1,23 6,41 0,03 0,00 7,67
Energia Autoconsumida
0,62 3,26 0,03 0,00 3,90
Energia Excedente 0,62 3,16 0,00 0,00 3,77
Energia Importada da Rede
1,61 1,63 2,34 1,09 6,67
Energia Armazenada Consumida
1,61 1,59 0,57 0,00 3,77
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
0,00 0,04 1,77 1,09 2,90
Energia ainda Armazenada
0,00
98
Tabela 43 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um dia útil de verão (BTN C).
BTN C Dia 1 de julho - quarta-feira, dia útil de verão
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 2,61 2,37 1,66 0,87 7,50
Energia Produzida 9,21 10,68 1,62 0,10 21,61
Energia Autoconsumida
1,84 1,98 0,57 0,10 4,48
Energia Excedente 7,37 8,70 1,05 0,00 17,13
Energia Importada da Rede
0,77 0,39 1,09 0,77 3,02
Energia Armazenada Consumida
0,77 0,39 0,56 0,00 1,72
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
0,00 0,00 0,53 0,77 1,30
Energia ainda Armazenada
15,40
Tabela 44 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média de um dia de fim-de-semana de
verão (BTN C).
BTN C Dia 4 e 5 de julho - Sábado e Domingo, fim-de-semana de verão
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 2,66 2,37 1,65 0,87 7,55
Energia Produzida 9,21 10,68 1,62 0,10 21,61
Energia Autoconsumida
1,93 1,99 0,53 0,10 4,55
Energia Excedente 7,28 8,69 1,08 0,00 17,06
Energia Importada da Rede
0,73 0,39 1,11 0,77 3,00
Energia Armazenada Consumida
0,73 0,39 0,56 0,00 1,68
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
0,00 0,00 0,55 0,77 1,32
Energia ainda Armazenada
15,38
Tabela 45 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média anual (BTN B).
BTN B Saldos de Energia Anual
99
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 846 1 217 627 316 3 005
Energia Produzida 2 039 3 313 324 13 5 688
Energia Autoconsumida
485 960 141 12 1 598
Energia Excedente 1 553 2 353 183 1 4 090
Energia Importada da Rede
361 257 486 303 1 407
Energia Armazenada Consumida
361 254 454 270 1 339
E Importada da Rede - E Armaz Consumida
0 2 32 33 68
Energia ainda Armazenada
2 751
Tabela 46 – Resultados por período horário do perfil tipo de potência média anual (BTN A).
BTN A Saldos de Energia Anual
Ponta (kWh)
Cheia (kWh)
Vazio (kWh)
Super Vazio (kWh)
Total (kWh)
Consumo de Energia 846 1 249 589 321 3 005
Energia Produzida 2 039 3 313 324 13 5 688
Energia Autoconsumida
522 1 020 146 12 1 700
Energia Excedente 1 517 2 294 177 0 3 988
Energia Importada da Rede
324 229 443 309 1 305
Energia Armazenada Consumida
324 227 422 289 1 262
E.Importada da Rede - E.Armaz.Consumida
0 2 21 20 43
Energia ainda Armazenada
2 726
100
Anexo VI. Outros dados
Tabela 47 – Preço médio de eletricidade por tipo de consumo (€/kWh) (Eurostat, 2015).
Tipo Consumo/
Ano 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Doméstico Média
0,1482 0,1508 0,1584 0,1654 0,1993 0,2081 0,2175 0,2279
Industrial Médio
0,0782 0,0919 0,0896 0,0903 0,1050 0,1015 0,1029 0,0989
Em BTE:
Tabela 48 – Tarifa Transitória de Venda a clientes finais em BTE (ERSE, 2014)
Tarifa transitória de venda a clientes finais em
BTE Preços
Termo tarifário fixo (€/mês) (€/dia)*
25,55 0,8399
Potência (€/kW.mês) (€/kW.dia)*
Tarifa de médias
utilizações
Horas de ponta 15,045 0,4946
Contratada 0,656 0,0216
Tarifa de longas
utilizações
Horas de ponta 21,139 0,6950
Contratada 1,492 0,0490
Energia ativa (€/kWh)
Tarifa de médias
utilizações
Horas de ponta 0,2156
Horas cheias 0,1265
Horas vazio normal 0,0883
Horas super vazio 0,0775
Tarifa de longas
utilizações
Horas de ponta 0,1546
Horas cheias 0,1215
Horas vazio normal 0,0810
Horas super vazio 0,0715
Energia reativa (€/kvarh)
Indutiva 0,0313
Capacitiva 0,0239
101
Em BTN:
Tabela 49 – Tarifa Transitória de Venda a clientes finais em BTN (<=20,7 kVA e >2,3 kVA) (ERSE, 2014)
Tarifa transitória de venda a clientes finais
em BTN (<=20,7 kVA e >2,3 kVA) Preços
Potência (kVA) (€/mês) (€/dia)*
Tarifa simples , bi-horária e
tri-horária
3,45 4,75 0,1561
4,6 6,17 0,2030
5,75 7,59 0,2496
6,9 9,01 0,2962
10,35 13,26 0,4360
13,8 17,51 0,5758
17,25 21,77 0,7156
20,7 26,02 0,8554
Energia ativa (€/kWh)
Tarifa simples <=6,9 kVA 0,1587
Tarifa simples >6,9 kVA 0,1602
Tarifa bi-horária <=6,9 kVA Horas fora de vazio 0,1785
Horas de vazio 0,0946
Tarifa bi-horária >6,9 kVA Horas fora de vazio 0,1821
Horas de vazio 0,0955
Tarifa tri-horária <=6,9 kVA
Horas de ponta 0,2029
Horas de cheias 0,1613
Horas de vazio 0,0946
Tarifa tri-horária >6,9 kVA
Horas de ponta 0,2066
Horas de cheias 0,1642
Horas de vazio 0,0955
Tabela 50 – Ciclo Diário para BTE e BTN em Portugal Continental (ERSE, 2011)
Ciclo diário para BTE e BTN
Períodos Hora legal de inverno Hora legal de verão
Ponta: 09.00/10.30 h
4 h / dia 10.30/13.00 h
4 h / dia 18.00/20.30 h 19h.30/21.00 h
Cheias:
08.00/09.00 h
10 h / dia
08.00/10.30 h
10 h / dia 10.30/18.00 h 13.00/19.30 h
20.30/22.00 h 21.00/22.00 h
Vazio
normal:
06.00/08.00 h 6 h / dia
6.00/08.00 h 6 h / dia
22.00/02.00 h 22.00/02.00 h
Super
vazio: 02.00/06.00 h 4 h / dia 02.00/06.00 h 4 h / dia
102
Figura 68 – Especificações de baterias para armazenamento do fabricante Tesla Motors (Tesla Motors, 2015).
103
Anexo VII. Resultados da avaliação económico-financeira
AC Isolado H1
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E. Consumida H Ponta (kWh/ano) 864,4 857,9 851,4 844,9 838,4 832,0 825,5 819,0 812,5 806,0 799,5 793,1 786,6 780,1 773,6 767,1 760,6 754,2 747,7 741,2 734,7
E. Consumida H Cheia (kWh/ano) 1.141,4 1.132,9 1.124,3 1.115,8 1.107,2 1.098,6 1.090,1 1.081,5 1.073,0 1.064,4 1.055,8 1.047,3 1.038,7 1.030,1 1.021,6 1.013,0 1.004,5 995,9 987,3 978,8 970,2
E. Consumida H Vazio (kWh/ano) 628,2 623,5 618,8 614,1 609,4 604,7 599,9 595,2 590,5 585,8 581,1 576,4 571,7 567,0 562,3 557,5 552,8 548,1 543,4 538,7 534,0
E. Consumida H SVazio (kWh/ano) 287,9 285,7 283,6 281,4 279,3 277,1 274,9 272,8 270,6 268,5 266,3 264,1 262,0 259,8 257,7 255,5 253,3 251,2 249,0 246,9 244,7
Valor da energia anual (€) 463 459 456 452 449 445 442 439 435 432 428 425 421 418 414 411 407 404 400 397 393
Valor anual da potência Contratada (€) 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74
Custos evitados (€) 537 533 530 526 523 520 516 513 509 506 502 499 495 492 488 485 481 478 474 471 467
Proveito (€) (c/IVA) 660 656 652 648 643 639 635 630 626 622 618 613 609 605 601 596 592 588 583 579 575
Operação e Manutenção (€) 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64
Saldo (€) 592 587 583 579 575 570 566 562 558 553 549 545 540 536 532 528 523 519 515 511
Período de Retorno (anos) #N/A
VAL (20 anos) -531,91 € -7.258,73 € -6.736,52 € -6.238,05 € -5.762,26 € -5.308,14 € -4.874,73 € -4.461,11 € -4.066,41 € -3.689,76 € -3.330,38 € -2.987,48 € -2.660,34 € -2.348,25 € -2.050,53 € -1.766,54 € -1.495,66 € -1.237,31 € -990,92 € -755,96 € -531,91 €
Cash-Flow -8.118 592 587 583 579 575 570 566 562 558 553 549 545 540 536 532 528 523 519 515 511
TIR (15 anos) 0,48% -92,71% -69,21% -49,80% -36,22% -26,74% -19,95% -14,95% -11,17% -8,25% -5,95% -4,11% -2,62% -1,39% -0,38% 0,48% 1,20% 1,82% 2,34% 2,80% 3,20%
AUTOCONSUMO ISOLADO - H1 (CASO BASE)
AC Isolado H2
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E. Consumida H Ponta (kWh/ano) 864,4 857,9 851,4 844,9 838,4 832,0 825,5 819,0 812,5 806,0 799,5 793,1 786,6 780,1 773,6 767,1 760,6 754,2 747,7 741,2 734,7
E. Consumida H Cheia (kWh/ano) 1.143,4 1.134,8 1.126,2 1.117,7 1.109,1 1.100,5 1.091,9 1.083,4 1.074,8 1.066,2 1.057,6 1.049,1 1.040,5 1.031,9 1.023,3 1.014,8 1.006,2 997,6 989,0 980,5 971,9
E. Consumida H Vazio (kWh/ano) 674,5 669,5 664,4 659,4 654,3 649,3 644,2 639,1 634,1 629,0 624,0 618,9 613,8 608,8 603,7 598,7 593,6 588,5 583,5 578,4 573,4
E. Consumida H SVazio (kWh/ano) 320,4 318,0 315,6 313,2 310,8 308,4 306,0 303,6 301,2 298,8 296,4 294,0 291,6 289,2 286,8 284,3 281,9 279,5 277,1 274,7 272,3
Valor da energia anual (€) 471 467 464 460 457 453 450 446 443 439 436 432 428 425 421 418 414 411 407 404 400
Valor anual da potência Contratada (€) 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74
Custos evitados (€) 545 541 538 534 531 527 524 520 517 513 510 506 503 499 495 492 488 485 481 478 474
Proveito (€) (c/IVA) 670 666 662 657 653 649 644 640 635 631 627 622 618 614 609 605 601 596 592 588 583
Operação e Manutenção ( €) 89 89 89 89 89 89 89 89 89 89 89 89 89 89 89 89 89 89 89 89
Saldo (€) 577 573 568 564 560 555 551 547 542 538 534 529 525 521 516 512 508 503 499 495
Período de Retorno (anos) #N/A
VAL (20 anos) -3.681,14 € -10.223,52 € -9.714,30 € -9.228,38 € -8.764,72 € -8.322,32 € -7.900,24 € -7.497,57 € -7.113,43 € -6.747,01 € -6.397,50 € -6.064,14 € -5.746,22 € -5.443,03 € -5.153,92 € -4.878,24 € -4.615,40 € -4.364,81 € -4.125,92 € -3.898,20 € -3.681,14 €
Cash-Flow -11.187 577 573 568 564 560 555 551 547 542 538 534 529 525 521 516 512 508 503 499 495
TIR (15 anos) -3,71% -94,84% -74,65% -56,39% -43,00% -33,35% -26,27% -20,95% -16,86% -13,66% -11,10% -9,03% -7,33% -5,91% -4,72% -3,71% -2,85% -2,11% -1,47% -0,91% -0,42%
20,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
AUTOCONSUMO ISOLADO - H2
AC sem Injeção H3
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E. Consumida H Ponta (kWh/ano) 428,7 425,5 422,3 419,0 415,8 412,6 409,4 406,2 403,0 399,7 396,5 393,3 390,1 386,9 383,7 380,5 377,2 374,0 370,8 367,6 364,4
E. Consumida H Cheia (kWh/ano) 849,2 842,8 836,5 830,1 823,7 817,3 811,0 804,6 798,2 791,9 785,5 779,1 772,8 766,4 760,0 753,7 747,3 740,9 734,6 728,2 721,8
E. Consumida H Vazio (kWh/ano) 131,2 130,2 129,2 128,3 127,3 126,3 125,3 124,3 123,3 122,4 121,4 120,4 119,4 118,4 117,4 116,4 115,5 114,5 113,5 112,5 111,5
E. Consumida H SVazio (kWh/ano) 12,2 12,1 12,0 11,9 11,8 11,7 11,6 11,5 11,5 11,4 11,3 11,2 11,1 11,0 10,9 10,8 10,7 10,6 10,5 10,5 10,4
Valor da energia autoconsumida anual (€)
247 245 243 241 239 237 235 234 232 230 228 226 224 223 221 219 217 215 213 211 210
Valor anual da potência Contratada (€) 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74
Custos evitados (€) 321 319 317 315 313 311 309 308 306 304 302 300 298 297 295 293 291 289 287 285 284
Proveito (€) (c/IVA) 394 392 390 387 385 383 381 378 376 374 372 369 367 365 362 360 358 356 353 351 349
Operação e Manutenção ( €) 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64
Saldo (€) 328 325 323 321 319 316 314 312 309 307 305 303 300 298 296 294 291 289 287 284
Período de Retorno (anos) #N/A
VAL (20 anos) -3.768,09 € -7.502,83 € -7.213,57 € -6.937,38 € -6.673,68 € -6.421,92 € -6.181,57 € -5.952,13 € -5.733,11 € -5.524,05 € -5.324,51 € -5.134,06 € -4.952,31 € -4.778,85 € -4.613,34 € -4.455,40 € -4.304,70 € -4.160,93 € -4.023,76 € -3.892,91 € -3.768,09 €
Cash-Flow -8.118 328 325 323 321 319 316 314 312 309 307 305 303 300 298 296 294 291 289 287 284
TIR (15 anos) -6,31% -95,96% -77,86% -60,42% -47,21% -37,49% -30,24% -24,73% -20,45% -17,06% -14,34% -12,11% -10,27% -8,72% -7,42% -6,31% -5,35% -4,52% -3,80% -3,16% -2,61%
AUTOCONSUMO S/INJEÇÃO - H3 (CASO BASE)
AC sem Injeção H4
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E. Consumida H Ponta (kWh/ano) 287,6 285,5 283,3 281,1 279,0 276,8 274,7 272,5 270,4 268,2 266,0 263,9 261,7 259,6 257,4 255,3 253,1 250,9 248,8 246,6 244,5
E. Consumida H Cheia (kWh/ano) 467,5 464,0 460,5 457,0 453,5 450,0 446,5 442,9 439,4 435,9 432,4 428,9 425,4 421,9 418,4 414,9 411,4 407,9 404,4 400,9 397,4
E. Consumida H Vazio (kWh/ano) 45,7 45,3 45,0 44,6 44,3 43,9 43,6 43,3 42,9 42,6 42,2 41,9 41,5 41,2 40,9 40,5 40,2 39,8 39,5 39,1 38,8
E. Consumida H SVazio (kWh/ano) 1,8 1,8 1,8 1,8 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,5 1,5
Valor da energia anual (€) 144 142 141 140 139 138 137 136 135 134 133 132 131 130 128 127 126 125 124 123 122
Valor anual da potência Contratada (€) 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74 74
Custos evitados (€) 218 216 215 214 213 212 211 210 209 208 207 206 205 204 202 201 200 199 198 197 196
Proveito (€) (c/IVA) 268 266 265 264 262 261 260 258 257 256 254 253 252 250 249 248 246 245 244 242 241
Operação e Manutenção (€) 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9
Saldo (€) 257 256 255 253 252 251 249 248 247 245 244 243 241 240 239 237 236 235 233 232
Período de Retorno (anos) 5,0
VAL (20 anos) 2.117,38 € -863,61 € -636,15 € -418,57 € -210,45 € -11,38 € 179,03 € 361,15 € 535,33 € 701,92 € 861,24 € 1.013,61 € 1.159,32 € 1.298,67 € 1.431,92 € 1.559,33 € 1.681,17 € 1.797,67 € 1.909,05 € 2.015,55 € 2.117,38 €
Cash-Flow -1.145 257 256 255 253 252 251 249 248 247 245 244 243 241 240 239 237 236 235 233 232
TIR (15 anos) 20,69% -77,55% -40,20% -17,65% -4,47% 3,63% 8,85% 12,36% 14,79% 16,52% 17,79% 18,72% 19,43% 19,96% 20,37% 20,69% 20,94% 21,14% 21,30% 21,42% 21,52%
5,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
AUTOCONSUMO S/INJEÇÃO - H4
AC com Injeção BTN C H5
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E. Autoconsumida H Ponta
(kWh/ano)428,7 425,5 422,3 419,0 415,8 412,6 409,4 406,2 403,0 399,7 396,5 393,3 390,1 386,9 383,7 380,5 377,2 374,0 370,8 367,6 364,4
E. Autoconsumida H Cheia
(kWh/ano)849,2 842,8 836,5 830,1 823,7 817,3 811,0 804,6 798,2 791,9 785,5 779,1 772,8 766,4 760,0 753,7 747,3 740,9 734,6 728,2 721,8
E. Autoconsumida H Vazio
(kWh/ano)131,2 130,2 129,2 128,3 127,3 126,3 125,3 124,3 123,3 122,4 121,4 120,4 119,4 118,4 117,4 116,4 115,5 114,5 113,5 112,5 111,5
E. Autoconsumida H SVazio
(kWh/ano)12,2 12,1 12,0 11,9 11,8 11,7 11,6 11,5 11,5 11,4 11,3 11,2 11,1 11,0 10,9 10,8 10,7 10,6 10,5 10,5 10,4
E. Excedente H Ponta
(kWh/ano)1.610,0 1.597,9 1.585,9 1.573,8 1.561,7 1.549,6 1.537,6 1.525,5 1.513,4 1.501,3 1.489,3 1.477,2 1.465,1 1.453,0 1.441,0 1.428,9 1.416,8 1.404,7 1.392,7 1.380,6 1.368,5
E. Excedente H Cheia
(kWh/ano)2.464,1 2.445,6 2.427,2 2.408,7 2.390,2 2.371,7 2.353,2 2.334,8 2.316,3 2.297,8 2.279,3 2.260,8 2.242,4 2.223,9 2.205,4 2.186,9 2.168,4 2.150,0 2.131,5 2.113,0 2.094,5
E. Excedente H Vazio
(kWh/ano)192,3 190,9 189,5 188,0 186,6 185,1 183,7 182,2 180,8 179,4 177,9 176,5 175,0 173,6 172,1 170,7 169,3 167,8 166,4 164,9 163,5
E. Excedente H SVazio
(kWh/ano)0,6 0,6 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5
Valor da energia
autoconsumida anual (€)247 245 243 241 239 237 235 234 232 230 228 226 224 223 221 219 217 215 213 211 210
Valor da energia excedente
anual (€)192 190 189 187 186 184 183 182 180 179 177 176 174 173 172 170 169 167 166 164 163
Proveitos (custos evitados +
venda à rede) (€) c(IVA539 535 531 527 523 519 515 511 507 503 499 494 490 486 482 478 474 470 466 462 458
Proveito (€) c/IVA 539 535 531 527 523 519 515 511 507 503 499 494 490 486 482 478 474 470 466 462 458
Operação e Manutenção (€) 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64
Saldo (€) 471 466 462 458 454 450 446 442 438 434 430 426 422 418 414 410 406 402 398 394
Período de Retorno (anos) #N/A
VAL -2.090,74 € -7.370,74 € -6.956,04 € -6.560,74 € -6.183,97 € -5.824,89 € -5.482,68 € -5.156,60 € -4.845,89 € -4.549,87 € -4.267,85 € -3.999,21 € -3.743,33 € -3.499,63 € -3.267,54 € -3.046,53 € -2.836,11 € -2.635,77 € -2.445,05 € -2.263,52 € -2.090,74 €
Cash-Flow -8.118 471 466 462 458 454 450 446 442 438 434 430 426 422 418 414 410 406 402 398 394
TIR (15 anos) -2,47% -94,20% -72,96% -54,32% -40,87% -31,28% -24,30% -19,09% -15,11% -12,00% -9,53% -7,54% -5,91% -4,56% -3,43% -2,47% -1,66% -0,96% -0,36% 0,16% 0,62%
AUTOCONSUMO C/INJEÇÃO BTNC - H5 (CASO BASE)
AC com Injeção BTN C H6
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E. Autoconsumida H Ponta
(kWh/ano)413,2 410,1 407,0 403,9 400,8 397,7 394,6 391,5 388,4 385,3 382,2 379,1 376,0 372,9 369,8 366,7 363,6 360,5 357,4 354,3 351,2
E. Autoconsumida H Cheia
(kWh/ano)824,7 818,6 812,4 806,2 800,0 793,8 787,6 781,4 775,3 769,1 762,9 756,7 750,5 744,3 738,1 732,0 725,8 719,6 713,4 707,2 701,0
E. Autoconsumida H Vazio
(kWh/ano)117,4 116,5 115,6 114,7 113,8 112,9 112,1 111,2 110,3 109,4 108,5 107,7 106,8 105,9 105,0 104,1 103,3 102,4 101,5 100,6 99,7
E. Autoconsumida H
SVazio (kWh/ano)7,5 7,4 7,4 7,3 7,3 7,2 7,2 7,1 7,0 7,0 6,9 6,9 6,8 6,8 6,7 6,7 6,6 6,5 6,5 6,4 6,4
E. Excedente H Ponta
(kWh/ano)785,3 779,4 773,5 767,6 761,8 755,9 750,0 744,1 738,2 732,3 726,4 720,5 714,6 708,7 702,9 697,0 691,1 685,2 679,3 673,4 667,5
E. Excedente H Cheia
(kWh/ano)1.123,2 1.114,7 1.106,3 1.097,9 1.089,5 1.081,0 1.072,6 1.064,2 1.055,8 1.047,3 1.038,9 1.030,5 1.022,1 1.013,7 1.005,2 996,8 988,4 980,0 971,5 963,1 954,7
E. Excedente H Vazio
(kWh/ano)72,9 72,3 71,8 71,2 70,7 70,1 69,6 69,0 68,5 67,9 67,4 66,9 66,3 65,8 65,2 64,7 64,1 63,6 63,0 62,5 61,9
E. Excedente H SVazio
(kWh/ano)0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Valor da energia
autoconsumida anual (€)237 236 234 232 230 228 227 225 223 221 220 218 216 214 212 211 209 207 205 204 202
Valor da energia excedente
anual (€)89 88 88 87 86 86 85 84 84 83 82 82 81 80 80 79 78 78 77 76 76
Proveitos (custos evitados +
venda à rede) (€)401 398 395 392 389 386 383 380 377 374 371 368 365 362 359 356 353 350 347 344 341
Proveito (€) c/IVA 401 398 395 392 389 386 383 380 377 374 371 368 365 362 359 356 353 350 347 344 341
Operação e Manutenção (€) 38 38 38 38 38 38 38 38 38 38 38 38 38 38 38 38 38 38 38 38
Saldo (€) 361 358 355 352 349 346 342 339 336 333 330 327 324 321 318 315 312 309 306 303
Período de Retorno (anos) #N/A
VAL -200,32 € -4.255,65 € -3.937,79 € -3.634,73 € -3.345,80 € -3.070,37 € -2.807,81 € -2.557,55 € -2.319,03 € -2.091,72 € -1.875,11 € -1.668,71 € -1.472,06 € -1.284,71 € -1.106,23 € -936,23 € -774,32 € -620,11 € -473,27 € -333,45 € -200,32 €
Cash-Flow -4.773 361 358 355 352 349 346 342 339 336 333 330 327 324 321 318 315 312 309 306 303
TIR (15 anos) 0,84% -92,45% -68,59% -49,08% -35,51% -26,06% -19,32% -14,36% -10,62% -7,74% -5,47% -3,66% -2,20% -0,99% 0,00% 0,84% 1,55% 2,15% 2,66% 3,10% 3,49%
AUTOCONSUMO C/INJEÇÃO BTNC - H6
AC com Injeção BTN C H7
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E. Autoconsumida H Ponta
(kWh/ano)390,3 387,4 384,5 381,6 378,6 375,7 372,8 369,8 366,9 364,0 361,1 358,1 355,2 352,3 349,3 346,4 343,5 340,6 337,6 334,7 331,8
E. Autoconsumida H Cheia
(kWh/ano)774,7 768,9 763,0 757,2 751,4 745,6 739,8 734,0 728,2 722,4 716,6 710,8 704,9 699,1 693,3 687,5 681,7 675,9 670,1 664,3 658,5
E. Autoconsumida H Vazio
(kWh/ano)97,9 97,2 96,4 95,7 95,0 94,2 93,5 92,8 92,0 91,3 90,6 89,8 89,1 88,4 87,6 86,9 86,2 85,4 84,7 83,9 83,2
E. Autoconsumida H SVazio
(kWh/ano)4,5 4,5 4,4 4,4 4,4 4,3 4,3 4,3 4,2 4,2 4,2 4,1 4,1 4,1 4,0 4,0 4,0 3,9 3,9 3,9 3,8
E. Excedente H Ponta
(kWh/ano)332,2 329,7 327,2 324,7 322,2 319,7 317,2 314,7 312,2 309,8 307,3 304,8 302,3 299,8 297,3 294,8 292,3 289,8 287,3 284,8 282,4
E. Excedente H Cheia
(kWh/ano)399,6 396,6 393,6 390,6 387,6 384,6 381,6 378,6 375,6 372,6 369,6 366,6 363,6 360,6 357,6 354,6 351,6 348,6 345,6 342,6 339,6
E. Excedente H Vazio
(kWh/ano)16,8 16,6 16,5 16,4 16,3 16,1 16,0 15,9 15,8 15,6 15,5 15,4 15,3 15,1 15,0 14,9 14,8 14,6 14,5 14,4 14,3
E. Excedente H SVazio
(kWh/ano)0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Valor da energia
autoconsumida anual (€)222 220 219 217 215 214 212 210 209 207 205 204 202 200 199 197 195 194 192 190 189
Valor da energia excedente
anual (€)34 33 33 33 33 32 32 32 32 31 31 31 31 30 30 30 30 29 29 29 29
Proveitos (custos evitados +
venda à rede) (€) c/IVA314 312 310 307 305 303 300 298 296 293 291 288 286 284 281 279 277 274 272 270 267
Proveito (€) c/IVA 314 312 310 307 305 303 300 298 296 293 291 288 286 284 281 279 277 274 272 270 267
Operação e Manutenção (€) 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23
Saldo (€) 289 287 284 282 280 277 275 273 270 268 266 263 261 259 256 254 251 249 247 244
Período de Retorno (anos) 13,4
VAL 759,89 € -2.498,98 € -2.243,98 € -2.000,80 € -1.768,91 € -1.547,80 € -1.336,99 € -1.136,01 € -944,42 € -761,78 € -587,71 € -421,80 € -263,69 € -113,02 € 30,54 € 167,32 € 297,64 € 421,77 € 540,02 € 652,63 € 759,89 €
Cash-Flow -2.877 289 287 284 282 280 277 275 273 270 268 266 263 261 259 256 254 251 249 247 244
TIR (15 anos) 4,87% -89,95% -63,00% -42,59% -28,96% -19,75% -13,31% -8,67% -5,23% -2,61% -0,59% 1,01% 2,29% 3,32% 4,17% 4,87% 5,46% 5,95% 6,36% 6,72% 7,02%
AUTOCONSUMO C/INJEÇÃO BTNC - H7
AC com Injeção BTE H8
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E. Autoconsumida H Ponta
(kWh/ano)15.855,3 15.736,4 15.617,5 15.498,6 15.379,7 15.260,7 15.141,8 15.022,9 14.904,0 14.785,1 14.666,2 14.547,2 14.428,3 14.309,4 14.190,5 14.071,6 13.952,7 13.833,8 13.714,8 13.595,9 13.477,0
E. Autoconsumida H Cheia
(kWh/ano)29.698,6 29.475,9 29.253,2 29.030,4 28.807,7 28.584,9 28.362,2 28.139,5 27.916,7 27.694,0 27.471,2 27.248,5 27.025,8 26.803,0 26.580,3 26.357,5 26.134,8 25.912,1 25.689,3 25.466,6 25.243,8
E. Autoconsumida H Vazio
(kWh/ano)3.346,6 3.321,5 3.296,4 3.271,3 3.246,2 3.221,1 3.196,0 3.170,9 3.145,8 3.120,7 3.095,6 3.070,5 3.045,4 3.020,3 2.995,2 2.970,1 2.945,0 2.919,9 2.894,8 2.869,7 2.844,6
E. Autoconsumida H SVazio
(kWh/ano)137,5 136,5 135,5 134,4 133,4 132,4 131,3 130,3 129,3 128,3 127,2 126,2 125,2 124,1 123,1 122,1 121,0 120,0 119,0 117,9 116,9
E. Excedente H Ponta
(kWh/ano)6.144,2 6.098,1 6.052,0 6.006,0 5.959,9 5.913,8 5.867,7 5.821,6 5.775,6 5.729,5 5.683,4 5.637,3 5.591,2 5.545,1 5.499,1 5.453,0 5.406,9 5.360,8 5.314,7 5.268,7 5.222,6
E. Excedente H Cheia
(kWh/ano)6.055,5 6.010,1 5.964,7 5.919,2 5.873,8 5.828,4 5.783,0 5.737,6 5.692,2 5.646,8 5.601,3 5.555,9 5.510,5 5.465,1 5.419,7 5.374,3 5.328,8 5.283,4 5.238,0 5.192,6 5.147,2
E. Excedente H Vazio
(kWh/ano)144,9 143,8 142,8 141,7 140,6 139,5 138,4 137,3 136,2 135,2 134,1 133,0 131,9 130,8 129,7 128,6 127,5 126,5 125,4 124,3 123,2
E. Excedente H SVazio
(kWh/ano)0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Valor da energia
autoconsumida anual (€)7.481 7.425 7.369 7.313 7.257 7.201 7.145 7.089 7.033 6.976 6.920 6.864 6.808 6.752 6.696 6.640 6.584 6.528 6.471 6.415 6.359
Valor da energia excedente
anual (€)554 550 546 542 538 534 529 525 521 517 513 509 505 500 496 492 488 484 480 475 471
Proveitos (custos evitados +
venda à rede) (€) c/IVA9.884 9.810 9.736 9.662 9.588 9.513 9.439 9.365 9.291 9.217 9.143 9.069 8.995 8.920 8.846 8.772 8.698 8.624 8.550 8.476 8.401
Proveito (€) c/IVA 9.884 9.810 9.736 9.662 9.588 9.513 9.439 9.365 9.291 9.217 9.143 9.069 8.995 8.920 8.846 8.772 8.698 8.624 8.550 8.476 8.401
Operação e Manutenção (€) 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592
Saldo (€) 9.218 9.143 9.069 8.995 8.921 8.847 8.773 8.699 8.625 8.550 8.476 8.402 8.328 8.254 8.180 8.106 8.031 7.957 7.883 7.809
Período de Retorno (anos) 10,3
VAL 40.686,29 € -63.290,92 € -55.162,44 € -47.409,96 € -40.016,59 € -32.966,16 € -26.243,23 € -19.833,05 € -13.721,49 € -7.895,08 € -2.340,91 € 2.953,34 € 7.999,44 € 12.808,65 € 17.391,73 € 21.758,95 € 25.920,15 € 29.884,72 € 33.661,61 € 37.259,40 € 40.686,29 €
Cash-Flow -74.686 9.218 9.143 9.069 8.995 8.921 8.847 8.773 8.699 8.625 8.550 8.476 8.402 8.328 8.254 8.180 8.106 8.031 7.957 7.883 7.809
TIR (15 anos) 8,15% -87,66% -58,30% -37,28% -23,68% -14,68% -8,51% -4,13% -0,92% 1,49% 3,33% 4,77% 5,90% 6,81% 7,55% 8,15% 8,64% 9,06% 9,40% 9,69% 9,94%
AUTOCONSUMO C/INJEÇÃO BTE - H8 (CASO BASE)
Net-Metering BTN C H11
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E. Autoconsumida H Ponta
(kWh/ano)428,7 425,5 422,3 419,0 415,8 412,6 409,4 406,2 403,0 399,7 396,5 393,3 390,1 386,9 383,7 380,5 377,2 374,0 370,8 367,6 364,4
E. Autoconsumida H Cheia
(kWh/ano)849,2 842,8 836,5 830,1 823,7 817,3 811,0 804,6 798,2 791,9 785,5 779,1 772,8 766,4 760,0 753,7 747,3 740,9 734,6 728,2 721,8
E. Autoconsumida H Vazio
(kWh/ano)131,2 130,2 129,2 128,3 127,3 126,3 125,3 124,3 123,3 122,4 121,4 120,4 119,4 118,4 117,4 116,4 115,5 114,5 113,5 112,5 111,5
E. Autoconsumida H SVazio
(kWh/ano)12,2 12,1 12,0 11,9 11,8 11,7 11,6 11,5 11,5 11,4 11,3 11,2 11,1 11,0 10,9 10,8 10,7 10,6 10,5 10,5 10,4
E. Saldo Energético H Ponta
(kWh/ano) (E. imp. -E. Exp.)435,7 432,4 429,2 425,9 422,6 419,4 416,1 412,8 409,5 406,3 403,0 399,7 396,5 393,2 389,9 386,7 383,4 380,1 376,9 373,6 370,3
E. Saldo Energético H Cheia
(kWh/ano) (E. imp. -E. Exp.)292,2 290,1 287,9 285,7 283,5 281,3 279,1 276,9 274,7 272,5 270,3 268,1 265,9 263,8 261,6 259,4 257,2 255,0 252,8 250,6 248,4
E. Saldo Energético H Vazio
(kWh/ano) (E. imp. -E. Exp.)497,0 493,3 489,5 485,8 482,1 478,4 474,6 470,9 467,2 463,5 459,7 456,0 452,3 448,5 444,8 441,1 437,4 433,6 429,9 426,2 422,5
E. Saldo Energético SVazio
(kWh/ano) (E. imp. -E. Exp.)275,7 273,6 271,6 269,5 267,4 265,4 263,3 261,2 259,2 257,1 255,0 253,0 250,9 248,8 246,8 244,7 242,6 240,6 238,5 236,4 234,3
Valor da energia
autoconsumida anual (€)247 245 243 241 239 237 235 234 232 230 228 226 224 223 221 219 217 215 213 211 210
Valor da energia em Net-
Metering anual (€)216 215 213 211 210 208 207 205 203 202 200 198 197 195 194 192 190 189 187 185 184
Acerto Anual de Energia em
Saldo (Net-Metering) (€)124 123 122 121 121 120 119 118 117 116 115 114 113 112 111 110 109 108 107 107 106
Proveitos (custos evitados + venda
à rede) (€) c/IVA722 717 711 706 700 695 690 684 679 673 668 663 657 652 646 641 635 630 625 619 614
Proveito (€) c/IVA 722 717 711 706 700 695 690 684 679 673 668 663 657 652 646 641 635 630 625 619 614
Operação e Manutenção (€) 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64 64
Saldo (€) 652 647 641 636 631 625 620 614 609 604 598 593 587 582 576 571 566 560 555 549
Período de Retorno (anos) 19,2
VAL 137,02 € -7.202,70 € -6.627,64 € -6.079,33 € -5.556,55 € -5.058,17 € -4.583,07 € -4.130,19 € -3.698,55 € -3.287,16 € -2.895,11 € -2.521,52 € -2.165,56 € -1.826,41 € -1.503,32 € -1.195,54 € -902,38 € -623,17 € -357,27 € -104,07 € 137,02 €
Cash-Flow -8.118 652 647 641 636 631 625 620 614 609 604 598 593 587 582 576 571 566 560 555 549
TIR (15 anos) 1,66% -91,97% -67,47% -47,76% -34,17% -24,77% -18,08% -13,19% -9,51% -6,69% -4,47% -2,70% -1,28% -0,11% 0,86% 1,66% 2,34% 2,92% 3,41% 3,84% 4,20%
NET-METERING BTN C - H11 (CASO BASE)
Net-Metering BTN C H12
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E. Autoconsumida H Ponta
(kWh/ano)409,2 406,1 403,0 400,0 396,9 393,8 390,8 387,7 384,6 381,6 378,5 375,4 372,3 369,3 366,2 363,1 360,1 357,0 353,9 350,9 347,8
E. Autoconsumida H Cheia
(kWh/ano)817,7 811,5 805,4 799,3 793,2 787,0 780,9 774,8 768,6 762,5 756,4 750,2 744,1 738,0 731,8 725,7 719,6 713,4 707,3 701,2 695,0
E. Autoconsumida H Vazio
(kWh/ano)113,8 113,0 112,1 111,3 110,4 109,5 108,7 107,8 107,0 106,1 105,3 104,4 103,6 102,7 101,9 101,0 100,2 99,3 98,4 97,6 96,7
E. Autoconsumida H SVazio
(kWh/ano)6,7 6,7 6,6 6,6 6,5 6,5 6,4 6,4 6,3 6,3 6,2 6,2 6,1 6,1 6,0 6,0 5,9 5,9 5,8 5,8 5,7
E. Saldo Energético H Ponta
(kWh/ano) (E. imp. -E. Exp.)408,1 405,1 402,0 398,9 395,9 392,8 389,8 386,7 383,6 380,6 377,5 374,4 371,4 368,3 365,3 362,2 359,1 356,1 353,0 350,0 346,9
E. Saldo Energético H Cheia
(kWh/ano) (E. imp. -E. Exp.)285,8 283,6 281,5 279,3 277,2 275,1 272,9 270,8 268,6 266,5 264,3 262,2 260,1 257,9 255,8 253,6 251,5 249,3 247,2 245,1 242,9
E. Saldo Energético H Vazio
(kWh/ano) (E. imp. -E. Exp.)429,4 426,2 423,0 419,8 416,6 413,3 410,1 406,9 403,7 400,4 397,2 394,0 390,8 387,6 384,3 381,1 377,9 374,7 371,5 368,2 365,0
E. Saldo Energético SVazio
(kWh/ano) (E. imp. -E. Exp.)249,6 247,8 245,9 244,0 242,2 240,3 238,4 236,5 234,7 232,8 230,9 229,0 227,2 225,3 223,4 221,6 219,7 217,8 215,9 214,1 212,2
Valor da energia
autoconsumida anual (€)235 233 231 230 228 226 224 223 221 219 217 216 214 212 210 208 207 205 203 201 200
Valor da energia em Net-
Metering anual (€)200 199 197 196 194 193 191 190 188 187 185 184 182 181 179 178 176 175 173 172 170
Acerto Anual de Energia em
Saldo (Net-Metering) (€)13 13 13 13 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 11 11 11 11 11 11 11
Proveitos (custos evitados + venda
à rede) (€) c/IVA551 547 543 539 534 530 526 522 518 514 510 506 501 497 493 489 485 481 477 472 468
Proveito (€) c/IVA 551 547 543 539 534 530 526 522 518 514 510 506 501 497 493 489 485 481 477 472 468
Operação e Manutenção (€) 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34 34
Saldo (€) 513 509 505 500 496 492 488 484 480 476 471 467 463 459 455 451 447 443 438 434
Período de Retorno (anos) 10,5
VAL 2.134,26 € -3.649,66 € -3.197,44 € -2.766,14 € -2.354,83 € -1.962,60 € -1.588,60 € -1.232,01 € -892,03 € -567,92 € -258,96 € 35,53 € 316,22 € 583,73 € 838,65 € 1.081,56 € 1.313,01 € 1.533,51 € 1.743,58 € 1.943,67 € 2.134,26 €
Cash-Flow -4.289 513 509 505 500 496 492 488 484 480 476 471 467 463 459 455 451 447 443 438 434
TIR (15 anos) 7,62% -88,04% -59,07% -38,13% -24,53% -15,50% -9,28% -4,86% -1,61% 0,83% 2,70% 4,16% 5,32% 6,25% 7,00% 7,62% 8,13% 8,55% 8,91% 9,21% 9,46%
10,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
NET-METERING BTE - H13 (CASO BASE)
NET-METERING BTN C - H12
Net-Metering BTE H13
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E. Autoconsumida H
Ponta (kWh/ano)15.855,3 15.736,4 15.617,5 15.498,6 15.379,7 15.260,7 15.141,8 15.022,9 14.904,0 14.785,1 14.666,2 14.547,2 14.428,3 14.309,4 14.190,5 14.071,6 13.952,7 13.833,8 13.714,8 13.595,9 13.477,0
E. Autoconsumida H
Cheia (kWh/ano)29.698,6 29.475,9 29.253,2 29.030,4 28.807,7 28.584,9 28.362,2 28.139,5 27.916,7 27.694,0 27.471,2 27.248,5 27.025,8 26.803,0 26.580,3 26.357,5 26.134,8 25.912,1 25.689,3 25.466,6 25.243,8
E. Autoconsumida H
Vazio (kWh/ano)3.346,6 3.321,5 3.296,4 3.271,3 3.246,2 3.221,1 3.196,0 3.170,9 3.145,8 3.120,7 3.095,6 3.070,5 3.045,4 3.020,3 2.995,2 2.970,1 2.945,0 2.919,9 2.894,8 2.869,7 2.844,6
E. Autoconsumida H
SVazio (kWh/ano)137,5 136,5 135,5 134,4 133,4 132,4 131,3 130,3 129,3 128,3 127,2 126,2 125,2 124,1 123,1 122,1 121,0 120,0 119,0 117,9 116,9
E. Saldo Energético H
Ponta (kWh/ano)5.569,6 5.527,8 5.486,0 5.444,3 5.402,5 5.360,7 5.319,0 5.277,2 5.235,4 5.193,6 5.151,9 5.110,1 5.068,3 5.026,6 4.984,8 4.943,0 4.901,2 4.859,5 4.817,7 4.775,9 4.734,2
E. Saldo Energético H
Cheia (kWh/ano)3.179,9 3.156,1 3.132,2 3.108,4 3.084,5 3.060,7 3.036,8 3.013,0 2.989,1 2.965,3 2.941,4 2.917,6 2.893,7 2.869,9 2.846,0 2.822,2 2.798,3 2.774,5 2.750,6 2.726,8 2.702,9
E. Saldo Energético H
Vazio (kWh/ano)2.479,1 2.460,5 2.441,9 2.423,3 2.404,7 2.386,1 2.367,5 2.348,9 2.330,3 2.311,7 2.293,1 2.274,5 2.256,0 2.237,4 2.218,8 2.200,2 2.181,6 2.163,0 2.144,4 2.125,8 2.107,2
E. Saldo Energético
SVazio (kWh/ano)1.116,0 1.107,7 1.099,3 1.090,9 1.082,6 1.074,2 1.065,8 1.057,5 1.049,1 1.040,7 1.032,3 1.024,0 1.015,6 1.007,2 998,9 990,5 982,1 973,8 965,4 957,0 948,6
Valor da energia
autoconsumida anual
(€)
7.481 7.425 7.369 7.313 7.257 7.201 7.145 7.089 7.033 6.976 6.920 6.864 6.808 6.752 6.696 6.640 6.584 6.528 6.471 6.415 6.359
Valor da energia em
Net-Metering anual (€)1.908 1.894 1.880 1.866 1.851 1.837 1.823 1.808 1.794 1.780 1.765 1.751 1.737 1.722 1.708 1.694 1.679 1.665 1.651 1.637 1.622
Acerto Anual de
Energia em Saldo (Net-
Metering) (€)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Proveitos (custos
evitados + venda à rede)
(€) c/IVA
11.550 11.463 11.376 11.290 11.203 11.116 11.030 10.943 10.857 10.770 10.683 10.597 10.510 10.423 10.337 10.250 10.164 10.077 9.990 9.904 9.817
Proveito (€) c/IVA 11.550 11.463 11.376 11.290 11.203 11.116 11.030 10.943 10.857 10.770 10.683 10.597 10.510 10.423 10.337 10.250 10.164 10.077 9.990 9.904 9.817
Operação e Manutenção
(€)592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592 592
Saldo (€) 10.734 10.648 10.561 10.474 10.388 10.301 10.215 10.128 10.041 9.955 9.868 9.781 9.695 9.608 9.522 9.435 9.348 9.262 9.175 9.089
Período de Retorno (anos) 8,4
VAL 59.166,71 € -61.888,59 € -52.422,83 € -43.395,18 € -34.785,94 € -26.576,28 € -18.748,21 € -11.284,51 € -4.168,73 € 2.614,84 € 9.081,24 € 15.244,83 € 21.119,33 € 26.717,87 € 32.052,99 € 37.136,65 € 41.980,33 € 46.594,95 € 50.990,96 € 55.178,37 € 59.166,71 €
Cash-Flow -74.686 10.734 10.648 10.561 10.474 10.388 10.301 10.215 10.128 10.041 9.955 9.868 9.781 9.695 9.608 9.522 9.435 9.348 9.262 9.175 9.089
TIR (15 anos) 10,83% -85,63% -54,38% -32,93% -19,40% -10,60% -4,64% -0,46% 2,56% 4,80% 6,50% 7,81% 8,84% 9,65% 10,30% 10,83% 11,26% 11,61% 11,90% 12,15% 12,35%
8,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
NET-METERING BTE - H13 (CASO BASE)