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Jornal Regional de Limeira www.redebrasilatual.com.br LIMEIRA nº 33 Abril de 2015 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA jornal brasil atual jorbrasilatual Nova concessão não assegura empregos dos antigos funcionários Pág. 6 TRANSPORTE INCERTEZA Espaço vai congregar novas práticas e novas ideias empreendedoras Pág. 2 TECNOLOGIA INCUBADORA Orquestra Sinfônica de Limeira expande seus projetos Pág. 7 MÚSICA 20 ANOS Doença se alastra por toda a cidade e população se une no combate ao mosquito SAÚDE EPIDEMIA DE DENGUE CRISE DA ÁGUA Especialistas rebatem versão oficial e explicam que ciclos de seca podem ser previstos com tecnologia Pág. 3 A CULPA É MESMO DE SÃO PEDRO?

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Brasil Atual Limeira 33

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  • Jornal Regional de Limeira

    www.redebrasilatual.com.br LIMEIRA

    n 33 Abril de 2015

    DISTRIBUIOGRATUITA

    jornal brasil atual jorbrasilatual

    Nova concesso no assegura empregos dos antigos funcionrios

    Pg. 6

    TRANSPORTE

    INCERTEZA

    Espao vai congregar novas prticas e novas ideias empreendedoras

    Pg. 2

    TECNOLOGIA

    INCUBADORA

    Orquestra Sinfnica de Limeira expande seus projetos

    Pg. 7

    MSICA

    20 ANOS

    Doena se alastra por toda a cidade e populao se une no combate ao mosquito

    SADE

    EPIDEMIA DE DENGUE

    CRISE DA GUA

    Especialistas rebatem verso oficial e explicam que ciclos de seca podem ser previstos com tecnologia

    Pg. 3

    A CULPA MESMO DE SO PEDRO?

  • 2 Limeira

    Expediente Rede Brasil Atual LimeiraEditora Grfica Atitude Ltda. Diretor de redao Paulo Salvador Edio Enio Loureno Redao Ana Lucia Ramos, Giovanni Giocondo, Ivanice Santos e William da Silva Foto capa Crise da gua Rafael Neddermeyer/Fotos Pblicas Reviso Malu Simes Diagramao Leandro Siman Telefone (19) 99264-6550 (11) 3295-2820 Tiragem: 15 mil exemplares Distribuio Gratuita

    TECNOLOGIA

    Novas ideias e prticas para uma economia criativa

    Incubadora inaugurada

    EDITORIAL

    Nos ltimos dias 13 e 15 de maro, vimos novamente a polarizao em parte do pas, que se arrasta desde a eleio presidencial de outubro. De um lado, movimentos sociais e centrais sindicais, apoiadores da ree-leio da presidenta Dilma Rousseff; de outro, um amlgama de oposi-cionistas, que rene todo tipo de pensamento conservador e retrgrado.

    A edio de duas Medidas Provisrias (MPs) que restringem direi-tos trabalhistas, como o seguro-desemprego, desagradou s bases que reelegeram a presidenta. A resposta foi propositiva e direta. Em todas as capitais do pas, a CUT, o MST, a UNE e outras entidades populares saram s ruas, no dia 13, pedindo a revogao dessas MPs, reforma poltica, em defesa da Petrobras e, sobretudo, em defesa da democracia.

    J no dia 15, uma difuso de bandeiras genricas se espalhou por todo o pas, sem apresentar nenhuma ao concreta ou fundamentada. O discurso do dio e a afronta aos direitos humanos transcendeu o pano de fundo da ideia de combate corrupo. O dito cidado de bem cami-nhou lado a lado nas passeatas com grupos neonazistas e defensores da volta da ditadura militar quando o Estado brasileiro torturou, matou e desapareceu com seus cidados que pensavam diferente.

    Est claro que parte dos derrotados em outubro quer provocar o ter-ceiro turno, desrespeitando as regras do jogo democrtico. Um bom comeo para atenuar esse tensionamento seria Dilma voltar-se aos tra-balhadores que a reelegeram, revogando as MPs. Os setores mdios no devem mudar seu posicionamento, porque ali est presente muito mais o dio de classe e o individualismo do que um projeto de pas. Mas, para que eles tambm no tenham que pagar pela crise econmica, a taxao das grandes fortunas pode ser uma sada para o ajuste fiscal no atingir esses dois polos, e promover uma mudana de paradigmas. preciso mudar o receiturio econmico neoliberal, presidenta.

    No dia 17 de maro, foi inaugurado o Centro de Ino-vao Tecnolgica de Limei-ra, onde ir funcionar a Incu-badora Tecnolgica, que tem, segundo seus gestores, o intui-to de atender a uma histrica vocao do municpio e do Estado de So Paulo para o desenvolvimento tecnolgico e sustentvel.

    Segundo o secretrio mu-nicipal de Desenvolvimento Tecnolgico, Vladimir dos Santos, a incubadora vai distri-buir para o Distrito Industrial, universidades e comunidades do entorno a inovao produ-zida a partir de novos proje-tos feitos em parceria com as empresas participantes. At o momento, trs companhias j apresentaram propostas de inovao nos setores de arqui-

    tetura e informtica.Para isso, ns montamos

    a Associao de Ambientes de Inovao de Limeira, que vai fazer a gesto da incubadora, do Centro de Inovao e do parque tecnolgico [que ser construdo conforme a deman-da das empresas incubadas] atravs de um convnio com a Prefeitura, que agora s preci-sa de regulamentao, escla-receu o secretrio, que estima em at quatro anos o prazo para que uma empresa possa sair apta a desenvolver com autonomia o aprendizado obti-do na incubadora.

    O secretrio estadual de Desenvolvimento Econmico, Cincia, Tecnologia e Inova-o e tambm vice-governador de So Paulo, Mrcio Frana (PSB), disse que a incubadora

    uma semente para atrair no-vas ideias. O importante ter um formato correto, sem pular etapas, e que crie mecanismos para promover a inovao, ge-rar empregos e difundir a tec-nologia sem a pressa que atra-palha o processo, explicou.

    Frana ainda usou dos exemplos da Europa, do Japo e dos Estados Unidos para di-zer que o Brasil, se quiser se desenvolver, precisa deixar seu papel de exportador de commodities.

    As grandes naes expor-tam conhecimento, produtos de valor agregado e tecno-logia, alm de terem foco na economia criativa, que inclui turismo, moda, cultura, arte, gastronomia, entre outras re-as com as quais a incubadora ter sintonia, ressaltou.

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    Vice-governador Mrcio Frana (PSB)

    Secretrio de Desenvolvimento Tecnolgico Vladimir dos Santos

  • 3Limeira

    CRISE DA GUA

    Especialistas contestam ideia de que a estiagem seja principal causa da crise por Giovanni Giocondo

    Ciclos de seca e de muita chuva podem ser previstos

    Os segredos do armazenamento da gua

    Desperdcio de dinheiro em aes inteis

    A baixa quantidade de chuvas que caiu sobre o Es-tado de So Paulo em 2014 apontada pela Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo (Sabesp) e pela Secretaria Estadual de Recur-

    Segundo o engenheiro ci-vil Antonio Carlos Zuffo, a principal funo dos reserva-trios a de armazenar a gua acumulada no perodo de chuvas para o uso posterior, quando no perodo das secas.

    O problema que o Sis-tema Cantareira foi projeta-

    Enquanto no investiu na ampliao de seus reservat-rios, o governo de So Paulo gastou somas considerveis em aes que, para Rodrigues, esto literalmente chovendo no molhado.

    do na baixa, ainda na dcada de 1960, e hoje operado na alta. O reservatrio nunca deu conta de suportar a quantidade de chuvas que caram ao longo dos anos, revela.

    Membro da Rede Interna-cional de Centros de Conheci-mento do Setor da gua (Ral-

    cea), Zuffo lembra que em So Paulo, entre as dcadas de 1940 e 1970, choveu menos que entre 1970 e 2010, e que o consumo domstico caiu de um perodo para o outro.

    Ento por que estamos em meio a uma crise de abas-tecimento? Porque as obras

    sos Hdricos como o principal fator que levou atual crise do sistema de abastecimento de gua.

    Para essas autoridades, So Paulo vive sua pior estiagem em 70 anos, quando choveu so-

    bre o Sistema Cantareira (que atende regio metropolitana da capital e a algumas cidades do interior) pouco mais da me-tade da mdia anual, que de 1.581 milmetros.

    Especialistas, no entanto,

    tanta tecnologia disponvel, o Estado no tenha detectado onde chove mais constante-mente, explica.

    O meteorologista afirma que s possvel fazer a pre-viso de chuvas para os prxi-mos trs meses, mas quando se olha a srie histrica, d para verificar que tudo ocorre dentro de um ciclo.Em 2003 e 2007, houve uma estiagem to forte quanto a de 2014, as-sim como choveu bem acima da mdia em 2011 e 2009.

    Segundo Rodrigues, a va-riao na quantidade de chu-vas um fenmeno previs-vel. No adianta culpar So Pedro. O que preciso ter planejamento para construir reservatrios em locais onde a precipitao maior, e isso no foi feito, critica.

    Uma delas o chamado bombardeamento de nu-vens, no qual um avio joga gotculas de gua dentro das nuvens para tentar estimular a chuva.

    Existem pareceres tcni-

    cos que mostram que as em-presas que fazem esse servio s entram na nuvem quando a chuva j est acontecendo, apenas adiantando a precipita-o, diz.

    O meteorologista conta que

    essa tecnologia muito cara e intil em So Paulo, onde as nuvens so altas e frias, o que no gera chuva.

    Esse processo funcionaria no serto do Nordeste, onde as nuvens so mais quentes e

    discordam dessa afirmao com base em estudos cient-ficos, revelando que o Estado poderia ter se preparado me-lhor para enfrentar o perodo de seca, to recorrente quanto o de excesso de chuvas. Em fevereiro deste ano, por exem-plo, choveu sobre o Cantareira mais de 30% acima da mdia ante o mesmo ms de anos an-teriores.

    Um dos profissionais que contesta a verso do governo Geraldo Alckmin (PSDB) o meteorologista Carlos Augus-to Rodrigues, chefe do Institu-to de Astronomia e Geocin-cias da Universidade de So Paulo (IAG-USP).

    Para Rodrigues, a pior seca da histria uma infor-mao que no procede. inadmissvel que, mesmo com

    necessrias no foram fei-tas e a Sabesp, em vez de seguir as recomendaes da Agncia Nacional de guas (ANA) de liberar a gua que sobrou em determinada po-ca, preferiu ret-la para ven-der mais cara a indstrias e empresas, denuncia.

    mais baixas. Aqui, essas for-maes de nuvens chegam a alturas de dez quilmetros. Para mim, o uso desse recur-so no passa de desperdcio. financeiramente invivel, explica.

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    SADE

    Dengue j soma mais de 4.000 casos na cidade, com oito mortes sob suspeita por Giovanni Giocondo

    Em meio a epidemia, secretrio afastado por 60 dias

    Estimativas Hospital 24h contra a dengue

    As pessoas precisam compreender que a luta contra a dengue no pode ser estati-zada. A fala do ex-secret-rio municipal de Sade, Luiz Antonio da Silva, cobrando maior participao da popu-lao no combate doena, que j computa mais de 4.000 casos em Limeira, com oito mortes sob suspeita.

    Luiz Antnio que, em entrevista ao Brasil Atual, lamentava o fato de no Brasil ter se criado uma cultura de esperar que o agente de ende-mias v at a sua casa eliminar o criadouro do mosquito Ae-des aegypt foi afastado do cargo preventivamente no dia 20 de maro.

    O juiz Ailson Araki Ri-

    Segundo Pedrina Rodri-gues Costa, coordenadora do Centro de Zoonoses de Limeira, houve um acrsci-mo considervel na infesta-o, mas dentro do previsto.

    No ano passado, tive-mos apenas 700 casos, mas esse nmero alto de 2015 estava em nosso plano de contingncia, que estimava 6.000 casos, esclarece.

    Pedrina afirma ainda que uma das causas para o au-mento no nmero de casos a crise hdrica que o Estado en-frenta, tendo forado mui-tas pessoas a armazenarem gua irregularmente, prolife-rando o nmero de focos.

    Mas ns temos desen-volvido um trabalho em duas frentes. A primeira, da conscientizao, e a se-gunda, uma ao tcnica de bloqueio dos criadouros, disse.

    A Prefeitura decidiu an-tecipar a inaugurao de um prdio que seria destinado ao Programa Sade da Fa-mlia (PSF), no bairro Nos-sa Senhora das Dores.

    O local, agora, voltado ao atendimento exclusivo de pessoas com dengue. Se-gundo a enfermeira Maria-na Valente, o atendimento feito por demanda espon-tnea, 24 horas por dia. Os pacientes passam por ava-liao mdica, alm de clas-sificao de risco de conta-minao.

    Tcnicos de enferma-gem da Unicamp colabo-ram voluntariamente para

    atender os cerca de 200 no-vos doentes que tem apare-cem a cada dia. Nas salas de hidratao, muitas pessoas se recuperam. Uma delas a servidora pblica Rogria de Oliveira, de 51 anos, que dei-xa uma dica.

    Muita gente faz o exame de sorologia logo que tem os sintomas e ele d negativo. s vezes, na ansiedade de ir em-bora, pode piorar. Por isso fundamental passar pelo aten-dimento mdico e seguir as orientaes, pondera.

    Segundo a chefe da Vigi-lncia Epidemiolgica, Amlia Pereira, os casos mais graves da doena evoluem pela falta

    de hidratao dos pacientes. preciso ficar atento

    a dores abdominais fortes, vmito, diarreia. Tem que procurar o atendimento es-pecializado imediatamen-te, orienta.

    Amlia ainda pede aos moradores que colaborem fazendo todos os exames solicitados.

    Nossa avaliao no tem sido muito precisa, por-que as pessoas deixam de coletar e assim fica impos-svel encerrar alguns casos.Pedimos a ajuda de todos para organizarmos melhor nosso plano de combate ao mosquito, conta.

    beiro, da Vara da Fazenda Pblica, acatou o pedido do Ministrio Pblico Estadual e afastou o secretrio municipal de Sade do cargo por 60 dias. Ele e o prefeito Paulo Hadich (PSB) so acusados de omis-so e ineficincia no combate

    dengue.Alguns setores da popu-

    lao limeirense, no entanto, compreenderam o recado do Poder Pblico. o caso da comerciante Sueli Santana, de 47 anos, moradora do Parque Hiplito. Para ela, o trabalho

    ra da Prefeitura para promover a operao fumac (dedeti-zao especfica no combate ao mosquito), que s chegou rua onde mora em meados de maro.

    Poderia ter acontecido bem antes, relata a comer-ciante, que lamenta a morte de sua ginecologista Neyde Onishi, de 60 anos, falecida no dia 15 de maro em decorrn-cia da dengue.

    No dia seguinte morte da mdica, mdicos foram at a Cmara Municipal cobrar aes do Poder Pblico contra a doena, como a suspenso das aulas nas escolas do muni-cpio. A hiptese foi afastada pelos vereadores e pela admi-nistrao municipal.

    individual de cada morador fundamental para prevenir a infestao. Eu no tenho nenhum vaso de planta com gua, deixo tudo seco e limpo, para evitar os focos da den-gue, explica.

    Ela, porm, critica a demo-

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    CIDADE

    Anac pediu interrupo de voos do equipamento, que filmava a cidade em busca de criadouros

    Uso de Vant no combate dengue est proibido

    Invaso de privacidade tambm entra em debate

    A Secretaria Municipal de Sade decidiu interromper a utilizao dos Veculos Are-os No Tripulados (Vants) nas aes de combate aos focos do mosquito da dengue.

    Os equipamentos voado-res, que possuem cmeras de alta resoluo, so controlados a distncia por computador e precisam de uma autorizao da Agncia Nacional de Avia-o Civil (Anac) para operar e registrar as imagens.

    Segundo o ex-secretrio de Sade, Luiz Antonio da Silva, os Vants demonstraram um desempenho satisfatrio no que tange visualizao dos

    Alm da falta de seguran-a da populao civil, um dos problemas do uso dos Vants em reas povoadas o risco de invaso de privacidade das pessoas em suas residncias.

    Para Bruna Castanheira, advogada especialista em di-reito digital, apesar dos bene-fcios que a tecnologia pode trazer na batalha contra a den-gue, a populao tem de estar

    ciente de que suas residncias so observadas.

    Da mesma forma que a vigilncia convencional de combate dengue pede per-misso para adentrar a casa do cidado, talvez fosse necessria a anuncia do morador para ter sua casa observada, uma vez que no estamos falando de um local pblico, mas de um am-biente privado, esclarece.

    De acordo com a Secre-taria Municipal de Sade, as residncias abandonadas e fe-chadas, que impediam o aces-so dos agentes de endemia, estavam entre os principais alvos do Vants no municpio.

    Para a advogada, tambm essencial que haja transparn-cia com relao divulgao das imagens capturadas dos Vants.

    decidiu notificar a adminis-trao municipal, para que prestasse esclarecimentos so-bre o uso da aeronave.

    Ainda segundo a Anac, qualquer cidado, empresa ou instituio pode adquirir um Vant, mas a operao depen-de de autorizao prvia da Agncia, emitida por meio da Instruo Suplementar n 21- -002, de outubro de 2012.

    Esse certificado, ainda que permita voos apenas em carter experimental, exige uma srie de comprovaes por parte do interessado, que visam garantir a segurana da aviao, explica a nota.

    grandes criadouros da larva do Aedes aegypt.

    Essa tecnologia foi bas-tante til, porque o Vant atua cirurgicamente e nos auxilia a eliminar boa parte dos focos da doena, como em piscinas, calhas e telhados, comentou.

    No incio de maro, o uso dos Vants foi suspenso na ci-dade aps determinao da Anac. Em nota, a assessoria de imprensa da Agncia infor-mou que no emitiu nenhum Certificado de Autorizao de Voo Experimental (Cave) para a Prefeitura de Limeira, e aps verificar a existncia de uma operao no autorizada

    A Constituio Federal e o Cdigo Civil preveem que a privacidade um di-reito humano inviolvel. Portanto, preciso transpa-rncia quanto ao uso des-ta tecnologia, ainda mais porque, no caso, contribui para a sade pblica. Por isso, no vejo motivos para o cidado no ter acesso s imagens, constata.

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    jornal brasil atual jorbrasilatual

  • 6 Limeira

    TRANSPORTE

    EDUCAO

    Aps desligamento da Rpido Sudeste do sistema, nova licitao no assegura os empregos

    Na ltima semana de maro, adeso ao movimento j chegava a 60% da categoria

    Trabalhadores esto com o futuro incerto

    Greve dos professores ganha fora em So Paulo

    Omisso de empresa ameaa direitos trabalhistas

    A empresa Rpido Sudeste foi desligada da concesso do transporte pblico em maro. Passado um ms da deciso tomada pela Prefeitura, que teve como justificativa uma srie de irregularidades co-metidas pela empresa, como a falta de manuteno dos veculos, problemas na opera-o e atraso nos pagamentos,

    O novo contrato tambm determina que a Viao Li-meirense assuma os dbitos que a Rpido Sudeste tem com os trabalhadores refe-rentes s rescises contratu-ais e manuteno de todos os empregos at agosto de 2015.

    Segundo Walter Bar-bosa, presidente do Sindi-cato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Li-meira (Sindttrul), a entidade j vinha alertando a Prefei-tura desde 2014. A Rpido Sudeste comeou pagando os funcionrios em dias di-

    ferentes, depois deixou de pa-gar. Faltava at combustvel para os nibus, relembrou.

    Os trabalhadores chegaram a fazer uma paralisao de al-gumas horas em fevereiro, e aps acordo com a Prefeitu-ra voltaram ao expediente. A empresa ainda tentou pagar os salrios de motoristas e cobra-dores para que os nibus no parassem, enquanto o admi-nistrativo e a manuteno no recebiam.

    Em nota, a Secretaria de Mobilidade Urbana consi-derou que a Rpido Sudeste abandonou a prestao de

    servios no dia 10 de feverei-ro, o que levou chamada caducidade, permitindo o desligamento.

    Com os empregos garanti-dos pelos prximos seis me-ses, os trabalhadores ainda temem pelo que vir depois. A prpria secretria Andrea Soares pragmtica ao falar do futuro desses funcionrios. A questo dos empregos vai depender da prxima empresa que assumir o servio, revela.

    O Sindttrul ainda cobra na Justia outros passivos traba-lhistas deixados pela Rpido Sudeste, como os cerca de dois

    derados ultrapassados, para manter o sistema funcionando integralmente.

    Segundo Andrea Soares, secretria municipal de Mo-bilidade Urbana, o convnio emergencial prev a continui-dade da operao das mesmas linhas antes controladas pela Rpido Sudeste, sem prejuzo aos passageiros.

    anos de Fundo de Garantia por Tempo de Servio (FGTS) no recolhidos pela empresa aos 180 funcionrios.

    Os representantes da companhia foram procura-dos pela reportagem, mas todos os telefones oficiais da empresa em Limeira fo-ram desligados.

    O gerente da Viao Li-meirense, Audraliano Vas-concelos, tambm no res-pondeu equipe do Brasil Atual, aps pelo menos seis tentativas via telefone e re-cados deixados com a secre-tria da empresa.GIO

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    ainda nebuloso o destino dos antigos funcionrios.

    Logo aps ratificar a sada da Rpido Sudeste do sistema, a Prefeitura assinou um con-trato emergencial de seis me-ses com a Viao Limeirense, que j efetuava o servio em outras linhas. Esta empresa gastou R$ 70 mil com a re-forma de 14 veculos, consi-

    Os professores da rede p-blica do Estado de So Paulo esto em greve desde o dia 13 de maro por melhores condi-es de trabalho. A principal reivindicao o reajuste sa-larial de 75,33% para profes-

    sores que recebem o piso, atu-almente em R$ 2.415,89, para jornadas de 40 horas semanais no ensino mdio.

    De acordo com o Sindica-to dos Professores do Ensino Oficial do Estado de So Pau-

    lo (Apeoesp), na ltima sema-na de maro, 60% da categoria encontrava-se de braos cru-zados contra os desmandos do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na Educao. Os pro-fessores tambm exigem limi-

    te mximo de 25 alunos por sala de aula e a implantao da jornada do piso, alm de uma nova forma de contratao de professores temporrios, atu-almente sem estabilidade nos cargos.

    A rede estadual paulista de ensino conta com cerca de 230 mil docentes. Em 20 de mar-o, 40 mil participaram de um ato no Centro de So Paulo para pressionar o governo do Estado a abrir negociao.

  • 7Limeira

    MSICA

    Maestro Rodrigo Muller rege projeto que casa aprendizado e apreciao da msica clssica

    Orquestra sinfnica comemora 20 anos

    Limeira representou o amadurecimento do msico

    Popularizao e alcance da msica erudita

    No ano em que a Orquestra Sinfnica de Limeira come-mora 20 anos de sua funda-o, a equipe do Brasil Atual conversou com um dos perso-nagens mais importantes da trajetria desse grupo que, a cada temporada, desempenha com excelncia um trabalho de popularizao da msica clssica e de formao cultu-ral na regio.

    Trata-se do obosta, maes-tro e regente Rodrigo Muller, de 40 anos. O msico, que natural de Rio Claro, fundador da orquestra, transformou, ao lado de sua equipe, concertos eruditos em uma arte acess-

    Quase tudo que eu sei na vida eu aprendi com a msica, de fazer caf a datilografar, diz entre ri-sos Muller, contente com a naturalidade com a qual deixou de ser o obosta da sinfnica de Americana para reger a orquestra pela primeira vez.

    Para comemorar as duas dcadas de histria, a Or-questra Sinfnica de Limei-ra faz concertos em todos os meses do ano, sempre no Teatro Vitria, com in-gressos que variam de R$ 6 (meia-entrada) a R$ 12 (in-teira). Este ms ser no dia 16 de abril, s 20 horas, no

    vel para toda a populao, seja pela apreciao dos espetcu-los ou pelos ensinamentos.

    Comecei ainda pequeno, quando um parente da minha me, que era maestro daquelas bandas de coreto, me deu uma flauta doce de presente. Como eu ainda era criana, ela no me deixava tocar para no es-tragar o instrumento. Isso foi at meus 11, 12 anos, quando na minha escola tinha um co-lega que tocava flauta. Ele co-meou a me ensinar, e no ano seguinte tive a minha primeira experincia musical, reme-mora.

    Muller relembra em deta-

    lhes do episdio em que este amigo mudou para o perodo noturno da escola e deixou de tocar em uma orquestra

    amadora de Rio Claro, con-vidando-o para o substituir. Eu nem tinha ideia de como funcionava um concerto, uma

    orquestra, mas fui comeando a ter contato com os instru-mentos, a flauta transversal, o obo. Ganhei uma bolsa para estudar em Piracicaba, ainda adolescente, conta.

    Antes de chegar a Limei-ra, Muller fez uma passagem essencial pelas aulas do pro-fessor de composio Otvio de Carvalho, da Unicamp. Da tcnica e do refinamento da universidade, ele se direcio-nou para a materializao des-sa experincia na Orquestra Sinfnica de Rio Claro, ainda amadora, e depois na de Ame-ricana, como funcionrio da Prefeitura local.

    Aps essas primeiras ex-perincias como maestro, a oportunidade mpar estava em Limeira, no ano de 1995. Eu j estava na cidade, onde fazia parte do Projeto Guri, do go-verno do Estado, quando fui convidado para integrar a pri-meira Orquestra Sinfnica da histria do municpio, conta.

    Nessa poca, a administra-o municipal tambm empre-endeu a construco do Teatro Vitria, que passou a ser a casa da Orquestra Sinfnica Municipal antes disso, os 53 integrantes iniciais tocavam nas igrejas da cidade.

    Hoje, alm dos profis-sionais, a orquestra tambm

    possui mais de 500 apren-dizes, entre crianas e adolescentes, que a partir dos 10 anos podem rece-ber aulas gratuitas dos mais variados instrumentos mu-sicais.

    As aulas so realizadas em um prdio na Praa da Boa Morte, no Centro.

    Teatro Vitria.Os msicos, no entanto,

    no tm um calendrio estan-que e podem fazer outras apre-sentaes em escolas, praas, centros comunitrios da cida-de e da regio.

    Para o maestro Muller, a formao musical dos alunos e do pblico para os consertos

    em uma vertente popular apa-recem como alguns dos prin-cipais desafios. importante inserir elementos populares no nosso repertrio, com uma roupagem sinfnica. Essa fle-xibilidade facilita a populari-zao, e aumenta a qualidade da orquestra, porque a execu-o s vezes mais difcil que

    a do erudito, esclarece.A msica popular brasilei-

    ra e a bossa nova tambm en-cantam o maestro Muller, que, alm de Tchaikovsky e Bach, tem Tom Jobim como um de seus inspiradores. Depois de um tempo descobri que o Tom teve vrias msicas compostas para orquestras que nunca fo-

    ram gravadas. E ele ficava possesso com isso, porque as canes so lindas, mas os regentes mais tradicio-nais no gostavam de to-car, ressalta.

    Quem sabe elas no apa-ream no repertrio da Or-questra Sinfnica de Limei-ra nos prximos meses.

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    SUDOKU

    PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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