jornal triangulo 179

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AMADORA Beatificação de Madre Maria Clara pode ocorrer em 2011 Pág.4 NUNO DIAS E OS DESAFIOS DO FUTURO “Bobadela é uma freguesia consolidada e solidária que aposta na modernização” Pág.9 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA • ANO VII • QUINZENÁRIO • Nº 179 • 30 JUNHO 2010 • DIRECTOR: CARLOS CARDOSO jornal regional Triângulo Amadora Loures Mafra Odivelas Vila Franca de Xira VITOR MACHADO, PRESIDENTE DA FREGUESIA Autarca quer património de Odivelas aberto ao público Págs. 14/15 ERICEIRA Patinagem artística do Ericeirense mobiliza dezenas de jovens praticantes Pág.11 PÓVOA DE STª IRIA “Companheiros da Noite” distribuem pão e sorrisos a sem-abrigo Pág.19

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Jornla Quinzenário

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Page 1: Jornal Triangulo 179

AMADORA

Beatificaçãode Madre Maria Clara

pode ocorrerem 2011

Pág.4

QUINTA DA FONTE (APELAÇÃO) E CASAL DA MINA (BRANDOA)NUNO DIAS E OS DESAFIOS DO FUTURO

“Bobadela é uma freguesia consolidadae solidária que aposta na modernização”

Pág.9

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA • ANO VII • QUINZENÁRIO • Nº 179 • 30 JUNHO 2010 • DIRECTOR: CARLOS CARDOSO

jornal regional

TriânguloAmadora Loures Mafra Odivelas Vila Franca de Xira

VITOR MACHADO, PRESIDENTE DA FREgUESIA

Autarca quer patrimóniode Odivelas aberto ao públicoPágs. 14/15

ERICEIRA

Patinagem artísticado Ericeirense

mobiliza dezenasde jovens praticantes

Pág.11

PÓVOA DE STª IRIA

“Companheirosda Noite” distribuem

pão e sorrisosa sem-abrigo

Pág.19

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2 | 30 JUNHO 2010 | JORNAL REgIONAL TRIâNgULO

Sábado, 19 de Julho

CASTANHEIRA DO RIBATEJO – Foi inaugurado o edifício de Apoio ao Movimento Associativo da Vala do Carregado e assinado um protocolo de cedência de instalações em regime de comodato com a Associação Desportiva e Cultural da Vala do Carregado. O edifício teve um investimento municipal de perto de 375 mil euros e a sua construção tem como objectivo dotar a localidade de um equipa-mento que possa dar resposta à sua actividade associativa.

Quarta-feira, 23 de Junho

LOURES - Câmara Municipal de Loures promoveu, pelo terceiro ano consecutivo, o Arraial Sénior, iniciativa que teve lugar no Parque da Cidade e que decorreu durante cinco dias. O espaço era composto por várias tasquinhas, venda de manjericos e uma barraca de tiro ao alvo, explorados por diferentes instituições de pessoas idosas do concelho e por um grupo de alunos da Academia dos Saberes - Universidade Sénior de Loures.

Quinta-feira, 24 de Junho

LOURES - Os 850 alunos da Academia dos Saberes – Universidade Sénior de Loures encerraram o ano lectivo com uma mostra dos trabalhos realizados ao longo do ano. No pólo de Loures, instalado na antiga EB1 de Loures inauguraram uma exposição dos trabalhos realizados nas aulas de Artes Decorativas, houve exibições de Yoga do Riso e Tai chi chuan, teatro, poesia e danças de salão. No dia seguinte foi a vez do convívio dos alunos do pólo de Sacavém, que teve lugar na Academia Recreativa Musical de Sacavém.

SOBRALINHO – Decorreu no Palácio do Sobralinho a cerimónia de distinção de 113 funcionários da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, por anos 10, 20 e 30 anos ao serviço à autarquia. Os 12 funcionários com 30 anos de serviço foram distinguidos com medalha de ouro, seguindo-se a medalha de prata entregue a 33 pessoas, com 20 anos de serviço e a medalha de bronze a 68 colaboradores, por 10 anos de serviço.

Sábado, 26 de Junho

VILA FRANCA DE XIRA – No Museu Municipal do Neo-Realismo foi inaugurada e está patente até 31 de Outubro, a exposição de António Olaio, intitulada La Prospettiva Is Sucking Reality, integrada no ciclo de exposições, “The Return of the Real”.

BUCELAS - A Banda Recreativa de Bucelas comemorou o 147º aniversário. As comemorações tiveram lugar nas instalações da escola básica, durante todo o dia, onde decorreu missa campal, almoço e os concertos protagonizados pela Banda de Bucelas e a filarmónica convidada, oriunda de Cabeceiras de Basto.

VILA FRANCA DE XIRA - No edifício do antigo Celeiro da Patriarcal realizou-se o 1.º Salão de Automóveis e Motociclos Clássicos de Vila Franca de Xira, composto por um total de 43 veículos. Nos automóveis estiveram expostos 22 exemplares, sendo o mais antigo de 1928 e o mais recente de 1989. No caso dos motociclos

Aconteceu...

VAI AconteceR...

Domingo, 4 de Julho

BUCELAS - O PCP realiza uma homenagem a Alfredo Dinis “Alex”, nas comemorações dos 65 anos do seu assassinato pela PIDE. Pelas 15h30, no Grupo Musical e Recreativo da Bemposta, em Bucelas, tem lugar um comício, com a participação de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, seguindo-se uma romagem ao Memorial, na estrada da Bemposta.

SANTO ANTÃO DO TOJAL- Tem lugar o passeio e visita “O Percurso do Patriarca”, pela freguesia de Santo Antão do Tojal, um percurso inserido no contexto da eleição do primeiro patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida (século XVIII), e sua influência em Santo Antão do Tojal.

Terça-feira, 6 de Julho

FRIELAS – A Junta de Freguesia comemora o 483º aniversário, com uma sessão solene a partir das 19 horas, no Salão Nobre da autarquia. No final será servido um Porto de Honra.

Sexta-feira, 9 de Julho

MANJOEIRA – Durante três dias decorre a habitual festa anual, organizada pela Sociedade Recreativa da Manjoeira, localidade situada na freguesia de Santo Antão do Tojal. Música, dança, quermesses, comes e bebes, de nada falta.

Domingo, 11 de Julho

APELAÇÃO – Tem lugar a 2ª edição da corrida/caminhada Correr Contra a Violência, que abrange Camarate e Sacavém, freguesias do concelho de Loures. Uma prova que pretende sensibilizar a po-pulação para as questões de segurança e não-violência, apelando aos valores da paz e da igualdade.

LOURES - As Associações Centenárias do Concelho de Loures, com o apoio da Associação das Colectividades do Concelho de Loures, da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto e da Câmara Municipal de Loures, organizam um cami-nhada, no dia 11 de Julho, das 9h00 às 12h00. Esta caminhada de 12 km entre montes e várzeas, está inserida nas Comemorações Associativas do Centenário da República e tem partida e chegada no Largo 4 de Outubro, em Loures. As inscrições são grátis e po-dem ser feitas através do e-mail: [email protected] ou pelos telefones 919311775 e 914531531.

Segunda-feira, 12 de Julho

MAFRA – Cavaco Silva desloca-se a Mafra e assiste ao concerto dos seis órgãos da Real Basílica de Mafra, iniciativa integrada no Roteiro das Comunidades Locais Inovadoras da Área Metropolitana de Lisboa –Oeste.

Sexta-feira, 16 de Julho

PÓVOA DE SANTA IRIA – A Junta de Freguesia organiza uma sessão de fados, iniciativa integrada nas Noites de Verão. Pelas 21.30, junto à igreja de Nossa Senhora da Paz, em Casal da Serra, vão cantar Júlio Pina, Rute Figueiredo, Eduardo Rodrigues e Francisco Hilário, acompanhados à viola por Augusto Soares e à guitarra por Paulo Silva.

a viagem começou em 1942 e terminou em 1971.

Domingo, 27 de Junho

AMADORA - No âmbito da 25ª edição do Torneio “Cidade da Amadora” em Atletismo, realizou-se grande prémio do Grupo Desportivo “Amaro´s Joalheiros”. Promovido pela Câmara Muni-cipal da Amadora em colaboração com associações desportivas e juntas de freguesia, o Torneio “Cidade da Amadora” em Atletismo decorre entre os meses de Abril e Outubro.

MOSCAVIDE - No Centro Cultural de Moscavide teve lugar a atribuição de prémios relativos à edição do concurso “O Lote Mais Limpo”, iniciativa da Câmara de Loures. Pretende-se dar visibilidade às boas práticas dos moradores no que diz respeito à limpeza, à conservação do património habitacional da autarquia, à preservação dos espaços comuns e à criação de um ambiente que promova a higiene e saúde públicas.Os 10 bairros municipais envolvidos no presente foram: Terraços da Ponte; Bairro de Santo António; Quinta da Fonte; Quinta das Pretas; Casal da Espadaninha; São Sebastião de Guerreiros; Quinta das Sapateiras; Quinta das Mós; Quinta da Vitória e Parcela 6.

Terça-feira, 29 de Junho

MAFRA – Reuniu a Assembleia de Freguesia de Mafra, com um ponto único na ordem de trabalhos, a discussão e votação do novo regimento que vai passar a regulamentar o funcionamento da Assembleia de Freguesia.

Quarta-feira, 30 de Junho

CAMARATE – A Assembleia de Freguesia de Camarate realiza a sua 2º sessão ordinária, com um ponto único na ordem de trabalho, a primeira revisão orçamental referente ao ano de 2010. A reunião teve lugar no edifício sede da Junta de Freguesia de Camarate.

Sábado, 3 de Julho

CASAL S. BRÁS- O projecto “Loja Mira Jovem”, promovido pela Raízes – Associação de Apoio à Criança e ao Jovem e financiado pelo Programa Escolhas, em parceria com a Câmara Municipal da Amadora, irá desenvolver o 2º Festival de Dança Juvenil do Conce-lho da Amadora. O evento realiza-se na Urbanização do Casal da Mira, com início às 15h e contará com a actuação de cerca de 10 grupos de dança, sendo estes constituídos por jovens com idades compreendidas entre os 8 e os 16 anos.

RAMADA- A Câmara Municipal de Odivelas e a Junta Freguesia da Ramada inauguram o “Parque Urbano dos Pedrenais”, situado na Rua Teófilo Braga, Pedernais. Trata-se de uma obra muito aguarda-da pelos moradores do bairro e que contempla um amplo espaço verde de estadia e descompressão, bem como uma zona infantil. O parque foi executado em terreno municipal, através de um protocolo celebrado com a Junta de Freguesia, com financiamento da Câmara no valor cerca de 60.000 euros.

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JORNAL REgIONAL TRIâNgULO | 30 JUNHO 2010 | 3

Carrilhões a gasolina

O Cavaco vai a Mafra, um dia destes. Vai ouvir tocar os carrilhões do Convento. A Câmara de Mafra tratou de enviar os convites, pois nesta coisa de Presidente aparece sempre muita gente in-teressada...na fotografia. O interessante é que no convite vem o símbolo da BP, na qualidade de apoiante. Não se percebe bem se de Cavaco...ou se dos carrilhões, mas deve ser deste último. Será que os carrilhões são movidos a gasóleo?

Liberdade custa caro

O Liberdade é um belo barco, onde no tempo da outra senhora a rapaziada da cultura, e não só, se juntava, ia pelo Tejo abaixo, Tejo acima e neste vai que não vai falava...da liberdade. Muitos planos se arquitectaram sob as águas mansas do rio. Mas agora viajar no Liberdade está cada vez mais difícil, pois a Câmara de Vila Franca de Xira aumentou os preços de forma exorbitante, o que deixou fulo o Arlindo, o presidente da Cooperativa Alves Redol. É, por este caminho a Liberdade está cada vez mais cara e só os ricos é que a têm!

Confusão de funções

Na Amadora as creches municipais fizeram uma grande festa. Foi bonita a festa, pá! Gostaram os miúdos, gostaram os pais, gosta-ram os funcionários, tanta gente que o auditório dos municipais encheu. Quem não pôs lá os pés foram os vereadores da Câmara. Bem, excepção seja feita para o social-democrata Jorge Roque da Cunha que ia acompanhado...dos filhos ou netos? Fica a dúvida se estava na condição de pai, de avó ou de vereador. São demasiadas funções para um homem...só.

Os serviços tal e qual como a saúde

Andam muito lentos os serviços da autarquia, ali para os lados de Santa Iria de Azóia. Em 23 de Abril, a rapaziada da Assembleia de Freguesia aprova uma moção a dizer que a saúde na freguesia está pela hora da morte, que o Centro de Saúde não presta e a solução é um novo. Só em Junho, quase três meses depois, é que o documento chega aos jornais. Já parece a marcação de uma consulta, estamos na a fila, aí a partir das cinco da manhã mas a consulta é dali a três ou quatro meses. Se é caso para dizer que a saúde anda ao ritmo do caracol, os serviços da Assembleia parece que não lhe querem ficar atrás....

À espera, espera, espera....

Não é caso único. O vereador Paulo Aido, da Câmara Municipal de Odivelas está farto de fazer requerimentos, solicitando informações sobre actividade camarária. É um direito que lhe assiste, como a qualquer outro. A chatice é que a lei diz que os pedidos de infor-mação devem ser respondidos em dez dias. Os serviços da Câmara Municipal, têm uma outra leitura da lei, pelos vistos. É que alguns dos requerimentos estão lá há sessenta dias úteis sem resposta, nem um simples bilhete a dizer “amigo, aguente aí que já dizemos alguma coisa”. E há mesmo um requerimento que tem barbas, pois está numa gaveta qualquer há mais de...120 dias!!!

Um rei em tempos de República

O concelho de Loures foi dos primeiros a implantar a República. Foi um 4 de Outubro de 1910, um dia antes que em Lisboa. Agora, em contra corrente, querem um rei. Pois, o João Pedro Domingues, vice-presidente da Câmara de Loures, que já era o responsável pelo Departamento de Gestão Urbanística, pelo Departamento de Obras Municipais, pela Direcção de Projecto do Plano Director Municipal, pela Direcção de Projecto de Áreas Urbanas de Gé-nese Ilegal, pela Divisão de Zonas Verdes do Departamento de Ambiente, acaba de ficar com mais uma pasta o Departamento Sócio-Cultural, aliviando de trabalho o extenuado Ricardo Leão. Já há quem o chame de Rei de Loures, mas cá para mim o JPD anda a tentar perceber um pouco de tudo...como convém a um futuro presidente de Câmara!

comentárioCarlos Cardoso

Escolas

Ficha técnicaAdministração, Direcção e Redacção: Rua do Adro, Nº 40 - 2625-637 Vialonga Tel: 210 996 295 Fax: 211 923 115; correio electrónico: [email protected]; Propriedade: “Ordem de Ideias”- Cooperativa de Informação, Comunicação e Produção de Eventos; nº de contribuinte: 506 197 808 - correio electrónico: [email protected] ou [email protected]; Director: Carlos Cardoso - Redacção: Carlos Cardoso; Sara Cabral; Rogério Batalha (Mafra); colunistas: Adventino Amaro; João Milheiro; José Falcão; Nuno Augusto colaboradores: Humberto Rufino (Trânsito); Jaime Carita (Fotógrafo); Cultura: Dr. Arquimedes Silva Santos; Dr. Miguel Sousa Ferreira; João Filipe (Automobilismo) Registo de Imprensa: 124093 - Depósito Legal n.º 190970/03 - Impressão: grafedesport; tiragem Média: 7.500 exemplares

ABERTURA

O MELGAAinda não vi algumas respostas da parte da Ministra da Edu-cação. Talvez, também, porque ainda não lhe foram colocadas as perguntas certas. Por exemplo, que balanço se fez do fecho de escolas com menos de 10 alunos? Facilitou ou não o processo de desertificação do interior? E agora, com o fecho de escolas com menos de 20 alunos, vai impedir ou contribuir para atenuar os processos de isolamento das populações? Mais, qual o limite desses en-cerramentos? Seguem-se as escolas com menos de 25 alunos e depois as que têm menos de 30? Acrescento outra questão, quais a implicações de concentrações de alunos em grandes escolas? Foi feito esse balanço em termos pedagógicos? É ou não verdade que a tendência nesses núcleos escolares, naturalmente dotados de meios mais modernos, é para o aumento do número de alunos nas turmas? E isso é bom? É ou não verdade que estando os alunos a estudar a 20 ou 30 quilómetros das suas localidades, mesmo com o transporte garantido pelas autarquias, a tendência é para os pais irem a reboque e situarem-se nas cidades?A Ministra pode invocar todas as razões, algumas delas possi-velmente muitas justas, como a da qualidade das instalações ou o nível da qualidade de ensino – pese embora sobre estas última existam opiniões diferentes – mas é muito evidente que nas decisões da política educativa estão a pesar as razões de ordem económica. Está-se a cair num erro estrutural, do meu ponto de vista, o de analisar o fenómeno das escolas fora do contexto comunitário, o de entender as escolas como algo em sim mesmo, algo que tem custos, algo que deve ser ren-tabilizado e contido, esquecendo-se que as escolas, tal como tantos outros equipamentos, geram em si mesmo fenómenos de fixação ou deslocamento de pessoas, contribuem para a desertificação populacional ou podem ser um factor agregador de comunidades.A solução encontrada tem algum senso. Compete às autar-quias a palavra final sobre a manutenção da escola. Mas não invalida o pensamento enviesado que domina o Ministério da Educação. E coloca novas problemas: o de serem as autarquias a suportar os custos desses estabelecimentos, quando cada vez tem menos dinheiro, e o de o Ministério deixar de apostar na modernização, a todos os níveis, dessa unidades educativas mais isoladas.Deixo uma última pergunta: a socialização das crianças, outro argumento que o Ministério avança, tem só méritos quando é feita em grandes espaços, com centenas e por vezes milhares de alunos?

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BREVESAMADORA..............................................................................................................................

Carlos Cardoso

NASCEU E VIVEU NA AMADORA

Beatificação de Madre Maria Clara pode ocorrer em 2011

AMADORA

A Madre Maria Clara do Me-nino Jesus, conhecida pelos pobres como ‘Mãe Clara’, nasceu a 15 Junho de 1843 no seio de uma família aristo-crata, detentora da Quinta do Bosque na Amadora. De facto, o seu nome verdadeiro era Libânia do Carmo galvão Mexia de Moura Telles de Albuquerque. Foi baptizada a 2 de Setembro de 1843 na igreja de Nossa Senhora do Amparo, em Benfica. Teve vários irmãos.O seu pai, Nuno Thomaz de Mascarenhas galvão Mexia de Moura Telles e Alburque-que e sua mãe Maria da Pu-rificação de Sá Carneiro não tiveram a oportunidade de conviver muito tempo com a filha. Libânia tem apenas 14 anos, quando fica sem pais, a mãe devido a tuberculose, o pai na sequência da peste de febre amarela e estes acontecimentos marcaram de forma indelével a sua

vida, pois entra no entra no Recolhimento da Ajuda, fundado pelo Rei D. Pedro V, uma instituição vocaciona-da para receber as órfãs de famílias nobres. Mais tarde vai viver com os Marqueses de Valada.Depois de uma vida típica da nobreza, Libânia, então com 26 anos, opta pela vida reli-giosa, passando a chamar-se Irmã Maria Clara do Menino Jesus. Vai para França, para Calais onde faz o noviciado consagrando-se a 14 de Abril de 1871 na vida de religiosa. A de Maio de 1871 funda a primeira comunidade, em S. Patrício e a 27 de Maio de 1876, a Congrega-ção das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição foi aprovada pela Santa Sé.Como era apanágio das

Ordens Franciscanas, envol-ve-se na actividade social, dando apoio aos mais des-favorecidos, uma actividade que desenvolve durante 28 anos. Neste período rece-beu mais de mil religiosas e abriu 140 obras para acolher pobres, doentes e abandona-dos. Para além de Portugal, a sua obra estendeu-se a Angola (1883), Índia (1886), guiné (1893) e Cabo Verde (1893) onde abriu casas. Hoje, está presente também na Espanha, Itália, Brasil, EUA, México, África do Sul, Moçambique, guiné, São Tomé, Filipinas, Timor.Em Portugal, depois de im-plantada a República, a Con-gregação sofreu os efeitos de uma reacção geral contra as ordens religiosas, profun-damente colaborantes com um regime corrupto. Deixou

de ter sede, acabando por se instalar no lugar de Linda-a-Pastora, na antiga quinta de Cesário Verde. É nesta loca-lidade que está uma estátua em sua honra.A 1 de Dezembro de 1899 morre Madre Clara, vítima de doença que a afectava há vários anos, uma lesão cardíaca, acumulada de con-gestão pulmonar. Personali-dade ligada, historicamente, à Amadora, está sepultada na Cripta da Casa geral da Congregação, em Linda-a-Pastora, onde é habitual a presença de muitas pessoas que tentam encontrar, atra-vés das preces, solução para os seus problemas.

História por fazerTudo aponta que Nuno Tho-maz de Mascarenhas galvão Mexia de Moura Telles e

Tudo aponta para que em 2011 tenha lugar a cerimónia de beatifi-cação de Madre Maria Clara do Menino Jesus. Um processo que tem por base um suposto milagre ocorrido em 2003, a uma mulher de Tui, na Galiza, que sofria de um pioderma gangrenoso e que teria ficada sarada repen-tinamente. Um fenó-meno que a ciência, aparentemente, não conseguiu explicar, “à luz da ciência actual”, faltando agora que os teólogos do Vaticano fundamentem uma relação de casualidade entre as rezas reali-zadas pela mulher à Madre Maria Clara e a sua cura.

Alburqueque, pai de Madre Maria Clara fazia parte da importante do ramo da fa-mília Mexia. A família Mexia teve casa em Campo Maior, bem como residência no Campo grande, no Palá-cio Pimenta, actual Museu da Cidade, construído na primeira metade do século XVIII. O investigador António dos Santos Coelho refere que a propriedade mais importan-te da Porcalhota, como era conhecida a Amadora, era o palácio do «titular galvão», uma casa com brazão e que tinha pomar, horta e bosque. Era a Quinta do Bosque que, com um quilómetro de extensão, se estendia até ao Alto do Maduro, construída no século XVIII e que era pertença da família galvão Mexia.

Alfornelos

A J.F. de Alfornelos realiza, no dia 17 de Julho, uma viagem a So-breiro de Mafra e à vila da Ericei-ra. A jornada de convívio destina-se aos idosos da freguesia, com mais de 50 anos, e que devem morar em Alfornelos.

Buraca

As notes de verão na freguesia da Amadora estão bem animadas, desde o passado dia 25 de Junho. No Jardim dos Aromas há muita música ao vivo , dança, petiscos, animação, um cenário que se re-pete a 9 de Julho das 21h às 24h.

Falagueira

Estão abertas as inscrições para o Transporte Praia 2010, para as seguintes semanas: 12 de Julho a 16 de Julho; 19 de Julho a 23 de Julho; 26 de Julho a 6 de Agosto; 9 de Agosto a 13 de Agosto; 16 de Agosto a 20 de Agosto e23 de Agosto a 27 de Agosto. Os preços são os seguintes: Crianças (dos 3 aos 10 anos): 15€ euros e Adultos ( mais de de 10 anos) por 20 eu-ros. Os Reformados, pensionis-tas e deficientes com rendimen-tos inferiores a 500 euros pagam 12,50€ euros e os qee têm rendi-mentos superiores a 500 euros: suportam o valor de 15 euros. No acto da aquisição do bilhete é ne-cessária a apresentação do car-tão de eleitor e respectivo com-provativo das situações específi-cas, como a idade da criança, si-tuação de reforma ou deficiência e rendimentos.

Venteira

Na sequência da cedência de uti-lização da Creche Municipal da Venteira à Fundação AFID Dife-rença, a Câmara Municipal da Amadora vai disponibilizar uma verba de 65 mil euros para se proceder a obras de requalifica-ção e beneficiação do espaço. Com mais de 25 anos de existên-cia, aquele equipamento infantil nunca teve uma intervenção sig-nificativa, tendo, até há pouco tempo, funcionado com a valên-cia de jardim-de-infância. Após a obras, a decorrerem durante o período de férias, o equipamento vai reabrir, vocacionado para cre-che, colmatando uma necessi-dade do concelho, com 48 vagas para crianças dos 0 aos 3 anos. A verba atribuída à Fundação AFID Diferença destina-se à criação de um berçário e sala parque, re-qualificação de wc’s e imperme-abilização do telhado, bem como a aquisição de mobiliário para o berçário, sala que a Creche Muni-cipal da Venteira não possuía. O equipamento abre em Setembro de 2010.

Mina

Os adultos, com mais de 60 anos, podem usufruir de uns agradá-veis dias de pria, na Costa da Ca-parica (Paria da Mata). A colónia decorre em diversas sessões, até 7 de Agosto e as informações de-vem ser obtidas junto dos servi-ços da Junta de Freguesia da Mi-na.

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JORNAL REgIONAL TRIâNgULO | 30 JUNHO 2010 | 5

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AMADORA

“Nunca pintei, na escola, em desenho, nem uma bilha sabia fazer”, diz, sorridente, Isabel Prazeres, 69 anos. Agora, depois de frequentar a formação do “Recriar a Vida- Programa Ocupacio-nal para a População Maior”, já pega numa tela, em tintas, e faz as cores e as formas ganharem vida, sozinha. E os quadros começam a acumular-se, em sua casa e no da sua filha. Para já, quem quiser ver alguns dos seus trabalhos, bem como de outras participantes do programa “Recriar a Vida”, na Brandoa, basta deslocar-se ao mercado, à sala 2. Isabel Prazeres é apenas um exemplo de quem o saber não tem idade e que a solidão e os problemas da vida não podem nem dever dominar o dia a dia. Maria Coelho Roriz, 67 anos, que este ano optou por trabalhar “os bordados e bainha aberta”, comunga dessa opinião:”Estar nestas aulas ajudam a esquecer os problemas”, diz.Não se trata, porém, só de dar novos sentidos à vida, ao dia a dia, por vezes rotineiro e asfixiante. Também é uma oportunidade que se oferece para descobrir ou potenciar as capacidades de cada um. Maria Fradinho, 63 anos, já

pinta em sua casa, por vezes até altas horas da noite, pois a pintura “ajuda a esquecer a crise”.A sua autonomia deveu-se ao esforço de vontade, à pesquisa em livros, mas a verdade é que ao frequentar o “Recriar a Vida” obteve conhecimentos e elementos essenciais para trilhar esta nova aventura, numa fase nova da sua vida.O “Recriar a Vida” é um programa para pessoas re-sidentes no concelho da Amadora, com 50 ou mais anos, e que é descentralizado pelas diversas freguesias, de-senvolvido em parceria com as instituições e associações locais.“Na Brandoa participaram este ano, que começou em Outubro e terminou em Junho cerca de 50 pessoas”, disse ao jornal Triângulo Ricardo Fialho, ma Junta de Freguesia da Brandoa. Inglês, informática, movi-mento e dança e yoga, esta com especial sucesso, artes plásticas, flores de massa, desenho, artes decorativas foram algumas das discipli-nas ou técnicas ensinadas, que estão divididas pelos ateliês ocupacionais, por cursos teóricos ou actividade física.

Para além dos encontros locais, existem encontros concelhios, onde as pessoas se conhecem, trocam, ex-periências, convivem. “Em Junho juntaram-se todos os que participaram os diversos

BRAnDoA EXPOSIÇÃO DO PROJECTO “RECRIAR A VIDA” NO MERCADO

Dar um novo sentido ao tempoCarlos Cardoso

atelier’s. Foram mais de 400 pessoas”.Fomentar o convívio, com-bater o isolamento social, ocupar os tempos livres de forma útil e saudável, valorizar a auto-estima e

possibilitar novos conheci-mentos e aprendizagens são os objectivos deste projecto que, no ano 2009/2010 re-cebeu, a nível concelhio, 26 candidaturas, envolvendo 31 instituições.

O sucesso na Brandoa esten-deu-se a todo o concelho e a expectativa é que para o ano mais pessoas se inscrevam, seguindo o exemplo de Isa-bel Prazeres e suas amigas: “Se puder, lá estarei”.

Estrela da Amadora “respira” por mais 60 dias

Desporto na rua

O Tribunal do Comércio de Sintra suspendeu por 60 dias o processo de falência do Estrela da Amadora, depois de a proposta do administrador de insolvência ter sido aceite na assembleia de credores. A suspensão foi aprovada pelo conjunto de credores que representam 17,4 milhões de euros (ME) de um total de 28,5 de dívidas reconhecidas do Estrela da Amadora, pelo que o tribunal marcou a próxima assembleia para 13 de Setembro.O Fisco, que reclama 12,5 ME, absteve-se e a Segurança Social, com créditos no valor de 2,3, votou favoravelmen-te a proposta do administrador de insolvência, Paulo Sá Cardoso, para que se possa trabalhar com um conjunto de empresários num plano de viabilidade, transformando o Estrela da Amadora numa sociedade comercial.Como referiu Paulo Sá Cardoso “há um grupo de pessoas que quer investir”, interesse que, disse, “é recente”, pelo que apresentou a proposta de suspensão em vez de colocar à apreciação o Plano de Insolvência que elaborou. O plano, que

o administrador de insolvência admitiu não ter “condições para ser votado” e que podia levar a que “se partisse para a liquidação do Estrela se fosse colocado à votação”, propunha o perdão de 50 por cento das dívidas por parte dos credores, entre os quais está o Estado (Segurança Social e Fisco), que reclama 57 por cento do capital da dívida.O Tribunal do Comércio de Sintra considerou o Estrela insolvente a 29 de Setembro de 2009 e, dos 50 ME de dívidas a credores, apenas foi reconhecido um total de 28,5, já com juros vencidos e vincendos, uma vez que não foram considerados alguns créditos reclamados, entre os quais o de José Maria Salgado, antigo presidente do clube. A acção no Tribunal do Comércio de Sintra foi interposta pelo Estrela da Amadora, alegando que se encontrava impossibilitado de cumprir pontualmente com as suas obrigações, uma vez que não detinha meios próprios ou de crédito.

Fonte: Agência Lusa

Como incentivo à prática de desporto em espaços livres o “Desporto na Rua” está de volta ao concelho da Amado-ra até 26 de Setembro, com in-terrupção no mês de Agosto. As actividades decorrem na Ilha Mágica do Lido, no Jar-dim Luís de Camões, Parque Aventura, Parque Central, Parque Urbano do Zambujal e Percurso Pedonal junto à Estação de Metro Amadora-Este.. O programa de actividades

conta com as parcerias das entidades Club L Villa Park, Federação Portuguesa de Xadrez, Universidade de Yoga e Viva Fit, que realizam gra-tuitamente as sessões inse-ridas no âmbito do projecto. As actividades disponíveis compõem-se em dois blocos: Condição Física (Body Ba-lance, Body Vive, Body Jam, Body Combat, Body Attack, Bootcamp, Treino Funcional, Pilates, Yoga, Fitball e Stre-tching) e Bloco de Recreação

(Bebés&Comp.ª, Kids, Kung Fu, Hip Hop, Skate, Esgrima, Patins, Ténis de Mesa, Step,

Xadrez, Slide e Jogos Tradi-cionais), perfazendo um total de 37 sessões

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6 | 30 JUNHO 2010 | JORNAL REgIONAL TRIâNgULO

O concelho da Amadora vai ter três novas creches mu-nicipais, situadas na EB1/JI Aprígio gomes, na Reboleira, com 4 salas e dois berçários e em A-da-Beja, aumentando a capacidade de resposta em cerca de mais 100 crianças. Dados avançados por Manue-la Nogueira, Coordenadora do Apoio à Família da Câmara Municipal da Amadora, no decorrer da festa de convívio de Creches Municipais, que teve lugar, a 26 de Junho, no grande Auditório do Aquarte-

Amadora vai ter novas creches municipaislamento da Academia Militar da Amadora.Actualmente Amadora conta com seis creches municipais, uma das quais para os filhos dos trabalhadores da autar-quia e das Juntas de Freguesia, e que recebe, ainda, criançasa oriundas da Comissão de Pro-tecção de Crianças e Jovens, bem como crianças que são deixadas ao abandono no Hospital de Amadora/Sintra.“Ao todo temos 210 crianças, com idades compreendidas entre os 4 meses e os 3 anos.

Nestas creches trabalham 57 funcionários”, refere a respon-sável. Se a estes equipamentos se juntarem os que estão sob a responsabilidade de IPSS, ou ainda os equipamentos privados, o concelho, não tendo ainda as respostas necessárias, conta já com um número apreciável de cre-ches, cobrindo “85 por cento das necessidades. A maior carência, neste momento, é ao nível dos berçários”.A terceira festa de Creches Municipais pretende ser um

grande momento de convívio entre crianças, pais e funcio-nários e uma mostra do traba-lho desenvolvido nos centros de infância municipais de A-da-Beja, Brandoa, Falagueira, Reboleira, Venteira e Creche dos Filhos dos Funcionários Autárquicos. A elaboração do espectáculo esteve a cargo das educadoras e auxiliares e o espectáculo foi constituído por dramatizações, sombras e canções adequadas às idades das crianças.

CC

A Câmara Municipal da Ama-dora admitiu, para a execução das suas actividades profis-sionais, 50 beneficiários do Rendimento Social de Inser-ção (RSI) inscritos no Centro de Emprego, “Verificado o actual número

elevado de pessoas benefi-ciárias do RSI, cerca de 4 mil processos, muitas delas em idade activa em situação de desemprego, a Câmara da Amadora apresentou uma candidatura ao “Contrato Em-prego Inserção +” e assinou

um protocolo de compro-misso com o IEFP – Institu-to de Emprego e Formação Profissional para viabilizar a inserção de 50 beneficiários”, refere a autarquia em nota de imprensa. Desses 50 beneficiários, 31 já

começaram as suas funções em diversos serviços da au-tarquia, prevendo-se que os restantes 19 sejam colocados até final do mês de Julho. “Com esta candidatura, com duração de um ano, a Câmara Municipal aposta na melho-

ria das competências sócio profissionais destes 50 novos trabalhadores, fomentando o seu contacto com outros trabalhadores e actividades, evitando o isolamento, a des-motivação e marginalização”, para além de contribuir para

Câmara dá trabalho a 50 beneficiários do Rendimento de Inserção Sociala coesão social através do emprego e da qualificação profissional, melhorando os níveis de empregabilidade e estimulando a reinserção no mercado de trabalho de munícipes em situação de desemprego.

Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Oeiras e Amadora procede-ram à entrega dos prémios do projecto “Juntos Vamos Salvar o Planeta”, atribuí-dos aos melhores trabalhos apresentados pelos alunos de escolas dos concelhos, no âmbito do Projecto de Edu-cação Ambiental. A entrega dos prémios teve lugar na sede dos SMAS, em Oeiras, e contou com a presença de diversas escolas convidadas e da administração destes Serviços. O tema escolhido para o ano lectivo de 2009/2010 foi “Consumir e Poupar Água” e os alunos do 2º e do 3º ciclo foram desafiados a escrever textos, fazer banda desenha-da, criar peças de teatro, re-alizar curtas-metragens ou projectos multimédia, entre outras possibilidades. Os trabalhos apresentados foram bastante criativos e de grande qualidade, tendo sido entregues três prémios a alunos do 2º Ciclo e 3º Ci-clo (ver caixa).De referir que os 10 melho-res trabalhos estão expostos durante o mês de Julho no edifício sede dos SMAS, em representação do concelho de Oeiras e, posteriormente, a exposição passará para o concelho da Amadora. O Projecto de Educação

Ambiental visa sensibilizar os alunos do 2º e do 3º ciclo das escolas dos dois conce-lhos para um uso racional da água e para a importância do saneamento, perante o mote: “A tua ideia pode

fazer a diferença”. Este ano foi criada uma logomarca, para dar projecção ao tema e valorizar a sua caracterís-tica ambiental, que reflecte a pureza das gotas, nuvens e folhas que envolvem o

planeta. Foi ainda criado um headline “Juntos Va-mos Salvar o Planeta”, para reflectir que a água é da responsabilidade de todos e que cada um de nós pode fazer a diferença.

TENDO A ÁgUA COMO TEMA CENTRAL

Alunos recebem prémios do concurso “Juntos Vamos Salvar o Planeta”

2º CiClo 1º Lugar: “A Poluição da Água”Apresentação multimédia muito completa, bem fundamen-tada e visualmente apelativa, sobre os diversos aspectos da poluição da água, um trabalho dos alunos André Nunes, Pedro Neves e Pedro Azevedo, da turma 6º D, da escola Sophia de Mello Breyner Andresen.2º Lugar: “O Super gotinha”Filme sobre a poupança de água, muito divertido, com boas representações dos alunos e boa qualidade de imagem e som, elaborado pelos alunos Carlota Silva, Francisco Maia, gonçalo Correia, João Afonso e Pedro Santos, do 5º B da escola Conde de Oeiras, acompanhados pela professora Paula Almeida Dias3º Lugar: “Poupar Água é…”Músicas e coreografias sobre poupar e proteger a água, integradas na intervenção que a turma realizou na escola, com diversas instalações e ilustrações. Participou toda a turma do 5º 2º, da escola Sophia de Mello Breyner Andre-sen, com o apoio dos professores Ana Amorim e João de Deus Ferreira

3º CiClo 1º Lugar: “H2O – A Água”Apresentação multimédia muito completa e visualmente apelativa pelos alunos Ana Saraiva, Bruna Monteiro, Inês Casaca, Beatriz Andrez e Carla Saraiva, do 8º 1, da escola Azevedo Nunes, sob a direcção da professora Sónia gon-çalves. 2º Lugar: “A Água – O bem essencial à Vida”Peça de grandes dimensões a cargo dos alunos Carolina Borrego, Diana Santos, Eliana Almeida, Daniel Pereira, Isaac Ferreira, Joana Filipa, Maria guerreiro e Pedro Caldeira, do 8º D, da escola Sophia de Mello Breyner Andresen e com a direcção da professora Cristina Ripper3º Lugar: “Tudo sobre como poupar água”Página Web com conteúdo sobre poupança de água realiza-da pelos alunos Diogo Carrilho, Flávio Fonseca, Luís Cunha, Miguel Rebola e Miguel Martins, da turma 7º 4, novamente da escola Sophia de Mello Breyner Andresen e com o apoio do professor José Afonso.A par destes prémios, foram ainda atribuídas diversas menções honrosas.

AMADORA

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JORNAL REgIONAL TRIâNgULO | 30 JUNHO 2010 | 7LOURES

BREVESLOURES..............................................................................................................................

A Assembleia de Freguesia da Santa Iria de Azóia quer que a Junta de Freguesia una esforços com a Câmara Mu-nicipal de Loures para que “no mais curto prazo de tem-po possível, seja construído o novo Centro de Saúde de Santa Iria de Azóia” e que com vista a facilitar esse objectivo “sejam encetados contactos visando a cedên-cia de um terreno municipal, a exemplo do que já sucedeu, designadamente, com a fre-guesia de Camarate”.A proposta, apresentada pelo PSD, baseia-se nas más condições do actual Centro de Saúde de Santa Iria de Azóia. “Não podemos esque-

cer as dezenas de pessoas que, faça chuva ou faça sol, se deslocam de madrugada para a porta do mesmo, com o intuito de poderem ter acesso a uma consulta, mui-tas vezes sem sucesso. Ou ainda dos pacientes que têm problemas de mobilidade e são atendidos num pequeno anexo junto à secretaria, sob pena de terem de subir dois andares de escadas até chegarem aos gabinetes mé-dicos ou de enfermaria”, isto para além da falta de médi-cos, com milhares de utentes sem médico de família.A moção lembra o esforço dispendido pelo presidente da Câmara Municipal de

Loures, Carlos Teixeira, para que Camarate tenha um cen-tro de saúde pronto em 2011, para advogar a mesma ati-tude em relação a Santa Iria de Azóia. “É nossa convicção que a nossa freguesia merece o mesmo tratamento”.

Problemas em SacavémMas não só o Centro de Saúde de Santa Iria de Azóia, cujos utentes receberam recentemente a visita do de-putado Bernardino Soares, do PCP, merece a atenção por parte das forças políticas concelhias. Na continuação da campa-nha “Por um Serviço Público de Saúde de Qualidade” a

SANTA IRIA DE AZÓIA E SACAVÉM

Centros de saúde na mira das forças políticasconcelhia de Loures do Bloco de Esquerda visitou o Cen-tro de Saúde de Sacavém, instalações inauguradas em 2008, e que servem mais de 40 mil utentes inscritos. “Começou por estar prevista a instalação do CATUS e os serviços de Saúde Pública. No entanto, esse espaço viria a ser ocupado pela exten-são de Camarate, apesar da contestação da população, que justamente reclamava a construção de um Centro de Saúde na sua freguesia”, lembra o BE, avançando ainda que “a incapacidade do governo em resolver o problema da falta de médi-cos de família levou à con-

tratação de três médicos a uma empresa, a Sucesso 24. Colocar profissionais com vínculos precários, tem sido a resposta do Ministério”. Na visita que fizeram às instalações, os autarcas do BE verificaram que a Lei que estabelece a Carta de Direitos de Acesso aos Uten-tes do SNS, não está a ser respeitada, “pois não se encontrava afixada a infor-mação relativa ao Tempos de Resposta garantidos para os diversos tipos de prestações e por patologia. Em face do incumprimento o BE já pe-diu uma reunião à Directora do Centro”.

Carlos Cardoso

É inaugurada a 23 de Julho, em Loures, na galeria Vieira da Silva, Pavilhão de Macau,, uma exposição colectiva de fotografia, a que os seus autores chamaram “5 Sen-tires”. E cinco sentires porque cinco são os fotógrafos que se juntaram para iniciar um percurso que tem a duração de cerca de dois anos período durante o qual a exposição estará exposta em galerias diferentes, de diferentes lo-cais do país, por períodos que variam entre os 2 e os 3 meses. A exposição terá, aproximadamente, um total de 50 trabalhos, divididos por cinco temas.São cinco os fotógrafos que irão participar na exposição, Bruno Colaço (Foto Reporta-gem); Fernando Zarcos (Etnia Cigana); Jaime Carita (Con-certos); Jaime Rodrigues (Na-tureza) e Sónia Pena (Moda Urbana).Jaime Rodrigues é natural de Lisboa, tem 53 anos de idade, e reside em Moscav-ide. É um apaixonado pela fotografia, em particular pela de Natureza. No âmbito do seu curriculum fotográfico, é de referir várias publicações em revistas e jornais, como, por exemplo, na Super Foto e National geographic, assim como também vários pré-mios em concursos e bienais relevantes. O trabalho que expões é dedicado à Lezíria

grande do Tejo, e a toda a Lezíria Ribatejana em geral.Jaime Carita é natural de Nisa, tem 51 anos de idade e reside em Vialonga. Iniciou-se na fotografia com apenas 15 anos. Durante este já longo trajecto, frequentou Cursos e Workshops de fotografia, sempre com o objectivo do estudo e aprendizagem da Arte Fotográfica na sua forma, cor e luz. Efectuou a cobertura foto jornalís-tica dos maiores festivais e produções musicais. Colabora regularmente com imprensa regional nomea-

damente o jornal Triângulo e empresas produtoras de espectáculos. Recentemente cedeu ima-gens para o livro “30 anos Xutos e Pontapés “ editado pela Livraria Bertrand do au-tor António Murteira da Silva. Participou em inúmeras maratonas e concursos fo-tográficos, tendo alcançado vários prémios. Sónia Pena, é natural e vive em Cascais. Tem 33 anos e é Licenciada em Relações Públicas e Publicidade, Produção e Marketing Musi-cal. A sua paixão pela fotogra-

fia manifestou-se, desde cedo, a imagem, o seu poder e a sua manipulação/transfor-mação, o seu conceito os seus múltiplos sentidos, sempre a cativaram… O seu curriculum, conta já com algumas participações em workshops de fotografia de moda, bem como, algu-mas sessões com músicos e artistas. Fotografa, princi-palmente espectáculos, mas a sua paixão é pela fotografia de moda e por todas as suas variantes e complexidades. Bruno Colaço é natural de Vila Franca de Xira, tem 26

“Cinco Sentires” ou cinco olhares de cinco fotógrafosEXPOSIÇÃO EM LOURES

anos de idade e reside em Samora Correia. A fotografia desde cedo o fascinou.Frequentou o Curso Profis-sional de Fotografia no Insti-tuto Português de Fotografia onde concluiu com sucesso os dois anos de formação, geral e especializada.Actualmente, colabora como fotojornalista freelancer para varias publicações entre as quais o jornal Correio da Manhã, revistas Luxos Time, New golf entre outras.Fernando Zarcos é natural de Lisboa, tem de 52 anos e reside em Santo Antão do Tojal. Iniciou a actividade como fotógrafo documental em 1974 ao serviço da em-presa Hidroprojecto. De 1987 a 1989 mantém a actividade como freelancer fotogra-fando com regularidade para agências de publicidade, jornais e revistas. Em 1989 ingressa nos quadros da Câ-mara Municipal de Loures, onde mantém actualmente a actividade de fotógrafo.O conjunto de fotografias que apresenta faz parte de um tra-balho, que procura mostrar percursos do povo cigano, nas suas transformações e na sua avizinhação aos espaços urbanos, num país que teima em trilhar o caminho da in-terculturalidade.

Foto de Bruno Colaço

Petição

Está a decorrer uma Petição, di-namizada pelo CCD de Loures dirigida à Assembleia da Repú-blica, com vista a corrigir as in-correcções contidas num pare-cer do Tribunal de Contas con-tra a atribuição de subsídios, por parte dos Municípios, aos Serviços Sociais dos Trabalha-dores e CCD’s. “É urgente que a “Assembleia da República accione todos os mecanismos legalmente ao seu dispor, em ordem a que, eficaz e urgentemente, se proceda à ne-cessária correcção desta situa-ção, em nome da legalidade, da justiça e da autonomia do Po-der Local”, dizem os promoto-res da Petição.

Escolas

Os autarcas do BE de Loures, eleitos para a Assembleia Mu-nicipal, questionaram o Execu-tivo da Câmara Municipal sobre o eventual encerramento de es-colas com menos de 21 alunos, uma medida decidida pelo Go-verno. “Considerando a Carta Educativa do Concelho e a es-tratégia da Câmara Municipal de Loures e o acordo de trans-ferências de competências para a Educação, está a autarquia de acordo com esta medida? No concelho de Loures, quan-tas escolas básicas têm menos de 21 alunos, condição de parti-da para serem abrangidas pela medida em causa? No caso de existirem escolas que cumpram o critério de en-cerramento, que medidas irá tomar a Câmara para evitar que tal venha a acontecer? Foi a Câ-mara de Loures contactada pe-lo governo para proceder ao en-cerramento de alguma escola básica do concelho? E que res-posta deu?”, foram as questões colocadas.

Vinho

No dia 4 de Julho assinala-se o Dia Nacional do Vinho, uma da-ta a que o Município de Loures se associou, em parceria com a Associação de Municípios Por-tugueses do Vinho (AMPV). Pa-ra comemorar esta iniciativa, com o objectivo de partilhar com os visitantes agradáveis momentos de descoberta dos saberes tradicionais, as adegas dos produtores de Bucelas da Quinta da Murta, Caves Velhas e Chão do Prado estão de portas abertas das 10h00 às 18h00.

Exposição

No âmbito das Comemorações do Centenário da República em Loures, está patente no Palácio Marqueses da Praia e Monfor-te, situado no parque central da cidade de Loures, a exposição “A Carbonária em Portugal”. A exposição pode ser visitada até dia 29 de Julho.

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8 | 30 JUNHO 2010 | JORNAL REgIONAL TRIâNgULO LOURES

Tinha-lhes prometido que se falhasse a aposta feita de que Portugal não passava a fase de grupos, aposta que não queria de maneira ne-nhuma ganhar, aqui nestas mesmas páginas, viria pedir desculpa.Hoje faço isso e mais impor-tante, acrescento: - Prometo que enquanto Carlos Queirós for seleccio-nador não mais direi mal do homem. (Como me vai ser difícil cumprir isto…mas enfim, está prometido.)Não é que tenha mudado de opinião acerca da figura, pois não retiro um sequer, dos erros e incapacidades que nesse artigo lhe atri-buí.Sublinho, isso sim, uma passagem do que então es-

crevi e que considerava mais ou menos isto: Os nossos jogadores têm valor e brio, se decidirem afirmar-se e tomar as rédeas do jogo, con-seguirão o apuramento.Fizeram-no e a Coreia levou 7. Ainda bem.Para terminar invoco uma cena da fabulosa série Ally McBeal que há uns anos passava para deleite de um

número restrito de fãs e co-nhecedores.Pois, não importa como nem porquê agora, nessa cena Ally tinha que fazer o elogio fúnebre de alguém cuja passagem pelo mun-do não deixara saudades a ninguém.E o que tinha Ally para dizer senão que:- O irmão era pior!Assim estou eu. Salvo seja, pois desejo longa e saudá-vel vida ao Professor Carlos Queirós, se possível longe do stress e da agitação dos campos de futebol, para seu e nosso bem, mas afirmo em sua defesa:- O Domenech é muito pior! Nota: Crónica feita antes do Portugal/Espanha

Joaquim Marques

AgORA NA ÀgORAOPINIÃO

É verdade, enganei-menumas coisitas...

Durante um dia, a Câmara Municipal de Loures em par-ceria com a Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos, pro-moveu, na Casa da Cultura de Sacavém, uma discussão sobre a cultura cigana, um seminário intitulado “Diver-sidade Cultural: A Cultura Cigana, na perspectiva de que só o conhecimento da sua cultura poderá conduzir à sua integração social”.Durante um dia, diversos oradores falaram do percur-so histórico do povo cigano, dos traços da cultura cigana, apresentaram experiências sobre a habitação e a edu-cação, caso de Albertina Mateus e os realojamentos em São João da Talha, sobre a cultura cigana e a educação, através de Célia Marques, do Agrupamento de Escolas da Apelação, das “Boas práti-cas junto da comunidade cigana”, por Carla Brito e Arlete Moreira, dos Médi-cos do Mundo entre outros oradores.A verdade é que António Paulo, Chefe de Divisão Municipal de Habitação, não saiu muito convencido de um encontro que reuniu fundamentalmente técnicos e não contou com nenhuma intervenção de qualquer membro da comunidade cigana. “Há uma visão cor de rosa sobre a comunidade cigana, nas intervenções feitas, na imagem traçada”, e para sustentar a sua critica deixou o desafio “de ser a imagem do bairro de São João da Talha há dois anos e ver como está agora. Ainda

por cimo são quase todos parentes”, acrescentou, re-ferindo-se à degradação em que se encontram as casas.António Paulo apresentou exemplos provenientes da sua experiência autárquica. “Temos dez grandes núcleos de bairros municipais. Só em um é que não temos famílias de etnia cigana. Em alguns casos é a etnia dominante. Em Loures, ainda temos cerca de 500 famílias por realojar, e dessas só três são de etnia cigana. Dos que têm casa, a larga maioria paga a renda mínima, que é de 4,75 euros. Mas mesmo assim o número de incumprimen-

tos é grande”, acrescentou, “apesar da maioria tomar o pequeno-almoço no café e ter telemóvel”.Responder a este contra-senso foi o que tentaram fazer os diversos oradores. “A comunidade cigana con-tinua muito fechada sobre si”, justifica Albertina Ma-teus, razão pela qual é difícil mudar o seu estilo de vida. “Apesar do trabalho de pre-paração feito com as famílias a maioria tem dificuldades em fazer cumprir regras”.A aposta, para mudar atitu-des, foi na educação. Mas, mesmo assim, “são raros os miúdos que frequentam o

pré-escolar. E quando vão para a escola é como se fi-cassem enclausurados”.Uma ideia corroborada por Célia Marques, da Apelação, mas que é possível de alterar. “Em 2004, a taxa de aban-

dono escolar era de 30 por cento, dos quais 28 de etnia cigana que, geralmente, só valoriza a educação até ao 4º ano. Fizemos projectos individualizados com todas as famílias e, actualmente, 100 por cento das crianças ciganas frequentam o jardim de infância e no primeiro ciclo a taxa de abandono escolar é de cerca de um por cento”.Hábitos que se reflectem, também, na atitude em relação à saúde. “Saúde, para o cigano, é ausência da doença, o que é uma visão limitada, dando-se pouca atenção à prevenção. Como há um medo grande da mor-te e a doença é associada à morte, a tendência é para aos primeiros sinais irem para as urgências, pois a preocu-pação é resolver a doença”, referiu Leonor Murjal do Agrupamento do Centro de Saúde de Sacavém e de Lou-res, unidade que apenas tem “386 dos 500 profissionais a que tem direito”.E deu um pequeno exem-plo, “é normal a víuva ou o viúvo não lavar a roupa no primeiro ano após a morte

SEMINÁRIO DEBATE INTEgRAÇÃO SOCIAL

Comunidade cigana: entre a análisecor de rosa e a frustração

Carlos Cardoso

do seu familiar. Muitas vezes passam um pano húmido sobre a roupa. Já se pensou nas consequências que isso tem ao nível da saúde?”.De facto, o jogo de forças entre a sociedade e a comu-nidade cigana, assente em determinados valores, tende a perdurar. E o equilíbrio entre o respeito e compreen-são e a exigência de respon-sabilização nem sempre é fácil de ser atingido, gerando atitudes erradas de ambas as partes. “Acontece que muitas vezes alguns deles responde a pedidos de em-prego e, quando chegam lá, o trabalho já não existe”, disse Carla Brito, num exemplo de aparente segregação que em nada ajuda na integração social.gypsies, gitanos, Zíngaros, Rom, juntamente com os Sintos e os Calon ou Cale, são vulgarmente designados por ciganos. São pessoas tradicionalmente nómadas, originárias do norte da Índia e que, actualmente, vivem espalhadas pelo mundo, especialmente na Europa, sendo uma minoria étnica nos países onde residem.

O PS, que tem a maioria absoluta na Assembleia Municipal de Loures, chumbou a proposta apresentada pelos autarcas do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Loures, de criação do Provedor do Munícipe. Uma proposta que recolheu os votos favoráveis de todas as restantes forças políticas. O estranho é que a criação da figura do Provedor do Munícipe fazia parte do programa eleitoral do PS e chegou mesmo a ser contemplada nas grandes Opções do Plano de 2009, pese embora não tinha sido concretizada.“Num dos maiores concelhos do País, onde os serviços são mais que muitos e a burocracia impera, o cidadão que não domine a complexidade do poder autárquico, vê-se na grande maioria das ocasiões incapaz de resolver os seus problemas e sem saber a quem recorrer. O Provedor do Munícipe, entidade de reconhecido mérito, eleito no seio da Assembleia Municipal e independente do poder autárquico, pode ajudar a resolver os problemas dos munícipes e a mediar as conflitualidades inerentes ao poder autárquico que sejam geradas, directa ou indirectamente no Município”, defende em comunicado de imprensa o BE de Loures, acrescentando que o Provedor do Munícipe, figura criada já em muitas autarquias como aconteceu, recentemente, na Câmara Municipal de Odivelas, “não existe para dificultar o trabalho da autarquia e dos serviços. O Provedor contribui para a sua melhoria e reforça a imagem autárquica junto dos cidadãos”. CC

PROPOSTA PELO BE NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LOURES

PS “chumba” criaçãodo Provedor do Munícipe

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JORNAL REgIONAL TRIâNgULO | 30 JUNHO 2010 | 9LOURES

Nuno Dias, “nascido e criado na Bobadela”, tem, um desafio pela frente, o de liderar a Junta de uma freguesia com 3,3 quilómetros quadrados de área. Não que a vida autárqui-ca lhe seja estranha, pois es-teve oitos anos na Assembleia de Freguesia e quatro na As-sembleia Municipal de Lou-res, nem que a necessidade de tomar decisões seja algo que o assuste já que “a min-ha experiência profissional, como director de operações logísticas numa empresa de distribuição, proporcionou que fosse obrigado a tomar decisões”. O desafio é outro, o de conseguir numa freguesia estabilizada e consolidada, projectos inovadores que evitem que o exercício do cargo se torne uma rotina e a vila entre na apatia.“Bobadela é uma freguesia que não tem os problemas que tem outro tipo de fregue-sias tem. Está bem ordenada, as suas fronteiras estão defini-das, não tem problemas de monta. Agora, o que acontece, como é óbvio, é que as pes-soas evoluem e as vontades e necessidades também. Esta-mos numa freguesia em que já não é necessário realojar A, B ou C, uma freguesia que tenha problemas de falta de electricidade, que não tem problemas de saneamento, que resolveu as suas necessi-dades básicas”, caracteriza Nuno Dias. Esta primeira visão pode, porém, criar a ideia de que tudo está feito, uma con-cepção que o autarca rejeita. “Não é por os problemas es-senciais estarem resolvidos que o trabalho autárquico termina. A imaginação é o limite. Quando chegamos a uma autarquia, e dizemos que está tudo feito, algo está mal. Há sempre coisas a fazer. Basta pensar que mudando o Executivo, mudando quem dirige, há logo objectivos diferentes”E o novo executivo, saído das eleições autárquicas de Outubro de 2009, mas repre-

sentando uma continuidade em termos partidários, pois o PS há mais de vinte anos que dirige a autarquia, tem, se-gundo Nuno Dias “objectivos claros a atingir. Quero apostar de forma forte na moderniza-ção. Após a consolidação da freguesia, a supressão das ne-cessidades básicas no nosso núcleo urbano, temos de apostar em outras matrizes, na qualidade e na excelência do serviço que prestamos”.Para atingir esse desiderato, Bobadela está a ser pioneira, no concelho de Loures, ao avançar com o processo de Certificação de Qualidade dos seus serviços. “É uma decisão importante para a vida das pessoas. Basta pen-sar na implicação ao nível da simplificação dos serviços, reflectindo-se na qualidade da nossa prestação à popula-ção”. Um processo que espera concluir até ao final deste ano. “A breve trecho vamos avan-çar, também, com o projecto de mobilidade, fazendo o rebaixamento das calçadas, junto das passadeiras, para permitir a mobilidade de quem mais necessita, em especial os mais idosos. Já fizemos um levantamento de escadas e acessos e co-

locámos corrimões servindo as pessoas que tem menos capacidade de mobilidade na via pública”, acrescenta.Ainda em termos de grandes objectivos para o ano em curso, destaque para a imple-mentação de um programa de responsabilidade social das organizações, através da “identificação de situações e levantamento da responsabil-idade social, nas diversas for-mas de intervenção, tentando dinamizar e coordenar a ac-tuação das associações locais e das empresas da freguesia”.Sendo projectos inovadores a nível local, tal não impede que a Junta de Freguesia leve a cabo intervenções mais pontuais. “Fizemos requalificação da Rua das Oliveiras, do espaço que existe entre a Rua Amílcar Cabral e a Rua das giestas, onde normalmente são feitas as festas, repavimentámos toda aquela zona e, após as festas, vamos marcar e criar cerca de 200 lugares de estacionamento gratuito, pusemos um piso sintético no nosso polidesportivo”.Neste cenário, mais do que mudar muito do que já era comum na freguesia, a preo-cupação foi dar um novo

enquadramento. Nuno Dias exemplifica: “Mantivemos iniciativas que existiam, mu-dando a sua forma de ex-ecução. Dou o exemplo do Dia Mundial da Criança em que a festa já foi para todas as crianças da freguesia, ou no Natal em que, em vez de fazermos o convívio na sala da Assembleia, optámos por uma escola, para toda a população escolar. No Dia Internacional da Mulher, em vez da tradicional sessão, real-izámos um rastreio ao cancro da mama e uma palestra sobre esse tema. Ou no 25 de Abril, em que unimos todas as as-sociações e colectividades e promovemos iniciativas conjuntas”.Este esforço de envolvimento das pessoas, corresponde a uma orientação de fundo. “A Bobadela é uma freguesia muito solidária entre si. Faz por isso todo o sentido que as pessoas sejam chamadas para as actividades da au-tarquia. Não podem ser as autarquias a esperar que as pessoas venham aqui, nós é que temos de ir ao contacto com as pessoas”.E dá um outro exemplo, sig-nificativo desse esforço de ligação com a comunidade. “Fomos a primeira freguesia do concelho a ter o Face-Book. Vamos agora alterar a página da net. Apostamos na proximidade através das redes sociais e isso ajuda a entender as expectativas das pessoas. geralmente as au-tarquias têm iniciativas para os mais novos e para os mais velhos. Mas para a faixa etária dos vinte e poucos aos 50 há poucas iniciativas. Uma faixa que tem menos tempo para a autarquia, pois regra geral está na vida activa. Temos de ir junto dessa população e não há outra forma senão através das redes sociais, das redes de contacto”.Apesar de tudo, a Bobadela parece estar fechada no seu canto, não se ter afirmado no contexto do concelho, passar algo despercebida. Será as-

sim? Nuno Dias contesta esta visão. “Se me disserem que é a freguesia do concelho mais aprazível para viver, acredito. Que é a freguesia que tem menos problemas de segu-rança, onde os jardins estão bem arranjados, onde não há reclamações em relação ao as-seio das nossas ruas, que será a freguesia com melhor rede de acessos a todos as grande as vias, ao IC2, à 2º circular, CREL, tudo vai desaguar na Bobadela, e que por tudo isto não é uma freguesia polémica, aí estarei de acordo”.O que não evita que existam situações a resolver, algumas com anos. Como é o caso da ligação da freguesia ao rio, amputada que está pela via de caminho de ferro e pelos depósitos da Petrogal.“gostava que não estivesse cortada a ligação ao rio, em-bora isto já aconteça há mais de 60 anos. Por exemplo, os depósitos da galp não estão lá há tão pouco tempo como isso. Tal como a linha do com-boio. Em relação ao terreno onde estão os depósitos, o nosso objectivo é potenciar de forma correcta os ter-renos após a desactivação dos reservatórios Na actual fase, pugnamos para que os terrenos não tenham um fim ainda pior do que o actual. Os reservatórios estão para ser tirados desde Julho de 2008, temos um ofício em que a galp diz que vai retirar os depósitos até essa data, mas tal não aconteceu. Sabemos que a Petrogal colocou os terrenos à venda, levando o Município a pedir a sus-pensão preventiva do PDM, garantindo, pelo menos, que o terreno não vai ser utilizado

NUNO DIAS, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREgUESIA

“Bobadela é pioneira no concelho ao avançar com o processo de Certificação de Qualidade”

Carlos Cardoso

para outras coisas”. Uma outra situação a que a Junta está atenta é a do Bairro Manuel Diniz, onde um diferendo entre moradores e proprietário se prolonga no tempo. “Trata-se de um problema legal que compete às partes resolver. Se a resolução final afectar os moradores, em termos de algum realojamento, aí será um problema político a que a autarquia terá de estar atenta. Entretanto, temos feitos as intervenções naturais, no corte de mato, colocação de herbicida, limpeza, isto ape-sar dos avisos ao proprietário do terreno para que proceda a esse trabalho, mas mesmo assim fazemos esses serviços para que as condições de vida das pessoas não se degradem. Estamos atentos, mas não temos de ter uma intervenção directa sobre o problema”.Um cenário diferente do bair-ro da Petrogal, situado mesmo em frente. “É um espaço consolidado, é um bairro de excelência, que está à espera que se inicie a segunda fase de construção. Se há bairro que não dá problemas é esse”.A freguesia da Bobadela vê, agora, crescer, um projecto muito importante, o Centro Social, que conta com o apoio incondicional da Câmara de Loures e da Junta da Bobad-ela.”É um projecto muito deseja-do, desenvolvido pelo Centro Social e Paroquial da Bobad-ela. Vai ter imensas valências, ajudando a suprimir carên-cias ao nível do apoio aos ido-sos, jardim-de-infância, etc. A Junta de Freguesia, dentro das suas possibilidades, dá todo o apoio possível”.

Festas da Vila começam a 9 de Julho

A 9 de Julho começam as Festas da Vila da Bobadela. Festas da Vila e não da Junta de Freguesia, como vinca Nuno Dias. “Não há festas da Junta de Freguesia, há as festas da vila. Falámos com as colectividades que realizavam as festas, a União Cultural e Folclórica da Bobadela e a Paróquia e dis-semos que a Junta iria dar um apoio muito mais efectivo às festas que eles realizam. E com isto vamos ter umas festas melhores.No primeiro fim-de-semana, é a União Cultural e Folclórica que organiza e, no segundo fim-de-semana, a Paróquia da Bobadela. A Junta garante o apoio logístico e dois artistas, em dois sábados.Reorganizámos o tempo de duração das festividades, ajudando as colectividades a ter uma festa melhor, mais dinâmica, com a participação de outras associações natural-mente, as tasquinhas, o divertimento típico, pois estas festas são o momento mais importante na vila da Bobadela”.

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10 | 30 JUNHO 2010 | JORNAL REgIONAL TRIâNgULO MAFRA

BREVESMAFRA..............................................................................................................................

Carlos Cardoso

34 ANOS DO RANCHO FOLCLÓRIO DE SÃO MIgUEL DO MILHARADO

Festival conta com a presençade um rancho búlgaro

No Auditório do Pavilhão nº 1 da FIL vai ter lugar, no dia 5 de Julho, pelas 17 horas, a cerimónia da entrega da Medalha de Prata, a título póstumo, ao ceramista so-breirense José Silos Franco.A Direcção da Associação Industrial Portuguesa, Con-federação Empresarial, no quadro do seu Conselho Estratégico Nacional do Artesanato, resolveu atribuir a Medalha de Prata da As-sociação a José Franco pela

notável carreira de criador e empreendedor no sector de artesanato.A sua obra encontra-se dis-tribuída por todo o mundo, sobretudo as suas figuras de barro que estão agrupa-das em três categorias: arte sacra, popular e satírica. A criação da sua Aldeia – Museu continua a ser um importante contributo como atracção turística concelhia e, mesmo, da capital.O saudoso mestre foi o mais

versátil e notável bairrista mafrense exercendo uma influência determinante na actual produção de figurado. O Comendador José Fran-co possuía valores éticos e profissionais tendo dado sempre testemunho, ao largo de toda a sua vida pessoal e profissional, sendo um exemplo e modelo para as novas gerações.

Rogério Batalha

Medalha de Prata a título póstumo para José Franco

No dia 27 de Junho realizou-se o almoço-convívio, na sede da Associação Cultural e Desportiva de Enxara do Bispo, a favor da estátua do único papa português João XXI, a erigir nas imediações da Igreja de Santo André, na Vila de Mafra. O entusiasmo foi tão grande que ficou a promessa de levar a efeito outro encontro, no mesmo local, antes do fim deste ano.

O almoço decorreu no pri-meiro piso da colectividade estando, em destaque, a ma-queta da estátua da autoria do escultor Rogério Timó-teo, do Concelho de Sintra. No fim da refeição, na sala de espectáculos, actuou a popular Banda T.H.O.C. e houve leilão das ofertas. Um quadro pintado à mão ren-deu 30 euros e uma garrafa, em vidro, com a configura-

ção de uma espingarda, com 1,15 m de altura, cheia de vinho especial, foi entregue por 50 euros. graças à vontade da Presi-dente da Junta da Freguesia da Enxara do Bispo, Natércia Simões, e de habitantes que colaboraram, gratuitamen-te, a iniciativa foi um êxito. A Junta e alguns benfeitores assumiram todos os encar-gos não tendo havido, por

Almoço-convívio na Enxara do Bispo a favor da estátua de João XXIisso, qualquer despesa, do que resultou uma receita total, almoço e leilões, de 836 euros. A refeição foi con-feccionada pelas senhoras que costumam ajudar na paróquia e que manifesta-ram uma grande satisfação pelo trabalho que prestaram a favor da construção da estátua.

Rogério Batalha

Alcainça

A J.F. de Alcainça vai comemorar os 25 anos de criação no dia 12 de Julho, com a realização de uma sessão comemorativa, a partir das 21.30 onde serão abordados os principais problemas e projec-tos para a freguesia.

Pousada

A Juventude Socialista de Mafra já recolheu 2.500 assinaturas de apoio ao projecto de construção de uma pousada no concelho de Mafra. Para além dos contactos com a população a JS tentou que a ACISM, associação de comércio local, apoiasse a iniciativa, o que não aconteceu.

Futebol

O Sporting realizou um jogo de preparação com o Mafra, ten-do empatado a duas bolas. Pau-lo Sérgio, treinador do Sporting, fez alguns testes frente ao Mafra com os reforços Marco Torsiglie-ri e Evaldo a juntarem-se a Daniel Carriço e João Pereira na defe-sa. André Martins e André San-tos acompanharam Maniche a meio-campo, e o ataque contou com Postiga, que marcou os dois golos, Saleiro e Yannick. Os golos do Mafra, orientado por Jorge Paixão, foram marcados por Kifu-ta e Samuel.

Stº Estevão das Galés

A freguesia tem um fim de se-mana repleto de folclore, o que acontece pela primeira vez. Pre-sentes, a 3 de Julho, o Grupo de Danças e Cantares de Stº Estêvão das Galés; Rancho Folclórico de Ferrel- Peniche e Rancho Folcló-rico Infantil de Lousa e no dia se-guinte o Rancho Folclórico de Pe-dras Salgadas-V. Pouca de Aguiar; Rancho Folclórico do Lindoso- Ponte da Barca; Rancho Folcló-rico da Ladeira do Vau- Porti-mão; Rancho Folclórico de Cam-po Maior; Rancho Folclórico das Ceifeiras e Campinos- Benavente e Rancho Folclórico de S. Miguel de Alcainça .

Espectáculos

A Praça do Pelourinho, na vila de Mafra, recebe, a partir do dia 10 de Julho, mais uma série de con-certos destinados a todos os ti-pos de público. A edição deste ano das “Noites da Cigarra” rea-liza-se nos dias 10, 11, 17 e 18 de Julho.

Dois nomes estão associados a este rancho de tão ricas tradições, a madrinha, Be-atriz Costa e o padrinho, o artesão José Franco. Nomes que valorizam um rancho que, ao longo destes inten-sos anos de actividade, já vai a caminho das suas 700 actuações, espalhadas pelo país fora.Este ano, e como é apanágio

do festival realizado pelo rancho do Milharado, estão presentes grupos represen-tativos das diversas regiões do país. O Rancho da Casa do

Povo de godim, do Peso da Régua (Alto Douro); grupo de Danças e Cantares de Serzedo, de Vila Nova de gaia (Douro Litoral); grupo

Folclórico da Ereira, Monte-mor o Velho (Beira Litoral); Rancho das Arroteias, de Alhos Vedros (Estremadura Sul); Frugo Folclórico As

Lavadeiras do Sabugo (Es-tremadura Centro Saloia). O grupo estrangeiro que vai estar presente vem da Bul-gária e é o grupo Folclórico “Zlatana Trakia”.O Rancho Folclórico de S. Miguel do Milharado foi fundado em 20 de Junho de 1976, depois dos seus componentes terem par-ticipado numa marcha de Santo António, a favor dos bombeiros voluntários de Mafra. É composto por cerca de 50 elementos. Possui um núcleo museológico fruto de recolhas realizadas ao longo destes anos de actividade.O Rancho adoptou para símbolos a Forquilha e a Bandeja, peças ligadas ás actividades que os moleiros, hoje praticamente desapare-cidos, realizavam nos seus moinhos, espalhados pelas serras que dominam a fre-guesia do Milharado.

Já vai no seu 34º ani-versário, o Rancho Fol-clórico São Miguel do Milharado. E para co-memorar a data, nada melhor do que um grande festival, com a presença de ranchos de outros pontos do país. É o que vai acontecer a 18 de Julho.

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JORNAL REgIONAL TRIâNgULO | 30 JUNHO 2010 | 11MAFRA

Os patinadores da Ericeira, do grupo Desportivo União Ericeirense tiveram uma excelente participação em dois recentes torneios, rea-lizados no fim semana pro-longado de 10 a 13 de Junho. No dia 10, estiveram com uma equipa de seis atletas na XVI Taça Vila Oeiras, que decorreu no Pavilhão da Associação Desportiva de Oeiras. A equipa do gDUE, competiu num universo de cerca de 80 atletas, e foi representada pelos atletas Ana Rita Dias (11ª classifi-cada no Escalão Iniciada); Laura Martins (17ª classifi-cada no Escalão Iniciada); Maria Carolina Ferreira (14ª classificada no Escalão Iniciada); Mariana Oliveira (10ª classificada no Escalão Bambi); Mariana Silva (15ª classificada no Escalão Iniciada) e Pedro Henriques (2º classificado no Escalão Infantil Masculinos). Estes atletas contribuíram para que a equipa do gDUEricei-rense se classificasse em 11º lugar com 172,1 pontos.Mas o melhor estava para

Patinagem artísticado gDU Ericeirense em bom nível

vir numa deslocação a Tor-res Novas, onde uma equipa de 18 atletas levou o nome da Ericeira e a defendeu com unhas e dentes. Os dois dias foram bastante cansativos, tendo o fim de semana desportivo come-çado no sábado pelas 6h da manhã, hora em que nos reunimos todos, junto do nosso pavilhão. Pelas 8h da manhã já estávamos no fantástico Palácio dos Desportos, a admirar a grandiosidade do pavilhão onde iriam decorrer as pro-vas de cerca de 200 atletas de todo o país. A vontade de patinar era imensa e atacámos o ringue com toda a genica possível, para o nosso treino oficial. Seguiu-se a cerimónia de abertura, onde o público teve o primeiro vislumbre dos 200 atletas que começa-ram a prestar as suas provas individuais logo de seguida. Nesse sábado, o gDUEri-ceirense tinha 16 dos 18 atletas em prova, o que fez com que o dia acabasse já tarde e com todos bastante

Setenta anos, são muitos anos! São tantos que já não está cá ninguém da funda-ção do Mafra Recreio Clube, mas nem por isso se deixou de festejar a efeméride. Em tempo de «vacas ma-gras» é quase um capricho fazer a festa, mas também não é por isso que a casa vai abaixo e, com uma ementa mais ou menos satisfatória, consegue-se juntar numa sala cheia muitos amigos que só conhecem a porta de entrada nos dias de fes-ta, ainda que para a qual tenham que desembolsar a importância de 12 euros como foi desta vez, e se a

esses 12 euros juntarmos mais cinco das rifas... não fica caro. É uma pequena contribuição, se bem que por esse preço come-se na maioria dos restaurantes e similares de Mafra. Mas dias não são dias e uma vez por ano não faz mal a ninguém. Entre os convidados, viam-se o Major-general Jasmins de Freitas, o gerente da de-legação de Mafra da Caixa geral de Depósitos, Rogério Costa (antigo Director do Mafra Recreio Clube), a dona Helena Mosca e o Pre-sidente da Direcção da Casa do Povo de Mafra, Manuel

Simões. Da ementa, desta-que para a sopa de cação, confeccionada a preceito pelo «Chefe» Zé Eduardo e a sua equipa (o tal que trata por tu o melhor cozinheiro da Europa), o leitão assado dos Negrais e as entradas, os doces, a fruta e os ge-lados que satisfaziam os estômagos mais dilatados. O bolo de aniversário e o vinho espumante serviram de remate a este almoço comemorativo.À tarde, algumas sobras do almoço e umas febras de porco assadas na brasa, serviram de lanche para uma grande maioria que

permaneceu nas instalações do Clube, depois de uns pezinhos de dança ao som do agrupamento musical de Rui Ventura. O mafrense Jor-ge Lima deu uns acordes de trompete como só ele muito bem sabe fazer. Também foi muito aplaudido o discurso do Presidente da Direcção do M.R.C., Fernando gon-çalves que, depois de agra-decer a presença de tantos amigos do Clube, lembrou que os anos de 2009 e 2010 foram os que o Clube perdeu mais associados e directores por falecimento, pedindo uma salva de palmas em suas memórias.

Findo os discursos, teve lugar a entrega de lem-branças aos associados mais antigos e aos que por obras valorosas se distin-guiram ao longo dos anos que, por curiosidade, como lembrou o Presidente, são quase sempre os mesmos. A terminar a primeira parte teve lugar o sorteio das rifas de um forno microondas e o leilão de um placard de chocolates que depois de ter sido arrematado por um associado presente fez questão em o ofertar para um novo leilão.

Alcides Jacinto

70º aniversário do Mafra Recreio Clube

Fernando Matateu, Presidente da Direcção

cansados. Recobradas as energias, na manhã seguin-te foi a vez das duas atletas que faltavam e seguiu-se uma tarde descontraída por terras ribatejanas. Ao fim da tarde, as emoções subiram de tom e a equipa de patinagem artística do gDUEriceirense mostrou a todos os presentes o que é uma claque e o que é torcer pela sua equipa. Connosco começou uma brincadeira imensa que culminou com a totalidade dos atletas em ringue a festejar este acon-

tecimento que, o C.D.Torres Novas, já prometeu voltar a organizar daqui a um ano. Pelo meio, tivemos opor-tunidade de assistir aos es-quemas de grupo de todas as equipas participantes, e duma coisa podemos estar certos: ninguém dançou mais, bateu mais palmas, ou cantou mais, do que ao som do nosso esquema.A noite ia longa quando a nossa atleta Mariana Sil-va subiu ao pódium para receber a medalha de 2º lugar no Escalão Iniciação Nível I. Os parabéns são extensivos à Alice Martins; Ana Madalena Jerónimo

(9º Lugar Escação A1); Ana Rita Dias (25º Lugar Esca-lão C1); Beatriz Luís (13º Lugar Escalão A2); gabriela Marques (13º Lugar Escalão A1); Inês Jerónimo (4º Lugar Escalão A1); Inês gordalina (20º Lugar Escalão A3); Júlia Marques (8º Lugar Escalão A1); Laura Martins (32º Lugar Escalão B1); Mª Carollina Ferreira (19º Lugar Escalão C1); Mª Rita Abreu (10º Lugar Escalão A2); Maria Estrela (16º Lu-gar Escalão A1); Mariana Oliveira (9º Lugar Escalão A2); Mariana Silva (2º Lugar Escalão A3); Marta Martins (33º Lugar Escalão B1);

Matilde Pinto (10º Lugar Escalão A1); Pedro Henri-ques (11º Lugar Escalão B2) e Susana Henriques (14º Lugar Escalão A1). Actualmente estamos a treinar para outros eventos desportivos que se avizi-nham, mas temos plane-adas actividades de que iremos dando conta. O mês de Agosto está reservado às férias, mas até lá podem encontrar-nos no sítio do costume: Pavilhão Muni-cipal da Ericeira junto ao Campo do gDUE às 2ª, 4ª ou 6ª às 18h30.

( Correspondência)

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12 | 30 JUNHO 2010 | JORNAL REgIONAL TRIâNgULO MAFRA

NOITE DE FADO

“Que perguntas faz o fado”O Centro Cultural Malaposta recebe no dia 9 de Julho, no Auditório, às 21H30, a fadista Sandra Correia. Natural de Fornos, Santa Maria da Feira, Sandra Correia é detentora de uma voz única e nostálgica e de uma postura em palco inconfundível, com um toque de grande classe, capaz de satisfazer qualquer público exigente e com bom gosto! As suas actuações são sempre eventos memoráveis carregados de fortes emoções e sentimento. O Fado está muito bem representado por algumas das novas vozes do nosso panorama musical e Sandra Correia faz segu-ramente parte desse leque de vozes de top que tão bem cantam a canção tão genuinamente portuguesa. No seu espectáculo apresenta um conjunto de fados tradicionais e de temas originais que integram o seu recente trabalho, o álbum “Que Perguntas Faz o Fado”. Ainda que seja um espectáculo de Fado tradicional, há a inclusão, para além da guitarra portuguesa e da viola, de instrumentos não habitualmente associados ao Fado.

MÚSICA

3 Divas, 3 ConcertosRealiza-se no dia 10 de Julho o último evento da série - 3 DIVAS, 3 CONCERTOS – no Auditório do Centro Cultural Malaposta, às 21H30, com a cantora lírica Maria Luísa Freitas, acompanhada ao piano pelo Maestro Nuno Mar-garido Lopes.

Maria Luísa de Freitas iniciou os seus estudos musicais no Conservatório Nacional de Lisboa, com José Carlos Xavi-er. Estudou com Elsa Saque, Franca Mattiucci, Claire Van-gelisti, Teresa Berganza e João Lourenço. Actualmente, aper-feiçoa-se com Biancha Maria Cazoni em Itália e trabalha repertório com o Maestro João Paulo Santos. Conquistou o Prémio Bocage no Concurso Nacional de Canto Luísa Todi

(2005), o Prémio Voce no Concurso Spiros Argiris, em Itália (2006), o 1.º Prémio no Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão, no Brasil (2006), e o 2.º Prémio no Concurso Nacional de Canto Luísa Todi (2007).Como solista, participou em diversas peças, concertos e recitais em Portugal e no estrangeiro, dos quais se destacam: O gato Cantor, As Troianas, The Rape of Lucretia de Brit-ten, Missa em Si Menor de Bach, 9.ª Sinfonia de Beethoven, Concer Tango do grupo Damerini Ensemble e Missa de Massimiliano Viapiano.Em 2007 estreou-se no papel titular da ópera Carmen de Bizet, com a Orquestra Nacional do Porto, sob a direcção de Marc Tardue, no Coliseu do Porto. Estreou-se também na Fundação Calouste gulbenkian numa versão cénica de Diário de um Desaparecido de Janácek, dirigida por João Paulo Santos. No Teatro Nacional de São Carlos, interpretou a Freira Anciã da ópera Sancta Susanna de Hindemith, a cantata D. Duardos e Flérida de Lopes-graça, a 9ª Sinfonia de Beethoven, A Voz do Além, na ópera Os Contos de Hoffmann de Offenbach, e apresentou-se em vários recitais.

Pedro Estevesna Linha da Canção

O Café-Teatro do Centro Cultural Malaposta recebe no dia 10 de Julho, às 22H00, o concerto com Pedro Esteves intitulado “Pedro Esteves na Linha da Canção” .Pedro Esteves Sempre escutou com prazer e interesse o cancioneiro popular no trabalho dos cantautores lusófonos. A curiosidade e o crescente entusiasmo por este contexto musical dão o impulso às primeiras composições em nome próprio, traduzindo-se hoje, na linha de canções a percorrer nas suas apresentações em palco.

DANÇA

Ciclos Al MahENSEMBLE SHANTARA & ANAIDCRAM

11 JULHO | 16H00 | AUDITÓRIO

Este espectáculo junta em palco dois projectos dedicados à música e tradição cultural de países como o Egipto, Índia, Turquia e Irão, e brindam-nos ainda com performances de danças clássicas, tradicionais e cerimoniais, oriundas ou

inspiradas nestas culturas. O repertório de música e dança apresentado é o espelhar de anos de estudo, pesquisa e viagens, por parte dos el-ementos dos dois grupos, que apresentam neste concerto o resultado de todas estas vivências, num espírito de

entrega e partilha para com a audiência.Formação: Baltazar Molina, Marc Planells, Diana Rego, Iris, Michael Ben Yousef e Jaume Cata.

O Mar15 e 16 JULHO | 21H30 | Café-Teatro

O Mar que nos une, nos afasta,Nos conta segredos de água na ondulação do corpo.O Mar de Marés em nós, a InfinitudeEspectáculo de e com Paula Lena (Argentina), Iris, Yolanda e Yolandadance.

Projecto Escolas de Teatroem Palco

13 a 25 de Julho | Auditório

Programa:

Dia 13 - 21h30 – ESTAL “Oito” a partir de “O Amante” de Harold Pinter Direcção de Bruno Bravo

Dia 14 - 21h30 – ISCE “Duplos”Direcção de Eunice Duarte

Dia 22 - 21h30 – EVOÉ “Portugueses, escri-tores, várias idades” a partir de “Português, escritor, 45 anos de idade” de Bernardo SantarenoDirecção de Susana Cecílio

Dia 23 - 21h30 – EVOÉ “Os Marginais e Revolução: Restos e Confissão” de Bernardo SantarenoDirecção de Pablo Fernando

Dia 24 - 21h30 – IN IMPETUS “Nuvem 9”Direcção de Pedro Barão

Dia 25 - 16h00 – ACT “Sentido Comum”Criação Colectiva

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JORNAL REgIONAL TRIâNgULO | 30 JUNHO 2010 | 13ODIVELAS

BREVES

Carlos Cardoso

ODIVELAS..............................................................................................................................

CONCELHO DE DIVELAS ESTÁ SITUADO NUMA ZONA DE FALHA SÍSMICA

Plano Municipal de Emergência define áreas vulneráveis

Atletismo

Vai decorrer no dia 10 de Ju-lho a nona edição da Légua Nocturna da Cidade de Odi-velas, iniciativa que faz par-te da comemoração dos 20 anos da Cidade de Odivelas. Esta prova de atletismo, orga-nizada pela Junta de Fregue-sia de Odivelas vai incluir tam-bém o 5º Passeio Avós e Netos e ambas as provas iniciam na Av. D. Dinis, pelas 20h. A iniciativa tem o apoio da Câmara Munici-pal de Odivelas, Sport Zone e do Clube Atlético das Patameiras local onde decorrem as inscri-ções que vão estar abertas até ao dia 9 de Julho.

Geminação

A assinatura do Acordo de Ge-minação entre a Câmara Muni-cipal de Odivelas e o Município de Ribeira Grande de Santiago, Cidade Velha, Cabo Verde, te-ve lugar no no Convento de São Francisco, na Ribeira Grande de Santiago, no dia 26 de Junho,Com este acordo, o município de Odivelas pretende fomentar o intercâmbio, a entreajuda do desenvolvimento social local, as tradições e culturas das du-as comunidades, e a utilização e promoção das novas tecnolo-gias ao serviço das pessoas.A assinatura do acordo está in-serida nas comemorações do primeiro aniversário da qualifi-cação pela UNESCO, da Cidade Velha, como Património Mun-dial da Humanidade. Na ceri-mónia protocolar, esteve pre-sente o Vice – Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Mário Máximo.

PP

Os órgãos concelhios do CDS/PP do concelho de Odivelas, li-derados por Xara Brasil, recen-temente eleitos, tomam pos-se a 1 de Julho, numa cerimó-nia que tem lugar na Casa de Chá do Centro de Exposições de Odivelas, com a presença de Paulo Portas, Telmo Correia, Pe-dro Mota Soares entre outros responsáveis do partido.

São cinco as áreas vulne-ráveis: as obras de arte, ligadas às grandes vias de circulação, ou seja, as pontes, túneis e viadutos, elementos particularmen-te sensíveis em termos de impacto quando em situações, por exemplo, de sismos elevados; a Rotunda do Senhor Roubado, afecta em especial em casos de chuvadas muito fortes; toda a zona costeira que vai de Odivelas a Vialonga, sensível a deslizamentos, e em especial os bairros existentes; a área territorial

de Caneças, onde se situa a mais concentrada zona de floresta e, finalmente, o Mosteiro de S. Dinis, na zona antiga de Odivelas, um património particular-mente importante.O Plano Municipal de Emergência de Odivelas é dos poucos que já foram aprovados a nível nacio-nal. Na área metropolitana de Lisboa apenas existem mais três, Alenquer, Mafra e Sintra. Contempla um organigra-ma com as diversas estru-turas e a interligação entre elas, ficando claro que a responsável para accionar o Plano é a presidente da Câmara Municipal. Tal já aconteceu, em 18 de Fevereiro de 2008, após intensas chuvas que cau-saram situações de perigo, nomeadamente a queda de casas, na Serra da Luz. Ao accionar o plano, entraram em acção diversos inter-

venientes, desde departa-mentos da autarquia, bom-beiros, forças de segurança, etc, que sabem o que fazer em situações do género. De recordar que nessa noite, havia o perigo de derrocada de casas, afectando outras habitações, foi necessário realojar temporariamente algumas famílias, garantir a normalidade do dia a dia em especial para as crianças, manter a segu-rança pública e dos bens privados, etc, ou seja, um conjunto de funções que impõe a actuação de diver-sos sectores.São essencialmente três os critérios para a activação do Plano de Emergência: cheias em zona de risco, acidentes rodoviários ou ferroviários, uma vez que o metro chega a Odivelas, de grandes proporções e sismos com escala igual ou superior a 6,5 de Ri-chter. Em relação a este

último aspecto há que ter em conta que o concelho de Odivelas é um dos mais densos do país em termos populacionais. De acordo com o censo de 2001 tem mais de 134 mil habitantes, um número que neste momento deve sem bem superior, uma densi-dade populacional 46 vezes superior à média nacional e 11 vezes superior à média da Área Metropolitana de Lisboa.O Plano, em situações de calamidade, define locais d e c o n c e n t ra ç ã o p a ra evacuação da população, locais que devem ser do conhecimento das pessoas e que são, grosso modo, zonas amplas e sem gran-des obstáculos. No caso do concelho de Odivelas, os campos de futebol da Ponti-nha, Odivelas e de Caneças são as áreas definidas. De-fine também, perante um cenário em que o número

de vítimas seja elevado, aos locais que funcionam como morgues provisórias, neste caso o pavilhão polivalen-te de Odivelas e o recém criado parque subterrâneo Egas Moniz.O Plano Municipal de Emer-gência da Protecção Civil, que foi elaborado, como disse Susana Amador, presi-dente da Câmara Municipal de Odivelas, “com a prata da casa”, dá um enfoque especial na realização de acções de sensibilização, preparando as pessoas para reagir o mais correctamen-te sensível em situações de grande perigo. E são vários os projectos, dirigidos à po-pulação sénior, aos jovens, aos estudantes e população em geral, que estão a ser colocados em prática.O Plano Municipal de Emergência de Odivelas foi aprovado a 10 de Fevereiro de 2010 pela Comissão Na-cional de Protecção Civil.

O Plano Municipal de Emergência para o concelho de Odive-las define cinco áre-as vulneráveis, zonas particularmente sen-síveis a ter em conta em situações de risco, decorrentes de cala-midades naturais ou de acidentes graves provocados. Ma define também os meios e as formas de actuação, naquele que é um dos primeiros planos mu-nicipais do país.

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14 | 30 JUNHO 2010 | JORNAL REgIONAL TRIâNgULO

estão a dirigir a Junta de Freguesia de odivelas há relativamente pouco tempo. como foi encarada a vossa chegada, sabendo-se que durante muitos anos o PS governou esta autarquia?As pessoas receberam-nos muito bem. O sentimento dos trabalhadores, que es-tavam desmotivados, é que tinha de mudar qualquer coi-sa. Estavam sem orientação, não havia um plano de traba-lho definido, não havia nada. Ao fim destes meses, posso dizer que as pessoas estão muito satisfeitas, os trabalha-dores dizem “ainda bem, foi uma lufada de ar fresco”., há um grande empenho e uma relação extraordinária com o Executivo.De quantos trabalhadores estamos a falar?De cerca de 200. Quais as primeiras medidas que tomaram?Tentamos ter uma gestão equilibrada. Começámos por arrumar a casa, incutindo uma nova dinâmica, assen-te num plano devidamente elaborado, que aponte qual o nosso caminho, quais as metas a atingir, dando algu-ma autonomia às pessoas, assente na responsabilização e na confiança.Reunimos com os trabalha-dores, expressando todo o apoio na sua actividade e definindo novos métodos e orientações para os diversos sectores. Lembro que esta casa nem uma macro estru-tura tem ...Mas vai ter?Sim, estamos a trabalhar nesse sentido. É impossível uma junta de freguesia como esta, com 200 trabalhadores, não ter uma macro estrutura onde se defina com precisão os diversos sectores e a re-lação entre eles. Uma ideia base está a ser desenvolvida, todos têm de trabalhar para todos. Aqui não há situações estanques, pessoas que estão cativas nas suas áreas de trabalho. As pessoas tanto

podem estar aqui, como na delegação das Patameiras ou na Arroja. Têm de conhecer de tudo um pouco. E isso é bom, é bom o trabalhador alargar os seus conhecimen-tos, aprender de tudo um pouco, naturalmente tendo em conta a sua categoria profissional.Houve alguma formação profissional?É essencial. Sinto essa ca-rência em algumas áreas. Já fizemos um contacto com a Câmara de Odivelas, a quem apresentámos uma lista de necessidades, sobretudo nas áreas operacionais. Por exemplo, nas zonas verdes te-nho pessoas que precisam de mais conhecimentos, saber como se faz uma poda cor-rectamente, como se maneja uma máquina de cortar relva, qual o adubo a utilizar etc. Na área de Recursos Humanos já tivemos pessoas em for-mação e queremos alargar a todos os sectores este esforço de formação. Fica a ganhar o trabalhador e o cidadão que tem um serviço em melhores condições.como se está a reflectir, externamente, essa dinâ-mica?Definimos sectores vitais para a freguesia. Destaco as áreas operacionais, que têm a ver com a limpeza urbana, as zonas verdes e a parte das obras, nomeadamente o chamado tapa buracos, especialmente em alguns bairros, onde isso já está a acontecer.Avançámos com soluções mais operativas e refiro, como exemplo, a criação de uma brigada de escolas, a funcionar desde 1 de Março. Como funciona esta brigada? Um funcionário passa de 15 em 15 dias, faz um levanta-mento de situações a resolver nas sete escolas da freguesia, desde a avaria do fecho, o vidro quebrado, do estore, etc, pequenas intervenções, inerentes ao protocolo de delegação de competências.

Elabora um relatório e, poste-riormente, seis funcionários que temos direccionados para esta actividade, vão re-solver esses problemas Está a resultar muito bem. As esco-las sentem que, finalmente, a Junta de Freguesia está mais perto da comunidade esco-lar. As associações de pais também já expressaram a sua satisfação pois se há um pro-blema a nossa preocupação é actuar o mais rapidamente possível. Criámos um outro projecto, muito conhecido, o “Zelador da Cidade” que tem sido uma

mais valia. Neste momento está a fazer a cobertura em alguns dos nossos 18 bairros, que são percorridos a pé, onde faz um levantamento de problemas existentes e de seguida os nossos funcioná-rios tratam de resolver essas situações ou encaminhar para a Câmara quando são casos que nos ultrapassam e não podemos resolver. Temos tido um excelente resultado ao ponto de outras autarquias nos terem contactado para saber como surgiu a ideia e está a ser desenvolvida.uma das áreas mais sensí-

veis, são as zonas verdes...Temos muitos espaços ver-des. Há espaços que estamos a requalificar, nomeadamen-te junto à escola do Parque Maria Lamas, bem como em outros locais onde estamos a fazer a manutenção, locais que foram descurados du-rante três anos e meio.Encontrámos os trabalhado-res um pouco perdidos na sua actividade. O nosso pessoal já tem alguma idade, o que tem algumas implicações no trabalho que realizam, e está é uma situação que temos de ter em conta, a segurança dos trabalhadores. Aliás, faço aqui um pequeno desvio, pois reparámos que as condições de trabalho não eram as ide-ais e de imediato rectificámos isso. Nomeadamente na área do calçado, do fardamento, ao nível do manuseamento com as máquinas, em relação a tudo isso houve um impor-tante investimento. Demos condições às pessoas e elas têm correspondido. o espaço de área verde au-mentou, mas o número de funcionários não. encara como solução a privatização das zonas verdes?Para já não defendo essa solução. Temos cerca de 46 pessoas nas zonas verdes e não as ia colocar no desem-prego. Agora, para abarcar uma cidade como Odivelas, que cresceu imenso, com urbanizações novas, algumas já na responsabilidade da junta, também não podemos pensar responder a tudo só

com os efectivos que temos. Temos de ter uma prestadora de serviços para nos ajudar nesta área e efectivamente temos uma empresa, que entrou ao serviço no dia 1 de Junho, a actuar em determi-nadas áreas específicas.Fizemos um concurso, e a empresa a quem foi adjudi-cada este trabalho, durante estes três meses, que é o período mais crítico, teve, bem como as outras que concorreram, de mostrar as suas referências. Não basta promessas, nós primámos pela qualidade. A empresa que está aqui trabalha para a Câmara de Lisboa, no “Os Belenenses”, é uma empresa muito credenciada que tem, por exemplo, uma arquitecta paisagística a acompanhar os trabalhos em seis zonas delimitadas que estão sob a sua responsabilidade.Sobre as zonas verdes, apro-veito para falar sobre um problema que nos preocupa, os sistemas de rega, que têm sido danificados e alvo de vandalismo atroz. Já alertei a PSP. Não sentia isso no passado e estou a sentir isso agora e em especial em zonas de visibilidade. Não percebo o que se passa e deixo aqui o meu lamento. na área social há novidades em relação ao chamado centro de Dia?O Centro de Dia estava situ-ado no Polivalente. Passou a chamar-se Centro do Conví-vio Sénior e deixou de haver Centro de Dia. Não se trata de acabar com um bem para pessoas que nos procuram e que estão na solidão, mas de ajustar os objectivos.Reunimos com as famílias dos idosos, o que aconteceu pela primeira vez, e explicá-mos as mudanças. Tinham de perceber que aquilo não era nenhum Centro de Dia e que havia de alterar a filo-sofia existente, mantendo, naturalmente, tudo o que era bom.Porquê esta mudança? Ja-mais a Junta de Freguesia se pode sobrepor a uma IPSS. Ao alterarmos a designação, tomámos também decisões concretas. Desde logo em relação a duas pessoas que tinham patalogias complica-das, com imensa dificuldade de mobilidade, que tinham de ser acompanhadas, o que obrigaria a ter ali um médico e um enfermeiro e que tive-ram um outro encaminha-mento mais correcto. Acabámos com o refeitório

VÍTOR MACHADO, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREgUESIA DE ODIVELAS

“Não nos agrada ter o centro histórico fechado”Carlos Cardoso

As Festas da Cidade de Odivelas vão ser orga-nizadas, pela primeira vez, pelo executivo que saiu das eleições realizadas em Outubro de 2009. Presidido pelo social-democrata Vítor Machado, a nova equipa de autarcas quer dar uma outra dinâmica à freguesia e, nas próprias Festas da Cidade, ajustadas à realidade económica da autarquia, já se fazem sentir essas mudanças. Um momento ideal, por isso, para falar sobre as principais linhas de orientação para a resolução dos problemas da freguesia.

Festas de Odivelas comemoram20 anos de elevação a cidade

como vão ser as Festas da cidade de odivelas?Pensamos num modelo um pouco diferente. São as primeiras festas deste mandato e do novo Executivo e é com orgulho que quero realçar os 20 anos de elevação a cidade. Pensámos seriamente, em função das dificuldades económicas, se fazíamos ou não as Festas. Decidimos fazê-las, mas tivemos o cuidado de alterar algumas situ-ações, a começar, desde logo, pelos dias das Festas que passaram de dez para cinco.Por outro lado, este ano as actividades económicas e o artesanato vão ficar juntos. Alterámos, também, o lugar da sessão solene, que será no dia 13 de Julho, no próprio Parque Urbano da Cidade e com uma outra dinâmica. Haverá três discursos, homenagens aos funcionários, recital de guitarra e o bolo de aniversário. Qualquer pes-soa pode ir à sessão solene. Já a homenagem aos nossos campeões, uma cerimónia extensa, irá ser feita num outro dia, mas igualmente nas Festas da Cidade. De resto as associações ou colectividades vão participar e garantir os stand’s de gastronomia, haverá espectáculos, diversões, gastronomia, iniciativas dignas de uma cidade que faz 20 anos. Espero que sejam cinco dias de alegria, cor e animação.

ODIVELAS

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JORNAL REgIONAL TRIâNgULO | 30 JUNHO 2010 | 15ODIVELAS

que existia e os idosos passa-ram a ter as refeições vindas do refeitório da própria Junta de Freguesia. Comida confec-cionada em boas condições e que chega ao Centro de Con-vívio através de transporte, em malas térmicas.Um Centro de Convívio Sé-nior é para as pessoas esta-rem activas. Queremos que as pessoas estejam a dançar, a pintar, a trabalhar no barro, que frequentem as aulas de informática, que são dadas por um funcionário nosso, que participem em jogos, etc. Para o sucesso desta dinâmica tem sido essen-cial o papel desempenhado pela vogal Fátima Pires, que acompanha o equipamento praticamente todos os dias. A lavandaria continua?Sim, mas com novas regras. A lavandaria não é um equipa-mento para dar lucro. Mas te-mos de ver as condições que temos, pois aquele espaço é partilhado com a Segurança Social. Daí que protocolo es-tabeleça que a roupa que vem do Centro Infantil também é lavada lá. O que sentimos é que a la-vandaria tinha pouca di-vulgação. A lavandaria não é para os amigos, é para todas as pessoas carenciadas que necessitem daquele servi-ço. Neste momento, posso garantir que o equipamento chegou praticamente a toda a freguesia para além de termos técnicas que fazem a

triagem de quem pode e deve utilizar a lavandaria, ou seja, as pessoas carenciadas.e o centro Infantil da Ar-roja?Vamos manter o Centro In-fantil, mas com um novo mo-delo. O Centro está sedeado na Arroja, onde temos duas auxiliares, que têm feito um trabalho extraordinário, bem como uma educadora, fruto de um protocolo com ISCE. O Centro tem capacidade para 20 crianças Mas deparámos com uma lacuna, o alvo a atingir era apenas a Arroja. Não aceitámos isso. Tivemos uma reunião com o ISCE e está em vias de conclusão um novo protocolo, em que vamos abarcar a freguesia toda. Porque é que uma criança carenciada do Vale do Forno, por exemplo, não pode ir para lá? É um equipamento que me-rece toda a nossa atenção. Posso dizer que em breve o espaço envolvente, o re-creio, vai ser arranjado, pois fruto de uma reunião com o Director do Pingo Doce, do Odivelas Parque vai ter novos equipamentos para as crian-ças brincarem, oferecidos por esta empresa. Face à crise económica que se vive a Junta de Freguesia está a receber muitos pedi-dos de apoio?Tem havido algumas situa-ções, em especial pessoas a pedirem trabalho, inclusive através do IEFP, bem como de

comida. Aliás, damos todos os dias, 14 jantares a pessoas com dificuldades.Recentemente realizaram a 1ª feira de Antiguidades e Velharias, no centro históri-co da cidade. como pensam valorizar aquela área?Nesta primeira edição da Feira de Antiguidades e Ve-lharias, com 31 feirantes, já houve uma vida nova na-quela zona. Veio muita gente de fora, de outros concelhos da Área Metropolitana de Lisboa. O objectivo principal é que o centro histórico tenha uma diversificada oferta cultural. Para já temos esta Feira, aos segundos domingos de cada mês, mas estamos a trabalhar em outros eventos que con-tribuam para a reabilitação daqueles espaço que tem estado ao abandono de há uns anos a esta parte. Apenas serve para estacionamento. A capela, dá missa ao domingo e nada mais. Numa conversa que tivemos com a Drª. graça Martins, Directora do Instituto de Odivelas, colocamos alguns aspectos, relacionados com Feira de Antiguidades e Ve-lharias, nomeadamente a abertura da Capela no dia da realização da Feira, e que facultassem o parque de estacionamento para as pessoas que nos visitam. O parque é grande, ao domingo está vazio, e não há aulas. Formalizámos esses pedidos,

mas até hoje não deram uma única resposta.É uma situação que não nos agrada, e por isso a Junta de Freguesia irá fazer mais alguma coisa, em especial falando com alguém da área militar, sensibilizando para o facto de termos um centro histórico tão bonito que se encontra fechado. Por falar em turismo, foi es-tranho a Junta de Freguesia não estar presente no en-contro sobre a qualificação da marmelada branca pro-movido pelas actividades económicas da câmara de odivelas?Não fomos convidados. Fa-zia, todo o sentido, estarmos presentes, mas não fomos convidados.na oferta turística, a compo-nente comercial é essencial. Já há ideias sobre o envolvi-mento do comércio local?Já recebemos a nova Direcção da Associação de Comercian-tes de Loures e de Odivelas. Nessa reunião foram abor-dadas algumas questões, uma delas que é premente e pública, que tem a ver com as taxas municipais. Outro aspecto tinha a ver com o estacionamento em algumas artérias e um terceiro refe-rente a apoios da autarquia ao comércio.Começo por aqui, pois trata-se de uma aposta que ainda está em embrião. Estamos a pensar fazer alguns eventos, chamando o comércio local,

apoiando esse comércio, publicitando o que de bom temos cá. Já fizemos uma primeira aposta, que foi a iluminação de Natal. Foi realizada pela Câmara mas com a ajuda da Junta de Freguesia. Transmiti que jamais se iria colocar em qualquer artéria a iluminação que era feita há uma data de anos. Ou se coloca ilumina-ção de Natal com dignidade ou não vale a pena. E por isso optámos por con-centrar a iluminação em al-gumas ruas, que indicámos, e a freguesia beneficiou muito mais com isso.Agora, o papel da Associação e dos comerciantes também é de ajudar. O ano passado foi feito nestes moldes, este ano penso que seria interessante os comerciantes participa-rem o que permitira que muitas mais ruas poderão ser iluminadas. Tem que haver uma junção de esforços.Referiu que abordaram a situação das taxas, que tan-ta polémica está a gerar. Qual a posição da Junta de Freguesia?A tabela de taxas foi apro-vada pela Câmara e pela Assembleia Municipal. Já ouvi dizer em alguns órgãos de comunicação social que a freguesia de Odivelas estava a cobrar quatro vezes mais que outras freguesias. A verdade, é que estamos exactamente a cumprir o que diz o regu-lamento. Se me perguntarem

se foi uma medida brusca, em especial na conjuntura que vivemos, se há situações que se podem rever, posso aceitar. Ou seja, tem de haver algum equilíbrio e se necessário re-ver algumas situações. Aliás, já falei em sede da Comissão do Poder Local da necessida-de de rever estes aumentos, porque reconheço que foi pesado e brusco.O facto de ser uma fonte de receita que vem para a Junta de Freguesia, pode ter levado alguns comerciantes a pensar que foi a autarquia que fez estes aumentos o que não é verdade. Sobre este problema foram feitas declarações, por parte de um vogal, que até parti-cipou na elaboração desse regulamento, dizendo que Odivelas estava a cobrar mais que outra freguesia, julgo que a Pontinha, de que eu não gostei. Temos um acordo de gestão da Junta de Freguesia, há respeito e consideração, e não pode um vogal dizer uma coisa e andar o presidente a dizer outra. Tem de haver coordenação. É um simples reparo, não há mau estar, nem guerra com ninguém, temos trabalhado todos em conjunto, mas como pre-sidente tinha de clarificar a situação, pois não gostei dessa atitude, pois o que Odivelas está a fazer é cum-prir pura e simplesmente o Regulamento.

Gostaria de saber qual a po-sição da Junta de Freguesia em relação a um conjunto de situações onde a câ-mara Municipal tem uma intervenção activa, caso, por exemplo, do centro de Saúde, parque subterrâneo, cemitério de odivelas...Em relação ao Centro de Saúde, o Executivo desde a primeira hora que defende um novo Centro de Saúde, como é evidente. Agora, não vamos atrás de manifesta-ções. Não me revejo aí. As autoridades centrais e locais, nomeadamente a Câmara, tem dado toda a informação sobre o desenvolvimento do Centro de Saúde e o que se pode dizer em relação a este assunto, é só isto, vai haver um novo Centro de Saúde.

Para quando?Tão breve quanto possível. As obras do Hospital de Loures já arrancaram e o Centro de Saúde de Odivelas, em fun-ção de informação de fonte fidedigna, também irá avan-çar. Temos estado sempre em contacto com a Câmara e a Câmara connosco sobe essa matéria. O Centro de Saúde faz muito falta, para mais com esta situação, com a qual não concordamos, de as pes-soas terem de ir para Santo António dos Cavaleiros.em relação ao parque sub-terrâneo?O parque subterrâneo, surge de uma contrapartida com o urbanizador. Depois de con-cluído, devia-se ter feito algo para divulgar aquele espaço. Não houve da parte da Câma-

ra Municipal um marketing comercial agressivo. Man-daram uns panfletos e pouco mais, isto apesar de a Junta de Freguesia se ter prontificado em ceder uns mupis para divulgar o parque. Em relação aos preços, teriam de ser revistos. Eu próprio, em sede de Comissão de Poder Local, defendi essa situação. Era necessário haver algum equilíbrio, alguma flexibili-dade, ainda para mais quan-do estamos a falar de um parque com 450 lugares.É uma solução interessante, esta de um parque subter-râneo?Sim, concordo perfeitamen-te, para mais, e isto tenho de o dizer, quando tem sido lamentável a falta de fiscali-zação por parte da PSP em

relação ao estacionamento abusivo. Dou exemplos: toda a Alves Redol está com os passeios ocupados. Na Egas Moniz o parque está com meia dúzia de carros mas à volta está repleto de veículos. Na rua José gomes Monteiro há pessoas que deixam ali os carros e seguem para Lisboa Nesta Alameda do Poder Local, se houver um incêndio o auto tanque não entra aqui. Temos situações muito graves, inclusive carros à porta dos prédios. Os carros estacionam onde não deve-riam. Alguém está a falhar, nomeadamente a PSP. Temos pessoas pedem para colocarmos pilaretes nos pas-seios. Eu sou contra, porque fica feio uma freguesia cheia de obstáculos, qualquer dia

temos a freguesia repleta de pilaretes. Aliás, neste mo-mento temos 30 modelos de pilaretes espalhados por Odi-velas. A verdade é que apesar dos meus alertas, até hoje nada foi feito. Se houver uma fiscalização dissuasora estou convencido que a pessoa vai procurar outro espaço e, por isso, a PSP tem de ter uma fiscalização mais activa.Há evolução em relação ao cemitério?Continua no Tribunal da Relação, não sabemos qual o desfecho final. Para já é a Câmara que gere o cemitério. Os trabalhadores que lá estão lá são da Junta de Freguesia. Estamos a aguardar o desfe-cho final. Mas consideram que era positivo que o cemitério fi-

casse sob gestão da Junta de Freguesia? têm capacidade para isso?Neste momento, o cemitério como está e nesta conjuntura é difícil a Junta de Freguesia ficar com o cemitério que carece de uma intervenção ao nível da infra-estutura e de ser ampliado. O cemitério está saturado, de tal forma que neste momen-to só pessoas que estavam recenseadas na freguesia, é que ali são enterradas. Sei que havia um projecto para ser ampliado, mas parece que caiu por terra porque as negociações com o proprie-tário do terreno adjacente não correram da melhor maneira. Daí o cemitério não estar, como queremos.

Um rol de problemas por resolver

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16 | 30 JUNHO 2010 | JORNAL REgIONAL TRIâNgULO

O Odivelas Basket Clube (OBC) é uma das mais no-vas associações desportivas da cidade de Odivelas. Fez um ano exactamente a 1 de Junho de 2010, um aniver-sário comemorado com a realização do 1º Torneio de Minisbasquete, que decor-reu no pavilhão da escola secundária da Ramada, com a participação, para além dos representantes da casa, de equipas do Carnide Clube, Associação Cultural Moinho da Juventude e Sociedade de Instrução Musical Escolar Cruz-Quebradense.Apesar da sua precoce idade, o OBC já movimenta mais de seis dezenas de atletas, distribuídos pelas escolas de mini 8, 10 e 12, os sub-14 masculinos, com duas equipas, sub-14 femininos, sub-16 masculinos e senio-res femininos, estes últimos a participarem no Torneio do Inatel, com excelentes resultados.“A equipa sénior femini-na é composta por atletas que defendiam as cores do UDOB, em Olival Basto, que entretanto deixou de ter basquetebol. Encon-traram no Odivelas Basket Clube o espaço necessário para continuar a praticar a modalidade”, explica Fáti-ma Lopes, que pertence à direcção do OBC.Aliás, o próprio clube de basquetebol é, também ele,

fruto da separação de uma outra colectividade que exis-tia em Odivelas, a Associa-ção Recreativa Quinta do Mendes, que tinha a secção de basquetebol e que enten-deram dar um novo rumo à modalidade.“As pessoas que formaram o clube foram, grosso modo, jogadores de basquetebol e sentiam que havia pouca di-vulgação de uma modalida-de que é muito completa, em especial para as crianças. Ao nível do concelho de Odive-las, a prática do basquetebol é inexistente. Daí a criação do clube, concentrado na modalidade”.Sete treinadores apostam, para já, na formação, sem ambições desmedidas de criar equipas de topo para entrar em competições. As coisas virão a seu tempo, estão convictos. Nesta fase

apostam na sensibilização junto das camadas mais jovens, “em especial nas escolas”, avança Luís Pereira, igualmente membro dos órgãos sociais.A grande dificuldade reside nos espaços disponíveis para treinos e para jogos. São obrigados a alugar pa-vilhões, com os custos ine-rentes. “Era importante ter um espaço adequado onde fosse possível treinar com regularidade”, defende Fáti-ma Lopes. Enquanto tal não

SÓ TEM UM ANO DE VIDA, MAS MAIS DE 60 PRATICANTES

Odivelas Basket Clube quer chegar alto

acontece, os responsáveis do OBC, os pais dos atletas e os próprios atletas fazem das “tripas coração” e vão, calmamente, ganhando con-sistência, aprendendo, entu-siasmando novos adeptos, sensibilizando os poderes instituídos para o trabalho que estão a fazer. Até porque, é bom não esquecer, são o único clube de basquetebol no concelho de Odivelas.

Carlos Cardoso

PCP realiza AssembleiaA Organização Concelhia de Odivelas do PCP realizou, no auditório municipal do CAELO, a sua V Assembleia, com a participação de 120 delegados, eleitos nas fre-guesias e nas células de empresa.Foi aprovada, por unanimidade, uma resolução polí-tica que aborda a situação no concelho de Odivelas. Para o PCP “a coligação PS/PSD promoveu e promove uma gestão desastrosa, pautada por um urbanismo assente na ocupação do solo ao sabor de interesses especulativos, com total desprezo por um planea-mento rigoroso e exigente virado para um urbanismo sustentado, tendo por base a pouca capacidade de expansão do concelho e virado essencialmente para a construção dos equipamentos de fruição pública necessários”.O PCP critica a “opção pelas parcerias público - priva-das que são um desastre para o município em termos económicos”, denuncia a degradação da gestão ao nível dos SMAS como fazendo parte de uma orientação para “retirar aos SMAS de Loures o abastecimento de água às populações, com a sua passagem para outras entidades fora do domínio do Município” e alerta para a degradação social no concelho, com o fecho de empresas, aumento do desemprego, agravamento das condições para os pequenos e médios comerciantes, agravamento dos problemas nos cuidados de saúde. “Não há nenhuma perspectiva para a construção de novos centros de saúde; o CATUS reduziu o horário de funcionamento; os enfermeiros são menos de metade do que deveriam ser, tendo cada um à sua responsa-bilidade 4 900 utentes, quando deviam ser 1 500; os médicos são cada vez menos, havendo mais de 55 mil utentes sem médico de família no concelho”.A Assembleia elegeu a nova Comissão Concelhia, que é composta por 44 elementos, com uma média de idades de 44 anos.

ODIVELAS

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JORNAL REgIONAL TRIâNgULO | 30 JUNHO 2010 | 17VILA FRANCA DE XIRA

BREVESV. F. XIRA..............................................................................................................................

VILA FRAncA De XIRA AgRICULTURA ESTEVE EM DEBATE

Lezíria de Vila Franca tem o único arroz certificado da Europa

Coube a Joaquim Morais Bravo, da Orivárzea, alertar para esta particularidade de um produto nacional, espe-cificando algumas das suas particularidades. “Alguém faz cabidela com arroz agu-lha? Claro que não, só com o nosso típico e verdadeiro arroz carolino”, disse.O responsável pela empresa que detém 25 por cento da produção nacional orizícola explicou porque é que desta forma o arroz carolino da Lezíria é um produto dife-renciado. É diferenciado pela sua qualidade excepcional, porque é o único arroz certi-ficado e de origem controla-da da Europa, porque é cem por cento arroz nacional e porque a totalidade da pro-dução é integrada, respei-tando todos os parâmetros ambientais, de qualidade e de uso de fertilizantes e pesticidas, essencial para se produzir um produto único e genuíno.Apesar da sua certificação, o arroz nacional bate-se, no mercado, com produtos oriundos de países onde o investimento é bem me-nor, levando a que o preço final, ao consumidor, seja mais barato, nomeadamente produtos oriundos de mer-cados como o da China. “Os produtos nacionais têm que competir, não pelo preço, mas pela garantia que dão ao consumidor”. A necessidade de regula-ção dos preços dos cereais, em especial do arroz foi,

por isso, defendida por di-versos oradores. Joaquim Madaleno, da Associação dos Beneficiários da Lezíria grande alertou mesmo: “De-via haver estabilidade nos preços agrícolas para criar estabilidade nos produtos como os cereais, que não deviam andar ao sabor da especulação do mercado. É muito perigoso brincar com o preço dos cereais. Tem que ser uma entidade isenta e independente a fazer essa fiscalização”.Outra questão debatida foi a divulgação do produto da Lezíria, nomeadamente do arroz, pois o mais difícil, muitas vezes, é precisa-mente chegar ao consumi-dor. Luís Rego, assessor de imprensa do Ministério da Agricultura, moderador do debate, constatou o facto de não ver o arroz carolino das Lezírias nas prateleiras do supermercado. O respon-sável da Orivárzea explicou: “Não vê porque as pessoas estão formatadas para olhar só para o preço e não para a qualidade. Mas a nossa marca Arroz Bom Sucesso está disponível nos lineares de todas as cadeias de super-mercados há cerca de cinco anos. Também temos um arroz próprio para crianças, o BabyRice. Tudo isto são produtos de qualidade, que não se distinguem pelo pre-ço, mas pelas garantias que dão ao consumidor”.Alberto Mesquita, vereador da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira referiu, por seu lado, para a necessidade de apostar na promoção dos produtos nacionais: “O ministério da Agricultura devia ter um papel impor-tante em campanhas de sensibilização para a compra dos nossos produtos”.O trabalho essencial, porém, tem que começar na terra, nos agricultores e na sua capacidade de moderniza-ção e adaptação às novas exigências do mercado. A Orivárzea é responsável por 2900 hectares de orizicultu-

ras e agrega mais de 30 pro-dutores, é a maior produtora europeia deste cereal.Joaquim Madaleno, da Asso-ciação dos Beneficiários da Lezíria grande, que repre-senta centenas de agricul-tores, destacou o esforço de adaptação que foi feito pelos produtores da Lezíria: “Hou-ve um grande decréscimo das culturas de sequeiro e os agricultores da Lezíria tive-ram a capacidade de inovar e de se adaptarem às culturas do arroz, do tomate e outras. O investimento na melhoria da produção também foi considerável. Falta ainda a economia de escala, mas em termos de tecnologia e pro-dutividade estamos ao nível dos melhores do mundo”. E deu exemplos que compro-vam a qualidade com que se pratica agricultura na Lezíria Ribatejana: a qualidade da água é monitorizada em todo o processo; é dada formação e aconselhamento aos agricultores; são utili-zados pesticidas biodegra-dáveis; são enviadas para reciclagem 700 toneladas de plásticos por ano. Além de tudo isto, foram construídas três estações elevatórias que fornecem água sobre pressão. Três mil hectares de terreno já são regados através deste sistema que permite ter um desperdício de água de ape-nas cinco por cento. Joaquim Madaleno disse que a Asso-ciação dos Beneficiários da

Lezíria grande tem em curso uma candidatura para fazer este tipo de rega em mais seis mil hectares de cultivo, aguardando a aprovação do Ministério da Agricultura. Nas estações elevatórias já existentes foi feito um inves-timento em parques eólicos e solares que produzem 15 por cento da energia neces-sária e representam uma poupança de 150 mil euros por ano.

A Lezíria turísticaA Lezíria faz parte da fregue-sia de Vila Franca de Xira, ocupando a maior parte do seu território, e não repre-senta apenas um espaço agrícola. As potencialidades turísticas tsão evidentes. A Lezíria acolhe o EVOA, um dos maiores observatórios de aves da Europa, uma fau-na e flora únicas e chama vi-sitantes interessados no Eco Turismo. “Quando pusemos portões na Lezíria, atitude que não serviu para fechar o espaço, mas para garantir vigilância, organização e segurança a quem nos visi-ta, é que nos apercebemos da quantidade de pessoas que querem conhecer a Lezíria e fazer um Turismo de Natureza”, disse Joaquim Madaleno, da Associação dos Beneficiários. Foi criada uma zona de caça e pesca com o objectivo de ordenar o território e evitar acidentes, projecto concreti-zado numa parceria entre a

Associação de Beneficiários, a Associação de Caçadores e a Junta de Freguesia de Vila Franca. A aproximação da Lezíria à população continua a ser uma das prioridades do trabalho da Associação dos Beneficiários e o seu respon-sável garantiu que todos os que tiverem interesse em conhecer a Lezíria, serão recebidos. A Orivárzea tam-bém se mostrou disponível para parcerias, aceitando o desafio de uma interve-niente da plateia que, em representação do Centro de Bem Estar Infantil de Vila Franca de Xira, quis saber da possibilidade de visitas à fábrica organizadas para crianças e de um eventual acordo para o fornecimento de arroz à instituição. Outras ideias de promoção da Lezíria, como a de estar presente na Bolsa de Turis-mo de Lisboa, foram regis-tadas pelos responsáveis das entidades participantes, fi-cando claro a necessidade de defender a Lezíria enquanto património único.

(Correspondência)

A Lezíria de Vila Fran-ca de Xira tem o único arroz certificado da Europa. Um novidade avançada, ou relem-brada, no decorrer do debate do Observa-tório de Inovação e Desenvolvimento Lo-cal (OIDL), promovido pela Junta de Fregue-sia de Vila Franca de Xira.

Jogos

As equipas que representaram a Escola Academia Sporting da Pó-voa de Santa Iria/União Atlético Povoense registaram uma boa participação no Nacionalito de Futebol 7 - Copa Foot 21, realiza-do em Vila Real de Santo António, entre os dias 20 e 26 de Junho. Eis os resultados: Escalão Sub 8 (2º classificado), Melhor joga-dor: Benjamim Siga; Escalão Sub 9 (9º classificado); Escalão Sub 10 (2º classificado), Melhor guarda-redes: Rodrigo Santos e Melhor treinador: Luís Morais; Escalão Sub 11 (3º classificado).

Alverca

No dia 10 de Julho, pelas 16 ho-ras, tem lugar a inauguração da peça arquitectónica de homena-gem aos funcionários da empre-sa Previdente, uma iniciativa da Junta de Freguesia de Alverca e da Previdente. A peça ficará situ-ada junto à rua da Quinta do For-no. Três dias depois, a 13 de Julho, pelas 21 horas, nas instalações da SFRA, decorre a sessão solene co-memorativa do Dia da Cidade.

Sobralinho

A freguesia do Sobralinho vai co-memorar os 25 anos de consti-tuição. No dia 10 de Julho, pelas 21 horas, no Pavilhão Desportivo do Sobralinho, tem lugar a entre-ga dos Galardões de Mérito Au-tárquico e a 11 de Julho, pelas 16 horas, no Palácio do Sobralinho, realiza-se a sessão solene.

Castanheira

A J.F.de Castanheira do Ribatejo, em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissio-nal de Alverca, através do Centro de Formação Profissional de Al-verca, Delegação de Vila Franca de Xira, está a promover o RVCC Escolar (Reconhecimento, Valida-ção e Certificação de Competên-cias) através do programa Novas Oportunidades. A Valência Esco-lar – RVCC ESCOLAR, permite aos adultos, maiores de 18 anos, ob-ter uma certificação escolar de nível básico ou secundário.

Hóquei

Com a participação de cerca de 30 equipas, teve lugar a XXIVª edição do Torneio Internacional de Hóquei em Patins António Mestre. Equipas dos diversos es-calões, desde os bambis até aos séniores femininos, a disputar os vários troféus, num torneio que já se tornou num marco despor-tivo da região, concretamente na modalidade de Hóquei em Pa-tins.

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18 | 30 JUNHO 2010 | JORNAL REgIONAL TRIâNgULO VILA FRANCA DE XIRA

O grupo Folclórico do Par-que Residencial de Vialonga comemora a 10 de Julho o seu 24º aniversário, com a realização do já conhecido festival de folclore que, este ano, conforme disse ao Triângulo o presidente do grupo, Abel Macedo.A primeira parte do Festival conta a animação dos “Zés Pereiras” da Casa Regional do Concelho de Amarante, uma entrada para chamar a atenção da população local de que os festejos vão começar e as danças e cantares subirão, passados momentos, ao palco.O Festival propriamente dito conta com a actuação do grupo da casa, seguindo-se o Rancho Folclórico “Flores de Monfirre”, do concelho de Mafra, o Rancho Folclórico da Sociedade Filarmónica Olhavense, de Alenquer e, por último, o Rancho Folcló-rico e Etnográfico da Aldeia da gavinha. Os festejos decorrem frente à sede, começando por volta das 15 horas com um peque-no desfile que percorrerá a zona.Não tem sido fácil a vida do grupo Folclórico do Parque Residencial de Vialonga. Este ano viveram um perí-odo de instabilidade, com a

falta de bailadores, especial-mente do sexo masculino, mas as actuações realizadas sensibilizaram alguns jovens que estão na sua fase de for-mação. Actualmente o grupo é constituído por cerca de 30 membros.A esmagadora maioria dos membros do grupo vivem na freguesia de Vialonga. A excepção é a acordeonista, professora de música, que vem da Bobadela, tal e qual o ensaiador.Para além do reforço do grupo em termos de baila-dores, outros sonhos estão presentes, como o da criação de um núcleo museológico com instrumentos antigos, representativos das artes e

ofícios de outros tempos, nomeadamente instrumen-tos rurais.Aliás, é habitual o grupo Fol-clórico do Parque Residencial de Vialonga, nas suas apre-sentações públicas, levar as bilhas, sacos de serapilheira e outros elementos identifica-tivos de Vialonga e do Parque

Residencial, zonas limítrofes da zona ribatejana e zona saloia e onde, em tempos existia um enorme olival, denominado Olival de Fora, recriando mesmo a apanha da azeitona.Recentemente o grupo ad-quiriu dois manequins, que se encontram no salão, vesti-

FESTIVAL TEM LUgAR A 10 DE JULHO

grupo Folclórico do Parque Residencial de Vialonga comemora 24 anos de vida

dos com a primeira farda que o grupo Folclórico teve desde 1986, data da sua fundação. Ao longo dos tempos foram acumulando elementos, “hoje já contamos com 65 peças e ainda precisamos de mais algumas. Lanço um apelo, a quem quiser aprender folclore, que vão aos nossos ensaios, assim como quiser doar ma-terial que o faça”, diz Abel Macedo.A actividade do grupo não termina com o seu festival pois no fim se semana se-guinte, a 17 de Julho, vão ac-tuar no Festival Internacional de Felgueiras, bem como nas festas de Nossa Senhora da Assunção, na mesma vila.Entretanto, e dando conti-

nuidade às actividades etno-gráficas, terá lugar mais tarde, em Setembro, a evocação dos quatro anos do grupo Po-pular de Música Tradicional Portuguesa, coincidindo com o aniversário da Associação Desportiva Cultural e Social do Parque Residencial de Via-longa. Uma tarde animada pelo grupo de Cavaquinhos das Bragadas e pelo Rancho Folclórico de Santa Luzia de Airães de Felgueiras.“Lembro ainda que a nossa associação alberga o Cír-culo de Artistas do Parque Residencial de Vialonga, contribuindo para dar mais vida ao bairro e ajudando à promoção do trabalho dos seus artesãos”, refere Abel Macedo.

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JORNAL REgIONAL TRIâNgULO | 30 JUNHO 2010 | 19VILA FRANCA DE XIRA

Numa altura em que cresce o número dos denominados “novos pobres”, a missão da associação Companheiros da Noite, situada na Póvoa de Santa Iria, torna-se mais importante e ambiciosa. A instituição, que surgiu em Dezembro de 2002, por iniciativa particular de um grupo de amigos, conta agora com cerca de 30 voluntários que ajudam a manter o projecto de pé e garantem a sobrevivência de muitos dos sem-abrigo e dos carenciados entre a Póvoa de Santa Iria e Vila Franca de Xira. Rita Mendonça, presidente e uma das fundadoras, es-clarece que, apesar da prio-ridade da instituição serem os sem-abrigo e as pessoas que vivem em barracas sem água e sem luz, actualmen-te, “quando as assistentes sociais nos pedem” os vo-luntários dos Companhei-ros da Noite acabam por dar apoio a pessoas carenciadas que têm casa, mas que, “por diversos motivos”, vivem em condições mínimas de sobrevivência. “São pessoas que têm as mesmas roupas e os mesmos carros, mas não têm comida”, diz. Contudo, estes “novos pobres, como lhes chamam as assistentes sociais” não são, de todo, a prioridade da associação.Com uma pequena sede situada no Quartel dos Bom-beiros da Póvoa de Santa Iria, os Companheiros da Noite reúnem-se todas as quartas-feiras e todos os sábados para a prepara-ção das rondas nocturnas, onde vão de encontro aos sem-abrigo e às famílias carenciadas do conselho. O percurso é sempre o mesmo e os pontos de paragem já são conhecidos pelos mais necessitados. “Temos sítios estipulados e aparecemos às horas combinadas. Eles próprios, passam a palavra uns aos outros”. No entanto, segundo Rita Mendonça,

“há alturas em que damos mais uma voltinha” para procurar novos casos até porque “há locais de difícil acesso onde temos que ir directamente, porque as pessoas têm alguma falta de mobilidade”.Aos que vivem nas ruas chega, assim, duas vezes por semana, um saco com alimentos de primeira ne-cessidade e alguma roupa. No entanto, não são apenas os bens materiais que os levam até às carrinhas da associação. Para muitas destas pessoas, a palavra e o ouvido amigo ou o sim-ples hábito de ir ter com

ASSOCIAÇÃO ESTÁ SEDEADA NOS BOMBEIROS DA PÓVOA DE SANTA IRIA

Os “Companheiros da Noite” levam pão e sorrisos aos sem abrigo

Sara Cabral

os voluntários acaba por ser a razão mais forte. “Há um pouco de tudo e temos que respeitar”, diz Rita Men-donça, acrescentando que “muitos têm o hábito de vir ter connosco mais para falar e exprimir as suas revoltas”. Os Companheiros da Noite são voluntários com idades compreendidas entre os 30 e os 40 anos, maioritariamente mulheres que, para além das rondas de quarta e de sábado, acabam por participar numa série de actividades de divul-gação da associação e de an-gariação de fundos e assistir a diversas formações. O que move estas pessoas é não só

“melhorar um bocadinho as condições de vida” das pesso-as da rua, como “fazer o seu reencaminhamento para ins-tituições ou para locais mais apropriados”.. “Não chega dar-lhes de comer, é preciso ir mais além” e, por este mo-tivo, um dos projectos que têm em mente é a criação de uma equipa multidisciplinar, que inclua um enfermeiro, um psicólogo, um assistente social e um médico, de forma a responder aos processos de criação e desenvolvimento de novos rumos para estas pessoas. “A ideia é que os profissionais cheguem aos sem-abrigo, uma vez que

para nós é muito complicado tirá-los da rua”.. Rita Mendonça está satisfeita com alguns resultados já obtidos pois “já conseguimos alguns reencaminhamen-tos, nomeadamente para desintoxicações”. Por outro lado, os voluntários também se preocupam em regular situações de sem-abrigo que estão ilegais ou que não têm rendimentos porque “não trataram dos papéis”. Segundo Rita Mendonça “muitas vezes passamos os dias ligados à Associação para conseguirmos tratar das questões burocráticas”.Depois de retirados da rua, os ex-sem-abrigo continuam a ter algum apoio da Associa-ção. “Nos primeiros meses é fundamental acompanhá-los até ter a certeza de que a situação está encaminhada”, diz Rita Mendonça, focando

a história de uma série de famílias que, há uns tempos, dormiam em palheiros e que foram realojadas. “Um mês ou dois depois do rea-lojamento, continuamos a ter contacto com essas famílias, entregando roupa de cama, talheres, pratos e etc”.As ajudas que chegam à Asso-ciação são poucas, no entan-to o facto de já ser conhecida no concelho começa a sensi-bilizar empresas, autarquias e outras instituições. “Solicitamos mais alimentos e roupas do que dinheiro”, acrescentando que, muitas vezes, algumas associações desenvolvem actividades que revertem “a nosso favor. Ainda há pouco tempo, num encontro de escuteiros, fo-ram recolhidos alimentos e cobertores que nos foram doados”, exemplifica Rita Mendonça.

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João Padinha, filho de pais varinos, trabalhou durante anos e anos na CIMPOR, como serralheiro mecânico. Trabalhou numa empresa que, tal como outras que se situaram em Alhandra, ditou a morte da actividade piscatória e da rica vida fluvial no rio Tejo. Mes é ao rio que regressa sem-pre – se é que alguma vez o deixou – através da minúcia dos seus barcos, pequenas peças de arte, expostas no Museu de Alhandra. De repente um mundo novo se abre. Um mundo que já não existia. Um mundo de nomes presentes e de nomes ausentes: canoa, falua, varino, bote catraio, saveiro, bateira, fragata do Tejo, muleta moderna e

muleta antiga, gasolina de Vila Franca de Xira, e por aí fora. “Tenho uns 50 barcos feitos. O movimento no rio não tem nada a ver com o que é hoje. Ainda cheg-uei a ver aqui, em Alhan-dra, o rio cheio de barcos, barcos diferentes, era um movimento extraordinário. E compreende-se, não exis-tiam transportes terrestres ou eram muito demorados e era através do rio que se levavam os alimentos para a capital e se trazia o bacalhau e as notícias”, diz João Padinha, apontando um número deveras ex-traordinário que dá bem a noção da importância flu-vial do Tejo, “em Constância havia mais de 400 barcos registados”.

O artesão não se limitou a re-produzir, à escala, os barcos, alguns deles inexistentes. Investigou, tentou perceber o seu papel e função no contexto social da época. Aclarar as suas especifici-dades e tentar reproduzi-las nas peças que fazem voltar à luz do dia o reboliço que então remexiam as águas do Tejo. “Até a madeira com que eram feitos muitos barcos, o pinho, eu utilizei para con-struir estas réplicas”.Em cada um lá está um pou-co de explicação. Os fundos “chatos” que permitiam que determinadas embarcações, como o varino ou barco de água acima “Colé”, fossem até zonas longínquas do Tejo, incluindo muitos rios e ribeiras que hoje não pas-

sam de fios de água, como o Crós-Crós, em Alverca, ou o Trancão em Bucelas e Santo Antão do Tojal. Os barcos que iam até à foz, em Lisboa, junto das grandes embarca-ções que não conseguiam subir o Tejo, para trazer mercadorias e pessoas. Ou os que faziam a ligação entre margens, como o gsasolina, já movido a motor e que desapareceu com a con-strução da Ponte Marechal Carmona, em 1951. Peças de arte que são símbolos das mudanças da história das sociedades. “Sempre que faço um barco procuro saber como apareceu, qual a utilidade, faço um estudo sobre ele”.Uma história que é bem mais antiga do que é co-

mum pensar.”Por exemplo, o “Muleta Antiga” é um dos barcos mais antigos do mundo, tem mais de 500 anos”. E que é também, de algum modo “a história de Alhandra”, como refere o presidente da Junta de Freg-uesia, Luís Dias, “uma terra cuja importância é imensa” e que pretende, com estas exposições e outras simi-lares, retomar o lugar que lhe compete.A exposição de João Padinha, patente até 9

de Julho, possível de ser feita e mantida também devido ao empenho das técnicas do Museu, como fez questão de realçar, já despertou o interesse do Instituto da Água, que já quis comprar os barcos. Sem sucesso, para já, e o artesão vai continuar, como as águas calmas do rio, a construir as embar-cações que ainda faltam, para que o percurso fique completo, se é que alguma vez ficará. CC

Peças de saudadeARTESANATO

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HÁ MAIS VIDA PARA ALÉM DA VIDA

Exposição “Sem Rede” de Joana Vasconcelos

O Estado Portuguesa … na Venezuela!Oliveira Dias

Ele há curiosidades muito inter-essantes. Numa recente viagem à Venezuela, país a vários títulos interessante, e mais próximo de nós do que muitos pensam, seja pela comunidade madeirense, ali radicada, seja pela comunidade venezuelana radicada entre nós, deparei com bastante surpresa, numa matrícula de automóvel com a palavra “Portuguesa”. De imediato indaguei porque razão aquela inscrição figurava ali. A explicação para aquela situação foi simples – as placas de matrículas dos automóveis ostentam o Estado de onde tem origem o seu registo. Isto é, o carro que eu vira era do Estado Portuguesa.Fiquei assim a saber que na divisão interna da Venezuela, que é um País Federado, à se-melhança do que acontece no Brasil, existem vários Estados, 23 no total, mais um distrito federal capital (que compreende a cidade de Caracas e a sua área metropolitana – como Brasília no Brasil, ou Washintgton DC nos Estados Unidos da América).Cada Estado tem um governa-

dor, para além ainda das De-pendências Federais formadas por 72 ilhas e ilhotas na sua maioria sem ocupação humana permanente. Um desses estados honra o nosso País – o Estado Portu-guesa.No 1º mapa acima exposto po-demos ver a Venezuela com a sua divisão estadual, destacando-se a cor o Estado Portuguesa. Neste 2º mapa podemos ver a identifi-cação numérica de cada Estado,

Portuguesa é o 17º.O Estado Portuguesa tem cerca de 15.200 km2 e aproximada-mente 750.000 habitantes se-gundo censos de 2001.Mas como foi atribuído o nome Portuguesa ao Estado Venezu-elano que o ostenta? Consta que a presença portuguesa naquele Estado é bem antiga e remonta quase aos primórdios da sua colonização.Nos censos de estrangeiros de 1607, dos então 125 es-trangeiros registados, 115 eram portugueses, o que diz bem do peso que tinha à época. Alguns daqueles portugueses incluíam

inclusivamente os altos estratos sociais da Venezuela, então colónia Espanhola.O nome do Estado se por um lado parece derivar daquele facto histórico – o peso da comunidade portuguesa e a sua importância, uma outra explicação, quiçá mais plausível, reside numa lenda que nos diz ter ocorrido um afogamento de uma bela jovem portuguesa, no principal rio da região, razão pela qual se baptizou o “rio da

Portuguesa”.Com o tempo, aquela designação acabou por se estender por toda a região que hoje delimita o Es-tado, dando-lhe, assim o nome, caindo porém quer o substantivo (rio) e o pronome (da).Os habitantes deste Estado são os Portuguesenhos, e o Estado foi formalmente instituído em 1909 (um ano depois do regicídio em Portugal, e um ano antes da proclamação da República em Portugal).A influência Portuguesa, no Es-tado Venezuelano Portuguesa, também se faz sentir nos factos históricos, relacionados com a

criação da sua capital – Guanare – a qual conhece a sua fundação em 3 de Novembro de 1591 pelo Capitão Português João Fernandes de Leão Pacheco, sob o nome de Espírito Santo do Vale de São João de Guanaguanare. Registo o facto de o primeiro nome da Capital conter a des-ignação de “Espírito Santo” por este ser um culto muito ligado à diáspora templária, iniciada pe-los “pobres cavaleiros de Cristo” (Templários) e continuada pelos cavaleiros iniciados da Ordem de Cristo, os que levaram o culto do espírito Santo para a Madeira e para os Açores, para além de o terem introduzido nas novas terras americanas (América do Sul onde se inclui a Venezuela, e da qual o Brasil é o expoente máximo).Penso, pois, que poderão ter sido três os factores a influenciar o baptismo deste Estado com uma designação que muito nos deve honrar: 1º o facto da comuni-dade estrangeira ter sido quase exclusivamente portuguesa no inicio da colónia, 2º o baptismo do principal rio da região com a nacionalidade da bela jovem ali falecida, 3º a particularidade da sua capital ter sido fundada por um Português.Uma dúvida me assalta quanto ao fundador de Guanare, Capital do Estado Portuguesa. Houve

um notável Capitão e Cartógrafo Português, no século XVI, ao serviço de Carlos V Imperador da Alemanha e Rei de Espanha, chamado João Pacheco (primeiro e último nome do fundador de Guanare), tendo-lhe sido in-cumbida a tarefa de efectuar descobrimentos no pacífico.Chegou a projectar fazer-se ao mar para descobrir as então designadas “ilhas das espe-ciarias” a partir da costa da nova hespanha.Terá sido este português, ao serviço de Espanha, quem fun-dou Guanare ? É possível, em-bora em 1591 tivesse já uma provecta idade.Outros factos históricos ligam a Venezuela a Portugal, concreta-mente através de duas das suas ilhas – a ilha Margarita e a ilha de Curaçau (ambas topónimo de localidades alentejanas), para além da própria Venezuela. Ambas foram baptizadas por Sal-vador Fernandes Zarco, (conhe-cido pela história universal como Cristóvão Colombo). Português, nascido na vila alentejana de Cuba, e que não se inibiu de baptizar com topónimos por-tugueses grande parte das suas descobertas, curiosamente, ou talvez não, a maior parte copia-dos de topónimos alentejanos.Á Venezuela, por si descoberta, manteve-lhe o nome que os nativos lhe haviam dado, ante-riormente – Paria, no que foi a primeira vez que aceitou não alterar um nome, só mais tarde alteraria o nome para a actual Venezuela. Ao aportar ali, na Venezuela, terá comentado não conhecer terras mais belas que aquelas.A ilha de curaçau, topónimo por-tuguês e não castelhano, como alguns ainda pensam, signifi-cando cura de enfermidade, pois nesta ilha se curavam os marin-heiros apanhados pela terrível doença escorbuto, uma doença provocada por falta de vitamina C. Ora nesta ilha os citrinos eram a sua grande produção.Seja como for não deixa de ser da maior relevância esta marca “Portuguesa” além fronteiras, naquele continente sul ameri-cano, onde nos habituámos a ver no Brasil a continuação do Portugal do futuro como o can-tava Fernando Pessoa, mas ao que parece, sem ter o exclusivo de marcas da Portugalidade Universal.Seria por isso que Fernando Pessoa dizia que o quinto im-pério era o ser Universal do Português ?Seja como for fiquei radiante por descobrir (embora só agora) que para além dos portugueses de Portugal (como dizem no Brasil), dos portugueses de fora de Portugal, também existem os Portuguesenhos (nome dos ha-bitantes do Estado Portuguesa) da Venezuela.

( Politólogo )

Bandeira do Estado Portuguesa

Brasão do Estado Português

Impressões de uma visita (de 01/03 a 18/05/1). (Sugiro ao leitor, para melhor compreensão, que acompanhe estas notas de visita com a visualização das obras referi-das, num catálogo, ou pela net).No seguimento da crónica ante-rior, onde se discorreu sobre a definição e o reconhecimento do objecto de arte, venho hoje falar-vos de um fenómeno artístico e mediático intrigante: a obra de Joana Vasconcelos.Começo pela dimensão artística. As influências / referências são múltiplas, dispensando-me eu de aqui referir algumas, em termos de escola ou de correntes, uma vez que não se destina este artigo a especialistas (nem eu teria a imodéstia de a eles me dirigir). A originalidade, a criatividade de Joana Vascon-celos são de uma leveza e simplicidade surpreendentes. Há nos seus objectos artísticos, como que uma realidade suspensa, etérea. E o que parece paradoxal nesta afirmação é que alguns desses objectos, admitam a imprecisão das categorias, são extensos e volumosos (Cinderela e Contaminação) A artista faz a recuperação significativa de objectos de duas formas; trabalhando e refazendo a sua forma industrial (Série Coração Independente), ou alterando a sua circunstância, interrelação e funcionalidade (A Noiva). Num ou noutro caso, o resultado é sempre revelador de uma imaginação e criatividade desconcertantes. Talvez por interesse pessoal, das peças que mais considerei nesta exposição, encontram-se algumas daquelas, em que, de forma mais marcante, Joana Vasconcelos assume a sátira social e o testemunho político.Em www.fatimashop,, num kitsch magnífico, o alvo é o populismo religioso, enquanto que No Mundo a seus pés , se caricaturiza aquele que está iludido e delirante com o seu Poder. Ainda no âmbito da intervenção política Burka é uma chocante crítica à intolerância fundamentalista, enquanto Passerelle nos perturba pelo modo como refere uma rotina mecânica, destrutiva, que a valorização da aparência e de um modo de vida alienado, exigem. Teria muitas mais considerações de ordem conceptual para fazer, mas porque o espaço na página é limitado passo a outro aspecto e a uma pergunta que me tenho feitoSendo a rejeição da arte contemporânea feita pelo Sr. Silva, nos pressupostos de senso comum e no artigo anterior referidos, um dado garantido, porquê, no caso de Joana Vasconcelos, existe tal entusiasmo e adesão, para com as suas obras, por parte do mesmo Sr. Silva? Uma primeira razão, talvez a menos importante, poderá decorrer da simplicidade do discurso da artista e da sua acessibilidade. Joana Vasconcelos não assume, pelo menos nunca li, nem me deparei nos media com tal atitude, uma pose distante ou fechada sobre si e a sua obra. (Caso misterioso… Esta artista contemporânea, cujas obras são de uma compreensão difícil e exigente, é convidada para programas populares de televisão e as suas obras são “comentadas”, em revistas de título cor-de-rosa !?..) Depois dessa explicação de or-dem comportamental, uma ambiental; Encontramos com frequência na sua obra, um universo divertido, um humor subtil e inteligente, que predispõem á aceitação e convivência. E tenho mais uma expli-cação, agora de ordem técnica e conceptual, para este fenómeno de popularidade. Ao trazer à sua criação, o efeito da filigrana, a loiça decorativa portuguesa, o azulejo, o croché e os retalhos, Joana Vasconcelos está, conscientemente, a estabelecer comunicação e cumplicidade, com os conhecedores e utentes da arte popular. A sua linguagem técnica e material, encontra nas raízes e manifestações da cultura tradicional, elementos que refaz e reutiliza, tornando-as, em consequência, naturais bloqueadores da rejeição que, habitualmente, è feita à arte contemporânea, pelo senso comum, devido sobretudo, à ausência de elementos lexicais partilháveis.Muita da grande aceitação pelo público, da arte vanguardista e conceptual de Joana Vasconcelos, acontece, creio, porque esta nos é apresentada a partir de uma linguagem que quase todos nós, ainda crianças, aprendemos, uma linguagem que tivemos a sorte de nos ter sido ensinada pelos avós.

Joaquim Marques

HISTÓRIA

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NA ESTANTE

ESPAÇO POESIAa feiriNha dos sabores e dos saberes

A feirinha dos saboresMostra bem os seus saberes;

E sejas lá tu quem foresCumpre bem os teus deveres

Mostra aqui nesta terrinhaComo era antigamente:

Cada um mostra o que tinhaE sempre alegre e contente

Cavaram a terra duraCriaram a sua hortinha

Era esta sua culturaComer do que a terra tinha

Não havia tanta grandezaE muito menos vaidade;

Havia amor na rudezaE no trabalho amizade.

Maria Helena Domingos (Vialonga)

o príncipe do mar

A Leya, em boa hora, lançou a colecção Bis, livros de bolso, a preços acessíveis ( em média a 6 euros cada). Como é o caso de “O príncipe do mar” de Adolfo Simões Muller, um texto de linguagem simples, escorreita, sem grandes alaridos e que evoca a personalidade do infante D. Hen-

rique, bem como a época dos Descobrimentos. Trata-se de um livro para um público jovem, que tem a particularidade de ir fornecendo elementos de carácter histórico, lado a lado com lendas desses tempos, e que se lê com imensa facilidade. Dividido em 20 pequenos capítulos, é o tipo de livro que permite ser partilhado entre pais e filhos, qual uma história para adormecer. Não é por acaso que Alice

Vieira está presente com um pequeno texto, realçando a importância que teve o autor no seu tempo de criança.Trata-se, porém, de uma colecção abrangente. Nomes como os de José Cardoso Pires, Miguel Torga, Alves Redol, Raul Brandão, Mark Twain ou Mário de Sá Carneiro marcam presença, uma colecção que permite recordar e, porque não, tornar a retomar, os tempos simpáticos em que se lia num comboio ou nu autocarro.

Título: O príncipe do marAutor: Adolfo Simões MullerEditor: Leya

o rapaz que prendeu o vento

O livro fala de uma história no Malawi, onde um adoles-cente, utilizando materiais recolhidos em sucatas, con-segue construir dois moinhos e fornecer energia eléctrica e água à sua comunidade. Uma história linda, que nos mostra como a nossa sociedade está repleta de coisas acessórias e de como ideias simples permitem enfrentar problemas complexos.

Título: O rapaz que prendeu o ventoAutor: William Kamkwamba com Bryan MealerEditor: Editorial Presença

Carlos Cardoso

Le PortugalNo passado dia 15 de Junho, Jorge Machado Dias, respon-sável pelo bedéfilo kuentro.blogspot.com, informava a blogosfera que no dia seguinte, a Câmara de Lisboa e as Edições ASA procederiam no Palácio Beau Sejour, localização do Gabinete de Estudos Olisipon-enses, à apresentação pública do álbum de bd, Le Portugal, do português Luís Diferr e de Jacques Martin. Poderíamos desenvolver um artigo imenso que por certo ocuparia uma elevada percenta-gem do Triangulo. As matérias perceptíveis são muito interes-santes: blogosfera, Edições ASA, Palácio Beau Sejour, Gabinete de Estudos Olisiponenses, Luís Diferr, Jacques Martin. Mas não é isso que vamos fazer.Neste artigo vamos abordar quatro itens que nos saltam de imediato á vista desarmada: Jacques Martin, Luís Diferr, o Livro e as políticas de edição de banda desenhada relativamente a assuntos do património.

Jacques Martin, (EstrasburgoSet.1921 – Orbe/Jan.2010)É um dos nomes maiores da sua geração de desenhadores, per-tencentes á célebre Escola de Bruxelas (linha clara) e na opin-ião do historiador Pedro Mota «é o pai da banda desenhada histórica na Europa, introduz-indo na BD uma preocupação de rigor documental que esta nunca antes conhecera».Criador de Alix, herói na Roma Antiga, presente em 27 álbuns

(mais 26 álbuns de viagens, re-alizados por outros criadores), trabalhou no Le Journal de Tintim, com Edgar Jacobs (Blake e Mortimer) e com Hergé. Com o criador de Tintim, trabalhou nos álbuns Tintim no Tibete e Carvão no Porão. O seu Le spectre de Carthage foi galardoado com o prémio de melhor livro de banda de-senhada de 1978, no cele-bre e celebrizado Festival de Angoulême. Em 2003, a cidade de Bruxelas concede-lhe o Prémio Saint – Michel pelo seu valioso contributo para a banda desenhada.De inegável qualidade e rigor histórico, não espanta pois que as suas obras tenham sido traduzidas em dez línguas e que tenha vendido 15 milhões de álbuns.

Luís Diferr, (Lobito/Mai.1956)Formou-se em Arquitectura e Urbanismo na Universidade

BANDA DESENHADA

Histórias aos quadradinhos

de São Paulo. A sua vida na Bd começa em 1971, em O Século de Domingo, com a série O Urso, em tiras semanais.Em Portugal e no Brasil, em múltiplos jornais e revistas da especialidade, tem publicado importantes trabalhos de BD. Podemos destacar as colabo-rações no Diário Popular, na Notícias Magazine e nas Se-lecções BD. Ainda os seus álbuns O Homem de Neandertal, das Edições ASA e os Deuses de Altair, na Baleiazul.

O LivroEm 2002, Jacques Martin é um dos convidados do Festival de Banda Desenhada da Amadora. A sua presença é justamente muito celebrada e, fruto do encontro com Luís Diferr, e de outras múltiplas vontades, surge Le Portugal.É o quinto volume de viagens de Loïs Lorcey, um jovem pintor da corte de Louis XIV. Loïs Lorcey

é uma personagem imaginada por Jacques Martin, que neste livro visita Portugal.Com textos e desenhos de Luis Diferr, estamos perante um trabalho rigoroso de investi-gação sobre os costumes, a arquitectura e os transportes em Portugal representando o nosso País e nós, portugueses, em finais do século XVII e inícios do século XVIII. Tem notáveis quadros da Torre de Belém, do Mosteiro dos Jerónimos, do Convento de Ma-fra, do Convento de Cristo e do Aqueduto das Águas Livres.

Políticas de ediçãoA finalizar, seremos breves. Ape-nas para que o leitor, na proximi-dade do merecido período de férias, dê uma espreitadela pe-las edições de BD, relativamente a questões do património e da etnografia que se têm realizado a partir de inúmeros municípios portugueses. Vai ficar agradav-elmente surpreendido. A partir daqui, leve consigo 1, 2, 3 ou mais edições da história e património locais. Tenho a certeza que vai ficar muito mais informado sobre a história, o património e a etnografia do seu Concelho. Desta forma prestará uma pequena e justa homenagem ao esforço que as autarquias têm realizado para dar a conhecer e promover a sua região. E sustentar o conceito de Identidade.Boas leituras. Boas férias.

Miguel Ferreira

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