jornal o ardina

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“Este hábito dos pais bri- lhantes contribui para desen- volver a motivação, a ousa- dia, a paciência, a determina- ção, a capacidade de supera- ção, a habilidade para criar e aproveitar oportunidades”. (1) Os bons pais preparam os seus filhos para receber aplausos, os pais brilhantes prepara-os para enfrentar as derrotas, os bons pais edu- cam a inteligência lógica dos filhos, os pais brilhantes edu- cam a sensibilidade. É neste sentido que todos os dias tentamos estimular as nossas Crianças, os nos- sos Jovens e no meu caso pessoal a minha filhota, Cata- rina, a ter metas, a procurar o sucesso no estudo, no tra- balho, nas relações sociais e não podemos nem devemos parar por aqui, temos de ser capazes de os levar a não ter medo dos insucessos, não existe um pódio sem derro- tas, muitos deles não sobem ao pódio, não por não terem capacidade, mas sim porque não souberam superar os fra- cassos do caminho. Muitos são os que não conseguem brilhar porque simplesmente desistem nos primeiros obstáculos. Alguns são os que não ven- cem só porque não tiveram paciência para suportar um não, porque não tiveram ou- sadia para enfrentar algumas criticas, ou simplesmente porque faltou humildade para reconhecer as muitas falhas. A perseverança é tão im- portante quanto a habilidade intelectual. “A vida é uma longa estrada que tem cur- vas imprevisíveis e derrapa- gens inevitáveis”. (1) Os pais brilhantes revelam maturidade quando se colo- cam como modelos de vida para uma existência vitorio- sa. Para os pais brilhantes ter sucesso não é ter uma vida infalível.Vencer não é acertar sempre. Por isso estes pais, estes Educadores são capa- zes de dizer aos filhos, aos educandos: “Eu errei”, “des- culpem-me”, “nós precisa- mos de vocês”. Na Obra do Ardina, acre- ditamos na importância da parceria Família – Escola para o sucesso dos nossos edu- candos. A parceria Família e Escola sempre foram um elo importantíssimo no desenvol- vimento da aprendizagem de qualquer criança ou jovem adolescente. Hoje, mais que nunca, a Es- cola precisa do apoio da fa- mília e a Família precisa que a instituição Escola seja com- petente na formação acadé- mica dos nossos filhos, dos nossos educandos para que o vazio que se estabeleceu nos lares familiares pela falta de muitos pais no crescimen- to educacional dos filhos em virtude dos avanços da so- ciedade moderna fique me- nos arranhado do que está. A nós pais e educadores cabe todo o empenho de acompanhar a formação dos nossos filhos, dos nossos educandos desde o nasci- mento até à maioridade para que sua educação moral, de carácter e escolar sejam po- sitivas, pois, a família é o fac- tor que mais tem influência na educação. Para a escola, os alunos são apenas transeuntes psi- copedagógicos. Passam por um período pedagógico e, com certeza, um dia vão em- bora. Mas, família não se es- colhe e não há como mudar de sangue. As escolas mu- dam, mas os pais são eternos Augusto Cury Livro: Pais Brilhantes Professores Fascinantes (1) Paulo Emanuel Director: Alexandre Martins • Chefe de Redacção: Paulo Emanuel Propriedade: Fundação Obra do Ardina Fundadora: Maria Luísa Ressano Garcia Nº 473 Ano LXVI – Julho/Agosto/Setembro 2012 Orgão de Informação Regional – 1 Euro Destaques Quando o Padre Moreira das Neves, em 1933, chegou a Lisboa, reparou nos Ardinas. Eram Crianças da rua, pobres, descalças, subnutridas e analfabetas. Penduradas nos eléctricos e a correrem pelas ruas vendiam jornais e bugigangas. O Padre Moreira das Neves, sensibilizado com esta problemática, de imediato começou a dar-lhes a resposta possível: – Alimentação, vestuário e dias de praia. De seguida contactou a “União Noelista Portuguesa”, da qual se destacou a Maria Luísa Ressano Garcia. E… esta Senhora logo, deu início à “Associação de Protecção aos Ardina”. Com a evolução dos tempos a venda dos jornais passou a fazer-se nas bancas. Mas infelizmente, Crianças e Jovens sobreviviam num mundo desumano e injusto.A Obra do Ardina continuou com as portas abertas. E, porque os problemas cada vez se têm avolumado, é óbvio que se impõe cumprir a solicitação de Maria Luísa Ressano Garcia, feita antes da sua morte: «Por favor não deixem morrer a minha obra, que tão necessária é…» Então, a Obra do Ardina persiste com determinação de forma a dar resposta aos problemas de hoje.Travam-se lutas é verdade, surgem dificuldades a vários níveis… Mas, porque não é fácil, vamos nós fechar-lhes as portas e mandam-se novamente para a rua, para a desventura, para o perigo?!... Permitam-nos dizer-lhes: Não… e não… Só os corações endurecidos podem agir com tamanha crueldade!... Que fazer, então?! O nosso dever é e deve continuar a ser: – Ajudá-los… – Compreendê-los… – Amá-los… A Obra do Ardina completa em Novembro próximo 70 anos e o jornal ardina 66 anos. A fundadora, Maria Luísa Ressano Garcia, se fosse viva teria completado em Janeiro o primeiro Centenário do seu nascimento. Estes acontecimentos merecem-nos uma homenagem, para a qual estamos a organizar o seguinte: Programa (Provisório) (datas e locais a anunciar oportunamente) 1.Solene Eucaristia a transmitir pela T.V.I. 2. Sessão histórica e cultural intitulada: Vida e Obra de Maria Luísa Ressano Garcia 3. Espectáculo recreativo pelos jovens da Obra do Ardina do presente e do passado. 4. Espectáculo concerto por artistas volun- tários de renome para angariação de fundos. Assim se compreende que a Obra do Ardina tem de continuar com o seu espíri- to de inspiração divina. A voluntária Maria dos Anjos Santareno (Coordenadora da Liga dos Amigos) Geração E Até sempre Mestre Gaspar “Bons Pais preparam os filhos para os aplausos, Pais Brilhantes preparam os filhos para os fracassos” (1) Porque existe ainda a Obra do Ardina Férias • Tempo de reflectir • Tempo de Repousar • Tempo de Sorrir • Tempo de Amar • Tempo de Conviver • Tempo de Cantar • Tempo de Aprender • Tempo de Pensar nos outros e ajudá-los Página 2 Página 5 … “a Obra do Ardina persiste com determinação de forma a dar resposta aos problemas de hoje.”… Obrigado Obra do Ardina Página 6

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Jornal o Ardina Trimestre Julho/Agosto e Setembro de 2012

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Page 1: Jornal O Ardina

“Este hábito dos pais bri-lhantes contribui para desen-volver a motivação, a ousa-dia, a paciência, a determina-ção, a capacidade de supera-ção, a habilidade para criar eaproveitar oportunidades”. (1)

Os bons pais preparam osseus filhos para receber

aplausos, os pais brilhantesprepara-os para enfrentar asderrotas, os bons pais edu-cam a inteligência lógica dosfilhos, os pais brilhantes edu-cam a sensibilidade.

É neste sentido que todosos dias tentamos estimularas nossas Crianças, os nos-sos Jovens e no meu casopessoal a minha filhota,Cata-rina, a ter metas, a procuraro sucesso no estudo, no tra-balho, nas relações sociais enão podemos nem devemosparar por aqui, temos de sercapazes de os levar a não termedo dos insucessos, nãoexiste um pódio sem derro-tas, muitos deles não sobemao pódio, não por não terem

capacidade, mas sim porquenão souberam superar os fra-cassos do caminho. Muitossão os que não conseguembrilhar porque simplesmentedesistem nos primeirosobstáculos.

Alguns são os que não ven-cem só porque não tiverampaciência para suportar umnão, porque não tiveram ou-sadia para enfrentar algumascriticas, ou simplesmenteporque faltou humildade parareconhecer as muitas falhas.

A perseverança é tão im-portante quanto a habilidadeintelectual. “A vida é umalonga estrada que tem cur-vas imprevisíveis e derrapa-gens inevitáveis”. (1)

Os pais brilhantes revelammaturidade quando se colo-cam como modelos de vidapara uma existência vitorio-sa. Para os pais brilhantes tersucesso não é ter uma vidainfalível.Vencer não é acertarsempre. Por isso estes pais,estes Educadores são capa-zes de dizer aos filhos, aoseducandos: “Eu errei”, “des-culpem-me”, “nós precisa-mos de vocês”.

Na Obra do Ardina, acre-ditamos na importância daparceria Família – Escola parao sucesso dos nossos edu-candos. A parceria Família eEscola sempre foram um eloimportantíssimo no desenvol-vimento da aprendizagem de

qualquer criança ou jovemadolescente.

Hoje,mais que nunca,a Es-cola precisa do apoio da fa-mília e a Família precisa que ainstituição Escola seja com-petente na formação acadé-mica dos nossos filhos, dosnossos educandos para queo vazio que se estabeleceunos lares familiares pela faltade muitos pais no crescimen-to educacional dos filhos emvirtude dos avanços da so-ciedade moderna fique me-nos arranhado do que está.

A nós pais e educadorescabe todo o empenho deacompanhar a formação dosnossos filhos, dos nossoseducandos desde o nasci-

mento até à maioridade paraque sua educação moral, decarácter e escolar sejam po-sitivas, pois, a família é o fac-tor que mais tem influênciana educação.

Para a escola, os alunossão apenas transeuntes psi-copedagógicos. Passam porum período pedagógico e,com certeza, um dia vão em-bora. Mas, família não se es-colhe e não há como mudarde sangue. As escolas mu-dam,mas os pais são eternos

Augusto CuryLivro: Pais Brilhantes

Professores Fascinantes (1)

Paulo Emanuel

Director:Alexandre Martins • Chefe de Redacção: Paulo EmanuelPropriedade: Fundação Obra do ArdinaFundadora: Maria Luísa Ressano GarciaNº 473 Ano LXVI – Julho/Agosto/Setembro 2012Orgão de Informação Regional – 1 Euro

Destaques

Quando o Padre Moreira das Neves, em1933, chegou a Lisboa, reparou nos Ardinas.Eram Crianças da rua, pobres, descalças,subnutridas e analfabetas. Penduradas noseléctricos e a correrem pelas ruas vendiamjornais e bugigangas. O Padre Moreira dasNeves, sensibilizado com esta problemática,de imediato começou a dar-lhes a respostapossível: – Alimentação, vestuário e dias depraia. De seguida contactou a “UniãoNoelista Portuguesa”, da qual se destacoua Maria Luísa Ressano Garcia.E… esta Senhora logo, deu início à“Associação de Protecção aos Ardina”.Com a evolução dos tempos a venda dosjornais passou a fazer-se nas bancas. Masinfelizmente, Crianças e Jovens sobreviviamnum mundo desumano e injusto.A Obrado Ardina continuou com as portas abertas.E, porque os problemas cada vez se têm

avolumado, é óbvio que se impõe cumprira solicitação de Maria Luísa RessanoGarcia, feita antes da sua morte: «Porfavor não deixem morrer a minha obra,que tão necessária é…» Então, a Obra doArdina persiste com determinação deforma a dar resposta aos problemas dehoje.Travam-se lutas é verdade, surgemdificuldades a vários níveis… Mas, porquenão é fácil, vamos nós fechar-lhes as portase mandam-se novamente para a rua, paraa desventura, para o perigo?!...Permitam-nos dizer-lhes: Não… e não…Só os corações endurecidos podem agircom tamanha crueldade!...Que fazer, então?!O nosso dever é e deve continuar a ser:– Ajudá-los…– Compreendê-los…– Amá-los…

A Obra do Ardina completa emNovembro próximo 70 anos e o jornalardina 66 anos.A fundadora, Maria Luísa Ressano Garcia,se fosse viva teria completado em Janeiroo primeiro Centenário do seu nascimento.Estes acontecimentos merecem-nos umahomenagem,para a qual estamos a organizaro seguinte:Programa (Provisório)(datas e locais a anunciar oportunamente)1. Solene Eucaristia a transmitir pela T.V.I.

2. Sessão histórica e cultural intitulada:Vida e Obra de Maria Luísa Ressano Garcia3. Espectáculo recreativo pelos jovens daObra do Ardina do presente e do passado.4. Espectáculo concerto por artistas volun-tários de renome para angariação de fundos.Assim se compreende que a Obra doArdina tem de continuar com o seu espíri-to de inspiração divina.

A voluntária Maria dos Anjos Santareno(Coordenadora da Liga dos Amigos)

Geração E Até sempre

Mestre

Gaspar

“Bons Pais preparam os filhos para os aplausos, Pais Brilhantes preparam os filhos para os fracassos” (1)

Porque existe ainda a Obra do Ardina

Férias• Tempo de reflectir• Tempo de Repousar• Tempo de Sorrir• Tempo de Amar• Tempo de Conviver• Tempo de Cantar• Tempo de Aprender• Tempo de Pensar nos outros e ajudá-los

Página 2 Página 5

… “a Obra do Ardina persiste com determinação de forma a dar respostaaos problemas de hoje.”…

Obrigado

Obra do

Ardina

Página 6

Page 2: Jornal O Ardina

2 JULHOAGOSTOSETEMBRO2012 GERAL

Astérix e Obélix marcaram gera-ções de crianças e adultos. Recor-do-me bem do que escreveu RenéGoscinny no início de todas as suasaventuras. Cito de memória: “Esta-mos no ano 50 antes de Jesus Cristo.Toda a Gália está ocupada pelos Ro-manos… Toda? Não! Uma aldeia ha-bitada por irredutíveis Gauleses resis-te sempre e cada vez mais ao invasor.A vida não está fácil para os legioná-rios romanos das fortificações (…)

Ao ser-me lançado o desafio de es-crever de forma livre sobre “A ju-ventude e os problemas profissio-nais” pensei nos livros do Astérix eObélix, pois pareceu-me que umparalelo poderia ser feito…

Ouvimos e aceito que isso tam-bém é verdade, que a atual geraçãoeuropeia é a mais educada, a maisdiplomada de sempre. Mas conver-sando com muitos jovens, cá e forade Portugal, sei também que estámuito desencantada,não só porqueo esforço que fizeram para estudarnão se traduz por emprego, mastambém porque não têm o sonhoeuropeu, nem acreditam em quemestá à frente dos destinos dos seuspaíses.

Para além destes jovens da Gera-ção E (Educação-Euro-Emprego) quetêm diplomas, mas que podem nãoter trabalho,existem outros em nú-mero apreciável que não têm nem

diplomas, nem trabalho e é nestesque quero centrar este curto arti-go, não só por eles (visão altruista),mas também por nós (visão “egoís-ta”, que à frente explico).

“Um relatório divulgado, a 8 defevereiro em Bruxelas, mostra que,segundo dados de 2010, Malta tema maior taxa de abandono escolar(36,9%), seguida de Portugal (28,7%)e Espanha (28,4%).

O relatório constata, no entantoque Portugal e Espanha melhorarama taxa de abandono escolar pre-coce, em relação a 2009 (31,2% emambos os países), enquanto emMalta se manteve inalterada.

A média dos 27 Estados-mem-bros era, há dois anos, de 14,1%,tendo baixado 0,3 pontos per-centuais em relação a 2009.

Bruxelas destaca que,a manter-sea tendência verificada, o objectivotraçado de baixar a taxa de aban-dono escolar precoce para os 10%na média da UE até 2020 – nãoserá alcançado”.

Merecem os jovens que encon-trei em situações de ruptura e quesão ex-Obra do Ardina (OA), quenão os esqueçamos, mesmo que jánão tenham idade para viver nas

instalações.Têm pouco mais de 20anos, muito longe de terem situa-ções estabilizadas e vale a pena pen-sar que todo o investimento quefoi feito desde que entraram emcontacto com a OA se pode per-der por falta de acompanhamento…Estão numa idade com grande po-tencial e em que podem obtergrandes resultados. Devemos asse-gurar-nos que singram por um bomcaminho e isso requer acompa-nhamento.Acreditemos neles apoian-do-os e para isso basta recordar osfeitos e as tenras idades dos nossosmelhores “governantes” (os capi-

tães descobridores da época áu-rea da nossa História de Portu-gal…).

Não é só altruísmo, como disse,mas também “egoísmo”,pois se nadafizermos, teremos mais uns quan-tos a não fazer nada ou, ainda pior,a tirar-nos o que temos, de umaforma ou doutra… Pensemos comoos legionários romanos das histó-rias de Astérix, cujo maior pesade-lo era aquele bando de Gauleses…

O espaço é curto e só dá paraescrever as intenções, mas se hou-ver nova oportunidade, posso irmais longe…

A estas Instituições e a todas as outras que não estão aqui mencionadas o nosso Muito Obrigado. Mas um agradecimento muito especial para o Grupo Jerónimo Martins, para o Banco Alimentar e para o Montepio

que têm sido fantásticos, fabulosos, e sempre muito generosos.

Geração E (por José Soares)

Hoje é dia de festaQuero ouvir a tua voz,É um dia especialÉ o dia dos Avós

E por isso meus amigosCá estamos a festejar,E a pedir a Santo Antóniop´ra nos tornar a juntar.

A vida que nós vivemosFoi vivida com amor,E os netos que nós temosQuem os deu foi o Senhor.

Ser Avó é alegriaVem aquele “rebentinho”,A olharmos com ternuraE no fim darmos um beijinho.

É certo que a vida passaMas vale a pena viver,P´ra ver os nossos netinhosCorrer, brincar e crescer

Maria Esmeralda Pereira

A 26 de Julho comemora-se o dia dos Avós.A data foi escolhida em dia de Santa Ana e São Joaquim,Pais de Maria e Avós de JesusE visa lembrar o papel dos seniores na família.

Dia dos Avós

Os Avós na Família

… “Não é só altruísmo,como disse, mas também “egoísmo”, pois se nada

fizermos, teremos mais unsquantos a não fazer nadaou, ainda pior, a tirar-nos

o que temos, de uma formaou doutra”…

… “Estão numa idade com grande potencial e em que podem obter

grandes resultados. Devemos assegurar-nos que singram por um bom caminho

e isso requer acompanhamento”…

Parabéns Dr.Martins desejo dofundo do meu coração muitosmais anos de vida, pois sua pre-sença na minha vida é muito im-portante foi um verdadeiro PAIpara mim agradeço ter me aco-lhido na Fundação Obra do Ardi-na quando eu não tinha maisninguém para me ajudar quandoeu era pequeno, aqui na institui-ção aprendi muito e adquiri osmeus valores que me formaramum Homem, se não tivesse vindopara o Ardina não sei que rumopoderia ter tomado e fico felizpor ter cá vindo parar.Ao inícioestava um pouco triste pois a

única coisa que eu queria era teruma família com pai, mãe e ir-mãos, mas ao vir para aqui tiveisso tudo também aqui foi feitauma família onde me orgulho es-tar inserido. O Dr. Martins sem-pre acreditou em mim que eu po-deria ter sucesso. O nosso paísprecisa de pessoas como o Dr.Martins com um coração enormecapaz de amar e ajudar tantosjovens como os Ardinas têm sidoamados e ajudados.Mais uma vezum feliz dia de aniversário e quepasse ao lado de quem mais gosta.

Um abraço Sandro

Parabéns Pai pelo aniversário

Page 3: Jornal O Ardina

3JULHOAGOSTOSETEMBRO2012APÁGINADAENFERMEIRA

O Verão chegou e com ele as férias tão desejadas.Os dias à beira mar, recuperando de um ano de trabalho e de um Inverno já passado.No entanto, à que ter algumas preocupações:SOL – Usar sempre um creme protector, para a cor da sua pele.– Não se expor ao sol nas horas de maior calor– Usar chapéu protegendo a cara, olhos, nuca e não se manter muito tempo imóvel.– Sempre que se banhar, por novamente creme.– Bebés e crianças pequenas mais protegidas por guarda-sol.ALIMENTAÇÃO – Perigos de:1. Desidratação, por falta de líquidos, principalmente nos bebés e crianças 2. Diarreia, alergias, intoxicações por comida feita de véspera, salada mal lavada (legumes)maionese com natas cruas, ovos, mariscos, frutas tocadas.PÉ DE ATLETA – usar sapatilhas de lona ou plástico na praia, balneários públicos, ginásios,clubes, piscinas públicas.A higiene previne-o de apanhar fungos ou outras infecções (feridas).AFOGAMENTOS – Não nadar em praias não vigiadas.Usar cinto, braçadeiras, se não sabe nadar bem ou se é criança; não vá para longe.Não nadar em lagoas, charcos ou águas estagnadas.Não vá para a água após ter ingerido alimentos.Vigie os seus filhos.INFECÇÕES NA PELE – Por águas estagnadas,poluídas ou junto á saída de canos de esgoto.SINAL NA PELE – Não exponha ao solACIDENTES QUE PODEM LEVAR À MORTE – O dia foi agradável, sente-se bem edesejava voltar para casa.Então… vigie os seus filhos, ao atravessar a rua ou a estrada, mesmo com os sinais aber-tos e na passadeira para peões.– Use sempre os cintos de segurança nos carros– Dê prioridade aos peões se conduz– Use capacete, se vai de bicicleta ou de mota– Use sempre a bóia indicativa de que está praticando pesca submarina– Mesmo sabendo nadar bem, não vá para longe, pode ter uma má disposição repentina,uma cãibra muscular ou ser apanhado por uma moto de água a alta velocidade, ou até derepente se sentir sem forças para nadar.– Goze as suas férias em paz, porque depois o trabalho, a escola, ou os afazeres domésti-cos o esperam.

BANHOS DE SOL1. Habitue-se lenta e progressivamente aosol.As horas mais aconselháveis são entrea manhã até às 11h00 e depois das 16h00.2. Use óculos de sol, proteja a cabeça,olhos, lábios, face e ombros. Quanto maisbranca for a pele, mais cuidados deve ter.Não adormeça ao sol. Movimente-se,molhe-se de vez em quando e, de seguida,proteja a sua pele com um cremehidratante, adequado à cor da sua pele.3. Quando se deitar na areia, use sempreuma toalha para o proteger de possíveisinfecções.4. O vento queima,assim como o céu nublado– os raios solares duplicam a sua intensidade.

BANHOS DE MARNum dia quente de Verão,sabe bem um banho,refresca, relaxa e é agradável. Mas tambémhá riscos no uso e no abuso dos mesmos.1. Não se aventure para onde não tem pé oulonge da vista das pessoas – se não sabe nadar.2. Se acabou de comer, não entre na água.Deixe passar pelo menos 2 horas.Não tomeálcool se pensa praticar qualquer desportoaquático e use sempre colete salva – vidasou dispositivos flutuantes quando praticarqualquer desporto aquático.3. Após exposição ao sol, entre devagar naágua e não salte para águas profundas, se nãoconhece se existe um meio de saída fácil.

ALGUNS CONSELHOS

1. Nade e mergulhe apenas em zonas pro-tegidas:– Com banheiro e bandeira azul– Sem correntes– Afastadas de saídas de esgoto– Não poluídas ou contaminadas

– Evite praias rochosas, senão correrá orisco de fracturas– Não leve o seu cão para a praia– Use os contentores, sacos plásticos oucaixotes para colocar o lixo.Ajude nalimpeza das praias e do seu bom uso.– No fim do dia de praia, tome um duchee aplique um leite hidratante ou cremeneutro nas partes mais sensíveis do seucorpo – cara, olhos, lábios, nariz, ombros.

ESTEJA ATENTO A CERTAS SITUAÇÕES1. Saia da água aos primeiros sinais de fadiga,sensação contínua de frio, arrepios, náuseas,vómitos, cãibras ou dificuldades respiratórias.2. Sede intensa (desidratação) ou mau estar(beber água e sumos diluídos em água)3. Dor de cabeça, pele vermelha e dolorosa,sensação de “cozedura” – muito tempoexposto ao sol ou com o céu nublado(golpe de sol) – aplicar um produto calmante e não se expor ao sol.4. Após exposição prolongada ao sol –mal-estar, dores de cabeça, nuca, sedeintensa, cara vermelha, por vezes vómitos eaté desmaio (insolação).Aplicar compressasfrias na testa, beber água ligeiramente salgada,repousar semi-deitado em lugar calmo e àsombra.5. Paragem súbita da circulação, em conse-quência da entrada súbita na água fria,com desmaio e paragem circulatória(hidrocução).Tirar rapidamente da água,fazer reanimação respiratória boca a bocae massagem cardíaca. Levar rapidamente aohospital mais próximo.6. A pessoa engole água, sufoca, debate-sena água porque não consegue respirar(afogamento). Fazer massagem cardíacacom respiração boca a boca e conduzi-larapidamente ao hospital mais próximo.

Enf. Maria de Lourdes Andrade

SOL

Goze a Praia com saúde

LIBERDADE - FÉRIAS

O verão já aí está e com ele o prazer de apanhar sol, gozar a praia e os

banhos de mar. No entanto, há que ter determinados cuidados.

Agora, que vais estar com os dias completamente livres, como pensas passá-los?..Já pensaste que:– Podes dar uma volta aos livros antigos de história e que já não te interessam; e dá-los acrianças que conheces e nada têm?– Podes dar uma volta ás roupas e sapatos que já não te servem, limpá-los e arranjá-los edar a uma igreja ou Instituição de caridade? (pode ser até que alguma criança de África,que nada, mas nada tem tenha a felicidade de vestir a tua roupa)?E os livros antigos da escola? Sabes que eles nem livros actualizados tem? Com certezatem algum colega doente, que chumbou, ou tem problemas em casa, porquê não o vaisvisitar, animar, encorajar??...Ao saíres da casa deixa tudo arrumado, pede a Deus que oriente os teus passos para obem e não para o mal…Sê útil e ajuda o teu pai e a tua mãe… Sê amigo e companheiro dos teus irmãos.Não sejas inventor de maldades, nem contribuas para o mal.Não sejas um peso para os teus e para os outros nem para a sociedade onde estás inte-grado…Verás, querido amigo e jovem, como te vais sentir bem e feliz e as tuas férias serão pequenaspara a grandeza do teu coração e por onde passares, serás uma bênção para os quetiverem o privilégio de te conhecer…Que Deus te abençoe!...

O Avô nem é

tão velho assim…

Uma tarde, o neto conversava com o seuavô e, de repente, perguntou:– Quantos anos têm, avô?E o avô respondeu:–Bem, deixa-me pensar um pouco…Nasci antes da televisão, das vacinas contra o pólio, das comidas congeladas,da fotocopiadora, das lentes de contacto e da pílula anticoncepcional. Não existiam radares,cartões de crédito, raio lazer; nem patins em linha. Não tinha sido inventado o ar condicionado, a máquina de secar – as roupas simplesmente secavam ao vento.Não existiam cafeteiras automáticas ou micro-ondas, nem rádio-relógios-despertadores.Não se conhecia telefones sem fios e muito menos telemóveis. Nunca havíamos ouvidofalar de CDs e DVDs. Não existia nada digital, nem relógios, nem os indicadores comnúmeros luminosos dos marcadores de jogos. O homem nem havia chegado à lua.Os rapazes e as raparigas não usavam piercings. Nasci antes do computador.Até completar25 anos, chamava cada homem de “senhor” e cada mulher de “Senhora” ou “Senhorita”.No meu tempo, ensinaram-nos a diferenciar o bem do mal, a ser responsáveis pelos nossosactos.Acreditávamos que “comida rápida” era o que a gente comia quando estava compressa. Não se falava de “Pizza Hut” ou McDonald”s”, nem de café instantâneo.Ter um bom relacionamento, era dar-se bem com os primos e amigos.Tempo compartilhado,significava que a família compartilhava férias juntos.As fotos não eram instantâneas e coloridas, pelo menos nos primeiros tempos, e a revelaçãodemorava mais de três dias.Não existia “Made in Korea”, nem “Made in Taiwan”, nem “Made in China”.Agora diz lá tu: Quantos anos achas que tenho?– Hiiii… mais de 200! – falou o neto.– Não, querido, somente 58!

Page 4: Jornal O Ardina

4 JULHOAGOSTOSETEMBRO2012 CENTRAIS

O que pode significar a Obra do Ardina para os jovens?Eu posso dizer que significa uma 2ª oportunidade na vida.Para mim é isso que eu sinto, entrei na Fundação Obra doArdina muito novo e senti-me sozinho ao início, mas issodepois passou e comecei a fazer novos amigos, tive pessoasque faziam parte da estrutura de técnicos da instituiçãoformidáveis e ajudaram-me muito.A educadora LuísaBaptista foi como uma mãe para mim pois ajudou-me numdos campos mais importantes de uma criança os estudospois são esses estudos que vão ajudar a ter uma estabilidade na criança no futuro em vários níveis como os intelectuais, profissionalmente pois cada um vaifazendo aquilo de que gosta, e por isso essa educadora foimuito importante, quando saiu da instituição foi uma grandeperda para os jovens que cá estavam e os futuros jovensque iam entrar, eu tive muita sorte pois quando saiu eu jáestava bem encaminhado a nível escolar, estou prestes a acabar o 12ºano e tudo foi graças a essa educadora e à Obra do Ardina.Outra pessoa que tem sido formidável para mim é o Dr.Alexandre Martins tem sido como um pai para todoo Ardina, outra grande perda na instituição foi um pai paratodos nós e ainda continua a ser o que mais me fascina éisso não perdeu o contacto com nenhum jovem e continuaa ajudar cada um da melhor forma que pode. Escrevo esteartigo para que as pessoas se inspirem em pessoas comoestas que têm um grande coração solidário ajudando sempre os que mais necessitam e que mostrem também ocoração solidário que têm também. Cresci numa grandefamília e hoje sinto que tenho valores graças a essa casa quemuito me deu e espero transmitir tudo aquilo que aprendiaqui e ajudar no futuro jovens que entrem na instituiçãomais tarde.

Sandro

Dia 10 de Julho, um dia que ficará marcado na memória dosnossos jovens…Hoje o Sandro realizou a sua actividade finalde estágio do Curso de Animador Sócio-cultural e foi comsatisfação que participei na organização deste dia. Durantetoda a manhã, 6 dos nossos rapazes formaram 3 equipasque se confrontaram de forma bastante saudável, nas váriasestações criadas pelo Sandro.No pequeno terraço do 4º andar foi possível, com muitaboa vontade dos jovens, realizar uma gincana que consistiaem realizar várias provas/jogos num determinado tempo.Inicialmente os jovens mostraram-se renitentes em partici-par, mas quando perceberam que era para ajudar o colega,prontificaram-se de imediato…. Passo a descrever de umaforma muito sucinta a Gincana: Começamos com duasequipas numa estação de confronto, o jogo da água (o objectivo era retirar com um copo roto o máximo deágua do balde da equipa adversária no tempo determinado,previamente pelo Sandro); o jogo das cordas (um dos elementos do grupo tinha os olhos vendados e recebia indicações do outro sobre qual o caminho que deveriaseguir sem pisar a corda); o jogo do Saco (corrida dentrode sacos do lixo); o jogo da tracção (duas equipas agarravamum lençol enrolado, uma de cada lado, com o objectivo dechegar aos baldes que se encontravam num ponto estratégico);o jogo do tiro ao alvo (o objectivo era, com os olhos vendados,acertar com uma bola no alvo derrubando-o) e finalmenteo jogo da farinha (dois baldes, um cheio de água e outrocom farinha e amêndoa em que um elemento de cadaequipa tinha de molhar o rosto e mergulhar na farinha tentando apanhar o máximo de amêndoas em um minuto).É de salientar a paciência e colaboração de todos os jovensdurante toda a actividade, em que o objectivo de todos, nãoera apenas concluir as provas/jogos com sucesso, mas sim

que o Sandro concluísse a sua actividade de estágio comêxito. Não posso terminar este pequeno relato, sem salientara capacidade que o Sandro demonstrou em ultrapassar asbarreiras (falta de alguns recursos materiais) que surgiramdurante a programação / execução desta actividade,substituindo-os por outros, utilizando a sua imaginação /criatividade.É nestes momentos que podemos observar o carinho eadmiração que têm uns pelos outros, foi um dia bastantegratificante para todos…

Sandro

A Obra do Ardina

para os jovens

Eu cada vez mais ocupo os meus tempos livres no ardinafico com vontade de ir para casa porque não aguento estavida de colégio.A única coisa que eu quero é ir emborapara casa mas eu penso sempre positivo, tenho que pensarna minha vida, e no meu futuro e poder escolher o quequero seguir para o resto da minha vida. Eu quero seguir a música gosto de cantar Rap, R&b, hip hop, e música pop,além disso gosto de jogar basketball e dançar breakdance e desenhar. Isso são os meus passatempos aqui no ardina eem casa quando vou de fim semana também vou à praia…às vezes eu fico aborrecido quando estou aqui no ardinadurante as semanas eu fico chateado quando se metemcomigo mas eu ignoro. Eu gosto de ser o exemplo paratodas as pessoas, eu sou educado com os adultos, sou bemcomportado, respeito toda a gente e gosto de ajudar as pes-soas, sou meiguinho com toda gente mas quando as pes-soas abusam da minha pureza eu fico muito chateado comas pessoas, porque eu não gosto de gente falsa e odeio falsi-dade. Eu sou sincero com toda gente. Mas quando eu estoua ver que as pessoas não estão a ser sinceras comigo eucorto logo as confianças, porque não se deve dar muitaconfiança a ninguém devemos seguir sempre em frente epartir para outro caminho e ficarmos no nosso canto esossegados para ninguém me aborrecer.

Eugénio Aveleira (18 anos)

Tem sido andar por váriasInstituições, tudo começoumuito cedo quando tinha apenas 12 anos.Aos 13 anos foi quando conheci a Obra do Ardina,aqui fiz grandes amigos, comopor exemplo o Carlos Tavares,o Ricardo Tavares, o SérgioSilva, o Rogério Barrocas, oRoberto Xavier, O José Borges,o Roberto Cacinda, o JorgeLima, o Bruno Alves, o IsidroPinto e tantos, tantos outrosque ficarão para sempre naminha memória.Na Obra do Ardina estive até aos 21 anos, depois de tudoo que aqui aprendi, fui aos 23 anos, para uma outra instituiçãoque se chama Horizonte.Fui acompanhado e ajudado por muitas pessoas amigas quetrabalham na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, exemploa Dra. Sónia Santos que muito me tem ajudado e a quemchamo de mãe adoptiva.Depois de tanto tempo passado, quis Deus que eu voltasseà Obra do Ardina.Também porque aconteceram algunsproblemas neste meu percurso de autonomização. O queimporta aqui referir é que encontrei a mesma porta abertae que me deixou entrar, acolheu, deu-me abrigo, e continuaapoiar os meus sonhos e os meus projectos para o futuro.Reencontrei alguns dos velhos amigos e também como énatural fiz novos amigos, nos novos Ardinas que encontrei.Actualmente trabalho em part-time numa empresa que sechama Valente Produções onde faço o trabalho de figurantepara as várias novelas que são exibidas nos vários canais detelevisão portuguesa.Exemplos: Rosa Fogo na SIC, Louco Amor na TVI, DancingDays na SIC e Depois do Adeus na RTP.A todos o meu muito obrigado pela ajuda que me temdado ao longo dos tempos.

Bartolomeu Dias

Os meus dias no Ardina A minha vida

Gincana

Sandro demonstrou em ultrapassar as barreiras (falta de algunsrecursos materiais) que surgiram durante a programação / execuçãodesta actividade, substituindo-os por outros, utilizando a sua imaginação / criatividade.

… “Cresci numagrande família e hoje

sinto que tenho valores graças

a essa casa quemuito me deu

e espero transmitirtudo aquilo queaprendi aqui e

ajudar no futurojovens que entrem

na instituição mais tarde.”…

… “Eu gosto de ser o exemplo para todas as pessoas, eu sou educado com os adultos,sou bem comportado e respeito toda a gente”…

… “encontrei amesma portaaberta e que

me deixouentrar, acolheu,deu-me abrigo,

e continuaapoiar os meus

sonhos e osmeus projectospara o futuro”…

Page 5: Jornal O Ardina

5

A todos os Amigos da Obra do Ardina em especial e aosamigos do Sr. Gaspar em particular, informamos com grandetristeza e dor profunda, que na madrugada do dia 9 de Julhoficámos um pouco mais pobres com a partida do Mestre Gas-par com quem muitos de nós aprendemos a arte dos FerrosForjados e partilhámos bons e maus momentos.

A todos os que quiseram, puderam dar o último adeus aoMestre Gaspar que foi para a casa do “Pai” na Quinta-Feiradia 12/07/2012 no cemitério de Aljeruz na cidade de Setúbal.A Obra do Ardina prestou a sua verdadeira homenagem ereconhecimento através de alguns dos seus colaboradores quedepositaram uma coroa de flores em nome de todos aquelesque privaram com este homem com H grande.

Deixamos alguns testemunhos que achámos interessantes.

Yuri LucasO Grande e senhor Mestre Gaspar fez parte da minha vida

durante 5 anos na obra do ardina com ele aprendi o gostopelo trabalho com ele aprendi a querer mais e sempre maislembro-me das historias passadas por ele em ANGOLA, sau-dades desses tempos! Quero deixar há família do mestreGaspar o meu profundo lamento e muita força nesta hora deimensa tristeza!!!!!! MESTRE DESCANSE EM PAZ

Hélder FerroSubscrevo o comentário do meu irmão Yuri, pois não tenho

palavras para descrever, o que sinto, mas sinto uma enormegratidão pelo “pai Gaspar” se hoje sou o que sou devo a ele,como ele nunca vou encontrar... obrigado “pai Gaspar” des-canse em paz, ate sempre.......

Dra. Carla RécioLamento essa perda. A obra do Ardina fica na certa mais

pobre!

JULHOAGOSTOSETEMBRO2012

A Obra do Ardina ao revê-lo em Lisboafica muito feliz.Bem-vindo amigo Pe.Nélson.Continuamos a senti-lo nosso prezado amigo,lembrando sempre o seu espírito de amor.

A Obra do Ardina recorda-o com muitasaudade. O Paulo Fortes, que tirou o cursode Jardinagem, disse-nos há poucos dias quegostaria muito de falar consigo. Recebeapoio da Instituição à qual continua ligado.Por favor recorde a foto que segue no jor-nal com este jovem à sua direita.

O Jorge Lima, na foto à sua esquerda,também foi um dos seus amigos.Recebeu na

Obra do Ardina uma boa formação integral.Foi um acólito cumpridor.Mas há cerca de 3anos deixámos de saber o seu paradeiro, oque muito nos preocupa.

Aproveitamos para apelar a quem even-tualmente saiba onde se encontra,o especialfavor de nos contactar.

Padre Nélson, a sua ajuda foi uma dádivade Deus.

A Obra do Ardina gostaria muito da suavisita.

Cumprimentos amigos deMaria dos Anjos

Até Sempre Mestre Gaspar

Padre Nélson Matias Pereira

… “com grande tristeza e dor profunda, que na madrugada do dia 9 de Julho ficámos um pouco mais pobres com a partida do Mestre Gaspar”…

Padre Nélson Matias Pereiracom dois grandes amigosda Obra do Ardina, PauloFortes à esquerda da foto eJorge Lima à direita.

Com 78 anos de idade no dia 15 de Maiode 2012 deixou a sua paróquia (São JoãoEvangelista) a caminho da vida eterna.

Mais um Bom Amigo que Deus chamou, le-vando consigo uma mensagem que lhe trans-miti no momento da partida: Senhor Priorjunto a Deus peça-lhe pela Obra do Ardinaque tanto bem faz pelos jovens desam-parados.Tenho a certeza que o fará.

Alma bondosa, amiga dos seus paroquia-nos não esquecerá a Obra do Ardina situadabem perto da sua igreja. Era com simpatiaque reagia a tudo o que contribuísse na for-mação das Crianças e dos Jovens da Obra doArdina nomeadamente catequese, baptiza-dos, profissões de fé, casamentos de jovensem idade de casar, participação dos coros dejovens Ardinas na animação da Eucaristia emaniversários da instituição,em festas de Natale outras concelebrações que faziam parte davida religiosa da Obra do Ardina.

Também não poderemos esquecer as ses-sões culturais e entretenimento dos jovensArdinas, com manifestações de alegria e pas-satempos felizes junto dos idosos que pas-savam o tempo no centro de dia da paróquiade São João Evangelista. Houve, quando pos-sível, intercâmbio de alimentos entre a igrejae a Instituição e uso das carrinhas da Obrado Ardina quando havia necessidade.

O Padre Artur não sabia dizer não e abriaas portas ao bem comum.

Não o esqueceremos.Saudades Amigas Pe.Artur!...

Maria dos Anjos Santareno

… “O Padre Artur não sabia dizer não e abria as portas ao bem comum.Não o esqueceremos.Saudades Amigas Pe. Artur!

O Reverendo Padre Artur partiu!…

Page 6: Jornal O Ardina

6 JULHOAGOSTOSETEMBRO2012 GERAL

Eu Ragiv Dionísio Mané daCosta de 24 anos nasci a11/03/1988, filho de imigran-

tes guineenses, vivia com a minhaquerida mãe que me deu todo ocarinho do mundo possível queuma mãe podia dar um filho, maspela injustiça da vida fui obrigadoa afastar-me dela com apenas 8anos de idade. Mandou-me em1996, viver com o meu pai em Por-tugal, que não conhecia, e foi emLoures que vim conhecer um ho-mem que eu não fazia ideia comoera, mas com o tempo percebique ele tinha sido derrubado peladureza da vida. Um homem com-pletamente alcoólico e violento, fuiobrigado a “pagar pela maçã quenão comi”, e mudámos para Saca-vém. Conheci novas pessoas, fizamigos e passado algum tempo,tomei novos caminhos e até erabom aluno na escola, mas porfalta de compreensão e de violên-cia, a segurança social teve quetomar medidas.

Apresentado no tribunal de pro-tecção de menores, acabei porser retirado da guarda de meu paie fui para um centro provisóriochamado “Mitra”.

Neste centro vi imensos jovenscomo eu, e até com problemaspiores, e comecei a cair na ruína,a minha inocência levou-me a es-colher caminhos errados e rapida-mente tornei-me num rebelde sem

qualquer respeito. Envolvi-me emroubos e fui detido pela polícia ecomo é óbvio acabei no tribunal,tendo sido encaminhado para umcolégio interno em Peniche. Com11 anos pensava que sabia de tudo,e que já tinha visto muita coisa,mas estava enganado, era um anjocomparativamente com tantomarginal. Fumei o meu primeirocigarro, droga, álcool, via os meuscolegas a passarem os fins-de-se-mana a casa de familiares e eu fi-cava sempre lá dentro sem visitas,foi muito duro e difícil, a solidão ea tristeza estavam a dar cabo demim.Fumava droga para poder dor-mir e pedia a Deus que me aju-dasse a aguentar todo aquele so-frimento, e que me protegesse detodo o mal. A minha duração nocolégio foi de dois anos e meio,pois o colégio iria passar a rece-

ber só miúdas, e os rapazes tive-ram que sair, uns para os familia-res, continuando com o mesmoestilo de vida, outros foram trans-feridos para lares de jovens, e eufui para a Fundação Obra doArdina.

Cheguei em 2001, eram 13h efui bem acolhido pelos meus cole-gas, fizeram a oração antes dealmoço, algo que nunca tinha visto.Fui apresentado ao Dr.AlexandreMartins que me deu as boas vin-das à Instituição e que me disseque era totalmente livre,mas comhorários para alimentação: Peque-no-almoço, lanche da manhã, al-moço, lanche da tarde, jantar e aSeia.

Fui logo integrado no ensino quedecorria na Obra do Ardina naaltura fui aluno da professora Ma-ria dos Anjos e da professora Su-

sana, fui ainda a tempo de com-pletar o 6º ano, foram as pessoasmais queridas que conheci e aju-daram-me imenso a evoluir comohomem. Foi muito difícil encon-trar amor neste mundo cheio deratoeiras, e elas foram importan-tes porque me deram apoio e co-mecei logo a pensar que não esta-va sozinho e que tinha a quem re-correr e ganhei forças para seguirem frente. Decide frequentar umcurso de pré-impressão do cen-tro de emprego que dava equi-valência ao 7º, 8º e 9º anos e aodiploma profissional, só possívelcomo pessoas como o professorMiguel Delgado que me deu umempurrão, foi muito exigente notrabalho e fui ganhando experiên-cia e gosto, a partir daí mais nin-guém me conseguiu parar. Em18/10/2004 fui para um curso pro-fissional que me deu equivalênciaao 10º,11º e 12º anos e ao diplo-ma profissional. Estive a estagiarnuma empresa gráfica e gostaramtanto da minha dedicação que re-conheceram o meu mérito. Quan-do acabei o curso em 17/10/2007dois dias depois fui chamado aessa mesma empresa onde estivea estagiar, para me darem empre-go onde me encontro até a datade hoje, e efectivo graças à Fun-dação Obra do Ardina e a Deus.

A Fundação Obra do Ardinatinha boas actividades para os jo-

vens, durante a semana depois dasaulas, às terças-feiras tínhamostreino de futebol cinco em Chelas,idas ao cinema nos fins-de-sema-na, recebíamos bilhetes para as-sistir a jogos de futebol e aos do-mingos de manhã ia à missa. Nasférias grandes partíamos para oCadaval, éramos muitos jovens,mas a casa do Ardina é grande edava para todos, com programaspara as férias, idas a praia, pas-seios e piscina.

Passei bons tempos na Obra doArdina, em momentos na vidacheguei a pensar que era mais umjovem perdido mas com a ajudaque recebi foi possível crescer etirar proveito de tudo.Tive exce-lentes oportunidades mas paraisso tive de me esforçar ao máxi-mo porque sem sacrifícios não seconsegue nada na vida, só tenhopena dos jovens que não fizeramo mesmo, sempre serei grato portudo ao Dr.Alexandre Martins e àFundação Obra do Ardina peloque fizeram por mim, não há di-nheiro que pague a quem noseducou, por isso desejo um diapoder contribuir e ajudar outrascrianças a lutar por um Mundomelhor. Graças a Deus que en-contrei a Fundação Obra do Ar-dina, obrigado por tudo do fundodo meu coração.

Ragiv Costa

Mais uma vez fui voluntário, na campanhadesenvolvida pelo Banco Alimentar Contra aFome que decorreu nos dias 26 e 27 de Maiode 2012.

Nos supermercados Pingo Doce de SantaApolónia e Pingo Doce do Cais do Sodré ondeestive presente no Sábado com o PauloEmanuel, e no Domingo com o Dr. CarlosDiogo.

Conseguimos angariar cerca de 2600 Kilosdos mais variados géneros alimentícios.

Como sempre, adorei realizar esta minhatarefa, é um orgulho poder fazer parte dos

muitos Voluntários que pelos vários ponto donosso grande pais puderam ajudar a recolheras cerca de 2.644 toneladas de alimentos quevão ajudar imenso as muitas famílias e asmuitas instituições que vivem dias muito difí-ceis.

Gostava acima de tudo de agradecer aosmilhares de pessoas de boa vontade que nãose cansam de ajudar o próximo e ano após anovimos o banco alimentar a recolher mais emais alimentos,batendo todos os recordes atéao momento conhecidos.

Gostava ainda de solicitar a todas as pessoasque não deixem de contribuir, mesmo compouco que seja, para nós o pouco faz sempretoda a diferença quando se junto ao muitodaqui e dali, mesmo que seja um único pacot-inho de massa, ele fará toda a diferença.

Eu não sei como será o dia de amanha,o queeu sei é que nos dias de hoje, sem a ajuda detantos anónimos pessoas de boa vontade, estavida que vivemos agora, iria ser bem mais difícil.

Agora aguardo com grande ansiedade pelapróxima campanha a qual vai decorrer nos dias1 e 2 de Dezembro de 2012, num qualquersupermercado bem perto de si e de mim…

Obrigado a todos os Portuguesas que dealguma forma são generosos voluntários.

José Rafael Furtado

Aos amáveis leitores d' O Ardina,Caríssimos amigos deste jornal, devo-vos

um pedido de desculpas, assim como aoFernando Pessoa!

Comecei a escrever para este jornal exac-tamente há três anos, em Julho de 2009,como voluntária.

Já lá vão vários artigos e entrevistas e te-nho muito gosto em colaborar mas…, la-mentavelmente para os Leitores e para oPoeta…,cometi um lapso no último númerode Abr/Mai/Jun no meu artigo “Era uma vezum Ardinita, uma Assistente Social e umPoeta…”! Então não é que em vez de es-crever:“Deus quer, o homem sonha, a obranasce” (presente na Mensagem), escrevi:“Deus cria, o homem sonha, a obra nasce”...isto é, citei incorrectamente uma das frasesmais célebres do Fernando Pessoa que atéhonra uma estação de metro, penso que aCidade Universitária...

Tal como escrevi na minha página do Face-book, há sempre uma razão para os lapsos epenso que neste caso, a razão mais provávelfica sob a forma de interrogações:

Será que penso que os humanos, por maisgeniais, nunca criam nada porque lá no fundodo manto que reveste as almas, o protago-nista é sempre o Mesmo? Será que se cria defacto alguma coisa que Deus não tenha jápensado, desejado ou criado?

O que criamos é sempre um sonho deuma vontade de Deus?

É ou não, amigo Pessoa, é ou não, amigosleitores?

Ou somos sempre co-criadores, comomuitos apregoam pelos séculos fora, e anossa vontade, quando é mesmo Vontade,também é divina?

Um lapso, espero, perdoável…

Cristina VeoraLisboa, 4 de Julho de 2012

Obrigado Obra do Ardina

Campanha de Recolha de Alimentos

a 26 e 27 de Maio de 2012

Um lapso, espero, perdoável…

… “Passei bons tempos na Obra do Ardina, em momentos na vida cheguei a pensar que era mais um jovem perdidomas com a ajuda que recebi foi possível crescer e tirar proveito de tudo” …

… “Como sempre, adorei realizar esta minha

tarefa, é um orgulho poder fazer parte dos

muitos Voluntários”…

Page 7: Jornal O Ardina

7JULHOAGOSTOSETEMBRO2012GERAL

Pelo sonho é que vamos(…) Chegamos? Não chegamos?– Partimos.Vamos. Somos (…)(Sebastião da Gama – professor,pedagogo e poeta)(1924-1952)

Testemunho – 1

“Não tenhais medo”

É urgente restaurar a confiançaÉ urgente ter sonho e dar sentido à vida É urgente agir, lutar e persistir

Ousar Ser

Foi há mais de quarenta anos… Como o tempo correu tão ve-

loz… já vão passadas quatro déca-das que saí da casa de família.

Saí de Leiria, minha terra natal,aos 20 anos de idade, em 1970,rumo à cidade de Lisboa, com o in-tuito de procurar rasgar novos ho-rizontes de vida e agarrar um sonho,que me “perseguia” desde a infância.

Durante cerca de três anos esti-ve a viver o meu sonho – experi-mentar como era viver numa co-munidade de irmãos franciscanos.

São Francisco de Assis, a suamensagem fraterna, o seu estilo devida, sempre despertaram a minhaatenção cativando-me..

Simultaneamente fui dar aulas, naentão designada Escola do Ciclo Pre-paratório de Manuel da Maia (anoletivo de 1970/71).

Ao final daquele ano letivo,porqueestava na categoria de professorprovisório e não me recandidatei,

fiquei sem trabalho.Tive então que, necessariamen-

te,encontrar outra ocupação, tendosurgido a possibilidade de poder irtrabalhar para a Obra do Ardina,para desempenhar funções de mo-nitor de educação. Decorria o anode 1971.

Fui convocado para ir à Casa doArdina, (Rua Dr. Oliveira Ramos),onde hoje é a Sede da Obra, parame apresentar e conversar comum senhor, que eu não conhecia.

A conversa decorreu de modoafável, simples e esclarecedora. Fi-cou decidido que iria trabalhar paraa Sede da Obra, que estava loca-lizada na Calçada da Glória..

Foi com o Prof.Alexandre Martinsque eu então conversei.

E entrei na Obra do Ardina...Era tudo muito pobre, de am-

biência austera… (foi há quarentaanos).

Os primeiros tempos de conta-to com aquela nova realidade, comas crianças e os jovens, causaram--me uma forte sensação de estra-nheza, à mistura com alguma per-plexidade...

Apresentava-se-me como sendouma realidade difícil de integrar ede compreender, gerando receios,interrogações e até medos.

Muitas daquelas crianças esta-vam rotuladas de “rebeldes e más”,pessoas havia que,muito solicitamen-te,me iam dizendo:“bata-lhes, senãonão consegue fazer nada deles”...

Ficava interiormente revoltado etriste com tudo aquilo, que mefazia pensar.

Seria eu capaz de corresponderpositivamente ao que me era pedi-do pelos responsáveis da Obra, aoque, eventualmente, esperavam demim ?

Mas não desisti,redobrei o ânimo,lutei e persisti.

Assumi, para comigo, como pro-pósito e projeto, que tudo faria, o

melhor que pudesse, para apoiaraquelas crianças e jovens, que astomaria por “irmãos mais novos,por quem iria lutar e cuidar.

Sentia necessidade de conhecermais da Oba do Ardina, o seu pro-grama e o alcance dos seus obje-tivos; conhecer, sobretudo, quemeram realmente aquelas crianças ejovens, saber mais acerca das suasrealidades concretas de vida, per-ceber também como encaixavamnaquela realidade os demais adul-tos que ali colaboravam, para maisajustadamente e de forma eficazpoder posicionar-me.

A beleza da diferença é a buscada igualdade”.

Reflito que foi uma progressivaadaptação e aprendizagem, por to-dos diversamente protagonizada.

E tudo se começou a ajustar e aharmonizar dinamicamente.

Introduzimos novo paradigmaorganizativo de vida, nova posturarelacional, investindo energias deafeto, para construir uma ambiên-cia familiar, com mais respeito eatenção às crianças e aos jovens,valorizando-os, dignificando-os, es-cutando-os, captando a participa-ção de todos, para organização deregras e desenvolvimento de ou-tras atividades, procurando igual-mente implicar os adultos na“aventura”.

Estava em construção,na prática,um novo paradigma, um outroolhar sobre as crianças e os jovensum outro compromisso com osadultos, tornando-os asssociadosdo novo projeto que despontava.

Em conjunto começámos a pro-ceder animadamente a necessáriasmudanças,que queria o fossem qua-litativas, a programar orientadasatividades, com objetivos diversos,em várias áreas (desporto, música,expressões plásticas, passeios nacidade usando os transportes pú-blicos, ida a eventos culturais, pin-

tar criativamente espaços da casa,para que a sentissem como sua,investimos atenção à literatura in-fantil, aos aspetos ludicos da edu-cação, reuniamos em grupo paramonitorizar e avaliar o evoluir danova dinâmica de vida,com os maiscrescidos havia conversas temáti-cas sobre realidades da vida etc.).

A correção, quando era eviden-temente necessária, era um gestode amor, implicava diálogo, mesmonegociação de penalizações, quan-do era o caso disso. Era tambémuma aprendizagem, que todosíamos fazendo e refletindo.

A participação das crianças edos jovens era efetiva.Hoje é apre-sentado como sendo moderno.

Foi uma pequena “revolução” deamor, que também mudou o rumoda minha vida.Repito, isto passou--se há 40 anos.

Li, estudei, aprendi, sempre como desejo de mais e melhor poderapoiar aquelas crianças e jovens.Aprendi muito com as realidadesde vida daquelas crianças, muitas játão tão sofridas, descobri muito doque é a natureza humana, saboreeialguma rebeldia e liberdade saudá-veis.

A Obra do Ardina marcou inde-levelmente a minha vida, cativando--me. Os “irmãos” ardinas adota-

ram-me.Eu era com eles,um deles.Eramos essencialmente como

uma “família”.Dizia São Francisco de Assis: “é

no amar que se é amado” e “é nodar que se recebe”.

Descobri e construi, com todoseles, vida nova...

Mais tarde fiz parte da Direçãoda Obra do Ardina como secretá-rio – 1976/1982.

Um dia, por razões pessoais, saíem busca de outra realização devida. Passou, entretanto, um inter-regno de 30 anos.

Há um ano, alguém com supe-riores ligações à Obra do Ardina,que casualmente me encontrou numevento, no seu jeito de respeitávelAmigo, lançou-me o repto – “obom filho à casa torna”

Pois aqui estou a dizer presente,mais uma vez, respeitável AmigoProfessor Alexandre Martins erespeitável Amiga Dra. Maria dosAnjos.

Lutai “irmãos” ardinas, amai edefendei a Obra do Ardina , pois éessencialmente para vós e por vósque ela existe.

Sede Amigos e unidos.Para todos o meu muito obrigado.

Fernando Carvalho2 de Julho de 2012

O Estádio da Luz acolheua festa da Taça Liberdadi Ocampo sintético do Estádioda Luz acolheu este fim-de--semana o II Torneio Taça Li-berdadi, uma iniciativa quecontou com o apoio da Fun-dação Benfica e da CâmaraMunicipal da Amadora. Esti-veram presentes várias fre-guesias do concelho da Ama-dora e a Obra do Ardina doConcelho de Lisboa.

Foi um dia bem passadocom todos os meus colegasda Instituição.

Treinámos muito e inten-samente durante uma sema-

na no campo gentilmente ce-dido pelo Operário FutebolClube.

A ansiedade era muita porisso, logo pela manhã acor-damos bem dispostos e es-perámos a chegada do Dr.Carlos que teve palavras deestímulo e de esperança nonosso comportamento pe-rante as equipas adversárias.Após o almoço partimospara o Estádio da Luz, visitá-mos algumas lojas existentesno espaço tudo para que a or-ganização do torneio tivessea logística pronta para o tor-neio começar.

Chegou depois a possibili-dade de conviver e conhe-cer os jovens das equipasadversárias. Fizemos 3 jogos,não conseguimos vencer ne-nhum dos 3, mas no fim fi-cou a nossa imagem de marca,a Solidariedade entre todos,o companheirismo, a amiza-de, o Fair-Play, o saber estare o saber ser…

Foram bons momentosdaqueles que são para maistarde recordar, fizemos oque mais gostamos e juntode nós tivemos quem nosapoiasse, O Paulo Emanuel,o Sérgio, a Dra.Telma,o João

Fernandes,o Dr.Carlos Diogoe como nosso treinador oCarlos David.

A nossa equipa foi consti-tuída pelos seguintes joga-dores: Sandro; Ricardo Ri-

beiro; João Sanches; MiguelGrais; Tiago Landim; CarlosTavares; Gonçalo Aveleira;Ivan Lopes; Carlos B., a to-dos o nosso muito obrigadoprincipalmente à Obra do

Ardina por ter criado ascondições necessárias paraque pudéssemos represen-tar esta grande casa.

Carlos Tavares

Pelo sonho é que vamos…

Torneio Liberdadi

… “A Obra do Ardina marcou

indelevelmente a minha vida,

cativando-me.”…

… “no fim ficou a nossa imagem de marca, a Solidariedade entre todos, o companheirismo, a amizade,o Fair-Play, o saber estar e o saber ser”…

Page 8: Jornal O Ardina

Director: Alexandre Luís Mendonça Martins – Chefe de Redacção: Paulo Emanuel – Edição e Propriedade de «Obra do Ardina» – R. Dr. Oliveira Ramos, Nº 7 – 1900-210LISBOA – Telef.: 21 816 51 50 • Fax: 21 815 40 46 email: [email protected] – Redacção e Administração: «Casa do Ardina» registado sob o nº 108305 – RuaDr. Oliveira Ramos, 7 – 1900-210 LISBOA Apartado 9025 – 1901 LISBOA Codex – Composição, Paginação: Miguel Delgado Impressão: Tipografia Rápida deSetúbal, Lda. – Tiragem: 6.000 exemp. e média distrib. aproximada – Depósito Legal N.º 253/82 – Assinatura anual: 6 euros Contribuinte: 500 205 442

Em Novembro irá reali-zar-se uma Conferência deHomenagem a Maria LuísaRessano Garcia e à Obra doArdina – constituída por duaspartes.

Na primeira parte,dar-se-árelevo aos aspectos biográfi-cos mais significativos da fun-

dadora da Instituição no con-texto da solidariedade socialda época e para tal haveráum painel de pessoas queacompanharam de perto oseu trabalho.

Far-se-á entretanto um ani-mado intervalo com o clássi-co beberete, uma interven-

ção cénico-musical e uma exposição, alusiva à Institui-ção.

Na segunda parte irá falar--se do passado, do presentee do futuro da Obra do Ar-dina com base em testemu-nhos de ardinas e/ou ex-ar-dinas e de pessoas que ac-

tualmente orientam os jo-vens na instituição.

Para finalizar, uma ou duaspequenas surpresas.

Nota:o dia,a hora e o localda conferência, assim comoas pessoas que irão nela par-ticipar, serão divulgados nopróximo número deste jornal.

8 JULHOAGOSTOSETEMBRO2012 ÚLTIMA

ESTÁ ABERTO O DIÁLOGOM.A.S. – Prezo-me por não ter dú-

vidas do vosso altruísmo e dou graçasa Deus por vos ter conhecido. Lem-bram-se onde nos conhecemos?

C.V. – A primeira vez que tive conheci-mento da Obra do Ardina foi na igreja deSão João de Deus através da Maria dosAnjos. Estava a celebração dominical a ter-minar quando ouvi a voz desta senhora airromper pelas naves da igreja a apelar àspessoas para a situação frágil de jovens quesem a Obra do Ardina dificilmente teriamuma vida digna… Não a conhecia,mas fiqueitão sensibilizada com as suas palavras a trans-bordar de entusiasmo e convicção que àsaída da Igreja me apresentei e me oferecicomo voluntária para a Instituição.

J.V. – Eu conheci a Senhora na Instituiçãoonde fui levado pela monitora Clara Jorge.

M.A.S. – No meu sentir, nós temostido nas tarefas de voluntariado, umbom relacionamento de amizade sin-cera. Qual é a vossa opinião?

C.V. – Graças a este voluntariado pudedesenvolver uma bela amizade com a Mariados Anjos e a Instituição! Perdi de conta osfins-de-semana em que a acompanhei nastarefas da angariação de fundos, como se decada vez, por mais árduo, fosse uma festa,porque o seu bom ânimo é de facto imba-tível… E já lá vão 3 anos…

J.V.– Eu tenho muita consideração pelo Sr.Dr.Martins e pela senhora,sua excelentíssima esposa.

Sempre senti que apreciavam a minha dis-ponibilidade desinteressada.

M.A.S. – Eu não esqueço o vossointeresse, o vosso sorriso simpático efeliz, aliado ao vosso ritmo de entre-ga aos jovens. Querem comentar?

C.V. – É muito gratificante poder ajudar,por pouco que seja, uma instituição cujaúnica e imensa preocupação é proporcionarmeios de vida a jovens desmunidos de quasetudo que dá gosto ver como se lançam aosdesafios diários…

J.V. – Para mim é muito agradável ocuparos tempos livres e sentir-me útil.

M.A.S. – Eu reconheço o muito quetêm feito pela Obra do Ardina.

Importam-se de o comunicar?C.V.– Logo de início,e como já disse,cola-

borei na angariação de fundos aos fins desemana, dei o meu apoio na Natalis, a feiraanual de solidariedade, e escrevo artigospara o jornal.

J.V. – Eu tive ocasião de consertar algunsarranjos nas várias divisões da casa, pondoem prática alguns conhecimentos pessoais.Porém a minha função principal tem sido acondução da carrinha de acordo com o ne-cessário a vários níveis.Também já colaboreiem eventos como exposições e vendas naangariação de fundos.

M.A.S. – Considero que nós somosvoluntários fixes e que só desistire-mos em situações que o justifiquem,ou seja em casos de força maior.

Procuramos, quando necessáriocompreender eventuais deslizes e atécondescender em momentos menosbons, para proporcionar um am-

biente familiar que sirva de exemploaos jovens e para a sua formação.Eles falam muito de vós com elevadaconsideração.

Gostaria que falassem sobre aaceitação dos jovens ao vosso traba-lho.

C.V. – Eu penso que os jovens aceitarambem a minha colaboração.

J.V. – Os rapazes fazem parte integrantedesta casa e são a razão de ser da sua exis-tência.A eles dediquei a minha amizade purae sincera, eles também são meus amigos.Somos bons camaradas.

M.A.S. – Com toda a sinceridadevos digo:

Eu tenho feito uma boa caminhadana Obra do Ardina. Muito tenhoaprendido nomeadamente na prob-lemática dos valores humanos.

É fundamental saber entrar no

mundo deles e saber condescenderem casos difíceis, ultrapassando-osna medida certa.

Acham que os jovens tambémfazem uma boa caminhada na Obrado Ardina?

C.V. – Através do meu contacto pessoal edo que vou sabendo sobre as actividadesescolares, profissionais e lúdicas dos jovens,penso que no geral eles têm conseguidomelhorar bastante as suas vidas.

J.V. – É claro que uns aproveitam mais queoutros. Mas sem dúvida que a convivênciado dia a dia angariando amizades recíprocasinfluenciam os jovens na sua auto-estima ena aquisição de valores sociais que os ajuda-rão a integrar-se na sociedade como ho-mens felizes e bons.

M.A.S. – Obrigado por tudo. Cartaaberta a todos os amigos que queiramentrar em diálogo aberto formativo.

Voluntários em Diálogo Aberto

LIG

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M.ª dos Anjos Santareno

Eu, Maria dos Anjos Santareno (M.A.S.) cumprimento todos os amigos da Obra do Ardina.Aguardamos as vossas ajudas, que são muito bem vindas.Por favor nunca desistam desta luta de AMOR, que o mundo tanto precisa…Como coordenadora da “Liga de Amigos” estou disposta ao diálogo que vivência cada vez mais os objectivos aque nos propomos e nos fazem felizes ao sentirmos o bem-estar das Crianças e dos Jovens.Hoje tenho “à mão” possibilidade de transmitir pensamentos da voluntária escritora Cristina Veora (C.V.) e do voluntárioa tempo inteiro Sr. José Vasconcelos (J.V.) que já conta 68 anos e manifesta muita energia no desempenho de tarefas.

Programa de Homenagem a Maria Luísa Ressano Garcia e à Obra do Ardina

Cristina Veora, colabora na angariaçãode fundos aos fins de semana e escreve artigos para o jornal “O Ardina”.

Maria Luísa Ressano Garcia sempre sorridente,

terá a sua homenagem merecida, a não perder!!!

José Vasconcelos, executa arranjos nasvárias divisões da casa e conduz a carrinha de acordo com as necessidades diárias.