jornal municipal - abr|mai|junjm'13

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SETÚBAL JORNAL MUNICIPAL. abril | maio | junho 2013 .ano 13.n.º 49 Dá gosto comprar na praça pág. 6 Programa especial europeu apoia Convento de Jesus O Mercado do Livramento está como novo. A requalificação geral do principal espaço comercial de Setúbal permitiu incluir novas valências no edifício e uma zona técnica para os comerciantes págs. 4 e 5 Bairro Santos Nicolau marcha para a vitória pág. 16 Música recebida de braços abertos Ruas bonitas em jornada de cidadania Momentos de glória Renovação de todos os espaços comuns aumenta qualidade de vida no bairro Mais de 6500 pessoas de todas as idades na terceira edição do Setúbal Mais Bonita Bela Vista abre pátios ao convívio pág. 7 págs. 14 e 15 pág. 17 pág. 25

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Edição de abril, maio e junho de 2013 do Jornal Municipal do Município de Setúbal

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Page 1: Jornal Municipal - Abr|Mai|JunJm'13

SETÚBALJORNAL MUNICIPAL.abril | maio | junho 2013.ano 13.n.º 49

Dá gosto comprar na praça

pág. 6Programa especial europeu apoia Convento de Jesus

O Mercado do Livramento está como novo. A requalificação geral do principal

espaço comercial de Setúbal permitiu incluir novas valências no edifício e

uma zona técnica para os comerciantes

págs. 4 e 5

Bairro Santos Nicolaumarcha para a vitória

pág. 16

Música recebidade braços abertos

Ruas bonitasem jornadade cidadania

Momentos de glória

Renovação de todos os espaços comuns aumenta qualidade

de vida no bairro

Mais de 6500 pessoas de todas as idades na terceira edição do Setúbal Mais Bonita

Bela Vistaabre pátiosao convívio

pág. 7

págs. 14 e 15

pág. 17

pág. 25

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2SETÚBALabril|maio|junho13

Setúbal - Jornal Municipal

Propriedade:

Câmara Municipal de Setúbal

Diretora: Maria das Dores Meira,

Presidente da CMS

Edição: DICI/Divisão de Comunicação

e Imagem

Coordenação Geral: Sérgio Mateus

Coordenação de Redação: João Monteiro

Redação: Hugo Martins, Manuel Cordeiro,

Marco Silva, Susana Manteigas

Fotografia: Mário Peneque, José Luís Costa

Paginação: Humberto Ferreira

Impressão: Daniel & Lino, Lda.

Redação: DICI - Câmara Municipal

de Setúbal, Paços do Concelho,

Praça de Bocage, 2901-866 Setúbal

Telefone: 265 541 500

E-mail: [email protected]

Tiragem: 15.000 exemplares

Distribuição Gratuita

Depósito Legal N.º 183262/02

Sugestões e informações dirigidas a este jornalpodem ser enviadas ao cuidado da redaçãopara o endereço indicado nesta ficha técnica.

informações úteis

sumário

edit

oria

l

CâMARA MUNICIPAL

Paços do ConcelhoPraça de Bocage265 541 500 | 808 200 717 (linha azul)Gabinete da Presidê[email protected] de Administração Gerale Finanças | [email protected] da Participação Cidadã[email protected]

Edifício da Praça do BrasilPraça do Brasil, 17265 547 900Departamento de Cultura, Educação,Desporto, Juventude e Inclusão SocialDepartamento de Recursos Humanos

Edifício SadoRua Acácio Barradas, 27-29265 537 000Departamento de Ambiente e Atividades Econó[email protected] de Obras [email protected] de Urbanismo

Gabinete de Apoio ao ConsumidorPraça Almirante Reis265 534 086

Gabinete de Apoio ao EmpresárioAv. Belo Horizonte– Escarpas de Santos Nicolau265 545 [email protected]

SEI – Setúbal, Etnias e ImigraçãoRua Amílcar Cabral, 4-6265 545 177 | Fax: 265 545 [email protected]

Gabinete da JuventudeCasa da CulturaRua Detrás da Guarda, 28265 236 [email protected]

TURISMO

Casa da Baía de SetúbalCentro de Promoção TurísticaAv. Luísa Todi, 468265 545 010 | 915 174 442

Posto Municipal de Turismo - AzeitãoRua José Augusto Coelho, 27 212 180 729

Loja municipal “Coisas de Setúbal”Praça de Bocage – Paços do [email protected]

ESPAçOS CULTURAIS

Biblioteca Pública MunicipalServiços CentraisAv. Luísa Todi, 188265 537 240

Polo da Bela VistaRua do Moinho, 5265 751 003

Polo Gâmbia, Pontes e Alto da GuerraEstrada Nacional 10, Pontes265 706 833

Polo de S. JuliãoPct. Ilha da Madeira (à Av. de Angola)265 552 210

Polo Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11, V. Nogueira Azeitão212 188 398

Fórum Municipal Luísa TodiAv. Luísa Todi, 61-67265 522 127

Casa da CulturaRua Detrás da Guarda, 28265 236 168

Museu de Setúbal/Convento de JesusGaleria de Pintura QuinhentistaRua do Balneário Dr. Paula Borba265 537 890

Museu do Trabalho Michel GiacomettiLg. Defensores da República265 537 880

Casa BocageArquivo Fotográfico Américo RibeiroRua Edmond Bartissol, 12265 229 255

Museu Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11Vila Nogueira de Azeitão212 188 399

Casa do Corpo SantoMuseu do BarrocoRua do Corpo Santo, 7265 534 402

Cinema Charlot – Auditório MunicipalRua Dr. António Manuel Gamito265 522 446

EQUIPAMENTOSDESPORTIVOS

Complexo Piscinas das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 729 600

Piscina Municipal das PalmeirasAv. Independência das Colónias265 542 590

Piscina Municipal de AzeitãoRua Dr. Agostinho Machado Faria212 199 540

Complexo Municipal de AtletismoEstrada Vale da Rosa265 793 980

Pavilhão Municipal das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 739 890

Pavilhão João dos SantosRua Batalha do Viso265 573 212

UTILIDADE PÚBLICA

Loja do CidadãoAv. Bento Gonçalves, 30 – D265 550 200Balcão CMS: 265 550 228/29/30

Piquete de água 265 529 800Piquete de gás 800 273 030Eletricidade 800 505 505

URGêNCIAS

SOS 112Intoxicações217 950 143SOS Criança808 242 400Linha Saúde 24808 242 424Hospital S. Bernardo265 549 000Hospital Ortopédico do Outão265 543 900Companhia Bombeiros Sapadores265 522 122Linha Verde CBSS800 212 216Bombeiros Voluntários de Setúbal265 538 090Proteção Civil265 739 330Proteção à Floresta117Capitania do Porto de Setúbal265 548 270Comissão Proteção Criançase Jovens de Setúbal265 550 600PSP265 522 018GNR265 522 022

SETÚBALJORNAL MUNICIPAL.abril | maio | junho 2013.ano 13.n.º 49

Dá gosto comprar na praça

pág. 6

Programa especial europeu apoia Convento de Jesus

O Mercado do Livramento está como

novo. A requalificação geral do principal

espaço comercial de Setúbal permitiu

incluir novas valências no edifício e

uma zona técnica para os comerciantes

págs. 4 e 5

Bairro Santos Nicolaumarcha para a vitoria

pág. 16

Música recebidade braços abertos

Ruas bonitasem jornadade cidadania

Momentos de glória

Renovação de todos

os espaços comuns

aumenta qualidade

de vida no bairro

Mais de 6500 pessoas

de todas as idades

na terceira edição

do Setúbal Mais Bonita

Bela Vistaabre pátiosao convívio

pág. 7

págs. 14 e 15

pág. 17

pág. 25

4 PRIMEIRO PLANO A reconversão geral do Mercado do Livramento está concluída, bem como dos 19 pátios da Bela Vista. O Convento de Jesus foi escolhido para beneficiar de uma operação europeia de recuperação.8 LOCAL A reabilitação de imóveis particulares do centro histórico goza de incentivos especiais. O mesmo local foi alvo de um teste antissismo que mostrou prontidão. O concelho saiu à rua para comemorar o 25 de Abril.11 ECONOMIA A Autarquia está a captar o interesse de investimento estrangeiro no concelho e a criar condições para os empresários locais se internacionalizarem. A obra do Alegro segue a bom ritmo.12 FREGUESIA A malha corrida dispõe de pista na freguesia de S. Sebastião e a Anunciada admira o Sado a partir de mais um miradouro. Em S. Simão foi reaberto um lavadouro e S. Lourenço tem um novo posto turístico.13 TURISMO O novo Festival Ibérico do Vinho, de promoção dos néctares de Portugal e Espanha, é um centro de contactos para as marcas. Em Azeitão, são os sabores da Arrábida que atraem os visitantes.14 PLANO CENTRAL Setúbal está cada vez mais bonita com uma campanha que junta as vontades de milhares de pessoas, de crianças a adultos. Durante três dias, 6500 voluntários deitaram mãos à obra por uma causa comum. 16 CULTURA As marchas premiaram o brio das coletividades num concelho que tem um certame particular que junta músicos conceituados à comunidade local. O rock português dispõe em Setúbal um festival inédito.20 CIDADANIA O Nosso Bairro, Nossa Cidade, responsável pelo envolvimento dos moradores da Bela Vista em processos de decisão, teve o primeiro encontro. Um jovem soldador dá cartas dentro e fora de Portugal.21 DESPORTO Pescadores desportivos têm uma feira onde podem trocar ideias e melhorar os seus conhecimentos. A exposição de José Mourinho, o homem e o profissional, mostrou um percurso de êxito. 22 EDUCAÇÃO Miúdos e graúdos brincaram à grande no Há Festa no Parque durante dois dias, uma edição com o recorde de 10 mil participantes. Uma semana transmitiu noções de segurança rodoviária.23 ACADEMIA Quatro finalistas da Escola Superior de Saúde propõem-se melhorar a qualidade de vida de quem sofre de fibromialgia. Da Escola Superior de Tecnologia vem um sensor para prevenir fogos.24 RETRATOS Uma costureira da Baixa faz por arrancar um sorriso de satisfação a cada cliente. Fátima Pereira tem nos livros a grande paixão e passou da leitura à escrita, o que já lhe valeu vários prémios.25 INICIATIVA A Academia de Rugby Clube de Setúbal ensina às crianças as noções de um desporto de adultos. Para que o crescimento seja completo, o projeto transmite os valores da solidariedade e entreajuda.26 MEMÓRIA O Quartel do 11, para onde a Escola de Hotelaria e Turismo se mudou, foi onde Bocage assentou praça. D. Pedro Fernandes Sardinha foi o primeiro bispo do Brasil, onde teve um fim trágico.28 PLANO SEGUINTE A Feira de Sant’Iago apresenta um cartaz musical forte e muitas propostas para dias bem passados no recinto das Manteigadas. A animação não falta também por todo o concelho com as festas de verão.

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lEste será o último Jornal Municipal a ser entregue aos munícipes setubalenses e azeitonenses antes

das eleições autárquicas de setembro.

Concluímos, assim, mais um ciclo de trabalho autárquico a que entendemos que deve estar sempre

associada a obrigação de informar todos sobre o trabalho municipal. Fizemo-lo, como sempre,

numa base regular. Por isso mesmo, entendemos que agora é o momento de interromper esta

publicação.

Este último número do Jornal Municipal antes de eleições evidencia, sem margem para dúvidas,

o enorme trabalho que a Autarquia continua a fazer e que, num curto período de quatro anos,

operou extraordinárias mudanças na cidade.

Negá-lo é negar a própria realidade.

A realidade que se vê nas mudanças na zona ribeirinha,

em equipamentos culturais como o Fórum Municipal Luísa

Todi ou a Casa da Cultura, que se vê na recuperação dos nossos

maiores bairros sociais, na requalificação de espaços públicos

como os da zona nascente do Troino, na transformação

da Avenida Luísa Todi como um dos principais polos de atração

de visitantes e de negócios, contribuindo assim para uma inversão do processo de erosão do nosso

centro histórico, na qualificação da nossa hotelaria, na criação de novos projetos turísticos,

na promoção dos nossos produtos regionais, na qualificação dos serviços municipais.

A criação de uma cidade qualificada, atrativa, com polos de desenvolvimento bem identificados

é algo que está ao alcance das competências municipais.

Essa é a cidade em que nos temos empenhado, a cidade que gera mais desenvolvimento,

mais inclusão social, mais cultura.

A cidade que gera mais trabalho, que produz mais emprego.

No mandato que agora termina, a ação municipal facilitou a criação, em Setúbal, de mais

de 4 mil postos de trabalho que resultam de investimentos privados no concelho estimados

em cerca de 800 milhões de euros.

Mas terá sido a Autarquia que criou estes postos de trabalho?

A Câmara Municipal de Setúbal apenas criou as condições para estes investimentos, apenas

os procurou ativamente, apenas tornou a sua máquina técnica e administrativa mais eficaz,

apenas cumpriu o seu papel com as competências e instrumentos que tem à sua disposição.

Esse é o seu papel, essas são as suas competências, mesmo que por estes dias haja quem queira

convencer-nos de que as autarquias dispõem de varinhas mágicas capazes de tudo resolver.

Setúbal tem hoje mais visibilidade, é mais respeitada e impõe-se, cada vez mais,

como uma das mais importantes cidades do país.

Hoje, somos Mais Cidade.

Somos Mais Setúbal.

Extraordinárias mudanças

A ação municipal facilitou

a criação de mais de 4 mil postos

de trabalho que resultam

de investimentos de cerca

de 800 milhões de euros

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal

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á de tudo um pouco no Mercado do Livramento. Peixe fresco, produ-tos hortofrutícolas variados, pão, vinho, queijos e enchidos, flores, artigos artesanais e também os jornais do dia. Tudo num espaço requalificado, amplo e moderno, agora mais apetrechado para as exigências do futuro.Uma visita ao equipamento muni-cipal é mais do que uma simples ta-refa para fazer as compras do dia ou da semana. É um pretexto para um passeio que serve para espairecer, para reencontrar velhos e novos amigos, em momentos de convívio, sempre com temas de conversa di-ferentes. No Livramento, há novas dinâmi-cas de trabalho e um renovado con-

A melhoria da atratividade e das condições operacionais do Mercado do Livramento foi destacada pela presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, na cerimónia que assinalou a conclusão das obras de modernização do equi-pamento, realizada a 24 de abril.“Temos um espaço em que a moderni-dade convive harmoniosamente com a tradição de um mercado fundado em 1876”, sublinhou a autarca, desta-cando que as profundas interven-ções de beneficiação cimentaram o “Livramento como um espaço de refe-rência nacional”.As novas valências criadas naquele espaço comercial foram destacadas pela edil setubalense. “Com o cais é possível realizar as operações de car-

Livramento renova

tradição comercial

O Mercado do Livramento está com um novo fulgor. Há mais qualidade no tradicional espaço de comércio setubalense, com modernas condições

de funcionamento, melhores capacidades operacionais e novas valências, direcionadas para a atividade empresarial. É o resultado de

uma requalificação liderada pela Câmara Municipal que só tem paralelo com as primeiras obras realizadas no equipamento em 1930

Hceito de funcionamento, com me-lhoradas bancas de venda, maiores lojas nos pisos térreo e superior e amplas áreas técnicas e logísticas. Isto num espaço alindado por um painel azulejar único e esculturas alusivas a profissões locais, muito solicitadas para um instantâneo.As intervenções lideradas pela Câ-mara Municipal de Setúbal, que foram muito além da renovação dos espaços de venda e da benefi-ciação geral do edifício, reforçam o objetivo de tornar o mercado num espaço de referência nacional, que alia soluções técnicas modernas, essenciais para o presente e o futu-ro do equipamento, a uma tradição secular. Uma zona técnica, criada a partir da

ampliação do edifício, a sul, ação que permitiu reforçar e melhorar as condições operacionais e logís-ticas, é uma das principais novida-des introduzidas com a execução da última fase de obras no Mercado do Livramento, ultimada em finais de abril. Este espaço, de complemento da atividade regular do equipamen-to comercial, é composto por um amplo cais de cargas e descargas, apetrechado com um conjunto de valências que inclui, entre outras, um refeitório, uma portaria, insta-lações sanitárias e um sistema para tratamento de resíduos sólidos ur-banos.O piso superior do Mercado do Livramento, outra das zonas nas

quais se centraram os trabalhos da última fase de intervenções do equipamento, está também total-mente remodelado e melhorado, apresentando, agora, um conjun-to de novos equipamentos, como elevadores, balneários e vários espaços de comércio e iniciativas empresariais.A empreitada “Requalificação e Modernização do Mercado do Li-vramento”, do PIVZRS – Programa Integrado de Valorização da Zona Ribeirinha de Setúbal, consti-tui um investimento global de 4 milhões, 291 mil e 246,84 euros, montante comparticipado por fun-dos comunitários, com uma taxa de 65 por cento, através do PORLisboa – Programa Operacional Regional

Mercado de referência nacional

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ZONA TÉCNICACONSERVAÇÃO. Além de uma área destinada aos serviços de fiscalização e veterinária, a zona técnica dispõe de espaços para câmaras frigorí-ficas, para o fornecimento de gelo e armazena-mento e refrigeração de vários produtos.

HIGIENE. Todo o sistema de recolha e trata-mento de resíduos sólidos urbanos está agora centralizado nesta zona do equipamento, com contentores, um compactador de lixo e uma área para recolha de resíduos alimentares.

EFICIÊNCIA. O Mercado do Livramento está apetrechado com um gerador de emergência que assegura a iluminação na totalidade do edifício e o funcionamento das bombas de esgoto em caso de falha de energia elétrica.

NINHO EMPRESARIALGABINETES. O Ninho de Novas Iniciativas Empresariais, a funcionar na zona das galerias, conta com vinte gabinetes individuais, com uma área de cerca de 25 metros quadrados cada, e di-versos espaços de utilização comum.

PROTOCOLO. Um dos gabinetes foi cedido pela Autarquia à Associação de Comerciantes do Mercado do Livramento, para o apoio ao desen-volvimento de um conjunto de atividades cultu-rais, como o Artes no Mercado.

MULTIUSOS. Além de uma área preparada para a instalação de uma cafetaria, o novo serviço con-ta com várias salas de apoio, para atividades de formação e reuniões, e um auditório polivalente equipado com meios audiovisuais.

Mercado de referência nacional

de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.

Arranjos exteriores

A requalificação do Mercado do Livramento incluiu a remodelação dos espaços exteriores, já concre-tizados na Rua Oriental do Merca-do, com um conjunto de interven-ções de beneficiação que envolveu a colocação de bancos e árvores, o reforço da iluminação pública e a criação de novas áreas pedonais.A Câmara Municipal de Setúbal vai ainda avançar em breve com a requalificação da Rua Ocidental do Mercado, operação que inclui o arranjo de passeios, a substituição

dos sistemas de saneamento e a re-pavimentação da totalidade da via.A aquisição de um lote de terreno a sul, anexo à nova zona técnica, para a construção de uma área de estacionamento para utilização pública, destinado, em particular, aos clientes do Mercado do Livra-mento, está também no horizonte da Autarquia.Enquanto não há uma decisão de-finitiva, aquele espaço pode ser utilizado para estacionamento au-tomóvel, tendo a Câmara Munici-pal realizado um conjunto de ações que permitiram dotar a área com condições de usufruto, incluindo a criação de um pavimento em tout venant e a construção de rampas de acesso.

metros quadrados é a área total de implantação

é a data de fundação do Mercado do Livramento

bancas com várias atividades comerciais

produtores inscritos nas vendas

lojas nos pisos térreo e superior

metros de comprimento na nova área técnica

estátuas alusivas a profissões embelezam o equipamento

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Números

ga e descarga de artigos no interior do edifício, medida que constitui um forte contributo para reduzir os problemas de trânsito verificados nas imediações do mercado.”O piso superior do mercado, outra das zonas na qual se centraram os trabalhos da última fase de inter-venções no edifício, está totalmente remodelado, com um conjunto de novos equipamentos e serviços.“Este é o resultado da visão estratégica da Autarquia para a criação de mais desenvolvimento, mais riqueza, mais trabalho para a população, uma apos-ta para que possamos ultrapassar mais depressa esta tenebrosa crise para onde fomos arrastados e onde nos querem afundar ainda mais”, vincou Maria das Dores Meira.

Uma homenagem aos trabalhado-res falecidos num acidente verifi-cado durante as obras de requali-ficação do imóvel, a 7 de fevereiro de 2012, fez também parte da inau-guração. Após o descerramento de uma placa, colocada na parede sul, houve um minuto de silêncio em memória das vítimas.A reposição do valioso patrimó-nio azulejar, seriamente danifica-do nesse acidente, foi igualmente enaltecida pela autarca, operação concretizada com o apoio me-cenático da Fundação Buehler--Brockhaus. “Ali está ele, de novo a alegrar este mercado, de novo a fazer com que o Livramento seja um merca-do único, seja a praça de Setúbal que sempre foi.”

PISO SUPERIORLOJAS. A ampliação do edifício do mercado permitiu a criação de 13 novas lojas no topo sul, mais amplas, com comércio variado, incluindo dois cafés, um cabeleireiro e uma loja de estéti-ca, um pronto-a-vestir e artigos de pesca.

APOIO. A adaptação do piso superior resultou na criação de dois novos espaços onde funcio-nam os gabinetes municipais de Apoio ao Em-presário e do Consumidor, valências que passam a estar mais próximas dos utilizadores.

CONFORTO. Novos balneários, amplos e do-tados de todas as condições de conforto, para utilização dos funcionários da Autarquia e dos operadores do Mercado do Livramento, foram instalados no renovado equipamento.

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Luz verde para o restauro total do Convento de Jesus. Um novo in-centivo de âmbito europeu per-mite avançar com um conjunto de intervenções de reabilitação mais abrangentes e devolver à cidade um dos marcos principais do manueli-no em Portugal.A importância histórica e arquitetó-nica do imóvel foram fundamentais para a decisão de um painel de pe-ritos internacionais de incluir este monumento nacional num progra-ma da organização Europa Nostra, apoiado pelo Instituto do Banco Europeu de Investimento, que visa a canalização dos fundos necessários para a recuperação de património.O apoio à reabilitação do Convento de Jesus foi anunciado em junho, em Atenas, Grécia, nas celebra-

A proximidade da Escola de Ho-telaria e Turismo de Setúbal com a população é reforçada graças à mudança das instalações para um antigo espaço militar da cidade, equipamento que disponibiliza, em breve, novos serviços para o públi-co e valências que permitiram re-dimensionar o estabelecimento de ensino e alargar a oferta formativa.Com capacidade para um total de 250 alunos, o novo equipamento, criado num espaço adquirido pela Câmara Municipal de Setúbal por cerca de 2,5 milhões de euros e ce-dido ao Turismo de Portugal, conta com oito salas de aula, uma biblio-teca, um auditório de cozinha que permite assistir à confeção de pra-tos, uma sala de enologia e várias áreas técnicas.Na área da formação, as novas va-lências da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal incluem ainda um restaurante, um bar e um ho-tel de aplicação, com mais de duas dezenas de quartos, serviços dina-mizados pelos alunos do estabe-

Um dos mais castiços e típicos bair-ros de Setúbal está como novo. De uma ponta a outra, a zona nascen-te do Troino, com mais de 10 mil metros quadrados, foi totalmente requalificada através de uma opera-ção que aliou elementos modernos urbanos às linhas arquitetónicas tradicionais. “Este é mais um passo de extrema im-portância e relevante significado para a requalificação da cidade. Apesar do trabalho complexo, foi possível reabi-litar um espaço com uma grande his-tória e tradição”, sublinhou a presi-dente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, a 21 de março, na cerimónia de inauguração das obras.O projeto “Requalificação e Revita-lização Urbana do Bairro do Troino Nascente”, incluído no ReSet – Pro-grama de Regeneração Urbana do

Convento avançapara obra global

A valia histórica e arquitetónica levou o Convento de Jesus a ser incluído num programa europeu de reabilitação do património. A medida permite a recuperação integral do imóvel e a reabertura em pleno da joia manuelina com novas valências culturais e turísticas

ções do quinquagésimo aniversá-rio da Federação Pan-Europeia de Património Cultural, que englobou o edifício do século XV numa lista restrita de sete monumentos em risco de degradação que, pelo valor que possuem, justificam uma inter-venção prioritária.Durante o verão, uma equipa de es-pecialistas visita o convento, intei-rando-se do projeto de recuperação e das condições de preservação do imóvel, com o intuito de preparar um plano de ação, com apresentação oficial programada para dezembro.Incluídos no programa “Os Sete Mais em Risco” estão, além do Con-vento de Jesus, o único votado por unanimidade, o anfiteatro romano de Durrës, na Albânia, a zona de separação no centro histórico de

Nicósia, Chipre, as fortificações se-tecentistas de Briançon, França, o mosteiro renascentista de San Be-nedetto Po, Itália, a paisagem his-tórica mineira de Rosia Montana, Roménia, e a Igreja de São Jorge em Mardin, Turquia.O Convento de Jesus está neste mo-mento a ser alvo de uma empreitada num investimento superior a três milhões de euros que a Câmara Mu-nicipal lançou no final do ano pas-sado, com apoios comunitários, no âmbito de uma candidatura apre-sentada com o objetivo de suster a degradação e permitir a reabertura ao público de uma ala do edifício, numa zona que acolherá peças do acervo do Museu de Setúbal, in-cluindo a Galeria de Pintura Qui-nhentista.

Requalificação transforma Troino

Hotelaria alargada

Centro Histórico de Setúbal, ma-terializa um investimento global de 919 mil e 317,94 euros, financiado com o apoio de fundos comunitá-rios canalizados através do PORLis-boa – Programa Operacional Regio-

nal de Lisboa, ao abrigo do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.As intervenções, que devolveram a primazia à circulação pedonal nas ruas do bairro, incluíram a subs-

tituição total das redes de esgotos e abastecimento de água e a re-formulação integral do sistema de drenagem de águas pluviais, medi-da que soluciona vários problemas relacionados com inundações que afetavam a zona.Numa empreitada complementar, orçada em 73 mil e 651,13 euros, foi reabilitada a Praça Teófilo Bra-ga, ação que visou a modernização daquele espaço com a introdução de elementos urbanos de expressão contemporânea.Os trabalhos tiveram como obje-tivo a reabilitação do pavimento, a limpeza do Chafariz do Sapal e a conservação dos muros situados no perímetro exterior daquele local, mantidos para conservar uma bar-reira de proteção de forma a evitar o estacionamento automóvel desor-denado na zona.

lecimento de ensino, que podem aplicar os conhecimentos em con-texto real de trabalho.No requalificado Quartel do 11, além de um auditório multiusos, funciona uma galeria municipal, espaço dinamizado pela Autarquia que abriu ao público em finais de março, com uma exposição dedica-da a José Mourinho.A entrada em funcionamento das novas instalações da escola, ins-talada numa zona perto da frente ribeirinha e numa Avenida Luísa Todi totalmente reabilitada, além da criação de novas dinâmicas de ensino, permite o reforço das con-dições de atratividade turística da cidade. A obra, com um custo global de 7,8 milhões de euros, é um investi-mento suportado pelo Turismo de Portugal e financiado por fundos comunitários através do PORLis-boa  – Programa Operacional Re-gional de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Es-tratégico Nacional.

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Um pátio é ponto de encontro entre vizinhos e amigos, de reuniões e de festejos, de namoros e jogos infantis. É este o espírito devolvido ao Bairro da Bela Vista com a reabilitação dos 19 espaços comuns. Um trabalho feito em conjunto entre moradores e Câmara Municipal

Bela Vista comunica entre pátios novos

A criação de espaços de lazer que asseguram a circu-lação entre os blocos de edifícios é o principal objeti-vo da reabilitação dos 19 pátios do bairro da Bela Vis-ta, inaugurados a 1 de junho pela Câmara Municipal.Iluminação, repavimentação, drenagem de águas pluviais e arborização foram aspetos alvo de inter-venção destas áreas comuns, com um total de 32 mil metros quadrados, criando novas zonas de estadia e equipamentos para uma ocupação coletiva e multi-funcional.O projeto “Reconversão dos Espaços Comuns da Bela Vista”, integrado no programa RUBE – Regeneração Urbana da Bela Vista e Zona Envolvente, teve um in-vestimento de 1 milhão e 285 mil euros, compartici-pado em 65 por cento através do PORLisboa – Pro-grama Operacional Regional de Lisboa, ao abrigo do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.A obra incluiu substituição integral dos pavimentos por materiais de várias cores e calçadas de vidraço e cubos de granito, remodelação da rede de iluminação pública, plantação de mais de duas centenas de árvo-res, mobiliário urbano novo, como bancos e papelei-ras, sumidouros para aumentar a eficiência da dre-nagem das águas pluviais, zonas de estacionamento automóvel organizado e condições para a entrada e circulação de viaturas de emergência e para cargas e descargas. A intervenção envolveu ainda a recuperação de um anfiteatro existente num dos pátios e a criação de ou-tras duas zonas com funções idênticas que permitem a prática de desportos e a dinamização de iniciativas culturais. Durante cerca de duas horas, Maria das Dores Meira,

acompanhada de vereadores e do presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, percorreu os novos es-paços, dotados de rampas e escadas que asseguram, sem barreiras urbanísticas, a acessibilidade entre os 19 pátios.No último, com um anfiteatro, foi descerrada uma placa que assinala a inauguração desta obra, que a presidente da Câmara Municipal destacou como uma “âncora” para uma melhor qualidade de vida e senti-mento de pertença dos moradores. A autarca lembrou ainda que noutra intervenção, de recuperação de edifícios, como a pintura de facha-das, no âmbito do programa municipal “Nosso Bair-ro, Nossa Cidade”, foram os próprios moradores que, “com as suas mãos e o seu saber”, quiseram “ajudar a transformar o bairro”, tornando-o num espaço onde “todos se sintam bem”.De igual forma, decidiram o que se deveria arranjar, pintar e melhorar. A Câmara Municipal “apenas criou as condições para que fosse também a população do bair-ro a assumir esta colossal missão”.Maria das Dores Meira exemplificou esta mudança com o trabalho conseguido no Forte da Bela Vista, bairro que “foi todo recuperado pelos moradores” e que “hoje não tem um risco numa parede”.À passagem pelos pátios, a comitiva foi recebida em ambiente de festa, com momentos de dança pelos jovens da ACM e uma exposição de pintura no pá-tio onde está localizado o Centro Cultural Africano. Iniciativas que demonstram que os pátios são agora “áreas multifuncionais aptas a enquadrar quotidiana-mente várias atividades”, como referiu a presidente da Câmara Municipal.

METAMORFOSE. A instalação do escultor João Limpinho, patente na Rua do Monte,

feita nomeadamente a partir de sucata, com a participação de alunos do Agrupamento Vertical

de Escolas Ordem de Sant’Iago, inaugura o Núcleo Museológico Urbano da Bela Vista,

simbolizando a transformação do bairro. O conjunto de borboletas é o ponto de partida do projeto, que prevê mais 16 peças a instalar

nos pátios renovados.

E2A - ACM

E3 - Café da Bela Vista

E3

E2A - Escoteiros

E5 - Programa Escolhas

E2B - Antigo Pátio das Hortas

E3 - Centro Cultural Africano

E3

E4 - Jardins de infância

E4 - Quinta Nova

E2B - Biblioteca

E3

E4

E3

E1A - Paraquedistas

E5 - Mercado Social

E3 - Unidades Económicas

E1B

E5 - Especialistas da Força Aérea

A Câmara Muncipal promoveu a recuperação dos 19 pátios da Bela Vista, uma

obra de mais de um milhão de euros que contribui para

a melhoria da imagem e da qualidade de vida do bairro

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8SETÚBALabril|maio|junho13

As medidas promotoras de uma maior sus-tentabilidade ambiental na gestão dos es-paços verdes em Setúbal foram destacadas pelo vice-presidente da Autarquia, André Martins, num encontro técnico com vários especialistas, realizado a 10 de maio, no Fó-rum Municipal Luísa Todi.“Temos desenvolvido, nos últimos anos, um conjunto de ações que visam a sustentabilida-de dos espaços verdes e uma utilização mais racional do uso da água na rega”, sublinhou André Martins, nas “I Jornadas Técnicas em Espaços Verdes”. O autarca, afirmando que a correta gestão da água “é um fator chave na sustentabilidade dos espaços verdes”, reforçou que a opção estra-tégica da Autarquia materializa “um impe-

rativo ambiental e económico aliado a uma crescente consciencialização na sociedade de que os recursos hídricos não são ilimitados”.No encontro, promovido pela Câmara Municipal de Setúbal com o patrocínio da empresa Moix, André Martins abordou, igualmente, uma série de boas práticas implementadas no concelho na conceção e manutenção dos espaços verdes, com vista a melhorar a eficiência da gestão e a sus-tentabilidade ambiental.A “eliminação total da rega com mangueira e a adoção de modernos sistemas gota a gota, com gestão automatizada” foram ações des-tacadas, assim como a supressão de zonas ajardinadas com uma área inferior a 150 metros quadrados, “medida fundamental para a racionalização” de recursos. Além de trabalhos de adequação dos solos para aumentar a eficiência da água, da pro-dução de plantas nos viveiros municipais e da plantação de espécies mais resisten-tes nos espaços públicos, bem como para reduzir o crescimento de infestantes, a Autarquia tem vindo a concretizar inves-timentos para diminuir custos com a rega, nomeadamente optando por furos.

Uma operação de loteamento da área mais antiga do Bairro da Liberdade, medida que visa a regularização daquela área urbana e a melhoria da qualida-de de vida da população, foi aprovada no final de maio, em reunião pública, pela Câmara Municipal.A iniciativa pretende lotear uma zona com perto de 40 mil metros quadrados, respeitante à “Fase Velha” do Bairro da Liberdade, área urbana localizada na freguesia de S. Sebastião, cuja ocupação habitacional remonta a meados dos anos 60, abrangendo um total de 76.325 metros quadrados. A aprovação do Loteamento Municipal do Bairro da Liberdade permite criar um total de 94 lotes, incluindo a regularização de 70, a criação de 18 novos e a definição de seis complementos para incorporar em parcelas já desanexadas.A regularização da propriedade do solo, medida que proporciona aos mora-dores adquirir os terrenos nos quais existem habitações, é um dos principais objetivos desta ação, destinada ainda à reabilitação e requalificação do bairro com a melhoria das infraestruturas urbanas, nomeadamente através da cria-ção de espaços verdes e do reforço das condições de salubridade.A melhoria da qualidade de vivência e o incremento das condições de cir-culação automóvel, com a abertura de novos arruamentos que permitam o acesso de veículos de emergência e socorro a todas as habitações, são outras operações possíveis de concretizar com a aprovação do loteamento.

Brejos de Azeitão beneficia redes Uma empreitada orçada em 71.677,21 euros preten-de melhorar a eficiência do abastecimento de águas às populações de cerca de duas centenas de moradias numa área a norte de Brejos de Azeitão e dotar a zona das Galeotas de uma rede de saneamento básico. Na mesma zona, mais a sul, um investimento de 54.785,27 euros da Câmara Municipal reabilitou o sistema de

abastecimento de água, com tra-balhos centrados na Rua do Rosei-ral que incluíram a substituição e ampliação de in-fraestruturas.

Intervençãorenova imagemAs condições de cir-culação pedonal e de estacionamento automóvel na Rua do Mormugão são melhoradas com um conjunto de ar-ranjos urbanísticos, numa extensão com cerca de 150 metros, a decorrer até julho. A intervenção, orçada em 52.844,07 euros, inclui a requalificação integral das áreas pedonais, a reorganização das zonas de parque-amento automóvel, o alargamento das caleiras de ár-vores plantadas na via, a deslocalização de luminárias e o reforço da iluminação pública.

loca

lMais parques infantisCinco novos parques infantis, instalados em áreas com cerca de 225 metros quadrados, são ins-talados, em breve, pela Câmara Municipal de Setúbal, num in-vestimento global de 140.029,11 euros executado por ajuste direto. Os parques infantis, todos com equipamentos idênticos, apetre-chados de um piso amortecedor e delimitados por uma vedação, são criados nas pracetas Carlos Fres-cata e das Amoreiras, nos bairros Grito do Povo e dos Pinheirinhos e no Largo Cidade de Magdeburgo.

Saneamento melhoraUma empreitada da Autarquia está a melhorar a eficiência de três es-tações elevatórias de águas resi-duais instaladas na Avenida Luísa Todi, no Parque do Bonfim e no Clube Naval Setubalense. A me-lhoria destes equipamentos, um investimento de 146.266,79 euros a decorrer até ao final de julho, é alcançada com a substituição dos sistemas elétricos, que passam a ficar instalados em anexos técni-cos construídos ao nível do solo, devidamente enquadrados no es-paço paisagístico envolvente.

Incentivo à reabilitação urbanaA recuperação dos edifícios dos centros históricos de Setúbal e Azeitão tem importantes aliados que possibilitam reduzir os custos dessas operações. O programa foi apresentado publicamente e pretende estimular o potencial de renovação das zonas mais antigas do concelho

Incentivos fiscais e minorações de taxas municipais são algumas das várias vantagens proporcionadas pela Câmara Municipal aos pro-prietários que recuperem imóveis nos centros históricos da cidade de Setúbal e de Azeitão.

As medidas, definidas no âmbi-to das ARU – Área de Reabilitação Urbana delimitadas para Setúbal e Azeitão, foram apresentadas no fi-nal de abril em sessão pública que contou com a participação da presi-dente da Câmara Municipal, Maria

pró-ativo das ações de reabilitação e a simplificação de todos os procedi-mentos administrativos”.A arquiteta Rita Barreiro, coorde-nadora da equipa técnica municipal constituída para dar continuidade ao projeto, adiantou que ambas as áreas se focam principalmente nos respetivos centros históricos. A de Setúbal inclui, ainda, o Bairro Sal-gado, “que antes estava completamen-te desprotegido”, enquanto a de Azei-tão centra-se no núcleo histórico de Vila Nogueira, a partir da Rua José Augusto Coelho, e em Aldeia Rica.A Autarquia estima que no total das duas ARU perto de 3200 edifícios estão a precisar de intervenções de recuperação, mas cerca de vinte técnicos municipais encontram-se a realizar inquéritos porta a porta para averiguar com precisão o nú-mero total de imóveis a reabilitar.Durante o período de diagnóstico, a concluir em breve, é feito o levanta-

Espaços verdes sustentáveisLiberdade regulariza

loteamento

das Dores Meira, e do vereador do Urbanismo, André Martins.“Podemos proporcionar aos proprietá-rios um conjunto de incentivos fiscais que passam pela isenção do IMI [Im-posto Municipal sobre Imóveis] du-rante cinco anos e pela isenção do IMT [Imposto Municipal sobre as Trans-missões Onerosas de Imóveis] na primeira transmissão do imóvel rea-bilitado”, anunciou Maria das Dores Meira.A autarca adiantou igualmente que os benefícios aos proprietários que recuperem imóveis nas áreas de-limitadas incluem “um regime es-pecial para as taxas administrativas municipais”, que define isenções na constituição de propriedade hori-zontal, na aquisição de informações prévias e nas vistorias e a redução para metade do valor da maioria das taxas urbanísticas.O Município assegura também que será feito “o acompanhamento

mento sistemático de cerca de 2800 edifícios e 6500 frações. A área to-tal das duas ARU está estimada em mais de 1 quilómetro quadrado.O vereador do Urbanismo anun-ciou que, uma vez terminada a fase de diagnóstico, a Câmara Municipal vai empenhar-se na elaboração de um plano estratégico que pretende definir as medidas, ações e políti-cas que favorecem a reabilitação dos imóveis nas ARU e as transformam em áreas mais apelativas para o in-cremento das componentes de co-mércio tradicional e de habitação, conferindo novas dinâmicas aos territórios.A presidente da Autarquia recor-dou ainda que a Câmara Municipal está há seis anos a desenvolver “um grande esforço” na reabilitação de imóveis nas zonas histórias do con-celho, criando “equipamentos que possam ser âncoras na estratégia de regeneração”.

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A Casa da Baía – Centro de Promoção Turística, da Câmara Munici-pal de Setúbal, foi distinguida com um certificado de acessibilidade do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM), pelas condições de acesso facultadas a pessoas com mobilidade reduzida.O selo de qualidade atribuído pelo ICVM sublinha que o edifício, inau-gurado em 2011, facilita o acesso aos pontos mais relevantes e aos res-petivos serviços ali prestados.A questão da mobilidade e acessibilidade urbana a todos os cidadãos tem sido uma das apostas da Câmara Municipal na política de desen-volvimento do concelho.A presidente da Autarquia salientou no dia da entrega do certificado, a 4 de junho, que “se as pessoas com mobilidade reduzida no mundo sou-

berem que podem vir a Setúbal sem problemas de se deslocaram pelas ruas e edifícios, virão com toda a certeza”.Para Maria das Dores Meira, Se-túbal “tem feito progressos signifi-cativos no campo da mobilidade”, o que constitui “uma questão elementar de justiça social”, acres-centando: “Convém também repa-rar que o turismo orientado para pessoas com mobilidade reduzida movimenta milhões de euros.”Através do certificado, o Instituto das Cidades e Vilas com Mobili-dade reconhece a Casa da Baía como edifício público acessível. O ICVM certifica lugares, públi-cos ou privados, verdadeiramen-te acessíveis.

Várias ruas e avenidas da cidade de Setúbal estão a ser prepa-radas com uma faixa ciclável destinada a promover uma con-vivência mais harmoniosa entre automobilistas e ciclistas no fluxo rodoviário urbano.A faixa, atualmente com oito quilómetros de extensão, tem como principal objetivo dar maior visibilidade aos ciclistas nas diferentes vias da cidade, fomentando um convívio mais saudá-vel e seguro entre os veículos.A faixa ciclável, na margem direita das vias, como previsto no Código da Estrada para a circulação de ciclistas em rodovias, está a ser implementada faseadamente pela Câmara Municipal.A guia está identificada ao longo do percurso com desenhos de bicicletas, não sendo, porém, exclusiva à circulação de velocí-pedes, pelo que os automobilistas podem utilizar a faixa, por exemplo, quando a largura da via é insuficiente para garantir o cruzamento em segurança de veículos motorizados.

Cidadania limpa praiasCentena e meia de crianças e adultos participaram a 25 e 26 de maio em ações de limpeza das praias da Fi-gueirinha e de Al-barquel. Além de melhorar a quali-dade do areal, as iniciativas promoveram também a educação ambiental e a cidadania participativa. Na atividade municipal “Biodiversidade é da Nos-sa Responsabilidade”, crianças e jovens passaram uma manhã na Figueirinha a recolher resíduos e a participar em ações de educação ambiental, enquanto o projeto “Amar Setúbal”, da APAMB – Associação Portuguesa de Inspeção e Prevenção Ambiental, colocou miúdos e graúdos a limpar Albarquel.

Bonfim recebe palmeirasMais de duas de-zenas de palmei-ras da Avenida Antero de Quen-tal foram trans-plantadas para o Parque do Bonfim e viveiros muni-cipais devido às obras de construção do Alegro Setúbal. A ação, conduzida pelos grupos Casvil e Auchan, com a colaboração da Câmara Municipal, tiveram como prioridade a preservação de palmeiras saudáveis, alvo de tratamentos fitossanitários pelos serviços técnicos da Autarquia. Os trabalhos foram de es-pecial complexidade por implicar a retirada dos espécimes do sítio original com recurso a gruas e o transporte em veículos pesados para os respeti-vos destinos.

Protocolo previne incêndiosUm protocolo entre a Câmara Municipal e o Re-gimento de En-genharia n.º 1 do Exército, celebra-do a 6 de junho, viabiliza a limpeza e beneficiação de vias, em particular no Parque Natural da Arrábi-da. O acordo visa minimizar os riscos de incêndio florestal, estando previstas intervenções ao longo de 27 quilómetros de caminhos e trilhos rurais. Os trabalhos, a realizar no âmbito do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, devem de-correr até ao final do primeiro semestre de 2014, incidindo nos vales dos Picheleiros e do Alambre, mas também no Parque Sant’Iago e na Estrada de Palmela.

Obras melhoram circulaçãoA Câmara Muni-cipal está a repa-rar rodovias, no âmbito do plano anual de conser-vação e manuten-ção de vias, para eliminar situa-ções pontuais e anómalas através da aplicação de massas betumi-nosas. As condições de circulação e segurança ro-doviária são ainda melhoradas com a repintura de um conjunto alargado de vias estruturantes, num investimento de 41.614,12 euros a decorrer até julho. Estes trabalhos visam reforçar as marcas rodoviárias que regulam e orientam os automobi-listas e outros utentes na via pública, afetadas pela constante utilização e passagem de veículos.

Setúbal ganhafaixa ciclável

Turismo acessível

Reação a sismo testada

Terramoto a fingir avaliou capacidade de reação dos profissionais da área da Proteção Civil e população. O centro histórico é particularmente vulnerável a uma catástrofe. Mas há um plano. Equipas de segurança e população passaram com distinção na avaliação

Um simulacro a 6 de junho de um sismo com forte impacto na zona do centro his-tórico de Setúbal demonstrou a capacidade de articulação das equipas de proteção e socorro locais e nacionais para resposta a um cenário de catástrofe.A presidente da Câmara Municipal e auto-ridade máxima do serviço de proteção civil sadino sublinhou que o exercício, denomi-nado “Bocage 2013”, “correu muito bem, com todas as entidades envolvidas a responderem da melhor forma aos desafios do simulacro”.O teste pôs à prova a capacidade de rea ção e coordenação entre equipas de proteção e socorro de Setúbal e outras de âmbito nacional, como o Grupo de Proteção e So-corro da GNR, bem como da própria popu-lação.O simulacro, que decorreu ao longo de toda a manhã, consistiu na avaliação da capaci-dade de resposta da Proteção Civil e dos cidadãos perante a ocorrência de um sismo

de 6,4 na escala de Richter, com epicentro na Ribeira de Coina.Por representarem os edifícios com maior concentração de pessoas no centro histó-rico, o exercício incidiu na evacuação dos Paços do Concelho, sede da Câmara Muni-cipal, e da Escola Secundária Sebastião da Gama, num grupo em que se incluiu ainda a EB1/JI dos Arcos.O “Bocage 2013”, preparado pelo Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros (SMPCB) durante mês e meio, envolveu a mobilização e participação de 1480 alunos, 80 professores, 25 funcionários escolares e mais de uma centena de técnicos muni-cipais.Este foi o primeiro teste ao Plano Munici-pal de Intervenção para o Centro Histórico de Setúbal, documento criado pela Autar-quia, através do serviço local de Proteção Civil, e que contempla um conjunto de medidas de segurança para aquela zona da

cidade, como a instalação, já realizada, de sinalética orientadora de locais de segu-rança e colunas de comunicação SOS.“O centro histórico está numa zona muito sen-sível e é bom saber que o plano de emergência foi cumprido ao milímetro, com todas as insti-tuições a corresponder muito bem”, sintetizou Maria das Dores Meira.O comandante da Companhia de Bombei-ros Sapadores de Setúbal adiantou que, apesar terem sido detetadas pequenas fa-lhas no decurso das operações, algo “que acontece sempre em qualquer lado”, assegu-rou que essas dificuldades foram insufi-cientes para afetar os “resultados excelentes” da avaliação global do exercício.O major Paulo Lamego sublinhou igual-mente a importância de exercícios desta natureza, não só para testar capacidade de reação das equipas da proteção civil, mas também para incutir “uma cultura de segu-rança na população”.

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As comemorações do 153.º aniversário da elevação de Se-túbal a cidade, a 19 de abril, incluíram uma visita guiada aos Paços do Concelho em que munícipes ficaram a co-nhecer a Câmara Municipal.“Que giro, que giro” e “são lindíssimos” comentaram uten-tes do Centro Comunitário de Santa Maria da Graça pe-

loca

lPor um coração saudávelTensão arterial e colesterol altos foram os problemas de saúde registados com mais frequência nas cerca de 450 pessoas que aproveitaram os rastreios do “7 Dias do Co-ração”, realizado entre 21 e 23 de maio, na Avenida Luísa Todi. A importância da adoção de hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de exercício, foi sublinhada na ini-ciativa, organizada pelo Serviço de Cardio-logia do Centro Hospitalar de Setúbal, com a colaboração da Câmara Municipal, da Socie-dade Portuguesa de Cardiologia, da Faculda-

de de Motrici-dade Humana e da delegação de Setúbal da Cruz Vermelha Por-tuguesa.

Fotografia atribui prémiosO setubalense Luís Mateus, engenheiro, 37 anos, foi o vencedor da 10.ª edição da Meia Maratona Fotográfica de Setúbal, conse-guindo o primeiro lugar graças ao melhor conjunto de imagens. Na entrega de pré-mios, realizada a 4 de maio, na Casa da Cul-tura, recebeu ainda quatro menções honro-sas. Com o tema “10 anos da Meia Maratona Fotográfica de Setúbal”, o concurso, orga-nizado pela Câmara Municipal, distinguiu ainda Cláudia Silva, que, além do segundo lugar, arrecadou o prémio de melhor fo-tografia e duas menções honrosas. Beatriz

Raleiras ficou na terceira po- sição e teve direito a uma menção hon-rosa.

Acessos à lupa em BarcelonaUma visita de uma comitiva da Câmara Mu-nicipal de Setúbal a Barcelona, no âmbito do programa RAMPA – Regime de Apoio aos Municípios para a Acessibilidade, en-tre os dias 10 e 12 de abril, permitiu ava-liar soluções adotadas num vasto conjunto de espaços e equipamentos públicos numa cidade espanhola considerada um paradig-ma de boas práticas em matéria de acessi-bilidade e mobilidade para a população, nomeadamente para cidadãos portadores de deficiência. A delegação incluía a pre-

sidente da Au-tarquia, Maria das Dores Mei-ra, o vereador do Urbanismo, André Martins, e técnicos.

Setúbal lança pontes na BaíaO incremento das relações culturais e eco-nómicas e a possibilidade do estabeleci-mento da geminação entre Setúbal e Sal-vador da Baía foram temas abordados entre representantes de ambos os municípios durante a visita de uma comitiva sadina àquela cidade brasileira, entre 13 e 17 de maio. A delegação, liderada pela presiden-te da Autarquia, divulgou as potencialida-des económicas e turísticas de Setúbal no decorrer de reuniões institucionais com a prefeitura local, a Associação Comercial da

Baía, a Câma-ra de Comércio Portuguesa e a Irmandade da Devoção do Se-nhor do Bon-fim.

Cidade de portas abertas

Comemorações contra a austeridadeSetúbal não foi austera a celebrar mais um ano sobre a Revolução dos Cravos. A população saiu à rua para festejar o dia em que a luz expulsou a escuridão. A presidente da Câmara Municipal afirmou que é tempo de Portugal afirmar a sua soberania

Setúbal comemorou com festa em todo o concelho os 39 anos do 25 de Abril, mas a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, lembrou a urgência em substituir o modelo assente na austeri-dade por políticas a favor dos portugueses.Comemorar Abril em 2013, assinalou a au-tarca na sessão solene comemorativa da As-sembleia Municipal de Setúbal, “é afirmar que um povo não se vende”, que “Portugal não é dos especuladores, não é da troika”, mas, sim, “dos portugueses e das portuguesas”. Maria das Dores Meira apontou a necessi-dade de “afirmar a nossa soberania”, de “re-cuperar o poder de decidir sobre as nossas vidas e que caminhos queremos trilhar”, recusando a ideia de que não existe política alternativa para enfrentar a conjuntura económico-financeira.“Exijamos outro caminho que não este da aus-teridade cega e a todo o custo, da austeridade à conta de quem não pode, de quem não tem, de quem está prestes a cair no desemprego, na misé-ria, na doença. Em nome de Abril, exijamos o fim desta política que destrói o País”, sublinhou.Numa deposição de flores no Monumento à Resistência, na Avenida Luísa Todi, inicia-tiva organizada em conjunto com a União de Resistentes Antifascistas, Pedro Soares, da

delegação de Setúbal desta instituição, aler-tou que “a ordem democrática do 25 de Abril é constantemente ofendida” e que, por isso, “é importante refletir, porque a luta contra o monstro [fascismo] ainda não acabou”.

Concelho em festa

Empunhando cravos vermelhos, símbolos da revolução da liberdade, os setubalenses participaram ativamente nas iniciativas de um programa organizado pela Câmara Mu-nicipal, pelas juntas de freguesia e por di-versas instituições, com cerimónias e muita atividade cultural, desportiva e de lazer.Na Praça de Bocage, decorreu uma animação infantil de ópera ligeira “Nos Castelos de D. Afonso Henriques”, da autoria de José Carlos Godinho, por alunos da EB 2,3 de Azeitão, uma forma original de contar a história do início do Portugal, seguindo-se uma atuação da Banda Filarmónica da Sociedade Musical Capricho Setubalense.Uma comitiva do Executivo municipal fez o habitual périplo pelas freguesias, onde, além de convívio intergeracional motivado pelas comemorações dos 39 anos da Revolu-ção dos Cravos, foram inaugurados espaços e equipamentos públicos, obras para usufruto

da população, executadas no espírito de uma política de proximidade e que materializam os valores democráticos conquistados por Abril (ver Freguesia).Uma das inaugurações foi no Bosque do Centenário, em Vale do Cobro, de uma placa escultórica de homenagem pelos 100 anos de Álvaro Cunhal.Destaque ainda para a festa inédita promo-vida no Forte da Bela Vista, iniciativa dina-mizada no âmbito do programa municipal “Nosso Bairro, Nossa Cidade”. “Esta é a primeira vez que o 25 de Abril é celebrado neste bairro. É um momento de grande alegria ver o Forte da Bela Vista a celebrar a Revolução dos Cravos”, salientou a presidente da Câmara Municipal, reforçando que este tipo de ati-vidades é a prova de que “os moradores estão a trabalhar para conquistar um futuro melhor”.Dois espetáculos musicais, um de véspera, a anunciar a chegada da Revolução dos Cravos, com a participação de Banda do Andarilho, Navegante e Bardoada, a que se seguiu fogo de artifício, o outro no Dia da Liberdade, com Francisco Fanhais, Chullage, Coral In-fantil de Setúbal e Sons da Gente, numa ini-ciativa apresentada pela atriz Maria do Céu Guerra, marcaram ainda as comemorações deste ano.

rante as explicações no Salão Nobre sobre o Tríptico dos Setubalenses Ilustres, de Luciano dos Santos, e o quadro alusivo a São Francisco Xavier, padroeiro do concelho, de Lima de Freitas.No decurso de mais esta sessão dos “Paços do Concelho de Portas Abertas”, os visitantes ficaram a conhecer os diferentes espaços dos serviços municipais, assim como áreas normalmente menos acessíveis ao público, como o Gabinete da Presidente, a Sala de Sessões e o Salão Nobre.Além da visita, as comemorações incluíram uma ceri-mónia de hastear da bandeira do Município, o encontro “Aula aberta: a elevação de Setúbal a cidade”, por Qua-resma Rosa, o lançamento da reedição do poema épico “Afonso Africano”, escrito por Vasco Mouzinho de Que-vedo em 1611, um recital de piano por Pedro Pereira, o concerto “Cantar Bocage”, pelos e-Vox, e a exposição “A cidade no colecionismo setubalense”.

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omia

COMÉRCIO. As coleções primavera/verão 2013 disponíveis em lojas da Baixa de Setúbal saíram à rua a 25 de maio, em desfiles, na Praça de Bocage, ao longo de todo o dia, com a participação de modelos amadores. A iniciativa foi realizada no âmbito do projeto “(Re)Viver a Baixa”, dinamizado pela Câmara Municipal e pela Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal, que pretende revitalizar o comércio tradicional e a própria zona da Baixa.

Uma sessão de esclarecimento promovida pela Câmara Municipal e pela CCIAP – Câ-mara de Comércio e Indústria Árabe-Portu-guesa, realizada em março, na Casa da Baía, apresentou oportunidades reais de investi-mento nos mercados árabes a cerca de três dezenas de empresas do concelho.“Estamos empenhados na dinamização do te-cido empresarial de toda a região”, sublinhou a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, na abertura do encontro “Oportunida-des e Potencialidades dos Mercados Árabes”.A identificação de oportunidades de inves-timento em novos mercados externos para as empresas de Setúbal foi um dos princi-pais objetivos da sessão de esclarecimento, a primeira de uma série de encontros a dina-mizar na cidade.“Temos feito, igualmente, intensos contactos

As obras de construção do Alegro Setúbal, o novo e moderno espaço comercial que está a ser criado na entrada norte da cidade, avan-çam a bom ritmo.No terreno já é possível observar algumas in-fraestruturas do futuro equipamento comer-cial, orçado em 110 milhões de euros, nome-adamente a nova área que acolhe as 115 lojas do Alegro Setúbal.Na parte antiga, que engloba o hipermerca-do, as transformações também já são visí-veis, com a reformulação do interior da loja e a demolição de várias zonas do parque sub-terrâneo e das antigas galerias comerciais.No âmbito do projeto de construção do Ale-

Árabes captam investimento

Oportunidades de expansão de negócios foram apresentadas a empresas do concelho num encontro com a Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa. Numa futura sessão, a Autarquia tenta captar novos investidores para Setúbal

Alegro mostra obra

gro Setúbal é também promovida uma pro-funda remodelação da entrada norte da ci-dade, com o reperfilamento de vias, a criação de duas rotundas e a beneficiação da rede de saneamento existente naquela área.No âmbito desta operação urbanística, após a demolição de duas passagens superiores desniveladas, uma pedonal, outra rodoviária, foi definido um novo esquema de trânsito vi-ário, que inclui a instalação de uma rotunda provisória na Avenida Antero de Quental.O Alegro Setúbal, equipamento com uma área bruta de construção de 137 mil metros quadrados, é promovido pela Immochan, empresa imobiliária do Grupo Auchan.

Produtos regionais cativam RússiaUma comitiva empresarial russa visitou Setúbal, em meados de maio, com o objetivo de conhecer as possibilidades de concretização de in-vestimento na região, de apresentar novas oportunidades de negócio e de promover os produtos locais na Rússia.“Este encontro teve uma dupla função. Por um lado, mostrámos as potencia-lidades de Setúbal para atrair novos investimentos e, por outro, apresentá-mos aos empresários da região novas possibilidades de negócios no estran-geiro”, realçou o vice-presidente da Autarquia, André Martins.A realização de uma mostra em Moscovo, na Rússia, de promoção e divulgação internacional de um conjunto de artigos produzidos na re-gião de Setúbal foi uma das hipóteses abordadas no encontro, realizado nos Paços do Concelho, no qual ficou patente a intenção de trazer até ao concelho alguns dos produtos existentes naquele mercado do Leste europeu.O encontro, com a participação do presidente da associação de empre-sários “KAD-M”, Amur Kanchiveli, e um representante da Edinstvo – Associação dos Imigrantes dos Países de Leste, Igor Khashin, entre outros responsáveis russos, incluiu um conjunto de visitas a equipa-mentos que materializam exemplos promovidos pela Autarquia ou com investimento municipal, incluindo a Casa da Baia, a Casa da Cultura e a Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal.

com as várias câmaras de comércio para for-necer informação sobre as nossas capacidades e potencialidades para acolher novos investi-mentos estrangeiros”, frisou.Dando continuidade a este esforço muni-cipal, a Autarquia dinamiza, em breve, um outro encontro com a presença de câmaras de comércio de nações como a China, o Ja-pão e os Estados Unidos da América, ini-ciativa que, neste caso, se realiza na ótica de captação de investimentos para a região de Setúbal.“Os mercados árabes representam um total de 400 milhões de consumidores com um poder de aquisição de 350 mil milhões de dólares”, su-blinhou o secretário-geral da CCIAP, Alla-oua Karim Bouabdellah, entidade fundada em 1977 e que representa as 22 federações das câmaras de comércio árabes.

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Azeitão renova posto turístico

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Num espaço devoluto e descaracterizado no Largo das Duas Cidades, nas Manteigadas, nasceu uma nova área de lazer para a popu-lação, apetrechada com uma pista para ma-lha corrida, modalidade criada pelo Clube de Malha Corrida da Azeda há 13 anos.O novo equipamento recreativo, de utilização pública e gratuita, com as medidas habituais para a prática da malha corrida, foi cons-truído com o apoio técnico de José Gonçalves, aficionado da modalidade, e com a ajuda de moradores da Cooperativa de Habitação das Manteigadas.

A descoberta de Azeitão é feita a partir de um novo posto turístico instalado no Rossio de Vila Nogueira, num edifício totalmente reabilitado após um conjunto de intervenções executadas pela Junta de Freguesia de S. Lourenço, com o apoio da Câmara Municipal.O espaço turístico, com o lema “Descubra Azeitão!”, dispõe de materiais infor-mativos para os visitantes, artigos artesanais, como peças de cerâmica e azuleja-ria, e ainda um conjunto de produções culturais de artistas locais, como litera-tura e música.As obras de criação do Posto de Turismo de Azeitão, executadas em cerca de um mês e meio, representam um investimento global de perto de 20 mil euros. “Este equipamento está agora numa área mais central e privilegiada de Vila Nogueira de Azeitão”, salientou a presidente da Junta de S. Lourenço, Celestina Neves, na inauguração, no dia 25 de abril.O equipamento, dotado de focos de iluminação noturna e de um espaço exte-rior preparado para acolher pequenos eventos associados à cultura e ao turis-mo, incluirá ainda aluguer de bicicle-tas antigas para o desenvolvimento de atividades temá-ticas, como o pas-seio das três fontes – Pasmados, Olei-ros e Aldeia Rica.

O antigo lavadouro de Vendas de Azeitão foi reaberto após obras de recuperação geral do equipamento público, datado de 1916, executadas pela Junta de Freguesia de S. Simão, em colaboração com a Câmara Municipal e com o apoio de mecenas. As intervenções consistiram na realização de ações de beneficiação do lavadou-ro, centradas na consolidação interior e exterior do edifício e na reabilitação do tanque, que incluíram a reparação de uma parede em risco de queda e de áreas do telhado, a recuperação dos portões e a colocação de um pavimento novo em calçada portuguesa na zona de entrada.“Recuperámos um importante pedaço da história de Vendas de Azeitão. É uma questão sentimental que está ligada a este espaço, um antigo local de convívio da população e que passa a estar novamente disponível para utilização”, sublinhou na reabertura daquele património histórico, a 4 de março, o presidente da Junta de Freguesia de S. Simão, João Carpelho.O lavadouro está disponível para visitas ou mesmo lavagem de roupa nos dias de semana das 08h30 às 17h00, podendo também ser utilizado para o desenvolvi-mento de variadas atividades lúdicas e culturais direcionadas para os mais novos.

Malha corrida dinamiza espaço reabilitadoO aço desliza suavemente na nova pista de malha corrida criada na cidade. O equipamento recreativo, construído de raiz, está integrado num espaço público reabilitado nas Manteigadas, com zonas de estadia para a população, mobiliário urbano e uma área ajardinada

Miradouro embeleza Anunciada

Lavadouroem Vendas

A obra, liderada pela Junta de Freguesia de S. Sebastião, num investimento de cerca de 20 mil euros, executada ao longo de cinco meses, conta, além do equipamento recreativo, com uma nova área ajardinada.“Este espaço tem sido muito utilizado pelos mo-radores daquela zona”, sublinha o presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, Nuno Costa, adiantado que “permitiu solucionar uma série de problemas” que afetavam aquela área habitacional. No local, a junta de freguesia, com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal, que cedeu

Uma obra da Junta de Freguesia da Anuncia-da, com o apoio da Câmara Municipal, trans-formou uma área devoluta e descaracterizada numa zona de estadia com vista privilegiada para a cidade, o Sado e a Arrábida, alindada por espaços ajardinados.“Transformámos um autêntico matagal num maravilhoso jardim, um espaço de lazer para a população, devolvido à cidade com novas con-dições para usufruto”, vincou o presidente da junta de freguesia, José Manuel Silva, na inau-guração do equipamento, a 25 de abril, nas co-memorações locais da Revolução dos Cravos.O autarca, realçando os apoios municipais para a concretização de várias intervenções, reforçou que, “se não fosse o investimento mu-nicipal, concretizado através da transferência de verbas para as juntas de freguesia no âmbito dos protocolos de descentralização de competências, era impossível realizar” este tipo de beneficia-ções.Os trabalhos consistiram, numa primeira fase, na limpeza integral daquele local, situa-do na Rua de Nossa Senhora do Cais, e, pos-teriormente, na criação de uma ampla área de lazer, com zonas ajardinadas e vegetação diversa, apetrechadas com um sistema de rega automática.Mobiliário urbano, como bancos e papeleiras, e um apontamento estético no pavimento, um desenho de um sol, fazem parte do Miradouro de Nossa Senhora do Cais, intervenção orça-da em mais de 60 mil euros e executada em pouco mais de cinco meses, que permitiu re-cuperar uma das últimas zonas com função de miradouro naquela área do concelho.

materiais e executou pequenos trabalhos de construção civil, colocou ainda diverso mo-biliário urbano, como bancos, cadeiras e pa-peleiras. O arranjo urbanístico incluiu ainda a instala-ção de uma pérgula, em madeira, proporcio-nando mais espaços de sombra. “Enquanto as trepadeiras não crescem, os moradores da coope-rativa de habitação colocaram ráfia verde para fazer o efeito pretendido”, adianta Nuno Costa.A inauguração do espaço contou com um jogo organizado pelo Clube de Malha Corrida da Azeda, aberto a toda a população.

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se encontraram representantes de produtos gastronómicos de ambos os países, sendo possível experimentar queijo de Azeitão num momento, como presunto espanhol no ins-tante seguinte.O festival, realizado numa tenda gigante ins-talada no Largo José Afonso, contou igual-mente com demonstrações ao vivo de cozinha gourmet, a cargo da chef Fernanda Amaro e com momentos musicais de fado e de fla-menco.A primeira edição do Festival Ibérico do Vi-nho, realizado no âmbito do programa mu-nicipal de promoção vinícola da região de Setúbal “Viva o Vinum”, contou com os apoios da Associação de Municípios Portugueses de Vinho, da Vini Portugal, do Turismo Lisboa e Vale do Tejo, da Wines of Portugal, do Institu-to da Vinha e do Vinho e da Recevin.Associaram-se também à iniciativa a Rota dos Vinhos da Península de Setúbal, a Casa Agrí-cola Horácio Simões, a Malo Tojo, a Herdade da Comporta, o Grupolis, a Casa Ermelinda Freitas, a Quinta do Alcube, a TroiaCruze e a Tranquilidade.

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Os melhores vinhos de Portugal e Espanha estiveram presentes na primeira edição do Festival Ibérico do Vinho, certame que con-tou, entre 3 e 5 de maio, com cinco mil visi-tantes e a participação de dezenas de especia-listas internacionais de enologia.O principal objetivo foi a projeção conjunta de marcas de vinho portuguesas e espanho-las no mundo e para isso foram convidados vários especialistas internacionais do setor, como Isabel Mijares, de Espanha, e Béatrice Da Ros, de França, entre outros profissionais de países como Indonésia, China, Estados Unidos e África do Sul.

A vida no campo, o espírito de aldeia e as antigas profissões foram recriadas no “Tradições, Sabores e Aromas de Azeitão”, certame que destacou, entre 24 e 26 de maio, vários produtos gastronómicos, víni-cos e artesanais da região da Arrábida.O mel, o vinho, o queijo, a doçaria, a fruta e os legumes foram alguns dos produtos espalhados pelas cerca de seis dezenas de stands presentes no certame, que decorreu na Praça da República de Vila Nogueira de Azeitão. Os artigos artesanais e florais mar-caram também presença no evento organizado pela Junta de Freguesia de São Lourenço, com o apoio da Câmara Municipal.A azáfama e a animação não se fizeram sentir só na zona do “rossio”, com a festa a alongar-se até outras áreas de

Conferência discute cetáceosSetúbal recebeu a 27.ª Conferência Inter-nacional da Sociedade Europeia de Ce-táceos, que reuniu meio milhar de pro-fissionais e estudantes de todo o mundo entre os dias 6 e 10 de maio. “A realizar-se em Portugal, apenas poderia acontecer em Setúbal”, concelho onde existe uma das três únicas comunidades de golfinhos se-dentários na Europa, frisou a presidente da Câmara Municipal.

Produção regional divulgadaDoçaria conventual e regional, mel, com-potas e muitos outros produtos típicos da região de Setúbal estiveram em destaque na “II Mostra de Artesanato e Produtos Tradicionais do Distrito de Setúbal”, rea-lizada entre 5 e 7 de abril, na placa central da Avenida Luísa Todi. A iniciativa, da Câ-mara Municipal, promove as produções de artesãos e artistas do distrito, contribuin-do para a venda dos artigos.

Qualidade balnear vale ouroA lista “Praia com Qualidade de Ouro”, de avaliação das águas balneares portugue-sas, inclui, pela primeira vez, três zonas balnea res de Setúbal, Figueirinha, pelo terceiro ano consecutivo, e agora também Galapos e Portinho da Arrábida. A apre-ciação, atribuída pela associação Quercus, distingue as praias que registam um histo-rial de cinco anos consecutivos de quali-dade superior das águas.

Vinho servido ao pôr do solO melhor da gastronomia e dos vinhos re-gionais é servido em passeios catamarã ao largo da Arrábida, todos os fins de semana, até setembro. O Wine Sunset Party, proje-to que junta Câmara Municipal, Rota de Vinhos da Península de Setúbal e o opera-dor turístico Vertigem Azul, envolve as 19 adegas da região, que dão a provar vinhos sadinos de eleição, acompanhados de do-çaria típica.

Tradição desperta sentidos com saborVila Nogueira de Azeitão, nas quais os visitantes puderam conhecer um pouco do património histórico e cultural azeitonense.O “Tradições, Sabores e Aromas de Azeitão” contou ainda com a di-

namização de várias atividades dire-cionadas para os mais novos, de mo-mentos de animação infantil a jogos tradicionais e ateliers pedagógicos no “Espaço Descoberta”, assim como uma a ação de sensibilização ambien-tal.Além de workshops, houve ainda muita animação de rua e momentos musicais, visitas guiadas à Casa-Mu-seu José Maria da Fonseca, com provas de vinhos, e a inauguração da exposi-ção “As antigas profissões de Azeitão”, que esteve patente no Museu Sebas-tião da Gama.

Vinho sem fronteirasCinco mil pessoas viram, experimentaram e compraram dos melhores vinhos portugueses e espanhóis. Mas o Festival Ibérico do Vinho teve objetivos bem mais amplos. Este foi um certame orientado também para a classe profissional. Os sabores da Península Ibérica chegaram aos quatro cantos do mundo

Durante o certame, organizado pela Câmara Municipal e pela Associação Baía de Setú-bal, com o patrocínio da Comissão Vitiviní-cola Regional da Península de Setúbal, um júri internacional premiou o Malo Moscatel de Setúbal Superior 2003 com a Medalha de Grande Ouro do Concurso Ibérico de Mosca-tel, integrado no festival.Para incentivar o intercâmbio de conheci-mentos entre profissionais, o certame incluiu o SpeedWine Business, atividade desenvolvi-da na Casa da Baía que consistiu em reuniões rápidas entre produtores e especialistas para aumentar a notoriedade das marcas, bem como as respetivas redes de contactos inter-nacionais.Numa nota bem mais saborosa, as cerca de cinco mil pessoas que visitaram o Festival Ibérico do Vinho tiveram oportunidade de experimentar vinhos de norte a sul de Portu-gal, assim como de várias regiões de Espanha, como da Manchuela, próximo de Múrcia, e de Tarragona.Pelo meio de tanta oferta vinícola nas cerca de quatro dezenas de expositores também

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Setúbal floresce

em corárvores de fruto, como medronheiro, limoeiro, macieira, laranjeira e nogueira, foram plantadas

plantas aromáticas, ornamentais e de flor, como alecrim, alfazema, rosmaninho, madressilva, tomilho, loureiro, tília, escallonia, hortênsia e cotoneaster

voluntários participaram nos três dias da campanha

litros de tinta e vinte litros de diluente só nas escolas

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65001253

Números da campanha

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QTrês dias bastaram para Setúbal ficar mais bonita. Mais um pequeno grande

passo, somado às duas edições anteriores, que tem revelado, sobretudo, a vontade de toda a população. Mangas arregaçadas viram-se por todo o concelho. Limpar,

pintar e plantar foram os verbos mais ouvidos neste “Setúbal Mais Bonita”

uantas mãos são precisas para tornar uma es-cola mais bonita? Depende. Se for a EB1 das Areias, por exemplo, são necessárias pelo menos 324 porque todos os alunos agarram o projeto “Setúbal Mais Bonita” com as duas mãos, quer seja para limpar canteiros, quer seja para pintar muros ou bancos do recreio.Foi o que aconteceu no primeiro dia da inicia-tiva da Câmara Municipal, dedicado às escolas do concelho, uma ação que pelo terceiro ano consecutivo juntou, voluntariamente, entre 3 e 5 de maio, comunidade educativa, juntas de freguesia, associações e população.Às dez da manhã do dia 3, na EB1 das Areias, já o André, a Filipa, o Tomás, a Leonor e o João Paulo, alunos do 2.º ano, compunham uma pauta musical. Nada mais indicado para esta escola do que a canção “O Areias é um Came-lo”, pintada em notas musicais ao longo do muro exterior do recinto escolar.Enquanto se esmerava na concentração para não borrar a pintura, André, 7 anos, disse saber que se encontrava fora da sala de aula por estar a contribuir “para pôr Setúbal mais bonita”.A pintura no muro desta espécie de hino ado-tado pela escola foi um dos apontamentos decorativos que a professora Fátima Viegas apontou como “enriquecedores e educativos”, valores atribuídos às bandeiras de vários países, tantas quantas representam as nacio-nalidades dos alunos das “Areias”, pintadas na parede junto do campo de jogos.Como o conhecimento da história local é im-prescindível para a identidade cultural das crianças, foram desenhadas numa das entra-das da escola quatro personalidades associa-das a Setúbal, Bocage, Luísa Todi, Zeca Afonso e, claro, José Mourinho.

A vertente educativa do projeto “Setúbal Mais Bonita” reforçou a aposta na reabilitação de espaços ajardinados e enriquecimento das hortas, como aconteceu na EB1 das Areias, em que a comunidade partilha pequenos lotes de terreno onde estão plantadas cenouras, nabi-ças, alho francês, espinafres e até morangos.A Portucel, empresa responsável pelo maior número de árvores plantadas anualmente em Portugal, assegurando a gestão de um patri-mónio florestal de cerca de 120 mil hectares, de norte a sul, foi uma aliada na tarefa de em-belezamento do espaço público, cedendo às escolas 1132 árvores de fruto e plantas aromá-ticas, ornamentais e de flor.No caso da escola das Areias foram plantadas três dezenas de pés de alecrim, alfazema e to-milho, quatro laranjeiras e, em igual número, macieiras, duas nogueiras e trinta cotoneas-ter, planta arbustiva.

Troca tintas

Neste dia, em que trinchas, rolos, ancinhos, tintas e areia substituíram as ferramentas de estudo de alunos e professores, as alunas Ca-rolina, Sofia e Mariana, do 4.º ano da EB1/JI da Azeda, não podiam estar mais entusiasma-das. De rolo e trincha nas mãos, partilham a pintura do muro que cerca a passagem princi-pal no interior da escola. Para Carolina, “desde que pinte”, não interessa a cor do muro. “Desde que não tenha inglês”, confessou uma colega entre risos.Também limpo e apetrechado ficou o jardim desta escola, que beneficia de uma grande área de recreio. Fernando Delicado, um vo-luntário habitual em tudo o que tem a ver com intervenções para benefício da escola, pai de

uma funcionária, foi uma ajuda preciosa para os alunos nas indicações de como se deve lim-par e rebaixar o terreno para, posteriormente, se pintar os canteiros. Na hora de plantar foram meia centena de plantas de flor, que prometem dar fruto com tanta gente a querer cuidar.A professora Fátima Roseira não deixou de sa-lientar que “é um entusiasmo enorme” a forma como os alunos vivem o “Setúbal Mais Boni-ta”. “Os alunos entendem o conceito deste projeto e sabem que a escola deve ser bonita e cuidada”, salientou.Além dos espaços exteriores houve ainda in-

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O projeto “Setúbal Mais Bonita” tem reunido grupos de voluntários heterogéneos, com-postos por amigos, vizinhos, colegas de es-cola e de trabalho. Este ano, um grupo de ar-tistas plásticos foi convidado a participar na pintura de portas de edifícios, com a devida autorização dos proprietários, na Rua 26 de Setembro, ou, como também é conhecida, Rua do Feijão.Porta sim, porta sim, em ambiente festivo, voluntários de todas as idades não tiveram mãos a medir para pôr o Troino ainda mais bonito.Latas de conserva produzidas em Setúbal foi o tema proposto, uma ideia que surgiu após a realização da Tarde Intercultural “Con-servar, Conservas, Marcas e Memórias”, em

Conservar conservasmarcas e memórias

tervenções ao nível do mobiliário, como a re-cuperação de mesas e cadeiras para utilização durante o recreio.Os canteiros da EB1 da Fonte do Lavra ficaram bem bonitos, pintados de verde, amarelo, azul e vermelho. Sumidos pelo tempo, os jogos tradicionais como o da macaca, voltaram a ter visibilidade com um reforço de tinta no pavi-mento.No total, nas intervenções de todas as escolas envolvidas, foram gastos 1253 litros de tinta, oferecida pela Dyrup, marca que voltou a as-sociar-se ao “Setúbal Mais Bonita”.Enquanto uns alunos estavam entretidos com tamanha responsabilidade, outros limpavam as duas floreiras da entrada principal, subs-tituindo a terra velha por nova, para plantar quatro hortênsias.Foi a estimular os mais novos para valores como cuidar e proteger o património de todos que o “Setúbal Mais Bonita” envolveu perto de 4500 crianças, de cerca de trinta escolas do concelho.

Mãos ao trabalho

Comuns foram os objetivos para os mais crescidos se voluntariaram para embelezar o concelho. Das imediações do Sado a Azeitão, passando por vários pontos de intervenção na cidade, a pintura de muros e de edifícios e o arranjo de espaços verdes, com limpeza e plantação de novas árvores, foram as ações que mais se destacaram nesta edição do pro-jeto municipal, que se prolongou pelo fim de semana de 4 e 5 de maioNo arranque dos trabalhos do dia 4, sábado de manhã, a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, iniciou a pintura do

muro ao lado da antiga sede da Junta de Fre-guesia de São Julião, na Rua Jorge de Sousa. Quinze litros de tinta branca bastaram para renovar o aspeto visual do muro contíguo a um troço da muralha seiscentista.“É um trabalho que adoro, desde que seja para melhorar as coisas”, salientou a autarca. Acom-panhada dos vereadores Carlos Rabaçal e Maria do Carmo Branco, frisou que o objeti-vo desta iniciativa é mudar “não só as paredes, mas, acima de tudo, a postura das pessoas face ao património edificado”. Nada melhor para ajudar do que as centenas de mãos reunidas para colorir portas, janelas e fachadas numa das ruas mais antigas da ci-dade, a 26 de Setembro, no Troino, Anunciada (ver caixa).Sardinhas, latas de conserva, Bocage e até o interior da mercearia “Conserveira de Se-túbal” estão agora estampadas nas portas daquela rua, também conhecida por Rua do Feijão.Ali, o ambiente não podia ser mais festivo, com voluntários de todas as idades sem mãos a medir para pôr o Troino ainda mais bonito, já que, em março, ficou concluído um conjun-to de obras de reabilitação urbana para a me-lhoria do espaço público deste bairro típico setubalense.Mais elaborada foi a pintura da fachada de um edifício que há muito requeria especial atenção, visto estar junto das esplanadas de restauração da Praça Machado dos Santos, na Fonte Nova, tendo sido necessária uma inter-venção especializada, com recurso a elevador.Mas nem só de pinturas se fez esta edição do “Setúbal Mais Bonita”. Em Vanicelos, na Rua Henri Perron, um grupo de 25 voluntários, trabalhadores da Águas do Sado, patrocinado-ra desta iniciativa, limpou o terreno e plantou novas espécies, como o alecrim e a alfazema, provenientes dos viveiros da Câmara Munici-pal. Já na tarde de sábado, uma brigada de oitenta elementos, moradores do bairro Alameda das Palmeiras, freguesia de São Sebastião, con-cluiu os trabalhos de embelezamento daquela zona da Bela Vista. “Gosto do espaço limpo e asseado e se todos fossem assim não custava nada. Somos nós que fazemos o bairro”, salientou Vítor Fuzeta, orgulhoso.Exemplo do espírito de união que caracteriza o “Setúbal Mais Bonita” é a dedicação e vita-lidade de Lucinda Costa, 81 anos, que, logo às nove da manhã, juntamente com vizinhos e amigos, limpou canteiros da alameda e plan-tou árvores.Fora da cidade, em Vila Nogueira de Azeitão, a pintura do muro envolvente do “rossio” co-meçou bem cedo, às sete e meia. No total, 45 voluntários estiveram distribuídos por equi-pas, em vários locais da freguesia de São Lou-renço, em intervenções que se traduziram em cerca 400 litros de tinta. A presidente da junta de freguesia, Celestina Neves, mencionou que projetos como o “Se-túbal Mais Bonita” proporcionam novas ini-ciativas, como a do proprietário de uma loja de mobiliário urbano que se prontificou a repa-rar, após um levantamento de necessidades, abrigos de passageiros e parques infantis.Também em São Simão, na urbanização Casas

de Azeitão, deu-se início ao arranjo do circui-to de manutenção e a pinturas várias.Do lado oposto do concelho, onde o sol nasce primeiro, os munícipes da freguesia de Gâm-bia, Pontes e Alto da Guerra foram surpreen-didos pela adesão da população mais nova nas várias ações que ali decorreram, como a pin-tura exterior dos balneários e o pavilhão de

dezembro do ano passado, no Museu do Tra-balho Michel Giacometti.O empresário Mário Brito, proprietário do restaurante “Champanheria” e da mercearia “Conserveira de Setúbal”, estabelecimento localizado na Rua do Feijão, impulsionador da iniciativa, propôs ao Museu do Trabalho a decoração de portas com litografia de algu-mas das latas de conserva mais emblemáti-cas.Convidados artistas plásticos, como Maria José Simas e Carlos Eufémia, e com a cola-boração de voluntários do Centro de Cidada-nia Ativa, foram reproduzidas as gravuras de algumas marcas de conserva, como a Berthe, o Atum Catraio e a Georgette, esta nas ver-sões antiga e atual, além de outros motivos.

chinquilho do Clube Desportivo e Recreativo da Gâmbia.A passagem pela freguesia do Sado tornou-se mais agradável com a restituição de cor nos muros, como o da Estrada das Morgadas, en-quanto em Santa Maria se procedeu, nomea-damente, à pintura de um murete na Estrada dos Ciprestes.

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Nicolau, ficou no quarto posto e levou o prémio de me-lhor madrinha, atribuído a Susana Almeida. O prémio de melhor música coube à Cooperativa de Habitação e Construção Económica Bem-Vinda a Liberdade.Penalizados com dois pontos cada, embora sem qual-quer influência no ordenamento da classificação geral do concurso, foram o Centro Cultural e Desportivo de Brejos de Azeitão, a Cooperativa de Habitação e Cons-trução Económica Bem-Vinda a Liberdade e a Diabo no Corpo – Associação Cultural.Este ano, os desfiles contaram, extraconcurso, com o Grupo Desportivo Setubalense “Os 13” e a Academia de

Música e Belas-Artes Luí-sa Todi, além da participa-ção especial da APPACDM – Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Ci-dadão Deficiente Mental, que teve como padrinhos Maria das Dores Meira, presidente da Câmara Municipal, e José Manuel Silva, presidente da Junta da Anunciada.

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Desde país homenageado desta edi-ção ao galardão para melhor filme, passando pela distinção do golfinho de carreira, o cinema belga triunfou no 29.º Festroia, que decorreu en-tre 7 e 16 de junho.Se na abertura de mais um certame, o ator Jan Decleir foi distinguido com o Golfinho de Ouro de Car-reira, no encerramento “O Colapso do Círculo Quebrado” arrecadou o Golfinho de Ouro para melhor fil-me desta edição do Festival Inter-nacional de Cinema de Setúbal. O filme, realizado por Felix van Gro-eningem, ganhou ainda os prémios SIGNIS e FIPRESCI.Já a escolha do público para me-lhor filme recaiu em “Romance à La Carte”, também da Bélgica, de Joël Vanhoebrouck.Pelo meio, foram exibidos trinta filmes produzidos na Bélgica, país para onde também seguiram os prémios Mário Ventura, com “Dura Lex”, de Anke Blondé, e Primei-ras Obras, para “Offline”, de Peter Monsaert, além da menção honro-sa de “Os Miúdos de Kinshasa”, de Marc-Henri Wajnberg, em O Ho-mem e a Natureza. Nesta categoria, o vencedor foi “Viagem”, de Nadim Guç, da Turquia.Ao longo de dez dias de Festroia, foram exibidos no Fórum Munici-pal Luísa Todi e no Cinema Charlot mais de 170 filmes de 43 países, in-cluindo um ciclo dedicado ao amor

LEITURAS. Durante um mês, a Feira do Livro trouxe a Setúbal mais de cinco mil títulos, de meia centena de editoras, com descontos até 50 por cento. A Página a Página – Divulgação do Livro, em colaboração com as editoras e numa parceria com a Câmara Municipal, promoveu mais uma edição do certame na placa central da Avenida Luísa Todi.

Santos Nicolau vence a ver o marQuem não ficou a ver navios foi o Bairro Santos Nicolau, a grande vencedora das Marchas Populares de Setúbal 2013. “A Ver o Mar” foi o tema desta marcha, escolhida pelo júri presidido por António Calvário

Curtas concorridas

Cinema belga vale ouro

O Núcleo dos Amigos do Bairro Santos Nicolau não ficou apenas “A Ver o Mar” tendo-se esmerado para arrecadar o primeiro lugar das Marchas Populares de Setúbal 2013, além dos prémios nas categorias de ce-nografia, coreografia, figurino e letra.A decisão foi tomada pelo júri, presidido pelo cantor e ator António Calvário, após os desfiles a concurso, re-alizados nos dias 14 e 15 de junho, na Praça de Touros Carlos Relvas.O segundo lugar coube ao União Futebol Comércio e Indústria e o terceiro ao Grupo Desportivo Indepen-dente, coletividade que conquistou ainda o prémio desfile, criado este ano, que distingue a melhor marcha no desfile de apresentação ao público, realizado na Avenida Luí-sa Todi, a 8 de junho.O Grupo Desportivo Se-tubalense “Os 13”, que no ano passado venceu o concurso das marchas ex-aequo com o Núcleo dos Amigos do Bairro Santos

com 14 longas-metragens euro-peias recentes e 15 filmes em com-petição na Secção Oficial.O Prémio Especial do Júri e o de melhor argumento foi para “A Pai-xão de Michelangelo”, de Esteban Larrain, enquanto Srdan Golubo-vic, com “Círculos”, filme que obte-ve o prémio para melhor fotografia, foi eleito o melhor realizador.O júri considerou Vesa-Matti Loiri, em “Estrada para Norte”, o melhor ator, enquanto Alma Prica e Olga Pakalovic foram distinguidas como melhores atrizes, em “O Passado de Halima”. “Baby Blues”, de Kasia Roslaniec, recebeu o Prémio CICAE e uma menção honrosa do Prémio SIGNIS. O 29.º Festroia recordou o seu fun-dador, Mário Ventura, numa mos-tra, no foyer do Fórum Luísa Todi, de 25 telas do italiano Renzo Fega-telli.

Os filmes “Maybe...”, em ficção, “Fado do homem crescido”, em animação, “Rhoma Acans”, curta-metragem escolar, e “Gasoline”, documentário regional, foram os vencedores do concurso Curtas Sadinas 2013.Pedro Resende, lisboeta, autor de “Maybe...”, apre-

sentou o filme vencedor na categoria de ficção, in-teiramente concebido na cidade norte-americana de Austin.Em animação, o autor de “Fado do homem cres-cido”, Pedro Brito, ficou surpreendido com o pré-mio. Dois mil euros é o valor atribuído a cada um

dos vencedores.“Rhoma Acans”, a melhor curta-metragem escolar, foi realizado por Leonor Teles, que recebeu um prémio de mil euros, en-quanto “Gasoline”, vencedor em documentário regional, de Júlio Barreiros, teve direito a 1500 euros.A quinta edição do concurso promovido pela Câmara Muni-cipal de Setúbal com parcerias decorreu em maio com 39 obras, número recorde de partici-pantes.

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A música saiu às ruas de Setúbal através de intérpretes famosos no mundo inteiro e da própria comunidade local, num registo que voltou a marcar o Festival de Música de Setú-bal, realizado entre 16 e 19 de maio.Criado em 2011 com o objetivo de promover a proximidade entre as pessoas, num processo contínuo de formação de crianças e jovens, em paralelo com um trabalho em conjunto entre culturas distintas e indivíduos com ou sem deficiências, o certame reúne o concelho em torno da música.Subordinada ao tema “Comunicação”, a ter-ceira edição do festival abriu com o pianista português Artur Pizarro, que levou ao Fórum Municipal Luísa Todi temas de música clás-sica inspirados em “Contos de Fadas, Casas Assombradas, Princesas Encantadas – E um Elefante!”.Inauguração serena que contrastou com o pu-jante e tradicional desfile de percussão pela Avenida Luísa Todi, realizado no dia seguinte, em que Fernando Molina coordenou cerca de mil crianças dos estabelecimentos de ensino do concelho, numa festa de sons que culmi-nou com uma atuação em conjunto.O certame, organizado numa parceria Câma-ra Municipal, The Helen Hamlyn Trust e A7M – Associação Festival de Música de Setúbal, teve o primeiro momento de harmonia entre músicos profissionais e amadores na noite de 17 de maio. No espetáculo “Tocando Ritmos, Trocando Canções”, alunos do Conservatório Regional de Setúbal e da Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi, assim como jovens do grupo BelaBatuke – Agrupamento Vertical de Escolas Ordem de Sant’Iago partilharam o palco do Fórum Municipal com a britânica Grand Union Orchestra, conduzida pelo con-ceituado maestro e compositor Tony Haynes.Momentos antes, os BelaBatuke e a Academia Luísa Todi ofereceram à entrada da sala de espetáculos a pequena atuação conjunta “Rit-

Álvaro Félix, ator setubalense falecido a 1 de maio, foi recordado pela Câmara Municipal de Setúbal através da apre-sentação em reunião pública de dois votos de pesar.“Personagem no teatro, Álvaro Félix era um dos atores incontornáveis do grande cenário setubalense”, sublinhou o docu-mento apresentado pela CDU, recor-dando a personalidade forte do ator.“Uma referência no panorama cívico e cultural da cidade”, foi um dos elogios sublinhados no voto apresentado pela vereação do PS.

DANÇA. Bailados, aulas e até cinema serviram para o concelho festejar o Dia Mundial da Dança,

a 27 de abril, num programa promovido por várias instituições,

em particular a Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, com

o apoio da Autarquia. No coreto da Avenida Luísa Todi aprendeu-

se a dançar sevilhanas e ritmos latinos no dia 27, pela mão dos

professores Edite Van Zeller, João Santos e Lilian Rivera, enquanto o filme “Pina”, de Wim Wenders, sobre Pina Bausch, foi exibido, a

26, na Casa da Cultura. A Academia de Dança atuou no Fórum Luísa

Todi em pleno Dia Mundial, dando workshops a crianças nos dias 28 e

29 em diferentes locais.

Memória para lá do ator

A união faz a vozCom apenas três edições, o

Festival de Música de Setúbal já começa a criar hábitos. Aqui, a arte é usada como

um instrumento social. Moldam-se personalidades

através do trabalho em equipa. Culturas distintas

juntam-se ao redor de compassos. E, de caminho,

os ritmos do mundo, muitos deles tocados por artistas de renome, enchem de música

o concelho

mos Comunicantes”. “O Festival vai à Praça de Bocage” foi o primeiro espetáculo do dia 18, em que a orquestra de violinos Paganinus, do Conservatório Regional de Setúbal, atuou numa performance complementada por en-sembles do conservatório sadino a tocar nas ruas da Baixa.A festa musical incluiu ainda nesse dia, no Auditório de Nossa Senhora da Anunciada, o concerto “Comunique!”, coordenado por Carlos Barreto Xavier, envolvendo a partici-pação de coros de várias escolas do 1.º ciclo, da Orquestra do Conservatório Regional e do Coro Infantil de Setúbal. O percussionista azeitonense Pedro Carnei-ro regressou aos palcos de Setúbal, desta vez para assumir o papel de maestro, conduzindo a Orquestra de Câmara Portuguesa no con-certo “Bomtempo & Beethoven”, constituído por obras dos dois compositores.As batuqueiras Rinka Finka e o grupo de dan-ça Nôs Talentu, da Associação Cabo-Verdiana de Setúbal, partilharam, no dia 19, o cenário renascentista da Quinta da Bacalhôa numa original parceria com oito violoncelistas da Orquestra de Câmara Portuguesa, dirigidos por ângela Carneiro.Num dos momentos mais emocionantes do festival, utentes do estabelecimento de en-sino especial Externato Rumo ao Sucesso e alunos do Conservatório Regional de Setúbal apresentaram, no mesmo dia, o espetáculo “A Grande Serpente”. A atuação no Fórum Luí-sa Todi foi inspirada no conto homónimo de Hans Christian Andersen, criado após uma visita do escritor dinamarquês a Setúbal em 1866.Notas celestiais marcaram o encerramento do terceiro Festival de Música de Setúbal, no dia 19, na Igreja de S. Sebastião, com o con-certo “Rosa Immaculata – Cenas da Vida da Virgem” do coro Voces Caelestes, dirigido por Sérgio Fontão.

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Jorge Palma, Ala dos Namorados, Companhia de Dança de Almada e Teatro Nacional D. Ma-ria II são apenas alguns dos nomes que deram vida ao Fórum Municipal Luísa Todi nos últi-mos meses.As comemorações dos 25 anos do Conserva-tório Regional de Setúbal trouxeram pela pri-meira vez dos Estados Unidos para Portugal a Tufts Jazz Orchestra, que atuou em Setúbal a 19 de março. Os festejos incluíram também, já em abril, o Encontro de Coros da Cidade de Setúbal, a 13, e o Encontro de Coros Infantis e Juvenis da Cidade de Setúbal, a 28.A produção do Teatro Nacional D. Maria II “Gil Vicente na Horta” reviveu, a 27 de mar-ço, a visão crítica intemporal do primeiro dramaturgo nacional através da peça “O Ve-lho da Horta”.Jorge Palma, eterno nome da música mo-derna portuguesa, fez-se acompanhar a 5 de abril do filho, Vicente Palma, para apresen-tar, num concerto, totalmente esgotado, co-memorativo de 40 anos de carreira.A dramaturgia vicentina voltou a estar em destaque entre 18 e 24 de abril, desta vez pela interpretação do Teatro Animação de Setúbal, que apresentou o “Auto da Barca do Inferno”.A tradição dos vestidos de chita ganhou con-tornos de sedução com a 31.ª edição do con-curso do União Praiense, num espetáculo a 3

Palco de sentidosMúsica, teatro, dança, cinema. O Fórum Municipal Luísa Todi carrega no palco as emoções das mais variadas formas de arte

de maio que contou com momentos musicais por Deolinda de Jesus e de dança pelo Grupo Animação Praiense.Maio ficou marcado também pelo regresso da Ala dos Namorados, grupo que após dez anos de interregno voltou aos discos com “Razão de Ser”, trabalho apresentado no dia 4 em Setúbal, com vários músicos que já participa-ram no projeto.Os melhores entre os melhores estiveram na Gala do Concurso de Fado, espetáculo que a 24 de maio levou ao palco do Fórum os vencedo-res de todas as edições do Concurso de Fado Amador de Setúbal e artistas convidados.Para festejar o final do ano letivo, a Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi mostrou, no dia 25, o talento de professores e alunos, enquanto o Grupo de Animação e Teatro Es-pelho Mágico fez com que as famílias se jun-tassem, entre os dias 26 e 28, ao redor da peça infantil “O Galinho Vaidoso”.A graciosidade do corpo em movimento fi-cou patente, a 1 de junho, no bailado “A Casa do Rio”, da Companhia de Dança de Almada, numa coreografia de Benvindo Fonseca ins-pirada nas músicas tradicionais portuguesas.Muito mais houve para ver e ouvir no Fórum Luísa Todi, no âmbito de eventos do 25 de Abril, Festroia e Festival de Música de Setúbal (informações noutras páginas).

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cult

ura

Setúbal tem um novo festival, o Rock no Rio Sado, de promoção em exclusivo da música moderna portuguesa, com a primeira edi-ção, entre os dias 7 e 9 de maio, no Parque de Sant’Iago, a contar com Moonspell e UHF como cabeças de cartaz.Pedro Gomes, que juntamente com Carlos Oliveira criou o evento, considera que os pri-meiros três dias da história do Rock no Rio Sado foram “um momento fantástico ao nível da oferta e entrega musical das bandas”.Numa primeira edição em que “tudo correu sobre rodas”, apenas a meteorologia causou maiores preocupações, “afastando um pouco o público”, referiu Pedro Gomes.O festival arrancou com uma noite de hard rock e metal pontuada, ao início, pela chu-va, mas o tempo adverso foi impotente para impedir que os concertos corressem como planeado, passando pelo palco do Parque Sant’Iago bandas como Lowtorque e Grog.A primeira noite ficou principalmente marca-

Viva o rock português

Três dias marcaram uma nova era em Setúbal, e mesmo

em Portugal, para o rock português.

Um festival inédito assentou arraiais

no Parque Sant’Iago e nem a chuva

da primeira noite conseguiu impedir

o êxito de um evento que veio para ficar

Livro e discos por SerodioA Câmara Municipal de Setúbal e Jorge Calheiros promoveram o lançamento de um livro sobre Rui Serodio e de cinco discos deste pia-nista em cerimónia realizada a 17 de maio, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. No evento, foi lançado o livro “Je suis le pianiste – A vida e a música de Rui Serodio”, escrito pelo editor e produtor Jorge Calheiros após a morte do amigo, obra que re-vela as várias facetas da vida pessoal e artística de Rui Serodio. Foram ainda apresentados os discos “The mystic of the piano”, volumes 1 a 4, e “O Fado e o Piano”, de Rui Serodio, editados postumamente.

Cante alentejano em desfileO “VIII Encontro de Corais Alen-tejanos – Alentejo Abraça Setúbal” rea lizou-se a 11 de maio com a parti-cipação de seis grupos, que propor-cionaram um espetáculo no Largo da Misericórdia, após desfilarem pelas ruas da Baixa, vindos da Praça de Bo-cage, num cortejo acompanhado pela população e comerciantes. O evento, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, em parceria com o Gru-po Desportivo “O Independente”, teve início com uma receção no Salão Nobre dos Paços do Concelho, mo-mento pautado pelo convívio e troca de lembranças, a que não faltou o tradicional Moscatel de Honra.

Museus com memória coletivaA interpretação atual da memória co-letiva foi o ponto de partida para as iniciativas que assinalaram o Dia e Noite dos Museus, a 18 de maio, em vários espaços culturais de Setúbal, com horário alargado até à meia- -noite. Três centenas de pessoas pas-saram pela Casa Bocage e pelos mu-seus do Trabalho Michel Giacometti e Sebastião da Gama neste dia, numa iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Setúbal, que incluiu visitas guiadas, palestras e música. Tudo para assinalar localmente uma efeméride, este ano com tema “Mu-seus (memória + criatividade) = mu-dança social”.

Sebastião da Gama recordadoMaria Barroso, antiga colega de fa-culdade de Sebastião da Gama, foi uma das convidadas num encontro realizado a 13 de abril no âmbito das comemorações do 89.º aniversário do poeta azeitonense. Antiga aluna na Faculdade de Letras de Lisboa, Maria Barroso lembrou, na sessão que decorreu no Museu Sebastião da Gama, organizada pela Câmara Municipal, algumas memórias dos tempos de estudante, vivências, al-gumas partilhadas com Sebastião da Gama, que relata num dos volumes da sua biografia. Outra presença foi a de Acilda Fragoso, antiga aluna de Sebastião da Gama em Estremoz.

Os UHF foram a banda responsável pelo en-cerramento do festival no domingo, dia de-dicado a grupos de rock nacional com muitos anos de estrada, que incluiu ainda Quinta do Bill, Alcoolémia e RedLizzard.Pelo meio, no segundo dia, foi a vez de sons mais recentes, com o cartaz a apresentar Noi-dzz, Kandia, The Fuzz Drivers e Dream Circus.

da pelas atuações de RAMP e Moonspell, com cada banda a proporcionar concertos com mais de duas horas de música e de interação permanente com o público.Moonspell em particular, conjunto com ele-vada projeção internacional, atuou pela pri-meira vez em Setúbal, o que levou a banda a assinalar o facto com um espetáculo em que revisitou boa parte dos álbuns editados desde a altura da formação, em 1992.

Festival que faltava

No dia inaugural do Rock no Rio Sado, a presi-dente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, sublinhou “o privilégio em ser madrinha de um festival de rock, de música portuguesa, com estas dimensões e em Setúbal”.O padrinho, o vocalista dos UHF, António Ma-nuel Ribeiro, frisou também na cerimónia de abertura que “a música portuguesa precisava de um festival assim há muito, muito tempo”.

No final dos concertos, numa tenda lounge, a música continuou noite fora, com os DJ Antó-nio Freitas, Rui Santos e DJOaNa.Além da música, o público teve disponível no recinto vários espaços de restauração e até uma exposição de motas Harley Davidson, existindo ainda uma área reservada a campis-mo.Nesta vertente, o Rock no Rio Sado, orga-nizado pela CJP – Produção de Eventos, com parcerias, marcou também a estreia da Sleep’em’All, um novo serviço de campismo, pensado para “campistas” sem tenda.Numa pequena área com acesso restrito, o pú-blico pôde ficar nas duas noites do festival em tendas de índios, caravanas ciganas ou peque-nos abrigos.Tudo pensado para se tirar o máximo proveito do Rock no Rio Sado, festival pelo qual o orga-nizador Carlos Oliveira lançou o repto: “Este-jam cá para o ano, porque isto vai acontecer outra vez. Estão abertas as hostilidades. Rock on!”

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cid

adan

iaO debate público antes da tomada de ações para a resolução de problemas e a melhoria das condições de vida das po-pulações foi defendido pela presidente da Câmara Municipal na sessão de aber-tura do Encontro Nacional de Periferias Urbanas.A sessão, a 5 de abril, promovida pela Autarquia no âmbito do Observatório Social da Bela Vista, coordenada pelo Instituto das Comunidades Educativas, serviu para refletir e partilhar conheci-mentos sobre as periferias dos grandes centros urbanos, frequentemente alvo de preconceitos sociais e interpretadas como territórios problemáticos.O trabalho em parceria e em permanên-cia nos territórios específicos, como é o caso do programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, foi salientado por Maria das Dores Meira. “Temos um olhar integrado sobre estas realidades, conhecemo-las bem e não iludimos os problemas. Trabalhamos em parceria.”

O melhor solda-dor português e vice-campeão eu-ropeu é setuba-lense e chama-se Hugo Silva, jovem que entra em julho na maior compe-tição mundial de profissões, a realizar na Alemanha.Com formação ao nível do 9.º ano atra-vés da Solisform, do Grupo Ransdtad, situado no estaleiro da Mitrena, o setu-balense, de 21 anos, foi chamado a re-presentar as cores nacionais na cidade alemã de Leipzig, de 2 a 7 de julho.No ano passado, em maio, venceu o Campeonato Nacional de Profissões, em Faro, promovido pelo IEFP, e, em outubro, representou Portugal no Cam-peonato Europeu, em Bruxelas, con-sagrando-se vice-campeão europeu de Soldadura.Antes de partir para a Alemanha, Hugo Silva foi um dos “Jovens Revelação 2013” distinguidos, no dia 21 de junho, pela Câmara Municipal de Setúbal.

Homens e mulheres que perde-ram familiares e amigos no mar reuniram-se numa homenagem, a 31 de maio, no Cemitério de Nossa Senhora da Piedade, junto do Me-morial ao Pescador Setubalense Desaparecido.Em Dia do Pescador, a Câmara Municipal de Setúbal quis prestar homenagem, tendo a presidente, Maria das Dores Meira, depositado uma coroa de flores enquanto as três dezenas de pessoas presentes entoaram o hino do Apostolado do

Soldar vitórias

Mar com gente

Debate em nome das periferias

Participar ativamente na requalificação do território da Bela Vista supera, em muito, a reparação e pintura de fachadas ou arranjos de espaços comuns. Esta transformação só tem sido possível porque os moradores, melhor do que ninguém, têm consciência do contributo que cada um pode dar

Proximidade na decisãodes desportivas, culturais e lazer. Exemplo é o torneio de futebol, realizado em abril, no campo de futebol da Cooperativa de Habi-tação Económica Quinta de Santo António. Após um longo tempo de inatividade, o equipamento voltou a ficar apto para acolher atividades desportivas, fruto da união de es-forços de um conjunto de morado-res, que executou várias ações de reabilitação no recinto desportivo.Em maio, também na Quinta de Santo António, os próprios mora-dores, em colaboração com várias entidades, entre as quais a Câma-ra Municipal, promoveram uma iniciativa do projeto “Saúde em Proximidade”, com ações de sen-sibilização para as boas práticas higiénicas e rastreios.Em ambiente de convívio e des-contração, aliado aos benefícios da prática desportiva, o “2.º Pas-seio da Primavera” realizou-se no 1.º de Maio com os participantes a pedalar num trajeto que deu a co-nhecer as áreas de intervenção do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”.

A proximidade entre moradores do território da Bela Vista, os au-tarcas e técnicos municipais tem sido primordial para o sucesso da requalificação do bairro e zo-nas envolventes, com 475 inter-venções, entre 2010 e 2012, com meios da Câmara Municipal.Esta sinergia foi consolidada du-rante o “I Encontro Nosso Bairro, Nossa Cidade”, realizado a 21 de abril, na EB 2,3 + S da Bela Vista, com a presença de mais de 170 moradores, em representação dos bairros da Bela Vista, Forte da Bela Vista, Alameda das Palmeiras, Quinta da Santo António e Mantei-gadas. Esta participação ativa e o interes-se manifestado pelos moradores ao longo do processo do progra-ma RUBE – Regeneração Urbana da Bela Vista e Zona Envolvente foram salientados pela presidente da Câmara Municipal ao lembrar as 107 reuniões realizadas, só em 2012, com 745 moradores, os 220 interlocutores eleitos, as 45 reu-niões com grupos organizados

de moradores voluntários e os 65 encontros com 32 instituições e associações.É neste plano de cooperação que a reabilitação da Bela Vista tem sido mais do que a recuperação do edificado, com o programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade” a trabalhar numa maior integração na cidade.Neste primeiro encontro, no qual participou um responsável do Mi-nistério da Administração Interna, Maria das Dores Meira sublinhou que “os moradores são os principais responsáveis pela transformação que está a acontecer em todos os bairros da Bela Vista”, reforçando “que é cedo para ‘cantar vitória’ pois este é ainda o início de um longo caminho”.A autarca afirmou que, com o en-volvimento e empenhamento ativo dos munícipes, bem como a parti-cipação das instituições e da Junta de Freguesia de S. Sebastião, “este é um sítio para se viver”, salientando, no entanto, que todos têm “o dever de participar na construção de algo melhor e de preservar aquilo que já foi feito”.

Após a sessão de abertura, novas iniciativas foram apresentadas e discutidas em plenário, por nove grupos de trabalho, como ações de sensibilização e mobilização po-pular de limpeza pública, a consti-tuição de grupos de leitura, dança e pintura, ateliers para crianças e idosos e atividades a desenvolver no âmbito do grupo “Férias no Bairro”.

Fruto da união

Os espaços reabilitados no âmbito do programa “Nosso Bairro, Nos-sa Cidade” já começaram a pro-porcionar usufruto com ativida-

Mar, intitulado “Homem do Mar”.Num dia que traz memórias tristes e saudade, Maria Helena Martins ainda sente a angústia por o corpo do pai, desaparecido no mar há 50 anos, nunca ter sido encontrado.Também Mariete Sousa continua a sofrer com o desaparecimento do pai durante uma pescaria em alto-mar, mas louva a iniciativa da Câmara Municipal, que consi-derou um contributo decisivo para que os pescadores nunca sejam esquecidos.

INTERCULTURAL. O “Março Mulher 2013” despediu-se, a 25 de maio, com mais um arraial na Praça Machado Santos, na Fonte Nova, onde diferentes culturas enriqueceram várias atividades, incluindo desfile étnico, música, artesanato e até produtos oriundos de outros países.

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Momentos da vida e da carreira de José Mourinho foram partilhados numa exposição fotográfica e documental, vista por milhares de visitantes na nova Galeria Municipal do 11, numa homenagem da Autarquia pelos 50 anos do treinador de futebol nascido em Setúbal.A mostra “José Mourinho – 50 anos” apresentou fo-tografias, muitas delas inéditas, de momentos im-portantes da vida pessoal de Mourinho, assim como da carreira de treinador.A forte ligação do técnico de futebol à cidade na qual nasceu ficou bem patente na inauguração da exposição, no dia 23 de março, com a presença do homenageado. “Setúbal é especial para mim. É o úni-co local onde me tratam como eu gosto de ser tratado”, confidenciou Mourinho.

Vela ligeira cruza SadoVelejadores oficiais e não federados marcaram presen-ça na 14.ª edição do “Raid Bicasco”, prova náutica de vela ligeira realizada nos dias 25 e 26 de maio, no Sado. A competição, com regatas nas classes de catamarã Dart e Hobbie Cat, decorreu num percurso com início e fim na Praia de Albarquel, com passagens defronte do Parque Urbano de Albarquel, do Jardim da Beira-Mar e da base dos Fuzileiros em Troia. A prova, dos Jogos do Sado, foi organizada pela Autarquia e pelo Clube de Vela do Sado, com o apoio da empresa Bicasco.

Setúbal estreia aquatlo Perto de 450 atletas participaram no “I Aquatlo de Setú-bal”, realizado no início de maio, no Parque Urbano de Albarquel, com competições oficiais, em vários escalões etários, uma prova aberta. A iniciativa incluiu a 6.ª etapa do “Campeonato Nacional Jovem”, ganha pelo Alhandra Sporting Clube, e o Campeonato Nacional de Grupos de Idade de Aquatlo, com Ruben Costa e Ana Amorim como vencedores. O evento, dos Jogos do Sado, foi organizado pela Autarquia e pelo Remo Clube Lusitano, com o apoio da Federação Portuguesa de Triatlo.

Prova testa operacionaisBombeiros, polícias e militares de vários pontos do País foram postos à prova no “II Extreme Challenge CBSS 2013”, a 7 de junho, com meia centena de participantes. A iniciativa, destinada a avaliar os níveis de prontidão e a capacidade física dos participantes, decorreu no quartel da Companhia de Bombeiros Sapadores de Se-túbal. Bicicleta estática, saltos alternados com apoio de mãos, abdominais, remo, levantamento de pesos, step e passadeira com inclinação foram algumas das provas, com competições individuais e por equipas.

Atletismo junta 1800 Luís Feiteira e Vera Nunes foram os vencedores da “XXIV Meia Maratona Internacional de Setúbal/Costa Azul”, realizada a 12 de maio. O atleta da RB Running completou o percurso da prova em 01h08m15s, en-quanto a desportista do Sport Lisboa e Benfica cor-tou a meta em 01h18m20s. O evento, organizado pelo Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câ-mara Municipal de Setúbal, com o apoio da Autarquia, incluiu a “Minimaratona das Famílias”, competição de caráter popular, com seis quilómetros. Cada prova contou com 900 participantes.

Mourinho atrai milharesApesar do espírito aventureiro, que o tem levado de cidade em cidade, de país em país, há um porto seguro no qual se sente verdadeiramente bem, em casa. “Setúbal é o único ponto de retorno fixo. Setúbal vibra com os sucessos profissionais e sente aquilo que de mau me acontece.”Além das imagens, que retratam o percurso pro-fissional vitorioso pelo FC Porto, Chelsea, Inter de Milão e Real Madrid, a mostra, patente até 30 de junho, incluiu inúmeros troféus conquistados por José Mourinho, como a Bola de Ouro de 2010 de melhor treinador do mundo, assim como objetos pessoais, entre o quais o icónico sobretudo e o pre-cioso bloco de apontamentos.A ligação de José Mourinho a Setúbal foi, igualmen-te, destacada pela presidente da Câmara Municipal,

Maria das Dores Meira. “É de toda a jus-tiça homenagear aquele que nas ruas sa-dinas se fez homem e nos campos pelados e relvados setubalenses se fez treinador.”A autarca teceu ainda rasgados elogios à carreira profissional do homenageado. “Com a sua competência, a sua forma es-pecial de lidar com o processo futebolístico, no qual, muitas vezes, se reproduz a pró-pria vida, com as alegrias e contrarieda-des, vitórias e derrotas, será, para sempre, especial para todos os que amam o futebol mas também para todos os que fazem de Setúbal a sua terra.”

Feira mostra prazer pela pesca lúdica

Em terra e no rio, a terceira edição da Feira de Pesca

Lúdica e Desportiva centrou atenções no Parque

Urbano de Albarquel num fim de semana

de abril. Foram três dias de convívio, competições,

aprendizagem e troca e partilha de experiências.

O evento, com milhares de visitantes, incluiu uma mostra de materiais, com

momentos de animação e gastronomia

Milhares de visitantes passaram pela ter-ceira edição da Feira de Pesca Lúdica e Desportiva de Setúbal, certame realizado entre os dias 19 e 21 de abril, no Parque Urbano de Albarquel, num evento que contou ainda com dezenas de participan-tes em concursos e workshops.O certame, especialmente orientado para aficionados e entendidos da pesca lúdica e desportiva, contou com o envolvimento de duas dezenas e meia de expositores, pro-porcionando uma oferta variada e especia-lizada de barcos e equipamento.O evento, integrado no calendário despor-

tivo dos “11.os Jogos do Sado”, assenta na promoção de uma feira interativa de e para pescadores.Cerca de 130 pessoas participaram nas várias iniciativas que se desenvolveram ao longo dos três dias da feira, num pro-grama que incluiu um conjunto variado de atividades, para todos os públicos, como workshops temáticos que proporciona-ram a partilha de experiências.A terceira edição promoveu vários concur-sos de pesca, em terra e embarcada, como o III Open de Pesca de Kayak, no qual foi capturado um choco com 1,8 quilos.

A Feira de Pesca Lúdica e Desportiva de Setúbal, que contou na inauguração com a presença da presidente da Câmara Muni-cipal, Maria das Dores Meira, apresentou ainda vários espaços de restauração, com pratos de peixe apanhado no dia, a preços acessíveis.A iniciativa foi organizada pela Câmara Municipal de Setúbal com as parcerias do Clube de Amadores de Pesca de Setú-bal, do Clube Desportivo e Recreativo “Os Amarelos”, do Clube Naval Setubalense e do sítio de internet e fórum de pesca “Por-to de Abrigo”.

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Cerca de 10 mil crianças e adultos estiveram nos dias 1 e 2 de junho em mais um “Há Festa no Parque”, iniciativa da Câmara Municipal que proporcionou, gratuitamente, dezenas de atividades.Nesta edição, a mais visitada, o Parque do Bonfim voltou a ser palco de muita brincadei-ra, mas também de momentos descontraídos à sombra, com as famílias a aproveitaram o bom tempo para um piquenique.Pinturas faciais, dynamic bungee, circuitos de prevenção rodoviária e insufláveis foram as atividades que mais empolgaram os miú dos, que ali celebraram o Dia Mundial da Criança.

Apreensão e busca de estupefacientes e ma-nutenção da ordem pública foram operações levadas a cabo por “jovens agentes” da PSP, no âmbito da Semana da Segurança e Educa-ção Rodoviária, que decorreu entre 15 e 19 de abril.A iniciativa da Câmara Municipal, em parce-ria com as forças de segurança e proteção e socorro, como PSP e Companhia de Bombei-ros Sapadores de Setúbal, contou com várias demonstrações dos meios operacionais na abertura desta ação pedagógica, que decorreu na EB 2,3 de Bocage.A demonstração da unidade pirotécnica da PSP, a exposição de viaturas das forças poli-ciais e dos bombeiros, bem como o circuito de cavalos da GNR foram grandes atrati-vos para os cerca de 1500 jovens alunos do Agrupamento Vertical de Escolas Barbosa du Bocage.O despertar da consciência dos mais novos para comportamentos preventivos e defensi-vos futuros nas estradas foi um dos objetivos da Semana da Segurança e Educação Rodovi-ária, que contou com a presença de Salvador Almeida, deficiente motor devido a um aci-dente de viação.O jovem, bem conhecido de programas da televisão, falou para um público de 50 alunos sobre os perigos inerentes à condução irres-ponsável, no âmbito da campanha nacional “Segurança sobre rodas”, através da qual alu-nos dos 14 aos 18 anos visionam um filme de sensibilização para os cuidados a ter na con-dução de veículos de duas rodas, em especial motociclos e ciclomotores.

Pequenos textos de Sophia de Mello Breyner, Fernando Pessoa e Miguel Torga foram lidos por alu-nos do concelho em vários espa-ços públicos, numa iniciativa que celebrou o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, a 23 de abril.Na Praça de Bocage, mais de 200

INTERCÂMBIO. Um grupo de alunos e professores de diversos países europeus esteve uma semana em Setúbal, em visita à Escola D. Manuel Martins, no âmbito do projeto de intercâmbio Comenius, numa partilha de culturas, saberes, intenso diálogo e amizades. A iniciativa serviu também para divulgar o trabalho que a escola setubalense tem desenvolvido e a própria cidade. O próximo ponto de encontro será em Varsóvia, Polónia.

Todos pela leitura

Segurança aprendida

Miúdos e graúdos em festaDois dias como nunca se viram no Parque do Bonfim, com milhares de famílias a celebrar o Dia Mundial da Criança e o encerramento do ano letivo. Esta foi a edição mais participada do “Há Festa no Parque” com a diversão a reinar

O “Há Festa no Parque”, que conta já com cin-co edições, assinalou também o fim de mais um ano letivo. Muitos dos trabalhos elabora-dos pelos alunos das escolas do concelho esti-veram em exposição, como a maçã e a laranja que Bárbara, do 1.º ano da EB1 dos Pinheiri-nhos, pintou na sala de aula.A curiosidade dos mais novos para a ciência foi ainda estimulada pelas experiências labo-ratoriais, como a produção de eletricidade e a erupção dos vulcões, dinamizadas pelo Insti-tuto Politécnico de Setúbal.A Feira do Livro, com centenas de títulos dis-poníveis a preços reduzidos, e o cantinho re-

servado aos contos infantis, dinamizado pela Biblioteca Municipal, foram outros pontos de interesse que salientaram a vertente pedagó-gica do “Há Festa no Parque”.Os jovens presentes nesta atividade contaram ainda com uma Mostra de Cursos e Profissões que dá a conhecer a oferta das diversas esco-las profissionais, do ensino superior e mes-mo do meio empresarial.O recinto dinamizou também uma animação de rua e de palco, tendo atuado escolas de música e grupos de dança de várias institui-ções do concelho, que mantiveram o Parque do Bonfim sempre em festa.

adaptada do original dos Xutos & Pontapés “Para Ti Maria”, criada especialmente para assinalar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor.Antes desta flash mob, integrada na iniciativa “Setúbal – Uma Baía a Ler”, organizada pela Câmara Municipal em parceria com as bi-bliotecas escolares do concelho, a turma do 10.º C, de Línguas e Hu-manidades, da Escola Secundária D. Manuel Martins, presenteou funcionários municipais nos Paços do Concelho, visitantes na Casa da Cultura e transeuntes na Praça de Bocage com poemas de autores portugueses.O mar foi o tema central na se-leção dos mais de mil pequenos textos de autores como Sophia de Mello Breyner, Fernando Pessoa e Miguel Torga, lidos em público e oferecidos pelos vinte alunos do 10.º C.

alunos do Agrupamento de Escolas Lima de Freitas apresentaram uma coreografia a exaltar a importância da leitura.“E a ler vou sonhando, e a ler vou imaginando, e a ler vou sonhando sim… leitura”, entoaram os alu-nos do 1.º ao 8.º ano, numa letra

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Sensor defende floresta

acad

emia

Um produto inovador constituído por um sensor que funciona de forma susten-tável, a partir de energia do solo, transmitindo via rádio dados de temperatura, humidade, velocidade e direção do vento, arrebatou o primeiro lugar na última edição do concurso regional Poliempreende, realizado em setembro de 2012.A proposta “2Florest”, desenvolvida pelos professores Carla Carneiro e Rui Amaral e pelo aluno Ricardo Conceição, da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal (EST/IPS), tem como principal objetivo o auxílio aos bombeiros nas tarefas de prevenção e com-bate a incêndios.A monitorização em tempo real de áreas florestais extensas, de forma remota, me-lhora a gestão dos meios técnicos e huma-nos afetos às corporações de bombeiros, permitindo identificar locais que requerem uma atenção especial. Deste modo, é possí-vel verificar rapidamente no terreno se uma zona referenciada regista um foco de incên-dio e, assim, combatê-lo na origem.O protótipo, ainda em fase de testes e mi-niaturização, é “uma sinergia entre a eletróni-ca e a biologia”, realça o docente Rui Amaral.O produto recorre à energia contida no solo,

captada dos seres vivos que se movem nas suas atividades normais, para manter o sensor em funcionamento.O projeto é um exemplo do que se pode fazer para “captar a energia vital e não deixá-la dispersar-se no ambiente, tornando-a útil”, destaca a professora Carla Carneiro.As corporações de bombeiros são os destinatários finais desta tecnologia, mas a

utilização pode ser estendida a fábricas de papel, normalmente com áreas vas-tas de plantação, ou mesmo a grandes plantios.Os autores, que contam com o con-tributo de alunos durante o trabalho experimental, assinalam a multiplici-dade de emprego do projeto, cuja im-plementação depende agora de inves-tidores.Para Carla Carneiro e Rui Amaral, dou-torados em Bioquímica e Eletrónica, respetivamente, o mais importan-te enquanto mentores desta ideia é a oportunidade facultada aos alunos da EST/IPS de trabalhar em tecnologias de vanguarda.

Um grupo de alunos da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal (ESS/IPS) apresenta uma terapia alternati-va destinada a aliviar quem tem de conviver com dor crónica e incurável num quadro de fibromialgia.O “Programa de educação e exercício para pessoas com problemas de fibromialgia”, de-senvolvido pela ESS/IPS, e posto em prática pelos estudantes João Afonso, Inês Macedo, Ana Valverde e Sara Rodrigues, finalistas do curso de Fisioterapia, apresenta-se como uma alternativa ao tratamento tradicional-mente oferecido em meio hospitalar para esta doença do foro reumático.As unidades de saúde optam pela prescrição de medicamentos para a dor e depressão e fornecem apoio psicológico, afirma o grupo. A fibromialgia é uma doença crónica caracte-rizada por dores generalizadas, fadiga contí-nua, alterações do sono e depressão.Para estes estudantes é possível ir mais além, numa patologia de difícil diagnóstico e incu-rável, demonstrando-o pelos resultados ob-tidos num trabalho realizado com um grupo de oito pessoas dos 30 aos 65 anos, todas do sexo feminino – o género mais afetado pela doença.Entre 18 de março e 9 de maio, as sessões de tratamento decorreram nas instalações da ESS/IPS, designadamente com pacientes si-nalizados pela MYOS – Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica, incidindo em duas vertentes, edu-cação e exercício.A vertente educacional assumiu forma com a realização de sessões de debate entre os pacientes, nas quais apresentavam “as suas ideias e crenças relativas à dor”, aponta Inês Macedo.A ideia geral passa pela partilha de experiên-cias com o intuito de que “os melhores exem-

Terapia alternativa atenua dores

Quatro estudantes da Escola Superior de Saúde conseguiram, com uma terapia própria, melhorar a qualidade de vida de quem sofre de fibromialgia. Dois professores e um aluno da Escola Superior de Tecnologia arrecadaram um prémio com um projeto que visa prevenir e reduzir os efeitos de incêndios florestais

plos comportamentais dentro do grupo fossem seguidos”, frisa a estudante, para possibilitar uma mudança no sentido de aprender a con-viver com a dor e retomar as tarefas normais de qualquer pessoa, tanto nos afazeres diários como nas atividades de lazer.Porém, salienta Ana Valverde, a mudança do comportamento não foi realizada tanto ao ní-vel da intervenção psicológica mas mais pela dinamização de exercícios específicos “que não aumentam a dor e vão libertando as pessoas para tarefas que desempenhavam antes de terem a dor”.Trabalhar as crenças no sentido de contra-riar a ideia de que o movimento é prejudi-cial, quando acontece exatamente o oposto, foi uma tarefa fundamental. “Quanto menos se mexem, menor mobilidade acabam por ter”, constata João Afonso, assegurando que “não há que ter medo do medo, nem do movimento”.Exercícios de rotação e alongamentos, for-

talecimento dos membros superiores e in-feriores com aumento da dificuldade e dos pesos utilizados e ações de relaxamento constituíram a parte física.Esta intervenção global em doentes com fi-bromialgia, na vertente da educação aliada ao exercício, não é conhecida em Portugal, mas constitu i uma prática em desenvolvimento noutros países.

Trabalhar comportamento

Os alunos envolvidos consideram que este projeto constitui uma mais-valia para quan-do desempenharem funções em clínicas de fisioterapia, hospitais, centros de saúde ou clubes desportivos, pois estão habilitados a pô-lo em prática.Após um trabalho que contou igualmente com uma parte de investigação científica, com a duração de cerca de seis meses, os es-

tudantes recolheram e processaram as infor-mações mais recentes e pertinentes acerca da patologia nas publicações da comunida-de científica internacional, incorporando e adaptando-as aos casos concretos que ti-nham em mãos.As conclusões retiradas deste projeto final do curso de Fisioterapia, aponta Inês Macedo, passam por estabelecer que a fibromialgia é uma doença de que “não se conhece a causa, quanto mais a cura” e, mesmo não se elimi-nando totalmente a dor, é ao nível do com-portamento que se deve trabalhar. Quanto aos resultados finais com o grupo com que trabalharam, os alunos indicam que durante o período de tratamento as pacien-tes iam retomando atividades normais como a lida da casa ou ir às compras, enquanto o estado de espírito registou melhorias, o sono saiu beneficiado e o nível de depressão dimi-nuiu. Os pacientes podem, através da inter-venção proposta, tornar-se mais indepen-dentes e até aprender a fazer a sua própria gestão clínica.O conselho dado pelos estudantes a quem sinta o grupo de sintomas associados à fi-bromialgia – dores generalizadas, fadiga, sono alterado e depressão – é recorrer a es-pecialistas médicos na área de reumatologia, contando que o diagnóstico é complexo já que envolve o exame a 18 pontos específicos no corpo, entre os quais o tronco, os mem-bros superiores e o pescoço. As entidades oficiais avançam que em Portugal o número de pessoas diagnosticadas é atualmente de 350 mil.Para estes alunos da ESS/IPS, que atualmen-te se preparam para o mundo do trabalho, além do projeto, levam a satisfação pessoal por terem acompanhado e contribuído para a melhoria de um grupo de pessoas que agora têm melhor qualidade de vida.

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24SETÚBALabril|maio|junho13

retr

ato

s

Quase desaparecida por trás do bal-cão onde atende a clientela, Fátima Pereira debruça-se sobre a velhinha Singer, concentrada na cadência que imprime no pedal da máquina de costura enquanto ajusta os pontos de um casaco de ganga.São horas a fio as que passa no atelier da Travessa Jorge D’Aquino, na Baixa da cidade, moldando tecidos à me-dida exata da elegância das silhuetas encomendadas.“É preciso satisfazer os clientes. Têm de sair daqui com um sorriso. Há que tra-balhar com carinho para as pessoas”, resume, dona Fátima, a filosofia não apenas do ofício, um entretenimen-to e complemento da reforma, mas de toda uma vida “que ainda não che-gou aos 70 anos”.Costureira por decreto do destino, Fátima Pereira mantém a fidelidade de clientes de há trinta anos, altura em que se mudou para Setúbal, de-pois de abdicar da profissão dos so-nhos, escriturária, devido à carreira do marido.Na época, em que dominava umas noções de costura, teve de se adaptar às necessidades. “Não custou muito aprender. Dia em que não se apren-de nada é dia sem piada. Sempre me adaptei bem aos desafios.”A verdade é que hoje, com a refor-

Costura com um sorriso

Cada ponto, cada bainha merecem uma

dedicação absoluta. Quem levanta uma

encomenda na dona Fátima, deve sair

sorridente. Caso contrário, não vale a

pena trabalhar. É costureira na Baixa há trinta anos, mas é

nos livros que cose as linhas com que tece

a vida

ma amputada pela recusa do Estado em reconhecer os muitos anos que trabalhou em África, mantém uma clientela restrita, “o suficiente para não depender de ninguém”, regra de ouro que a acompanhou toda a vida.Talvez por isso o atelier esteja como que camuflado, anónimo naquela travessa perdida na Baixa, sem um sinal, um autocolante que seja, que indique que está ali uma costureira que faz questão de não deixar pontas soltas em cada encomenda, numa dedicação militante para ver que quem parte sai com um sorriso na cara.“Não é uma questão de orgulho. Antes, dignidade. Todo o tostão que entra na minha mão tem de ser com dignidade”, pondera dona Fátima.

Tendências

Os anos que leva atrás da Singer fizeram-na acompanhar inúmeras modas. A boca de sino está entre as que deixam saudades. “Depois, veio a mania das mangas a começarem a meio dos braços. Era horroroso.”Na década seguinte apareceu o cabe-dal. Sem se opor no campo da estéti-ca, foi, todavia, um período de suor, sendo “um esforço muito grande tra-balhar aquele tecido, de resistente que

era”. O século XXI trouxe menos vo-lume de trabalho, não só porque não deseja mais, mas também porque há menos procura. Ainda assim, lançam-lhe desafios para fazer vestidos “de alguma apre-sentadora de televisão ou atriz”. Já não os faz, “até porque precisava de ajuda para isso, mas, o pior, é que tinha de ver televisão”, atividade que também re-jeita, aliás, que sempre rejeitou.Para as tendências deste ano, o sor-riso jovial de dona Fátima, coerente com toda a personalidade da afável costureira, solta-se ainda com mais facilidade. “Vê-se muito azul cobalto, verde esme-ralda e amarelo limão. É uma maravi-lha!”

Modernices

De espírito aberto, sem medo de mudanças, Fátima Pereira faz-se acompanhar no atelier não apenas da fiel Singer, que diz ter a impressão de que é mais velha do que a própria dona, mas de outras duas máquinas, da mesma marca, só que elétricas. “Uso-as menos. Isto dos plásticos veio estragar um pouco as coisas.”São gostos. Apenas isso. Até porque dona Fátima abraça como pode a evolução do mundo. “O que quer sa-

ber? Se percebo de computadores? Olhe, há uns tempos cheguei a fazer um curso de Auto CAD.” Toma e embrulha. “Só não me devo dar muito bem agora, por-que há tempo que não mexo nisso.”Como foi escriturária, com capaci-dade para datilografar 72 palavras por minuto, a dificuldade em se ajustar ao teclado de um computador foi mínima. Internet, mails, Word e, pelos vistos, desenhos digitais a três dimensões… Poucos segredos a era informática reserva à jovem sexage-nária. Ler é o melhor remédio

Calma, qualidade vital na costura, não se recorda de um único momen-to em que tenha perdido a serenida-de. “Para quê? Berros alguma vez resol-veram as coisas? Os livros dão-me paz.”E também, talvez, nervos de aço, para enfrentar as aventuras da vida.Algumas passaram por conduzir automóveis sem carta durante sete anos, longas viagens de mota na costa africana e até dormir com uma pistola debaixo da almofada. Quan-do a maioria seria capaz de disparar ao ladrão que invadia o jardim, de trás da Walther em riste só saiu um aviso e uma lição ao meliante.Amante de qualquer expressão ar-

tística, tem na leitura e na escrita a grande paixão.“Em vez de televisão, prefiro ler na cama. E o jornal do dia é como oxigé-nio”, confessa, enquanto vai à zona do provador do atelier e regressa com um livro na mão, demonstran-do como o companheiro íntimo está sempre presente.O gosto terá vindo a partir do pai, oficial da Marinha, fervoroso leitor e motivo pelo qual fez a meninice em Angola e a adolescência em Moçam-bique.Acha que o prazer em viver e o gosto em experimentar coisas novas vêm precisamente dos livros. E gosta, literalmente, de tudo. “Adoro Milan Kundera, mas também adorava as Seleções Reader’s Digest. Aprendi tan-to com elas”, recorda com um brilho nos olhos.Da leitura à escrita foi um passo tão simples como coser um botão. O formato de conto, o preferido, serviu para participar em vários concursos, ganhando alguns, até no Brasil.No perpétuo processo de aprendiza-gem, quer saber mais e mais de Por-tuguês. O Acordo Ortográfico “tem coisas boas e más, mas ainda bem que tiraram tanto ‘c’ e ‘p’ que não se lia. É uma questão de adaptar à mudança”, remata.

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25SETÚBALabril|maio|junho13

rostoDedicação totalJoão Terlim, 42 anos, natural de Setúbal, fundou, com Mário Correia, a Academia de Rugby Club de Setúbal, a 11 de novembro de 2011. A criação de um clube direcionado para a formação “era um sonho antigo”, revela o treinador, confessando que o trabalho com crianças “é extremamente gratificante”. Antigo jogador e empresário, licenciado em Educação Física e com um mestrado em Treino Desportivo de Alto Rendimento, está a “100 por cento no projeto”. Na cidade, lançou a modalidade no Scalipus Clube de Setúbal mas foi no Vitória que o râguebi mais cresceu.João Terlim, com o nível III de treinador e que integrou uma equipa técnica da Seleção Portuguesa de Râguebi, enaltece o apoio prestado pelo selecionador nacional, Tomaz Morais, e da presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, que apadrinham este projeto.No horizonte está a criação de um complexo totalmente dedicado ao râguebi, em Setúbal, num espaço próprio. Para já, até porque as condições não são favoráveis, a modalidade fica-se por Vanicelos.

no recinto, diretamente para a zona de uma das balizas, onde os companheiros de equipa já esboçam algumas brincadeiras.À chegada do treinador João Terlim, antigo praticante e trei-nador da modalidade no Vitória Futebol Clube, os pequenos atletas acorrem para ajudar a montar os esquemas de treino, tarefa árdua, por vezes com os jovens a dispersarem a atenção por brincadeiras paralelas com os equipamentos.O treino começa com uma volta ao campo, meio atabalhoada e com pouco empenho desportivo. “Hoje estão com a carga toda. É preciso tirar bateria”, desabafa o treinador com o amigo Má-rio Correia, concentrando os jovens no centro do campo para uma série de exercícios de aquecimento. João e Mário cruzaram-se na equipa do Vitória. A paixão pelo râguebi, no caso de Mário impulsionada pelos vários anos em que viveu na África do Sul, país com forte tradição neste des-porto, levou-os a criar um projeto diferente, exclusivamente orientado para a formação. Disciplina, respeito, coragem, determinação, solidariedade, compromisso, ética e diversão são os valores do râguebi que os dois tentam incutir em cada sessão de treino, procurando desmistificar a violência da modalidade. “Há muito contacto físico, mas não é um desporto violento”, argumenta Mário, que trata da parte mais administrativa da Academia.João Terlim prossegue o treino do grupo de 17 atletas, os mais novos, entre os 5 e os 8 anos, com a pequenada a trabalhar num conjunto de esquemas que puxam pela coordenação mo-tora. “Além da prática física, treinamos um râguebi mais lúdico, sobretudo de aprendizagem de regras”, adianta o treinador. O afinco e o bom comportamento no treino são recompen-sados. É o grupo que escolhe a última tarefa do dia. Um jogo ou paraquedas? A preferência recai na segunda hipótese, para entusiasmo geral da pequenada, pois é um esquema mais avançado, usualmente praticado só pelos mais velhos. O exercício é feito em grupo, em género de estafeta. Cada um, com um paraquedas preso ao corpo, tem de correr e contornar um obstáculo, com a dificuldade acrescida pelo atrito provo-cado pelo apetrecho técnico. Estafados, os pequenos atletas ainda têm de forçar para o derradeiro momento do treino. Reunidos no meio do campo, com a bola ao centro e os braços no ar, entoam, em conjunto, o grito de guerra: “Academiaaa!”

Desporto solidário

A atividade da Academia de Rugby Club de Setúbal, com perto de quatro dezenas de atletas, não é feita só de treinos. Apesar de ainda não competir oficialmente, o clube realiza, ao longo do ano, dias abertos de promoção da modalidade e participa em convívios de âmbito nacional. Além da prática desportiva e da aprendizagem das regras do jogo, os dinamizadores da Academia incutem nos atletas, des-de tenra idade, um espírito de solidariedade e de ajuda para com o próximo, um dos valores mais vincados do râguebi.

inic

iati

va

Râguebi sem placagens

Ao final da tarde, o campo pertence

aos atletas de palmo e meio. Três vezes por

semana, praticam e aprendem,

de forma divertida, as regras,

as técnicas e os valores do râguebi.

Na Academia de Rugby Club

de Setúbal todos jogam, sem

exceção, num projeto que alia a

prática desportiva ao sentimento de

solidariedade

Os primeiros passos na descoberta do râguebi são feitos de forma divertida, em treinos que juntam a vertente pedagógica à prática física. As regras do jogo são introduzidas aos poucos, em exercícios de aprendizagem de algumas das técnicas basi-lares da modalidade. Na Academia de Rugby Club de Setúbal, em atividade desde abril, há lugar para todos, independentemente da constituição física. Aliás, esta é a base de formação para os jovens atletas, dos 5 aos 14 anos, em treinos trissemanais realizados no cam-po sintético do Parque de Vanicelos.O entusiasmo de Martin sobe de intensidade momentos antes de pisar o sintético. Despede-se rapidamente dos pais e entra

Mensalmente, aquando do pagamento das quotas, são soli-citados aos encarregados de educação bens alimentares que possam ser entregues a instituições de solidariedade social da cidade. “É um pequeno gesto que fazemos questão de praticar. Todos juntos, aprendemos a ser melhores cidadãos”, salientam João e Mário. As quatro dezenas de jovens atletas que integram os dois esca-lões de formação da Academia de Rugby Club de Setúbal – dos 5 aos 8 anos e dos 9 aos 14 – praticam a modalidade no campo sintético do Parque de Vanicelos, cedido pela Câmara Munici-pal a esta entidade no âmbito de um protocolo de colaboração para o desenvolvimento desportivo.

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26SETÚBALabril|maio|junho13

Emblemático para a história mili-tar de Setúbal e modernizado para as gerações futuras, o baluarte, onde hoje está instalado o edifício da Escola de Hotelaria e Turismo, com uma galeria municipal, é uma das 11 fortificações da cintura de muralhas seiscentistas.Com a restauração da indepen-dência de Portugal face a Espanha, em 1640, e colocando a hipótese de novas investidas castelhanas, Setúbal necessitava de reforçar a muralha medieval construindo uma segunda fortificação.A linha defensiva, que passou a englobar as áreas de Troino e Pa-lhais, estava pensada não só para proteger a população da então vila, mas, sobretudo, para que as tropas inimigas não chegassem a Lisboa.Embora Setúbal contasse com a Fortaleza de S. Filipe para fins mi-litares, o atual monumento repre-sentava uma referência dos ses-senta anos do domínio espanhol, razão pela qual a população pedira a D. João IV a sua demolição e a cons-trução de um novo aquartelamento. Em boa hora o monarca não cedeu à ideia de destruição da fortaleza. Contudo, assentiu na edificação de um quartel no Baluarte da Concei-ção, o mais junto do rio Sado. Estrategicamente ou não, o facto é que foi construído, com dinhei-ro da população e da Câmara Mu-nicipal, de forma a desenhar um triângulo com o porto comercial e

Edifício

Um quartel de disciplina

Durante séculos foi um importante ponto estratégico na defesa nacional, sobretudo de Lisboa. No antigo quartel do Regimento de Infantaria 11, fez-se frente a exércitos inimigos, como as tropas napoleónicas. Foi também ponto de partida de soldados para a I Guerra Mundial e onde Bocage cumpriu serviço militar. Agora, dá lugar à Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, um importante contributo para a economia da região

a Alfândega, edifício da atual Bi-blioteca Municipal.Na porta de armas, que ainda hoje integra as instalações da Escola de Hotelaria e Turismo, pode ler-se a seguinte inscrição: “Reinando el-rei D. Pedro II mandou fazer este pór-tico, o Duque do Cadaval, mestre de campo general, junto à pessoa de sua Majestade, mandando as armas das praças de Setúbal, Cascais e Peniche, e sendo capitão general de cavalaria da corte e província da Estremadura, dos conselhos de Estado e de Guerra, de sua Majestade do despacho das mercês e expediente, mordomo-mor da rainha D. Maria Sofia. Na era de 1696.”A primeira planta que se conhece do quartel data de meados do sécu-lo XIX, apresentando um edifício

com alterações do original, um sé-culo após o terramoto de 1755, que provocou a perda de muitas vidas e severos danos materiais na vila, incluindo a muralha seiscentista.Em 1957, Peres Claro, numa re-colha de informações paroquiais sobre os prejuízos causados pelo terramoto, conta que “a fortificação nova padeceu, na parte sul, de grande ruína devido à impetuosa inundação do mar que a arrasou quase total-mente”. E adianta que “foram lan-çados à terra pedaços de muro de 25 palmos de comprimento, com 13 pal-mos de fundo e 10 de largura”.

Bocage aquartelado

Ao longo dos séculos, o quartel serviu vários regimentos, incluin-

do o da Infantaria 6, no qual Ma-nuel Maria Barbosa du Bocage as-sentou praça, aos 16 anos, a 22 de setembro de 1781. No livro “Bocage – o perfil perdi-do”, Adelto Gonçalves escreve que “o quartel ficava a poucos passos de sua casa, à beira do Sado”. O autor brasileiro refere ainda que o poeta optou pela tropa para fugir à tradi-ção eclesiástica da família.No livro do regimento de infanta-ria, que passaria a 7, em 1806, está registado que Bocage era o soldado número 84 da sexta companhia. Em 1782 e 1783, o soldado recebeu quatro licenças, a última de 21 de agosto a 15 de setembro.A partir desta data nada mais se tem descortinado sobre a sua vida no exército, à exceção da partida para a India, enquanto guarda-marinha, a bordo da nau Nossa Senhora da Vida, Santo António e Madalena, com escala no Rio de Janeiro e em Moçambique, a 14 de abril de 1786.

Escola de guerra

Em 1807, Setúbal é ocupada pe-las tropas napoleónicas, sendo considerada “Praça de Guerra”, designação “ligada à importância militar e estratégica” da vila, como indica Albérico Afonso Costa, em “História e cronologia de Setúbal 1248-1926”.Sete anos depois, em 1814, em fe-

vereiro, o Regimento de Infantaria 7 participa na batalha de Orthez contra o exército napoleónico, sob comando do general Soult, re-gressando a Setúbal em setembro sendo recebido “de forma bastante entusiástica pela população”.No último ano do século XIX, um decreto de 14 de setembro decla-ra que o Regimento de Cavalaria 1 passa a constituir o Regimento de Infantaria 11, aquartelado em Se-túbal.Já no século XX, muitos militares saíram do quartel do baluarte de Nossa Senhora da Conceição para travar batalhas na Grande Guerra. Dali, entre 1914 e 1919, foram mais de cinquenta homens os que par-tiram e não regressaram à pátria, mortos em combate.Antes da desativação do quartel, no início da década de 90, viveram-se ali momentos de grande emoção com a população a apoiar os mili-tares em plena revolução do 25 de Abril de 1974.Desativado, o edifício foi-se de-gradando, até que a Câmara Mu-nicipal conseguiu a transferência da propriedade do Ministério da Defesa para a Autarquia em 2008, investindo cerca de 2,5 milhões de euros. Um novo rumo foi dado ao Quartel do 11, como ficará sempre conhecido, hoje um importante espaço de ensino da Península de Setúbal e do Litoral Alentejano, a Escola de Hotelaria e Turismo.

Cerimónia do Dia do Regimento de Infantaria 11, a 21 de junho de 1956(foto Arquivo Américo Ribeiro/CMS)

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27SETÚBALabril|maio|junho13

mem

óri

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hoje

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m

A fotografia do Arquivo Américo Ribeiro, de 1939, com tropas em parada no quartel

do Regimento de Infantaria 11, mostra bem a profusa atividade militar deste

equipamento do Exército, edificado no século XVII, após o domínio filipino,

no âmbito da linha de defesa terrestre e costeira. Hoje, o imóvel, após obras de requalificação, está na fase final de adaptação para acolher os modernos

serviços da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, como dá conta a imagem

captada em junho por Mário Peneque.

História

RuaPraia do Feijão

O fim trágico de D. Pedro Fernandes Sardinha

As estórias passam de geração em geração e muito do que se conta hoje, acrescente-se um ponto ou não, torna-se numa verdade adqui-rida, como a da Rua 26 de Setembro.Muito antes de ter a data em que Setúbal rece-beu o título de mui notável vila pelo Rei D. João III, esta artéria do bairro do Troino, paralela à Avenida Luísa Todi, que converge para a Praça Teófilo Braga, era conhecida, e ainda hoje o é por alguns, por Rua do Feijão. Quem narra a estória, que também lhe foi contada aos 12 anos, é a octogenária Fátima Freire que ali morou até à sua meninice. No depoimento que deu ao Museu do Trabalho Michel Giacometti, para memória futura, foi o seu primo e padrinho Amílcar Soromenho

Busto de D. Pedro Fernandes Sardinha erguido no centro histórico de S. Salvador da Baía, Brasil

D. Pedro Fernandes Sardinha, imortalizado no painel dos religiosos do Tríptico de Luciano dos Santos, pa-tente nos Paços do Concelho, é um ilustre setubalen-se pela vida eclesiástica que teve ou por ter tido uma morte trágica? Provavelmente, por ambas as razões.Pedro Fernandes Sardinha, setubalense nascido, julga-se, em 1496, foi o primeiro bispo do Brasil, co-lónia portuguesa que, desde 1514, pertencia à diocese do Funchal. A pedido do Rei D. João III, o Papa Júlio III, através da bula Super Specula Militantis Ecclesieae, eleva São Salvador da Baía a arquidiocese e nomeia Pedro Fernandes Sardinha bispo do Brasil, em 1551. O que talvez muitos setubalenses desconhecem é que por trás desta nomeação esteve a influência de Fran-cisco Xavier, mais tarde, santo padroeiro de Setúbal. As relações entre o teólogo setubalense e o missioná-rio jesuíta remontam a 1525, na Universidade de Pa-ris, França, onde Pedro Fernandes Sardinha foi pro-fessor de Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus e também amigo de Francisco Xavier.Antes mesmo das funções episcopais, que desempe-nhou entre 1552 e 1556, Pedro Fernandes Sardinha foi nomeado capelão da Igreja de Sebastião, na Ilha da Madeira, em 1529 e capelão em Lisboa em 1531, sendo transferido para o Porto, onde permaneceu até 1545. Nessa altura, parte para a Índia, passando a vigário geral e provisor da diocese de Goa em 1547. Foi du-rante a permanência na Índia que o padre português e o missionário Francisco Xavier mantiveram contacto. Assistiram aos momentos finais da vida do governa-dor da Índia, D. João de Castro, em Cochim, tendo

escrito as últimas vontades, como testemunha carta de 22 de outubro de 1548, destinada a D. João III: “Estan-do o vice-rei D. João de Castro para falecer, nos disse a nós todos quatro, Mestre Pedro [Fernandes Sardinha] vigário geral, Frei António Custódio, Mestre Francisco da Compa-nhia de Jesus, Frei João de Vila do Conde, de palavra, que

fizéssemos esta carta a Vossa Alteza em que lhe fizéssemos as lembranças seguintes em seu nome, por ele já estar em tempo para o não poder fazer (…)”Pedro Fernandes Sardinha renuncia ao cargo de vigá-rio geral de Goa e no início do ano seguinte regressa a Portugal, trazendo uma carta do jesuíta, também publicada no livro “Obras Completas de S. Francisco Xavier”, de 2006, uma edição Loyola, a lembrar “das coisas a negociar com o Rei para bem dos cristãos da Ín-dia”, entre as quais a necessidade de mais pregadores: “Faça Vossa Mercê lembrança ao Rei que mande muitos pregadores da Companhia de Jesus a estas partes, pois as fortalezas da Índia têm tanta necessidade de pregadores como V. M. muito bem sabe (…).”Com o conhecimento do processo de evangelização trazido do Oriente, Pedro Fernandes Sardinha é no-meado bispo da antiga capital do Brasil, São Salvador da Baía, em 1551. Um bispado que não duraria muito tempo. Na sequência de atritos com membros do cle-ro, D. Pedro Sardinha foi chamado à corte e embarca para Portugal em junho de 1556. É então que a tragédia acontece, quando a nau Nossa Senhora da Ajuda encalha num banco de areia ao na-vegar ainda próximo da costa brasileira. Ao desem-barcarem na praia de Alagoas, os cerca de cem náufra-gos, incluindo o bispo português, foram massacrados pelos índios Caeté, tribo que habitava numa área do litoral e praticava o canibalismo.“A Igreja do Brasil perdia, assim, o seu primeiro Pastor, mas ganhava um mártir, para exemplo de nossa cristan-dade”, como faz referência o Instituto do Ceará.

Coelho quem lhe contou porque é que aquela rua se chamava Rua do Feijão. “Antigamente, até ali e mais adiante, chegava o mar, não havia rua nem casas, o mar apanhava aquele bocado todo e era ali onde atracavam os barcos”, relata Fátima Freire, como se tivesse sido transportada numa máquina do tempo, quando a Avenida Luísa Todi era praia.A explicação vem a seguir: “Até que, um certo dia de tempestade, um barco encalhou logo ali, espalhou todo o feijão e as pessoas foram apanhar o feijão.”Hoje, poucos são os que conhecem a estória da Rua do Feijão e, talvez, o que se assinala a 26 de setembro, a data em que, em 1525, Setúbal passou a ser vila.

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A qualidade arquitetónica marca o projeto de conceção do futuro edifício Biblioteca Públi-ca Municipal de Setúbal, selecionado entre 127 candidaturas, portuguesas e estrangeiras, apresentadas num concurso público promo-vido pela Autarquia.O projeto, concebido pelo atelier “Jordana Tomé, Vítor Quaresma, Filipe Oliveira”, com coordenação do arquiteto Joaquim Duque Duarte, foi conhecido no final de maio, numa apresentação pública realizada nos Paços do Concelho.A proposta vencedora, premiada com 12 mil euros, representa um investimento que res-peitará o limite de 3,2 milhões de euros de-finido no concurso, com o objetivo de cons-truir o novo edifício na zona sul do Largo José Afonso.As novas instalações da biblioteca são uma “peça fundamental na estratégia que a Autar-quia tem delineado para a reabilitação urbana do centro histórico e da fren-pl

ano

se

guin

te

A candidatura da Arrábida a Patri-mónio Mundial está em destaque na Feira de Sant’Iago, a decorrer de 20 de julho a 4 de agosto, com es-petáculos diários, divertimentos, tasquinhas gastronómicas e várias atividades para todos os públicos.O tema “À Luz da Arrábida”, retra-tado num pavilhão próprio, dá con-ta das várias vertentes pelas quais a serra deve ser considerada um tesouro a usufruir e preservar pela Humanidade. Já no pavilhão “Participação e Ci-dadania” é feita uma retrospetiva do percurso de Setúbal nos últi-mos quatro anos, com referências aos projetos implementados pela

A Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Se-túbal é apresentada à população numa publicação que destaca, de forma pedagógica e interativa, os objetivos estratégicos para uma evolução territorial sustentada, a proposta de ordenamento e os grandes projetos para o desenvolvimento do concelho.O guia “PDM de Setúbal em Revisão”, de 60 páginas, com cinco capítulos, pretende informar os munícipes sobre a natureza daquele instrumento urbanístico, abordando ainda os estudos realizados e os princípios de gestão preconizados.A Revisão do PDM de Setúbal permite aliar um conhe-cimento do concelho a uma estratégia de atração de in-vestimento e de transformação de Setúbal numa região mais coesa e competitiva.A publicação, lançada pela Autarquia no final de junho, elaborada numa linguagem acessível, contém mapas temáticos destacáveis em transparência, que o utiliza-dor pode sobrepor numa base cartográfica do concelho para uma melhor perceção.O guia informa os cidadãos sobre o território em que vi-vem e sobre as opções de ordenamento, motivando-os a participar construtivamente para um território mais sustentável.A Revisão do PDM de Setúbal, liderada pela Câmara Municipal, é elaborada por uma equipa técnica autár-quica, com o apoio de especialistas e entidades nacio-nais de várias áreas.

Livro explica revisão

do PDMNova biblioteca escolhe projeto

Arrábida ilumina

Sant'IagoA Feira de Sant’Iago está de volta.

São dezasseis dias de música, diversões e gastronomia, com novos espaços dedicados

ao desporto e à época medieval. Tudo “À Luz da Arrábida”, o tema da edição deste ano do maior certame regional a sul do Tejo

Câmara Municipal durante o atual mandato.Com dois palcos, passam, pelo maior, nomes como António Zam-bujo, Blasted Mechanism, Deolin-da e Anjos. No outro, é dado prota-gonismo a artistas com expressões culturais específicas, como fadistas e de associações de imigrantes.No recinto das Manteigadas, a Feira do Livro marca novamente presença enquanto se estreia uma Feira Medieval, com um conjunto de atividades que revivem o século XVI.Com inauguração no dia 20 de julho, às 20h00, o recinto funcio-na das 14h00 à 01h00 de domin-

go a quinta-feira, encerrando às 02h00 às sextas e sábados. A pro-gramação completa está disponível em www.feira-santiago.org.

Festas animam verão

As tradicionais festas populares animam o concelho de uma ponta à outra, com música, divertimentos, tasquinhas gastronómicas e arte-sanato, a começar com a SetFesta, ponto de encontro do movimen-to associativo das freguesias da Anunciada e Santa Maria, até 7 de julho, no Largo José Afonso.Também em julho, no rossio de Vila Nogueira de Azeitão, de 4 a 7,

decorrem as 24.as Festas da Arrábi-da e da Azeitão, enquanto de 5 a 7 as Festas de Verão animam o Clube Desportivo, Cultural e Recreativo da Gâmbia. Já o fim de semana de 6 e 7 é preenchido com as celebra-ções religiosas do Círio de Nossa Senhora da Arrábida.Agosto começa com o festival gas-tronómico Viva o Marisco & Cerve-ja, de 1 a 11, no Largo José Afonso, seguindo-se um certame, de 2 a 4, em Vendas de Azeitão, que assinala os 443 anos de existência da Fre-guesia de S. Simão.Entre os dias 9 e 18, as Escarpas de Santos Nicolau são palco da 11.ª Festanima.

te ribeirinha” da cidade, afirmou a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, na ce-rimónia de anúncio dos vencedores do con-curso público.A autarca defendeu ainda que o novo equi-pamento, “com melhores condições de funcio-namento e inserido num edifício de referência”, reforça a “qualidade urbanística do Largo José Afonso”.O júri destacou, na proposta vencedora, a au-tonomia dos espaços cafetaria e auditório e o favorecimento de vistas panorâmicas para o Largo José Afonso e o Sado através de um pá-tio no terceiro piso.O concurso distinguiu ainda as propostas de João Luís Carrilho da Graça, segunda classi-

ficada, premiada com oito mil euros, e de Mó-nica Sofia Alves Marga-rido, terceiro lugar, com cinco mil euros. A pro-posta do atelier Embai-xada Arquitectura, co-ordenada por José Paulo Ferreira Rodrigues, teve uma menção honrosa.

O Azeitão Bacalhôa Parque recebe, nos dias 10 e 11, as Festas de São Lourenço, enquanto, de 10 a 12, realizam-se as Festas de Nossa Se-nhora do Rosário de Troia.Seguem-se, entre 14 e 18, na Al-deia da Piedade, Azeitão, as festas de homenagem a Nossa Senhora da Conceição.Para o final do mês, está reservada a 14.ª edição das Festas do Moinho de Maré da Mourisca, de 23 a 25, a festa dos 16 anos do Motoclube de Setúbal, a 24, no Largo José Afon-so, e o Festival do Carapau, de 24 agosto a 7 de setembro, em vários restaurantes da cidade e na Casa da Baía.