jornal especial esperança de lagos

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Edição Atenção Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais e associações: Preparamos edições para qualquer evento . Informações: vozdasfreguesias @sapo.pt ou 968032432 - 965443717 Depois de uma época razoável A APOSTA É SUBIDA DOS SÉNIORES AOS NACIONAIS Escolas A Campeões Distritais Infantis Subida à 1ª Divisão

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Page 1: Jornal Especial Esperança de Lagos

EdiçãoAtenção Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais e associações:Preparamos edições para qualquer evento.Informações: [email protected] ou 968032432 - 965443717

Depois de uma época razoável A APOSTA É SUBIDA DOS

SÉNIORES AOS NACIONAIS

Escolas A Campeões Distritais

InfantisSubida à 1ª Divisão

Page 2: Jornal Especial Esperança de Lagos

2 Especial ESPERANÇA DE LAGOS J u l ho 2008

EditorialEsta publicação Especial Esperança de Lagos sur-ge no final de uma época positiva para a colectivi-dade mais antiga de Lagos.Quase meio milhar de crianças e jovens em todos os sectores da formação, começando pelas escoli-nhas e indo até ao juniores, são a prova do esforço que os dirigentes têm vindo a fazer no sentido de definir o melhor caminho para o Esperança e evi-tar situações complicadas que coloquem em risco a sobrevivência da colectividade.O futuro é já ali e há que o preparar, e é assim, com uma aposta séria na formação, que o futuro se prepara e os dirigentes do Esperança têm feito um trabalho sério neste dominio.Um trabalho para continuar e que merece o apoio dos lacobrigenses.A formação vai contribuir também para que a equipa sénior possa ser valorizada com a chamada “prata da casa”, isto numa altura em que os gastos elevados com o futebol adulto são postos em causa em quase todos os clubes.Por tudo isto, o futuro é risonho e com este traba-lho constante, se houver também apoio da comu-nidade, a presença dos séniores nos nacionais será uma realidade, mas com os pés assentes no chão.A subida dos seniores aos nacionais, se acontecer, não fará, estamos certos, o clube entrar em loucu-ras. É preciso aprender com os erros.

O Clube de Futebol Esperança de Lagos su-cedeu ao Lagos Foot-ball Clube e deve o seu nome à então namorada de um dos fundadores. José Victor Adragão era um conceituado lacobri-gense e à falta de melhor nome para a novel colec-tividade decidiu sugerir o nome de Esperança, a sua namorada chamava-se Esperança Rodrigues, foto em baixo.

Corria o ano de 1912, estávamos no dia 20 de Setembro e nascia assim aquela que é hoje uma das colectividades mais antigas do Algarve: o Clube de Futebol Espe-rança de Lagos.

O futebol era já uma realidade em Lagos, em 1882 disputou-se a pri-meira partida. Foi nos terrenos junto ao cais e frente a frente estavam duas equipas de tripula-

FICHA TÉCNICA : Voz das Freguesias - nº 00 - Edição Especial Esperança de Lagos (Lagos -Julho 2008) - Edição e Direcção Geral: Agostinho Duarte Ribeiro CP nº 8505 - Director/Coordenador de edição: Armindo Vicente - Direcção Comercial: CS - Colaborações Redacção: Cristovão Pinto; Sandra Coelho; Carmen Sofia; José António Peixoto; Cristina Coelho; Manuel Costa; Gabinete Imprensa CFEL - Tiragem deste número: 5000 exemp. Registos - Titulo: 125429 Depósito Legal: 279 341/08 Redacção: Largo da Alegria, nº 57 8600 Odiáxere - Lagos Telm 968032432 email [email protected] Impressão: Grafimondego - Coimbra Nota: Direitos Reservados dos textos e fotos originais. Necessária autorização escrita para reprodução.

ções de barcos ingleses, a pátria do futebol. Os jovens de Lagos apre-ciaram o desporto e fo-ram criados três clubes, o Sport Lisboa e Lagos (viria a dar lugar do Sport Lagos e Benfica), Clube de Futebol Mari-timo “Os Lacobrigen-ses” e o Lagos Futebol Clube, percursor do Es-perança.

Entretanto, depois da fundação, o Clube de Futebol Esperança de Lagos continuou a utili-zar o campo de S. João e antes da oficialização dos campeonatos distri-tais começou a disputar jogos com as equipas da terra e da vizinhança, nomeadamente Porti-mão e Silves.

Os jogos entre o Es-perança e o Lisboa e Lagos eram autênticos Sporting-Benfica, até porque estavam em cau-sa duas filiais dos clubes de referência de então.

Depois começaram os campeonatos oficiais

e nas décadas de 30 e 40 do século passado, foram muitas as vitórias do Esperança.

De entre os vários títulos conquistados, o mais importante terá sido a vitória no campeonato nacional de terceira divi-são na época 1982-1983 ( foto em cima).

Equipa campeã da terceira divisão nacional em 1983: Da dta para a esq. de pé: Fer-nando, Covelo, Hélder, Tó Manuel (massa), Mendes, Mayer, Diamantino, Amenga, Benvindo Assis (trein), José do Cerro (pres.), José Borba, Manuel Serrano, Eduardo Martins (médico), Chico Costa (roup) e Teresinha (dir). Em baixo - Fanã, Vitor Ben-galinha (dir), Manuel Costa (sec geral), Luis Manuel, Zequinha, Benvindo, Romeu, Carlos Alberto, Simões, Vitor Manuel e Edmundo

Alguns pormenores da longa história do Clube de Futebol Esperança de Lagos

Foto: DR

Foto: DR

Page 3: Jornal Especial Esperança de Lagos

Ju lho 2008 Especial ESPERANÇA DE LAGOS 3

Entrevista a Julio Barroso, presidente da Câmara Municipal de Lagos

“O Esperança é uma referência afectiva para a maior parte dos jovens de Lagos”

Nesta edição espe-cial sobre o Esperança

de Lagos e no fecho de mais uma época,

quisemos auscultar a opinião do presidente da

edilidade lacobrigense, Júlio Barroso, sobre esta colectividade que, dentro de quatro anos, atingirá

o século de vida.Aqui fica a entrevista.

P – O Esperança de La-gos terminou mais uma épo-ca, com alguns sucessos. É um baluarte no desporto concelhio?

R – Sem dúvida nenhu-ma. Dada a sua antiguidade e dada a sua história que pode ostentar, os troféus e espe-cialmente dado o facto de ter sido uma espécie de segunda casa da maior parte dos jo-vens do concelho nos últimos 70,80 anos. Praticamente to-dos os jovens do concelho que algum dia quiseram pra-ticar desporto fizeram-no, na maior vezes, no Esperança. Nalguns casos essa prática foi feita em simultâneo nou-tros clubes, alguns de vida efémera, mas o Esperança manteve-se sempre uma refe-rência para a cidade e é uma referência afectiva para a maior parte dos jovens, quer até à minha geração, quer de-pois.

P – Um dos vectores pri-mordiais é o da formação. O clube tem mais de três cen-tenas de jovens actualmente, sem contar com as escoli-nhas. É uma aposta correc-ta?

R – É um número que me-rece todo o nosso respeito e todo o nosso apoio.

Desde que me conheço que tenho pelo Esperança uma grande simpatia e res-peito.

Houve momentos da vida em que as coisas não corre-ram bem, mas nestes sete anos em que estou à frente do município sempre apoiamos o Esperança, com grande entu-siasmo e especialmente dan-do grande relevo ao trabalho de formação que é positivo e de enaltecer.

P – Há muita gente que se queixa do facto do Es-perança não estar nos na-cionais. A actual direcção tem optado por “arrumar” a casa e pela formação. Na sua opinião têm sido as op-ções correctas?

R – Esta tem sido de facto a opção correcta. O melhor é o Esperança continuar a colo-car o maior número possível de crianças e jovens a prati-car desporto e continuar a ter a sua situação interna regula-rizada e manter uma gestão sustentável. Acho que o Clu-be não se pode endividar sem depois poder pagar. Foi o que aconteceu muitas vezes nou-tros tempos quando se aven-turou em ambições que não estava em condições de sus-tentar e isso deu naquilo que se sabe, um passivo brutal, nomeadamente a trabalhado-res, mas não só.

P – No que se refere a infra-estruturas fala-se na cobertura da bancada do Es-tádio Municipal e na cons-trução de mais um campo relvado. O que há de con-creto?

R – Quanto à cobertura da bancada, estamos já a prepa-rar o projecto e no fim deste ano ou para o ano o proces-so poderá evoluir. Quanto ao campo relvado, que será construído no espaço onde decorre a feira, só será pos-sível quando o espaço alter-nativo para a feira que está a ser localizado na zona de desenvolvimento da cidade para poente, estiver em con-dições.

P – Há muitos anos que se fala na hipótese de um acordo entre a Câmara e o Esperança quanto ao Cam-po do Rossio da Trindade. O que há sobre o assunto?

R – O que existe é que na elaboração do Plano Director Municipal de Lagos, e uma vez que aquele terreno é mu-nicipal e está emprestado ao Esperança, está prevista para aquele local uma área turísti-ca. Independentemente disso, a Câmara nas suas atribuições entende que aquele Parque de Campismo e aquele Campo de Futebol não se justificam no local, havendo outras possibilidades de utilização

daquele espaço mais adequa-das ao desenvolvimento que se pretende. Neste momento está ainda em fase de estudo e isso certamente que será objecto de negociação entre a Câmara e o Esperança de La-gos no sentido de que sejam mantidas as condições do Es-perança. É importante que a sua capacidade de desenvol-vimento da prática desportiva continue, bem assim como a capacidade de obtenção de receitas, como acontece com o Parque de Campismo.

Estamos a equacionar tudo isso para, em data que seja oportuna, nos sentarmos todos para estabelecermos um acordo que seja bom para o município e para o Espe-rança.

Até final do ano o Plano está sem cima da mesa e de-pois de estar consensualizado partir-se-á para esse compro-misso.

P – No que se refere à política desportiva que a Câmara tem seguido, é para continuar?

R – Sempre. A nosso ver o desporto é uma escola de virtudes, sobretudo desde as camadas mais jovens. Contri-bui para o desenvolvimento da sociedade e nesse sentido, a par de uma aposta nas acti-vidades relacionadas com as escolas, consideramos que o desporto é uma aposta fun-damental. Desejamos que a prática desportiva se alargue a toda a população e temos feito um esforço nesse sen-tido.

P – Quanto a estruturas e para além da bancada e do novo campo, o que está previsto em termos de equi-pamentos?

R – Vamos melhorar em Espiche o espaço desportivo e de lazer, vamos criar um parque radical. Vamos melhor o complexo desportivo de Bensafrim, na Luz vamos construir um novo centro escolar que albergará todos os meninos do primeiro ciclo da freguesia e que terá também um espaço desportivo com relvado sintético. Em Odiáxere vai haver uma melhoria dos balneários para apoio ao polivalente e ao campo de futebol. Por outro lado

vamos continuar a apoiar as colectividades desportivas do concelho.

P – Qual o balanço que faz da actividade da empre-sa municipal Lagos em For-ma?

R – Faço um balanço muito positivo. A Lagos em Forma assumiu um encargo

e eu não me canso de louvar as pessoas que assumiram a administração de uma empre-sa de que não sabia muito o que poderia dar, porque não havia experiência anterior.

A gestão da piscina e do pavilhão municipal tem tido um desempenho notável e basta ver os números dos utilizadores da piscina e do

pavilhão, basta ver a forma como se pacificou a gestão dos espaços, terminando al-guma desarmonia que às ve-zes existia.

Temos cada vez mais gente a praticar e a Lagos em Forma é um motor magnífi-co para dar vida aos espaços desportivos municipais.

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Foto: Armindo Vicente

Page 4: Jornal Especial Esperança de Lagos

4 Especial ESPERANÇA DE LAGOS J u l ho 2008

Embora António Leal faça parte dos corpos sociais do Esperança de Lagos devido a ter sido elei-to na lista para a As-sembleia Geral, por determinação da di-recção este dirigente participa nas decisões da colectividade, tal como qualquer outro elemento da direcção.

P – Qual o balanço que faz da época que agora ter-minou?

R – Penso que o balan-ço é muito positivo, quer no que se refere à equipa sénior, quer também no que concerne às equipas de formação. Apesar das difi-culdades e da diferença de

Entrevista a António LealVice-presidente da Assembleia Geral

meios, sobretudo financei-ros, que temos com alguns clubes, já que eles têm mais dinheiro, penso que não deixamos ficar mal a cida-de de Lagos.

P – A formação é então um sector com balanço po-sitivo?

R – A nível de escalões de formação o Esperança pede meças a qualquer clu-be. Depois temos também de ver a questão da forma-ção enquanto homens, os atletas entram pequeninos e saem homens. São pessoas civicamente bem formadas e que nos dão muito orgu-lho. A formação cívica é também um factor impor-tante que o Esperança tem em conta.

P – Como é que surgiu nestes corpos gerentes?

R – Conheço algumas

das pessoas que fazem par-te da direcção e da assem-bleia-geral e quando me convidaram aceitei. Nunca tinha feito parte dos órgãos directivos e agora calhou.

P – Como comenta o, muitas vezes referido, pou-co apoio da comunidade de Lagos ao Esperança?

R – Penso que tem havi-do um distanciamento entre o clube e a cidade e tam-bém entre a cidade e o clu-be. No entanto nota-se que tem havido melhorias. Para melhorar há necessidade de que o Esperança volte aos nacionais e também há necessidade de promover eventos que aproximem a colectividade das pessoas.

Quanto aos apoios fi-nanceiros convém lembrar que as coisas não estão fá-ceis, vivemos um período de crise que afecta sobre-

tudo as pequenas e médias empresas, aquelas que mais apoiam…

Quanto às entidades, a Câmara de Lagos vai apoiando, o próprio presi-dente acredita no trabalho que se está a fazer e pro-meteu que vai continuar a apoiar o clube. Claro que o Esperança quer mais até porque está a substituir-se ao estado na ocupação dos tempos livres dos jovens, que se estivessem ali pode-riam seguir por maus cami-nhos.

P – E acerca das condi-ções de trabalho, o que tem a dizer?

R – Acho que são as possíveis.

Não são as ideais, até devido às questões finan-ceiras, mas penso que são as suficientes para se fazer um bom trabalho.

P – E o futuro, como será?

R – É difícil fazer pre-visões, mas acho que com estes dirigentes e técnicos que o clube tem e com mais um bocadinho de apoio das

gentes e entidades de La-gos, o trabalho será ainda melhor, teremos ainda mais campeões e o equipa sénior estará nos nacionais como todos os associados dese-jam.

A opinião de Rui Capelado Departamento de Formação

P - Como surgiu a oportu-nidade do convite para o Es-perança de Lagos?

R - Eu estava num período de paragem, após uma passa-gem de seis meses pelo Porti-monense, mas com a mudança de direcção do Esperança hou-ve uma mudança profunda no Departamento de Formação, onde eu fui incluído. A opor-tunidade para vir para o clube surgiu após uma conversa com amigos que me falaram deste projecto. Depois com respon-sáveis fiquei ainda mais a par e muito sensibilizado das in-tenções desta direcção para o futebol juvenil e analisei que eu poderia ajudar o clube com o meu conhecimento neste sec-tor.

P - Que análise faz destes primeiros meses?

R - Primeiro, acho que o Esperança de Lagos tem uma administração boa e as pessoas estão cheias de vontade de con-seguir objectivos ambiciosos dentro da formação. Depois as pessoas aqui conseguem reconhecer o que está mal e conversar e corrigir tendo em

vista fazer melhor. O que, para mim é um sinal muito positivo da postura de dirigentes, trei-nadores e coordenadores. Pen-so que há muito para melhorar tendo em vista a excelência, mas o que já vi digo que não há muitos clubes com esta dinâ-mica e a trabalhar desta forma no Algarve.

P - Como vai ser a sua co-laboração no próximo ano?

R - A minha actividade con-siste na área da coordenação técnica. Como coordenador técnico tenho por missão um trabalho fundamental dentro do nosso modelo de jogo e de treino e a partir daí uniformizar processos de jogo e de treino, inter-agindo com os técnicos. Eu estarei no terreno e traba-lharei directamente com eles.

P - Que ajuda poderá dar ao clube na captação de novos valores?

R - A captação no futebol juvenil não é fácil. Primeiro, porque um jovem quando entra nas Escolas, em principio cum-pre um caminho até aos junio-res, não sendo muito propicio a

mudanças. Aqui no Esperança há algumas carências em al-guns Escalões, quer ao nível de número, mas também de mais jogadores com qualidade técnica acima da média. Temos tentado encontrar atletas den-tro de um raio de 20 km que ainda não tenham representado nenhum clube para os convidar a integrar os nossos plantéis. Porém este trabalho é com-plicado, porque procuramos atletas que ainda não tenham representado qualquer clube. A nossa política será de demons-trar que trabalhamos bem e ao vir para Lagos seja sinónimo de encontrar qualidade.

P - Quais os aspectos a melhorar neste clube?

R - Os processos de logís-tica estão a funcionar muito bem e não vejo preocupações de maior, nem carências. A minha preocupação será a evo-lução técnica dos jogadores. Com um maior conhecimento do jogo e das suas formas. E neste capitulo poderei ser uma mais valia.

P - Quais as metas a atin-

gir para o futebol juvenil? Su-bidas aos nacionais?

R - O trabalho com jovens não é tão linear que possamos colocar metas rígidas. Mas te-nho como exemplo um projec-to em Lagoa onde se colocou em prática um trabalho onde o objectivo era colocar uma equipa nos nacionais. E passa-dos quatro anos esse objectivo foi alcançado. O Esperança está no bom caminho, tem uma base muito forte no futebol 7 e penso que, se não houver di-vergências, há condições a mé-dio prazo, para ter uma equipa nos nacionais. Repare, este ano as Escolas B estiveram numa final, as Escolas A foram cam-peões do Algarve e a equipa de Infantis subiu de divisão, com uma equipa muito forte. Com esta base é possível sonhar com subidas e desenvolver um trabalho meritório. Mas aviso que este trabalho é, no míni-mo, a médio prazo e há que ter muita paciência para ver os resultados.

P - Como avalia a opção de formação de equipas B que depois dão sustentabilidade às

equipas A. É um método ade-quado?

R - Eu penso que é uma op-ção muito positiva e rumo ao caminho certo. Este caminho já vem a ser tomado de uns tempos a esta parte e eu estou em total acordo. As equipas B permitem aos atletas competi-rem, para depois, numa equipa A se lutar por triunfos e lugares cimeiros. Porque, na minha opinião, apesar da formação realizar um trabalho de estru-turação do individuo, a compe-tição é uma base saudável que importa incutir. Os triunfos podem ser a base para que as pessoas continuem com ânimo nos clubes.

P - Como está a formação no Algarve?

R - A região produz bons jogadores. Nas equipas dos clubes grandes há vários atletas oriundos do Algarve. Porém, na Formação o trabalho ainda pode passar por uma evolução significativa. Por vezes, as di-recções não apostam na forma-ção e isso limita o surgimento de um maior número de atletas de qualidade nas equipas senio-res da região e mesmo dos clu-bes que buscam aqui talentos. É notória a evolução da forma-ção dos treinadores, o que se deve, em parte, à Associação do Algarve. Mas, repito, ainda se pode melhorar muito.

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

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Ju lho 2008 Especial ESPERANÇA DE LAGOS 5

“O Esperança não tem dívidas às finanças nem à segurança social”

Entrevista ao vice-presidente para a área financeira, António José Alves

António José Alves é o vice-presidente do Esperança de Lagos para a área financeira e também chefe do de-partamento de futebol juvenil.

Nesta altura de ba-lanço a sua opinião é também importantís-sima, por isso fomos ouvi-lo.

P – Qual o balanço que se pode fazer desta época 2007/2008?

R – É um balanço muito positivo. Este anos entramos com mais uma equipa de es-colas A. Já no ano passado tínhamos entrado com mais uma de escolas B. Melhora-mos o nosso departamento técnico, temos mais treina-dores e com mais formação, colocamos mais uma pesso-as na área da coordenação e a nível de futebol tivemos duas equipas campeãs.

P – É um trabalho para continuar?

R – Claramente, o nosso objectivo passa por traba-lhar para levar as equipas de futebol de 11 aos nacio-nais.

P – O espaço físico que existe chega para todas es-sas solicitações?

R – O espaço físico é in-suficiente. Temos dois cam-pos camarários relvados e o pelado da Trindade e não chegam. Temos tentado co-ordenar as coisas e treina-se até mais tarde. Alguns esca-lões terminam o treino por volta das dez horas e para quem tem aulas é um pouco tarde, mas para já não pode ser de outra maneira. Tudo indica que será construído um campo com piso sintéti-co e aí a situação melhora.

P – O Esperança tem também participado e or-ganizado uma série de tor-neios.

R – Nós esta época de 2007/2008 participamos em inúmeros torneios, foi mesmo a época em que par-ticipamos em mais torneios. Organizamos torneios para

todos os escalões e a expe-riência tem sido muito posi-tiva. No dia 25 de Abril or-ganizamos um torneio para as escolinhas e participaram equipas de Lisboa, Setúbal, Alentejo e Algarve. No es-tádio estiveram cerca de 3000 pessoas.

P – Além da responsabi-lidade com o futebol juve-nil, é também responsável pelas finanças do clube. Como é que, nesse campo, foi este ano, uma vez que se sabem as dificuldades que o clube viveu?

R – Quando tomamos posse, o passivo era eleva-do, como toda a gente sabe. Temos vindo a resolver al-gumas situações, chegado a acordo com algumas pesso-as. Por exemplo actualmen-te não temos dívidas à segu-rança social e às finanças. As coisas estão consolida-das, temos vindo a reduzir o passivo, com grande esfor-ço, mas temos conseguido.

P – Neste momento qual é o montante do passivo?

R – Andará à volta dos 400 mil euros. Desde que nós entramos já reduzimos cerca de 50%. Para con-seguirmos este resultado temos tido o apoio camará-rio e de algumas empresas. Conseguimos também criar condições para que o clube tenha rendimentos com o imobilizado.

P – Para conseguirem esse acerto de contas, cor-taram nas despesas com o plantel sénior?

R – Foi uma opção e é para manter se quisermos prosseguir este trabalho di-fícil.

P – Quanto ao apoio da comunidade, o que tem a dizer?

R – Podia ser melhor e não estou só a falar de apoio material. O apoio humano aos nossos jogadores po-deria ser muito melhor. As pessoas aderem muito pou-co ao Esperança, ainda que se sinta uma pequena rea-nimação. A maior parte dos sócios não paga as cotas e as pessoas andam afastadas do clube.

P – E quanto ao apoio da entidades oficiais, no-meadamente Câmara e Juntas?

R – O apoio nunca é aquele que achamos que merecemos, mas penso que todos estão a começar a acreditar no clube e vêm que o trabalho que se está a fazer é sério e honesto e com o tempo vão apoiar mais o clube.

P – Antes de fazer par-te deste elenco directivo, já tinha exercido funções na comissão que geriu o clube. Tenciona estar no clube ainda durante muito tempo?

R – O nosso mandato termina em 2010 e eu fiquei um pouco desagradado por-que pensei que ia ter mais apoio da cidade e das pes-soas e isso não veio a acon-tecer, pelo menos até agora. Acho que até 2010 ainda há muito tempo e será um caso para pensar.

A equipa de Veteranos do Esperança de Lagos. Apesar de não participar em campeonatos (porque não os há) são vários os jogos efectuados por este grupo de atletas, cuja idade não proíbe a prática salutar do desporto-rei. Claro que o convivio é o mais importante, mas como quem sabe nunca esquece, ainda se vêm jogadas de fino teor técnico nos jogos onde intervêm estes craques que tão bem sabem ostentar o equipamento do Esperança de Lagos.

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

Page 6: Jornal Especial Esperança de Lagos

6 Especial ESPERANÇA DE LAGOS J u l ho 2008

de Aljezur, Vila do Bispo e Portimão.

P – A aquisição de técni-cos com formação é também uma aposta forte?

R – Sim, claro, estamos a fazer um investimento nesse sector, mas face à qualidade demonstrada penso que esta-mos no bom caminho. O ob-jectivo é trabalhar mais para levar as nossas equipas aos respectivos campeonatos da primeira divisão.

P – No que se refere aos campos, há a perspectiva de ser construído mais um cam-po, neste caso com piso sin-tético. Será uma mais valia importante?

R – Ao que sei esse cam-po já está projectado no plano da Câmara para 2009 e isso será muito bom para as ca-madas jovens do Esperança. Sobretudo quando chove a situação é complicada por se torna difícil utilizar os relva-dos e temos de nos cingir ao pelado do Trindade.

P- Uma das intenções da formação é aproveitar os jovens para a equipe sénior. Isso tem acontecido?

R – As pessoas sabem que a maior parte da equipa sénior é composta por atletas formados na casa. A nossa in-tenção é trabalharmos bem e melhorarmos a qualidade dos nossos jogadores para que eles passem para os quadros da equipa sénior.

P- E quanto ao aumento do número de equipas?

R – Para esta época vamos ter duas equipas de escolas B, duas de escolas A, três de in-fantis, uma de iniciados, uma de juvenis outra de juniores, para além dos seniores e dos veteranos.

P – E qual tem sido o apoio da comunidade laco-brigense ao clube?

R – Esse apoio é relati-vo. Claro que sabemos que estamos a passar uma crise financeira em todos os sec-tores. Em relação aquilo que o Esperança tem feito e está a investir, penso que poderia haver mais apoio por parte do tecido empresarial. Mas alguns também passam por

“Formação do Esperança pode melhorar ainda mais

Edmundo Silva é o coordenador do Fute-bol Juvenil do Esperan-ça de Lagos.

No final desta épo-ca impunha-se também ouvir este responsável sobre o balanço da mes-ma e sobre o que poderá vir a acontecer na pró-xima.

P – No final desta época qual o balanço que faz?

R – Penso que a época 2007/2008 foi muito positiva, uma vez que fomos campe-ões em dois escalões, no caso em infantis e em escolas A, fomos à fase final em escolas B, ou seja em termos globais foi tudo muito positivo face ao trabalho desenvolvido por todos no Clube de Futebol Esperança de Lagos. Tudo foi muito importante, o trabalho de todos foi essencial, técni-cos, massagistas, directores, colaboradores, atletas, sec-cionistas e mesmo os pais.

P – E o futuro?R – Estamos com bastan-

te ambição para a próxima época. Queremos melhorar a qualidade e vamos aumentar o número de equipas, quere-mos dar oportunidades a jo-vens que jogaram menos esta época. Vamos fazer tudo para termos tudo em condições em termos de logística, campos, etc, para pôr esta máquina a funcionar.

P – Quantos jovens pas-saram pelas camadas jo-vens do clube nesta época 2007/2008?

R – Tivemos nove equi-pas de formação e as escoli-nhas, o que tudo junto perfaz cerca de 400 atletas.

P – Tanta gente implica também alguma dificuldade logística?

R – Em termos de estru-tura, o futebol juvenil é mais onerosa que os seniores. Está a ser feito um grande inves-timento, mas penso que vale a pena. Para o ano vamos alargar as nossas captações em todo o concelho e tam-bém nos concelhos vizinhos

dificuldade, enfim, vamos es-perar que a situação melhore.

P – E quanto ao apoio das entidades oficiais?

R – Nunca ninguém está satisfeito com aquilo que tem e tendo em atenção a nossa ambição pedimos sempre mais. A despesa é elevada e a Câmara tem apoiado o clube conforme pode. Quanto a nós estamos a lançar alicerces fortes para que, de futuro, o Esperança seja melhor e mais forte.

P – Neste momento há dois jogadores que foram criados no Esperança que estão em grandes clubes. O Diogo Amado no Sporting e o Diogo Viana no Porto. Há atletas que lhes poderão se-guir as pisadas?

R – Os três grandes clu-bes têm vindo a seguir alguns atletas, mas para já não há novidades, embora o interes-se seja real, o que, claro nos satisfaz.

Edmundo Silva, coordenador do Futebol Juvenil

Foto: Armindo Vicente

Após o término da época anterior onde a equipa sénior do Clube Futebol Esperança de Lagos atingiu o 5º posto da tabela classificativa (a par do Armace-nenses, 4º classificado) depressa a equipa directiva se colocou em acção para reforçar o plantel.

A direcção cedo reconheceu a importância de proporcionar um plantel mais forte ao treinador Pau-lo Nunes para evitar alguns percalços da temporada transacta.

Sem desvirtuar os pressupostos de possuir um plantel com a maioria dos jogadores oriundos da formação e do concelho, este ano juntar-se-ão mais alguns elementos que irão reforçar algumas lacunas existentes na época passada.

Assim, os jogadores Roberto, Mário José e Amé-rico, todos oriundos do Alvorense 1º Dezembro irão reforçar a defesa, meio campo e avançada respecti-vamente. Também assinaram o médio Jorge, ex Al-jezurense, e o guardião Hugo, ex- Estombarense. A formação fornece três jogadores com as entradas de Kiki, Edgar e Marco Gomes, apesar de se ponderar seriamente na inclusão de mais um ou dois elemen-tos.

Sem estar a lista completa o Esperança de Lagos 2008/09 será constituído pelos seguintes elementos:

Directores e responsáveis:Raul Barros, João Barroso e José Maria BailoteEquipa Técnica:Paulo Nunes (treinador principal) Cartaxo e Zézi-

nho (treinadores adjuntos) Francisco Sequeira (Mas-sagista) António José (Técnico de Equipamentos) e Manuel Costa (Logística)

Plantel:Guarda-Redes: Toco, Hugo (Ex-Estombarenses) e

EdgarDefesas: André, Nuno Vicente, Diogo, Noel, Rui

Moreira, Décio, Pedro Alexandre e Roberto (Ex-Al-vorense)

Médios: Marco Carmo, Uriel, Claudumiro, Totoia, Mario José (ex-Alvorense), Jorge (ex-Aljezurense) e Marco Gomes (ex-júnior)

Avançados: Vitinha, Filipe Borges, Américo (ex-Alvorense) Kiki (ex-júnior )

Saídas: Luís Losh, Dani, Benjamim, Telmo, João Rodrigues, Pinto, Cláudio, Pedro Rombo, Nuno Be-nedito e Titi.

A apresentação oficial da equipa acontecerá no dia 22 de Agosto e o início de trabalhos será na segunda feira seguinte, dia 25.

Esperança de Lagos prepara a próxima época

Séniores começam a trabalhar a 25 de Agosto

Page 7: Jornal Especial Esperança de Lagos

Ju lho 2008 Especial ESPERANÇA DE LAGOS 7

Vice- presidente João Barroso aposta na subida aos nacionais

João Barroso, vice-presidente e responsável directivo pelo futebol sénior, faz também ao nosso jornal o balanço da época que termina.

P – O Esperança classi-ficou-se na quinta posição, apesar de tudo uma boa classificação. Que balanço faz da época que terminou?

R – A época foi muito boa, tendo em atenção o in-vestimento que houve.

P – Como responsável do futebol sénior acha que a equipa poderia ter ido mais além ou fez o que podia?

R – Poderia ter ido mais além, mas houve vários fac-tores como lesões que pre-judicaram o rendimento. Na próxima época a situação será diferente.

P – E quais são os objec-tivos?

R – Os objectivos passam por procurar a subida …

P – Mesmo tendo em atenção que houve equipas que desceram da terceira nacional?

R – Sim , mesmo tendo isso em atenção. Temos nos nossos ideais levar a equipa à terceira nacional e quanto às outras equipas, temos é de nos interessar e preocu-par com o Esperança. Depois também de ter em atenção a questão das arbitragens que este ano nos prejudicaram, principalmente em casa.

P – E no que se refere às condições de trabalho, eram as ideais, podiam ser melho-res?

R – Em relação aos clu-bes do Algarve penso que o Esperança tem das melhores condições de trabalho. Não podemos ir por esse lado para justificar a posição. O Clube tem dado as condições neces-sárias aos jogadores e técni-

cos.

P – E no que se refere ao apoio da comunidade ao clube?

R – As pessoas estavam um pouco distantes, mas pou-co a pouco estão-se a aproxi-mar, embora a aproximação ainda tenha de ser superior.

P – E quanto às entida-des oficiais?

R – A nível de Câmara não temos tido grande razão de queixa, ainda há poucos dias o senhor presidente disse que a Câmara estava atenta ao trabalho do clube …

Em relação às juntas o apoio tem sido também uma realidade, sobretudo no caso de S. Sebastião.

P – E no que diz respeito aos empresários?

R – Na minha opinião os grandes empresários não têm ajudado nada. Os patrocínios são dos pequenos empresá-rios.

P – Voltando à próxima época, que aquisições vão ser feitas para enfrentarem o desafio da subida?

R – A principal é a manu-tenção do plantel, há a subida de juniores para os seniores e há vários contactos mas para já só posso dizer isto.

P – É um trabalho difícil porque o investimento é di-minuído para fazerem face à divida?

R – Pois, mas tem de ser, foi promessa nossa de que iríamos reduzir o passivo e estamos a conseguir.

Depois se pensará noutros horizontes, para já se calhar somos dos únicos clubes do Algarve que não tem dívidas às finanças, segurança social, electricidade e mesmo joga-dores do nosso mandato.

Estamos a conseguir fazer um trabalho muito bonito e vamos continuar, com o apoio de todos os lacobrigenses.

Raul Barros quer mais apoio para colocar o Esperança no nacional

Raul Barros é vice-presidente do Esperan-ça de Lagos e esta nova época vai ter mais res-ponsabilidades a nível de futebol sénior.

P – Terminou mais uma época. Que balanço faz?

R – Acho que foi positiva, fomos dos melhores da for-mação e nos seniores a época também foi boa.

P – A que se deveu esta

boa época?R – Deveu-se ao trabalho

de toda a gente, desde a di-recção até aos funcionários do clube e técnicos.

P - E é para continuar este trabalho?

R – Se as pessoas envol-vidas se mantiverem e as pes-soas ajudarem, de ano para ano as coisas melhorar. Que-remos colocar o Esperança no lugar em que merece …

P – Há quem defenda que os seniores deveriam es-

tar nos nacionais …R – Concordo, é o lugar

que merece. Toda a gente sabe disso, seria bom para a cidade e para o concelho. Se toda a gente apoiar um pou-co é bem possível que isso aconteça brevemente. As pessoas estão um pouco de costas voltadas, devido ao que aconteceu ao clube, mas penso que pouco a pouco as coisas melhoram e tenho fé que haja uma reconciliação das gentes de Lagos com o Esperança. Aproveito para fazer um apelo para que as

pessoas acreditem e apoiem. Já agora desafio as pessoas a aparecerem e a verem o tra-balho que se tem feito.

P – E as estruturas que o Esperança possui chegam para as necessidades?

R – Estamos também aí a melhorar as condições e a fazer com que a equipa téc-nica tenha mais formação para que os ensinamentos às crianças e jovens sejam cada vez melhores.

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

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Page 8: Jornal Especial Esperança de Lagos

8 Especial ESPERANÇA DE LAGOS J u l ho 2008

Seniores

P - Qual o balanço da época?

R - Sinceramente penso que poderíamos e tínhamos equipa para ter alcançado um melhor lugar na tabela classi-ficativa. Ficamos no quinto lu-gar, com os mesmos pontos do quarto classificado, mas com a franca possibilidade de ter al-cançado o Castromarinense no 3º lugar. Fizemos um excelen-te campeonato com as equipas que ficaram atrás de nós na tabela classificativa, porém, com os concorrentes directos, equipas que ficaram à nossa frente, apenas conseguimos 3 pontos resultantes de três em-pates e sem uma única vitória. Em vinte e quatro possíveis apenas fizemos três, e isso li-mitou a nossas aspirações aos três primeiros lugares e ao tí-tulo.

P - Qual o ponto alto da época?

R - Não há um ponto alto específico, mas sim um fac-to como o de ser a segunda equipa mais concretizadora do campeonato, logo atrás do líder Farense, o que revela que em alguns jogos estivemos muito bem.

P - Como explica a dis-crepância entre a capacidade ofensiva e o pouco acerto de-fensivo?

R - Eu regulo-me por uma máxima. Não sofrendo golos empatamos, marcando um golo podemos ganhar. Gosto muito que as minhas equipas sejam fortes defensivas. Neste campeonato começamos bem não sofrendo golos e fortes a defender. Mas, de um momen-to para o outro perdemos al-guns equilíbrios e começamos a sofrer muitos golos. A culpa não é das defesas, porque so-mos uma equipa, e a respon-sabilidade é de todos. Mesmo assim, nunca abdiquei de jo-gar com quatro defesas e um trinco. Temos que melhorar na próxima época, claramente, neste capítulo.

P - Qual o momento mais infeliz da época?

R - Penso que há um mo-mento decisivo na época. Os dois jogos consecutivos, em casa, perante o Armacenense e o Farense que ditaram duas derrotas, na minha opinião, in-justas. Fizemos dois bons jo-gos, mas perdemos. Trabalha-mos muito e não alcançamos qualquer ponto. Isso afectou

os meus jogadores e limitou muito o possível sucesso nesta prova.

P - Onde é que a equi-pa pode evoluir no próximo ano?

R - Eu tenho jogadores com muitas capacidades e ta-lentosos. Eu sinto que são jo-gadores que podem conseguir algo mais. Têm que ser eles a quer e a fazer sacrifícios a ní-vel pessoal para alcançá-los. Têm possibilidade de alcançar algo de muito positivo e lutar, no mínimo os três primeiros lugares.

P - Quais são as expectati-vas para a próxima época?

R - O nosso objectivo só pode ser um: subir de divisão. Porém, não estamos sozinhos neste campeonato e temos ad-versários que pretendem subir aos nacionais. Já nesta época partilhávamos este objectivo, mas no Esperança de Lagos não se poderá pensar de ou-tra forma. Convém realçar as equipas que desceram de di-visão e que querem regressar para além daquelas que já este ano revelaram essas preten-sões.

P - Mas há a intenção de subir no próximo ano?

R - A direcção tem esse objectivo e eu quero alcançar esse feito. Temos que contar com as dificuldades ineren-tes, como já disse atrás, como sejam os fortes adversários, as condições financeiras que o Esperança de Lagos ainda está a passar e a dificuldade de contratar jogadores que façam a diferença dentro dos limites financeiros do clube e da forte concorrência que existe no Al-garve neste aspecto.

P - Atendendo às limita-ções financeiras e dentro do mercado existente existem possibilidades para aumentar

a qualidade deste plantel?R - Nós teremos que ad-

quirir jogadores que os maio-res clubes não querem. Penso que mesmo assim poderemos adquirir verdadeiros reforços que aumentarão a qualida-de geral que a equipa já tem. Depois temos a formação que tem que ser aproveitada.

P - Quantos jogadores vindos dos juniores está a pensar inserir no escalão principal.

R - Três a quatro jogado-res. Temos que perceber que têm que possuir valor para se-rem alternativa e não para sim-plesmente estarem no plantel. A minha ideia é dar rodagem e aproveitar o melhor possível o bom trabalho que, presente-mente, a formação realiza.

P - Encontrou boas con-dições de trabalho?

R - São das melhores que conheço na distrital ou até mesmo ao nível dos clubes algarvios que estão nos na-cionais. Desde os espaços de treino, material desportivo, acompanhamento médico, passando pelo apoio da direc-ção, estamos muito bem neste aspecto e não será por aí que o clube não vai vencer. A me-lhorar, talvez uma presença mais efectiva dos membros da direcção para fazerem a dife-rença em alguns momentos. Mas isso não significa que não nos apoiaram condignamente.

P - Como vê o clube como um todo. Desde a formação até aos seniores?

R - Passei por muitos clu-bes, cerca de uma dezena e muitos com gestão profissional e o que eu vejo no Esperança de Lagos deixa-me satisfeito. Por exemplo a festa de encer-ramento da época demonstra a dinâmica de uma colectivi-dade que pode aumentar e tor-nar-se um caso sério no Algar-

P - Qual o balanço desta época?

R - Apesar de tudo podemos fazer um balanço positivo desta época. A equipa tinha como ex-pectativa atingir o pódio, aca-bou por ficar no quarto lugar, porém atendendo às lesões que tivemos ao longo da época e a alguma falta de sorte em certos momentos fulcrais não atingi-mos plenamente o que preten-díamos. Mas continuo a dizer que o Esperança tinha equipa para lutar pelo título até ao fim.

P - Que mais motivos po-dem justificar o não concreti-zar dos objectivos?

R - Não fomos uma equipa regular, houve muitos altos e baixos. Temos que ser consis-tentes, com outra mentalidade e nunca ter medo das adversi-dades e enfrentá-las com cora-gem e determinação. Mas, a re-gularidade é a chave para uma equipa subir. Só sobe uma e o campeonato não permite mui-tos deslizes como tivemos.

P - Qual o momento mais importante da época?

R - Há um momento deter-minante e que, infelizmente, não nos foi positivo. Quando recebemos em casa o Armace-nenses e o Farense na primeira volta tínhamos a oportunidade de assumir a nossa subida. Até jogamos muito bem, nestes encontros porém o desenvolvi-mento não correu a nosso favor e perdemos os dois jogos. Estes jogos, para além da derrota, mi-naram a confiança do grupo em si e nunca mais as coisas foram iguais.

P - O Farense foi um ven-cedor justo?

R - Sim. Foi o conjunto mais forte e consistente que de-monstrou que merecia subir.

P - É difícil ser capitão des-te grupo?

R - É simples. Temos um grupo que sabe, fundamental-mente, ouvir e respeitar a opi-

nião dos outros. Porém, penso, que não demonstrou ter uma mentalidade ganhadora. E para o ano para subir temos que lu-tar contra a mentalidade que quando se perde está tudo bem. Há que querer ganhar sempre e quando as coisas não correm bem, têm que ser mudadas e lu-tar-se para que os aspectos ne-gativos sejam ultrapassados.

P - Como vês actualmente a situação do clube?

R - O clube está no sítio cer-to. Está a estabilizar e a tentar recolocar-se de pé e como nos nacionais havia sempre a neces-sidade de investir sempre mais, penso que a distrital é o sítio in-dicado. Mas a breve prazo ha-verá condições para subir e até condições para uma 2ºdivisão B, porém não cometendo erros passados.

P - O facto de o plantel sé-nior ser constituído por joga-dores locais limita os horizon-tes da equipa?

R - É possível subir de di-visão apenas com jogadores do concelho de Lagos ou que vivam nos concelhos limítro-fes. Se isso acontecer será um grande feito e caso raro. Mas, para além da terceira divisão, será necessário muito mais que apenas a formação e captação local. Há que não ter nenhum

preconceito em ir buscar dois ou três jogadores que façam a diferença e estabilizem a quali-dade do plantel. Mas vejo sem-pre o plantel sénior como uma recompensa para o trabalho e a evolução dos atletas criados no clube. Mas, como é compreen-sível, apenas um pequeno gru-po ter acesso ao sénior.

P - Expectativas para a próxima época?

R - Fazer melhor que esta época. Se terminamos em quar-to o objectivo mínimo é o pó-dio. Há muitas equipas fortes que procurarão lutar pela subi-da e os primeiros lugares. Mas, para mim tudo o que não seja dentro dos três primeiros luga-res é uma má época. Há que equilibrar o plantel com alguns jogadores novos e depois dis-so, lutar, lutar para conseguir o melhor possível. Subir, é difícil, mas quem sabe…

P - O que significa para ti o Esperança de Lagos?

R - Não é difícil responder. O Esperança é o clube do meu coração. É o meu clube. Fiz aqui a minha evolução como jogador e tudo o que de bom sei, aprendi aqui. Para sempre estarei ligado ao Esperança e quero que tudo do melhor aconteça a este clube e que cresça e se torne maior e mais forte a cada dia.

Entrevista ao capitão sénior Marco Carmo

Entrevista ao técnico Paulo Nunes

ve. A formação está a realizar um trabalho muito positivo e de enaltecer e terá brevemen-te reflexo nos seniores. Faço parte dele quer como técnico interveniente, mas também como sócio e fico orgulhoso pelo que se está a construir em direcção a um clube forte e com bases sólidas e com gen-te competente. Esta receita só poderá dar bons frutos.

P - Que ultima mensagem

gostaria de deixar?R - Dentro do clube peço

às pessoas que se empenham e lutam pelo clube, que nunca desistam porque os resultados estão à vista. É um trabalho ár-duo diário que implica muitos sacrifícios. Quanto à direcção merece todo o apoio pelo que tem conseguido em favor de todos. Os técnicos fizeram um bom trabalho e os atletas demonstraram que têm qua-lidade. Às pessoas da cidade

peço paciência, empenho e muito apoio porque o clube está a fazer um trabalho que, de forma nenhuma pode ser desprezado. Há que fazer uma conciliação cidade/clube para fazer do Esperança um exem-plo no Algarve.

Foto dos séniores nas Centrais

Foto: Armindo VicenteFoto: Armindo Vicente

Page 9: Jornal Especial Esperança de Lagos

Ju lho 2008 Especial ESPERANÇA DE LAGOS 9

Juniores

P - Qual o balanço que faz desta época?

R - Nesta época houve duas fases, claramente, distintas. Na primeira volta as coisas não nos correram bem. Não conseguí-amos ganhar, e os resultados demoravam a surgir. Os nossos jogadores sabendo da qualidade que tinham e daquilo que am-bicionavam tiveram dificuldade em passar por esses momentos. Houve alguma instabilidade e falta de confiança e quando as-sim é, torna-se complicado gerir o grupo e direccioná-lo para o êxito. Porém, Eu e o Hélder (trei-nador adjunto) tivemos sempre a consciência das qualidades e carências dos nossos jogadores. Ao contrário daquilo que mui-tas pessoas diziam e pensavam, o plantel não era assim tão forte e, na minha opinião, jamais este grupo poderia subir de divisão. A classificação correcta seria alcan-çar o pódio desta prova. Talvez algo semelhante à classificação alcançada na época passada.

P - E quais os motivos fun-damentais para isso se verifi-car?

R - Primeiro a falta de maté-ria-prima. Jogadores que tenham mais-valias para fazer a diferença nos momentos mais importantes. E bastou estarem dois ou três jo-gadores lesionados para a equipa se ressentir.

P - Qual o motivo da recu-peração?

R - Não fomos tão fustigados pelas lesões, a qualidade subiu ao nível geral conseguindo que a equipa, na segunda volta, fosse aquela com menos golos sofri-dos, com menos derrotas e com mais pontos alcançados. Só para se ter uma ideia, na primeira vol-ta apenas alcançamos 8 pontos enquanto na segunda consegui-mos 22. Podiamos ter realizado um campeonato semelhante ao do ano passado onde à penúltima jornada ainda tínhamos possibi-lidade de subir.

P - Quais as maiores quali-dades que encontra neste gru-po?

R - A união de grupo. O êxito da segunda volta deve-se à forte união do grupo que não se desin-tegrou apesar das muitas contra-riedades. Vou ter sempre a honra de ter treinado estes jovens que, alguns, estiveram comigo cinco

Declarações do treinador Helinho

anos. Fizeram comigo a transi-

ção de juvenis para juniores e o melhor exemplo que posso dar é que serão meus amigos para sempre.

P - Alguns destes jovens já passarão a seniores, mas have-rá alguns aspectos onde possam evoluir?

R - Primeiramente, de refe-rir que pelo que sei, apenas vão aproveitar três jogadores para o plantel sénior, o que acho mani-festamente pouco.

P - Tudo passa pela utiliza-ção que se dará aos jogadores?

R - Como é óbvio. Se estes jogadores que sobem, andarem o ano inteiro a treinar, então não fará sentido subirem à equipa sé-nior. Se for para lhe dar minutos e os colocar a jogar, então sim a evolução tenderá a se manter ainda por alguns anos.

P - Qual o ponto alto desta época?

R - Toda a segunda volta, que teve momentos brilhantes. E, também o jogo em Lagoa. As pessoas não sabem, mas estava tudo preparado para o meu afas-tamento e do Hélder do comando dos juniores. Apesar da derrota a resposta da equipa foi fantástica e deu para concluir que o pro-blema não estava nos técnicos. Nesse jogo apesar da derrota eles responderam a um sentimento de revolta pela possibilidade do nosso afastamento.

P - E o ponto negativo?R - A desconfiança perma-

nente na equipa e nos técnicos. Os boatos que gravitaram à nossa volta, que independentemente de serem verdade ou não colocam em questão a nossa dignidade. Depois de cinco anos neste clu-be, como técnico, estes boatos magoaram-me muito, mas tenho que ultrapassá-los.

P - Isso colocou o seu futuro em causa?

R - Já sei que vou sair. A direcção assim o quis, mas vou sempre acompanhar o Esperan-ça a torcer para que corra tudo bem e nunca deixarei de ter especial atenção pela carreira dos “os meus miúdos”. Só digo uma coisa: O clube fica as pes-soas passam, como eu estou a passar, talvez um dia regresse, quem sabe. Uma coisa podem ter a certeza sempre que os mi-údos precisarem da minha ajuda, estarei sempre disponível, inde-pendentemente do que se passou esta época.

P - Qual a opinião da for-mação do clube?

R - Pode evoluir ainda mais. Algumas equipas possuíam mais condições que outras. o que não é muito correcto.

P - Estando de despedida queria deixar alguma mensa-gem?

R - Para os meus jogadores desejo tudo de bom. Dou-lhes um conselho. O desporto aqui em Lagos é um “hobby” e nunca criem muitas expectativas infun-dadas. Agradeço o que aprendi e peço que aproveitem o que lhes ensinei. Ao clube deixo um pen-samento: Ao contrário do que al-gumas pessoas pensam os resul-tados não são o mais importante da formação de um jogador. A parte humana e psicológica de-vem ser valorizadas e, penso, que o Hélder e eu realizamos um bom trabalho nesse aspecto. Dou o exemplo a deslocação a Febres. Tive orgulho da forma como o grupo se comportou e a respon-sabilidade que demonstrou. Fi-quei orgulhoso. Ao clube desejo tudo do melhor reafirmando que nunca me afastarei, procurando apoiar sempre nos bons e maus momentos.

P - Como correu esta época?

R - Tivemos um inicio mau, fora das nossas expecta-tivas. Mas fomos melhorando ao longo da segunda época. Gostei muito deste ano, por-que tínhamos uma equipa muito unida e sempre ao lado dos técnicos e permaneceu assim até ao fim. Acabamos por mostrar a nossa qualida-de à medida que os resultados iam aparecendo.

P - Qual o momento alto desta época?

R - Foi quando, antes do jogo de Lagoa, tivemos o co-nhecimento que a equipa téc-nica ia sair. Eu, como capitão falei com os meus colegas e, todos juntos demos a volta aos maus resultados. Foi um arrancar para uma segunda volta fantástica.

P - O momento mais di-fícil?

R - A primeira volta foi terrível. Os resultados não surgiam. Nós jogávamos bem, mas tudo teimava em correr mal. Sabíamos do nos-so valor, mas nada batia certo. Depois foi muito complicado assistir à possível ida do téc-

Entrevista ao capitão Marco Gomes

nico, sem ter culpa de nada. Foi um choque para a equipa que acabou por nos motivar.

P - O significa ser capi-tão deste grupo?

R - Somos muito, muito unidos. Brincamos, ajuda-mo-nos uns aos outros e digo mesmo, foi a melhor época desde que estou no Esperan-ça de Lagos.

P - Quais as expectativas para o ano?

R - Como, em princípio, fico no plantel sénior será jo-gar o mais possível e lutar por um lugar na equipa.

P - É difícil conciliar o trabalho e o futebol?

R - Para mim é muito complicado. Sou pescador e nesta profissão o trabalho é realizado à noite. Tive que fazer um acordo com o meu patrão, que é o meu avô, que consiste em ter que ir ime-diatamente dos treinos para o posto de trabalho. Às vezes apetecia ficar mais um pouco com os meus amigos, mas a vida é assim.

P - O que significa, para ti, ser jogador do Esperança de Lagos?

R - É um orgulho. É o clu-be da nossa cidade. Penso que nem todos conseguem chegar ao que nós chegamos e isso deixa-me muito orgulhoso. É muito bom.

Em cima: Edgar, Tiago Bartolomeu, Samuel, Luis Viegas, João Tempera, Igor, Samuel Robinson, Pop, David Barroso, Ruben Borges. Em baixo: João Al-meida, Manuel Lopes, Vicent Costa, Marco Gomes, Ricardo, Rafeal, Marcelo, Pedro Viegas e Kiki

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

Um projecto editorial diferente

Voz das Freguesias quinzenalmente .... em sua casa

Brevemente

Page 10: Jornal Especial Esperança de Lagos

10 Especial ESPERANÇA DE LAGOS J u l ho 2008

Presidente da Direcção, Artur Rego, defende maior profissionalização da gestão

“É fundamental profissionalizar a gestão do Esperança de Lagos”

Nesta edição ESPE-CIAL ESPERANÇA DE LAGOS, a palavra do presidente da Direc-ção da colectividade, Artur Rego, aqui fica, com o balanço da época e a antecipação do que poderá ser o futuro.

P - Qual o balanço que faz desta época?

R -Só poderei fazer um balanço positivo. Ao nível desportivo os resultados fo-ram excelentes. Fomos cam-peões do Algarve em dois escalões de formação, atingi-mos uma outra final, embora não tenhamos ganho a prova. Houve uma subida dos prati-cantes ligados ao clube que se situa na ordem dos 400 atletas e que subiu significa-tivamente nesta época. Esta inter-acção com a sociedade foi fortalecida. Os seniores, atendendo ao facto de ser uma equipa amadora e esmagado-ramente formada por atletas formados no clube, tiveram uma boa época onde se bate-ram de igual com as melhores equipas do Algarve. Convém realçar que algumas equipas tinham planteis semi-profis-sionais e fortemente apoiados pelos municípios que aposta-ram nas suas formações para demonstrarem uma política desportiva, atendendo a isto penso que a principal equipa fez um bom campeonato.

Ao nível administrativo o clube saiu da rampa descen-dente que vinha a traçar nos últimos anos. Amortizou-se de forma acentuada o passivo do clube e em termos de resul-tados operacionais conseguiu-se resultados positivos. Ape-sar destas vitórias alcançadas na gestão do clube, ainda nada está ganho, o clube não é auto-suficiente, porque o “supera-vit” não cobre nem de perto as necessidades financeiras para sustentar todas as actividades que o clube desenvolve. Mas o que importa realçar é a in-versão da tendência que se acentuava nos últimos anos que era apresentar resultados operacionais negativos.

Penso que ainda não con-seguimos algumas metas que nos propusemos atingir como

seja a maior participação dos sócios e dos adeptos na vida do clube, mas estamos empe-nhados para que venha acon-tecer. Precisamos ainda de mais colaboração de pesso-as da cidade no clube e uma maior inter-acção, mas penso que o iremos conseguir.

P - É notório o fortaleci-mento da simpatia que o exe-cutivo da Câmara de Lagos tem pelo clube e, em especial, nesta direcção. Fica agrada-do por este processo de apro-ximação e de confiança?

R - Fico muito satisfeito, como todos os membros que estão na administração. Uma das primeiras medidas que to-mamos logo após a tomada de posse foi expor à autarquia a situação do clube e as nossas intenções. Notei nessa altura uma clara desconfiança, não em relação aos membros da direcção, mas sim ao clube pelo historial recente prin-cipalmente na forma como tinha vindo a ser gerido. Na primeira reunião que tivemos foi-nos dito que o clube estava moribundo e a solução passa-ria por um “fecho de portas”. Esta direcção não concordou com essa ideia e a resposta foi categórica dizendo “que quando alguém está moribun-do dá-se-lhe oxigénio e medi-cação para recuperar, porque a eutanásia, no nosso país é proibida”. Esta foi a primei-ra reacção algo ríspida, que de certa forma se justificava, atendendo à forma como o Es-perança, nos últimos anos não encontrava soluções para a sua crise e a aumentava a cada ano que passava. Partimos com esta clivagem ao nível de ideias para o futuro do clube, mas é com gosto que reconhe-ço que a Câmara tem mudado muito a sua ideia inicial que tinha para o clube, principal-mente reconhecendo o mérito desta equipa de trabalho. Pen-so que, no futuro, desde que mantenhamos este rumo po-sitivo de elevar o clube como a maior instituição desportiva do concelho, poderemos sem-pre contar com um aliado e, certamente, caminharemos de “braço dado” tendo em vista a um bem social como é um clube desportivo que está ao serviço da sociedade local. Não esquecendo acima de

tudo que o nosso clube cum-pre na integra todos os prin-cípios que este município tra-çou como política desportiva em favor da sua população.

P - Esta época a equipa sénior não correspondeu na plenitude aos anseios dos adeptos do Esperança. Have-rá alterações para a próxima época desportiva?

R - Há uma ambição na-tural de querer sempre mais. Não questiono esse desejo e até acho positivo que as pes-soas pensem dessa forma. É evidente que nem a direcção nem os sócios podem estar totalmente satisfeitos com o quinto lugar alcançado na época transacta. Atendendo às condições financeiras algo limitadas que existiam, à polí-tica do clube em apostar numa equipa com elementos forma-dos nas suas camadas jovens, e à importância e valor dos adversários que estavam mais bem preparados, julgo que é injusto afirmar que não reali-zamos um bom campeonato. Para além destes motivos, também tivemos algumas lesões em jogadores chave, e como o plantel não era ex-tenso influiu no rendimento da equipa, para não dizer na falta de sorte que tivemos em alguns jogos onde praticamos bom futebol, mas acabamos por não ganhar. Interessa di-zer que eu e a direcção esta-mos reconhecidos pelo traba-lho desenvolvido pela equipa técnica e jogadores.

P - Haverá mudanças para a próxima época?

R - Esse aspecto está a ser tratado pelos responsá-veis dessa área. Obviamente haverá alterações a efectuar tendo em vista ao reforço da equipa para próxima época. Haverá algumas contratações que pensamos podem fazer a diferença no bom plantel que já possuímos. A esmagadora maioria dos atletas continua-rão, porque revelam que gos-tam do clube e batem-se com valentia pela camisola que re-presentam.

P - O Esperança de Lagos tem sensivelmente quarenta técnicos formados a treinar as suas equipas e estes têm reflectido essa qualidade nos resultados alcançados. Esta aposta na qualidade aumen-ta a exigência em atingir na formação os campeonatos nacionais?

R Claro. A ambição para a formação, na minha opinião, tem que ser ainda maior do que aquela que queremos para a equipa sénior. Repare, toda a estrutura do clube está vira-da para a formação. Para além dos bons resultados alcança-dos sentimos que nos reco-nhecem uma formação de ex-celência ao nível do Algarve. O departamento de futebol do Esperança de Lagos já forne-ceu atletas ao Sporting, Ben-fica e recentemente soubemos que o Diogo Viana foi para o Futebol Clube Porto. Se te-mos capacidade para formar, obviamente, teremos que am-bicionar atingir patamares um pouco superiores que os cam-peonatos do Algarve, apesar da qualidade aqui praticada.

P - As festas de Natal e de Encerramento da Época foram dois momentos muito importantes para a família do Esperança. São momen-tos para continuar?

R - São para continuar e para serem ainda mais valori-zados. Quando esta direcção tomou posse em Outubro quis saber qual a reacção das pes-soas ao trabalho que se estava a realizar no Esperança. Para admiração de alguns conse-guimos encher o espaço da Adega da Marina. A partir daí ficou dado sinal que a cidade de Lagos, ao contrário do que se dizia, não odiava o clube, mas sim o que se passava den-tro do clube sempre em des-favor da instituição. Iremos continuar a apostar nestas duas festas e, se possível, va-lorizá-las com a utilização de outros espaços que permitam acolher mais pessoas amigas do clube.

P - Neste tempo já per-corrido como Presidente do Clube o que mais o surpre-endeu positivamente e nega-tivamente?

R - Negativamente, o abandono a que estavam en-tregues os bens do clube. Não é uma crítica em relação à di-recção anterior, pois foi uma atitude que se prolongava ao longo do tempo. Outro as-pecto foi o isolamento a que estava votado o clube, com as pessoas a demonstrarem algu-ma desconfiança em relação a tudo o que envolvesse o nome do Esperança de Lagos.

Ao nível positivo, mar-cou-me a grande generosida-

de que as pessoas do clube dedicam à colectividade. Para além do seu trabalho normal entregam-se de corpo e alma e com um coração enorme a todas as actividades do clube. Penso que não há salário ou remuneração que possa pagar essa actividade.

P - Quais os passos que ainda faltam concretizar até ao final do mandato?

R - Ao nível organizativo, falta profissionalizar a gestão do clube. É fundamental ter um gestor profissional que faça a gestão de todas as acti-vidades. Ainda não foi concre-tizado este objectivo porque ainda não estão concretizadas todas as condições ao nível fi-nanceiro e de estruturação. É fundamental para que o clube possa dar um salto qualitativo possuir um gestor que esteja no clube permanentemente e responda a todas as necessi-dades.

Por exemplo, toda a direc-ção é amadora, dedica o seu tempo livre e familiar ao clu-be, mas isso não chega e só é correspondido quando possuir alguém que venha trazer uma mais-valia ao nível organiza-tivo.

Por outro lado, esta pessoa pode fazer a transição entre direcções, dando seguimento a políticas e ideias que este-jam prática e não uma “reco-meçar de novo” sempre que uma nova direcção toma con-ta do clube. Acredito que é um passo enorme que falta dar.

Outro objectivo primor-diais a alcançar é conseguir um ou dois patrocinadores que operam na zona de Lagos e que sejam parceiros do clu-be com um contrato de spon-sorização a quatro ou cinco anos tendo em vista metas e objectivos muito superiores que não os actuais.

Actualmente, são muitos os pequenos patrocinadores que generosamente contri-buem para o clube, porém teremos que partir para um propósito mais ambicioso que possa criar autonomia fi-nanceira no clube para que as metas que se pretendem para o clube tenham sustentabili-dade. Uns não inviabilizam os outros, mas é um trabalho que importa realizar para a to-tal consolidação do clube.

Foto: Armindo Vicente

Page 11: Jornal Especial Esperança de Lagos

Ju lho 2008 Especial ESPERANÇA DE LAGOS 11

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Page 12: Jornal Especial Esperança de Lagos

12 Especial ESPERANÇA DE LAGOS J u l ho 2008

Juvenis

P- Qual o balanço que faz desta época?

R - O balanço é positi-vo. Avaliando o plantel que tinha disponível, algumas condicionantes como lesões e limitações penso que não po-deremos fazer um balaço que não seja positivo. Todos que-remos atingir sempre mais, porém o essencial para os es-calões de formação, que con-siste em colocar os jogadores a jogar futebol e a forma-los como homens, penso que foi amplamente conseguido.

P - Ficou satisfeito com a classificação alcançada?

R - Poderíamos ter alcan-çado mais um ou dois lugares acima do sétimo lugar, mas mesmo com esta classifica-ção, estou satisfeito. Não to-talmente, mas cumprimos.

P - Os objectivos foram, então, alcançados?

R - Sim, na globalidade foram. O primeiro lugar foi sempre uma miragem, fize-mos o campeonato possível, porém estamos a falar na formação e outros valores se podem atingir com muito sucesso que vão além de uma classificação de um campe-onato. O companheirismo, a formação futebolística, o sa-ber viver em grupo são aspec-tos que alcançamos com mé-rito. E nisso estou orgulhoso do meu grupo de trabalho.

P - Quais os aspectos em maior destaque na equipa?

R - Sabem trocar muito bem a bola, espírito de gru-po, iniciativa e têm alguns aspectos que nos Juniores

Declarações do treinador José Fernando

vão fazer a diferença. Estou ciente, pelo que vi e vivi nes-ta época que 3 a 4 jogadores poderão reunir condições de vir a integrar o plantel sénior num futuro a médio prazo. E se isso for alcançado, então direi que o meu trabalho foi recompensado.

P - E quais são os aspec-tos em que a equipa ainda tem a melhorar?

R - Na formação a evolu-ção é sempre possível e nun-ca acabada. Mas nesta equipa a maior lacuna que tivemos de enfrentar foi a falta de fi-nalização que deitou, por ve-zes, o trabalho semanal “por terra”. Temos uma carência de jogadores finalizadores.

P - Qual foi o ponto alto desta época?

R - Foi o jogo em Alman-cil, contra uma equipa que era candidata ao título. Ape-sar do empate (2-2) a equipa fez uma exibição notável. Mas os jogadores realizaram outras exibições muito boas, onde se trocava muito bem a bola, um futebol bonito e consciente, proporcionando espectáculo.

P - E o momento mais difícil?

R - Penso que não é algo específico, talvez as lesões que tivemos limitaram a pro-dução no aspecto global.

P - Como técnico do clu-be qual é a opinião que tem da formação do Esperança de Lagos?

R - A formação está muito bem organizada e tende a me-lhorar. Mas este mérito deve-se a um esforço significativo da direcção e do coordenador Edmundo Silva. Este respon-sável tem feito com que todas as equipas consigam progre-dir de uma forma sustenta-da. Outro aspecto positivo é a organização estabelecida que proporciona às equipas que entram em competição só se tenham preocupar com o próprio jogo, pois ao nível de bastidores tudo é resolvido pelos coordenadores. E a res-posta é muito positiva.

P - A cidade pode ofere-cer algo mais ao clube?

R -Principalmente ao ní-vel de jogadores. O clube faz um papel muito importante e os jovens deviam estar ainda mais despertos para o futebol. Necessitamos de mais joga-dores na formação para que a escolha fosse maior. Outra sugestão que deixo é a do clu-be se deslocar até aos limites do concelho e até concelhos limítrofes para angariar mais jogadores. Poderia resolver algumas limitações em alguns escalões. Para além disto, o apoio. Devemos continuar a apoiar os nossos jovens e com mais intensidade.

P - Qual o balanço que fazes desta época?

R - Foi positiva. Para o plantel que tínhamos foi muito positiva. Trabalhamos bem, podíamos ter ido mais longe na tabela classificativa, mas no geral foi bom.

P - É difícil ser capitão desta formação?

R - Às vezes é complica-do. Principalmente em gerir os momentos de tensão pe-rante arbitragens muito ten-denciosas. Dentro do grupo, é fácil, somos fortes, unidos e principalmente muito amigos. O relacionamento é muito bom. Sempre simplificaram o meu papel de capitão.

P - Qual o melhor mo-mento desta época?

P - Foi a fase onde estive-mos vários resultados posi-tivos perante as equipas que estavam no topo da tabela. Conseguimos ganhar ao São Luís, empatamos em Alman-cil, e ficamos muito felizes por estes resultados.

P - E o mais complica-do?

R - Foram as derrotas

depois de alcançar o sétimo lugar. A equipa poderia ter alcançado outros lugares ci-meiros, mas não correu bem. Não conseguimos dar conti-nuidade aos bons resultados.

P - Qual significado de ser capitão de uma equipa do Esperança de Lagos?

R - Primeiro dá trabalho. É preciso liderar, ser respon-sável e dar o exemplo, ajudar e dar força à equipa. Depois é um orgulho muito grande ter o meu braço a braçadeira de capitão.

P - Ao nível pessoal é di-fícil, para ti, conciliar o fu-tebol, os estudos e a tua vida

pessoal?R - Não é muito difícil.

Criando um tempo para estu-dar, divertir e para o futebol, tudo é fácil de conciliar. De-pois o futebol é um momento em que estamos com amigos, sendo assim algo agradável.

P - Para o ano quais as tuas expectativas?

R - Para o ano serei jú-nior. Uma nova fase da mi-nha vida como futebolista. A cada ano que passa torna-se mais competitivo e aliciante. Penso que o grupo vai ser, de novo, unido e vamos pas-sar as dificuldades. Podemos chegar longe.

Entrevista ao capitão João Moreira

Em cima: Jaime, Filipe, João Moreira, André Lourenço, Miguel Ferreira, Vasco, Diogo, Fábio, Anastácio, José Fernando (trein), José Augusto Calado (director), Claudomiro (massagista), Hélder (trein. ad). Em baixo: Cristiano Telo, João Serra, Rafael Cintra, Fábio Marreiros, João Almeida, Victor, Hugo Marques e João Cruz

Foto: Armindo VicenteFoto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

Page 13: Jornal Especial Esperança de Lagos

Ju lho 2008 Especial ESPERANÇA DE LAGOS 13

Vende-se Lote para construção

Boa localização em S. Teotónio

Iniciados

P - Qual a avaliação que fazes da época?

R - Foi uma boa época. Pessoalmente, correu bem para mim fiz um bom campe-onato. O objectivo era atingir os cinco primeiros lugares. O sexto lugar alcançado quase dava para conseguir os objec-tivos pretendidos.

P - Qual o melhor mo-mento da época?

R - Nos jogos contra o Alvorense e Ferreiras. No primeiro, queríamos vencer e estava difícil consegui-lo. Acabei por fazer 3 golos e ficamos muito felizes. Contra o Ferreiras, perdíamos ao in-tervalo, por 0-2, e na segunda parte demos a volta vencendo por 3-2. Foi fantástico. Talvez o melhor jogo da época.

P - Qual o momento mais difícil da época?

R - Foi a derrota em La-goa. Não merecemos perder. A arbitragem foi tendenciosa, estava sempre contra nós e não deveríamos ter perdido. Marcamos um golo, agredi-ram um nosso jogador e so-fremos um golo em falta. Foi inacreditável e todos ficamos revoltados. Enfim, não é bo-nito de dizer, mas fomos rou-bados.

Entrevista ao capitão Miguel Jesus

P - É difícil ser capitão desta equipa?

R - Não, nada. Até é en-graçado. Não há problemas, tenho bons colegas, facilitam a minha vida. Procuro tam-bém esforçar-me para fazer as coisas bem para os outros não terem nada que dizer. Mas é muito bom.

P - O que significa, para ti, ser capitão da formação dos iniciados?

R - Tenho orgulho ser do Esperança. Este é o meu clu-be acima de tudo. E tudo fa-rei para que o Esperança vá mais longe. Ser capitão ainda aumenta mais a minha von-tade de lutar pelo meu clube. Como costume dizer: sempre Esperança Lagos!

P - É difícil conciliar os estudos com o futebol?

R - Não é difícil. Gosto de futebol e procuro fazer o melhor na escola.

P - Qual a tua opinião acerca do treinador Edson Oliveira?

R - É um excelente treina-dor. Exige muito de nós, pen-so que evoluímos muito devi-do às indicações que deu. É muito responsável e percebe muito de futebol.

P - Quais as expectativas em relação à próxima épo-ca?

R - Não faço a mínima ideia. Só espero que corra bem. Vamos fazer um bom campeonato, de certeza.

As palavras do Treinador Edson

Em cima: Alexandre Ferro, Rodrigo, Jorge Pacheco, Miguel Jesus, Adónis, Miguel Pereira, António Pacheco, Tito (funcionário Esperança). Em baixo: Rafael, Bruno, Ângelo, Fábio, Tiago Marreiros, Rafael Lopes e Ryan Osman

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

P - Qual o balanço que se pode fazer desta época?

R - A época correu mui-to bem. A minha equipa tinha muitas lacunas ao nível do valor humanos. Os nossos jo-gadores tinham algumas limi-tações técnicas, não por culpa deles, mas sim porque entra-ram no futebol já com idade de iniciados. As condições de plantel não garantiam que fos-se possível fazer uma grande época. Mas, sinceramente, es-perava vir a ter muito mais di-ficuldades do que aquelas que tive. Os jogadores foram muito fortes psicologicamente e ine-xcedíveis ao nível de atitude. Foram uns heróis perante tanta limitação e dificuldades em fa-zer uma equipa competitiva.

P - Quais os objectivos traçados e aqueles que foram alcançados?

R - O objectivo principal era não descer de divisão. De-pois de garantir a manutenção era lutar pelo melhor lugar possível. Penso que consegui-mos isso muito mais. O sexto lugar é um prémio para a atitu-de dos jogadores.

P - Quais as maiores difi-culdades sentidas ao longo da época?

R - A maior dificuldade foi em pouco tempo, transmitir a “escola futebolística” que os jogadores não tinham. Tive que ensinar a alguns aquilo que se deve aprender nas esco-linhas. Alguns demonstraram uma boa vontade a toda a linha e mostraram que valeu a pena todo o tempo gasto em fazer deles jogadores. Eu diria que alguns foram “bons profissio-nais”. Fiquei admirado pela forma como encaravam as si-tuações, como lutavam contra as adversidades e mesmo com limitações evidentes.

P - Qual o ponto alto da época?

R - Há muitos momentos positivos ao longo de uma épo-ca. Mas o jogo de Lagoa, onde perdemos por 1-0, foi deter-minante. Nesse jogo apesar de nos tirarem um golo e de ter so-frido outro irregularmente, os meus jogadores foram fantás-ticos. Fizeram um jogo muito bom, praticaram bom futebol, foram fortes psicologicamente e demonstraram que apesar de terem perdido através de uma forma irregular a dignidade falou mais alto nessa altura. Quem fez aquela arbitragem fez umas das atitudes mais in-dignas que eu vi no futebol.

P - Qual o momento mais complicado?

R - Também podia esco-lher vários. Mas, para mim, as alturas em que alguns atletas desistem porque não jogam regularmente, sinto que tenho alguma dificuldade em gerir estes momentos. Por um lado tenho que olhar para a equi-pa e por outro compreendo a posição deles. Quase sempre inventam desculpas para não comparecerem, mas o motivo fundamental é o de não joga-rem regularmente. Para mim estes são os piores momentos, todavia tento ser justo e recto e enfrentar estes momentos com profissionalismo sabendo que alguns ficam magoados comi-go.

P - Desde cedo começou a fazer uma transição de joga-dores das equipas de Infantis para o Iniciados. Porquê?

R - É sempre benéfico rea-lizar o quanto antes esta tran-sição e preparar os jogadores para uma fase diferente onde deixam o futebol de sete para o de onze. Esta transição não foi decretada por mim. Falei com o coordenador e com a direcção e expus esta situação. Depois de aceite falei com o técnico Viei-rinha e ele concordou comigo. Primeiro, tirei um ou dois joga-dores, por fim já eram seis ou sete. Penso, sinceramente, que foi positivo e que pode vir a re-velar-se muito importante. Por outro lado, como o meu plantel tinha poucos jogadores, a vin-da de outros elementos aumen-tava a capacidade de escolha.

P - Expectativas para a próxima época?

R - Este ano que vem vai ser outro ano de muito traba-lho. O núcleo de jogadores que subiram de escalão vai ter um processo de mudança onde a vontade deles vai ser muito determinante. Eles têm que re-velar mais disciplina, com mu-

danças radicais na forma como abordam o jogo, e os treinos. Têm que perceber que parti-mos de um patamar inferior ao das outras equipas, coisa que não acontecia este ano. Apesar de alguma capacidade técnico-táctica falham na parte psico-lógica que será determinante no decorrer da época. A minha expectativa não é muito eleva-da quanto à classificação que iremos atingir. Repare, a equi-pa é quase toda de primeiro ano. Faltam muitos jogadores em muitos sectores e não sei se este grupo que vou receber tem a mesma atitude de humildade e querer que os do ano passado demonstraram. Não tenho mui-tas expectativas, mas isso pode ser bom porque me podem sur-preender.

P - Qual a sua opinião em relação ao momento actual da formação do Esperança de Lagos?

R - Melhorou imenso nos dois a três últimos anos. Me-lhorou em todos os aspectos. Desde a organização, qualida-de, disponibilidade, material humano e de treino, parece que estamos a passar por uma revolução positiva. Há uns anos atrás dava alguma mágoa verificar como era abordada a formação. As lacunas eram imensas e quem trabalha aqui não tinha muitas garantias. As coisas mudaram para melhor, devido ao empenho de direc-ção e coordenadores. Agora vejo que os pais querem ver os seus filhos a praticar futebol no Esperança de Lagos, porque sabem que há rostos que inspi-ram confiança e demonstram que têm um rumo. Penso que se caminha para algo muito positivo, mas só de pensar que os miúdos estão bem tratados, que vão evoluir e podem con-fiar nas pessoas que aqui estão, já me deixa muito satisfeito.

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Page 14: Jornal Especial Esperança de Lagos

14 Especial ESPERANÇA DE LAGOS J u l ho 2008

Infantis A

A equipa de in-fantis A conseguiu alcançar o objectivo a que se propôs: a subida à primeira di-visão distrital. Nuno Alves foi o capitão da equipa e fomos falar com ele.

P – Qual o balanço deste época que agora termina?

R – Ganhamos o cam-peonato, não houve muita competitividade, mas foi boa.

P – Foi difícil ser ca-pitão nesta equipa?

R – Foi um pouco, porque ainda é uma equi-pa muito jovem e é sem-pre difícil ser capitão.

P – Achas que desem-penhaste bem essa fun-ção?

R – Acho que sim, os meus colegas portaram-se bem, cumpriam as ordens que lhes dava, senão de-pois o treinador respon-sabilizava-me.

P – Qual foi o melhor momento da época?

R – Foi no jogo contra o Portimonense, ganha-mos 4-1, eu marquei três

Entrevista a Nuno Alves, capitão da equipa

golos e sofri o penalti que deu o quarto. Foi um bom jogo da equipa e talvez o meu melhor jogo, daque-les que não se esquece.

P – E o momento mais difícil?

R – Foi também num jogo com o Portimonense em que perdemos 7-4, eu estava um pouco lesiona-do e as coisas não corre-ram bem nesse dia.

P – O que significa para ti seres jogador do Esperança?

R - Significa muito porque a formação neste clube é muito bem feita e há boas condições. Gos-to muito de aqui estar e enquanto puder vou con-tinuar no Esperança.

As pessoas que lide-

ram têm feito um grande esforço.

P – Consegues coor-denar os estudos com o futebol?

R – Eu frequentei o sétimo ano e vou para o oitavo e às vezes é difí-cil conciliar, sobretudo quando há testes. Não gosto de faltar aos trei-nos e por isso, se calhar se não fosse o futebol po-deria ter melhores notas.

P – E o teu futuro passa pelo futebol?

R – Eu vou continuar a estudar e quanto ao fu-tebol logo se vê se conti-nuo ou não, ainda é cedo para decidir, embora para já a minha intenção é pri-vilegiar os estudos.

Vieirinha foi o técnico que subiu os infantis A à primeira divisão. Foi o corolário de uma época em cheio.

P – Que avaliação faz da época 2007-2008?

R – Foi uma época positiva já que conseguimos atingir o objectivo a que nos propuse-mos no início e que era a subi-da à primeira divisão. Isto ape-sar de termos tido algumas di-ficuldades devido ao diminuto número de jogadores. Acho até que superamos as expectativas iniciais já que fomos campeões de série, sem nenhuma derro-ta. Concretizou-se o desejo de todo o grupo de trabalho e da direcção.

P – Quais as maiores qualidades que encontrou na equipa?

R – Encontrei jogadores muito bons tecnicamente, já com uma experiência positiva que tiveram nas escolas. A esse propósito tenho a agradecer aos colaboradores das escolinhas que prepararam estes atletas para chegarem aos infantis A e terem uma maturidade que me deixou surpreso. Era uma equi-pa madura e de campeões.

P – Mas ainda há margem de evolução?

R – Claro, são miúdos de 12 anos que ainda têm de cres-cer, como atletas e homens. O

Vieirinha subiu Infantis à primeira divisão

16 equipas, algumas muito for-tes. Espero no entanto efectuar um bom trabalho, seguro e que dê alegrias a todo o grupo e aos simpatizantes.

P – Em relação às condi-ções de trabalho que encon-trou no Esperança, foram as que esperava, melhores, pio-res ….

R – Penso que o Esperan-ça é dos clubes do Algarve que tem melhores condições para que se pratique futebol juvenil. Além da parte directiva, todos os colaboradores, desde o rou-peiro ao homem que corta rel-va, se interessam pela formação e dão ao Esperança uma grande dimensão neste aspecto.

P – Qual o ponto mais alto da época?

R – Foi sobretudo o equilí-brio no campeonato, tínhamos de ter a noção de que todos os jogos eram para vencer e os jo-gadores foram homenzinhos e tiveram essa noção.

P – E o momento mais di-fícil?

R – Foi em Portimão, pas-samos por algumas dificulda-des mas devido ao público, já que os meus atletas portaram-se em grande

P – Em relação à forma-ção do Esperança qual o co-mentário que faz?

R – Como já disse a forma-ção no Esperança é das melho-res. Há sempre pequenas coi-sas que podem ser melhoradas, mas com as pessoas que estão à frente da direcção e com os técnicos que aqui trabalham, vai-se por um bom caminho.

O que falta, na minha opi-nião é um bocadinho de mais apoio das gentes de Lagos. Os jogos têm pouca assistência e isso não é bom para os atle-tas. As entidades responsáveis também deveriam apoiar um pouco mais já que temos mui-tas crianças em formação no clube.

Em cima: António José Alves (chefe dep. fut. juvenil), Vieirinha (trein.), Afonso, David, Jony, Pedro, Leandro, Nuno Alves e Gregório (trein. adj).Em baixo: Hugo, Bruno, Tommy, Tiago, Cláudio e João Pedro

Foto: Armindo VicenteFoto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

futebol é como o crescimento nor-mal, quando se nasce não se sabe nada e depois vai-se evoluindo. Quando chega-rem aos juniores e depois aos se-niores, já sabem muito mais e têm uma aprendiza-gem superior aos outros.

P – E quanto à próxima época, quais são as ex-pectativas?

R – Vou apa-nhar um equipa nova, com uma grande maturida-de. Na primeira divisão vai ser mais difícil, são

Page 15: Jornal Especial Esperança de Lagos

Ju lho 2008 Especial ESPERANÇA DE LAGOS 15

Infantis B

P - Qual o balanço que se pode fazer desta época?

R - É um balanço positivo e houve condições para isso. A equipa praticou um bom futebol, íamos atingindo a possibilidade de atingir um lugar de subida, o que seria inédito, para um clube ter duas formações na subida, sabendo que só subiria uma. Os jogadores foram impecáveis e estiveram à altura do que lhes foi pedido.

P - Os objectivos que foram traçados no inicio da época fo-ram atingidos?

R - A esmagadora maioria foram. Era uma equipa B, com todas as limitações que isso acar-reta. O importante era “rodar” jo-gadores e preparar a equipa para o ano. E isso foi alcançado.

P - Quais as maiores quali-dades desta equipa?

R - A humildade e espírito de grupo impressionaram. A so-lidariedade entre eles, junto com uma capacidade acentuada de sacríficio, mesmo quando as coi-sas não corriam bem, foi algo que tenho que realçar. Estes aspectos foram determinantes para atingir alguns resultados, que de outra forma seriam quase impossíveis de alcançar.

P - Qual o ponto alto da épo-

ca?R - Foi o jogo perante o Guia.

Perdia-mos ao intervalo, por 1-5 , e eu apelei ao espírito de sacri-fício e raça para contrariar esse resultado. Eles interpretaram da melhor forma esse repto e deram, brilhantemente, a volta ao marca-dor. Vencemos, por 7-5, e até eu quase não acreditei naquilo que eles fizeram. Foi radiante assistir à felicidade dos miúdos no final do jogo. Foi uma grande vitória.

P - Qual o momento mais complicado?

Entrevista ao treinador Rui Ferreira

R - Foi um jogo em Salir. Um jogador contrário ameaçou todos os nossos jogadores e a nossa equipa não teve força psicológica para reagir a essa agressão verbal. Tornaram-se submissos e não consegui, a partir do banco, dar volta a esse facto.

P - Quais são as maiores qualidades?

R - Para a sua idade, sabem jogar bem à bola e demonstram uma qualidade de futebol interes-sante.

P - Em que aspectos esta equipa pode, ainda evoluir.

R - Vai evoluir de certeza. São humildes e inteligentes para assimilarem essa evolução. Com mais um ou dois reforços, tem condições para lutar pelos lugares cimeiros, mesmo da primeira di-visão, vai de certeza atingir bons resultados. A margem de progres-são é enorme e vai consegui-la com sucesso.

P - Quais as expectativas para o ano?

R - São as melhores. Estes jogadores vão dignificar o clube e os resultados vão surgir. De certe-za. A equipa tem tudo para fazer bons resultados.

P - Ao nível das condições de trabalho onde se pode melho-

rar?R - Temos que tentar jun-

tar, ainda mais, os pais ao clube. Eles podem ainda viver mais os resultados e os jogos da equipa. Noutro aspecto, foi os treinos à terça-feira que era no campo da Trindade que sempre desgostava aos jogadores. Mas contra isso não se pode fazer muito. Mas no global, as condições de trabalho foram boas.

P - Qual a opinião que tem em relação à formação do Espe-rança de Lagos?

R - Mal de mim se não esti-vesse de acordo com esta política, porque sou parte integrante dela. Porém, sempre há aspectos a me-lhorar que a direcção está alertada para eles e que, com o tempo ten-derão a ser resolvidos.

P - Qual o momento que o marcou mais nesta época?

R - Foi este dia – Festa de Encerramento da Época – onde toda a família do Esperança está reunida. Este é um ponto alto, onde sentimos que fazemos parte de um todo que é o clube Espe-rança de Lagos. Para além disso, é interessante ter juntos, desde o jogador mais novo até ao vetera-no. Isto marca e os jogadores e treinadores não esquecem estes momentos. As equipas também necessitam destes momentos.

P - Qual a vossa opinião em relação ao treinador?

R - O treinador é muito bom. Puxa bastante por nós. Temos momentos muito di-vertidos e somos muito ami-gos dele. Gostei bastante do mister.

P - É difícil coordenar o futebol com a Escola?

R - Não. Tenho tido boas notas. Penso que posso sem-pre fazer as duas coisas. Uma não prejudica a outra. Acho que até ajuda, porque anda-mos felizes.

P - O que significa ser jogador do Esperança de Lagos?

Entrevista a João Pedro Capitão da equipa

R - Antes de mais, tem o significado de representar a minha cidade. È um orgu-lho muito grande para mim. Por isso, tento sempre fazer o meu melhor.

P - Quais as expectativas

para o ano?R - Vai ser muito mais

complicado. Como estamos na primeira divisão, as equi-pas têm mais valor e nós te-mos que sempre jogar no li-mite para poder vencer nesse campeonato.

Em cima: Manuel Viana (direc), David Amador, Tiago, Luis, Rui Ferreira (trein.), Suryan Berge, Rui Salgueiros, Bruno Pinto (trein adj). Em baixo: Roberto Glória, João Pedro, Vasco, David, Hugo e João Viana.

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

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Festa de arromba

O Esperança de Lagos organizou um almoço de encerramento da época, na Torre, com a participação de mais de meio milhar de pessoas. Foram convidadas várias entidades e este evento, que juntou atletas das escolas aos veteranos, demonstrou a pujança do Esperança de Lagos.

Jornais e Revistas de Portugal e EstrangeiroLivros Escolares - Fotocópias

Page 16: Jornal Especial Esperança de Lagos

16 Especial ESPERANÇA DE LAGOS J u l ho 2008

Escolas B A

Em cima: António Domingos (trein.), João Viana, Pedro Freitas, Miguel Reis, Guilherme Araújo, Daniel Filipe, Marcos Oliveira, José Cardoso Rodrigues (adj.). Em baixo: Andrezinho, Dani, David Monteiro, Ruben Miguel, João Águas e Diogo Tomás.

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo VicenteP - Qual o balanço que faz desta época?

R - Bastante positivo. A minha equipa praticou ao lon-go de toda a época um futebol muito agradável, consistente e com qualidade. Nos treinos todos os jogadores se empe-nhavam para vencer no Sába-do. Como grupo, para além da forte amizade que existe entre os jogadores, eles funcionam como um colectivo quando es-tão em campo. A fase final não correu tão bem principalmente porque a equipa não soube do-minar a ansiedade e os nervos. Foram criadas muitas expecta-tivas e os meus jogadores não aguentaram. É pena, fizemos um campeonato sem derrotas e fomos perder já na meta.

P - Como explica o que su-cedeu na fase final?

R - É simples. Os jogado-res são crianças que não têm a mesma capacidade de controlo das suas emoções como nós adultos. Depois antes da final foi-lhes lembrado que pode-riam ser a primeira equipa do Esperança de Lagos a alcançar um título de Escolas B. Eles não aguentaram a pressão. Como tinham que jogar o seu máximo para vencer as duas excelentes equipas que tinham pela frente, as coisas não corre-ram como todos esperávamos. Não praticamos o futebol forte que habitualmente colocamos em prática e os nossos adver-sários, bem, aproveitaram a nossa incapacidade. Eles fi-caram muito tristes e eu, tam-bém, porque não merecíamos este final.

P - Qual foi o ponto alto desta época?

R - Devia ter sido a final. Porém, houve um jogo contra o Imortal que nos marcou mui-to. Entramos a perder por 0-2 e ao intervalo estava 1-3. Na segunda volta eles foram feno-menais, jogaram como um gru-po coeso e muito determinado e ganharam, por 6-3. Foi uma lição para eles e para mim. A partir daí acreditamos sempre que as coisas, no futebol, po-dem ter uma reviravolta.

P - E qual o momento mais difícil?

R - Foi a final. Foi muito triste ver perder estes jogos. Nestes jogos nem pareciam a mesma equipa. Aquilo que se fez ao longo de toda a época ali foram incapazes de executar. Ficaram muito afectados com as derrotas. Todavia, a forma-

Entrevista com o treinador Domingos

Entrevista com o capitão Guilherme Araújo

ção de jogadores tem destes momentos. É preciso ter cora-gem para enfrentar as derrotas e olhar em frente. Para o ano podem continuar a demonstrar o seu valor.

P - Quais os aspectos mais positivos da sua equipa?

R - O ataque era muito for-te. Era difícil às outras equipas evitarem o caudal ofensivo que nós praticávamos. A equipa ti-nha uma estrutura física forte, fazia a diferença. Eram muito acutilantes e, por vezes, mas-sacravam até conseguir os seus objectivos.

Sempre acreditei que pelas suas capacidades a vitória final não escapasse.

P - E lacunas?R - A equipa atacava mui-

to melhor que defendia. Isso muitas vezes disfarçou uma ou outra lacuna. Como pres-sionavam muito junto da área adversária, a defesa não era tantas vezes colocada em cau-sa. Mas penso, que haverá jo-gadores que têm de realizar um processo de evolução táctica. Domínio de bola, capacidade de ler o jogo, perceber qual a sua posição dentro do campo e evitar distracções. Depois ain-da há a grande mudança para o futebol de 11 que implica uma adaptação acentuada e onde al-guns jogadores acabam por se perder. Mas a maioria tem ca-pacidades para ter sucesso.

P - Como é que está a Formação do Esperança de Lagos?

R - Este ano foi muito bom para a formação. Mas refiro que nem tudo se faz num ano ou de um dia para o outro. Neste su-cesso já há alguns anos de tra-balho continuado de directores e técnicos. Num papel muito importante que destacar o bom trabalho que o coordenador Edmundo Silva tem realizado. A sua dinâmica e influência é a grande causadora desta evolu-ção permanente que estamos a

assistir. Todavia, cada um tem o seu papel e há muitas pessoas com muito valor dentro do De-partamento Juvenil. Por fim, a direcção que decidiu tomar um rumo para as camadas jovens e o está a colocar em prática. Tem realizado um trabalho excelente, embora, dentro de muitas dificuldades inerentes a estes escalões. É um trabalho longo que muitas vezes não é compensado no imediato.

P - Há condições para o Esperança atingir os nacio-nais na formação?

R - Há condições para su-bir num futuro próximo. O futebol 7 tem tido resultados muito bom e poderá dar um bom indicador para que nos próximos anos se arrisque a uma subida. Mas depende de muitos factores que nem sem-pre são previsíveis. Mas, pelo trabalho feito, começamos a ter condições para subir num futuro próximo.

P - Vai continuar a treinar uma equipa?

R - Queria parar por uns tempos. Tenho alguns proble-mas de saúde que têm de ser acautelados e depois de resol-vidos poderei pensar, de novo, no futebol. Depois tenho que reorganizar a minha vida pes-soal e profissional para po-der ter uma estabilidade certa para poder acompanhar, sem problemas, uma equipa de fu-tebol durante uma época intei-ra. Este ano decidi não treinar nenhuma equipa. Tenho pena, pois acompanhamos miúdos que fazem uma evolução a que estamos muito ligados. Mas há momentos que necessitamos de parar acertar pormenores para poder continuar com mais força. Estarei sempre disponí-vel para o Esperança de Lagos e se de futuro aceitarem o meu retorno é com muita satisfação que voltarei a treinar uma equi-pa.

P - Qual o balanço que fa-zes desta época?

R - Penso que correu bem. Superamos as expectativas ao conseguir um campeonato sem derrotas e sempre no 1º lugar. Mesmo não conseguindo o tí-tulo, o que a equipa fez é su-ficiente para fazer um balanço positivo. A equipa foi a melhor na sua série com mais golos e pontos, mas na parte final, os nervos fizeram com que não conseguíssemos vencer.

P - O que se passou na fi-nal?

R - O problema foi o pri-meiro jogo. Estávamos confian-tes, mas como envolvia muita responsabilidade ficamos ner-vosos. A nossa preocupação foi sempre as marcações e nunca o ataque. Em vez de praticar o nosso futebol submetemo-nos aos que os outros faziam. E não deu certo. A equipa como um todo não reagiu. No segundo jogo já praticamos um futebol mais bonito, mas já não havia nada a fazer. Também já fomos desmotivados, porque tínhamos perdido o campeonato, no jogo anterior. Não foi o que querí-amos. Mas, paciência temos que trabalhar para continuar a ganhar.

P - Qual o ponto alto desta época?

R - Foi o jogo perante o Imortal. Foi um jogo que nos correu muito mal na primeira parte, onde perdíamos ao in-tervalo. Depois o mister falou connosco e demos a volta. Foi muito bom e ficamos muito fe-lizes pelo resultado.

P - Qual o momento mais complicado?

R - Quando perdemos o pri-meiro jogo da final. Estávamos muito motivados e decididos a vencer e ser campeões. Mas depois foi uma tristeza muito grande.

P - Ao longo da época foi muito difícil conciliar os estu-dos com o futebol?

R - Não. Por vezes temos os trabalhos de casa para fazer, antes ou depois dos treinos, mas sempre conseguiu fazer as duas coisas ao mesmo tempo. E pen-so que bem porque até tenho boas notas na Escola. Com os meus colegas é igual. Em geral, temos boas notas.

P - É difícil ser capitão des-ta equipa?

Há sempre umas zangas passageiras no meio do gru-po. Procuro ser consensual e falar com eles para que tudo corra bem. São bons colegas e sempre me ajudam como eu os ajudo. Mesmo nas brincadei-ras procuro que chegam para que o grupo se torne unido e não para afastar alguém. Tento, igualmente, nunca deixar mal o treinador e o público que nos vem apoiar, dou sempre o meu melhor. Como não estava à es-

pera de ser capitão, a confiança do treinador deixou-me muito honrado e satisfeito. Penso que fiz o suficiente para ter gostado da escolha que fez.

P - Quais são as vossas expectativas para a próxima época?

R - Primeiro, queremos que corra ainda melhor que a deste ano. Queremos aprender ainda mais e jogar num campeonato mais difícil. Espero que a fu-tura equipa seja tão competiti-va como a deste ano e gostaria de vencer o campeonato. Mas o fundamental é aprender para melhorar.

P - O treinador vai sair por uns tempo, qual a mensagem que gostarias de deixar?

R - Queria dizer obrigado por tudo o que fez. Que nos problemas de saúde melhore e regresse o mais depressa possí-vel. Gostei muito de o ter como treinador. Confiou em mim e eu fiquei muito contente com essa confiança. Foi um bom treina-dor tinha sempre uma mensa-gem positiva e de segurança para nos dizer. Foi um amigo e nós gostávamos dele.

Foto: Armindo Vicente

Page 17: Jornal Especial Esperança de Lagos

Ju lho 2008 Especial ESPERANÇA DE LAGOS 17

Escolas B B

André Amores foi o capitão da equipa B de Escolas B e também fez ao nosso jornal o balanço da época

P - Que achaste da época que acabou agora?

R – Gostei porque ganhamos muitos jogos e gostei dos meus companheiros e do treinador

P – O que gostaste mais?R – O que gostei mais foi de

ganhar alguns jogos e também de conseguir alguns prémios.

P – Foi difícil ser capitão?R – Não foi difícil porque

eles faziam o que mandava. O treinador é que tinha a tarefa mais dificil.

P – Que jogo gostaste mais?

R – Foram aqueles em que ganhamos.

Houve algums em quen jo-guei melhor e também gostei

P – E o que gostaste me-nos?

R – Aqueles em que perdi.

P – O que significa para ti o Esperança de Lagos?

R – É um bom clube e gosto de aqui estar. Gosto dos treina-dores que são bons e tenho mui-tos amigos no clube.

P – E é difícil conciliar a escola com o futebol?

R – Às vezes é difícil, sobre-

Entrevista a André, capitão da equipa

tudo porque chego a casa tarde para fazer os trabalhos de casa, mas até agora tenho consegui-do.

P - E quando fores maisor queres seguir o futebol?

R - Quero, embora ainda seja cedo para decidir qualquer coisa. Mas também acho que se deve estudar para ter outra pro-fissão, porque às vezes o futebol é complicado.

Rogério Ferreira foi o técnico da equipa B de Escolas B durante a época que terminou.

Mais um dos ele-mentos que compõem o leque de técnicos do Esperança que faz o balanço do ano de tra-balho.

P – Qual a avaliação que faz da época que agora ter-mina?

R – A minha avaliação é muito positiva. Foi o pri-meiro ano de competição dos miúdos, era a única equipa de primeiro ano, os outros eram de segundo e por isso acho que foi bastante positivo.

P – Quais as principais qualidades que encontrou na equipa?

R – Individualmente to-dos são bastante bons tecni-camente. Tivemos algumas lacunas quanto a pontas de lança, veja que o nosso mé-dio centro e o defesa central foram os dois melhores mar-cadores da equipa. Talvez seja uma lacuna que a equipa tem, mas penso que em ter-mos gerais é muito boa. Para o ano penso que vai fazer um campeonato bastante positi-vo.

P – Então o sector onde a equipa pode evoluir é a li-nha da frente?

R – Sim é aí que temos mais dificuldade, este ano os

nossos avançados sentiram algumas dificuldades.

P – E quanto às expec-tativas para a próxima épo-ca?

R – Vamos lutar para ser campeões de zona e tentar ficar nos três primeiros lu-gares. Atendendo ao que vi esta época, em que as outras equipais eram quase todas de segundo ano e por isso vejo com grande optimismo a próxima época.

P – E quanto às condi-ções de trabalho no Espe-rança?

R – As condições não são más, mas poderiam melhorar nalguns aspectos. Trabalhei a época toda num quarto de campo. Jogamos o futebol de sete em metade de um cam-po de futebol de 11 e nunca conseguimos fazer um trei-no nesse espaço, que é o do jogo. Se tivermos meio cam-po para treinarmos a equipa melhora muito, espero que se

consiga na próxima época.

P – Qual foi o ponto alto da época?

R – Foi o último jogo em que ganhamos por 7-0 no Imortal e acho que foi o me-lhor momento.

P – E o mais difícil?R – Foi até à quarta jor-

nada em que tínhamos qua-tro jogos e quatro derrotas. Jogamos com os primeiros quatro classificados nas pri-meiras quatro jornadas e os miúdos tiveram uma quebra psicológica, mas depois re-cuperaram.

P – Como comenta o sector de formação de Espe-rança?

R – Acho que funciona muito bem, e os resultados dizem isso. O coordenador Edmundo e o Capela que entrou a seguir, e os outros directores, fazem um óptimo trabalho e devem continuar a apostar na formação.

Rogério Ferreira técnico de Escolas BB

Em cima: Rogério Miguel (trein), Daniel Campos, Ricardo, Tiago Fernandes, Gabriel, André Martins, António Protásio, Rafael, Costa (trein adj). Em baixo: André Amores, Pedro Rodrigues, Sebastião, Rafael e Pedro Vilaça

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

do Esperança. Eu fui dirigen-te do Odiáxere e nalgumas alturas tínhamos mil pessoas a acompanhar o clube. Aqui no Esperança quero ver isso e eu não sairei do Esperança enquanto não houver uma aproximação das pessoas ao clube.

P – O futuro como será?

R – Acho que temos as condições para ser bom. Quando comecei a colabo-rar com o Esperança, ainda no tempo de comissão de gestão, o clube estava em risco de fechar portas e em 15 dias, um grupo de pesso-as conseguimos formar uma equipa sénior para participar no campeonato e tivemos uma participação digna. Por isso e depois de todas estas dificuldades, o futuro terá de ser mais fácil. As pessoas

P – Que balanço faz da época que agora termina?

R – Foi uma época bas-tante positiva, quer no que se refere à competição quer tam-bém no que se refere à gestão. Já agora quero aproveitar esta oportunidade para dizer que as questões desportivas são importantes, mas a gestão também é. Nos últimos anos tivemos uma intervenção de fundo no património do clube, já que é imprescindível para a obtenção de receitas. Estou a falar nas obras no Parque de Campismo, nos bares, chur-rasqueira, mini-mercado e ca-beleireiro. Recorde-se que es-tamos a falar de um clube que nós encontramos com enor-mes dificuldades financeiras e é preciso arranjar forma de dar a volta.

Quanto ao nosso trabalho, acho que está à vista de todos. No que refere à parte despor-tiva é bom ver que cada vez mais o Esperança é procurado por mais atletas, o clube rea-dquiriu credibilidade e a con-fiança está a aumentar.

P – Mas nem tudo é bom R – Pois não, o pior pen-

so que será o afastamento do povo do clube. Cada vez há maior aproximação, mas a po-pulação ainda está desligada

que estão a servir o clube não estão para se servirem e têm dado muito de si, do seu tempo e até também com prejuízo fi-nanceiro, ao clube. Podem es-tar os lacobrigenses certos que tudo iremos fazer para levar o barco a bom porto.

P – Há quem diga que o lugar do Esperança é nos na-cionais …

R – Acho que o lugar do Esperança é na terceira divi-são nacional, não mais. Mas defendo que não se suba a todo o custo, temos de ter os pés assentes no chão para que tudo corra bem. Volto a dizer que acho importante criarmos sustentabilidade. A situação está melhor, o Parque de Cam-pismo voltou a render já que efectuamos obras de melhoria, mas temos de ter atenção à questão financeira.

Palavras de José Augusto Calado

Page 18: Jornal Especial Esperança de Lagos

18 Especial ESPERANÇA DE LAGOS J u l ho 2008

Escolas A B

P - Como correu a época à tua equipa?

R - Foi uma boa épo-ca, jogamos bem, por vezes houve descaídas. Havia uma amizade muito grande dentro do grupo.

P - Qual o momento mais importante da época?

R - Foi o jogo contra o Guia. Fizemos tudo o que o treinador tinha pedido. Tudo correu muito bem e ficamos muito felizes no final. O re-sultado, de 15-2, diz tudo. Vencemos muito bem.

P - O momento mais di-fícil?

R - Foi o jogo perante o Padernense. Começamos o jogo a ganhar e até pensamos que iríamos vencer. Porém, nos últimos minutos, eles de-ram a volta e venceram, por 2-1.

P - É difícil ser capitão desta equipa?

R - A função de capitão passa muito pela responsa-bilidade e exemplo. Temos que assumir que temos algu-mas funções a desempenhar, temos que dar um exemplo de valia, para além do ânimo que temos que dar aos cole-gas. Mas não é difícil, é algo natural.

P - Este ano a concilia-ção futebol/escola correu bem?

R - Sim na nossa equipa, a maioria são bons, ou muito bons alunos na escola. Não temos negativas, todos sabem que têm de estudar e jogar à bola é um divertimento. Há momentos mais complica-dos, mas não é muito difícil. Procuramos ser bons alunos e bons jogadores.

P - Expectativas para a nova época?

R - Que corra tudo bem, como correu até agora. A cada ano que passa a difi-culdade aumenta, mas todos junto vamos ultrapassar as dificuldades. Penso, que até faremos uma melhor época que a deste ano.

P - O que significa para

P - Qual a avaliação des-ta época?

R - Correu bem. Temos que começar por avaliar esta equipa pelo facto de ser uma formação B. Estas equipas têm o intuito de fazer uma época com vista a um segun-do ano de confirmação nas equipas A. A minha equipa não é tão evoluída como a equipa principal, mas ressal-vo os valores morais e condu-ta irrepreensível que tiveram ao longo de toda a época. Isso é algo muito positivo e tenho que realçar. Eles são fabulo-sos em termos de atitude. O que lhes falta em termos téc-nicos sobeja-lhes na atitude e vontade para vencer.

Eu dou um exemplo: já no final de época fomos a um torneio em Almodôvar onde defrontamos algumas das melhores equipas do Sul do país (Olhanense, Despertar de Beja, Benfica) e chega-mos à final, apenas pelo que-rer e grande vontade, porque tecnicamente havia muito melhores equipas. Fomos re-compensados por uma final frente à escola do Benfica.

P - E como gere este imenso querer da sua equi-pa?

R - Incentivo e motivo-os para serem assim. Procuro dizer que para se alcançar alguma coisa, é preciso lutar e merecê-la. Muitas vezes não basta só ter capacidades é preciso valorizar o que se tem pelo trabalho.

P - Qual o ponto alto da época?

R - A nossa série era mui-to complicada. Penso que es-tavam lá as melhores equipas deste escalão, como o Quar-teirense, Imortal e outras que são formações de topo. O nosso sexto lugar foi um prémio, pois foi a primeira que actuava como uma equi-pa B. Como prémio ficamos à frente do Internacional de Almancil que à partida nun-ca diria que ficaria atrás de nós. Também de realçar que ficamos apenas um ponto do quarto lugar, que a ser con-seguido era algo excepcio-nal. Como tal, penso que a época foi toda um ponto alto, onde vi os meus jogadores a lutarem para vencer, e isso é o mais importante, mesmo sabendo que, perante algu-

mas equipas seria impossível vencê-las.

P - Há algum fruto deste querer?

R - O melhor exemplo que posso dar é que a minha equipa foi constituída por elementos que não tinham capacidade para estarem na equipa A. Mas, no final de época, dois deles participa-ram nos jogos finais. É um exemplo de evolução e do trabalho empenhado que fi-zeram.

P - O momento mais complicado?

R - Foi depois do Natal. Fizemos uma série positiva com várias vitórias. As fé-rias escolares e interrupção do campeonato não vieram em boa altura, pois a minha equipa quebrou. Foi neces-sário mais de um vez para a equipa estabilizar de novo e retomar os resultados positi-vos.

P - Em que aspectos a equipa pode evoluir no fu-turo?

R - A equipa tem um tra-balho árduo ao nível técnico. Ainda não têm uma cultu-ra táctica profunda, há que melhorar ao nível de passe, desmarcações, auto-coloca-ção no terreno de jogo. Mas como estão num processo de formação, podem perfeita-mente adquirir melhoramen-tos ao nível técnico.

P - Que condições de trabalho encontrou nesta época?

R - As condições têm me-lhorado a cada ano. Há só o

aspecto que ainda treinamos uma vez por semana no pe-lado da Trindade, no entanto, este aspecto não é relevante. Tenho que realçar a vontade da direcção em melhorar as condições e o empenho das pessoas que estão envolvidas na formação.

P - Como está a forma-ção do Esperança de La-gos?

R - Está bem. Basta ver os resultados e teremos uma resposta clara para o traba-lho que se está a fazer. Ainda estamos a pagar o “quase” abandono que num passado próximo o clube fez à forma-ção, porém agora estamos a fazer progressos significati-vos nos escalões mais baixos. Com esta evolução não será de estranhar que futuramen-te tenhamos uma formação num campeonato nacional. Será um resultado natural do empenho, do esforço de todos e da excelência do tra-balho de todos.

P - Qual a sua disponibi-lidade para o Esperança de Lagos?

R - Eu trabalharei onde as pessoas responsáveis quise-rem. Aceitarei a missão que me atribuírem. Pessoalmente gostaria de trabalhar com es-calões mais baixos, ou mes-mo a iniciar o seu percurso no futebol. Fico feliz em as-sistir à sua evolução pessoal de cada um dos jogadores e isso será mais evidente nos escalões de Escolas. Mas, repito, onde os responsáveis quiserem eu estarei lá para ajudar e colaborar.

Entrevista ao capitão Gonçalo Fernandes

ti o Esperança?R - Um bom clube onde

eu gosto de estar. Gostaria que pudesse fazer parte des-te clube. É um orgulho estar aqui e poder ser capitão de uma das equipas. Vou lutar para ser melhor jogador e conseguir vitórias pelo meu clube.

P - Falando do treina-dor. Quais as principais qualidades e exigências que ele impõe?

R - É um amigo de todos e um bom treinador. Gosta-mos muito dele, faz muitas brincadeiras e mantêm o gru-po unido. As exigências que impõe são naturais, porque todas as equipas têm que se esforçar para conseguir os seus objectivos.

Entrevista ao treinador Carlos Hilário

Em cima: Nuno Araújo (trein adj), Miguel Moreira, Kieran Osman, Gabriel, João Gil, Gonçalo Fernandes, Melvin, André Santos, Carlos Hilário (trein.). Em baixo: Engel, João, Luís, Gonçalo Rodrigues, André Bravo e Pedro.

Brevemente:

Voz das Freguesias quinzenalmente .... em sua casa

Foto: Armindo VicenteFoto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

Page 19: Jornal Especial Esperança de Lagos

Ju lho 2008 Especial ESPERANÇA DE LAGOS 19

Gabriel Nunes é o capitão da equipa de Escolas AA e o Espe-cial Esperança de La-gos falou também com esta promessa do fute-bol lacobrigense.

P – O que achaste da época que agora termi-nou?

R – Foi uma época muito boa, tivemos uma boa equipa e fomos campeões do Algar-ve. Era esse o nosso desejo e conseguimos, pelo que acho que a época foi muito boa.

P – E no teu caso achas que fizeste uma boa época?

R – Eu acho que sim, cumpri aquilo que o mister indicava e penso que correu tudo bem.

P – E a tarefa de capitão foi difícil de executar? Os teus colegas obedeciam às tuas indicações?

R – Eles obedeciam mas eu também não mandava fa-zer muitas coisas. Só verifi-cava se as posições eram as melhores, mandava-os recu-ar ou avançar quando havia necessidade, mas o treinador é que mandava mais.

P – Achas que foste um bom capitão?

Escolas A A

Entrevista ao capitão Gabriel Guerreiro

R – Eu acho que sim, em-bora devesse perguntar aos meus colegas.

P – Qual foi o melhor momento desta época?

R – Foi quando fomos campeões do Algarve. Fiquei feliz, juntamente com todo o grupo de trabalho, por termos chegado a esse objectivo.

P – E o pior momento?R – A resposta é difícil,

mas penso que foi um jogo contra o Portimonense em que empatamos, mas deve-ríamos ter ganho. O árbitro nessa partida portou-se mui-to mal e fomos muito preju-dicados, mas também des-perdiçamos algumas oportu-nidades.

P – Gabriel, o que signi-fica para ti o Esperança de

Lagos?R – Para mim o Esperan-

ça é importante, é como que uma segunda família. Gosto muito de estar aqui.

P – Quantas vezes trei-nas por semana?

R – Treinamos duas ve-zes, o que é suficiente.

P – E a articulação en-tre a escola e o futebol?

R – Não há problemas. Embora às vezes seja difícil conciliar quando há testes, mas com esforço consegue-se tudo.

P – E o teu futuro passa pelo futebol?

R – Vou continuar a jogar futebol, quero ser futebolis-ta profissional, mas é muito cedo para decidir e quando for a hora logo se vê.

Aníbal Camacho

Aníbal Camacho é o treinador da equipa A de Escolas A do Clu-be de Futebol Espe-rança de Lagos.

Há mais de qua-renta anos ligado ao clube, o técnico agra-ciado com o galardão de técnico do ano na festa de final de época, confia no futuro e diz que os êxitos vão con-tinuar.

P – Qual é o balanço que faz da época que agora termina?

R - Considero que esta foi uma época muito boa em relação à minha equipa, mas também em relação a toda a formação. A boa épo-ca aconteceu não só pelos títulos, mas também pelo futebol jogado, pela capa-cidade de motivação dos responsáveis e atletas. In-teressa-nos a formação num todo, não só como atletas mas também como pessoas.

P – No seu caso pessoal a satisfação é diferente já que foram campeões.

R – É verdade fomos campeões distritais do Al-garve, mas os infantis tam-bém foram campeões. A equipa de escola foi finalis-ta, portanto acho que o ba-lanço é bastante positivo.

P – Quais as maiores qualidade que encontra na sua equipa?

R – Não faço distinções entre os meus jogadores, funcionaram como equipa, como um todo, entendo que a este nível temos de for-mar os jovens no sentido de jogarem em equipa. Têm grandes qualidades técni-cas, são brilhantes e jun-tando isso é como se fizés-semos uma boa caldeirada. Temos os ingredientes, um bom peixe, depois resulta no título.

P – Quantos jogadores fizeram parte do plantel?

Treinador do ano levou Escolas A à vitória

R – Nove jogadores de campo e três guarda-redes. Entendi assim para dar azo a que jogassem mais, por vezes o plantel foi curto, mas conseguimos equili-brar e pronto, chegamos a bom porto.

P – O que há ainda que melhorar nesta equipa?

R – Cada ano é um pas-so que damos. Não sei se vou continuar para o ano, para mim seria o ideal, já os conheço e sei que se con-tinuarmos juntos os títulos vão continuar. Há impon-deráveis, a bola é redonda, mas tenho plena confiança neste lote de atletas e es-tarão sempre no pelotão da frente.

P – A próxima época vai então ser de sucesso?

R – É como eu digo, há sempre factores que in-fluem, mas com o valor in-dividual que ao atletas têm e com a progressão que ain-da podem ter é de esperar coisas bonitas.

P – E no que se refere às condições de trabalho, são as ideais?

R - Para mim são sem-pre as ideais. A direcção foi espectacular, colocou-nos tudo à disposição, o que podia e o que não podia, só temos de agradecer todo o empenho. É claro que faz falta mais um terreno de jogo, possivelmente um sintético, mas sei as dificul-dades que as câmaras têm,

não pode ser tudo de uma vez, de um momento para o outro, mas estou crente que o presidente da Câmara que também é um desportista, brevemente nos vais dar es-sas condições.

P – O ponto alto da épo-ca foi a conquista do títu-lo?

R – Eu penso que toda a época foi um ponto alto, isso está espelhado na qua-lidade do nosso futebol e no número de golos. Tenho uma filosofia de futebol de ataque, não me importo de sofrer 3 ou 4 golos desde que marque 6 ou 7. Privi-legio as qualidade técnicas dos jogadores, quero que eles cada vez sejam melho-res. Aliás penso que alguns chegarão longe como fute-bolistas.

P – Qual o balanço que faz de toda a formação do Esperança de Lagos?

R – Os resultados aí es-tão, penso que isto resulta de um trabalho de equipa muito bom, desde o roupei-ro até ao presidente da di-recção. Todos trabalharam muito bem, sei que o es-forço tem sido feito mas os resultados aí estão. Eu sou o mais velho da equipa, es-tou aqui há mais de quaren-ta anos e não satura, adoro estar com o Esperança e com o futebol. Se os outros não se saturarem, directores e outros técnicos as coisas continuam a correr bem.

Em cima: João Carlos Oliveira (dir.), Diogo Grilo, Rafael Candeias, Ruben, Gabriel Varginha, Anibal Camacho (treinador), Samuel. Em baixo: Gabriel Guerreiro, Marc, João Oliveira, Rafael Matias e Tomás.

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

Foto: Armindo Vicente

Page 20: Jornal Especial Esperança de Lagos

20 Especial ESPERANÇA DE LAGOS J u l ho 2008

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