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JORNAL dos BAIRROS Anol - n 0 6-Recife, Janeiro de1979 Preço-Cr$ 2,00 MORRO DA CONCEIÇÃO HISTÓRIA MH Famílias Contra a Cohab: gente nâo saí daqui nâo, se for na marra".pág3 ONTEM E HOJE págs. 4 e 5

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Page 1: JORNAL dos BAIRROS - :: Centro de Documentação e ... · nem o que está-se cantando.Mas, ... que mais parece uma favela das ... -ü moço chegou aqui e marcou um dia pra eu ir lá

JORNAL dos BAIRROS Anol - n0 6-Recife, Janeiro de1979 Preço-Cr$ 2,00

MORRO DA CONCEIÇÃO HISTÓRIA

MH

Famílias Contra a Cohab:

"Á gente nâo saí daqui nâo,

só se for na marra".pág3

ONTEM E

HOJE

págs. 4 e 5

Page 2: JORNAL dos BAIRROS - :: Centro de Documentação e ... · nem o que está-se cantando.Mas, ... que mais parece uma favela das ... -ü moço chegou aqui e marcou um dia pra eu ir lá

VIVA VASSOURINHAS

O Vassourinhas, de Afogaaos, está fazendo 90 anos. É a mais anti- ga agrem iação carnavalesca do Re- cife.Q JORNAL DOS BAIRROS não podeira deixar aqui de levar as suas homenagens mais sinceras e cheias de entusiasmo ao bravo Vassouri- nhas.por tantos anos de lutas e esforço para sustentar a alegria do povo.-

Hoje em dia o rádio e a televisão só ensinam a dançar "discotéque" e a se cantar em inglês sem saber nem o que está-se cantando.Mas, apesar de todas as dificuldades o estandarte de Vassourinhas, junto ao de todas as agremiações de nos- sa cidade, ainda está de pé e é a ban- deira das coisas verdadeiras da nos- sa gente.

Viva Vassourinhas! O povo do Recife e do Brasil está de parabe'nsi

Novidades em 79 Começamos 79 com uma no

dade. A partir de agoia, em caoa número do nosso jornal vocês po- derão ler uma grande reportagem sobre um bairro da cidade, contan- do de sua gente, suas tradições e seus problemas. Assim, aos pou quinho?, iremos aprendendo mais sobre r^ssa terra e nosso povo. Ao mesmo tempo, vamos ter, a cad« mês, no bairro em que foi feita a reportagem, uma promoção de lan- çamento do jornal.

O primeiro local escolhido foi O Morro da Conceição, no bairro de Casa Amarela. Vocês poderão co- nhecer um pouco sobre o morro lendo as páginas 4 e 5. E a festa d® lançamento vai ser dia 20 de janeiro, à partir das sete e meia da noite. Será uma noitada de samba, onde todos os blocos, maracatús e Asso- ciações Recreativas do morro esta- rá presentes. Todo mundo está convidado.

E que 79 seja um ano de p&s. « felicidade para todos Ss.

Jorna! dos Bairros

COLABORADORES

Severino Ramos Amadeu Nascimento Lenira Carvalho Filomena Ramos Celéide Rios Carlúcio Castanha Vilson Maria José Oliveira Abimael Galindo Janina Adamenas Paulo Santos Claudionor Gomes Manoel Inácio de Lira Nila Cordeiro Edson de Lima Vera Baroni Mari Severina Aliança Maria José Lemos Luiz Alves Eduardo Homem Paulo Andrade Margarida Serpa Márcio di Pietro Antônio CarlOL, Emerson Xavier da Silva José Maria Andrade (Editor Responsável)

Jornal dos Bairros ima publica- ção da Editora NOSSü í-tda. Redação e Administração: Rua dos Coelhos, 317 - Recife - Pe - Diretores: Amadeu Nascir o, Margarida Serpa, Ve- ra Regjna Baroni. Composto e Im- presso nas oficinas do Jornal da Semana, Rua Prof. Andrade Bezer- ra, 1442, Salgadlnho, Qtfnda, Pe.

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Cartas "" TTvTT

àmm

Caso de Polícia U m fato que merece a atenção do

prefeito e autoridades policiais de Olinda é o caso da Estrada que vai do Jardim Brasil e da'acesso aos bairros de Aguazinha, Alto da Bela Vista,Alto Nova Olinda e adjacên- cias.Existe neste percurso um ca- minho deserto,com um grande ma- tagal a beira da estrada, que serve de esconderijo à marginais, tarados e ladrões, apavorando assim os transeuntes que trabalham e tem que passar por este referido locai, principalmente as empregadas do- mésticas e lavadeiras que traba- lham no Jardim Brasil, obrigando- as a terem que voltar para as suas residênciasàs 16 horas, antes de es- curecer, pois.neste caminho não existe luz eiétrica.Solicito,pois ao Jornal dos Bairros fazer um apelo as autoridades a fim de minorar os sofrimentos destas criaturas e das donas de casa que tem que deixar, nas horas de maior necessidade,as suas "auxiliares"irem para casa ce- do para que não sejam vitimas des- tes marginais que vivem nesta sofri- da arténa.desde já, muito agradece em nome dos moradores do Jardim Brasil. Hilda Barbosa de Souza -Registramos seu apelo,D. Hilda conforme seu pedido.Quanto a en- caminha-lo as autoridades é uma tarefa de todos nóSj de todos que sofrem esta situaçao.Quando vo- cês assumirem juntos, talvez ai, as coisas melhorem. Bom Trabalho.

Nota de Nascimento

O casal Reginaldo^e Rita,estão re- cebendo os parabéns dos amigos e companheiros, pelo nascimento de seu filho no último dia 3 de dezem- bro de 78 n?1 maternidade da cidade do Pai 'iiho do casal tem o nome i avo. Será mais um para ca nos juntos.

Esclarecimento

A respeito do artigo "Camaragibe Faz festa popular"publicado no Jor- nal aos Bairros, número cincocom relação as comemorações de Natal, quero esclarecer que essa festa só é possivel(como foi no ano passado), com a participação de todo o povo e principalmente pela dedicação e pelo empenho demonstrado na or- ganização dessa festa, que conta com a participação dos srs.Manuel Quirino,Márcio,zé Neguinho.Ma- nuel Texeira(chefe dos escoteiros), AntônioCabral,Admir, Nana Alves, AntôniaLopes,Etelvina,Manuel So- ares,Sebastião Guerra,Cordeiro, Luiz Lopes,Fernando Pinto.Júlio, além de tantos outros colaborado- res.

Não foi minha intenção, quando entrevistado,ocultar todos esses valiosos nomes.e é bom que vejam o Jornal dos Bairrosnúmero 5 para verificar que eu e o Cordeiro fala- mosem nome da comissão da festa. Infelizmente toda a comissão não pôde ser entrevistada, e talvez te- nha dado margem a mal entendidos.

Por conta de tudo, esse esforço nessa festa deNatal foi um sucesso absoluto, sem deixar de lembrar a valiosa participação do PARQUE DE DIVERSÕES ESPERANÇA. -NIAS

-Esta feito o esclarecimento sr.Nias,

Apelo O alto do combinado é um lugar

que fica em Águas Cornpridas,no- me es^e dado ao local devido a um campo de futebol do time "O Com- binado". Lá os moradores aUjgam terreno ao preço de Cr$ 30,00 i por mês e fazem os seus casetres.Al- guns já tem luz elétrica, a Com pesa táMnsfalou encenação de água, mas há unscinco meses não chega água em algumas residências.Aíém do lugar ser muito alto e alguns terem a felicidade de terem água em suas casas, não querem ajudar os ou- tros, fornecendo pelo menos uma lata d'água. Também não há Esco- las perto,por isso algumas crianças não estudam por não puderem ir

mais abaixo aos grupos escolares. Apelamos pois, por intermédio do Jornal dos Bairros, para que os mo- radores que tem a- facilidade de terem água em suas torneiras se unam, cedendo algumas latas de á- gua a seus irmãos vizinhos,mino- rando assim seus sofrimentos.

Agradece desde já Neuza Bernada da Silva - Águas Compridas. '

Campanha Prezados amigos do Jornal dòe» bairros. Quero ficar à disposição dos ami- gosdo prestimoso jornal. Estou cer- to que futuramente se tornará um dos maiores Jornais do povo deste imenso Brasil.Quero iniciar uma campanha contra o desleixo dos administradores da cidade do Pau- lista.Com tantas áreas vazias, mas infelizmente com uma ünica praça que mais parece uma favela das mais imundas.Nela não se pode fi- car um minuto pois a sujeira.a alga- zarra...tornam a única praça da ci- dade um inferno.Vaie tirar umas fotos do logradouro e publicar em vosso jornal chamando a atenofto autoridades que ainda se preocupa com o bem estar dajaoouiaçâo de alguns lugares, ouns lugares. Senhor redator, gostaria de chamar por intermédio desse jornai,a aten- ção das autoridades sanitárias e quem de direito para a falta de higiene existente, a começar pelas Radarias,armaze'ns e tudo mais...

!ão há f iscalização.As mercadorias são embrulhadas com papel de uso anterior e com as mãos sujas. Essas mulheres que vendem guiodicer em Recife e arredores, coisas gor- durosas que pegam poeira com fa- cilidade. Quem as faz, por sua vez, pega em dinheiro e nas massas sem lavarem as mãos... Será que quem visita Recife não sai chamando-a veneza da sujeira?

No momento não tenho tempo masquem sabe maisdia, menos dia estou com vocês lado a lado, para melhor defesa do povo.ccno eu, duramente sacrificado e expíora Manoel Francisco Souza.Rua 127, casa 25 Jardim Paulista.

r^àg 2-^JOKNAL DOS BAIRROS

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COHABDE CASA NOVA E CEM FAMÍLIAS NA RUA.

SÓ SAI REMOS SEFÔRNA MARRA

.A Cohab de Pertiambuco, a com- panhia que deve construir casas para as pessoas pobres, está cons- truindo sua sede nova e, para isso, iá removeu do terreno cerca de 100 ramílias. A construção fica na Av. Agame-

non Magalhães e o povo que está sendo removido mora em Campo Grande.O Jornal dos Bairros ouviu os operários da construção e os moradores que ainda estão no ter- reno ao lado do prédio da Cohab e ficou sabendo que todo mundo vai ter que abandonar suas casas mais cedo ou mais tarde. E ninguém tem ou sabe para onde ir porque a Co- hab só faz pagar o preço que efa mesma diz que cada casa vale e não está se importando nem um pouco com a situação do pessoal. Logo ela que devia estar construindo casas para o povo morar. Dona Neta mora em Campo Gran-

de há 22 anos e já foi chamada para saber quanto a Cohab diz que sua casa vale. Ela falou para o Jornal dos Bairros: -ü moço chegou aqui e marcou um

dia pra eu ir lá na Companhia assinar o papel. Eu não sei quanto eles vão querer me pagar, mas eu não saio por menos de Cr$ 20 mil cruzeiros porque senão como vou fazer para construir outro barraco? E também onde vou encontrar um terreno? Porque terreno na M arinha como esse aqui não adianta mais, a gente chega, constrói, passa um fempinho e logo chega alguém que diz que é o dono e manda embora.

Dona Neta já sofreu muito com a construção do prédio da Cohab. Ela conta: "O bate-estaca da obra aba- lou tudo que é casa aqui por perto. Na minha, um dia, o telhado veio abaixo e pegou o meu filho de 4 anos. Ele morreu. Ai nós fomos na delegacia, eu, meu marido e o ho- mem da Companhia, e ficou acerta- do que eles pagavem uma indeniza- ção pela morte do menino. Mas aí meu marido foi ficando triste, tris- te, e um mês depois da morte do

menino ele também morreu. Então eu deixei prá lá e eles nunca vieram me pagar o que prometeram.

D. Maria Madalena, como ela mesmadiz, "é moradeira velha aqui do Campo Grande, fui uma das fundadoras do bairro. Tou aqui há 35 anos e agora tenho 59. Quando cheguei era moça.eu e meu marido José Oliveira, que agora tem 63 anos. Fomos nós que preparamos tudinho aqui para morar. Isso era um mangue, a gente fez aterro e construímos nossas casas".

"Agora - continuou d. Maria a Cohab tira a gente daqui, dá um d.inheirinho e solta a gente no meio do mundo. Que eu e ò velho vamos fazer? Náo temos filhos, somos só nós dois. Ele já fez nove operações e eu, duas, a gente não pode mais fazer outra casa assim. Aqui pelo menos estamos perto da cidade, tem áaua no bairro, tem luz. Como vai ser quando a gente for embora? Nao sei naOj moço. E nem adianta botar questão, advogado, nadinha. O dono do bar que tinha ali, bem onde está o prédio da Cohab, con- tratou advogado, brigou e nada. Acabou saindo mesmo. E vai tudo sair". U m operário da construção contou

para o Jornal dos Bairros que a obra já era para ter terminado desde setembro e que a construtora já assinou outros dois contratos. O ultimo diz que o prédio deve ser entregue em março, antes de mu- dar o governo. Deve ser para as autoridades dos governo, que não conseguem construir casas que os pobres possam pagar, terem algu- ma coisa para inaugurar da Cohab.

Pelo menos se no prédio novo as pessoas que ganham menos de Cr8 3.500,00 pudessem entrar para se inscrever no plano da casa própria, mas que nada. a Cohab nao deixa nem entrar na fila. Casa só para quem ganha mais de CrS 3.500,00 Mas quem é que ganha esse dinhei- ro se o salário mínimo em Pernam- buco é pouco mais de Cr$ 1.200 OO''

Anuncie no Jornal dos Bairros Página indeterminada: Página determinada Citima Página Meia Página 1/4 Página 1/8 Página

Você pode colocar um anúncio pe- queno, sobre um objeto que quer vender, uma basa que quer alugar, um serviço que sabe executar. De pendendo do tamanho ele custa CrS 150,00) ou CrS 100,00 ou CrS 00.00.

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Buratinlm mesnlO; Convorst- com hiiííso pessoal, btiiti m tíisUibtíldtí ras do Jornal iHI tírii hOsSa ftedè, ftn Rua dos camust álff da» KâO «s 18,00 horas.

ii rim ni iiiiii.i in

A gome não sai daqui não, só se for na força", Há aproximadamente 2 anos, uma Vila com uma 200 casas construída em Paratibe, foi invadida por cerca de 1000 pessoas, que na maioria dos casos não tinha onde morar ou morava em barracos de tábuas. Os moradores da Vila falam da inefi- ciência do B.N.H. como solução aos problemas de habitação e, pela entrevista feita pelo Jornal dos Bair ros isso fica patenteado. Uma das coisas reclamadas pelo pessoal pa- rece ser o preço cobrado pelo B.N.H e os acréscrhos enormes. Por outro lado f icd ciara a umão e solidarieda- de entre os moradores da "Vila Invadida". J.B. - Onde a sra. morava ante- riormente?

M. Eu morava aqui perto, logo ali embaixo num barraco, e, quando começaram a invadir eu invadi essa aqui. Esse pessoal daqui vem de vários lugares, quase todos mora- vam em barracos.

J.B. - Então a senhora acha que as casasqueo B.N.H. faz não são para as pessoas realmente necessita • das

M - Não sei, acho quenão constrói não. Porque a maioria do pessoal que precisa de casa sobra. As casas que eles constróem não dão para todo mundo.que precisa e o preço delas é muito alto e a gente nunca lermma de pagar.

J.B.-A senhora já tentou conseguir casa pelo B.N.H.?

M - Não, porque o dinheiro de meu mando nao dá; eles pedem muita cuisa, éa maior dificuldade, mas eu . üheço alguém que tentou e na casa nao saiu, é preciso ter pistolão.

J.B. - Todas as pessoas aqui mira- vam em barracos?

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naspe rtas m pias la- 3S, tudo i;>- essoai se

M ■ Nát banao nWai ■ a uiide e; deiii.ais. J.B. - Quando o como enco M - A s k i e janelas vandena, Ba so aqu: era ;r' reuniu e fez a-limpeza do mato e depois ocupamos as casas e fize- mos as melhorias que vocês estão vendo. M - Quando nos chegamos aqui só tinha lixo e cobras. As casas esta- vam muito estragadas, nós fizemos tudo, por isso eu acho que a CJ deve ser nossa. J.B.-Já apareceu algum para recla- mar alguma coisa de vocês? M - Sempre aparecem pessoas a ■ zendo ser o dono dai casas:1

depois vãd embora e nâo ■ - Fa? quatro nr , c iega senhores dizendo que a casa era deles, perguntaram se eu era casa- da, quantos filhos tmha; se mora- vam outras pessoas comigo...Eu respondi ás perguntas e eles foram embora. M - Chegou uma carta para ir ao escritório da imobiliária; na carta dizia que nos tínhamos 24 horas para ir Ia se s gente nãc fosse a uohcia vinha e . ,ulsar a gente. Isso foi em dezemor ^e 77. Depois de seis meses veio outra carta dizendo amesma coisa. ckr/ E vocés atenderam ao -hama-

M - Ninguém foi. Eu acho que nin- guém deve ir é, se for para ir mes- mo; deve se< todo mundo junto Açjura. uma c i é certa: o pessoal nau vai sair fá il não, só se fôr na torça.

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PAI VELHO CONTA A HISTÓRIA DO MORRO DA CONCEIÇÃO O SOM DO MORRO O morro da Conceição foi lugar

escolhido para iniciar as repona- gens que o Jornal dos Bairros fará todo o mês com os bairros do Reci- fe, principalmente porque o Morro esta localizado em Casa Amarela,o bairro mais populoso e de muitas tradições em nossa cidade.

Aíém da beleza e da vista que se tem quando se está lá em cima.o Morroé muito conhecido e visitado pela Doculacão de toda cidade oela sua tradicional festa no dia 8 de de- zembro.Dia de Nossa Senhora da Conceição, quando muitosfiéis vão cumprir suas promessas feitas àSan ta, que tem sua imagem e santuário no alto do Morro.

Para conhecermos a história do M orro da Conceição fomos conver- sar com três antigos moradores: Seu Luiz, 87 anos, mais conhecido como pai velho, chefedo Centro Es- Eirita de lá. José Sobral de Lima e

everino Lino Alves, ambos tam- bém conhecedores de muitas pas- sagens da vida do Morro.

O pessoal ainda nos informou sobre escolas de samba,clubes,grê- mio recreativos, que os moradores formaram, alguns iá há muitos anos para preservar toda tradição 'que existe e taz parte da mstõna e viaa do Morro.

Mas a população do Morro da Conceição, como em toda Casa A- marela, também vive o problema de garantir seu direito às terras e, para tentar resolver essa situação, o pes- soal resolveu se unir e surgiu o movimento Terras de Ninguém.Sou* bemos que o esforço e luta do grupo estão firmes e até já contam com um advogado que dá expe- diente diariamente para orientação dos interessados.

MORRO ONTEM

JB—Quando o senhor veio pro Morro?

Seu Luiz - Foi na Revolução de SO.Assistielatodinha. Passava mui- ta gente por ai ora ir pra Bahia.

JB-Como era o Morro?

Seu Luiz- Tudo era capim...feito boca banguela:um dente aqui outro lá...o sennor olhava daqui prali pra baixo tinha a vacaria, tudo era mato

JB -E a energia elétrica,como sur- giu?

Seu Luiz - Se eu disser ele não vai acreditar.A primeira que teve luz foi a minha casa. Nessa época tinha um Centro aqui muito freqüentado.Aí meu compadre chegou e disse:'Luiz vamos botar luz?'Vamos .Sai e com- prei os postes^omprou-se tudo, a- parelhou-se.Vmha muita gente, até carros aqui na estrada.

JB-A subida era por aqui? MaMÉiliMMMMMM soam*

Seu José-Tinha ladeira a pique por onde passou a Santa em 1904.Os an- tigos contavam que ela subiu aqui na carreta,divididaem três pedaços

JB-Quem teve a idéia de trazer uma Santa pra cá?

Seu Luiz- Foi um náufrago.Um ca- marada vinha num navio que ia naufragando.Ele pegou-se na fé e disse que no Morro mais alto que ele visse ele botava uma Santa.Ti- nha o Morro de Olinda e a Igreja de São J osé do Ribamar, que tá no bai- xo mas também se via .Hoje a urba- nização mudou tudo.

JB-A Igreia já existia ?

Seu José - Três anos depois cons- truíram uma Capela atrás da Santa. -Tinha quatro pés de coqueiro.

Seu Luiz- Todo ano pela festa tem marinheiro que sobe a ladeira na- dando pra pagar propiessa.Quem sofreu e quem sabe.Já pensou você durante o navio naufragando com o filho doente?

JB- Quando o Morro começou a crescer?

Seu Luiz- Depois que começou com o elétrico por aqui. Seu José- Depois das primeiras cheias.Quando não havia cheia era tudo caboclo por aqui.Depois da cheia veio as pessoas galegas, que vieram e não voltaram mais.Por isso que aqui tem essa mistura:A- qui tem gatego.tem tudo.Aqui não há racismo. Seu Luiz- Aqui tem uma coisa histó- rica:uma cacimba que o camarada levou nove mêsescavando e encon- trou dois metros d'agua. JB-Cadê a cacimba?

Seu Luiz- Agora é uma fossa numa arruada ali perto:"rua da Cacimba" Era um patrimônio.Isso aqui era uma festa, muito reportar. Aí esse menino Aóamenon quiz botar mo- tor,mas efe disse que não queria não.Ai um dia - foi um sonho que ti- ve - que só quem pode possuir é o

, donoe mais ninguém.Tomaram de- boche comigo...Cs tempos passa-

ram a tirar água,ele tomando as bicadinhas. Mas o homem arrui- nou-se , caiu na cama...a água con- centrou.Chegou um dia minha mu- lher e foi tirar água.Ouviram uma roucaeira danada,Os que foram na frente tiraram água, os outros nem uma gota.E o homem morreu...

Seu José- Um mistério 1

Seu Luiz-Ai eles venderam pra Ma- rinha.Queriam botar umas mani- Ihas mas do meio para o fim foi tanto besouro que eles não aguen- taram.e uma cigana disse que ele estava ali e que ninguém podia pu- xar naquela cacimba que era cfele. .Tem muita coisa que se dá por sina, só pode possuir aquela pessoa,se outro vier não pode.

JB-As terras daqui só Roberto Ma- rinho pode possuir?

Seu Luiz- Isso é um problema que quando eu cheguei aqui em 30 pra trás, tinha gente que não pagava mais porque conhece a manobra dele.Conhecem e ele não pode gri- tar pra eles.Não pode gritar nao. São terras de "seu ninguém".

JB-Como ele começou a cobrar fo- ro?

Seu Luiz - É o seguinte:quando o trem correu por aqui,o trem do Arraial passava por aquele f rigoríf i- coeíaatépro "banho de choque" (um café),e existia a Capelinha de São Pantaleão, que é o dono da terra. O pai era zelador das terras, quando ele morreu as filhas toma- ram conta.Cada um foi tomando conta deum pedaço até que chegou ao herdeiro de hoje.

Seu José- Se a terra é de Deus ou do demônio,eu pagando estou ga- rantido.

Seu Luiz- Comprei este terreno por cento e quarenta contos.Meus do- cumentos estão todinhos aí e não devo nada a ninguém.Comprei tijo- losaquatromil reis.Vácomprar ho- je e vê como é.

Seu José- Comprei meu mocambo por oitocentos mil reis. Aqui só ti- nha casa de capim.Três anos depois

gastei dezoito contos e seiscentos. Hoje vale mats de ummHhão,e se for rebocar... JB- E a história da Água de Ouro? Seu Severino-Sete de setembro de 1933. 46 anos vai fazer.Era eu, meu irmão e mais dois.FunJamos essa brincadeira, era um meio de traba- lho.Nosera sócio de ou ra agremia- ção, eu venho com o maracatu des- de 1925. Tinha o Leão do Norte,esse maracatu foi fundado em 1920.Brin- queinoPavãoArreado.Láeu levan- tei.Se eu for contar a história vai de- morar tanto tempo...Maracatu é denominado uma coisa concreta, da África representando Rei,Rainha Vassalo,Dama,tudo mais em fim. Tem as principais damas de passo, dama urgente.Dentro dessa deno- minação tem a parte indígena, por- que nossa terra é do indo/Todo ma- racatu tem obrigação de cumprir preceito em Nossa Semora do Ro- sário.Aquele que não tem devoção não esta cumprindo.Acontece que a terra quanto mais civ lizada mais ignorante.Eu um dia fui fazer uma visita no pé da Santa 5 um briga- deiro me botou pra tias "por que era civilizado..." Aquele que tem aquela tradição do maracatu tem que cumprir com os preceitos dela.Hoje a turma con- funde maracatu como a pior brinca- deira, mas no entanto a brincadeira do maracatu tem um caráter religio- so Quando eu tinha doze anos o carna- val daqui como era;capim de véia,o- Ihino pequeno.Ia ter contacto na Marinna,oscarros deles ficavam lá. Era um navio^tíois canhões e mais owras peças. Sábado de carnaval ia birecar tudo lá. 1

S6u José -O senhor chegava na rua Nova nem sentia o ciao de tanto

confete... Seu Severino - Eu saia pelo bairro desde 1933 viajando d« pés pro Re- cife .O povo com todaalegna...ain- da tamos saindo,somos filiados na Federação, cumprimos as obriga- ções para puaer consegu ir a ncença pro maracatu.A verbe não dá para seexibir, é uma verba je quatro mi- lhões e nossas despesas sao a v inte. Hoje o povo só quer bale.O maraca- tu, o meu e de mais alguém que desmantelou o ritmo é conhecido como maracatu.Nostímosum ma- racatu aqui que está-com duas exi-

biçõesem primeiro lugar.mas não é maracatu.Se chama "laroenda". Então eu também estou brincando "laroenda" obrigado pelos.outros porque a própria Federação não tem conhecimento.O nosso mara- catu é maracatu com sentimento Afro.É preciso que a pessoa tenha entendimento.Se eu for para Fede- ração é pra acabar com esses mara- catus todinhos. JB-Vamos contar os acontecimen- tos mais importantes do Morro... Seu José - Festa fechada de Águas Belas, Dança do Ouricun- o maio pernambucano.Ficava um caboclo em cada entrada para não entrar ninguém.Se alguém penetrasse po- dia até morrer. Seu Luiz - Aí dentro tinha segredo que não se podia revelar. Seu José - A primeira ladeira de M orro era o pique, por onde subia a Santa. Depois abriram outra. Aqui perto, em baixo, morava seu Antô- nio Martins que tinha gado e man- dava os meninos pastarem o gado aqui em cima deste Morro. Ai fez uma trilha que hoje é esta subida.Ti- nha lampião de gas um de cada lado na entrada da terra da Santa. Não era aberto pra todo mundo, era fechado com estacas de ferro e arame farpado. O portão só era aberto para quem ia pagar promes- sa. Eram os limites da santa. Quem chegava tinha que pedir a chave, então vinha o padre Toninho de Casa Forte. O povo aue morava no Morro rodeava por fora. O lugar da Santa era isolado. Seu José - Os pic-nic de festa era uma beleza. Todo mundo era traba- lhador, isso que era importante. Era a velha Tramways.ia^reat. Wies- tern, agora a Tram virou a Celpe.

TERRAS DE NINGUÉM O pessoal das Terras de Ninguém

continua seu grande esforço para consegiuir os seus direitos nas ter- ras de Casa A mareia. Houve ultima- mente dois acontecimentos que - contaram com a participação de membros da coordenação do Mo- vimento. Um seminário, na Sude- ne. com técnicos do mundo inteiro, sobre "Pobreza Urbana e Desenvol- vimento" que ouviu e se interessou pelas colocações do sr. J osé Severi- no de Aguiar, que apresentou a situação do povo de Casa Amarela "obricado a lutar pelo direito de viver; este povo que está realizando uma contra-mvasao naquelas ter- ras". O segundo acontecimento se deu em Belém de Pará, onde com- pareceu em nome do Movimento Terras de Ninguém, além do sr. José Severino de Aguiar, o sr. Ar- lur, também da Comissão Coorde- nadora. Lá mantiveram contatos - com 15 comunidades que estão se organizando ante o despejo efetua- do pelo Exército e pela policia. A situação é muito difícil mas, em iodos os cantos, no dizer dos dois participantes, é "o mesmo esforço de unidade para se conseguir dias melhores".

i

A Comissão das Terras de Nin- guém comunica, através do Jornal aos Bairros, que conta com a orien- tação de um advogado, o Dr, Paulo Azevedo, que dá expediente, diaria- às 16 horas, à rua do Hospício 194, sala 1406 os interessados podem se dirigir diretamente ao escritório do advogado.

UMA BELA APRESENTAÇÃO DO "CON JUNTO HERÓIS IX) SAMBA" NO MORRO DA CONCEIÇÃO

Grêmio Recreativo Escola de Samba "Galeria do Ritmo"

Fundado em 15 de novembro de 1962, tinha como patrimônio dois surdos de lata de manteiga, feito com corda, um tamborim e uma frigideiraicomeçaram a tocar ritmo e evolução debaixo de um pé de árvore... "Tudo o que o morro tem" e "Os costumes ao Morro" foram alguns dos enredos que obtiveram classificação junto com a escola, e "Folclore pernambucano ao vivo" foi o tema de 71 quando a escola sagrou-se vitoriosa.

Preparam-se agora para o Carnaval de 79 com o tema enredo:" Tributo aos Orixás".

"...Senzala tem negro amor tem retumba amor tem feitiço amor tem macumba Preto velho gritou!"

Maracatu "Águia de Ouro"

Fundado a 7 de setembro de 1933, sai todos os anos. Tem lutado com grandes dificuldades financeiras e também tem levado uma dura luta para que os usos e costumes africa- nos sejam preservados. Na opinião de um de seus ardorosos animado- res, sr. Severino Lino Alves, já não mais existem autênticos maraca- tus".

Acadêmico Esporte Clube

Animada agremiação do alto do Morro com sede própria, clube es- portivo ping-pong e uma já famosa discoteque. "A noite, principal- mente nos fins de semana, nos garante Abel tem sempre anima- ção por aqui .

Bloco-Charanga "Unidosdo Dendê

Tudo começou há muito anos atrás... quando um grupinho de crianças saia pelos caminhos do morro batente latinhas. Hoje, mui- tos rapazes desta mesma turminha tentam se organizar'enfrentando muitas dificuldades. Não tem sede própria e saem apenas no tempo do Carnaval.

Escola de Samba " Bafo da Raposa"

Organizaram-se no ano passado, empalharam uma raposa e sairam alinhados M orro afora. Suas cores: preto e amarelo. Estão tendo muito boa aceitação de todo o pessoal.

Grupo de Senzala e Capoeira

Há cinco anos apresentam folclore de Capoeira. Fizeram uma apresen- tação no Canal 2 que saiu cem por cento. Surgiram a partir dos Unidos do Dendê".

Heróis do Samba

Jovens da Igreia que começaram a se organizar. Para comprar seus instrumentos fizeram rifas e toma- ram emprestados os instrumentos dos unidos do Dendê. Na festa do Morro venderam cachorro quente, agora estão vendendo velas, tudo isso para jun tar uns trocados e com orar todos os instrumentos. Ftze ram uma apresentação no Sitio da Trindade e tiraram o primeiro lugar com suas baianinhas.

Valor Esporte Clube

Já tem sua sede social com depar- tamento de futebol. Existe há mais de 20 anos. Como não tem um campo para jogar sempre o fazem no campo do Fluminense do Brejo que amistosamente empresta seu campo.

Sala de Leitura

Tem como objetivo levar infôrma- çõesà população através de murais e biblioteca e reuniões que se dão aos sábados e domingos á noite. Tudo que acontece e interessa á classe trabalhadora é dado como informação já que não é fácil encon- trar. A biblioteca começou com al- gumas doações e com a colabora ção dos moradores do Morro.

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Um time que esta dando muitas alegrias à sua comunidade é o Flu- minense Futebol Clube, de Ponte dos Carvalhos, no Cabo.

ü pessoal de Ponte dos Carva- lhos conta assim a sua história; "Nosso clube, fundado em 31 de dezembro de 1969,nasceu da reu- nião de um grupo, que se reuniu na antiga rua das Guarebas.Dessa reu- nião, nasceu o debate da necessida- de criação de um clube de futebol.O nome do time foi escolhido de acor- do com o gosto da maioria.Tendo sido grande a luta do dia-a-dia,che- gamos hoje no ponto em que esta- mos.

Em 1978, foi a seguinte a campa- nha do Flumtnense,que começou o ano em más condições (perdeu três partidas consecutivas) mas recupe- rou-se e de lá pra cá, manteve a sua invencibilidade.A campanha apre-

sentou o resultado de três derrotas, oito empates e dezenove vitórias.O time fez 47 golse tomou 18, ficando com um saldo positivo de 29 tentos.

O Fluminense foi campeão do Torneio da Independência,realiza do em setembro,numa promoção da Prefeitura do Cabo.Para conse- guir o titulo.derrotou o Centro Es- g* ortivo por 1X0; O Náutico Futebol

lube de Pontezinha. por 2X0; o Grêmio Cultural e Educativo, do Cabo, por 2X0 e o União Futebol Clube, do Cabo, por 2X0".

OUTRAS ATIVIDADES Além de sua atuação forte como

time de futebol, o Fluminense pos- sui um ativo programa social, pro- movendo todos os sábados e do- mingos, á noite, seu já tradicional "hi-fi"( encontro dançante), bingos aos domingos pela manhã,festas como o Baile da Rainha da Primave- ra,rifas e viagens turísticas a cida- des de outros Estados.

Para aumentar mais ainda sua atuação,o Fluminense está inician- do a construção de sua nova sede, que fica na rua do Progresso, de- pois do Posto Médico e' próximo a sua sede atual.

O pessoal acha que,para quo es- sas at iv idades sejam levadas a fren- te, é necessária a cooperação da comunidade, inclusive associando- seaoClube. Outra dificuldade do ti- me, que precisa ser superada, é a falta de campo de futebol em Ponte dos Carvalhos, para que se pudesse promover torneios ha própria co- munidade, com a divulgação de suas equipes futebolísticas.

QUEBRA QUEBRA NO MARIA AMÉLIA

ESCOLAS

Juventus"A ForçaJovem de Camáragíbe"

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1 f? n^'. vv'V^A

imivi

A Sociedade Esportiva Juventus de Camarajibe, foi fundada no dia 03 de março de 1974, por um punha- do de jovens, ávidos para terem para si e para a comunidade de Camarajibe, uma Associação inde- pendente, entre eles resaltamos, Dtlson, Nailson, Tico, Lulinha, Zito, Zezinho, Jairo, Toca, e mais alguns qte foge da memória. Entre tantos íe tos desta querida agremiação, duas merecem que sejam registra- das, as Duas Campanhas da Copa Arizona, em 1977 quando o Juven- tus chegou honradamente ao 3°

i lendo ainda o nosso atleta EuÜ iquistado com muile Mc

ntuli c Craque da Copa e , . • , era que fie. no enl Semi Finalistas perdendo

nós pénatiis em Nazaré, e di m ' esta copa, não levamos

nenhum gol de bola corrida. Vale ressaltar com muito orgulho, que tivemos como Presidente, uma fi- guramuitoquerida em nossa comu- nidade, o Pe. Fernando Pinto, ao qual o Juventus deve muito, em matéria de Comunicação, e Lide- rança, outras figuras de muito pres- tigio em nossacidade, como o Dr. Arnaldo Pereira, Carlão, Tonho, Costa, Nau, Déu, Aluízio, Roí I Maurício, Dinho, Papfnha, Bom e outros que militaram em nos Hostes, e que tem patroí Dr,JoséRoberl itual preskJented ri loReci I". faz ei nu nu

RAM Oi

SAÚDE As Plantas Curam

A partir do próximo n0 de Jornal dos Bairros a seção de Saúde terá uma nova vida. Ela apresentará aiém da coluna"as plantas curam" uma conversa mais geral sobre as condições de saúde dos bairros de Recife

AS PLANTAS CURAM Alho-mdicado para tosse - fazer

o chá de três dentes ou chupar crú. Cebola branca - para tosse - fazer o

chá ou comer crua. Agrião - para gripe, catarro, tesse, - xarope da flor ou comer as folhas. Hortelã - da folha miúda - fortificante chá das folhas - O sumo com mel de abelha, serve para curar ameba. Alface - é calmante. Capim Santo - o chá das folhas é calmante Xuxü - Serve para baixar a pressão Fazer o chá da casca ou da folha, ou r onrier cozido sem sal

No final ao ano passado, houve um quebra-quebra na escola Maria Amália, na macaxeira. O Jornal dos Bairros foi lá ver o que houve e entrevistou um dos alunos que par- ticipou desse quebra-quebra. E já que estamos para entrar em feverei- ro mês no qual começa um novo ano de estudos para as crianças e

J.B.-Como foi o final do ano da sua escola? - Péssimo. J.B. - Por que? Teve alguma festa de conclusão de cursos? - Teve uma linda festa de quebra-quebra, A gente foi buscar o resultado e o professor de Mate- mática, Fernado, não apareceu no dia que ele marcou, ai a gente soube que ele linha ido pela manhã e não ia à noite com medo dos alunos quebrar o carro dele. Aí a turma da 8a, 7a e 6a revoltados,decidiram de acabar com o Colégio.Ai começou o quebra-quebra.

J.B.Vocés quebraram o que?-Os v idros das janelas, os armários e le- vamos todos os cadernos aí exis- tentes, quebramos as bancas, as mesas dos filtros,os filtros, telhas, levamos todas as lâmpadas. Fize- mos xixi nas gavetas dos birôs dos professores e ora jogado pela jane- la For o fim. J .B. - E porque esta revolta,quando começou? Começou no meio do ano pois ele dava um assunto, e mesmoquea turma reclamasse que não estava entendendo, ele conti- nuava.Você sabe, a maioria estuda á noite, trabalha durante o dia,já

para muitos adultos, aproveitamos para fazer algumas entrevistas.

Para saber o que o pessoal do bairro está achando das taxas esco- lares, livros .fardamentos e todas essas questões que são problema para muita gente, conversamos cem d. Anita, dona de casa, e seu Paulo, operário.

chega cansado, atrasado, aí foi a revolta gerai.uma boa parte de co- legas já tinham desistido no meio do ano. E os que ficaram foram re- provados, agora no final do ano.A gente fazer tanto sacrifício e ser re- provado na última série, não é mole não.

J .B - M as quem deu as médias a vocês, se o professor não foi?

■• Foi o professor de ciências que chegou por lá.A gente já tinha ido, numa noite e nada dele, na outra noite quando ele não teve coragem de vir dá o resultado, nós todos nos revoltamos.

J .8 - È a primeira vez que acon- tece uma revolta assim na escola? Èa primeira vez, mas em novembro duas colegas também revoltadas contra o professor de matemática, quebrou algumas bancase gavetas, mas teve um cabueta.Ednalva, ca- buetou pra diretora. J .B- E agora? - Eu mesmo já peguei minha declaração, vou para outra escola,muitos colegas fizeram o mesmo, mas tem alguns que que- rem ficar para se o professor conti- nuar,quebrar a cara dele.

J.B.- O Senhor tem filho esVú- dando? -Tenho, 7 filhos, 6 no 10 grau e 1 no 2°. J .B.- O Senhor já matricu- lou seus filhos?-Não. J.B. Porque? - O problema é que está faltando verba, J.B. Eles estudam na escola do governo? - Sim J .B. Quanto é a matricula? - Este ano não estou sabendo. Ano passado foi de 40 a 80. J.B. Com o seu salário o preço da matrícula tá legal? - Cl^ro que não, o salário que eu ganho mal dá para comer e a escola do governo devia ser de graça para o povo.por que nós pagamos imposto para is- to. Além de matrícula eu pago 1.000 cruzeiros de passagem para os me- ninos poder estudar, istoano passa- do Também sempre tem uma taxa de 10,00 por filho, de caixa escolar; a escola exige, diz que é pra conserto do colégio. J.B -Mas os meninos vêem alguma melhoria na escola? - A melhoria é que 4 não passaram. Ai é falta de que? E a falta de alimentação certa, aí o garoto não tem condições de gravar os estu- dos . Depois da matricula, as orofe-

'■ mandam uma "notona"que precisa um burro paia levar, depôs te.a sapato e farda que é outro

icrííicio pior do que os livros. Eu lintei sante que os livros de

im woto de Um ano servisse para outro gan >to no ano seguinte. J.B. Quei dizei que a barra tá pesada pára um pai sustentar um filho na e cola. O Senhor tem alguma espe-

nça oeste sacrifício todo? Espe- rança não tenho nenhuma das coisa melhorarem.J.B. - Por que o Se- nhor di? assrm?- Porque a situação todos os dias vem sendo acelera- damente pior para toda a classe operária.

Hoje fiquei na fila das ti horas até 12 horas e não fui atendida. Já fui ontem àMarde mas só atende pela manhã. J. B. Qual a escola?D. Anita-Em Maria Amália. J. B Quantas crianças para matri- cular? D. Anita- Três a mais velha vai pedir transferência pqrque é a

primeira vez que leva pau e logo na 8o série, tudo por causa do profes- sor de matemática que reprovou quase todos os alunos da 7o e 8o

série.Agora eu só imagino n'uriia escola com tantas salas, podia em cada sala uma professora atender, mas só há duas. J.B. E quanto é cada matricula? D.Anita- A matri- cula é Cr$ 40,00 do primário e do ginásio CR$ 90,00. J.B. E se não tiver o dinheiro na hora? D, Anita- Fu não sei não.Eu mesmo tomei o dinheiro emprestado para pagar no dialOde fevereiro. Só estestresque estudam na escola pública, mas tenho o menor que estuda aqui no bairro mesmo. Só para o ano é que ele vai para a escola pública. Vou pagar CR$ 40,00 de matrícula e CRJ 70,00mensal. J. B. - Q uanto foi a matricula no ano passado na escola pública? D. Anita - Foi CR$ 26,00 Este ano eles estão danados por causa do bagaço que os estudantes fizeram.J.B. -A senhora viu dentro da escola ás coisa quebradas? D. Anita- Não.só tem uma sala aberta mas o vigia disse que o estrago foi grande. Que- braram lâmpadas, vidros, filtros, bancas, quebraram tudo. Dizem que este professor de matemática é miserável, reprovou quase todos os alunos. A minha filha mais velha disse que se não arranjar outra es- cola fica sem estudar. Tem mãe de f am ilia revoltada por estar dois dias na fila. Amanhã vai dar a moléstia. J.B. -O preço da escola é justo? D. Anita- Não, porque já é do governo e o governo já tira tanto do pobre pra que fazer isso? J. B.- uomo devia será matricula? D. Anita- Eu penso que uma ajuda dos pais para a escola não ia explorar ninguém". Eu mesmo tenho quatro no primá- rio, eles dev iam cobrar CR$ 20,00 de cada e no ginásio CR$ 30,00. aí não explorava ninguém. Tem também uma exigência agora. Para matricu- lar uma criança tem que ter Exame de Mantoux, que é Cr$ 10,00,mas só dá o resultado se fizer também 0 Raio X, ai é mais CR$ 15,00, já pensou?

JOKNAL IK)!^ UAIltKOS

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Custo de Vida:

POVO COMEÇA A SE MEXER AQUI TAMBÉM

Custo de Vida em Paulista

A carêsfTIPèaffâi^eíZí maior está fazendo com que em Paulista, pes- soas de diversos bairros: Vila Presi- dente Vargas, Aurora, Jardim Pau- lista, Nobre, Abreu e Lima, a maio- ria pertencete a grupos religiosos, se encontrando há cerca de três meses para descobrirem juntas, formas de organizar as donas de casa, trabalhadores e moradores dos bairros em geral, a fim de en- frentar oproblemado custo de vida. Primeiro, saiu a idéia de um abaixo- assinado, mas a maioria achou que ainda não é o momento para isto o que não se deve ter pressa,mas encontrar maneiras de agir sugeri- das e assumidas pelo próprio povo, já havendo experiência de uma cai- xinha coletiva de pelo menos um

produto de alimentação. A procura de despertar as pes-

soas para o problema da carest ia e a necessidade de agir contra tal si- tuação,ou de pelo menos começar a pençar nisso o grupo de custo de vida do Paulista, lançou um folheto que, de inicio, é distribuído ■ entre grupos de bairros.Este i.ab- balho que começa em Paulista não esta isolado, pois o representante participou da reunião geral que houve na sede da ACO do Recife com a presença de pessoas de toda área metropolitana e procura-se sempre acompanhar o desenrolar da luta do povo de São Paulo e outros estados do pais contra o au- mento desenfreiado do custo de vida.

Movimento Custo de Vida faz Assembléia, no Totó

TMOVIMENTO Custo de Vida em Totó faz Assembléia. No dia 6 de Janeiro. 30 pessoas participaram de uma assembléia soore o custo de vida e decidiram pedir ao Jornal dos Bairros um es- paço para fazer um aviso: No dia 10

de fevereiro vamos realizar uma festa de promoção do movimento custo de vida no Totó, com uma peça de teatro sobre ocustodev ida.

Venham Todos.

"Chegou a hora de enfrentar a carestia, não podemos maio ficar de braços cruzados."

Foi com essa idéia, que um por- ção de gente de vários b ;" ros do grande Recife, resolveu se unir e formar o movimento contra o custo de vida.

Esse movimento já havia come- * çado em São Paulo, onde mais de

1.300 mil pessoas assinaram um a- baixo-assinado às autoridades, pe-

' dindo congelamento dos 'preços dos gêneros de primeira necessida- de e um aumento imediato do salá- rio dos trabalhadores. Também em outrosestados, como

Gõiás.Brasilia e etc, a população também já está se mexendo de va- rias maneiras para enfrentar a ca- restia.

Aqui em nosso estado,a primei- ra reunião foi feita no dia 5 de novembro passado,na sede ACO-A- ção Católica Operária e contou com a participação de uns 200 represen- tantes de Associações de Bairros, Conselho de M oradores, Grupos de Evangelização, Associação das Do- mésticas, Movimento de Juventu- de de Meio Popular, Pastoral de Juventude da Arquidiocese etc.Ti- nha gente dos seguintes bairros: Prazeres, Pina, Coelhos, Brasília Teimosa, Casa Amarela, Nova Des- coberta, Paulista, Macacheira, Ca- maragibe.Tejipió, Jordão, Alto do Pascoal, Várzea, Mangueira, Ibura, A íto Dois Carneiros, Boa-Vista, Campo Grange,Beberibe, Córrego do Genipapo, Guabiraba, Barro, Al- to Santa Isabel, Imbiribeira ■■ Vila Esperança(Olinda).

Nessa reunião, formou-se uma comissão coordenadora, com re- presentante de cada área.

NodiaSde dezembro, ocorreu a 2a reunião do movimento contra o custo de vida, somente com os participantes da comissão coorde- nadora.

Nesse encontro, viu-se que era necessário conscientizar o pessoal dos bairros sobre os problemas do custo de vida e organizar núcleos do movimento em todas as áreas. Naquele dia, segundo informaram, já estavam funcionando os núcleos do movimento em Paulista,Toto, Casa Amarela.

A comissão estudou e discutiu as várias reinvidicações que o mo- vimento contra o custo de vida fará às autoridades responsáveis.As rei- vindicações surgiram nas conver- sas dos grupos em cada área e continuaram a ser discutidas até que se chegue ao ponto comum a todo mundo.

Cantinho do Hélio Tem os melhores tira-gosto para CANA. Mão de Vaca - Passarinha - Fígado -Sururú-Galinha-Camarão- Maris- co-Carangueiro- Salgadinhos, etc. Endereço: Rua t o.nandintto, 223 - Córrego do Genipapo - Macaxeira - Recife. HÉLIO agícdece a preferên- cia.

Jornal dos Bairros

É lido por mais de 50 mil pessoas que moram no Grande Recife

RESPOSTAS PASSA-TEMPO Parece que música popular brasilei- ra anda meio esquecida.Das várias cartas que recebemos.nenhuma delas continha a resposta certa.Ai vai o resultado dõ passatempo do número anterior:4.5.1,11,7,9,14,10i, 2,8,3,6,16,12,13,19,15,17.18,20.

As principais reinvidicações lembradas foram:

-Congelamento dos preços dos gêneros de primeira necessidade,i- mediatamente.

- Aumento dos salários na mes- ma proporção dos aumentos do custo de vida.

- Aumento dos salários dos tra- balhadores superiores aos aumen- tos do custo de vida.

- Salários iguais para todos os trabalhadores.

- Sindicato nas mãos dos traba- lhadores.

-Mais empregos para todos. -Reforma agrária imediata para

aumentar a produção nos campos. OS MEIOS

A comissão também discutiu os vários meios de levar a frente a luta contra o custo de vida.

Esses meios foram sugeridos pelas reuniões nos bairros,e tam- bém continuaram sendo discutidos com todos que queram participar do mov imento, até que se chegue a um acordo sobre a melhor maneira deencaminharaluta. Foi visto tam- bém que,dependendo da situação de cada área ou bairro, vários des- ses meios poderão funcionar como uma boa'maneira de lutar.

As maneiras discutidas foram: - Correr um abaixo-assinado pa-

ra ser assinado por toda população pedindo providências contra a ca- restia.

- Fazer pesquisas junto a popula- ção sobre as suas necessidades e o custo de vida.

- Fazer dramatizações mostran- do ao povo os problemas da cares- tia e como tentar resolve-los.

- Rea.lizações de passeatas. As- sembléias e concentrações de do- nas de casa e trabalhadores para discutir o problema da carestia e pe-

pvidêncJas. - No dia 7 de Janeiro, nova reu-

nião foi realizada pelo movimento para debater o andamento da luta. Estas assembléias acontecem todo primeiro domingo de cada mês .

-No setor de Casa Amarela as assembléias se reaiizam a cada mês na Carrapateita.Está sendo feita u- ma pesquisa com os moradores oesse setor.ü resultado será dado em assembléia e dai veremos o passo seguinte.

JORNAL DOS BAIRROS — Pag 7

à,

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Os BaiiTOs dão Notícia SANTANA MIRUEIRA

Desta vez foi Diferente Abaixo Assinado Para os moradores de Santana

Casa Forte, desta vez a água virá mesmo. Reuniram-se, discutiram o proble- ma e através de uma Comissão, entregaram á Compesa aquele abai- xo-assinado falado no n0 5 do JORNAL DOS BAIRROS, na maté- ria "Lata D'água na Cabeça".

uesta vez foi diferente.Porque antes algumas pessoas, isolada- mente, sem discussão com as ou- tras foram à COMPESA, mas nada conseguiram.

Agora, pelo menos muita coisa já está encaminhada.

O abaixo-assinado, subscrito por todos os que sentem a falta d^gua encanada, foi entregue ao próprio diretor, com quem a Comis- são discutiu o problema detalhada- mente.

Da COMPESA a Comissão veio pela Câmara de Vereadores e As- sembléia Legislativa, onde foi en- tregue uma cópia do documento aos Içderes da Arena e do MDB, para ninguém depois vir dizer que não sabia do problema. O passo seguintefoi ir aos jornais. Com dois

JARDIM PAULISTA

Isolados do Mundo Alguns moradores pedem para

que o JORNAL DOS BAIRROS di- vulgue e fa^a uma reclamação' à TELPE no sentido de empresa de telecomunicação de Pernambuco coloque alguns aparelhos de telefo- ne tipo Orelhão lá na vila do Jar- dim Paulista paraque os moradores se comuniquem com o resto da cidade e, em caso de urgência, pos- sam resolver certos problemas que com uma simples ligação possa sal- var vidas. Sem dúvida os morado- res de J. Paulista estão seqüestra- dos do resto do mundo, isolados cie tudo e de todos, órfão de pai e mãe,..

PAULISTA .«■IJ «UIMIUI I I illl llllll ■>■

Natal foi Triste Para o leitor Cados Fernando da

Silva, residente na Travessa Leão Dias Jeije, em Paulista, o povo des- ta cidade não passou um natal mui- to feliz, como nos anos anteriores. ■ Tiveram mais uma decepção com o governo da cidade; As festas de fim de ano foram um verdadeiro fracas- so, uma deceocão não esperada pelo povo de Paulista. Muito fraco em tudo: um parque de diversão de 3a categoria para Abreu e Lima e um de última categoria para Paulista.

A tristeza estampada no 'rosto do paulistense era geral, o motivo todos ja sabem. E mais triste ainda foi o Natal dos funcionários da Pre- feitura ue há 3 (três) meses não recebem seu salário.

CHÃ DETABATINGA

Haja Buracos Começando a Av. Luiz de Me-

deiros até no terminal é uma bu- racaria que os ônibus sofrem pra passar, carro pequeno nem se fala, Tem tempo que a máquina passa, fica pior. O povo reclama a falta de interesse dos candidatos que as- sumiram a Prefeitura de São Lou- renço da Mata.

De 4em 4 anos as promessas são demais para calçar a rua e se calças- se ficava uma beleza.

dias apareceu a reportagem, pela primeira vez em Santana.Viram as pessoas puxando água de bomba e carregando em lata na cabeça.Tu- do foi perguntado e fotografado. Saiu manchete grande no Diário da Noite.'

O Diretor da COMPESA foi lá uma tarde e todo o mundo reunido discutiu com ele. Duas propostas não foram aceitas: botar apens um chafariz numa casa ou instalar água apenas dez casas. Vingou a propos- ta do pessoal:instalação de um ca- no -mestre na frente das ruas e dele puxar canos para todas as casas.

Já por duas vezes foram os me- didores "traçar" o local.

Mas continuam as reuniões e as discussões, e a Comissão tem ido sempre à COM PESA cobrar os pra- zos. Nada de deixarem as coisa correrem por si ,senão o cachimbo cai e água que é bom não vem.

Pelo calendário todo mundo terá água até 15 de janeiro. Daqui até lá ninguém dorme no ponto, porque não vem água ao pote de quem espera deitado.

JORDÃO

Clínica para defender

A Irmã Denize junto com as se- nhoras da Comunidade do Jordão, fundou na paróquia Cristo Reden- tor um curso de Saúde Preventiva t um Curso de Atendente de Enfer- magem e prática de primeiros So- corros, com a participação cada vez maior do povo. Foi lançada a idéia da Clínica Preventiva, de caráter filantrópico que recebe das pes- soas que vêm consultar-se uma pe- quena contribuição, para a manu- tenção da Clinica.

Atualmente dispomos de um la- boratonoçte Sangue, um setor de Vacinações que atende a toda Co- munidade e adjacências. O Programa do PNS, com 1.500 beneficiáriosrecebemÂçõesde Sa- úde , palestras de Higiene e suple- mentação Alimentar do I NA M. tem tampem o setor de curativos e inje- ções e distribuição de medicamen- tos do CEME, gratuitamente.

A equipe qye trabalha na Clínica Preventiva, sao ex-alunas, não gan- han salário e sim uma pequena gra- tificação.

COELHOS

Parabéns pela Formatura

Mais uma vez o posto de Saúde dos Coelhosvforma uma turma de Curso de Atendente de Enferma- gem. Nesse esforço de melhorar para conseguir em pregos e sobrev i- ver mais dignamente, é importante a existência de centros como este que só visa ó aperfeiçoamento do seu pessoal. Estão de parabéns as conciuintes:

Alice Cordeiro Maria Auxiliadora Valeria Maria de Lima Maria de Fátima

. Maria da Paz Pereira Marta Pessoa Lopes Maria Medeiros.

Recebemos de um morador da Mirueira, avenida Fragosinho, um abaixo assinado com 72 assinaturas ,referente a sua situação péssima com relação ao problema de Água e Luz. Alguns moradores já começa a achar que é preciso se organizar mais e ir diretamente à COMPESA á CELPE. O problema é muito sério

pois as crianças que só estão be- bendo água de cacimba ficam do- entes e febris. Como não cabe ao J ornai dos Bairros encaminhar esta abaixa-assinada, só nos resta incen- tivar vocês para que, em conjunto, levem adiante este pedido ,até que seja atendidos nos seus direitos.

MANGUEIRA

Situação Calamitosa nos Transportes O JORNAL DOS BAIRROS Tem

recebidos inúmeras reclamações sobre os transportes que servem o bairro de Mangueira. Para esclare- cer sobre essa situação, entrevista- mos o Sr. Otacilio, estudante, resi- dente neste bairro.

J .R : O Rairroaqui é bem servido de ônibus?

O.N.:-OônibusdeMustârdlnha serve às localidades de Mustardinha

Mangueira e afogados, áreas on- de a maioria da população é pobre, Os ônibus passam de hora em hora, aproximadamente, ficando cerca de 30min. nos terminais, além de andarem sempre superlotados.

J.B.: Qual o tempo que dura a viagem?

O.N.-Gasta 50min. a 1 hora mas poderia tirar em 30 minutos:

J.B.: Existe outro tipo de ôni- bus? O.N. - Até agora eu tinha falado do

ônibus convencional (elétrico).

existe o opcional bem mais rápido e confortável; 6 cruzeiros a passa- gem, evidentemente quem ganha pouco não pode pagar 720,00cruzei- ros mensais) 4 passagens por dia; 120 passagens por mês). passagens por mes;

J.B.- Qual a alternativa para es- sas pessoas? O.N.-Nesse caso a pessoa é obriga- da a sair de casa duas horas antes para chegar rio trabalho ou na esco- la na hora certa, o que acarreta uma perda de tempo, muito grande.

J.B: -E verdade que os ônibus elétricos estão sumindo?

O.N. -Apesar de tudo isso Os Ônibus elétricos diminuem enquan- to os opcionais aumentam.

J.B. :Vocêacha possível alguma solução?

O.N. - Solução não sei, mas acho que as pessoas daqui devem se organizar para enfrentar essa situa- ção calamitosa.

Pag 8 JORNAL DOS BAmROS