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PG 3 JORNAL DO SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO TERCEIRO GRAU PÚBLICO DE CURITIBA, REGIÃO METROPOLITANA E LITORAL DO ESTADO DO PARANÁ JORNAL DO SINDITEST.PR Gestão MUDANDO O RUMO DOS VENTOS www.sinditest.org.br twitter.com/sinditestpr [email protected] EDIÇÃO ESPECIAL - ANO 20 MAIO DE 2012 O Fórum em Defesa do SUS e contra a Privatização da Saúde mani- festa a sua posição contrária à im- plantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) de qualquer hospital-escola do país por considerar a implantação dessa em- presa uma afronta ao caráter público dos HUs e à sua característica nata de instituição de ensino vinculada à Universidade. O Fórum também ava- lia como um desrespeito à autono- mia universitária. Autonomia garan- tida no artigo 207 da Constituição de 1988, e um risco à independência das pesquisas realizadas no âmbito dos HUs. Entende, ainda, que essa excrescência jurídica é mais uma forma de flexibilizar os vínculos de trabalho e acabar com concurso pú- blico, além de prejudicar a popula- Cabe a cada universidade decidir, nas instâncias cole- giadas, se deseja passar o seu patrimônio, o seu quadro funcional e os seus hospitais de ensino à gerência da em- presa e, com isso, abdicar da sua autonomia. ção usuária dos serviços assistenci- ais prestados pelos hospitais-escola e de colocar em risco de dilapidação os bens públicos da União ao trans- feri-los a uma Empresa. AÇÃO – É preciso impedir a implantação da EBSERH (Lei nº 12.550/2011) nos hospitais-escola federais. Isso significa evitar a priva- tização do maior sistema hospitalar público brasileiro, composto por 45 unidades hospitalares. A implanta- ção desta Empresa representa uma séria ameaça para o Sistema Único de Saúde (SUS), consolidando o pro- jeto privatista em curso. BALELA - A principal justificativa para criação da Empresa apresen- tada pelo governo federal seria a ne- cessidade de “regularizar” a situação dos funcionários terceirizados dos HUs em todo o país (26 mil trab- alhadores). Entretanto, a proposta apresentada aprofunda a lógica de precarização do trabalho no serviço público e na saúde, pois ao permitir contratar funcionários através da CLT por tempo determinado (contrato temporário de emprego), acaba a es- tabilidade e implementa a lógica da rotatividade, típica do setor privado, comprometendo a continuidade e qualidade do atendimento em saúde. ADEUS CONCURSO PÚBLICO - A gestão hospitalar pela EBSERH significa o oposto do que tem defen- dido e reivindicado os trabalhadores da saúde. No lugar do Concurso e Carreira Públicos, teríamos o agrava- mento da precarização do trabalho. É inconstitucional e um ataque aos direitos trabalhistas duramente con- quistados, pois desobedece a decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Direta de Inconsti- tucionalidade nº 2.135/2007, que restabelece o Regime Jurídico Único (RJU), previsto no artigo 39, da Con- stituição, para contratação de pessoal na administração direta, autarquias e fundações mantidas com recursos Em defesa dos hospitais universitários como instituições de ensino pública e estatal, sob a administração direta do Estado. Contra a implantação da empresa brasileira de serviços hospitalares e nos HUs do Brasil. Manifesto contra EBSERH expõe as vísceras da privatização ESPECIAL EBSERH Ihh num tem jeito não... Vou perguntar se a empresa cobre isso. Enquanto isso, aguenta firme aí!!

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Especial EBSERH

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3JORNAL DO SiNDicAtO DOS tRAbALhADOReS em eDucAçãO DO teRceiRO GRAu PúbLicO De cuRitibA, ReGiãO metROPOLitANA e LitORAL DO eStADO DO PARANáJORNAL

DOSINDITEST.pR

Gestão Mudandoo RuMo dos Ventos

www.sinditest.org.br twitter.com/sinditestpr [email protected]

EDIÇÃO ESPECIAL - ANO 20

MAIO DE 2012

O Fórum em Defesa do SUS e contra a Privatização da Saúde mani-festa a sua posição contrária à im-plantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) de qualquer hospital-escola do país por considerar a implantação dessa em-presa uma afronta ao caráter público dos HUs e à sua característica nata de instituição de ensino vinculada à Universidade. O Fórum também ava-lia como um desrespeito à autono-mia universitária. Autonomia garan-tida no artigo 207 da Constituição de 1988, e um risco à independência das pesquisas realizadas no âmbito dos HUs. Entende, ainda, que essa excrescência jurídica é mais uma forma de flexibilizar os vínculos de trabalho e acabar com concurso pú-blico, além de prejudicar a popula-

Cabe a cada universidade decidir, nas instâncias cole-giadas, se deseja passar o seu patrimônio, o seu quadro funcional e os seus hospitais de ensino à gerência da em-presa e, com isso, abdicar da sua autonomia.

ção usuária dos serviços assistenci-ais prestados pelos hospitais-escola e de colocar em risco de dilapidação os bens públicos da União ao trans-feri-los a uma Empresa.

Ação – É preciso impedir a implantação da EBSERH (Lei nº 12.550/2011) nos hospitais-escola federais. Isso significa evitar a priva-tização do maior sistema hospitalar público brasileiro, composto por 45 unidades hospitalares. A implanta-ção desta Empresa representa uma séria ameaça para o Sistema Único de Saúde (SUS), consolidando o pro-jeto privatista em curso.

BAlelA - A principal justificativa para criação da Empresa apresen-tada pelo governo federal seria a ne-cessidade de “regularizar” a situação dos funcionários terceirizados dos HUs em todo o país (26 mil trab-alhadores). Entretanto, a proposta apresentada aprofunda a lógica de

precarização do trabalho no serviço público e na saúde, pois ao permitir contratar funcionários através da CLT por tempo determinado (contrato temporário de emprego), acaba a es-tabilidade e implementa a lógica da rotatividade, típica do setor privado, comprometendo a continuidade e qualidade do atendimento em saúde.

Adeus concurso púBlico - A gestão hospitalar pela EBSERH significa o oposto do que tem defen-dido e reivindicado os trabalhadores da saúde. No lugar do Concurso e Carreira Públicos, teríamos o agrava-mento da precarização do trabalho. É inconstitucional e um ataque aos direitos trabalhistas duramente con-quistados, pois desobedece a decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Direta de Inconsti-tucionalidade nº 2.135/2007, que restabelece o Regime Jurídico Único (RJU), previsto no artigo 39, da Con-stituição, para contratação de pessoal na administração direta, autarquias e fundações mantidas com recursos

Em defesa dos hospitais universitários como instituições de ensino pública e estatal, sob a administração direta do Estado. Contra a implantação da empresa brasileira de serviços hospitalares e nos HUs do Brasil.

Manifesto contra EBSERH expõe as víscerasda privatização

E s p E C i a l E B s E r H

Ihh num tem jeito não...Vou perguntar se a empresacobre isso. Enquanto isso,

aguenta firme aí!!

edição espeCial eBseRH - ano 20 - Maio de 2012 JORNAL DOSINDITEST.pR

do orçamento público que integram a administração indireta da União, esta-dos, Distrito Federal e municípios.

AfrontA à constituição - O artigo 7º, da Lei nº 12.550/2011, prevê a cessão de servidores públi-cos para a EBSERH com ônus para a origem (órgão do Poder Público). Trata-se de flagrante desobediência à Constituição. Esta cessão é inad-missível à luz dos princípios mais elementares do Direito, assim como obrigá-los à prestação de serviços a entidades com personalidade jurídi-ca de direito privado, quando foram concursados para trabalharem em órgãos públicos.

Esses servidores, qualificados com especializações, mestrados e doutorados, passariam a ter carga horária, processos de trabalhos e de gerência determinados e controlados pela Empresa, que também passaria a definir metas e produtividade.

A saúde e educação são bens pú-blicos, que não podem e não devem se submeter aos interesses do mer-cado. A EBSERH nega esse princípio constitucional e abre espaço para mercantilização dos serviços de saúde prestados pelos HUs.

O fato de se afirmar como em-presa pública e prestar serviços para o SUS não resolve o problema, pois concretamente as possibilidades de “venda” de serviços pela Empresa são reais e estão postas na Lei. In-clusive as atividades de pesquisa e ensino seguem podendo ser vendi-das a entidades privadas por meio de “acordos e convênios que realizar com entidades nacionais e interna-cionais” (Lei nº 12.550/2011, artigo 8º, Inciso II), sendo essa uma das fontes de recursos da EBSERH.

AutonomiA comprometidA - Outro grave problema que a implan-tação da EBSERH traria diz respeito à autonomia universitária. Autonomia que fica seriamente comprometida sob essa forma de gestão. Na práti-ca, a gerência da Empresa, com po-deres amplos para firmar contratos, convênios, contratar pessoal técnico, definir processos administrativos in-ternos e definir metas de gestão, acabaria com a vinculação dos HUs às Universidades.

outros Aspectos nocivos - Dalmo Dallari, jurista e autor de Ele-mentos de Teoria Geral do Estado, os projetos que apontam para a desvin-

culação dos HUs das Universidades (como aponta a própria EBSERH), carecem de lógica e razoabilidade jurídica.

Quebra-se também o princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e a verdadeira natureza dos hospitais universitários, que se limitariam, sob os ditames e gerenciamento da nova Empresa, a prestar serviços de assistência à saúde, conforme pactos e metas de contratualização.

Os serviços sob a lógica do mer-cado prejudicariam a população usuária, pois ao ter por princípio tão somente o cumprimento de me-tas contidas no contrato de gestão firmado, não se teria garantias da qualidade dos serviços de saúde e do atendimento às demandas. Além disso, o número de leitos para os usuários do SUS seriam diminuídos, a exemplo do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, apresentado pelo governo federal como referência para implantação da EBSERH, que tem dupla porta de entrada, vendendo 30% dos seus leitos para planos privados de saúde.

Uma das justificativas usadas para a edição da Medida Provisória 520/10, que criou a EBSERH, foi a urgência em resolver o problema de trabalhadores contratados pelas fundações de apoio, como a FUNPAR. Esses funcionários estão ameaçados de demissão devido a decisões do Ministério Público do Tra-balho (MPT) identificando como irregu-lares os contratos entre os Hospitais Universitários e essas Fundações.

Mas por mais incrível que possa pa-recer, a justificativa foi apenas uma des-culpa para a execução de um projeto há muito desejado pelo governo federal. Nada menos do que a desvinculação dos Hospitais Universitários e a terceirização da sua gestão. Quem leu a MP 520/10

FUNpAR: Não se iluda! empresa não garante nada pra ninguém!

e o Projeto de Lei que veio na sequên-cia, foi aprovado e, posteriormente, san-cionado pela Presidência, já viu que em nenhum momento há garantias de ma-nutenção do emprego dos atuais trabal-hadores das fundações de apoio.

Portanto, é importante salientar que a luta pela manutenção dos empregos dos trabalhadores da FUNPAR é inde-pendente da EBSERH; com ou sem a entrada da empresa no HC/UFPR, a luta pelos empregos vai continuar. Tam-bém entendemos que quando os tra-balhadores começaram a trabalhar na FUNPAR, não havia decisão nenhuma acerca da irregularidade; ou seja, a culpa do contrato irregular não é dos trabalhadores.

Além de não garantir a tão sonhada estabilidade no emprego dos trabalha-dores vinculados à FUNPAR, a EBSERH vai “bagunçar o meio-de-campo”. Com a nova empresa, haverá mais serviços terceirizados dentro do hospital e o MPT vai se sentir mais à vontade para exigir novamente que a FUNPAR demita seus trabalhadores.

Por isso, é importante que a luta contra a EBSERH seja do conjunto dos trabalhadores e usuários do HC/UFPR, sempre conjunta com a luta pela ma-nutenção dos empregos daqueles que são contratados pela FUNPAR.

É importante salientar que a luta pela manutenção dos empregos dos trabalhadores da funpAr é independente da eBserH; com ou sem a entrada da empresa no Hc/

ufpr, a luta pelos empregos vai continuar.

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edição espeCial eBseRH - ano 20 - Maio de 2012 3JORNAL DOSINDITEST.pR

Diferente do que se afirma, a EB-SERH não pode ser vista como uma “imposição” legal ou como única pos-sibilidade de sobrevivência dos HUs. Ao contrário, esses já estão consoli-dados como Centros de Excelência, nos campos de Ensi-no, Pesquisa, Exten-são e Assistência, têm dotação orça-mentária garantida por Lei e são hospi-tais com contratos de prestação de As-sistência em Saúde, nos níveis de média e alta complexidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em várias áreas estraté-gicas desse Siste-ma. Servem, por-tanto, diretamente à sociedade brasileira.

Cada Universidade deverá decidir, nas suas instâncias co-legiadas, se deseja ou não passar o seu patrimônio, o seu quadro funcional e os seus Hospitais de Ensino à gerência da EBSERH, abdicando de sua autonomia.

Considerando o que foi ao delib-erado pela 14ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 2011, e di-ante dos prejuízos que a implantação desta Empresa nos hospitais universi-tários e nos HUs do Brasil trará para

os usuários, trabal-hadores, estudantes e para a sociedade em geral, o Fórum em Defesa do SUS e contra a Privatização da Saúde, do qual o Sinditest faz parte, conclama a comu-nidade universitária e os conselheiros a rejeitarem, no Con-selho Universitário, a sua implantação. Nenhuma universi-dade pública precisa da EBSERH.

A Comunidade Universitária e a so-

ciedade esperam que os conselhei-ros universitários não compactuem com a entrega do patrimônio do Es-tado a interesses privados travestidos de públicos, abrindo caminho para a

pela defesa dos Hospitais universitários!

por um sus público e estatal!o sus é nosso, ninguém tira da gente!

direito garantido não se compra não se vende! participe desta luta!

Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde - www.contraprivatizacao.com.br

Vamos dizer não à implantação da

EBSERH

a Comunidade universitária e a

sociedade esperam que os conselheiros universitários

não compactuem com a entrega do patrimônio do estado a interesses

privados travestidos de públicos, abrindo caminho

para a corrupção que tem sido documentada

por tribunais de Contas e Ministério público nos

casos de terceirização da saúde no país.

corrupção que tem sido documenta-da por Tribunais de Contas e Ministé-rio Público nos casos de terceirização da saúde no País.

Não se deixem intimidar pelas chantagens de que os HUs fecharão caso não seja aprovado o contrato com a EBSERH.

Acompanharemos com atenção mais essa tentativa de atingir o SUS e desrespeitar a decisão da 14ª Confer-ência Nacional de Saúde, em 2011, de não implantação da EBSERH.

O Jornal do SINDITEST-pRé uma publicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná. Avenida Agostinho Leão Junior, 177 – Alto da Glória – Curitiba – Paraná. Telefone: (41) 3362-7373 – Fax: (41) 3363-6162 –www.sinditest.org.br – [email protected]. colaboradores: Ana Paula Cunha Coelho, Bernardo Pilotto, Carla Cobalchini, Guilherme Basso dos Reis, Judit Gomes e Márcio Palmares. Jornalista responsável: Carla Cobalchini. DRT/PR 7147.projeto Gráfico e diagramação: Excelência Comunicação. Fone: (41) 8802-4450 –tiragem: 4000 mil exemplares. É permitida a reprodução com a citação da fonte.

expediente

EBSERH

diferente do que diz a propaganda ofi-cial, a instalação da empresa Brasileira de serviços Hospitalares (eBserH) não é “boa para alguns” mesmo que traga “alguns prejuízos para alguns”. Abaixo, listamos uma série de apoios à luta contra a eBserH, dos mais diversos segmentos da sociedade. estudantes, trabalhadores, usuários dos serviços de saúde, controle social, intelectuais, mov-imentos sociais deram seu depoimento.

No Conselho Nacional de Saúde, houve posi-cionamento contrário à EBSERH por meio de uma moção. É preciso que todos se mobi-lizem para que esta moção seja respeitada em todo o Brasil”. Francisco Batista Junior - Farmacêutico, membro do Conselho Nacio-nal de Saúde.

Os trabalhadores da saúde estão doentes por conta da intensidade e precariedade do trabalho. Modelos de gestão como a EBSERH vão intensificar essa situação, pio-rando também o atendimento a população”. Hélio de Jesus - Direção Nacional da FE-NASPS – Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Pre-vidência e Assistência Social.

Atualmente, muitos estudantes têm dificul-dade de estágio nos hospitais universitários federais por conta do processo crescente de desvinculação. Com a EBSERH, isso vai se acentuar, precarizando a formação de todos os profissionais de saúde”. Gustavo de Aquino - Estudante de Enfermagem da UFPR, membro da ENEEnf – Executiva Na-cional dos Estudantes de Enfermagem

A EBSERH é a sentença de morte na au-tonomia universitária”. Rolando Rubens Malvásio Junior - Direção Nacional da FA-SUBRA-Sindical – Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasilei-ras.

O movimento estudantil sempre defendeu um projeto de universidade pública, gra-

Luta contra EBSERH conquista

apoios na sociedade

edição espeCial eBseRH - ano 20 - Maio de 2012 JORNAL DOSINDITEST.pR

tuita, de qualidade e com referência social. Os hospitais universitários são muito impor-tantes para este projeto de universidade e, por isso, é dever dos estudantes barrar a EBSERH”. Cleison Span - Estudante de Psicologia da UFPR e diretor da UPE – União Paranaense dos Estudantes) pela Oposição de Esquerda.

Nossa bancada votou em bloco contra EB-SERH por entender que esta empresa é in-constitucional e um ataque direto à saúde pública e ao SUS”. Ivan Valente - depu-tado federal – PSOL-SP.

Em Londrina, muito dinheiro público foi des-viado por meio das OSCIP’s. É lamentável que o governo queira repetir os erros do modelo de gestão por OSCIP com a imple-mentação da EBSERH. Vamos à luta barrar a privatização da saúde”. Jackeline Lourenço - Enfermeira, membro do Fórum Popular em Defesa da Saúde Pública de Londrina .

A EBSERH é mais um projeto de ataque ao SUS 100% público e estatal. Por isso é pre-ciso reunir forças com todos os segmentos da sociedade para barrar este retrocesso”. Paulo Spina - Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde.

Um dos argumentos repetidos à exaustão pelos defensores da EBSERH remete a uma suposta ‘agilidade na substituição de quad-ros‘, como se fosse bom para a Saúde poder descartar seres humanos de acordo com os interesses empresariais de ocasião. Na prática, isso significa tão somente alta rota-tividade e pressão pela produtividade, o que resulta em intensificação da precarização do trabalho e, obviamente, em queda da qualidade da atenção”. Alexandre Carvalho - Professor do Departamento de Saúde Co-letiva da UNIRIO

Foi importante o COUN da UFPR ter se posi-cionado contra a EBSERH, tomando como base a quebra da autonomia da universidade de um lado e a privatização desta de outro, pois retratou a posição da comunidade acadêmica pela universidade pública, gratu-ita e autônoma. Agora é preciso que o Con-selho mantenha sua coerência e continue negando a EBSERH”. João Negrão - Pro-fessor do Setor de Educação Profissional e Tecnológica da UFPR e membro do Conselho Universitário/UFPR

Nós, da área de enfermagem, sabemos que a promessa de melhoria do atendimento trazida pela EBSERH é uma falsa promessa. Qualquer um que tenha trabalhado em hos-pital com administração privada sabe que a

lógica não é manter o quantitativo adequado para a assistência. É, sim, aumentar o grau de exploração e lucro, fazendo com que cada técnico de enfermagem tenha que atender muito mais pacientes do que deveria. Quem se interna em hospital privado sabe que a demora no atendimento é muito maior do que no hospital público. A verdade é que não vai melhorar pra ninguém. Só pra quem pretende ganhar dinheiro em cima da ex-ploração da enfermagem e da precarização do atendimento da população.” Ana Paula Cunha Coelho - Técnica em Enfermagem no HC/UFPR e diretora do SINDITEST-PR.

O ANDES-SN defende a unidade entre en-sino, pesquisa e extensão como princípio da formação universitária. No caso dos hospi-tais universitários, a EBSERH ataca esse princípio e impõe uma formação subordi-nada aos interesses do mercado. Por isso, é preciso barrar este modelo de gestão!”. Ma-rina Barbosa Pinto - Professora da Facul-dade de Serviço Social da UFJF e presidente do ANDES-SN – Sindicato Nacional dos Do-centes das Instituições de Ensino Superior.

A EBSERH, apresentada ao Congresso Na-cional pelos governos Lula e Dilma, rep-resenta a privatização das atividades de ensino, pesquisa, extensão e assistência de-senvolvidos nos Hospitais Universitários; rep-resenta um ataque aos direitos dos usuários do SUS, pois viabilizará uma segunda porta de entrada para os clientes dos planos de saúde prejudicando o acesso dos usuários às ações de saúde. A empresa representa também uma subordinação da produção do conhecimento aos setores do capital na área de saúde como, por exemplo, a indústria de medicamentos e equipamentos, ameaçando as pesquisas produzidas para os interesses da maioria da população”. Claudia March - Professora do Instituto de Saúde da Comu-nidade da UFF e Secretária-Geral da ADUFF-SSind – Associação dos Docentes da UFF.

Quem mais precisa do HC são os pobres e trabalhadores. Se ele for privatizado, vai pio-rar ainda mais a situação da saúde do povo. No Sabará, a saúde já não vai bem e sem-pre temos que ir atrás de hospitais maiores. Se um deles é privatizado, vai piorar ainda mais”. Tatiane Linhares - Moradora do Sabará/CIC, em Curitiba/PR.

A luta pelo fim das privatizações dos serviços públicos é de toda a sociedade. Por isso, a Assembleia Nacional de Estudantes - Livre (ANEL) se coloca ao lado dos trabalhadores na luta contra a instalação da EBSERH, em defesa da qualidade na educação e na saúde e por um SUS 100% público e estat-al!” - Bruna Ornelas - Estudante de Psicolo-gia da UFPR e membro da ANEL (Assembleia Nacional de Estudantes - Livre)

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