jornal do museu dos transportes e comunicações

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JORNAL DO MUSEU DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES Nº 6 PRIMAVERA 2004 ISSN 1645-6386 GRUPO PT | EXPOSIÇÕES | OFICINAS CRIATIVAS | NOTÍCIAS Novos Percursos, Novas Formas de Comunicar

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n.º 6 (Primavera 2004)

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JORNAL DO MUSEU DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES’

Nº 6PRIMAVERA 2004

ISSN 1645-6386

GRUPO PT | EXPOSIÇÕES | OFICINAS CRIATIVAS | NOTÍCIAS

Novos Percursos, Novas Formas de Comunicar

JORNAL DO MUSEU DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES’

Um autêntico “domus”. “The House”. A Casa.

O edifício onde estamos. O edifício da Alfândega Nova. O cais que o en-quadra na relação com o rio.

Não podem ser reduzidos a coisas. Coisas contendo coisas. Nem sempre com nexo. Nem sempre belas. Sem futuro. Sem uma dignidade aceitável.Recupera-se o edifício. Com qualidade. Realizam-se eventos. Com qualida-de. Fazem-se exposições. Com qualidade.

Mas tudo volta ao princípio. Não há um verdadeiro fio condutor. O edifício remete-se a uma bela coisa contendo outras coisas.

A Cidade merece o edifício. A Cidade precisa do edifício. O Museu vai desempenhando o seu papel. Com galhardia. É o segundo museu mais visi-tado da Cidade. Os eventos vão acontecendo. Fazem-se equilíbrios difíceis. Com muito entusiasmo, para prosseguir.

Mas não se consegue contrabalançar a “insustentável leveza” da coisa.Está-se à espera do “domus”, “the house”, a casa.

Nota deAbertura

Mas por mais bela que seja cada coisaTem um monstro em si suspenso Sophia de Mello Breyner

EDITORIAL

o presidente do conselho de administração

Eng. Carlos de Brito

ficha técnicaN.º 6

PRIMAVERA 2004

periodicidadeSazonal

Propriedade da Associação para o Museu dos Transportes e Comunicações

coordenação editorialSuzana Faro

redacçãoAdriana Almeida, Cecília Amorim, Isabel Tavares, Paula Moura, Suzana Faro

ISSN 1645-6386

tiragem1000 exemplares

imagem da capaDNA Design sobre uma imagem de Ivo Canelas

designDNA Design

impressãoOrgal

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ASSOCIADOS

Grupo PT Um exemplo de Liderança e Inovação

2000 a PT, S.A. modificou o seu objecto social para sociedade gestora de participações sociais, sob a denominação social de PT, SGPS, S.A.. Esta é a denominação que hoje conhecemos e que representa a “casa mãe” do maior grupo empresarial privado português, o Grupo PT.

Um sucesso de InternacionalizaçãoPresente no continente europeu, americano, asiático e africano, o Grupo PT apresenta a nível internacional competências em todas as áreas de negócio de infocomunicação, no-meadamente no serviço móvel, fixo, dados, satélite, multimédia, e-business e directórios. Para além de uma forte presença em países como a China, Angola, Cabo Verde, Marrocos e Timor, destaca-se no plano internacional a actuação no mercado brasileiro, onde o Grupo PT é actualmente o maior investidor português.

A par da Telefónica Móviles, o Grupo PT detém uma participação de 50% na Vivo, a maior operadora móvel da América do Sul e a quarta maior empresa de serviços de telecomunicações móveis do mundo. A Vivo assegura a cobertura de cerca de 86% do território brasileiro, área equivalente a cerca de 7 milhões de quilómetros quadrados. Presente em 19 estados brasileiros e Distrito Federal, a operadora liga de Norte a Sul do Brasil, cerca de 22 milhões de clientes. No mercado brasileiro a presença do Grupo PT es-tende-se ainda à Primesys, líder no fornecimento de soluções de infocomunicação para o mercado

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O Grupo PT é hoje a entidade empresarial portuguesa com maior projecção nacional e internacional. Esta posição resulta de uma clara aposta na qualidade e inovação, orientadas para a satisfação das necessidades específicas de cada cliente nas diferentes áreas de negócio.

Cotado nas bolsas de Lisboa e de Nova Iorque, o Grupo PT conta hoje com aproximadamente 22 mil colaboradores ao serviço de cerca de 35 milhões de clientes a nível nacional e interna-cional. Enquanto grupo de telecomunicações, o portfólio de serviços passa pelo serviço telefó-nico local, de longa distância e internacional, aluguer de circuitos, comunicações móveis, dados, Internet, televisão por cabo, conteúdos e sistemas de informação, soluções empresa-riais, entretenimento e media, áreas em que a PT se posiciona como líder de mercado.

A origem do Grupo PT como operador integrado de telecomunicações, remonta a 1994 quando da constituição de um operador nacional, que juntou por fusão as empresas do sector que eram detidas pela holding estatal Comunica-ções Nacionais. Os Telefones de Lisboa e Porto que exploravam o serviço telefónico nas áreas de Lisboa e Porto, a Telecom Portugal, empre-sa responsável pelas restantes comunicações nacionais e a Teledifusora de Portugal que explorava as infra-estruturas de Teledifusão. Foi neste quadro que em Junho de 1994, foi criada a Portugal Telecom S.A.. A 12 de Dezembro de

empresarial, e à Dedic e Mobitel, empresas que actuam respectivamente nos segmentos de contact center e transmissão de mensagens.

Recentemente em Maio de 2004, o Grupo PT criou a PT Investimentos Internacionais, empre-sa assumida como a empresa de crescimento do Grupo e responsável pelas participações no exterior, identificando e desenvolvendo oportunidades de negócio em todo o mundo.

Miguel Motaportugal telecom, sgps, sa

© Ideias Revistas

© Ideias Revistas

DESTAQUE

O Museu dos Transportes e Comunicações (MTC) encontra-se num momento decisivo de afirma-ção. Com exposição permanente desde 2000 sobre a temática dos transportes, particularizada no automóvel (“O Automóvel no Espaço e no Tempo”) e assegurando desde 2002 também a vertente das comunicações (“Comunicação do Conhecimento e da Imaginação”) através de uma exposição permanente essencialmente de carácter interactivo e oficinal, o Museu tem vindo a angariar um interesse crescente junto do público, materializado, entre outros indi-cadores, nos cerca de 130.000 visitantes que usufruíram já das suas exposições desde 2000. Vários são os desafios que o MTC hoje enfrenta. Desde logo, amarrando o seu trajecto à história do edifício que o alberga – a Alfândega Nova do Porto – caberá ao Museu uma dupla tarefa. Por um lado, a requalificação do imóvel, que vem sendo assegurada desde 1993 sob a orientação do arquitecto Eduardo Souto de Mou-ra. Por outro, a missão do Museu não poderia deixar de associar ao estudo, investigação, valo-rização e promoção da história dos transportes e comunicações a memória do edifício, tecendo a história entre as linhas do presente e as perspec-tivas de futuro. Está, assim, em curso um projecto de constituição de uma exposição permanente sobre a temática “Metamorfose de um Lugar”.

Projecto de memória e de identidade, cru-zando irremediavelmente as linhas do passado e do presente, o Museu dos Transportes e Comunicações tem hoje, inegavelmente, uma crescente responsabilidade pública. É da sua vocação, enquanto espaço público, garantir uma permanente actualização, valorização e promoção das temáticas que aborda bem como dos meios e técnicas de comunicar e interagir com os seus visitantes, só possíveis por um cada vez melhor e mais aprofundado conheci-mento de uns e outros. O estudo de públicos e a avaliação do trabalho realizado pelo museu assumem-se, pois, como parcelas essenciais transversais a toda a actividade museológica. Foi neste contexto que se elaborou o projecto “Novos Percursos. Novas Formas de Comunicar” que foi candidatado ao apoio comunitário através da ON, Medida 1.4 (CCDRN) e homologado em Fevereiro des-te ano, desenvolvendo-se em quatro acções diversas, ainda que complementares. Constituída em Dezembro de 2000, “O Auto-móvel no Espaço e no Tempo” assume-se como um espaço de história dos transportes, particula-rizada no automóvel – cujo protagonismo na ma-téria é inegável e incontornável - que pretende igualmente lançar as pontes para uma reflexão mais genérica sobre os transportes e suas pers-

pectivas de futuro. Com grande envolvimento ce-nográfico e através de quatro núcleos, esta expo-sição - só possível com a colaboração estreita do Clube Português de Automóveis Antigos - aborda a evolução da história e da técnica do automóvel (desde o seu aparecimento até aos anos 70 do século XX), a influência que o automóvel teve e tem na sociedade e na economia contemporâne-as, as estruturas e infra-estruturas que promo-veram a circulação automóvel e a forma como alteraram a nossa relação com o espaço e o tem-po, bem ainda como algumas reflexões sobre as perspectivas de futuro deste meio de transporte. Constituída que está a exposição, urge no entanto proceder à sua permanente dinamização e actualização, encontrando novas e renova-das soluções para fidelizar públicos e captar novos públicos-alvo, não deixando de tentar uma aproximação aos públicos habitualmente periféricos à actividade do Museu (comunida-de local, grupos socialmente desfavorecidos, portadores de deficiências várias, turistas, entre outros). Apesar do trabalho sistemático de animação que aí vem sendo realizado (renovação da exposição, visitas de grupo acompanhadas, manutenção de uma oficina lúdico-pedagógi-ca, mesas-redondas…), parece-nos premente “ir mais longe”, através de uma reflexão aprofun-dada sobre algumas das questões abordadas.

Novos Percursos, Novas Formas de Comunicar

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© Ivo Canelas

As conferências de animação da exposição “O Automóvel no Espaço e no Tempo”, organizadas conjuntamente pela Associação para o Mu-seu dos Transportes e Comunicações e pelo Mestrado em Transportes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e que tiveram lugar nas terças-feiras de 11 de Maio a 1 de Junho às 16h, correspon-deram plenamente aos objectivos que presidiram à sua organização. Pretendia-se ter um conjunto de intervenções de carácter especulati-vo e seguirem-se debates com alguma informalidade onde as pessoas estivessem à vontade para colocar perguntas e aconteceu isso mesmo. As actas das conferências, que se encontram em preparação, serão um documento único de reflexão sobre o futuro do automóvel e das cidades. Como conferencistas estiveram os Professores Álvaro Costa e Luís Martelo da FEUP, Nunes da Silva e Tiago Farias do Instituto Superior Técnico, Crespo de Carvalho do ISCTE e Borges Gouveia da Universidade de Aveiro. Participaram ainda o Engº João Neto da Novabase e o Engº

Matos Fernandes da Quaternaire. Foi organizado um concurso de ideias ao qual podiam concorrer estudantes de licenciatura, mestrado e douto-ramento e, nesse âmbito, ganharam direito a intervir as Dras Irina Saur e Mara Madaleno da Universidade de Aveiro e a Engª Sandra Melo da FEUP. Os conferencistas convidados e os que ganharam direito a in-tervir no concurso realizado constituíam um misto de pessoas expe-rientes e pessoas novas, com intervenções muito diferentes, o que enriqueceu muito as discussões que se seguiram às apresentações. As conferências ocorreram no espaço da exposição, num ambiente tam-bém propício para as divagações especulativas que caracterizaram as intervenções e os debates. A generalidade da assistência, sempre entre as 25 e as 35 pessoas, deu por bem empregue o seu tempo.

Prof. Álvaro Costafeup

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Ciclo de Conferências

A primeira acção prevista neste projecto visa a criação de um percurso de visita audio da exposição, que permite disponibilizar informação em suporte sonoro através da colocação de um condutor no pavimento e da utilização pelos visitantes de bengalas/estiletes metálicos e auriculares. Este sistema disponibilizará, numa fase inicial, informação em 5 idiomas (português, inglês, espanhol, francês e russo), sendo a sua montagem acompanhada pela colocação de ma-quetes com o plano geral da exposição e de um automóvel em cada painel temático de modo a proporcionar a visitantes portadores de deficiên-cia visual uma melhor percepção do espaço e dos elementos expositivos. Esta acção prevê ainda va-lorizar a exposição com a colocação de quiosques multimédia disponibilizando um inquérito a pú-blicos, procurando saber quem nos visita, por que o faz e que impressão leva do trabalho do Museu.Pretende-se, deste modo, reforçar a acessibilidade no Museu (na perspectiva de assegurar em pleno a função social do Museu), tema actual e particu-larmente relevante no que respeita à qualificação do serviço público que prestamos, nomeadamen-

te na sequência da recente comemoração do Ano Europeu da Pessoa com Deficiência (2003). A integração na exposição de uma colec-ção de 2500 miniaturas que está patente ao público no seu átrio de entrada constitui a segunda acção a desenvolver no âmbito deste projecto. Assumindo novas abordagens expo-sitivas, implicando a definitiva inventariação do acervo no programa Matriz, a manutenção das peças expostas em adequadas condições de preservação, a exploração temática con-textualizada das peças, espera criar-se reno-vados motivos para a visita e assegurar a sua divulgação e valorização, reforçada ainda com a edição de um folheto e de um desdobrável promocional direccionado para os mais jovens. A renovação do Núcleo do Futuro constitui a terceira das acções previstas no projecto, impli-cando uma reflexão prévia sobre os transportes, que deverá incidir na discussão sobre as questões da mobilidade, da cidade, da distribuição e da tecnologia, através da organização de um ciclo de palestras temáticas no espaço da exposição, de que se dá conta no destaque deste artigo. Necessariamente transversal às demais acções será assegurar uma boa divulgação, constituindo esta a quarta acção deste projecto. Para o efeito, prevê-se a edição de um folheto de divulgação das iniciativas em tinta e em braille, a realização de uma campanha publicitária (spot TV, rádio e imprensa) bem como a edição de

cartazes e de panata para colocação exterior. O projecto aqui apresentado surge da necessidade de afirmar permanentemente a vocação pública do Museu dos Transportes e Comunicações, assegurando a dinâmica que esta sua missão exige na procura de novos e renovados discursos e canais de comunicação com o exterior. Vem, neste contexto, prolongar a actividade que o Museu tem vindo a desenvolver, sendo essencial para a sua consolidação, surgin-do como consequência lógica do crescimento natural do Museu e fomentado pela sua missão. Os argumentos que nortearam a sua concepção e que lhe conferem autoridade sintetizam-se na permanente necessidade de repensar toda a acti-vidade na perspectiva de melhorar as condições de acessibilidade, repensar as suas colecções e forma de comunicar com os públicos, passan-do igualmente pela revalorização do edifício que suporta e qualifica toda esta actividade. Este projecto surge, pois, da necessidade de pensar cultural e socialmente em todos os cidadãos de forma inclusiva e integrada. Procu-rando contrariar uma sociedade cada vez mais desagregada e selectiva, propomos percorrer um sentido inverso, reforçando os sentimentos de pertença e os mecanismos de integração.

Suzana FaroMTC

© Ivo Canelas© Ivo Canelas

© Ivo Canelas

Animação da exposição

COMUNICAÇÕES

No primeiro semestre de 2004 chegaram ao

fim as primeiras oficinas criativas especial-

mente concebidas para jovens e adultos.

A Oficina “Introdução à Linguagem Audiovisual”, com

orientação do realizador João Rodrigo Mattos, concluiu

no dia 14 de Fevereiro com a apresentação da Curta

Metragem “A Fuga” produzida pelos participantes. A

história de amor impossível entre um palhaço e uma

abelhinha enquadrou-se perfeitamente no dia em que

também se assinalou no Museu o Dia dos Namorados.

No dia 6 de Abril foi a vez da Oficina “Tango...uma desco-

berta apaixonante” chegar ao fim com a realização no Bar

do Museu de uma “Milonga”. Encontro casual de aprecia-

dores do tango, a “Milonga” tem lugar para a conversa,

para o convívio e para a dança. O Bar animou-se com a

música e com os pares que aceitaram o convite para dançar.

Finalmente no dia 23 de Abril realizou-se um jantar

convívio com os participantes da Oficina “Os Dj’s” no

restaurante da Praia da Luz e a animação musical da noite

ficou a cargo de alguns dos participantes desta oficina.

Depois desta primeira edição das Oficinas Criativas e

após a avaliação francamente positiva feita por todos

os participantes, há que fazer alguns ajustes e voltar a

organizar outro conjunto de propostas que possam atrair

novos públicos, normalmente “afastados” dos museus.

A “caixinha mágica”. Lembra-se? Assim se chamava a Televisão nos primórdios. Em Portugal, a TV surgiu em 1957. E foi o deslumbramento, como nos primei-ros tempos do cinema. Imagens e movimentos feitos de luz surgiam dentro do televisor, como por magia. Foi já há muito, muito tempo. A televisão a preto e branco e apenas com um canal pertence já a um passado que parece cada vez mais longínquo. Gradualmente, as imagens televisivas passaram a fazer parte integrante da vida quotidiana. E de tal modo se tornaram omnipresentes que os acontecimentos do país e do mundo, diz-se, apenas “existem” se passarem na TV! Na exposição “Comunicação do Conhecimento e da Imaginação”, podemos encontrar a tal caixinha mágica: o núcleo “Dentro da Televisão”. Neste espaço o visitante é convidado a entrar para o “outro lado do espelho”. Encontra um plateau, câmaras e uma régie. O objectivo deste núcleo é proporcionar ao público um espaço lúdico (onde tudo é possível no mundo da imagem), e também abrir um espaço de reflexão acerca do poder da televisão. E aqui podemos equacionar algumas questões: “Será que o que a Televisão nos mostra é a realidade, tal como ela é? “; “Ou apenas parte dela?”; “Ou, será que a TV cria uma outra realidade?” No núcleo da Televisão, o visitante tanto pode transformar-se num “pivot” de telejornal como num apresentador de um programa de entrete-nimento, participar num debate e assumir uma personagem, de tal forma que, de repente, nos podemos ver envolvidos num programa de extraterres-tres que invadiram a Terra ou, simplesmente, numa recriação do programa mais badalado da televisão. Tudo é possível! Basta a imaginação ajudar!

Mas o programa é feito por várias pessoas que, normalmente, não estão à frente da televisão, e é nesse momento que todo o mistério se desvenda. Entra-se então no mundo técnico das câmaras, das luzes e do som onde tudo pode ser manipulado e construído. Neste momento, o visitante pode ser um realizador, um operador de câmara e até mesmo um editor. O importante é manter sempre o espírito de equipa e perceber que todos são fundamentais para o programa ir para o ar. As 4 câmaras são posicionadas, a luz e o som afinados, treina-se a voz e o início do programa. Aquele nervoso miudinho começa a aparecer. Está-se quase na recta final onde a cada momento se espera ouvir o tão temido “3,2,1 acção!”, “boa tarde bem vindo ao programa.”, “corta!”, alguém ficou sem palavras e a televisão odeia o silêncio. É preciso ajustar mais alguns pormenores e novamente “3,2,1 acção!”. Na régie, o realizador mantém-se atento a todos os detalhes, não pode escapar nada “câmara 1, 3, agora 4, 4 agora“. O editor vai então colocando as imagens no ar e o assistente de realização fala mais alto para que os operado-res de câmara não se distraiam e o plano seja perfeito, podemos ouvir “câmara 3 plano geral” e no estúdio o programa vai fluindo com ritmo e entusiasmo. Faltam dois minutos e prepara-se o fim do programa “foi um prazer estar aqui, para a semana voltamos.”.

Cláudia Lopesamtc

A 27 de Março de 2004, o Museu assinalou o Dia Mundial do

Teatro com a organização de um conjunto de actividades a cargo

da animadora do núcleo “Imaginação Corporal” da exposição

“Comunicação do Conhecimento e da Imaginação”. Entre as

15h e as 16h30, assistiu-se às seguintes apresentações:

“Acabou a Fumaça” pelo Grupo de Teatro AGITAR da Asso-

ciação Cultural de Atães (Jovim - Gondomar); “Claro” perfor-

mance de Catarina Bernard e Hanna Garcez; poesias, mímicas,

canções e representações por Professores em Formação Com-

plementar no Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros.

O espaço da “Imaginação Corporal” foi pequeno para a alegria e

para as palmas que neste dia homenagearam as artes de palco.

Actividades

A “Caixinha Mágica”

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Dia Mundial do TeatroOficinas de Cinema, Tango e DJ’s

© Rui Pinheiro

© Rui Pinheiro

No momento em que aquelas cabeças amarelas entraram na Exposição “Edgar Cardoso, Mecanis-mos do Génio”, o Museu dos Transportes e Comu-nicações iniciou uma nova oficina para crianças. Tratava-se agora de um programa associado à vida e obra do Engenheiro, Professor e Inventor Edgar Cardoso, mestre da engenharia do séc. XX, que pretendia desafiar pequenos engenheiros a projectar e construir com as próprias mãos as novas pontes do séc. XXI. Para isso, recriou-se uma espécie de “laboratório” de engenharia num dos espaços do Edifício da Alfândega (Piso 0 Nascente) onde se recriaram os diferentes ambientes que compõem um espaço desta natureza: Sala dos Projectos/Desenhos; Oficina de Construção e como não podia faltar, a Sala de Testes em Maquete. Os materiais disponí-veis eram diversos e entre eles encontravam-se o papel, cartão, jornais, esponja, esferovite, madeira, plástico, fio, entre outros, alguns destes reutilizáveis, numa tentativa de aliança entre

a Engenharia e a Protecção do Ambiente. Dos 7 aos 14 anos e munidos de toda a imaginação e criatividade que só crianças e jovens desta idade têm, deitámos mãos à obra, mas como em qualquer construção a questão da segurança tinha que ser acautelada. Para isso foram gentilmente disponibilizados pelo Engº Miguel Cavadas capacetes amarelos, que ajudaram a colorir o cinzento do Edifício.Desvendado o mistério das cabeças amarelas, começámos com uma visita à exposição que permitiu a todos perceber em traços largos a vida e obra de Edgar Cardoso. Esta viagem terá surtido efeito uma vez que, depois de organiza-dos em grupo, os nossos pequenos engenheiros discutiram, projectaram e construíram pontes que tentavam unir os esforços de todas as cabeças pensantes. As expectativas e azáfama envolvidas chegavam-nos através de frases como “(...) a minha ponte vai ter três tabuleiros!”, “Eu quero os candeeiros com este material”, ou ainda “Será

que lhe podemos pôr um elevador?”, “Que nome lhe vamos dar?”. A imaginação pairava naquele pequeno “estaleiro” improvisado e acompanhar todo este processo criativo foi a maior aprendi-zagem que retirámos deste tipo de Oficinas.Claro que uma surpresa estava guardada – a viagem de barco pelo Rio Douro - que, além de nos dar a conhecer in loco duas das Pontes construídas pelo Engenheiro Edgar Cardoso (Arrábida e S. João), proporcio-nou a maior aventura destes dois dias.No final, depois de baptizadas as duas “cidades” construídas chegou o momento em que a cabeça, as mãos e as pontes foram premiadas com a atri-buição de um diploma de Engenheiro(a) a todos os participantes e com a apresentação pública deste projecto a todos os familiares presentes.Para nós, este final significa o momento de começar a pensar na próxima aventura!

o serviço educativo e de animação do mtc

NOTÍCIAS MTC

Oficinas dePáscoa 2004

“Cabeças, Mãos e Pontes”| 7

A inauguração da exposição “Edgar Cardoso, Me-canismos do Génio” no passado mês de Fevereiro foi um verdadeiro sucesso. O número de visitan-tes no primeiro fim-de-semana disparou, atingin-do valores na ordem dos 600 visitantes. Parabéns à equipa do Museu, que se tem desdobrado em esforços para atender a todas as solicitações.Inúmeras actividades têm sido desenvolvidas no âmbito da exposição: desde visitas guiadas a todo o público que as solicite (arquitectos, engenheiros, grupos escolares); oficinas pe-

dagógicas (oficina da páscoa); conferências (IMOPPI homenageia Edgar Cardoso); reali-zação de programa televisivo (“A Alma e a Gente”), entre outras que se irão realizar até ao término da exposição (31 de Agosto).Com esta exposição fica bem patente a adesão do público à cultura, desde que devidamente sensibilizado. Para o efeito, muito contribui a po-lítica de divulgação massiva para todos os meios de comunicação nacionais e internacionais (espa-nhóis essencialmente) que este Museu realizou.

Edgar Cardoso. Expectativas e Resultados

Cabeças amarelas passearam pela Alfândega

©Arquivo da AMTC

©Arquivo da AMTC

Famílias nos Museus

O Museu dos Transportes e Comunicações volta a integrar em 2004 o projecto “Famílias nos Museus” com outras 19 instituições museológicas e culturais da cidade.O objectivo deste projecto, encetado pela Câmara Munici-pal do Porto em 2003, visa disponibilizar actividades espe-cíficas para as famílias no quarto fim-de-semana de cada mês. Sob o mote “venha viajar connosco pelo mundo das profissões” cada museu desenvolve actividades relaciona-das com o seu espólio ou com as exposições patentes.Mecânico, cientista, jornalista, realizador de televisão, desig-ner gráfico, animador de rádio são algumas das propostas apresentadas pelo Museu dos Transportes e Comunicações.

21 Fevereiro - 12º Aniversário AMTC

Para assinalar o 12º aniversário da AMTC foi preparado um programa de animação especial ampla e previamente di-vulgado no exterior através da distribuição de um folheto pela mão de duas personagens especialmente criadas para o efeito - uma jornalista e um corredor de automóveis - na Baixa, na Foz e na Ribeira do Porto. No dia 21 de Feverei-ro a animação continuou no Museu com a realização de visitas ao Edifício da Alfândega e às exposições patentes pelo “Engº Jean Colson”, pelo “Mecânico Sr. Teixeira” e pela “Cibernauta Rita Gralha”.

Encontro “A Problemática das Acessibilidades para Deficien-tes nos Espaços Museológicos”

No dia 19 de Abril realizou-se no Auditório do MTC o En-contro “A problemática das acessibilidades para deficientes nos espaços museológicos”. Com a participação da Drª Paula Azeredo do Serviço Educativo do Museu Nacional de Soares dos Reis, Drª. Elizabete Alves do Serviço Educativo do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Drª Adriana Almeida do Serviço Educativo e de Animação do Museu dos Transpor-tes e Comunicações e Dr. Armando Baltasar, Presidente da Associação de Surdos do Porto, este Encontro serviu antes de mais como um espaço de reflexão e de troca de experiências ao nível do relacionamento e da comunicação com os visitan-tes deficientes. No final desta ficou a certeza de que todos os espaços culturais deverão estar atentos a todos e quaisquer visitantes, pois cada um tem características e necessidades específicas sejam eles crianças, idosos ou deficientes.Este Encontro integrou-se no âmbito do estágio que Liliana Monteiro (aluna do Curso de Gestão do Património da Es-cola Superior de Educação do IPP), realizou entre Outubro de 2003 e Abril de 2004 e das várias actividades por ela desenvolvidas com o Serviço Educativo e de Animação e Museologia que, para além desta iniciativa, incluiu visitas à exposição “O Automóvel no Espaço e no Tempo” com grupos de surdos e a organização do curso “Introdução à Língua Gestual Portuguesa”.

Centro de Formação

Durante o primeiro semestre o Centro de Formação da AMTC deu continuidade a projectos formativos anterior-mente encetados e deu início a novos projectos.A acção de formação “Metodologias e Práticas para a Ani-mação de Espaços Museológicos e Culturais”, realizada com o apoio do programa ON - Foral, continua a ser desenvol-vida durante 2004 estando neste momento a decorrer a fase de realização de projectos pelos formandos nas suas instituições de origem.No âmbito da formação de professores ao abrigo do PRO-DEP, e apesar de uma forte campanha de divulgação que contou com a distribuição de informação por Escolas do Grande Porto e por anúncios no Jornal “Público” e “A Pá-gina da Educação”, apenas se deu início à acção “A impor-tância da voz na prática docente”. As restantes acções serão desenvolvidas no segundo semestre.

Dia Internacional dos Museus

No dia 16 de Maio a exposição “O Automóvel no Espaço e no Tempo” foi o cenário para a comemoração antecipada do Dia Internacional dos Museus. Para este ano o tema escolhido pelo ICOM para as comemorações foi “Património Imaterial”. O Mu-seu dos Transportes e Comunicações, em parceria com o Mu-seu do Carro Eléctrico e com o Museu da Pessoa, elegeram as histórias de vida enquanto património imaterial a preservar. No Museu dos Transportes e Comunicações e no Museu do Carro Eléctrico organizaram-se “cabines” para registo audiovisual das histórias de vida de quem se disponibilizou a partilhá-las e a registá-las como memória futura. A relação de cada um com o automóvel foi o mote para várias e interessantes conversas.Ainda a propósito do Dia Internacional dos Museus, a17 de Maio, realizou-se na Fundação Cupertino de Miranda um encontro que reuniu os Museus do Porto que integram a Rede Portuguesa de Museus, o Vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto, Dr. Marcelo Mendes Pinto, a responsável pela RPM, Drª. Clara Mineiro, o Prof. Doutor Eugénio dos Santos, responsável pelo Curso de Jornalismo da Universidade do Porto e jornalistas de vários órgãos de comunicação social. O objectivo foi dar a conhecer o impor-tante papel social que os museus desenvolvem com os seus públicos e chamar a atenção para a necessidade de estabe-lecer canais de comunicação com os vários organismos que têm como objectivo dar informação sobre cultura.

“Introdução à Língua Gestual Portuguesa” foi a designa-ção dada à acção de formação a decorrer no Museu em colaboração com a Associação de Surdos do Porto. Com a duração de 30 horas, conta com a participação de técnicos de instituições culturais e outras que procuram desvendar os segredos da língua gestual e assim ultrapassar obstácu-los de comunicação com os surdos.

Dia Mundial da Criança

No sábado, dia 29 de Maio, o Museu assinalou o Dia Mun-dial da Criança realizando, em colaboração com a Associa-ção Ar Evento, uma oficina de construção de Papagaios de Papel. Um grupo de vinte participantes, entre pais e filhos, deu asas à imaginação criando papagaios de mil e uma cores e feitios. No final da tarde só a falta de vento impediu que do Cais da Alfândega os papagaios levantassem voo e dessem outro colorido ao horizonte rasgado pelas formas “voadoras” da Ponte da Arrábida.

Notíciasdo Museu

Colaboração Projecto“Porto de Crianças”

Durante o ano lectivo 2003/2004 o Museu dos Transportes e Comunicações voltou a colaborar, pelo 9º ano consecutivo no projecto de animação de escolas a cargo do Pelouro de Educação da Câmara Municipal do Porto. Agora designado “Porto de Crianças” continua a colocar em contacto os jardins de infância e as escolas do 1º ciclo do Porto com um grupo variado de instituições educativas, culturais e científicas da cidade que, deste modo, contribuem para o enriquecimento da formação das crianças em áreas não abrangidas pelas es-colas. Realizaram-se mais de mil visitas e foram desenvolvidas actividades nas exposições “Comunicação do Conhecimento e da Imaginação” e “O Automóvel no Espaço e no Tempo”. Foi ainda dada colaboração ao projecto de cinema de ani-mação a desenvolver pela Anilupa e que envolve imagens captadas em diferentes museus e banda sonora a cargo de alunos sob a orientação do Instituto Orff.No dia 9 de Junho realizou-se a sessão de encerramento do projecto. No encontro que reuniu professores, educadores e instituições colaborantes, o Museu dos Transportes e Comu-nicações foi representado pelo Serviço Educativo e de Anima-ção que lançou pistas para a colaboração de 2004/2005.

HORÁRIOde Terça a Sexta10h > 12h e 14h > 18h

Sab. | Dom. | Feriados15h > 19h

R. Nova da AlfândegaEdifício da Alfândega4050-430 Porto

Tel: 22.340 30 00Fax: 22.340 30 [email protected]