jornal do museu dos transportes e comunicações

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10 INVERNO 2005 ASSOCIADO | EXPOSIÇÕES | OFICINAS SAZONAIS | NOTÍCIAS ISSN 1645-6386 ASSOCIADO Universidade Católica Portuguesa AUTOMÓVEL Mobilidade enquanto Utility EXPOSIÇÃO O Motor da República

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n.º 10 (Inverno 2005)

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Page 1: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

10INVERNO 2005

ASSOCIADO | EXPOSIÇÕES | OFICINAS SAZONAIS | NOTÍCIAS ISSN 1645-6386

ASSOCIADO

UniversidadeCatólicaPortuguesa

AUTOMÓVEL

Mobilidadeenquanto Utility

EXPOSIÇÃO

O Motorda República

Page 2: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

EDITORIAL

N.º 10

INVERNO 2005Propriedade da Associação para o Museu dos Transportes e Comunicações

ISSN 1645-6386

FICHA TÉCNICA PERIODICIDADE

Sazonal

COORDENAÇÃO

EDITORIAL

Suzana Faro

REDACÇÃO

Adriana Almeida, Carla Coimbra, Carlos Campos Costa, Cecília Amorim, Isabel Tavares.

DESIGN

DNA Design

IMAGEM DA CAPA

DNA Design

(sobre uma imagem

cedida pelo Museu da

Presidência da República)

TIRAGEM

1000 exemplares

IMPRESSÃO

Rocha Artes Gráficas

JORNAL DO MUSEU DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES| 2

“... Se a alma não é pequena, avisava-nos o poeta”

MISSÃO IMPOSSÍVEL

Procurar a missão. As instituições debatem-se com esta procura, tornada necessária por uma circuns-tância efervescente. A dúvida existencial levanta-se institucionalmente.

Aí está a nossa associada Universidade Católica. A Universidade já não é uma instituição só para estudantes, um recinto “ad usum delphinis”, alarga a sua intervenção, intromete-se na Vida, envolve-se nas suas urgências e paixões, como previa Ortega y Gasset em “Missão da Universidade”.

A nossa associada ajuda-nos na dinamização do museu e na afirmação do centro de congressos. Ajuda-nos na missão que procuramos e que, por vezes, parece uma missão impossível.

... se a alma não é pequena, avisava-nos o Poeta.

Eng. Carlos de Brito PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Page 3: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

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A Universidade Católica Portuguesa tem conhecido uma expansão notável contando actualmente cerca de 10 800 alunos inscritos e 15 000 licenciados pelas suas Faculdades de Filosofia, Teologia, Ciências Humanas, Direito, Ciências Económicas e Empresariais, Escola Superior de Biotecnologia, Instituto de Promoção e Desenvolvimento Social, Facul-dade de Letras, Escola Superior de Ciências e Tecnologia, Escola das Artes, Instituto de Bioética e de Educação. Oferece actualmente 45 licenciaturas e mais de quatro dezenas de Pós-Graduações e Mestrados.

É dirigida pelo Conselho Superior, presidido pelo Magno Chanceler, Senhor Patriarca de Lisboa, D. José da Cruz Policarpo. Tem como Magnífico Reitor o Prof. Doutor Manuel Braga da Cruz.

O Centro Regional do Porto da Universidade Católica, presidido pelo Prof. Doutor Francisco Carvalho Guerra, iniciou a sua actividade, na cidade do Porto em 1978, com a Licenciatura em Direito. Actualmente, este Centro conta com cerca de 4200 alunos inscritos e distribuídos por mais de quinze licenciaturas e cursos de pós-graduação leccionados em dois pólos da ci-dade: O Campus da Foz e o Campus da Asprela.

Seguindo os princípios e objectivos que nor-teiam a Universidade Católica Portuguesa, o Centro Regional do Porto desenvolve esforços no sentido da promoção da investigação e do

ensino superior; do incremento da cultura nos planos intelectual, artístico, moral e espiritual; da preparação de quadros para a sociedade e a educação permanente, de forma a criar assim uma autêntica comunidade universitá-ria, alicerçada nos princípios da verdade e do respeito pela pessoa humana.

A Personalização do Ensino; o Apoio Social; os Prémios de Mérito e, a Ligação desde cedo ao Mercado de Trabalho são algumas das acções concretas do Centro Regional do Porto que vão ao encontro destes princípios e objecti-vos. Tudo isto, num ambiente de Interdisci-plinaridade e sem nunca esquecer a Cultura Académica.

O Campus da Foz é integrado pela Escola de Artes, pela Faculdade de Economia e Gestão, pelos Institutos de Bioética e Educação e pe-las extensões das seguintes unidades básicas: Faculdade de Direito e Faculdade de Teologia.O Campus da Asprela integra a Escola Supe-rior de Biotecnologia com uma extensão nas Caldas da Rainha.

A UCP é membro da AMTC desde 2000, tendo estabelecido com esta entidade um protocolo de colaboração que tem permitido aos alunos da UCP, nomeadamente da sua Faculdade de Economia e Gestão, estudarem o funcionamento da Associação, do museu e do centro de congressos e à AMTC ter acesso aos resultados desses estudos. Para além

desse tipo de colaboração, nos últimos dois anos foram desenvolvidos alguns trabalhos que visaram dar resposta concreta a questões relevantes para a adequada fundamentação das decisões do Conselho de Administração, em especial no que diz respeito à percepção pública da actividade desenvolvida pela AMTC quer em termos do museu quer do seu centro de congressos. A avaliação que, do lado da UCP, se faz da forma como tem decorrido este protocolo é extremamente positiva, pelos benefícios recíprocos que têm sido retirados por ambas as instituições. Para o futuro, a UCP está empenhada em aprofundar o rela-cionamento com a AMTC, contribuindo para a dinamização do seu museu e, sobretudo, para a afirmação do seu centro de congressos como o Centro de Congressos do Porto.

Universidade Católica Portuguesa, CRP

Universidade Católica Portuguesa Centro Regional do Porto

ASSOCIADO

A Universidade Católica Portuguesa (UCP) é uma instituição de interesse público sem fins lucra-tivos, criada em 1967 por Decreto da Santa Sé. Tem como objectivos essenciais a promoção da investigação e do ensino superior, o incremento da cultura, nos planos intelectual, artístico, moral e espiritual, a preparação de quadros para a sociedade e a educação permanente, criando assim uma autêntica comunidade universitária, alicerçada nos princípios da verdade e do respeito pela pessoa humana.

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EDIFÍCIO ARTE (TOPO PÁGINA)

E EDIFÍCIO A.E.

© FOTOS CEDIDAS PELA UCP

Page 4: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

O Motor da RepúblicaOs Carros dos Presidentes

Inaugurou no dia 24 de Janeiro, no edifício da Alfândega do Porto a exposição “O Motor da República – Os carros dos Presidentes”, uma organização do Museu da Presidência da República em colaboração com o Museu dos Transportes e Comunicações, que esteve patente ao público até 24 de Fevereiro.

DESTAQUE JORNAL DO MUSEU DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES| 4

© PEDRO MATIAS

MUSEU DA PRESIDÊNCIA

DA REPÚBLICA

Page 5: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

A exposição marca um percurso pela história da República, desde a sua implantação, em 1910, até à actualidade, guiado pelas viaturas usadas pelos diversos Presidentes desde en-tão. É assim a história contemporânea de Por-tugal que se encontra reflectida nos veículos expostos, que transportam em si as caracterís-ticas das épocas em que foram utilizados.

O visitante é convidado a percorrer um percurso por quatro núcleos que, organiza-dos cronologicamente, atravessam os três principais períodos do século XX português, e dão conta das viaturas associadas ao serviço de segurança do Chefe do Estado utilizadas durante o mesmo período.

O primeiro núcleo é dedicado ao serviço hipo-móvel, que marcou fortemente todo o período da I República (1910-1926), composto por viaturas que haviam pertencido à Casa Real e que foram posteriormente integradas no serviço hipomóvel da Presidência da Repú-blica. Poucos foram os veículos motorizados utilizados durante este período, e infelizmente nenhum chegou até aos nossos dias. Estão ainda integrados neste núcleo dois automó-veis, ambos da década de 1930, e que são já

um exemplo claro das mudanças políticas introduzidas com a ditadura militar e poste-riormente reforçadas durante o Estado Novo (1926-1974), com a aquisição de uma viatura blindada pela polícia política no ano de 1938 para o serviço do Presidente da República a reflectir o carácter securitário do novo regime.

O núcleo seguinte é dedicado às grandes via-turas de aparato que foram adquiridas duran-te as décadas de 50 e 60 do século passado. Realizam-se neste período visitas de Estado a Portugal de grande importância, como sejam os casos dos Presidentes do Brasil, Café Filho e Juscelino Kubitscheck de Oliveira, da rainha de Inglaterra, Isabel II, de Dwight Eisenhower, Presidente dos Estados Unidos da América, e do Papa Paulo VI a Fátima. Para estas visitas o Estado português adquiriu novas viaturas, e na Presidência da República, a imagem de austeridade deixada por viaturas como o Mercedes Blindado da década de 1930, é substituída pelo aparato dos Rolls Royce e dos Cadillac, em ambos os casos com carroçarias abertas e fechadas. Junto destas viaturas, um curioso e raro automóvel Pegaso oferecido ao Presidente da República general Craveiro Lopes, em 1953 pelo generalíssimo Franco, Chefe de Estado espanhol.

No terceiro núcleo é dado a conhecer o património automóvel utilizado durante o período da Democracia, após a revolução de 25 de Abril (1974-2006). Este reflecte o papel atribuído pelo novo regime ao Chefe do Es-tado, através de uma presença mais discreta junto dos cidadãos, com viaturas de menor aparato, e com o privilégio de características como conforto, segurança e rapidez. Aqui são apresentados automóveis como o Citroën CX 25 Prestige, de 1987, o Mercedes 560 SEL de 1990, ou até um Audi A8 idêntico ao utilizado pelo actual Presidente da República, Jorge Sampaio. Junto destes automóveis são ainda

apresentados um Peugeot 403 Grand Luxe, do tempo do Presidente Américo Tomás, e um Mercedes 600 Sédan, limusina de grande aparato, que apesar de adquirida na década de 1960, manteve a sua utilização como viatu-ra destinada a serviço protocolar do Chefe do Estado até há menos de dez anos.

O último núcleo desta exposição é dedicado às forças de segurança que prestam servi-ço ao Chefe do Estado, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública. Aqui podemos ver automóveis e motos que integraram escoltas de honra realizadas ao Presidente da República e a Chefes de Estado estrangeiros, um valioso Porsche da Brigada de Trânsito da GNR, um VW Carocha da PSP, e um Fiat Croma do Serviço de Segurança da Presidência da República, também assegu-rado pela PSP. É ainda possível observar uma curiosa viatura de comunicações adquirida e equipada durante os mandatos presidenciais de Ramalho Eanes e que assegurou a ligação da Presidência da República com a comuni-cação social e com as forças de segurança durante as deslocações do Chefe do Estado.

Amândio FelícioMUSEU DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

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© PEDRO MATIAS

MUSEU DA PRESIDÊNCIA

DA REPÚBLICA

Page 6: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

Mobilidade enquanto utility?

Consideram-se utilities “bens ou serviços em relação aos quais se admite que os membros de uma sociedade têm direito, mediante uma cobrança razoável e que não poderiam ser distribuídos de forma satisfatória pelos canais de mercado usuais”.

O conceito de mobilidade tem vindo a alterar-se. As pessoas esperam, cada vez mais, ter maior mobilidade, associando ao transporte individual um papel de “proporcionador” de flexibilidade, embora esta seja cada vez mais condicionada pelo congestionamento, sobretudo nos grandes centros urbanos, com tendência a agravar-se, dependendo da posse de veículo próprio ou do uso de transporte público. Isto remete-nos para a existência de uma ineficiente afectação de recursos, sendo necessário atribuir um preço à mobilidade.Se existe uma rede de estradas onde as pes-soas se podem mover, mas esta está conges-tionada, é necessário criar um mecanismo que permita a todos o acesso à mobilidade de modo eficaz e simples.

A solução passará pela criação de um serviço público de mobilidade? Poderemos ver a mobilidade como uma utility?A mobilidade, enquanto serviço público, po-deria ser vista como um “serviço consumível” apoiado sobre uma rede, neste caso uma rede de estradas. Fará sentido existir uma organização que controle o acesso à rede de mobilidade e que “forneça” um serviço? Como seria pago esse serviço?

Supondo que se criava uma organização res-ponsável pela mobilidade urbana, essa orga-nização deteria o controle de acesso à rede de estradas, sendo a mobilidade, enquanto utility, “fornecida” através dessa rede. Todos os utilizadores poderiam aceder à rede, pagando um preço pelo tempo de utilização da rede e pelo espaço ocupado, mas não pela utilidade que dão à mobilidade, isto é, o cliente deveria pagar a mobilidade em termos de quilómetros e horas, independentemente do modo de

transporte utilizado.

Assumindo a mobilidade como uma utility, o seu preço deveria ser definido por taxas fixas. Assim sendo, uma pessoa pagava mais quan-tas mais horas se movesse ou mais quilóme-tros se deslocasse, podendo essa deslocação ser efectuada indiferentemente de autocarro, táxi ou automóvel.

No caso do automóvel, como poderia ser controlado o seu uso, sendo o preço da mobi-lidade definido por taxas e o serviço fornecido por uma empresa que controlaria também o acesso à rede?

Neste contexto, o automóvel deixaria de ter sentido enquanto propriedade privada. A em-presa detentora do controle da rede poderia também ser detentora dos veículos que se-riam utilizados em prol da mobilidade na rede por aqueles que quisessem ter uma maior flexibilidade na deslocação ou, simplesmente, quisessem “gozar do prazer de conduzir”.Também o estacionamento deixaria de ter enquadramento neste cenário. Não existin-do automóveis privados, também deixaria de haver necessidade de os estacionar. Os automóveis individuais, enquanto parqueados, não estariam ao serviço de ninguém, estariam simplesmente prontos a ser utilizados por um cliente que pagaria a mobilidade por eles proporcionada.

Já imaginou a existência de um sistema simples, cómodo e fiável para os utilizadores, isto é, um sistema que disponibilizasse todos os meios de transporte, particularmente os veículos para uso individual, a todas as horas, em vários locais da cidade, em boas condi-ções técnicas e abastecidos com energia para

qualquer utilização, de forma a que qualquer cliente que pretendesse mover-se “entrasse” na rede da forma que mais lhe conviesse?

Já imaginou uma realidade onde a manu-tenção, limpeza e garantia de comodidade fossem da responsabilidade da organização fornecedora do serviço de mobilidade?Já imaginou que nós, clientes, apenas seria-mos responsáveis por escolher qual o meio de transporte a utilizar em cada momento e, no final do mês, pagaríamos uma factura à empresa responsável pela mobilidade onde viriam detalhadas todas as suas deslocações em termos de tempo e/ou espaço?

Prof. Álvaro Costa FEUP

AUTOMÓVEL JORNAL DO MUSEU DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES| 6

Page 7: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

No Natal de 2005, integradas na temática do auto-

móvel e tendo como ponto de partida a exposição

“O Automóvel no Espaço e no Tempo”, o MTC voltou

a lançar uma proposta a todas as crianças e jovens

que connosco costumam fazer as Oficinas de Natal.

Desta vez os carros. Não os de direcção assistida,

os de motor ou caixa de velocidades, antes aqueles

que para se deslocarem necessitam de uma descida

ou de um empurrão. Os que para se conduzir só

necessitam de um fio preso ao eixo da frente.

Esta bem pode ser uma história que comece por

“Era uma vez...”. Pois então, era uma vez, uma casa

muito, muito grande e da qual faziam parte umas

tantas divisões e também todas elas muito grandes:

armazéns, salas e salões e muitos corredores, que

tinham claro a função de unir e aproximar todos os

grandes espaços. Essa era também a função dessa

grande casa, unir e aproximar muitas e grandes

coisas, espalhadas um pouco por todo o mundo.

Entre os vários corredores existia um muito especial

que, não sendo o mais comprido, era e é o mais

longo de todos os espaços. Chamam-lhe o Corredor

do séc. XX. Isso mesmo, um corredor que descreve

a história dos meios de comunicação ao longo de

mais de 100 anos, precisamente os que decorreram

durante os últimos cento e picos anos. Um corredor,

enquanto sítio de uma casa, tem como primeira

função criar ligações e este espaço é precisamente

um desses, são sempre locais de passagem. Assim

sendo, seja bem vindo quem vier por bem e viaje-

mos pelo século XX.

Aqui nos encontramos na primeira sala e no já

distante tempo da 1ª Grande Guerra, dura, muito

dura, é certo, mas também e ao mesmo tempo

partilhamos os encantadores primeiros vinte anos

do século, época de avós, bisavós e trisavós e até de

reis e de rainhas. O telefone, a carta e o postal eram

tão comuns...e como se escrevia! E se falava! Sim,

porque era das palavras que se faziam os serões,

fossem eles de invernia ou veraneio.

Dando mais uns passos, logo entramos na sala des-

ses tempos mais difíceis mas tão inovadores anos

20. Houve quem fosse para longe, muito longe, do

Brasil ao Canadá, vejam lá! Mas já se pode dançar ao

som da telefonia e ler, pois assim é que é, conviver.

Chegados aos anos quarenta e cinquenta, mais

uma vez constatamos a evolução tecnológica com

o aparecimento de uma rádio mais moderna e o

grande avanço dos telefones que fizeram da comu-

nicação “0 pão nosso de cada dia”! Mas nem tudo

foi brilhante. A sabedoria humana? Essa bem podia

ser aplicada de forma mais pacífica e lá se foi mais

uma guerra e o holocausto, nem lembrar! Melhores

anos virão pois então.

E vieram, cá estão! Mágicos os anos 60, os anos

de todas as transformações! Senão, reparem no

objecto que mudou o mundo, esse que está em

quase todas as casas, que dá mas também nos tira

o convívio, é ela, a poderosa, a fascinante, a TV, a que

toda a gente vê...

Entremos pois agora na sala das Revoluções e foi de

Liberdade que o Portugal dos anos 70 foi feito. Feita

foi também a Democracia, que fez dum país velho

um Portugal mais comunicativo e onde de tudo

chegava a todos. A televisão, por exemplo,...todos a

verão e com liberdade de expressão, comunicação!

Chegados aos anos 80, e já agora, porque é que se

fala tão pouco? Já quase nada nos surpreende, qua-

se, pois porque só agora vemos a TV a cores e até já

podemos gravar em cassete o que queremos mais

tarde recordar. E os CDs? Será que desapareceu o

vinil? Olhem o telefone, já é digital! Tudo, tudo agora

parece mais real!

Final do século e do milénio. Até aqui chegamos nós

e que sala esta! Tanta coisa e coisa nenhuma! DVD,

plasma, computador portátil, telemóvel e tanta,

tanta conversa, pois é só conversa... estás aí? O que

disseste?

Bom, e para terminar, parece que chegamos ao fim

deste longo corredor e já lá foram mais de cem anos.

É curioso que com as histórias passadas ainda ouço

alguma coisa... e que bom é às vezes ouvir!

Carlos Campos CostaAMTC

O CORREDOR DOS CENTO E PICOS ANOS

OFICINAS DE NATAL 2005 – “CARRINHOS DE ROLAMENTOS, BRINCADEIRAS DE OUTROS TEMPOS”

Parece simples, mas os que aceitaram o nosso de-

safio puderam perceber que mesmo assim construir

um carrinho de rolamentos, tem a sua arte. Então e

o que foi necessário?

Tábuas, rolamentos, parafusos, pregos, cordas, von-

tade e alegria, quase parece a lista para uma receita.

De natal?! Talvez. Se pensarmos que estamos a falar,

mais uma vez, na receita apresentada para divertir e

fazer sorrir as crianças nas férias de Natal, através

das Oficinas de Natal 2005 do MTC. Pois, desta vez

os carrinhos de rolamentos. Proposta: construir,

correr e concorrer.

Vamos começar pelo primeiro desafio: conceber e

construir um carrinho de rolamentos. Depois de usa-

dos todos os conhecimentos e reunidos os materiais

necessários, testá-los foi o segundo desafio. Tarefa

divertida e igualmente emocionante para pequenos

e grandes. Terão ficado as emoções por aqui?

Não. Claro que não. A prova final foi vivida quase como

a apoteose destes 3 dias. “O Circuito da Alfândega”,

nome dado à iniciativa que trouxe ao Museu não só os

“construtores – corredores”, mas também pais, avós,

irmãos, amigos e todos os que quiseram assistir.

Confiando na destreza e até na sorte, cada dupla

colocava à prova a sua força e conhecimentos na

condução por meio de aceleramentos e derrapagens.

Vencedores ou vencidos? Isso já não parecia impor-

tar. Agora eram verdadeiros vencedores de três dias

atarefados, motivados e alegres, onde a palavra de

ordem era “Carrinhos de Rolamentos, Brincadeiras

de Outros Tempos”.

Serviço Educativo e de AnimaçãoAMTC

CCI | OFICINAS | 7

© RUI PINHEIRO

ARQUIVO AMTC

©ARQUIVO AMTC

Page 8: Jornal do Museu dos Transportes e Comunicações

REUNIÃO DE OBRA –CICLO DE EXPOSIÇÕES

Inaugurada a 15 de Dezembro de 2005 “Reu-nião de Obra”, um ciclo de seis exposições temporárias estarão patentes no “contentor” (projectado pelo Arquitecto Souto de Moura) até Fevereiro de 2007, dedicado a obras de arquitectura edificadas ou em fase de cons-trução. Elaborada pela Ordem dos Arquitec-tos – Sessão Regional Norte e o Museu dos Transportes e Comunicações, este ciclo de exposições tem como principal objectivo dar a conhecer a um público alargado a natureza complexa e interdisciplinar do trabalho do arquitecto no processo de obra, focando as fases do Projecto de Execução e Assistência Técnica à Obra.Para a primeira exposição deste ciclo, foi se-leccionada a obra de recuperação do Palácio do Freixo, responsabilidade dos Arquitectos Fernando Távora e José Bernardo Távora, obra exemplar no campo da recuperação e do restauro, promovida pela Câmara Municipal do Porto através da Agência para a Moderni-

zação do Porto SA, APOR.

“VIAJAR COM O MUSEU” – ESTADIAS RECENTES

Porque nunca é demais falar da itinerância da exposição “Viajar com o museu” pelos locais por ela visitados (cerca de 14 instituições), estimamos que a nossa mensagem já tenha passado por cerca de 90.000 visitantes. No 2º semestre de 2005 a exposição esteve presente na Exponor, no âmbito do evento Autoclássico e viajou pelas bibliotecas de Ovar, Vila Nova de Gaia e Biblioteca Pública do Porto. Com o novo ano chegámos à Bibliote-

ca Almeida Garrett, partindo depois para o Hospital Joaquim Urbano. Outros destinos se perspectivam no Porto e concelhos em redor.

ANIVERSÁRIO MTC E “AUTOMÓVEL NO ESPAÇO E NO TEMPO”

No dia 14 de Dezembro de 2005, a exposi-ção “O Automóvel no Espaço e no Tempo” completou 5 anos de existência, tendo sido visitada ao longo do ano passado por cerca de 15 mil visitantes que aí continuam a poder vislumbrar a história da evolução técnica do automóvel. Uma exposição que continua ao dispor de todos quantos a queiram visitar, trocar experiências, vivências e emoções.

PÚBLICO DE 2005Ao longo do ano de 2005 o MTC contou com a curiosidade de 32.352 visitantes. Umas pela primeira vez, outras por uma segunda, as visitas guiadas formam a grande percentagem de visitantes de 2005. Durante o decorrer deste ano, a procura dos nossos visitantes fez-se ora pelas exposições permanentes, ora pelas temporárias, ou até pelos programas que nestes espaços se desenvolveram, tal como o “Programa Aniversário”, “Famílias nos Museus” e “Viver uma Escola Diferente”.O número atrás referido conta também com o importante contributo de todos os visitantes que a título individual nos resolveram visitar.Durante o Verão houve um reforço ao nível da divulgação promovendo-se semanas temá-ticas dedicadas à história do Automóvel, à comunicação da Ciência, ao outro lado da Televisão e da Rádio e à descoberta de uma

redacção virtual de um Jornal.Um agradecimento a todos quantos nos visi-taram, afinal de contas é para o público que trabalhamos. Obrigado e voltem sempre!

SITE E NEWSLETTER DO MTC

A renovada página assim como a recentemen-te criada Newsletter do MTC já se encontram disponíveis on-line, para todos quanto dese-jem saber mais informações e estar conecta-dos com o que de mais fresco vai acontecen-do no MTC. Prometemos disponibilizar tudo o que seja novidade para tornar estes sítios mais próximos de si.

NOVIDADES A ACONTECER DENTRO EM BREVE

Abertura de um Terceiro Núcleo de Exposi-ção Permanente e Biblioteca/ Centro de Documentação “Metamorfose de um Lugar” sobre a memória do edifício.

Projecto Porto de Crianças 2006 – ao redor do nosso país… momentos e espaços mágicos… este ano propomos “Metamorfose de um lugar” – núcleo museológico e biblio-teca, vertente histórica e arquitectónica do edifício. Visitas, trabalhos práticos e visitas estendidas às famílias das crianças.

Porto Digital… A cidade do Porto e as suas instituições culturais on line, e à distância de um click sob a dinamização da Associação Porto Digital.

NOTÍCIASDO MUSEU

No próximo dia 19 de Março,

o Porto Palácio Hotel propõe

um completo programa de

alojamento e de refeições,

criado especialmente para

mimar os pais neste dia tão

especial. Para as famílias

que pernoitem no Porto

Palácio, o hotel preparou um

pacote que, além da estadia

em quarto familiar e do pe-

queno-almoço buffet, inclui

a oferta de jornal no quarto

e o almoço ou o jantar do

dia 19. Como já vem sendo

hábito, o restaurante Ma-

druga preparou igualmente

uma ementa cuidada para

o almoço e para o jantar do

Dia do Pai que vai fazer as

delícias dos pais mais gulo-

sos. O Porto Palácio Hotel

sugere ainda aos “pais” um

presente especial: serem

“enólogos por um dia”. A ini-

ciativa decorre no Lugar do

Vinho, às 18 horas, e permite

aos homenageados fazer o

próprio vinho, aprendendo

algumas técnicas com ver-

dadeiros profissionais.

HORÁRIOS DE VISITA

Terça a Sexta10h-12h > 14h-18hSábados, Domingose Feriados15h > 19h

CONTACTOS

Museu dos Transportes e ComunicaçõesR. Nova da AlfândegaEdifício da Alfândega4050-430 Porto

Tel: 22.340 30 00Fax: 22.340 30 [email protected]

APOIOOFICINASSAZONAIS: