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Editor André Galvão Editor-assistente Betânia Santana e Ricardo Novelino
» CASO MARISTELA JUST
À espera de uma Justiça que tardou e não pode falharPublicado em 09.05.2010
A partir de quinta-feira, a família da universitária, morta pelo ex-marido,em 1989, vivenciará o julgamento aguardado há mais de duas décadas
Faltam quatro dias para o julgamento esperado há 21 anos por uma famíliapernambucana que não esquece a tragédia daquele 4 de abril de 1989. Às9h de quinta-feira, dia 13, o Tribunal do Júri de Jaboatão dos Guararapes,no Grande Recife, começa a decidir o desfecho do caso do assassinato dauniversitária Maristela Just, morta aos 25 anos pelo ex-marido, ocomerciante José Ramos Lopes Neto. Depois de atirar contra a jovem, osdois filhos e o cunhado, num crime de repercussão mundial, ele foi presoem flagrante. Mas ficou atrás das grades por apenas um ano, beneficiadopor habeas corpus. Carregando até hoje sequelas da agressão, Zaldo Neto,na época com 2 anos, e Nathália, que tinha 4, vão testemunhar contra opai. É o dia em que a família espera ver o pesadelo acabar.
A proximidade entre o Dia das Mães, comemorado hoje, e o dia da decisãodo júri popular aumenta as expectativas dos parentes e amigos deMaristela. Por isso, Nathália e Zaldo Neto tomaram a iniciativa de escreveruma mensagem para a mãe, em que expressam o desejo de ver o paipunido. “Queríamos tanto, hoje, no seu dia, poder te abraçar, olhar emteus olhos e dizer o quanto te amamos... Infelizmente faz 21 Dias dasMães e não podemos, ainda, te dar e ganhar o presente que tantosonhamos: a justiça. Mas logo, logo, mamãe, isso será possível.”
Sete jurados decidirão pela culpa ou inocência do acusado. Se condenado,caberá à juíza Inês Maria de Albuquerque Alves, da 1ª Vara do Júri deJaboatão, proferir a sentença. No tribunal, a promotora do MinistérioPúblico de Pernambuco Natália Campelo vai sustentar os termos dadenúncia, que apontam José Ramos como autor de homicídio duplamentequalificado e três tentativas de homicídio. “Nesses anos todos, a defesa doréu usou todos os recursos para postergar o julgamento ao máximo. Masagora ele já está intimado e as vítimas serão inquiridas”, garante.
Em junho de 2001, a 1ª Vara do Júri de Jaboatão sinalizou que o júri seriaconvocado naquele ano, o que não aconteceu. Oito anos depois, os Justnão escondem a ansiedade diante da chegada do julgamento. “Osentimento de justiça está renascendo. Peço que os homens da lei e oscéus deem pena máxima para ele”, diz uma das irmãs, Marcela Just.
Maristela estava separada de José Ramos havia dois anos. Agressões eramcomuns, relata a mãe dela. Dirce Just não esperava, porém, que as
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ameaças se concretizariam. Acabou ouvindo os tiros que mataram a filha edeixaram feridos o neto, na cabeça, a neta, no ombro direito, e o filhoUlisses, no peito. Hoje, aos 24 anos, Zaldo tem o lado esquerdo do corpoparalisado. Este ano, termina a faculdade de direito. A irmã Nathália tem26 anos, é publicitária e está casada. Ela mantém um blog(casomaristelajust.blogspot.com) e um twitter (@casomaristelaju) sobre ahistória da mãe.
O JC tentou contato com a defesa de José Ramos, porém nem a Justiçanem o Ministério Público souberam informar quem seria o advogado docomerciante.
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