ÓR G Ã O D E D I V U L G A Ç Ã O D A S AT I V I D A D E S D O S E N A D O F E D E R A L A N O V II � Nº 1.405 � B R A S Í L I A, QUARTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 2001

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Plenário aprova gratuidade doexame de DNA para carentes

Projeto que altera a lei de assistência judiciária a pessoas de baixa renda foi encaminhadoà sanção presidencial. Vários senadores destacaram a importância social da matéria

Após a aprovação, Ramez Tebet anunciou o envio imediato do projeto de lei à sanção do presidente da República

O Plenário do Senadoaprovou ontem projeto de leida Câmara que permite apessoas de baixa rendarealizar gratuitamente oexame de DNA em processosde investigação depaternidade ou maternidade.O projeto foi enviado àsanção presidencial.

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Normas sobreproduto dietéticovoltam ao exameda Câmara

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Aprovado com emendas peloSenado, projeto que exigemais informações nasembalagens de produtosdietéticos voltará àCâmara dos Deputados.

Presidente da Caixa anunciou na Comissão de Assuntos Econômicos olançamento, em breve, de três novos programas habitacionais

Parecer sobrereforma doJudiciário vaihoje a votaçãoPÁGINA 2

Parlamentareslevam propostasdo Mercosula europeusPÁGINA 4

Combate àdiscriminaçãoassinala Dia daConsciência NegraPÁGINA 8

Senadores cobram daCaixa solução para500 mil mutuários

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 20012

A G E N D AA G E N D AQUARTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 2001

JORNAL DO SENADO www.senado.gov.br - E-mail: jornal@senado.gov.br - tel.: 0800 612211 - fax: (61) 311 3137

Impresso pelaSecretar ia Especial

de Editoração ePub l i cações

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O noticiário do Jornal do Senado éproduzido pela equipe de jornalistas

da Subsecretaria Agência Senado

MESA DO SENADO FEDERAL Agaciel da Silva MaiaRaimundo Carreiro SilvaMário MaronaAndréa Valente da Cunha (61) 311-1150Maria da Conceição Lima Alves (61) 311-3170Antonio Caraballo (61) 311-3327Djalba Lima, Edson de Almeida, Eduardo Leão, João Carlos Ferreira da Silvae José do Carmo AndradeSergio Luiz, Wesley Bezerra de Carvalho, Osmar Miranda e Iracema F. da SilvaLindolfo do Amaral Almeida, Miquéas Dantas de Morais e Eny Junia CarvalhoCélio Azevedo, Márcia Kalume, Waldemir Rodrigues, Roosevelt Pinheiro, Roque Sá, José Cruz e Jane de AraújoCirilo Quartim Tratamento de Imagem: Edmilson Figueiredo

Diretor-Geral do Senado:Secretário-Geral da Mesa:

Diretor da Sec. de Comunicação Social:Diretora de Divulgação e Integração:

Diretora do Jornal do Senado:Diretor da Agência Senado:

Editores:

Diagramação:Revisão:

Fotos:Arte:

Ramez TebetEdison LobãoAntonio Carlos ValadaresCarlos WilsonAntero Paes de BarrosRonaldo Cunha LimaMozarildo CavalcantiAlberto Silva, Marluce Pinto,Maria do Carmo Alves eNilo Teixeira Campos

Presidente:1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:

1º Secretário:2º Secretário:3º Secretário:4º Secretário:

Suplentes de Secretário:

O Plenário do Senado pode vo-tar hoje proposta de emendaconstitucional do senador AdemirAndrade (PSB-PA) que garantemais recursos aos fundos consti-tucionais para o desenvolvimen-to das regiões Norte, Nordeste eCentro-Oeste. A proposta eleva de3% para 4% a parcela de toda aarrecadação dos Impostos deRenda e sobre Produtos Industri-alizados (IPI) destinada ao finan-ciamento das três regiões.

Pela Constituição, a União ficahoje com 53% de toda a arreca-dação do Imposto de Renda e doIPI. Os 47% restantes são dividi-dos entre estados, municípios,Distrito Federal e as três regiões.O projeto tira 1% da União e fazsua redistribuição entre as regi-ões Norte, Nordeste e Centro-Oes-te. Cálculos do Executivo mos-tram que as regiões passariam areceber, aproximadamente, até

Deve ser votado hojepela Comissão de Constitui-ção, Justiça e Cidadania(CCJ), a partir das 10h, orelatório do senador Ber-nardo Cabral (PFL-AM) so-bre a proposta de emendaà Constituição (PEC) quereforma o Poder Judiciário.Foram apresentadas 248emendas.

A CCJ deve analisar tam-bém proposta de emendaconstitucional, do senadorTião Viana (PT-AC), quederruba a exigência de voto se-creto nas deliberações sobre per-da de mandato de deputado fe-deral e senador. No substitutivoapresentado, o senador JoséEduardo Dutra (PT-SE) amplia oalcance da matéria, suprimindo da

O acesso à biodiversidade é temade audiência pública programadapela Comissão de Assuntos Soci-ais (CAS) para hoje, a partir das9h. O debate foi proposto pela se-nadora Marina Silva (PT-AC).

Estão convidados para compora primeira mesa, que analisará asiniciativas do Executivo e do Le-gislativo sobre a questão, os mi-nistros do Meio Ambiente, SarneyFilho, da Ciência e Tecnologia,Ronaldo Sardenberg, e das Rela-ções Exteriores, Celso Lafer. Tam-bém farão parte da primeira ro-dada de debates os senadores Os-mar Dias (PDT-PR) e Marina Sil-va, além dos deputados federaisRicarte de Freitas (PSDB-MT) eSocorro Gomes (PCdoB-PA).

Na segunda etapa da reunião,que será iniciada às 11h, a mesaserá composta por representan-tes da Advocacia Geral da União,dos Ministérios Públicos do Esta-do de São Paulo e do Distrito Fe-deral e Territórios, da Secretariade Biodiversidade e Florestas (ór-gão do Ministério do Meio Ambi-ente), da Fundação Indígena doAmazonas e do Instituto O Direitopor um Planeta Verde.

VIGILÂNCIAA ausência de uma vigilância

mais rigorosa da saída de recur-sos da flora e fauna brasileiraspara o exterior é a principal preo-cupação da senadora, apreensãocompartilhada pelos senadoresCarlos Patrocínio (PTB-TO) e Mo-zarildo Cavalcanti (PFL-RR).

Comissão vota hoje parecersobre reforma do Judiciário

O relatório foi apresentado por Bernardo Cabral. A CCJ deve tambémexaminar fim do voto secreto nas decisões relativas a perda de mandato

Constituição todas as hipóteses devotação secreta no Congresso. Emvoto em separado, o senador Ro-mero Jucá (PSDB-RR) defende arejeição da proposta.

Também consta da pauta subs-titutivo da Comissão de Educação

ao projeto de lei da Câma-ra sobre repressão ao tráfi-co ilícito e uso indevido deentorpecentes. A matériatramita em conjunto comprojeto do senador LúcioAlcântara (PSDB-CE).

A comissão deve pronun-ciar-se ainda, em caráterterminativo, sobre projetodo senador Ademir Andra-de (PSB-PA) que modificao sistema de identificaçãoe registro de imóveis. A pro-posta torna obrigatória, no

caso de registro de imóvel rural, aindicação de características, loca-lização, área, denominação e re-gistro cadastral no órgão fundiá-rio do estado ou da União. O se-nador José Fogaça (PPS-RS) apre-sentou parecer favorável.

R$ 800 milhões a mais por ano.O governo, em princípio, não

concorda com a proposta, poisteme perder arrecadação. O ar-gumento do Executivo é que nemtodas as verbas dos fundos dastrês regiões têm sido usadas. Osenador Ademir Andrade afirmaque essa situação vem mudandoe, no caso da Região Norte, �jáhá uma fila de projetos à esperade financiamento�. A situação seinverteu, explica, por conta dealterações burocráticas no exa-me de projetos e porque desdejaneiro o setor de serviços tam-bém passou a ter direito aos em-préstimos.

DROGASO Plenário também pode votar

hoje projeto que fixa novas regraspara fiscalização e controle deprodutos químicos utilizados nafabricação ilícita de drogas. Deautoria do Executivo, o projeto

autoriza a Polícia Federal a fiscali-zar severamente todas as empre-sas que produzem ou comerciali-zam produtos químicos, como aacetona, utilizada no refino dacocaína. O relator, senador Ro-meu Tuma (PFL-SP), pretendeque a proposta se transforme emlei antes do fim deste ano.

Os senadores discutirão ainda,com possibilidade de votação,projeto do senador Osmar Dias(PDT-PR) que troca o Índice Ge-ral de Preços � Demanda Interna(IGP-DI), da Fundação GetúlioVargas (FGV), pelo Índice Geral dePreços ao Consumidor Amplo(IPCA), do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE), naatualização monetária das dívidasdos estados com a União. Segun-do Osmar Dias, o IPCA já é usadopelo governo federal para fixarmetas de inflação e na correçãodos seus próprios débitos.

Plenário pode garantir mais recursos para fundos

Acesso àbiodiversidadeserá debatido

Marina é autora do requerimentopara realização da audiência na

Comissão de Assuntos Sociais

Bernardo Cabral é relator, na CCJ, da proposta deemenda constitucional que reforma o Judiciário

Senador Ramez TebetPresidente

10h � Recebe o senador Osmar Dias10h30 � Recebe representante de Taiwan, LouisKuo Ruey Shou11h � Recebe Bernhard Eckner, representante doprograma Terra Viva na Alemanha e gerente doprograma no Brasil12h � Recebe Emílio Carazzai, presidente da CaixaEconômica Federal12h30 � Recebe o deputado Nelson Marquezelli,acompanhado de delegação da República Popularda China15h30 � Preside sessão deliberativa ordinária17h30 � Reunião da bancada do PMDB. Liderançado PMDB18h30 � Apresentação do programa Canal doMunicípio. Café dos Senadores

PLENÁRIO

14h30 � Sessão deliberativa ordináriaPauta: PLC 89/01, que estabelece normas de controlee fiscalização sobre produtos químicos que diretaou indiretamente possam ser destinados àelaboração ilícita de substâncias entorpecentes,psicotrópicas ou que determinem dependência físicaou psíquica; votação em primeiro turno da PEC 20/01, que dispõe sobre o aumento de 3% para 4% doproduto da arrecadação dos impostos sobre a Rendae proventos de qualquer natureza e sobre ProdutosIndustrializados; primeira sessão de discussão emsegundo turno da PEC nº 69/99, que dispõe sobrefinanciamento ao setor produtivo das regiões Norte,Nordeste e Centro-Oeste; mensagens indicandoJosé Augusto Lindgren Alves, Marco Antônio DinizBrandão e José Gregori para embaixadores do Brasil,respectivamente, junto aos governos da Bulgária,do Laos e de Portugal; entre outras proposições.

COMISSÕES

9h � Comissão de Assuntos SociaisPauta: audiência pública com a participação derepresentantes dos Ministérios do Meio Ambiente,de Ciência e Tecnologia, e das Relações Exteriores;da Secretaria de Biodiversidade e Florestas; daAdvocacia Geral da União; dos Ministérios Públicosde São Paulo e do Distrito Federal e Territórios; daFundação Indígena do Amazonas; e do Instituto porum Planeta Verde, com a finalidade de discutir oacesso à biodiversidade. Ala Senador Nilo Coelho� Sala 2

10h � Comissão de Constituição, Justiça eCidadaniaPauta: PEC nº 29/00 (tramita em conjunto com asPECs nºs 21/95; 5, 16, 21, 23, 33, 54, 62, 71, 74, 74,81 e 92, de 1999; 1, 5 e 20, de 2000; e 15/01), quedispõe sobre a reforma do Poder Judiciário; entreoutras proposições. Ala Senador Alexandre Costa �Sala 3

10h � Comissão Mista de Orçamento Público eFiscalizaçãoPauta: apreciação de relatórios apresentados.Plenário 2 do Anexo Luís Eduardo Magalhães daCâmara dos Deputados

18h � Comissão de Fiscalização e ControlePauta: eleição do presidente. Ala Senador AlexandreCosta � Sala 13

BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 2001 3JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

O presidente do Sena-do, Ramez Tebet, anun-ciou que enviaria aindaontem à sanção presiden-cial o projeto de lei quepermite às pessoas de bai-xa renda realizar gratuita-mente, em processo de in-vestigação de maternida-de ou paternidade, o exa-me de DNA.

Oriundo da Câmara, oprojeto altera a lei queconcede assistência judi-ciária aos necessitados,isentando do pagamento do exameaquele que não pode pagá-lo. Aofinal da votação, Ramez Tebet cum-primentou o autor da iniciativa, de-putado Coriolano Sales (PMDB-BA),que se encontrava no Plenário.

A matéria deveria ter sido votadana semana passada, mas houve lon-go debate em razão de o Poder Exe-cutivo recear os custos que o bene-fício demandaria no Orçamento daUnião. Antes da votação, o senador

O Senadoaprovou ontemdois requerimen-tos do senadorCasildo Mal-daner (PMDB-SC) para que oTribunal de Con-tas da União(TCU) realize auditorias nas obras daVia Expressa Sul, em Florianópolis(SC), e na construção da BR-282, queliga a capital catarinense à fronteirado Brasil com a Argentina.

Na primeira obra, o requerimentopede que o tribunal verifique a legali-dade dos contratos e seus aditamen-tos, bem como a necessidade técnicada reformulação constante do projetoe seu custo real. No segundo requeri-mento, Maldaner solicita que a audi-toria examine a legalidade dos con-tratos e o custo médio real do quilô-metro projetado e executado.

O senador argumentou que o Legis-lativo está prestes a votar o Orçamentoda União para 2002 e, como há dúvi-das em relação às obras, �é um risco�destinar a elas novos recursos se forem,no futuro, confirmadas irregularidadesnos trechos até agora executados.

TCU investigaráobras em rodoviasde Santa Catarina

A requerimento do senador JoséEduardo Dutra (PT-SE), o Senadoadiou para o dia 27 a votação doprojeto de lei da senadora Mari-na Silva (PT-AC) instituindo o Di-ploma Chico Mendes de Meio Am-biente e Cidadania. Segundo aproposta, serão agraciadas pes-soas físicas e jurídicas que te-nham contribuído de forma rele-vante para as causas do meio am-biente e da cidadania.

O projeto determina que o di-ploma será conferido anualmente,sempre em dezembro � mês damorte do líder seringueiro ChicoMendes �, em sessão do Congres-so Nacional especialmente convo-cada para esse fim. A seleção doscandidatos será feita por um con-selho especial, integrado por cincoparlamentares.

Em seu parecer favorável ao pro-jeto, o senador Sebastião Rocha(PDT-AP) afirma que, �em país detão curta memória quanto o Brasil,é relevante que a obra de ChicoMendes não seja relegada ao es-quecimento�.

Diploma ChicoMendes tem

votação adiada

M a l d a n e r

Vai à sanção projeto que garantea gratuidade do exame de DNA

Senadores se manifestaram emPlenário para apoiar a aprovaçãodo projeto que garante a pessoasde baixa renda a gratuidade doexame de DNA. Vários deles ho-menagearam a vereadora SandraArantes do Nascimento Felinto, deSantos (SP), que provou na Justi-ça ser filha de Pelé e conseguiuaprovar em sua cidade projetoparecido. Após a aprovação daproposta, ela parabenizou o Se-nado �por ter entendido a impor-tância social do projeto�. Segun-do Sandra, o exame do DNA custacerca de R$ 900. �É muito caro paraa maioria da população�, disse.

O senador Sebastião Rochalembrou que a Lei de AssistênciaJudiciária aos Necessitados jáprevê que as custas do processosejam pagas pela parte vencida.

O Senado aprovou com emen-das projeto que obriga os fabri-cantes de produtos dietéticos aindicar na embalagem a qualida-de e a quantidade de adoçantes(edulcorantes) utilizados em suacomposição. O invólucro deveráconter também o valor da inges-tão diária máxima recomendadae o valor calórico do produto.Devido às emendas, o projetovoltará à Câmara.

O projeto recebeu elogios dosenador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), que informou ser diabético epreocupar-se por ver à vendaprodutos fabricados por empre-sas que não esclarecem eficaz-mente no rótulo os componentesdo que está sendo vendido.

� Há uma confusão de termi-nologia entre o que é light e o queé diet, que vem complicar maisainda o assunto � afirmou.

Entre outras mudanças, o Se-nado decidiu que, no caso de pro-dutos em que tenha havido subs-tituição parcial do açúcar poradoçante, o rótulo deverá tam-bém indicar o percentual do po-der calórico do açúcar substituí-do. Outra emenda aprovada esta-belece que o descumprimento dasnormas pelo fabricante configu-rará infração sanitária e crimecontra as relações de consumo.

A senadora Maria do CarmoAlves (PFL-SE) considerou oprojeto, relatado por ela, �damaior importância�, por assegu-rar ao consumidor o conheci-mento da composição dos pro-dutos que está usando.

Foi aprovada ontem a proposta que prevê o benefício a pessoas de baixa renda em processo deinvestigação de maternidade ou paternidade. Os gastos serão cobertos pelo Judiciário

José Fogaça (PPS-RS) disse que �ainteligência do projeto� está exata-mente em atribuir ao Judiciário asdespesas com os exames.

Relator da matéria na Comis-são de Constituição, Justiça e Ci-dadania (CCJ), o senador Sebas-tião Rocha (PDT-AP) lembrou,em seu relatório, que a lei hojeprotege os filhos havidos fora docasamento ou adotados, proibin-do discriminação relativa à

filiação. No seu entender, contu-do, continuava a incerteza a res-peito da paternidade, que é pre-sumida, e da própria maternida-de, visto serem possíveis fraudesna definição da mãe biológica.

� Com a aprovação do projeto,dá-se agora a quem não tem con-dição financeira de investigar a pa-ternidade e a maternidade verda-deira a possibilidade de descobri-la � disse o senador.

Senadores aplaudem aprovação da proposta

Houve longo debate em Plenário antes de o projeto ser aprovado

Se o perdedor comprovar seruma pessoa sem condições de semanter, não será obrigado a pa-gar pelo exame, conforme o pro-jeto aprovado.

Líder do governo, o senadorArtur da Távola (PSDB-RJ) expli-cou que o governo deixou de seopor ao projeto devido à sua im-portância social. Afirmando queo Senado realizava uma sessãohistórica, o senador Antonio Car-los Valadares (PSB-SE) disse quea proposta estava sendo aguarda-da com otimismo pelas pessoasmais pobres e preencherá �inacei-tável lacuna no exercício dos di-reitos sociais�.

A senadora Emilia Fernandes(PT-RS) afirmou que o projetofacilitará as investigações de pa-ternidade para as famílias des-

protegidas. Heloísa Helena (PT-AL) apontou o grande abismosocial existente no país para lou-var a mudança que permitirá aosnecessitados o acesso ao direitode investigar sua filiação. O se-nador José Fogaça (PPS-RS) res-saltou a consistência da medi-da. Ele destacou que o custeiodos exames ficará a cargo do Ju-diciário.

Para Ademir Andrade (PSB-PA), �todo ser humano tem o di-reito de saber quem é seu pai�. Osenador Tião Viana (PT-AC) lou-vou a coragem e determinaçãocom que a senadora Heloísa He-lena defendeu a proposta. O se-nador Carlos Patrocínio (PTB-TO) pediu que o presidente daRepública sancione o mais rapi-damente possível o projeto.

O Senado aprovou ontem os textos do Acor-do sobre Cooperação Técnica e Procedimen-tos Sanitários e Fitossanitários celebrado emBrasília, em novembro de 1999, entre o Brasil ea República Tcheca. Também foram acatados oAcordo sobre Transporte Aéreo, assinado em1999 com a Bélgica, e o Acordo sobre Isençãode Vistos em Passaportes Comuns, celebradona capital brasileira, em abril de 2000, entre oBrasil e a República do Panamá.

Plenário acata acordos internacionaisO Plenário também aprovou os textos da

emenda aos anexos à Convenção de Basiléiasobre Controle do Movimento Transfronteiriçode Resíduos Perigosos, adotados durante a IVReunião da Conferência das Partes. Foram aca-tadas ainda as emendas à Constituição da Or-ganização Mundial da Saúde, bem como o tex-to do acordo que garante o estabelecimentode escritório diplomático, no Rio de Janeiro,para a União Latina.

Produto dietéticodeverá conter

mais informação

A re la to ra Mar ia do Ca rmocons ide ra que o p ro je to �é da

maio r impo r tânc ia�

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 20014

Negociar a transferência de tec-nologia e de recursos financei-ros para o treinamento de pes-soal nos países do Mercosul foium dos objetivos dos parlamen-tares brasileiros da Comissão Par-lamentar Conjunta do Mercosulque participaram da IV ReuniãoInterparlamentar com membrosdo Parlamento Europeu, realiza-da na primeira quinzena do mêsem Estrasburgo, na França.

A comissão, integrada porcongressistas do Brasil, Argen-tina, Paraguai e Uruguai, querefetivar o convênio de US$ 1,3milhão firmado com a ComissãoEuropéia em maio de 2000. Oacordo prevê a transferência de

Comissão do Mercosul negocia com aEuropa transferência de tecnologia

Congressistas do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai participaram de reunião com oParlamento Europeu para efetivar convênio que garantirá treinamento de pessoal

tecnologia do Par-lamento Europeupara capacitar pes-soas que vão ad-ministrar o futuroParlamento do Mer-cosul.

Os parlamentaresbrasileiros defende-ram também novasfontes de financia-mento para o desen-volvimento susten-tável do Mercosul,com destaque para meio ambi-ente, biotecnologia e desenvol-vimento de pequenas e médiasempresas. A delegação brasileirafoi liderada pelo presidente da

Comissão do Mercosul no Con-gresso Nacional, senador Rober-to Requião (PMDB-PR).

Outra prioridade da delegaçãobrasileira foi provocar a discus-

são sobre as barreiras tarifáriasimpostas pelos europeus à entra-da de produtos agrícolas nacio-nais na União Européia. Para aComissão do Mercosul, os subsí-dios agrícolas e incentivos à ex-portação praticados nos paíseseuropeus criam concorrênciadesleal com os produtos agríco-las nacionais e prejudicam a ex-pansão do comércio brasileiro.

Na primeira de uma série de au-diências, os parlamentares bra-sileiros e seus colegas do blocodo Mercosul foram ouvidos porautoridades da Comissão Euro-péia, responsável pela autoriza-ção de recursos financeiros parapaíses em desenvolvimento.

Roberto Requião liderou a delegação brasileira nareunião realizada na cidade francesa de Estrasburgo

A Comissão de Relações Exteri-ores e Defesa Nacional (CRE)aprovou, por unanimidade, pare-ceres favoráveis às indicações dodiplomata Cristiano Whitakerpara o cargo de embaixador doBrasil na Namíbia e do diplomataAlcides Gastão Rostand Pratespara chefiar a missão diplomáticado país no Vietnã. Os nomes dosindicados pelo presidente da Re-pública ainda precisam ser apro-

Aprovadas indicaçõespara duas embaixadas

vados pelo Plenário do Senado.Caso seja aprovado, Prates irá

substituir Whitaker na embaixadabrasileira em Hanói, no Vietnã. Opaís disputa com o Brasil o mer-cado internacional de café. Segun-do Prates, a produção vietnamitavem crescendo rapidamente, e jáchega a 14 milhões de toneladas,volume superior à produção daColômbia, um dos maiores produ-tores mundiais.

O representante da Sociedadede Pesquisa em Vida Selvagem eEducação (SPVS), Clóvis Borges,afirmou ontem à comissão parla-mentar de inquérito (CPI) queapura denúncias de irregularida-des praticadas por organizaçõesnão-governamentais (ONGs) quesó se deveria conceber desenvol-vimento econômico se houverconservação ambiental. SegundoBorges, todo desenvolvimentodeve ser sustentável, respeitandoo uso racional das áreas de pre-servação e promovendo a cons-cientização para reverter proces-sos de devastação.

Respondendo a questionamen-to do senador Leomar Quintani-lha (PFL-TO), que presidiu a reu-nião, Clóvis Borges explicou que

Representante de ONG querdesenvolvimento sustentável

a única ligação entre a Sociedadede Pesquisa e a Fundação O Boti-cário � que atua na região deGuaraqueçaba (PR) � foi o finan-ciamento de alguns projetos daentidade que representa pela ONGO Boticário. Em resposta ao sena-dor Gilvam Borges (PMDB-AP),Clóvis Borges afirmou que a SPVSrecebeu recursos internacionaisde organizações como a TheNature Conservacy e do órgão dogoverno norte-americano Usaid.

Clóvis disse ainda que a SPVSreceberá R$ 10 milhões da Gene-ral Motors ao longo de 40 anos,para cumprimento de projeto deconservação ambiental. A SPVStem também convênios com ogoverno, especialmente com oMinistério do Meio Ambiente.

O senador Iris Rezende (PMDB-GO) afirmou que o momento es-colhido pelo Executivo para edi-ção da �medida provisória anti-greve se apresenta inoportuno�.A paralisação dos professores uni-versitários já ultrapassa os 90 diase continua o movimento dos ser-vidores do INSS e do Banco Cen-tral, lembrou. Para o senador, �aimpressão que fica� é que o go-verno quer ampliar as punições erestringir o direito de greve en-quanto mecanismo de reivindica-ção, �o que pode ferir princípiosdemocráticos�.

� Um assunto tão delicadocomo o direito dos trabalhadoresexige um clima de serenidade paraa sua discussão.

De acordo com Iris, não serápelo �caminho da força� que seencontrará solução para a grevenas universidades. Ele observouque �um governo liderado por umpresidente que é professor uni-versitário� sabe que �o desfechopara esse impasse só pode vir atra-vés do diálogo�.

Para Iris, ediçãode �MP antigreve

é inoportuna�

I r i s cob rou dog o v e r n od iá logo comos p ro fe s so re sem g reve

Souto elogiaprograma de

bolsa de estudo

Sou t o :p r o g r a m ab a i a n obenef i c iae s t udan t eca r en t e

O senador Paulo Souto (PFL-BA) apontou o programa Faz Uni-versitário, lançado pelo governoda Bahia, como forma de garantira permanência de estudantesoriundos da rede pública em ins-tituições privadas de ensino su-perior. O senador ressaltou que opreço alto das mensalidades difi-culta o acesso dos estudantes po-bres às faculdades. Segundo dis-se, o número de universidadespúblicas na Bahia � cinco � é pe-queno em relação à demanda.

Paulo Souto explicou que o pro-grama Faz Universitário oferecebolsas de estudo aos estudantesque cumprirem os seguintes re-quisitos: ter cursado da 5ª sériedo ensino fundamental até a 3ªsérie do ensino médio em escolaspúblicas, ser classificado no Exa-me Nacional do Ensino Médio e seraprovado no vestibular de institui-ção privada de nível superior.

� Ser proveniente da rede pú-blica é o primeiro pré-requisitopara que um estudante possa secandidatar a uma dessas bolsas.

A Comissão de Fiscalização e Con-trole (CFC) deve eleger hoje, às 18h,seu novo presidente. De acordo com aproporcionalidade das bancadas dospartidos no Senado, definida no iníciodeste ano, cabe ao PMDB, maior le-genda da Casa, indicar um nome parao cargo. A comissão era presidida pelosenador Ney Suassuna, que se licen-ciou para assumir o Ministério da Inte-gração Nacional.

A reunião será presidida pelo sena-dor Jonas Pinheiro (PFL-MT), que con-tinua na vice-presidência da CFC. O novopresidente pode ser um dos senadoresdo PMDB que já integram a comissão.O líder do partido na Casa, senadorRenan Calheiros (AL), porém, pode in-dicar o nome de outros senadores parapreencher a vaga.

A comissão ganhou destaque com arealização de diversas reuniões paraanalisar relatórios sobre diligênciasfeitas pelo Tribunal de Contas da União(TCU). A CFC pediu que novas investiga-ções fossem feitas, por exemplo, nometrô do Distrito Federal, além de re-jeitar o requerimento de quebra de sigi-lo bancário do ex-secretário-geral daPresidência da República Eduardo Jorge.

Fiscalização deveeleger hoje

novo presidente

Embaixador daRomênia visita

o SenadoO presidente do Senado, Ra-

mez Tebet, recebeu na manhã deontem a visita do embaixador daRomênia, Ion Floroiu.

Tebet e o embaixador discutiramo estreitamento das relações so-ciais, culturais, econômicas e ci-entíficas entre o Brasil e a Ro-mênia.

Representantes de diversos órgãosde defesa dos direitos das criançase adolescentes do estado de MatoGrosso do Sul encontraram-se on-tem com o presidente do Senado,Ramez Tebet. Eles estão em Brasí-lia para participar da 4ª Conferên-cia Nacional dos Direitos da Crian-ça e do Adolescente.

Durante a audiência, os integran-tes da comitiva informaram o sena-dor sobre as atividades do ConselhoTutelar e do Conselho Estadual dosDireitos da Criança e do Adolescen-te de Mato Grosso do Sul.

Tebet é informadosobre situação demenores em MS

BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 2001 5JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Diversos senadores manifestaram preocupação com a situação dosmutuários em dificuldades, cujo saldo devedor pode atingir R$ 20 bilhões

Em depoimento ontem à Comis-são de Assuntos Econômicos (CAE),o presidente da Caixa EconômicaFederal, Emílio Humberto Carazzai,anunciou a adoção, em breve, detrês novos programas destinados areduzir o déficit habitacional do país:a poupança imobiliária, o consór-cio para a compra de imóveis e oplano de capitalização associado aosorteio de residências.

De acordo com Carazzai, a pou-pança vinculada � comum em paí-ses como a França e a Alemanha �seria destinada a quem quer remu-neração pelo investimento, mas po-de aguardar algum tempo para com-prar um imóvel. O consórcio benefi-ciaria os que abrem mão da remune-ração em troca da possibilidade desorteio. E o plano de capitalizaçãouniria a remuneração, ainda que re-duzida, à chance do sorteio.

� Esses novos programas não se-rão parte do eixo principal da polí-tica habitacional, mas sim novas mo-

Senadores da oposição e do blo-co do governo cobraram ontem dopresidente da Caixa Econômica Fe-deral, Emílio Carazzai, uma soluçãomais rápida para os cerca de 500 milmutuários do Sistema Financeiro deHabitação (SFH) que se encontramhoje em sérias dificuldades criadaspelos planos econômicos. O saldodevedor desses mutuários, já esti-mado em R$ 9 bilhões, com os cál-culos de correção monetária, jurose penalidades referentes ao ano de2001 poderá atingir R$ 20 bilhões,segundo estimativas feitas por Re-nato Nardonni, da Superintendên-cia Nacional de Habitação da CEF.

A preocupação dos senadores foimanifestada durante a audiênciapública realizada na Comissão deAssuntos Econômicos (CAE). Parao senador Arlindo Porto (PTB-MG),que assinou, junto com o senadorLúcio Alcântara (PSDB-CE), o reque-rimento solicitando a audiência, édifícil para os mutuários, com ossalários congelados, suportar jurosde 18% ao ano mais inflação de 6%ao ano. Porto exemplificou que oBanco do Brasil está cobrando atu-almente 9% ao mês de juros no che-que especial, o que ele consideraabsurdo numa economia que con-quistou a estabilidade. O senadortambém reclamou maior preocupa-ção com o financiamento de habi-tações no meio rural, onde há umdéficit de 2 milhões de moradias.

O presidente da Caixa Econômi-ca Federal, Emílio Carazzai, disse aossenadores que o Sistema Financei-ro de Habitação poderá receber, nospróximos dias, uma injeção de R$ 1bilhão do FAT (Fundo de Amparoao Trabalhador), para novos finan-ciamentos. É o que determina a pro-posta do ministro do Trabalho e doEmprego, Francisco Dornelles, fei-ta ao Conselho Curador do Fundo.Isso possibilitará que, já em janeiro,a instituição retome os financiamen-tos para a classe média alta.

Emílio Carazzai sugeriu a recria-ção, �de forma inteligente�, do FCVS(Fundo de Compensação das Varia-ções Salariais); a intensificação dasoperações de leasing imobiliário; ea redução de impostos. Ele reco-

nheceu os transtornos gerados peloFCVS na forma como foi concebidooriginalmente, pois impediu que aprestação subisse mais que o rea-juste salarial, mas não conseguiuevitar que o saldo devedor tivessecrescimento exponencial.

� Podemos criar um novo FCVS,só que de forma mais inteligente �disse, ao adiantar que a Caixa já estátrabalhando no assunto e que logoirá apresentar sua nova concepção.

Carazzai queixou-se, ainda, dainadimplência de alguns municípi-os no pagamento de empréstimosfeitos com recursos do FGTS paradesenvolvimento urbano. Sem pa-gamento, o Conselho Curador doFGTS impede novos empréstimos aesses municípios.

O senador Lúcio Alcântara, presi-dente da CAE, disse que há hoje umagrande preocupação, não somentecom a discrepância entre os juroscobrados e as taxas de inflação, masainda com relação às enormes dis-paridades dos diversos índices depreços utilizados nos contratos definanciamento habitacional.

PLANO DIRETORNo entendimento de Fernando

Bezerra (PTB-RN), o modelo eco-nômico concentrado na aplicaçãode altas taxas de juros esgotou-se eprecisa de novo direcionamento.Essa política de juros altos, disseBezerra, inviabilizou o Sistema Finan-ceiro Imobiliário (SFI), criado paraos segmentos de classe média.

Eduardo Suplicy (PT-SP) mos-trou-se mais preocupado com anecessidade de se definir no orça-mento os níveis de transferência derendas para os mais pobres, idéiacompartilhada pela senadora Helo-ísa Helena (PT-AL). A senadora pe-diu um detalhamento do perfil dos

Caixa terá três novos programas habitacionaisPresidente da CEF diz à Comissão de Assuntos Econômicos que o atual governo já investiu

R$ 24 bilhões no setor e sugere medidas para solucionar, a médio prazo, o déficit de moradias no país

500 mil devedores do SFH que seencontram em dificuldades, paraque se tenha uma idéia de quantosrealmente precisam de subsídios dogoverno.

Nessa mesma linha, Mauro Miran-da (PMDB-GO) quis saber do presi-dente da Caixa as reais possibilida-des de se conceder subsídios aosinadimplentes do SFH, sugerindotambém que a CEF passe a exigir dosmunicípios que buscam recursosjunto à instituição um plano diretorsocial, dentro das normas do Esta-tuto da Cidade, de modo a impedir,principalmente, que pessoas de bai-xa renda sejam assentadas em lo-cais remotos, sem qualquer infra-estrutura.

Antonio Carlos Júnior (PFL-BA)mostrou-se preocupado com odescompasso dos custos do dinhei-ro na captação e na aplicação dosfinanciamentos habitacionais, con-cordando com a idéia de se conce-der subsídios com recursos fiscaispara as famílias de baixa renda.

dalidades que colocaremos à dis-posição da sociedade � esclareceu.

O presidente da CEF afirmou que,apesar de haver herdado uma situ-ação caótica no setor, o governoFernando Henrique já investiu R$24 bilhões no financiamento habita-cional, com recursos provenientesdo Fundo de Garantia do Tempo deServiço (FGTS), da própria Caixa edo Orçamento Geral da União.

Com esse investimento, observouCarazzai, 1,2 milhão de unidadeshabitacionais foram financiadas noperíodo. Em 2000, acrescentou, fo-ram investidos no setor R$ 7 bilhões,um recorde histórico. Mas em 2001,devido à adoção de normas maisrigorosas para a concessão de cré-dito, a quantia investida deverá re-cuar aos níveis de 1999.

TRÊS FRENTESVisando à solução do déficit habi-

tacional a médio prazo, o presiden-te da CEF sugeriu investimentos emtrês frentes. Para a classe média alta,

defendeu o aperfeiçoamento do Sis-tema Financeiro Imobiliário (SFI),com inovações como a isenção daCPMF nas operações de securitiza-ção de crédito. A isenção facilitariaa colocação de títulos no mercadoe o retorno mais rápido do capital.

Recursos do FGTS e da Caixa, alémde subsídios públicos, poderiam ga-rantir, na opinião de Carazzai, os fi-nanciamentos aos integrantes deuma camada social que, apesar deter acesso a crédito, representariaum risco excessivo de inadim-plência.

As camadas mais pobres da po-pulação deveriam ser beneficiadas,segundo ele, por programas chama-dos concessionais, que envolveriamtransferência de renda com fontesfiscais � ou seja, do Orçamento daUnião. �É preciso que o Congressoe a sociedade definam quanto po-derá ser destinado a 10 milhões defamílias que não têm acesso a crédi-to�, disse Carazzai.

SFH pode receber mais R$ 1 bilhãopara financiamentos à classe média

Senadores cobram solução para 500 mil mutuários

Hartung diz que hidrelétricaprejudica Espírito Santo

O senador Paulo Har-tung (PSB-ES) protes-tou contra a construçãoda Hidrelétrica de Ai-morés, na divisa de Mi-nas Gerais e EspíritoSanto, por entender queseu estado será preju-dicado. Afirmou que oRio Doce terá seu fluxodiminuído, instalando-se o caos na região emque o leito natural será abandona-do e posteriormente alvo do des-pejo da hidrelétrica.

Hartung propôs a realização deaudiência pública na Comissão deServiços de Infra-Estrutura paradebater os impactos ambientais,econômicos e sociais da hidrelé-trica. Para ele, a União, detentorados recursos de energia hidráuli-ca de rios que banham mais de

um estado, mostrou-sereticente, aprovando o�absurdo projeto�.

O senador informouter apresentado projetoprevendo compensa-ção financeira para esta-dos e municípios afeta-dos pela construção dehidrelétricas.

Em aparte, o senadorGerson Camata (PMDB-

ES) afirmou que a obra representaum esbulho do estado de MinasGerais, que quer se beneficiar daenergia, deixando para o EspíritoSanto o leito, seco, do Rio Doce.

O senador Ricardo Santos(PSDB-ES) disse que problemasestruturais do projeto trazemprejuízos ao Espírito Santo, deven-do o Senado procurar a fórmulajusta para reparar os danos.

Hartung propõeaudiência pública

para avaliar danos

Emílio Carazzai aolado do presidente daComissão de Assuntos

Econômicos,Lúcio Alcântara

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 20016

A Comissão de Educação (CE)aprovou ontem requerimento dasenadora Emilia Fernandes (PT-RS) para realização de audiênciapública destinada a discutir a par-ticipação estrangeira no capital deprestadora de serviço de TV acabo. A entrada de capital estran-geiro no mercado de TV a caboestá prevista no projeto de lei apre-sentado pelo senador licenciadoNey Suassuna (PMDB-PB), quehoje ocupa o Ministério da In-tegração Nacional.

� Não sou contra o projeto.Minha iniciativa é apenas paraoportunizá-lo � disse a senadora,lembrando que, neste momento,o Congresso Nacional está discu-tindo duas proposições sobre oassunto: a proposta do Ministériodas Comunicações para a novaLei de Radiodifusão e também aemenda constitucional que per-mite ao capital estrangeiro parti-cipação nas empresas jornalísticasde radiodifusão.

Para Emilia, o projeto de Suas-suna �não pode ser dissociado daquestão maior das telecomunica-ções e da radiodifusão�. A audi-ência pública, para ela, permitiráque os senadores se informemsobre as implicações da entradade empresas estrangeiras na radio-difusão a cabo, além de evidenci-ar a necessidade da inserção do

O presidente da Comissão deEducação, senador Ricardo San-tos (PSDB-ES), informou ontemque irá procurar o presidente doSenado, Ramez Tebet, para bus-car um canal de negociação comas lideranças da Casa, a fim de queseja estabelecido �um mínimo deconsenso� em torno do projetode lei que concede 34% de aumen-to à Gratificação de Exercício deDocência (GED) aos professoresuniversitários. Ricardo Santos in-formou que a direção da Associa-ção Nacional dos Docentes deEnsino Superior (Andes) já se ma-nifestou contra a proposta.

Ricardo Santos disse que tam-bém pretende conversar com opresidente do Senado sobre aspossibilidades de entendimentocom o presidente da República,uma vez que a responsabilidade

Audiência discutirá capital estrangeiro na TV a caboComissão de Educação aprova proposta de Emilia Fernandes para realização do debate, que

deverá contar com a presença de especialistas e dos presidentes da Anatel e das associações de emissoras

projeto de Suassuna �no univer-so maior da nova Lei de Radiodi-fusão�.

Além �do grande número demensagens� que vem recebendode todo pais, Emilia disse ter sidoestimulada pelos debates que a CEtem realizado sobre as propostasque mudam a atual legislação quedisciplina a radiodifusão.

O senador Moreira Mendes(PFL-RO) manifestou-se a favor darealização da audiência pública,ainda sem data marcada. Ele res-saltou as inúmeras dificuldadesque as operadoras de TV a cabovêm enfrentando e observou quea lei tem sido mais benevolente

com as emissoras de sinal aberto.Juvêncio da Fonseca (PMDB-

MS) propôs algumas substituiçõesna relação original dos exposito-res sugerida pela senadora. Jun-tamente com o senador GersonCamata (PMDB-ES), ele alegou queentre os seis primeiros nomes ha-via nítida vantagem a favor dosque são contra o projeto de Suas-suna. Roberto Saturnino (PSB-RJ)concordou com a importância deos senadores ouvirem os dois la-dos da questão.

A lista dos debatedores � sujeitaa alterações � incluiu os seguintesnomes: Renato Guerreiro, presi-dente da Agência Nacional de Te-

lecomunicações (Anatel); JoséAugusto Moreira, presidente daAssociação Brasileira de TVs porAssinatura (ABTA); Paulo Macha-do de Carvalho Neto, presidente daAssociação Brasileira de Emissorasde Rádio e Televisão (Abert); LuizEduardo Borgeth, consultor davice- presidência do Sistema Brasi-leiro de Televisão (SBT); e o pro-fessor Murilo Ramos, da Universi-dade de Brasília (UnB).

Santos busca apoio de Tebetpara acordo com professores

pelo pagamento dos salários dosgrevistas foi remetida �à mais altainstância do Executivo�.

O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) relatou haver participado, navéspera, de reunião com o coman-do de greve da Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro (UFRJ), que oincumbiu de solicitar o apoio dacomissão com vistas a uma solu-ção para a greve dos docentes dasuniversidades públicas federais,que já dura mais de 90 dias.

Ricardo Santos lembrou que,como presidente da Comissão deEducação, já promoveu encontrodos grevistas com representantesdo Ministério da Educação e la-mentou as dificuldades para umentendimento. O senador manifes-tou também sua preocupação emrelação à possível perda do ano le-tivo e ao adiamento do vestibular.

Com base em parecer do se-nador Roberto Saturnino (PSB-RJ), a Comissão de Educação(CE) rejeitou ontem projeto doex-senador Luiz Estevão quedestina 5% do preço de bilhe-teria de filme estrangeiro parafinanciar o cinema brasileiro.O relator argumentou que coma edição da medida provisóriaque institui as normas geraispara uma política de cinema, aproposta de Estevão �perde osentido�.

Saturnino esclareceu que amedida provisória já se encon-tra em exame no Congresso,onde tem sido discutida comos segmentos do setor cinema-tográfico, inclusive em audiên-cias públicas com a presençade seus representantes.

A CE também aprovou pa-recer do senador José Fogaça(PPS-RS) contrário a projetodo senador Gilvam Borges(PMDB-AP) que inclui a disci-plina Direito da Cidadania nocurrículo do ensino médio.

Para Emilia Fernandes (PT-RS), a proposta, de fato, de-veria ser rejeitada, mas nãopelas razões apresentadas porFogaça, que alegou, inclusivegastos com a contratação deprofessores para lecionar adisciplina.

� Quando se trata de educa-ção não existem gastos, masinvestimentos � afirmouEmilia.

Os dois projetos rejeitadosestavam tramitando em cará-ter terminativo.

Rejeitadas propostas sobrecinema e nova disciplina

Presidida por Ricardo Santos, a Comissão de Educação aprovou várias matérias,além da proposta de Emilia Fernandes (foto menor)

O senador Ade-mir Andrade (PSB-PA) sustentou queo projeto em dis-cussão na Câmarados Deputados quepermite acordosentre patrões e sin-dicatos, reduzindodireitos trabalhistas previstos na CLT,�não irá gerar empregos�, como vemdefendendo o ministro do Trabalho, Fran-cisco Dornelles. A proposta �enfraqueceos trabalhadores, a parte fraca da relaçãocapital-trabalho�, opinou o senador.

� O que o governo pretende é reduziros custos do trabalho, passando para ostrabalhadores o custo da desaceleraçãoeconômica � disse Ademir.

O senador considera ilusão pensar queos empresários usarão em novos inves-timentos o dinheiro economizado coma mudança na CLT. A seu ver, está claroque as empresas buscarão alternativasmais rentáveis e seguras no mercadofinanceiro.

� Se aprovado o projeto, os patrõesirão impor sua vontade nos acordos e osdireitos e salários dos trabalhadoresserão reduzidos � previu Ademir.

A Comissão de Educação (CE) apro-vou parecer do senador Francelino Pe-reira (PFL-MG) ao projeto do deputadoPaulo Octávio (PFL-DF) que cria o selocomemorativo em homenagem ao cen-tenário do nascimento do ex-presidenteJuscelino Kubitschek. A data será co-memorada em 12 de setembro do pró-ximo ano. A matéria segue agora paravotação no Plenário do Senado.

De acordo com o projeto, caberá àEmpresa de Correios e Telégrafos (ECT)a criação, emissão e comercializaçãodo selo. O que for arrecadado com avenda do selo será destinado à elabora-ção de publicações sobre a história e aobra de JK, a serem destinadas aos alu-nos da rede pública de ensino.

Francelino Pereira lembrou que Jus-celino, que governou o país entre 1955e 1960, foi um dos maiores presiden-tes que o Brasil já possuiu. Ele desta-cou várias obras do estadista, entre asquais a construção de Brasília e o pro-grama �50 anos em 5�, impulsionadordo crescimento econômico do país.

Ademir repudiaredução de direitosdos trabalhadores

Ademir Andrade

Homenagem a JK vai à decisão

do Plenário

BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 2001 7JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

O senador Álvaro Dias (PDT-PR) questionou ontem o rigor dogoverno brasileiro na luta pela eli-minação dos subsídios dados pelogoverno norte-americano e pelaUnião Européia aos produtos des-tinados à exportação, especial-mente no setor de alimentos.

� O presidente vai à França, dis-cursa no Parlamento e é aplaudi-do de pé. Vai aos Estados Unidos,conversa com George Bush e, aqui,os governistas comemoram e pro-clamam sua habilidade diplomáti-ca. Sem dúvida, o discurso é com-petente, mas e as providências? Eas ações que deveriam suceder aodiscurso? � perguntou.

Álvaro disse que os países maisavançados, amparados nas melho-res teorias econômicas, preconi-zam as virtudes do livre comércio,mas praticam o protecionismoatravés de barreiras não-tarifáriasde diversos tipos, além dos subsí-

O presidente Fernando Henri-que Cardoso vai anunciar hoje oprograma que institucionaliza oSeguro Safra, informou o senadorLúcio Alcântara (PSDB-CE). Oanúncio será feito durante visitaàs cidades de Petrolina (PE) eAraripe (CE).

Segundo o senador, esse segu-ro � que terá a participação depequenos produtores, municípiose estados � visa constituir um fun-do para ressarcir os agricultoresque tiverem perda superior a 60%

O senador Ricardo Santos(PSDB-ES) apelou para a rees-truturação e a prorrogação doPrograma de Revitalização das

Cooperativasde ProduçãoAgropecuária(Recoop). Osenador criti-cou as grandesexigências co-bradas dos co-operados paraque os contra-tos sejam fe-

chados e o fato de os recursos doprograma estarem sendo utiliza-dos prioritariamente para paga-mento de dívidas. Para resolver oproblema, o senador sugeriu quesejam adotadas taxas de jurosmais baixas nos contratos.

� A implementação do Recooptem se desvirtuado de seu propó-sito original, de revitalizar as coo-perativas agropecuárias. Sua ope-racionalização tem sido mais uti-lizada como instrumento para so-lucionar problemas do sistema fi-nanceiro � reclamou o senador.

Santos lembrou que o progra-ma, que se encerra em 31 de de-zembro, foi lançado em 1999 pelopresidente Fernando HenriqueCardoso como forma de dar con-dições para o desenvolvimentosustentado das cooperativas.

O senador AntonioCarlos Júnior (PFL-BA) defendeu ontemem Plenário altera-ções nas regras de for-mulação e de aprova-ção do Orçamento dogoverno federal paratorná-lo mais sintéticoe impositivo. Ele con-clamou os senadoresa agilizar a votação depropostas de emenda à Consti-tuição em tramitação no Sena-do Federal sobre o assunto, in-

O senador Os-mar Dias (PDT-PR) anunciou oencaminhamen-to, ao Tribunalde Contas do Pa-raná, do parecerpor ele solicita-do à Consultoriado Senado sobrea ilegalidade doadiamento, para 2009, do início dorecolhimento do ICMS das monta-doras Renault e Audi, concedidopelo governo do Paraná. A notatécnica da Consultoria conclui queo benefício, além de �flagrante-mente inconstitucional�, nãocumpre as condições impostaspela Lei de Responsabilidade Fis-cal (LRF).

O parecer baseia-se na determi-nação constitucional de que taisvantagens só podem ser concedi-das por deliberação conjunta dosestados e do Distrito Federal. Con-vênios como esse, justificou aConsultoria, dependem da apro-vação do Conselho Nacional dePolítica Fazendária (Confaz).

O senador An-tonio Carlos Va-ladares (PSB-SE)anunciou queestá providenci-ando, junto comsua assessoria,projeto de lei como objetivo de im-pedir que os es-tados brasileirosantecipem a cobrança de impostos.Ele explicou que tomou a iniciativaem virtude de o governador deSergipe, Albano Franco, ter anteci-pado a cobrança de ICMS no esta-do, provocando a transferência devárias empresas para a Bahia.

Segundo o senador, isso estáacontecendo, por exemplo, emTobias Barreto (SE), na fronteiraentre Sergipe e Bahia, onde maisde 70 empresas, prejudicadas pelaantecipação de impostos, transfe-riram-se para o município deTapicuru (BA), aproveitando osbenefícios tributários oferecidospela Bahia. Valadares defendeuampla reforma tributária que per-mita ao Brasil alcançar o equilíbrioeconômico.

Álvaro questiona atuação dogoverno contra protecionismoSenador cobra providências para enfrentar subsídios concedidos pelos

Estados Unidos e União Européia aos produtos de exportação

dios maciços à agricultura.� O protecionismo agrícola é

certamente um obstáculo impor-tante porque penaliza uma partesubstancial do comércio exteriorbrasileiro. A agricultura brasileiraé responsável por 30% do PIB e

de sua lavoura. Para ele, a medidaé da mais alta importância e vaimarcar época por ser uma novaforma de enfrentar os prejuízosda seca e de amparar os peque-nos produtores rurais.

Alcântara disse que o novo pro-grama caracteriza uma visão �com-pletamente diferente do que se fezaté aqui em relação à seca no Nor-deste�. Acrescentou que a iniciati-va porá fim àquela forma �muitasvezes humilhante� de auxílios irri-sórios aos agricultores que são pe-

por 25% dos empregos.Os subsídios internostambém são um fatorrelevante na medida emque eles distorcem ospreços. Se alguém dásubsídios aos produto-res de soja, por exem-plo, faz com que os pre-ços caiam nos merca-dos internacionais eisso penaliza produtoresnão-subsidiados.

Para Álvaro, existeuma contradição entrea pregação e a práticados países desenvolvi-dos sobre abertura eco-

nômica e competição leal e livre.� Se os europeus entendem que

devem subsidiar a agricultura, équestão interna deles. O condená-vel é barrar a competição de fora,tanto na Europa quanto nos paísesonde eles vendem seus produtos.

O senador Lindberg Cury (PFL-DF) homenageou as mulheressócias do Business ProfessionalWomen (Mulheres Empresárias �BPW), que visitaram ontem o Se-nado. O presidente da Casa, Ra-mez Tebet, associou-se à sauda-ção. Lindberg informou que asmulheres vieram a Brasília paradebater o papel feminino no pro-cesso político, conhecer o Con-gresso e visitar Tebet, que haviaparticipado de um encontro doBPW.

� A BPW pretende familiarizarsuas sócias com o processo políti-co e legislativo, para instrumenta-lizar a mulher de negócios, a em-presária, a ter uma participaçãopolítica ativa � disse Lindberg.

A intenção, afirmou o senador,é garantir maior participação fe-minina no processo político, al-cançando pelo menos 30% doscargos eletivos, como prevê a lei.

Alcântara aplaude programaque indeniza agricultores

riodicamente vítimas da seca.O senador informou que a idéia

nasceu em seu estado, durante ogoverno de Tasso Jereissati. A su-gestão, feita ao governo federal,foi aperfeiçoada e adequada àrealidade orçamentária. Para Lú-cio Alcântara, a iniciativa mostraa atenção que o presidente temcom a pobreza rural e com a secado Nordeste.

Antonio Carlos Júnior defende orçamento impositivocluindo uma PEC do ex-senador e ex-presiden-te da Casa AntonioCarlos Magalhães.

Antonio Carlos Júniorobservou que o PoderExecutivo, da forma co-mo é atualmente im-plementado o modeloorçamentário, pode de-cidir se aplicará ou nãoos recursos aprovados.

� A forma autorizativa é umentrave à plena utilização do Or-çamento do governo federal �

argumentou, acrescentando ha-ver consenso no Congresso Na-cional quanto à necessidade dealterar essas regras constituci-onais.

Segundo o senador, a formaatual de tramitação peca pela ra-pidez com que o Congresso Na-cional tem que examinar a pro-posta orçamentária encaminha-da pelo Poder Executivo, bemcomo pela composição da co-missão encarregada de analisá-la no Parlamento, e pelo seu ex-cessivo detalhamento.

Álvaro Dias aponta contradição entre o discursoe a prática dos países desenvolvidos

A l c â n t a r alembra quep re s iden telança hoje op r o g r a m a

Antonio Carlos Júniorsugere mudança nasregras do Orçamento

Santos quermudar programade cooperativas

Lindberg Curyregistra visita

de empresárias

Santos pede jurosmais baixos nos

con t ra tos

Osmar criticabenefício amontadoras

Valadares contraa antecipaçãode impostos

Osmar envia notatécnica a tribunal

do Paraná

Valadares anunciaprojeto que proíbe

cobrança antecipada

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 20018

He lo í sa He lena homenageoua lu ta dos escravos

pe la l i be rdade

Suplicy citou dados do Ipeaque, para ele, comprovam

exclusão dos negrosSenador Geraldo Cândido lembrou

que 2001 é consagrado aocombate ao rascismo

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelos senadores Ramez Tebet, Antonio Carlos Valadares e Álvaro Dias

Após participar, ontem, daabertura do seminário sobre Dis-criminação e Sistema Legal Bra-sileiro, promovido pelo TribunalSuperior do Trabalho (TST), opresidente do Senado, RamezTebet, afirmou que o Congressotem realizado intenso trabalholegislativo com a finalidade depromover a igualdade entre oscidadãos. Ele citou o projeto delei do senador José Sarney(PMDB-AP) que cria cotas de va-gas nas universidades e no ser-viço público para os negros.

� É necessário atentar, no en-tanto, para o fato de que a lei éuma coisa e outra coisa é a reali-

Tebet destaca ação do Congresso contra racismoPresidente do Senado participou da abertura de seminário sobre Discriminação e Sistema Legal Brasileiro, promovido peloTribunal Superior do Trabalho. Ele disse que é preciso ainda mudança cultural e conscientização para se combater problema

dade, onde se observa que algunsgrupos sofrem discriminações detoda ordem. Como essas mudan-

ças dependem também de umamudança cultural e de conscien-tização, precisamos exercitar nos-

Ramez Tebet destacou projeto de lei de iniciativa do senador JoséSarney que cria cota para negros nas universidades e serviço público

sa vontade e decisão políticapara combater a discriminação� afirmou.

Em entrevista à imprensa, Te-bet elogiou a iniciativa do Judi-ciário, pela importância e pelapropriedade do tema.

� Esse evento é ilustrativo dapreocupação dos Poderes como assunto � disse Ramez Te-bet, observando que, apesar dea Constituição brasileira deixarclaro que é proibida a práticade qualquer tipo de discrimi-nação, esta ainda acontece em

muitos setores, principalmentecontra os negros, os deficientesfísicos e as mulheres.

O Dia Nacional da ConsciênciaNegra, comemorado ontem, foitema de discurso do senador Ge-raldo Cândido (PT-RJ). A datahomenageia Zumbi dos Palmares,morto em 20 de novembro de1695, pelas forças coloniais por-tuguesas, no Quilombo dos Pal-mares, na Serra da Barriga, emAlagoas. Geraldo Cândido disseque Zumbi é o maior herói da po-pulação afrodescendente brasilei-ra por sua luta pela liberdade epor uma sociedade igualitária.

� Ele foi o líder de uma comu-nidade que reunia negros, bran-cos, índios e europeus em uma so-ciedade igualitária, multirracial,onde a terra era propriedade co-mum � afirmou o senador, citan-do outras personalidades que

Ao congratular a populaçãonegra brasileira pelo transcursodo Dia Nacional da ConsciênciaNegra, o senador Sebastião Ro-cha (PDT-AP) prometeu empe-nhar-se na votação, ainda esteano, do projeto de lei de autoriado senador José Sarney (PMDB-AP) que estabelece cota de 20%das vagas disponíveis para a po-pulação negra nas universidadese em concursos públicos. Ele érelator desse projeto na Comis-são de Constituição, Justiça e Ci-dadania (CCJ).

Cândido exalta Dia Nacional da Consciência Negra

simbolizam a luta dos negros bra-sileiros por justiça: Dandara, mu-lher do próprio Zumbi, e o mari-nheiro João Cândido, líder da Re-

volta da Chibata, que, no início doséculo, se insurgiu contra os maus-tratos na Marinha.

A data é feriado municipal noRio de Janeiro, por iniciativa dovereador petista Edson Santos,salientou Cândido. O senadorlembrou que o ano de 2001 é con-sagrado ao combate ao racismo,à xenofobia e a outras formas dediscriminação, o que reveste adata de maior relevância.

O presidente do Senado, RamezTebet, congratulou-se, em nomeda Mesa, com o pronunciamentode Geraldo Cândido e informouao Plenário ter participado de se-minário no Tribunal Superior doTrabalho, no qual foram discuti-das formas de combate à discri-minação.

Rocha promete empenho pelaaprovação de cotas para negro

Sebastião Rocha comunicouque a CCJ promove hoje, entre13h e 16h, oficina de debates so-bre o projeto de lei das cotas, coma participação de representantesdo Instituto de Pesquisa Econô-mica Aplicada (Ipea), do Institu-to Brasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE), do Ministério daJustiça e do Movimento Negro,além de juristas.

O senador disse que examina apossibilidade de que o quesito�cor� seja incluído nos documen-tos pessoais. Segundo afirmou,

A abertura do evento foi feitapelo presidente do TST, minis-tro Almir Pazzianotto. O presi-dente do Supremo Tribunal Fe-deral (STF), ministro Marco Au-rélio Mello, fez palestra intitu-lada �Ótica Constitucional: aIgualdade e as Ações Afirmati-vas�.

O presidente da Comissão deConstituição, Justiça e Cidada-nia (CCJ), senador BernardoCabral (PFL-AM), acompanhouo senador Tebet ao evento, quedesenvolveu painéis sobre racis-mo, proteção ao trabalho damulher e reserva legal de vagaspara os deficientes físicos.

O senador Eduar-do Suplicy (PT-SP)apresentou ontemdados do Institutode Pesquisa Econô-mica Aplicada (Ipea)que, a seu ver, com-provam a exclusão aque ainda é subme-tida a populaçãoafrodescendente noBrasil, mais de 100anos depois da Abo-lição da Escravatu-ra. Segundo os estudos do Ipea,os negros representam 45% dapopulação brasileira, mas corres-pondem a 64% dos pobres e a 69%dos indigentes.

� O exame mais recente das de-sigualdades no Brasil, incluindo

Suplicy: Brasil pouco fez paracorrigir efeitos da escravidão

seus aspectos raciais,denota com clarezaque a sociedade e osgovernos pouco fize-ram desde a aboliçãopara corrigir os efei-tos de mais de trêsséculos de escravi-dão. Creio que deve-mos romper nossoimobilismo e lutar-mos para implantaruma sociedade maisjusta, onde o racismo

seja uma página virada de nossahistória � disse o senador.

Eduardo Suplicy afirmou que afigura de Zumbi deve servir deexemplo para a construção deuma sociedade livre, democráti-ca e socialmente justa.

Pelo transcurso do Dia Nacionalda Consciência Negra, a senadoraHeloísa Helena (PT-AL) saudou omunicípio de União dos Palmares,em Alagoas, local onde existiu oQuilombo dos Palmares, criadopelo escravo e rei africano Zumbi.

Ela lembrou o combate dos es-cravos em busca da liberdade edisse esperar que isso possibilitea todos homenagear �essa histó-ria de luta feita pelos negros e ne-gras do país�.

Heloísa saúda União dosPalmares, terra do quilombo

Sebastião Rocha comunicou que aCCJ promove hoje oficina de

debates sobre o projeto

esse item não é mais visto comofator estimulante de discrimina-ção racial.