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No mundo empresarial de hoje, virou rotina termos de realizar o dobro de resultados do ano anterior, com menos recursos, pessoas e tempo. Primeira pergunta: qual o segredo? - ou se é que é segredo. Resposta: Poder contar com gente competente na empresa. Ter colaboradores competentes é pré-requisito para a empresa entrar e sobreviver nesta arena competitiva, independente do seu porte, setor ou localização. As empresas não se podem dar ao luxo de ter “gente” totalmente descomprometida com os seus objetivos. Em função dos desafios e tamanho da equipe, uma pessoa não engajada afeta ou dificulta o alcance das metas. Inicialmente, surge a necessidade de definir claramente quais as competências que uma organização deve apre- sentar para alcançar seus objetivos estratégicos – são as chamadas “competências corporativas”. As competências corporativas, por sua vez, sinalizam quais competências pessoais que os empregados de uma organização devem possuir, uma vez que é mútua a influência. O QUE É COMPETÊNCIA? Competência é o conjunto de conhecimentos, habili- dades e atitudes correlacionadas que em ação agregam valor ao indivíduo e à organização, o que denominamos de entrega. (Tabela 1) Ser competente, portanto, consiste não somente em estar preparado para fazer algo, mas pôr em prática. Não é suficiente conhecer conceitos sobre a arte de escrever, ter habilidade em escrever e querer escrever, para ser reconhecido como competente na dimensão escrita, é necessário escrever efetivamente. Ter colaboradores competentes é ter aliados no alcance dos resultados Tabela 1 - CHAE CHAE Conhecimento CONHECER Engloba os saberes apreendidos na faculdade, nos cursos, nas leituras, no trabalho e na escola da vida. Exemplo: conhecer os tipos de nado. Habilidade FAZER É a dimensão prática que desenvolve- mos na medida em que empregamos o conhecimento adquirido. Exemplo: exercitar-se na piscina, nadando, capacitando-se na habilidade de nadar. Atitudes SER É a predisposição pessoal em fazer ou não alguma ação. É o que nos leva a pôr em prática os conhecimentos e habili- dades. Exemplos: dinamismo, disponibilidade, disciplina, flexibilidade, humildade, iniciati- va, persistência, pró-atividade, resiliência, responsabilidade em aprender e treinar o nado. Entrega ENTREGAR É executar efetivamente. Pôr em prática. Exemplo: nadar. Para identificar se um empregado está entregando o que foi anteriormente negociado, é relevante que você identifique os comportamentos de entrega, ou seja, as ações “observáveis e mensuráveis” que caracterizam a manifestação da competência. PESSOAS COMPETENTES Por prof. Cláudio Queiroz PÓS-GRADUAÇÃO // EVENTOS 080

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No mundo empresarial de hoje, virou rotina termos de realizar o dobro de resultados do ano anterior, com menos recursos, pessoas e tempo. Primeira pergunta: qual o segredo? - ou se é que é segredo. Resposta: Poder contar com gente competente na empresa. Ter colaboradores competentes é pré-requisito para a empresa entrar e sobreviver nesta arena competitiva, independente do seu porte, setor ou localização.As empresas não se podem dar ao luxo de ter “gente” totalmente descomprometida com os seus objetivos. Em função dos desafi os e tamanho da equipe, uma pessoa não engajada afeta ou difi culta o alcance das metas.Inicialmente, surge a necessidade de defi nir claramente quais as competências que uma organização deve apre-sentar para alcançar seus objetivos estratégicos – são as chamadas “competências corporativas”.As competências corporativas, por sua vez, sinalizam quais competências pessoais que os empregados de uma organização devem possuir, uma vez que é mútua a infl uência.

o QuE É CompETÊnCia? Competência é o conjunto de conhecimentos, habili-dades e atitudes correlacionadas que em ação agregam valor ao indivíduo e à organização, o que denominamos de entrega. (Tabela 1)Ser competente, portanto, consiste não somente em estar preparado para fazer algo, mas pôr em prática. Não é sufi ciente conhecer conceitos sobre a arte de escrever, ter habilidade em escrever e querer escrever, para ser reconhecido como competente na dimensão escrita, é necessário escrever efetivamente.

Ter colaboradores competentes é ter aliados no alcance dos resultados

Tabela 1 - CHAE

CHAEConhecimento ConHECEr

Engloba os saberes apreendidos na faculdade, nos cursos, nas leituras, no trabalho e na escola da vida.Exemplo: conhecer os tipos de nado.

Habilidade FaZErÉ a dimensão prática que desenvolve-mos na medida em que empregamos o conhecimento adquirido. Exemplo: exercitar-se na piscina, nadando, capacitando-se na habilidade de nadar.

atitudes sErÉ a predisposição pessoal em fazer ou não alguma ação. É o que nos leva a pôr em prática os conhecimentos e habili-dades. Exemplos: dinamismo, disponibilidade, disciplina, fl exibilidade, humildade, iniciati-va, persistência, pró-atividade, resiliência, responsabilidade em aprender e treinar o nado.

Entrega EnTrEGarÉ executar efetivamente. Pôr em prática.Exemplo: nadar.

Para identifi car se um empregado está entregando o que foi anteriormente negociado, é relevante que você identifi que os comportamentos de entrega, ou seja, as ações “observáveis e mensuráveis” que caracterizam a manifestação da competência.

PESSOAS COMPETENTES

Por prof. Cláudio Queiroz

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Exemplos de comportamentos de entrega da compe-tência liderança:

Administra os conflitos existentes no grupo. °Comunica com clareza a visão, os objetivos e as °metas para todos.Fornece ° feedback (realimentação), apresentando os comportamentos de entrega.Orienta e acompanha os empregados que apresen- °tam dificuldades em realizar atividades.

A identificação dos “comportamentos de entrega” auxilia na seleção, acompanhamento, feedback, desenvolvimen-to dos colaboradores etc. Na medida em que o gestor comunica no feedback os “comportamentos de entrega” que estão ou não sendo entregues, o colaborador pode perceber quais das suas ações estão alinhadas ou não com os objetivos. Esta me-dida concentra e estimula objetivamente o crescimento e o desenvolvimento do colaborador, reduzindo assim os feedbacks do tipo: você não serve, acho que você não está bom etc. Outra dimensão é a seleção dos colaboradores. Pergunta-se sobre as entregas do passado, potencializando a identificação de alguém que já entregou. A crença é: o comportamento passado prediz o comportamento futuro, ou seja, se alguém já fez, pode novamente vir a fazer. O candidato narra situações vividas e o resultado de suas ações em determinada situação. As organizações que não utilizam este modelo fazem perguntas que levam o candidato a falar sobre suas atitudes: sou dinâmico, entusiasta, pró-ativo etc. E, como ponto negativo, afirma ser perfeccionista e ansioso por resultados. Muitas ve-zes, com pouco tempo de empresa, constata-se que as afirmações não se manifestam na dimensão “prática”.

Questionar sobre entregas, portanto, facilita também na seleção. Resumindo... Pessoas competentes integram seus co-nhecimentos, habilidades e atitudes e fazem acontecer de forma ética, respeitosa, transparente e verdadeira. A segunda pergunta é: o que fazer quando as entregas não são realizadas?

Identifique se o problema é de conhecimento, habi- °lidade e atitude.Faça uma análise do “tamanho deste ° gap”. Isto pode sinalizar a necessidade de ajustes emergenciais, em função da equação: tempo x resultado. Deve-se elaborar um plano de ação com o colabora- °dor para o desenvolvimento do gap (lacuna). Acompanhe, por meio dos “comportamentos de en- °trega”, o nível de competência do colaborador.Dê um ° feedback e, caso necessário, retorne às etapas anteriores.

As competências das pessoas por mim estudadas são: comunicação escrita, comunicação falada, criatividade/inovação, empreendedorismo, gestão da informação, gestão da mudança, liderança, negociação, orientação ao cliente, orientação ao resultado, relacionamento intrapessoal, relacionamento interpessoal, tomada de decisão, trabalho em equipe, visão estratégica e visão sistêmica.Considerando-se que precisamos fazer mais, mais rápido, que os resultados são a soma dos resultados de todos os envolvidos e que nem todos apresentam as competências no nível esperado, cabe aos responsáveis arregaçar as mangas e trabalhar arduamente no desenvolvimento das competências dos seus parceiros. Vale ressaltar também que não basta que ele desenvolva as competências dos parceiros, é muito importante que componha um plano de retenção dos talentos (aqui con-ceituado como indivíduos que apresentam em alto grau as competências das pessoas necessárias ao alcance dos objetivos da organização).Contrate gente competente, colabore no desenvolvimen-to das competências de seus parceiros e tenha melhores resultados.

Cláudio Queiroz, professor de pós-graduação e MBA da FAAP. Autor do livro: As Competências das Pessoas. Potencializando seus Talentos. (DVS Editora)

O excelente livro do prof. Cláudio Queiroz, de análise das competências.

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O que acontece quando um consumidor devolve produ-tos, especialmente eletroeletrônicos? Um dos possíveis caminhos reversos para os retornos da pós-venda, citados por Leite (2003), é a devolução dos varejistas para os fabricantes. O problema é que, muitas vezes, rotula-se o produto como “defeituoso”, embora na maioria dos casos não haja nada de errado com ele.De fato, conforme apresentado por Rosenbloom (2008), até nos Estados Unidos da América (EUA) está se tornan-do frequente demais o “problema das fi nais de campeo-natos”, ou seja, o consumidor compra uma TV de plasma ou de LCD de grande porte porque no domingo vai haver um jogo importante e, na semana seguinte, devolve o aparelho à loja. No Brasil, o problema do excesso de devoluções de apa-relhos de TV sofi sticados em épocas de Olimpíadas e de Copas do Mundo de futebol já vem ocorrendo há algum tempo. Anos atrás, tive a oportunidade de participar de um congresso de marketing e varejo, no qual o assunto foi tema de uma das palestras. A questão foi amplamente discutida entre os representantes das lojas, magazines especializados e hipermercados. O problema relatado pelos congressistas é que o cliente tem o direito de devolver o produto caso o mesmo não o agrade, porém muitos consumidores usufruem desse direito para tirarem proveito da situação, amparados pelo Código de Defesa do Consumidor. “Pode devolver a TV em sete dias? Então usamos um pouco e depois nos arrependemos da compra

Marketing e Logística porque o aparelho não agradou e não atendeu às nossas expectativas.” A troca imotivada é possível, tão somente, por ser um costume do comércio. A única possibilidade prevista no Código do Consumidor para a troca imotivada é a aqui-sição de produtos fora do estabelecimento comercial do fornecedor, nos termos do artigo 49. Os exemplos mais comuns desta possibilidade de troca são os produtos adquiridos pela internet ou por telefone, em que o con-sumidor terá sete dias da data de entrega do produto para informar ao fornecedor seu arrependimento com a aquisição do produto, e a conseguinte resolução contra-tual (Rocha, 2007).Voltando aos EUA, lá também existe o “problema do casamento”, citado por O’Brien (1994), em que o pai ou um parente próximo compra uma fi lmadora de última geração para gravar o casamento no fi m de semana. Na segunda-feira, enquanto os noivos estão em lua-de-mel, o comprador dirige-se à loja ou ao hipermercado para devolver a fi lmadora “com defeito”. O nível alto de concorrência no setor eletroeletrônico gera a redução dos preços praticados aos clientes fi nais e, consequentemente, a redução nas margens de lucros dos fabricantes e dos distribuidores. Neste contexto, a cadeia reversa cresce de importância, uma vez que os custos associados aos retornos, tais como coleta, transporte, armazenagem, processamento de créditos etc., representam uma fatia considerável dos custos

Por prof. José Roberto Nicoletti

O problema da pós-venda: devoluções de eletrônicos

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“O canal de marketing não é simplesmente um sistema econômico racionalmente ordenado, desprovido de processos e integrações sociais. Pelo contrário, é muito mais um sistema social sujeito aos mesmos processos comportamentais, que são características de todos os sistemas sociais.” (Dwyer, 1995)

operacionais da empresa e, portanto, sua redução pode signifi car aumento das margens de lucro.Os fabricantes afi rmam que eles tendem a perder nesse “jogo de empurra” com as grandes lojas de varejo e hipermercados, que detêm enorme poder no canal de distribuição. Algumas lojas, para não perderem a oportu-nidade da venda, cativam a clientela oferecendo políticas de devoluções extremamente liberais. Muitas vezes não se faz nenhuma pergunta, nem se impõe qualquer prazo para que o comprador se manifeste. Uma grande quan-tidade de mercadorias devolvidas e abandonadas pelos clientes acaba produzindo uma despesa de milhões de dólares (ou reais) e reduzindo signifi cativamente o resul-tado fi nanceiro.

Existe alguma solução possível para o confl ito °gerado pelas devoluções?

Certamente não será uma saída fácil, e a discussão ainda vai durar algum tempo a respeito do que deveria ser feito para resolver o problema. Os fabricantes querem, entre outras coisas, que os varejistas encurtem o prazo das políticas de retornos, exijam que os clientes expliquem por que estão devolvendo os produtos e marquem como “defeituosos” somente os produtos que estão mesmo com problemas, quando devolvê-los à fábrica. Já os va-rejistas querem que os fabricantes melhorem ainda mais seus manuais do consumidor, criem SACs (serviços de atendimento ao cliente) com ligação gratuita 24 horas, com atendentes humanos, e passem a estampar também os números de série dos produtos nos códigos de barras das embalagens.

Quem será o vencedor dessa disputa de poder? °

Pelo menos no curto prazo, concordamos com Rosenbloom (2008): é provável que os únicos a saírem ganhando sejam os consumidores espertalhões, que tiram proveito desse sistema “alugando de graça” os produtos que devolvem. Todos os outros, fabricantes, varejistas e consumidores honestos saem perdendo, porque as despesas com as fal-sas devoluções acabam sendo refl etidas em uma elevação geral nos preços médios das mercadorias. Afi nal de contas, conforme Quinello (2007), os contro-les culturais podem substituir os estruturais, quando determinadas crenças são amplamente divididas pelos indivíduos e quando certos procedimentos são aceitos como verdadeiros. Aliás, teremos algum evento esportivo importante em 2009, ou deveremos nos preparar para a Copa do Mundo de 2010?

rEFErÊnCias:Brasil. Presidência da República. Lei nº 8078, de 11/09/90. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Dwyer, F. R. Behavioral dimensions in marketing channels. Journal of Retail-ing, Winter 1995, p.329-330Leite, P.R. Logística Reversa. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2003.O’Brien, T. L. Unjustifi ed returns plague electronic makers. Wall Street Jour-nal, 26 set. 94, p.B1-2. Rocha, Eduardo Tavares. Trocas imotivadas e motivadas de produtos. Jus Na-vigandi, Teresina, ano 11, n. 1425, 27 maio 2007. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9891>. Acesso em: 05 jan. 2009.Quinello, R. A Teoria Institucional aplicada à administração. São Paulo: Novatec, 2007.Rosenbloom, B. Canais de Marketing: uma visão gerencial. São Paulo: Atlas, 2008. p.113.

José Roberto Nicoletti. Mestre em Administração, engenheiro de produção – materiais; profi ssional atuante em gerenciamento de projetos de infraes-trutura em empresas nacionais e internacionais. Consultor independente e autor do livro Gestão de Facilidades. Professor nos cursos de pós-graduação e MBA da FAAP.

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São Paulo e São José dos Campos contaram com a pales-tra Logística com Diferencial Competitivo de Mercado no Cenário Atual da Economia Global, ministrada por Celso Campello Neto, diretor de Negócios Corporativos do Grupo VB, uma holding de empresas atuantes nos ramos de transportes, trânsito, telefonia, saúde e tecnologia bancária. O palestrante apresentou e debateu com os 94 participantes do evento sobre como a adequação dos fl uxos de materiais e produtos acabados e informações podem contribuir para a manutenção da satisfação de clientes e da racionalização de custos em tempos de crise. O evento aconteceu no campus FAAP de São Paulo, com videoconferência para São José dos Campos. O prof. Claudio Queiroz, desta vez em São José dos Cam-pos, levou o tema As Competências das Pessoas – Poten-cializando seus Talentos a 150 pessoas. O professor moti-vou a todos e inspirou cada participante a se conhecer e reconhecer-se enquanto talento, a fi m de que sejam cada vez melhores como profi ssionais e também na caminhada pessoal em sua busca pelo autoconhecimento. Marketing Olho no Olho é o título da palestra ministrada nos campi de São Paulo (152 pessoas) e Ribeirão Preto

(160 pessoas), pelo professor Richard Vinic, um de nossos coordenadores do curso de pós-graduação em Administração de Marketing e coordenador do curso de pós-graduação em Gestão de Marketing de Serviços. O professor proporcionou aos participantes uma séria refl e-xão sobre a maneira de se ver e praticar o marketing nas empresas em que atuam, levando-os a pensar em qual foi a última vez que cada um praticou o marketing olho no olho. O evento foi um sucesso, tanto que São Paulo contou com a repetição, a pedido de interessados que não puderam comparecer à primeira palestra, recebendo novamente um público de mais de 100 pessoas.Sandro Magaldi, autor do livro Vendas 3.0 – Uma nova visão para crescer na era das ideias, diretor comercial da HSM do Brasil, falou em São Paulo sobre o tema do livro, a uma plateia de 210 pessoas. O palestrante apresentou questões sobre o cenário dos negócios e suas mudan-ças, a necessidade do consumo em crescimento e como devem se estruturar os profi ssionais da área de vendas e também suas organizações, para continuarem nesse acirrado mundo empresarial, competitivo e em constante transformação.

Por Márcia Dias

2009Começou com uma intensa programação

O prof. Victor Mirshawka Júnior, diretor da pós-graduação da FAAP, durante a sua palestra no campus de São José dos Campos no encerramento dos eventos de 2008.

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A Perícia de Engenharia e Avaliações foi o tema da pales-trante Cirlene Mendes da Silva, professora na Instituição e coordenadora técnica do curso de pós-graduação em Perícias de Engenharia e Avaliações da FAAP. A professo-ra apresentou brilhantemente, para 57 participantes no campus da FAAP em São Paulo, esse tema que é muito demandado pelo mercado.

A palestra Os Novos Desafios da Distribuição Física Urbana de Mercadorias, ministrada por Marco Antonio Domin-guez, gerente de Logística Internacional e Transporte Nacional da Nestlé Brasil, trouxe, aos 60 participantes, a importante reflexão sobre vários aspectos desse novo desafio no tocante a: área de restrição para circulação de veículos, adequação da frota versus impacto nos custos, produtividade nas entregas versus impacto nos custos, entregas noturnas versus lei do silêncio, gerenciamento de risco e trânsito.

Abrilhantando ainda mais a programação desse início de 2009, a FAAP lançou o Fórum de Gestão de Cidades,

em seus três campi. O I Fórum de Gestão de Cidades contou com prefeitos de diversos mu-nicípios, secretários, vereadores, ex-vereadores, professores e representantes da diretoria da FAAP, que apresentaram temas voltados à gestão pública: A Utilização do Planejamento Estratégico para a Gestão de Cidades, Políticas de Desenvolvimento Regional, A Profissionaliza-ção da Gestão Municipal, Desenvolvimento Local Sustentável, A Desburocratização como Indutor de Desenvolvimento, Mobilidade nas Cidades, Desenvolvimento Sustentável para São Paulo, São José dos Campos e Ribeirão Preto, A Importância de um Legislativo Forte para o Desenvolvimento Local. Estes fóruns contaram com a presença de mais de 350 participantes.

Em fevereiro, a Instituição também ofereceu uma série de Encontros com a Coordenação Técnica de diver-sos cursos, dando aos interessados a oportunidade de conhecer os diversos programas e esclarecer dúvidas específicas diretamente com os docentes que compõem a coordenação técnica. Esses encontros estreitam o rela-cionamento da FAAP com os interessados e contribuem para a tomada da importante decisão quanto a investir num curso de pós-graduação.A FAAP agradece a todos que prestigiaram os eventos deste início de ano e, com a mesma vontade, mantém suas portas abertas e seus colaboradores à disposição de todos os alunos, novos alunos e demais interessados em seus produtos educacionais.

2009 promETE uma inTEnsa proGramação Acesse nosso site para conhecer nossos cursos e se

cadastrar no MANTENHA-ME INFORMADO, para receber as informações:

http://www.faap.br/posNúcleo de Palestras.

Prof. Cláudio Queiroz falando sobre competências no campus da São José dos Campos.

Todos atentos as colocações do prof. Queiroz.O prof. Victor Mirshawka, diretor-cultural da FAAP, na palestra de encerramento do ano letivo de 2008, em São José dos Campos.

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O curso de Gestão Empresarial tem a ver com o meu perfil. Não somente com o perfil que buscamos durante nossa carreira profissional para nos adequarmos ao competitivo mercado de trabalho, mas sim com o perfil pessoal/particular. A identidade vem pelo dinamismo do curso, pela forma que resolvo e executo minhas ativida-des diárias, e claro, por gostar da área empresarial.Gestão Empresarial é uma necessidade de sobrevivência no ramo jurídico, porque hoje precisamos entender o exercício da profissão, que está muito diferente do pas-sado, em face da competitividade, seja para os novos escritórios de advocacia, seja para aqueles que já estão constituídos e com seus nomes, marcas e características próprias formadas. Motivação, liderança, marketing, estratégia, pessoas: são peças-chaves da Gestão Empresarial, porque a procura de novas ideias é o que tem feito as empresas progredirem ao longo do tempo, inclusive dentro de um escritório de advocacia, com advogados e demais colaboradores, devido à busca constante pela adequação às muitas carências e necessidades dos clientes.

RAZÃO DA ESCOLHA - FAAP A escolha pela FAAP foi muito simples - uma Instituição com mais de 60 anos no mercado, com profissionais alta-mente qualificados e uma visão empresarial de ponta.A FAAP de Ribeirão Preto tem superado as expectativas dos profissionais que buscam novos conhecimentos, experiên-

cias e qualificação, porque os cursos dia-a-dia proporcionam a atualização conforme pede o mercado. A FAAP tem se preocupado com o que acontece na região de Ribeirão Preto, oferecendo aos alunos um grande leque de cursos.

VALOR AGREGADO PELO CURSO - DIA A DIA NO TRABALHODurante meu dia de trabalho, procuro implementar toda a teoria ministrada durante as aulas. No trabalho, tenho aplicado tudo que aprendo. Ao executar minhas funções diárias, procuro agregar os ensinamentos, na incessante busca pela excelência. Atualmente, com o volume de demandas, a criatividade na execução das tarefas é fundamental para que o de-senvolvimento seja rápido, eficaz e com alta qualidade. Tudo em prol da satisfação do cliente, que a cada dia está mais exigente com a prestação dos serviços que lhe são prestados. A tentativa diária em chegar o mais próximo da perfeição acaba sendo essencial para a manutenção do cliente, porque o que mantém um escritório ativo são os clien-tes, e temos uma meta diária em atender todas as suas necessidades. Os nossos clientes consomem nossos produtos veloz-mente, e precisamos estar preparados. O curso de Gestão Empresarial nos ensina a administrar com criatividade e competência, a fim de oferecer o melhor ao nosso destinatário final.

razão pela busca do curso de

pós-graduação eM gestão eMpresariaLPor Fávila Maria Lourenço Guimarães, aluna do curso de pós-graduação em Gestão Empresarial

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A estratégia tem se tornado um alvo importante para alcançar objetivos positivos esperados. Do mesmo modo, expande-se a importância da boa comunicação interna e externa.

GESTÃO EMPRESARIAL VERSUS VISÃO JURÍDICAAtualmente, grandes escritórios têm atuado em equipes. Essas equipes são preparadas e motivadas com o fito de sempre satisfazer às necessidades dos clientes. Para que isso ocorra na prática, faz-se essencial o acom-panhamento das constantes alterações no nosso ambien-te de trabalho, identificando as ameaças existentes, sem deixar de buscar novas oportunidades de crescimento. Ou seja, manter os diferenciais competitivos no nicho de segmentos em que se atua. Isso faz parte da gestão empresarial cada dia mais neces-sária para o crescimento, não somente da organização, mas também de seus clientes. Na área jurídica, as mudanças são recorrentes, e deve-mos estar preparados para superá-las com qualidade e adequação às movimentações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS As disciplinas do curso Gestão Empresarial dão ferramen-tas para formar um bom gerente, porém é fundamental que seja complementado com algumas características pessoais como bom senso, capacidade de gerir, de lidar e liderar as pessoas. Assim é que podemos nos tornar bons gestores. Destarte, entendo que o curso está sendo fundamental para o meu crescimento profissional, pois complementa, no campo teórico, o que não conseguimos verificar na prática do dia-a-dia.A gestão empresarial no ramo jurídico tem o escopo de direcionar os escritórios para a orientação no cliente, nunca perdendo seu foco no mercado, mantendo sempre seus profissionais abertos para novas ideias e técnicas, sempre com objetivos em comum. Hoje, o escritório de advocacia deve contar com uma equipe de profissionais capacitados para prestar o me-lhor trabalho possível para o cliente, sempre de forma conectada com o mercado. É importante que os advoga-dos definam objetivos estratégicos, orientando clientes, administrando a marca e promovendo a comunicação interna e externa para, por fim, contar com o inevitável compromisso de êxito de toda a equipe.

Para o efetivo intercâmbio do curso de Gestão Empresa-rial com um escritório jurídico, vê-se necessária a inte-gração da equipe através da criação de um ambiente de confiança, em que haja credibilidade nos critérios para decisão e que sejam valorizadas as diferenças, estimu-lando sempre o espírito de colaboração.O escritório de advocacia moderno não conta somente com advogados, mas também com demais colaborado-res. A gestão empresarial, no mundo jurídico, implica em que uma questão de equipe seja de responsabilidade in-dividual, de cada colaborador do “escritório-empresa”.Um bom profissional sempre terá seu espaço, principal-mente se sentir prazer na realização de seu mister.Pelo exposto, avalio que minha formação tem permitido o desenvolvimento de uma nova visão na gestão pes-soal, o que certamente fará a diferença em minha vida profissional.

Fávila Maria Lourenço Guimarães, uma aluna da FAAP bem atendida e feliz.

Gestão Empresarial é uma necessidade de sobrevivência no ramo jurídico

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p ós -gr aduação // r ibe ir ão pre to

João D. Gandini é professor da FAAP e coordenador dos cursos de pós-graduação em Direito no campus de Ribei-rão Preto, cidade onde é juiz. Em dezembro de 2008, no Palácio do Planalto, ele recebeu o Prêmio Innovare, das mãos do vice-presidente da República, José de Alencar. Trata-se de uma iniciativa do Ministério da Justiça e que conta com o apoio de várias instituições nacionais ligadas à Justiça. O Prêmio, na sua quinta edição, agraciou os au-tores de práticas consideradas modernizadoras, próprias da Justiça que se pretende para o século XXI. O dr. Gandini, vencedor na categoria Juiz Individual, deixou sua toga e seu gabinete e foi para a rua, conhe-ceu a realidade dos menos favorecidos, dos favelados, não gostou do que viu – até porque, na adolescência, tinha vivido em condições semelhantes –, armou-se de energias, arrebanhou pessoas e foi à luta. Ele mapeou os trinta e quatro núcleos de favelas da cidade, onde vivem cerca de vinte mil pessoas quase na mais ab-soluta miséria, sem noção de cidadania e sem sequer um endereço digno – dizer que se mora numa favela é o mes-mo que admitir que não se está incluído na sociedade. Contatou as autoridades constituídas, falou no plenário da Câmara, foi ao Ministério Público. Liderou seu grupo, que elegeu prioridades, conseguiu recursos – cerca de cinquenta milhões de reais – e elaborou projetos. A inter-venção no primeiro núcleo, o Monte Alegre, com cerca de trezentas e setenta famílias, está em fase adiantada, com a mudança de parte das famílias já iniciada. Outra parte delas fi cará no local, mas passará a ter água encanada, esgoto tratado, asfalto etc. Esgoto a céu aberto nunca mais. Lixo pelas ruas, nunca mais.

prÊMio iNNoVare

Virá, em seguida, a regularização fundiária, virão as orga-nizações não-governamentais (ONGs), a inclusão digital, os cursos profi ssionalizantes. No começo do projeto, a esperança; agora, o início de uma vida cidadã. Outras setecentas casas estão sendo construídas para abrigar pessoas que deverão sair das favelas que cir-cundam o aeroporto de Ribeirão Preto, com previsão de mudança para o segundo semestre de 2009. Uma outra, ainda, com quarenta e quatro famílias, será atendida por empreendedores que chegam à cidade e já acenam com a ideia de responsabilidade social. Muitos outros projetos estão em andamento, todos no caminho da inclusão de pessoas que atualmente padecem dos males da miséria e da exclusão social. O Prêmio Innovare, o mais importante na área da Justiça, vem afi rmar que o caminho é este e que as outras sete milhões de pessoas que residem em favelas precisam de atenção, muita atenção. Por enquanto, mil e cem famílias. Mas vamos em frente, e só sossegaremos quando favela for assunto de arqueologia, antropologia, museologia...

Gandini, vencedor na categoria Juiz Individual, armou-se de energias, arrebanhou pessoas e foi à luta contra a exclusão social

professor da Faap ganha

O juiz João D. Gandini, professor e coordenador dos cursos de

pós-graduação de Direito da FAAP em Ribeirão Preto, com o prêmio

Innovare junto ao vice-presidente da República, José Alencar.

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è

Dinah Eluze Sales Leite, ex-aluna do MBA Gestão Empresarial Avançada e atualmente aluna no curso pós-graduação em Gestão de Projetos.

O perfil de um dedicado profissional

pós -gr aduaçãO // s ãO jOsé dOs ca mpOs

Por Renata Luz

A FAAP de São José dos Campos tem mais uma vez um motivo para destacar um aluno daquele campus. Esta-mos nos referindo a aluna Dinah Eluze Sales Leite que atualmente faz o curso de pós-graduação em Gestão Estratégica de Projetos, mas sua trajetória na FAAP vem desde a graduação.Natural da cidade de Lorena, decidida a fazer engenharia, prestou vestibular e, como muitos, não acreditando que alguém de uma cidade do interior pudesse sobreviver à vida em São Paulo, optou em fazer sua graduação em Engenharia na FAAP.Sua história começa com uma oportunidade de estágio em um processo de seleção organizado por várias empre-sas dentro da FAAP. Cumpriu todas as fases da seleção e após o término da faculdade, foi efetivada na empresa. Em 2001, mudou-se para São José dos Campos, com uma proposta de trabalho em uma empresa da cidade. Com o trabalho na empresa, começou a perceber que seu conhecimento estava técnico demais e sua percepção se deu quando mudou de área na empresa. Concluiu que precisava ampliar seu conhecimento para uma visão mais gerencial e comercial, mais uma vez buscou a FAAP e fez seu 2º curso, o MBA Profissional em Gestão Empresarial Avançada, concluído em 2007.“O curso fez mudar muito minha cabeça e minha visão no trabalho e com as pessoas no meu trabalho. Com a metodologia de ensino utilizada pela FAAP, também me senti mais preparada para falar em público, hoje posso dar os treinamentos na empresa com total segurança”. (Dinah Eluze Sales Leite)

Hoje Dinah Eluze Sales Leite está fazendo seu 3º curso na FAAP e não pretende parar. Dedicada e envolvida

com a leitura, suas leituras atuais são: A Cidade do Sol, e Mulheres que Trabalham Fora e nas idas e vindas que faz para ir trabalhar, ela utiliza o ônibus da empresa para ter mais tempo para ler, se dedicando ao livro Gestão do Conhecimento.Ao ser questionada sobre como administra trabalho, casa, curso e ainda tem tempo para ler três livros, sua resposta transmitiu aquilo que ela é como profissional, mulher e aluna dedicada: “O conhecimento para mim é aquilo que posso agregar no meu trabalho, estudar é um processo de dedicação. Se a busca for ter um título, pouca coisa pode ser agregada e você pode passar muitos anos em uma empresa fazendo sempre a mesma coisa e da mesma maneira [...] O que tem de mais precioso em uma empresa é a ‘cabeça’ das pessoas.”’

É sempre bom poder falar de pessoas como a Dinah E. Sales Leite, uma profissional bem-sucedida por seu esforço, dedicação e compromisso. Sua carreira está sendo construída, como o ser humano que nunca para de aprender. A busca pelo conhecimento se tornou in-cessante, um percurso feito com disposição e vontade de fazer mais e melhor.

A FAAP é a Instituição de ensino superior excelente que é, por ter alunos como a Dinah E. Sales Leite!!!

Entre em contato com a Central de Atendimento do campus FAAP-SJC para informações sobre os cursos e matrículas: (12) 3925-6400 / 6410, [email protected]

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P ÓS GR ADUAÇÃO // PROJE TO PENSE MELHOR

Na edição 209 (janeiro de 2009) da revista Qualimetria, falamos sobre a Autenticidade, ainda no processo de resgate da importância que a literatura possui, ao nos ajudar no processo do autoconhecimento. Complementando o entendimento do tema, fazemos agora a Segunda Parada...LÁ VEM UM IMPERADOR COM SUA ROUPA NOVA“O conto As Roupas Novas no Imperador nos ajuda a rir em silêncio dos momentos difíceis da vida e de nossa própria insensatez. O propósito de H. C. Andersen, neste conto, não é nos julgar, mas chamar nossa atenção para que sejamos autênticos; não é nos aviltar, mas pedir que nos conscientizemos das coisas.” (Mette Norgaard)Chegamos a nossa segunda parada. Na edição 208, falamos da trajetória do patinho feio rumo ao autoconhecimento, culminado em sua desco-berta pessoal em saber-se cisne. Eis que na edição 209 nos deparamos com um imperador nu e a questão da autenticidade e da verdade. Há quem diga que o imperador não sabia, ou melhor, não queria saber que estava nu e que estava sendo enganado. Muitos de nós conhecemos o conto “As Roupas Novas do

Imperador” e sabemos que, no fi nal, uma simples criança lhe diz com toda a ingenuidade que o “rei está nu”. Lendo o conto podemos nos identifi car com vários per-sonagens. Os funcionários que foram escalados para ver o que os falsários estavam preparando são um exemplo, pois não tiveram a coragem de dizer o que realmente viram e o que estava acontecendo, fosse por medo de perder seus altos cargos, fosse por medo de perder o prestígio, fosse simplesmente pelo fato de não se expo-rem diante de uma situação tão delicada. Esses funcionários podem se parecer com muitos de nós, que não temos a coragem de dizer o que precisa ser dito ou fazer o que precisa ser feito, e nos torna-mos coniventes com valores e crenças nos quais não acreditamos. Alguns de nós podem se identifi car com o próprio imperador que, na sua vaidade, não conseguia perceber a realidade de engano que o cercava. Sua ex-cessiva preocupação com a aparência o cegava. Mas será que o imperador, queria mesmo ouvir alguma verdade? Quantos de nós evitamos conviver ou ouvir pessoas que nos mostram aspectos muito duros sobre nós mesmos, e nós simplesmente as ignoramos, fechamos nossos olhos e ouvidos?

Por profa. Maria Elisa Moreira Costa

AUTENTICIDADEO Patinho Feio Vai Trabalhar...

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Era uma vez... um imperador que gostava tanto de se vestir bem. Num determinado dia, apareceram por lá dois impostores, afi r-mando com convicção serem capazes de tecer os trajes mais magnífi cos do mundo, cujo tecido tinha a inusitada propriedade de se tornar invisível a qualquer pessoa inadequada à sua posição. O imperador, imaginando ser essa uma excelente forma de determinar quem não estava apto à sua ocupação, ordenou assim que começassem a tecer as roupas imediatamente. Todos já tinham notí-cia desse mágico poder dos tecidos e aguardavam pelo momento de ver quão imbecil era seu vizinho. Um tempo depois, o imperador quis saber em que pé estavam suas vestimentas. Sentindo-se muito apreensivo em relação a esse estranho poder dos tecidos, primeiramente enviou um ministro de sua confi ança e em seguida um funcionário para investigar o trabalho. Nenhum dos dois conseguiu ver coisa alguma, pois lá nada havia. Ambos se perguntaram: “Serei eu estúpido?”, “Serei eu inadequado ao meu car-go?”. Contudo, como não queriam que ninguém viesse a saber disso, elogiaram efusivamente as belas estampas e cores. Alguns dias depois, o imperador partiu com sua comitiva para comprovar com os próprios olhos. “Mas o que é isso!”, pensou o imperador, “não consigo ver nada. Serei eu estúpido? Não serei eu adequado o bastante enquanto imperador?”. Para ter certeza de que ninguém descobriria, afi rmou: “Oh, nunca vi tamanha beleza!” Toda a comitiva da mesma forma examinou, mas nada que fosse diferente da reação dos outros. “Magnífi co!”. Esta era a palavra que corria de boca em boca. E todos recomendaram ainda que o imperador fi zesse novas roupas para o cortejo que aconteceria. Na noite anterior ao cortejo, os impostores agiram como se estivessem ocupados com o corte dos tecidos e o feitio das novas roupas. Na manhã seguinte, pediram ao imperador que se despisse e “vestisse” as novas peças. Ao longo do cortejo, as pessoas davam vivas e aplaudiam. Nunca as vestimentas do imperador haviam feito tanto sucesso.

...Contudo, de repente, uma criancinha disse: “Mas ele está nu!” As pessoas então começaram a cochichar umas com as outras que uma criança havia dito: “Ele está nu”. Não demorou muito para que todos gritassem: “Mas ele está nu!”. O imperador estremeceu, pois lhe parecia que esta-vam corretos. Todavia, tinha de prosseguir com o cortejo, e foi exatamente o que o imperador fez. E assim se portou com altivez ainda maior, seguido de seus cavaleiros de honra, que levavam a cauda invisível.______________Visite o site http://pos.faap.br/patinhofeio e conheça o programa.

É claro que nossa busca pelo prazer e nossa rejeição da dor nos impede muitas vezes de aprendermos coisas sobre nós mesmos e, assim, amadurecer. A sociedade de hoje prega que devemos estar sempre felizes, bem, contentes e entusiasmados. A solidão e o fi car consigo mesmo são vistos como “fora de moda”, no entanto, é a partir desse contato silencioso com o nosso interior que podemos travar diálogos riquíssimos que nos permitirão, inclusive, nos benefi ciar da angústia e sairmos fortaleci-dos de dentro de nós mesmos. Um dos aspectos que podem ser pensados em relação à fi gura do imperador é que ele possivelmente não con-seguia lidar com a sua própria angústia, que é uma das questões mais signifi cativas da vida humana. O fi lósofo

Kierkegaard, dinamarquês como Hans Christian Ander-sen, o autor do conto, descreve de modo contundente, e muito mais profundo do que vamos citar aqui, que a pes-soa sente angústia até o momento em que ela se liberta e tornar-se livre para fazer suas próprias escolhas. Para Kierkegaard: “A possibilidade da liberdade não coincide com o poder de escolher entre o bem e o mal, a possibilidade está em poder fazer tal escolha.” Possi-velmente, um dos grandes desafi os da humanidade é o da busca genuína da verdade, e bem sabemos que não existe nenhuma verdade única e absoluta. Vamos nos encontrar na próxima edição, mas até lá pensemos: es-tamos verdadeiramente abertos para acolher a verdade? O que signifi ca autenticidade para nós?

Profa. Maria Elisa Moreira Costa, psicóloga e especialista em Psicologia Organiza-cional e do Trabalho. Pós-graduada em Gestão de Recursos Humanos, professora e coordenadora dos programas Educação de Futuro e Era uma Vez na Empresa.

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