jornal de metropole - 02.12.2011

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Salvador, 09 de dezembro de 2011 12 política [email protected] ‘Antibaixaria’ para 2012 Só deve ser em 2012 a votação do projeto ‘antibaixaria’ da deputada estadual Luiza Maia (PT), que propõe a proibição da contratação, por órgãos governamentais, de artistas e bandas que executem músicas que depreciem as mulheres. Reprovados TRABALHAR SEM patrão no pé e estudar sem professor caxias é um sonho quase impossível para os reles mortais. Mas tem jeito! É só se eleger deputado ou vereador, para ‘trabalhar’ e, assim, po- der faltar quando achar conveniente. Se a Assembleia Legislativa da Bahia ( AL-BA) ou a Câmara Municipal de Salvador ( CMS) fossem faculdades, muitos políticos iam ‘perder por falta’. Calouros e veteranos saem da linha e usam artifí- cios para ficar ‘de boa’ com as faltas acumuladas. Se fossem empresas, as casas estariam falidas, já que a mão de obra passa a maior parte do tempo por aí. Experimente você, ‘gente como a gente’, fal- tar às aulas ou ao trabalho para ver o que acontece. Voltando à comparação com a faculdade, os presidentes das casas citadas, deputado Marcelo Nilo (PDT) e vereador Pedro Godinho ( PMDB), de- veriam, como reitores, fazer valer a regra que, nas instituições de ensino, reprova alunos com mais de 25% de faltas. A sanção que deixaria muito político pianinho seria aquela que dói no bolso, o descon- to na folha salarial, que o Legislativo vem prome- tendo, como forma de apertar o cerco aos faltosos. Para quando, só Deus sabe. Segundo a organização privada Transparência Brasil, que analisa a rotina das casas legislativas do País e dos próprios políticos, se a regra de 25% das faltas se aplicasse ao ambiente parlamentar, dois deputados da AL-Ba passariam raspando e outros 13 já estariam reprovados. Texto Erick Issa [email protected] Colaborou Victor Pinto Para a infelicidade do povo, vereadores e deputados baianos acham que marcar presença não é prioridade Além de faltarem, alguns acreditam que estão com a razão DIVULGAÇÃO

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Matéria de política do Jornal da Metrópole sobre os faltosos da Assembleia Legislativa da Bahia.

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Salvador, 09 de dezembro de 201112

polí[email protected]

‘Antibaixaria’ para 2012Só deve ser em 2012 a votação do projeto ‘antibaixaria’ da

deputada estadual Luiza Maia (PT), que propõe a proibição

da contratação, por órgãos governamentais, de artistas e

bandas que executem músicas que depreciem as mulheres.

ReprovadosTRABALHAR SEM patrão no pé e estudar sem professor caxias é um sonho quase impossível para os reles mortais. Mas tem jeito! É só se eleger deputado ou vereador, para ‘trabalhar’ e, assim, po-der faltar quando achar conveniente.

Se a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) ou a Câmara Municipal de Salvador (CMS) fossem faculdades, muitos políticos iam ‘perder por falta’. Calouros e veteranos saem da linha e usam artifí-cios para ficar ‘de boa’ com as faltas acumuladas. Se fossem empresas, as casas estariam falidas, já que a mão de obra passa a maior parte do tempo por aí. Experimente você, ‘gente como a gente’, fal-tar às aulas ou ao trabalho para ver o que acontece.

Voltando à comparação com a faculdade, os presidentes das casas citadas, deputado Marcelo Nilo (PDT) e vereador Pedro Godinho (PMDB), de-veriam, como reitores, fazer valer a regra que, nas instituições de ensino, reprova alunos com mais de 25% de faltas. A sanção que deixaria muito político pianinho seria aquela que dói no bolso, o descon-to na folha salarial, que o Legislativo vem prome-tendo, como forma de apertar o cerco aos faltosos. Para quando, só Deus sabe.

Segundo a organização privada Transparência Brasil, que analisa a rotina das casas legislativas do País e dos próprios políticos, se a regra de 25% das faltas se aplicasse ao ambiente parlamentar, dois deputados da AL-Ba passariam raspando e outros 13 já estariam reprovados.

Texto Erick [email protected]

Colaborou Victor Pinto

Para a infelicidade do povo, vereadores e deputados baianos acham que marcar presença não é prioridade

Além de faltarem, alguns acreditam que

estão com a razão

DIVULGAÇÃO

Salvador, 09 de dezembro de 2011 13

boca-quente

IngratidãoO PDT cogita pedir a cabe-

ça dos secretários indicados

pelo partido no governo Wag-

ner, que são Paulo Câmera (Ci-

ência e Tecnologia) e Nestor

Duarte (Administração Pri-

sional). Eles estariam sendo

ingratos com o partido.

InfiéisJá somam 192 os políti-

cos denunciados no Tribunal

Regional Eleitoral (TRE) por

infidelidade partidária. A Pro-

curadoria Regional Eleitoral

(PRE) acaba de denunciar mais

96 prefeitos, vice-prefeitos e

vereadores da Bahia.

Ibirataia O deputado estadual

Sandro Régis (PR), um dos

oposicionistas mais aguerri-

dos do Estado, pode ser um

dos candidatos a prefeito de

Ibirataia em 2012. Ele tem o

apoio do atual prefeito, Jorge

Fair (DEM).

Lista de convidadosCoube aos deputados fede-

rais ACM Neto (DEM) e Antônio

Imbassahy (PSDB) organizar a

lista de convidados para o con-

corrido almoço com o senador

e presidenciável Aécio Neves

(PSDB-MG) que acontece hoje

(9/12), no Hotel Fiesta.

PreferênciaE por falar nisso, ao contrá-

rio do receio de alguns tuca-

nos em demonstrar preferên-

cias para 2014, o ex-deputado

João Almeida já declarou que

entre Aécio Neves (PSDB-MG) e

José Serra (PSDB-MG), fica com

o primeiro.

Precavido Em conversa com o prefeito

João Henrique (PP) em 7/12, o

ministro das Cidades, Mário Ne-

gromonte (PP), admitiu deixar

a pasta na reforma ministerial

da presidente Dilma (PT). João

Henrique quer logo os recursos

para a primeira etapa do metrô.

MilitânciaA militância do PT prome-

te para o próximo dia 17 um

ato em prol da candidatura

do deputado federal Nelson

Pelegrino a prefeito de Salva-

dor. A proposta da estratégia

é consolidar o nome antes da

oposição.

polí[email protected]

Bahia ‘na pior’A Bahia apresentou o pior desenvolvimento econômico

entre os oito principais estados brasileiros. A pesquisa é da

revista Voto com base na opinião de analistas, entidades,

políticos e em dados de instituições de pesquisa.

Investimento para a BTSA Prefeitura de Salvador e o governo do Estado

apresentaram um plano de intervenções na Baía de

Todos-os-Santos para os próximos três anos. São US$ 80

milhões para o projeto desenvolvido pelo Prodetur.

Comunista pegou ar

De boca bem fechada

Até tu, Viabahia?

A caderneta da AL-ba gerou po-

lêmica entre colegas de partido. Os

deputados Álvaro Gomes e Fabrício

Falcão (PCdoB) se estranharam. Por

ser o menos faltoso, ausentando-se

só uma vez, Gomes não economi-

zou críticas aos turistas.

“Não tenho necessidade de di-

vulgar, mas a realidade precisa ser

aceita”, disse, irando Falcão, que

pegou ar e descontou na imprensa.

“Não é jornalista que vai dizer como

devo agir. Antes de colocar a bunda

nesta cadeira, temos que acompa-

nhar atos, atender lideranças e vi-

sitar as bases”, justificou. Passado o

chilique, pediu desculpas a Gomes

por ter se exaltado e explicou que

das suas 27 faltas, 12 foram motiva-

das por visitas a outros estados com

a comissão dos cartórios.

O Jornal da Metrópole tentou

obter a lista de presença dos verea-

dores, mas se bateu com a assessoria

de comunicação e a diretoria legis-

lativa, que omitiram os dados. Por

outros caminhos, descobriu que os

‘filões’ são Tia Eron (PRB); Andréia

Mendonça (PV); Leo Kret (PR); Paulo

Magalhães (PSC); e Carballal (PT).

As campeãs da AL-BA são Cláu-

dia Oliveira (PSD) e Fátima Nunes

(PT), com 45 faltas cada. Haja do-

enças e reuniões! Para se defender,

Cláudia disse acreditar que tem de-

putado com mais falta que ela.

Já Fátima Nunes ficou incomu-

nicável, talvez pelo contrangimen-

to. Na lista dos 10 deputados mais

faltosos, seis – Cláudia, Ângelo

Coronel, Rogério Andrade, Ânge-

la Sousa, Gildásio Penedo, Maria

Luiza Orge – pertencem ao jovem

Partido Social Democrático (PSD).

Começou mal.

O soteropolitano está acostuma-

do ao congestionamento e já sai de

casa cedo. Se aprendessem com os

cidadãos, deputados de Feira de San-

tana não usariam como desculpa a

Viabahia, responsável pelo pedágio

na BR-324, que liga Feira a Salvador.

Que a ‘Via’ é um problema, to-

dos sabem. Mas quem usa estrada

diariamente poderia aprender com

a experiência. Graça Pimenta (PR),

Zé Neto (PT) e Carlos Geilson (PTN),

por exemplo, culpam a Viabahia por

algumas faltas. A primeira-dama de

Feira esquece que na sua conta são

22. Haja trânsito! Já Carlos Geilson,

um dos menos faltosos, com três

ausências, diz que uma foi por cau-

sa da estrada. No caso dele, dá para

acreditar; mas no de Zé Neto; difí-

cil... São 15. O líder do governo quer

esolver o problema. Quem sabe as-

sim faça uso mais vezes do plenário

da AL-ba.

Até mesmo os congestionamentos na BR-324 já foram usados como desculpa para as faltas de parlamentares

MANUELA CAVADAS

MANUELA CAVADAS

MANUELA CAVADAS

DARIO GUIMARÃES