jornal de bandeja 84

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Carla Helena, 24 anos, veio de Cabo Verde e cursa Farmácia na Unifor. “Aqui é totalmente di- ferente de lá, principal- mente a cultura. Lá tem coisas artesanais, aqui não tem muito não. [...] O povo de lá é mais simples do que o daqui”. Ermelinda Andrade, 21 anos, veio de Cabo Verde e cursa Economia na Unifor. “Brasil e África têm muito em comum. [...] Ambos, infe- lizmente, [...] apresentam muita pobreza, fome e riquezas naturais mal aproveitadas”. O SAFÁRI É O BICHO O termo Safári era, original- mente, aplica- do para definir expedições de caça, aconte- cidas na África central e sul. Atualmen- te, o termo se aplica a passeios feitos em carros abertos para observar animais selvagens ou parques. Luiz Victor Torres, 21, que par- ticipou de um safari no Egito, aponta suas impressões. “Foi um máximo! A experiência é ainda mais especial, pois é algo fora do comum. Pude ver todos os bichos que só tinha visto pela tv”. A África é aqui! Feijoada, azeite de dendê, capoeira, can- domblé, fé, canto e alegria. Ao desem- barcar no Brasil, há 483 anos, o africano trouxe do chamado Continente Negro muito mais que a força e o suor do seu trabalho. Não fosse a mistura da cor e dos costumes trazidos para cá, certa- mente o Brasil não seria Brasil. Em maio, é comemorada a abolição oficial da escravatura e nada mais jus- to que prestar uma homenagem, ainda que sutil, ao povo africano, que tanto contribuiu para o desenvolvimento do nosso País. O terceiro maior continente do mun- do e segundo mais populoso abriga al- guns dos países mais pobres, como tam- bém reúne uma rica variedade cultural, social, política e étnica. É importante também lembrar tudo o que existe de maravilhoso por lá. Por tudo isso, “Sa- wabona, África!”. Ou melhor: “Eu te respeito, África!”. Sem dúvidas você é importante para todos nós! A sua cultu- ra não foi deixada para trás e se mantém entrelaçada com a nossa. Afinal, todo brasileiro tem sangue africano. Lígia Costa e Thaís Praciano www.youtube.com/ user/IkennaAzuike Você sabia que o Harlem Shake é baseado em uma dança da Etiópia e Heavy Metal é muito popular em Botsuana? O video blog What’s Up Africa apresenta as notícias da África e a cultura popular de maneira divertida e dinâmica. O Hakuna Matata, frase do idioma suaíle, língua falada na África oriental, que significa “sem problemas” ou “não se preocupe”. O corpo é uma orquestra Os africanos dançam para co- memorar qualquer acontecimento. Cada parte do corpo se move de maneira diferente, como instrumentos que formam uma sinfonia. Tem a Kizomba, a Schikatt e o Kuduro, famosos nas discotecas. Já a capoeira é uma luta misturada com dança, criada pelos escravos trazidos ao Brasil. Laboratório de Jornalismo da Unifor. Diretora do CCG: Profa. Maria Clara Bugarim - Coordenador do Curso: Prof. Wager Borges - Concepção : Prof. Jocélio Leal - Professor: Alejandro Sepúlveda - Coordenação de equipe: Juliana Teófilo - Redação: Isabel Lima, Janine Nogueira, Juliana Teófilo, Lígia Costa, Thaís Holanda e Vitória Matos - Revisão: Prof. Antônio Celiomar - Projeto gráfico: Liduina Figueiredo - Diagramação: Mahamed Prata - Auxiliar de diagramação: Anderson Fernandes e Douglas Pinto -Supervisor da Gráfica: Francisco Roberto - Impressão: Gráfica Unifor Bandeja Curso de Jornalismo da Unifor | nº 84 | ano 5 | Maio - 2013 Jornal de f [email protected] veja mais: www.blogdolabjor.wordpress.com Contador de estórias Quer (re)conhecer a África através da literatura? Experi- mente ler os contos do escritor moçam- bicano Mia Couto. As narrativas – próxi- mas da poesia – são temperadas com tradições, memórias e historicidade. Você pode encontrá-las, por exemplo, em O fio das missangas (2009), que reúne 29 estórias curtas. Putumayo Com uma música cheia de misturas e ritmos, a bagagem musical da África vale a pena ser conhecida. Uma boa dica é o CD Putumayo Presents: South African Legends. Com faixas preciosas, ele conta um pouco sobre a música desse continente tão vasto e singular. CULINÁRIA AFRICANA A culinária africana reflete a diver- sidade do próprio continente. Ten- do sido intensamente influenciada pela gastronomia de países coloni- zadores como Portugal, Inglaterra e Holanda, a cultura gastronômica particular da África se apresenta na forma de juntar e cozinhar os ali- mentos típicos locais. Somente nas regiões mais remotas é possível sa- borear pratos nativos tradicionais, como é o caso da tribo Masai, onde o sangue e o leite do gado são intensamente apreciados. Curiosidade O sétimo álbum do músico americano Paul Simon, ven- cedor do Grammy Award em 1987, teve como influência o trabalho dos mú- sicos sul-africanos Johnny Clegg e Sipho Mchunu. Bandeja_84.indd 1 24/04/2013 15:20:15

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Jornal laboratorial de jornailsmo da Universidade de Fortaleza

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Page 1: Jornal de Bandeja 84

Carla Helena, 24 anos, veio de Cabo Verde e cursa

Farmácia na Unifor.“Aqui é totalmente di-

ferente de lá, principal-mente a cultura. Lá tem

coisas artesanais, aqui não tem muito não. [...] O povo de lá é mais simples do que o daqui”.

Ermelinda Andrade, 21 anos, veio de Cabo Verde e cursa Economia na Unifor. “Brasil e África têm muito em comum. [...] Ambos, infe-lizmente, [...] apresentam muita pobreza, fome e riquezas naturais mal aproveitadas”.

O SAFÁRI É O BICHOO termo Safári era, original-mente, aplica-do para definir expedições de caça, aconte-cidas na África central e sul. Atualmen-te, o termo se aplica a passeios feitos em carros abertos para observar animais selvagens ou parques. Luiz Victor Torres, 21, que par-ticipou de um safari no Egito, aponta suas impressões. “Foi um máximo! A experiência é ainda mais especial, pois é algo fora do comum. Pude ver todos os bichos que só tinha visto pela tv”.

A África é aqui!Feijoada, azeite de dendê, capoeira, can-domblé, fé, canto e alegria. Ao desem-barcar no Brasil, há 483 anos, o africano trouxe do chamado Continente Negro muito mais que a força e o suor do seu trabalho. Não fosse a mistura da cor e dos costumes trazidos para cá, certa-mente o Brasil não seria Brasil.

Em maio, é comemorada a abolição oficial da escravatura e nada mais jus-to que prestar uma homenagem, ainda que sutil, ao povo africano, que tanto contribuiu para o desenvolvimento do nosso País.

O terceiro maior continente do mun-do e segundo mais populoso abriga al-guns dos países mais pobres, como tam-bém reúne uma rica variedade cultural, social, política e étnica. É importante também lembrar tudo o que existe de maravilhoso por lá. Por tudo isso, “Sa-wabona, África!”. Ou melhor: “Eu te respeito, África!”. Sem dúvidas você é importante para todos nós! A sua cultu-ra não foi deixada para trás e se mantém entrelaçada com a nossa. Afinal, todo brasileiro tem sangue africano.

Lígia Costa e Thaís Praciano

www.youtube.com/user/IkennaAzuike

Você sabia que o Harlem Shake é baseado em uma dança da Etiópia e Heavy Metal é muito popular em Botsuana? O video blog What’s Up Africa apresenta as notícias da África e a cultura popular de maneira divertida e dinâmica.

O

Hakuna Matata, frase

do idioma suaíle, língua falada na África oriental, que signifi ca “sem problemas” ou “não se preocupe”.

O corpo é uma orquestraOs africanos dançam para co-memorar qualquer acontecimento. Cada parte do corpo se move de maneira diferente, como instrumentos que formam uma sinfonia. Tem a Kizomba, a Schikatt e o Kuduro, famosos nas discotecas. Já a capoeira é uma luta misturada com dança, criada pelos escravos trazidos ao Brasil.

Laboratório de Jornalismo da Unifor. Diretora do CCG: Profa. Maria Clara Bugarim - Coordenador do Curso: Prof. Wager Borges - Concepção : Prof. Jocélio Leal - Professor: Alejandro Sepúlveda - Coordenação de equipe: Juliana Teófi lo - Redação: Isabel Lima, Janine Nogueira, Juliana Teófi lo, Lígia Costa, Thaís Holanda e Vitória Matos - Revisão: Prof. Antônio Celiomar - Projeto gráfi co: Liduina Figueiredo - Diagramação: Mahamed Prata - Auxiliar de diagramação: Anderson Fernandes e Douglas Pinto -Supervisor da Gráfi ca: Francisco Roberto - Impressão: Gráfi ca Unifor

BandejaCurso de Jornalismo da Unifor | nº 84 | ano 5 | Maio - 2013

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f [email protected]

veja mais: www.blogdolabjor.wordpress.com

Contador de estóriasQuer (re)conhecer a África através da literatura? Experi-mente ler os contos do escritor moçam-bicano Mia Couto. As narrativas – próxi-mas da poesia – são temperadas com tradições, memórias e historicidade. Você pode encontrá-las, por exemplo, em O fio das missangas (2009), que reúne 29 estórias curtas.

PutumayoCom uma música cheia de misturas e ritmos, a bagagem musical da África vale a pena ser conhecida. Uma boa dica é o CD Putumayo Presents: South African Legends. Com faixas preciosas, ele conta um pouco sobre a música desse continente tão vasto e singular.

CULINÁRIA AFRICANAA culinária africana reflete a diver-sidade do próprio continente. Ten-do sido intensamente influenciada pela gastronomia de países coloni-zadores como Portugal, Inglaterra e Holanda, a cultura gastronômica particular da África se apresenta na forma de juntar e cozinhar os ali-mentos típicos locais. Somente nas regiões mais remotas é possível sa-borear pratos nativos tradicionais, como é o caso da tribo Masai, onde o sangue e o leite do gado são intensamente apreciados.

CuriosidadeO sétimo álbum do músico americano Paul Simon, ven-cedor do Grammy Award em 1987, teve como influência o trabalho dos mú-sicos sul-africanos Johnny Clegg e Sipho Mchunu.

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