jornal de aprendizagem - oportunidade

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 2º Curso de Supervisão de Estudantes de Enfermagem em ENSINO CLÍNICO 2º JORNAL DE APRENDIZAGEM Formando/ Orientador Clínico: Francisco José da Silva Jorge Ano orientação: 2º Ano Curso Licenciatura em Enfermagem - ESEL Aluno: Mónica Mateus Local/ Campo Estágio: Hospital Dr. José Maria Antunes Júnior (Barro - Centro Hospitalar de Torres Vedras) - Unidade Cuidados Integrados  Área de Ensino Clínico: Enfermagem ao Adulto e Idoso Duração do Estágio: de 22 de Fevereiro a 13 de Maio de 2011 Orientador ESEL: Prof. M. Adelaide Reina - OPORTUNIDADE(S) - Lisboa Maio 2011

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2º Curso de Supervisão de

Estudantes de Enfermagem

em ENSINO CLÍNICO

2º JORNAL DE APRENDIZAGEM 

Formando/ Orientador Clínico: Francisco José da Silva Jorge

Ano orientação: 2º Ano Curso Licenciatura em Enfermagem - ESEL

Aluno: Mónica Mateus

Local/ Campo Estágio: Hospital Dr. José Maria Antunes Júnior 

(Barro - Centro Hospitalar de Torres Vedras)

- Unidade Cuidados Integrados – 

Área de Ensino Clínico: Enfermagem ao Adulto e Idoso

Duração do Estágio: de 22 de Fevereiro a 13 de Maio de 2011

Orientador ESEL: Prof. M. Adelaide Reina

- OPORTUNIDADE(S) -Lisboa

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Diferentes percepções de um “ BEM ”inestimável…

Vivemos – cada vez mais – no mundo das OPORTUNIDADES…

Das enormes e óbvias, às mais primárias e elementares, as quais nos “passam” – tantas e

tantas vezes, inadvertidamente… – despercebidas!!!

Uma realidade onde nada é simples, básico…

Onde tudo é complexo...

Se relaciona…

…directa e/ou indirectamente, visível e/ou invisivelmente, imediata e/ou mediatamente…

Onde o aparente CAOS “mascara” uma INTERCONECTIVIDADE ilimitada…

E onde os ACTOS – como tudo na vida… - têm CONSEQUÊNCIAS!

É neste “mosaico”, nesta “rede”, que todos clamamos por uma oportunidade, uma

“chance”…

Poucos – cada vez menos – têm alguma… Mais restrito é ainda, o “leque” daqueles que

 beneficiando da mesma, a sabem aproveitar, digamos… convenientemente!

Muitos - uma larga maioria… - pura e simplesmente, displicente e inconscientemente -

quero crer! – desconsideram-na… quiçá descartam-na!

 Na realidade actual, extremamente competitiva e concorrencial, esta atitude - demasiadas

vezes (leia-se quase sempre…) - “paga-se” caro!!! Cabe a cada um de nós, nos diferentes

contextos, aproveitá-las – não parcial, mas totalmente… 100%!!!

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Com esta reflexão, tento – somente - sensibilizar para a mais-valia da oportunidade…

  No percurso formativo dos futuros enfermeiros, existem múltiplas e distintas etapas,

fases, estadios, cada um dos quais com o seu valor único e particular… Tempos de

formação teórica, em que se pretende que o estudante adquira os conhecimentos teóricos

que estruturarão o(seu) futuro exercício profissional; e tempos de formação prática, em

que se aspira - ao confrontar-se com a realidade profissional - que o aluno aplique/

“transporte” os conhecimentos recebidos em sala de aula em/para situações práticas e

objectivas, “reais”, mobilizando os diferentes saberes e “operacionalizando-os”…

É então, que o estágio – períodos de ensino clínico – emergem como a

OPORTUNIDADE por excelência, uma oportunidade ímpar de aprender, de praticar, de

observar, de questionar, de argumentar, de experimentar, de tentar, de errar(sim… porque

ainda somos humanos!…), de corrigir, de aferir, enfim… de evoluir, crescer e

desenvolver, pessoal, profissional e emocionalmente… de nos “transformarmos”!

Estágios são momentos exclusivos, onde através de um espírito crítico, do pensamento,

do raciocínio e da reflexão, emergem e são integrados novas perspectivas, conteúdos,

significados e significações da realidade/ contexto até há pouco meramente teóricos,

descritos exaustivamente em volumosos compêndios - alguns excessivamente lineares…-,

às quais a realidade diária imprime – doravante – um novo sentido, uma diferente

interpretação, deveras fascinante e até enigmática, traduzindo o incontornável dinamismo

do binómio saúde – doença…

É nos estágios que o formando reestrutura todo o seu sistema de compreensão da ciênciade Enfermagem, “converte” teoria em prática, correlaciona os conhecimentos, e deste

modo, desenvolve e aperfeiçoa sofisticados “recursos” (leia-se competências…), para

lidar com as situações que futuramente enfrentará… progressivamente mais complicadas,

difíceis e complexas…

Porém, todos sabemos, que os estágios são, na sua maioria, períodos curtos (tempo),

escassos (quantidade), onde – aluno e orientadores, escola e local de estágio – têm,

conjuntamente de investir, para que o processo de ensino/aprendizagem “brote”, para que

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o conhecimento e as competências sejam – devidamente - “digeridas” (não

“empacotadas”), que a cognição/entendimento se promova eficientemente, permitindo a

cimentação dos “quadros de referência” que fundamentarão/ alicerçarão toda a sua futura

 prática profissional…

 Não “somos” – não podemos! – nos cingir a ser “meramente” trabalhadores com

conhecimento (cada vez mais “graus”… licenciatura, pós-graduação, especialidade,

mestrado, doutoramento…), temos o dever de conscientemente o utilizar –  a

instrumentalização do conhecimento (Dewey) - de o desenvolver eficientemente,

 potenciando através do desempenho e da performance, da sua aplicabilidade (persistente),

superiores padrões de qualidade, de referência! O nosso verdadeiro poder está no

conhecimento – presente e futuro – o que já possuímos e o que ansiamos adquirir - e na

forma como, “organizando-o”, o “instrumentalizamos”…

Através dos estágios espelhamos o nosso valor – formando e formadores – os nossos

conhecimentos, as nossas mais-valias, as nossas capacidades, as nossas competências, o

nosso potencial; contribuindo desta forma para a interiorização progressiva do nosso  papel, do nosso legado, da nossa identidade (o que nos diferencia/ distingue dos

demais…), da missão que abraçamos e da utilidade (cada vez mais evidente…) da nossa

ARTE!

Estágio é também tempo de colaborar, através do exemplo (dos bons exemplos aliás… a

formação indirecta/informal…), co-responsabilizando-nos todos - à escala individual e

colectiva - da enorme responsabilidade na formação das gerações futuras, dos nossos

futuros colegas, dos seus valores e princípios, da sua atitude e comportamentos, inibindo

de críticas futuras aqueles que – pura e simplesmente – se “demitiram” desta elementar 

função, que a todos (e não somente aos formadores formais e directos…) diz respeito…

É desta influência positiva que os alunos mais precisam… encarecidamente…

Algo que os inspire, que produza “impacto”… que seja determinante…

É necessário despertar no aluno que, nem tudo (infelizmente…) que observa são modelos

a seguir, acriticamente, que a imitação/ espírito simiesco (a que Teixeira de Pascoaes tão

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 bem alude no seu livro “ Arte de Ser Português”) pode ter/tem impacto negativo; que este

tem de possuir um espírito aberto, crítico, de análise contínua, suficientemente

desenvolvidos/esclarecidos para discernir – correcta e atempadamente… - o bem do mal,

o correcto do incorrecto, o aceitável do inaceitável, as virtudes dos defeitos, o possível do

impossível, o necessário do desnecessário, o essencial do acessório, o que se deve imitar e

o que se deve evitar!!!, permitindo ao mesmo a assimilação, a adopção, a incorporação – 

gradual e com critério… - do saber Ser/Estar/Fazer óptimos… das BOAS práticas – ética,

moral, cívica e… cientificamente!

Sendo assim, é de elementar/ capital importância, que aqueles a quem o “destino bafejou”

com a(s) oportunidade(s) – ora de orientar, ora de ser orientado - possam incansavelmente

(e porventura com algum espírito de sacrifício…) “retribuir” com interesse, iniciativa,

vontade, empenho, trabalho, organização, disciplina, qualidade, para a valorização

constante da Enfermagem… da NOSSA profissão…

 Não esqueçamos nunca, que nada na vida se alcança sem trabalho, sem empenho, sem

dedicação… que a simples oportunidade alberga uma opção, permitindo a cada um de nós“capitanear” o nosso próprio destino - “(…) I am the master of my fate, I am the captain

of my soul.” (W.Henley) - “escrever” a nossa história, escolher o “nosso caminho”… (e

dele e com ele…) fazer o que bem entendermos!

A oportunidade é - mais uma – a possibilidade do aluno encarnar uma nova

 personagem… AGENTE/ ACTOR e não apenas “espectador”...

Ao contrário do “carteiro que toca sempre duas vezes”, a oportunidade – infelizmente – tantas e tantas vezes… é efémera, rara, por vezes única…

De nada nos vale um dia lamentarmo-nos do nosso fado, culpando ora o País, o Governo

e /ou o “sistema”, a Ordem e/ou os métodos de ensino (leia-se plano de estudos/

“Bolonha”)… À que enfrentar os factos como eles são, pois não negando/inviabilizando

alguma culpa(directa/indirecta) que estes últimos possam ter tido/vindo a ter no futuro

 pessoal/profissional, a culpa é “nossa”, de nós próprios, da “nossa” indiferença, da

“nossa” insensibilidade, do “nosso” menosprezo, da “nossa” preguiça, da “nossa”

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 pouca/nula paciência, da “nossa” passividade, da “nossa” falta de persistência(mais um

defeito segundo Teixeira de Pascoaes), dos “nossos” medos(quiçá infundados)…do

descuidado, desmedido e irreflectido valor que nós damos a estas “pequenas grandes

coisas”… em suma, da nossa ATITUDE perante…

Invejamos os resultados e desprezamos o esforço aliado à prossecução desses mesmos

objectivos… queremos e ambicionamos algo, minimizando a dedicação e o apego que lhe

estão profundamente inerentes… “alimentamos” sonhos, expectativas e esperanças, mas – 

demasiadas vezes – abortamos a “quimera” nos seus estadios iniciais…

Urge então compreender esta – colossal - necessidade de desfrutar, de aproveitar, de

usufruir da(s) oportunidade(s), apreciando o “oceano” de potenciais experiências que a

mesma alberga e propicia no contínuo percurso do formando/formador (bilateralmente…)

e deleitando-se com a percepção/entendimento acerca do seu imenso, precioso e

inestimável VALOR …

“ Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a

oportunidade perdida.”(Provérbio Chinês)

PS¹: Também nós - enfermeiros formadores - tivemos em tempos a nossa oportunidade…

a qual sem dúvida soubemos “agarrar”…

Hoje, somos nós, que ao nortear/orientar a formação, constantemente tentamosaproveitar/utilizar (e porventura “criar”…) as oportunidades (circunstanciais…) – nas

diversas vertentes SER/ESTAR/FAZER - de ensino/ aprendizagem que podem/devem ser 

cuidadosamente usufruídas pelos formandos…

Através da motivação e do incentivo permanentes, devemos promover o potencial

intrínseco e a auto-estima de cada um deles – as forças motrizes de tudo o resto… – 

fomentando-o(a) a sair da sua “redoma”, e a enfrentar/abraçar o(s) “desafio(s)” do dia-a-

dia… “emancipando-se e transcendendo-se”…

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PS²: José Saramago, na cerimónia de entrega do seu prémio Nobel - Literatura/1998,

aproveitou o ocasião para, no seu discurso perante a Real Academia Sueca, com a

humildade e modéstia que o caracterizavam, “relembrar” o seu percurso como

homem/pessoa e – através dele – agradecer o “produto” e os “resultados” que alcançou…

 Não somos “fruto” do acaso…

Somos “produtos de algo e/ou alguém”…

É o nosso “percurso” que nos “constrói”,

que nos “molda”,

que nos vai “esculpindo”…

Eu, modestamente, faço “minhas” as suas últimas palavras… “ Perdoai-me se vos pareceu

 pouco, isto que para mim é tudo”…

PS³: A “repetição” – pontual – de trechos/ideias de anteriores reflexões, não é

inconsciente e/ou despropositado, é sim, além de uma oportunidade de as sublinhar, a

confirmação do – sempre presente - fluxo de pensamento…

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