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PUBLICA˙ˆO DA DIVISˆO DE JORNALISMO DA COORDENADORIA DE COMUNICA˙ˆO SOCIAL Visite nosso site: www.ufv.br Ano 35 Viosa (MG), 30 de abril de 2007 Nœmero 1.406 U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E V I ˙ O S A 36570-000 - VI˙OSA - MINAS GERAIS - BRASIL DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS 9912165948/DR/MG Impresso Especial 9912165948/DR/MG UFV CORREIOS Colaªo de gr au realizada em duas cerimnias Fac-smile das capas das ediıes do Jornal da UFV que circularam durante as colaıes de grau dade, bailes e churrascos. No dia 16, colaram grau os novos formandos do CCA e do CCB; no dia 23, do CCE e do CCH. Nas colaıes de grau, a presidŒncia dos trabalhos foi do rei- tor Carlos Sediyama, tendo o ex-reitor Ant- nio Fagundes de Souza como paraninfo dos formandos. Em continuidade a uma tradiªo consoli- dada, a Divisªo de Jornalismo da Coordena- doria de Comunicaªo Social preparou duas ediıes especiais do Jornal da UFV, que cir- cularam durante a colaªo de grau. A cerimnia de colaªo de grau, com a participaªo dos formandos de todos os cur- sos, uma das tradiıes da Universidade Fede- ral de Viosa, passou a ser realizada em ocasi- ıes distintas, a partir deste ano, devido ao grande nœmero de participantes. Os integran- tes da Turma de Maro de 2007 receberam seus diplomas nos dias 16 e 23, no Espao Multiu- so, com a presena de vÆrias personalidades e grande nœmero de convidados. As festividades incluram atos religiosos, plantios das Ærvores da turma, aulas da sau- Novo espao destinado recepªo aos visitantes, na Avenida P. H. Rolfs, junto sede da Diretoria de Logstica e Segurana Telefone: (31) 8709-1937 O Posto de Recepªo aos Vi- sitantes mantido pela Coorde- nadoria de Comunicaªo Social passa a oferecer mais um ser- vio aos visitantes. AlØm do agendamento de vi- sitas de delegaıes de escolas e Informaıes aos Visitantes instituiıes de outras localida- des, conta tambØm, a partir des- te mŒs, com um painel para co- locaªo de peas publicitÆrias, como flderes, boletins, jornais e revistas oficiais com informa- ıes sobre a Universidade. Combustveis do futuro O Brasil Ø rico em biodiversi- dade de plantas capazes de pro- duzir energia e tem todas as con- diıes para ser auto-sustentÆvel e exportador de Ælcool e biodiesel para misturas de combustveis. Atenta s demandas mundi- ais de geraªo de energia lim- pa, a UFV estÆ reunindo pesqui- sas de vÆrios departamentos para captar recursos e somar esforos na produªo de tecno- logias adequadas agroenergia. esquerda, experimentos de competiªo de clones na Usi- na CaetØ, em Uberaba. A Ærea contØm variedades de cana-de- aœcar desenvolvidas pela UFV. Abaixo, frutos do pinhªo-man- so, utilizado para a produªo de biocombustvel. UFV organiza rede de pesquisa e prepara alunos para atuarem na cadeia produtiva da bioenergia Vem a a 78“ Semana do Fazendeiro A Universidade Federal de Viosa promove, de 29 de julho a 3 de agosto, a 78“ Semana do Fazendeiro, um dos mais tradi- cionais eventos extensionistas brasileiros, reunindo centenas de ruralistas de todo o pas. A promoªo constitui excelente oportunidade para troca de ex- periŒncias e para aperfeioa- mento e atualizaªo de prÆticas em seus campos de atuaªo. AlØm de dezenas de cursos de curta duraªo, envolvendo as mais diversas atividades do agronegcio e da vida da fam- lia no meio rural, serÆ realiza- UFV deverÆ receber, mais uma vez, grande nœmero de ruralistas de todo o pas. Tema central do evento Ø Fruticultura, Sistemas de Produªo e Impactos Socioambientais da, na ocasiªo, a 8“ Clnica Tec- nolgica, em parceria com o Sebrae-MG, com atendimento individualizado aos produtores interessados. A programaªo inclui atividades artstico-cultu- rais e de lazer e exposiªo de mÆquinas, implementos e mu- das de plantas, alØm da feira de artesanato. Os interessados em partici- par devem entrar em contato pelos telefones (031) 3899-2845 (Timteo ou Simone), para tra- tar da venda de estandes, ou 3899-1701 (Vera), para as de- mais informaıes. Reitor representa a Andifes em audiŒncia na Cmara dos Deputados Reportagem nas pÆginas 5 e 6. MÆrcio Pereira Barbosa Lus Antnio Dias Gilberto Nascimento/Ag. Cmara JosØ Paulo Martins Por solicitaªo do reitor Paulo Speller, presidente da Associaªo Na- cional dos Dirigentes das Instituiıes Federais de Ensino Superior (Andi- fes), o reitor Carlos Sigueyuki Se- diyama representou aquela Associa- ªo na audiŒncia pœblica na Comis- sªo de Agricultura, PecuÆria, Abas- tecimento e Desenvolvimento Rural, da Cmara dos Deputados, em Bra- slia, realizada no dia 24 de abril. A audiŒncia foi realizada por iniciati- va do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) e teve o objetivo de debater a situ- aªo da pesquisa agropecuÆria no Brasil e a necessidade da adoªo de um modelo institucional que priorize a integraªo dos diversos sistemas de pesquisa pœblicos e privados, vol- tados para o desenvolvimento do agronegcio. O evento contou com a presena de representantes de vÆrias institui- ıes de ensino e pesquisa, como o Conselho Nacional dos Sistemas Esta- duais de Pesquisa AgropecuÆria (Con- sepa), Associaªo Brasileira das Ins- tituiıes de Pesquisa Tecnolgica (Abipti), CNPq e Epamig, bem como a Embrapa, que foi homenageada, pelo transcurso de seu 34” aniversÆrio. A comissªo Ø presidida pelo deputado Marcos Montes (DEM/MG) O professor Sediyama discorreu sobre a situaªo da pesquisa cient- fica no Brasil, a importncia das uni- versidades pœblicas na formaªo de recursos humanos, na geraªo de conhecimentos e sua difusªo, o que possibilitou o grande desenvolvimen- to do setor agropecuÆrio nacional nos œltimos anos. Ressaltou a necessida- de de as empresas contarem com maior nœmero de profissionais quali- ficados para que a interaªo Univer- sidade-Empresa possa efetivamente constituir-se em realidade. Colam grau os formandos do CCE e do CCH

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Page 1: Jornal da UFV - Abril de 2007 · na CaetØ, em Uberaba. A Ærea contØm variedades de cana-de-açœcar desenvolvidas pela UFV. Abaixo, frutos do pinhªo-man-so, utilizado para a produçªo

PUBLICAÇÃO DA DIVISÃO DE JORNALISMO DA COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Visite nosso site: www.ufv.brAno 35 Viçosa (MG), 30 de abril de 2007 Número 1.406

U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E V I Ç O S A36570-000 - VIÇOSA - MINAS GERAIS - BRASIL

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

CORREIOS

9912165948/DR/MG

ImpressoEspecial

9912165948/DR/MGUFV

CORREIOS

Colação de grau realizada em duas cerimônias

Fac-símile das capas das edições do Jornal da UFV que circularam durante as colações de grau

dade, bailes e churrascos. No dia 16, colaramgrau os novos formandos do CCA e do CCB;no dia 23, do CCE e do CCH. Nas colações degrau, a presidência dos trabalhos foi do rei-tor Carlos Sediyama, tendo o ex-reitor Antô-nio Fagundes de Souza como paraninfo dosformandos.

Em continuidade a uma tradição consoli-dada, a Divisão de Jornalismo da Coordena-doria de Comunicação Social preparou duasedições especiais do �Jornal da UFV�, que cir-cularam durante a colação de grau.

A cerimônia de colação de grau, com aparticipação dos formandos de todos os cur-sos, uma das tradições da Universidade Fede-ral de Viçosa, passou a ser realizada em ocasi-ões distintas, a partir deste ano, devido aogrande número de participantes. Os integran-tes da Turma de Março de 2007 receberam seusdiplomas nos dias 16 e 23, no Espaço Multiu-so, com a presença de várias personalidades egrande número de convidados.

As festividades incluíram atos religiosos,plantios das árvores da turma, aulas da sau-

Novo espaço destinado à recepção aos visitantes, na AvenidaP. H. Rolfs, junto à sede da Diretoria de Logística e Segurança

Telefone: (31) 8709-1937

O Posto de Recepção aos Vi-sitantes mantido pela Coorde-nadoria de Comunicação Socialpassa a oferecer mais um ser-viço aos visitantes.

Além do agendamento de vi-sitas de delegações de escolas e

Informações aos Visitantesinstituições de outras localida-des, conta também, a partir des-te mês, com um painel para co-locação de peças publicitárias,como fôlderes, boletins, jornaise revistas oficiais com informa-ções sobre a Universidade.

Combustíveis do futuroO Brasil é rico em biodiversi-

dade de plantas capazes de pro-duzir energia e tem todas as con-dições para ser auto-sustentávele exportador de álcool e biodieselpara misturas de combustíveis.

Atenta às demandas mundi-ais de geração de energia lim-pa, a UFV está reunindo pesqui-sas de vários departamentospara captar recursos e somaresforços na produção de tecno-logias adequadas à agroenergia.

À esquerda, experimentosde competição de clones na Usi-na Caeté, em Uberaba. A áreacontém variedades de cana-de-açúcar desenvolvidas pela UFV.Abaixo, frutos do pinhão-man-so, utilizado para a produção debiocombustível.

UFV organiza rede de pesquisa e prepara alunospara atuarem na cadeia produtiva da bioenergia

Vem aí a 78ª Semanado Fazendeiro

A Universidade Federal deViçosa promove, de 29 de julhoa 3 de agosto, a 78ª Semana doFazendeiro, um dos mais tradi-cionais eventos extensionistasbrasileiros, reunindo centenasde ruralistas de todo o país. Apromoção constitui excelenteoportunidade para troca de ex-periências e para aperfeiçoa-mento e atualização de práticasem seus campos de atuação.

Além de dezenas de cursosde curta duração, envolvendo asmais diversas atividades doagronegócio e da vida da famí-lia no meio rural, será realiza-

UFV deverá receber, mais uma vez, grande número deruralistas de todo o país. Tema central do evento é

�Fruticultura, Sistemas de Produção e ImpactosSocioambientais�

da, na ocasião, a 8ª Clínica Tec-nológica, em parceria com oSebrae-MG, com atendimentoindividualizado aos produtoresinteressados. A programaçãoinclui atividades artístico-cultu-rais e de lazer e exposição demáquinas, implementos e mu-das de plantas, além da feira deartesanato.

Os interessados em partici-par devem entrar em contatopelos telefones (031) 3899-2845(Timóteo ou Simone), para tra-tar da venda de estandes, ou3899-1701 (Vera), para as de-mais informações.

Reitor representa a Andifes emaudiência na Câmara dos Deputados

Reportagem nas páginas 5 e 6.

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Speller, presidente da Associação Na-cional dos Dirigentes das InstituiçõesFederais de Ensino Superior (Andi-fes), o reitor Carlos Sigueyuki Se-diyama representou aquela Associa-ção na audiência pública na Comis-são de Agricultura, Pecuária, Abas-tecimento e Desenvolvimento Rural,da Câmara dos Deputados, em Bra-sília, realizada no dia 24 de abril. Aaudiência foi realizada por iniciati-va do deputado Paulo Piau (PMDB-MG)e teve o objetivo de debater a situ-ação da pesquisa agropecuária noBrasil e a necessidade da adoção deum modelo institucional que priorizea integração dos diversos sistemasde pesquisa públicos e privados, vol-tados para o desenvolvimento doagronegócio.

O evento contou com a presençade representantes de várias institui-

ções de ensino e pesquisa, como oConselho Nacional dos Sistemas Esta-duais de Pesquisa Agropecuária (Con-sepa), Associação Brasileira das Ins-tituições de Pesquisa Tecnológica(Abipti), CNPq e Epamig, bem como aEmbrapa, que foi homenageada, pelotranscurso de seu 34º aniversário. Acomissão é presidida pelo deputadoMarcos Montes (DEM/MG)

O professor Sediyama discorreusobre a situação da pesquisa cientí-

fica no Brasil, a importância das uni-versidades públicas na formação derecursos humanos, na geração deconhecimentos e sua difusão, o quepossibilitou o grande desenvolvimen-to do setor agropecuário nacional nosúltimos anos. Ressaltou a necessida-de de as empresas contarem commaior número de profissionais quali-ficados para que a interação Univer-sidade-Empresa possa efetivamenteconstituir-se em realidade.

Colam grau os formandos do CCE e do CCH

Page 2: Jornal da UFV - Abril de 2007 · na CaetØ, em Uberaba. A Ærea contØm variedades de cana-de-açœcar desenvolvidas pela UFV. Abaixo, frutos do pinhªo-man-so, utilizado para a produçªo

2 JORNAL DA UFV Universidade Federal de Viçosa - 30 de abril de 2007 JORNAL DA UFV 1130 de abril de 2007 - Universidade Federal de Viçosa

ADMINISTRAÇÃO

Ed. Arthur da Silva Bernardes- Campus Universitário -

CEP 36570-000 - Viçosa - MGTelefax (31) 3899-2245

E-mail: [email protected]

PUBLICAÇÃO DA UNIVERSIDADEFEDERAL DE VIÇOSA

Registro no Cartório de Títulos eDocumentos da Comarca deViçosa sob o nº 04, livro B,

nº 1, fls. 3/3v

JORNAL DA UFV

REITOR

Carlos Sigueyuki Sediyama

VICE-REITOR

Cláudio Furtado Soares

COORDENADOR DE

COMUNICAÇÃO SOCIAL

Cláudio Mafra

JORNALISTA RESPONSÁVEL

José Paulo Martins

Reg. MG 0233 JP

DIVISÃO DE JORNALISMO

José Paulo Martins

DIVISÃO DE RÁDIO E TV

Ricardo Nogueira Reis

DIVISÃO DE RELAÇÕES

PÚBLICAS

Yara Vaz de Melo Freppel

DIVISÃO DE GRÁFICA

UNIVERSITÁRIA

José Paulo de Freitas

EQUIPE DE REDAÇÃO

Alvaro Cesar Sant�Anna,

Antônio Fernando de Souza

Faria, João Batista Mota,

José Paulo Martins e

Léa Medeiros

DESIGNER GRÁFICO

Márcio Jacob

REVISÃO

Maria do Carmo da Costa

Val Gomide

IMPRESSÃO

Divisão de Gráfica

Universitária (DGU)

Governo Federal

Na manhã do domingo seguin-te ao baile de formatura do CCE/CCH, vi uma cena capaz de meemocionar. Pena não ter uma fil-madora nesse momento. Eramquase dez horas da manhã, e doiscasais de namorados saíam do quesobrou do baile de formatura.Uma das moças, com um vestidode festa lilás rodopiava em fren-te ao Centro de Vivência com osbraços abertos. Estava com assandálias nas mãos e a com a gra-vata do namorado no pescoço. Elarodopiava feliz, quando o namo-rado a puxou pela gravata e lhedeu um delicioso beijo na boca.Nesse momento, quase uma cen-tena de calouros subia a retapara a confirmação da matrícula.Foi então que, sem querer, oscarequinhas, ainda medrosos, tí-midos, inseguros com um futurotodo pela frente, que se definiaa partir de então, cercaram ocasal de namorados que se beija-va, impassível, quase debaixo deum túnel de calouros assustadoscom a cena inusitada. Nesse mo-mento, passado e futuro se en-contraram, literalmente, num im-provisado túnel do tempo. Ao fun-do, o cenário do Prédio Princi-pal. Não merecia uma foto?

Os namorados pareciam olharpara o passado enquanto se des-pediam, felizes, dos quatro oucinco anos que passaram na UFV.Muitos desses meninos devem terpensado também no dia em queestariam aí, saindo do baile deformatura. Essa imagem, agora empalavras, poderia render muitasreflexões sobre o futuro dessesmeninos, formados ou calouros:temas como desemprego, angús-tias, mercado de trabalho e to-das essas coisas que passam pela

Uma foto para Teinhacabeça e doem no coração deestudantes e suas famílias, nestadifícil fase de entrada e saída daUniversidade. Mas nesse domin-go de sol, a profusão de cores dacena me leva ou à contramão damesmice rancorosa de quem ape-nas reclama, para dizer que achoum barato esta vida de UFV. Esteé um lugar onde tudo se renovasempre. Ou, pelo menos, deve-ria. São uns 1.800 novatos a cadaano, subindo e descendo a reta,exalando alegria, risos, beleza etodas essas qualidades lindas quea juventude tem.

Vim de outra universidade, eposso dizer que Viçosa é diferen-te, porque a energia dessa mo-çada contagia a cidade inteira.Por aqui se esbarra em estudan-tes por onde quer que se ande,e essa é uma cidade que sabeacolhê-los bem. Aqui quase todomundo se conhece, podem-sependurar contas, da padaria aobotequim, anda-se de bicicleta,shorts e chinelos sem que nin-guém repare em você. Tudo, poraqui, gira em torno dos estudan-tes. Festas, agenda, trânsito e atéo sossego das ruas quando elesestão de férias.

Mais uma prova da receptivi-dade que se tem por aqui: nessemesmo final de semana, hospedei,em casa, um calouro de minhaterra, desesperado atrás de umapensão ou república para morar.Tinha o perfil da maioria dos es-tudantes da UFV: classe médiabaixa, família distante e esperan-çosa na graduação de um filho.Ele chegou sem conhecer nin-guém e saiu por aí, procurando.Encontrou uma estudante que oajudou a andar pelas ruas da ci-dade, outro que deu um telefo-ne, outro que o levou aos qua-dros de classificados, uma costu-reira desconhecida que ligou parauma amiga que poderia ajudar,uma carona para um bairro dis-tante, e em dois dias ele já podiaescolher onde morar. Quer coisamelhor que ser acolhido com ca-rinho na hora da dificuldade? Porisso é que sempre sou levada aacreditar que, por trás das cons-tantes notícias ruins, a fantásti-ca e discreta solidariedade hu-mana ainda está sempre em todaparte. Basta precisar e se abrirque ela aparece.

Isso não é um jogo do con-tente. Em Viçosa faltam muitascoisas importantes e sobram pro-blemas trazidos pelo crescimen-to sem planejamento. Mas é mui-

to bom conviver em meio de tan-to oxigênio. Levei o calouro paraconhecer o Campus e ele ficouespantado com tanto verde, tan-to espaço, tantos laboratórios,equipamentos e salas de aula.Todos os ex-alunos que semprevoltam para seus reencontrosqüinqüenais hão de concordarque a acolhida faz a diferença daUFV e que essa é uma caracte-rística da cultura viçosense.

Pena que essa energia todanem sempre seja canalizada paracoisas boas, e acho que esta devaser uma preocupação da Institui-ção. É que tenho visto os estu-dantes cada vez mais distantes delazeres saudáveis e agradáveisdentro do campus. Não vejo maisa recepção para a calourada,acabou-se o trote solidário, estáparado o Projeto Estaçãozinha,que integrava a moçada com mú-sica no horário do almoço, e aarena da Biblioteca está semprevazia. Onde está o incentivo aoesporte, às competições, à cul-tura? Temos um belíssimo teatroque promove poucos eventos, eisso é um desperdício. Fechar ocampus é uma necessidade nes-tes tempos de violência, mas ésempre possível promover ativida-des que integrem, confraterni-zem e canalizem boas energiasdentro e fora dele. Espaços sãofeitos para pessoas, e este é ocampus mais lindo deste país. Nin-guém que o conheça duvida dis-so, mas é preciso estimular amoçada a produzir mais arte, ma-nifestações, alegria, debates, po-lêmicas e algum barulho. Este éo sentido da universalidade deuma instituição que pensa na for-mação integral de seus alunos.

Quando cheguei à cidade, háquase 15 anos, achei o campuslindo, mas conservador e com-portado demais para uma Univer-sidade. Ainda havia certo mofodos tempos de Purdue, de Esave da supremacia das ciênciasagrárias. Mas tenho acompanha-do de perto a expansão das ci-ências humanas na UFV e, cápara nós, essa moçada está oxi-genando a Universidade. Gritampara reivindicar, promovem arte,debates e eventos que vão alémdo estudo e das festas tão fre-qüentes por aqui. Palmas paraeles! Este é um tempo da vidaque faz toda a diferença na ma-turidade. É rico em possibilida-des de aprendizado, convivênciae experiências éticas e estéti-cas imprescindíveis à formação

de futuros bons profissionais.Tem muito estudante que vive

em Viçosa sem a conhecer deverdade. Interagir com a cidade,usar o conhecimento adquiridopara propor soluções, promovercidadania, solidariedade, cultura,alternativas interessantes paraproblemas antigos, isso faz todaa diferença na formação de umprofissional atento, ágil, criativoe de boa convivência. E faz sereshumanos melhores também. A mi-litância social, política, ambien-tal, independentemente de par-tido ou causa, é muito positivanesta fase estudantil. Que sejamde direita ou esquerda, bichos-grilos, agroboys, artistas, sejam oque for, mas que tenham opiniãoe saibam aproveitar esta épocapara acumular vivências fundamen-tais a uma formação mais rica, pro-funda e completa.

Este é o grande barato de umauniversidade. Ciência, conheci-mento, profissionalização, cida-dania e cultura. Vi isso materiali-zado no SIC/SEU deste ano. Emmeio aos painéis de trabalhosacadêmicos de iniciação científi-ca, alunos do curso de Dançamostravam as cores e os sons bembrasileiros do maracatu, do sam-ba e de outros ritmos. A mostracontagiou quem passava por per-to, oxigenando um evento aca-dêmico sempre meio sisudo e mo-nótono. Que a moçada da Dança,do Jornalismo, da História, da Ge-ografia e de todos os outros cur-sos contagie, faça mais barulho,ocupe mais espaços, dance, façateatro, música, política, contes-tação, tudo aqui, neste cenáriolindo! Como bem diz o CaetanoVeloso, gente é outra alegria..

O lugar desta moçada é den-tro do campus, com respeito àstradições, é claro, mas com oimprescindível exercício da cria-tividade. A Universidade deve sero espaço do encontro dos tem-pos, das experiências, do conhe-cimento, onde novo e velho con-vivem e se tocam na delícia davida de estudante!

PS : Esta fotografia em pala-

vras que ressalta o vestido lilásda formanda, as cabecinhas ca-recas dos calouros, o beijo na

boca, tendo ao fundo um domin-go azul de sol no amarelo do�Bernardão�, é uma homenagem

à professora Teinha, do curso deDança. Ela que conhece cores

mais que Frida Khalo e represen-ta, para UFV, a melhor expressãode MOVIMENTO.

Participe do JORNAL DA UFVDê a sua opinião, sugestões e faça críticas!

[email protected]

Participe do JORNAL DA UFVDê a sua opinião, sugestões e faça críticas!

[email protected] U M P A Í S D E T O D O S

Jornalista Léa Medeiros

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aEm defesa do São Francisco

No vai-e-vem das decisões sobrea transposição do rio São Francisco,a ausência de debates efetivos coma sociedade tem sido um dos argu-mentos inibidores do começo dasobras. Não há ainda, na visão de quemluta contra a transposição, uma dis-cussão sobre a situação real do rio.Mesmo aqueles que moram às suasmargens pouco sabem sobre ele. Tal-vez, por isso, uma campanha de educa-ção ambiental que integrantes da ONG/Oscip Ambiente Brasil Centro de Estu-dos desenvolveram em Três Marias, de13 a 18 de março, tenha sido tão bemrecebida pelos quase 30 mil habitantesdo município. A ONG é coordenada peloprofessor Luiz Eduardo Fontes, do De-partamento de Solos da UFV, e contacom a atuação de ex-alunos e estagiá-rios de vários cursos da UFV.

A distribuição de 19 mil exempla-res da cartilha O Velho Chico, a vozdo Rio serviu para ampliar o afetodos moradores para com o São Fran-cisco e despertá-los sobre a sua im-portância e responsabilidade de cadaum com a sobrevivência dele. A idéiaera chamar a atenção sobre a ne-cessidade de cuidar do rio que cortaa cidade. E cuidar, conforme indica acartilha, não é somente deixar dejogar lixo no rio, mas também evitara pesca em períodos de defeso e co-brar das instituições responsáveis afiscalização e a punição de quem omaltrata; é respeitar os seus limitese as histórias que correm com ele.

Durante a distribuição das car-tilhas, cinco alunos da UFV deram vozao São Francisco e personalizaram afigura do Velho Chico apresentadapela cartilha -, aguçando principal-mente a curiosidade das crianças.Vestidos com camisetas representa-tivas dos estados por onde ele passa(MG, BA, PE, AL e SE) e com máscarasde um velho barbudo e cansado, po-rém com uma expressão afetuosa, osestudantes, de forma lúdica, conta-ram um pouco da história do rio efizeram a população parar para pen-

Realizou-se, na UFV, no período de24 a 27 de abril, o 2º Simpósio Brasilei-ro de Pós-Colheita de Frutas, Hortali-ças e Flores, reunindo mais de 400participantes de todo o Brasil, den-tre profissionais das cadeias de pro-dução e pós-colheita de frutas, hor-taliças e flores, como pesquisadores,professores, estudantes de gradua-ção e pós-graduação, produtores,extensionistas, dirigentes e técnicosde agroindústrias, indústrias de insu-mos, máquinas e equipamentos, repre-sentantes de órgãos de fomento e for-muladores de políticas públicas.

O objetivo da promoção foi inte-grar os diversos segmentos do setorna busca de soluções para as proble-máticas de perdas quantitativa e qua-litativa dos produtos vegetais pere-cíveis, aumento de vida útil e melhoraproveitamento dos benefícios queeles possam trazer. Outro tema emdiscussão foi o ensino de pós-colheitanas universidades brasileiras.

A cerimônia de abertura foi pre-sidida pelo vice-reitor no exercícioda Reitoria, professor Cláudio Fur-tado Soares. Fizeram pronunciamen-tos, na ocasião, o presidente da Co-missão Organizadora do evento, pro-fessor Rolf Puschmann, e o diretor

Realizado o 2º Simpósio Brasileiro de Pós-Colheita de Frutas, Hortaliças e Floresdo Centro de Ciências Biológicas eda Saúde, professor Ricardo Junquei-ra Del Carlo, que falou em nome dosCentros de Ciências. O secretário-adjunto da Agricultura, Pecuária eAbastecimento, Paulo Afonso Romano,fez a conferência inaugural, desta-cando as ações do governo estadualno setor e a importância da pesquisacientífica, especialmente no caso daprodução de frutas para exportação.Logo após, o pesquisador Celso LuizMoretti, da Embrapa Hortaliças, fezo lançamento do �Manual de Proces-samento Mínimo de Frutas e Hortali-ças�, do qual é editor. A pesquisado-ra Heloísa A. Cunha Filgueiras, daEmbrapa Agroindústria Tropical, fez,em seguida, a segunda palestra danoite, abordando os avanços tecno-lógicos em pós-colheita.

Dentre outras personalidades,estiveram presentes o pró-reitor deExtensão e Cultura, professor Geral-do Antônio de Andrade Araújo; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduaçãoem exercício, professor Tocio Sediya-ma; o superintendente de Desenvol-vimento Rural Sustentado, FernandoAntônio Cardoso; a diretora do De-partamento de Inspeção de Produtosde Origem Vegetal do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to, Ângela Pimenta Peres; o diretor doCentro de Ciências Agrárias, profes-sor Sérgio Hermínio Brommons-chenkel; o secretário municipal deAgricultura e Meio Ambiente, LucianoPiovesan Leme; o professor Dalmo Lo-pes de Siqueira, membro da ComissãoCoordenadora do evento, represen-tando o chefe do Departamento deFitotecnia, professor Flávio Alencard´Araújo Couto; a chefe do Departa-mento de Biologia Vegetal, professo-ra Rosane Maria de Aguiar Euclydes; a

representante da Embrapa, HeloísaAlmeida Cunha Filgueiras; e os profes-sores Demetrius David da Silva, Eliza-beth Pacheco Batista Fontes e Ricar-do Corrêa Gomes, presidente, direto-ra Científica e diretor Administrativo-Financeiro da Fundação Arthur Bernar-des (Funarbe), respectivamente.

Segundo os professores Rolf Pus-chmann e Luiz Carlos Chamhum Salo-mão, presidente e vice-presidente doevento, repectivamente, estiveramem pauta os aspectos mais relevan-tes da fisiologia e da bioquímica da

maturação e senescência. Tambémforam contemplados temas relaciona-dos à logística da colheita, seleção,embalagem, distribuição e comercia-lização de produtos hortícolas, basesmoleculares do controle do amadure-cimento e da senescência, qualidadefuncional dos produtos de origem ve-getal como fonte de compostos funci-onais, níveis de contaminação e usode agrotóxicos em pós-colheita, ras-treabilidade de produtos hortícolas,patologia pós-colheita e processamen-to mínimo de frutas e hortaliças, apre-sentados por pesquisadores de reno-me do Brasil e do exterior.

O evento foi uma realização con-junta da UFV, por intermédio dosDepartamentos de Biologia Vegetal ede Fitotecnia, e Embrapa, represen-tada pelas unidades de Agroindústriade Alimentos, Agroindústria Tropical,Hortaliças e Transferência de Tecno-logia, e contou com o apoio do CNPq,Capes, Fapemig, Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento,Sebrae, CeasaMinas, Epamig, Code-vasf, Incaper, Funarbe, PrefeituraMunicipal de Viçosa, SmartFresh, An-def, Rigesa, e Tecsaclor.

Informações: www.iisbpc.ufv.br �[email protected] � (31) 3899-2299

Cerimônia de abertura do evento

sar nos problemas que o afligem. Umdesses problemas foi o lançamento deresíduos tóxicos nas águas do SãoFrancisco pela empresa VotorantimMetais provocando a mortandade demilhares de peixes que deu origem àcartilha, elaborada a partir de Termode Ajustamento de Conduta (TAC) as-sinado, em fevereiro de 2006, peloMinistério Público de Minas Gerais epela Votorantim Metais. Coube a ONGAmbiente Brasil a elaboração da car-tilha e a realização da campanha deeducação ambiental.

Mas por que a campanha envol-veu todo o município e não apenas aempresa? A resposta, segundo o pro-fessor Luiz Eduardo Fontes está nofuturo. Para ele, o envolvimento decrianças e jovens em campanhas comoesta representa possibilidade de des-pertar, desde cedo, o desejo de pre-servação do rio e, conseqüentemen-te, da manutenção de uma das pou-cas e tradicionais atividades econô-micas do local: a pesca, hoje total-mente ameaçada. E tudo indica quedeu resultado. Muitas das escolas vi-sitadas pelos estagiários colocaramo rio São Francisco como tema de

discussão em sala de aula e orienta-ram os alunos a produzir uma carti-lha a partir da que tinham recebido.O rio também foi pauta de progra-mas de rádios, que promoveram de-bates ao vivo sobre meio ambiente.Foi motivo de conversas pelas ruas,de troca de idéias nas igrejas e, so-bretudo, de emoção para os técni-cos e estagiários que participaramda campanha.

A estudante de Engenharia Ambi-ental da UFV Luana Caetano Rocha deAndrade, uma das estagiárias da ONG,considera que esta emoção tenha aver com a maneira com que a popula-ção de Três Marias recebeu a equipe.No seu caso específico, ela tambémestá relacionada à percepção de quea sua atuação profissional pode serdiferente do que imaginava. Ao con-trário da visão remediadora que, se-gundo Luana, é aprendida no curso,ela percebeu que somente a educa-ção ambiental é capaz de atingir araiz dos problemas. Na prática, issosignifica o entendimento de que anecessidade das pessoas não estáapenas no tratamento de resíduos ede esgotos, mas também na carência

de informações ambientais.Uma amostra disso foram as blitz

ecológicas promovidas pela equipe empontos estratégicos da cidade. A dis-tribuição de quatro mil mudas deplantas ornamentais e frutíferas (do-adas pelo IEF), que compõem a mataciliar do rio na região, despertou ointeresse e a curiosidade dos mora-dores de Três Marias em saber maissobre como plantá-las. Além disso, atransposição do São Francisco eramotivo de questionamentos freqüen-tes, conforme lembra a coordenado-ra executiva da campanha, ex-alunada UFV, Iara Lopes Lança.

Tudo isso revela que há muito ain-da o que conhecer sobre o rio. Comodisse o músico da cidade, André Ribei-ro, �o povo precisa aprender a gos-tar do São Francisco�. E se dependerda campanha, realizada em conjunto

com o Ministério Público, as possibili-dades são grandes. O trabalho reali-zado diariamente durante uma sema-na, das 6 às 22 horas, não terminouno dia 18 de março. Segundo Iara, oapoio da Secretaria Municipal de Saú-de permitiu a capacitação de multipli-cadores da campanha. Os agentes doPrograma Saúde da Família (PSF) vãocontinuar a distribuir e explicar osobjetivos da cartilha para sensibili-zar a população. O resultado da cam-panha também foi avaliado positiva-mente pelo MP e deve ser estendida aoutras cidades daquela região.

A cartilha produzida pela campa-nha faz parte da extensão da UFVpor meio do Programa de Meio Ambi-ente e Educação Ambiental �Futuroda Mata na e será distribuída tam-bém nas escolas públicas e particula-res de Viçosa.

A equipe, formada por 20 pessoas,

entre profissionais e estagiários dediversos cursos da UFV, distribui as

cartilhas em todas as escolas de TrêsMarias. A campanha de educação

ambiental também foi realizada nasrádios da cidade, no comércio, nas

igrejas e nas ruas com blitzecológicas. Por onde passava, o Velho

Chico era reconhecido pelas crianças

O professor Luiz Eduardo Fontes, ao centro, com os personagens do Velho Chico,

a promotora pública e o prefeito de Três Marias durante uma palestra sobre

educação ambiental

Page 3: Jornal da UFV - Abril de 2007 · na CaetØ, em Uberaba. A Ærea contØm variedades de cana-de-açœcar desenvolvidas pela UFV. Abaixo, frutos do pinhªo-man-so, utilizado para a produçªo

10 JORNAL DA UFV Universidade Federal de Viçosa - 30 de abril de 2007 JORNAL DA UFV 330 de abril de 2007 - Universidade Federal de Viçosa

A Universidade Federal deViçosa acaba de estabelecerparceria para a realização detrabalhos de capacitação demão-de-obra, pesquisa e desen-volvimento que visem à obten-

Universidade faz parceria na área de cafés especiais

ção de cafés especiais, certifi-cação da qualidade desses ca-fés e a realização de certamesde qualidade do produto. Parti-cipam da parceria o Centro Na-cional de Treinamento em Arma-

zenagem (Centreinar), a Funda-ção Arthur Bernardes (Funarbe)e a Associação Brasileira de Ca-fés Especiais (BSCA).

Para a execução das ativida-des previstas na parceria, a Uni-versidade utilizará seus recursoshumanos e infra-estrutura e teráo apoio do Centreinar na capa-citação da mão-de-obra para acadeia de produção de cafés es-peciais. Caberá à BSCA, além deoutras atribuições, a liberaçãode recursos financeiros, labora-toriais e instrumentais, bemcomo de pessoal necessário àsatividades previstas na parceria.A administração e gerenciamen-to ficarão a cargo da Funarbe ea coordenação será do profes-sor Daniel Marçal de Queiroz,diretor-geral do Centreinar.

A UFV possui larga tradiçãona pesquisa em todos os seg-mentos da cafeicultura, do me-lhoramento genético das semen-tes ao armazenamento do pro-duto, passando pelo manejo etratos culturais. Como exem-plo, as pesquisas para o desen-volvimento de variedades resis-tentes à ferrugem, uma dasdoenças de maior impacto nacafeicultura nacional. A BSCAreúne produtores de cafés dealta qualidade para oferecer aomercado gourmet os melhorescafés do Brasil. Possui associa-dos em todas as áreas do paísonde são produzidos cafés Ará-bica de alta qualidade: Sul deMinas, Matas de Minas, Cerra-do, Chapadas de Minas, Mogia-na, Bahia e Paraná.

Participantes da cerimônia de assinatura do convênio

A parceria foi oficializada nodia 9 de abril, com a assinaturado convênio entre as institui-ções envolvidas. Participaramda cerimônia, realizada na Rei-toria, o reitor Carlos SigueyukiSediyama; o secretário-execu-tivo da BSCA, Alexandre Gonza-ga; o presidente da Funarbe,Demetrius David da Silva; o di-retor-geral Daniel Marçal deQueiroz; o empresário Afonso S.de Mattos, membro do Conse-lho Fiscal da BSCA; o pró-reitorde Extensão e Cultura, GeraldoAntônio de Andrade Araújo; odiretor do Centro de CiênciasAgrárias, Sérgio Hermínio Bro-monschekel; o subchefe de Ga-binete da Reitoria, Paulo CésarCorrea; e o professor TetuoHara, consultor do Centreinar.

Produtividade de eucalipto na Zona da Mata deverácrescer com plantio de clones

A utilização de clones paraplantio de eucalipto apresentamuitas vantagens e vem sendoadotada com sucesso na Zonada Mata mineira. Há cerca detrês anos, o empresário Sebas-tião Fernandes, proprietário daFazenda Guaxupé, localizadaentre os municípios de Diviné-sia, Ubá e Dores do Turvo, pro-curou a UFV para buscar solu-ções que pudessem aumentarsua produtividade em carvãovegetal. A opção oferecida foi oplantio clonal, em vez de mu-das de sementes, a fim de seobter uma plantação de melhorqualidade, crescimento unifor-me e resistente a doenças, en-tre outros benefícios.

A muda clonal é produzida porreprodução assexuada, a partirdo enraizamento de estacas co-lhidas de uma árvore matriz su-perior. Portanto, todas as plan-tas de um mesmo clone têm amesma carga genética. Além dis-so, a utilização da madeira ori-ginária da eucaliptocultura paracarvão, por exemplo, possibilitaa preservação dos fragmentos daMata Atlântica na região, por re-duzir a pressão da população ru-ral sobre as matas nativas.

 A fazenda

 Em recente visita à Univer-

sidade, Sebastião Fernandesmanifestou sua satisfação coma parceria, voltada para o plan-tio de clones de eucalipto em suapropriedade, na fazenda Guaxu-pé Florestal. Na fazenda Gua-

Há três anos, a UFV iniciou experiência pioneira em fazenda da regiãoxupé Florestal, com área de1.600 hectares, são desenvol-vidas duas atividades principais.Na pecuária leiteira, produz millitros/dia, além da venda dematrizes leiteiras e de corte. Jána atividade florestal, iniciadaem 1993, produz cerca de milmetros cúbicos de carvão vege-tal de eucalipto/mês para a Com-panhia Brasileira Carbureto deCálcio (CBCC), sua parceira emalguns projetos de fomento deeucalipto. A fazenda conta atu-almente com 20 empregados di-retos e 15 indiretos, através deparceiros do carvão.

Há, atualmente, na fazenda,cerca de 600 mil árvores de eu-calipto plantadas, com projetode plantio de 100 mil mudas clo-nais por ano. Segundo o coorde-nador do convênio com a UFV, oprofessor e pesquisador AcelinoCouto Alfenas, a parceria com aUniversidade dispõe de umaárea de 10 hectares de testesclonais, para a seleção de clo-nes-elites para a região do pólomoveleiro de Ubá. Esses clonesforam cedidos pela Acesita, Ce-nibra, CAF, Plantar, Suzano BahiaSul e Votorantim Metais, e sãoavaliados, anualmente, quantoao crescimento em volume e re-sistência a doenças e, ao finaldo ciclo, quanto às caracterís-ticas da madeira para carvão,celulose e serraria.

Os clones potencialmentemais adaptados à região foramindicados pelo engenheiro flo-restal Sebastião Machado daFonseca - um dos grandes es-

pecialistas nessa área -, o quepermitiu o início do cultivo clo-nal na fazenda. Acelino Alfenasexplica que, embora ainda nãohaja resultados concretos, es-pera-se dobrar a produtividadeda Guaxupé, com a implemen-tação do plantio de clones emelhoria de preparo de solos,adubação e controle de ervasdaninhas em relação aos plan-tios anteriores.

Sebastião Fernandes tam-bém encomendou ao professorJosé de Castro Silva, do Depar-tamento de Engenharia Flores-tal, um estudo de análise eco-nômica sobre a melhor forma deaproveitamento do eucaliptocultivado. Caso se confirme sero carvão vegetal, o empresáriopretende montar uma modernaindústria de carvão, com todosos cuidados ambientais neces-

sários, empregando grande nú-mero de mão-de-obra, possivel-mente em Senador Firmino, suaterra natal.

 Testes clonais

 De acordo com Acelino Alfe-

nas, a partir do plantio realiza-do na Guaxupé, foram amplia-dos os testes clonais de euca-lipto na Zona da Mata, para qua-tro locais distintos: Viçosa, Ubá,Juiz de Fora e Jequeri. O obje-tivo é avaliar e definir qual dos70 clones testados é o maisapropriado para cada região,quanto à produtividade, resis-tência a doenças e adaptação aoclima e ao solo, por exemplo.Nas avaliações dos testes, oprofessor conta com o apoio deseus alunos e das equipes deinventário da Plantar e Cenibra.

A proposta maior da UFV comeste trabalho é tornar a tecnolo-gia acessível ao pequeno e mé-dio produtor rural, com uma re-lação custo-benefício que atenueo investimento inicial. E é tam-bém justamente pensando nes-se segmento da produção queAcelino Alfenas - juntamentecom Sebastião Machado da Fon-seca, Rafael Ferreira Alfenas,Nairam Félix de Barrros e Fer-nando Palha Leite -  acaba deelaborar uma cartilha ilustradasobre a �Cultura do eucalipto emáreas montanhosas�, que serápublicada pela Sociedade de In-vestigações Florestais (SIF). Aobra, em linguagem simples eobjetiva, irá esclarecer as dúvi-das mais comuns nesse cultivoe oferecer informações detalha-das para orientar adequadamen-te os produtores rurais.

Motivar o acadêmico para abusca de alternativas, dentro efora do campus, que o prepa-rem para o mercado de traba-lho, cada vez mais exigente, foio tema central do 1º Simpósiode Oportunidades Universitári-as, realizado na UFV, entre osdias 18 e 20 de abril, com aparticipação de grande númerode estudantes. Um dos desta-ques do evento foi a apresen-tação da banda norte-america-na Far East Movement - autorada trilha sonora do filme �Velo-zes e Furiosos� -, no Espaço Mul-tiuso, no encerramento da pro-gramação.

A cerimônia de abertura dosimpósio foi no Espaço Acadê-mico Cultural Fernando Sabino,

Realizado o 1º Simpósio de Oportunidades Universitáriaspresidida pelo pró-reitor de As-suntos Comunitários, professorLuciano Esteves Pelúzio, quediscorreu sobre a importânciado evento para os estudantes,em sua luta pelas oportunida-des na formação acadêmica eno mercado de trabalho. O co-ordenador do simpósio, profes-sor Aluízio Borém, também semanifestou, na mesma linha,falando de seu contentamentopela significativa participaçãode alunos. Além dos oradores,também fez parte da mesa dehonra da cerimônia o chefe daDivisão de Extensão, represen-tando a Pró-Reitoria de Exten-são e Cultura, professor JoãoMarcos de Araújo.

O simpósio constou de pa-

lestras proferidas por professo-res e especialistas do Brasil edos Estados Unidos, sobre te-mas de grande interesse para aformação acadêmica. Entreelas, �O Profissional para o Mer-cado de Trabalho Atual�, comLucimery Balestrin, da BungeAlimentos; �Inglês � Essencial aoProfissional Atual�, por PatríciaMuradas, da Editora Macmi-llan�, e �Ingressou na UFV? OsDesafios e Oportunidades sãoainda Maiores�, por OtávioGrossi, da Plano B ConsultoresAssociados.

A professora Aristéa AlvesAzevedo discorreu sobre umtema que tem atraído cada vezmais a atenção dos estudantesda universidade, �Oportunida-

des em Iniciação Científica�. Jáa questão do estágio teve duasabordagens e palestrantes dis-tintos: as opções, na UFV, fo-ram enfocadas por Carlos Go-mes Cunha e, no exterior, por

Professores Aluízio Borém, Luciano Pelúzio e João Marcos, na

cerimônia de abertura do evento

Aluízio Borém. O encerramentodo 1º Simpósio de Oportunida-des Universitárias ficou por con-ta de Greg Smedsrud, que fa-lou sobre o tema �Living in USAas a Trainee/ The CA Program�.

Entre os dias 9 e 12 de abril,as funcionárias da UFMG Alcio-ne Aguiar Souza e Ana Paula Fa-varini Aires de Lima estiveramem Viçosa, para conhecer o queé feito na UFV na área de ges-tão de resíduos, tendo visitadodiversos locais no campus.

As visitantes, que são vin-culadas ao Programa de Ges-tão de Resíduos de sua insti-tuição, conheceram o ProjetoReciclar da Associação Benefi-cente de Auxílio a Funcionári-os e Estudantes (Asben), que,desde de 1995, faz a consci-entização da comunidade uni-versitária a respeito da coletaseletiva. Foram recebidas pelovice-presidente da associação,

Representantes da UFMG visitam projetos de reciclagem no campus de ViçosaJosé Antônio Rezende Pereira,que lhes deu informações so-bre a coleta de resíduos sóli-dos e a utilização da rendaobtida com a reciclagem, queé revertida totalmente à enti-dade, para realização de seusprojetos.

A visita estendeu-se a ou-tros pontos do campus, acom-panhada pelo bolsista do Proje-to Reciclar, Paulo Sérgio da Sil-va. Estiveram na Marcenaria,no Laboratório de EngenhariaSanitária e Ambiental (Lesa),no galpão de triagem de resí-duos sólidos do Projeto Reciclar,no Restaurante Universitário eem outros locais onde são pro-duzidos resíduos na UFV.

A UFMG, que tem mais de30 mil alunos, está desenvol-vendo um programa de gestãode resíduos, de acordo com aLei 5.940/06, que determinaque todo o serviço público deveter comprometimento com osresíduos que gera. Somente opapel e o papelão eram separa-dos para reciclagem, deixandode lado outros produtos reciclá-veis e não-recicláveis, que eramencaminhados ao lixão de BeloHorizonte.

Mais informações poderãoser obtidas nos endereços ele-trônicos http://www.ufv.br/Pcd/Reciclar/index.htm http://www.asben.ufv.br http://www.lesa.ufv.brAs visitantes reunidas com José Antônio e Paulo Sérgio

A Associação Atlética Acadê-mica (AAA-Luve-UFV) conquis-tou o terceiro lugar geral nosJogos Universitários Mineirosde 2007, disputados em Mon-tes Claros, de 3 a 9 deste mês.Primeira entre as equipes dasinstituições federais de ensinosuperior, a Luve foi campeã porequipe no Judô, conseguindodois primeiros lugares, cincosegundos e dois terceiros emcada uma das categorias. Nanatação, foi campeã por equi-pe no masculino e terceiro lu-gar no feminino, com seus na-dadores chegando em primeirolugar em três provas, em se-gundo em 20 finais e em ter-ceiro em 12 outras. No xadrez,conquistou o vice-campeonato.

Nas modalidades coletivas,a Luve chegou a diversas se-

Luve é destaque nos Jogos Universitários Mineiros

mifinais, ficando com o tercei-ro lugar em quatro modalidades� basquete feminino, futsalmasculino, vôlei feminino evôlei masculino.

Com uma delegação de 147pessoas, a segunda maior do

evento, a Luve competiu emfutebol, futsal masculino e fe-minino, basquete masculino efeminino, vôlei masculino e fe-minino, handebol masculino efeminino, xadrez, natação ejudô. A delegação ficou hospe-

dada no campus da Faculdadedo Norte de Minas (Funorte) erealizou jogos em diversos pon-tos da cidade.

Na cerimônia de abertura doevento, o destaque ficou porconta da delegação da UFV, que

esteve presente em maior nú-mero e foi a mais animada. Re-cebeu homenagens e teve suapresença mencionada por todosos oradores da cerimônia. Ogestor do Sesc, ErmenegildoGiovanoni, prestou homenagem,em nome da instituição, fazen-do a entrega de um troféu. Namesma ocasião, o presidente daLuve, Kellyson Salgado, home-nageou o pró-reitor de Extensãoda Funorte, Jaime Tolentino,que foi presidente da agremia-ção, no final da década de 70.

A Luve disputou 29 jogos nosesportes coletivos e quatro noxadrez, participou de 14 lutasno judô e de 29 provas na nata-ção. Nos esportes coletivos,foram 14 vitórias, dois empa-tes e 13 derrotas, e, no xadrez,apenas uma derrota.

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4 JORNAL DA UFV Universidade Federal de Viçosa - 30 de abril de 2007 JORNAL DA UFV 930 de abril de 2007 - Universidade Federal de Viçosa

A Comenda da Paz Chico Xavi-er, uma das distinções do gover-no mineiro, foi entregue a diver-sas pessoas e entidades, em ce-rimônia realizada no dia 2 demarço, no anfiteatro do CentroAdministrativo da Prefeitura, emUberaba, com a presença de au-toridades e grande número de con-vidados. Foram homenageadastrês entidades e oito pessoas,dentre as quais dois representan-tes da Universidade Federal deViçosa, o professor Luís CarlosGouveia, do Campus de Florestal,e a funcionária da TV Viçosa, Te-resinha de Jesus Ferreira.

A Comenda, instituída poriniciativa do deputado PauloPiau, ex-aluno da UFV, destina-se a homenagear pessoas físi-cas e jurídicas se que tenhamdestacado na promoção da paz,por meio de atividades relacio-nadas com a pesquisa; a produ-ção literária, artística e cultu-ral; campanhas pacifistas; eações que promovam a dignida-de das pessoas, erradicando afome, a miséria e a violência.

Um dos pontos altos da ce-rimônia foi o pronunciamentoda atriz Nicette Bruno, da TVglobo, que falou em nome doshomenageados. Entre as auto-ridades presentes, estavam osecretário de Esportes e Juven-tude, Fahim Sawan, represen-tando o governador Aécio Ne-ves; o deputado federal PauloPiau; e o secretário municipalde governo João Franco, repre-sentando o prefeito de Ubera-ba, Anderson Adauto.

Neste ano, foram homena-geados o empresário ArlindoPaludo, a advogada FernandaTerra, o coronel-PM James Fer-reira Santos, os professores LuísCarlos Gouveia e Maria de Lour-des Melo Prais, a atriz NicetteBruno, a massoterapeuta Zélia

Professor e funcionáriarecebem a Comenda

Chico Xavier

Savala Rezende Brandão, a fun-cionária pública Teresinha deJesus Ferreira, a AssociaçãoBrasileira de Esclerose Tubero-sa, a Fundação Gregório Barem-blitt, de Uberaba, e a TendaEspírita São Jorge.

A homenagem foi conferidaa Teresinha por sua contribui-ção na área social, em que de-senvolve um trabalho com maisde duas mil famílias carentes,com alimentos, remédios, cur-sos profissionalizantes, cursopré-vestibular e criação de hor-ta comunitária na favela deno-minada Morro Carlos Dias, emViçosa, bem como por sua lutaem defesa da igualdade racial.Para ela, a comenda representauma honra muito grande, peloque agradece a todos pela indi-cação de seu nome, ressaltandoa responsabilidade que signifi-ca receber a homenagem e re-forçando o compromisso de con-tinuar realizando o trabalho emfavor dos semelhantes, buscan-do sempre sua promoção social.

Luís Carlos foi agraciado emreconhecimento por seus traba-lhos de pesquisa, com projetospremiados na WWF-Brasil e noMinistério da Educação, todosvoltados para a inclusão socialdos pequenos e médios produ-tores rurais e para a recupera-ção e preservação do meio am-biente. Dentre seus vários pro-jetos, destacam-se: �Assistên-cia Técnica e Ambiental: Cons-trução de Biodigestores de Bai-xo Custo�, �Aproveitamento daFibra de Coco� e �Fabricação deLeite de Cabra em Pó, Utilizan-do Máquina de Baixo Custo�,vencedores do �Prêmio Técni-co Empreendedor�, promovidopelo Ministério da Educação emparceria com o Sebrae, nosanos de 2004, 2005 e 2006, res-pectivamente.

O engenheiro eletricista José Caetano de Ma-tos Neto, ex-aluno do Colégio de Aplicação Coluni,acaba de lançar, em São Paulo, seu primeiro livro:�O Vôo do Camaleão� (Scortecci Editora), uma his-tória sobre destino, inovação e sucesso.

A obra, com 146 páginas, concilia teorias de

Ex-aluno do Coluni lança livro em São Paulo

Em comemoração do DiaNacional do Livro Infantil,transcorrido no dia 18 de abril,a Editora UFV fez o lançamentode três livros dedicados ao pú-blico infantil: �A Revolta dos Ali-mentos� e �A Fada Mágica�, deEmanuele Duarte; e �Calino eMafelo�, de Ana Gabriela Sal-les.  O evento foi realizado noLaboratório de Desenvolvimen-to Infantil do Departamento deEconomia Doméstica.

Editora UFV lança três obras noDia Nacional do Livro Infantil

Emanuele Duarte, por terapenas 9 anos, não pôde se ins-crever no 2º Concurso Viçosen-se de Literatura Infantil, pro-movido pela Editora UFV em2006. Posteriormente, teveseus livros avaliados pelo Con-selho Editorial e por especialis-tas da área, que consideraramas obras excelentes e quiseramdar um incentivo a ela e a ou-tros escritores mirins.

A outra autora, Ana Gabrie-

la Salles, formada, este ano emComunicação Social na UFV,teve sua obra classificada noConcurso em 2006. Ela afirmouque a iniciativa da Editora émuito válida, para maior apro-ximação da Universidade comas Escolas, pois muitas não têmuma biblioteca.

De acordo com a diretora Ri-zele Maria de Castro Reis, alémdo foco para publicações técni-co-científicas, a Editora UFV temum papel sociocultural, cada vezmais incentivado. Vários livrosforam sorteados durante o lan-çamento, que também contoucom uma sessão de autógrafos.

O Dia Nacional do Livro In-fantil é comemorado em 18 deabril, em homenagem ao escri-tor Monteiro Lobato, nascidonessa data, na cidade paulistade Taubaté. Autor de clássicosda literatura nacional, como o�Sítio do Pica-Pau Amarelo� e�Urupês�, fez questão de trans-mitir conhecimento e idéias emlivros que falam de história,geografia e matemática, tor-nando-se pioneiro na literaturaparadidática - aquela em que seaprende brincando.

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Crianças presentes ao evento Sorteio de livros

As autoras Emanuele Duarte e

Ana Gabriela Salles

Emanuele Duarte autgrafando

um de seus livros

Os professores do Departa-mento de Administração Ricar-do Corrêa Gomes e Luciana deOliveira Miranda Gomes foramos únicos representantes daAmérica Latina a apresentaremtrabalhos no 11º Encontro do In-ternational Research Society forPublic Management (IRSPM).Realizado na cidade de Potsdam,Alemanha, no início de abril, oevento reuniu os mais importan-tes pesquisadores da área deadministração pública da Amé-rica, Europa, Ásia e Oceania.

Também durante o encontro,em solenidade realizada na Uni-versidade de Potsdam, RicardoGomes foi eleito e empossadono cargo de vice-presidente paraa América Latina da Internatio-

Professor da UFV participa de encontro de entidadeinternacional de Administração e assume vice-presidência

nal Research Society for PublicManagement. Desde setembrodo ano passado, ele já exerciainterinamente as funções, mas,na assembléia geral, seu nome

O professor Ricardo faz sua apresentação durante o evento

inovação, empreendedorismo e ética empresari-al, numa trama que envolve e mexe com o leitor.

O autor é professor universitário, com mestrado emAdministração pelo Ibmec e MBA em Gestão e Finançaspela Fundação Getúlio Vargas. Os contatos podem serfeitos pelo correio eletrônico [email protected]

foi proposto pelo presidente daIRSPM, Stephen P. Osborne, daUniversidade de Edimburgo, daEscócia, e aceito por unanimi-dade pelos associados.

Laboratório de Biofármacos pesquisa tratamentosfarmacoterapêuticos para câncer, inflamação e úlceras

Eliene (D) manipula as cobaias para tratamento

O Departamento de Fitopa-tologia da UFV e a Embrapa-Hortaliças lançaram no dia 17deste mês o livro �Manejo In-tegrado de Doenças e Pragas -Hortaliças�, durante o 9º En-contro Sobre Manejo Integradode Doenças e Pragas das Horta-liças, realizado no período de 17a 19 de abril, em Viçosa.

Durante o evento, foramproferidas 15 palestras sobretemas diversos, por especialis-tas renomados, provenientes dediversas instituições do país,tais como Ufla, UFV, Ufes, Em-brapa-Hortaliças, Epamig, Mi-nistério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento,  Inpev,

Lançado livro sobre doenças e pragas das hortaliçasAndef, Univale e Incaper, quetrabalham nessa área.

Segundo os editores, a obrareúne trabalhos de profissionaisdas áreas de Fitopatologia e En-tomologia de diversas universi-dades e instituições de pesqui-sa. O objetivo é colocar à dis-posição de engenheiros-agrôno-mos e produtores de hortaliçasinformações acerca dos recen-tes avanços no estudo de práti-cas de manejo integrado, coma finalidade de contribuir paraa sustentabilidade do cultivo dashortaliças.

O livro, com 17 capítulos, em627 páginas, dá ênfase à pro-dução integrada, um procedi-

mento que visa elevar os pa-drões de qualidade e competi-tividade das culturas ao pata-mar de excelência, para que ashortaliças produzidas atendamos consumidores exigentes,ofertando um produto seguro,produzido de acordo com parâ-metros e sistemas de produçãosustentável. Constitui, portan-to, a opção técnica, ambientale socialmente vantajosa parasanar os principais problemasque afetam as hortaliças. Paraisso, é importante a utilizaçãode ações integradas, envolven-do todos os agentes da cadeiaprodutiva, visando dar susten-tabilidade às culturas nas dife-

Os professores da UFVMaurílio Alves Moreira, doDepartamento de Bioquími-ca e Biologia Molecular, eAluízio Borém, do Departa-mento da Fitotecnia, foramnomeados, recentemente,para representar o Ministé-

Professores da UFV são nomeados para o Comitê Nacional de Biotecnologiario da Educação no Comitê Na-cional de Biotecnologia, a par-tir de indicação do reitor Car-los Sediyama. Criados por de-creto pelo presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva, em 8 de fe-vereiro, a Política de Desenvol-vimento da Biotecnologia e o

Comitê Nacional de Biotecno-logia têm foco estratégico nasáreas de saúde humana, agro-pecuária, biotecnologia indus-trial e ambiental.

Ao falar sobre os novos ins-trumentos para o setor, o pre-sidente Lula disse que o Bra-

sil não tem mais tempo a per-der: �A distância existentehoje entre a produção e o la-boratório precisa ser venci-da�. Um dos objetivos da po-lítica citados pelo presidenteé replicar para outras áreas osucesso da excelência brasi-

leira em biocombustíveis.Detentor de cerca de 20%de toda a biodiversidadedo planeta, o Brasil se pre-para para ser o líder mun-dial na indústria de biotec-nologia, num período dedez a 15 anos.

rentes regiões. Na Produção In-tegrada, o produtor deverá se-guir um conjunto de normaspré-estabelecidas, abrangendotoda a cadeia produtiva, desdea escolha do local de plantio atéa comercialização. Além disso,deverá seguir as normas de con-servação do solo e do tratamen-to das águas residuárias, bemcomo os aspectos sociais e eco-lógicos da produção, com ras-treamento de todo o sistema deprodução.

Mais informações sobre apublicação podem ser obtidas noendereço eletrônico www.ufv.br/manejo ou pelo telefone (31)3899-1094. Fac-símile da capa da obra

O Laboratório de Biofárma-cos, do Departamento de Bioquí-mica e Biologia Molecular da UFV,vem pesquisando medicamentose fitoterápicos para câncer, in-flamações e úlceras gástricas.

O antiinflamatório krafitol,fabricado pela empresa Profar-be Ltda., e o flavonóide Iprifla-vona, de outra empresa, forampesquisados pelo laboratório, fi-cando comprovada sua eficácia,com redução da inflamação emaproximadamente 50%, com

quatro dias de uso.De acordo com a responsá-

vel pelo laboratório, professoraTânia Toledo de Oliveira, aspesquisas nessa área são impor-tantes, uma vez que certos me-dicamentos do mercado, comoaqueles que contém ácido ace-tilsalicílico, podem causar úlce-ra gástrica, se consumidos porlongos períodos. O medicamen-to Diclofenaco pode causar omesmo efeito. Os glicocorticói-des, como o dexametazona, se

consumidos por longo período,podem causar o diabetes ou aosteoporose. Pacientes que têmartrite e reumatismo consomemmuito desses medicamentos.

Nos últimos 20 anos, as pes-quisas com plantas medicinaistêm crescido apenas 8% ao ano.No entanto, é necessário au-mentar os investimentos empesquisas e, para que se acom-panhe a tendência mundial, autilização de fitoterápicos.

Grande parte da comerciali-zação de plantas medicinais noBrasil é feita em farmácias ou emlojas de produtos naturais. Essaspreparações não possuem certi-ficado de qualidade e, muitas dasvezes, as supostas propriedadesfarmacológicas (medicamentosnão testados cientificamente)não têm validade científica, pornão terem sido investigadas (nãoforam realizadas pesquisas com-provando sua eficácia).

�Tornam-se urgentes as pes-quisas de novos fitoterápicos,para substituírem esses medi-camentos, sem provocar tantosefeitos colaterais. Uma boa tec-nologia empregada na pesquisa

e na fabricação de novos medi-camentos poderá gerar grandeimpacto na indústria farmacêu-tica, pois esses são fármacosmuito consumidos.

Dentro dos objetivos da pes-quisa dos biofármacos, levam-seem consideração a melhoria daqualidade e da eficácia terapêu-tica, a redução de custos e a dife-renciação dos produtos fitoterá-picos�, disse a professora Tânia.

Substâncias presentes no fi-toterápico, como flavonóides,taninos e terpenos, diminuema produção de substâncias queprovocam a inflamação em suafase aguda, tais como: prosta-glandinas, leucotrienos, prota-ciclinas e tromboxanos.

O laboratório tem formuladofitoterápicos com comprovadaação no combate à inflamação,com menos efeitos colateraisque os fármacos tradicionais.

Estudos pré-clínicos e clíni-cos (em animais e humanos) jáforam realizados. A Anvisa exi-ge identificação das substânci-as presentes na planta, padro-nização dos extratos, controlede qualidade, testes em animais

e no ser humano, comprovandosua ação terapêutica e os efei-tos não tóxicos (todos essesestudos foram realizados).

O Brasil, devido a sua gran-de biodiversidade, pode tornar-se, no futuro, o maior produtorde fitoterápicos. No mundo in-teiro, aumentam os apelos damídia para o consumo de medi-camentos à base de produtosmedicinais. Entretanto, o paísonde são mais vendidos e con-sumidos é a Alemanha, que pro-duz, para a população, fitote-rápicos para tratamento de gri-pe, doenças do trato digestivoou intestinal, dores de cabeça,insônia, úlcera estomacal, ner-vosismo, bronquite, doenças depele, fadiga e exaustão.

Existem de 600 a 700 ervasutilizadas terapeuticamente, pres-critas por médicos clínicos gerais.

De acordo com a pesquisa-dora Eliene da Silva Martins,mestranda do curso de Bioquí-mica Agrícola, o Brasil, para al-cançar níveis como a Alemanha,terá que investir muito em pes-quisas e no desenvolvimento dalinha de fitoterápicos.

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Page 5: Jornal da UFV - Abril de 2007 · na CaetØ, em Uberaba. A Ærea contØm variedades de cana-de-açœcar desenvolvidas pela UFV. Abaixo, frutos do pinhªo-man-so, utilizado para a produçªo

8 JORNAL DA UFV Universidade Federal de Viçosa - 30 de abril de 2007 JORNAL DA UFV 530 de abril de 2007 - Universidade Federal de Viçosa

Promover o desenvolvimen-to pessoal, social e profissionalde adolescentes entre 16 e 18anos, em situação de vulnera-bilidade e risco social, é objeti-vo de programa de cooperaçãoentre a UFV e a Prefeitura deViçosa, que assinaram convê-nio, em cerimônia realizada naReitoria, no dia 9 de abril, peloreitor Carlos Sigueyuki Sediya-ma e pelo prefeito RaimundoNonato Cardoso.

O projeto a ser desenvolvidonessa ação conjunta atenderá 50adolescentes por ano, oferecen-do-lhes qualificação profissional,proporcionando a construção eo resgate da significação de va-lores humanos, identidade e

Adolescentes terão promoção social em açãoconjunta da UFV com a Prefeitura de Viçosa

auto-estima, além de buscarvalores relativos ao mundo e àsrelações de trabalho.

Os participantes terão umagarantia de renda, por meio deconcessão de bolsa. Sua parti-cipação lhes dará uma experi-ência de trabalho, apoiará suainserção e reinserção na esco-la, assegurando proteção e res-peito aos seus direitos.

Dentre as ações previstas, aUFV oferecerá cursos profissio-nalizantes, emitindo certifica-dos para os participantes, oitodos quais terão bolsas de ali-mentação. A Prefeitura destina-rá um quinto das vagas aos fi-lhos de funcionários públicosque cumprirem os pré-requisi-

tos do projeto, além de outrasfacilidades necessárias para queas atividades sejam realizadas,como a infra-estrutura, porexemplo.

Participaram da cerimôniade assinatura do convênio ovice-reitor Cláudio Furtado So-ares; o pró-reitor de Extensãoe Cultura, Geraldo Antônio deAndrade Araújo; o diretor-exe-cutivo do Centro Tecnológico deDesenvolvimento Regional deViçosa (Centev/UFV), Paulo Ta-deu Leite Arantes; e a chefe doServiço de Bolsas da Pró-Reito-ria de Assuntos Comunitários,Júnia Zacour de Azevedo delGiudice, representando o pró-reitor Luciano Esteves Pelúzio.O reitor Carlos Sediyama e o prefeito Raimundo Nonato assinam o convênio

A UFV e a Organizaçãodas Cooperativas do Estadode Minas Gerais (Ocemg) fir-maram, no dia 17 destemês, convênio com o obje-tivo de formalizar condiçõesbásicas entre as partes, comvistas no Programa de Apoioà Organização em Coopera-tivas, realizado pelo Servi-ço Nacional de Aprendiza-gem do Cooperativismo deMinas Gerais (Sescoop-MG),que possibilitará estágios deinteresse curricular, a seremoferecidos a estudantes daUFV, nas cooperativas parti-cipantes do programa.

O documento foi firma-do pelo vice-reitor no exer-cício da Reitoria, CláudioFurtado Soares, e pelos di-rigentes do Sescoop-MG,Ronaldo Scucato (presiden-te) e William Bicalho daCruz (superintendente),

Universidade firmaconvênio com a Ocemg

representando a Ocemg.O evento contou com a pre-

sença do diretor do Centro deCiências Agrárias, Sérgio Brom-monschenkel, do pró-reitor deExtensão e Cultura, Geraldo

Dirigentes assinam os convênios

Antônio de Andrade Araújo,e dos professores do Depar-tamento de Economia RuralJosé Horta Valadares, Bríciodos Santos Reis e Nora Bea-triz Presno Amodeo.

Apresentar o diag-nóstico sobre criaçãoanimal realizado naspropriedades dos agri-cultores familiares ediscutir as condiçõesmínimas de alimenta-ção e instalações para orecebimento de ani-mais. Esses foram osobjetivos da oficina so-bre integração animal ecafeicultura, realizadana semana passada, nomunicípio de Araponga,pela UFV, pelo Centro deTecnologias Alternativas

Integração entre criação animale cafeicultura é tema de oficina

em Araponga

UFV Antônio Bento Mâncio eCláudio Borela, do Departamen-to de Zootecnia, e Irene MariaCardoso, do Departamento deSolos; dos bolsistas de exten-são Silvia Orsini e Aroldo Feli-pe; e da mestranda de Zootec-nia Ginnie Rangel. Do CTA-ZM,participaram os técnicos Simo-ne Ribeiro e Breno Melo.

Registro fotográfico de várias situações e

momentos do evento

da Zona da Mata (CTA-ZM) e pelaAssociação dos Agricultores Fa-miliares de Araponga (AFA).

Voltada para os agricultorese familiares, integrantes do �Va-cas para o café� - projeto da AFApara aumento da integraçãoentre criação animal e cafeicul-tura -, a oficina contou com aparticipação dos professores da

Apresentados os projetos aprovados no Funarbic

O programa é promovidopela Fundação Arthur Bernardes(Funarbe) e pela Pró-Reitoria dePesquisa e Pós-Graduação, quereceberam 46 pedidos de bol-sa, sendo aprovados 12 proje-tos, igualmente distribuídosentre os quatro centros de ci-ências, que receberão R$300,durante 12 meses.

Segundo a direção da Funar-be, o objetivo do programa éatender alunos orientados porprofessores com doutorado,concluído nos últimos cincoanos, com vistas na ampliaçãodas oportunidades do jovemdocente, restrita nos processosseletivos desse modelo.

Após a abertura da solenida-de foram assinados os contra-tos, com a presença do reitorda UFV, Carlos Sigueyuki Sediya-ma, de diretores de centros, depró-reitores, de chefes de de-partamentos, dirigentes e fun-cionários da Funarbe, e demaismembros da comunidade.

A seleção ficou sob a respon-sabilidade da Pró-Reitoria dePesquisa e Pós-Graduação.

Em cerimônia realizada no dia 3 de abril, no auditório do Centreinar, foram apresentados osprojetos aprovados no Programa de Apoio à Iniciação Científica (Funarbic)

Os projetos aprovados noFunarbic foram os seguintes, deacordo com os centros:

Centro de CiênciasAgrárias:

Aluno: Dalilla Carvalho RezendeOrientador: Fabrício Ávila Ro-driguesProjeto: Uso do Silicato de Po-tássio no Controle da Ferrugeme da Mancha Angular do Feijo-eiro e Análise Microscópica daInteração Planta-Patógeno.Aluno: Natália Krish de PaivaSouzaOrientador: Pedro Veiga Rodri-gues PaulinoProjeto: Efeito de Grupo Gené-tico e Regime Alimentar sobreCaracterísticas de Carcaça,Composição Corporal e Quali-dade de Carne de Bovinos.Aluno: Felipe Santos Hasten-reiterOrientador: Flávio BarbosaJustinoProjeto: Impacto do Dióxido deCarbono no Clima do Hemisfé-rio Sul.

Centro de CiênciasBiológicas e da Saúde

Aluno: Dênia Paula GomesOrientador: Eveline Torres Pe-reiraProjeto: A Cidade e o Esporte:uma Relação Histórica entre oLevantamento de Peso e a Ci-dade de Viçosa-MG.Aluno: Taís Cristina Araújo Ma-galhãesOrientador: Luciana Ferreira daRocha Sant�AnaProjeto: Implantação e Avalia-ção da Rotina de DiagnósticoNutricional na Pediatria na En-tidade Filantrópica Casa de Ca-ridade Viçosa - Hospital SãoSebastião, no Município de Vi-çosa-MG.Aluno: Eduardo Guimarães Mo-rato AlvesOrientador: Paulo Renato San-tos CostaProjeto: Avaliação da MucosaGastroduodenal de Cães daRaça Poodle Submetidos ao Tra-tamento Experimental com Me-loxicam.

Centro de Ciências Exatase Tecnológicas

Aluno: Tiago de Oliveira JanuárioOrientador: José Elias CláudioArroyoProjeto: Algoritmos Heurísticospara Problemas de Programaçãode Tarefas em Máquinas comMúltiplos CritériosAluno: Daniel leite da SilvaOrientador: Sérgio Antonio Fer-nandesProjeto: Interações Supramole-

O professor Gustavo de Sou-za Veríssimo, do Departamen-to de Engenharia Civil (DEC) daUFV, foi contemplado com o prê-mio anual �Best EngineeringJournal Paper Award For 2006�,oferecido pelo EngineeringJournal editado pelo AmericanInstitute of Steel Construction(AISC). A premiação foi dividi-da com seus parceiros, o enge-nheiro José Carlos Lopes Ribei-ro, ex-aluno do DEC, e com oprofessor Ricardo Hallal Fakury,do Departamento de Engenha-ria de Estruturas da UFMG.

O prêmio foi atribuído aospesquisadores pela publicação do

Professor e ex-aluno da UFVrecebem prêmio internacional

trabalho intitulado �Design Aidsfor Unreinforced Web Openingsin Steel and Composite Beamswith W-Shapes�, no qual propu-seram uma série de ábacos quefacilitam o complexo cálculo devigas de edifícios estruturadosem aço com aberturas para apassagem de dutos de serviço.O artigo resultou do trabalho deGustavo Veríssimo na Comissãopara Revisão da NBR 8800, daAssociação Brasileira de NormasTécnicas (ABNT), para projetoe execução de estruturas de açode edifícios, que envolveu a si-mulação de mais de 10 milhõesde vigas de edifícios. Fac-símile do diploma recebido

culares entre Anestésicos Locaise Ciddextrinas e, ou, Calixave-nos Estudada por RMN.Aluno: Danieli Marcolan CarariOrientador: Márcio José da SilvaProjeto: Oxidação de TerpenosCatalisada por Complexos dePaládio.

Centro de CiênciasHumanas, Letras e Artes

Aluno: Cibelle Aparecida CotaMagalhãesOrientador: Tereza AngélicaBartolomeuProjeto: Saúde e Segurança emAmbientes Escolares Informa-

tizados na Perspectiva da Antro-pometria.Aluno: Rômulo José Soares Mi-randaOrientador: Elaine AparecidaFernandesProjeto: Comportamento daProdução, Preço e Exportação deCafé no Brasil: Abordagem pelaAnálise Espectral e de Co-Inte-gração.Aluno: Patrício Pereira Alves deSouzaOrientador: Marisa BarlettoProjeto: Chamas do Candeei-ro: Gênero, Espaço e Tempo naMemória do Congado

Foi celebrado, no dia 20 deabril, convênio entre a UFV,representada pelo reitor Car-los Sigueyuki Sediyama, e oCommunicating For Agricultu-re Exchange Program (Caep),representado por Greg Sme-dsrud, para, segundo priori-dades e pré-requisitos, pre-viamente determinados, fa-cilitar o intercâmbio de estu-dantes de graduação e de pós-graduação, com vistas na am-pliação de suas opções e ex-periências internacionais, noscampos profissional, acadê-mico e cultural.

Os estudantes partici-pantes manterão o vínculocom a UFV durante o perío-do de atividade, onde pode-rão cursar disciplinas regu-lares, quando oferecidas namodalidade a distância.

Parceria entre UFV eCommunicating For Agriculture

Exchange Program

As atividades serão co-ordenadas pela Coordena-doria de Educação Aberta ea Distância (Cead), Pró-Rei-torias de Ensino e de Exten-são e Cultura, Diretorias dosCentros de Ciências e Co-missões Coordenadoras doscursos.

Participaram da solenida-de o vice-reitor, Cláudio Fur-tado Soares, e os professo-res Mauro Mansur Furtado,assessor Internacional e deParcerias; Frederico VieiraPassos, coordenador de Edu-cação Aberta e a Distância;Sérgio Hermínio Brommons-chenkel, diretor do Centro deCiências Agrárias, e AluízioBorém de Oliveira.

Outras informações serãodisponibilizadas, em breve,no endereço www.cead.ufv.br

Cerimônia de assinatura do convênio

Personalidades presentes à cerimônia

O ex-aluno da UFV Jorge Raymun-do Castro Vieira, engenheiro-agrôno-mo da turma de 1954, lançou, recen-temente o livro �Região cacaueira daBahia, idéias ainda presentes�, noqual expressa seu idealismo perma-nente e atuações técnicas, quecompõem a historia dos 50 anos daComissão Executiva do Plano da La-

História da Ceplac é contada em livrovoura Cacaueira (Ceplac).

Em sua vida profissional, JorgeRaymendo destacou-se como extensi-onista, tendo trabalhado dez anos naAcar-MG, época em que esteve naentão Uremg, como primeiro diretore professor do Centro de Ensino deExtensão. A convite do também ex-aluno Paulo de Tarso Alvim Carneiro,

ingressou na Ceplac, onde fundou,organizou e dirigiu o Departamentode Extensão Rural, dedicado a assis-tir e orientar os produtores de ca-cau da Bahia e, posteriormente, daAmazônia. Organizou a primeira Se-mana do Fazendeiro na região sulda Bahia, sob a inspiração da UFV.Em 2005, foi homenageado pela Uni-

versidade com a Medalha da Ordemdo Mérito do Ex-Aluno.

O autor, com linguajar profissio-nal da agricultura, expõe de formaacessível temas relacionados com ocacau, a Universidade Estadual de San-ta Cruz e sua região, a participaçãodos produtores de cacau, a produtivi-dade, o crescimento e a queda da pro-

dução, a evolução dos técnicos pes-quisadores, a oferta de oportunida-des à sociedade e a economia cacau-eira. O livro é considerado muito útila estudantes, produtores, estudiosos,administradores e interessados na his-tória da região do cacau.

Interessados devem entrar em con-tato com a [email protected].

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6 JORNAL DA UFV Universidade Federal de Viçosa - 30 de abril de 2007 JORNAL DA UFV 7

Aposta na bioenergia

O professor Luís Antônio Dias, da Fitotecnia, investe no melhoramento genético do pinhão-manso como alternativa para a

produção de biodiesel na Zona da Mata mineira.

A equipe do professor Márcio

Pereira Barbosa é responsável pela

variedade de cana mais plantada

em Minas Gerais e a primeira a ser

protegida na UFV

UFV lidera pesquisas demelhoramento genético da

cana-de açúcar em MG

Seleçao de cana-de-açúcar para abtenção de clones com maior produtividade

Se o progresso do século XX foimovido a petróleo, parece que o sé-culo XXI será marcado pela utiliza-ção de energias de fontes renová-veis. A divulgação, no início desteano, do Painel Intergovernamentalpara as Mudanças Climáticas (IPCC),estabelecido pelas Nações Unidas,colocou o mundo em alerta: As conse-quências do aquecimento global já sãouma realidade e a utilização de fon-tes de energia renovável como alter-nativa aos combustíveis fósseis é umaestratégia fundamental para reduzira emissão de gases que intensificamo efeito estufa.

O Brasil tem grandes chances nes-sa área. Enquanto potências como EUAe alguns países da Europa utilizam mi-lho e soja como potenciais fontes deenergia de origem vegetal, o Brasilpossui mais de 200 espécies nativasou bem adaptadas que podem gerarbiocombustíveis, além de já possuirtecnologias próprias desenvolvidas,grandes extensões de terras agricul-turáveis, disponibilidade hídrica e al-tas taxas de luminosidade e tempe-raturas. As notícias sobre o aqueci-mento global voltaram os olhos do mun-do para o Brasil e tornam promissor omercado de combustíveis limpos comoo álcool e o biodisel. Atenta a essa de-manda, a Universidade Federal de Vi-çosa está concentrando esforços paraproduzir produtos e tecnologias e for-

mar recursos humanos para atenderao setor de agroenergia.

Algumas iniciativas estão em anda-mento. Novos docentes-pequisadoresjá foram contratados. O Centro de Ci-ências Agrárias (CCA) e a Pró-Reitoriade Pesquisa e Pós-Graduação (PPG) pla-nejam criar um Núcleo de Pesquisa In-terdisciplinar em Agroenergia reunin-do várias atividades de pesquisa de-

senvolvidas nos diferentes departa-mentos da UFV. O objetivo é integraressas atividades, criando um ambien-te propício à inovação e ao desenvol-vimento tecnológico. Na opinião dopró-reitor Maurílio Alves Moreira, �aspesquisas envolvem as ciências agrá-rias, exatas, humanas e biológicas;além disso, um Núcleo de Pesquisas emAgroenergia poderia fortalecer o en-

sino de graduação e suscitar novos pro-gramas de pós-graduação�.

O projeto de melhoria de infra-es-trutura física de pesquisa, submetidoà Finep pela UFV este ano, também re-úne iniciativas voltadas para o temaagroenergia de vários departamentosda UFV. Segundo o pró-reitor de Pes-quisa e Pós-Graduação, a geração deprodutos e processos para biocombus-

tíveis vem sendo induzida pelo gover-no, e a UFV precisa articular-se paraestar na vanguarda dessas pesquisas.�Os mecanismos do CT-Infra, fundo deinfra-estrura da Finep, representamexcelente oportunidade para fomen-tar e estimular a multidisciplinaridadeda pesquisa em agroenergia�, disseMaurílio Moreira.

Nesse projeto são pleteiados re-cursos para fortalecer as pesquisas demelhoramento de oleaginosas para aprodução de biodiesel, aproveitamen-to de co-produtos da geração do bio-diesel e estruturação de um laborató-rio de produção e análise do biodieselproduzido a partir de diferentes ma-térias-primas. Além de beneficiar apesquisa, essa infra-estrutura teráimpactos regionais e nacionais. Para odiretor do CCA, Sérgio Hermínio Brom-monschenkel, o cultivo de oleaginosaspara a produção de biodiesel pode serimportante alternativa de renda paraos agricultores familiares da Zona daMata de Minas Gerais.

Multiplicidade de projetos

Do melhoramento de plantas da bi-odiversidade brasileira à geração dediagnósticos e políticas públicas parao desenvolvimento econômico de regi-ões produtoras de biocombustíveis, aUFV já está realizando diversas pes-quisas em agroenergia.

Pesquisadores do Departamento deFitotecnia estão investindo em melho-ramento genético de plantas, com oobjetivo de torná-las mais produtivaspara produção de biodiesel. Trata-sede um combustível alternativo ao óleodiesel, que é derivado do petróleo. Obiodiesel resulta da transformaçãoquímica de óleos de vegetais como amamona, o dendê, a soja, o pinhão-manso, entre outros. Há várias espé-cies sendo pesquisadas pela UFV. Oprofessor Luis Antônio Santos Dias ex-plica que é preciso criar cultivares di-ferenciados e adequados para a pro-dução de biocombustíveis. �Algumasespécies rústicas já apresentam gran-de potencial de extração de óleo e nóspodemos melhorá-las ainda mais paraque sejam mais produtivas e rentá-veis�, disse o professor. As espéciesapresentam produtividades diferentes.O dendê, por exemplo, pode gerar decinco a oito toneladas de óleo por hec-tare plantado, enquanto a soja geracerca de 500 quilos apenas, mas cadauma pode ser melhor aproveitada nasdiferentes regiões do Brasil. Por isso,o professor diz que não é interessantepara o país criar uma única alternati-va para o biodiesel.

�Esses plantios oferecem oportu-nidades únicas para interiorizar o de-senvolvimento econômico e social noBrasil, e nós estamos investindo emespécies que já são adaptadas aos di-ferentes climas e solos. Assim, o dendêé uma promessa para o Norte, a soja eo algodão para o Sul e a região do cer-

rado, e a mamona para o Nordeste�,afirma o professor. Em suas pesquisas,Luis Antônio tem se dedicado, sobre-tudo ao pinhão-manso. Ele esclareceque, por ser rústica, a planta é umaespécie de �genérico� do biodiesel,porque se adapta bem às diferençasregionais e pode ser interessante tan-to para a Zona da Mata mineira, ondese localiza a UFV, como para o semi-árido nordestino, por exemplo. Comrelação à mamona, o professor Rober-to Leite, também do Departamento deFitotecnia, enfatiza que essa plantaainda é mais interessante para a pro-dução de óleos lubrificantes que parabiodiesel. No entanto, ele afirma que,além de estimular o plantio, é precisotambém tecnificar a pequena agricul-tura nos aspectos de estratégias deplantio, incluindo a produção de se-mentes, técnicas culturais, processa-mento e comercialização nas diversasregiões potencialmente produtoras.

Num dos projetos enviados ao CT-Infra, a professora Rosa Fontes, doDepartamento de Economia quer estu-dar as Políticas Públicas relacionadasà Agroenergia e ao DesenvolvimentoSustentável. Especialistas do governofederal consideram que a produção debiodiesel, sobretudo em lavouras fami-liares, promoverá o desenvolvimentode regiões pouco beneficiadas peloagronegócio, com a criação de empre-gos e inclusão social. A expectativa,segundo pesquisas em sites do gover-no, é que, a cada 1% de substituiçãode óleo diesel por biodiesel produzidocom a participação da agricultura fa-miliar, podem ser gerados cerca de 45mil empregos no campo, com uma ren-da média anual de aproximadamenteR$5 mil. Numa hipótese otimista de 6%de participação da agricultura famili-ar no mercado de biodiesel, seriamgerados mais de um milhão de empre-gos. Além disso, a produção de biocom-bustíveis pode incentivar a fixação dohomem do campo em seu local de ori-gem, atenuando o problema da migra-ção para as grandes cidades.

O projeto será um dos primeirosdo recém-criado Instituto de PolíticasPúblicas e Desenvolvimento Sustentá-vel da UFV. �Pretendemos incluir a di-mensão política na discussão técnicae econômica normalmente enfatizadanos trabalhos relacionados ao desen-volvimento socioeconômico sustentá-vel, bem como elaborar diagnósticos epropor políticas para a agricultura deenergia, meio ambiente, desigualdadee pobreza, principalmente em MinasGerais�, disse a professora Rosa Fon-tes, que também quer que o Institutoofereça cursos de extensão para ges-tores públicos, por entender que uni-versidades brasileiras devem colabo-rar com secretarias municipais, esta-duais e prefeituras, criando condiçõespara o desenvolvimento sustentável.

Há também as vantagens ambien-tais. Enquanto o petróleo é altamentepoluente e o grande responsável pela

emissão de gases que provocam o efei-to estufa e o aquecimento global, o bi-odiesel é uma energia limpa e renová-vel. O gás carbônico emitido pelos mo-tores abastecidos com biodiesel ou ál-cool é reabsorvido no plantio necessá-rio ao abastecimento. O impacto am-biental da agroenergia também temsido objeto de estudos de pesquisado-res dos Departamentos de Zootecniae de Engenharias Agrícola, Florestal,de Produção e de Alimentos. Os pesqui-sadores da UFV têm desenvolvido es-tudos para o aproveitamento integralde biomassa e dos co-produtos da pro-dução do biodiesel na alimentação ani-mal. O uso de tortas de mamona e pi-nhão-manso, por exemplo, pode gerarmais renda para produtores e usinei-ros, viabilizando a produção do biodi-esel. Pesquisas nessa área também po-dem fomentar novos empreendimen-tos na cadeia produtiva do biocom-bustível. Por exemplo, no Departamen-to de Microbiologia, pesquisadoresestudam a bioconversão do subpro-duto glicerol em matéria-prima para aprodução de polímeros, uma espéciede plástico ecológico.

Segundo o pró-reitor Maurílio Mo-reira, o melhoramento de plantas po-tencialmente geradoras de biodiesel ea adaptação de usinas beneficiadorase de motores dependem muito do de-senvolvimento de pesquisas na área debioenergia, mas também da atuaçãocompetente de profissionais especiali-zados nessa nova área. Por isso, a UFVcriou uma disciplina específica paraagroenergia no Programa de Pós-Gra-duação em Fitotecnia (FIT 642). Segun-do o chefe desse departamento, FlávioCouto, a UFV quer fazer da bionergiaum diferencial competitivo na forma-ção de seus alunos. O departamentoestá propondo também a criação de umadisciplina optativa semelhante que aten-da a vários cursos de graduação. �Osestudantes que desejarem poderão sairhabilitados a compreender, interferir ougerenciar toda a cadeia produtiva daagronergia, atuando, até mesmo, comoempreendedores nesta área. Este é ummercado promissor para os futuros pro-fissionais�, avalia o professor Flávio.

Desafios da agroenergia

O governo federal já possui umPrograma Brasileiro de Produção euso do Biodiesel e tem estimulado oplantio. Na região de Viçosa, já exis-tem agricultores plantando espéci-es oleaginosas com garantias decompra pela Usina Fusermann, emBarbacena. Em parceria com essaempresa, a Secretaria de Agricultu-ra e Meio Ambiente de Viçosa temestimulado o plantio de pinhão-man-são nos municípios da região, com ameta de atingir cinco mil hectaresde área plantada em 2007. O diretordo Centro de Ciências Agrárias, Sér-gio Brommonschenkel, esclarece que�prefeituras e produtores precisamficar atentos às tecnologias dispo-níveis e às alternativas para escoara produção para que o negócio sejarealmente viável�.

É preciso esclarecer que o biodie-sel ainda não substitui o diesel deri-vado do petróleo. A meta atual é utili-zar 2% de biodiesel na mistura com opetrodiesel. Só isso já equivale a umaeconomia de 840 milhões de petrodie-sel por ano no Brasil. A meta do gover-no é chegar a 5% em 2013, para nãoter mais que importar óleo diesel. Aboa aceitação dos brasileiros faz crerque a meta será atingida já em 2010,e a demanda é crescente, até paraexportação. No Brasil ainda não é per-mitido o comércio de carros de pas-seio a diesel, mas algumas montado-ras já estão fazendo testes com mo-tores exclusivamente a biodiesel comgrande sucesso de rendimento e deredução de poluição atmosférica. Essaperspectiva ampliará ainda mais omercado para o biodiesel.

Há vários outros exemplos de pes-quisas que vêm sendo conduzidas pelaUFV para atender à crescente demandapor energia renovável, sobretudo comuso de madeira e cana-de-açúcar. En-tretanto, todos os especialistas ouvi-dos para esta reportagem afirmaram quenenhuma estratégia para reduzir asemissões de gases do efeito estufapode levar em consideração apenasuma alternativa como biodiesel ou eta-

nol. A biodiversidade de plantas, o cli-ma brasileiro e o domínio de tecnolo-gias já disponíveis favorecem múlti-plas opções de geração de bioenergiano Brasil. Entretanto, faltam políticaspúblicas eficientes para que o paísseja, de fato, referência nessa área.A tecnologia de transformação de óleovegetal em biodiesel é brasileira e foidesenvolvida por um pesquisador ce-arense, mas ainda há muito a ser fei-to para otimizar os processos de pro-dução de matéria-prima e de indus-trialização dos combustíveis.Outrospaíses estão trabalhando nisso e oBrasil não pode perder a chance degarantir a produção de conhecimen-to para assegurar o seu desenvolvi-

O domínio da cadeia produtiva da bionergia vai diferenciar profissionais aptos a trabalhar para o desenvolvimento sustentável

Na busca pela diversidadeenergética para combater os efei-tos perversos do acúmulo de ga-ses causadores do efeito estufa,o Brasil tem vantagens também naprodução de álcool combustível. Opaís é o maior exportador do mun-do, o álcool de cana brasileiro cus-ta menos que o obtido de outrasmatérias-primas e, graças a pes-quisas de melhoramento genético,a produtividade dos canaviaiscresceu mais 30% desde a décadade 70, quando começaram os in-centivos à produção e pesqui-sa. A união de esforços de pesqui-sadores trabalhando em rede temsido responsável por grande par-te do impulso dado à produção deálcool no país. A UFV é uma das ins-tituições fundadoras e também aúnica universidade mineira a con-gregar a Ridesa - Rede Interuni-versitária para o Desenvolvimen-to do Setor Sucroalcooleiro.

O professor Márcio PereiraBarbosa, do Departamento de Fi-totecnia da UFV, é o principal res-ponsável pelas pesquisas articula-das pela Ridesa em Minas Gerais. Avariedade de cana conhecida comoRB 867515 foi desenvolvida por suaequipe e é hoje a mais plantada noEstado, além de ter sido também aprimeira variedade desenvolvidana UFV a ser protegida pela Lei deProteção de Cultivares.

A busca por alternativas aocombustível fóssil e a boa aceita-ção do mercado pelos carros commotor flex, que podem rodar comálcool ou gasolina em qualquer pro-porção, já está aumentando e mui-to a demanda pela produção de ál-cool no Brasil. Mas a retomada doconsumo interno e o aumento dasexportações pressionam governose produtores a melhorar ainda maisa produtividade dos canaviais. Épreciso conduzir mais pesquisasem melhoramento genético, emdesenvolvimento de equipamentosagrícolas mais eficientes e em téc-nicas de controle de erosão e pra-gas e doenças na cultura da cana.

Segundo o professor Márcio, otrabalho em rede tem sido funda-mental para o avanço das pesqui-sas. A UFV conduz experimentos em

23 usinas particulares no Estadovisando ao desenvolvimento e iden-tificação de variedades mais pro-dutivas. O apoio das empresas temviabilizado recursos para o desen-volvimento das pesquisas e manu-tenção da estrutura de melhora-mento genético. Os clones seleci-onados em Minas Gerais são tes-tados em outros estados, agilizan-do a produção de informações so-bre produtividade e técnicas demanejo. �O mundo todo já estámisturando álcool à gasolina. Oetanol deu independência à Petro-brás, e temos área de cultivo etecnologia agronômica para cres-cer ainda mais�, disse o profes-sor. Os pesquisadores estão ago-ra interessados no desenvolvi-mento de processos para o apro-veitamento total da biomassa dacana. Se essas pesquisas deremcerto, será possível duplicar aprodutividade dos canaviais semaumentar a área plantada. A Ri-desa também está desenvolven-do variedades específicas para acadeia produtiva do álcool.

Ainda segundo o pesquisador,nenhum país do mundo tem o po-tencial de uso energia de biomassacomo o Brasil, mas assim como como biodiesel, é fundamental o inves-timento público e privado para oavanço tecnológico e competitivi-dade do setor de produção de ál-cool combustível.

Foi realizado, nos dias 29 e 30 demarço, no Escritório de Representa-ções da UFV, em Belo Horizonte, o trei-namento de vários técnicos de dife-rentes regiões brasileiras, para a uti-lização da ferramenta BioSoft, queauxilia no processo de tomada de deci-são para a instalação  de uma usina deprodução de biodiesel, ou de extração

Software ajudará técnicos na elaboração de projetos de biodieselde óleo vegetal, para contribuir parao desenvolvimento econômico e socialda agricultura familiar brasileira.

O curso foi promovido pelo Pro-jeto Biodiesel, resultado de convê-nio firmado entre a UFV e o Ministé-rio do Desenvolvimento Agrário, pormeio da coordenadora de biocombus-tíveis da Secretaria de Agricultura

Familiar, Edna de Cássia Carmelio. NaUFV, a coordenação é dos professo-res Ronaldo Perez, do Departamen-to de Tecnologia de Alimentos, e AzizGalvão da Silva Júnior, do Departa-mento de Economia Rural.

Participaram do treinamento vá-rias entidades ligadas à cadeia deprodução do biodiesel, como: Minis-

tério do Desenvolvimento Agrário Mi-nistério de Minas e Energias, Minis-tério da Ciência e Tecnologia, Ema-ter-MG, Embrapa, Petrobrás, Biobra-sil, Concrab, Contag, Centec, Sea-gri, UnB, Fetraece, MPA-SC, Fetag-BA/Coopaf, Cepal, Fetraf-Sul, CUT/ADS, Fetaemg, Urso Branco e Prefei-tura Municipal de Montes Claros.

mento sustentável.Instituições como a UFV estão

prontas a colaborar, mas é preciso in-vestir mais em pesquisas. Ainda segun-do o pró-reitor de Pesquisa, o impor-tante neste momento é considerarque a Universidade já está mobilizadapara atuar nesse segmento. �Preci-samos concentrar esforços para oti-mizar recursos e agilizar resultadosnesta área de interesse internacio-nal. Se há uma universidade brasileiracom ambiente propício para pesqui-sas e desenvolvimento em bioenergia,esta é a UFV�, disse o pró-reitor, re-ferindo-se à tradição institucional jáconsolidada, sobretudo nas ciênciasagrárias e nas engenharias.

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Atenta a demandas por combustíveis limpos, UFV estimulapesquisas multidisciplinares em agroernergia