jornal da sbd - nº 3 maio / junho 2009

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Jornal da SBD Ano XIII n. 3 1 Diretoria 2009-2010 Presidente - Omar Lupi - RJ Vice-presidente - Bogdana Victória Kadunc - SP Secretária-geral - Maria de Lourdes Viegas - RJ Tesoureira - Maria Fernanda Gavazzoni - RJ 1 a secretária - Célia Luiza P . Vitello Kalil - RS 2 o secretário - Emerson de Andrade Lima - PE Jornal da SBD Esta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia, dirigida a seus associados e órgãos de imprensa. Publicação bimestral - Ano XIII - n. 3 - maio-junho - 2009 Coordenador médico - Paulo R. Cunha Conselho editorial - Omar Lupi, Bogdana Victória Kadunc, Maria Fernanda Gavazzoni, Célia Kalil e Emerson de A. Lima Coordenação editorial - Approach Edição - Tatiana Gentil - Reg. MT n. 22.375 Redação - Erika Drumond Editoração eletrônica - Nazareno N. de Souza e Samuel Peixoto Contato publicitário - Priscila Rudge Simões A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Correspondência para a redação do Jornal da SBD Av. Rio Branco, 39/17 o andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ CEP: 20090-003 E-mail: [email protected] Assinatura anual: R$ 100,00 Número avulso: R$ 20,00 Tiragem: 6.000 exemplares Impressão: Sol Gráfica Oportunidade para todos Sociedade Brasileira de Dermatologia Afiliada à Associação Médica Brasileira www.sbd.org.br Editorial Sumário A importância de um estágio no exterior para jovens dermatologistas não deixou margem a dúvidas sobre qual das reportagens desta edição deveria ocupar lugar de destaque na capa do JSBD.A matéria despertará enorme inte- resse naqueles que acompanham nossas notícias, pois é certo que essa ativi- dade trará novos conhecimentos ligados ao ensino da dermatologia. A SBD acredita que patrocinar projetos como esse é uma forma de cumprir sua mis- são gloriosa: a de abrir caminhos para o engrandecimento da especialidade no Brasil. As experiências de jovens que passarão um período em centros avan- çados nos Estados Unidos ou Europa certamente mudarão para melhor suas perspectivas profissionais. Esse objetivo já é antigo, e sua conquista agora traz júbilo e entusiasmo ao presidente Omar Lupi, que pôde vivenciar pessoalmen- te os resultados positivos de empreitada similar quando fez seu pós-doutora- do nos Estados Unidos. O leitor poderá acompanhar mais detalhes a respeito do projeto, que abre, de manei- ra democrática, por meio de concurso, valiosas oportunidades aos jovens dermatologistas. Outra reportagem que quero destacar é a que trata da situação atual da dermatologia na Grécia, país que desde a Antiguidade viveu um elevado grau de sofisticação cultural. A entrevista com o pro- fessor Andreas Katsambas, atual presidente da Academia Europeia de Dermatologia, tem como ponto de partida o grego Hipócrates, pai da medicina moderna, e passa por temas como o sentimento de orgulho por ter sido a Grécia o berço da filosofia, da medicina, da democracia e da poesia. Constatamos que lá a proporção de dermatologistas é de um para 10 mil habitantes, e que nos últimos anos um grande número de profissionais, principalmente os mais jovens, tem mostrado interesse crescente em dermatologia estética e Lasers.Trata-se de reportagem imperdível, pois traz informações histórico-cul- turais sobre a medicina, além da atual conjuntura da dermatologia naquele país. Nesta edição, o Dr.Vidal fala sobre o mito dos “Filhos da Lua”. O artigo despertou o interesse da SBD em desenvolver programa social para auxiliar a população desvalida de albinos que vive na distan- te ilha de Lençóis, pertencente ao arquipélago de Maiaú, no Maranhão.Trata-se do Projeto DermAção, envolvendo dermatologistas da regional do Maranhão e de outros estados, além de autoridades gover- namentais maranhenses. A reportagem que mostra o trabalho desenvolvido para a realização do nosso Congresso de Belém em setembro próximo motivará os dermatologistas a comparecer ao maior evento anual da nossa Sociedade, que conta com a presidência do Dr. Mario Miranda. A ousadia do formato do Teraderm, que ocorreu em São Paulo, em maio, com apresentações sintéti- cas abordando terapêuticas dermatológicas e o que há de novo em terapêutica, mostrou que o evento atendeu às expectativas dos participantes – preencheu totalmente os anseios de aprendizado de uma pla- teia que excedeu uma miríade de dermatologistas interessados e atentos às informações passadas de maneira telegráfica e completa pelos apresentadores. Para ser econômico nas considerações sobre o Teraderm, diria que foi um marco e dificilmente deixará de ocorrer anualmente sob o patrocínio da SBD. Na seção “Profissões e Dermatoses Ocupacionais”, a professora Alice discorre sobre a ocupação dos pedreiros. Os dermatologistas que colecionarem o Jornal da SBD, com o passar do tempo, terão material de alto nível científico sobre as diferentes dermatoses ocupacionais. Vale a pena ler os comentários oriundos de dermatologistas das mais diferentes áreas do Brasil sobre o valor científico da recém-lançada Surgical & Cosmetic Dermatology, revista da SBD que nasce de forma gloriosa, tendo como editora a competente Dra. Bogdana Victória Kadunc. Boa leitura! 18 02 Palavra do Presidente 03 Notas 04 Direto de Paris: Ana Beatris Rossi 08 Dermatologia na Grécia 11 Título de Especialista em Dermatologia 12 Locais Exóticos e Pitorescos 14 64 o Congresso de Dermatologia 20 Eleições CFM 22 Dermação 24 Teraderm 26 Profissões e Dermatoses Ocupacionais 28 Grandes Mulheres da Humanidade 29 Resenha 33 Departamentos 34 Regionais 36 Serviços Credenciados Matéria de capa Paulo R. Cunha - Coordenador médico do Jornal da SBD Prof. Dr. Paulo R. Cunha Capa alternativa

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Page 1: Jornal da SBD - Nº 3 Maio / Junho 2009

Jornal da SBD � Ano XIII n. 3 � 1

Diretoria 2009-2010

Presidente - Omar Lupi - RJ

Vice-presidente - Bogdana Victória Kadunc - SP

Secretária-geral - Maria de Lourdes Viegas - RJ

Tesoureira - Maria Fernanda Gavazzoni - RJ

1a secretária - Célia Luiza P. Vitello Kalil - RS

2o secretário - Emerson de Andrade Lima - PE

Jornal da SBDEsta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia,

dirigida a seus associados e órgãos de imprensa.

Publicação bimestral - Ano XIII - n. 3 - maio-junho - 2009

Coordenador médico - Paulo R. Cunha

Conselho editorial - Omar Lupi, Bogdana Victória Kadunc,

Maria Fernanda Gavazzoni, Célia Kalil e Emerson de A. Lima

Coordenação editorial - Approach

Edição - Tatiana Gentil - Reg. MT n. 22.375

Redação - Erika Drumond

Editoração eletrônica - Nazareno N. de Souza e

Samuel Peixoto

Contato publicitário - Priscila Rudge Simões

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de

Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou

serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidade

única e exclusiva dos anunciantes.

As matérias e textos assinados são de inteira responsabilidade

de seus autores.

Correspondência para a redação do Jornal da SBD

Av. Rio Branco, 39/17o andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ

CEP: 20090-003

E-mail: [email protected]

Assinatura anual: R$ 100,00

Número avulso: R$ 20,00

Tiragem: 6.000 exemplares

Impressão: Sol Gráfica

Oportunidade para todos

Sociedade Brasileira de DermatologiaAfiliada à Associação Médica Brasileirawww.sbd.org.br

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A importância de um estágio no exterior para jovens dermatologistas nãodeixou margem a dúvidas sobre qual das reportagens desta edição deveriaocupar lugar de destaque na capa do JSBD.A matéria despertará enorme inte-resse naqueles que acompanham nossas notícias, pois é certo que essa ativi-dade trará novos conhecimentos ligados ao ensino da dermatologia. A SBDacredita que patrocinar projetos como esse é uma forma de cumprir sua mis-são gloriosa: a de abrir caminhos para o engrandecimento da especialidade noBrasil. As experiências de jovens que passarão um período em centros avan-çados nos Estados Unidos ou Europa certamente mudarão para melhor suasperspectivas profissionais. Esse objetivo já é antigo, e sua conquista agora trazjúbilo e entusiasmo ao presidente Omar Lupi, que pôde vivenciar pessoalmen-te os resultados positivos de empreitada similar quando fez seu pós-doutora-do nos Estados Unidos.O leitor poderá acompanhar mais detalhes a respeito do projeto,que abre,de manei-ra democrática, por meio de concurso, valiosas oportunidades aos jovens dermatologistas.

Outra reportagem que quero destacar é a que trata da situação atual da dermatologia na Grécia,país que desde a Antiguidade viveu um elevado grau de sofisticação cultural. A entrevista com o pro-fessor Andreas Katsambas, atual presidente da Academia Europeia de Dermatologia, tem como pontode partida o grego Hipócrates, pai da medicina moderna, e passa por temas como o sentimento deorgulho por ter sido a Grécia o berço da filosofia, da medicina, da democracia e da poesia. Constatamosque lá a proporção de dermatologistas é de um para 10 mil habitantes, e que nos últimos anos umgrande número de profissionais, principalmente os mais jovens, tem mostrado interesse crescente emdermatologia estética e Lasers.Trata-se de reportagem imperdível, pois traz informações histórico-cul-turais sobre a medicina, além da atual conjuntura da dermatologia naquele país.

Nesta edição, o Dr.Vidal fala sobre o mito dos “Filhos da Lua”. O artigo despertou o interesse daSBD em desenvolver programa social para auxiliar a população desvalida de albinos que vive na distan-te ilha de Lençóis, pertencente ao arquipélago de Maiaú, no Maranhão.Trata-se do Projeto DermAção,envolvendo dermatologistas da regional do Maranhão e de outros estados, além de autoridades gover-namentais maranhenses.

A reportagem que mostra o trabalho desenvolvido para a realização do nosso Congresso de Belémem setembro próximo motivará os dermatologistas a comparecer ao maior evento anual da nossaSociedade, que conta com a presidência do Dr. Mario Miranda.

A ousadia do formato do Teraderm, que ocorreu em São Paulo, em maio, com apresentações sintéti-cas abordando terapêuticas dermatológicas e o que há de novo em terapêutica, mostrou que o eventoatendeu às expectativas dos participantes – preencheu totalmente os anseios de aprendizado de uma pla-teia que excedeu uma miríade de dermatologistas interessados e atentos às informações passadas demaneira telegráfica e completa pelos apresentadores. Para ser econômico nas considerações sobre oTeraderm, diria que foi um marco e dificilmente deixará de ocorrer anualmente sob o patrocínio da SBD.

Na seção “Profissões e Dermatoses Ocupacionais”, a professora Alice discorre sobre a ocupaçãodos pedreiros. Os dermatologistas que colecionarem o Jornal da SBD, com o passar do tempo, terãomaterial de alto nível científico sobre as diferentes dermatoses ocupacionais.

Vale a pena ler os comentários oriundos de dermatologistas das mais diferentes áreas do Brasilsobre o valor científico da recém-lançada Surgical & Cosmetic Dermatology, revista da SBD que nasce deforma gloriosa, tendo como editora a competente Dra. Bogdana Victória Kadunc.

Boa leitura!

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02 � Palavra do Presidente03 � Notas04 � Direto de Paris: Ana Beatris Rossi08 � Dermatologia na Grécia11 � Título de Especialista em Dermatologia12 � Locais Exóticos e Pitorescos14 � 64o Congresso de Dermatologia20 � Eleições CFM22 � Dermação24 � Teraderm26 � Profissões e Dermatoses Ocupacionais28 � Grandes Mulheres da Humanidade29 � Resenha33 � Departamentos34 � Regionais36 � Serviços Credenciados

Matéria de capa

Paulo R. Cunha - Coordenador médico do Jornal da SBD

Prof. Dr. Paulo R. Cunha

Cap

a al

tern

ativ

a

Page 2: Jornal da SBD - Nº 3 Maio / Junho 2009

Poucas coisas me são mais claras do que os benefíciosintensos que a SBD terá, nos médio e longo prazos, com aimplementação do “Projeto Residentes”.Acreditamos que oapoio incondicional aos residentes e especializandos de der-matologia oriundos dos serviços credenciados pela SBD écrucial para o futuro. O suporte logístico para que possamparticipar dos eventos científicos promovidos por nossaSociedade, bem como a estruturação de um módulo degerenciamento de carreiras médicas e consultórios de der-matologia, pode ser auxílio inestimável para essa nova gera-ção. A ideia de aprofundar a discussão sobre como melhorgerenciar carreiras médicas nos deixou tão entusiasmados,que extrapolou a proposta inicial restrita aos residentes eestendeu-se para o projeto Doc.Manager. A partir desta

edição, os associados vão receber umasérie de fascículos que acompa-

nhará o Jornal da SBD nos pró-ximos seis números.

No entanto, se háum projeto específicoque me fascina é o dasbolsas científicas deestudo no exterior. A

experiência, dependen-do do perfil do candida-

to, pode ser decisiva naformação de massa críti-

ca de conhecimentos enetworking, algo que consi-

dero fundamental para ofuturo da SBD. Aprofundar

parcerias com institui-ções sérias no

exterior, con-tando com

o inter-c â m b i o

Caro dermatologista,

Omar LupiPresidente da SBD

�� Palavra do Presidente Omar Lupi

2 � Jornal da SBD � Ano XIII n. 3

contínuo de dermatologistas, é mais do que uma neces-sidade no campo profissional. A iniciativa amplia horizon-tes e perspectivas, permitindo ao estudante a inserçãoem um ambiente de estímulo, com liberdade de pensa-mento e ousadia, algo que, às vezes, pode fazer falta naárea acadêmica brasileira. Posso testemunhar tal fato deforma veemente, pois minha carreira teve como divisorde águas o período de pós-doutorado no exterior.Parece-me ser compromisso da SBD democratizar esseacesso, estendendo-o a todos os interessados e capacita-dos, por meio de critérios justos, claros e baseados nomérito profissional. Da mesma maneira, estudamos apossibilidade de muito em breve expandir o intercâmbiono exterior para os demais associados.

Esses novos projetos são importantes meios na ten-tativa de ajudar a formar uma nova geração de dermatolo-gistas mais integrada e adaptada às demandas dos novostempos; e capaz de entender que sua carreira deve ser pla-nejada e estruturada como qualquer outro investimento delongo prazo. A formação do médico demanda longotempo, além de sacrifício pessoal, dedicação e enfrenta-mento de incertezas. É justo e desejável que a carreirareceba os cuidados meticulosos e a atenção que empres-tamos a outros investimentos de longo prazo que fazemosna vida. Acredito que profissionais que planejam suas car-reiras e que procuram dar um formato específico a suasaspirações devem tornar-se a regra, e não a exceção.

Vamos permitir que o acaso seja o molho da salada,mas não o prato principal da refeição. Cabe à SBD auxiliaro desenvolvimento dessa nova formatação profissional,atuando como agente facilitador e, por que não dizer,como marco regulatório para todos os dermatologistas.Tenho procurado imprimir na gestão atual minhas concep-ções mais íntimas, pois acredito muito nas palavras dePedro Poveda: “Ponha a serviço da comunidade o teumodo de ser e te sentirás abençoado”.

Page 3: Jornal da SBD - Nº 3 Maio / Junho 2009

�� Notas

JAAD

O artigo "Tropical dermato-logy: tropical diseases cau-sed by protozoa", de autoriade Omar Lupi (RJ) e JacksonPinto (MG), além de umtime internacional deautores dos EUA e Peru, foicapa da edição de junho doJournal of the AmericanAcademy of Dermatology. Apublicação aborda as princi-pais doenças causadas porprotozoários de uma formaatualizada e completa. Fotodo barbeiro (Trypanosomacruzi), inseto transmissor dadoença de Chagas, ilustroua capa.

Conhecimento para todos: Unescolança biblioteca mundial na internet

A Organização das Nações Unidas para a Educação, aCiência e a Cultura (Unesco) em ação conjunta com aBiblioteca do Congresso Americano e a Biblioteca deAlexandria, lançou, em abril, a Biblioteca Digital Mundial(BDM). Raro acervo literário e artístico espalhado por32 bibliotecas de 19 países está disponível on-line emsete línguas, português entre elas. O visitante poderáconferir mais de 1.000 documentos digitalizados –manuscritos, livros raros, além de filmes, gravações sono-ras, ilustrações e fotos. Bibliotecas nacionais e instituiçõesculturais do Brasil, Estados Unidos, Uganda, China, Françae outros países contribuíram com o acervo. Para visitara biblioteca, basta acessar o site www.wdl.org.

Terapia celular e engenharia tecidual

A Fecomércio-SP recebeu, no dia 4 de julho, dermatologis-tas de todo o Brasil para o I Simpósio Nacional de TerapiaCelular e Engenharia Tecidual da SBD. O evento foi divididoem três módulos: as bases celulares e moleculares das célu-las-tronco; terapia celular ; e engenharia tecidual. “A escolhados temas teve como objetivo atualizar os conceitos sobreas células-tronco, incluindo suas possíveis fontes e restri-

ções. A partir daí, compor um pano-rama da utilização dessas células comabordagens terapêuticas promissorasna dermatologia e cirurgia plástica”,afirma a coordenadora do evento,Paula Dadalti Granja. O formato de aulas de, em média, 20minutos deu mais dinamismo às apresentações, marcandoum momento histórico para a SBD.

Solapso

No dia 24 de abril,ocorreu a primeirareunião da Socie-dade Latino-Ame-ricana de Psoríase(Solapso) em Buenos Aires,Argentina. O evento, organizadopelo Prof. Edgardo Chouela, presidente da entidade, contoucom mais de 400 participantes de toda a América Latina. DoBrasil, estiveram presentes Jesus Santamaría (PR), PauloOldani (RJ) e Ricardo Romiti (SP), representando a SBD, queministrou a palestra “Interleucinas 12 e 23”. O Prof. AlanMenter (EUA), nome de destaque internacional no estudoda psoríase, discorreu sobre o tema “Psoriasis: una enferme-dad inflamatoria sistémica. Su visión actualizada”. A Solapsofoi criada em novembro de 2008 com o objetivo de fomen-tar o desenvolvimento e o avanço da investigação da psoría-se na América Latina e estimular o intercâmbio acadêmicoentre os diferentes países do continente.

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Segunda edição de Doenças Sexualmente Transmissíveis

Editada pela Atheneu, a segunda edição do livro Doenças sexualmente transmissíveis, de Walter Belda Jr., foi lançada duranteo I Teraderm, ocorrido nos dias 22 e 23 maio, na Fecomércio, em São Paulo. A primeira edição teve lançamento em 1999.

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O médico pode colaborar com aindústria farmacêutica de diversas formas:como consultor, investigador ou full timeemployee. Esse profissional também se

submete às premissas de ética médica e tem o dever deaplicar o padrão do rigor cientifico e de oferecer informaçãode qualidade em quaisquer funções que exercer.

As áreas mais comuns de atuação do médico naindústria são:

Suporte ao marketing: Responsável pela revisãoe aprovação do material de comunicação – que deve seguirnormas específicas da propaganda médica de cada país;preparação de materiais científicos, posters, publicações,organização do programa científico de simpósios;treinamento da força de vendas, entre outras tarefas. Essaposição é a mais frequente, pois permite a flexibilidade detrabalho em tempo parcial.

Pesquisa: Colabora na elaboração e validação denovos métodos de avaliação e diagnóstico, comofarmacogenômica e escalas de avaliação clínica; analisamoléculas e seus mecanismos de ação, identificandopossíveis alvos a serem estudados (por exemplo, uso deinibidores de calcineurina na dermatite atópica ou psoríase);identifica possíveis áreas de interesse para a pesquisa denovas moléculas e também pode ser responsável pelaelaboração do protocolo de estudo de prova de conceito(primeiro estudo feito em humanos).

Desenvolvimento: Para uma nova molécula oualguma indicação, o desenvolvimento clínico dura pelomenos cinco anos e é dividido em três fases: a primeiraestabelece a segurança, inclui os estudos de farmacocinéticae de irritação, sensibilização, fotoalergia e fototoxicidade; afase dois define dose, duração e população; e a fase trêsinclui estudos multicêntricos confirmatórios de segurança eeficácia. O médico elabora o plano de desenvolvimento doproduto, faz a revisão de literatura, prepara com oestatístico os protocolos de estudos das três fases, selecionae treina os investigadores para cada estudo, elabora o

Ana Beatris Rossi é dermatologista formada pela Unicamp, com título deespecialista pela SBD e mestrado em clínica médica. Ocupa hoje a posição dediretora médica mundial de pesquisa e desenvolvimento na divisão de produ-tos de prescrição dermatológicos e dermatologia estética do grupo Johnson& Johnson, em Paris, França. É membro da Academia Americana deDermatologia (AAD) desde 1998 e da Academia Europeia de Dermatologia(EADV) desde 2000.

Desde que comecei a trabalhar na indústria farmacêutica, quandoencontro amigos e colegas nos congressos, quase sempre ouço amesma pergunta:“Mas o que você faz exatamente?” Nesta edição, deci-di falar um pouco sobre a atividade do médico dermatologista naindústria farmacêutica.

consentimento esclarecido para os pacientes queparticipam dos estudos, acompanha os estudos comespecial atenção à segurança dos pacientes que participam,avalia e apresenta seus resultados e o risco/benefício doproduto de forma honesta e transparente, interage comautoridades sanitárias e comitês de ética, organiza, com aequipe de assuntos regulatórios, o dossiê de submissão pararegistro e, por fim, responde às questões das autoridadessanitárias.

Farmacovigilância: Quando o produto registradoé comercializado, a indústria tem obrigação de manter umabase de dados atualizada sobre os efeitos adversosrelatados e enviar regularmente (em geral uma vez ao ano)relatório a todas as autoridades sanitárias dos países emque o medicamento é comercializado. O médico éresponsável por receber, analisar, classificar, obterinformações suplementares necessárias e reportar-seregularmente ao dossiê de segurança.

Conclusão: Na indústria farmacêutica o trabalhode equipe é que dá o tom dos resultados. Como os muitoselos de uma corrente, cada profissional tem suaimportância, e o médico é um deles. Há grande diversidadede experiências e formações: biólogos, farmacêuticos,químicos e estatísticos, todos trabalhando juntos parapesquisar, desenvolver e registrar um novo produto. Umavez registrado, são os “marqueteiros” que participamativamente nas discussões, seguidos dos consultores, quevão ajudar a posicionar o produto e a identificar asvantagens e os benefícios de acordo com a situação mundiale local de cada país.

�� Direto de Paris Por Ana Beatris Rossi

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Jornal da SBD � Ano XIII n. 3 � 7

“A nova revista da SBD em parceria com a SBCD vai ocupar um grande espaço na nossa dermatologia. Atualmente,muitos procedimentos de cirurgia dermatológica, Laser e cosmia-tria são feitos em clínicas privadas, dificultando a elaboração dedocumentação científica que a publicação possibilita. Na maioriadas vezes, mostramos os casos mais interessantes em aulas reali-zadas em eventos dermatológicos;no entanto,não os publicamos.

A chegada da revista vai estimular os serviços derma-tológicos públicos e privados do país à realização de maistrabalhos nessas áreas de atuação do dermatologista, comvistas à publicação. Isso possibilitará mostrar para os colegasde outros países nossa larga e longa experiência na cirurgiadermatológica, Laser e cosmiatria, e difundirá para todos ofato de que a dermatologia brasileira trabalha em alto nívele não deve nada a nenhum país do mundo.”

Alexandre Filippo Coordenador do Departamento de Laser

“Achei a revista excelente. Passamos a ter um espaçoadequado para as publicações relacionadas à cirurgia e cos-

miatria, principalmente estas últimas, num momento em queprecisamos mostrar uma dermatologia completa, madura eapta a atender o paciente de forma completa e segura.”

Emmanuel FrançaChefe do Serviço de Dermatologia da

Universidade de Pernambuco (UPE)

“A revista Surgical & Cosmetic Dermatology veio preen-cher, com refinada qualidade, um vazio na dermatologia bra-sileira. A cirurgia dermatológica e a cosmetologia nacionais,tão respeitadas até em nível internacional, agora dispõem deum meio de divulgação específico para seus trabalhos. Arevista, que já nasceu grande não só pela editora que a publi-ca, mas também por ser uma publicação oficial da SBD como apoio da SBCD, está sendo preparada para a indexação,que, acredito, não tardará, considerando a qualidade dos arti-gos e a visibilidade internacional que terá por seu título.Como praticante e entusiasta da cirurgia dermatológica, para-benizo os editores pela brilhante ideia da revista.”

Lauro Lourival Lopes FilhoPresidente da SBD – Regional Piauí

O que você achou do primeiro número da Surgical & Cosmetic Dermatology?

Lançada em maio, e fruto de uma parceira da SBD com a SBCD, a revista Surgical & CosmeticDermatology tem tido excelente aceitação por parte dos dermatologistas. Já no primeiro número, operiódico dá indícios de que terá vida longa e que conquistará ainda mais leitores. A editora-chefeBogdana Victória Kadunc atribui a performance satisfatória da Surgical à alta qualidade dos trabalhosenviados e a um crescente apetite dos leitores por documentação científica nas áreas da cirurgiadermatológica, Laser e cosmiatria. Os associados buscam análises e artigos competentes e é isso que arevista mostra. “Fiquei agradavelmente surpresa com o grande número de manifestações positivas que

a publicação gerou entre os associados. Esse fato é muito estimulante e nos anima ainvestir esforços cada vez maiores para termos uma revista de bom nível e quepermita tornar reconhecida a experiência dos dermatologistas brasileiros nasáreas cirúrgica e cosmiátrica”, afirma Bogdana. A boa receptividade pode sersentida pelos e-mails recebidos pela SBD, destacados abaixo:

A revista está linda. Vai ser uma honra ter um artigo nela publicado.Abraços,Dr.Sergio Serpa (RJ) - Presidente da Sociedade Brasileira de CirurgiaDermatológica

Esta revista é uma conquista de todos nós.Parabéns a todos, principalmente a Bogdana. Terei o maior prazer emcolaborar.Dr. Paulo Barbosa – Bahia

Parabéns à SBD e SBCD e a todos que se esforçaram para o lançamen-to desta revista; achei o conteúdo fantástico, bem como a didática!!!Parabéns e obrigada!!! Virgínia Batista – Recife

Foi com muito orgulho que recebi a nova revista da minha Sociedade.Vocês estão de parabéns!!! Grace Caldas Carretta – Brasília

Parabenizo a todos que se empenharam na publicação desta nova revis-ta, que chega para engrandecer mais ainda nossa Sociedade. É uma revis-ta de alto nível, com assuntos bem escolhidos e que ajudará bastante nonosso aperfeiçoamento na área de cirurgia dermatológica e no dia a diade nossas atividades. Ela vai sacramentar a dermatologia atual comoespecialidade clínico-cirúrgica, além de preencher uma lacuna em termosde publicações na área cirúrgica! Péricles Anuar Brocos Auad – Goiás

A revista está excelente, parabéns aos editores pela iniciativa e a todosnós, que usufruímos da qualidade, que, tenho certeza, continuará.Maria Valderez Nuta da Silva Mendes – São Paulo

Page 7: Jornal da SBD - Nº 3 Maio / Junho 2009

DE OLHO NO MUNDO

Hipócrates de Cós (460-377 a.C.), uma das personali-dades mais importantes da história da saúde e unanime-mente considerado o “Pai da medicina moderna” émembro de uma família que por várias gerações pratica-va cuidados em saúde. Natural da Grécia, foi o criador darenomada escola de medicina na ilha de Cós, onde estu-dantes aprendiam a diagnosticar doenças por meio daobservação em lugar da teoria. Sua popularidade se deveà extensa coleção de tratados médicos (coleção hipocrá-tica) que influenciou enormemente a arte e a ciênciamédica até o século XVIII.Também é grego o entrevista-do dessa edição: Andreas Katsambas, um dos grandesnomes da dermatologia naquele país. Formado em 1968pela Universidade de Atenas, com especialização emdermatologia/venereologia no Hospital A. Sygros,Katsambas tem mais de 170 publicações, dois livros tra-duzidos para o italiano e o russo, além de diversas publi-cações em mídia especializada em medicina em seu país.

O dermatologista grego tem como áreas de interes-se a psoríase, os distúrbios de pigmentação, a dermato-

logia estética e a fotobiologia. Acompanheentrevista gentilmente conce-dida ao Jornal da SBD.

8 � Jornal da SBD � Ano XIII n. 3

D e r m a t o l o g i a n a

Grécia

População: 11 milhões de habitantes

Moeda: euro

Idioma: grego

Dermatologistas: um para cada 10 mil habitantes

Page 8: Jornal da SBD - Nº 3 Maio / Junho 2009

Entrevista com Andreas Katsambas* feita pelo Prof. Paulo Cunha

Jornal da SBD: Como é aformação dos dermatologistasna Grécia? Há muitasinstituições formando espe-cialistas?Andreas Katsambas: Otreinamento em dermatologia é

realizado nos departamentos das universidades e em algumasclínicas estatais bem organizadas.Há 12 centros dermatológicoscertificados para especialização em dermatologia. São três anosde dermatologia e um ano de clínica e em breve isso mudarápara quatro anos de dermatologia/venereologia, incluindo maisseis meses de cirurgia e seis meses de clínica. Depois deconcluído esse período, os profissionais fazem os exames doNational Board (Conselho Nacional).

JSBD: Como é o mercado nessa especialidade? Qual aproporção de dermatologistas para a população daGrécia?AK: O mercado de trabalho é satisfatório. Der-matologistas-venereologistas podem seguir a carreiraacadêmica, bem como trabalhar em clínicas particulares ouno serviço público de Saúde. A proporção é de cerca deum profissional para 10 mil habitantes.

JSBD: Como são os serviços dermatológicos nas esferaspública e privada?AK: Os serviços dermatológicos são muito bons, tanto noshospitais públicos quanto nas práticas privadas. Na esferapública, há desde pequenas unidades com dois ou trêsmédicos até unidades de maior porte, que contam comnúmero variável de profissionais entre três e 10.Dermatologistas-venereologistas nos hospitais públicos têmo apoio de especialistas de laboratório e outros médicos,como microbiologistas, patologistas, radiologistas, cirurgiõesplásticos e endocrinologistas; em contrapartida, na práticaprivada, cooperam com os grandes centros ou hospitais,atendendo a suas necessidades. Nos últimos anos, um grandenúmero de profissionais, principalmente os mais jovens, temmostrado interesse em dermatologia estética e Lasers.

JSBD: A Grécia é o berço da filosofia, da democracia, daliteratura e da medicina ocidentais. Poderia comentaresses aspectos?AK: Todos sabem que a democracia surgiu com os gregos,e naturalmente sentimos muito orgulho de nosso país porter lançado essa importante semente para a evolução dacivilização ocidental. Muitos dos aspectos fundamentais damedicina ocidental se originaram na Grécia e, desde então, seespalharam por todo o mundo. Apesar de terem sido

adaptados para atender aos tempos modernos, ainda têmgrande influência nos dias de hoje. O Juramento deHipócrates talvez seja o texto médico grego mais conhecido,e todos os médicos gregos fazem esse juramentoprometendo unir esforços para manter uma série de padrõeséticos e profissionais. Embora o mundo atual seja muitodiferente daquele em que viveram nossos ancestrais e sefaçam necessárias adequações às medidas da vida moderna,a sabedoria e a filosofia de grandes pensadores comoHipócrates, Aristóteles, Péricles, Sólon e Sócrates, para citarapenas uns poucos, é a base de nosso patrimônio cultural apartir da qual buscamos desenvolver o futuro.

JSBD: Quais são os principais desafios das sociedadesmédicas da Grécia?AK: Garantir melhores condições de trabalho; aumentar onível e os meios educacionais; proteger nossa especialidadecontra leigos, como esteticistas, que infelizmente interferemem nosso trabalho, “roubando” nossos pacientes.

JSBD: Conte-nos um pouco sobre sua experiência comopresidente da EADV.AK: Como faço parte da EADV há muito tempo, tendo,aliás, atuado como secretário-geral por vários anos, sempresonhei em coroar minha carreira como presidente daEADV. Ao alcançar esse papel de grande prestígio, é umahonra ter oportunidade de liderar essa importanteAcademia, e espero que algumas de minhas ideias e minhaexperiência ajudem a tornar o futuro mais brilhante e, juntocom as de predecessores e sucessores, fixem minha marcana história. Meu objetivo é ampliar o escopo da Academia,elevando seu status para alcançar um alto nívelinternacional. Para tanto, iniciamos um processo decolaboração com a China, intercâmbio que permitirá aosmembros da EADV e seus colegas chineses interagir ecompartilhar experiências em várias sessões científicas. Embreve, a Índia deverá aliar-se também a esse conceito, etenho esperança de que, ainda durante minha presidência,seja possível colaboração com a América Latina,incorporando países como o Brasil nessa iniciativa de amploalcance, buscando estabelecer uma ponte entre a EADV eas sociedades internacionais.

* Membro de diversas sociedades médicas europeias einternacionais, foi presidente do Comitê de Premiação da LigaInternacional de Sociedades Internacionais (Ilds); participou doComitê de Relações Internacionais da Academia Americana deDermatologia (AAD) e atualmente preside a Academia Europeiade Dermatologia e Venereologia (EADV).

Andreas Katsambas

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A 63a edição do exame para obtenção do Título deEspecialista em Dermatologia (TED) da SBD trouxe umanovidade este ano: os candidatos inscritos realizaram aprova teórico-prática por meio eletrônico, diferente dosanos anteriores, em que era impressa. A mudança significaum avanço na qualidade das imagens, facilitando o entendi-mento dos candidatos. “A prova teórico-prática deste anotrouxe o que consideramos uma modificação importante.Foi toda feita em computador, permitindo homogeneidadee qualidade de imagens, avaliando principalmente a capaci-dade diagnóstica e de conduta dos candidatos.Acreditamosser esse o caminho mais adequado para os futuros examese esperamos que eles possam ser cada vez mais eficazes emselecionar os especialistas”, ressalta o presidente daComissão do TED, Bernardo Gontijo, acrescentando queBelo Horizonte foi o local escolhido para concentrar todoscandidatos. Habitualmente, Rio de Janeiro, São Paulo eRecife eram as principais sedes de aplicação dos exames.

Realizado no dia 31 de maio, o TED visa medir o conhe-cimento dos profissionais que têm boa formação em der-matologia. Para Bernardo Gontijo, presidente da Comissãodo TED, alcançar o Título de Especialista significa a coroaçãodo médico por sua dedicação à dermatologia. “O Título deEspecialista em Dermatologia é o reconhecimento da qua-lidade do profissional e de sua formação adequada. Emboraequivalente ao título do MEC, o título da AMB/SBD possuium diferencial: é concedido por meio de prova”. SegundoGontijo, a dermatologia é a especialidade da moda – nãopelo interesse científico das doenças de pele, mas pelodesejo de retorno financeiro imediato com a realização deprocedimentos cosméticos, o que nem é associado à buscade sólida fundamentação científica.“A SBD tem compromis-so com a qualidade de seus membros e uma das ferramen-tas de aferição é o TED”, completa.

Prestaram o exame 345 candidatos, dos quais 250 foramaprovados. Eles tiveram 60% de acerto em cada parte doexame, dividido em dois turnos: durante a manhã, das 9h às12h, responderam a 80 questões objetivas teóricas sobredermatologia clínica, laboratorial, cirúrgica e cosmiatria; naparte da tarde, das 13h às 18h, os candidatos foram subme-

Título deEspecialista da SBD:meio eletrônicomarca avanço na qualidade do exame

tidos a 30 questões objetivas teórico-práticas.A comissão do exame é constituída pelos professores

Jackson Machado Pinto, Silvio Alencar Marques, ArturAntonio Duarte, Lia Cândida Miranda de Castro, JoséHermênio Cavalcante Lima Filho, José Antonio SanchesJunior, Ana Maria Ferreira Roselino e Hadoc Maria DeniseFonseca Takahashi, todos eleitos pelo Conselho Deliberativoda SBD. As questões elaboradas passam obrigatoriamentepela aprovação unânime da banca. “São divididos os temasentre os membros da comissão de forma a abranger todoo conteúdo da especialidade.Todas as questões são poste-riormente revistas pela comissão, que discute seus pontosrelevantes, sugere modificações e seleciona o conteúdo”,explica Gontijo.

O TED tem convênio com a Associação MédicaBrasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM),e com a organização da Fundação de Desenvolvimento daPesquisa (Fundep). A SBD deseja boas-vindas aos dermato-logistas aprovados no exame.

Candidatos durante o exame da SBD

Prova teórico-prática deste ano foi realizada por computador

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Filhos da LuaIlha dos Lençóis abriga a maior

comunidade de albinos do país em

pleno litoral maranhense

Por Vidal Haddad

Tudo começou com dona Sebastiana Silva, filha deum português com uma albina, que carregou seussonhos e genes para a distante ilha de Lençóis – perten-cente ao arquipélago de Maiaú, um dos mais atrasados dacosta brasileira –, a 20 horas de São Luís, no Maranhão.Ao longo dos anos, o sol forte do trópico iluminou a for-mação de uma comunidade de albinos na ilha, referênciaglobal nesse tipo de pele, contabilizando em sua históriamais de 100 pessoas de pele rósea, cabelos claros eolhos cinza-azulados.

Por volta do início dos anos 80, a comunidade foi des-coberta pela civilização e cunhada de “Filhos da Lua” pela

extinta revista Manchete, em razão da cor clara, em con-traste com a de outros moradores da ilha, e pelo hábito deficar em casa durante o dia, assim se protegendo do solinclemente, só saindo à noite para pescar e realizar outrosafazeres.

Resolvi conhecer a região em 2005, após ver um poster com membros dessa comunidade em um congres-so de dermatologia. Localizada à distância de 160km aoeste de São Luís, lá não há médicos nem outro meio desobrevivência a não ser a pesca. De súbito fiquei interes-sado pela história e o destino da população albina. Muitosdos Filhos da Lua morreram de várias doenças relaciona-

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das à exposição solar, principalmente em decorrência detumores cutâneos. Os albinos com quem pude conversarrelataram-me a presença da doença. Lá eles vivem isola-dos, sem ensino e longe de qualquer contato médico. Nasaproximadamente 100 palhoças de madeira e folhas debabaçu, em que vivem cerca de 300 pescadores, 30 sãoportadores de albinismo, ou seja, 10% dessa populaçãosofre do problema.

O mais curioso é que há quase 30 anos a ilha era con-siderada a maior colônia do mundo.Vários moradores seespalharam pelas cidades do litoral, em busca de atendi-mento médico e preocupados com os cânceres de pele.Hoje, é possível encontrá-los em Apium-Açu, Serrano doMaranhão e, principalmente, no município de Cururupu,de onde se pega o barco com destino à ilha de Lençóis,trajeto que se faz em mais sete horas.

Os que ficaram na ilha somam suas desventuras refe-rentes ao albinismo – é difícil encontrar um que nãotenha “feridas que não saram” – às lendas cheias de espe-rança da volta de dom Sebastião, rei de Portugal desapa-recido na batalha nas dunas do deserto de Alcácer-Quibircontra os mouros, em 1578, no Marrocos. Os moradoresda ilha não acreditam que o jovem rei tenha morrido,

mas, sim, que, depois da derrota, dom Sebastião atraves-sou o oceano e buscou refúgio em seu palácio feito deouro, cristais e diamantes, escondido nas profundezas daságuas da praia dos Lençóis.

Dom Sebastião anda pelas dunas brancas nas noites delua cheia (assim como os Filhos da Lua) transformado emtouro negro com uma estrela na testa. Quem ferir a estre-la quebrará o encanto, e o rei tomará conta de Lençóis comsuas riquezas, trazendo um tempo de felicidade e prosperi-dade para aquele povo sofrido.

Filhos da Lua, dom Sebastião, sol tórrido, mesclas de espe-rança e desespero, de alegrias e tristezas. O que os albinos dailha precisam é de acompanhamento constante, e não de serconsiderados curiosidades folclóricas. São doentes, não len-das, com grandes riscos de desenvolver cânceres de pele. Acomunidade dos albinos, mesmo em seu atual pequenonúmero, seria um bom ponto de atuação para a SBD, poissão pessoas que necessitam de proteção e cuidados.

O alerta de Vidal surtiu efeito: a SBD, por ocasião daXXVIII Jornada Norte-Nordeste de Dermatologia, emagosto, levará à ilha dos Lençóis uma equipe dedermatologistas com todos os equipamentos necessáriospara orientar e atender àquela população.

�� Locais Exóticos e Pitorescos

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64o Congresso da SBD promete agitar BelémA cidade abrigará em setembro maior evento da dermatologia do país

Aumenta a expectativa para o grande evento dadermatologia brasileira: Belém receberá cerca de três mildermatologistas para as atividades que serão desenvolvidasno Centro de Convenções Hangar, um dos maiores e maisbem equipados da América Latina, entre os dias 5 e 9 desetembro.Até o fechamento desta edição, segundo o presi-dente do 64o Congresso de Dermatologia, Mario Miranda,o número de inscritos superava em 25% a expectativa dacomissão organizadora. Uma área de 24 mil metros quadra-dos abrigará congressistas e participantes da indústria far-macêutica. Este ano serão realizadas até 16 sessões simultâ-neas durante os cinco dias de evento.As atividades científi-cas vão incluir cursos práticos nas modalidades "Painel deProcedimentos ao Vivo", com transmissão simultânea e emvídeo. No sábado, dia 5, haverá duas sessões de cosmiatria eduas de Laser, em que profissionais de dermatologia farãodemonstrações, em pacientes previamente selecionados, demétodos corretos de aplicação das técnicas.

"O programa procurou contemplar demandas darotina diária do dermatologista e foi elaborado a partir detrocas de ideias entre membros de um colegiado queincluiu integrantes da Comissão Científica do Congresso,

representando praticamente todos os estados daFederação, bem como aqueles da Comissão Científica daSBD.Tal espírito traduz-se na logomarca escolhida para oevento, que simboliza as atividades e áreas de atuação dadermatologia moderna", explica Mario Miranda.

Em "Tire suas Dúvidas com os Departamentos",o asso-ciado terá contato direto com os departamentos especializados,como Dermatologia e Medicina Interna, Dermatopatologia,Psicodermatologia, Hanseníase, Micologia e Teledermatologia.Seis palestrantes internacionais em evidência na produção cien-tífica mundial vão trazer assuntos de grande interesse da cate-goria e novas técnicas desenvolvidas no exterior. Cada um faráduas conferências,e a seleção de temas engloba:nevos,melano-ma, síndromes dermatológicas de câncer familiar, neoplasiasmelanocíticas, herpes genital, cirurgia dermatológica, dermatiteatópica,entre outros."Procurou-se trazer a experiência de cole-gas de centros de excelência em dermatologia,da mesma formaobjetivando contemplar as acima referidas atividades e áreas deatuação da nossa especialidade. Assim sendo, teremos expertsnos campos da clínica,cirurgia,pesquisa e diagnose das Américase Europa debatendo novos conhecimentos, controvérsias econdutas", afirma.

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Um dos Simpósios mais importantes do congressoserá o dos Anais Brasileiros de Dermatologia, que irá cele-brar a reindexação da publicação oficial da SBD aoMedline. Os editores científicos do periódico vão abor-dar temas relacionados à qualidade, atualidade e visibili-dade dos Anais, além do passo a passo da submissão ele-trônica dos artigos publicados.A sessão ocorrerá no dia7 de setembro, das 14h às 16h.

Para participar do 64o Congresso da SBD, os inte-ressados devem fazer suas inscrições apenas on-line, no sitewww.sbd.org.br.

Atividades sociaisA programação social será repleta de festas e ativi-

dades. No dia 6 de setembro, a cantora Fafá de Belém faráo show de abertura na Arena Cultural do Hangar, às 19h.Na segunda-feira, dia 7, às 18h10, acontecerá a festaArraial da Pavulagem, na área de exposição do Hangar.

A festa de confraternização do congresso será rea-lizada na terça-feira, dia 8, às 20h30, na sede Campestre daAssembleia Paranaense, embalada pela Banda MocotóElétrico e DJ Tarrika.Além disso, estarão disponíveis para

congressistas e familiares passeios a resorts da costaatlântica, como Salinópolis, mistura equilibrada de praiasoceânicas, manguezais e ilhas selvagens; ilha do Mosqueiro,uma das mais belas ilhas fluviais do Pará, com mais de20km de praias de água doce; e ilha do Marajó, maior ilhafluviomarinha do mundo, na foz do rio Amazonas.

Responsabilidade social e ambientalSeminários com foco em hanseníase para estudan-

tes de medicina e profissionais de saúde que atuam noPrograma de Saúde da Família (PSF) e feiras de artesanatocom associações comunitárias são as principais ações deresponsabilidade social previstas no evento, que incluirátambém atividades visando à diminuição do impactoambiental..

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A cidade das mangueiras Segunda cidade mais populosa da Região Norte,

com cerca de 1,5 milhão de habitantes, Belém é conhecidacomo A Metrópole da Amazônia. Suas belezas naturais,posição geográfica privilegiada e o vasto patrimônio cultu-ral são algumas de suas qualidades marcantes. "Belém passapor reestruturação de sua rede hoteleira atrelada à ofertacrescente de serviços qualificados no setor de eventos.Cidade moderna, em perfeita harmonia com a natureza,Santa Maria de Belém do Grão-Pará oferece múltiplas atra-ções históricas, turísticas e culturais, ao sabor de culináriainternacionalmente reconhecida", ressalta Mario Miranda.

Caminhar pelos túneis verdes é roteiro certo paraquem deseja conhecer a cidade que integra em sua paisa-gem o passado e o presente. A arquitetura do italianoAntônio Landi e o barroco jesuítico do século XVII dividemáreas com as modernas estruturas de um dos maiores cen-tros de convenções da América Latina. Espaços restauradoscontam a trajetória da fundação de Belém – o Forte doCastelo, a Casa das Onze Janelas, o Jardim Botânico BosqueRodrigues Alves, o Museu Paraense Emílio Goeldi – revelan-do a natureza da Amazônia e seus encantos.

Conhecer Belém implica contato com o majestosodos momentos áureos da Belle Époque a exemplos doTheatro da Paz e Palacete Bolonha. Por meio de cores, chei-ros e sabores, a capital do Pará pode ser descoberta em suasfrutas exóticas, ervas e comidas típicas, de origem indígena,como o tacacá, o pato no tucupi e a maniçoba.

Belém oferece oportunidades de negócios nos maisdiversos segmentos da economia, seja no comércio, serviço,turismo ou indústria. É também a saída brasileira para o cor-redor de integração com as Guianas e o Caribe, e contacom um dos mais modernos aeroportos do país, oInternacional de Val-de-Cans, portão de entrada daAmazônia Oriental.A cidade apresenta intensa miscigenaçãocultural e racial resgatando heranças indígenas, africanas eportuguesas, características que a singularizam.

Passeios de um dia :Mosqueiro – Ilha do Mosqueiro, localizada a 80km de Belém,praia de areias claras e água doce com ondas. Localizada na costaoriental do rio Pará, no braço sul do rio Amazonas, em frente àbaía de Santo Antônio, liga-se à capital pela ponte Sebastião R.Oliveira. Sua orla apresenta mais de 20km de praias de água docecom ondas fracas, muito frequentadas por jovens. Abriga oParque Ecológico da Ilha do Mosqueiro com 182 hectares.Icoaraci – A 25km de Belém, é o maior centro de produção decerâmica marajoara e tapajônica, concentrando artesãos que dalitiram a argila para a confecção de peças artesanais. Em váriaslojas pode-se ver todo o processo de produção da cerâmica,desde a extração da matéria-prima até a decoração das peças.

Salinas – Salinópolis é o nome oficial do município, tambémconhecido como Salinas, que dista cerca de 220km da capital doestado. Sua economia gira em torno do turismo e da pesca. É obalneário preferido dos belenenses, que no mês de julho lotama cidade.As praias são de areia fina e branca, e águas de tonali-dade verde-acinzentada, devido aos sedimentos carregados pelorio Amazonas.A praia do Atalaia (a mais popular) é aberta à cir-culação de carros.A variação de maré é intensa, e muitos carrossão surpreendidos pela maré alta. A paisagem é formada porpraias, rios, furos, igarapés, mangues e dunas, em meio às quaisse encontra o "lago da coca-cola", cujo nome se deve a suaságuas doces, escuras e geladas.

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Doc.Manager:

conhecimento ao alcance do dermatologista

A partir desta edição, o Jornal da SBD disponibiliza aosleitores um programa de gestão voltado para os dermato-logistas brasileiros: o Doc.Manager. Idealizado pela SBD edesenvolvido pela editora Doc, a publicação virá encartadano Jornal e abordará, em seis fascículos, temas relevantespara o médico aprimorar e desenvolver suas habilidades. ARelação Médico/Paciente é o primeiro assunto contempla-do. A intenção é oferecer aos profissionais noçõesavançadas que envolvem o exercício da profissão, auxilian-do no relacionamento com os pacientes, o dia a dia nosconsultórios e os principais cuidados para preservar os pro-fissionais e seus clientes.

Os demais temas que estarão disponíveis aos associadossão: Qualidade na Recepção; Planejamento de Carreira;Marketing Pessoal; Recursos Humanos; Comunicação eMídia para Médico; Design, Layout e Decoração deConsultórios; e Gerenciamento de Consultório.“Ainda pre-domina a concepção de que a carreira do médico deve sercomposta por uma sucessão de eventos aleatórios. Noentanto, os grandes investimentos de tempo e os esforçosempregados na carreira médica necessitam de planejamen-to e de investimento direcionado para resultar em um obje-tivo pleno e satisfatório; começamos a considerar entãouma nova situação: a gestão de carreiras”, endossa o presi-dente Omar Lupi.

O diretor da editora Doc, Renato Gregório, em cuja opi-nião a iniciativa pioneira visa auxiliar o médico no exercícioda profissão, diz ter notado interesse explícito da SBD emaprimorar o conhecimento de seus sócios, algo que o pre-sidente da SBD procura sempre reforçar em sua gestão.

“Acredito que aprimorar habilidades, em especial nas áreasde Gerenciamento, Finanças Médicas, Administração eGestão de Carreira, é essencial para o crescimento profis-sional na dermatologia”, conclui Lupi.

Revista Doc.ManagerA edição maio/junho da revista

Doc.Manager, publicação voltadapara o gerenciamento da carreiramédica, entrevistou oito presi-dentes das maiores sociedadesmédicas do país para saber comoesses profissionais administramhoje a necessidade de se adquirirconhecimento na área de Gestão deSaúde. Foram entrevistados OmarLupi (presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia), JoséCarlos de Almeida (presidente da Sociedade Brasileira deUrologia), Jaime Natan Eisig (presidente da Federação Brasileirade Gastroenterologia), Romeu Krause (presidente da SociedadeBrasileira de Ortopedia e Traumatologia),Antônio Carlos Chagas(presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia), Mário Motta(presidente da Sociedade Brasileira de Oftamologia), NilsonRoberto de Melo (presidente da Federação Brasileira deGinecologia e Obstetrícia) e Elza Dias da Silva (presidente daAcademia Brasileira de Neurologia).

Conforme anunciado pelo presidente Omar Lupi aos representantes das regionais naprimeira reunião anual dos gestores da SBD, a diretoria está planejando um formato ino-vador para a Campanha de Valorização do Dermatologista.Ao invés da campanha de publi-cidade – que implica alto investimento durante um tempo reduzido de exposição em mídia– a SBD está fechando um projeto para produzir um quadro sobre temas da especialida-de na TV.

Campanha de Valorização doDermatologista inova em 2009

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�� Capa

Lançado em junho, o “Projeto Residentes” da SBD, emparceria com a marca de dermocosméticos RoC, dará adermatologistas pós-graduandos, residentes e especializan-dos que atuam em serviços credenciados a oportunidadede aprimorar a formação profissional por meio de diversasatividades. A principal delas é a possibilidade de o estudan-te fazer um intercâmbio no exterior. A realização do desejode aprender uma nova língua e de conhecer culturas dife-rentes agora ficou mais perto. A SBD reconhece o esforçode cada um desses associados e os recompensa após aárdua trajetória de três anos de estudos.

No primeiro ano de residência, os estudantes que seinscreverem receberão fascículos preparados especialmen-te para os auxiliar na elaboração de posters científicos, con-ferências, artigos, casos e estudos clínicos, bem como noprojeto do próprio consultório. No segundo ano, os resi-dentes serão convidados para algum congresso de relevân-cia nacional em dermatologia. O evento escolhido para esteano é o II Simpósio de Cosmiatria e Laser, em dezembro, noRio de Janeiro. No terceiro ano, o estudante participará do“Trabalho de investigação”, concurso de artigos científicosque oferece aos autores dos quatro melhores, além deampla exposição e divulgação, bolsa de estudos de doismeses no exterior para aperfeiçoamento.

Os primeiros contemplados desta última etapa logoserão conhecidos: estudantes que cursaram o terceiro anode dermatologia em serviço credenciado da SBD enviaramseus trabalhos nas áreas de cosmiatria, fotoproteção oudermatologia tropical. No dia 31 de julho, o site da entida-de divulgará os vencedores que terão a oportunidade delevar o nome da SBD para o exterior, além de trazer parao Brasil as novidades, técnicas e pesquisas lá encontradas erealizadas.“Fiz uma parte da faculdade no exterior e foi umaexperiência incrível. Defrontar-se com uma realidade bemdiferente daquela com que estamos acostumados ajudamuito a crescer. A experiência pessoal é riquíssima, já quepara estar num país com língua diferente é necessário esfor-ço para se comunicar no idioma... E o conhecimento que seadquire, nem se fala; ele soma bastante à bagagem estudan-til e pessoal”, declara Manuela Boleira, de 25 anos, estudan-te do segundo ano de residência na Policlínica Geral do Riode Janeiro.

As universidades Ludwig-Maximilian-University, emMunique, Alemanha, e as americanas Carolina do Sul, emCharleston, e do Texas, em Houston, são os centros de ensi-no que assinaram convênio de parceria com a SBD. Alémdisso, a SBD em parceria com a Academia Americana deDermatologia (AAD) e a Foundation for InternationalDermatologic Education (FIDE) darão a quatro jovensbolsas para participar da Academia Americana no ano quevem, em Miami.“Os destinos que a SBD ofereceu são luga-res de referência e, sem dúvida, pretendo participar do pro-jeto no ano que vem abordando algum subtema da área demedicina tropical, como hanseníase, leishmaniose ou mico-ses”, completa Manuela.

O participante mais bem colocado poderá escolhera universidade de sua preferência. Os demais candidatosficarão com as vagas remanescentes, podendo tambémfazer suas escolhas de acordo com a classificação. A bolsa,válida para a segunda quinzena de setembro ou outubrodeste ano, incluirá passagem aérea de ida e volta em classeeconômica, hospedagem em alojamento da universidade eseguro saúde. “Ganhar bolsa para conhecer a realidade dadermatologia lá fora e levar o que sabemos é muito impor-tante. Fora que não há custo; ficar hospedado em ambienteque lhe permite conhecer o dia a dia de profissionais quefazem o mesmo que você, mas em outro lugar do mundo,é uma grande experiência de vida”, revela Tatiana Hadlich,pós-graduanda do primeiro ano da Policlínica e formada em2007 pela Universidade Gama Filho.

Clarissa Carames, formada pela Estácio de Sá, em2006, e agora residente do primeiro ano da Policlínica,

Atividades do “Projeto Residentes” garantem a estudantes que buscam o

desenvolvimento profissional as ferramentas necessárias para chegar lá

Oportunidade para todos

“”

Os destinos que a SBD ofereceusão lugares de referência e, semdúvida, pretendo participar do pro-jeto no ano que vem abordandoalgum subtema da área de medicinatropical, como hanseníase, leish-maniose ou micoses.

Manuela Boleira

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sonha em aprofundar seus conhecimentos num curso forado país e demonstra empolgação equivalente para partici-par do projeto seletivo. “Sou superacadêmica, sempre pen-sei em fazer algo no exterior e agora mais do que nunca,com a possibilidade tão próxima de conquistar uma bolsano terceiro ano. Eu já tinha planos de fazer um curso foraquando terminasse a pós-graduação, pela vontade deconhecer um serviço de outra língua, que recebe às vezesmaior investimento, num lugar de primeiro mundo.” Clarissarevela ter interesse em abordar em seu trabalho, doençasrelacionadas ao estado emocional, como o vitiligo e apsoríase.

A mineira Carolina Cotrim, de 26 anos, pós-graduanda da UniRio afirma que as atividadesdo “Projeto Residentes”, sobretudo ointercâmbio no exterior, é umagrande oportunidade de apren-dizado e crescimento. "A iniciativaestimula o residente a expandirseus conhecimentos, mo-tivando-o profissionalmente, jáque proporciona uma possi-bilidade de contato com pes-soas referenciadas da derma-tologia de outros países’’,afirma ela, que escolheu aprofissão por influência do pai,também dermatologista. For-mada em 2007 pela Univer-sidade Estadual de Montes Claros(Unimontes), a estudante acaboude retornar dos Estados Unidos,onde esteve em março desse anopara o Meeting da AAD, em SãoFrancisco. A viagem fez parte do“Prêmio Jovem Dermato-

Fundada em 1801, a University of South Carolina (USC) é instituição de ensino superior

localizada em Columbia, maior cidade do estado da Carolina do Sul, Estados Unidos.A uni-

versidade tem aproximadamente 27 mil estudantes em mais de 350 cursos de graduação,

mestrado e doutorado em diversos campi. Sua divisão de dermatologia em Charleston ofe-

rece diagnóstico e tratamento de doenças dermatológicas em crianças e adultos, como as

que acometem cabelos e unhas, bem como cirurgia de cancro de pele, rejuvenescimento da

pele, procedimentos com Laser, entre outros. O serviço é coordenado por Annette Lynn,

certificada pela Academia Americana de Dermatologia (AAD). Hoje o estado possui 66 ins-

tituições de educação superior, entre elas, 33 públicas e 30 privadas. Desse total, 15 são uni-

versidades; as demais, faculdades.

Carolina do Sul

logista’’ promovido há 5 anos pela SBD-RJ.“Na ocasião, tivea chance de conhecer dermatologistas de outros países,trocar informações, e absorver conhecimentos que farãoparte da minha prática como dermatologista’’, assinala.

Há três anos,Thaís Sakuma, saiu de Mato Grosso doSul para fazer a residência em dermatologia no Rio deJaneiro, e hoje cursa o último ano da especialidade naUniRio. Ela acrescenta que o programa de intercâmbiooferecido pela SBD contribui para fortalecer a formação ea carreira do dermatologista, além de ser uma ótimaoportunidade de conhecer a prática profissional de suaárea em países como Estados Unidos e Alemanha.

"Presenciar o dia a dia de dermatologistas,discutir diagnósticos e tratamentos,

bem como avaliar a evoluçãodos pacientes é algo que

acrescenta bastante nodesenvolvimento danossa profissão. O'Trabalho de Inves-tigação' abre portaspara que essa ex-periência seja pos-sível", constata Thais

que pretende se-guir a carreiraacadêmica.

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A SBD realizou, pela primeira vez em sua história, arti-culação com as 23 regionais para analisar as chapas candida-tas às eleições do Conselho Federal de Medicina (CFM), nosdias 1o e 2 de julho. O objetivo foi escolher, em cada estado,o representante que melhor se coaduna com os interessesda SBD e de seus associados. Para isso, os presidentes dasregionais se reuniram com os candidatos de cada estadoaprofundando as discussões de interesse da dermatologia eenviaram suas sugestões de votos, todas avaliadas pela SBD.Após esse processo, os associados receberam uma newslettercom a relação das chapas apoiadas pela Sociedade. “Essaação inédita representa um marco na aproximação da SBDàs regionais.Tentamos ainda eleger um representante diretodentro dos quadros do CFM, algo que infelizmente nãoocorreu, em razão da falta de tempo do profissional da der-matologia. No entanto, vamos continuar com o trabalhoconjunto. Estamos verdadeiramente atentos e conscientesda importância desse trabalho para alcançar objetivoscomuns”, resume o presidente Omar Lupi.

Segundo José Ramon Varela Blanco, conselheiro e mem-bro da Comissão de Ética da SBD e diretor do Cremerj, “épreciso estimular a participação dos dermatologistas nosprocessos tanto do CFM, quanto dos Conselhos Regionais,além da Academia de Medicina e sociedades estaduais liga-das à AMB, para recuperarmos os tempos de destaque quejá tivemos, como com Sebastião de Prado Sampaio, NelsonProença, Antar Padilha Gonçalves, Antonio Carlos PereiraJúnior, Sylvio Fraga e Rubem David Azulay”.

A presidente da SBD-MG, Maria de Fátima Melo Borges,declarou satisfação pela proximidade do trabalho da SBDjunto aos presidentes das regionais. Uma das metas daSociedade para os próximos anos, em sua opinião, deveráser o trabalho permanente a fim de aumentar a represen-tatividade política nos órgãos que regem a atividade profis-

Esforço da SBD nacional e

das regionais

para eleição ao CFM

Ação conjunta visa eleger candidato

que melhor represente os interesses

da Sociedade

sional. “Acho que essa ação da SBD, no sentido de conhe-cer a situação das candidaturas ao CFM em cada estado edepois divulgar as sugestões de cada regional, recomendan-do o voto naquele candidato que melhor represente osinteresses da dermatologia brasileira, significa que a entida-de está atenta às questões políticas que envolvem direta ouindiretamente nossa atuação profissional e interessada emorientar o voto consciente de nossos associados. Esse tra-balho conjunto se fortalece nas duas direções: no nívelnacional mostra que estamos engajados e coerentes; e nonível regional, que não é uma atitude isolada de uma direto-ria, e sim uma ação da Sociedade Brasileira deDermatologia”, relata.

A delegada da SBD-PE e conselheira efetiva doCremepe desde 2004, Silvia da Costa Carvalho Rodrigues,que não se candidatou à reeleição alegando necessidade derenovação dos quadros políticos do CFM, também vê combons olhos o trabalho realizado pela SBD. “Entendo que aação da SBD foi muito importante e representa a expres-são de preocupação da especialidade em participar e tercomo representantes no Conselho Federal de Medicinamédicos que possam desempenhar papel ativo nas discus-sões de política de saúde nacional e defender os interessesda classe médica como um todo. Independente dos resulta-dos obtidos na eleição, considero importantíssimo que associedades de especialidades levem à consciência de seusassociados o importante papel de participar das decisõesque dizem respeito à categoria médica.”, alega Silvia, queocupará o cargo de conselheira no Cremepe até outubrodeste ano.

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�� DermAção

Há quase 10 anos, crianças portadoras de dermatosesgraves encontram no Dermacamp oportunidade para lutarcontra o preconceito e amenizar a discriminação quesofrem por conta de suas enfermidades. É o caso de WinnyDias, de 20 anos, portadora de ictiose lamelar.“Cada pessoatem suas diferenças, uns são mais altos, outros mais baixos,mais magros ou mais gordos, com olhos verdes, castanhosou pretos, pele clara, escura etc. Essas diferenças fazem decada um de nós, seres especiais. E o Dermacamp realiza osonho de cada criança que, por exemplo, gostaria de entrarem uma piscina e era barrada, que não queria ir à escola,pois muitos de seus colegas zombariam de sua diferença. Oprojeto veio ajudar jovens portadores de dermatoses e der-matites severas, ensinando-lhes que vale a pena lutar paraganhar um ‘lugarzinho’ na sociedade”, assinala Winny, moni-tora do projeto há dois anos.

Idealizado por Samuel Mandelbaum e desenvolvidopelo Centro de Estudos Dermatológicos Dr. AbrahãoRotberg, do Serviço de Dermatologia da Universidade deTaubaté – Unitau, o projeto reúne em um acampamen-to cerca de 35 crianças e adolescentes

O DermAção é um projeto da SBD

nacional criado para divulgação e

apoio de ações solidárias e educacio-

nais, como, por exemplo, o Amigos da

Escola, em parceria com a TV Globo,

bem como das ações locais de cada

Regional e dos Serviços Credenciados.

Um acampamentodiferenteCrianças e adolescentes com dermatoses

graves descobrem no Dermacamp que não

estão sozinhas no mundo

com idade entre nove e 13 anos, que participam de ativida-des lúdicas, esportivas e criativas voltadas para estimular oautoconhecimento e a convivência com a diversidade. ODermacamp conta hoje com mais de 107 crianças e quase50 voluntários em seu cadastro, incluindo médicos, enfer-meiros e monitores dos estados do Rio de Janeiro, SantaCatarina, Minas Gerais, Paraíba e São Paulo.

A ideia do acampamento foi inspirada no CampHorizon, idealizado pelo médico norte-americano HowardPride. “Eu e Maria Helena, minha mulher, que é enfermeiraespecializada em dermatologia, entramos em contato com oDr. Howard, dermatologista pediátrico, que nos orientou apartir de sua experiência. No final de 2001, fizemos o primei-ro acampamento Dermacamp, na ocasião com 12 crianças”,relata Mandelbaum, na época presidente da SBD-Resp. ODermacamp realiza um intercâmbio com o Camp Horizon,

Prêmio Fazendo a Diferença

Em dezembro de 2004,Samuel Mandelbaum foi oprimeiro estrangeiro a rece-ber o prêmio “MembersMaking a Difference Award”(em português “Membrosque Fazem a Diferença”),maior prêmio de voluntaria-do em dermatologia domundo, concedido pelaAcademia Americana de

Dermatologia (AAD). O reconhecimentomundial demonstra a importância de tra-balhos que envolvam novas (e divertidas)formas de tratamento para jovens acome-tidos por graves doenças de pele.“Foi umahonra enorme. Deus me ajudou a ser uminstrumento para que isso acontecesse”,relata Mandelbaum.

22 � Jornal da SBD � Ano XIII n. 3

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A D

ERM

ATO

LOGIA AO ALCANCE DE TO

DO

S

DERMAÇÃO

Jornal da SBD � Ano XIII n. 3 � 23

que permite receber crianças e monitores de lá nos acam-pamentos brasileiros, e também enviar pessoas daqui para osacampamentos americanos.“Desde 2002 eu já fui seis vezes,e levamos quatro monitores. Recebemos também quatrocrianças americanas para conhecer nosso acampamento:duas em 2006 e duas em 2007”, afirma Mandelbaum.

Durante o ano são realizadas outras ações, envol-vendo pais, familiares, médicos e monitores voluntários,que avaliam os resultados das crianças no projeto. Osencontros, em média quatro por ano, acontecem sempreem datas comemorativas (Páscoa, festa junina, Dia dasCrianças e Natal). Os únicos pré-requisitos para participardo Dermacamp dizem respeito à criança, que deve neces-sariamente estar em tratamentocom algum dermatologista efrequentando escola. O pro-jeto não envolve custoalgum, e todos participamgratuitamente. Segundo ele, agrande dificuldade é conseguirpatrocínio. O acampamentose mantém por meio de par-

cerias com indústrias farmacêuticas, doações e vendas decamisetas com a marca Dermacamp.

Apesar da adversidade, o programa deu tão certo, que,a pedido das crianças, os organizadores resolveram criar oDermaTeenCamp, para adolescentes entre 15 e 17 anos.“Descobri esse mundo mágico aos 13 anos, em 2001. Minhavida mudou muito desde então e ainda está mudando.Quando eu era acampante, não me sentia incomodada aotirar a blusa de frio naquele calor e por saber que ninguém iriame olhar assustado; entrar numa piscina sem ninguém me per-guntar. Costumo responder tudo, mas também gostode ficar na minha e às vezes fingir que minha dife-rença não é tão visível e que todos estão acostu-mados a ver pessoas assim como eu. E lá eu nãoprecisava fingir, eu simplesmente podia serquem eu sou”, ressalta Winny, quecursa o primeiro período deenfermagem na Universi-dade Nove de Julho, emSanto Amaro (SP).

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24 � Jornal da SBD � Ano XIII n. 3

SBD realiza maior evento de

atualização em terapias

dermatológicas do país

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) realizou,nos dias 22 e 23 de maio, em São Paulo, o 1o Teraderm, queanunciou as grandes novidades e últimas tendências nocampo terapêutico na dermatologia. Com formato moder-no e ágil, e considerado o maior encontro da terapia der-matológica do Brasil, o evento foi um verdadeiro sucesso ealvo de elogios. Cerca de 1.200 inscritos tiveram a oportu-nidade a assistir a palestras de 100 renomados dermatolo-gistas da SBD, que abordaram as novidades em procedi-mentos, drogas e doenças, mostrando atualização conden-sada nas principais áreas da especialidade.

Além do rico conteúdo científico das apresentações, o for-mato das palestras – em talk show e com no máximo cincominutos de duração – foi uma das características mais marcan-tes do concorrido evento.Ao final de cada bloco, eram ofere-cidos 10 minutos para discussão dos temas apresentados,como fotobiologia, oncologia, cosmiatria, terapia celular e Laser,entre outros, e a oportunidade de os participantes tiraremsuas dúvidas. Nos intervalos ainda lhes foi possível conheceralgumas novidades apresentadas pela indústria farmacêutica.

A abertura oficial do Teraderm, no dia 22, contou compalestra coordenada pelo presidente Omar Lupi e por

Dilhermando Augusto Calil, representante da regional pau-lista da SBD. O tema em discussão foi “Novos antiviraistópicos e sistêmicos”, que apresentou um novo medica-mento para o tratamento do herpes labial. A fotoproteçãotambém ganhou destaque na abertura, quando foramabordadas as vantagens e características dos fotoproteto-res inorgânicos, orgânicos e bioativos, entre outros itensrelacionados ao tema.

No bloco sobre drogas, outras substâncias foramtemas de palestras, entre elas os antifúngicos, a talidomida,a isotretinoína, o metotrexato, a ciclosporina e a acitretina.Quanto às doenças dermatológicas, os palestrantes abor-daram assuntos como o melanoma e as pesquisas emtorno da vacina para o câncer de pele em fase avançada;doenças bolhosas e os tratamentos atuais; doenças infec-ciosas e hanseníase; alergia dermatológica causada pordermatoses ocupacionais; terapia celular e engenhariatecidual; queloides e cicatrização. No bloco sobre procedi-mentos foi apresentado o que há de mais atual em termosde tratamentos com Laser, peeling, cirurgia dermatológica,rejuvenescimento facial, toxina botulínica, preenchimentoe cosmiatria em geral.

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Jornal da SBD � Ano XIII n. 3 � 25

Em tempo, gostamos muito do Teraderm, parabéns à equipe.

Silmara Pennini

Parabéns a todos pelo evento, que foi um sucesso.

Tânia Regina Silva Farias

Parabéns a todos vocês da SBD pelo Teraderm.

Foi muito bom!!!!

Erica de Magalhães Holanda

Os associados que participaram do simpósio terão a oportunidade de rever, através do

Teraderm on line, o conteúdo abordado. Mediante uma senha, que em breve será enviada pela

SBD, o associado terá acesso à programação do evento pela web. Quem não compareceu ao

Teraderm também terá chance de assistir às aulas, mediante o pagamento de uma taxa.Todas

as informações referentes ao Teraderm on line serão divulgadas através de newsletters,

e-mails e disponibilizadas no site da SBD - EM BREVE!

“Podemos dizer que o Teraderm foi um sucesso, poisapresentou formato inovador e ágil. O consistente con-teúdo das palestras foi bem aproveitado por todos, e osdebates após as apresentações permitiram aprofundar osassuntos pela troca com os colegas”, ressalta Omar Lupi,presidente da SBD. “Eu acho que o modelo do Teradermtem finalidade única. Não se trata de Educação MédicaContinuada, pois parte do princípio de que quem assisteé conhecedor dos assuntos e só veio ouvir a opinião deoutros especialistas. Isso explica por que as palestrasduram apenas cinco minutos. Não é para aprender sobrea dermatose, e sim para saber como está a terapêuticaatual por um expert no assunto. Acredito que o Teradermveio para ficar”, reafirma Clarisse Zaitz, coordenadora doevento.

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26 � Jornal da SBD � Ano XIII n. 3

�� Profissões e Dermatoses Ocupacionais

É difícil estimar o número de doentes nessa profissão.Sabe-se, no entanto, que em quase todos os países domundo, os pedreiros são os profissionais da construção civilmais afetados por alguns tipos de dermatose ocupacional(DO), o que confere grande importância médica e social àdoença. Pode-se afirmar que 100% dos pedreiros têm der-matite de contato irritativa (DCI) em algum grau, e 50%,dermatite de contato alérgica (DCA). Os principais fatorescondicionantes de DO nesse segmento são: as intempéries

(frio, calor, vento, umidade, luz); traumatismos;microtraumatismos que facilitam a penetração

de substâncias irritantes e alergizantes; higie-ne (dificuldades locais e problemas sociais);dificuldade de controle médico (contratos

Esse ramo da construção civil está entre os quemais sofrem com dermatoses ocupacionais.Evitar o contato com agentes irritantes é o pri-meiro passo para diminuir a penetração de alér-genos em meio aos pedreiros

Pedreiros

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Jornal da SBD � Ano XIII n. 3 � 27

Alice O. A. Alchorne

temporários); e má utilização de equipamentos de proteçãoindividual (EPI).

Os grandes vilões são o cimento e os EPI. O nomecimento, aliás, é impróprio, pois também significa adesivo,compreendendo as resinas e colas; melhor seria aexpressão conglomerante hidráulico, que é um aglomeran-te (ligante) usado na construção civil.Trata-se de pó obtidopela moagem do clínquer (calcário mais argila calcinados a1.400ºC) com gesso. Com a adição de água, forma-se pastade pequenos cristais muito aderentes entre si (“pega”) que,ao secar, endurece. Misturado à areia e à cal forma a arga-massa. Se se adicionam pedras britadas, forma o concreto,que por sua vez se transforma em concreto armado peloacréscimo de metais.

Há dois tipos básicos de cimento: o natural e o artificial.Este último pode ser do tipo Portland, com inúmeras varie-dades conforme a necessidade, e o aluminoso, que tem50% de óxido de alumínio. O nome Portland foi criadopela semelhança do material com a pedra de Portland,muito utilizada em construção civil na Inglaterra. O cimen-to Portland comum é uma combinação de óxidos (de silí-cio, ferro, alumínio, magnésio, enxofre e, em maior quanti-dade, óxido de cálcio) e álcalis em pequena quantidade.Recebe vários aditivos para melhorar suas propriedades:aceleradores de “pega”, anticongelantes, antioxidantes,corantes, fungicidas, incorporadores de ar, impermeabilizan-tes, plastificantes. Os EPI mais utilizados nessa profissão sãoos de borracha.

Dermatite de contato irritativa e alérgica. O cimento émuito irritante (alcalino, abrasivo, higroscópico e pelocalor das reações químicas); causa ressecamento da pele,ceratose palmoplantar e peri e subungueal, e eczema decontato irritativo. Quando se adiciona água ao cimento,formam-se silicato de cálcio e hidróxido de cálcio, com ph13, o qual, junto com oclusão, pressão e atrito dos calça-dos, desencadeia “queimaduras químicas”, com bolhas,necrose e ulcerações. Os principais alérgenos nessa pro-fissão são o cimento, os aditivos da vulcanização da borra-cha dos EPI (carbamatos, thiurans, mercaptobenzotiazóis,parafenilenodiamina, hidroquinona), resina epóxi e medi-camentos tópicos. Os alérgenos do cimento são metaiscontaminantes (cobalto, níquel e principalmente o cromohexavalente) e os aditivos.

Na DCA pelo cimento as lesões são disidrosiformesna região lateral dos dedos e anterior dos punhos ou pla-cas eritêmato-escamosas que se cronificam, tornando-seceratósicas e fissuradas. Face e membros podem estarcomprometidos, mas raramente o quadro se generaliza.Os demais alérgenos causam lesões eritêmato-escamosasnas mãos e nos antebraços.

DiagnósticoÉ feito por meio do teste de contato com a bateria-padrão.

TratamentoSegue as orientações dos eczemas em suas diferentes

fases evolutivas (aguda, subaguda e crônica).

PrognósticoNão é bom, devido à presença do cromo VI em muitos

produtos domésticos e profissionais. Cura em apenas 10%dos acometidos (em 40% há recidivas, e em 50% as lesõessão permanentes).

PrevençãoNo nível primário, além dos exames médicos admissio-

nais e periódicos, educação, uso adequado de EPI – nosalérgicos à borracha pode-se usar PVC (vinil); é tambémempregado sulfato ferroso adicionado ao cimento, o quereduz o cromo hexavalente em cromo trivalente, menosalergizante. No nível secundário, apesar das medidas deproteção e do tratamento dos doentes, muitas vezes énecessário o afastamento temporário ou definitivo do tra-balho, com a difícil reabilitação profissional.

Cimento seco Dermatite de contato alérgicapor bota de borracha

Dermatite de contato alérgica disidrosiforme por cimento Dermatite de contato irritativacom ulcerações por cimento

molhado

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�� Grandes Mulheres da Humanidade

Ana Néri, a matriarca da enfermagem brasileira

Muitos já ouviram falar em Ana Néri, mas nem tantostalvez conheçam a fundo sua vida e seu valor para aenfermagem brasileira e mundial. Uma mulher preocupa-da em ajudar o próximo e que, ao perder o marido, deci-diu largar tudo para proteger os militares brasileiros con-vocados para a Guerra do Paraguai. Enquanto nossoscombatentes lutavam de um lado, Ana, querida por todos,permanecia de outro, sempre na retaguarda, empenhadaem cuidar com dedicação e valentia dos feridos pelaguerra. Pioneira na enfermagem no Brasil, a baiana fez jusà valorosa profissão que tanto honra nosso país. Leia abai-xo, pequena biografia dessa mulher que é símbolo daenfermagem brasileira.

Ana Justina Ferreira Néri (1814-1880) nasceu na vilaCachoeira do Paraguaçu, no interior da Bahia. Aos 23 anos,casou-se com Isidoro Antônio Néri, oficial da Marinha.Desde jovem, Ana aprendeu a ser independente e diligente– viúva aos 29 anos, teve de cuidar dos três filhos: Justiniano,Isidoro e Pedro Antônio. Os dois primeiros tornaram-semédicos; o último, militar. Em 1865, os três foram convoca-dos para a Guerra do Paraguai. Em agosto daquele ano,Anaenviou ofício ao presidente da província da Bahia, Manuel

Pinho de Sousa Dantas, oferecendo-se para trabalhar como enfermeiravoluntária. Seu objetivo era cuidar dos feridos de guerra eestar mais perto dos filhos. Em seguida rumou para o RioGrande do Sul, onde aprendeu noções de enfermagemcom as irmãs de caridade de São Vicente de Paulo e cuidoude mais de seis mil soldados internados. Logo depois atuouem Salto, Humaitá, Curupaiti e Assunção, tendo-se destaca-do em todos os lugares por que passou.

Na capital paraguaia, sitiada pelo Exército brasileiro,improvisou com recursos próprios uma enfermaria, ondetambém passou a morar. Ao final da guerra, em 1870, Anaregressou ao Brasil com três órfãos de soldados, e os edu-cou graças à pensão concedida por D. Pedro II. O governoimperial a condecorou com medalhas e, em 1926, CarlosChagas homenageou-a atribuindo seu nome à primeiraescola oficial brasileira de enfermagem de alto padrão. PeloExército foi denominada "Mãe dos Brasileiros". Em 1938,mediante decreto de 12 de maio, o então presidenteGetúlio Vargas instituiu o "Dia do Enfermeiro", quandotodos os hospitais e escolas de enfermagem do país cele-bram a memória dessa grande mulher.

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Jornal da SBD � Ano XIII n. 3 � 29

�� Resenha

Eram duas meninas. Uma, esguia, alta, cabelos livres, bonita. Aoutra, gorda, sardenta, cabelos excessivamente crespos, meioarruivados, seios enormes. A primeira adorava ler, mas não tinhadinheiro para comprar livros. A segunda possuía um tesouro defazer inveja a toda criança devoradora de histórias: um pai donode livraria.

O leitor de Clarice Lispector já terá percebido que se trata doconto Felicidade clandestina. O que seduz na história é a criaçãode um erotismo clandestino por natureza, porque se instala nãoentre corpos de homens, mulheres, mas entre peles especiais: a deuma menina leitora e certo livro desejado.

No início, vemos a menina esguia passar por cima dashumilhações que a outra lhe impõe, consciente de que sóatravés do sacrifício pode ter, emprestados, os livros que afilha do livreiro não lê mas guarda em casa como instrumen-tos de poder. Entre as duas, o pacto é claro: eu lhe ofereço seuobjeto de desejo, e em troca você deixa que eu realize o meuprazer.

E se o objeto de desejo da menina são os livros, o prazer daoutra é o exercício da crueldade. Um dia, ela dá início ao meticu-loso processo de tortura chinesa. Meio casualmente, como se aqui-lo não significasse tanto para ela e para a outra – para a manuten-ção do pacto –, comenta que possuía As reinações de Narizinho,de Monteiro Lobato.

No dia seguinte ela teria o livro em suas mãos, pensou, numasúbita alegria, bastava ir à casa da outra, pegar emprestado, comocombinaram, e ler. Pois no dia seguinte lá estava a menina, o cabe-lo solto, imperdoavelmente bonitinha.

O plano secreto da outra, no entanto, mal começara, e certa-mente não seria ainda daquela vez que o livro seria vivido, comi-do, dormido por aquela que o desejava. Disse-lhe, à entrada dacasa, que o livro estava emprestado, voltasse amanhã.

Todos os dias, por um tempo indeterminado, a menina boni-ta cumpria seu doloroso ritual: bater à porta, ouvir um aindanão, amanhã talvez. A dor passava a fazer parte da conquista, olivro com certeza a aguardava, a ela que o queria tanto quesuportava o sofrimento de sentir as olheiras se cavando deva-gar, diariamente.

Como num rito de passagem, a menina aos poucos amadure-

Felicidade clandestina,de Clarice Lispector

(Rocco, 160 páginas, R$ 26)

Nascido em Goiânia, em 1962, Flávio Carneiro transferiu-se para o Rio de Janeiro no início dos

anos 80 e há seis anos mora em Teresópolis, região serrana do estado.Além de escritor, crítico

literário, roteirista e professor de literatura, é professor de graduação e pós-graduação em lite-

ratura brasileira e comparada, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Com 11 livros

publicados e dois roteiros para cinema, Flávio ganhou vários concursos literários, como o 3o

Prêmio Barco a Vapor 2007, com o romance A distância das coisas; Prêmio Jabuti 2007, com o

romance A confissão; Prêmio União Brasileira de Escritores de 1994 de Melhor Conto, com Da

matriz ao beco e depois, entre outros. Participou, ainda, de algumas antologias, como Os cem

menores contos brasileiros do século e foi corroteirista, em parceria com Adriana Lisboa e André

Sturm, do filme Bodas de papel, vencedor do Prêmio Especial do Júri do Festival de Cinema de

Pernambuco, em 2008.

ce: a dor e o desejo tecendo a rede onde o erótico se deita.O livro, seu querido, não é para ela apenas papel e tinta mas

pele cintilante, corpo, um corpo cujo calor ela apenas adivinha.Numa das visitas, a brincadeira toma outro rumo. Enquanto a

menina ouve, silenciosa, mais uma recusa, a mãe da outra apare-ce. Após um diálogo constrangedor, de frases entrecortadas, amãe descobre enfim o motivo daqueles encontros regulares àporta de sua casa e diz à menina, diante da filha: ‘E você pode ficarcom o livro por quanto tempo quiser’.

Pelo tempo que quisesse é a promessa tão esperada de umamor infinito. E também, talvez melhor, é a promessa de um amorsem posse: ela não é a dona do livro. Não ser dona lhe tira o pesode possuir, deixa-a mais leve para viver, para experimentar seuprazer. Por outro lado, como só vai devolver o livro quando qui-ser, pode fazer de conta que é dona dele.

Agora, a leitora tem – desse jeito diferente, só dela – seu textodesejado. Passada a tempestade, leitora e livro se encontram naconquistada metamorfose: “Não era mais uma menina com umlivro: era uma mulher com o seu amante.”

O final da história nos mostra uma leito-ra amorosa vivendo a clandestina delícia doencontro. Como se fosse mágica, a meninase transforma em personagem do seu pró-prio conto de fadas, escrito na espera decada dia, e balança agora com seu rei, atra-vessada de orgulho e pudor, como uma rai-nha delicada.

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Flávio cedeu gentilmente este texto, publicado em seu livro Entre o cristal e a chama: ensaios sobre o leitor, pela EdUERJ, em 2001.

O LEITOR AMOROSOFlávio Carneiro

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Em função do grande número de eventosocorridos em junho e para coincidir com as

férias escolares, o Dia do Meio Ambiente da SBD foiremarcado para o dia 18 de julho, no Riozoo.Com apoio dolaboratório Theraskin, a Sociedade quer, por meio do even-to, chamar atenção do grande público para a importânciados programas de proteção ambiental.A Campanha “SBD éVerde” distribuirá folhetos educativos confeccionados empapel reciclado alertando todos sobre a questão, assimcomo panfletos de campanhas anteriores, como a do câncerde pele, psoríase, DST e antifumo. Médicos e voluntáriosparticipantes usarão camisetas e bonés com slogan da cam-panha e imagem do puma, também conhecido como suçua-rana ou onça-parda,animal adotado recentemente pela SBD.Haverá uma placa indicativa com a logomarca da SBD noespaço que o animal ocupará no zoo.O puma é felino amea-çado de extinção cuja pelagem é desprovida de manchas.Por isso,o slogan da campanha é "Apague a mancha da extin-ção. Clareie suas ideias".

Segundo Maria Fernanda Gavazzoni, tesoureira da SBD,

SBD é Verde em julho no RiozooResidentes participarão de sorteio para o 64º Congresso da SBD

com a ajuda da Fundação Riozoo, o material “SBD éVerde” também será encaminhado às escolas públicas domunicípio e do estado vinculadas ao projeto Amigos daEscola, que tem o apoio da Sociedade.Além disso, os resi-dentes participantes vão concorrer a um pacote comple-to com passagens e diárias para o 64o CongressoDermatológico de Belém. A Campanha visa fortalecer onome da SBD perante a população e propagar a campa-nha para outras regiões do Brasil por meio de regionaisque também desejem abraçar a causa ecológica.“Mais de um milhão de pessoas passam peloRiozoo durante o ano, e a intenção éesclarecê-las quanto à associaçãoentre o desmatamento desenfrea-do e as grandes alterações ecoló-gicas, cujas consequências tam-bém incluem o ressurgimento epropagação de doenças como asviroses emergentes e a leishmanio-se”, resume Maria Fernanda.

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Jornal da SBD � Ano XIII n. 3 � 33

�� Departamentos

� Informe: notificações das farmacoder-mias 2007-2008

O Departamento de Alergia e Dermatoses Ocupacionais daSBD, na gestão 2007-2008, realizou levantamento junto aosserviços credenciados sobre a frequência das farmacodermias eas principais características clínicas a elas relacionadas.

Entre abril de 2007 e dezembro de 2008, os seguintesserviços participaram do estudo: Serviço de Dermatologia daUniversidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre,Ambulatório de Dermatologia Sanitária do Rio Grande doSul, Complexo Hospitalar Heliópolis de São Paulo, Santa Casade Curitiba, Hospital Universitário Dr. Domingos LeonardoCerávolo de Presidente Prudente, Serviço de Dermatologiada Universidade Federal do Pará, Clínica de Dermatologia daSanta Casa de São Paulo, Serviço de Dermatologia da PUCde Campinas, Serviço de Dermatologia da UniversidadeFederal de Goiás e Serviço de Dermatologia do Hospital dosServidores Públicos Municipais de São Paulo.

Foram notificados 156 casos de reações medicamentosas,com idade média de 49 anos, 55% pacientes do sexofeminino, 27% com diagnóstico histopatológico, 60% aten-didos ambulatorialmente, e 1,9% com evolução desfavorável(óbito). O número médio de medicamentos em uso foi de3,9 por paciente, e as drogas mais citadas foram diclofenaco,dipirona, fenitoína e carbamazepina.As reações cutâneas maisdiagnosticadas foram exantema, urticária, eritema multiformee reações eczematosas.

Mesmo diante da amostra relativamente pequena, é

compartilhar com oscolegas a experiência dedificuldades e sucessos queenfrentam quando ingres-sam nesse ramo da derma-tologia, é outro ponto que destaco”, ressalta Gontijo, queapresentou pesquisa comparando custos e benefícios dosaparelhos de Laser fracionado disponíveis no Brasil. O materialserá publicado em breve na revista Surgical & CosmeticDermatology.

David Azulay enfatiza também que a troca deexperiências entre dermatologistas e a indústria acrescentaa todos. “Vimos aqui a relação dos médicos com asmáquinas, dos médicos com a indústria e os aspectosjurídicos disso tudo. Queremos melhorar nossa relação comelas”, explica. Emmanuel de França foi outro que elogiou oevento e a iniciativa da SBD: “Eu achei muito bom.Tivemospúblico relativamente numeroso; as pessoas conseguiramouvir diversos assuntos com calma e tranquilidade, etivemos atualização do que aconteceu no Meeting da AAD.Espero que a SBD mantenha o apoio ao grupo de Laser,realizando eventos desse nível.”

� Departamento de Alergia Dermatológica e Dermatologia OcupacionalO 3o Simpósio Latino-Americano de

Alergia Dermatológica e o 1o Simpósio deDermatologia Ocupacional do Cilad serãorealizados nos dias 25 e 26 de setembro naFecomércio, São Paulo.

� Departamento de LaserO curso “Laser & Lazer”, promovido pelo Departamento

de Laser no dia 25 de abril, em Angra dos Reis, reuniudermatologistas para discutir temas como Lasers fracionadosem aplicações faciais e extrafaciais, além de novidades naárea veiculadas pelo Congresso da Academia Americana.“Oencontro agrega todos os dermatologistas que trabalhamcom essa modalidade e notamos que a SBD está fazendo ocaminho certo. O próximo passo é criar consenso junto àindústria para todos lucrarem com esse procedimento.Nesse aspecto, a dermatologia tem de andar em parceriacom a indústria para diminuir custos de manutenção e darmais qualidade ao trabalho dos dermatologistas, evitandotranstornos jurídicos e a não manutenção”, observa ocoordenador Alexandre Filippo.

Para Gabriel Gontijo, o evento foi excelente oportunidadepara discutir as dificuldades que envolvem a compra detecnologias tão caras. “Pudemos conhecer de perto alimitação e os entraves burocráticos que a indústria de Laserenfrenta, bem como os encargos de impostos que incidem novalor desses aparelhos. O resultado final, positivo para ambosos lados, colaborou para melhorar ainda mais a relação dosmédicos com as empresas de Laser. A importância de

possível reconhecer as principais características atuais doscasos de farmacodermias atendidos por esses 10 serviçoscredenciados pela Sociedade.Agradecemos o esforço dessesserviços, particularmente dos responsáveis pelas notificaçõese dos chefes dos serviços, e esperamos que o tema despertecada vez mais a atenção dos dermatologistas brasileiros.

� Departamento de TeledermatologiaO Departamento de Teledermatologia da SBD

transmitiu, no dia 15 de junho, a palestra “Avaliação práticada micose fungoide em consultório”, ministrada pela Dra.Flávia de Freire Cássia. Na aula, realizada via internet para osassociados, foram abordados os aspectos práticos damicose fungoide (linfoma cutâneo primário de células T),doença rara e de diagnóstico difícil, especialmente nosestádios iniciais. Segundo a Dra. Flávia Cássia, o enfoque daaula foi a abordagem diagnóstica e terapêutica da doençano consultório do dermatologista.

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Maranhão

Rio de JaneiroRio Grande do Norte

Minas Gerais Pernambuco

São Paulo

Regionais

34 � Jornal da SBD � Ano XIII n. 3

Minas Gerais recebe III Jornada Sudeste de Dermatologia

Com o objetivo de reunir dermatologistas da

Região Sudeste foi realizada a III Jornada Sudeste de

Dermatologia, nos dias 1o e 2 de maio, em Belo

Horizonte. Maria de Fátima Borges, presidente da SBD-

MG, afirmou que a programação foi bastante

abrangente e contemplou temas de todas as áreas da

especialidade, como dermatologia geral e pediátrica,

cosmiatria, hanseníase e cirurgia dermatológica.

A intenção foi estimular a atualização e o

aperfeiçoamento profissional dos dermatologistas da

Região Sudeste e dar continuidade à tradição dessa

jornada antes realizada em Búzios (RJ) e Vitória (ES).

A diretoria da SBD foi representada no evento por sua

tesoureira, Maria Fernanda Gavazzoni.

SBD-RJ dá nova formatação aos cursosde cosmiatria

A SBD-RJ promoveu o primeiro dos cinco módulosdo Curso de Atualização em Cosmiatria, no dia 1o de maio,no Rio de Janeiro. O objetivo do curso é aprimorar aformação e a prática dos dermatologistas, além defortalecer a área de atuação na especialidade.

Peelings superficiais e médios: faciais e corporais foi otema abordado nesse módulo, que teve as inscriçõesesgotadas em apenas 10 dias. Segundo a secretária ClaudiaAlcântara, o formato do evento foi um sucesso. Cadamódulo é precedido de aula teórica, e logo após sãorealizados os procedimentos práticos. "Desse modo, osparticipantes têm a oportunidade de consolidar oconhecimento no tema abordado e discutir questõesrelacionadas", ressalta.

Os próximos módulos são: toxina botulínica: pontosclássicos, avançados e hiperidrose axilar ; preenchimentos;dermatocosmiatria: terapêutica tópica com ativos eformulações multifuncionais para prevenção e tratamentodo envelhecimento cutâneo; e depilação e tratamento dofotoenvelhecimento.

Rio de Janeiro

O 23o Congresso da Associação dos ex-alunos do Prof.Azulay ocorreu nos dias 15 e 16 de maio, no ColégioBrasileiro de Cirurgiões. O evento contou com aparticipação de 214 pessoas. Ao final, o Prof. Azulayrecebeu por intermédio do Dr. Carlos Barcauí, atualpresidente da SBD-RJ, a homenagem dos presentes porsua enorme contribuição intelectual e moral à regional.

"Os cursos de atualização em cosmiatria da SBD-RJserão realizados durante todo o ano, tendo comoprioridades o treinamento prático e intensa troca entreprofessores e alunos. Além disso, os participantes recebemapostila referente ao tema, assim como um CD do cursoprático para consolidar o aprendizado. Mais do que isso,estabelecemos estreita relação entre os participantes, ospalestrantes e a Regional Rio, para que possam expressarsuas necessidades profissionais", pontua Claudia.

Maria Paulina Kede, Carlos Barcauí e Cláudia Alcântara, organizadores do curso de atualização em cosmiatria da SBD-RJ

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Jornal da SBD � Ano XIII n. 3 � 35

Maranhão

Entre os dias 5 e 7 de agosto, São Luís, noMaranhão, vai sediar a XXVIII JornadaNorte/Nordeste de Dermatologia, um dosmaiores eventos dermatológicos das regiões.Adelson Marinho, presidente da SBD-MA, disseque o objetivo é renovar conhecimentos dosdermatologistas sobre os temas da atualidade,apresentar a diversidade cultural, as belezasculturais e o acervo arquitetônico do estado. Naocasião serão discutidos temas comodermatologia cosmética, cirurgia dermatológica,dermatologia oncológica, dermatoses infecciosas,entre outros. Para obter mais informações einscrever-se visite o site www.sbd-ma.com.br.

Pernambuco

A SBD vai promover o 2o Simpósio Nacional deHanseníase, no Internacional Palace Hotel, em Recife (PE),no dia 25 de julho. Até o dia 17, os associados quites coma SBD pagam R$ 70 pela inscrição. O valor para residentese especializandos de serviço credenciado da Sociedade éde R$ 50. Diagnóstico clínico da hanseníase, tratamento enovas perspectivas, novos métodos laboratoriais,hanseníase e gravidez são alguns dos assuntos previstospara o evento.

Da esq. para dir.:a vice-presidente,Patricia Freire, a tesoureiraKelly França, a coordenado-ra do Departamento deCosmiatria da SBD,Andreia Mateus, o chefe doServiço de Dermatologia daUFRN, Pedro Trindade,o presidente da SBD-RN,Sidney Costa e a secretária-geral, LarissaMorais

Rio Grande do Norte

A Regional Rio Grande do Norte recebeu, em 30 de maio, a coordenadora do Departamento de Cosmiatriada SBD, Andreia Mateus, para a realização de um workshop de peelings superficiais e médios no HospitalUniversitário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Na mesma oportunidade, o presidente da SBD,Omar Lupi, aproveitou para visitar as dependências do referido serviço e congratulou os colegas potiguares pelaexcelente estrutura do departamento. O presidente da SBD-RN, Sidney Augusto da Cruz Costa, por sua vez, disseque o serviço tem evoluído a cada dia e que os elogios “são fruto de trabalho intenso e dedicado”.

São Paulo

O Centro de Convenções Rebouças foi palcodo I Simpósio Nacional de Dermatite Atópica,realizado no dia 30 de maio, pela Associação deApoio à Dermatite Atópica (AADA) e com oapoio da SBD-Resp. Cerca de 500dermatologistas e profissionais da saúde dasmais diversas áreas receberam informaçõessobre novas abordagens na terapêutica dessacomplicação.Além do tratamento com o uso demedicamentos, a prevenção, a educação e aimportância dos grupos de apoio foram algunsassuntos explorados no evento.

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36 � Jornal da SBD � Ano XIII n. 3

� UnifespA nova página do Serviço do

Departamento de Dermatologista daUnifesp é a http:// www. unifesp.br/dderma,que acaba de receber certificaçãointernacional pela HONcode (Health OnThe Net Foundation), o que a consagra

como único site de departamento universitário do Brasilcom o atestado de qualidade.

� Universidade Federal FluminenseA chefe do Serviço de Dermatologia da HUAP/UFF, SandraDurães, comunica que Flávio Barbosa Luz obteve a primeiracolocação no concurso para professor adjunto dedermatologia da universidade, realizado de 11 a 15 de maio.Há 19 anos o concurso não era realizado.

� Faculdade de Medicina do ABCO curso de formação em dermatoscopia da Faculdade deMedicina do ABC, sob coordenação de Francisco MacedoPaschoal, será realizado nos dias 28 e 29 de agosto e 25 e26 de setembro. Os interessados devem inscrever-se nasecretaria do Serviço pelo número (11) 4993-5476 (falarcom Silmara) ou pelo e-mail [email protected].

� UniversidadeFederal do EspíritoSantoFoi inaugurado em 15 de abril oServiço de Dermatologia Prof.Delio Delmaestro, na Univer-sidade Federal do Espírito Santo (Ufes).A nomeação home-nageia o professor e agradece sua grandiosa contribuição àfrente do serviço. Delmaestro aposentou-se em janeiro

deste ano, e em seu lugar assumiu a Dra. Lucia MartinsDiniz.

� Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais

Chefiado por André Piancastelli, o Serviço do Hospital daPolícia Militar de Minas Gerais (HPMMG) adquiriu, em maio,todo o equipamento necessário para a realização decirurgia micrográfica de Mohs (retirada de tumores depele). O procedimento será coordenado pelo der-matologista e cirurgião Glaysson Tassara Tavares.

� UnoesteDermatologistas do oeste paulista reuniram-se para

o primeiro encontro do ano, em 20 de junho, no HospitalRegional de Presidente Prudente. Na ocasião foramapresentadas as palestras "Úlceras em Dermatologia" e"Curativos", pelo Dr. Paulo Cunha e José Roberto Pegas,respectivamente.

� Campanha Psoríase no ParanáA campanha sobre

psoríase realizada no finaldo ano passado transcorreucom sucesso, afirma o prof.Luiz Carlos Pereira,coordenador do evento,promovido pela Santa Casade Misericórdia de Curitiba. Cerca de 360 pessoas, eleinforma, receberam folders com orientações e informaçõessobre a doença. Dermatologistas atenderam a novepacientes portadores de psoríase, que buscaram novostratamentos. A Prefeitura Municipal de Curitiba cedeu umatenda para a divulgação da campanha.

�� Serviços Credenciados

� Policlínica Geral do Rio de JaneiroOmar Lupi é o novo chefe do serviço de dermatologia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro (PGRJ),

substituindo o Prof. Marcius Peryassú, que estava à frente do setor desde 1973. Com mérito histórico indiscutível, aPoliclínica, fundada em 1881, foi o primeiro serviço de dermatologia do Brasil. Em cerimônia realizada no dia 29 demaio, Marcius Peryassú agradeceu o trabalho e a dedicação constantes de todos na dermatologia da Policlínica edesejou boa sorte a seu sucessor: "Eu só tenho a agradecer por todos esses anos de trabalho. Entrei de uma

maneira feliz e estou saindo mais feliz ainda. Tenho certeza de que oserviço está em boas mãos com o Omar", completou.

Estiveram presentes o coordenador do Departamento deTeledermatologia, Ivan Semenovitch, a diretora de Ações Institucionais,Cláudia Maia, a coordenadora do Departamento de Cosmiatria,AndreiaMateus, e a diretora da Policlínica, Eliana Carvalho Silva.

Solenidade reúne dermatologistas e equipe doServiço de Dermatologia da Policlínica