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Jornal n.47, out./dez. 2006

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Page 1: Jornal da Federação - n.47 (2006)
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ntramos no novo milênio com18 cooperativas de primeirograu e 1 cooperativa de se-gundo grau nos Estados deGoiás e Tocantins. Foram ne-cessários 22 anos para que

chegássemos até aqui.

São mais de duas décadas de esfor-ço e dedicação de lideranças e de grandeparcela da categoria médica destes doisEstados irmãos para que, hoje, pudésse-mos dispor desta importante e bemestruturada rede de assistência médico-hospitalar.

Os benefícios para nós médicos emparticular e para as comunidades ondeatuam essas cooperativas sãoimensuráveis, apesar de muitas vezes nãoserem percebidos e valorizados com ajusteza merecida por parte de muitos en-volvidos.

Tivemos a felicidade e o privilégiode participar ativamente de todo esteprocesso. Somos testemunha do esforçode todos aqueles que lutaram para criar edesenvolver todas estas cooperativas. Foium trabalho árduo, mas creio, bastantegratificante para todos.

Mas, estamos convencidos de queconstruímos apenas as cooperativas. Ain-da nos resta a imensa tarefa de construir ocooperativismo. Temos que trocar o sin-gular pelo plural, o eu pelo nós, o indivi-dual pelo coletivo, a competição pela coo-peração.

Precisamos nortear nossas açõespelos valores do cooperativismo, cujaconstrução passa necessariamente pelaincorporação desses valores ao nosso dia-a-dia, aos nossos negócios, a nossa vida.

Através do cooperativismo, ao in-vés de nos subordinarmos às leis de mer-cado é o mercado que tem de se subordi-nar aos nossos anseios e necessidades,que vão muito além da mera aquisição debens de consumo e serviços.

Sei que muitos, ao lerem esse edi-torial, dirão ou pensarão que tudo issonão passa de vã filosofia, de sonhos utópi-cos jamais possíveis de serem realizados.Ledo engano. Nas discussões que marca-ram o XV Simpósio das Unimeds do Cen-tro-Oeste e Tocantins (SUECO) ficou claroque o cooperativismo é uma realidade.

As 800 mil cooperativas hoje exis-tentes no mundo agregam cerca de 800milhões de cooperantes que, somados aseus familiares totalizam mais de 2 bi-lhões de pessoas. Ou seja: 1/3 da popula-ção mundial está de alguma forma vincula-da ao cooperativismo.

Nós fazemos parte deste grandemovimento mundial e juntos haveremosde construir um presente e um futuro me-lhor para todos nós e para a comunidadeonde exercemos nossa dignificante e im-portante profissão. Os primeiros passos jáforam dados.

Dr. José Abel XimenesPresidente da Unimed Cerrado

EDITORIAL

Cooperativas e CooperativismoCooperativas e CooperativismoCooperativas e CooperativismoCooperativas e CooperativismoCooperativas e Cooperativismo

Precisamos nortear nossasações pelos valores docooperativismo, cujaconstrução passanecessariamente pelaincorporação dessesvalores ao nosso dia-a-dia,aos nossos negócios, anossa vida.

Í N D I C E

A participação ativa de lideranças

cooperativistas e cerca de 400

profissionais, acadêmicos, prestadores e

fornecedores de serviços na área da saúde

em cursos e debates sobre temas atuais

relacionados ao cooperativismo marcou a

realização do XV SUECO e garantiu o

sucesso do evento. Página 3

Roberto Rodrigues:intercooperação...............6

Mesas redondas epainéis..............................7

O sucesso doO sucesso doO sucesso doO sucesso doO sucesso doXV SUECOXV SUECOXV SUECOXV SUECOXV SUECO

LEIA AINDA NESTA EDIÇÃO

A determinação,

a persistência e

o trabalho sério

do médico

Edmundo

Castilho foram

fundamentais

para tirar do

papel a idéia de

criação de uma

cooperativa médica na cidade de

Santos e dar origem ao Sistema

Unimed. Página 5

Do sonho àDo sonho àDo sonho àDo sonho àDo sonho àrealidaderealidaderealidaderealidaderealidade

2. OUTUBRO/DEZEMBRO/2006

Page 3: Jornal da Federação - n.47 (2006)

décima quintaedição do Simpósiodas Unimeds doCentro-Oeste eTocantins (SUECO),realizada no Centro

de Convenções Di Roma, emCaldas Novas (GO), entre os dias2 e 4 de novembro, foi umsucesso. Ao longo de mais de 20horas de reuniões, cursos,palestras, conferências e mesasredondas, conferencistas,debatedores e um públicoformado por cerca de 400pessoas recordaram a história dadoutrina cooperativista,analisaram o crescimento eavaliaram os desafios eperspectivas do setor.

O encontro teve comotema a �Integração através daIntercooperação � Unidade naDiversidade� e reuniu ospresidentes das federações doCentro-Oeste e Tocantins,diretores e colaboradores doSistema Unimed na região,além representantes de outrasáreas do cooperativismo emtodo o País.

Durante o simpósio,tanto nos cursos e debates,

XV SUECO

Simpósio confirma a forçaSimpósio confirma a forçaSimpósio confirma a forçaSimpósio confirma a forçaSimpósio confirma a forçado cooperativismodo cooperativismodo cooperativismodo cooperativismodo cooperativismo A força das cooperativas foi evidenciada em todos os

debates do XV SUECO, que abordou a história, o

crescimento, os desafios do cooperativismo e a importância

da intercooperação

quanto nas conversas informais,dois pontos foram enfatizados:a força que tem ocooperativismo e a importânciada intercooperação para ocrescimento do sistema. Já naabertura do evento, opresidente da Unimed Cerrado,José Abel Ximenes, ressaltou anecessidade de integração dascooperativas, apontando aintercooperação como ocaminho ideal para a superaçãodos desafios.

�Buscamos o tema desteencontro no sexto princípio docooperativismo: aintercooperação, poispercebemos que precisamosintegrar não só o SistemaUnimed, mas promover a união ea integração com cooperativas deoutros setores, respeitando asdiversidades e as diferenças decada segmento�, disse Ximenes,que também presidiu o XVSUECO, o primeiro simpósio dasUnimeds do Centro-Oeste eTocantins realizado após areunificação do sistema.

Representando ogovernador Alcides Rodriguesna abertura do XV SUECO, o

secretário Estadual de Saúde,Cairo Alberto de Freitas,reforçou o compromisso doGoverno de Goiás com ocooperativismo e adiantou queo ex-governador e senadoreleito, Marconi Perillo, será umaliado do setor cooperativistano Congresso Nacional. Para opresidente da Organização dasCooperativas Brasileiras (OCB),Márcio Lopes de Freiras, omovimento cooperativista deveaproveitar esse momento,

Ximenes defende

a intercooperação

na abertura do

XV SUECO

Celso Barros citaconquistas e desafios

prêmios,como Topof Mindem planosde saúde.Mas, opresidentetambémfalou de desafios, como a faltade definição do ato cooperativoe a cobrança de impostos sobreserviços das cooperativas.�Esses desafios, que inibem ocrescimento do setor, precisamser discutidos e superados paraque a credibilidade da marcaUnimed, que foi duramenteconquistada, não seja colocadaem risco�, disse.

marcado pela renovação de boaparte do Congresso Nacional,para discutir o cooperativismo,a integração e aintercooperação.

Ele citou que, hoje, ascooperativas têm a obrigação degerenciar bem os negócios deseus cooperados, de apresentarbons resultados. �E temos muitoo que aprender com a Unimed,que é um orgulho para osistema cooperativista do País�,declarou o presidente da OCB.

Ainda na solenidade deabertura do XV SUECO, opresidente da Unimed do Brasil,Celso Barros, que participavapela primeira vez do simpósio,ressaltou que a realização doevento coincide com um dosmomentos mais ricos dos quase40 anos de história da Unimed.�Estamos todos envolvidos nareunificação do sistema e o XVSUECO dá um importante passopara a superação das diferençasque separavam as cooperativas�,declarou Barros.

Ele enumerou algumasações da Unimed do Brasil emdiferentes áreas e recordou aconquista pela marca de

Na abertura do XV SUECO, o presidente da Unimed de CaldasNovas, Geraldo Rodrigues, destacou a alegria da cidade em receber osparticipantes do simpósio. Palavras reforçadas pela vice-prefeita, SilvâniaFernandes

Eles compartilharam a mesa diretiva da solenidade com opresidente da Unimed Cerrado, José Abel Ximenes; os presidentes daUnimed do Brasil, Celso Barros; da Federação das Unimeds do MatoGrosso do Sul, Valdmário Rodrigues Júnior; da Unimed Federação doEstado do Mato Grosso, Joaquim Martins Spadoni; da Federação dasUnimeds do Distrito Federal e Região Metropolitana, Antônio CarlosPires Miletto, e o diretor-presidente da Unimed Confederação Centro-Oeste e Tocantins, Paulo Roberto de Almeida Insfran.

Também integraram a mesa, o presidente da OCB, Márcio Lopes deFreitas; o secretário Estadual de Saúde, Cairo Alberto de Freitas; opresidente da Federação Nacional dos Médicos, Eduardo Santana; osegundo vice-presidente do Conselho Regional de Medicina, Lueiz AmorinCanedo; o presidente da OCB-GO, Antônio Chavaglia; o presidente daCâmara Municipal de Caldas Novas, Wiris Arantes; o diretor da AssociaçãoMédica de Goiás, Marcelo Ranulfo, e o presidente da Unicred, FernandoJusto. A próxima edição do SUECO será realizadaem 2007, em Brasília.

Solenidade prestigiada

3. OUTUBRO/DEZEMBRO/2006

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4. OUTUBRO/DEZEMBRO/2006

Eles sequer saíram dafaculdade, mas já se mostrambem interessados em assuntosque envolvem o exercício damedicina. E foi para saber maissobre o cooperativismo na áreamédica que 38 jovens trocaramo descanso no feriado de 2 denovembro pela participação noV Encontro Unimed deAcadêmicos de Medicina

FUTUROS COOPERADOS

AAAAAcadêmicos participam de encontrocadêmicos participam de encontrocadêmicos participam de encontrocadêmicos participam de encontrocadêmicos participam de encontroO V Enuam reuniu acadêmicos de medicina de vários Estados

(Enuam). O evento foicoordenado pelo aluno doquinto ano de Medicina naUniversidade Federal de Goiás,Rafael Ximenes.

Ele explicou que paraalguns participantes, esse foi oprimeiro contato com ocooperativismo. Para outros, achance de debater o assuntocom autoridades da área, como

Roberto Rodrigues, EdmundoCastilho, Márcio Lopes deFreitas e Fernando Justo.

Acadêmico do quartoano na Universidade Católica deBrasília, Anderson Duarte nadasabia sobre cooperativismoantes das palestras. Deixou o VEnuam interessado no assunto edisposto a participar de umacooperativa médica após sua

formatura. É o que pensatambém o aluno do quinto anona UFG, Henrique Esteves, queparticipava pela terceira vez doEnuam. Defensor docooperativismo, ele só tem umareivindicação: a redução dovalor cobrado para o ingressonas cooperativas,principalmente dos recém-formados.

Confira o que algunsparticipantes do XV SUECOacharam do evento...

�O simpósiopossibilitou aacadêmicos,profissionaiscooperados egrandeslíderescooperativistasa discussão de novas diretrizespara o cooperativismo, como aintercooperação. O resultado foimuito positivo. Pretendoparticipar dos próximos SUECOs�.Marcelo Ranulfo, diretor daAssociação Médica de Goiás.

�A discussãoda intercoo-peração, foimuitooportuna. Nãosó para oSistemaUnimed, maspara todo o movimento médico,que carece dessa integração�.Eduardo Santana, presidente daFederação Nacional dos Médicos

�Adorei aspalestras e ocurso pré-congresso deMarketingPessoal.Aprendimuito�.Márcia Regina Ferreira deOliveira, coordenadora financeirada Unimed Palmas

Marketing Pessoal foi o tema deum dos cursos pré-congresso; nointervalo da programação oficial, aequipe posa para a foto antes dodescontraído jogo de futebol; o showda dupla Chrystian e Ralf, que fez opúblico cantar e dançar no encerra-mento do simpósio, e o caricaturista,que arrancou aplausos dos visitantesda feira de produtos e serviços da áreacooperativa realizada no Centro deConvenções Di Roma.

Quatro momentos do XV SUECO...

Personagens

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Como surgiu o interesse dosenhor pelo cooperativismo? Lendo sobre Abba Eban � ex-ministro das RelaçõesExteriores de Israel -, tomeiconhecimento do que era ocooperativismo e que a gentepoderia usá-lo da melhor formapossível. Eu tinha uns 30 anos.Tinha me formado em medicinaquatro anos antes. Percebi oquanto o movimentocooperativista foi importantepara a consolidação do Estadode Israel e como ajudou naorganização e desenvolvimentodos judeus. Apaixonei-me pelocooperativismo e comecei aestudá-lo.

E como o senhor percebeuque essa proposta poderia seraplicada na área médica?O cooperativismo é uminstrumento extremamenteválido em negócios. Vi que ocooperativismo era o caminhoideal para trabalharmos emum sistema no qual o quevaleria era o trabalho.

Qual foi a reação de seuscolegas médicos quando osenhor lhes apresentou aproposta de criação de umacooperativa? Houveresistência?O médico, normalmente, é umprofissional que acha que sabetudo. A maioria dos médicosnão lê. Para convencer ummédico é uma luta. Quandocomecei a falar a médicossantistas sobre

ENTREVISTA - EDMUNDO CASTILHO

�Nunca desisti de nada��Nunca desisti de nada��Nunca desisti de nada��Nunca desisti de nada��Nunca desisti de nada�

cooperativismo, sobre umsistema no qual quemtrabalhasse mais, ganhariamais, muitos não deramouvidos. Mas, continuei. Comoeu adquiri uma experiência dedebates, de convencimento naUnião Nacional dos Estudantes(Une), na qual representava oParaná, continuei falando. NaUne aprendi bem a dialética, oconvencimento, e usei esseconhecimento a favor docooperativismo.

Foi difícil mudar a opiniãodos que fechavam os ouvidospara o cooperativismo?Muito, muito difícil.

O que os médicos queriamnaquela época? Trabalhar porconta própria?Isso mesmo. Eles queriam serautônomos, não ter patrão,ganhar o máximo possível. Eraquase isso que a cooperativalhes oferecia, mas para teremessas vantagens teriam detrabalhar.

E quando o senhor conseguiumudar esse pensamento deseus colegas e criar a Unimedde Santos?Quando a crise foi seacentuando. Como dizem:quando a água começa a subir,tudo muda. Foi no período daRevolução Militar, muitosmédicos sofriam perseguiçõespolíticas. O sistema de saúdepassava por mudanças, queacabaram abrindo espaço

também para as cooperativas.Eu já tinha adquirido maissegurança. Tinha um grupo deamigos engajados. Era 1967.Aproveitamos o momento efundamos a Unimed.

A Unimed nasceu comquantos cooperados?Sessenta.

Hoje são mais de 100 milmédicos, um sistema quedetém 30% do mercado. Comoo senhor vê essa situação?Sou católico e vejo tudo commuita humildade.

O senhor imaginou queUnimed chegaria a esseponto?Não. Eu sonhava em sair daminha cidade (Penápolis - SP),queria ser médico e desafieimeu pai que queria que eufosse cuidar de fazendas. Paravencer a timidez, fui locutorde rádio, fiz teatro. Trabalheiem laboratório. Curseimedicina. Já formado, conhecie acreditei no cooperativismo.Minha teimosia e persistência

me ajudaram a vencer asadversidades e ajudaram naconstrução da Unimed. Aospoucos, o cooperativismomédico foi se consolidando.Outras cooperativas surgirame fortaleceram o sistema. Se aUnimed de Santos estivessesozinha, talvez não existissemais.

Teve algum momento em queo senhor pensou em desistir?Houve vários. Mas, sempreprocurei vencer os obstáculos.Nunca desisti de nada e com aproposta de criar ocooperativismo médicotambém foi assim.

Na opinião do senhor quaisdesafios o sistemacooperativista enfrentaatualmente?O maior deles é a Lei 9656, de1998 (que regulamenta asatividades das operadoras deplanos de saúde na áreasuplementar). Essa lei foidistorcida. O cooperativismodeve ser isento de tributos. Atributação já matou tantasiniciativas e ameaça ocooperativismo.

Ainda é possível reverter essasdistorções?Precisamos de uma atuaçãoforte dos cooperados.Precisamos eleger deputadosfederais, senadores.Deveríamos ter, pelo menos,três ou quatro deputadosfederais.

Minha teimosia e

persistência me

ajudaram a vencer as

adversidades

��

Edmundo Castilho foi um garoto tímido, que na infância enfrentou e venceu várias doenças.Na adolescência, foi a vez de enfrentar o pai que o queria no interior de São Paulo, cuidandode fazendas. Disposto a cursar medicina, foi em busca de seu sonho. Aulas de teatro e otrabalho como locutor de rádio o ajudaram a deixar de lado a timidez. A atuação nomovimento estudantil melhorou sua retórica. Formou-se pela Universidade Federal doParaná em 1956.

Nos livros, que sempre foram seus grandes companheiros, conheceu ocooperativismo. Visionário, percebeu que aquela doutrina poderia ser aplicada na área médica.Mais uma vez foi atrás de seu sonho. Conversou com colegas, conquistou a simpatia de alguns e sedeparou com a indiferença de outros. Mas, não desistiu.

Sua coragem e a persistência, que sempre marcaram a vida desse médico, o ajudaram a criar o cooperativismo médico, pioneiro nomundo, e a fundar a Unimed de Santos (SP). A cooperativa nasceu com 60 médicos. Hoje, são mais de 100 mil em todo o Brasil. Umcrescimento que Castilho afirma ver com humildade. Aos 77 anos, ele marcou presença no XV Sueco e falou aos participantes do V EncontroUnimed de Acadêmicos de Medicina (Enuam) sobre a criação da Unimed. Nesta entrevista ao Jornal da Federação, Castilho também contaum pouco de sua trajetória.

5. OUTUBRO/DEZEMBRO/2006

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conferência magnado XV SUECO, queabordou o temacentral doencontro, foi

ministrada, no dia 3, por umadas maiores autoridadesmundiais na área docooperativismo: o ex-ministroda Agricultura e ex-presidenteda Aliança CooperativistaInternacional, RobertoRodrigues. Por cerca de duashoras, ele falou e debateu comum público atento a�Integração através daIntercooperação � Unidade naDiversidade�, sempreenfatizando o poder docooperativismo.

Atualmente, segundoRodrigues, 800 milhões depessoas em todo o mundo �cerca de 5 milhões somente noBrasil � estão ligadas aocooperativismo. O sistema jáfoi visto como uma terceira viaentre o capitalismo e osocialismo. �Hoje, é a ponteentre esses sistemas, ligando omercado ao bem-estar�,declarou o ex-ministro, quedefine as cooperativas como o�rosto humano� da economia,um instrumento capaz de darsustentabilidade aodesenvolvimento social.

O desafio dessa nova fasedo cooperativismo, segundoRodrigues, é colocar ascooperativas em condições decompetir com as empresas quevisam lucro, mas sem deixar delado os princípioscooperativistas. Ele citou aUnimed como um exemplo de

O cooperativismo é o rO cooperativismo é o rO cooperativismo é o rO cooperativismo é o rO cooperativismo é o rhumano da economiahumano da economiahumano da economiahumano da economiahumano da economia

CONFERÊNCIA MAGNA

cooperativa de grandecompetência, eficiênciamercadológica e que sabevalorizar sua marca e suascaracterísticas.

Para Rodrigues, outrascooperativas podem seguir ocaminho da Unimed. Para isso,ensinou, devem melhorar suagestão, inovar, crescer,estimular a participação dosjovens e das mulheres nosistema e fazer parceriasestratégicas, como as que aintercooperação proporciona.�Temos de colocar em práticaesse princípio, que não temsido cumprido�, disse,acrescentando que aintercooperação é fundamentalpara o fortalecimento docooperativismo.

Rodrigues, que tambémfoi um dos palestrantes do VEncontro Unimed deAcadêmicos de Medicina(Enuam), lamentou que muitoscooperados ainda não conheçama força que têm. A falta deunião entre as cooperativas, oexcesso de vaidades entre

cooperados e a distância entre ateoria e a prática cooperativista,de acordo com Rodrigues,dificultam a compreensão destaforça. �As cooperativas têm umdiscurso solidário, mas umaprática solitária�, criticou o ex-ministro.

Segundo ele,divergências entre cooperadosafetam todo o sistema. �Oprojeto de lei docooperativismo tramita há 17anos no Congresso Nacional eainda não conseguimos aprová-lo�, disse, atribuindo essamorosidade à inexistência deum acordo entre o setorcooperativista.

Rodrigues ressaltou queas cooperativas precisam serágeis e profissionais, que oscooperados precisam entenderque as cooperativas são deles,que os dirigentescooperativistas precisamassumir seus papéis de líderese que os usuários precisamcompreender que têm nascooperativas um diferencial demercado.

RobertoRodrigues:cooperativaspodemcompetir comempresas quevisam lucro

A facilidade de acesso aosfinanciamentos e às baixas taxas dejuros oferecidas pelas cooperativas decrédito, a contratação de umaassistência com a qualidade doSistema Unimed, a redução de custosoperacionais e o aperfeiçoamento dagestão das cooperativas foramalgumas vantagens daintercooperação apontadas pelosparticipantes do painel que debateu aintercooperação entre os diversosramos do cooperativismo. �Cabe aoslíderes identificar os pontos emcomum entre as cooperativas e agir�, dissda Unimed do Brasil, João Batista Caetanoda Unimed Cerrado, Luiz Antônio Fregone

Intercooperação

Responsabilidadcooperativismo

Presidentes e representantes da UFundação Unimed, Central Nacional UniTocantins participaram dosdebates sobre o SistemaCooperativo Unimed. Empauta: o desempenho dosistema, que tem dadosimpressionantes, como os 13milhões de clientes, mais de100 mil cooperados e R$ 13bilhões de receita anual com aoperação de planos de saúdeda Unimed do Brasil.

Sistema Cooper

6. OUTUBRO/DEZEMBRO/2006

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rostorostorostorostorosto Roberto Rodrigues diz que o cooperativismo é a ponteque liga o mercado ao bem-estar e pode promover odesenvolvimento social

Ao final de cada SUECO, os organizadores do evento sintetizam o que foi discutido em umdocumento, que também representa um compromisso público de que as diretrizes definidas nosimpósio serão seguidas por todos. No encerramento do XV SUECO, o presidente da Unimed Cerrado,cumpriu a tradição. Confira o que diz a Carta de Caldas Novas lida por ele:

Com muita alegria e satisfação, Caldas Novas recebeu o XV SUECO. Durante três dias, na cidade daságuas quentes, os representantes das Unimeds do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,Tocantins e convidados de outros Estados acompanharam e participaram de um fervilhar de idéias, que emmuito enriqueceram o debate sobre o cooperativismo médico.

De mais de 20 horas de palestras, cursos e discussões, da diversidade de idéias nasceram propostas parasanar problemas e começaram a ser pavimentados os melhores caminhos para o cooperativismo no setor desaúde.

Especialistas e verdadeiras autoridades em outras áreas do cooperativismo, como o ex-ministro RobertoRodrigues, e o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Márcio Lopes de Freitas, deram suasvaliosas contribuições aos trabalhos.

O XV SUECO termina com uma certeza: o cooperativismo é o melhor instrumento para que pessoascomuns possam realizar coisas extraordinárias. É um instrumento de organização, promoção social edistribuição justa de renda e é preciso continuar trabalhando para o crescimento e o fortalecimento dessesistema.

O Sistema Unimed, como um claro exemplo de que o cooperativismo na área da saúde pode dar certo,tem um importante papel neste processo. Do sonho e da persistência do Dr. Edmundo Castilho, saímos de umacooperativa santista criada por cerca de 60 médicos, há quase 40 anos, para um sistema que hoje reúneaproximadamente 110 mil médicos em todo o Brasil e representa 33% do mercado de saúde suplementar.

A participação de acadêmicos de Medicina no V ENUAM (Encontro Unimed de Acadêmicos de Medicina),realizado paralelamente ao XV SUECO, é uma prova que os futuros profissionais já começam a despertar para aimportância do cooperativismo.

Para os futuros médicos, para nós, para toda a sociedade brasileira que confia na marca Unimed, quetemos que continuar trabalhando em sua defesa.

A integração, o trabalho conjunto com cooperativas de outros ramos, enfim, a intercooperação sobre aqual tanto se falou no XV SUECO, podem engrandecer muito essa luta.

Como foi ressaltado por muitos participantes do XV SUECO, não podemos permitir que vaidades einteresses pessoais matem o sonho do cooperativismo que conseguimos tornar realidade.

Com respeito às diversidades, temos que trocar o singular pelo plural, o eu pelo nós, o individual pelocoletivo, a competição pela cooperação, o �ou� pelo �e�, porque o �ou� exclui e o �e� agrega, soma.

Precisamos afinar o nosso discurso e nossas ações com os valores do cooperativismo: Solidariedade,Eqüidade, Justiça Social, Liberdade e Democracia.

Que todos saiam daqui com a convicção de que o cooperativismo não pode ser apenas uma bela teoria,mas uma prática diária capaz de construir um mundo melhor para todos.

Comissão Organizadora do XV SUECO

A Carta de Caldas Novas

se o diretor de Integração Cooperativistao. O diretor- administrativo e financeiroesi, presidiu a mesa diretiva do painel.

o em debate

�A participação do vice-presidente daAgência Nacional de Saúde Suplementar (ANS),Gilson Calheman, no XV SUECO, nos trouxe a visãodo outro lado, da atuação da agência que regula osetor �, disse o presidente da Unimed Cerrado,José Abel Ximenes, no encerramento da mesaredonda ANS e Saúde Suplementar.

O ministro do TribunalSuperior de Justiça, José AugustoDelgado, abordou aresponsabilidade civil pela práticado cooperativismo médico,chamando a atenção para asmudanças impostas pelo novoCódigo Civil. �A cooperativa écivilmente responsável por errosprofissionais dos médicoscooperados�, alertou.

de civil e

Unimed do Brasil, Unimed Seguros,med e Confederação Centro Oeste e

rativo Unimed

O outro lado da história

7. OUTUBRO/DEZEMBRO/2006

Page 8: Jornal da Federação - n.47 (2006)

8. OUTUBRO/DEZEMBRO/2006

PLANEJAMENTO

Unimed Cerrado apresentaUnimed Cerrado apresentaUnimed Cerrado apresentaUnimed Cerrado apresentaUnimed Cerrado apresentapropostas para 2007propostas para 2007propostas para 2007propostas para 2007propostas para 2007

Na última reunião de2006 do Conselho deAdministração da UnimedCerrado, realizada no dia 8 dedezembro, foram apresentadosalguns tópicos do Plano deAção 2007. Entre as propostas,apresentadas pelo presidenteJosé Abel Ximenes, estão aintensificação do projeto deintercooperação, adisseminação da culturacooperativista junto aosacadêmicos de medicina e aampliação das ações deeducação cooperativista, com apromoção de novas turmas doscursos de perícia, terapia

Alguns projetos da Presidência e dasDiretorias de Mercado e Administrativa-Financeira foram apresentados aoConselho de Administração

intensiva e auditoria médica eoutros temas solicitados pelassingulares.

Desde 1997, mais de 5mil profissionais já foramcapacitados em cursospromovidos pela federação.Ximenes explicou que pretendecriar núcleos de discussão sobreos diversos modelos de sistemade saúde. Ele também destacoua responsabilidade social dascooperativas e a importância deparcerias com o setor públicona busca de soluções para osproblemas de saúde e aprevenção de doenças.

Na área de mercado, o

diretor Jonas Ubirajara Husni,citou que estão previstas ações,como o desenvolvimento de umcatálogo institucional,realização de um estudo paraestruturação da área de vendas,a elaboração de um plano demarketing, a formatação deplanos de saúde para as classesC e D e a integração desoftwares e da auditoria.

Luiz Antônio Fregonesi,diretor Administrativo-Financeiroda Unimed Cerrado, encerrou aapresentação do planejamentocitando que, em 2007, a

federação pretende rever suaestrutura organizacional,reformar e adequar a estruturafísica, reforçar a identificação dasreais necessidades das singulares,desenvolver uma estrutura deindicadores gerenciais e deassessoria para dar suporte àsfederadas, além de estabelecerestratégias de planejamentoeconômico e financeiro. Osencontros regionais tambémdevem ser retomados em 2007.Essas propostas serãoposteriormente detalhadas naAssembléia Geral Ordinária.

A Federação Regionaldas Cooperativas Médicas dasUnimeds dos Estados de Goiáse Tocantins tem um novonome fantasia: UnimedCerrado. O uso da novaidentificação, já adequada aolayout da Unimed do Brasil,foi aprovado na AssembléiaGeral Extraordinária, realizadano dia 8 de dezembro.

O presidente da UnimedCerrado, José Abel Ximenes,teve seu nome aprovado peloConselho Deliberativo daUnimed do Brasil para integrar aCâmara Arbitral, que vai julgarconflitos no âmbito do SistemaUnimed. A Câmara Arbitral écomposta por dirigentes defederações, sete de singulares,dois técnicos das áreas deauditoria médica e intercâmbio,

Ximenes integra a CâmaraXimenes integra a CâmaraXimenes integra a CâmaraXimenes integra a CâmaraXimenes integra a CâmaraArbitral do Sistema UnimedArbitral do Sistema UnimedArbitral do Sistema UnimedArbitral do Sistema UnimedArbitral do Sistema Unimed

dois da área jurídica, dois dosetor contábil e financeiro e umdo administrativo.

A escolha dos membrosaconteceu no dia 29 denovembro, em São Paulo. Antes,no dia 5 de novembro, José AbelXimenes foi indicado porunanimidade pelo Conselho deAdministração da UnimedCerrado para integrar a novaCâmara Arbitral.

Todo o padrão deidentificação visual dafederação também seráadequado ao layout daUnimed do Brasil. O novonome faz uma alusão aobioma presente nos Estadosde Goiás e Tocantins esubstitui a sigla Fegoto, quevinha sendo usada pelafederação.

Page 9: Jornal da Federação - n.47 (2006)

Dezembro é o mês do

Natal e, tradicionalmente, uma

época de festas e muita

alegria. Mas, dezembro de

2006 começou com uma

notícia que nenhum

funcionário ou diretor da

Unimed Cerrado nem das

singulares queria receber. Na

manhã do dia 1º, Eliomar

Alves Rocha, o contador,

consultor, professor, colega e

amigo de tantos anos, morreu.

O expediente estava começando quando os telefones da federação

começaram a tocar. Do outro lado da linha, pessoas assustadas,

mas esperançosas que a notícia que corria fosse um equívoco, que

a vítima tivesse sido um homônimo do amigo querido.

Infelizmente, não era assim.

O carro que Eliomar dirigia na BR-153, rumo a uma reunião

no Sul do Estado, bateu em uma carreta próximo a Morrinhos. O

�Coelhinho�, apelido carinhoso recebido dos colegas na

juventude, não resistiu ao impacto. Aos 48 anos, morria o amigo

de tantas horas, o professor aplicado, o profissional sempre em

busca do aperfeiçoamento, o filho carinhoso de dona Damaris, o

irmão companheiro de Elisandro, Elinaldo e Eliana, o marido de

Helena, o pai de Carolina e Christiane.

Recentemente, Eliomar, que era formado em Ciências

Contábeis e pós-graduado em Gestão de Cooperativas e Direito

Cooperativo, finalizava um livro. �Está praticamente pronto!�,

contou durante o XV SUECO. Estava feliz com mais essa conquista

em seu currículo de vencedor. Também contava, com alegria, que

logo teria a primeira neta, filha de Carolina. Seus planos, porém,

foram interrompidos.

Um acidente, uma fatalidade, coisas do destino, vontade de

Deus...São muitas as formas de tentar traduzir o que aconteceu,

mas apenas uma certeza: não deveria ter acontecido! A dor que

tomou conta de todos que o conheciam foi imensa. A saudade

será eterna, mas sempre pontuada por boas lembranças do

sorriso, da fala apressada e, principalmente, da determinação de

quem soube transformar as dificuldades que a vida lhe apresentou

em combustível para lutar por seus ideais e concretizar seus

sonhos.

Ao colaborador dedicado e grande amigo, o

reconhecimento, o agradecimento pela valiosa contribuição dada

ao Sistema Unimed e a saudade da Diretoria e de toda a equipe da

Unimed Cerrado e das singulares. À família e aos amigos, nossa

solidariedade. Que os exemplos que ele nos deixou nos fortaleçam

na luta por dias melhores para todos.

9. OUTUBRO/DEZEMBRO/2006

Como é grande o vazio que fica...

Só não é maior que a alegria de sua presença física, seusorriso largo, o jeito alto de falar, exagerado quasesempre...

Com pressa de viver...

Totalmente Eliomar de ser...

Que falta você faz aqui!

Que Deus o receba e nos ajude aceitar a caminhar semvocê...

Acreditar no momento em que novamente estaremosjuntos, porque, nós sabemos que essa separação émomentânea e tão longa possa nos parecer,a sua duraçãose apaga diante da eternidade, da felicidade que Deuspromete aos seus eleitos...

Como é doce e consoloadora a certeza de que não há entrenós senão um véu material que oculta nossa visão.

Que você possa estar aqui ao nosso lado, nos ver e ouvircomo antes, que nossos pensamentos não cessem de seconfundir e que o seu nos siga e nos sustente sempre!!!

Que a paz do Senhor esteja com você.

Seja Luz onde estiver.

Amamos você!

SAUDADE

Morre Eliomar Alves RMorre Eliomar Alves RMorre Eliomar Alves RMorre Eliomar Alves RMorre Eliomar Alves Rochaochaochaochaocha

da família a Eliomarda família a Eliomarda família a Eliomarda família a Eliomarda família a Eliomar

HomenagemHomenagemHomenagemHomenagemHomenagem

Helena, Carolina,Christiane e sua netinha.

Page 10: Jornal da Federação - n.47 (2006)

A verdade sobre a liquidaçãoda Aliança Unimed

ma série de notícias veiculadas, nos últimos meses, por diretores da Unimed Goiânia, através dos

informativos da singular, vem questionando de forma parcial o processo de liquidação da Aliança

Cooperativista Nacional Unimed. As informações tendenciosas têm procurado colocar a Unimed Goiânia,

que promove ação para receber créditos que seriam devidos pela Aliança, em condição privilegiada perante

os demais credores, sem querer aguardar o desfecho final do processo de liquidação que definirá com clareza quem

tem a receber e de quem será a responsabilidade pelo pagamento. Também atacam o presidente da Federação das

Unimeds dos Estados de Goiás e Tocantins (Unimed Cerrado), José Abel Ximenes, alegando que, por ter sido dirigente

da Aliança, em função da liquidação, ele estaria inelegível para cargos diretivos de outras cooperativas, como a

Federação Goiás/Tocantins.

Neste artigo, o advogado Reginaldo Ferreira Lima e o médico Carlos Henrique Assis de Santa Maria, liquidantes

da Aliança, esclarecem alguns tópicos sobre o assunto. Antes, porém, cabe recordar que a Aliança era formada pelas

Confederações São Paulo, Norte/Nordeste e Centro-Oeste, esta composta pelas Federações de Mato Grosso, Mato

Grosso do Sul, Metropolitana, Goiás/Tocantins e suas respectivas associadas.

A Confederação São Paulo deixou a Aliança antes do início do processo de liquidação. Quando a liquidação foi

aprovada em assembléia, em março de 2006, a Confederação Centro-Oeste indicou o seu advogado, Reginaldo

Ferreira Lima, como liquidante, e a Norte/Nordeste, o médico Carlos Henrique Assis de Santa Maria.

O presidente da Federação Goiás/Tocantins (hoje, Unimed Cerrado), José Abel Ximenes, ocupou a presidência da

Aliança em um mandato tampão de um ano até a Confederação Centro-Oeste e a Norte/Nordeste assumirem o

processo de liquidação. Ximenes não concordava com a liquidação, antes que fosse feito o saneamento financeiro da

Aliança, quando deixou a diretoria e não aceitou ser reconduzido ao cargo ou ocupar a função de liquidante.

Durante seu mandato tampão, Ximenes adotou várias medidas administrativas que muito contribuíram para

minimizar as dificuldades financeiras existentes quando ele assumiu. Entre as medidas está a auditoria das contas

médicas que, quando concluída, segundo Ximenes, poderá reverter de forma significativa o passivo (dívidas) da

Aliança.

Portanto, são, no mínimo, estranhas as alegações da Unimed Goiânia, que, recentemente se refiliou à

Confederação Centro-Oeste, liquidante da Aliança. A refiliação não mereceu da Unimed Goiânia o mesmo destaque

dado pela singular quando deixou a Confederação, alegando entre outras coisas, que a Confederação Centro-Oeste

lhe causou prejuízos.

Leia o que diz o artigo de Reginaldo Lima e Carlos Henrique Assis sobre a liquidação da Aliança, que tem o aval

da Confederação Centro-Oeste, da qual a Unimed Goiânia faz parte:

10. OUTUBRO/DEZEMBRO/2006

ESCLARECIMENTO

Page 11: Jornal da Federação - n.47 (2006)

"A notícia divulgada pela Unimed Goiânia não retrata osfatos na sua inteireza, reportando-se apenas a aspectosparciais, que não refletem a sua realidade, razão pela qualenseja o presente reparo.

Primeiramente, como a Unimed Goiânia não desconhe-ce, o ato da ANS que decretou a liquidação da Aliança estásendo questionado administrativamente. Os recursos foramimpetrados com pedido de efeito suspensivo e ainda nãoforam julgados, de sorte que o ato não pode ser consideradocomo definitivo.

Mesmo que os recursos venham a ser denegados, aAliança poderá impetrar ações judiciais para anular o ato,tendo em vista a sua flagrante inconsistência jurídica, pois adecisão da ANS foi tomada diante de circunstância insólita.

Como todos sabem (e a própria ANS sabia), a AliançaUnimed encerrou suas atividades como operadora de planosde saúde (nacional) desde 12 de outubro de 2005, por decisãoda Assembléia Geral Extraordinária realizada em Fortaleza.Depois disso, também por ato da Assembléia Geral Extraordi-nária, realizada em 29 de março de 2006, a Aliança Unimeddecretou sua dissolução e a autoliquidação, oportunidade naqual foram designados os seus liquidantes.

O processo de liquidação foi instaurado de acordo como art. 63, inciso I, da Lei n. 5.764/71, sendo aprovado pelavotação de mais de dois terços das cooperativas presentes naAssembléia. Como se observa, a ANS desbordou de suacompetência, pois a Aliança já não estava inserida no âmbitodas operadoras e já estava � como cooperativa � em processode auto-liquidação há oito meses.

Por outro lado, a Aliança não mantinha (como nãomantém) pendências jurídicas com usuários de planos desaúde nem com prestadores de serviços e tampouco deman-das trabalhistas ou tributárias. Não ocorreram os pressupos-tos previstos no art. 24, da Lei n. 9.656/98, necessários paradecretar a liquidação da Aliança. Ou seja, a serôdia e inválidaliquidação não teve origem em �graves anormalidades�, masem outros fatores não declinado.

A Aliança era uma confederação de cooperativas.Contratava e atuava sempre em nome das unidades quecompõem o Sistema Unimed. De acordo com as característi-cas legais, a Aliança realizava apenas atos cooperativos comtodas as unidades do Sistema Unimed, sócias ou associadasem razão do sistema de intercâmbio.

O artigo 79, da Lei n. 5.764/71, define como ato coope-rativo tanto os decorrentes da relação das cooperativas comseus sócios, como os atos que tenham origem nas relaçõesentre as cooperativas, para atender aos interesses comuns.

Pela norma do parágrafo primeiro do artigo 79, o atocooperativo não gera operação de mercado nem compra evenda. Dessa forma, a ANS não pode considerar as pendênci-as referentes à realização do ato cooperativo como débitospara a rede credenciada. Aceitar esta interpretação da ANS éuma postura incoerente e até contraditória. Abre um prece-

Carlos Henrique Assis de Santa MariaReginaldo Ferreira Lima

(Liquidantes)

11. OUTUBRO/DEZEMBRO/2006

dente perigoso que coloca em risco a Unimed como institui-ção, pois a Agência tenta interferir nas relações jurídicaspraticadas internamente entre sociedades cooperativasassociadas, pessoas jurídicas de direito privado.

As pendências da Aliança serão liquidadas entre ossócios e associadas, na proporção da participação noscontratos celebrados pela Confederação. Assim dispõe oparágrafo primeiro do artigo 1.095, do Código Civil Brasilei-ro. Tanto a propositura de ações judiciais de cobrança comoa habilitação, por parte das cooperativas integrantes doSistema Unimed, serão medidas inócuas, pois não prospera-rão. Nas cooperativas são os sócios, em última análise, osresponsáveis pelos compromissos sociais, respondendo nãoapenas com as quotas-partes do capital (responsabilidadelimitada), mas adicionalmente na proporção participativa dasatividades que gerarem resultados negativos.

Ora, se o ato cooperativo abrange não apenas a relaçãoentre sócios, mas inclui as associações entre cooperativaspara atender interesses comuns, é claro que o resultado dasoperações de intercâmbio, caso negativo, também se esten-derá às partes (cooperativas) que o integraram.

E não se pode dizer que as relações de intercâmbionão caracterizam o ato cooperativo. Basta se constatar a suaorigem institucional (Manual de Relacionamento), e a formacomo os atos estão escriturados nos demonstrativoscontábeis de todas cooperativas participantes. Não geramrelação tributária. A relação que se estabelece entre duascooperativas � para atender aos interesses comuns - nãopode ser juridicamente conceituada como de compra evenda.

INELEGIBILIDADE

Quanto à notícia de que as pessoas participantes dadireção de uma cooperativa em liquidação (ou sob direçãofiscal) seriam proibidas de participar da direção de outraCooperativas (operadoras de planos de saúde), outra vez aUnimed Goiânia aceita uma interveniência perigosa da ANSem nossos direitos como instituição. Esta medida pode atéestar servindo a interesses imediatos, mas deveria ser refuta-da pois constitui indubitavelmente uma agressão aos princí-pios constitucionais da legalidade e da segurança jurídica.

A Unimed, como instituição respeitadora dos princípi-os básicos da democracia, inscritos na Constituição Federal,deve se posicionar sempre contra esta violência, pois acriação das novas inelegibilidades por texto infralegal (RN 11/02) caracteriza ofensa aos fundamentos do Estado Brasileiro.

Dessa forma, como a notícia divulgada pela UnimedGoiânia transmite noção incorreta dos fatos, nos vimosobrigados � como liquidantes designados pela AssembléiaGeral � a fazer esses reparos, evitando-se que nossa omissãovenha a ser interpretada de forma equívoca�.

ESCLARECIMENTO

Page 12: Jornal da Federação - n.47 (2006)

CONFRATERNIZAÇÃO

2006 foi um ano muitoimportante para a UnimedCerrado: houve a eleição danova diretoria, Goiás voltou asediar - com sucesso - o SUECO,vários cursos foram promovidos,o planejamento estratégico dafederação entrou em nova fase,houve a reunificação do SistemaUnimed..., enfim, teve muitotrabalho e várias conquistas.Para comemorar, diretores,funcionários, cooperados,colaboradores, representantesde entidades da área da saúde eamigos, direta ouindiretamente, ligados àfederação reuniram-se natradicional festa deconfraternização promovidapela Unimed Cerrado.

O evento, que já fazparte do calendário anual dafederação, foi realizado no dia 9de dezembro, na Mansão Jaó,em Goiânia. Ao som da duplaRezende & Renato, osconvidados se divertiram edançaram à vontade em umverdadeiro passeio musical portodos os ritmos. Um animadomomento de confraternização erenovação das energias paraesperar 2007. Confira algumasimagens da festa:

AAAAAdeus 2006!deus 2006!deus 2006!deus 2006!deus 2006!FFFFFeliz Ano Novo!!!eliz Ano Novo!!!eliz Ano Novo!!!eliz Ano Novo!!!eliz Ano Novo!!!

A anual festa de confraternização da Unimed Cerradoreuniu diretores, funcionários, cooperados e amigos,que celebraram as conquistas de 2006 e renovaram asenergias para iniciar o novo ano

Fotos: Carlos Silva

12. OUTUBRO/DEZEMBRO/2006