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TRABALHADORES NA FEDERAL MOGUL - OUTUBRO 2009 CIPA ORGANIZA A SIPAT Exclusão social e classe social Comissão de Pessoas com Deficiência O sofrimento psíquico no trabalho Jornal da CIPA A CIPA dos Trabalhadores organizou entre os dias 15 e 21 de setembro a SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho na Federal Mogul. A participação da CIPA foi fundamental para o evento e as palestras foram um sucesso. Nossos agradecimentos ao Sindicato dos Metalúrgicos e ao Comitê Sindical. Exclusão social é o processo de segregação de grupos da sociedade. Esse processo é praticado pela sociedade moderna, que está esquecendo de valores importantes para a vivência em sociedade como solidariedade, amizade e companheirismo. Por que isso acontece? Porque esses valores dão às pessoas o sentido de classe social, na qual uma é explorada e outra quer explorar cada vez mais. É esse o sentido nefasto da exclusão social. Os valores da classe dominante são voltados para a super-produção para se ter um super-consumo que resulte num super-lucro. Os operários devem se pautar por valores exatamente opostos da classe dominante em todos os momentos de nossas vidas, na construção de uma sociedade diferente desta em que vivemos. 2010 vem aí. Este será mais um momento de continuarmos lutando para a construção de uma sociedade que elimine a exclusão. Antonio Pereira Campos, o Boquinha A evolução histórica e social da humanidade reflete a exclusão em que se encontra as pessoas com deficiência. Alguns grupos exterminavam as pessoas com deficiência, por considerá-las grave empecilho à sobrevivência da comunidade, já que elas não podiam cooperar com o trabalho. Na Roma Antiga e em Esparta existia uma lei que autorizava os padricedas a matar seus filhos defeituosos. Mas, existiam grupos que protegiam e os sustentavam. Os atenienses, por influência de Aristóteles, protegiam seu doentes e deficientes em sistema semelhante ao da Previdência, onde todos contribuíam para a manutenção deles. Nos tempos atuais, segundo o IBGE, a população com deficiência é de 14,5% da população brasileira, ou seja, cerca de 25 milhões de pessoas, que possuem deficiência congênita, gerada pela violência e por sequelas de doenças, ou gerada pelo trabalho que não produz só riquezas, mas também produz pessoas com deficiência. Daí a importância de cláusulas como a nossa, que garante estabilidade às pessoas acidentadas ou com doenças relacionadas ao trabalho. Sem mecanismos como esse a exclusão só aumentaria. Segundo o decreto 3.298, de 1999, e regulamentado pelo decreto 5296, de 2004, considera- se deficiência toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou junção psicológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividades dentro do padrão considerado normal para o ser humano. Existem mitos que cercam as pessoas com deficiência e alguns deles foram abordados na palestra, como o tema de que a deficiência é fruto de herança familiar. As deficiências não são hereditárias, são sequelas de síndromes e doenças, além da falta de saneamento básico, assistência pré-natal, acidentes e violência urbana. O primordial para garantir a inclusão das pessoas com deficiência passa também por atitudes simples, pois mutias pessoas ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência, já que todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante da diferença. A fórmula básica para diminuir o preconceito é a convivência e informação correta. As palestras tiveram a participação de Flávio Henrique, do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, e Sérgio Pereira, da Comissão das Pessoas com Deficiência do nosso Sindicato. As novas formas de organização do trabalho fazem com que os trabalhadores se envolvam cada vez mais com a empresa e se esqueçam de suas vidas, para se dedicarem ao trabalho, muitas vezes atrás de promessas de promoção feitas pelas chefias. Mas, muitos companheiros não se dão conta do quanto este comprometimento é maléfico para sua saúde. O objetivo desta palestra é mostrar aos trabalhadores que a pressão exercida pelas chefias, a falta de controle do que fazer (quando, como e quanto), relacionada a uma série de outros fatores, levam os trabalhadores a doenças físicas, mentais e psíquicas. Um dos maiores problemas hoje é o estresse, causado pelo trabalho, mas a empresa diz que o trabalhador adoece por outros motivos e não pelos postos de trabalho mal planejados, posturas forçadas, ritmo intenso e metas abusivas, fora as humilhações e ofensas feitas pelas chefias. Somente com os trabalhadores e trabalhadoras organizados nos seus locais de trabalho e denunciando esses abusos é que vamos combater e dar um basta a esta situação. Mauro Soares Durante a semana também aconteceram palestras sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis, Meio Ambiente e Saúde e Segurança. Nem todos os trabalhadores participaram das palestras porque alguns encarregados não tratam a saúde e segurança como deveriam. A CIPA conseguiu verba junto à empresa para os brindes dos trabalhadores. Todos que participaram das palestras levaram para casa um squess de alumínio. A3 CIPA 151009.indd 1 19/10/2009 15:50:03

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Page 1: Jornal da CIPAF3670443-CD2D-4E60-8DF5-68E4D3337FCB...•Instalação de uma ponte rolante. •Piso novo na área da metalização I. •Instalação de ventiladores. •Revesamento

Trabalhadores na Federal Mogul - ouTubro 2009

CIPA orgAnIzA A SIPAT Exclusão social e classe social Comissão de Pessoas

com Deficiência

o sofrimento psíquico no trabalho

Jornal da CIPAA CIPA dos Trabalhadores organizou entre os dias 15 e 21 de setembro a SIPAT – Semana Interna de Prevenção

de Acidentes de Trabalho na Federal Mogul. A participação da CIPA foi fundamental para o evento e as palestras foram um sucesso. Nossos agradecimentos ao Sindicato dos Metalúrgicos e ao Comitê Sindical.

Exclusão social é o processo de segregação de grupos da sociedade.

Esse processo é praticado pela sociedade moderna, que está esquecendo de valores importantes para a vivência em sociedade como solidariedade, amizade e companheirismo. Por que isso acontece?

Porque esses valores dão às pessoas o sentido de classe social, na qual uma é explorada e outra quer explorar cada vez mais. É esse o sentido nefasto da exclusão social.

Os valores da classe dominante são voltados para a super-produção para se ter um super-consumo que resulte num super-lucro. Os operários devem se pautar por valores exatamente opostos da classe dominante em todos os momentos de nossas vidas, na construção de uma sociedade diferente desta em que vivemos.

2010 vem aí. Este será mais um momento de continuarmos lutando para a construção de uma sociedade que elimine a exclusão.

Antonio Pereira Campos, o Boquinha

A evolução histórica e social da humanidade reflete a exclusão em que se encontra as pessoas com deficiência. Alguns grupos exterminavam as pessoas com deficiência, por considerá-las grave empecilho à sobrevivência da comunidade, já que elas não podiam cooperar com o trabalho.

Na Roma Antiga e em Esparta existia uma lei que autorizava os padricedas a matar seus filhos defeituosos. Mas,

existiam grupos que protegiam e os sustentavam. Os atenienses, por influência de Aristóteles, protegiam seu doentes e deficientes em sistema semelhante ao da Previdência, onde todos contribuíam para a manutenção deles. Nos tempos atuais, segundo o IBGE, a população com deficiência é de 14,5% da população brasileira, ou seja, cerca de 25 milhões de pessoas, que possuem deficiência congênita, gerada pela violência e por sequelas de doenças, ou gerada pelo trabalho que não produz só riquezas, mas também produz pessoas com deficiência. Daí a importância de cláusulas como a nossa, que garante estabilidade às pessoas acidentadas ou com doenças relacionadas ao trabalho. Sem mecanismos como esse a exclusão só aumentaria. Segundo o decreto 3.298, de 1999, e regulamentado pelo decreto 5296, de 2004, considera-se deficiência toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou junção psicológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividades dentro do padrão considerado normal para o ser humano. Existem mitos que cercam as pessoas com deficiência e alguns deles foram abordados na palestra, como o tema de que a deficiência é fruto de herança familiar. As deficiências não são hereditárias, são sequelas de síndromes e doenças, além da falta de saneamento básico, assistência pré-natal, acidentes e violência urbana.

O primordial para garantir a inclusão das pessoas com deficiência passa também por atitudes simples, pois mutias pessoas ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência, já que todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante da diferença. A fórmula básica para diminuir o preconceito é a convivência e informação correta. As palestras tiveram a participação de Flávio Henrique, do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, e Sérgio Pereira, da Comissão das Pessoas com Deficiência do nosso Sindicato.

As novas formas de organização do trabalho fazem com que os trabalhadores se envolvam cada vez mais com a empresa e se esqueçam de suas vidas, para se dedicarem ao trabalho, muitas vezes atrás de promessas de promoção feitas pelas chefias.

Mas, muitos companheiros não se dão conta do quanto este comprometimento é maléfico para sua saúde. O objetivo desta palestra é mostrar aos trabalhadores que a pressão exercida pelas chefias, a falta de controle do que fazer

(quando, como e quanto), relacionada a uma série de outros fatores, levam os trabalhadores a doenças físicas, mentais e psíquicas.

Um dos maiores problemas hoje é o estresse, causado pelo trabalho, mas a empresa diz que o trabalhador adoece por outros motivos e não pelos postos de trabalho mal planejados, posturas forçadas, ritmo intenso e metas abusivas, fora as humilhações e ofensas feitas pelas chefias.

Somente com os trabalhadores e trabalhadoras organizados nos seus locais de trabalho e denunciando esses abusos é que vamos combater e dar um basta a esta situação.

Mauro Soares

Durante a semana também aconteceram palestras

sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis, Meio Ambiente e

Saúde e Segurança.

Nem todos os trabalhadores participaram das palestras porque alguns encarregados não tratam

a saúde e segurança como deveriam.

A CIPA conseguiu verba junto à empresa para os brindes

dos trabalhadores. Todos que participaram das palestras levaram para casa um squess de alumínio.

A3 CIPA 151009.indd 1 19/10/2009 15:50:03

Page 2: Jornal da CIPAF3670443-CD2D-4E60-8DF5-68E4D3337FCB...•Instalação de uma ponte rolante. •Piso novo na área da metalização I. •Instalação de ventiladores. •Revesamento

jornal da cipa dos Trabalhadores na Federal Mogul - ouTubro 2009

nova CIPA jáassumiu mandato

A CIPA 2008/2009, com Adriano (vice-presidente), Gaúcho, Café, Katatau, Aurelino e Admilson, junto com o Comitê Sindical, formado por Sérgio, Boquinha e Mauro, fizeram uma reunião de transição com a nova gestão 2009/2010,

que conta com Orlando (vice-presidente), Samuel, Heleno, Aldanubia e Katatau, para dar continuidade aos trabalhos atuais e discutir como solucionar os novos desafios, que são estes:

•Instalação de uma ponte rolante.

•Piso novo na área da metalização I.

•Instalação de ventiladores.

•Revesamento nos setores de montagens

PPRPS

•Mudança de fluxo do setor de recebimentos.

•Cronograma de segurança.

•Melhores condições de trabalho, saúde e segurança para todos os trabalhadores.

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