jornal da câmara - 12/11/2014

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www.camara.leg.br/camaranoticias Disque - Câmara 0800 619 619 BRASÍLIA-DF, QUARTA-FEIRA, 12 DE NOVEMBRO DE 2014 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 16 | Nº 3305 | 3 Incentivo à aviação regional vai a Plenário LEIA ESTA EDIÇÃO NO CELULAR Texto ainda terá que ser votado em 2º turno; emenda estabeleceu prazo de 90 dias para a vigência das novas regras O Plenário da Câmara concluiu ontem a votação, em primeiro turno, da proposta de emenda à Constituição que fixa novas regras para inci- dência do ICMS nas vendas de produtos pela internet ou por telefone. Pelo texto, os estados de destino da mercadoria ou do serviço terão direito a uma parcela maior do tributo se o consumidor final for pessoa física. Para relator, decisão é início da reforma tributária. Aprovada PEC do comércio eletrônico Deputados aprovaram ontem novas regras para a divisão do ICMS das mercadorias vendidas pela internet Ministra Miriam Belchior disse que contas fecham ano com valor positivo. Projeto do governo amplia capacidade para superavit primário | 2 | 4 Gustavo Lima Luis Macedo

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Jornal da Câmara de 12 de novembro de 2014

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Page 1: Jornal da Câmara - 12/11/2014

www.camara.leg.br/camaranoticiasDisque - Câmara 0800 619 619

BRASÍLIA-DF, QUARTA-FEIRA, 12 DE NOVEMBRO DE 2014 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 16 | Nº 3305

| 3

Incentivo à aviação regional vai a Plenário

LEIA ESTA EDIÇÃO NO CELULAR

Texto ainda terá que ser votado em 2º turno; emenda estabeleceu prazo de 90 dias para a vigência das novas regras

O Plenário da Câmara concluiu ontem a votação, em primeiro turno, da proposta de emenda à Constituição que fixa novas regras para inci-dência do ICMS nas vendas de produtos pela internet ou por telefone.

Pelo texto, os estados de destino da mercadoria ou do serviço terão direito a uma parcela maior do tributo se o consumidor final for pessoa física. Para relator, decisão é início da reforma tributária.

Aprovada PEC do comércio eletrônico

Deputados aprovaram ontem novas regras para a divisão do ICMS das

mercadorias vendidas pela internet

Ministra Miriam Belchior disse que contas fecham ano com valor positivo.

Projeto do governo amplia capacidade para superavit primário

| 2

| 4

Gustavo Lima

Luis Macedo

Page 2: Jornal da Câmara - 12/11/2014

Diretor: Sérgio Chacon (61) 3216-1500 [email protected]

[email protected] | Redação: (61) 3216-1660 | Distribuição e edições anteriores: (61) 3216-1626

1º Vice-PresidenteArlindo Chinaglia (PT-SP)2º Vice-Presidente Fábio Faria (PSD-RN)1º SecretárioMarcio Bittar (PSDB-AC)2º Secretário Simão Sessim (PP-RJ)3º SecretárioMaurício Quintella Lessa (PR-AL)4º SecretárioBiffi (PT-MS)

Presidente: Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)

Diretor de Mídias IntegradasFrederico SchmidtCoordenador de Jornalismo Antônio Vital

Editora-chefeRosalva NunesEditoresSandra CrespoDourivan Lima

DiagramadoresGilberto MirandaRoselene GuedesRenato Palet

Suplentes: Gonzaga Patriota (PSB-PE), Wolney Queiroz (PDT-PE), Vitor Penido (DEM-MG) e Takayama (PSC-PR)Ouvidor Parlamentar: Nelson Marquezelli (PTB-SP)Procurador Parlamentar: Claudio Cajado (DEM-BA)Corregedor Parlamentar: Átila Lins (PSD-AM)Presidente do Centro de Estudos e Debates Estraté-gicos: Inocêncio Oliveira (PR-PE)Diretor-Geral: Sérgio Sampaio de AlmeidaSecretário-Geral da Mesa: Mozart Vianna de Paiva

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 54a Legislatura SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Jornal da Câmara

Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA)

QUINTA-FEIRA12 de novembro de 2014

AGENDA

LEIA AGENDA COMPLETA NO CELULAR

12 de novembro de 20142 | JORNAL DA CÂMARA

A comissão mista que analisa a MP 652/14, que dá subsídios à aviação regional, aprovou ontem o parecer do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). O senador apresentou substitutivo de-talhando alguns pontos que, segundo ele, estavam em aberto no texto ori-ginal encaminhado em julho pelo go-verno. A MP cria o Programa de De-senvolvimento da Aviação Regional para estimular operações de empre-sas aéreas em aeroportos regionais.

Um acordo entre a liderança do governo, o relator e representantes da Casa Civil, da Secretaria da Aviação Civil e do Ministério da Fazenda ga-rantiu a votação do texto. O texto de entendimento prevê que 50% dos as-sentos dos voos regionais serão subsi-diados, com limite de até 60 cadeiras. No caso dos voos na Amazônia, ficou acertado que não vale o limite de 50% de assentos subsidiados, apenas o li-mite no número de 60 assentos.

Restrições - Foi fixado um teto de 30% dos recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) para o paga-mento das subvenções às empresas aéreas, ficando o restante reservado para investimento na infraestrutura dos aeroportos regionais atendidos

pelas empresas beneficiadas. O Fnac é formado pelo que é pago pela con-cessão dos aeroportos maiores.

Foi definida ainda a duração das subvenções, que não estava prevista no texto do Executivo e que seria fi-xada em regulamento posterior. Pela proposta aprovada, a vigência dos subsídios às empresas aéreas é de cinco anos, renovável por mais cinco.

Critérios - O substitutivo também determina critérios para a escolha dos

aeroportos regionais que serão bene-ficiados pelas subvenções, que ficam definidos como aqueles com baixa densidade de tráfego, atendendo até 600 mil passageiros/ano.

Além disso, haverá critério espe-cífico para aeroportos localizados na Amazônia Legal, para que as empre-sas aéreas beneficiadas com as sub-venções possam atender a terminais com até 800 mil passageiros embar-cados e desembarcados/ano. Segun-

do o relator, “isso ocorre devido às peculiaridades da região, que tor-nam o transporte aéreo como meio indispensável para a integração de comunidades isoladas e de materiais indispensáveis”. O texto original pre-via que esse critério também seria de-finido em regulamento posterior.

Tramitação - A proposta terá de ser votada ainda nos plenários da Câmara e do Senado. O prazo da MP expira no dia 24 de novembro.

SeguridadeNa Comissão de Seguridade Social, será lançada a “Análise da Seguri-dade Social em 2013” pela Associa-ção Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal. Plenário 7, 9h30

Sessão soleneHomenagem aos 70 Anos do Embar-que da Força Expedicionária Brasi-leira (FEB) para a Itália. Plenário Ulysses Guimarães, 10h

PronafA Comissão de Agricultura realiza

debate sobre suposta fraude no Pro-grama Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). É convidado o ministro do Desenvol-vimento Agrário, Miguel Rossetto. Plenário 6, 10h

Roubo de cargasA Comissão de Viação e Transportes discute os elevados índices de roubo de cargas e ações para aumentar a se-gurança no transporte de bens. São convidados os ministros da Casa Ci-vil, Aloizio Mercadante; e da Justiça, José Eduardo Cardozo, entre outros. Plenário 11, 10h

Violência contra brasileirosA Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional faz debate sobre as providências do governo brasileiro

com relação às violências praticadas por militares da Venezuela contra brasileiros que ingressam naquele país. Plenário 3, 11h

RacismoA comissão externa de combate a recentes casos de racismo reúne-se para apresentação, discussão e vota-ção do relatório final. Plenário 8, 11h

Ensino médioAudiência na comissão especial Jor-nada Integral no Ensino Médio (PL 6840/13) discute auditoria do TCU para avaliar a oferta e a qualidade do ensino médio. Plenário 13, 14h30

OlimpíadasA Comissão do Esporte realiza en-

contro para discutir a organização dos Jogos Olímpicos Rio 2016. É convidado Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Organiza-dor dos Jogos Rio 2016. Plenário 4, 14h30

PescaA Frente Parlamentar Mista de Pes-ca e Aquicultura reúne-se para ba-lanço anual. É convidado o minis-tro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes. Auditório Freitas Nobre, 15h

INFRAESTRUTURA | Benefício poderá valer por até dez anos; proposta segue para votação no Plenário da Câmara

Comissão aprova incentivos à aviação regional

O parecer do senador Flexa Ribeiro, aprovado pela comissão mista, criou limite para os incentivos propostos pelo governo

Luis Macedo

Page 3: Jornal da Câmara - 12/11/2014

JORNAL DA CÂMARA | 312 de novembro de 2014

A Câmara aprovou ontem, em primeiro turno, a Proposta de Emen-da à Constituição (PEC) 197/12, do Senado, que fixa novas regras para incidência do ICMS nas vendas de produtos pela internet ou por tele-fone. A matéria ainda precisa ser vo-tada em segundo turno.

De acordo com o parecer do rela-tor da PEC, deputado Márcio Macêdo (PT-SE), os estados de destino da mercadoria ou do serviço terão direi-to a uma parcela maior do tributo se o consumidor final for pessoa física. As novas regras valerão a partir de 1º de janeiro de 2015, observado perí-odo de 90 dias para vigência a partir da publicação, conforme emenda do PSDB aprovada pelo Plenário.

Atualmente, quando uma loja virtual vende ao consumidor final pessoa física de outro estado, ela tem de recolher o ICMS todo para o esta-do em que está localizada. Essa alí-quota varia entre 17% (maioria), 18% (São Paulo, Minas Gerais e Paraná) e 19% (Rio de Janeiro). O fisco do es-tado do comprador não recebe nada.

O parecer de Macêdo copia fór-mula negociada no âmbito do Con-selho Nacional de Políticas Fazen-dárias (Confaz) em março deste ano,

Deputados e representantes da sociedade civil debateram ontem, em comissão geral na Câmara, pon-tos polêmicos da proposta que define novas regras para acesso ao patrimô-nio genético de plantas e animais e aos conhecimentos tradicionais as-sociados à biodiversidade brasileira (PL 7735/14).

O projeto, do Executivo, tranca a pauta do Plenário desde 11 de agosto e tem dividido opiniões em torno de dois pontos principais: o pagamento de royalties pelo acesso a recursos da biodiversidade e a repartição de be-nefícios financeiros advindos dessas verbas. Apesar dos esforços em torno de um texto consensual, não houve acordo e a votação foi mais uma vez adiada.

O líder do PV, deputado Sarney Filho (MA), afirmou que a votação da proposta não pode ser feita com pressa. “Vimos que ainda existem muitas questões a serem pacificadas. E isso não se dá somente no âmbito da sociedade civil, mas também den-tro do próprio governo”, disse.

Royalties - Em relação aos royal-ties, o deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS) destacou que o maior receio

O deputado Arlindo Chinaglia preside as discussões durante a comissão geral

BIODIVERSIDADE | Projeto que busca simplificar o acesso ao patrimônio genético de plantas e animais foi debatido em Plenário

Regras para pesquisas científicas ainda não têm acordo

é que o setor produtivo seja onera-do. “Todo o agronegócio teria de pagar royalties aos países de origem por produtos que não são nativos do Brasil, como a soja, o trigo, o milho, o arroz, a cana, a laranja”, apontou.

Segundo Heinze, o texto que vem sendo negociado prevê o pagamen-to de royalties pela exploração eco-nômica somente de espécies nativas brasileiras, deixando de fora da co-brança espécies de outros países que são o foco do agronegócio, a exemplo

de soja, cana-de açúcar e café.A deputada Luciana Santos

(PCdoB-CE), autora do pedido de comissão geral, destacou avanços do projeto, que pretende substituir a legislação atual – Medida Provi-sória 2186/01 – e desburocratizar o acesso dos pesquisadores aos recur-sos genéticos brasileiros e conhe-cimentos tradicionais associados. Uma das mudanças é a substituição do demorado processo de autoriza-ção prévia por um cadastro feito pelo

pesquisador e que será objeto de fis-calização pelo governo.

Avanço - Para o secretário de De-senvolvimento Agropecuário e Coo-perativismo do Ministério da Agri-cultura, Caio Rocha, o atual texto avançou ao tratar em um só docu-mento da pesquisa sobre fármacos e cosméticos e sobre alimentação e agricultura. Segundo ele, o projeto trará amplos benefícios à agricultu-ra, dando condições de paridade na competição internacional.

“O estímulo à pesquisa, o acesso à bioprospecção: esse é o ponto funda-mental, pois o Brasil, como país nú-mero 1 em biodiversidade do mundo, tem de fazer disso um carro-chefe”, destacou o secretário de Biodiver-sidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Cavalcanti.

Restrições - O advogado do Insti-tuto Socioambiental (ISA) Mauricio Guetta criticou dispositivos do texto que limitariam a divisão de benefí-cios, como o que define que essa divi-são se restringe a produtos acabados que tenham como elemento princi-pal de agregação de valor o acesso a conhecimentos tradicionais ou ao patrimônio genético.

Hoje, uma loja virtual recolhe todo o ICMS para o estado em que está localizada

TRIBUTOS | Os estados de destino terão direito a uma parcela maior do ICMS se o consumidor final for pessoa física

PEC do comércio eletrônico é aprovada em 1º turno

com o aval de todos os secretários estaduais da Fazenda.

Diferença diminuída - Segundo a nova regra, além da alíquota interna será usada a interestadual, e a dife-rença entre elas será gradualmente direcionada ao estado de destino do bem ou serviço:

- 2015: 20% para o estado de des-tino e 80% para o estado de origem;

- 2016: 40% para o estado de des-tino e 60% para o estado de origem;

- 2017: 60% para o estado de des-tino e 40% para o estado de origem;

- 2018: 80% para o estado de des-tino e 20% para o estado de origem;

- a partir de 2019: 100% para o estado de destino.

Caso a cobrança do comércio vir-tual fosse imediatamente transferida para o estado de destino dos produ-tos, como previa a redação original da PEC no Senado, São Paulo esti-mava uma perda de R$ 2,2 bilhões

apenas no primeiro ano de vigência dessa sistemática.

“O comércio on-line é o que mais cresce no Brasil, a Constituição de 1988 não previa que chegasse a esse nível. É necessário corrigir a legisla-ção”, avaliou o relator. Segundo ele, a mudança é uma vitória e o início da reforma tributária no Brasil.

Macêdo afirmou que as novas re-gras trarão mais equilíbrio fiscal sem prejudicar os principais estados ven-dedores, como São Paulo, que serão beneficiados pela renegociação de suas dívidas.

Exemplo - Na prática, a partir de 2019, se uma pessoa de Sergipe com-prar um computador pela internet de uma loja sediada em São Paulo, parte do imposto (7%, referente à alíquo-ta interestadual) será destinada aos cofres paulistas e a diferença entre a alíquota interna do estado de destino (17%, no exemplo) e a interestadual (7%) ficará com Sergipe (17% - 7% = 10%).

Se a compra do exemplo for feita em 2015, devido à transição, Sergipe receberá 2% (20% da diferença en-tre as alíquotas); e São Paulo, 15% (7% da interestadual + 8% referente à diferença).

Gabriela Korossy

©lassedesignen/Fotolia

Page 4: Jornal da Câmara - 12/11/2014

12 de novembro de 20144 | JORNAL DA CÂMARA

ORÇAMENTO | Proposta foi apresentada pelo governo devido ao deficit de R$ 20,7 bilhões acumulado até setembro

Projeto facilita atingir superavit primárioO governo enviou ontem um pro-

jeto de lei ao Congresso Nacional que praticamente duplica a sua capaci-dade de obter o superavit primário neste ano. O projeto (PLN 36/14) permite ao Executivo abater da meta de superavit (R$ 116,1 bilhões) todo o gasto com ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e com as desonerações tributárias con-cedidas neste ano, sem especificar um valor.

A Lei de Diretrizes Orçamentá-rias (LDO – 12.919/14) em vigor, que é alterada pelo projeto, já estabelece que a meta pode ser reduzida pela soma do PAC e das desonerações, mas especifica um teto de abatimen-to, que é de R$ 67 bilhões. O projeto acaba com o teto. Na prática, o go-verno poderá reduzir a meta em um número que chega a superar o pró-prio valor total do superavit exigido.

A execução do PAC até o início de novembro soma R$ 51,5 bilhões. As desonerações, segundo a Receita Federal, estavam em R$ 75,1 bilhões até setembro, último mês de divul-gação desse dado.

As duas contas somadas chegam a R$ 126,6 bilhões, valor superior à meta (R$ 116,1 bilhões). Como a exe-cução do PAC continua até dezem-bro e as desonerações também de-vem subir até lá, o valor do desconto pode passar dos R$ 140 bilhões, mais do que o dobro do abatimento previs-to nas regras em vigor.

Sem número - A ministra do Pla-nejamento, Miriam Belchior, não quis se comprometer com um va-lor de superavit que será persegui-do pelo Executivo até o final do ano.

O governo federal acumulou um deficit primário de R$ 20,7 bilhões até setembro, segundo dados divul-gados na semana passada. Mas ela afirmou que as contas públicas vão fechar o ano com um valor positivo.

“Vamos fazer o maior superavit primário possível. O que está estabe-lecido hoje não é mais possível. Mas não temos como estabelecer uma meta porque a receita está errática”, afirmou a ministra, após ser questio-nada pelo deputado Vanderlei Macris

(PSDB-SP) durante audiência pública realizada ontem pela Comissão Mis-ta de Orçamento para discussão da proposta orçamentária para 2015.

Crítica - O deputado Vanderlei Macris disse que o abatimento pro-posto é um cheque em branco para o Executivo alcançar uma meta. Para ele, o projeto é mais uma “maquia-gem”. “O que acontece é que [o go-verno] está carregando na tinta da maquiagem do orçamento federal.”

Miriam Belchior diz que economia e orçamento estão equilibradosA ministra do Planejamento, Mi-

riam Belchior, disse que as despesas do governo com pessoal, previdência e dívida pública estão sob controle e que os investimentos em saúde, educação, infraestrutura e progra-mas sociais continuam aumentando. Ela apresentou ontem na Comissão Mista de Orçamento o projeto da Lei Orçamentária Anual de 2015.

O projeto prevê que a economia cresça 3% (PIB total de R$ 5,75 tri-lhões), com inflação de 5%. O gover-no propõe um salário mínimo de R$ 788,06 (aumento de 8,8%). Outros números indicam uma receita total do governo de R$ 1,46 trilhão, des-pesas totais de R$ 1,14 trilhão, sendo R$ 294 bilhões em despesas discri-cionárias, que o governo pode ma-nejar livremente. As transferências constitucionais obrigatórias para es-tados e municípios somam R$ 230 bi-lhões. O resultado primário previsto é de R$ 86 bilhões, ou 1,5% do PIB. Esse dinheiro é usado para compor o superavit primário, para o pagamen-to de juros e a amortização da dívida.

Debate - O relator da Lei de Dire-trizes Orçamentárias 2015, senador Romero Jucá, destacou o crescimento de investimentos em saúde e edu-cação. “Temos conseguido melhorar a peça orçamentária ano após ano. As emendas têm feito com que te-nhamos condição de apresentar pe-ças que têm de certa forma buscado atender diversos setores com investi-

mento público”, afirmou. Jucá apon-tou dificuldades na concretização de despesas e com relação aos restos a pagar – despesas contratadas em anos anteriores não executadas até 31 de dezembro e que têm de ser pa-gas nos exercícios seguintes.

O relator das receitas do Orça-mento para 2015, deputado Paulo Pi-menta (PT-SP), disse que o governo

opta por enfrentar a crise mundial sem diminuir investimentos. “À me-dida que o governo amplia os recur-sos para saúde e educação, mantém patamar significativo para o PAC”.

Críticas - O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) afirmou que o qua-dro apresentado pela ministra e pe-los parlamentares governistas não representa a realidade do País. “Pa-rece que estamos no caminho certo e que está tudo bem, que a economia está uma maravilha. É indiscutível que a gente viveu um estelionato eleitoral. Esconderam do povo bra-sileiro dados como o de que a misé-ria aumentou e de que houve R$ 25 bilhões de deficit recentemente”, cri-ticou o deputado.

O deputado Felipe Maia (DEM--RN) observou que, embora o gover-no prometa 3% de crescimento do PIB em 2015, o mercado aposta em apenas 0,8%. “Qual o tamanho da real frustração, da decepção que o país terá? O modelo econômico bra-sileiro é equivocado. Esse governo não tem feito o País crescer”, disse.

Pimenta: investimentos preservados Sávio: “esconderam dados do povo”

A ministra defendeu a proposta na reunião de ontem da Comissão de Orçamento

Gabriela Korossy

Viola Jr. Gabriela Korossy

”Vamos fazer o maior superavit primário possível.”Ministra Miriam Belchior

Parecer de Jucásobre proposta deveser conhecido hoje

O projeto apresentado pelo go-verno será analisado agora na Co-missão de Orçamento. O presiden-te da comissão, deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), designou para re-latar a proposta o senador Rome-ro Jucá (PMDB-RR), que prometeu entregar o parecer hoje.

O vice-presidente da Repúbli-ca, Michel Temer, se reuniu ontem com integrantes da base aliada e com o presidente da Câmara dos, Henrique Eduardo Alves, para tra-tar da aprovação dessa matéria. Alves afirmou que a proposta de-verá ser discutida com todos os partidos para ser aprovada com rapidez, já que a revisão do supe-ravit é uma questão de Estado.

Romero Jucá deverá apresen-tar um parecer favorável ao proje-to. Segundo o senador, a mudan-ça evita que o País “fique à mercê das dúvidas das agências de ris-co”. “Ou ajusta a LDO ou parali-sa o País”, afirmou Jucá, que tam-bém é relator-geral da proposta orçamentária de 2015. Ele disse que espera um debate “duro, mas consistente”, na comissão.

Page 5: Jornal da Câmara - 12/11/2014

JORNAL DA CÂMARA | 5

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS | Ontem, colegiado também aprovou textos sobre trabalho escravo e greve de servidor

12 de novembro de 2014

Comissão mantém regras para trabalho doméstico A Comissão Mista de Consolidação

das Leis e Regulamentação Constitu-cional rejeitou as 58 emendas apre-sentadas pelos deputados ao projeto que regulamenta os direitos de em-pregados domésticos (PLS 224/13).

A intenção do relator, senador Ro-mero Jucá (PMDB-RR), é votar o tex-to como ele foi aprovado no Senado, para que as mudanças possam valer em 2015. “As emendas que vieram da Câmara descaracterizavam o projeto que o Senado aprovou. Entendemos que a proposta do Senado, aprovada por unanimidade, é uma proposta moderna, que regulariza o emprego doméstico, e queremos ver o emprego doméstico fortalecido. Vamos traba-lhar para manter o texto do Senado”, disse Jucá.

Garantia dos direitos - O texto re-gulamenta a Emenda Constitucional 72, promulgada em abril de 2013 para ampliar os direitos dos empregados domésticos, e ainda precisa de regu-lamentação em vários pontos, como controle da jornada de trabalho, horas extras, adicional noturno e pagamen-to do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os empregados do-mésticos conquistaram esses direitos, mas sem a regulamentação ainda não podem exercê-los.

Entre as medidas estão benefí-cios para empregados e empregado-res, como o pagamento de uma par-

cela única de 20% sobre o salário para cobrir FGTS, previdência, seguro-de-semprego, seguro contra acidente e um fundo para cobrir a multa de FGTS para demissão sem justa causa, que não deve ser paga pelo empregador.

A proposta também cria um siste-ma, chamado de “supersimples” em referência à tributação para pequenas das empresas, em que pela internet será possível gerar e pagar a contri-buição em um único documento.

Trabalho escravo – Também on-tem, a comissão aprovou o relatório de Jucá sobre a regulamentação da PEC do Trabalho Escravo (Emenda Constitucional 81), que prevê a desa-propriação do imóvel rural ou urbano em que for encontrada essa prática.

O projeto que regulamenta a ex-propriação (PLS 432/13) recebeu 55

emendas, das quais Jucá acolheu 29. Uma das questões polêmicas é o conceito de trabalho escravo. Mui-tas emendas pretendiam incluir a jornada exaustiva e as condições de-gradantes na caracterização, mas o relator rejeitou as alterações por con-siderar os conceitos abertos e subje-tivos. “São questões trabalhistas, e problemas sérios, mas não se pode confundir com a escravidão, que é o que queremos punir aqui”, disse.

Com isso, manteve-se a defini-ção que considera para a caracteri-zação do trabalho escravo a submis-são a trabalho forçado, sob ameaça de punição, com uso de coação ou com restrição da liberdade pessoal. São citados ainda a retenção no local de trabalho, a vigilância ostensiva, a apropriação de documentos do traba-

lhador e a restrição da locomoção em razão de dívida com o empregador.

Greve - O relatório do senador Ro-mero Jucá sobre a regulamentação do direito de greve do servidor pú-blico também foi aprovado. Até hoje o direito de greve dos servidores, que consta da Constituição desde 1988, não foi regulamentado, e todas as de-cisões sobre legalidade ou não de gre-ves do setor são tomadas com base em leis correlatas.

O texto reconheceu o direito de greve dos servidores públicos. O se-nador ainda acrescentou regra para que a participação na greve não seja critério de avaliação de desempenho, avaliação de índices de produtividade ou justificativa de incapacidade para desempenho da função pública.

Jucá acolheu sugestão dos sindica-listas de reduzir de 80% para 60% o percentual mínimo de funcionamen-to dos serviços essenciais durante as paralisações. Entre esses serviços es-tão emergências de hospitais, abaste-cimento de água e energia, coleta de lixo, defesa civil e controle de tráfego aéreo e os relacionados à segurança pública, entre outros. Já os serviços não essenciais deverão manter 40% do funcionamento.

Tramitação – As três propostas se-rão analisadas pelo Plenário da Câ-mara e depois pelo Plenário do Se-nado.

CPMI DA PETROBRAS | Encontro é encerrado devido ao início de votações no Senado Federal

Gerente comparece, mas reunião é interrompidaA reunião da Comissão Parla-

mentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, convocada para ouvir o gerente de Contratos da empresa, Edmar Diniz Figueiredo, foi encer-rada após quatro blocos de pergun-tas sobre o suposto esquema de pa-gamento de propina a funcionários. 

Segundo as denúncias, o paga-mento seria para facilitar negócios com a SBM Offshore, empresa ho-landesa que fornece navios-platafor-mas. Os contratos da SBM com a Pe-trobras somam 27 bilhões de dólares.

O presidente da CPMI, senador Vital do Rego (PMDB-PB), disse que foi obrigado a encerrar os trabalhos após o início da Ordem do Dia no Se-nado. Ao explicar a situação, Vital do Rego foi interrompido por parla-mentares da oposição, que afirma-ram que o encerramento da reunião não passava de uma manobra.

“Farsa” - O líder do PPS, deputa-do Rubens Bueno (PR), acusou Vital do Rego de montar “uma farsa, com participação do relator temporário”, deputado Afonso Florence (PT-BA).

Segundo Vital do Rego, a inver-são da pauta dos trabalhos da comis-são se deu por questões de quórum. Primeiramente, a CPMI decidiria sobre as convocações do presiden-te licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, e do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque. Os dois teriam sido citados pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Ro-berto Costa, como envolvidos no es-quema de corrupção na companhia.

Após o anúncio do fim da reunião, o deputado Carlos Sampaio (PSDB--SP) disse que a base governista ma-nipulou os integrantes da comissão.

Durante a reunião, o gerente de Contratos da Petrobras respondeu a poucas perguntas dos parlamenta-res, sempre afirmando que não tinha conhecimento de qualquer esquema de corrupção na estatal e que foram tomadas todas as providências para apurar as denúncias.

ÉTICA E DECORO

Processo de cassação de Vargas vai a Plenário

Por votação simbólica, a Comissão de Constituição e Justiça de Cidada-nia (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou ontem o parecer do deputado Sergio Zveiter (SD-RJ) contra o recur-so do deputado André Vargas (PT-PR) que tentava reverter a recomendação de cassação do seu mandato feita pelo Conselho de Ética.

DEM, Psol, PSDB, PSB, PSD, PPS, PV, PRB, PMDB e Pros manifestaram voto favorável ao relatório de Zveiter, enquanto o PT, com exceção do depu-tado Luiz Couto (PB), recomendou a aprovação do recurso.

Em agosto, o Conselho de Éti-ca decidiu pela cassação de Vargas por quebra de decoro parlamentar, devido a denúncias de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef.

Diante da derrubada do recurso, o processo de perda de mandato do de-putado será analisado agora pelo Ple-nário da Câmara, em votação aberta.

Luis Macedo

Luis Macedo

Deputados e senadores da comissão definiram as propostas que irão a Plenário

Edmar Figueiredo (E) negou ter conhecimento de esquemas de corrupção

Page 6: Jornal da Câmara - 12/11/2014

12 de novembro de 20146 | JORNAL DA CÂMARA

Deputados e membros de entidades pediram votação da PEC que garante autonomia administrativa e financeira aos órgãos

SERVIÇO PÚBLICO | Representantes das diversas categorias de advocacia pública pedem o apoio de parlamentares

Advogados da União defendem autonomiaAssociações representativas dos

advogados públicos fizeram, na Câmara dos Deputados, ato pela aprovação da Proposta de Emen-da à Constituição (PEC) 82/07, que dá autonomia administrativa e fi-nanceira para os integrantes das carreiras da Advocacia da União, da Procuradoria da Fazenda e da Procuradoria-Geral da União.

Durante o evento, foram reco-lhidas assinaturas de 19 líderes partidários da Câmara e do Sena-do. Os parlamentares assumiram o compromisso de tentar votar a proposta, pelo menos em primeiro turno, ainda neste ano.

O relator da proposta na comis-são especial, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), participou do ato. Ele afirmou que, somente com autono-mia, os advogados públicos poderão exercer suas funções de fiscalização e defesa do interesse público.

“A PEC permite que o exercício exclusivo da advocacia, dos seus pareceres, da defesa do Estado e proteção do governante seja feito por um advogado típico e próprio do Estado. E não por alguém que vem de fora, que passa aquele pe-ríodo e desaparece – e os parece-

res e as questões que são deixadas acabam no futuro trazendo trans-torno ou dificuldade, sem nenhu-ma responsabilização”, disse Lelo Coimbra.

Qualificação - O presidente do Sindicato Nacional dos Procurado-res da Fazenda Nacional, Heráclio Camargo, destacou que a proposta é fundamental para garantir, nos

quadros da advocacia pública, pro-fissionais qualificados para exercer suas funções.

“A falta de autonomia enseja uma falta de estrutura absurda: fal-ta de procuradores, falta de carrei-ras de apoio. Isso fomenta a corrup-ção e a sonegação”, disse Camargo.

O ato público foi promovido em parceria com a Frente Parlamentar

Glauber Braga: orgulho de ter contribuído

DISCURSOS

Glauber Braga destaca caráter preventivo da nova política nacional de defesa civil

O deputado Glauber Braga (PSB--RJ) destacou em Plenário a Lei 12608/12, que criou a Política Na-cional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC). Segundo ele, trata-se da primeira lei a “valorizar profunda-mente” a prevenção como aspecto fundamental em relação aos desas-tres naturais. “Tinha uma legisla-ção que falava de resposta: o que fa-zer depois que o desastre aconteceu. Eu tenho orgulho de ter contribuído para que o Brasil pudesse trazer para a sua legislação o tema prevenção como centro da norma”, disse.

Braga afirmou que em diversas localidades houve falhas na recons-trução das áreas atingidas, faltando capacidade institucional para aplicar os investimentos necessários.

“O processo de reconstrução por parte de vários municípios e de vá-rios governos estaduais se demons-trou uma nova tragédia. Na recons-trução na Região Serrana do Rio houve pouquíssima transparência e concentração de poderes em deter-minados secretários que não tiveram a capacidade de fazer a coisa cami-nhar”, declarou.

O deputado citou também pro-jeto de sua autoria, que obriga todo parlamentar a prestar contas de seus atos uma vez por mês. “A política di-ferente que a gente espera não é a ne-gação da política. A política diferente é exatamente a oportunidade de que a gente tenha mais instrumentos de participação no controle social e no acompanhamento da sociedade.”

Braga reafirmou ainda o compro-misso em trabalhar pela implemen-tação do Plano Nacional de Educa-ção e lembrou que uma de suas metas para os próximos 10 anos é a erradi-cação do analfabetismo no País.

Assis Carvalho lamenta preconceito contra os nordestinos e defende políticas sociais

O deputado Assis Carvalho (PT--PI) lamentou manifestações pre-conceituosas contra nordestinos nas redes sociais e programas de tevê. Em pronunciamento na Câmara, dis-se que as razões que levaram aos 78% de votos favoráveis a Dilma Rousse-ff no Piauí, por exemplo, foram os programas sociais implantados pelo governo que “melhoraram significa-tivamente a vida da população”.

“No meu estado, 68.299 famílias realizaram o sonho de ter um lar, pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, e 447.400 pessoas estão sendo beneficiadas pelo Programa Bolsa Fa-mília. Temos no Piauí 1.174 equipes do Programa Saúde da Família indo às casas de 95,40% da população. Na agricultura familiar, o governo Dilma liberou R$ 306,39 milhões para quase 125 mil projetos”, informou.

O deputado citou dados oficiais que apontam 1,7 milhão de pesso-as que já deixaram de receber o Bol-sa Família por terem melhorado de vida. “Esse programa é copiado em todo o mundo e não gera acomoda-ção. Muita gente neste país não su-porta a ideia de se acabar com a ex-

trema pobreza porque ainda queria que a família nordestina fosse ser babá dos seus filhos em troca de um prato de comida”, declarou.

Assis Carvalho falou também so-bre a MP 562/14, que incentiva a avia-ção regional. Para ele, a aprovação da medida é fundamental para a inte-gração e mobilidade da população. “O aumento do fluxo de passageiros e carga possibilitará a dinamização e o crescimento da economia brasileira, por meio de novas oportunidades de negócios, geração de emprego e ren-da, redução das desigualdades regio-nais e integração física do Brasil.”

Carvalho: programa é copiado no mundo

Mista em Defesa da Advocacia Pú-blica, que é presidida pelo deputado Fábio Trad (PMDB-MS).

Emenda 74 - O texto da PEC 82/07 também prevê autonomia para a Defensoria Pública, mas isso já está garantido desde o ano passa-do, com a promulgação da Emenda Constitucional 74, de 2013, originá-ria da PEC 207/12.

Zeca Ribeiro

Gustavo Lima Luis Macedo

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JORNAL DA CÂMARA | 7

CONSUMIDOR | Proposta exige comunicação da concessionária ao dono do veículo sobre necessidade de reparo

Comissão aprova exigência de recall individual

12 de novembro de 2014

A Comissão de Viação e Trans-portes aprovou o PDC 535/11, de Nel-son Pellegrino (PT-BA), que anula o reajuste do pedágio nas BRs 116 e 324, na Bahia, e nas rodovias esta-duais BA 526 e 528, trecho na divi-sa BA-MG – acesso à Base de Aratu. O trecho é explorado pela Via Bahia Concessionária de Rodovias S.A.

O projeto anula resolução da ANTT que autorizava o aumento. Se-gundo Pellegrino, o reajuste favorece apenas a empresa e desrespeita os usuários, que pagam por um servi-ço de “péssima qualidade”. O relator, Ricardo Izar (PSD-SP), apresentou parecer favorável. Para ele, a con-cessionária deve primeiro cumprir os compromissos contratuais, para só então de ter direito a reajuste.

O projeto será analisado pela Co-missão de Constituição e Justiça e, em seguida, pelo Plenário.

Projeto que permite que os auto-móveis apreendidos sejam vendidos em leilão público ou destruídos antes do final do processo penal, se já ti-verem sidos submetidos a perícia, foi aprovada pela Comissão de Viação e Transportes. Atualmente, o Código de Processo Penal determina que o veículo fique apreendido até que a sentença final transite em julgado.

O PL 5654/13, do deputado Wellington Fagundes (PR-MT), tam-bém reduz, de 90 para 30 dias, o pra-zo para que os veículos apreendidos que não tenham sido reclamados por seus proprietários sejam leiloados.

O relator, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), disse que a medida pode resolver o problema da super-lotação dos pátios de recolhimento.

O projeto tramita em caráter con-clusivo, e será analisado ainda pela Comissão de Constituição e Justiça.

Foi aprovada na Comissão de Via-ção e Transportes projeto que exige expressamente que o poder público preste informações, nas paradas de ônibus, sobre as linhas em opera-ção, o valor da passagem e os horá-rios previstos de embarque.

A proposta também determina que a empresa de transporte coletivo urbano informe nos veículos o trajeto específico daquela linha, o horário de chegada e partida e o valor da tarifa.

Foi aprovado o substitutivo do relator, deputado Leopoldo Meyer (PSB-PR), ao Projeto de Lei 5585/13, do deputado Valadares Filho (PSB--SE). O texto original exigia que as informações nos pontos de ônibus fossem prestadas pelo governo ou pelo órgão específico responsável por gerenciar o contrato de concessão dos serviços.

A opção por adotar o termo “po-der público”, segundo o relator na comissão, ocorreu porque há casos de prestação direta de serviço pelo

Reajuste de pedágio pode ser anulado

Apreensões: leilão pode ser antecipado

Aprovado projeto que amplia informações em ponto de ônibus

Segundo o texto, a concessionária deverá fazer o reparo do veículo gratuitamente, e não poderá fixar prazo para o conserto

A Comissão de Desenvolvimen-to Econômico, Indústria e Comércio aprovou o Projeto de Lei 4883/12, do Senado, que obriga a concessionária de carros que fez a venda a notificar pessoalmente o proprietário do ve-ículo objeto de recall, por meio de carta registrada ou outras formas de comunicação direta.

De acordo com a proposta, a con-cessionária deverá ofertar gratuita-mente o reparo do problema cons-tatado pelo recall e não poderá fixar prazo para que o dono do carro o leve para o estabelecimento que fará o conserto.

Além disso, o proprietário terá direito de consertar seu veículo em qualquer concessionária autorizada da rede do fabricante, independente-mente do local onde adquiriu o bem.

O relator do projeto na comissão, deputado Antonio Balhmann (Pros--CE), argumenta que, ainda que mui-tas montadoras promovam grande publicidade, isso não é suficiente. “Hoje, quando uma empresa tem a necessidade de emitir um recall, ela faz por meio da mídia ou de um jor-nal de grande circulação. Não há um comunicado direito e pessoal ao pro-prietário do veículo”, lembrou.

Órgãos de trânsito - Pelo projeto, a concessionária também deverá ex-pedir notificação aos órgãos estadu-ais de trânsito para fins de registro e comunicação ao novo comprador, em

caso de transferência de propriedade do veículo. Além disso, a concessio-nária notificará os órgãos estaduais de trânsito sobre o atendimento do recall, para que seja dada baixa no registro do veículo.

O diretor do Sindicato dos Con-cessionários e Distribuidores de Ve-ículos Autorizados do Distrito Fede-ral (Sincodiv-DF), Alessandro Soldi, disse ser a favor da proposta. “Toda forma de comunicação com o clien-

te, para realizar um reparo, é bem--vinda”, afirmou.

Tramitação - O projeto ainda será analisado, em caráter conclusivo, pe-las comissões de Defesa do Consu-midor; e de Constituição e Justiça.

Estado, assim como outros, até mais comuns, de delegação por meio de permissão, forma menos rígida de contrato público.

O substitutivo também retirou as penalidades estabelecidas na propos-ta original, que previam a cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão temporária da ativida-de, bem como a sanção de interven-ção administrativa. De acordo com Meyer, essas punições, previstas no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90), não servem contra o poder público.

“A proposta é mais um instru-mento legal para sociedade civil, no sentido de exigir do gestor inepto ou negligente a melhoria do sistema de informações em transporte”, afirmou o relator.

Tramitação - O projeto, que trami-ta em caráter conclusivo, será anali-sado ainda pelas comissões de Defe-sa do Consumidor; e de Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Divulgação

Page 8: Jornal da Câmara - 12/11/2014

A Comissão do Esporte da Câma-ra dos Deputados aprovou proposta que dá aos clubes que formam atletas no País o direito de assinar o contra-to de trabalho com os esportistas que estiverem sob seus cuidados há pelo menos seis meses. A medida cons-ta no Projeto de Lei 6260/13, da de-putada Flávia Morais (PDT-GO), em análise na Câmara dos Deputados.

A proposta altera a Lei Pelé (9.615/98), que atualmente estabe-lece que o clube só pode exigir o con-trato do atleta em formação (aquele que possui pelo menos 16 anos) após um ano de iniciado o trabalho. Caso o atleta não aceite o acordo propos-to ou opte por mudar de entidade, o clube pode exigir uma indenização para cobrir os custos da formação.

O relator da proposta, deputado Marcelo Matos (PDT-RJ), fez mudan-ças apenas de redação, para aperfei-çoar o texto. Ele concordou que esse contrato tenha prazo máximo de três anos, em vez dos atuais cinco. Como, por definição, essa medida no Brasil é vinculada ao futebol, Matos suge-riu que se siga esse que é o padrão definido pela Federação Internacio-nal de Futebol (Fifa), a que está vin-culada a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Tramitação - O projeto tramita em caráter conclusivo e deve ser votado em seguida na Comissão de Consti-tuição e Justiça e de Cidadania, sem necessidade de votação em Plenário.

12 de novembro de 20148 | JORNAL DA CÂMARA

A Comissão do Esporte discute hoje os investimentos e a organiza-ção para receber os jogos olímpicos em 2016, no Rio de Janeiro. O presi-dente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Organizador dos jogos no Rio, Carlos Nuzman, foi convida-do para dar explicações aos parla-mentares, em audiência pública.

Em junho deste ano, Nuzman ga-rantiu aos integrantes da comissão que as obras estão dentro do crono-grama e convidou os parlamentares a visitarem o Rio de Janeiro após as eleições.

As entidades profissionais ou for-madoras de novos talentos passam a ser consideradas responsáveis pela matrícula e acompanhamento esco-lar dos atletas com menos de 18 anos que não concluíram o ensino médio. A responsabilidade foi atribuída em proposta aprovada na Comissão do Esporte da Câmara, que torna obri-gatória a matrícula em escolas de to-dos os beneficiários do Bolsa-Atleta e desportistas vinculados a essas en-tidades.

O texto aprovado é um substitu-tivo da Comissão de Educação para o Projeto de Lei 1702/11, do deputa-do José Stédile (PSB-RS). A comissão optou por alterar responsabilidades atribuídas pelo projeto original às fe-derações desportivas e aos ministé-rios da Educação e do Esporte.

Futuro melhor - A relatora da pro-posta na Comissão do Esporte, depu-tada Flávia Morais (PDT-GO), con-

Despoluição da Baía da Guanabara para provas náuticas é uma providência que os responsáveis já disseram que não sairá a tempo

Flávia Morais: valorização do atleta

ESPORTE

Indenização por formar atleta pode ter prazo menor

EDUCAÇÃO | Responsabilidade por acompanhar ensino de jovens atletas será de entidades

Aprovada exigência de que esportista estudecordou com a mudança, que no seu entendimento não deve gerar muitos custos às entidades, e deve assegu-rar um futuro melhor para os jovens atletas.

“As propostas constantes deste voto visam não apenas à salvaguar-da de menores à escolarização, mas também à valorização dos atletas, profissionalizados ou não, de forma a que possam estar mais preparados para o desenvolvimento de suas car-reiras esportivas ou de qualquer ou-tra, caso fiquem impossibilitados de prosseguir como atletas”, disse.

Pelo substitutivo, caberá à en-tidade de prática desportiva em-pregadora manter sob sua guar-da documentos comprobatórios de matrícula e frequência mínima dos atletas profissionais e em formação, sendo o percentual mínimo permi-tido de 75% do total de horas letivas de cada bimestre.

Tramitação - O projeto, que trami-ta em caráter conclusivo, será anali-sado ainda pela Comissão de Consti-tuição e Justiça e de Cidadania.

JOGOS OLÍMPICOS | Presidente do Comitê Organizador fala sobre o cronograma

Comissão do Esporte debate estágio das obras para Olimpíadas Rio 2016

O novo debate foi proposto pelo deputado Marcelo Matos (PDT-RJ). “Recentemente, preocupou-nos a notícia divulgada pela imprensa bra-sileira sobre a invasão de traficantes às instalações da Vila Olímpica Félix Mielli Venerando, em Honório Gur-gel, Rio de Janeiro”, disse Matos res-saltando que o acontecimento traz à tona a necessidade de adoção de medidas de segurança para prote-ger e conservar o patrimônio público construído para os Jogos Olímpicos.

Custos - No ano passado, em au-diência na Câmara dos Deputados,

o então presidente da Autoridade Pública Olímpica e ex-ministro das Cidades, Márcio Fortes, disse que as obras para o mundial devem ser en-tregues até julho de 2015, mas não sabe quanto tudo isso vai custar.

Em 2009, ano em que foi confir-mada a candidatura do Rio de Janei-ro, o orçamento total estava avaliado em R$ 28 bilhões. O representante do Comitê Olímpico Brasileiro Leonar-do Criner e o diretor-executivo da Autoridade Pública Olímpica, Mar-celo Pedroso, também foram convi-dados para participar da audiência.

Mudança dá direito aos clubes de antecipar a cobrança, aos atletas que mudem de entidade, de indenização para cobrir os custos de formação

Matos, o relator: mudanças de redação

Viola Jr.

Gabriela Korossy

Tomaz Silva/Agência Brasil