jornal consciência & luta - outubro de 2009

9
Jornal do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná • Ano XVIII • nº 328 • Outubro de 2009 Possíveis irregularidades do Tribunal serão investigadas pelo CNJ Página 3 Página 4 Página 7 PRESIDENTE DIZ QUE URV NÃO É INDENIZAÇÃO Página 8 Marcha dos trabalhadores quer redução da jornada Sindijus-PR vai propor alterações ao Planejamento do TJ Plenárias convocam servidores para mobilização Páginas 5 Audiência Pública no dia 12 de novembro discute a atuação do TJ Paraná será o próximo Estado a receber a equipe da Corregedoria Nacional de Justiça para a realização de inspeção. Programada para o período de 9 a 12 de novembro, a inspeção vai procurar identificar as causas que levam o Tribunal de Justiça do Paraná a manter 14.079 processos aguardando julgamento há mais de 100 dias. Para verificar a situação do CNJ, a equipe de juízes da Corregedoria vai visitar unidades judiciais e administrativas da Justiça Comum Estadual de primei- ro e segundo graus, além de cartórios extrajudiciais e unidades da administração pública. No dia 12, uma audiência pública presidida pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, receberá de servidores e da sociedade reclamações e sugestões sobre o Judiciário do Estado. ...e não exploração Página 4 Servidores querem valorização...

Upload: gustavo-vidal

Post on 10-Mar-2016

226 views

Category:

Documents


9 download

DESCRIPTION

Jornal Consciência & Luta - Outubro de 2009

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal Consciência & Luta - Outubro de 2009

Jornal do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná • Ano XVIII • nº 328 • Outubro de 2009

Possíveis irregularidades do Tribunalserão investigadas pelo CNJ

Página 3

Página 4 Página 7

PRESIDENTEDIZ QUE URVNÃO ÉINDENIZAÇÃO

Página 8

Marcha dostrabalhadoresquer reduçãoda jornada

Sindijus-PR vai propor alteraçõesao Planejamento do TJ

Plenárias convocam servidores para mobilização Páginas 5

Audiência Pública no dia 12 de novembro discute a atuação do TJ

Paraná será o próximo Estado a receber a equipe da Corregedoria Nacionalde Justiça para a realização de inspeção. Programada para o período de 9 a12 de novembro, a inspeção vai procurar identificar as causas que levam  o

Tribunal de Justiça do Paraná a manter 14.079 processos aguardando julgamento hámais de 100 dias. Para verificar a situação do CNJ, a equipe de juízes da Corregedoriavai visitar unidades judiciais e administrativas da Justiça Comum Estadual de primei-ro e segundo graus, além de cartórios extrajudiciais e unidades da administraçãopública. No dia 12, uma audiência pública presidida pelo corregedor nacional deJustiça, ministro Gilson Dipp, receberá de servidores e da sociedade reclamações esugestões sobre o Judiciário do Estado.

...e não exploraçãoPágina 4

Servidores queremvalorização...

Page 2: Jornal Consciência & Luta - Outubro de 2009

2

Sindijus-PR apresentarádenúncias ao CNJ

Outubro de 2009

OPINIÃO

As idéias expostas pelas cartas não refletem a opinião do j ornal.

ÓRGÃO INFORMATIVO DO SINDIJUS-PR - SINDICATO DOSSERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ

Sede: Rua David Geronasso, 227 - Boa Vista CEP 82540-150 - Curitiba-PRFone: (41) 3075-5555 - Fax: (41) 3075-6702

As cartas podem ser enviadas para [email protected]

www. sindijuspr.org.br

SISTEMA DIRETIVOConselho Executivocoordenador-geral: José Roberto Pereira; secretário-geral: Mário Cândido de Oliveira;Ademir Aparecida Pinto; Airton Dias de Oliveira; Caetano Zaganini; Clóvis Menger; DavidMachado; Edson Fernando da Silva; Maria Dulcinéia Fernandes Del Rios; Rosana do Rociode Freitas Diniz.Conselho DeliberativoAdenilza Rocha Augusto; Adivaldo Rosa; Aldo Bonato; Aldoino Fedrigo; Amauri da Silva;Amauri da Silva Fernandes; André Guilherme de Freitas; Ângelo José Sasso; Antonio CarlosDatto; Antonio Marcos dos Santos; Antonio Marcos Pacheco; Antonio Ribeiro Neto; AristeuNunes; Benedita Estracer Zioli; César Conrado de Souza Neto; Daltron Moreira Rocha; DarioAparecido da Costa; Davi Aguiar de Andrade; Diógenes Nunes de Souza; Dirce Leni da Rosa;Dorian Aparecida Damaceno; Edson Luiz Futerko; Edson Prado Lima; Irineu Goveia; ItacirAntunes dos Santos; José Panisson; Josevaldo Moreira Alves; Jurandir Moreira Vilas BoasJunior; Lizete Ramos Cancela; Lourival dos Santos Cordeiro Junior; Lucinei Luiz Guimarães;Luiz Carlos Lopes; Luiza Narduci Pereira; Marcello de Oliveira; Márcia Regina MosquerRipula; Marco Antonio Cremonez; Marcos Henrique Romualdo da Silva; Maria Emilia Martins;

Maria Madalena de Oliveira; Mario Sérgio dos Santos; Mary Claudia Hetka Dubieli; Neli Maria Felix; Osmar Lopesda Silva Filho; Pierina Libera De Martini; Reginaldo Prado Lima; Rodrigo Augusto Moersbaecher Paes; RosangelaZilliotto; Rui Artur de Aguiar; Sidney Prado Lima; Silvana Claudia Barreiro; Tereza Maria Miranda Carvalho; VanerGalli; Vilma Aparecida Demori; Virginia de Moraes Freire e Zeli Martins Fontoura.

Conselho FiscalAdélcio Renosto; Elisio Marques; José Paulino Lourenço; Osemir Queiroz e Rosanna Ventura.

Conselho EditorialJosé Roberto Pereira, Mário Cândido de Oliveira, David Machado, Edson Fernando da Silva e Caetano Zaganini.

Jornalista Responsável (fotos, diagramação e edição)Gustavo Henrique Vidal - jornalista profissional diplomado - MTb 5928-PRIlustraçõesSimon TaylorImpressãoJornal do Estado/Tiragem 5.500 Edição final às 21h55min do dia 27 de outubro de 2009.

As cartas não refletem a opinião do Sindicato.

Conselho Nacional deJustiça (CNJ) vai reali-zar inspeção no Poder

Judiciário do Paraná. O objetivoé melhorar os serviços da Justi-ça para aumentar sua eficiência.A fiscalização vai ser comanda-da pelo corregedor nacional deJustiça, ministro Gilson Dipp, evai abranger unidades da admi-nistração pública que estão soba fiscalização do Judiciário Esta-dual de Primeiro e de SegundoGrau.

A operação “pente fino” vai,também, inspecionar cartórios,serventias judiciais e extraju-diciais. O trabalho começa no dia9 de novembro e termina no dia12 com uma Audiência Públicano Plenário do Tribunal de Jus-tiça. Desse contato com o públi-

co, o CNJ pretende colher su-gestões, reclamações ou obser-vações para aprimorar o serviçoforense. O Sindijus-PR foi con-vidado para participar da audi-ência. E para tanto já está rece-bendo sugestões da categoriapara serem apresentadas aoCorregedor.

Alguns assuntos já são de co-nhecimento dos servidores etambém da administração do Tri-bunal de Justiça, como a extinçãode cargos no foro judicial com aconsequente criação de outros,com salários menores do que osatuais, complementados comgratificações que chegam a 150%dos vencimentos. Também, a fal-ta de um Plano de Carreira paraos servidores, as más condiçõesde trabalho e a falta de servido-

res serão lembradas.Muitos elementos, no entan-

to, vão surgir da pesquisa que oSindijus-PR realiza no Estado comescrivães e secretários dos juizadoscriminais. A Audiência Pública queo Sindijus-PR está organizando,para o dia 9 de novembro, paradebater a valorização dos servido-res do judiciário também será degrande valia para apresentar pro-postas ao CNJ.

A Resolução 88/09 do próprioConselho que determina a eleva-ção da jornada de trabalho não vaificar de fora da pauta das denún-cias. Representantes do Ministé-rio Público, da Ordem dos Advo-gados do Brasil, da Magistratura,de associações ligadas à Justiça esecretários de Estado também fo-ram convidados para a Audiência.

INSPEÇÃO

Só quero externar a minhaopinião com relação aoCNJ: Só vão ter uma just i-ça qualif icada, quando aprópria just iça reconhecerque não é nada sem os ser-vidores. Quando se fala emJust iça, ninguém sabe queo próprio TJ, trabalha cominjust iça com o seu servi-dor. Melhorar a Justiça pre-cisa primeiramente honrarseus servidores nos seus di-reitos. Just iça que não re-conhece direi t o, não sepode falar que é Just iça.Melhorem os quadros dosservidores. Dê os direitosadquiridos aos servidoresMelhore as condições detrabalhos. Poderá o Conse-lho Nacional de Just iça fa-lar em Justiça. Por enquan-to o CNJ está sendo injus-to com a sociedade por quequerem f azer moral namídia sem reconhecer queo problema está nos admi-nistradoresdos poderes.

A.L.G.

INSPEÇÃO 2E agora o Presidente do TJvai nos pagar os atrasadosda URV ou não? Peço aoSindij us-PR que leve tudoisso ao conhecimento doCNJ na audiência pública,fale dos pagament os deauxílios moradia ret roat i-vos aos Juízes de formaindenizat ória dos paga-mentos em atos secretos,

não t enham medo mos-t rem a verdade ao CNJ,temos que ter firmeza di-ante do TJ eles não podemfazer o que querem comnós servidores

C.F.S.

DESCONTO PREVIDÊNCIA

É muit a t r ist eza para anossa classe, de um lado acúpula do TJ nos metendoa faca nas costas, agoraesta do governo de tentardescontar de nossos ven-ciment os novament e ataxa da previdência. Nósnão podemos deixar pas-sar em branco, é muit acara de pau deste governofazer nos pagarmos o rom-bo da previdência. Temosque fazer alguma coisa. Ésempre nós que devemospagar o pato.

F.E.S.

ESTATUTO

Aproveitando o momentoem que se discute a j or-nada de 08 horas diáriasno Judiciário, sindicatos eassociações dos servidoresdeveriam lutar com dedi-cação para aprovação daPEC que atribui ao STF aelaboração de um estatu-to único dos servidores doj udiciário, com equipara-ção de salário e tudo mais.08 horas diárias, tudo bem!Mas com valorização dosservidores!

J.S

Page 3: Jornal Consciência & Luta - Outubro de 2009

3

ENTRE os dias 9 e 12 de novembro Conselho Nacional de Justiça inspeciona o TJ

A hora de mostrar as contradiçõesdo Tribunal de Justiça

Outubro de 2009

xtinção dos cargos, redução desalário em novas funções, a fal-ta de um Plano de Carreira, o

tratamento desigual entre servidores emagistrados, aumento da jornada detrabalho, as péssimas condições de tra-balho, a falta de servidores. Estes sãoalguns pontos que o Sindijus-PR apre-sentará no dia 12 de novembro ao Con-selho Nacional de Justiça (CNJ). Paraeste dia está marcada uma AudiênciaPública que deverá avaliar a atuação doTribunal de Justiça. A audiência fazparte da inspeção que o CNJ realiza noParaná em novembro.

A inspeção será feita nas unidadesde primeiro e segundo grau, possibi-litando a manifestação dos servidoresem seu local de trabalho. Já a audiên-cia será aberta à população, medianteinscrição. “É o momento dos servido-res denunciarem as condições de tra-balho e de tratamento na Justiçaparanaense”, destaca Mário Cândidode Oliveira, coordenador-geral doSindijus-PR em exercício.

A Portaria 233 do CNJ, que deter-mina a inspeção, garante ao Sindijus-PR uma participação efetiva na audi-ência pública. Outros órgãos e associa-ções são convidados, como a Assojepar,OAB-PR, Amapar e Ministério Público.“Esperamos uma grande discussão so-bre a justiça do Paraná. Existem falhasque precisamos encontrar soluções.Quem sabe com a presença do CNJ essecaminho seja mais fácil”, ressalta MárioCândido.

Programada para o período de 9 a12 de novembro, a inspeção vai pro-

As inscrições para manifes-tação na audiência pública se-rão feitas no local reservado aosatendimentos pessoais do CNJ(11º andar – Presidência do Tri-bunal de Justiça), no dia 11 denovembro, das 09h30min às 12horas e das 14 às 18 horas.

As mani f est ações serãoorais, por cinco minutos, pror-rogáveis a critério do ministro-corregedor, e seguirão a ordemde inscrição.

COMO SE INSCREVER

FIQUE ATENTO

DIA 9 DE NOVEMBRO

Audiência Pública do Sindijus-PR so-bre a Valorização dos Servidores, noplenarinho da Assembleia Legislativa.

CNJ começa inspeção no Tribunal deJustiça.

DIA 12 DE NOVEMBRO

Audiência Pública do CNJ sobre aatuação do TJ, que acontece no Ple-nário do TJ, no 12º andar do prédioanexo do Tribunal, em Curitiba.

curar identificar as causas que levam o Tribunal de Justiça a manter 14.079processos aguardando julgamento hámais de 100 dias. Para verificar a situa-ção, apresentada pelas estatísticas doSistema Justiça Aberta, do CNJ, a equi-pe de juízes da Corregedoria, coman-dada pelo corregedor Gilson Dipp, vaivisitar unidades judiciais e administra-tivas da Justiça Comum Estadual deprimeiro e segundo graus, além decartórios extrajudiciais e unidades daadministração pública.

A inspeção, no entanto, não irá seater apenas a possíveis irregularidadesno funcionamento da Justiça. Vai pro-por também, medidas de melhoria eaperfeiçoamento, principalmente paraque o Tribunal de Justiça do Paranápossa cumprir a Meta 2, de nivelamentodo Judiciário que prevê o julgamento,até o final do ano, dos processos quederam entrada na Justiça até dezem-bro de 2005.  Segundo dados coletadospelo Conselho Nacional de Justiça atésetembro, existem 87.905 processospendentes de julgamento no TJ. Osdados relativos à Meta 2 podem serconsultados no Processômetro, acessí-vel na página inicial do portal eletrô-nico do CNJ. Também falta ao TJ infor-mar quantos cartórios ficaram vagosapós 1988 e como as vagas foram pre-enchidas, tendo em vista que após aConstituição, o concurso público parao preenchimento de vagas para ostitulares tornou-se obrigatório, deter-minação legal que vem sendo exigidapelo CNJ.

PERGUNTE AO CNJ

Envie sugestões dequestionamentos para o

Sindijus-PR.

Escreva paraconscienciaeluta@sindij uspr. org. br

Inspeção e Audiência Pública do CNJ avaliam a atuação do Tribunal de Justiça. No dia 9 de novembro, audiênciado Sindijus-PR debate a Valorização dos Servidores

As perguntas selecionadasfarão parte de um documentoque o Sindicato apresentarána Audiência Pública.

VALORIZAÇÃO DOS SERVIDORES

O Sindijus-PR está organizando umaAudiência Pública para debater a Valori-zação dos Servidores do Judiciário. A ati-vidade vai acontecer no plenarinho daAssembleia Legislativa no dia 9 de novem-bro e pretende reunir autoridades e pro-fissionais ligados ao dia-a-dia do Judiciá-rio. Para que haja maior envolvimento dacategoria, dirigentes estão percorrendo oEstado (leia mais na página 5) realizandoplenárias regionais que já aconteceram emCianorte, Cascavel, Londrina, Maringá,Guarapuava, Francisco Beltrão e no dia 30será em Ponta Grossa.

Os encontros têm reunido servidoresdas comarcas das regiões onde são reali-zadas as plenárias e servem para ajudar adefinir a pauta da referida audiência. Acategoria está sendo convidada para par-ticipar de uma grande mobilização esta-dual no dia da audiência.

Pontos que estão sendo tratados nessesencontros e que deverão fazer parte dosdebates na Audiência Pública: os prejuízoscausados pela Lei 16023/08, que determi-nou a extinção de cargos na justiça de 1ºgrau, alteração de pontos da Lei 16024 (es-tatuto), o pagamento dos atrasados da URV,Plano de Carreira com a participação doSindicato, melhores condições de trabalho,contratação de mais servidores, aprovaçãode Projeto de Lei para reativar o IPE-Saúdee contra a extensão da jornada de trabalhodeterminada pela Resolução 88 do CNJ. Osservidores analisam também um documentoque deve ser apresentado pelo Sindijus-PR ao CNJ na Audiência Pública do dia 12de novembro

Page 4: Jornal Consciência & Luta - Outubro de 2009

4

TRABALHADORES na luta cont ra j ornada de 08 horas

Arq

uivo

Sin

diju

s-P

R

Outubro de 2009

s servidores do Judiciárionacional foram às ruas nodia 21 e apresentaram sua

contrariedade e preocupação coma Resolução 88 do Conselho Naci-onal de Justiça (CNJ). A medidaamplia a jornada de trabalho dosservidores do Judiciário elevandopara 7 horas em turno inin-terrupto ou para 8 horas em doisturnos.

Em Brasília, mais de 100 re-presentantes dos sindicatos es-taduais se reuniram em mani-festação em frente ao CNJ.Ademir Aparecida Pinto “Cida” eTereza de Miranda, da direçãodo Sindijus-PR, representaram oParaná no movimento. “A cate-goria está unida contra essaafronta aos direitos dos trabalha-dores”, destacou Cida.

Os servidores entendem quea população merece atendimen-to amplo e irrestrito do Judiciá-rio. Por isso, defendem uma jor-nada de 12 horas de atendimen-to ao público em dois turnos de6 horas, garantindo a prestaçãojurisdicional à população semprejuízo dos direitos já conquis-tados pela classe trabalhadora.

Está comprovado que jorna-das menores propiciam maiorprodutividade, trabalho de mai-

Os servidores queremvalorização e não exploração

or qualidade, menor índice deerros e redução dos problemasde saúde. A Organização Inter-nacional do Trabalho divulgouestudo que mostrou que a pro-dutividade do trabalhador bra-sileiro está na 44ª colocação en-tre 69 países pesquisados. Emcontrapartida a produtividadedos trabalhadores em países comjornada inferior a 40 horas se-manais alcançou as melhorescolocações do ranking.

“Os trabalhadores reafirmama necessidade de tornar o Judi-ciário mais próximo do cidadão,atendendo-o com agilidade eeficiência. Os servidores já cum-prem com zelo e responsabili-dade o seu papel”, destacaDavid Machado, diretor doSindijus-PR, durante a manifes-tação em frente ao Fórum Cri-minal de Curitiba.

É preciso deixar claro que opagamento da hora extra é umdireito do trabalhador, mas naprática a maioria absoluta não arecebe. No Judiciário, a horaextra só se aplica em casos ex-cepcionais. Os abusos devem serobjeto de controle do CNJ e dascorregedorias gerais de justiçae não objeto de generalizaçãodescabida a sobrecarregar os ser-

vidores. “Hoje a maioria dos ser-vidores do Paraná precisa fazerhora extra e até trabalhar duran-te o final de semana para darconta do trabalho. E não rece-bem pelas horas trabalhadas”,lembrou David.

NACIONALLevantamento da Federação

Nacional dos Servidores da Jus-tiça Estadual (Fenajud) mostraque das 26 unidades da federa-ção, 18 possuem carga horáriade 6 horas para os seus servido-res. Essa jornada está disciplina-da por lei, em sua maioria, ouato normativo dos Tribunais.

A OIT (Organização Internaci-onal do Trabalho) divulgou estu-do intitulado “indicadores chavesdo mercado de trabalho”, segun-do o qual embora a jornada tenhasido reduzida nas últimas déca-das em vários países, a produtivi-dade mundial só aumentou noperíodo. Tal estudo comprovouque a produtividade do trabalha-dor brasileiro está na 44ª coloca-ção entre os 69 países pesquisadose em contrapartida a produtivida-de dos trabalhadores em paísescom jornada inferior a 40 horas se-manais alcançou uma ótima colo-cação no ranking.

Servidores se reuniram no Fórum Criminal. Representantes do Sindijus-PR participaram da manifestação em Brasília

O presidente do Tribunalde Justiça Carlos Hoffmanndeu um despacho equivoca-do no pedido em que oSindij us-PR requer o paga-ment o dos at rasados daURV desde a conversão damoeda de cruzeiros reaispara URV em 1994. Os fun-dament os apresent adospelo Sindicato se sustentamem decisões dos TribunaisSuperiores. Hoffmann, noentanto, disse que não re-conhece os atrasados comoverba indenizatória e simcomo verba remuneratória.

Sua decisão vai cont raent endiment o do próprioTribunal de Justiça que, nodia 4 de dezembro de 2008reconheceu os atrasados daURV como verba indeniza-tória, ou seja, que não temincidência dos descontos àprevidência e de impostode renda.

Naquela oport unidade,por meio do Protocolo nº282.428/2008, o presidentedo Tribunal de Just iça re-conheceu a dívida das ver-bas retroativas aos servido-res do Poder Judiciário, seucaráter indenizatório e au-t orizou o pagament o dosvalores relat ivos ao perío-do de um (01) ano compre-endido entre 1º de outubrode 2007 e 1º de outubro de2008. Fundament ou seudespacho na Resolução nº245/2002, do Supremo Tri-bunal Federal.

Antes, porém, o TJ fezuma consulta ao Tribunal deContas do Paraná (TC), quetambém reconheceu o ca-rát er i ndenizat ór io dosatrasados da URV.

Segundo o advogado doSi ndi j us-PR, Ludimar

Carlos Hoffmann coloca oTribunal de Justiça emcontradição

URV

Rafanhim, a resposta do TCautorizou o Tribunal de Jus-tiça a pagar os atrasados daURV e reconheceu que set rat a de verba i ndeni -zat ória e que seu paga-mento decorre de ato vin-culado e, portanto, não es-t aria ent re as l imit açõesimpostas pela Lei de Res-ponsabilidade Fiscal.

A parte final da decisãodo Tribunal de Contas dizque: “ Considerando que odireito a essa verba inde-nizatória, incluindo even-tuais valores atrasados, ou,ainda, a sua implantação narecomposição das perdassalariais, decorrem, portoda evidência, de reitera-das decisões j udiciais enão por del iberação dogest or públ ico, no planodecisório de conveniênciae oportunidade, não podea questão ser inserida noâmbito de aplicação do art.21, da LRF, por não alcan-çar os atos vinculados de-correntes de direitos asse-gurados const i t ucional -mente ou legalmente, queindependem da vontade dogestor”.

Segundo Mário Cândidode Oliveira, coordenador-geral do Sindi j us-PR emexercício, os servidores que-rem igualdade de tratamen-to com a implantação admi-nist rat iva dos at rasados,pois os magistrados recebe-rem os atrasados da URV ad-minist rat ivamente e comcarát er indenizat ório. Emais, no ano passado a ma-gistratura recebeu uma ver-ba retroativa, que dizem serde auxílio-moradia, nas mes-mas condições, ou seja, comcaráter indenizatório.

Page 5: Jornal Consciência & Luta - Outubro de 2009

5

APOSENTADORIA ESPECIAL

LICENÇA ESPECIAL DOS EX-CLT

Outubro de 2009

MANIFESTAÇÃO e audiência pública no dia 9

Plenárias Regionais convocamservidores para mobilizaçãoServidores se reunirão em Curitiba para discutir a valorização dacat egoria. Úl t ima plenária acont ece em Pont a Grossa

om representantes de9 comarcas da RegiãoSudoeste aconteceu, no

dia 23, em Francisco Beltrão aPlenária Regional de mobiliza-ções deliberada na AssembleiaGeral da categoria.

Dentre os pontos debati-dos, o que mais mereceu des-taque foi a questão relaciona-da aos auxiliares administrati-vos que querem saber comoestá o andamento da propostade mudanças nas leis 16023 e16024. A administração do Tri-bunal de Justiça tinha acena-do com a possibilidade de re-alizar alterações na Lei 16023para fazer equiparação com osnovos técnicos judiciários e,também, possibilitar promo-ções e remoções.

“Muitos auxiliares foramlotados em comarcas distintase distantes de suas comarcasde origem, onde residem eisso tem gerado custos eleva-dos em virtude da distânciaque precisam percorrer, alémde terem que arcar com alu-

guéis para poder permanecerna comarca”, explica MárioCândido de Oliveira, coorde-nador-geral do Sindijus-PR,em exercício. Segundo Mário,esses problemas têm levadomuitos a pedirem exoneração.Alegam que o salário pago aoauxiliar administrativo nãocompensa tantos sacrifícios.Mário diz ainda que o TJ, aoinvés de resolver o problema,“adia uma definição em rela-

ção aos auxiliares administra-tivos fazendo com que muitossaiam do judiciário estadual eassim o TJ vem perdendo bonsservidores para outros setoresque pagam melhores salários”.

As comarcas que estiveram re-presentadas em FranciscoBeltrão, além da comarca-sede,Pato Branco, Clevelância, Palmas,Chopinzinho, Santo Antonio doSudoeste, Capanema, Quedas doIguaçu, Dois Vizinhos).

Servidores de nove comarcas participaram das discuções

Dois momentos: primeiro em Londrina e depois em Maringá

Arq

uivo Sind

ijus-PR

O Sindij us-PR j á contestou a intenção do Estado de levara decisão sobre a licença especial para os ex-CLTs ao Su-premo Tribunal Federal. Assim, está concluso ao vice-pre-sidente do Superior Tribunal de Just iça para dizer se orecurso sobe ao STF ou não.Mesmo assim, o Sindij us-PR cont inua sugerindo aos seusf il iados para que peçam a licença, pois esse recurso doEstado não suspendeu a decisão do STJ que disse que osex-CLTs tem direito à licença especial.

AÇÃO PARA REENQUADRAMENTOO advogado do Sindij us-PR, Ludimar Rafanhim, informouque deu ent rada, no últ imo dia 30, na Ação Judicial quepede o reenquadramento de 123 aposentados do foro ju-dicial. O pedido está na 3ª Vara da Fazenda Pública com onúmero 37282/0000. Segundo Ludimar são servidores que,em 1º de outubro de 2004, quando da publicação da Lei14506/ 2004, estavam enquadrados no f inal da carreira enão foram reenquadrados na última posição da nova tabe-la criada em 2004. O Sindicato esta pedindo que estes ser-vidores sejam reenquadrados no final da carreira e que oEstado seja condenado ao pagamento das diferenças des-de outubro de 2004. O pedido fundamenta-se no preceitoconst it ucional da paridade ent re at ivos e aposentadosprevisto na Emenda Constituconal nº 41, de 2003. O Tribu-nal de Just iça tem, reiteradamente, decidido em favordos aposent ados nessa condição, t ant o que edit ou aSúmula 13. Segundo Ludimar, por outro lado, o TJ do Paranáadot ou o ent endi ment o de que com rel ação aosenquadramentos há prescrição do fundo do direit o quan-do decorridos 5 anos da publicação da lei. E esse foi omotivo de o Sindijus-PR ter dado publicidade aos servido-res aposentados que se enquadravam na situação aponta-da acima e f ixou prazo para a ent rega dos documentosantes do dia 1º de outubro.

O Sindij us-PR deu ent rada no Supremo Tribunal Federal(STF), no último dia 7, de Mandado de Injunção onde pedeque seja reconhecido direito à aposentadoria especial aosseus filiados que trabalham em locais expostos a agentesinsalubres e perigosos. Na ação foram ut il izados os mes-mos argumentos adotados para os trabalhadores da ativi-dade privada que estão sujeitos ao Regime Geral da Previ-dência (INSS). O relator é o ministro Ricardo Lewandowskie o número é MI/1971.

Page 6: Jornal Consciência & Luta - Outubro de 2009

6

EM NEGOCIAÇÃO

CONVENÇÃO 151 DA OIT Comissão vai analisaraposentadorias e pensõesda ParanaprevidênciaReunião no Tribunal de Justiça formou grupo de trabalho que une oSindijus-PR, TJ e o órgão previdenciário. além do Tribunal de Contas

Outubro de 2009

CONDIÇÕES DE TRABALHO

Pesquisa do Sindijus-PR fará diagnósticoda Justiça paranaense

Est á no si t e do Sindi j us-PR(www.sindi j uspr.org.br/ downloads), apesquisa que fará um diagnóst ico da j us-t iça paranaense. Escrivães ou escrivãesdesignados e secretários dos Juizados Cri-minais podem responder às questões eenviar a para o Sindicato via Correio (En-dereço: Rua David Geronasso nº 227, bair-ro Boa Vista, Curit iba – CEP: 82540.150).

A direção do Sindicato j á está reco-

lhendo em algumas comarcas. Na RegiãoMetropolitana de Curitiba, quase 100% doslocais de trabalho já responderam ao ques-tionário.

A pesquisa é uma ação definida no En-cont ro dos Escrivães do Paraná, realizadoem set embro. Com as informações, oSindij us-PR montará um quadro onde in-dicará os principais entraves do judiciárioestadual.

Sindijus-PR teve reuniãona tarde hoje (26), no Tri-bunal de Justiça, para ana-

lisar a situação previdenciária dosserventuários do foro judicial eextrajudicial. É com base nas pen-dências sobre o tema que o TJnão concede reajuste aos aposen-tados e pensionistas do foroextrajudicial desde abril de 2007.Foi com base nestes mesmos ar-gumentos que os valores da URVnão foram pagos a estes aposen-tados e pensionistas.

Para analisar todas essasquestões, foi criada uma comis-são que envolverá o TJ,Sindijus-PR, Anoreg, Assejepar,Tribunal de Contas, MinistérioPúblico do Tribunal de Contas,Paranaprevidência todos pre-sentes à reunião desta tarde. Ogrupo se reunirá no dia 11 denovembro.

O debate se deu sobre a si-

tuação dos serventuários aposen-tados e pensionistas do foro ju-dicial e extrajudicial. A questãoa ser resolvida é a situação de-les, uma vez que desde 1994 foioportunizado a estes estarem noregime geral ou regime própriode previdência.

Em 2006 o Supremo Tribu-nal Federal  declarou inconsti-tucional a lei estadual que trans-formava os serventuários emcontribuintes obrigatórios doParanaprevidência. Em abril de2009 foram rejeitados os embar-gos de declaração do Estado doParaná na Adin 2791, portanto,esta saiu do mundo jurídico des-de sua origem.

Os objetivos da comissão se-rão o de esclarecer os seguin-tes pontos: a) Os que se inscre-veram na Paranaprevidência an-tes de 1994 têm direito adqui-rido a nele permanecer? b) Os

que ingressaram depois de1994 devem ser excluídos daParanaprevidência? c) Qual a si-tuação daqueles que adquiriamdireito à aposentadoria ou pen-são apenas com base na lei de-clarada inconstitucional? d) Apartir de qual data os serven-tuários do foro judicial extra-judicial  estão excluídos doParanaprevidência? e) Comoserá o financiamento destes be-nefícios previdenciários?

O Sindijus-PR vem lutandopara que estes aposentados e pen-sionistas tenham todos os seus di-reitos garantidos. “Na Comissão,o Sindicato defenderá que todos que entraram no regime até 1994devem nele permanecer e os be-nefícios previdenciários preserva-dos, inclusive no tocante a rea-justes”, destaca Mário Cândido deOliveira, coordenador-geral doSindicato, em exercício.

Uma das principais reivindicações do movimento sindicalque representam os servidores públicos brasileiros, a ra-tificação da Convenção 151 da Organização Internacionaldo Trabalho (OIT), foi aprovada, dia 1º de outubro, na Câ-mara dos Deputados. A matéria será encaminhada agoraao Senado. O texto estabelece normas para a negociaçãocoletiva e garante a liberdade sindical no serviço público,além de reconhecer como instrumentos válidos para a so-lução de conflitos a mediação, a conciliação ou a arbitra-gem. A Convenção estende aos funcionários públicos asmesmas garantias e condições de associação asseguradasaos trabalhadores da iniciativa privada.A Convenção 151 da OIT aplica-se a todas as pessoas em-pregadas pelas autoridades públicas (em todos os níveismunicipal, estadual e federal) e se refere a garant ias atoda organização que tenha por fim promover e defenderos interesses dos t rabalhadores da função pública.Segundo o diret or do Sindij us-PR, David Machado, em-bora a Const it uição Federal garant a aos servidores asindical ização e decidir sobre a real ização de greve, oservidor não t em assegurado na Const i t uição o proces-so de negociação colet iva. “ Apesar dos impediment os,só avançamos com muit a mobil ização. Os servidoresnunca deixaram de real izar suas reivindicações, at ra-vés de greve. As greves dos servidores t êm acont ecidocom frequência, enquanto instrumento legitimo de pres-são, e soment e com elas, as suas reivindicações t êmsido at endidas” dest aca David.

CONFERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO

Em preparação para as etapas estadual e nacional da Con-ferência de Comunicação (Confecom), eventos ocorremem todo o Paraná no mês de outubro. No dia 17, aconte-ceu a I Conferência Livre de Curitiba e Região Metropoli-t ana, no município de Pinhais.Ent re os debates estavam temas como “ Democrat izar ascomunicações é necessário” , abrangendo os t rês eixosda Confecom - produção de conteúdo, meios de dist ri-buição e cidadania: direitos e deveres. A Conferência Es-tadual de Comunicação acontece em Curitiba nos dias 06,07 e 08 de novembro.

15º CURSO ANUAL DO NPC

O Núcleo Piratininga de Comunicação abriu inscrições parao seu 15º Curso Anual NPC, que será realizado de 11 a 15de novembro no Palácio Capanema (Funarte), no Rio deJaneiro. O tema geral do encont ro é Mídia hoj e comopart ido do capital. A mesa de abertura “ Mídia, o verda-dei ro par t i do da burguesia” t erá a par t i ci paçãoda historiadora Virgínia Fontes e dos jornalistas José ArbexJr. (Caros Amigos), Pascual Serrano (Rebelión) e IgnácioRamonet (Le Monde Diplomatique). Ao longo dos três diasde debates serão discut idos temas como “ Mídia e resis-tência na América Latina”; “comunicação de resistência”;“realidades regionais da comunicação”; “Conferência Na-cional de Comunicação”; “criminalização da pobreza e dosmovimentos sociais” , e out ros assuntos.

Page 7: Jornal Consciência & Luta - Outubro de 2009

7

Marcha Nacional dos Trabalhadoresquer redução da jornada para 40 horas

PROJETO de lei já foi aprovado em comissões da Câmara dos Desputados

REFORMA AGRÁRIA

Para incriminar MST, imprensaignora grilo das terras da Cutrale

Outubro de 2009

redução da jornada de trabalhosem redução de salários é umaquestão de honra para o movi-

mento sindical. O empresariado todoestá contra, e por isso mesmo aprovara Proposta de Emenda Constitucional231/95 será uma vitória da classe tra-balhadora. Tão importante quanto foiem 1988, quando a luta reduziu a jor-nada legal de 48 horas para 44 horassemanais.

Motivos não faltam. Segundo oDieese, entre 1988 e 2008 a produti-vidade da indústria cresceu 84%. Paraentender melhor o que isso significa,imagine-se que em 1988 um trabalha-dor fabricava ou vendia 100 unidades.20 anos depois, produz ou vende 184unidades.

Outro exemplo: nas montadoras deveículos, em 1998, havia 87 mil traba-lhadores. Por ano, fabricavam 1 milhãoe 600 mil veículos. Dez anos depois,em 2008, havia 108 mil trabalhadoresnas montadoras e produziam 3,2 mi-lhões veículos por ano. Isso significaque o número de postos de trabalhocresceu 23%, enquanto a produtivida-de aumentou 65%. Em termos mais di-retos: em 1998, cada trabalhador dasmontadoras fabricava 18 veículos porano. Em 2008, cada trabalhador fabri-cava 30 carros por ano.

Além de continuar enfrentando lon-gos períodos de trabalho, que incluemhoras extras, os trabalhadores ainda veemcair sua participação na riqueza nacio-nal. O capital, portanto, continua a acu-mular excedentes, impondo maior carga

para aqueles que constrõem as riquezas– os trabalhadores – e reprimindo as pos-sibilidades de geração de novas vagas detrabalho decente.

A redução da jornada semanal emquatro horas será uma entre outras ma-neiras de corrigir essa injustiça. A CNI(Confederação Nacional da Indústria) esuas estaduais, como a Federação das In-dústrias do Estado do Paraná, que sãoentidades sindicais dos patrões e querecebem imposto sindical e ainda têmuma série de vantagens com dinheiropúblico, estão contra a redução da jorna-da de trabalho sem redução de salários.

Por séculos e, mais recentemente,por décadas, sempre usaram a ameaçada catástrofe para impedir avanços so-ciais. Um exemplo claro: em 1988, du-rante a Constituinte, afirmavam que as44 horas semanais, se aprovadas, pro-vocariam desemprego em massa. Me-ses atrás, ao se posicionarem contra ajornada de 40 horas, produziram umafrase propagandística: “44 horas é maisemprego”.

Toda a vez que aparece uma propostaque melhora a vida do trabalhador, oempresariado vem com o discurso dohorror.

Por isso tudo, a classe trabalhadora temum grande desafio que é fazer pressãosobre o Congresso Nacional. Além daação política sobre as duas casas parla-mentares, o outro desafio é colocar mi-lhares de trabalhadores e trabalhadorasnas ruas de Brasília no próximo dia 11de novembro, durante a 6ª Marcha Naci-onal da Classe Trabalhadora.

Trabalhadores e t rabalhadoras vão às ruas de Brasíl iano próximo dia 11 de novembro para pressionar oCongresso à aprovar a lei que determina a redução

No dia 5 outubro, o Jornal Na-cional da Rede Globo exibiu ima-gens captadas pela Polícia Mil i-tar de São Paulo nas quais inte-grantes do Movimento dos Tra-balhadores Rurais Sem Ter ra(MST) passam um t rat or sobreplantações de laranj a, na zonarural de Iaras (SP).

O telej ornal não citou nomi-nalmente a empresa que cont ro-la as terras ocupa-das pela organiza-ção. Trat a-se daSucocít rico Cut ra-le, t ransnacionalbrasileira que temcomo finalidade aexpor t ação desuco de laranj a. Anot ícia veiculadapela TV Globo re-percut iu em todosos veícul os. Emedit orial , os j or-nais de maior circulação do paísusaram t erminologia agressivacont ra o movimento. Terroristas,criminosos e vândalos foram ter-mos recorrentes at ribuídos aosmil it ant es do MST. Tais j ornaistrataram o ministro do Desenvol-viment o Agrár io, Gui l hermeCassel, e o presidente do Institu-to Nacional de Colonização e Re-f orma Agrár i a ( Incra), Rol fHackbart , prat icament e comomembros do moviment o, masque discordaram da ação emIaras.

Para o MST, a intenção da im-prensa e da polícia é criminalizar

o movimento e instalar uma Co-missão Parlamentar de Inquérito.Em setembro, a bancada ruralistaconseguiu reunir assinaturas parainstaurar uma CPI cont ra o MST,mas a tentat iva acabou frust ra-da. Agora, as imagens de Iarasderam novo fôlego a esses seto-res que, no fundo, miram inver-ter o debate e barrar a atualiza-ção dos índices de produt ividade

rural, prometido pelopresidente Luiz Iná-cio Lula da Silva.

As versões sobre oque ocorreu em Iarassão muito opostas, acomeçar pela t i t u-lar idade da t erra,que a imprensa“concede” à Cutrale.Mesmo dando muitoespaço sobre o casode Iaras, os j ornaisnão abordaram pro-

fundamente o tema. Disseram queo movimento destruiu plantaçõesnuma propriedade produtiva, masnão deram importância ao fato deo Incra reivindicar a área, alegan-do que a terra foi grilada.

A área, atualmente cont rola-da pela Cutrale, faz parte de umlote chamado Núcleo Monções,que possui cerca de 30 mil hec-tares pertencentes à União, se-gundo o Incra. Em 2007, a Just i-ça Federal concedeu a totalida-de do imóvel para o inst ituto. Aempresa, no entanto, permane-ce na área e ut il iza-se de açõesjudiciais para reverter a decisão.

A intenção daimprensa e da

polícia é criminalizaro movimento para

instalar a CPI

Page 8: Jornal Consciência & Luta - Outubro de 2009

8

SINDIJUS-PR VAI APRESENTAR SUGESTÕES AO PLANEJAMENTO DO TJ

Servidores querem melhorias no localJUIZADOS CRIMINAIS II

11 de novembro

9 de novembro

12 de novembro

Outubro de 2009

a edição passada do Jor-nal Consciência & Lutafalamos das dificuldades

vividas por servidores e usuáriosdos Juizados Criminais de Curi-tiba. Não esgotamos o assunto, as-sim voltamos a destacar outros pro-blemas enfrentados no local.

Os servidores querem melho-res condições de trabalho nosJuizados, pois do jeito que estánão podem prestar um bom aten-dimento ao público. As instalaçõesprovisórias no hall de entrada doprédio anexo do Tribunal de Jus-tiça já dura quase um ano, poisestão ali desde fevereiro passado.

Segundo relatam alguns ser-vidores, devido às condições ad-versas do local, muitos trabalha-dores podem sofrer desgaste psi-cológico que vai se acentuandocom o tempo. “Está se criando si-tuação de estresse em cada um,com possível evolução para qua-dro de exaustão”, relata umaservidora.

Para apontar soluções, trabalhadores vão realizar pesquisa

O local é insalubre. Quandochove, a água invade o piso dasala de audiências e fica muitofrio. “O espaço é grande e nãohá divisórias. Venta muito e nãotemos como nos proteger”, diz aservidora. Ainda não há informa-ções se os Juizados Criminais vãopara um novo local, mas para con-tinuar ali é preciso realizar vári-

as melhorias. “Todos reclamam.Não há mais condições de ficaraqui sem um mínimo de preo-cupação com a saúde dos servi-dores”, afirma.

Estudos científicos apontamque, nessas condições, o trabalha-dor passa a se sentir, gradati-vamente, mais irritado, maisdesmotivado e propenso a desen-

volver hipertensão e cansaço. “Éimportante considerar tambémque muitas vezes estes problemasevoluem de tal forma que possaser pouco percebido pelos envol-vidos, mas que um observadorqualificado facilmente identifica”,aponta outro servidor.

Com o passar do tempo o tra-balhador cria uma percepção deque atua numa instituição quenão se preocupa com a saúde deseus funcionários e não garanteas mínimas condições para queele evolua como pessoa, muitomenos como profissional.

Os servidores destacam tam-bém, que esses problemas causamprejuízos à comunidade, pois sãoatendidos por funcionários queestão passando por um processode exaustão psicológica. Alertamainda para o prejuízo à imagemdo Poder Judiciário, pois a popu-lação forma seu convencimentomais pela prática do que pela pro-paganda na mídia.

Sindi j us-PR real iza, noplenarinho, da AssembleiaLegislat iva, AudiênciaPúbl ica que discut e avalorização dos servidores.A at ividade tem início às09 horas.

9 de novembroO Conselho Nacional deJustiça inicia inspeção noTribunal de Just iça.

Trabalhadores e t raba-lhadoras vão às ruas deBrasília para pressionar oCongresso à aprovar alei que determina a re-dução a da j ornada det rabalho de 44 para 40horas semanais.

O CNJ f az Audi ênci aPúbl ica, no Tribunal deJust iça para discut i r aat uação do Judi ciár i oparanaense.

11 de novembroO Núcleo Pirat ininga deComunicação real iza oseu 15º Curso Anual, quedebat erá a Mídia comoPar t i do do Capi t al . OCurso, que reúne di r i -gentes sindicais e j orna-listas de todo o Brasil, vaiaté o dia 15.

12 de novembro

A Direção do Sindij us-PRinicia visitas às comarcaspara dist ribuir aos servi-dores f iliados as AgendasSindij us-PR 2010.

Desde que o Tribunal de Justiça começou a série de semi-nários pelo interior do Estado sobre o planej amento est ra-tégico, o Sindij us-PR tem acompanhado as discussões queenvolvem servidores. O Sindicato vai aguardar o fim dos se-minários para apresentar suas propostas de alterações.

Ponderações têm sido feitas pelos representantes do Sin-dicato. Ent re elas, quest ionamento em relação à propostaque consta no planej amento realizado no ano passado de

se aprovar um Plano de Carreira para os servidores. No en-tanto, o mesmo Tribunal de Just iça mandou proj eto de leipara a Assembleia Legislativa e aprovou a Lei 16023 que aca-bou com carreiras no foro j udicial criando out ros cargoscom grande parte dos salários composto de grat if icação.David Machado, da direção do Sindi j us-PR quest iona,então, qual a coerência da proposta do TJ?

“ Essas perguntas estão sendo feitas também pelos ser-vidores nessas plenárias, destaca David que acrescenta quese o Tr ibunal de Just i ça não mudar a post ura nãoadianta socializar a discussão, se na prática as coisas acon-tecem diferentes” , completa. David pede que os servido-res participem do último seminário em Londrina.

Já Mário Cândido de Oliveira, coordenador-geral do Sindi-cato, em exercício, que part icipou do últ imo seminário emCuritiba, resumiu o sentimento dos servidores com o planeja-mento. “ É um misto de sat isfação e por que não dizer detristeza”. Para ele, finalmente o Poder Judiciário do Paraná sepreocupa com a sua gestão estratégica, visando um trabalhosério voltado ao aprimoramento da máquina j udiciária. “ Poroutro lado, existe uma tristeza muito grande, por que vemosque isso chega com um atraso muito grande”, afirmou.

Page 9: Jornal Consciência & Luta - Outubro de 2009

This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com.The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.This page will not be added after purchasing Win2PDF.