jornal comunicar - cluster do mar

20
COMUNICAR www.governo.cv Governo de Cabo Verde | Edição Gratuita | nº26 | Abril de 2014 www.governo.cv ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Entrevista Franklin Spencer Porto Grande, maior e modernizado Cabo Verde vai ter um Centro de Investigação Oceanográfico Governo inaugura três portos modernos e remodelados Coordenador do Núcleo Operacional para o Cluster do Mar

Upload: gci-gov

Post on 15-Mar-2016

224 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

COMUNICARwww.governo.cvGoverno de Cabo Verde | Edição Gratuita | nº26 | Abril de 2014

www.governo.cv

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Entrevista Franklin Spencer

Porto Grande, maior e modernizado

Cabo Verde vai ter um Centro de Investigação Oceanográfico

Governo inaugura trêsportos modernos e remodelados

Coordenador do Núcleo Operacional para o Cluster do Mar

Page 2: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

O CLUSTER DO MAR

O mar não é apenas o elemento da natureza que nos rodeia mas, é fundamentalmente, um potencial económico para um país arquipelágico como o nos-so que, desde os primórdios do seu achamento, no decurso das descobertas marítimas dos navegado-res portugueses, tem sido sempre reconhecido como um ponto de referência atlântica entre a Europa, as Américas e a África. Como o nosso mar é um vetor estratégico, não só para a nossa prosperidade eco-nómica mas, também, para o nosso abastecimento e a nossa segurança alimentar, é indispensável esta-belecer sinergias entre as diversas políticas setoriais que permitam obter um equilíbrio propulsor entre as várias dimensões do desenvolvimento sustentável marítimo, que garanta, ao mesmo tempo, a preser-vação dos respetivos recursos.

Daí, a necessidade de se continuar a fomentar po-líticas de desenvolvimento económico sustentável, através do reforço de uma abordagem múltipla, que abranja aspetos tão variados como, por exemplo, a marinha e os portos, os transportes, as pescas, a aquicultura, o turismo, a tecnologia, as ciências do mar, bem como toda uma gama de serviços interna-cionais ligados ao mar. O que exige que as diversas utilizações do nosso mar sejam sempre geridas com cuidado e equilíbrio, a fim de permitir a plena explo-ração do seu potencial económico de uma forma sus-tentável.

Para atingir o objetivo de reforçar o papel do mar como pilar fundamental para a viabilidade futura de Cabo Verde, os assuntos relacionados com o mar de-vem, também, ser objeto de um reforço de coordena-ção e integração num grande cluster, com o objetivo de construir uma economia marítima forte e compe-titiva voltada para o desenvolvimento de negócios ge-

radores de crescimento e emprego e que contribuam para o reforço do sector privado e empresarial.

Os passos necessários para assegurar uma efetiva coordenação dos assuntos do mar e responder aos desafios que a operacionalização efetiva do Cluster do Mar coloca traduzir-se-ão em ações prioritárias e ações estratégias a que Cabo Verde terá de dar res-postas a curto e médio prazo.Neste contexto, afigura-se que a prossecução de uma política integrada dos assuntos do mar, abran-gendo diversas áreas de competência, deve alicer-çar-se numa estrutura de coordenação, dinamização e operacionalização assente numa base de articu-lação e participação de todos os agentes público, privado e empresarial com responsabilidades nesta área, aproveitando as sinergias resultantes de uma atuação interdisciplinar e complementar e, conse-quentemente, exigindo a co-responsabilização das diferentes políticas setoriais relevantes.

Deste modo, como ação prioritária, é criada uma estrutura de coordenação do Cluster do Mar, com a denominação de Conselho Estratégico do Cluster do Mar, composta por uma representação dos ministé-

Com projetos que ultra-passam os 300 milhões de dólares, o Cluster do Mar é uma aposta do Governo que

pretende determinar a economia de Cabo Verde

Page 3: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

rios e entidades privadas e empresariais com com-petências nesta área, com uma estrutura flexível, de cariz operacional e com um mandato que lhe permita dinamizar este cluster, no sentido de desenvolver as atividades empresariais e de negócios que reforçam a economia marítima nacional.

Nessa perspetiva, ela é apoiada por um Núcleo Op-eracional para os Assuntos do Mar, estrutura ex-ecutiva e operativa, dotado de grande capacidade de

BREVES SOBRE O CLUSTER DO MAR

O QUE É O CLUSTER DO MAR? O Cluster do Mar é um conjunto de atividades marítimas. Ou, no sentido mais lato, o Cluster do Mar consiste na aglomeração de vários setores de atividade em torno de um eixo comum: o mar, com o propósito de faci-litar a concertação de estratégias, garantindo assim uma maior coerência na implementação das politicas. Permite uma maior sinergia entre os diferentes sectores, maximizando a eficiência e eficácia funcional das instituições e minimizando os desperdícios de recursos

Qual o propósito do Cluster do Mar?Pretende-se com o Cluster do Mar produzir uma cadeia diferenciada de atividades que tem como fonte o mar e, que se autossustentam, pelo facto de se organizarem numa rede interna de complementaridades.

Que atividades integram o Cluster do Mar?São várias as atividades que podem integrar o Cluster do Mar. Podem ser marítimo-portuárias, como o abas-tecimento de combustíveis e géneros à navegação, ou o transbordo de mercadorias e de tripulantes. Podem ser também, a construção e a reparação navais, escalas de lazer ou então a captura e a transformação do pescado, a aquacultura, a identificação ou o cultivo de microalgas para fins diversos. Mas, há igualmente as atividades ligadas ao turismo, como o turismo balnear, de sol e praia, incluindo os desportos náuticos. Tam-bém, existe o mar como fonte de energia, sem se esquecer o mar como objeto de investigação oceanográfica, geoclimática e biológica.

Porquê o Cluster do Mar?Cabo Verde é muito mais mar do que terra e se esta não é rica, o seu mar, em contrapartida, contém imensas promessas de riqueza, a ponto de poder alavancar um pujante processo de desenvolvimento. Pela sua condi-ção de país arquipelágico, Cabo Verde, com a sua vasta zona económica exclusiva, tem no mar um dos seus principais recursos, capaz de potenciar o desenvolvimento de setores importantes para a economia nacional como transportes marítimos, pescas, turismo, indústria e reparação naval, de entre outros. É nesse quadro que o Governo definiu o mar como recurso estratégico e tem procurado encarar as atividades económicas ligadas à sua utilização e sua exploração numa perspetiva sistémica, com o desenvolvimento e estruturação do Cluster do Mar.

Cluster do Mar e MindeloSão Vicente representa cerca de 70% da economia marítima de Cabo Verde. A ilha do Monte Cara tem uma história e tradição ligadas ao mar e; a atividade marítimo-portuária está na genesis dos sãovicentinos. A ilha está dotada de estruturas necessárias, como o Departamento de Engenharias e Ciências do Mar da Univer-sidade Pública; o Instituto Nacional do Desenvolvimento das Pescas (INDP), o maior Porto do País e outras infraestrutura ligadas ao mar. Tudo isso torna Mindelo no lugar ideal para ancorar os alicerces do Cluster do Mar.

intervenção, de modo, a poder cumprir com maior eficácia, eficiência e efetividade o desenvolvimento, em concreto, do Cluster do Mar.

Com projetos que, no conjunto, ultrapassam os 300 milhões de dólares, o Cluster do Mar ganha a cada dia uma nova amplitude e é uma aposta do Governo que pretende determinar o futuro de Cabo Verde, pois permitirá o desenvolvimento do arquipélago em quase todos os sectores económicos e sociais.

Page 4: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

ENTREVISTA

O Governo formalizou em 2013, o Núcleo Operacional para o Cluster do Mar, tendo em vista a im-plementação das diretivas, das orientações e dos objetivos preconizados com o referido Cluster, cuja estrutura pretende apoiar e desenvolver uma nova visão para o crescimento de Cabo Verde que, nos próximos anos, terá que encontrar novas alternativas no quadro de sua transformação. Nesta edição exclusiva, dedicada ao Cluster do Mar, o Jornal Comunicar: Administração Pública foi a São Vicente e trocou dois dedos de conversa com o Eng.º Franklin Spencer, coordenador do Núcleo Operacional para o Cluster do Mar, que perspetiva a aposta do Governo, no sentido de ala-vancar a economia nacional a partir do mar.

Com a criação do núcleo operacional para o Cluster do Mar pode-se dizer que foram lança-das as bases para a efetivação deste Cluster?

Pode-se dizer que sim. Com a tomada de posse do coordenador do Núcleo Operacional e do Conselho Estratégico para o Cluster do Mar, deu-se o arran-que oficial do processo de instalação que já está em curso.Em termos operacionais, já começamos a trabalhar: participamos na organização do Fórum Empresarial, realizado em Junho do ano passado; iniciamos o pro-cesso de diálogo, de discussão e de identificação de projeto com alguns setores chaves neste processo; tivemos encontro de trabalho com a associação de armadores de pesca, tendo em conta um conjunto de necessidades fundamentais em termos de finan-ciamento para o desenvolvimento dos seus projetos; tivemos também, encontros, com os armadores de transporte e cabotagem, tendo em conta uma mis-são do Banco Africano para o Desenvolvimento, para discutir o setor privado e as oportunidades e possibi-lidades de financiamentos.Em termos de promoção do Cluster do Mar além--fronteiras, em Setembro de 2013, tivemos a opor-

tunidade de participar, como observadores, num encontro da rede dos clusters da Europa, que nos permitiu perceber como se organiza, se desenvolve e como funciona um cluster na Europa. Foi uma expe-riência que nos permitiu ver qual modelo do Cluster europeu que pode ser adotado em Cabo Verde.

Concretamente, que ganhos o Cluster do Mar poderá trazer à economia cabo-verdiana?

O Cluster Marítimo tem uma importância enorme em termos de desenvolvimento e de crescimento de produção de riquezas. No setor das pescas, acredita-mos que, neste momento, produzimos cerca de 60% daquilo que é a capacidade deste setor permite. Em termos de emprego, existem oportunidades que, ain-da, não são bem aproveitadas; há um défice enorme de oferta de oficiais de marinha mercante. Anterior-mente, tínhamos uma escola náutica que foi perden-do a sua capacidade em termos de formação e, por isso, foi incorporada na Universidade de Cabo Verde e quase desapareceu. O Governo está, neste momen-to, a trabalhar com vista à sua reativação. Hoje, os jovens já equacionam o ofício de marítimo como pro-fissão do futuro. Há seis anos foi lançado um curso

Coordenador do Núcleo Operacional para o Cluster do Mar

Franklin Spencer

Page 5: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

de navegação e máquina e não houve nenhuma ins-crição. Mas, no ano passado, lançamos um concurso para 80 vagas e tivemos 200 candidatos. A nível de investigação e de desenvolvimento, exis-tem grandes oportunidades na transformação de ofertas e produtos. Temos um grande desafio que é a aproximação e a integração de Cabo Verde junto dos países que compõem a CEDEAO. Nessa zona, Cabo Verde é o país marítimo por excelência, uma vez que a sua atividade marítima apresenta, neste momento, grandes ganhos para a nossa economia. Ganhos que vão desde a marinha de comércio, à marinha de pes-ca, passando pelo transporte marítimo e outros se-tores, como por exemplo o conhecimento marítimo.

Somos o único país da zona da CEDEAO com uma ins-tituição com capacidade de possibilitar a formação de oficiais da marinha mercante. Temos um know how e uma vasta experiência nesta matéria que podem ser aproveitados para, no futuro, serem oferecidos aos países da nossa região. Isto quer dizer que nos vai permitir, essencialmente, obter maior desenvolvi-mento entre estes países, já que não há uma tradição ou uma vocação relacionada à atividade marítima de comércio nesta região, para o mar.

A base do Cluster do Mar, que vai situar-se na ilha de São Vicente, está preparada para este grande desafio?

O desenvolvimento, a visão e o conceito em si de um cluster são novos. Basicamente, o cluster é a mu-dança de uma atitude individualista para uma atitude de integração, de partilha de objetivos comuns, con-centrado em determinados domínios, onde os inte-resses convergem e continuam. Obviamente, tere-mos que desenvolver um trabalho de sensibilização, de interiorização dessa nova abordagem do desen-volvimento. Neste sentido, as empresas vão ter que partilhar muito mais daquilo que antes partilhavam; devem formar-se em grupo, no sentido de desenvol-ver as sinergias e procurar vantagens para o benefí-cio comum.

Quer dizer que, é importante que a promoção dos seus produtos, bem como a negociação com os ou-tros compradores sejam feitas em conjunto, uma vez que negociarão maior quantidade, o que geraria uma economia de escala. Por exemplo, ao invés de serem negociados, individualmente, 300 quilos de cada um dos produtos, poderão, em conjunto, negociar três toneladas. São as vantagens e a visão do negócio comum ou em rede. Este é um grande desafio que temos, em relação às empresas, aos jovens, aos ho-mens de negócio, às instituições de investigação e às instituições da sociedade civil que lidam com a for-mação e a transmissão de conhecimento.

Qual é a estratégia do Governo, no sentido de provocar essa mudança de atitude?

O Cluster do Mar tem como propósito reunir todas as instituições: a sociedade civil, as empresas públi-cas e privadas, os empresários, os universitários e os centros de investigação para, juntos, organizarmos debates, trocar ideias e experiências sobre o que é e o que se pretende concretamente com o Cluster do Mar. Ou seja, a visão do Cluster, o que poderá ser e aquilo que poderá ser construído ao longo do seu percurso. Temos, com a instalação do Núcleo Operacional para o Cluster do Mar, de trabalhar na vertente de negó-cios e de oportunidades mas, também, na comuni-cação e no desenvolvimento de ideias, na divulgação do próprio conceito do Cluster e das suas vantagens para a economia marítima nacional. Ainda, devemos desenvolver uma ampla campanha de comunicação e Marketing junto da sociedade cabo-verdiana e de nossos parceiros no exterior.

Qual tem sido o interesse do setor empresarial diante desta aposta do Governo?

Dentro do cluster temos diferentes setores. Nele compõem empresas de grande dimensão como por exemplo a Enacol Vivo. A importância do Cluster do Mar para as diferentes empresas e associações são reconhecidas como a melhor abordagem e estraté-gia para o desenvolvimento da economia marítima. Nos encontros que estão sendo realizados, com as empresas e associações empresariais, estes reco-nhecem as vantagens do Cluster para debelaram to-dos os constrangimentos.

Page 6: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

As obras de expansão do Porto Grande, em São Vicente, em cur-so desde Dezembro de 2012, ca-minham a passos largos para o término, previsto para o primeiro semetre de 2014. Este investi-mento do Governo pretende dotar o maior porto do país de condi-ções para prestar mais e melho-res serviços, tanto a nível nacio-nal, como internacional e tornar Cabo Verde numa referência no Atlântico Norte. A expansão do Porto Grande abrange o alargamento do espa-ço de Terrapleno Norte para mais três (3) hectares, que inclui o au-mento do espaço de contentores, o reordenamento dentro da zona com corredores externos e in-ternos e uma via de acesso, bem como a abertura de uma nova entrada para o porto. Com esta intervenção, toda a atividade in-ternacional será feita a partir da nova entrada para o Porto Grande. Este investimento inclui um pro-jeto de requalificação dos espaços anteriores, já que os atuais arma-zéns não respondem à qualidade e aos serviços que o porto neces-sita. “A atual zona de armazém será desativada mas, para conti-nuar os nossos serviços, precisa-mos de novos armazéns e, para isso, precisamos de mais espa-ços adjacentes de parqueamento

de pescados em condições precá-rias e com custos elevados para os operadores, assim como pos-sui um Terminal de Cruzeiros em condições desfavoráveis.

A qualidade dos serviços de ar-mazenagem dos produtos tam-bém não responde às exigências do mercado. Com os novos inves-timentos, o Porto Grande do Min-delo passará a contar com uma Plataforma de Frio com condições que vão permitir que os produtos armazenados e transformados possam ser exportados para a Eu-ropa, já que a antiga Interbase não podia fazê-lo. Neste momento, São Vicente tem uma capacidade de exportar para Europa 400 toneladas de produtos e, com as novas condições e certi-ficação dos serviços e dos produ-tos, vai ser possível aumentar este número para 4.500 toneladas, cer-ca de dez vezes mais a capacidade atual.

As intervenções de melhorias junto desta infraestrutura repre-sentam grandes oportunidades para o país. Ultimamente, hou-ve uma reconfiguração completa a nível das rotas marítimas, que beneficia Cabo Verde, tendo em conta o seu posicionamento no cruzamento dessas rotas. Prevê--se, que nos próximos cinco a dez

de camiões de entrega e receção de contentores. Nós identificamos essa necessidade, que trará uma vantagem enorme, já que vai devol-ver à cidade cerca de dois (2) hec-tares nas zonas de armazéns e na

antiga Interbase, dai a expansão do Terrapleno anteriormente referi-do”, explica Franklin Spencer, Pre-sidente da ENAPOR. As intervenções no Porto Gran-de também têm uma componente social, que é a requalificação, já concretizada, da Praia da Laginha, tornando-a numa praia maior e mais segura para os banhistas e que, também, valoriza a cidade do Monte Cara.

Até agora, o Porto Grande tem ofe-recido um serviço de transbordo

Este investimento do Governo pretende

dotar o maior porto do país de condições para prestar mais e melho-

res serviços, tanto a nível nacional, como

internacional e tornar Cabo Verde numa

referência no Atlântico Norte.

PORTO GRANDE Maior e Modernizado

Page 7: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

anos, as rotas tradicionais, que eram fundamental-mente de Este a Oeste, passarão a ser configurados de Norte-sul a Sul-norte, onde Cabo Verde se situa. “Ou seja, a rota do Cabo que tinha desaparecido an-teriormente, atualmente ganha espaço e, muitas das mercadorias que vinham da Ásia para Europa, agora, grande parte vai via Cabo, “explica Franklin Spencer.

Como um dos impulsionadores do Porto Grande des-taca-se o projeto ambicioso que é o Centro Interna-cional de Negócio, identificado pelo Governo de Cabo Verde, desde 2006, como excelente oportunidade para o desenvolvimento das atividades francas, dos serviços de reexportação dos produtos.

Mais três projetos foram também reconhecidos como determinantes na valorização do Porto Grande e de Cabo Verde na rota comercial e são eles: a nova expansão portuária para a zona do Lazareto com o terminal de transbordo; uma zona de logística; e um parque tecnológico. Esses projetos serão financiados parcialmente pela União Europeia, no âmbito dos fundos que serão disponibilizados nos mecanismos de negociação entre a Europa e a África, concreta-mente a região CEDEAO, da qual Cabo Verde faz par-te.

A expansão do Terrapleno Norte e o Acesso à Mar-ginal e a intervenção na Laginha contaram com o financiamento de linha de crédito português, num montante de 14 milhões de euros. A Plataforma de Frio beneficia de uma linha de crédito da cooperação espanhola, que custa à volta de três (3) milhões de euros. Ainda há dois projetos que visam a valorização do Porto Grande: o Terminal do Turismo de Cruzeiro, que está sendo desenvolvido e que neste momento, já tem 10% de financiamento garantido por parte da cooperação holandesa, que será utilizado para pagar 50% do custo dos projetos; o outro projeto, em curso, é a aquisição de dois rebocadores que já têm a ga-rantia de 35% de financiamento por parte da coope-ração holandesa.

Até agora, no âmbito de expansão do Porto Grande, já foi construído o quebra-mar; cerca de 75% do ter-rapleno já foi pavimentado; está, também, construída a base do novo acesso ao cais pelo lado Nordeste do Porto que, também, inclui a reformulação de cerca de 80 m do troço da Avenida Marginal e a construção de uma rotunda que regulará o trânsito de veículos de e para o Porto; a Praia da Laginha, totalmente requali-ficada e com melhores condições para os banhistas, já foi aberta ao público. Falta terminar a pavimen-tação e a vedação do terrapleno; iniciar e concluir a asfaltagem; terminar os trabalhos de iluminação.

Page 8: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

A requalificação desta praia integra um proje-to maior, o de Acesso Norte do Porto Grande, que visa facilitar o movimento das viaturas pesadas no transporte de contentores, na Avenida Marginal, a qual contempla ainda a construção de um Terminal de Cruzeiros e dois Armazéns de Frio. A construção do Acesso Norte e o aumento do Terrapleno do Porto Grande envolve a requalificação e o embelezamento daquela parte da marginal, com a melhoria da atual rotunda, que liga aquela avenida à Avenida Alberto Leite. Uma nova rotunda vai foi construída para faci-litar o acesso dos camiões e outros veículos em dire-ção ao Porto.

Estas obras de requalificação respeitam os estu-dos técnicos e ambientais, realizados com o fim de acautelar e reduzir os possíveis impactos ambien-tais negativos para a Praia da Laginha. Os resulta-dos dessas investigações apontaram que as obras de intervenção não vêm pôr em causa a biodiversidade

marinha existente naquela parte da Baía do Porto Grande, segundo explica o engenheiro Lucas Santos.

A Laginha é uma das praias mais frequentadas por toda a população do Mindelo e, também, pelos tu-ristas que visitam a ilha do Monte Cara. Situada no centro da cidade, permite maior acessibilidade das pessoas e está localizada dentro da Baía do Porto Grande, recentemente classificada pela The Most Beautiful Bays in the World, como a 5ª baía mais bela do mundo.

A requalificação desta Praia custou à ENAPOR cer-ca de 37 mil contos e está reaberta ao público desde Novembro do ano passado, para a satisfação e lazer dos sãovicentinos e turistas. “A Praia está mais bo-nita, tem maior espaço para a natação. Foi um inves-timento que valeu a pena e que vem valorizar ainda mais a cidade do Porto Grande”, dizem alguns min-delenses ouvidos pela nossa reportagem.

Depois de beneficiar com as obras de requalificação, a Praia de Laginha apresenta-se agora de cara nova para a Cidade de Mindelo. A praia, que é um símbolo para a gente de São Vicente, ga-nhou uma extensão de mais 60 metros até a água do mar e mais 100 metros de cumprimento, com a dragagem de 15 mil m de areia.

PRAIA DA LAGINHA mais valorizada com obras de Acesso Norte do Porto Grande

2

Page 9: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

Com uma posição estratégica no atlântico médio e situado próximo à África Ocidental, à Europa e à América do Sul, Cabo Verde tem um grande potencial para desempenhar um papel importante no setor da indústria de Cruzeiros. Aproveitando esta condição, nos últimos dez anos, o país tem apostado fortemen-te neste segmento, com a ambição de ser o destino líder, por excelência, de cruzeiros na África Ociden-tal.

Desde os anos 90, o Porto Grande, em São Vicente, tem recebido, de forma regular, escalas de navios de Cruzeiros. Cada vez mais, o país vem despontando como um destino turístico interessante de cruzeiros, com o número de escala a crescer anualmente, fruto do trabalho que vem sendo feito, pelas autoridades cabo-verdianas em parceria com as comunidades portuárias mundiais, na promoção de Cabo Verde como destino deste tipo de turismo, a nível nacional e internacional.

Em 2012 o Porto de Mindelo recebeu um total de 39 escalas, enquanto o país todo recebeu 38.000 passa-geiros e 80 escalas de navios. Segundo os dados da ENAPOR, em 2013, Mindelo recebeu mais de 40.200 passageiros e 57 escalas. O país inteiro recebeu mais de 75 mil passageiros e as escalas ultrapassaram os 157 navios de cruzeiros. A melhor temporada de sempre.

O turismo continua a ser, sem sombra de dúvidas, um dos principais motores de desenvolvimento eco-nómico das ilhas. Os dados da ENAPOR indicam, que cada navio de cruzeiro que faz escala em São Vicen-te, por exemplo, gasta aproximadamente 4.000 eu-ros (441.647 mil escudos), o que representa cerca de dois porcento ( 2% ) do Produto Interno Bruto (PIB) da ilha.

Neste momento, segundo Jorge Maurício, Adminis-trador do Porto Grande, os principais Portos de Cabo Verde estão, de certa forma, preparados para acolher navios de grande porte, sendo que os dois principais portos, Mindelo e Praia recebem, neste momento, grandes embarcações.

“Neste negócio temos de ter em consideração que o passageiro não deve ser tratado como carga. Esta é a grande diferença e há que se ter uma atenção especial, tanto à segurança, ao conforto e à higiene, quanto à disponibilização de serviços inerentes aos passageiros e à criação de espaços atrativos. Estes turistas procuram o lazer nas suas diversas formas”, adverte Maurício.

A aposta, segundo o administrador do Porto Gran-de, deve passar pela construção de infraestruturas apropriadas e dimensionadas ao mercado, como o Terminal de Cruzeiros, os Pontões Flutuantes para o embarque e o desembarque de passageiros nos por-tos de menor dimensão, a turistic village, nas áreas urbano-portuárias, entre outras facilidades que de-verão ser proporcionadas aos visitantes.

TURISMO DE CRUZEIRO Cabo Verde ambiciona ser destino líder

de cruzeiros na África Ocidental

”É preciso projetar a indústria de cruzeiros como um todo, capaz

de promover negócios, gerar mais emprego e

contribuir decisivamente para o PIB de Cabo

Verde”.

Page 10: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

O novo Terminal de Cruzeiros do Mindelo, cujo proje-to está em curso, vai ser determinante para o desen-volvimento do Turismo de Cruzeiros em Cabo Verde. A infraestrutura, que deverá estar operacional em Agosto de 2015, envolve uma componente portuá-ria, com berços de atracação dedicados aos navios de cruzeiros, serviços específicos para os navios e passageiros. Mas também, a valorização do espa-ço urbano-portuário, através do desenvolvimento de uma turistic village. ”Será o espaço vital para o acolhimento de qualidade que se pretende e a oferta de produtos e serviços que se requer”, remata Jorge Maurício.

Neste momento, o maior constrangimento ao desen-volvimento deste tipo de turismo prende-se com a falta de recursos financeiros para garantir uma pro-moção de alto nível e de forma contínua de Cabo Ver-de como destino de turismo. “Manter a presença nas feiras internacionais é custoso e muitos parceiros têm tido dificuldades em participar”, justifica.

A inexistência de guias turísticos em quantidade ne-cessária e com qualidade desejada, também, afeta diretamente a qualidade dos serviços prestados. O transporte turístico não existe e põe em causa qual-quer excursão terrestre, recorrendo-se, deste modo, a utilização de autocarros de transporte público, que não têm as condições necessárias para a realização de viagens seguras e confortáveis, dignas do turismo que se pretende.

Ainda, falta o envolvimento das cidades e das diferen-tes instituições centrais, pois são os maiores benefi-ciários com a presença de turistas no país e é neces-sário uma combinação dinâmica e em rede entre os diferentes parceiros, para além de ser preciso criar uma cultura de bem receber, de agradar os turistas e de vender muito. “Temos todos que pensar numa perspetiva de negócios”, remata Jorge Maurício.

Para já, o adminsitrador do Porto Grande adianta que, para impulsionar o Turismo de Cruzeiro e atrair mais navios para os Portos de Cabo Verde, ”é preci-so projetar a indústria de cruzeiros como um todo, capaz de promover negócios, gerar mais emprego e contribuir decisivamente para o PIB de Cabo Verde.

A perspetiva é que Cabo Verde seja o destino líder da África Ocidentental, daqui a cinco anos. Mas, para alcançar esta meta, é necessário haver diálogo entre aqueles que desejam participar e incrementar a eco-nomia das cidades, defendendo investimentos, dis-ponibilizando tours atrativos, flexibilizando a legisla-ção e a oferta de serviços com preços competitivos. Alcançar este desafio passa, também, por valorizar o Turismo de Cruzeiros como fonte de riqueza econó-mica do país, promover a coordenação intersetorial e interinstitucional, valorizar as ofertas tradicionais e desenvolver novas atividades, produtos e serviços inovadores para o turista.

O futuro deste setor é “francamente favorável” e uma aposta acertada mas, o seu desenvolvimento merece todo o apoio para que a economia global consiga tirar o máximo de proveito.

Em 2013 o país recebeu mais de 75 mil passageiros e as escalas ultrapassaram os 157 navios de cruzeiros.

A melhor temporada de sempre.

Page 11: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

O SETOR DAS PESCAS EM CABO VERDE

Maior e Modernizado

Inserido no âmbito do desenvolvimento do Cluster do Mar, o setor das pescas é considerado estratégico e um dos domínios chave para a agenda de transfor-mação de Cabo Verde, tendo em conta o seu contri-buto na segurança alimentar dos cabo-verdianos e no equilíbrio da balança de pagamentos. Atualmente, os produtos derivados das pescas representam cerca de 80 porcento das exportações de Cabo Verde.

Os dados da Direção Geral das Pescas - DGP, reve-lam ainda que mais de 5% da população ativa depen-de diretamente das pescas. Diante deste cenário, o Governo vem apostando, cada vez mais, na criação de condições que visam o desenvolvimento e a sus-tentabilidade deste setor tão importante na econo-mia nacional.

O objetivo é potencializar toda a cadeia, desde a cap-tura, passando pelos transportes, pela conservação

a frio, pela transformação e agregação de valor, com a tónica nestes últimos, que vão trazer mais rendi-mento para os operadores.

Na vertente avaliação da conformidade, é preciso apostar na certificação dos produtos, na formação dos operadores e em outros fatores imateriais como o marketing e a imagem que promovam o setor a ní-vel internacional.

“É neste sentido que estamos a trabalhar, promo-vendo a competitividade do setor, o aumento gra-dual, diversificado e sustentável das capturas, bem como, a agregação de valor aos produtos das pescas. Também, estamos a trabalhar uma vertente muito importante que é assegurar a coesão económica e social das comunidades fortemente dependentes das pescas. Mas, tudo isso, num quadro de sustenta-bilidade do setor”, adianta Juvino Vieira, diretor Ge-ral das Pescas.

ATIVIDADES EM CURSO

Estão em curso várias atividades que visam poten-cializar o desenvolvimento integrado do setor, numa perspetiva do Cluster do Mar e, que possam agir de forma integrada com outras areas do cluster.

A Plataforma de Frio de Mindelo, em construção e que deverá estar pronta até meados de Setembro do corrente ano, é um dos projetos que promete resol-ver um dos principais constrangimentos do setor das

pescas, que é a falta de uma rede de frio. Com esta infraestrutura a funcionar, os operadores terão es-paço suficiente para fazer a conserva dos seus pro-dutos, de acordo com as normas sanitárias do país e da União Europeia.

Outra aposta é na vertente da formação, com o pro-pósito de termos especialistas capacitados, para que se possa introduzir novas técnicas e novas tecnolo-gias de pescas junto dos operadores, uma iniciativa

Page 12: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

Governo, um parceiro sempre presente

O Programa de Gestão Integrada da Pesca Arte-sanal e Industrial é uma iniciativa do Governo, que pretende criar condições para os operadores de pes-ca artesanal e industrial, através da disponibilização de linhas de crédito e microcréditos, de forma a de-senvolver uma classe empresarial forte. O programa visa ainda capacitar os agentes do setor, através de ações de formação no domínio das novas tecnologias de pesca e transformação, bem como, promover a consolidação do associativismo no setor, visando a sua sustentabilidade.

No período compreendido entre 2012-2013 foram concedidos 32 créditos no valor global de três mi-lhões de escudos (3.000.000$00) distribuídos por Santiago, São Vicente, São Nicolau e Santo Antão.

O montante é destinado à aquisição de botes, arcas frigoríficas e fundo de maneio para comercialização do pescado. Foram ministradas formações sobre o empreendedorismo e micro-finanças a cerca de 28 operadores de pesca. Ainda, enquadrado no progra-

que conta com a contribuição financeira do Orça-mento do Estado.

No âmbito de transformação e agregação de valor, há a intensão de promover a internacionalização das duas conserveiras do país. A Frescomar, que já tem o knowhow reconhecido internacionalmente e a Sucla, uma conserveira de dimensão média e que emprega quase 200 pessoas.

Está-se a trabalhar a vertente da capacitação dos re-cursos humanos e na avaliação da conformidade (do-cumental) mas, também, na garantia da qualidade dos produtos transformados, de forma a ajudar esta empresa (Sucla) na sua internacionalização, visando a exportação dos seus produtos, em maior quantida-de e qualidade para os Estados Unidos e para a União Europeia.

Neste momento, está em perspetiva a criação de 10 unidades de transformação e agregação de valor aos produtos da pesca. O objetivo é comprar a matéria--prima local nas comunidades piscatórias, dar-lhe o tratamento mínimo e com qualidade, fazer o em-balamento do produto, que terá um rótulo e depois distribuí-lo para os mercados. É de realçar que “um

produto que tem esse valor agregado pode custar 04 a 05 vezes mais do que é vendido habitualmente”, aponta Juvino Vieira.

Outro passo importante é a criação de condições para que os operadores, fazendo a agregação de valor aos produtos das pescas e garantindo a sua qualidade, possam fazer o seu escoamento para os hotéis e os restaurantes do país.

Neste sentido, está-se a trabalhar, em paralelo, para que os operadores possam unir-se e criar as-sociações, que possam evoluir a cooperativas e fe-derações, no sentido de aumentarem a qualidade e a quantidade do pescado, através de um centro de certificação dos produtos da pesca artesanal.

“Já temos este projeto em curso, que visa avaliar os produtos das pescas, garantir a sua qualidade e, a partir daí, ter produtos disponíveis para o consumo em maior quantidade que possa abastecer o merca-do (hotéis e restaurantes) ”, garante o responsável, adiantando que a ideia é começar a implementar este projeto nas ilhas do Sal, Boa Vista e Maio.

Page 13: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

ma de capacitação dos agentes do setor, foram for-mados 25 marinheiros-pescadores e 40 construtores de botes.

Para que a pesca artesanal seja rentável, defende-se a implementação de unidades de gelo (nalgumas co-

munidades já existem mas, muitas deixaram de fun-cionar devido a problemas de manutenção e custo de combustível elevado) e a criação de espaço de venda de materiais de pesca e outras atividades que contri-buam para o aumento das receitas das comunidades piscatórias.

Resolver o problema da falta de uma rede de frio; desenvolver a aquacultura, enquanto uma atividade alternativa à pesca artesanal e, que está numa fase embrionária; diversificar e aumentar de forma sus-tentável as capturas; e criar condições para a inter-nacionalização das empresas de transformação e agregação de valor no país, são os grandes desafios do setor das pescas para os próximos tempos.

Reforçar a inspeção sanitária e a inspeção das artes de pesca mas, também, precaver para que se cumpra o que está estabelecido como medida de gestão para o recurso das pescas, numa perspetiva de proteger esses recursos é outro desafio que visa promover uma exploração sustentável dos recursos marinhos. “Com tudo isso, não teremos barreiras técnicas para que os produtos das pescas de Cabo Verde entre, tanto na União Europeia, como na Ásia e nos Esta-dos Unidos da América. O que queremos, no fundo, é promover a competitividade, melhorar a qualidade através de agregação de valor aos produtos e fazer muito mais com os parcos recursos. Para isso, temos

que reorganizar, mudar de atitude e sermos compe-titivos”, remata o diretor-geral das pescas, Juvino Vieira.O desenvolvimento integrado e sustentável das pes-cas tem o seu fundamento, também, na Carta de Política para o Setor das Pescas, que perspetiva no horizonte 2013-2020, a implementação de ações que tenham em consideração as seguintes prioridades: promover a competitividade do setor pesqueiro; in-crementar e diversificar a captura nacional, num quadro de garantia da sustentabilidade; promover a transformação e a agregação de valor, nos diversos subsetores das pescas; e assegurar o desenvolvi-mento integrado das comunidades fortemente de-pendentes das pescas.

Cabo Verde é um país com uma vocação maríti-ma muito grande. Desde sempre, a pesca teve uma grande importância socioeconómica, para o país so-bretudo, para as comunidades costeiras do país. É um setor económico imediatamente explorável, vem sendo eleito como estratégico e é uma aposta para o desenvolvimento económico das ilhas.

Desafios e objetivos a conseguir

Page 14: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

São Vicente vai contar com o novo Complexo de Frio que virá incrementar o tráfego de transbordo de pescado e disponibilizar aos operadores comerciais e aos pescadores locais novas e melhores condições de armazenagem dos seus produtos.

As obras de construção da infraestrutura, situada no terrapleno do cais do Porto Grande, estão em curso desde Dezembro de 2012 e prevê-se a sua conclusão para Setembro de 2014. O projeto é financiado pelo Governo Espanhol, num montante de treze milhões (13.000.000) de euros e deverá melhorar, significa-tivamente, a competitividade do Porto Grande mas, sobretudo, do país, em matéria de transbordo de pescado e de capacidade de frio, que é um dos prin-cipais constrangimentos do setor das pescas.

O espaço, muito aguardado pelos operadores locais, vai ocupar-se do tratamento, da congelação e da conservação de produtos da pesca e vem substituir a antiga Interbase, destruída pelo incêndio, em Se-tembro de 2008.

O Complexo de Mindelo vai ser constituído por qua-tro edifícios: um espaço de armazenamento de peixe; outro de tratamento e congelação de produtos pere-cíveis; mais um edifico de processamento e trata-mento de pescado e fábrica de gelo; e um quarto que se destina aos escritórios. Quando começar a ope-rar em pleno e atingir os 100% de sua capacidade, o Complexo de Frio de Mindelo pode vir a empregar até 250 pessoas.A exportação de pescado para a União Europeia é uma grande fonte de receitas para o Complexo de

NOVO COMPLEXO DE FRIO DE MINDELO PRONTO EM 2014

Frio e, para o setor das pescas no geral. Daí que, o desafio vai no sentido de promover uma melhoria contínua da qualidade, apostando em instalações e equipamentos de melhor qualidade e melhor prepa-rados, bem como na qualidade e agregação de valor dos serviços e produtos, para responder às necessi-dades do mercado e às exigências da União Europeia.

Esta infraestrutura está integrada no âmbito do pro-jeto Complexo de Pesca de Cabo Verde, que engloba o Complexo de Pesca de Mindelo e o da Praia e que visa dotá-los de uma gestão com visão inovadora e empresarial, capaz de poder exportar os seus produ-tos para os mercados mais exigentes da União Euro-peia. Este investimento vai, também, permitir que os navios estrangeiros passem a fazer o transbordo do pescado no território nacional.

A nova infraestrutura de Frio de Mindelo irá integrar uma unidade de processamento privado e o pescado fresco ou congelado pode sofrer transformação pri-mária antes da sua exportação para outro mercado externo. Ainda, vai permitir o aumento da atividade de transbordo, que hoje significa cerca de 30% a 40% dos rendimentos dos trabalhadores da estiva.

Este investimento representa uma estratégia do Go-verno de Cabo Verde, no sentido de aumentar a ca-pacidade de frio em Cabo Verde e, com isso, tornar o setor cada vez mais sustentável, na medida em que contribui para alavancar a indústria pesqueira mas, também, a indústria do Agronegócio.

Page 15: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

“Já começamos alguns projetos-piloto e acredita-mos que mobilizaremos recursos que nos permitirão vir a ter projetos de maior dimensão e que possam promover a aquacultura quer a nível da investigação, quer a nível de produção em si, adaptando técnicas existentes noutras paragens a Cabo Verde, e com o envolvimento dos privados”, explica Óscar Melício. Adiantou ainda, que já há alguns investidores priva-dos que manifestaram interesse nesse setor e que apresentaram projetos de investimento nesta área.

Neste momento, informa ao Comunicar: Administra-ção Pública que está em andamento o projeto piloto que vai incidir-se sobre a produção da Tilápia, uma espécie de peixe, que vai ser utilizada como isco para a pesca da atum. Um pequeno mas, significativo en-saio do INDP e que representa o primeiro passo na aposta da aquacultura. Agora, espera-se o financia-mento para projetos maiores que visam apoiar o de-senvolvimento desta área, que começa a despontar em Cabo Verde.

Para além desta iniciativa, o INDP dedica a vários outros projetos, nomeadamente, no apoio às comu-nidades piscatórias, ajudando-as na criação de as-sociações para que estejam organizadas, de modo a tirarem o maior proveito da pesca. Também, traba-lham na informação, sensibilização e conscienciali-zação dos pescadores e armadores sobre as legis-

INDP DÁ PRIMEIROS PASSOS NA AQUACULTURA E APELA PARA A PESCA RESPONSÁVEL

lações que existem no país e sua implementação na prática, bem como na promoção da qualidade nos aspetos sanitários.

Recentemente, o instituto realizou a prospeção dos recursos, ainda, desconhecidos que os mares de Cabo Verde possuem. Com o estudo feito, passou-se a saber a quantidade de camarões de profundidade existente nos mares de Cabo Verde e quantos podem ser pescados. Os resultados indicaram que pode-se capturar cerca de 200 toneladas deste marisco por ano. “Mais do que a lagosta”, afirma Óscar Melício.

Um outro desafio deste instituto é promover a pesca responsável, com o fim de garantir a sustentabilida-de dos recursos marinhos. As pesquisas realizadas pelo INDP demonstram que, em relação a alguns re-cursos, não se está muito longe de se atingir o limite máximo da captura, em determinados sítios.

“A pesca artesanal é feita sempre nos mesmos sí-tios, devido as caraterísticas das embarcações que não permitem aventurar-se mar afora, porque repre-

Está em andamento o projeto piloto que vai

incidir-se sobre a produção de Tilápia, uma espécie de peixe, que vai

ser utilizado como isco para a pesca de atum.

A iniciativa é do Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas, o INDP, que tem em mãos, em parceria com a FAO, o projeto de desenvolvimento da aquacultura que, até o momento, não existe em Cabo Verde. O Presidente daquele instituto, Óscar Melício, adianta que, neste momento, já foi produzida a linha es-tratégica para o desenvolvimento da aquacultura, que vai permitir saber em que áreas específicas desta atividade deve-se investir no país.

Page 16: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

senta perigos. Por exemplo, a garoupa que é descar-regada em São Vicente é pescada sempre em Santa Luzia, com tamanhos cada vez menores e, isso já desperta alguma preocupação. Ou seja, em alguns lugares, como Santa Luzia, ilhéus e nas proximida-des do Maio, já há indícios de sob exploração dos re-cursos”, esclarece Óscar Melício.

O INDP chama, ainda, a atenção para a pesca ilegal da cavala preta com o tamanho inferior a 18 centí-metros. Diante disso, medidas de gestão vêm sen-do implementadas, e que estão a surtir efeitos pro-gressivos. Uma dessas medidas é a implementação do período de defeso de cavalas, que proíbe a pesca desta espécie no período que vai de 01 de Agosto a 31 de Setembro, bem como o tamanho mínimo de cap-tura desta espécie (18cm).

“É muito importante que todos os cabo-verdianos te-nham consciência e deixem de pescar e de comprar aquele “melonzin”, “chicharrinho” ou “cavalinha”, principalmente na época das chuvas, período em que é preciso deixá-los crescer e reproduzir. Se os cabo--verdianos deixarem de os comprar, os pescadores não irão pescá-los”, apela o presidente do INDP ciente de que é preciso uma maior sensibilização e tomada de consciência sobre os perigos que repre-senta esta prática.

A cavala preta faz parte da dieta alimentar de uma importante franja da população cabo-verdiana, não só pelo seu valor nutritivo mas, também, pelo seu custo acessível a todas as classes sociais, por isso, torna-se essencial uma pesca responsável e susten-tável deste recurso.

“O atum não vem passear nos mares de Cabo Verde, ele passa por cá porque aproveita para se alimentar e, se não houver nem chicharro nem cavala, não ha-verá atum nas nossas águas. Não havendo cavalas, não haverá empresas de transformação e de conser-va de peixe, o que põe em risco o emprego de muita gente.

A cavala e o chicharro são as espécies mais pescadas e consumidas em Cabo Verde, com um impacto muito grande no emprego dos pescadores, dos vendedores mas, também, na nossa segurança alimentar; são o isco que utilizamos na pescaria do atum.

Portanto, se houver um colapso dessas espécies, haverá, certamente, efeitos negativos em relação ao emprego de muitas pessoas, incluindo dos pescado-res, bem como problemas para as fábricas de con-serva e para o consumo da população e na economia, em geral”, alerta o responsável do INDP.

É de ressaltar que o INDP é a instituição nacional responsável pela investigação marinha e pela avalia-ção dos principais recursos das pescas no arquipéla-go e o órgão produtor das estatísticas económicas da pesca do país.

O INDP chama a atenção para a pesca ilegal da

cavala preta com o tamanho inferior a 18 centímetros e proíbe a sua captura no período de 01 de Agosto a 31 de

Setembro

Page 17: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

O lançamento da primeira pedra para a construção do Centro de In-vestigação Oceanográfica de Cabo Verde, que terá sede em São Vicen-te, deverá acontecer no primeiro semestre de 2014. A edificação e o equipamento deste espaço está orçada em três milhões (3 000 000) de euros e já têm a garantia de fi-nanciamento do Governo Federal da Alemanha, através do GEOMAR – Helmholtz-Zentrum fuer Ozean-forshung, um dos polos de inves-tigação oceânica e geológica mais importante do mundo.

O projeto vai ser gerido pelo Insti-tuto Nacional de Desenvolvimento das Pescas – INDP, em parceria com o GEOMAR, que durante 30 anos terá o direito de utilização do espaço, para realizar as suas pes-quisas. De referir que o GEOMAR é um dos principais parceiros de Cabo Verde no setor da investiga-ção oceanográfica, tendo finan-ciado outras iniciativas ligadas a investigação nesta área no nosso país como o Observatório Oceano-gráfico de Cabo Verde, situado em São Vicente.

Este investimento e a parceria entre Cabo Verde e Alemanha, na área da investigação, represen-tam grandes valias para o país. De acordo com Óscar Melício, já co-meçamos a tirar partido desta par-ceria. O país já participa em pro-jetos e iniciativas internacionais importantes de oceanografia física, biológica e química, sendo que os quadros do INDP estão a aprender e a ganhar experiência com os in-vestigadores estrangeiros, no âm-bito do Observatório Oceanográfi-co.

Com o Centro Oceanográfico ins-talado e com todas as condições para a realização de pesquisas, Cabo Verde vai poder participar em programas de investigação deter-minantes para o conhecimento da realidade do setor a nível nacional e internacional.

Para além de vários laboratórios, escritórios, equipamentos cientí-ficos, este centro estará dotado de oficinas técnicas para prestação de apoio logístico e de manutenção dos equipamentos oceanográficos, incluindo os complexos submersí-veis ROV (Remotely Operated un-derwater vehicle). De referir que, paralelamente, será financiada a recuperação total e instalação de novos e modernos equipamentos do navio de investigação “Islân-

dia”, num valor aproximado de 600 mil euros. O INDP possui um navio oceanográfico graças a parcerias com a Alemanha, visto que o país não possui recursos financeiros para manter um navio de investi-gação.

CABO VERDE VAI TER CENTRO DE INVESTIGAÇÃO OCEANOGRÁFICA

Com um centro e um navio melhor capacitado, o país estará a criar condições para que, além de Cabo Verde e Alemanha, outros países da União Europeia, América do Norte e do Sul, que estiverem inte-ressados na utilização, em condi-ções pré-estabelecidas, do espaço, para realizarem as suas investiga-ções em Cabo Verde.

“Hoje, já participamos em estudos oceanográficos que se realizam nos nossos mares, o que não acon-tecia antes. Dos observatórios, que não são muitos no mundo, existe um observatório de Cabo Verde. Ou seja, o nome de Cabo Verde está inscrito na gíria da investi-gação marinha, a nível mundial. É um observatório de referência, que produz dados, elementos para os estudos dos oceanos e do clima do Planeta, uma matéria importante para a humanidade e, Cabo Verde está a contribuir para isso”, rema-ta o presidente do INDP, fazendo a referência ao Observatório Ocea-nográfico de Cabo Verde.

Com laboratórios fixos e móveis, o centro vai ser o espaço, por ex-celência, de desenvolvimento de investigação. “Vai ser possível rea-lizar investigação sobre a Oceano-grafia física, (estudo das correntes, as caraterísticas dos oceanos, que têm uma vida física, que permite saber o que vai acontecer com o clima); vamos poder desenvolver, com os nossos parceiros o estudo de todos os tipos de oceano, dos fundos marinhos e dos recursos biológicos, que pouco conhecemos. Vamos criar condições, promoven-do a formação dos nossos quadros para conhecermos melhor a colu-

Com o Centro de Inves-tigação Oceanográfico

instalado e com todas as condições para a realiza-ção de pesquisas, Cabo

Verde vai poder participar em programas de inves-tigação determinantes

para o conhecimento da realidade do setor a nível nacional e internacional.

Cabo Verde vai contar com um Centro de Investigação Oceanográfica, que ira permitir ao país ter uma maior visibilidade em termos científico e a conhecer melhor a sua biodiver-sidade marinha.

Page 18: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

na de água e a sua atividade, a bio-logia, os fundos marinhos. Acre-ditamos que essas condições vão nos facilitar descobrir o que Cabo Verde tem”, destaca Óscar Melício. O futuro centro Oceanográfico de Cabo Verde irá contribuir para a monitorização das condições

oceânicas relacionadas com as mudanças climáticas no Atlântico Centro-Este, funcionando como um verdadeiro centro de ciência oceanográfica, ligando o país à Europa, à Africa e ao Mundo. Este investimento vai representar um passo significativo para melhorar

o conhecimento sobre os oceanos, ao mesmo tempo que vai contribuir e apoiar iniciativas globais, como uma decisão estratégica assumida por Cabo Verde.

GOVERNO INAUGURA TRÊS PORTOS MODERNOS E REMODELADOS

O projeto de Expansão e modernização do Porto da Praia, orçado em 72 milhões de euros, abrangeu a reabilitação do cais existente, a construção do manto de proteção do parque de contentores e a edificação do quebra-mar de 234 metros de extensão, bem como o prolongamento do cais número 1 para cerca de 450 metros. As obras englobaram, também, a dragagem da bacia de manobra para fundos, a instalação de um sistema de apoio à navegação e a construção do parque de contentores. Esta, que é uma das maiores infraestruturas jamais construídas em Cabo Verde, pretende aumentar a atual capacidade operacional e a produtividade do Porto da Praia, tendo em con-ta que o volume de mercadorias movimentadas pelo Porto da capital do país tem aumentado na ordem de 76%. Espera-se que, com este investimento, o Porto da Praia passe a ter, até 2030, um tráfego na ordem dos dois milhões de toneladas de mercadorias.

O Governo de Cabo Verde inaugurou, no passado mês de Março, três portos remodelados e mo-dernizados, que se encontravam em obras de expansão. Trata-se dos portos da Praia, na ilha de Santiago, do Vale dos Cavaleiros, na ilha do Fogo e da Furna, na ilha da Brava.

PORTO DA PRAIA - SANTIAGO

Page 19: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

Executada em duas fases, o porto do Vale dos Cava-leiros conta agora com um edifício multifunções que alberga os serviços das Alfândegas, Polícia Maríti-ma, agências dos operadores portuários, gare marí-tima, espaço social para os estivadores e escritórios da delegação da ENAPOR em São Filipe, concluída na primeira fase. Nesta segunda fase, cujas obras foram orçadas em cerca de nove milhões de euros (990 mil contos), foi construída um molhe de cais de 100 metros e uma rampa de acesso aos navios (RO/RO), parque e estacionamento de contentores, um armazém de 1250 metros quadrados, zona de arma-zenamento dos equipamentos, e uma estrada asfal-tada de 500 metros que dá acesso ao porto. Com esta intervenção o porto de Vale dos Cavaleiros passa a ter a capacidade para receber navios de até 90 me-tros de comprimento e uma capacidade para 2.500 toneladas, com separação entre as áreas da pesca, de passageiros, de roll on-roll off e de contentores

Em relação ao Porto da Furna, as obras incluíram, nesta fase, a construção de uma gare marítima com terminal de passageiros, novas instalações das al-fândegas, da ENAPOR, do Instituto Marítimo Portuá-rio e da Polícia Fiscal e a requalificação da avenida marginal da Furna, sem contar que recentemente foi inaugurada a estrada Furna/cidade de Nova Sintra, obras que em conjunto ascendem o valor de 1 milhão de 200 mil contos, sendo cerca de 600 mil destinados ao porto. Este investimento vai permitir aumentar o tráfego de passageiros e carga de e para a Bra-va, com mais segurança e dignidade, acrescentando mais valor à pequena ilha.

PORTO DE VALE DOS CAVALEIROS – FOGO

PORTO DA FURNA – BRAVA

Estes investimentos vão trazer ganhos significativos para o setor nomeadamente: a eliminação do tempo de espera dos navios, o melhoramento da performance portuária e a capacitação do Porto para o tráfego no fu-turo. Também, vão garantir uma maior produtividade nos terminais, o cumprimento dos requisitos e normas ambientais e de segurança estabelecidos pela Organização Marítima Internacional (IMO) e a redução dos custos totais de passagem e distribuição de carga em Cabo Verde. Estes projetos também trarão impactos nos setores chaves do desenvolvimento do país, como a pesca, a agricultura, o comércio e o turismo que vão ganhar maior dinamismo.As obras de expansão e modernização dos três portos visam responder às demandas de crescimento e de-senvolvimento das ilhas nos próximos 20 anos e foram financiados pelos Governos de Portugal e de Cabo Verde.

Page 20: Jornal Comunicar - Cluster do Mar

www.governo.cv

Ficha Técnica Propriedade, Coordenação Geral, Concepção e Realização: Gabinete de Comunicação e Imagem do Governo

Colaboradores: Pontos focais de comunicação do Governo | Impressão: | Tiragem: 5000 Exemplares

Fotos cedidas pelo INDP, ENAPOR, Ministério das Infraestruturas e Economia Marítima | Os artigos deste jornal respeitam o novo Acordo Ortográfico

MFP SOCIALIZA NOVOS CÓDIGOS DOS IMPOSTOS SOBRE OS RENDIMENTOS

O Ministério das Finanças e do Planeamento orga-nizou, durante dois dias (14 e 15 de Abril), na Praia e em Mindelo, respetivamente, um Workshop de so-cialização dos anteprojetos dos códigos dos impostos sobre os rendimentos das pessoas coletivas (CIRPC) e das pessoas singulares (CIRPS). O Executivo de Cabo Verde pretende com estes dois projetos refor-çar a cidadania fiscal, revendo o quadro da tributação das pessoas singulares e das pessoas coletivas. O objetivo destas reformas é o de simplificar as obriga-ções tributárias das famílias, reforçar a competitivi-dade das empresas e criar regras claras de incentivo ao investimento e combate á fraude.

SANTO ANTÃO VAI TER MAIS TRÊS BARRA-GENS

O ato de inauguração do sistema de adução de água em Fajã de Janela foi feito pelo Primeiro-Ministro, José Maria Neves que avançou a informação de estu-dos para a construção de mais 10 barragens no país, sendo que, pelo menos, três deverão ser construídas em Santo Antão nos próximos tempos, sobretudo em Porto Novo, para além da do Canto Cagarra que será inaugurada em Julho próximo.

PM LANÇA OBRA DE CENTRAL ÚNICA DE SÃO VICENTE

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves presidiu, no passado dia 14 de Abril, o lançamento das obras de modernização e extensão da Central Única do Laza-reto, em São Vicente, que irá garantir a estabilidade do sistema energético nesta ilha, com a ampliação da capacidade de produção e melhoria da rede de distribuição, incluindo ainda a maior penetração de energia renovável. Durante o ato, tanto o Chefe do Executivo quanto o Ministro do Turismo, Indústria e Energia, Humberto Brito, afirmaram a consolidação da ELECTRA, através da modernização de todo o sis-tema de produção e de distribuição de rede que vai acontecendo por todo o país

ELECTRA ESTÁ A CONSOLIDAR-SE COMO EMPRESA RENTÁVEL

O Primeiro-Ministro, José Maria Neves, considerou o projeto de extensão da Central Única de Lazareto como mais um passo para a consolidação da ELEC-TRA, assente na resolução definitiva e estabilização de todo o sector energético, acreditando que já este ano a empresa começará a obter resultados positi-vos, podendo já em 2015 começar a fazer jus ao seu potencial de lucro, num sector crucial para o desen-volvimento e competitividade do país. Neves acredi-ta que os piores dias da empresa, em que éramos confrontados com apagões constantes, estão ultra-passados, demonstrando o que Humberto Brito já defendera de que Cabo Verde está a conseguir ven-cer a batalha da estabilização do sistema energéti-co, graças a uma visão estratégica e integrada e aos mais de 300 milhões de euros investidos desde 2001 a esta parte.

SÃO VICENTE E SAL COM NOVAS UNIDADES DESSALINIZADORAS PARA BREVE

O Ministro do Turismo, Indústria e Energia, Humber-to Santos de Brito, anunciou a instalação, para breve de uma nova unidade dessalinizadora para a ilha de São Vicente, com capacidade para a produção de 5 mil m3 do precioso líquido, sendo que, também, para o Sal será implementado, no mesmo período, um projeto idêntico, tendo sido já lançados os concur-sos para as suas instalações. Mais uma boa notícia para as populações das duas ilhas e mais um fator de competitividade para Sal e São vicente

PRIMEIRAS HABITAÇÕES “CASA PARA TODOS” COMEÇAM A SER ENTREGUES

Mais 54 famílias, do concelho de Santa Cruz (interior de Santiago), receberam no dia 10 de Abril, as cha-ves das suas novas moradias em Achada Fátima, na cidade de Pedra Badejo, num ato presidido pelo Pri-meiro-Ministro, José Maria Neves. Os beneficiários passaram por um processo de pré-seleção, segui-do de trabalho social para a confirmação dos dados declarados aquando da inscrição no Cadastro Único de Beneficiários de Habitação de Interesse Social (CUBHIS). Refira-se que no passado dia 29 de Março 78 famílias da Ribeira de Julião, em São Vicente, fo-ram contempladas com habitações da classe A cons-truídas no quadro do Programa Casa para Todos.

FLASH