jornal agropacto nº669

6
EDITORIAL Informativo Semanal Páginas 01 e 02 EDITORIAL FIQUE SABENDO CNA: Brasil pode colher 82 milhões de toneladas de soja na safra 2012/2013 Agricultura europeia mais verde Páginas 03 e 04 NOTÍCIA DA CNA Página 04 Ano 16 - Nº 669 - 25 a 31/07/2012 PEQUENAS NOTAS AGRICULTURA COM MAIS CRÉDITO Informativo Semanal 16 anos Crescem as vendas de leite UHT ESPAÇO DO AGROPACTO Resumo da reunião do dia 24/07/2012 Páginas 05 e 06 Página 05 Internacionalização da China abre oportunidades ao Brasil Agricultura europeia mais verde(*) Em meio à crise que assola vários países europeus, a escalada do desemprego, a falência de bancos e preços baixos de produtos como leite, a União Europeia discute a reforma da Política Agrícola Comum (PAC). Diferentemente de como o Brasil constrói sua política para a agricultura, na Europa esse assunto não é meramente uma política econômica voltada para incentivar a produção de alimentos. Os bilhões de subsídios dados aos produtores europeus significam muito mais do que produzir carnes, leite, queijos, vinhos, hortaliças, frutas, mas sim, conservar o meio ambiente, a paisagem bucólica que faz parte da vida dos europeus, gerar empregos, impostos, renda, e, em tempos de crise, atrair os jovens para o campo e gerar empregos que reforcem o papel da agricultura na vida dos europeus. A diferença básica dos planos agrícolas na Europa e no Brasil é a forma de suporte dado ao produtor. Enquanto aqui todos esperam para saber o volume de recursos e qual a taxa de juros para os empréstimos, lá se discute qual será o tamanho dos subsídios que os produtores receberão para produzir e, por vezes, para deixar de produzir. As distorções de comércio geradas pelos bilhões de euros que regam a agricultura europeia já foram questionadas na Organização Mundial do Comércio, e algumas reformas ajudaram a diminuir o montante de subsídios proibidos. No entanto, como existem subsídios permitidos, a mudança de recursos para categorias que em princípio não criam distorções no comércio é uma realidade. E o “esverdeamento” dos subsídios é uma saída inteligente para fomentar cada vez mais a adoção de práticas sustentáveis, não via créditos facilitados, como é o caso do Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono brasileiro, mas via pagamentos diretos aos produtores. Desde 2009 a categoria de pagamentos verdes no PAC foi ampliada. Passou a envolver práticas que melhorem a conservação do meio ambiente, reduzam emissões de gases de efeito estufa, considerem práticas elevadas de bem-estar animal e atividades com benefícios ao agroambiente. Na prática, os produtores agrícolas geram bens públicos que interessam a toda a sociedade, e, por isso, recebem subsídios verdes desde que adotem essas ações. As discussões sobre subsídios verdes na reforma da PAC envolvem múltiplos interesses. Se de um lado deixar de produzir em certas áreas gera benefícios ambientais, em outras pode gerar impactos sócio-econômicos. Quais as exigências para a rotação de culturas? Os países deverão adotar um critério de conservação de 7% ou 3% de cada propriedade como áreas de foco ecológico? Todos os países do bloco devem seguir os mesmos requisitos? A adoção de algumas práticas consideradas verdes qualifica diretamente os produtores? Não há clareza sobre como funcionarão os subsídios verdes e qual o montante desses recursos. Fala-se em quase 16 bilhões de euros por ano. A despeito das incertezas, é válido destacar que, se os produtores europeus forem obrigados a cumprir As distorções de comércio geradas pelos bilhões de euros que regam a agricultura europeia já foram questionadas na Organização Mundial do Comércio, e algumas reformas ajudaram a diminuir o montante de subsídios proibidos. Síria busca açúcar do Brasil; financiamento é difícil

Upload: kamylla-costa-costa-de-andrade

Post on 09-Mar-2016

224 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Jornal Semanal do Agropacto Nº 669 Período: 25 a 31/072012

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal Agropacto nº669

EDITORIAL

Informativo Semanal

Páginas 01 e 02

EDITORIAL FIQUE SABENDO

CNA: Brasil pode colher 82 milhões detoneladas de soja na safra 2012/2013

Agricultura europeia mais verde

Páginas 03 e 04

NOTÍCIA DA CNA

Página 04

Ano 16 - Nº 669 - 25 a 31/07/2012

PEQUENAS NOTAS

AGRICULTURA COM MAIS CRÉDITO

Informativo Semanal16 anos

Crescem as vendas de leite UHT

ESPAÇO DO AGROPACTOResumo da reunião do dia 24/07/2012

Páginas 05 e 06Página 05

Internacionalização da China abreoportunidades ao Brasil

Agricultura europeia mais verde(*)Em meio à cr ise que assola vários países

europeus, a escalada do desemprego, a falência debancos e preços baixos de produtos como leite, aUnião Europeia discute a reforma da Política AgrícolaComum (PAC). Diferentemente de como o Brasilconstrói sua política para a agricultura, na Europaesse assunto não é meramente uma polít icaeconômica voltada para incentivar aprodução de alimentos.

Os bilhões de subsídios dados aosprodutores europeus significam muitomais do que produzir carnes, leite,queijos, vinhos, hortaliças, frutas, massim, conservar o meio ambiente, apaisagem bucólica que faz parte da vidados europeus, gerar empregos,impostos, renda, e, em tempos de crise,atrair os jovens para o campo e gerarempregos que reforcem o papel daagricultura na vida dos europeus.

A diferença básica dos planosagrícolas na Europa e no Brasil é a formade suporte dado ao produtor. Enquantoaqui todos esperam para saber o volumede recursos e qual a taxa de juros paraos empréstimos, lá se discute qual seráo tamanho dos subsídios que osprodutores receberão para produzir e, por vezes,para deixar de produzir.

As distorções de comércio geradas pelos bilhõesde euros que regam a agricultura europeia já foramquestionadas na Organização Mundial do Comércio,e algumas reformas ajudaram a diminuir o montantede subsídios proibidos. No entanto, como existemsubsídios permitidos, a mudança de recursos paracategorias que em princípio não criam distorções nocomércio é uma realidade.

E o “esverdeamento” dos subsídios é uma saídainteligente para fomentar cada vez mais a adoção depráticas sustentáveis, não via créditos facilitados,como é o caso do Plano Agricultura de Baixa Emissãode Carbono brasileiro, mas via pagamentos diretosaos produtores.

Desde 2009 a categoria de pagamentos verdesno PAC foi ampliada. Passou a envolverpráticas que melhorem a conservação domeio ambiente, reduzam emissões degases de efeito estufa, considerempráticas elevadas de bem-estar animale atividades com benefícios aoagroambiente. Na prática, os produtoresagrícolas geram bens públicos queinteressam a toda a sociedade, e, porisso, recebem subsídios verdes desdeque adotem essas ações.

As discussões sobre subsídiosverdes na reforma da PAC envolvemmúltiplos interesses. Se de um ladodeixar de produzir em certas áreas gerabenefícios ambientais, em outras podegerar impactos sócio-econômicos.

Quais as exigências para a rotaçãode culturas? Os países deverão adotarum critério de conservação de 7% ou 3%

de cada propriedade como áreas de foco ecológico?Todos os países do bloco devem seguir os mesmosrequisitos? A adoção de algumas práticasconsideradas verdes qualif ica diretamente osprodutores? Não há clareza sobre como funcionarãoos subsídios verdes e qual o montante dessesrecursos. Fala-se em quase 16 bilhões de euros porano.

A despeito das incertezas, é válido destacar que,se os produtores europeus forem obrigados a cumprir

As distorções decomércio geradas

pelos bilhões de eurosque regam a

agricultura europeiajá foram questionadas

na OrganizaçãoMundial do

Comércio, e algumasreformas ajudaram adiminuir o montante

de subsídiosproibidos.

Síria busca açúcar do Brasil;financiamento é difícil

Page 2: Jornal Agropacto nº669

CONSULTAPara maiores esclarecimentos sobre as infor-mações aqui divulgadas, favor comunicar-secom a SECRETARIA EXECUTIVA DO PAC-TO DE COOPERAÇÃO DA AGROPECUÁRIACEARENSE.Endereço: Rua Edite Braga, 50 -Jardim América - 60.410-436 Fortaleza - CETelefones: (0xx85) 3535-8006 Fax: (0xx85) 3535-8001E-mail: [email protected]: www.agropacto-ce.org.br

Órgão de divulgação de assuntos deinteresse do Setor Agropecuário e do Pactode Cooperação da Agropecuária Cearense.

Coordenação e Elaboração: GerardoAngelim de Abuquerque - Chefe de Gabineteda FAECCoordenador Geral do Agropacto:FLÁVIO VIRIATO DE SABOYA NETO(Presidente da FAEC) Membros do Comitê Consultivo: Setor PúblicoEvandro Vasconcelos Holanda Júnior - EmbrapaCaprinos e OvinosJoão Hélio Torres D'Ávila - UFCJosé Alves Teixeira - BNBLucas Antonio de Sousa Leite - EmbrapaAgroindustria TropicalPaulo Almicar Proença Sucupira - BBRaimundo Reginaldo Braga Lobo - ADECE

Setor PrivadoAlderito Raimundo de Oliveira - CS da CajuculturaÁlvaro Carneiro Júnior - CS de LeiteCristiano Peixoto Maia - CS do CamarãoEdgar Gadelha Pereira Filho - CS da CarnaúbaJoão Teixeira Júnior - CS da Fruticultura e UNIVALEPaulo Roque Selbach - CS. FloresVinícius Araújo de Carvalho - CS do MelCarlos Prado - Itaueira AgropecuáriaFrancisco Férrer Bezerra - FIECJoão Nicédio Alves Nogueira - OCB/CELuiz Prata Girão - BETÂNIAPaulo Jorge Mendes Leitão - SEBRAE-CE

Secretária:Teresa Lenice Nogueira da Gama MotaKamylla Costa De Andrade Editoração Digital:Brunno CarvalhoHelena Monte LimaTaquigrafia:Irlana GurgelPatrocínio:BANCO DO BRASIL S/ABANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/ASEBRAE/CE

Nº 669

2

PRODUTOR RURAL: Pague a Contribuição Sindical em benefício da

manutenção do Sistema Sindical Rural

16 anos

com certos requisitos ambientais,como a ideia de manter 3% ou7% da propriedade conservada,eles receberão subsídios paratanto. Essa exigência poderia sercomparada à obrigação daReserva Legal no âmbito doCódigo Florestal. No entanto,além dos requisitos sereminfinitamente menores, discute-se que essas áreas poderãoincluir pastagens, culturasperenes para bioenergia e áreascultivadas sem fert il izantesnitrogenados.

Discute-se ainda se osprodutores que já adotam boaspráticas agrícolas, como produçãode orgânicos, ou cumpremrequisitos de cert if icações epadrões privados, poderiamautomaticamente receber ossubsídios, afinal, já são verdes!

Independentemente dacrise e das intensas discussõessobre como devem ser ossubsídios verdes, é visível que aUnião Europeia desenha suaspolíticas agrícolas pautada peloconceito de agregar valor aosseus produtos mediante açõesde baixo impacto ambiental. Éuma forma inteligente de darsubsídios “não condenáveis” e

justificá-los na medida em queincentivar essas ações significagerar bens públicos.

No Brasil, os novos recursospara adoção de práticas de baixocarbono do Plano Safra 2012/2013 são apenas o começo. E naforma de empréstimos. Adiscussão séria sobre pagamentopor serviços ambientais, pelavegetação nativa na forma deÁreas de PreservaçãoPermanente e de Reserva Legal,pelo carbono no solo, pelabiodiversidade, pela água, pelapaisagem, e todos os benefíciosque os produtores brasileirosgeram manejando seuagroambiente de formasustentável é um enorme desafiopara o Brasil.

Considerando apenas o fatode que no Brasil as fazendaspossuem vegetação nativa, sementrar na discussão de passivosdiante do ant iquado CódigoFlorestal, é possível imaginar odiferencial de externalidadesposit ivas geradas no campo.Cabe a nós criarmos as políticasnecessárias para incentivar evalorizar esses ativos e mostrarao mundo o quão verde é nossaagricultura.

(*)Rodrigo C.A. Lima, advogado,gerente-geral do Instituto de Estudos do Comércio eNegociações Internacionais (Icone).

Page 3: Jornal Agropacto nº669

3

Fique SabendoCrescem as vendas de leite UHT

Internacionalização da China abre oportunidades ao Brasil

4%, pouco acima do PIB, e que aprodução ultrapasse a marca de 6bilhões de litros.

“O setor tem presenciado umaumento de consumo médio do leiteUHT em todo o País, acima da médiados lácteos em geral”, diz opresidente da ABLV – AssociaçãoBrasileira da Indústria de Leite LongaVida, Laércio Barbosa. O setor, noentanto, se desdobra para absorveros aumentos nos preços da matéria-prima e a consequente queda narentabilidade da indústria.

O relatório anual da ABVL de2011 aponta aumento de 6,7% (5,81bilhões de lit ros contra os 5,45bilhões de 2010). O leite UHT foi omaior responsável pelo crescimento

de 4,2% do mercado total de leitede consumo, do qual ainda fazemparte os segmentos de leite empó (+ 4,3%) e leite pasteurizadoe leite pasteurizado (- 3,8%). Ofaturamento da indústria fechouem mais de R$ 10 bilhões.

De acordo com asexplicações do diretor executivoda ABVL, Nilson Muniz, os setoresde leite longa vida e em pó se“beneficiaram do aumento derenda da população,particularmente, das classes maisbaixas, que passaram a consumirum volume médio maior”. Em2011, o market share do leitelonga vida foi de 78,2% e o doleite pasteurizado, de 21,8%.

Depois de registrar umcrescimento de vendas de 6,7%,em 2011, a indústria de LeiteLonga Vida (UHT) já consegueprever, com a análise dosprimeiros meses de 2012, umbom desempenho, também, paraeste ano. A expectativa é de queas vendas cresçam entre 3% e

Neste junho aconteceu ovigésimo segundo encontro anualde agronegócios, al imentos ebioenergia, congregando cerca de400 empresários em Shanghai,China.

Ir à China cansa fisicamentepela distância, mas cansa maisainda intelectualmente, peladistância de velocidade com a qualas coisas estão acontecendo e ovolume de informações recebidas.Na volta, existe a nítida sensaçãoque o mundo de cá anda emcâmera-lenta.

Serão diversas análises feitasao leitor da Folha, sendo estaprimeira sobre as mudanças queimpactam as indústrias chinesasde alimentos, principalmente asoportunidades e os desafios.

Em termos deoportunidades, o crescimento dapopulação chinesa está estimadoem 1,4 bilhão em 2015; 1,45 em2020 e 1,5 bilhão deconsumidores em 2030, quandodeve se estabilizar. Outro fato é a

evolução da urbanização, que vai de55% em 2015 para 60% em 2020atingindo incríveis 70% em 2030. Istosignifica quase 300 milhões depessoas indo do campo para ascidades. A renda per capita evolui deUS$ 5,5 mil em 2015 para US$ 15 milem 2030.

O impacto calculado destes fatosé que o consumo per capita de carnespula de 57,3kg/hab em 2015 para68,6kg/hab em 2030. Simplesmentequase 12 quilos a mais por Chinês,abrindo amplas oportunidades.

Interessante compartilhar com oleitor os resultados a experiência demoderar um workshop com quinzedas maiores empresas de suínos eaves da China. Quando perguntadosquais são os desafios principais,foram os seguintes listados: custose qualificação de mão-de-obra, quecresceram 30% nos últimos dois atrês anos, novas regulamentaçõesGovernamentais referentes àsegurança do alimento (a China éfamosa em contaminações) estãoelevando os custos de produção erestringindo componentes utilizadosnas rações. Pela concentração daprodução, doenças e epidemias seespalham rapidamente.

Existem também pressões cadavez mais fortes pela sustentabilidade,em como conciliar o crescimentonecessário com a restrição derecursos e as questões ambientais.Outras preocupações envolvem avolatilidade do mercado de grãos

(componentes das rações),logística no interior, o créditoinsuficiente e ainda a políticaagrária.

As políticas governamentaisde desenvolvimento urbanoavançam sobre áreas deagricultura, trazendo maiscompetição por terra. Fora isto,existe amplo debate sobre acontaminação e a disponibilidadede águas e solos na China.

A boa mensagem para aprodução brasi leira é que oscustos de produção sobem muitona China também, bem como oconsumo. Estes fatos levam osempresários chineses adestacarem a necessidade deinternacionalizar cada vez maissuas empresas, e aqui abrem-seas oportunidades ao Brasil, emreceber estes investimentos paraabastecer parte do mercadochinês com os excedentes dealimentos aqui produzidos.

A mensagem dada aoschineses é que não é necessáriocomprar terras, mas simoriginação (redes de suprimento)de produtos no Brasil. Após vintedias, chega-se cada vez mais aconclusão que a China fascina.

(*) Marcos Fava Neves é professor titular deplanejamento e estratégia na FEA/USP

Page 4: Jornal Agropacto nº669

4

CNA: Brasil pode colher 82 milhões de toneladas de soja nasafra 2012/2013

Notícia CNA

Presidente da CNA lembra que cenário externo e medidas oficiais de apoio ao setor garantirão aumentoda produção brasileira

A comercialização de insumosno Brasil, em especial defertilizantes, sinaliza que a áreaplantada com soja, na safra 2012/2013, que começa a ser cultivadaem meados de setembro, será de27 milhões de hectares, comaumento de dois milhões dehectares em relação à safraanterior. A avaliação é daConfederação da Agricultura ePecuária do Brasi l (CNA), queestima colheita de 82 milhões detoneladas de soja no ano-safra.“O cenário externo favorável emtermos de preços e as medidas deapoio anunciadas pelo Governofederal estimularão o plantio”,afirma a presidente da CNA,senadora Kátia Abreu. Ela alerta,no entanto, que a confirmação daprevisão depende das condiçõesclimáticas durante o período deplant io, desenvolvimento ecolheita das lavouras.

O aumento dos preços dascommodities agrícolas no exteriorvai influenciar de forma positiva o

plantio das lavouras de grãos efibras no Brasil, na safra 2012/2013,com colheita de cerca de 176 milhõesde toneladas. Os contratos futurosde soja na Bolsa de Chicago,referência de preços para muitascommodities agrícolas, atingiramníveis recordes, sendo que ocontrato com vencimento em agostosubiu 10,2% somente na média dospregões real izados na semanapassada. As not ícias sobre ascondições climáticas nos EstadosUnidos têm influenciado de formamuito intensa o mercado, deixando-o volátil.

Apesar do cenário externo, aexpectativa de plantio não é tãootimista para o milho quanto para asoja, pois, no Brasi l, as duasculturas disputam espaço,especialmente na região Centro-Sul.Nessa região, a expectativa é dequeda de até 10% na área plantadacom milho de verão na safra 2012/2013 em relação ao períodoanterior. A presidente da CNAexplica que a preferência pela soja

é justificada pela maior liquidez,menor custo e maior facilidade naobtenção de créditos, além darentabilidade, que sinaliza ganholíquido médio de R$ 25,00 porsaca de 60 quilos na safra 2012/2013.

Para a safrinha de milho,também há expectativa deredução da área plantada, para6,2 milhões de hectares, compotencial de produção de 34milhões de toneladas na regiãoCentro-Sul. Somadas as duassafras, a produção nacional demilho poderá somar 68 milhões detoneladas, com queda de doismilhões de toneladas nacomparação com o volumeproduzido na safra 2011/2012. ACNA lembra que, se confirmadasas estimativas, o cenário é depreocupação para os produtoresde aves, suínos e leite, em funçãoda perspectiva de aumento doscustos de produção.

Fique Sabendo

O órgão estatal de importaçãode açúcar da Sír ia disse quepretende comprar 25 mil toneladasde açúcar bruto do Brasil da tradingBunge, mas problemas definanciamento podem atrapalhar onegócio.

“Nós estamos buscando abriruma carta de crédito para esta

Síria busca açúcar do Brasil; financiamento é difícilquantia. Se o negócio prosseguir,nós esperamos que o volume sejacarregado em Santos”, disse umfuncionário, que pediu para não serident if icado, referindo-se aoprincipal porto brasi leiro paraembarque de açúcar.

Ele disse que o açúcar seriacomprado da Bunge.

Um porta-voz da empresanorte-americana em Genebra disseque “por enquanto não comentamosou confirmamos contratoscomerciais, a Bunge exportacommodities agrícolas para a Síriaem acordo com todas as sançõeseconômicas aplicáveis pela lei, queautorizam a venda de alimentospara a estes países por razõeshumanitárias.”

A União Europeia, os EstadosUnidos e outros países ocidentaisimpuseram sansões ao governo deAssad em resposta à repressãoviolenta a uma revolta popular quedura 16 meses.

Mesmo que as medidas nãotenham alimentos como objetivo,o congelamento das finanças temprejudicado a habilidade da Síriade importar gêneros alimentíciosincluindo carregamentos de grãose açúcar.

Outro oficial sírio citoudif iculdades em encontrar umbanco para abrir uma carta decrédito como problema potencialao negócio.

Page 5: Jornal Agropacto nº669

5

Espaço Agropacto

Pequenas Notas

Resumo da reunião de 24 de julho de 2012Tema: A Visão da Agroindústria e do Segmento Produtivo do Caju no Vietnã

Palestrante: JOSÉ ISMAR PARENTE, Engenheiro Agrônomo, Assessor Técnico da SECITECE

O Sr. Coordenador FlávioSaboya abriu a reuniãocumprimentando os presentes epassou, imediatamente, apalavra ao palestrante, queiniciou agradecendo o convitepara fazer a exposição noAgropacto sobre sua estada noVietnã, numa missão compostapor duas pessoas da SECITECE euma do CNPq para participar doevento Golden CashewAssociat ion. Os antecedentes:Projeto Intercaju, ContatosVINACAS, Golden Cashew

Rendezvous 2012, Interesse naAgroindústria do Caju do Vietnã.Mostrou um gráfico com osprincipais produtores de castanha-de-caju de 2009 a 2011,destacando a África, com 900 miltoneladas em 2011, enquanto oBrasil alcançou perto de 200 mil.Mostrou, ainda, a distribuição daprodução de caju do mundo e aconcentração da produção de cajuno Vietnã, bem como a evolução daprodução de 1990 a 2012, com picoem 2007. Algumas constataçõesfeitas no setor agrícola: pequenaspropriedades, agricultura familiar,material melhorado e produtividadede < 1 t/ha, castanha uniforme ede qualidade, maior número inicialde plantas/hectare, solos eprecipitação adequados, manejonas pequenas propriedades e ATER,competição com culturas maisrentáveis, redução da área decajueiro, desperdício total dopedúnculo, baixa renda média dos

produtores. Em seguida, fotos dasubst ituição de cajueiro porseringueira e de pomaresordenados foram apresentadas.Principais países exportadores deAmêndoa da Castanha de Caju –ACC: Índia, Vietnã, Brasi l eHolanda. Constatações no setorindustrial: VINACAS como indutorde desenvolvimento, mais de 70fábricas de processamento decastanha, cerca de 290exportadores de ACC, comreflexos no controle de qualidadee nos preços, indústr ias comdiversif icação de negócios,processamento familiar/cooperativo e evolução damecanização/automação-80%,número de empregos muitovariável, direção das empresaspor vietnamitas. Gestão dasempresas, necessidade deimportação de castanha - 50%,países importadores ACC: + 60:EUA, UE, China, Austrália, Japão

Cientistas de todo o mundo sequenciam o genoma da banana: Uma equipe internacional de cientistas,liderados por pesquisadores franceses, anunciou o sequenciamento do genoma da banana. Segundo

eles, 91% do código genético da fruta já foram decifrados, o que servirá de referência para outros cientistasno futuro. Angelique D’Hont, que chefiou os 18 grupos responsáveis pelas pesquisas, afirmou que mais de36 mil genes foram encontrados nos 11 cromossomos da banana. De acordo com ela, para sequenciar oDNA da fruta foi necessário explorar a história evolutiva da banana e a sua relação com outras plantas.Existem mais de mil variedades de bananas conhecidas. Essa fruta, que é cultivada desde os primórdios daagricultura, possui uma forma de nomenclatura única e faz parte da dieta de milhões de pessoas em todo omundo. Mas você sabia que a bananeira não é uma árvore? Segundo cientistas, a planta da qual colhemosbananas é uma erva gigante.

Exportações do agronegócio: As exportações do agronegócio atingiram a cifra recorde de US$ 10,26bilhões em maio. O resultado expressivo representou uma elevação de 21,2% em relação a maio do

ano passado. As importações de produtos do agronegócio, por outro lado, tiveram diminuição de 14,1%,contra registros de US$ 1,34 bilhão em aquisição do exterior. O saldo comercial dos produtos do agronegócioficou em US$ 8,92 bilhões.

Preços dos queijos subiram no atacado: Segundo levantamento da Scot Consultoria, no atacado, ospreços dos queijos subiram na primeira quinzena de julho. Considerando o grupo de queijos

pesquisados, em relação à primeira quinzena de junho, a valorização foi de 2,5%. O queijo gorgonzolaliderou a alta. O quilo do produto está cotado, em média, em R$24,92. Uma alta de 11,3% em relação àprimeira quinzena de junho. Na comparação com a primeira quinzena de julho de 2011, a valorização foi de7,3%. No inverno, o consumo de queijos tende a aumentar.

Page 6: Jornal Agropacto nº669

6

Holanda, Canadá, Oriente Médio,Tailândia, Singapura, créditoapertado, juros elevados el imitada capacidade definanciamento das empresas.Diversas fotos da produção decastanha de caju no Vietnã forammostradas aos presentes.Desafios do setor agrícola:melhorar a produtividade comvariedades de alta produção,adequado manejo e diversificaçãode culturas – 2 t/ha, melhorar aprodutividade com variedades dealta produção, adequado manejoe diversificação de culturas – 2 t/ha, desenvolver novas variedadesadaptadas a clima e solos deregiões, est imular asagroindústrias a invest ir emcultivos de novas variedades,apoiar com incentivos plantaçõesno Camboja e no Laos, elevar arenda do produtor via adequadaATER e transferência detecnologia, alcançar em 2020produção de castanha-de-caju de700 mil, toneladas e importarapenas 200 mil toneladas.Desafios do setor industrial:reduzir a dependência externa dematéria prima – 50%, evoluir natransição: uso de mão-de-obra,avanço na mecanização/automação, melhorar a higiene esegurança al imentar, renovarmáquinas e equipamentos,melhorar a tecnologia deprocessamento, aumentar oconsumo interno de ACC de 5%para 7%, promover marcas deprodutos vietnamitas-indicaçãogeográfica, processamento deprodutos com valor agregado,crédito e juros, processar 900 milt de castanha e produzir 200 mil tde ACC. Finalizou suaapresentação agradecendo aatenção de todos e colocando-seà disposição paraesclarecimentos.

DebatesO Sr. Coordenador deu início

aos debates destacando acomparação Brasil /Vietnã emrelação a clima, produtividade,etc. perguntou qual o preço emdólar a nível de produtor.Manifestaram-se durante odebate: Deputado RaimundoGomes de Matos, perguntandocomo surgiu a VINACAS e qual arelação dela com o Governo; Sr.Evi lásio, perguntando comopoderia ser trabalhado no Brasilem se ter uma instituição quecongregasse de forma objetiva aalta produtividade; Sr. JoãoPratagil, refletindo sobre o futuro

da cajucultura brasileira, diante dosnúmeros apresentados. O Sr.palestrante respondeu que emrelação a preço ao produtor, hojeestaria entre um dólar e um dólar evinte centavos; que o tempo nãopermitiu aprofundar algumasquestões básicas, mas emeconomias centralizadas o que faziafuncionar era a coletivização, queaconteceu no Vietnã; que asassociações estavam presentes ea VINACAS era indutora daorganização da produção e do setorindustrial. No segundo bloco deperguntas, o Sr. João Batista Pontedestacou a renda gerada peloaproveitamento do pedúnculo docaju na produção do Vietnã, bemcomo, a preocupação daquele paísem diminuir as importações eaumentar a produção por hectare.Perguntou qual a instituição depesquisa predominante naquelePaís e a variedade de clonesexistente, entre outrasobservações. O Sr. Erildo Pontesachou brilhante a iniciativa doAgropacto em convidar técnicospara compart ilhar experiênciasvividas em missões. Falou que aevolução da cajucultura cearensedependia de melhor produtividadee poderia fazer, também,associações com culturas comomelão, milho, etc. O Sr. Aníbal Arrudalembrou que a castanharepresentava 15% do peso do cajue que aproveitava o pedúnculocomo ração para todo tipo deanimais. O Sr. palestrante disse quea tarefa de dedicação à cajuculturaera árdua; que não haviaaproveitamento de pedúnculo noVietnã; que ali existiam institutosde pesquisa, mas boa parte delaera realizada pelas universidades;que havia compromisso do setorindustrial para com o produtor. O Sr.João Pratagil disse que ficou claraa existência de governança e umplano de metas para os setoresagrícola e industrial e no Brasil faltacoerência e apoio para todo oprocesso necessário para odesenvolvimento da cajucultura.Foram feitas diversasconsiderações pelos últimosparticipantes, entre eles: Sr.Francisco José (Franzé) sugeriuconvidar o Dr. João Pratagil parafazer palestra sobre a perspectivada cajucultura no Brasil e no Ceará;O Sr. Normando Soares constatouque existia um paradoxo em relaçãoao caju no Ceará, em queaumentava a área de produção,mas diminuía a produtividade.Clamou ao Deputado Raimundo

Gomes de Matos que dessefuncionamento ao Funcaju,porque pesquisou nos anais econstatou que aquela era a 31ªreunião no Agropacto sobrecajucultura. O Sr. Antonio BezerraPeixoto disse que o elementofundamental no processo dacajucultura era o produtor. O Sr.Araripe anunciou a importância doCajuNordeste, e disse que ocajueiro era capaz de gerar muitarenda e era preciso utilizá-lo deforma completa, não apenas acastanha. O Sr. Péricles (Cascaju)parabenizou pelo trabalho dopalestrante e fez algunscomentários, entre eles, que oVietná há pouco tempo produziaapenas a metade da castanhaque o Brasil produzia. O Sr.Coordenador considerou que oAgropacto cumpriu sua missão deabrir espaço para a discussão,tendo como resultado que todossairiam dali inquietos, refletindopor soluções. Destacou que oGoverno do Estado atendeu asolicitação do segmento produtivodisponibilizou 3 milhões de reaispara substituição de copas decajueiros e a FAEC tem a missãode aplicar em torno de 50%daqueles recursos, voltados paraa média e grande produção,ficando os outros 50% com aSDA. Frisou que sent ia,claramente, o desinteresse doprodutor naquele momento e que,apesar do programa estáchegando um pouco tarde,deixava uma mensagem paracontinuação da iniciativa em 2013.O Sr. José Ismar fez aindaalgumas considerações eforneceu respostas a respeito daspalavras dos últimosperguntadores e em seguida oDeputado Raimundo Gomes deMatos fechou a reunião dizendoque apresentaria proposta deuma audiência pública na CâmaraFederal, com todos os segmentosda cadeia produtiva para discutiro Funcaju. O Sr. Coordenadoragradeceu a presença de todose encerrou a reunião.