jornal a laje — agosto/setembro 2012

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O jornal A Laje é uma publicação mensal produzida pela população em situação de rua de Curiba através do Movi - mento Nacional da População de Rua (MNPR) em parceria com o Núcleo de Comunicação e Educação Popular (NCEP) da Universidade Federal do Paraná. Nossas reuniões são todas as quartas-feiras, 16:30h, no belvedere da Praça João Cândido. Contato: [email protected]. Queremos ouvir suas sugestões e crícas! Impressão: Sindicato dos Engenheiros (Senge) Agradecemos o Sindicato pelo apoio! Tiragem: 1000 exemplares. Acesse: jornalalaje.moradoresderua.org.br DAS RUAS PARA A FACULDADE Jovem que morou nas ruas da cidade está terminando ensino superior e planeja lançar um livro Talvez muitos estudantes da PUC de Curitiba nem saibam, mas um jovem batalhador que estuda no 3º ano de Serviço So- cial já morou nas ruas da cidade. Joarez Soares, de 28 anos, é na- tural de Pato Branco e veio para Curitiba ainda menino. Órfão de pai e mãe, o rapaz, que na época tinha 16 anos, foi parar nas ruas quando fugiu dos maus tratos de seu pai social. Ali permaneceu durante 6 anos, onde passou frio, fome, medo e todas as demais dificul- dades de quem não tem um teto para dormir. Trabalhou cuidan- do de carros para poder sobrevi- ver. Com o dinheiro, comprava alimentos e sustentava o vício da bebida - este, desenvolvido na rua. A saída das ruas O jovem viu a oportunidade de sair das ruas da cidade quan- do, em um dia chuvoso de Curi- tiba, foi surpreendido pelo ges- to de uma mulher. Pedindo dinheiro no semáfo- ro, Joarez abordou uma assis- tente social, que em vez de di- nheiro, ofereceu ao rapaz uma oportunidade de futuro. “Ela disse que não me daria comida nem bebida, mas me da- ria a oportunidade pra estudar e me recuperar em um clínica”, diz. Dalí, Joarez foi para uma casa de recuperação, onde se livrou de seu vício. “A mulher me deixou na clínica e disse: a oportunidade é agora”, conta o jovem. De lá, o rapaz foi para um lar voltado para as pessoas em situa- ção de rua, a Comunidade Beato Sarnelli. Ali terminou os estudos, e decidiu prestar vestibular. Fi- cou entre os 15 primeiros coloca- dos para o Curso de Serviço So- cial da PUC. Atualmente Hoje, Joarez recebe bolsa finan ceira da universidade, para fazer pesquisas. Além dis- so, trabalha no Ins- tituto Paranaense de Cegos. Ele conta que no seu curso, todos sa- bem que já morou na rua. E mesmo que o preconceito ainda exista, seus co- legas aprenderam a admirar sua trajetória. “Algumas pessoas me tra- tam meio estranho, mas muitos, por saberem que eu sou um ex- -morador de rua, já me respeitam mais”, analisa. Futuro Joarez ainda quer retratar sua vida em um livro. Está escreven- do “Nas sombras da sociedade”, e conta toda sua trajetória de rua na figura do personagem João. O livro não tem data para ser lan- çado, e Joarez espera encontrar uma editora que o publique. “No livro vão ter momentos alegres, outros tristes, que me fazem cho- rar”, revela. Ele também pretende traba- lhar com a população de rua. Sua experiência pode servir de moti- vação para outras pessoas. Para Joarez, sair da rua é um processo que demanda desejo e oportunidade. “Como dizem, querer não é poder”, fala. Mas logo continua. “Quantas vezes a oportunidade tá na nossa frente e a gente não agarra? A minha oportunidade veio de uma assis- tente social”, completa. Joarez agarrou a oportunida- de, e foi surpreendido pelo rumo que sua vida chegou a tomar. “Nunca pensei que ia fazer uma faculdade”, fala. E se ele se ar- repende disso? Jamais! “Valeu a pena! Se estou aqui, é porque al- guém gosta muito de mim”, acre- dita. “A mulher me deixou na clínica e disse: a oportunidade é agora” Agosto e Setembro de 2012 19ª edição EDITORIAL AGORA É NOSSO! Edifício do futuro Centro Estadual de Defesa dos Direitos Humanos da População de Rua já está sendo usado pelo MNPR Mesmo após 8 anos da chacina co- nhecida como “Massacre da Sé”, em São Paulo, pouca coisa mudou. A população de rua ainda sofre com as constantes agressões, e muita gente ainda morre nas ruas da cidade. Por isso, o MNPR tem buscado esta- belecer parcerias com a segurança pú- blica, de forma a evitar que situações de violência se repitam. Afinal, é preciso traçar diálogos para que as conquistas se concretizem. E muitas já estão se reali- zando! O Centro Estadual de Defesa dos Direitos Humanos da População de Rua e Catadores de Material Reciclável já tem uma sede própria. Ele é a prova de que os constantes diálogos realizados com a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná pelo MNPR deram resulta- dos. Agora, a população de rua tem um lugar para recorrer sempre que seus di- reitos forem violados. Por isso, nessa edi- ção, trazemos detalhes dessa conquista, e também a constante luta do Movimento por políticas públicas efetivas. O ato que relembra o “Dia de Luta” é uma prova que há muito a batalhar. Ain- da vemos e noticiamos casos de destrato com a população de rua. Mas também trazemos uma ponta de esperança: a his- tóriao de um jovem que conseguiu sair das ruas e, atualmente, está terminan- do a faculdade. Queremos mostrar que, apesar de todos os problemas, é possível achar uma saída. Esperamos que essa edição do jornal possa ser uma ferra- menta de lutas e esperança. Boa leitura! Edifício na Praça Anita Garibaldi abriga o futuro CEDDH. Centro lutará pelos direitos da população de rua e catadores de materiais recicláveis. Pág. 2 E mais: Ato Público relembra “Massacre da Sé”.................... Pág. 2 Entendendo o Papel do CEDDH......................................Pág. 3 Centro Estadual de Defesa dos Direitos Humanos da Po- pulação de Rua e Catadores é ocupado......................Pág. 3 É possível sair das ruas: Rapaz que viveu nas ruas hoje está terminando a faculdade...................................... Pág. 4 PARTICIPE DO MOVIMENTO NACIONAL DA POPULAÇÃO DE RUA Venha parcipar você também e ajude a fortalecer o Movimento! As reuniões do MNPR em Curiba acontecem nas quartas-feiras, às 14:30h, no Belvedere da Praça João Cândido, nas Ruínas São Francisco.

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19ª edição do Jornal A Laje, produzida pelo MNPR (Movimento Nacional de População de Rua) e pelo NCEP (Núcleo de Comunicação e Educação Popular)

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Page 1: Jornal A Laje — Agosto/Setembro 2012

O jornal A Laje é uma publicação mensal produzida pela população em situação de rua de Curitiba através do Movi-mento Nacional da População de Rua (MNPR) em parceria com o Núcleo de Comunicação e Educação Popular (NCEP) da Universidade Federal do Paraná. Nossas reuniões são todas as quartas-feiras, 16:30h, no belvedere da Praça João

Cândido. Contato: [email protected]. Queremos ouvir suas sugestões e críticas!

Impressão: Sindicato dos Engenheiros (Senge) Agradecemos o Sindicato pelo apoio!Tiragem: 1000 exemplares.

Acesse: jornalalaje.moradoresderua.org.br

DAS RUAS PARA A FACULDADEJovem que morou nas ruas da cidade está terminando ensino superior e planeja lançar um livro

Talvez muitos estudantes da PUC de Curitiba nem saibam, mas um jovem batalhador que estuda no 3º ano de Serviço So-cial já morou nas ruas da cidade. Joarez Soares, de 28 anos, é na-tural de Pato Branco e veio para Curitiba ainda menino.

Órfão de pai e mãe, o rapaz, que na época tinha 16 anos, foi parar nas ruas quando fugiu dos maus tratos de seu pai social.

Ali permaneceu durante 6 anos, onde passou frio, fome, medo e todas as demais dificul-dades de quem não tem um teto para dormir. Trabalhou cuidan-do de carros para poder sobrevi-ver. Com o dinheiro, comprava alimentos e sustentava o vício da bebida - este, desenvolvido na rua.

A saída das ruasO jovem viu a oportunidade

de sair das ruas da cidade quan-do, em um dia chuvoso de Curi-tiba, foi surpreendido pelo ges-to de uma mulher.

Pedindo d i n h e i r o no semáfo-ro, Joarez a b o r d o u uma assis-tente social, que em vez de di-nheiro, ofereceu ao rapaz uma oportunidade de futuro.

“Ela disse que não me daria comida nem bebida, mas me da-ria a oportunidade pra estudar e me recuperar em um clínica”, diz. Dalí, Joarez foi para uma casa de recuperação, onde se livrou de seu vício. “A mulher me deixou na clínica e disse: a oportunidade

é agora”, conta o jovem. De lá, o rapaz foi para um lar

voltado para as pessoas em situa-ção de rua, a Comunidade Beato Sarnelli. Ali terminou os estudos, e decidiu prestar vestibular. Fi-cou entre os 15 primeiros coloca-dos para o Curso de Serviço So-cial da PUC.

AtualmenteHoje, Joarez recebe bolsa finan

ceira da universidade, para fazer pesquisas. Além dis-so, trabalha no Ins-tituto Paranaense de Cegos.

Ele conta que no seu curso, todos sa-bem que já morou na rua. E mesmo que o

preconceito ainda exista, seus co-legas aprenderam a admirar sua trajetória.

“Algumas pessoas me tra-tam meio estranho, mas muitos, por saberem que eu sou um ex--morador de rua, já me respeitam mais”, analisa.

FuturoJoarez ainda quer retratar sua

vida em um livro. Está escreven-

do “Nas sombras da sociedade”, e conta toda sua trajetória de rua na figura do personagem João. O livro não tem data para ser lan-çado, e Joarez espera encontrar uma editora que o publique. “No livro vão ter momentos alegres, outros tristes, que me fazem cho-rar”, revela.

Ele também pretende traba-lhar com a população de rua. Sua experiência pode servir de moti-vação para outras pessoas.

Para Joarez, sair da rua é um processo que demanda desejo e oportunidade. “Como dizem, querer não é poder”, fala. Mas logo continua. “Quantas vezes a oportunidade tá na nossa frente e a gente não agarra? A minha oportunidade veio de uma assis-tente social”, completa.

Joarez agarrou a oportunida-de, e foi surpreendido pelo rumo que sua vida chegou a tomar. “Nunca pensei que ia fazer uma faculdade”, fala. E se ele se ar-repende disso? Jamais! “Valeu a pena! Se estou aqui, é porque al-guém gosta muito de mim”, acre-dita.

“A mulher me deixou na clínica e disse: a

oportunidade é agora”

Agosto e Setembro de 2012 19ª edição

EDITORIAL AGORA É NOSSO!Edifício do futuro Centro Estadual de Defesa dos Direitos

Humanos da População de Rua já está sendo usado pelo MNPRMesmo após 8 anos da chacina co-

nhecida como “Massacre da Sé”, em São Paulo, pouca coisa mudou. A população de rua ainda sofre com as constantes agressões, e muita gente ainda morre nas ruas da cidade.

Por isso, o MNPR tem buscado esta-belecer parcerias com a segurança pú-blica, de forma a evitar que situações de violência se repitam. Afinal, é preciso traçar diálogos para que as conquistas se concretizem. E muitas já estão se reali-zando! O Centro Estadual de Defesa dos Direitos Humanos da População de Rua e Catadores de Material Reciclável já tem uma sede própria.

Ele é a prova de que os constantes diálogos realizados com a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná pelo MNPR deram resulta-dos. Agora, a população de rua tem um lugar para recorrer sempre que seus di-reitos forem violados. Por isso, nessa edi-ção, trazemos detalhes dessa conquista, e também a constante luta do Movimento por políticas públicas efetivas.

O ato que relembra o “Dia de Luta” é uma prova que há muito a batalhar. Ain-da vemos e noticiamos casos de destrato com a população de rua. Mas também trazemos uma ponta de esperança: a his-tóriao de um jovem que conseguiu sair das ruas e, atualmente, está terminan-do a faculdade. Queremos mostrar que, apesar de todos os problemas, é possível achar uma saída. Esperamos que essa edição do jornal possa ser uma ferra-menta de lutas e esperança. Boa leitura!

Edifício na Praça Anita Garibaldi abriga o futuro CEDDH. Centro lutará pelos direitos da população de rua e catadores de materiais

recicláveis. Pág. 2

E mais:Ato Público relembra “Massacre da Sé”.................... Pág. 2

Entendendo o Papel do CEDDH......................................Pág. 3

Centro Estadual de Defesa dos Direitos Humanos da Po-pulação de Rua e Catadores é ocupado......................Pág. 3

É possível sair das ruas: Rapaz que viveu nas ruas hoje está terminando a faculdade...................................... Pág. 4

PARTICIPE DO MOVIMENTO NACIONAL DA POPULAÇÃO DE RUAVenha participar você também e ajude a fortalecer o Movimento! As reuniões

do MNPR em Curitiba acontecem nas quartas-feiras, às 14:30h, no Belvedere da Praça João Cândido, nas Ruínas São Francisco.

Page 2: Jornal A Laje — Agosto/Setembro 2012

LOCAL DO CEDDH JÁ ESTÁ SENDO OCUPADOO espaço que abrigará o fu-

turo Centro de Defesa dos Di-reitos Humanos da População de Rua e Catadores de Material Reciclável (CEDDH) já está sen-

do ocupado. Desde o dia 29 de agosto, o MNPR está realizando os Grupos de Trabalho no Bel-vedere da Praça João Cândido, nas Ruínas São Francisco.

As chaves do imóvel foram simbolicamente entregues no dia 24 de agosto, para o coor-denador do MNPR, Leonildo Monteiro.

A primeira reunião realizada no local contou com a presença de vários apoiadores e integran-tes do movimento. Representan-tes da Secretaria de Justiça, Ci-dadania e Direitos Humanos do Paraná (Seju) também estiveram presentes.

O espaço foi cedido pela Seju. Em breve, o Centro deverá estar funcionando. No momento, o CEEDH ainda está em processo de contratação de técnicos e ca-pacitações dos servidores.

Apoiadores e representantes do MNPR participaram da primeira reunião realizada no CEDDH, no dia 29.

MNPR, população de rua e apoiadores se reuniram para reivindicar mais políticas públicas

19 de agosto- o dia de lutaManifestação no Largo São Francisco relembra vítimas da violência nas ruas

Passados oito anos desde o Massacre da Sé, em SP, o MNPR de Curitiba realizou no dia 17 o “Dia de luta”, ato organizado em várias partes do país para relembrar o ocorrido.

Em frente à sede do Centro Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDDH), no Largo São Fran-cisco, integrantes do movimento, pessoas em situação de rua e apoiadores se reuni-ram para protestar por melho-rias de condições para uma po-pulação menos favorecida.

“Chega de violência, quere-mos políticas públicas”. Esses dizeres, pintados em um cartaz produzido no próprio local, com a ajuda da população de rua, ex-pressam a luta do Movimento. Janaína Rocha, que já viveu 14 dos seus 24 anos na rua, partici-pou da produção da faixa.

Ela diz já ter presenciado a morte de companheiros por tor-tura e violência, segundo ela mo-tivadas pelo preconceito contra quem vive na rua. Janaína re-clama da demora da polícia em atender às denúncias. “Muitas vezes a polícia chega só vinte mi-nutos depois do chamado, e não há punição para quem agrediu”, diz.

O ato se estendeu por toda a

manhã. Leonildo Monteiro, co-ordenador do Movimento Na-cional da População de Rua no Paraná, ressaltou a importância da manifestação. “Através desse ato relembramos as vítimas das ruas, do frio e da violência. Te-mos que acompanhar as viola-ções de direito gratuitas sofridas pela população”, disse Monteiro. Além disso, o coordenador des-tacou a importância da conquis-ta do CEDDH pelo Movimento, que possibilitará o atendimento mais eficaz das demandas da po-pulação de rua.

O Dia De Luta e o ”Massacre da Sé”

Desde 2004, o dia 19 de agosto foi instituído como Dia de Luta pelo Movimento Nacional da População de Rua. Foi nesse dia que, há oito anos, sete morado-res de rua foram assassinados na

Praça da Sé, em São Paulo, víti-mas de pancadas na cabeça.

Mais oito pessoas ficaram feridas. As mortes teriam sido relacionadas a um esquema de segurança clandestina e tráfico de drogas. A suspeita é de que os moradores de rua sabiam do envolvimento de Policiais Milita-res nessas atividades e, por isso, foram mortos. Os responsáveis pelo chamado “Massacre da Sé”, até hoje, continuam impunes.

“Hoje lembramos dos irmãos em situação de rua que morre-ram por violência e por falta de políticas públicas”, dizia outra faixa produzida para o ato. Aqui no Paraná, o dia 17 de agosto foi marcado pela tristeza por tantos outros que, assim como as víti-mas da Sé, infelizmente, morre-ram pela violência, pelo desam-paro do poder público e pelo descaso de toda a sociedade.

NOTAS DO MOVIMENTO 13, 14 e 15/09 - Seminário sobre Tuberculose, em Brasília;

20/09 - Reunião para definição da composição do Conselho Intersetorial de Acompanhamento e Moni toramento das Ações Concernentes à Política Nacional para a População em Situação de Rua; 26/09 - Reunião do Comitê de Saúde com participação de representantes do Movimento, em Brasília; 13, 14 e 15/10 - Segundo Fórum do Movimento Nacional da População de Rua na região Sul.

Entre os dias 24, 25 e 26 de agosto, pessoas em situação de rua de todo o país tiveram a opor-tunidade de conhecer o papel e a importância do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População de Rua e Catadores de Material Reciclável (CNDDH). O encontro, que propôs capacitar os futuros usuários do CNDDH, ocorreu em Curitiba, no Centro de Pesquisa e Apoio ao Trabalha-dor (CEPAT).

Cerca de 80 pessoas estive-ram presentes no evento. Repre-sentantes dos estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, Bahia e Ceará também vieram para a capacita-ção. Do Paraná, pessoas em situ-ação de rua de Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina e Foz do Iguaçu, além de integrantes do Movimento de Catadores de Ma-teriais Recicláveis também parti-ciparam do encontro.

Segundo o Coordenador Na-cional do MNPR do Paraná, Le-onildo Monteiro, o objetivo desse evento é o de apresentar e escla-recer a importância de um Centro de Defesa. “A capacitação é im-portante para o pessoal entender

o papel do CNDDH, a demanda, e quais são as ações para atender a população de rua e catadores de materiais”, fala.

Para ajudar na apresentação do CNDDH, estiveram presen-tes o Coordenador Nacional do MNPR de Minas Gerais, Samuel Rodrigues, além do gestor do CNDDH, Tadeu David, e o repre-sentante da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, José Antonio Peres Gediel. Eles mostraram a atuação do Centro no atendimento à população de rua, e esclarecem alguns pontos

relacionados à defesa de seus di-reitos.

O evento foi bem avaliado pelos participantes. Eles pude-rem entender melhor o caráter do atendimento do CNDDH, e devem auxiliar a esclarecer dúvi-das de demais companheiros em situação de rua. Além disso, tive-ram a oportunidade de conhecer e visitar o local que abrigará o Centro em Curitiba.

Uma nova capacitação ocorre-rá agora na cidade de Florianó-polis/SC, entre os dias 13, 14 e 15 de outubro.

ENTENDENDO O PAPEL DO CNDDHCapacitação propôs esclarecer a atuação do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos

para a população de rua do país

Integrantes do MNPR de Curitiba e apoiadores participaram da organização do evento.