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Diretoria da LIESA (Triênio 2012-2015) Presidente - Jorge Luiz Castanheira Alexandre Vice-Presidente e Diretor de Patrimônio - Zacarias Siqueira de Oliveira Tesoureiro - Moacyr Henriques Diretor Jurídico - Dr. Nelson de Almeida Secretário - Eduardo Bruzzi Diretor de Carnaval - Elmo José dos Santos Diretor Comercial - Hélio Costa da Motta Diretor Cultural - Hiram Araújo Diretor Social - Jorge Perlingeiro

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Diretoria da LIESA (Triênio 2012-2015)

Presidente - Jorge Luiz Castanheira Alexandre

Vice-Presidente e

Diretor de Patrimônio - Zacarias Siqueira de Oliveira

Tesoureiro - Moacyr Henriques

Diretor Jurídico - Dr. Nelson de Almeida

Secretário -

Eduardo Bruzzi

Diretor de Carnaval - Elmo José dos Santos

Diretor Comercial - Hélio Costa da Motta

Diretor Cultural - Hiram Araújo

Diretor Social - Jorge Perlingeiro

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ÍNDICE

PÁGINA

ORDEM DOS DESFILES 05

RANKING DAS ESCOLAS 07

G.R.E.S.E. IMPÉRIO DA TIJUCA 09

G.R.E.S. ACADÊMICOS DO GRANDE RIO 35

G.R.E.S. SÃO CLEMENTE 43

G.R.E.S. ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA 53

G.R.E.S. ACADÊMICOS DO SALGUEIRO 63

G.R.E.S. BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS 71

G.R.E.S. MOCIDADE IND. DE PADRE MIGUEL 77

G.R.E.S. UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR 85

G.R.E.S. UNIDOS DE VILA ISABEL 95

G.R.E.S. IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE 107

G.R.E.S. PORTELA 115

G.R.E.S. UNIDOS DA TIJUCA 123

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GRUPO ESPECIAL

ORDEM DOS DESFILES

CARNAVAL/2014

ORDEM HORÁRIO

DE INÍCIO

DOMINGO

(02/03/2014)

SEGUNDA

(03/03/2014)

1 Às 21:00 h IMPÉRIO DA TIJUCA MOCIDADE IND. DE

PADRE MIGUEL

2 Entre 22:05 e 22:22 h ACADÊMICOS DO

GRANDE RIO

UNIÃO DA ILHA

DO GOVERNADOR

3 Entre 23:10 e 23:44 h SÃO CLEMENTE UNIDOS DE

VILA ISABEL

4 Entre 00:15 e 01:06 h ESTAÇÃO PRIMEIRA

DE MANGUEIRA

IMPERATRIZ

LEOPOLDINENSE

5 Entre 01:20 e 02:28 h ACADÊMICOS

DO SALGUEIRO PORTELA

6 Entre 02:25 e 03:50 h BEIJA-FLOR DE

NILÓPOLIS UNIDOS DA TIJUCA

As Escolas de Samba, cuja posição na Ordem dos Desfiles

corresponda à numeração ímpar deverão se concentrar a partir do

prédio do Juizado de Menores no sentido dos prédios da CEDAE

e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

As Escolas de Samba, cuja posição na Ordem dos Desfiles

corresponda à numeração par deverão se concentrar a partir da

lateral do Setor 01 (um) da Avenida dos Desfiles no sentido do

Edifício “Balança Mas Não Cai”;

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7

RANKING LIESA

2009 / 2013

OR

DE

M

ESCOLA 2009 2010 2011 2012 2013

TO

TA

L

Col. Col. Col. Pt. Col. Pt. Col. Pt. Col. Pt.

1º Beija-Flor de Nilópolis 2º 15 3º 12 1º 20 4º 10 2º 15 72

2º Unidos da Tijuca 9º 2 1º 20 2º 15 1º 20 3º 12 69

3º Unidos de Vila Isabel 4º 10 4º 10 4º 10 3º 12 1º 20 62

4º Acadêmicos do Salgueiro 1º 20 5º 8 5º 8 2º 15 5º 8 59

5º Acadêmicos do Grande Rio 5º 8 2º 15 - - 5º 8 6º 6 37

6º Estação Primeira de

Mangueira 6º 6 6º 6 3º 12 7º 4 8º 3 31

7º Portela 3º 12 9º 2 - - 6º 6 7º 4 24

Imperatriz Leopoldinense 7º 4 8º 3 6º 6 10º 1 4º 10 24

9º Mocidade Independente de

Padre Miguel 11º 0 7º 4 7º 4 9º 2 11º 0 10

10º Unidos do Porto da Pedra 10º 1 10º 1 8º 3 12º 0 - - 5

União da Ilha do

Governador - - 11º 0 - - 8º 3 9º 2 5

12º São Clemente - - - - 9º 2 11º 0 10º 1 3

Unidos do Viradouro 8º 3 12º 0 - - - - - - 3

14º Inocentes de Belford Roxo - - - - - - - - 12º 0 0

Renascer de Jacarepaguá - - - - - - 13º 0 - - 0

Império Serrano 12º 0 - - - - - - - - 0

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“Batuk”

G.R.E.S.E.

IMPÉRIO DA TIJUCA

Presidente: Antônio Marcos Teles

Carnavalesco: Júnior Pernambucano

Fundação: 08/12/1940

Cores: Verde e Branco

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G.R.E.S.E. Império da Tijuca

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“Batuk”

Justificativa:

Como muito orgulho, o Grêmio Recreativo Escola de

Samba Educativa Império da Tijuca apresenta seu enredo

para o carnaval 2014.

“BATUK”, termo originário da África Ocidental que

significa bater, tocar, fazer vibrar. Desse costume surgiram

as primeiras batucadas, com ritmos fortes e alegres. Para os

povos africanos, ritmar algum acontecimento era preservar a

memória coletiva e a identidade cultural de seu povo.

Cada batucada tomou forma e importância com o passar dos

tempos. Algumas têm forte ligação com a natureza e a

ancestralidade, e também festejam datas importantes.

Muitas outras celebram a vitória, algumas pedem proteção,

e também afastam o mal.

Em nosso país essas batucadas renderam manifestações dos

mais variados ritmos, do sagrado ao profano. Batucadas que

além de levar alegria ao povo, também buscam melhorar a

vida do cidadão brasileiro, retirando pessoas da

marginalidade e promovendo a inclusão social.

Para celebrar todo esse legado, nada melhor que um bom

samba. Ritmo oriundo de batucadas improvisadas nos

morros e subúrbios onde a população negra tinha sua maior

concentração, o samba fez escola e formou uma gente

bamba. Também ganhou enredo pra contar uma história. Na

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Carnaval/2014

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Tijuca, mais precisamente no Morro da Formiga, criou um

grande império, de coroa real e brasão nas cores verde e

branco.

Hoje o Império da Tijuca, feliz por estar de volta ao seu

lugar mais que especial, fará com a força e a garra de sua

comunidade uma batucada que ecoará no mundo inteiro

para celebrar essa herança cultural. Não importando o

motivo, exaltaremos essas manifestações culturais de ritmo,

canto e dança que os povos africanos legaram a todo o

mundo.

Alegrem-se todos, afinal, é carnaval!

É tempo de “BATUK”.

Sinopse:

Tocar, bater, vibrar;

Batuk.

Que faz lembrar África dos nossos ancestrais

E a pureza dos cânticos à vida, onde tudo é ritmo.

N’aldeia, em volta da fogueira,

Alegria e dança; celebração!

A etnia é guerreira, tem o dom da comunicação.

Assim quiseram os deuses,

Pois minh’alma é força, é parte natureza.

Transforma o corpo em orquestra, instrumento,

Cura. Fala de saudade. Alerta.

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G.R.E.S.E. Império da Tijuca

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Baila no rito do mascarado a iniciação,

Enfeita as cabeças, espalha felicidade.

Faz kizomba, enaltece os valores da amizade.

Gira no ritual que espalha axé,

Mistura negro, branco e índio.

Canta forte, pois tem fé,

Bate palma, pois tem fé,

Reza, é sagrado, é sinal de fé.

Eleva o canto aos céus e pede,

Clama o fim das injustiças, quer ser livre.

Coroa a liberdade em forma de prece,

Ao bondoso Deus e ao divino Espírito Santo.

Faz-se essência da cultura popular.

Dos reis, crioulas, marujeiros e brincantes,

Rodopia, irradia alegria, espanta a tristeza.

Desce a ladeira no passo que “freve”, ferve!

Segue o cortejo da casa real, cortejo da coroa imperial.

Profano,

Embala o corpo, põem pra dançar.

O ritmo desce a ladeira, inclui,

Dita moda, conscientiza, refaz as cabeças.

Mistura, faz a crítica, fala da realidade,

Faz a onda que recria uma nação.

Alegria de todo um povo,

Condenado, proibido, imoral.

Mesmo assim resistiu, pôs-se a jongar,

Voltou pros salões, virou fino trato.

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Carnaval/2014

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Enfeitou-se de flores, levantou o estandarte,

Lançou perfume e apaixonou a sociedade.

Saiu por aí, deu samba, fez escola.

Subiu o morro,

Lá do alto fez seu reinado e estendeu o manto,

Verde de esperança e branco da paz.

Coroou uma gente guerreira, suburbana feliz,

Que hoje faz sua batucada especial.

Afinal, da África ao Brasil,

Em todo o mundo,

É tempo de Batuk.

Enredo:

“Relembrar, Celebrar e Divinizar”

Tocar. Bater. Fazer vibrar. Isso é “Batuk”.

Na cultura africana, o ato de produzir som com instrumentos

de percussão tem três funções específicas que permitem

preservar a identidade de cada povo.

“Lua alta, som constante

Ressoam os atabaques

Lembrando a África distante...”

Relembrar. Nas tradições africanas, os mais antigos tinham

a tarefa de passar aos mais jovens as tradições de seu povo.

Todos acreditavam que através da oralidade se obtinha o

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G.R.E.S.E. Império da Tijuca

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conhecimento necessário para recordar ou conhecer o lugar

de origem de sua gente e seus costumes, tudo era realizado

através de cânticos, conversas e toques.

Miríade de formas e cores. Desertos. Savanas. Florestas. Eis

a África de nossos ancestrais, a pureza da natureza que

acalentou a vida.

Da terra seca e árida, entrelaçando paisagens de vegetação

rasteira até chegar aos densos aglomerados de árvores.

Plantas, flores, pequenos e grandes animais. Terra que bebe

da dádiva de rios e riachos. Berço da humanidade.

Celebrar. Todas as etnias africanas comemoravam sua

história e os acontecimentos do seu dia a dia com grandes

festejos. Nascimento e morte, plantio e colheita, até mesmo

as manifestações da natureza eram motivo para que

houvesse uma celebração. Reuniam-se todas as famílias,

tribos aliadas também eram convidadas como forma de

manter a boa convivência.

Sob o lume de uma fogueira, no centro da aldeia, cantigas

eram entoadas. Djembês, udus, caxixis, xequerês e outros

instrumentos produziam os sons e ditavam o ritmo desejado

para cada momento. O corpo também se transformava em

instrumento, os pés marcavam o ritmo no chão poeirento, o

bater das mãos faziam o acompanhamento. Homens e

mulheres trajavam panos coloridos e colares de conta

ornavam seus corpos durante as danças que aconteciam nos

festejos.

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Carnaval/2014

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Em tempos de guerra, o som dos tambores foi um precioso

meio de comunicação entre os guerreiros, que através de

cada toque tinha seu motivo especifico e que avisava a todos

o que acontecia durante a batalha.

Divinizar. Toques e cânticos sagrados despertavam a

comunicação, o movimento. Louvavam as dádivas dadas

pelos deuses aos seres humanos. A água, o fogo, a terra, o

vento, o raio. A chuva, o Sol e a Lua. A natureza era o

centro da crença religiosa.

Os sons também faziam homens e mulheres entrarem em

sintonia com seus espíritos e seus ancestrais. Os sons faziam

os corpos adormecerem, transformando seres humanos em

seres divinos, traziam os deuses para dançar junto aos seus

fiéis.

“Se o povo te impressionar demais

É porque são de lá os teus ancestrais

Pode crer no axé dos teus ancestrais”

“Raízes Africanas”

As raízes do batuque estão fincadas na África junto às raízes

da humanidade. O som produzido pelos instrumentos

musicais sempre acompanharam o homem durante sua

caminhada na história, e cada um deles mantinha sua

importância social e litúrgica para cada agrupamento de

pessoas.

Nas danças africanas, cada som e cada parte do corpo se

torna uma grande orquestra, que em harmonia festeja,

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G.R.E.S.E. Império da Tijuca

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celebra um acontecimento ou até mesmo é capaz de prover a

cura de pragas e mazelas. Também era de costume o uso de

artefatos manuais para auxílio e alcance da plenitude

desejada no ritual.

Nas ilhas de São-Tomé e Príncipe, desde os primórdios da

cultura local, o “D’jambi” é tocado e dançado em busca da

cura. Registros dão conta de que curandeiros dançam até

estabelecer uma espécie de transe e após submetem o

enfermo a rituais onde são evocados seres sobrenaturais e é

feito o contato com espíritos de indivíduos falecidos para

que se descubra de qual mal sofre a pessoa que está

passando pelo ritual. Os curandeiros também utilizam ervas,

sementes e outros artefatos advindos da natureza durante a

cerimônia para auxiliar na cura da enfermidade que aflige a

pessoa.

Para os são-tomeenses a “Puita” relembra os ancestrais, e

celebra a memória de um ente querido que houvesse

desencarnado há pouco tempo. Na puita os tambores

tocavam em ritmo frenético e obsessivo pela noite adentro.

Homens e mulheres formavam grandes filas indianas.

Quando em pares executam rodopios e umbigadas.

Separados fazem movimentos sensuais, acreditando que

assim celebravam com alegria a memória daquele que os

deixou, e caso o ritual não fosse realizado poderia causar

desventuras na família do finado.

Para alertar sobre os problemas da comunidade e por muitas

vezes expor críticas sociais ou de costumes, existe o

“Sacopé”. Numerosos grupos formam sociedades musicais

que carregam seus estandartes e fardamentos próprios, e que

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Carnaval/2014

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seguem uma hierarquia rigorosa quando em apresentação as

músicas são tocadas em ritmo lento, lembrando lamentos.

Na tribo Makonde, a “Dança Mapiko” é o rito de iniciação

masculina e mais importante ritual da tribo que habita a

região de Moçambique. O ritual constitui-se da produção de

máscaras em forma de rostos humanos ou de animais para

preservar a identidade do iniciado e que também dá o nome

a dança. A partir deste momento o jovem passa a ter uma

função especial até o fim de sua iniciação em meio aos seus.

Quando mascarado, o jovem se veste com uma vestimenta

costurada com diversos panos coloridos. Os passos são

ditados pelos toques dos tambores que têm a missão de

apresentar o jovem iniciado à aldeia, e cada movimento tem

a missão também de produzir encanto e divertimento aos

presentes.

Em Luanda um estilo de dança realiza a alegria dos

moradores da capital angolana durante o carnaval. Na

“Kabetula” os participantes se ornam com uma veste a base

de retalhos que formam um grande pano que cobre todo o

corpo, e sob suas cabeças colocam adereços coloridos e

brilhantes que tem forma variada. A dança é tão especial

para a população que se tornou objeto de estudo e é

considerada uma das maiores riquezas culturais do povo de

Angola.

Era comum em Angola também organizarem grandes

encontros de amigos para dançarem. As “Kizombadas” -

como eram chamados esses encontros - tinham o intuito de

estreitar ou formar elos de amizade entre todas as pessoas.

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G.R.E.S.E. Império da Tijuca

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O termo kizombada deriva da palavra Kizomba, termo da

língua quimbundo que significa festa. Festas essas que se

tornaram popular entre os anos 50 e 70, quando a palavra

Kizomba ainda não dava nome a um ritmo que atualmente

faz grande sucesso no país. Na época ritmos como a

maringa, kabetula e a kazukuta eram os mais apreciados.

No Brasil há registros que assemelham festejos realizados

nos quilombos às Kizombadas de Angola. Em Palmares

aconteciam grandes reuniões dos aldeamentos que

formavam o quilombo, sob os olhares de Zumbi. Todos os

visitantes e aliados eram sempre recebidos com fartos

banquetes, apresentações de danças e cânticos especiais para

cada acontecimento, como forma de estreitar os laços de

amizade entre todos.

“Batucada Mística”

Durante o processo de escravização e diáspora das etnias

africanas por todo o mundo, as culturas locais receberam

influência direta dos costumes trazidos pelas mesmas, o que

resultou na formação de manifestações culturais e religiosas.

Na questão religiosa, a presença de musicalidade nos rituais

é uma das marcas mais fortes da cultura africana. Estes,

mesmo sofrendo proibições e perseguições quando inseridas

no cotidiano de um Brasil, ainda em seus primeiros anos de

existência, resistiram das mais diversas formas.

Originalmente, os negros cultuavam a anima – alma – da

natureza. Cada elemento é um deus, conhecido como Orixá,

Nkissi ou Vodun, dependendo da região de origem de cada

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Carnaval/2014

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negro. Através de toques de tambores e da execução de

passos de dança, essas forças sagradas se manifestam nos

corpos dos iniciados nos preceitos religiosos e se fazem

presente em meio aos seus devotos.

Com as muitas fugas dos negros para as matas e até mesmo

para aldeias indígenas, a mistura de crenças resultou na

formação de tradições religiosas como o Babaçuê.

Também conhecido como “Batuque de Santa Bárbara”, esta

vertente religiosa muito difundida nos estados do norte do

país, em especial no estado do Pará, nasceu da mistura do

culto aos orixás Xangô e Yansã com ritos de pajelança

indígena.

Nos estados da região nordeste a fusão das crenças indígena,

católica e negra resultou na formação do culto do Catimbó-

Jurema. Na crença, a Jurema é uma planta sagrada que

permite o contato com entidades que habitariam as cidades

místicas do Juremá. Estas entidades conhecidas como

“mestres” chegam a terra através de toadas cantadas e

acompanhadas de tambores e maracás que são usados para

suas evocações, e quando “em terra” realizam atos de

caridade através do uso de ervas e rezas.

No “Tambor de Mina” os tambores chamados “abatás” tem

grande importância em sua liturgia religiosa. Os terreiros

desse segmento religioso mantém forte crença nos

“encantados”, seres que segundo a crença um dia tiveram

vida e após o desencarne teriam simplesmente encantado.

As cantigas entoadas em louvor aos encantados contam suas

histórias ou lendas sobre sua forma encantada.

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G.R.E.S.E. Império da Tijuca

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Uma das crenças mais difundidas em sua liturgia é a

louvação a Dom Sebastião, rei de Portugal que teria se

encantado em forma de um touro negro com uma estrela

brilhante na testa, nas profundezas da costa maranhense, e

apareceria nas noites de sextas-feiras. Segunda a mesma,

aquele que avistasse o touro encantado e o ferisse na estrela,

quebraria o encanto fazendo submergir a cidade de São Luís

do Maranhão, fazendo aparecer uma cidade encantada com

todos os tesouros do rei.

Em 1908, surge no Rio de Janeiro a Umbanda. Considerada

a religião que simboliza a plena miscigenação brasileira,

pois em sua liturgia mistura preceitos das tradições

religiosas africana, católica e ameríndia. Os adeptos que se

vestem de branco e contas coloridas que representam os

espíritos que os auxiliam, participam dos rituais chamados

“giras” aonde à entoação de “pontos”.

O bater de palmas e tambores são as chaves para o

desencadeamento das energias sagradas que irão ajudar os

“guias” ou “mentores espirituais” a realizarem curas e todo

tipo de auxílio espiritual que são julgados necessários.

“Batuk Brasil”

A música e a dança têm uma finalidade concreta na cultura

africana, seja para manifestar um sentimento, suavizar as

dores ou o árduo trabalho. No Brasil, não foi diferente: os

escravos e os afrodescendentes, também cantavam nos

momentos de vida e de morte, de acalanto e dor, de festas

ou revoltas. Ao longo dos cerca de trezentos anos de

escravidão no Brasil, os africanos encontravam caminhos

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Carnaval/2014

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para se revigorarem e se reinventarem culturalmente,

consolidando a cultura afro-brasileira.

O tambor, geralmente é o instrumento mais importante,

sendo intermediário com o sagrado dos terreiros e também é

fundamental em muitas outras festas e danças, como

também podem ser usados o atabaque, adufe, berimbau, o

reco-reco, o agogô, ganzá, carimbo, caxambu, cucumbi,

fungador, gongon, mulundu, marimba, puíta, socador, vuvu,

xequerê, entre outros, onde os ritmos podem ser misturados

com instrumentos oriundos da miscigenação brasileira como

pandeiro, tamborim, cavaquinho, viola e rabeca. Mas o

batuque também pode se expressar pelas palmas, pelas

batidas de mãos pelo corpo ou repicar dos pés livres ou

tamancos e sandálias.

Em forma de protesto contra as injustiças causadas pela

escravidão, os negros realizavam a “Dança do Fogo”. Na

dança e batida dos tambores louvavam Xangô, deus africano

do fogo e da justiça. Clamavam aos céus o fim daquele

cenário de dor e maus tratos, para então todos poderem ser

livres e felizes.

Oriunda das grandes plantações de cana-de-açúcar onde os

escravos fugiam em busca de liberdade, e melhores

condições de vida, surgiu a “capoeira”. Mistura de luta e

dança onde aplicavam técnicas corporais ao ritmo musical,

desenvolvendo-se mais tarde nos quilombos e depois nas

cidades, tornando-se uma arte genuinamente brasileira.

Considerado uma dança dramática e popular ou um

folguedo alagoano, o “quilombo” representa uma

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G.R.E.S.E. Império da Tijuca

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dramaturgia histórica de lutas entre índios guerreiros e

negros quilombolas, ou entre negros e brancos, entre

mouros e cristãos ou das ferrenhas lutas entre escravos

fugitivos com capatazes e capitães-do-mato. A coreografia

ao som dos tambores é uma simulação de luta pelos negros

e de arcos e flechas pelos caboclos.

Através da lenda de Chico Rei, que era imperador do

Congo, que escondendo pó de ouro entre os cabelos,

conseguiu comprar sua liberdade, de seu filho e mais tarde

de seus súditos. Posteriormente criara a irmandade do

Rosário e Santa Efigênia, onde nas solenidades Chico Rei é

coroado, acompanhado de um cortejo compassado,

cavalgadas, levantamento de mastros e música, fazendo um

sincretismo religioso identificando entidades dos cultos

africanos aos santos do catolicismo. A essa festa, deu-se o

nome de “Congado”, “Congada”, “Congo” ou “Gongada”.

E através de diversas outras lendas deu-se origem ao

“Maculelê”, sustentando a versão de um guerreiro sozinho

enfrentando a invasão inimiga com apenas dois bastões. Em

uma das versões, de origem africana, o episódio aconteceu

numa aldeia primitiva, do Reino Ioruba. Em outra versão

indígena o protagonista é um índio preguiçoso; e há uma

versão misturando as culturas onde um negro fugido ou

escravo é acolhido por uma tribo indígena. Essa dança

guerreira é conduzida ao som de atabaques e agogôs, aos

toques de bastões ou pedaços de cana roxa.

A Festa do Divino, no Maranhão, tem forte ligação com as

comunidades afrodescendentes da região. Na tradição, todo

o ritual é coordenado pelas caixeiras do divino, senhoras

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Carnaval/2014

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negras que tocam e entoam cantigas que anunciam os

festejos.

O louvor ao divino Espírito Santo é realizado em um salão

chamado “tribuna”, onde ficam os símbolos do divino e a

sua corte. As pompas giram em torno de crianças que são

vestidas com trajes da nobreza e tratadas como tais,

simbolizando o reinado do divino. Todo o processo

ritualístico costuma durar quinze dias, desde a abertura da

tribuna, o levantamento do mastro, passando pelos rituais do

reinado até chegar o momento do carimbó das caixeiras que

encerra os festejos do divino.

“A Essência da Cultura”

O Brasil é um verdadeiro caldeirão de manifestações

culturais nascidas do povo. A mistura de negros, brancos e

índios deram origens a diversos festejos que se distinguem

pelos instrumentos, pelas indumentárias e pelas formas de

expressão corporal ou verbal, criando identidades regionais

de rara beleza. No período entre os séc. XVIII e XIX, a

população negra aumentou consideravelmente devido as

necessidades de mãos de obra para o cultivo de cana-de-

açúcar e exploração aurífera contribuindo assim nas diversas

expressões culturais africanas, em especial a Língua

Portuguesa, dando uma feição brasileira. Mesmo assim, as

manifestações culturais europeias, eram mais valorizadas no

Brasil e algumas manifestações de cultura afro-brasileiras

eram perseguidas pelas autoridades, enquanto outras eram

estimuladas e ou toleradas.

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G.R.E.S.E. Império da Tijuca

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Herança de um costume lusitano de louvação aos Santos

Reis surgiu no Brasil a “Folia de Reis”. Os devotos refazem

a história dos três reis magos, que seguindo o brilho da

estrela brilhante buscavam o local de nascimento do Menino

Jesus.

Organizados em grupos, uns formam uma pequena

percussão, outros se vestem de palhaços, um homem leva à

frente o estandarte, símbolo maior das folias, e todos sob o

comando do Mestre Folião visitam casas e igrejas

simbolizando a jornada, até que no dia de reis os festejos

relembram o encontro dos santos com Jesus e sua Família.

Como forma de diversão ou como pagamento de promessas

às entidades dos terreiros ou aos santos do catolicismo ou a

São Benedito, a manifestação do “Tambor de Crioula” que

envolve dança da coreiras, canto pelos cantadores e

percussão de tambores conduzindo um ritmo ininterrupto,

culminando na punga ou umbigada.

Os escravos não tinham folgas para comemorações, mas nos

períodos dos festejos natalinos onde se dava uma folga à

lavoura e os negros podiam comemorar o dia 26 de

dezembro e pedir bênçãos a São Benedito. A essa festa deu-

se o nome de “Marujada”. Atualmente acontece em três

ocasiões: No Natal, no dia de São Benedito e no primeiro

dia do ano novo. Os homens chamados de marujos bailam

pela cidade com seus instrumentos musicais, fazendo

movimentos de um barco na água e as mulheres conduzem a

dança.

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Carnaval/2014

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Como forma crítica a situação dos negros e índios nas

relações sociais e econômicas no período colonial, surge o

“bumba-meu-boi”, uma espécie de ópera popular,

envolvendo através de uma lenda, elementos de comédia,

tragédia, drama e sátira, tentando demonstrar a fragilidade

de um homem e a força bruta de um boi, tornando-se uma

das mais ricas representações do folclore brasileiro tendo

diversas outras denominações.

Tendo como origem a palavra ferver, que se popularizou em

“frever”, originou-se o “frevo”, dança com origem dos

movimentos da capoeira estilizada pelos passistas devido as

perseguições da polícia aos capoeiras. No embalo do reco-

reco, tambores, tamborins e instrumentos de metal, num

ritmo com passos de dança frenético, onde os passistas

realizam passos difíceis e movimentos acrobáticos, num

rebuliço, agitação, fervura.

Autorizados pela Coroa Portuguesa, os negros

homenageavam, através de festas, os Reis Magos. No dia de

Nossa Senhora do Rosário, coroavam o Rei e a Rainha do

Congo, de acordo com as suas etnias, criando um folguedo

denominado “Maracatu” que deriva do instrumento musical

maracá. Rico e colorido, o festejo tem um figurino

composto por bijuterias, espelhos e adereços cintilantes e o

gongue faz o ritmo; as caixas, tambores, ganzás, alfaias e as

danças constituem um ritual magnífico de criatividade e

beleza.

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G.R.E.S.E. Império da Tijuca

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“Profana Batucada”

As contribuições da cultura negra no séc. XX passam a

serem valorizadas pela sociedade brasileira em suas

tradições, hábitos, costumes, culinária, credos religiosos e

nas manifestações artísticas principalmente na dança e na

música.

Em 1949, um cordão ou bloco de carnaval, batizado de

“Filhos de Gandhy”, foi fundado por estivadores da zona

portuária de Salvador. Constituído exclusivamente por

homens usando vestes indianas com turbante e colares nas

cores branca e azul, e perfume de alfazema desejando paz.

O afoxé ritmado pelo agogô com seus cânticos de ijexá na

língua Ioruba tornou-se um dos blocos mais belos e

tradicionais soteropolitano.

Com objetivo de preservar, valorizar e expandir e cultura

afro-brasileira fundou-se em 1974, o bloco carnavalesco Ilê

Aiyê. Marcado pelos tambores e o timbre forte das vozes

retumbantes, acabou popularizando-se com temas da

história da África, construindo uma trajetória histórica não

somente na Bahia, mas fortalecendo a identidade étnica e a

autoestima do negro brasileiro.

Em 1979 é fundado, no Pelourinho, o Bloco Afro

“Olodum”, que significa Deus maior no candomblé. Com

objetivo de desenvolver a cidadania e preservar a cultura

negra, o Olodum, desde 1984, tem o projeto Rufar dos

Tambores, atendendo crianças e adolescentes integrando-os

socialmente. Nas cores verde (florestas equatoriais da

África), vermelho (sangue da raça negra), amarelo (ouro da

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Carnaval/2014

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África), preto (orgulho da raça negra) e o branco (paz

mundial), incluindo a logomarca em seus tambores, o

Olodum ficou conhecido internacionalmente, fazendo shows

em diversos países e participando de eventos com artistas

famosos, divulgando a mistura de ritmos que incluem os

batuques africanos, o reggae e ritmos latinos.

Em 1991, no bairro do Candeal, tendo inspiração pelo

timbau como um instrumento marcante, é idealizado por

Carlinhos Brown a “Timbalada”, de sonoridade contagiante,

criando uma nova linguagem onde o timbau, instrumento

marginalizado, passa a ser condutor de uma nova

linguagem, transformando-se num mantra ao som dos

tambores, aquecendo os corações de todos que estão por

perto, e expandindo-se como o Olodum, fazendo sucesso

pelo mundo inteiro.

No início de 1991, em contato com um bloco afro,

denominado Lamento Negro, que desde 1984, fazia um

trabalho comunitário de arte e educação, na periferia de

Recife, tocando afoxé, samba-reggae, maracatu e coco,

encantando Chico Science que misturou música de raiz e

Black music, acrescentando rock, hip hop, funk e música

eletrônica criando um movimento contracultura denominado

manguebeat ou manguebit que fazia críticas às

desigualdades e ao abandono socioeconômico do mangue

em Recife. Surgia então “Chico Science e Nação Zumbi”,

que passou a excursionar e mostrar as histórias do mangue

pelo mundo deixando sua marca onde passava, motivando

para novas ideias.

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G.R.E.S.E. Império da Tijuca

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Em 1993, nasce o Afro Reggae que é a fusão de uma ONG

que atua como grupo musical, na comunidade de Vigário

Geral. Intervindo diretamente junto à população negra

brasileira, abrindo portas e oportunidades para muitos

jovens através de projetos de diversas áreas culturais. Dentre

todas as atividades desenvolvidas, a música tem se mostrado

a mais eficiente para atrair jovens, onde ocorre a

multiplicação das bandas. Hoje existe o Afro Reggae I e II,

Afro Lata, Afro Samba e Banda Malaka Música e Dança. A

força da percussão e seus ritmos extravasam as emoções,

transformando o lixo em instrumentos musicais, a

precariedade em arte. Reconhecido por todos seus projetos e

ações sociais o Afro Reggae é um exemplo de grupo

cultural que promove a inclusão e a justiça social através da

arte e da cultura afro-brasileira.

“Batucada, Samba e Carnaval”

Com toda propriedade podemos dizer que o samba é a maior

e mais popular batucada brasileira. Esse ritmo que é tão

nosso permeia a música popular brasileira com diversos

estilos, e atrai os olhares e ouvidos de pessoas de todo o

mundo.

Um dos primeiros ritmos considerados precursores do

samba é o Lundu. A dança mistura passos de dança sensuais

de umbigada com algumas características de danças ibéricas

como o estalar de dedos, chegou a ser dançado na corte

portuguesa. Tambores, bandolins e rabecas faziam a

harmonia musical da dança que fora proibida por Dom

Manuel, que a julgou imoral.

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Carnaval/2014

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Outro movimento que influenciou o surgimento do samba é

o Jongo. Considerado por muitos como o “avô do samba”, o

Jongo é uma herança dos negros que vieram de Angola e

muito se assemelha com outra dança originária da região

que é o semba.

A percussão formada pelos tambores chamados de ngomas,

urucungo, a viola e o pandeiro são acompanhadas de

coreografias que simulam o choque dos corpos, do bater de

palmas e dos pés no chão, onde o dançarino relembra, por

exemplo, o café sendo pisado nos grandes sequeiros das

fazendas.

Quando o Maxixe deixa os redutos mais humildes, e ganha

os salões da aristocracia, é o símbolo que os ritmos de

origem africana começavam a quebrar de forma discreta os

preconceitos enraizados na sociedade brasileira.

O maxixe teria surgido oficialmente em 1870 e ficou

conhecido por algumas pessoas como o “tango brasileiro”,

para tentar maquiar a forte influência africana em sua

origem. Considerada sensual, a dança é realizada em par, e

acompanhada de piano, rabecas, violões para dar o ritmo.

A influência dos ritmos africanos no desenrolar da história

do samba também impulsionou o desenvolvimento do

carnaval, pois formam a base rítmica que desencadeou a

evolução musical da trilha sonora carnavalesca.

Na trilha das batucadas lembramo-nos dos corsos que

relembravam as batalhas de flores de Nice, dos estandartes

coloridos dos ranchos, passando pelas sociedades

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G.R.E.S.E. Império da Tijuca

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carnavalescas, até chegar às escolas de samba, o ritmo

seguiu das marchinhas aos sambas de enredo.

Assim, surge em 1940 uma batucada especial, com ares de

realeza em pleno subúrbio carioca. Sob a guarda do

semblante feliz de uma gente humilde e guerreira, que tudo

faz para que o brasão de seu reinado sempre brilhe no lugar

mais alto.

Esse é o Império da Tijuca, o primeiro império do samba,

que há exatos 73 anos realiza sua batucada preservando o

intuito original dos seus fundadores de ser mais do que uma

simples escola de samba, mas sim um veículo que leva

conhecimento a todos os amantes do carnaval carioca.

Carnavalesco: Júnior Pernambucano

Autores: Diego Araújo, Rafael Moreira e Júnior

Pernambucano

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“Verdes olhos de Maysa sobre

o mar, no caminho: Maricá”

G.R.E.S.

ACADÊMICOS DO

GRANDE RIO

Presidente: Milton Abreu do Nascimento

Carnavalesco: Fábio Ricardo

Fundação: 22/09/1988

Cores: Vermelho, Verde e Branco

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G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio

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“Verdes olhos de Maysa sobre o mar,

no caminho: Maricá”

A estação que inspira é o verão...

Nas primeiras horas de uma manhã de sol, ela desperta

depois do que havia programado. O corpo ainda se sente

envolvido pelo ócio da noite anterior.

Apressadamente, aproxima-se da janela e vislumbra as

primeiras nuances luminosas do despertar de um novo dia.

O brilho invade o ambiente outrora escuro pela noite e a

claridade reflete na retina de seus olhos verdes. É a vida

dando ao destino nova chance de refazer o fim da história.

Quem sabe, nova fase, cantada em outro tom.

O sol aquece seu corpo na varanda da casa. Ela se dirige ao

piano e algumas notas ecoam. No bloco de folha branca

inicia o seguinte rascunho:

“Verdes olhos sobre o mar, a brisa a me levar nas asas

do tempo!

Doce é este lugar, onde o chão guarda suas memórias

E a fé multiplica-se nas águas!

No firmamento a benção de teu “amparo”

Nos livros, páginas passadas que falam de sua história...”

O vento soprou mais forte e fez com que os cabelos se

tornassem empecilho para os olhos. O som do piano cessou,

o pensamento foi longe, e ela reacendeu a inspiração dos

versos:

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Carnaval 2014

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“Confesso que nem tudo vi!

Quando sua beleza fascinou o inglês pela manhã, tudo

era verde e eu não estava lá!

Do seio de fertilidade da mata, do zum-zum-zum dos

seres que lhe encantaram

Da visão noturna do que há pouco era dia, herdei as

noites “negras”

Tornei-me dona das estrelas que emolduravam o céu que

foi dele...”

Ainda é manhã e sobre o mar o “barquinho” risca o

horizonte. Ela cessa novamente o som do piano e instaura

um demorado silêncio.

Seus olhos verdes, são mais verdes quando fitam o mar. O

canto do sabiá rompe a ausência do som. Ela retoma os

versos:

“Ai quem me dera ver tudo

Lançar-me no passado

Correr em tuas plantações verdes, provar de tua laranja

mais doce

Faze-la outra vez cidade que já foi terra de muitos

Que Darwin passou, que o trem prosperou

Hoje meu verso é em tua homenagem, é canção para um

samba que em mim é sempre carnaval...”

O vento continuou soprando em seus ouvidos a inspiração

para compor:

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G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio

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“A praia o terno convite:

O sol, as ondas, o banho de mar e o surfista solitário que

corta as ondas como quem borda no Espraiado

No Barquinho corro o mundo, volto e olho: não consigo

me acostumar

Não ando só na imensidão

Daqui ou de qualquer lugar, só fui feliz em Maricá.”

As linhas estavam no papel encontrado entre a casa e o mar.

Como assinatura lia-se um “M” maiúsculo, seguido de um

“A” emendado em um “Y” um “S” e encerrado com um

“A”. No fim da folha encontrada, lia-se: MAYSA.

Leandro Vieira e Roberto Vilaronga

Carnavalesco: Fábio Ricardo

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“Favela”

G.R.E.S.

SÃO CLEMENTE

Presidente: Renato de Almeida Gomes

Carnavalesco: Núcleo Criativo

Fundação: 25/10/1961

Cores: Preto e Amarelo

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G.R.E.S. São Clemente

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“Favela”

Introdução:

Somos a São Clemente, a Escola da irreverência. Quando o

couro estremece com a pancada da fiel bateria, o

Clementiano já sabe que é hora de brincar o carnaval na

essência do que é esta festa: a alegria.

Mas não foi sempre assim, ou tão assim... No fim da década

de 80 já éramos a Agremiação da espontaneidade, mas,

junto com ela, vinha o grito: "olha a crítica"!!!! E foi dessa

forma que alertamos o Brasil para o drama do menor

abandonado, da violência e o perigo do samba sambar.

No carnaval de 2014, rimar São Clemente com irreverente

vai continuar fazendo sentido. Subiremos a favela para

mostrar toda a sua riqueza, malemolência e criatividade.

Desvendaremos sua arquitetura, das origens à atualidade,

dos costumes aos personagens. Em seus becos, vielas e

barracos, encontraremos emoções, contradições e, claro,

muita espontaneidade.

Hoje, Clementianos, favelados ou não, se misturam a esse

corpo tão único e ao mesmo tempo tão heterogêneo, tão real

e abstrato, tão sofrido e feliz... Portanto, seja bem-vindo à

favela da São Clemente, e conheça toda a dimensão da

audácia humana!

Chegava gente de todo lugar e em cada olhar havia uma

chama, uma religião, uma fé...

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Carnaval 2014

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Quem somos nós?

Herança do olhar de esperança dos negros enfim livres

A fé dos pobres soldados que foram a Canudos vencer o

próprio espelho dos sem cortiço, excluídos da cidade que

limpava-se...

Quem somos nós?

Bisnetos dos imigrantes que fugiram da guerra

Netos da seca do sertão

Filhos da miscigenação

Somos a pluralidade na origem, a uniformidade na carência

Como fizemos?

Da necessidade!

Erguendo formas estranhas, audaciosas

Tão perigosas quanto geniais

Como fizemos?

Desafiando a lógica e a gravidade

Arquitetos e engenheiros

Mas sem régua, sem esquadro

Sem segurança, nem dinheiro

Como fizemos?

Desejo em forma tijolo!!!

Coragem em prego e concreto!!!

Como malabaristas do dia-a-dia, nos equilibramos na

necessidade

Como fizemos?

Caixote vira madeira, esteira é colchão

Vela na prateleira garante iluminação

Somos sinistros!!!

Porque quebramos o muro invisível da cidade partida sob

marteladas de ritmo

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G.R.E.S. São Clemente

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Crescendo como família

“gente simples e tão pobre, que só tem o sol que a todos

cobre”

Mas que faz arte de viver como nenhum outro

Somos sinistros!!!

Porque levamos pra cidade nossas manias e as trazemos de

volta ainda mais ricas

No improviso, na invenção cotidiana, na parceria, no

sofrimento, na festa, na religiosidade

A alegria de transformar dor em poesia.

Somos sinistros!!!

Porque vão falando como nós, dançando como nós,

grafitando como nós

Nem adianta

A diferença incomoda

Fomos reprimidos, removidos, demolidos de novo

Somos o povo criativo e genial, mas barulhento

Que a sociedade gosta de ver... de longe...

Nem adianta

Nosso povo tem a força e a potência transformadora de um

átomo

É cimento e sentimento

É concreto e abstrato

Nem adianta

Maltratar, proibir

Derrubam um barraco aqui, surgem cem ali

Parece pesadelo...

Viver na gangorra da vida

Entre a polícia e o bandido

Nosso guri abatido

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Carnaval 2014

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Alvo de bala perdida

Parece pesadelo...

A dor cobre o pôr-do-sol

A esperança adoece

O descaso alimenta a fome

E a dignidade padece

Fala favela!

Sai dos labirintos, dança um afroreggae

Pinta a arte de nossos poetas

Dança, canta e ensina

Samba, pagode, funk e muito mais

Criação desenfreada

"Som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica

parado"

Exige mudança, refaz a esperança

E protagoniza seu próprio destino

Fala favela!

O seu filho um dia humilhado

Hoje é estrela que brilha em todos os palcos

E tem muito orgulho de ser cria daqui

Fala favela!

Em uma central única, desata os nós

Se antena no mundo

Erguendo nossa voz

Tudo misturado, junto, conectado!

Pobres, gays, loucos ou burguês

Sem fronteiras, sem países

Toda cor, toda religião!

Quem diria?, o futuro vindo da contramão

Tudo misturado

Sem distancia, diferença, preconceito ou separação

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G.R.E.S. São Clemente

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Na mistura das cidades, nossa língua é a união

Tudo misturado

Porque a cidade está em festa

A gelada está no bar e Dona Marta já fez o feijão

São Clemente hoje é nossa família, nosso povo, nossa

paixão.

Enredo:

Núcleo Criativo G.R.E.S. São Clemente

Desenvolvimento de Enredo:

Núcleo Criativo G.R.E.S. São Clemente

Sinopse:

Andre Diniz e Wladimir Corrêa

Presidente:

Renato de Almeida Gomes

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“A festança brasileira

cai no samba da Mangueira”

G.R.E.S.

ESTAÇÃO PRIMEIRA

DE MANGUEIRA

Presidente: Francisco Manoel de Carvalho

Carnavalesca: Rosa Magalhães

Fundação: 28 de abril de 1928

Cores: Verde e Rosa

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G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira

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“A festança brasileira cai no samba da

Mangueira”

Salve o povo brasileiro, que dá duro o ano inteiro pra poder

comemorar. Até na prece não esquece de mostrar sua

alegria. Faz da vida fantasia, espanta a dor com maestria,

não se vexa nem se aperta, liga a chave de alerta e cai no

samba noite e dia. O mundo fica admirado e com o olho

arregalado sempre diz: não existe outro lugar, nem carece

procurar, com um povo tão feliz.

O Brasil é uma festa sem hora pra acabar - o negócio é

festejar. Festa grande, multidão. Festa ao vivo na televisão.

Abram alas pra Mangueira, pra festança começar.

Como diz Pero Caminha em sua carta inaugural, relatando o

desembarque da esquadra de Cabral, o que se viu foi uma

festa - a primeira, neste solo tropical. Ao som de um

tamboril, precursor da bateria, um pouco de Brasil despertou

naquele dia. O festejo noite a dentro de chegados e locais

teve baile e cantoria num embalo musical. Foi a pedra

fundamental do país do Carnaval.

Ninguém diz com precisão, mas na imaginação dá pra ver a

patuscada. No auge da noitada, Cabral põe seu dobrão de

lado, dança como Delegado e comanda a batucada.

A dança ritual do habitante local faz a fila, um a um, sem

contato pessoal. Mas Diogo e seu gaiteiro botam fim na

solidão. Quebram o gelo da distância, chamam o índio para

a dança e seguram sua mão. Esse gesto tão singelo num zás

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Carnaval 2014

58

criou o elo que selou o bem-querer. E a festa rola animada

na mata enluarada até o dia amanhecer. Bendito este lugar, a

Terra de Vera Cruz. Que nasce a dançar, e cantar, afagado

pela lua e banhado por sua luz.

A festança brasileira cabe inteira no samba

da Estação Primeira

Mas logo o branco impõe seu jeito, importado e contrafeito.

Canto triste e oração era tudo que podia, nem pensar em

alegria, ao andar da procissão. Na treva medieval imperava

o reino da sisudez: cavaleiro de libré, e o asno com seu jaez.

Durou pouco, felizmente, para o bem da nossa gente, essa

quadra da História. O negro escravo com seu canto traz de

novo todo o encanto que estava na memória. A cultura

africana, de forte raiz tribal, faz então o contraponto da

linhagem imperial.

Chico Rei é coroado, em Vila Rica aclamado, como no

Congo seria. Nasce então o Congado, até hoje celebrado

com teatro e cantoria. O povo se contagia, mão no terço

outra na guia, a vida vai melhorar. Bota fé no sincretismo, e

sem perder o misticismo junta santo e orixá.

O sincretismo é parceiro desse jeito brasileiro de acender as

suas velas - de todas as fés, e todas tão belas! No ponto e na

oração, como manda a tradição, dois de fevereiro tem regata

em procissão. Logo cedo de manhã, nesse dia, na Bahia, a

rainha é Janaina. O povo reza pra santa mas lança oferendas

ao mar, em louvor a Iemanjá. Está no seu DNA.

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G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira

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De norte a sul, de lado a lado, festa do boi e Congado, festa

de santo e xaxado, o povo leva o seu refrão. Faça sol ou caia

chuva tem no sul Festa da Uva – e dá-lhe feriadão!

O São João do Nordeste arrasta multidões. O céu fica

pintado de estrelas e balões. A moça dança quadrilha com o

seu cara-metade, depois clama a Santo Antonio por um

noivo de verdade. Campina Grande, Caruaru, Mossoró,

Aracaju, sem falar da velha Assu de antiga tradição. Tapioca

e arroz doce ao lado da fogueira e a caneca de quentão pra

durar a noite inteira.

A Mangueira está em festa como nunca vi assim. Vem pra

Mangueira, vem, vem pra Mangueira, sim, mas tem que

respeitar meu tamborim.

É matraca, é zabumba, é boi pra todo lado. De Pernambuco

ao Maranhão o boi é venerado. Catirina come a língua e

provoca confusão, mas o boi se reanima e pede

comemoração.

Até na selva brilha a luz da cultura popular. Parintins é um

milagre que me custa acreditar. O artesanato da floresta faz

da festa um boi de criatividade que divide a cidade. É

Garantido, é Caprichoso, a maior rivalidade.

Com a alma repleta de amor – e bom humor – lá vem ela

com seu charme natural, pintando o Arco-Iris no meu

Carnaval. Não podia faltar, eu sei, e é por isso que eu

convidei o pique da moçada da Parada Gay.

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Carnaval 2014

60

Para acelerar meu coração, hoje eu me acabo na paixão,

quero transpirar felicidade – e viva a diversidade!

Altiva, garbosa, vem chegando a Verde e Rosa, cada dia

mais bonita. Desfilando, toda prosa, sua alegria infinita.

E quando o ano termina a galera de branco se anima num

clarão monumental. O réveillon anuncia que mais dia menos

dia chega outro Carnaval.

Nada se compara, no mundo inteiro, ao Carnaval do Rio de

Janeiro.

A multidão invade a rua, que é sua, revivendo velhos

carnavais. Com saudade das Grandes Sociedades, e do corso

que não tem mais.

Salve o Carnaval de rua e o Cordão da Bola Preta! Salve o

bloco e o folião que desdenha a aflição e segura a chupeta.

Glória a todas as Escolas e seus sambistas imortais. Seu

reinado nesta sagrada pista não acaba, não se encerra. Dura

enquanto houver aqui, na Sapucaí, o maior show da Terra.

Só que a festa continua, para toda a eternidade. O que não

falta é alegria e amor nesta cidade!

Osvaldo Martins

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G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira

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Glossário:

Diogo Dias é o almoxarife da esquadra de Cabral que

ensinou os índios a dançar de mãos dadas.

Libré, uma vestimenta europeia solene.

Jaez, um enfeite para a cabeça do asno (burro, jegue).

Catirina, escrava, grávida, tem o desejo de comer a

língua do boi sagrado, que ressuscita – e começa ai a

Festa do Boi.

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63

“Gaia

A vida em nossas mãos”

G.R.E.S.

ACADÊMICOS DO SALGUEIRO

Presidente: Regina Celi dos Santos Fernandes

Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage

Fundação: 05/03/1953

Cores: Vermelho e Branco

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G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro

67

“Gaia – A vida em nossas mãos”

Para o carnaval de 2014, o Acadêmicos do Salgueiro abraça

um tema atual e presente; o nosso envolvimento com o

Planeta Terra, que é a nossa casa, o nosso território, onde a

vida acontece, e até onde o sabemos, de forma única em

todo o Universo conhecido.

Desde os primórdios da Humanidade diversos povos

construíram seus mitos para explicar a Criação do Mundo.

Gaia para os gregos significa Terra, o lugar que habitamos,

que cultivamos, onde criamos nossos filhos, onde

celebramos a vida com festa, com alegria e sobretudo com o

carnaval.

Outros povos também contam à sua maneira como o mundo

foi formado. Os povos de língua iorubá, por exemplo,

acreditam em um deus supremo a quem chamam Olorum,

um ser não manifesto enquanto denominam o Ayê, o mundo

tangível, real e mundano, como sendo o aqui e agora que

vivemos, separados do plano divino. Citamos a cosmogonia

iorubá por estar próxima da nossa realidade cultural e por

serem seus mitos bastante difundidos em muitas

manifestações artísticas e culturais do Brasil. Nela cada

orixá representa um aspecto da natureza, uma parte do todo

que constitui o Mundo, assim como Gaia. Desta forma

temos a presença de Xangô dominando o elemento fogo. O

saber de Oxóssi sobre as coisas da terra e do mundo vegetal.

A força de Iansã regendo o movimento dos ventos, a leveza

de Iemanjá e Oxum reinando sobre as águas, enquanto

Ogum vislumbra o domínio das armas e a fortaleza do ser

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Carnaval 2014

68

humano, eterno guerreiro. Estes domínios constituem a

harmonia e o mando do Olorum sobre a Terra.

O remoinho do Mundo.

Gaia é a vitória da ordem sobre a desordem do caos, quando

a matéria do Mundo se encontrava misturada, sem forma e

sem sentido. Gaia é o preenchimento do vazio, o chão que

pisamos, o mar, as montanhas, o ciclo dos dias e das noites,

o meio ambiente em que nós nos adaptamos ao longo do

tempo.

Na plenitude de Gaia, na harmonia de suas formas, na sua

composição podemos ver e sentir a dança dos quatro

elementos: Terra, Água, Fogo e Ar. E tudo que eles

representam como matéria e como espiritualidade.

Quando abraçamos a terra, sólida e compacta sentimos sua

força sutil de onde tiramos o sustento, tanto para a carne,

como para o espírito. Nela nos abrigamos, por ela

caminhamos rumo ao trabalho ou a passeio, nela firmamos

os pés e sonhamos com reinos de abundância, terras da

utopia, amores e conquistas. A Terra é um ser sensível.

Onde o homem for generoso com ela, ela o será com ele.

Quando contemplamos a Água vemos que ela está em nós, é

a fonte da vida purificadora evocada em quase todas as

religiões, em todos os continentes, seja nas cerimônias de

batismo, nos banhos sagrados ou na água benta. Ela está em

toda parte e cobre quase todo o Globo. A grandeza das

águas justifica o Planeta ser azul e ser um ambiente ímpar

em todo o espaço sideral.

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G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro

69

Por sua vez o Fogo nos remete aos tempos imemoriais. Ele

foi nossa arma para dominar o mundo, para cozinhar e

conservar os alimentos e aquecer o abrigo contra as

mudanças do tempo e a ameaça dos animais. Apesar da sua

força por vezes indomável, ele nos inspira calor e proteção.

Ele é a transformação, o pai da alquimia, queimando o que

foi e fazendo o que será, em outra substancia, em outra

dimensão. O que há de renascer das cinzas?

Fechando o ciclo temos o Ar, talvez o mais delicado entre

os elementos, por ser o menos visível, porém o mais

presente. Respiramos desde que nascemos e a atmosfera é

uma massa de ar que nos liga, seres humanos, uns aos

outros, onde quer que estejamos. Os ventos desconhecem as

fronteiras e a brisa pode antecipar os furacões.

Gaia é uma caixa de ressonância, som do arado sobre a

terra, da mão sobre o tambor, da folha que cai no chão, é

olho da mina d’agua, a chama da vela acesa, uma linha de

fumaça, ecoa encantos e belezas, é o ser em contemplação.

Mas será que não sabemos o que estamos fazendo com o

Planeta Terra? Será que nossa visão é tão pequena e estreita

que não conseguiremos deter este cenário de destruição que

nos afeta a todos? O que representaria uma existência plena,

ecológica?

Vivemos num tempo acelerado, a comunicação reduziu as

distâncias, os sistemas de informação colocam o mundo em

tempo real em todos os lugares. Tudo parece fácil e

acessível e por vezes estabelecemos metas inatingíveis.

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Carnaval 2014

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Somos tomados pela ansiedade e pelos buracos negros da

depressão e tem horas que não vemos luz no fim do túnel.

Corações e mentes por todo o Planeta Terra colocam suas

forças em busca de soluções e saídas. Desejam inverter o

quadro onde se aponta uma volta ao Caos inicial, agora

causada pela mão do homem, com sua ganância, e seu poder

de destruição.

Há outras fontes e energia sustentáveis, outras propostas de

organização das cidades, há outros modos de se obter

qualidade de vida.

O amor à Gaia é uma maneira de sairmos do impasse. Gaia

tem a força da mudança, é uma forma de oração, a quem nos

voltamos com carinho, é nossa Mãe, nossa luz, brilhando no

espaço, pontinho azul acenando para a imensidão do

Cosmos silencioso, é a nossa promessa de vida e de

felicidade.

Renato Lage e Márcia Lage

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“O Astro Iluminado da

Comunicação Brasileira”

G.R.E.S.

BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS

Presidente: Farid Abrão David

Carnavalescos: Laíla, Fran Sérgio, Ubiratan Silva,

Victor Santos e André Cezari

Fundação: 25/12/1948

Cores: Azul e Branco

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G.R.E.S. Beija-Flor de Nilópolis

75

“O Astro Iluminado da Comunicação Brasileira”

Sinopse:

Boa noite!

O plantão do G.R.E.S. Beija-Flor de Nilópolis informa: está

começando agora a apresentação do projeto de carnaval para

2014.

Saindo do caos da evolução da espécie humana, quando o

novo ser decide se agrupar, surge a grande necessidade de se

comunicar.

O desafio está lançado, e o gênio Sumério se destaca. A

escrita é cuneiforme, para harmonizar a lendária Torre. A

fonética, com os Fenícios, traz o som e dá corpo novo à

linguagem, começando a grande saga da comunicação:

ideogramas e hieróglifos materializam as ideias, que em

todos os cantos da Terra se identificam.

Na Babilônia, sinais no céu; em tribos distantes, sinais de

fumaça; mais adiante, aves como correios; na Índia, folhas

de bananeira; no Egito, a nobreza do papiro e, finalmente na

China, a invenção do papel.

A comunicação em xeque; a importante contribuição de

civilizações antigas; a inspiração e a influência dos deuses

das artes e da comunicação; o desdobramento da revolução

tecnológica, o fomento da tecnologia da informação e a

chegada dos chamados Tempos Modernos; a história e a

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Carnaval 2014

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relevância de diferentes meios de comunicação: telefone,

imprensa, rádio, cinema, televisão, publicidade, propaganda

e internet; a trajetória de José Bonifácio de Oliveira

Sobrinho; sua origem espanhola e suas principais paixões:

gastronomia, medicina e carnaval; o mago Boni, expert em

multimídia e referência em alto padrão de qualidade.

Que babado é esse na folia?

No carnaval, o barracão é uma fábrica de sonhos, a

Passarela do Samba é o picadeiro de um grande circo à céu

aberto, e o desfile na Marquês de Sapucaí é uma janela para

o mundo inteiro, em tempo real.

Luz, câmera, ação!

Está no ar O Astro Iluminado da Comunicação Brasileira!

Diretor Geral de Carnaval e Harmonia: Laíla

Comissão de Carnaval: Fran Sérgio, Ubiratan Silva, Victor

Santos e André Cezari

Pesquisa e Documentação Artística: Bianca Behrends

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“Pernambucópolis”

G.R.E.S.

MOCIDADE INDEPENDENTE

DE PADRE MIGUEL

Presidente: Paulo Vianna

Carnavalesco: Paulo Menezes

Fundação: 10/11/1955

Cores: Verde e Branco

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G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel

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“Pernambucópolis”

Manhã de carnaval de 1985.

A Mocidade Independente de Padre Miguel partiu para o

espaço sideral levando com seu samba, toda alegria, beleza

e as cores do nosso carnaval.

Todo o universo enfim, festejava e se encantava com a

alegria, a ousadia e a irreverência de seu criador.

E hoje, alguns “Ziriguiduns” depois, esta mesma alegria,

beleza e cores estão de volta, como numa viagem no tempo

e nas estrelas...

É o grande dia do Carnaval Universal!

“Quero ver no céu minha estrela brilhar...

Está em festa o espaço sideral,

Vibra o universo, é carnaval!”

- Alô, alô Planeta Terra!

Alô, alô Rio de Janeiro!

Alô, alô Mocidade Independente!

De bigu na estrela guia, estou voltando.

“Eita... saudade tá danada não me aguento, não”

Saudade da minha gente, das minhas cores.

Estou de volta à minha terra... aos meus devaneios...

“Parece que estou sonhando, com tanta felicidade...”

E quero viver intensamente cada momento dessa saudade.

Quero sair por aí, andar, correr, brincar...

Quero, mais uma vez, ser e sentir tudo aquilo que já vi e vivi

um dia. E os que ainda não vi e nem vivi, deixar a emoção

desse encontro me levar, me transportar e me transformar.

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Carnaval 2014

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“Eu sou mameluco, sou de Casa Forte

Sou de Pernambuco, eu sou o Leão do Norte”

Quero ser o coração do folclore, e pulsar a cada batida dos

tambores, não importando de onde eles venham, se das

bandas ou das orquestras, dos salões ou dos teatros, das ruas

ou do mangue, do baque solto ou do baque virado. E são

essas batidas que fazem fervilhar as veias, as pernas, o

corpo.

E com o corpo, quero pular, dançar, subir, descer e

balançar... Ao som do baião, do frevo, do coco, do forró e

do xaxado. Rodar a ciranda, de pés no chão, pés na areia.

“Mas foi na casa de lia

Numa ciranda praieira

Que eu vi minha estrela-guia

Nos olhos da cirandeira”

Nunca fui homem de um só personagem, já fui índio, onça e

arara; já fui pirata, camaleão e ET. E hoje quero ser

novamente livre, quero ser rei, vassalo, batuqueiro, calunga,

mascarado. Quero ser cacique ou curumim. Quem sabe

caipora ou babau, ou até pastora e brincante.

Quero ser boneco, de vários tipos e vários tamanhos:

pequeno, grande ou gigante. Do dia, da tarde, da noite ou de

qualquer hora.

Ou quem sabe um Mamulengo, contador de histórias, num

cordel; e que saia por aí, de sombrinha nas mãos, atrás de

um afoxé, com o povo num bloco, mas daqueles bem

grandes, muito grandes... o maior do mundo!

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G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel

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“A manhã já vem surgindo,

O sol clareia a cidade com seus raios de cristal

E o Galo da madrugada, já está na rua, saudando o

Carnaval.”

Quero ser as mãos de Vitalino, vida, forma e criação.

Vidas que nascem do barro, da madeira, da palha, da linha.

Vidas que viram artes, artes que viram cores, cores que

viram sonhos, sonhos que ganham as feiras e depois ganham

o mundo. Quero riscar, tecer, rendar, trançar...

Quero pintar e bordar!!!!

Eu quero navegar...

Navegar nas águas da imaginação. Que essas águas me

levem a caminhos e histórias do natural e sobrenatural, de

mitos e lendas, de crenças e crendices. Vixe Maria, haja

proteção!

Sou tudo isso e muito mais.

Sou o rio, sou o mar, o agreste e o sertão.

Sou o canto, sou a dança, sou o auto e o cordão. Sou o

velho, sou o novo, o sagrado e o profano, a folia e o

carnaval.

Sou mistério, sou a fé, sou Paixão e São João.

Acorda povo!...

Sou passado, sou futuro e do Norte sou Leão.

“Meu Deus, se eu pudesse

Fazer o que manda

O meu coração...

Voltava pra lá

Ou trazia pra cá

Todo o meu sertão”

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Carnaval 2014

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E é hora de voltar, pelo tempo caminhar.

Mas eu quero mais samba, quero mais cores, mais alegria,

mais Pernambuco!

Quero um pouco de tudo que vi e ouvi, senti e brinquei.

Vivi e vivo de sonhos, de transformar e criar. Vivo de

emoções.

E todas essas emoções agora vão comigo, pois eu preciso

dessa cor, dessa alegria, de uma gente e uma terra como

essa.

O espaço precisa de uma Pernambuco, a minha

Pernambuco.

Aliás, a minha “Pernambucópolis”

“Vejam

Quanta alegria vem aí...

...Minha cidade

Minha vida

Minha canção...”

E assim será!

Caboclinhos, boi-bumbá, frevos, afoxés, reisados e

maracatus, mais uma vez farão a festa no espaço sideral.

Vibra o universo, é carnaval!

E lá vamos nós!

Borimbora!

Beijim, Beijim. Bye, Bye Brasil!

Fernando Pinto

por Paulo Menezes

Numa noite de Carnaval de 2014.

Colaboração: Departamento Cultural da

Mocidade Independente.

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“É brinquedo, é brincadeira, a

Ilha vai levantar poeira”

G.R.E.S.

UNIÃO DA

ILHA DO GOVERNADOR

Presidente: Sidney Filardi

Carnavalesco: Alex de Souza

Fundação: 07/03/1953

Cores: Vermelho, Azul e Branco

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G.R.E.S. União da Ilha do Governador

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“É brinquedo, é brincadeira, a Ilha

vai levantar poeira!”

Abra o baú da memória,

pegue um brinquedo

e invente uma história.

Relembre a alegria desta herança.

Levante a poeira, volte a ser criança!

Sonhe! Deixe para trás a realidade.

Sua lembrança é a porta da felicidade.

De origem diversa.

Antigo ou moderno.

Pelo encanto que desperta,

ele será sempre eterno.

Pode ser o tipo que for:

de qualquer tamanho,

matéria, forma ou cor.

Quer saber onde ele é feito?

Em uma fábrica fantástica!

E depois, presente na vitrine

ou naquele comercial de TV.

Como se lhe dissesse:

“- Me compre, eu quero você!”

E não serve só para divertir.

Ele tem tanto para ensinar,

quanto temos para aprender.

A cada dia descubra novidades.

Com cada pecinha montada,

crie novas prendas, novas cidades.

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Carnaval 2014

90

Assim vivendo e aprendendo,

nem sempre ganhando,

nem sempre perdendo.

Lembre que jogar era o seu viver.

No meio da garotada,

com a sacola do lado, só jogava pra valer.

Surgem novas formas de competição.

Avance no tempo e irá conhecer,

numa tecnologia de última geração,

o invencível herói, você pode ser.

E se caso pegar algo na estante,

verá que ele também está aqui.

Fala, pensa, anda e age como gente.

Atua nos palcos e nas telas;

saídos de algum livro ou gibi.

Saia por aí como um livre petiz!

No campo ou na cidade,

no morro ou no asfalto.

Pra lá do seu quintal,

por esse imenso país.

Brinque com o que a terra lhe dá:

Barro, madeira, palha, lata...

Seja um pequenino travesso; párvulo; piá.

Menino ou menina; pirralho; moleque.

Um maroto cazuza; guria ou guri.

Garoto ou garota; fedelho; pivete;

baixinho; erê; curumim; bacuri.

Pequerrucho grande, insulano brincante.

Folião errante; um gaiato pimpolho.

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G.R.E.S. União da Ilha do Governador

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Olha a União da Ilha aí meu povo,

segura a marimba!

Empina a pipa, vá brincar de roda;

de pique-esconde. Correr e pular,

que a brincadeira não tem hora.

“- Ciranda cirandinha,

vamos todos cirandar...”

Molecada simbora!!!

A reinação terminou.

Encerrada a viagem,

redescubra a importância,

de uma bela infância.

Dignidade e respeito.

Amor e proteção.

Afinal de contas,

lembre que ser criança...

Não é brinquedo não!

Argumento:

Brincar é coisa muito séria!

Em 2014, desfilaremos brinquedos e brincadeiras, numa

incursão pelo universo infantil.

O enredo resgatará a memória afetiva da melhor fase de

nossas vidas.

É também um resgate da identidade da União da Ilha do

Governador. Escola que se caracterizou por desfiles leves e

“brincalhões”.

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Carnaval 2014

92

Então, vamos nos divertir? Até porque a “hora do recreio”

que desfrutamos a cada ano, é brincar carnaval.

Mostraremos um pouco de história e a importância de fatos

referentes à infância.

Nem sempre destinado às crianças, alguns brinquedos foram

utilizados por antigos povos em rituais e como objetos de

adivinhação. Como entretenimento, há registros desde a

antiguidade.

O conceito da palavra criança surgiu na época do

Renascimento. Período que florescia a crença na

humanidade e na sua capacidade.

Ao “inventar a infância” a modernidade cria a idade de ouro

de cada indivíduo, fase em que a vida deveria ser perfeita,

protegida e tranquila. Mas, a realidade sempre esteve

afastada desse ideal.

Pintores e gravuristas em várias épocas retratavam com

riqueza de detalhes, deixando um registro importante.

Levando o adulto a prestar mais atenção no universo lúdico.

E sua inseparável relação (desde a Idade Média) com a

história do comércio e da evolução técnica de fabricação.

Brincando, a criança é conduzida ao imaginário.

Experimenta, descobre, cria, exercita suas habilidades,

desenvolve o intelecto e as relações afetivas. Estimula a

curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança. Contar, ouvir

histórias, dramatizar, jogar com regras entre outras

atividades constituem meios prazerosos de aprendizagem.

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G.R.E.S. União da Ilha do Governador

93

Além disso, expressam suas criações e emoções, refletem

medos e alegrias, desenvolvem características importantes

para a vida adulta. Brinquedos despertam vocações, pois

muitos evocam na brincadeira o primeiro passo para uma

carreira.

Considerados muitas vezes como frívolos, sem importância,

foram aos poucos ganhando destaque entre os educadores.

“O desenvolvimento da criança acontece através do lúdico.

Ela precisa brincar para crescer, precisa do jogo como

forma de equilíbrio com o mundo.”

Quem disse isso foi Jean Piaget, psicólogo suíço, pedagogo

considerado um dos mais importantes pensadores do século

XX. Piaget publicou os primeiros artigos sobre a criança, o

pensamento infantil e o raciocínio lógico.

A inteligência se constrói a partir do “jogar-brincar”.

Brincar deriva do latim vinculum, que significa laço, união e

criação de vínculos. Diferente de outras línguas que ligam

brincar diretamente com jogar, como em italiano – giocare;

espanhol – jugar; francês – jouer; inglês – play (jogar,

tocar...), etc.

O faz de conta refere-se ao “mundo do imaginário, da

fantasia”, “Fantasia é criar pela imaginação”, segundo

Antônio Houaiss.

A começar pela literatura infantil, passando pelo teatro, aos

desenhos animados na televisão e no cinema, os

personagens oferecem imagens que são muito significativas

para a criança, e como algo de sucesso que atrai a atenção

da garotada, logo se tornam brinquedos.

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Carnaval 2014

94

A falta de espaço imposta pela vida urbana nos faz refletir

sobre um ideal de infância com liberdade. Seria utopia?

Causa perdida? Seria um lugar imaginário? Ou este lugar

poderia ser encontrado em algum subúrbio ou nos rincões

espalhados pelo Brasil?

Vamos reviver algo que pode ser o passado ou o presente

das crianças brasileiras, com suas tradições, características

regionais, contato com a natureza.

O brinquedo artesanal é reflexo do ambiente em que ele foi

construído e é o momento em que o objeto vira arte. E as

brincadeiras são heranças de uma cultura popular

miscigenada, com predomínio rural.

A preservação destas brincadeiras é muito importante para a

manutenção folclórica do país.

Moral da história...

Cuide da criança que habita em você. Assim saberá cuidar e

respeitar as demais. Sem felicidade nada disso faria sentido,

nem o último lançamento ou a velha cantiga de roda; nada é

mais importante que um sorriso.

Vamos brincar?

Presidente: Ney Filardi

Vice-Presidente: Djalma Falcão

Diretor de Carnaval: Márcio André

Carnavalesco: Alex de Souza

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95

“Retratos de um Brasil plural”

G.R.E.S.

UNIDOS DE VILA ISABEL

Presidente: Wilson da Silva Alves

Carnavalesco: Cid Carvalho

Fundação: 04/04/1946

Cores: Azul e Branco

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G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel

99

“Retratos de um Brasil plural”

Apresentação:

No Brasil, um gigante pela própria natureza, as Unidades de

Conservação são áreas naturais protegidas por lei e

guardam, em sua maioria, além de uma expressiva riqueza

natural, um significativo patrimônio histórico-cultural,

representado por ritos e celebrações, formas de expressão

musical, conhecimentos, folguedos, causos e imaginário

coletivo, todos construídos na relação íntima das populações

tradicionais com o ambiente em que vivem.

É preciso proteger o “corpo” do “gigante”, como o fez

Chico Mendes!

Chico Mendes (1944-1988), nome que batiza o órgão

responsável pela gestão das unidades de conservação

brasileiras, filho de migrante cearense, começou no ofício

de seringueiro da Amazônia ainda criança, acompanhando o

pai em excursões pela mata. Assassinado no ano de 1988,

em Xapuri, sua cidade natal, Chico Mendes nos deixou um

legado de defesa da floresta e de proteção das populações

nativas, bem como do meio em que vivem.

Da mesma forma se faz necessário e urgente preservar a

autêntica “alma” brasileira!

E a “alma brasileira”, no dizer de Luís da Câmara Cascudo,

é o amálgama de tradições múltiplas e milenares. “Nós

brasileiros, somos representantes, biologicamente

resignados, de povos de alto patrimônio supersticioso. (...)

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Carnaval 2014

100

O nosso alicerce consta de amerabas, portugueses e

africanos. (...)” “Todas essas memórias ficaram vivas nas

reminiscências brasileiras, nos giros e volteios da ebulição

mental, presenças ativas na química de todos os pavores

coletivos”.

Câmara Cascudo (1898-1986), um dos nossos maiores

folcloristas, foi um “moderno descobridor do Brasil”.

Através de suas pesquisas e incansável trabalho de campo,

Câmara Cascudo nos revelou os caminhos dos vários

“sertões” do nosso país, e assim passamos a conhecer

melhor o nosso chão e a nossa gente através de nossas

manifestações folclóricas, ali onde tantos pensavam não

encontrar mais que o vazio imenso, uma vez que a própria

etimologia de “sertão” remete a uma forma contrata de

“desertão” que, de acordo com o próprio Cascudo, veio com

os negros da África a bordo dos Negreiros.

Proteger as nossas populações tradicionais e o seu folclore é

a melhor maneira de preservar a VERDADEIRA

NATUREZA do Brasil. Por isso, para o carnaval de 2014, a

Unidos de Vila Isabel junta Chico Mendes e Luís da Câmara

Cascudo para um redescobrimento da nossa terra e do nosso

povo, revelando as cores e matizes que retratam um Brasil

plural.

Sinopse do Enredo:

É o Brasil um gigante pela própria natureza! Um gigante

feito de rochas, terras e matas que moldam sua figura, dos

bichos e pássaros que vivem em seu corpo e dos rios que

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G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel

101

correm em suas veias. Um gigante que, por muito tempo,

ficou adormecido enquanto seu corpo era mutilado e suas

riquezas saqueadas. Mas é na força do povo, presente nos

ritos e celebrações, na musicalidade, nos folguedos, nos

causos, no imaginário coletivo e nas ações de preservação,

que encontramos a alma deste imenso Brasil. Uma alma

viva, que se manifesta e faz vibrar o corpo do gigante lhe

fazendo despertar.

Vamos então, seguindo a trilha deixada por Câmara

Cascudo, encontrar os “desertões” africanos que

“batizaram” os cafundós da nossa terra e, partindo da nossa

Costa Marinha, adentrar os nossos sertões numa viagem

para desnudar o corpo e reverenciar a alma deste imenso

Brasil.

Separando as Costas daqui e de lá estava o “Oceano

Tenebroso”, como um espelho d’água a refletir a triste

imagem da escravidão.

Mas foi do meio do “desertão” da África tribal, e não do vai

e vem do litoral, que herdamos a alegria das festividades e a

espontaneidade do cantar e do dançar, e que desaguaram no

vasto estuário da nossa cultura popular.

Do lado de cá, os lusitanos também se fixaram como

“caranguejos”, ocupando todo o litoral, berço da exuberante

e diversificada Mata Atlântica, criando as diversas regiões

coloniais e espalhando os “dejetos” da civilização e do

progresso. Diferentemente das terras costeiras, onde os

nativos e negros trabalhavam como escravos na exploração

das riquezas, os “sertões selvagens” e desconhecidos

ficaram renegados à própria sorte.

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Carnaval 2014

102

Mas, enquanto os “civilizados” do litoral derrubavam a

floresta original, os lampejos de “brasilidade” espocavam

aqui e acolá: os nativos fizeram o colonizador “dançar” e os

minuetos escaparam do salão para as varandas e dali para os

congos, batuques e cucumbis dos terreiros negros. Seja nas

procissões, seja nas danças, iniciou-se o “embaralhamento”

como traço marcante desse barroco-latência que nos

constituiu.

Mas se, mesmo dilacerado, o litoral foi o ventre gerador,

foram os solos desprezados dos sertões que guardaram e

protegeram as tradições mais autênticas que do Brasil

floresceu. Foi ali, na dureza da lida e da vida afastada da

cidade, e não no litoral, lugar das transformações rápidas,

que chegavam por meio das regiões portuárias, trazendo

mercadorias e ideias que não tinham correspondência com

os valores do nosso solo, que vingou a nossa legítima

“alma” brasileira.

É o momento de redescobrir na simplicidade da sombra de

um cajueiro, do trabalho das rendeiras e das xilografias do

cordel, a passagem que nos leva ao Reino do Cangaço, o

fabuloso cenário onde Lampião e seus compadres se

encontram com as cortes do sertão. E vislumbrar entre

mandacarus, xique-xiques, facheiros e coroas de frades, a

misteriosa “Floresta Branca” onde o homem das caatingas,

entre uma oração pedindo chuva e uma reza amaldiçoando a

morte, nos mostra toda riqueza e esplendor. Onde antes

acreditava-se existir apenas o vazio, o deserto e a morte

camuflada e escondida na poeira. E quando a chuva cai do

céu, por milagre ou pura sorte, o branco se torna verde e a

vida vence a morte.

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G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel

103

E o verde tem mais cor! Deixe-se, então, seduzir pelo canto

do uirapuru e seja conduzido ao Reino das Amazonas, as

senhoras do “Inferno Verde”, onde o cangaceiro das

caatingas se transforma em barão seringueiro e protetor da

copaíba, da andiroba, do babaçu e do buriti. Vem do coração

da mata a lição, vem do sertanejo amazônico o exemplo:

que a corrente que agora enlaça os troncos, diferentemente

daquela puxada por tratores assassinos, seja uma corrente

que junte os elos da preservação, herdados de Chico Mendes

e abençoados pelos seres encantados!

Liberte-se das amarras e permita que o seu pensamento lhe

transporte até os Sertões dos Cerrados nos acordes de uma

moda de viola para conhecer o Reino de Morená e desbravar

a intrigante “floresta de cabeça para baixo”, com suas

quebradeiras de coco e a riqueza do capim dourado. É a

grande oca onde os povos do Xingu realizam o Kuarup em

honra aos ancestrais mortos, enquanto os deuses sagrados

lutam contra o boitatá de fogo para impedir a queimada do

seu território. E assim, sob reluzente céu azul anil, protegido

esteja o berço das águas do Brasil.

Mas não tenha medo! Feche os olhos, ouça o suave canto da

Mãe-D’água e, no vai e vem das águas, no subir e descer

das marés, se deixe levar até a Baía de Chocoreré no

Pantanal, onde o Barco Fantasma com sua bandeira mal

assombrada navega ao som do hino do Divino para proteger

o lugar. E fecha a porteira e segura o gado! Boi, boi da cara

preta, não derrube essa cerca porque o pantaneiro não tem

medo de careta. Pois aqui tem boi verde do bem e gente que

vira bicho sem ninguém estranhar! São tantos mistérios e

“causos” que é preciso muito tempo para gente contar.

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Carnaval 2014

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Dê tempo ao tempo e asas à sua imaginação. Voe com a

Gralha Azul aos Campos do Sul e também se torne um

protetor dos pinheirais. E não perca o rodeio que está para

começar: tem pinhão e peão na peleja! E tem o Negrinho do

Pastoreio todo prosa em seu cavalo de pau querendo ser o

vencedor, e o Caipora faceiro sentado em um porco-do-mato

também tem o seu valor. Mas o tempo está acabando e o

torneio chegando ao final. Levantemo-nos das nossas selas

confortáveis do descaso, porque para sermos os campeões

dessa corrida precisamos ter atitude, e pararmos o

ganancioso relógio da devastação! É hora de ouvir os nossos

corações, porque o coração é o que está dentro, é o sertão de

cada um!

Eis o reconhecimento da Unidos de Vila Isabel a todos os

“Chicos” e “Câmaras Cascudos” anônimos espalhados pelo

Brasil! Hoje somos “Vila” e “Herdeiros”! Herdeiros do

respeito à nossa natureza e do amor às coisas do nosso país!

Protegendo o “corpo” como fez Chico e a “alma” como fez

Cascudo, estaremos preservando a VERDADEIRA

NATUREZA do nosso gigantesco país e revelando as cores

e matizes que retratam um Brasil Plural!

Carnavalesco: Cid Carvalho

Autores do Enredo: Cid Carvalho (Carnavalesco) &

Alex Varela (historiador)

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G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel

105

Bibliografia:

ABREU, Martha; DANTAS, Carolina Vianna. Música

popular, folclore e nação no Brasil, 1890-1920. In:

CARVALHO, J. M. de (org.) Nação e Cidadania no

Império: Novos horizontes. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 2007.

CASCUDO, Luís da Câmara. Lendas Brasileiras. São

Paulo: Global, 2001.

_________. Folclore do Brasil. São Paulo: Global, 2012.

_________. Geografia dos Mitos Brasileiros. São Paulo:

Global, 2002.

_________. Tradição, Ciência do Povo. São Paulo: Global,

2013.

LIMA, Nísia Trindade. Um Sertão Chamado Brasil.

Intelectuais e representação Geográfica da Identidade

Nacional. Rio de Janeiro: IUPERJ; Editora Revan, 1999.

MADER, Maria Elisa Noronha de Sá. O vazio: o sertão no

imaginário da colônia nos séculos XVI e XVII. Rio de

Janeiro: Pontifícia Universidade Católica (Dissertação de

Mestrado), 1995.

Os descobridores: Luís da Câmara Cascudo. In:

http://www.historiaecultura.pro.br/modernosdescobrimentos/

modernosdescobrimentos.htm (Acessado em 25 de junho de

2013)

SCARANO, Fabio Rubio. Biomas Brasileiros – Retratos

de um Brasil Plural. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2012.

SOUZA NEVES, Margarida de. Viajando o sertão. Luís da

Câmara Cascudo e o solo da tradição. In: CHALHOUB,

Sidney et al. (org.). A História em Coisas Miúdas. Capítulos

de História Social da Crônica no Brasil. Campinas: Ed. da

UNICAMP, 2005.

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“Arthur X – O Reino do

Galinho de Ouro na Corte da

Imperatriz”

G.R.E.S.

IMPERATRIZ

LEOPOLDINENSE

Presidente: Luiz Pacheco Drumond

Carnavalesco: Cahê Rodrigues

Fundação: 06/03/1959

Cores: Verde, Ouro e Branco

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G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense

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“Arthur X – O Reino do Galinho de Ouro

na Corte da Imperatriz”

“A ÚNICA FORMA DE CHEGAR AO IMPOSSÍVEL

É ACREDITANDO QUE É POSSÍVEL”

De Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas.

Autoriza o árbitro! Rola a bola na Avenida. Começa a

decisão do carnaval carioca. Doze Escolas estão na briga!

Vila quer buscar o feito do último campeonato. Império da

Tijuca está na primeira divisão. Mocidade e São Clemente

jogam na defesa. Ilha cadencia o jogo! Mangueira e Portela

tentam a posse de bola pela intermediária. A sobra é da

Grande Rio que chuta pro gol mas bate na zaga do

Salgueiro. A torcida grita! Tijuca dispara pela ponta

esquerda mas é desarmada pela Beija-Flor. Que jogada!

Imperatriz domina com categoria, faz a finta e levanta a

torcida. Quanta habilidade! Imperatriz cruza o meio de

campo, deixa a marcação pra trás e parte em arrancada na

direção do gol. O gol é o seu portal! Ela cruza o gol, abre os

portões da poesia e mergulha, de braços abertos, na ilusão

de um carnaval.

Diante da imaginação permissiva ela não se assusta. Sente-

se confortável com o mundo novo que se descortina diante

de seus olhos. O País do futebol, que até então muitos

falavam, de fato existia e ela estava lá.

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Carnaval 2014

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Nessa pátria de chuteiras, a nobre representante do carnaval

toma conhecimento de histórias populares. Curiosidades em

torno da existência de um rei de pernas tortas, fatos sobre a

coroação de um rei negro. Porém, dentre as muitas histórias,

uma lhe desperta interesse: Arthur X havia nascido plebeu

em um subúrbio do país do futebol. A família Antunes

Coimbra estava feliz e não conteve a ânsia de espalhar a

notícia. Em tempo, damas, bufões, soldados e plebeus

espalhavam o ocorrido pelas casas simples da rua Lucinda

Barbosa.

O passar dos anos encarregou-se de transformar o plebeu em

rei. Suas conquistas e lutas pessoais lhe conduzem ao trono.

Travou e venceu batalhas. Foi condecorado com a farda

verde e amarela – a mais alta patente dada a um combatente

do país do futebol. Sagrou-se campeão trajando vermelho e

negro nas disputas mundiais do octogésimo primeiro ano do

século em que vivia. Foi coroado! Rei coroado no templo do

futebol. E por ser soberano de uma nação popular, espalha-

se a fama e a grandeza de suas glórias.

Diante da história que corre na boca de nobres e plebeus,

aumenta o interesse da Imperatriz sobre o rei. No afã de

encontrá-lo toma conhecimento da realização de

competições que animavam as massas, tendo tal evento o

título de “disputas dominicais.” Realizadas em um lugar,

que ficou popular como “Templo do futebol” – espécie de

arena erguida em torno de um vasto campo verde – onde o

povo se encontrava e se dividia em diferentes torcidas.

Junto à multidão que se espremia pode observar a chegada

de combatentes de bandeiras e cores distintas. Gente que

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G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense

113

vinha desafiar os cavaleiros do Rei. Avistou ao longe um

brasão que como símbolo ostentava uma “estrela solitária”.

Ouviu os gritos de euforia que precederam a passagem de

uma nobreza fidalga vestida em verde, encarnado e branco.

Pôde ouvir o toque que anunciava o atracar de uma caravela

portuguesa junto ao porto e o delírio dos que aguardavam

sua chegada.

Em meio ao povo que vibrava, não obteve sucesso na

tentativa de aproximar-se do soberano. Porém pôde ouvir o

anúncio de que o reinado de Arthur X entraria em festa: O

aniversário do Rei seria comemorado no auge dos festejos

de Momo que estavam por vir. Nobres de nações

estrangeiras por onde seus feitos haviam ganhado fama já

confirmavam presença e enviavam presentes. Do outro lado

do mundo, onde se fazia noite quando aqui era dia e dia

quando aqui era noite, a imagem do rei era esculpida em

ouro.

No dia em que completava anos, os clarins faziam ecoar

uma melodia ritmada que aludia a “vencer, vencer, vencer!”

Seus súditos em festa vestiam o vermelho e o preto – as

cores do manto sagrado que o Rei tinha predileção. Ela, a

Imperatriz, ordenou que sua corte vestisse sua melhor roupa

feita em verde, branco e ouro – talvez Arlindo, talvez Rosa –

e viesse em cortejo, tecer honras ao monarca. Fez soar a

bateria. Chocalhos, tamborins, surdos e cuícas embalaram o

momento sublime. Ao Rei, como presente, a Imperatriz

ofereceu-lhe valiosa jóia: sua coroa, feita em ouro e pedras

verdes. Diante do feito, o povo de Ramos saúda o rei.

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Carnaval 2014

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Ele, dispensando o tratamento destinado aos soberanos,

sorri, quebra o protocolo, e responde:

- Sem formalidades! É carnaval. Podem me chamar de Zico!

Carnavalesco: Cahê Rodrigues

Texto: Leandro Vieira

Colaboração: Família Antunes Coimbra

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“Um Rio de mar a mar: do

Valongo à Glória de

São Sebastião”

G.R.E.S.

PORTELA

Presidente: Sérgio Procópio da Silva

Carnavalesco: Alexandre Louzada

Fundação: 11/04/1923

Cores: Azul e Branco

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G.R.E.S. Portela

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“Um Rio de mar a mar:

do Valongo à Glória de São Sebastião”

Invocação:

Sob o axé de Candeia e a proteção de São Sebastião,

exaltaremos o povo que se fez transformador de seu destino,

de sua cultura e de sua cidade.

Cantaremos os encontros da história entre os dois lados do

mar, através do canal que os une, a Avenida Rio Branco -

aqui retratada como um rio onde navegam dores, sonhos,

lutas, prazeres, fantasia e devoção.

Através de seu curso, numa viagem atemporal, idas e vindas

de fatos se misturam nessas águas, caminho de mão dupla

onde o carioca faz e refaz o seu destino.

De sua condição servil, com seus braços a construir o

reverso da dor ao transformar o porto, outrora palco da

chegada da escravidão, em um ancoradouro de cheganças,

de boas venturas e de esperança.

A grande Avenida que se abriu no início do século XX foi

um marco de transformação da cidade e da identidade de

seu povo e, no corredor do tempo, serviu de cenário de

grandes acontecimentos sociais e políticos do nosso país.

Acima de tudo, esse eixo histórico testemunhou no correr de

suas águas a constante modernização de nossa metrópole.

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Carnaval 2014

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Porém, é o corpo vivo desse povo diverso, o carioca, que

homenageamos neste enredo. É ele quem constrói a sua

glória diária e infinita. É ele quem, personificado em cada

um de nós, desfilantes da Portela, se banha nessas águas de

emoção.

Preparem-se, pois a maré vai subir e o mar da Guanabara

vai invadir a passarela do samba, desfilando seu rio azul e

branco.

Oh, Mártir São Sebastião! Guiai teus filhos! Livrai-os da

tirania, da fraqueza e da falta de fé. Tornai-os para sempre

ungidos de luz e alegria.

Rogério Rodrigues

Sinopse do Enredo:

Hoje, a nossa alma canta.

E esse canto ecoa forte e faz a águia da Portela voar. Como

versos de Jobim, Rio que se mostra sorrindo: prova de amor

que encerra “seu céu, seu mar sem fim”.

E como onda que avança na maré cheia, invade. Vai e vem

no fluxo e refluxo da história incessante a se transformar.

Um canal que se abre e transborda em um Rio, que nos

carrega, que começa e termina no mar.

Rio de janeiro, de fevereiro e março, carnaval!

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G.R.E.S. Portela

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De Estácio de Sá e de Aimberê, guerreiro de uruçumirim.

De luta e invasão a se tornar casa de branco, “carioca”, de

um povo que flechado de amor se rende e se reinventa à

gloria de São Sebastião.

Rio azul que passa em nossas vidas, a passar. Passado,

presente e futuro. Onde o nosso coração se deixa levar. Rio

de história que, de mar a mar, nos conta, como contas que

nos unem num colar. Rio de fato que nos ata ao porto de

suor e sangue, do banzo de Benim, Angola e Congo nos elos

da corrente do Cais do Valongo. Da África que veio pro

lado de cá.

Rio, rua e boulevard! Abre-se de cima a baixo e bota abaixo

becos, vielas e cortiços, para do “lixo” ao luxo se

transformar. Rio que nasce e cresce audaz. Rio que se refaz

e alcança a bela época. Rio jardim de França, Rio a beira-

mar: desfila glamour e elegância.

Rio que se ergue monumental, eclética escultura a esboçar a

sua vocação, fina estampa de jornais e revistas. Rio em

cena: no abrir do pano a orquestra do dia-a-dia, ópera do

cotidiano, capital da arte e da cultura.

Rio que ri, canta e sonha nas ondas do rádio. Divas, reis e

rainhas, vozes que embalam a fantasia da festa tradicional.

Rio vivo, via que fervilha.

Rio que abre-alas pra folia. Sorrio no Rio de alegria, por

onde desfila o carnaval.

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Carnaval 2014

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Rio que se espraia na praça e onde o povo se encontra, se

abraça e, na tela, se projeta em sonhos e emoções. Rio de

estrelas, de luz, câmera e ação. Rio em festa a brindar a

vida, a esquecer da lida, na dança das ilusões.

Rio que marcha revolto, de águas passadas, das chibatas a

lavar a alma de seus heróis.

Rio que é voz de um povo que quer ser livre e feliz. Rio de

chumbo vai “caminhando e cantando e seguindo a canção”,

na luta e conquista, caras pintadas, 100 mil na pista. Bravo

“coração de estudante” a mudar um país.

Rio a correr e a recuperar o tempo perdido. Rio aguerrido a

enfrentar o presente. Desafio de um povo, da gente do Rio,

superação. Rio que se levanta e vai em frente, à frente do

tempo, desfaz e faz. Rio vida que segue em seu vai e vem,

Rio Branco de paz.

Rio, correnteza afã, ida, vinda e volta, ponto de partida para

a chegada do futuro. Rio Mar, na onda da arte de construir o

amanhã. Rio porto aberto, de mar a mar para o que vier,

para quem quiser chegar e amar.

Rio que abre o coração, cor de maravilha.

Rio de amor que se eterniza quando acolhe, aquece, abençoa

e batiza as águas da Praça com as águas sagradas da

Guanabara.

Seu povo em procissão:

Rufam os tambores da Portela à Glória de São Sebastião

Alexandre Louzada

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“Acelera, Tijuca!”

G.R.E.S.

UNIDOS DA TIJUCA

Presidente: Fernando Horta

Carnavalesco: Paulo Barros

Fundação: 31/12/1931

Cores: Azul Pavão e Amarelo Ouro

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G.R.E.S. Unidos da Tijuca

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“Acelera, Tijuca!”

“Mais veloz que o tempo, mais real que um sonho.”

O Brasil e o mundo estão ligados no Grande Prêmio da

Tijuca 2014! São oitenta e dois minutos de muita

expectativa! É realmente para fazer o coração do torcedor

explodir de tanta emoção! O sambódromo está lotado e o

público das arquibancadas está aqui para sentir toda a

adrenalina da velocidade. É uma grande torcida!

A Unidos da Tijuca criou um percurso fantástico, com

momentos marcantes de grandes corridas que consagraram

os mais rápidos competidores de todos os tempos. Quem é o

mais veloz e pode realizar proezas inesquecíveis?

Conquistar a vitória é uma tarefa difícil, pois esse é um

circuito que exige muito dos pilotos.

Mais alguns instantes e lá vem a Largada do Grande Prêmio

da Tijuca. Depois de uma emocionante disputa pela Pole

Position, os competidores se preparam nos boxes para

enfrentar o grande desafio. Tudo pode acontecer na pista da

Marquês de Sapucaí!

Os mecânicos fazem os últimos ajustes. Vamos conhecer em

alguns minutos quem será o vencedor dessa prova. São os

últimos momentos antes da corrida. O público observa os

competidores. E lá estão alguns dos mais fortes

concorrentes! No boxe 1, os animais mais velozes da

natureza, que já inspiraram a aerodinâmica de tantos carros.

As incríveis inovações tecnológicas que correm o mundo,

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Carnaval 2014

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rompendo barreiras e desafiando limites, se agitam no

segundo boxe. Nos outros boxes, não poderiam faltar os

personagens inesquecíveis, criados pela ficção para brincar

com a eterna paixão do homem pela velocidade, e os

esportes que exigem rapidez, superação, agilidade e ousadia.

É pura emoção! Quem vencerá o GP Tijuca? Quem será

capaz de escrever o nome na história da velocidade? Os

pilotos estão prontos para arrancar para a vitória!

Os carros já estão enfileirados para o início da corrida. Os

pilotos buscam o melhor aquecimento dos pneus, dos freios,

procuram se concentrar, se preparar para essa grande prova!

Os motores começam a ser acionados. E agora está tudo

pronto para a grande largada! Vamos ao ronco dos motores,

eles vão roncar alto! Acende a luz vermelha, vem a verde.

Largaram!

Logo no início da prova, os pilotos enfrentam uma

emocionante curva. Ela é perigosa e exige muita habilidade.

Qualquer erro pode definir o resultado da disputa. Todo

cuidado é pouco! O trecho desafia os competidores, como a

lendária e apaixonante curva Eau Rouge (Água Vermelha),

do circuito da Bélgica, que atravessa uma belíssima floresta

e requer uma incrível capacidade de aderência aerodinâmica

dos carros.

E lá vêm eles! O cavalo cruza a pista usando toda a potência

de seu motor. O beija-flor mantém sua posição por causa do

novo bico, mais longo e estreito, e da asa menor, que

garantem mais velocidade e equilíbrio. O peixe-agulhão

mergulha por dentro da curva, seguido pelo guepardo, que

dá o bote e encosta no falcão peregrino. Olha a tartaruga e a

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G.R.E.S. Unidos da Tijuca

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lebre se metendo por ali para entrar na disputa e erguer a

bandeira da vitória!

Agora eles entram na grande reta. Esse é um momento que

arrepia porque passam rasgando numa velocidade

impressionante! Nesse trecho, a Internet é sempre uma

adversária muito poderosa. O Homem Elétrico acelera e

diminui a diferença. O Avião Supersônico, no final da reta,

acha um vácuo e encosta no Satélite. O Trem Bala desliza,

mas a Velocidade da Luz não permite uma aproximação

maior. Todos pensam em poupar pneus porque essa é uma

corrida desgastante, sem dúvida alguma, e que exige, agora

mesmo, um Pit Stop.

Alguns corredores reduzem e se preparam para entrar nos

boxes. É incrível ver a rapidez, a sincronia e o trabalho

perfeito dos mecânicos. Em segundos, a equipe troca os

pneus e manda o carro de volta para a pista.

Eles disparam, aceleram tudo para tirar a diferença e quase

tocam na mureta de proteção da pista. Lá vem o mexicano

Ligeirinho botando pressão para cima do Papa-Léguas, que

precisa frear para evitar o choque. Todo mundo colado ali e

quem entra na disputa é o Speed Racer. O garoto vem com

tudo! The Flash vai tentando evitar que Speed abra muito.

Vem colado nele, olha a diferença! Mas o Sonic segue bem

de perto tentando botar frente, acelera de novo e vem

voando baixo!

Logo atrás estão os volantes mais birutas do mundo para

realizar mais uma corrida maluca. Todo mundo embolado

ali! A máquina do mal e seu volante ardiloso, Dick Vigarista

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e Mutley, sempre prontos para aplicar um golpe sujo, vão

atormentar Penélope Charmosa, a boneca do volante! O

Professor Aéreo parte para cima dos Irmãos Rocha. A

Quadrilha de Morte é um pouquinho mais rápida e evita a

aproximação do Cupê Mal-Assombrado. O Barão Vermelho

dá combate ao Tanque de Guerra, que acelera e cola no

Caipira Luke. Peter Perfeito encosta e quase tira o Rufus

Lenhador da pista! Sensacional! Eles forçam o ritmo do

início ao fim. Todo mundo junto tentando ultrapassagens

alucinantes!

Agora falta pouco para a final, a competição fica mais

acirrada! Você vai vendo aí o Velocista se impor e assumir a

dianteira. O Ciclista consegue ainda mais velocidade, pedala

sem parar e dispara! Mas o Motociclista se aproxima só na

força do motor! Que Grande Prêmio, que corrida fantástica!

E, para nossa surpresa, o Remador disputa no braço para

alcançar a chegada! É inacreditável o que a gente vê nesse

circuito do samba! O Velejador não quer ficar para trás e

aderna, quase vira, tentando ficar na frente! Quem vai

chegando devagar e sempre é o Calhambeque que entra na

pista para matar as saudades!

Quem aparece na primeira posição? Aí vem Ayrton Senna,

lá na frente de todos! Aí vem Senna, o Brasil na frente! Ele

já faz o sinal de V de vitória. Bandeiras agitadas em verde e

amarelo em todo o circuito! Senna, que ainda menino já

dominava o volante, vem, desde pequeno, abrindo dianteira,

emocionando o público com suas conquistas! Aí vem Senna

no final da reta, é o final da prova, na Linha de Chegada,

Ayrton Senna! Sobe a bandeira quadriculada! Ayrton,

Ayrton, Ayrton Senna do Brasil! Ninguém mais segura a

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G.R.E.S. Unidos da Tijuca

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torcida! Os torcedores oferecem bandeiras do Brasil para

ele! A festa é dele aqui no Sambódromo. Faz a festa o Brasil

com a vitória de Ayrton Senna no Grande Prêmio!

É a volta da vitória! A última volta no Sambódromo para

mostrar que Senna veio para ficar. Acelera, Brasil, junto

com Ayrton Senna! Meninos e meninas entram na pista para

lembrar que Senna é capaz de inspirar seus sonhos! Que o

desejo de vencer requer trabalho, dedicação e competência!

Ayrton Senna carrega na ponta dos dedos a esperança de

cada brasileiro! Ele pega a bandeira e leva à loucura a

arquibancada da Sapucaí. Sobe mais uma vez no Pódio, o

Campeão. No GP da Tijuca, o Brasil revive com ele a

emoção da vitória. Não há tempo que ele não ultrapasse, não

há sonho que ele não inspire a se tornar realidade! Brilha a

estrela de Ayrton Senna na Sapucaí!

Autores:

Ana Paula Trindade

Fatima Brito

Isabel Azevedo

Paulo Barros

Simone Martins

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