jorge hessen - artigos espíritas luz na mente - ano 2012

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  • 7/29/2019 Jorge Hessen - Artigos Espritas Luz na Mente - Ano 2012

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    ARTIGOS ESPRITAS LUZ NA MENTE

    A DOUTRINA ESPRITA VISTA POR JORGE HESSEN

    ANO 2012

    Jorge Hessen o grande pensador esprita analisa temas da atualidadetendo como ente a Doutrina Esprita e usando os ditames da reencarnaoe da imortalidade da alma. Os artigos espritas que buscam trazer luzes aoentendimento da vida maior devem ser apreciados aos pesquisadores queno se contentam com superficialidade da vida e que buscam a sua

    essncia.

    "Dia vir, em que todos os pequenos sistemas, acanhados e envelhecidos,fundir-se-o numa vasta sntese, abrangendo todos os reinos da idia. Cincias,

    filosofias, religies, divididas hoje, reunir-se-o na luz e ser ento a vida, o

    esplendor do esprito, o reinado do Conhecimento"Lon Denis

    Fontes dos Artigos Espritas

    http://jorgehessen.net/page75.php

    E.mail de contacto do [email protected]

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    http://jorgehessen.net/page75.phpmailto:[email protected]:[email protected]://jorgehessen.net/page75.php
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    Apresentao do autor

    Jorge Hessen, nascido no Rio de Janeiro a 18/08/1951, ServidorPblico Federal, residente em Braslia desde 1972. Formado em EstudosSociais com nfase em Geografia e Bacharel e Licenciado em Histriapela UnB.

    Escritor com livros publicados: Luz na Mente publicada pela Edicel,Praeiro, um Peregrino nas Terras do Pantanal publicado pela Ed do JornalDirio de Cuiab/MT, Anurio Histrico Esprita 2002, uma coletnea dediversos autores e trabalhos histricos de todo o Brasil, coordenado peloCentro de Documentao Histrica da Unio das Sociedades Espritas deSo Paulo - USE.

    Articulista com textos publicados na Revista Reformador da FEB, OEsprita de Braslia, O Mdium de Juiz de Fora, Braslia Esprita, MatoGrosso Esprita, Jornal Unio da Federao Esprita do DF. Artigospublicados na Revista eletrnica O Consolador, no Jornal O Rebate,Dirio da Manh, site da Federao Esprita Espanhola, site daEspiritismogi.com.br.

    Sumrio

    Centro Esprita no comporta vcios de quaisquer natureza / 05Sabedoria ou amor? A questo est exposta! / 08As conseqncias do suicdio e da eutansia ante as soberanas leis deDeus / 11Reflexes Histricas e as defeces do Cristianismo sem Jesus / 15Tatuagens, piercings e outros adereos sob o ponto de vista esprita / 27Fatalidade como conseqncia da escolha que fazemos / 32Mtodos contraceptivos, uma reflexo esprita / 35

    Suicdios na Europa - alguns apontamentos espritas / 39A convertida de Migdol, uma apstola / 42No h efeito sem causa, logo, Deus existe! 1 Artigo / 48No h efeito sem causa, logo, Deus existe! 2 Artigo / 53Nascido em tarso, renascido nas vias de Damasco / 58Guerras e rumores de guerras / 65

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    Por efeito da corroso moral / 68Movimento esprita no mundo do faz de conta / 71Ser que foi um pueril devaneio?.. / 75Espiritismo - 155 anos (alguns comentrios) / 80O amor a fora mais abstrata e mais poderosa que o mundo possui(Gandhi) / 83Estvo - um fadrio de agonia e sublime amor/ 85Perdoar ter domnio sobre a felicidade para conquistar a paz / 90Pensar/ 93Suicdio - uma fuga sem norte, sem sentido, sem razo / 96Aos escravos das bebidas alcolicas recomendamos Jesus vinde amim... ( Mateus 11:28-30) / 101

    Chico Xavier e os discos voadores / 106A conexo televiso-violncia-comportamento preocupante / 107Ptria do Evangelho ser que ismael conseguir conduzir essaempreita? / 111O Espiritismo ante o censo 2010 retrato de um panorama que clama pormudanas de rumo / 116Ser esprita erigir a paz edificante, organizando o cenrio da nova era /120

    Beber alcolicos um flagelo social/ 125Desonestidade e Espiritismo no se coadunam / 128A desencarnao a certeza futura que temos / 131Descriminalizao da droga - alguns ajuizamentos espritas / 136Idolatria, uma cegueira dos sentimentos / 141Francisco de Paula Cndido ou puramente o "Cndido Xavier de todos ospovos" / 144Comeo do fim do mundo?...qual mundo?... / 149Aos escravos da bebida indicamos Jesus / 153Se abraamos o Espiritismo por ideal... / 158O Espiritismo uma religio e ns nos ufanamos disso / 160Doutores? Ah, sim! Os doutores!... / 165Deus o agente iniludvel para a explicao da vida / 168Palestras realizadas na internet (paltalk) / 175Entrevista - Jornal Verdade e Vida / 176

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    Orientao ao centro esprita - USE / 182A Revista Aurora Publicou - Espiritismo - 155 anos (alguns comentrios)/ 184

    Violao do direito autoral??? Emprstimo de livro pelo centro esprita violao do direito autoral? / 187Violao do direito autoral publicado no Jornal o Bem / 190Ante a difuso esprita - algumas palavras / 194Comunicao na mdia esprita / 197A famlia e a educao esprita / 197Jesus, o mestre por excelncia - Jesus foi com toda pujana o mestre porexcelncia / 198Artigo publicado no jornal "O Caminho da Luz" / 200

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    Janeiro de 2012

    CENTRO ESPRITA NO COMPORTA VCIOS DE QUAISQUERNATUREZA

    A doena do jogo compulsivo atinge mais de 10% da populao mundial.

    Mark Griffiths, psiclogo britnico, professor da Nottingham TrentUniversity, assegura que o hbito de jogar e apostar, se levado aoextremo, to viciante quanto qualquer droga. Pesquisas sobre jogadorescrnicos garantem que tais viciados padecem pelo menos um efeitocolateral quando sofrem por ocasio de abstinncia, como insnia,cefalias, bulimia, fraqueza fsica, disritmias cardacas, consternaesmusculares, dificuldades de respirao e calafrios.A rigor, todos e quaisquer vcios so, invariavelmente, danosos ao

    crescimento espiritual do ser humano. Infelizmente, hoje em dia tornou-se"modismo" o hbito da jogatina. O Governo estimula inclusive os sorteiosde loteria. Em realidade, para os pesquisadores, os vcios se alargam apartir de uma combinao biolgica e gentica de uma pessoa, alm doambiente sociocultural em que ela cresce, e sua compleio psicolgica,como traos de personalidade, atitudes, experincias, crenas e a prpriaatividade. Para alguns descrentes, o comportamento exagerado por si sno significa que algum seja viciado. A diferena fundamental entre oexagero de entusiasmo e o vcio que os entusiastas saudveis adicionamalegria de viver s atividades, ainda que desprovidas dos objetos dedesejo.No afirmaremos jamais que o vcio, mormente o que propomos analisar,seja um problema de criminalidade, mas como um problema dedesequilbrio ntimo, diante das leis da vida. E isto no apenas no terrenoem que o vcio mais claramente examinado. Sobre a temtica (vcio),

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    Chico Xavier disse: se falamos demasiadamente, estamos viciados noverbalismo excessivo e infrutfero. Se bebemos caf excessivamente,estamos destruindo tambm as possibilidades do nosso corpo nosservir.(1) Quando ponderamos a palavra vcio, podemos tambm citar oscorrompidos pelo lcool, cigarro, dinheiro, comida e recordamos ainda dosexo.Sobre esse ltimo tpico, Chico Xavier instrui: do sexo herdamos nossame, nosso pai, lar, irmos, a bno da famlia. Tudo isto recebemosatravs do sexo. No entanto, quando falamos em vcio, lembramo-nos dofogo do sexo e a droga... Mas droga outro problema para nossos irmosque se enfraqueceram diante da vida, que procuram uma fuga. No socriminosos; so criaturas carentes de mais proteo, de mais amor. Porque

    se os nossos companheiros enveredaram pelo caminho da droga, elesprocuraram esquecer algo. E esse algo so eles mesmos. Ento,precisvamos, talvez, reformular nossas concepes sobre o vcio.(2)Paulo confessou: no fao o bem que quero, mas o mal que no quero,esse pratico. Ora, se eu fao o que no quero, j o no fao eu, mas ainiqidade que habita em mim.(3) Sob o ponto de vista esprita, o vciode jogar pode se tornar um grave entrave moral para o viciado que se dizadepto de Espiritismo, colocando sob suspeita a sua credibilidade.

    No recomendvel um Centro esprita angariar recursos oriundos dejogos, pois isso provocar um ambiente desfavorvel para a tranqilidadee harmonia dos freqentadores. As Instituies Espritas voltadas a essaprtica hospedam inevitavelmente irmos do alm despreparados para osservios de socorro espiritual que a casa pode oferecer. Ainda queprocuremos amenizar os argumentos, em realidade, o vcio aoita as basesda conscincia crist e desarmoniza a estrutura psicolgica. Algunsconfrades so afeitos aos jogos de azar, porm importante record-los de

    que o hbito persistente de jogar os enlaar invariavelmente nasurdiduras da obsesso. Tais irmos podero ficar encarcerados nas garrasinsaciveis do parasitismo ou do vampirismo, e vidas que poderiam sernobres, dignas, proveitosas, tornam-se vazias, estimulantes de sujeiocalamitosa, cujas defeces morais muitas vezes atingem famlias inteiras.No Brasil, h 60 anos, desde o Governo Eurico Gaspar Dutra, os jogos de

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    azar so proibidos. Explor-los contraveno penal. Todavia, comoassinalo acima, o Governo tem estimulado o jogo de azar (legal). Evoca-se para tal concesso a sena, a megasena, a quina etc. Lembremos quenem tudo que legal moral, muito embora essa diversidade de jogosseja perfeitamente aceita pela sociedade.Quaisquer tipos de jogos nos centros espritas contrariam os princpioscristos, pelos efeitos nefastos que provocam aos seus praticantes. No hcomo compactuar com tais prticas, que estimulam o nimo dos dirigentesdas instituies a promover rifas, bingos e sorteios viciantes, numainquietante justificativa de que as finalidades so "justas".Todavia, ainda que para "fins beneficentes", no se justificam os meioscomprometedores, consoante admoesta Andr Luiz, em "Conduta

    Esprita", publicada pela FEB. certo que a Doutrina Esprita no condescendente com quaisquerproibies em suas hostes, desde que observadas as advertncias dosBenfeitores quanto aos malefcios que os vcios (no caso, os jogos)causam aos que a eles se afinizam e se entregam. Cremos ser de bomalvitre a consignao, nos dispositivos estatutrios e Regimentos Internosda casa esprita, o termo "fica vedado" tal ou qual coisa, pois no faltarquem sugira a diviso da doutrina em Espiritismo Conservador e

    Espiritismo Liberal, tal qual vem acontecendo - sabemos - com outrasreligies, que a cada dia perdem adeptos e, consequentemente, fora.Obviamente, se pessoalmente algum quiser entrar numa casa lotrica etentar a "sorte", o problema pessoal, isso claro, mas se quiser arrastaressa mazela para a comunidade esprita, a questo muda de figura. Apartir da, algum precisa alar a questo em benefcio dos postuladoskardecianos. A despeito de quaisquer pretextos, uma instituio espritano comporta, em suas instalaes, rifas e jogos de azar.

    Para se angariar recursos visando obras transitrias das edificaesmateriais, a experincia tem mostrado que podemos pegar a charrua doesforo maior e promovermos os tradicionais almoos fraternos, exibiesde fitas cinematogrficas, bazares, festival da torta, festival do sorvete etc.Se algum se dispuser a doar para a instituio um bem de expressivovalor (terreno, casa, carro, jias), a fim de ser revertido em recursos para

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    obras assistenciais, esforcemo-nos por comercializ-lo a preo demercado, sem rifar, lembrando sempre o que a sabedoria popularproclama: "o 'pouco' com Deus, 'muito'!"

    Jorge Hessenhttp://jorgehessen.net

    Referncias bibliogrficas:

    (1) Fonte: "O Esprita Mineiro", nmero 179, julho/agosto/setembro de1979. Publicado no livro CHICO XAVIER - MANDATO DE AMOR,Editado abril/1993 pela Unio Esprita Mineira - Belo Horizonte, Minas

    Gerais(2) idem(3) Epstola aos Romanos 19-20

    Janeiro de 2012

    SABEDORIA OU AMOR? A QUESTO EST EXPOSTA!

    Um confrade perguntou-nos se era mais importante ao esprito encarnadoa caridade (amor) ou a intelectualidade (sabedoria). Para esclarec-loprocuramos beber informaes nas fontes do saber emmanuelino. Disse-

    lhe que ante as perspectivas do crescimento espiritual, a caridade (sentir) sobejamente mais importante, na essncia, que a inteligncia (saber),inobstante necessitarmos das duas asas (amor e sabedoria) para alar vosrumo excelsa destinao luminosa. Em realidade, o sentimento e asabedoria so as duas asas com que a alma se elevar para a perfeioinfinita; os dois so classificados como adiantamento moral e

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    adiantamento intelectual; ambos so imprescindveis ao progresso, sendojusto, porm, considerar a superioridade do primeiro (sentimento) sobre osegundo (sabedoria), porquanto a parte intelectual sem a moral podeoferecer numerosas perspectivas de queda, na repetio das experincias,enquanto que o avano moral jamais ser excessivo, representando oncleo mais importante das energias evolutivas.(1)Em verdade, a nossa capacidade intelectual demasiadamente curta, emface dos elevados poderes da personalidade espiritual, independente doslaos da matria. Segundo Emmanuel, os elos da reencarnao fazem opapel de quebra-luz sobre todas as conquistas anteriores do Espritoreencarnado. Nessa sombra reside o acervo de lembranas vagas, devocaes inatas, de numerosas experincias, de valores naturais e

    espontneos, a que chamamos subconscincia. Alis, a incapacidadeintelectual do homem fsico tem sua origem na sua prpria situao,caracterizada pela necessidade de provas amargas. (2)Os valores intelectuais da Terra, atualmente, padecem a afronta de todasas foras corruptoras do declnio. A atual gerao, que tantas vezes seentregou jactncia, atribuindo a si mesma as mais altas conquistas noterreno do raciocnio positivo, operou os mais vastos desequilbrios nascorrentes evolutivas do orbe, com o seu injustificvel divrcio do

    sentimento. (3) por esse ensejo que notamos no cenrio poltico-social-econmico da Terra as aberraes, os absurdos tericos, os extremismosestabelecendo a inverso de todos os valores. Excessivamentepreocupados com as suas extravagncias, os missionrios da intelignciatrocaram o seu labor junto ao esprito por um lugar de domnio, como ossacerdotes religiosos que permutaram a luz da f pelas prebendastangveis da situao econmica. (4)Entretanto, imprescindvel reconhecer que h uma tarefa especializada

    da inteligncia no orbe terrestre, sobretudo para os que recebem adelegao abenoada, em lutas expiatrias ou em misses santificantes, deampliar a boa tarefa da inteligncia em benefcio real da coletividade. urgente, contudo, a vigilncia constante, pois o destaque intelectual,muitas vezes, obscurece no mundo a viso do Esprito encarnado,

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    conduzindo-o vaidade injustificvel, onde as intenes mais puras ficamaniquiladas.(5)Outro aspecto que devemos refletir se devemos, em nome doEspiritismo, buscar os intelectuais para a compreenso dos seus deveresespirituais. Emmanuel responde-nos essa questo de forma categrica:provocar a ateno dos outros no intuito de regener-los, quando todosns, mesmos os desencarnados, estamos em funo de aperfeioamento eaprendizado, no parece muito justo, porque estamos ainda com um deveressencial, que o da edificao de ns mesmos. No labor da Doutrina,temos de convir que o Espiritismo o Cristianismo redivivo pelo qualprecisamos fornecer o testemunho da verdade e, dentro do nosso conceitode relatividade, todo o fundamento da verdade da Terra est em Jesus

    Cristo. (6)A Terceira Revelao triunfa por si, sem a concorrncia das fracaspossibilidades humanas. Ningum dever procurar os intelectuaissupondo-se elemento indispensvel sua vitria. Emmanuel alerta que oEspiritismo no necessita de determinados homens (intelectualizados)para consolar e instruir as criaturas, depreendendo-se que os prpriosintelectuais do mundo que devem buscar, espontaneamente, na fonte deconhecimentos doutrinrios, o benefcio de sua iluminao. (7)

    Caro irmo, lembremos que os homens simplrios, iletrados, humildesque passam a vida inteira trabalhando ao Sol no amanho da Terra,fabricando o po saboroso da vida, tm mais valor para Deus que osartistas de inteligncia viciada, que outra coisa no fazem seno perturbara marcha divina das suas leis. Portanto, que a expresso deintelectualidade muito valiosa, no h dvida, mas no pode prescindirjamais dos valores do sentimento em sua essncia sublime.(8)

    Jorge Hessenhttp://jorgehessen.net

    Bibliografia:(1) Xavier, Francisco Cndido. O Consolador, Ditado pelo EspritoEmmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1990, perg. 204

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    (2) Idem perg. 205(3) Idem, perg. 206(4) Idem, perg. 207(5) Idem, perg. 208(6) Idem, perg. 210(7) Idem,(8) Idem

    Janeiro de 2012

    AS CONSEQNCIAS DO SUICDIO E DA EUTANSIA ANTE ASSOBERANAS LEIS DE DEUS

    Roberto Rodrigues de Oliveira, valendo-se de um capuz, invadiu aresidncia e assassinou Geraldo Rodrigues de Oliveira, seu irmo

    tetraplgico, a pedido da prpria vtima. Sem poder se movimentar evivendo em uma cama, Geraldo j havia pedido inclusive para que a ex-esposa o matasse, o que foi negado. Como no conseguia cometersuicdio, ele props ao irmo (Roberto) a simulao do roubo seguido demorte. Roberto Rodrigues aceitou e planejou o crime com a vtima.(1) Ofato ocorreu no interior do estado de So Paulo.O crime foi esquematizado a fim de que parecesse um latrocnio. Robertose sentia culpado pela situao do Geraldo porque foi o causador do

    acidente automobilstico que deixou o irmo tetraplgico. A ex-mulher davtima explicou em depoimento polcia que Geraldo (um autocidaconfesso), s pensava em morrer devido situao em que se encontrava.No obstante a montagem do cenrio para parecer um latrocnio, o pactocriminoso tem algumas srias implicaes espirituais para os envolvidos.Roberto transportar o fardo da culpa pelo homicdio, em que pese a sua

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    conscincia diz-lo estar aplicando a misericordiosa eutansia. EGeraldo carregar nas profundezas da mente o aguilho da criminosainteno do suicdio indireto.Embora com rudimentos diferentes quanto ao modus operandis, o casoRoberto e Geraldo remete-nos ao caso Bridget Kathleen Gilderdale,em que a Justia inglesa a absolveu pelo crime de tentativa de homicdiopor ter induzido ao suicdio a filha Lynn Gilderdale, portadora deesclerose mltipla, que se comunicava apenas atravs de sinais, e estava,h dezessete anos, aprisionada em uma cama.(2) A corte foi informada deque Lynn j havia tentado se matar antes e registrado um pedido para queno mais fosse ressuscitada. Gilderdale confessou ter auxiliado a filha asuicidar-se depois de ter tentado, sem sucesso, convenc-la a permanecer

    viva.A deciso do Tribunal de Lewes, no condado de East Sussex, ganhou aspginas dos principais jornais ingleses porque, dias antes, a mesma justiabritnica condenou Frances Inglis priso perptua por ter induzido amorte, com injees de herona, o filho que havia sofrido leso cerebral eestava sob tratamento intensivo desde 2007, gerando o debate sobremudanas nas leis que tratam de suicdio assistido, eutansia e homicdio.Enquanto o juiz do caso Gilderdale declarou apoio r, o juiz Brian

    Barker, do caso de Inglis, disse que no h na lei nenhum conceito sobreassassinato misericordioso - isso continua sendo assassinato.A eutansia vem suscitando controvrsias nos meios jurdicos, lembrando,no entanto, que a nossa Constituio e o Direito Penal Brasileiro so bemclaros: constitui assassnio comum. Nas hostes mdicas, sob o ponto devista da tica da medicina, a vida considerada um dom sagrado e,portanto, vedada, ao mdico, a pretenso de ser juiz da vida ou da mortede algum. A propsito, importante deixar consignado que a Associao

    Mundial de Medicina, desde 1987, na Declarao de Madrid, considera aeutansia como sendo um procedimento eticamente inadequado.Sem entrar no mrito jurdico do homicdio, as manchetes nos induzem acomentar, doutrinariamente, sobre a eutansia e o suicdio. A eutansia,como sabemos, uma prtica que no tem o apoio da Doutrina Esprita.Kardec e os Mentores espirituais j se posicionaram sobre esse tema.

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    Nem sempre conhecemos as reflexes que o Esprito pode fazer nasconvulses da dor fsica e os tormentos que lhe podem ser poupadosgraas a um relmpago de arrependimento. Dessa forma, entendamos erespeitemos a dor, como instrutora das almas e, sem vacilaes ouindagaes descabidas, amparemos quantos lhe experimentam a presenaconstrangedora e educativa, lembrando sempre que a ns compete, tosomente, o dever de servir, porquanto a Justia, em ltima instncia,pertence a Deus, que distribui conosco o alvio e a aflio, a enfermidade,a vida e a morte, no momento oportuno.Muitos infelizes crem que a soluo para seus sofrimentos o suicdio.Todavia, afirmamos que alm de sofrer no mundo espiritual as dolorosasconsequncias de seu gesto equivocado de revolta diante das leis da vida,

    o autocida ainda renascer com todas as seqelas fsicas da resultantes, eter que enfrentar novamente a mesma situao dolorosa que a suainexistente f e distanciamento de Deus no lhe permitiram o xitoexistencial.Aps a desencarnao, no h tribunal nem Juzes para condenar oEsprito, ainda que seja o mais culpado. Fica ele, simplesmente, diante daprpria conscincia, nu perante si mesmo e todos os demais, pois nadapode ser escondido na conscincia espiritual, tendo o indivduo de

    enfrentar suas prprias criaes mentais.O suicdio a mais desastrada maneira de fugir das provas ou expiaespelas quais devemos passar. uma porta falsa em que o indivduo,julgando libertar-se de seus males, precipita-se em situao muito pior.Arrojado, violentamente, para o Alm-tmulo, em plena vitalidade fsica,revive, intermitentemente, por muito tempo, os acicates de conscincia esensaes dos derradeiros instantes, alm de ficar submerso em regies depenumbras, onde seus tormentos sero importantes para o sacrossanto

    aprendizado, flexibilizando-o e credenciando-o a respeitar a vida commais empenho.Andr Luiz cita nas suas obras que "os estados da mente so projetadossobre o corpo atravs dos biforos, que so unidades de forapsicossomticas que se localizam nas mitocndrias. A mente transmiteseus estados felizes ou infelizes a todas as clulas do nosso organismo

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    atravs dos biforos. Ela funciona ora como um sol, irradiando calor eluz, equilibrando e harmonizando todas as clulas do nosso organismo,ora como tempestades, gerando raios e fascas destruidoras quedesequilibram o ser, principalmente em atingindo as clulas nervosas".(3)O verdadeiro cristo porta-se, sempre, em favor da manuteno da vida ecom respeito aos desgnios de Deus, buscando no s minorar ossofrimentos do prximo - sem eutansias, claro! - mas tambm confiar najustia e na bondade divina, at porque, nos Estatutos de Deus no hespao para injustias. Somos responsveis pela situao em que o mundose encontra.

    Jorge Hessen

    http://jorgehessen.net

    Referncias bibliogrficas:

    (1) Disponvel em:http://eptv.globo.com/noticias/NOT,3,10,375412,Homem+encomendou+a+propria+morte+por+ser+tetraplegico+Rio+Claro.aspx(2) Lynn sofria desde os 14 anos de encefalomielite milgica. A doena

    que afeta o sistema nervoso e lhe privou dos movimentos da cintura parabaixo e da capacidade de engolir alimentos.(3) Xavier, Francisco Cndido, Missionrio da Luz, Ditado pelo EspritoAndr Luiz, RJ: Ed. FEB 2003

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    REFLEXES HISTRICAS E AS DEFECES DO CRISTIANISMOSEM JESUS

    Com base nas declaraes do Esprito Emmanuel, decidimos formatar epublicar em nossas pginas as ajuizadas reflexes histricas sobre o

    Cristianismo sem Jesus, conforme foram publicadas no livro A Caminhoda Luz. Fazendo isso, estamos oportunizando aos leitores conhecer umpouco melhor Emmanuel e a famosa Carta do Bispo Strossmayer, lida noVaticano em 1870, quando da decretao da Infalibilidade papal.Segundo escreve o mentor de Chico Xavier, no captulo intituladoIDENTIFICAO DA BESTA APOCALPTICA, sobre as narrativas doApocalipse, lemos que a besta poderia dizer grandezas e blasfmias por42 meses, acrescentando que o seu nmero era o 666 (Apoc. XIII, 5 e 18).

    Examinando-se a importncia dos smbolos naquela poca e seguindo orumo certo das interpretaes, podemos tomar cada ms como sendo de30 anos, em vez de 30 dias, obtendo, desse modo, um perodo de 1260anos comuns, justamente o perodo compreendido entre 610 e 1870, danossa era, quando o Papado se consolidava, aps o seu surgimento, com oimperador Focas, em 607, e o decreto da infalibilidade papal com Pio IX,em 1870, que assinalou a decadncia e a ausncia de autoridade doVaticano em face da evoluo cientfica, filosfica e religiosa da

    Humanidade.(1) Com referncia ao fantasmagrico nmero 666,Emmanuel pronuncia: sem nos referirmos s interpretaes com osnmeros gregos, em seus valores, devemos recorrer aos algarismosromanos, em sua significao, por serem mais divulgados e conhecidos,explicando que o Sumo-Pontfice da igreja romana quem usa os ttulosde "VICARIVS GENERALIS DEI IN TERRIS", "VICARIVS FILII

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    DEI" e "DVX CLERI", que significam "Vigrio-Geral de Deus na Terra","Vigrio do Filho de Deus" e "Prncipe do Clero". Bastar ao estudiosoum pequeno jogo de pacincia, somando os algarismos romanosencontrados em cada titulo papal a fim de encontrar a mesma equao de666, em cada um deles. V-se pois, que o Apocalipse de Joo temsingular importncia para os destinos da Humanidade terrestre.(2)Emmanuel ainda tece comentrios sobre as PROVAES DA IGREJA,lembrando que aproximando-se o ano de 1870, que assinalaria a falnciada Igreja com a declarao da infalibilidade papal, o Catolicismoexperimenta provaes amargas e dolorosas. Exaustos de suasimposies, todos os povos cultos da Europa no enxergaram nas suasinstituies seno escolas religiosas, limitando-se-lhes as finalidades

    educativas e controlando-se-lhes o mecanismo de atividades. (3)Recorda o autos espiritual de H dois mil anos que compreendendoque o Cristo no tratara de aambarcar nenhum territrio do Globo, ositalianos, naturalmente, reclamaram os seus direitos no captulo dasreivindicaes, procurando organizar a unidade da Itlia sem a tutela doVaticano. Desde 1859 estabelecera-se a luta, que foi por muito tempoprolongada em vista da deciso da Frana, que manteve todo um exrcitoem Roma para garantia do pontfice da Igreja. Mas a situao de 1870

    obrigara o povo francs a reclamar a presena dos guardas do Vaticano,triunfando as idias de Cavour e privando-se o papa de todos os poderestemporais, restringindo-se a sua posse material. Comea, com Pio IX, agrande lio da Igreja. O perodo das grandes transformaes estavainiciado, e ela, que sempre ditara ordens aos prncipes do mundo, na suasede de domnio, iria tornar-se instrumento de opresso nas mos dospoderosos. Observava-se um fenmeno interessante: a Igreja, que nuncase lembrara de dar um ttulo real figura do Cristo, assim que viu

    desmoronarem os tronos do absolutismo com as vitrias da Repblica edo Direito, construiu a imagem do Cristo-Rei para o cume dos seusaltares..(4) Emmanuel cita ainda que aps as afirmativas do Slabo edepois do famoso discurso do bispo Strossmayer (*) (vide discursoabaixo), em 1870, no Vaticano, quando Pio IX decretava a infalibilidadepontifcia(5), o Clero tenta reabilitar-se atravs de encclicas de cunho

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    social.

    Jorge Hessenhttp://jorgehessen.net

    (*)(Discurso pronunciado no clebre Conclio de 1870 , pelo BispoStrossmayer) (6)

    Venerveis padres e irmos:No sem temor, porm com uma conscincia livre e tranqila, ante Deusque nos julga, tomo a palavra nesta augusta assemblia.Prestei toda a minha ateno aos discursos que se pronunciaram nesta

    sala, e anseio por um raio de luz que, descendo de cima, ilumine a minhainteligncia e me permita votar os cnones deste Conclio Ecumnico comperfeito conhecimento de causa.Compenetrado da minha responsabilidade, pela qual Deus me pedircontas, estudei com a mais escrupulosa ateno os escritos do Antigo eNovo Testamento, e interroguei esses venerveis monumentos daVerdade: se o pontfice que preside aqui verdadeiramente o sucessor deSo Pedro, Vigrio do Cristo e Infalvel Doutor da Igreja.

    Transporei-me aos tempos em que ainda no existiam o Ultramontanismoe o Galicanismo, em que a Igreja tinha por doutores: Paulo, Pedro, Tiagoe Joo, aos quais no se pode negar a autoridade divina, sem pr emdvida o que a santa Bblia nos ensina, santa Bblia que o Conclio deTrento proclamou como a Regra da F e da Moral. Abri essas sagradaspginas e sou obrigado a dizer-vos: nada encontrei que sancione, prximaou remotamente, a opinio dos ultramontanos? E maior a minhasurpresa quando, naqueles tempos apostlicos, nada h que fale de papa

    sucessor de So Pedro e Vigrio de Jesus Cristo!Vs, Monsenhor Manning, direis que blasfemo; vs, Monsenhor Pio,direis que estou demente! No, monsenhores; no blasfemo, nem perdi ojuzo! Tendo lido todo o Novo Testamento, declaro, ante Deus e com amo sobre o crucifixo, que nenhum vestgio encontrei do papado.No me recuseis a vossa ateno, meus venerveis irmos! Com os vossos

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    murmrios e interrupes, justificais os que dizem, como o Padre Jacinto,que este conclio no livre se assim for, tende em vista que esta augustaassemblia, que prende a ateno de todo o mundo, cair no mais terrveldescrdito.Agradeo a S. Excia. o Monsenhor Dupanloup, o sinal de aprovao queme faz com a cabea; isso me alenta e me faz prosseguir.Lendo, pois, os santos livros, no encontrei neles um s captulo, um sversculo que d a Pedro a chefia sobre os apstolos.No s o Cristo nada disse sobre esse ponto, mas, ao contrrio, prometeutronos a todos os apstolos (Mateus, XIX, 28), sem dizer que o de Pedroseria mais elevado que os dos outros!Que diremos do seu silncio?

    A lgica nos ensina a concluir que o Cristo nunca pensou, em elevarPedro chefia do Colgio Apostlico.Quando o Cristo enviou os seus discpulos a conquistar o mundo, a todos- igualmente - deu o poder de ligar e desligar, a todos - igualmente - fez apromessa do Esprito Santo.Dizem as Santas Escrituras que at proibiu a Pedro e a seus colegas dereinarem ou exercerem senhoria (Lucas, XXII, 25 e 26).Se Pedro fosse eleito Papa Jesus - no diria isso, porque, segundo a nossa

    tradio, o papado tem uma espada em cada mo, simbolizando ospoderes espiritual e temporal.Ainda mais: se Pedro fosse papa ou chefe dos apstolos, permitiria queesses seus subordinados o enviassem, com Joo, a Samaria, para anunciaro Evangelho do Filho de Deus? (Atos, VIII, 14).Que direis vs, venerveis irmos, se nos permitssemos, agora mesmo,mandar Sua Santidade Pio IX, que aqui preside, e Sua Eminncia,Monsenhor Plantier, ao Patriarca de Constantinopla, para convenc-lo de

    que deve acabar com o Cisma do Oriente?O smile perfeito, haveis de concordar!Mas temos coisa ainda melhor:Reuniu-se em Jerusalm um conclio ecumnico para recindir questesque dividiam os fiis.

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    Quem devia convoc-lo? Sem dvida Pedro, se fosse papa. Quem deviapresidi-lo? Por certo que Pedro. Quem devia formular e promulgar oscnones? Ainda Pedro, no verdade? Pois bem: nada disso sucedeu!Pedro assistiu ao conclio com os demais Apstolos, sob a direo deTiago! (Atos, XV).Assim, parece-me que o filho de Jonas no era o primeiro, comosustentais.Encarando agora por outro lado, temos: enquanto ensinamos que a Igrejaest edificada sobre Pedro, Paulo (cuja autoridade devemos todos acatar)diz-nos que ela est edificada - sobre o fundamento da f dos apstolos eprofetas, sendo a principal pedra do ngulo, Jesus Cristo (Efsios, II, 20).Esse mesmo Paulo, ao enumerar os ofcios da Igreja, menciona apstolos,

    profetas, evangelistas e pastores; e ser crvel que o grande Apstolo dosGentios se esquecesse do papado, se o papado existisse? Esse olvido meparece to impossvel como o de um historiador deste conclio que nofizesse meno de Sua Santidade Pio IX.(Apartes: Silncio, herege! Silncio!)Calmai-vos, venerveis irmos, porque ainda no conclu. Impedindo-mede prosseguir, provareis ao mundo que sabeis ser injustos, tapando a bocado mais pequeno membro desta assemblia.

    Continuarei:O Apstolo Paulo no faz meno, em nenhuma das suas Epstolas, sdiferentes Igrejas, da primazia de Pedro; se essa existisse e se ele fosseinfalvel como quereis, poderia Paulo deixar de mencion-la, em longaEpstola sobre to importante ponto?Concordai comigo: A Igreja nunca foi mais bela, mais pura e mais santaque naqueles tempos em que no tinha papa.(Apartes: no exato! no exato!)

    Por que negais, Monsenhor de Laval? Se algum de vs outros, meusvenerveis irmos, se atreve a pensar que a Igreja, que hoje tem um papa(que vai ficar infalvel), mais firme na f e mais pura na moralidade quea Igreja Apostlica, diga-o abertamente ante o Universo, visto como esterecinto um centro do qual as nossas palavras voam de plo a plo!Calai-vos? Ento continuarei:

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    Tambm nos escritos de Paulo, de Joo, ou de Tiago, no descubro traoalgum do poder papal! Lucas, o historiador dos trabalhos missionrios dosapstolos guarda silncio sobre tal assunto!Isso vos deus preocupar muito.No me julgueis um cismtico!Entrei pela mesma porta que vs outros; o meu titulo de bispo deu-medireito a comparecer aqui, e a minha conscincia, inspirada no verdadeiroCristianismo, me obriga a dizer-vos o que julga ser verdade.Penso que, se Pedro fosse vigrio de Jesus Cristo, ele no o sabia, poisque nunca procedeu como papa: nem no dia de Pentecostes, quandopregou o seu primeiro sermo, nem no Conclio de Jerusalm, presididopor Tiago, nem em Antioquia, nem nas Epstolas que dirigiu s Igrejas.

    Ser possvel que ele fosse papa sem o saber?Parece-me escutar de todos os lados: Pois Pedro no esteve em Roma?No foi crucificado de cabea para baixo? No existem os lugares ondeensinou e os altares onde disse missa nessa cidade?E eu responderei: S a tradio, venerveis irmos, que nos diz terPedro estado em Roma; e como a tradio to somente a tradio da suaestada em Roma, com ele que me provareis o seu episcopado e a suasupremacia?

    Scalgero, um dos mais eruditos historiadores, no vacila em dizer que oepiscopado de Pedro e a sua residncia em Roma devem-se classificar nonmero das lendas mais ridculas! (Repetidos gritos e apartes: tape-lhe aboca, fazei-o descer dessa cadeira!)Meus venerveis irmos, no fao questo de calar-me, como quereis,mas no ser melhor provar todas as coisas como manda o apstolo e crers no que for bom? Lembrai-vos de que temos um ditador ante o qualtodos ns, mesmo Sua Santidade Pio IX, devemos curvar a cabea:

    Esse ditador, vs bem o sabeis, a Histria!Permiti que repita: folheando os sagrados escritos, no encontrei maisleve vestgio do papado nos tempos apostlicos.E, percorrendo os Anais da Igreja, nos quatro primeiros sculos, o mesmosucedeu!Confessar-vos-ei que encontrei o seguinte:

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    Que o grande Santo Agostinho, Bispo de Hipona, honra e glria doCristianismo e secretrio no Conclio de Melive, nega a supremacia aobispo de Roma!Que os bispos da frica, no Sexto Conclio de Cartago, sobe presidnciade Aurlio, bispo dessa cidade, admoestavam a Celestino, Bispo deRoma, por supor-se superior aos demais bispos, enviando-lhescomissionados e introduzindo o orgulho na Igreja.Que portanto, o papado no instituio divina.Deveis saber, meus venerveis irmos, que os padres do Conclio deCalcednia colocaram os bispos da antiga e da nova Roma na mesmacategoria dos demais bispos.Que aquele Sexto Conclio de Cartago proibiu o ttulo de Prncipe dos

    Bispos, por no haver soberania entre eles.E que So Gregrio I escreveu estas palavras, que muito aproveitam tese: "Quando um patriarca se intitula Bispo Universal, o ttulo depatriarca sofre incontestavelmente descrdito. Quantas desgraas nodevemos ns esperar, se entre os sacerdotes se suscitarem tais ambies?Esse bispo ser o rei dos orgulhosos! (Pelgio II, Cett. 15).Com tais autoridades e muitas outras que poderia citar-vos, julgo terprovado que os primeiros bispos de Roma no foram reconhecidos como

    bispos universais ou papas, nos primeiros sculos do Cristianismo.E para mais reforar os meus argumentos, lembrarei aos meus venerveisirmos que foi Osio, bispo de Crdova, quem presidiu o PrimeiroConclio de Nicia, redigindo os seus cnones; e que foi ainda esse bispoque, presidindo o Conclio de Sardica, excluiu o enviado de Jlio, Bispode Roma!Mas da direita me citaram estas palavras do Cristo Tu s Pedro, e sobreesta pedra edificarei a minha Igreja.

    Sois, portanto, chamados para este terreno.Julgais, venerveis irmos, que a rocha ou pedra sobre que a Santa Igrejaest edificada Pedro; mas permiti que eu discorde desse vosso modo depensar.Diz Cirilo, no seu quarto livro sobre a Trindade: A rocha ou pedra de quenos fala Mateus a f imutvel dos Apstolos.

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    Olegrio, Bispo de Poitiers, em seu segundo livro sobre a Trindade,repete: aquela pedra a rocha da f confessada pela boca de Pedro. noseu sexto livro mais luz nos fornece dizendo: e sobre esta rocha daconfisso da f que a Igreja est edificada.Jernimo no sexto livro sobre Mateus de opinio de que Deus fundou asua Igreja, sobre a rocha, ou pedra, que deu nome a Pedro.Nas mesmas guas navega Crisstomo, quando, em sua homilia 56 arespeito de Mateus, escreve: "Sobre esta rocha edificarei a minha Igreja: eesta rocha a confisso de Pedro."E eu vos perguntarei, venerveis irmos, qual foi confisso de Pedro?J que no me respondeis, eu v-la darei: "Tu s o Cristo, o filho deDeus.''Ambrsio, Arcebispo de Milo; Baslio de Salncia e os padres do

    Conclio de Calcednia, ensinam precisamente a mesma coisa.Entre os doutores da Antiguidade Crist, Agostinho ocupa um dosprimeiros lugares, pela sua sabedoria, e pela sua santidade. Escutai comoele se expressa sobre a Primeira Epstola de Joo: "Edificarei a minhaIgreja sobre esta rocha, significa claramente que sobre a f de Pedro."No seu tratado 124, sobre o mesmo Joo, encontra-se esta frasesignificativa: "Sobre esta rocha, que acabais de confessar, edificarei aminha Igreja; e a rocha era o prprio Cristo, filho de Deus."

    Tanto esse grande e santo bispo no acreditava que a Igreja fosseedificada sobre Pedro, que disse em seu sermo n. 13: "Tu s Pedro, esobre esta rocha ou pedra, que me confessaste, que reconheceste, dizendo:Tu s o Cristo, o filho de Deus vivo, edificarei a minha Igreja; sobre mimmesmo: pois sou o Filho de Deus vivo, edificarei sobre mim mesmo, eno sobre ti."Haver coisa mais clara e positiva?Deveis saber que essa compreenso de Agostinho; sobre to importante

    ponto do Evangelho, era a opinio corrente do mundo cristo naquelestempos. Estou certo de que no me contestareis.Assim que, resumindo, vos direi:. Que Jesus deu aos outros apstolos o mesmo poder que deu a Pedro.. Que os apstolos nunca reconheceram em Pedro a qualidade de vigriodo Cristo e infalvel Doutor da Igreja.

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    . Que o mesmo Pedro nunca pensou ser papa, nem fez coisa algumacomo papa.. Que os conclios dos quatro primeiros sculos nunca deram, nemreconheceram o poder e a jurisdio que os bispos de Roma queriam ter.. Que os Padres da Igreja, na famosa passagem: Tu s Pedro e sobre essapedra (a confisso de Pedro) edificarei a minha Igreja nunca entenderamque a Igreja estava edificada sobre Pedro (super petrum), isto : sobre aconfisso da f do Apstolo.Concluo, pois, como a Histria, a razo, a lgica, o bom senso e aconscincia do verdadeiro cristo, que Jesus no deu supremacia alguma aPedro, e que os Bispos de Roma s se constituram soberanos da Igrejaconfiscando um por um, todos os direitos do episcopado! (Vozes de todos

    os direitos do episcopado! vozes de todos os lados: Silncio, Insolente!Silncio! Silncio!)No sou insolente! No, mil vezes no!Contestai a Histria, se ousais faz-lo; mas ficai certos de que no adestruireis!Se eu alguma inverdade, ensinai-me isso com a Histria, da qual vosprometo fazer a mais honrosa apologia! Mas, compreendei que no disseainda tudo quanto quero e posso dizer! Ainda que a fogueira me

    aguardasse l fora, eu no me calaria!Sedes pacientes como manda Jesus. No juntei a clera ao orgulho quevos domina!Disse Monsenhor Dupanloup, nas suas clebres Observaes sobre esteConclio do Vaticano, e com razo, que se declararmos infalvel a Pio IX,necessariamente precisamos sustentar que infalveis tambm eram todosos seus antecessores. Porem, venerveis irmos, com a Histria na mo,vos provareis que alguns papas faliram.

    Passo a provar-vos, meus venerveis irmos, com os prprios livrosexistentes na Biblioteca deste Vaticano, como que faliram alguns dospapas que nos tm governado:O papa Marcelino entrou no Templo de Vesta e ofereceu incenso deusado Paganismo.Foi, portanto, idolatra; ou pior ainda foi apstata.

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    Librio consentiu na condenao de Atansio; depois passou-se para oArianismo.Honrio aderiu ao monotesmo.Gregrio I chamava Anticristo ao que se impunha como Bispo Universal;entretanto, Bonifcio III conseguiu obter do parricida Imperador Focaseste ttulo em 607.Pascoal II e Eugnio III autorizavam os duelos, condenados pelo Cristo:enquanto que Julio II e Pio IV os proibiram. Adriano II, em 872, declarouvlido o casamento civil; entretanto, Pio VII, em 1823, condenou-o!Xisto V publicou uma edio da Bblia, e com uma bula recomendou asua leitura; e aquele Pio VII excomungou a edio!Clemente XIV aboliu a Companhia de Jesus, permitida por Paulo III; e

    Pio VII restabeleceu-a!Porm, para que mais provas? Pois o nosso Santo Padre Pio IX no acabade fazer a mesma coisa quando, na sua bula para os trabalhos desteConclio, d como revogado tudo quanto se tenha feito em contrrio aoque aqui for determinado, ainda mesmo tratando-se de decises dos seusantecessores?At isso negareis?Nunca eu acabaria, meus venerveis irmos, se me propusesse a

    apresentar-vos todas as contradies dos papas, em seus ensinamentos!Como ento se poder dar-lhes a infalibilidade? No sabeis que, fazendoinfalvel Sua Santidade, que presente se acha e me ouve, tereis de negar asua falibilidade e a dos seus antecessores.E atrevereis a sustentar que o Esprito Santo vos revelou que ainfalibilidade dos papas data apenas deste ano de 1870?No vos enganeis a vs mesmos: Se decretais o dogma da infalibilidadepapal, vereis os protestantes, nossos rancorosos adversrios, penetrarem

    por larga brecha com a bravura que lhes d a Histria.E que tereis vs a opor-lhes? O silncio, se no quiserdes desmoralizar-vos. (Gritos: demais; basta! basta!)No griteis, monsenhores! Temer a Histria, confessar-vos derrotados!Ainda que pudsseis fazer correr toda a gua do Tibre sobre ela, noborrareis nem uma s de suas pginas! Deixai-me falar e serei breve.

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    Virglio comprou o papado de Belizrio, tenente do Imperador Justiniano.Por isso foi condenado no Segundo Conclio da Calcednia, queestabeleceu este cnone: "O bispo que se eleve por dinheiro serdegradado".Sem respeito quele cnone, Eugnio III, seis sculos depois, fez omesmo que Virglio, e foi repreendido por Bernardo, que era a estrelabrilhante do seu tempo.Deveis conhecer a histria do Papa formoso: Estevo XI fez exumar o seucorpo, com as vestes pontificais: mandou cortar-lhe os dedos e o arrojouno Tibre. Estevo foi envenenado; e tanto Romano como Joo, seussucessores, reabilitaram a memria de Formoso.Lede Plotino, lede Barnio, Barnio, o Cardeal! dele que me sirvo!

    Barnio chega a dizer que as poderosas cortess vendiam, trocavam e atse apoderavam dos bispados; e, horrvel diz-lo, faziam seus amantesserem papas!Genebrado sustenta que, durante 150 anos, os papas, em vez de apstolos,foram apstatas!Deveis saber que o Papa Joo XII foi eleito com a idade de apenas dezoitoanos; e que seu antecessor era filho do Papa Srgio com Marozzia!Que Alexandre XI era... nem me atrevo a dizer o que ele era de Lucrecia!

    e que Joo XXII negou a imortalidade da alma, sendo deposto peloConclio de Constana.J nem falo dos cismas que tanto tm desonrado a Igreja. Volto, porm, adizer-vos que se decretais a infalibilidade do atual Bispo de Roma,devereis decretar tambm a da todos os seus antecessores: mas, vsatrevereis a tanto? Sereis capazes de igualar, a Deus todos os incestuosos,avaros, homicidas e simonacos Bispos de Roma? (Gritos: Descei dacadeira, descei j! Tapemos a boca desse herege).

    No griteis, meus venerveis irmos. Com gritos nunca me convencereis!Histria protestar eternamente sobre o monstruoso dogma dainfalibilidade papal; e, quando mesmo todos vs aproveis, faltar umvoto, e esse voto o meu!Mas, voltemos doutrina dos Apstolos:

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    Fora dela s h erros, trevas e falsas tradies. Tomemos a eles e aosprofetas nossos nicos mestres, sob a chefia da Jesus.Firmes e imveis como a rocha, constantes e incorruptveis nas inspiradasEscrituras digamos ao mundo: Assim como os sbios da Grcia foramvencidas Paulo, assim a Igreja Romana ser vencida pelo seu 98 (Gritosclamorosos: Abaixo o protestante! Abaixo o calvinista! Abaixo o traidorda Igreja!)Os vossos gritos, monsenhores, no me atemorizam, e s voscomprometem. As minhas palavras tm calor, mais minha cabea estperene. No sou de Lutero, nem de Calvino, nem de Paulo, e, sim, e tosomente, do Cristo! (Novos gritos: Antema! Antema vos lanamos!)Antema! Antema! para os que contrariam a Doutrina de Jesus! Ficai

    certos de que os apstolos, se aqui comparecessem, vos diriam a mesmacoisa que vos acabo de declarar.Que lhes direis vs, se eles, que predicaram e confirmaram com o seusangue, lembrando-os o que escreveram, vos mostrassem o quanto tendesdeturpado o Evangelho do Amado Filho de Deus? Acaso lhes direis:Preferimos a doutrina dos Loiolas do Divino Mestre?No! mil vezes no! A no ser que tenhais tapado os ouvidos, fechado osolhos e embotado a vossa inteligncia, o que no creio.

    Oh! se Deus nos quer castigar fazendo cair pesadamente a sua mo sobrens, como fez ao fara, no precisa permitir que os soldados de Garibaldinos expulsem daqui; basta deixar que faais de Pio IX um Deus, como jfizeste uma deusa de Maria!Evitai, sim, evitai, meus venerveis irmos, o terrvel precipcio a cujaborda estais colocados! Salvai a Igreja do naufrgio, que a ameaa, ebusquemos todos, nas sagradas Escrituras, a regra da F que devemos tere professar! Digne-se de assistir-me! Tenho concludo!

    (Todos os padres se levantaram, muitos sairo da sala; porm, algunsprelados Italianos, americanos, franceses e Ingleses rodearam o inspiradoorador e, com fraternais apertos de mo, demonstraram concordar com oseu modo de pensar.)Coisa singular: desde a tal infalibilidade dos papas, vem a Igreja como seatirando num despenhadeiro, de cabea para baixo!

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    Quo inspirado estava o Bispo Strossmayer!

    Referncias bibliogrficas:

    (1) Xavier, Francisco Cndido. A Caminho da Luz, ditado pelo espritoEmmanuel, 22 a. edio, pag. 123 Rio de Janeiro, Ed FEB, 1996(2) idem(3) Xavier, Francisco Cndido. A Caminho da Luz, ditado pelo espritoEmmanuel, 22 a. edio, pag. 193 Rio de Janeiro, Ed FEB, 1996(4) idem(5) Xavier, Francisco Cndido. A Caminho da Luz, ditado pelo espritoEmmanuel, 22 a. edio, pag. 197 Rio de Janeiro, Ed FEB, 1996

    (6) Fontehttp://www.autoresespiritasclassicos.com/Autores%20Espiritas%20Classicos%20%20Diversos/Cairbar%20Schutel/10/Cairbar%20Schutel%2

    Janeiro de 2012

    TATUAGENS, PIERCINGS E OUTROS ADEREOS SOB O PONTODE VISTA ESPRITA

    Algum nos questionou se se usar uma tatuagem na pele teria influncia

    sobre o perisprito. H dirigentes de casas espritas advertindo que todasas pessoas que fizeram ou pensam em gravar tatuagens ou usar piercings,automaticamente estaro em processo de obsesso. Alguns cristosbaseiam-se nas Antigas Escrituras, onde encontramos advertncia aosisraelitas de que no deveriam marcar o corpo, fazer cicatrizes comaoites como autoflagelo, por nenhum motivo..(1)

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    http://www.autoresespiritasclassicos.com/Autorehttp://www.autoresespiritasclassicos.com/Autorehttp://www.autoresespiritasclassicos.com/Autorehttp://www.autoresespiritasclassicos.com/Autorehttp://www.autoresespiritasclassicos.com/Autorehttp://www.autoresespiritasclassicos.com/Autore
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    Conhecemos lderes espritas convictos de que pessoas que tatuam ocorpo inteiro ou o enchem de piercings so espritos primrios que aindacarregam lembranas intensas de experincias pretritas, sobretudo dostempos dos brbaros, quando belicosos e cruis serviam-se dessas marcasna pele para se impor ante os adversrios.Positivamente no identificamos pontos de carter prtico no uso detatuagens, especialmente se a leso imposta ao prprio corpo for por merocapricho. Isso sim, refletir invariavelmente no perisprito, j que, sendo ocorpo fsico (templo da alma) um consentimento divino para nossasprovas e expiaes, devemos mant-lo dignamente protegido e saudvel.Entretanto, ser que o uso de piercings e tatuagens sobrepujam qualidadesmorais? Quem pode penetrar na intimidade do semelhante e saber o que a

    ocorre?Sob a percepo histrica, a tatuagem uma tcnica ancestral que se esvaina memria cultural das civilizaes. Antigamente eram aplicadas paramarcar o corpo de um escravo com o smbolo do proprietrio. Gravavam-se os corpos das prostitutas com o emblema de um reino, governo ouestado. Servia tambm para estigmatizar o corpo da mulher adltera.Ainda hoje tradio o seu uso no corpo de prncipes de tribos bedunas,africanas e das ilhas do pacfico.

    Presentemente, servem para marcar o corpo de membros de gangues,grupos de atletas esportistas (surfe, motociclismo), "beatniks"(movimento sociocultural nos anos 50 e princpios dos anos 60 quesubscreveram um estilo de vida antimaterialista, na sequncia da 2.Guerra Mundial.), hippies, roqueiros e alastrados principalmente entrejovens comuns dos dias de hoje.Os que se tatuam devem procurar identificar seus motivos ntimos.Recordemos que o corpo o templo do Esprito e no nos pertence,

    portanto, importante preserv-lo contra agresses que possam mutilar asua composio natural. H os que usam vrios brincos, piercings e outrosadereos. Haveria a mutilao espiritual por causa desses apetrechos?Talvez sim, provavelmente no! O certo que o perisprito efetivamentelesado pela defeco moral, desequilbrio emocional que leva a suicdios

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    diretos e indiretos; vcios fsicos e mentais, rancores, pessimismos,ambio, vaidade desmesurada, luxria.Esfola-se o corpo espiritual todas as vezes que se prejudica o semelhanteatravs da maledicncia, da agressividade, da violncia de todos os nveis,da perfdia. Destarte, analisado por esse prisma, os adereos afetammenos o corpo perispirtico. Principalmente porque na atualidade muitosdesses adornos que ferem o corpo fsico podem ser revertidos, j na atualencanao, e naturalmente no repercutir no tecido perispiritual.Andr Luiz elucida que o perisprito no reflexo do corpo fsico; este que reflete a alma. As leses do corpo fsico s tero, pois, repercussono corpo espiritual se houver fixao mental do indivduo diante doacontecido ou se o ato praticado estiver em desacordo com as leis que

    regem a vida..(2) As tatuagens e as pequenas mutilaes que algunsindivduos elaboram como forma de demonstrar amor a exemplo dealgum que grava o nome do pai ou da me no corpo de modo discretono trariam, logicamente, os mesmos efeitos que ocorreriam com aquelesque se tatuam de modo resoluto, movimentados por anseios maisgrosseiros.Curiosamente, muitas pessoas, retornando ao plano espiritual, podemoptar pelo uso dos adornos aqui discutidos. Segundo o autor do livro

    Nosso Lar, os desencarnados podem, sob o ponto de vista fludico,moldar mentalmente e de maneira automtica, no mundo dos Espritos,roupas e objetos de uso e gosto pessoal. Destarte, perfeitamentepossvel, embora lamentemos, que um ser no alm-tmulo permaneacondicionado aos vcios, modismos e tantas outras coisas frvolas dasociedade terrena..(3)No que concerne s tatuagens especificamente, por ser um tipo de insgniapermanente, pode, sem dvida, ocasionar conflitos mentais. A comear na

    atual encarnao, quando chega a ocasio em que o tatuado se arrepende,aps ter mudado de idia, em relao finalidade da tatuagem.Concebamos que seja o apelido, sobrenome, o desenho ou algumemblema de alguma pessoa que j no estima, no ama ou qualquer outrasilueta que j no aceita em seu corpo. Ento, o que era um mero enfeite,

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    culmina cansando a esttica e torna-se um problema particular decomplexa soluo.Ento, por que a pessoa se permite tatuar? Nas culturas primitivas seusavam tatuagens com finalidades mgicas, para evocar a interferncia dedivindades, para o bem ou o mal. Hoje , para muitos indivduos, umaespcie de ritual de passagem, envolvendo a integrao num grupo. Podeser tambm de identificao. Pela tatuagem a pessoa est dizendo algo desi mesma.Nas estruturas dos cdigos espritas no h espaos para proibies. Noobstante, a Doutrina dos Espritos oferece-nos subsdios para ponderaoa fim de que decidamos racionalmente sobre o que, como, quando, ondefazer ou deixar de fazer (livre-arbtrio). Evidentemente que no o uso de

    tatuagens que retratar a ndole e o carter de algum. Todavia, nopodemos perder de vista que alguns modelos de tatuagens, com pretextossinistros, podem ser classificados (sem antemas) como censurveis einadequados para um cristo de qualquer linhagem.Nesse contexto, importante compreender a pessoa de forma integral. Ascaractersticas anunciadas no corpo so resultados de seus estadosmentais, reflexos das experincias culturais, aprendizados e interpretaode mundo. Como dissemos, o Espiritismo no probe nada e fornece-nos

    as explicaes para os fenmenos psquicos. Assim sendo, asrecomendaes doutrinrias no combatem, porm conscientizam! Noso indiferentes aos dramas existenciais e demonstram como edificar emarchar no mais acautelado caminho.Dissemos que o uso piercings e outros adereos e da prpria tatuagem porsi s no caracteriza algum com ou sem moralidade. Investiguemosporm as causas dessas atitudes. Quais sos os anseios, os sonhos, ascrenas dos que cobrem seus corpos com tais marcas? Tatuagens,

    piercings, so estgios transitrios. Importa alcanar, porm, se taisindivduos esto mutilados psquica, emocional e espiritualmente. O queos conduz muitas vezes a despedaar a barreira da ponderao e do juzo?Por que atentam contra si submetendo-se a dores e sofrimentosincompreensveis? Para uns o motivo o modismo. Outros, todavia, aindase acham atrelados a costumes de outras existncias fsicas e trafegam do

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    mundo inconsciente para o consciente, derivando na transfigurao docorpo biolgico.Perante questes controversas, as mensagens kardecianas buscam naintimidade do ser o seu real problema. Convidam-nos aoautoconhecimento e ao estgio do autoaprimoramento. Sugere-nossensatez, autoestima, altivez, comedimento e a busca incessante de Deus,o Exclusivo Ente, que facultara-nos completar de contentamento e paz deconscincia.

    Jorge Hessenhttp://jorgehessen.net

    Referncias bibliogrficas:

    (1) Levtico 19.28; Deuteronmio 14.1-2.(2) Xavier, Francisco Cndido e Vieira , Waldo. Evoluo em doismundos, ditado pelo Esprito Andr Luiz, Rio de Janeiro, Ed. FEB, 1959(3) Xavier, Francisco Cndido. Nosso Lar, ditado pelo Esprito AndrLuiz, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1955.

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    Janeiro de 2012

    FATALIDADE COMO CONSEQNCIA DA ESCOLHA QUEFAZEMOS

    Numa curiosa pesquisa realizada pela Universidade de Michigan (EUA),foi empregado um ambiente virtual com todas as imagens, sons e

    consequncias das aes dos voluntrios, incluindo os gritos de desesperodaqueles seres virtuais cujos destinos (mortes) seriam traados pelosvoluntrios. O ambiente ciberntico apresenta-se com um trem sedirigindo para uma passagem estreita onde esto cinco pessoas que notm como sair do seu caminho. S os participantes tm a possibilidade deredirecionar o trem para outra passagem, onde s h uma pessoa que noconseguir escapar. Acionaramos ou no a alavanca para mudar o tremde rota?

    Considerando essa experincia fatalstica, construamos o seguintecenrio: estamos conduzindo um automvel e nos defrontamos comsituao bem real de atropelarmos um grupo de crianas, entretanto emfraes de segundos podemos desviar o trajeto do veculo e entrechocar-nos com apenas uma criana. Ser que optaramos por desviar o veculorumo a nica criana para preservar a vida do grupo? Sabemos ser umasituao embaraosa, porquanto estamos diante de duas soluesextremas, ambas trgicas, o que redundar terrvel perplexidade para uma

    opo. Eis a um dilema penoso perante o mandamento no matars.Sabemos que muito delicado e improvvel tal episdio, mas severdadeiro, como resolver? No desviar do grupo de crianas parapreservar apenas uma vida? Ser que violaramos uma regra moralconsiderando a escolha entre um mal maior e um mal menor? E se anica criana fosse nosso filho?

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    Podemos por nossa vontade, intenes e por nossos atos, fazer que noocorram eventos que deveriam verificar-se, se essa aparente mudanativer cabimento na sequncia da vida que escolhemos. Para fazer o bem,como nos cumpre pois que isso constitui o objetivo nico da vida -nos facultado impedir o mal, sobretudo aquele que possa concorrer para aproduo de um mal maior. (1)Carlos David Navarrete, coordenador do experimento de Michigan,descobriu que o mandamento divino no matars foi esmagadoliteralmente, pelos participantes, pois 90% dos voluntrios acionaramvrias vezes a chave para mudar o trem de rota, decidindo quem deveriamorrer, tendo como justificativas o jargo: um mal menor melhordo que um mal maior(!...)(2)

    Segundo Chico Xavier o bem sanar o mal, porque este no existe: obem, mal interpretado. Muitas vezes aquilo que julgamos como mal,daqui a dois, quatro, seis anos, um bem. Um bem cuja extenso noconseguimos avaliar. Portanto, o mal est muito mais na nossaimpacincia, no nosso desequilbrio quando exigimos determinadasconcesses, sem condies de obt-las. De modo que o mal como sefosse o frio. Este existe porque o calor ainda no chegou. Mas chegando oaquecimento, o frio deixa de existir. Se a treva aparece porque a luz est

    demorando, mas quando acendemos a luz ningum pensa mais nas trevas.No creio na existncia do mal em substncia. Isso uma fico.(3)Cremos que estamos diante de situao funesta e fatalstica, mas, ser queexiste fatalidade nos acontecimentos da vida? Os fatos de nossa existnciaestariam, assim, irremediavelmente traados?A fatalidade, como comumente percebida, supe deliberao precedentee irrevogvel de todos os episdios da vida, qualquer que seja a gravidadedeles. Mas, se tal fosse a ordem das coisas, seramos quais fantoches

    destitudos de anseios. De que nos serviria a inteligncia, desde quehouvssemos de estar inexoravelmente dominados, em todos os nossosatos, pela fora do destino?A Doutrina Esprita elucida que semelhante doutrina, se verdadeira,conteria a destruio de toda liberdade moral, j no haveria para ohomem responsabilidade, nem, por conseguinte, bem nem mal, crimes ou

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    virtudes.(3) No entanto, a fatalidade no uma palavra sem sentido.Existe na disposio que ocupamos na Terra e nas funes que aquicumprimos, em decorrncia do modo de vida que escolhemos comoprova, expiao ou misso.Padecemos inevitavelmente todas as atribulaes dessa existncia e todasas tendncias boas ou ms que nos so intrnsecas. A, porm, finaliza afatalidade, pois da nossa vontade depende ceder ou no a essastendncias. As particularidades dos acontecimentos, essas ficamsubordinadas s circunstncias que criamos pelos nossos atos, sendo quenessas ocorrncias podemos ser influenciados pelos pensamentos que osespritos sugerem. H fatalidade, por conseguinte, nos episdios que seapresentam, por serem estes consequncia da escolha que fazemos. Pode

    deixar de haver fatalidade no resultado de tais acontecimentos, visto ser-nos possvel, pela nossa prudncia, modificar-lhes o curso. Quanto aosatos da vida moral, esses emanam sempre do prprio homem que, porconseguinte, tem sempre a liberdade de escolher. No tocante, pois, a essesatos, nunca h fatalidade. (4)

    Jorge Hessenhttp://jorgehessen

    Referncias bibliogrficas:

    (1) Kardec, Allan. O Livro dos Espritos, Rio de Janeiro: Ed FEB 2001,sntese das questes. 851, 860, 861 e 866 e 872(2) Disponvel em acessado em 15 de janeiro de 2012(3) Xavier, Francisco Cndido. Mandato de Amor, org. Geraldo L. NetoEspritos Diversos, So Paulo: Ideal, 1993

    (4) Kardec, Allan. O Livro dos Espritos, Rio de Janeiro: Ed FEB 2001,sntese das questes. 851, 860, 861 e 866 e 872(5) idem sntese das questes. 851, 860, 861 e 866 e 872.

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    MTODOS CONTRACEPTIVOS, UMA REFLEXO ESPRITA

    Ao realizar a vasectomia em comum acordo com a esposa, tendo doisfilhos e sem projetos para outros e considerando que a consorte, porrecomendaes mdicas, no pode tomar plula anticoncepcional,

    perguntou-nos certo leitor, se ele lesaria o perisprito? Dissemos que aquesto complexa e deve ser analisada conforme cada caso. Explicamosque no se pode ter uma viso simplista do assunto, at porque assituaes e casos devem ser abordados em particular e individualmente,por pessoas preparadas e com conhecimento desses tpicos para melhororientar os envolvidos.Todavia, em face da insistncia do nobre leitor para que opinssemos,dissemos a ele que temos o direito de fazer o nosso planejamento familiar

    e essa deciso est atrelada ao livre arbtrio dos casais. Sem colidir com acoerncia doutrinria, explicamos que a prole programada no mundodos Espritos, considerando as determinaes de crdito e dbito, oriundasdas vidas pregressas, antes da incurso no corpo fsico. Portando,planificamos a formao da famlia antes do renascimento terrestre, como amparo e a superviso de instrutores benemritos..(1)H escolhas que antecederam o planejamento reencarnatrio, bem comoaquelas no decorrer da encarnao so conhecidas como momentos de

    deciso. Ser ento que podemos proceder escolha de nossas provas,enquanto encarnados? Sim, possvel. Mesmo na vida material, hsempre momentos em que nos tornamos independentes da matria queserve-nos de habitao..(2)Os filhos derivam de pactos asilados antes do processo reencarnatriopelos futuros pais, visando erguerem a famlia de que carecem para a

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    inevitvel evoluo. Mas de boa lembrana no deixar as coisas porconta da natureza pode ser insensatez e imprudncia. O Criador nos deuo uso do raciocnio no bom emprego das leis naturais. No fosse assim,em que pese os prvios compromissos pactuados no alm, teramos queprocriar indefinidamente, durante toda a existncia fsica, o queobviamente no seria uma atitude racional.Na literatura bsica do Espiritismo no h referncia especfica sobre osmtodos contraceptivos da vasectomia e da laqueadura de trompas. Noobstante, analisando O Livro dos Espritos, no captulo sobre a Lei deReproduo, encontramos alguns subsdios importantes para discutir otema. Aprendemos com os Espritos que se pode controlar a natalidade,sem abusos. Porm, advertem-nos os Benfeitores que se o objetivo for a

    sensualidade, onde a predominncia do lado animal esmague os anseiosdo esprito, acarretar gravssimas conseqncias morais. E quanto maisnos sentimos culpados por alguma coisa, igualmente isto nos afeta ocampo emocional.H os que fazem vasectomia ou a laqueadura de trompas apenas paraevitar as complicaes oriundas de uma gravidez indesejada. Todavia,permanecem abusando da sensualidade. Estes, naturalmente, tero namente culpada os reflexos perversos, acicatando a conscincia. A

    culpabilidade de contnuo uma nesga de sombra eclipsando-nos a viso.O sentimento de Culpa sempre um colapso da conscincia e, atravsdele, sombrias foras do mal se insinuam.O controle da natalidade precisa ser verificado luz da finalidade dequem o pratique. Se o intuito for de levar a cabo um planejamentofamiliar que se ajuste s realidades do casal, sobretudo de ordemfinanceira, nada encontramos nas orientaes kardecianas que odesaprove. Se contudo a finalidade puramente fsica, de nutrir a

    sensualidade, de ter uma atividade sexual voltada precipuamente para oprazer, a a circunstncia muda de silhueta. Neste caso, estar sendocontrariada a Lei Natural e a implicao ser a obrigatria retificaonuma reencarnao subsequente, de forma bastante dolorosa.Existindo motivo genuinamente justo, podemos limitar nossa prole,principalmente se j possumos filhos e no desejamos ter outros.

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    Percebemos nessa suposio corretamente admissvel que podemos evitara concepo. Se algum escolhe fazer vasectomia ou laqueadura detrompas apenas como forma preventiva de se livrar de filhos e sedespreocupar para ter uma vida sexual intensa e inconsequente, aconotao e a implicao sero uma. Se, ao contrrio, em razo de umapatologia grave pela qual seria arriscado gerar filhos sob pena de vir ame desencarnar, a consequncia ser outra. A rigor, o que vai definir sehaver ou no transgresso s Leis Naturais ser a inteno que motivou adeciso de fazer a cirurgia.Chico Xavier, que no era avesso aos anticoncepcionais, disse:acreditamos que o anticoncepcional um recurso que nos foi concedidona Terra pela Divina Providncia para que a delinquncia do aborto seja

    sustada, uma vez que a criatura humana, por necessidade de revitalizaode suas prprias foras orgnicas, naturalmente precisar dorelacionamento sexual entre os parceiros que esto compromissados noassunto, mas usaro esse agente anticoncepcional para que o crime doaborto seja devidamente evitado em qualquer parte do mundo..(3) OMineiro do Sculo afirmou que os anticoncepcionais no estaroinvadindo a Terra sem finalidade justa. Pessoalmente, acreditamos que ocasal tem direito de pedir a Deus inspirao para que no venha a cair em

    compromissos nos quais eles, os cnjuges, permaneam frustrados..(4)Sabemos que h mtodos e mtodos contraceptivos. Sobre a vasectomiaou a laqueadura de trompas, cremos que a atual tecnologia detm outrasmaneiras menos traumticas para se evitar a procriao, que no precisamde procedimentos invasivos (cirrgicos) nem ocasionam qualquer lesofsica. Tais mtodos de contracepo, por serem menos hostis, podem serutilizados. Os procedimentos cirrgicos precisam ser repensados, adiadose/ou impedidos por serem medidas extremas, definitivas e com altos

    ndices de irreversibilidade.A orientao esprita permite-nos contemplar a gestao como uma sriede episdios que extrapolam em muito os aspectos fsicos. Dessa forma, aeleio de mtodos contraceptivos abarca encargos morais superiores aosque possamos imaginar. E nada mais prudente do que a informao paranos auxiliar em nossas deliberaes. A possibilidade de recorrer a

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    mtodos eficazes para planejar adequadamente o nascimento dos filhos umas das melhores contribuies da cincia. Por essa razo, os mtodoscontraceptivos precisam ter a restrio e a recomendao apropriada pelamedicina terrena a fim de se evitar a esterilidade irreversvel.Em razo da prorrogao definitiva de uma reencarnao pr-agendada,ocorrer sim acicates conscienciais, ferindo o perisprito. importanteconsiderar o grau de conscincia do ato deliberado e da sua inteno, poisesses so vetores importantes que podem amenizar ou ampliar patologiasemocionais, neuroses, psicoses, infertilidade, doenas sexuais diversas,compresso mental atravs de perseguio espiritual produzida pelosfilhos rejeitados de l.Por esses motivos, pode-se recorrer a diversos outros mtodos menos

    traumticos ao corpo psicossomtico. Cremos que o ideal o emprego demtodos anticoncepcionais capazes de apenas impedir a fecundao. Ouseja, controle feito atravs de mtodos naturais como a tabelinha, aovulao, o muco cervical, cpula descontnua e a temperatura, oumtodos artificiais como preservativo de ltex, espermicida, diafragma,plula anticoncepcional. Somos impetuosamente contrrios ao uso daplula do dia seguinte e fazemos ressalvas ao DIU , pois na rea damedicina muitos ginecologistas tm debatido se ele ou no abortivo.

    Obviamente se no abortivo, um mtodo vlido para contracepo. Avida inicia na concepo, se o DIU age aps a fecundao , visandointerromper o processo da gravidez absolutamente contrrio aospreceitos espritas.Em suma, sobre o assunto, cada caso um caso. Todavia,desaconselhamos a utilizao rotineira e indiscriminada de medidascontraceptivas, exceto que haja um pretexto lcito e doutrinariamenteaceitvel, lembrando, nesse contexto, que os ditames da Lei de Deus

    encontram-se no mago da conscincia de cada um.Jorge Hessenhttp://jorgehessen.net

    Referncias Bibliogrficas:

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    (1) Xavier, Francisco Cndido. Vida e Sexo , ditado pelo EspritoEmmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1999, cap 17(2) Kardec, Allan. O Livro dos Espritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000,questo 267(3) Disponvel no portalhttp://www.editoraideal.com.br/chico_ler_perguntas.php?id=21, acessadoem 05/02/2012(4) Chico Xavier em Goinia, pgs. 49, 64, 65 e 66)

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    SUICDIOS NA EUROPA - ALGUNS APONTAMENTOS ESPRITAS

    A Grcia tem sido notabilizada ao longo dos sculos como um dos beros

    da civilizao ocidental. Aos gregos so atribudas realizaes legendriasnas reas da filosofia, das artes plsticas, do teatro, da poltica, dagastronomia e da organizao de cidades. Entre as maiores contribuiesest a mitologia. E as mais conhecidas e notrias narrativas mitolgicasesto contidas nas duas grandes obras de Homero A Ilada e AOdissia. Alguns dos expoentes gregos como Scrates, Plato,Aristteles, Pricles e Slon (entre muitos) so considerados patrimnioeterno da sabedoria humana.

    Os milnios esvaram-se nos labirintos dos anos. Hoje a Grcia atravessamomentos de flagelo econmico, com drsticas consequnciaspsicossociais. Ondas de suicdios adensam a psicosfera grega. Nos cincoprimeiros meses de 2011 houve um aumento de 40% nos suicdios narepblica helnica, em semelhana a perodo homlogo, conforme dadosdo Ministrio da Sade. Sob o ponto de vista sociolgico, o suicdio um

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    ato que se produz no marco de situaes anmicas(1), em que osindivduos se vem forados a tirar a prpria vida para evitar conflitos outenses inter-humanas, para eles insuportveis.O pensador mile Durkheim teoriza que a "causa do suicdio, quasesempre, de raiz social, ou seja, o ser individual abatido pelo ser social.Absorvido pelos valores [sem valor], como o consumismo, a busca doprazer imediato, a competitividade, a necessidade de no ser um perdedor,de ser o melhor, de no falhar, o jovem se afasta de si mesmo e de suanatureza.Segundo avaliao dos estudiosos, alguns pases do Velho Continenteprecisam de um plano nacional para a preveno de suicdios, pois assustador o nmero de mortes auto-infligidas. A taxa de autocdio

    aumentou em toda a Europa desde o incio da crise financeira em 2008, ede acordo com um estudo recente do jornal mdico britnico The Lancet,a Grcia um dos pases que sofreu o maior impacto da crise.Na Frana, como se no bastasse o preocupante Dia nacional depreveno ao suicdio, a Justia francesa est investigando a onda desuicdios na operadora de telefonia France Telecom. Nos ltimos anos, 46funcionrios da companhia se mataram 11 deles apenas em 2010,segundo dados da direo da empresa e dos sindicatos.

    At mesmo no Novo Mundo, nos EUA, a Universidade de Cornell, noestado de Nova York, lanou recentemente uma campanha de prevenoao suicdio. A Universidade j carrega h muito tempo a fama negativa deser uma escola marcada por suicdios. Entre 2000 e 2005 houve 10 casosde suicdio confirmados nessa instituio.O suicdio um ato exclusivamente humano e est presente em todas asculturas. Os nexos causais so numerosos e complexos. Os determinantesdo suicdio patolgico esto nas inquietaes mentais, desesperanas,

    tristezas, desequilbrios emocionais, delrios crnicos etc.Existem os processos depressivos, em que h perda de energia vital noorganismo, desvitalizando-o e, consequentemente, interferindo em todo omecanismo imunolgico do indivduo. O suicida , especialmente, umdeprimido, e a depresso a doena da modernidade. A religio, a morale todas as filosofias condenam o suicdio como contrrio s leis da

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    Natureza. Todas asseveram que ningum tem o direito de abreviar,voluntariamente, a vida. Por que no se tem esse direito?Ao Espiritismo estava reservado comprovar, pelo exemplo dos quesucumbiram, que o suicdio no uma falta somente por constituirinfrao de uma lei moral considerao essa de pouco peso para certosindivduos mas tambm um ato estpido, pois que nada ganha quem opratica. A Doutrina dos Espritos adverte: o suicida, alm de sofrer noplano espiritual as dolorosas consequncias de seu gesto extremo, derevolta diante das leis da vida, ainda renascer com todas as sequelasfsicas da resultantes, e ter que arrostar, novamente, a mesma situaoprovacional que a sua flcida f e distanciamento de Deus no lhepermitiram o xito existencial.

    A rigor, no existe pessoa "fraca" a ponto de no suportar um problema,por julg-lo superior s suas foras. O que de fato ocorre que essacriatura no sabe como mobilizar a sua vontade prpria e enfrentar osdesafios. Na Terra, preciso ter calma para viver, at porque no htormentos e problemas que durem uma eternidade. Recordemos que Jesusnos assegurou que "O Pai no d fardos mais pesados que nossos ombros"e "aquele que perseverar at o fim, ser salvo.(2)Situao grave que merece ser avaliada a obsesso. H suicdios que se

    afiguram como verdadeiros assassinatos, cometidos por perseguidoresdesencarnados (e encarnados tambm). Esses seres envolvem de tal formaa vtima que a induzem a se matar. Obviamente que o suicida nesse casono estar isento de responsabilidade, porque um obsessor no obriganingum ao suicdio. Ele sugere telepaticamente o ato, porm a decisoser sempre de quem o pratica.Refletindo sobre a grave questo em "O Livro dos Espritos", Kardecindaga aos Espritos: que pensar do suicdio que tem por causa o

    desgosto da vida?. Os Benfeitores da Codificao Esprita redarguiram:"Insensatos! Por que no trabalhavam? A existncia no lhes seria umacarga!"(3); A vida na Terra foi dada como prova e expiao, e dependedo prprio homem lutar, com todas as foras, para ser feliz o quantopuder, amenizando as suas dores.(4)Jorge Hessen

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    Referncias bibliogrficas:

    (1) Anomia um estado de falta de objetivos e perda de identidade,provocado pelas intensas transformaes ocorrentes no mundo socialmoderno (1) Cf. informa a edio online do jornal de Hong Kong SouthChina Morning Post(2) MT. 24:13(3) Kardec , Allan, O Livro dos Espritos, RJ: Ed FEB, 2001, perg. 945(4) idem perg. 920

    Fevereiro de 2012

    A CONVERTIDA DE MIGDOL, UMA APSTOLA

    A biografia de Maria de Magdala um dos mais admirveis temas dahistria do Cristianismo, destacando-se como exemplos inesquecveis suasujeio na iluso da beleza inspita e sua posterior ternura aoshansenianos do Vale dos Imundos.Segundo consta na tradio, a manso daquela mulher, em Magdala ouMigdol (torre), hoje el-Mejdel, poca cidade localizada na costaocidental do Mar da Galileia, era procurada pelos prncipes das sinagogas,

    abastados comerciantes, bilionrios senhores de terras e de escravos,funcionrios de alta categoria da administrao herodiana, que lheassentavam no cofre moedas de ouro, jias, dracmas de prata, perfumesraros, presentes exticos.Aquela mulher ficou conhecida como Maria Madalena, personagem quetraz tona discusses com interpretaes dessemelhantes sobre sua vida.

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    Destarte, optamos por esquadrinhar um consenso a propsito dedeterminadas questes fundamentais, para que nossa pesquisa noperdesse apropriada uniformizao do seu contedo.H quem afirme que muito mais a tradio do que a realidade seencarregou de difundir a suposta m fama de Madalena. O Talmudapresenta como casada com o judeu Pappus Benjudah, que abandonoupara unir-se ao oficial de Herodes chamado Panther; no eranecessariamente uma "pecadora pblica" nem uma "viciada" como adescreve Gregrio Magno.(1)Muitos a identificam como endemoninhada (por sete obsessores),prostituta (as bases histricas dessa ltima afirmao parecem ser bastantefrgeis para alguns exegetas). Sabe-se, com certeza, que a Maria difamada

    de Magdala no era feliz.Alguns escritores e estudiosos contemporneos, baseados nos EvangelhosCannicos, nos livros apcrifos do Novo Testamento e nos escritosgnsticos, sobretudo Margaret George, Henry Lincoln, Michael Baigent eRichard Leigh, autores do livro O Santo Graal e a Linhagem Sagrada(1982), e Dan Brown, autor do romance O Cdigo da Vinci (2003), apesarde proporem teses mirabolantes, descrevem Maria Madalena como umaapstola.

    Certa noite, instada por uma serva de confiana, permitiu um dilogosobre um Excelso Peregrino que percorria as estradas da Galilia e daJudia. Entusiasmada, no dia seguinte, servindo-se de frgil embarcao,atravessou o lago para conhecer Jesus, em Cafarnaum. Os dias sepassaram at quando o Cristo esteve em Magdala, a proprietria dafamosa casa nobre tomou de um vaso de alabastro que continha operfume do ltus, comprada a preo de ouro.Era seu presente ao sublime Rabi da Galileu. Sabendo-O num banquete

    em casa de Simo, um rico comerciante da Galilia, para l se dirigiu.(2)Quase ao final da gape, rompendo a segurana, a famosa e afamada deMagdala(3) irrompe na sala e se arroja aos ps do sublime Galileu. Oendinheirado Simo, dono do casaro se enche de fria, mas receiadeterminar expuls-la.(4) O afetuoso Nazareno exalta o gesto daquelacorajosa Madalena que ajoelhada a seus ps, rega-os com suas lgrimas,

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    enxuga-os com seus sedosos cabelos e os unge com o sobrenaturalblsamo que invade todo o recinto. O divino Senhor simplesmente diz:por esse gesto te digo que os teus muitos pecados te so perdoados,porque muito amou; mas aquele a quem pouco perdoado, pouco ama.Mulher, a tua f te salvou; vai-te em paz.(5)Avaliava o Mestre o corao daquela alma intensamente amorosa,transitoriamente fraquejada sob o guante da iluso da beleza fsicadesrtica. Por isso investiu na sua recuperao, incentivando a modificarde vida, o que ela acolheu com a consistncia adamantina da suapersonalidade forte e iniciou um rumo novo, transformando-se, depois daMe de Jesus, no maior exemplo de Amor na face da Terra.Na manh subsequente a populao de Magdala soube, surpreendida, a

    notcia da converso da mulher, insgnia da iniquidade. Ela abrira mo detodos os bens materiais que possua e, com o estritamente necessrio,iniciara nova vida. Juntou-se discretamente aos que seguiam o Messias,mas infelizmente por vrias vezes, recebeu a bofetada da suspeio.No transcurso dos meses, atingindo os momentos da traio de Judas, dapriso de Jesus, do julgamento arbitrrio, ei-la, peregrinando para oGlgota, acompanhando-O. A convertida de Magdala conservou-se ao pda cruz, unida a Maria de Nazar e ao jovem Joo Evangelista. No

    instante em que a fronte do Mestre pendeu pesada, ansiou abraar-se outravez aos Seus ps e oscul-los com soberana venerao, porm se sentiuimobilizada.No domingo (trs dias aps o martrio da Cruz), chegando ao tmulo doMestre ao lado de Joana de Cusa, Maria (me de Marcos) e outrasmulheres (6), deparou com a pedra do sepulcro deslocada, dobrados oslenis de linho que lhe haviam envolvido o corpo e o sepulcro vazio.Madalena teve receio que os fanticos judeus houvessem furtado e

    escondido o corpo do Prncipe da Paz.(7) Enquanto as demais mulheresretornaram a Jerusalm, a fim de noticiar o sucedido, Madalenaconservou-se no jardim adjacente, a chorar.A nostalgia feita de agonia lhe enxovalhava o corao, quando escutou adlcida voz do Crucificado, chamando-a: - Mulher! [Gyne](8) Ela sevolta, e mal consegue avistar um vulto, os olhos ainda embaciados pelas

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    lgrimas e as pupilas dilatadas pela escurido do sepulcro. Seria ojardineiro? Teria ele ocultado o corpo do Divino Amigo? Ento, osouvidos descobrem o que os olhos no podem desvendar: a voz torna acham-la, mas desta vez pelo nome: Maria! Quando a filha de Magdalaouve aquela voz transcendente chamando: - Maria!, ocorre umatransformao admirvel: ela reconhece o suave Rabi redivivo, e exclama:- Raboni(9), meu Mestre! E, literalmente, tenta abra-lo, todavia noera momento para toc-lO.(10)Interessante meditar por que razes profundas deixariam o DivinoMestre tantas figuras mais prximas de sua vida para surgir aos olhos deMadalena, em primeiro lugar? O gesto de Jesus profundamentesimblico em sua essncia divina. Dentre os vultos da Boa Nova,

    ningum fez tanta violncia a si mesmo para seguir o Salvador, como ainesquecvel obsedada de Magdala..(11) A ex-vendedora de ilusesdifamada pelos madalenos, em quem se costumava atirar injrias, noencontro com o Mestre materializado redescobre sua identidade e atamplia seu horizonte existencial. Ao reconhecer Jesus, imediatamente Ocoloca acima, chamando-O Raboni. O Cristo estava ali, redivivo, radiosocomo a madrugada recm nascida.Madalena foi anunciar o episdio aos apstolos, que no acreditaram. Por

    que haveria Jesus de aparecer logo para ela? No entanto, Maria de Nazara abraou e lhe pediu detalhes. Os dias que se seguiram foram desaudades e recordaes. As notcias auspiciosas chegavam-lhe aosouvidos.Soube que naquele mesmo dia, indo dois discpulos para suas residnciassituadas nos arrabaldes (Emas), distante de Jerusalm sessentaestdios(12), os discpulos enquanto conversavam, o Cristo se lhes juntoue se ps a caminhar com eles (Jesus havia tido seus ps dilacerados na

    crucificao); - mas no O reconheceram. Ao aproximarem-se de suascasas, o Crucificado queria ir adiante. Os dois disseram-Lhe: - Ficaconosco, que j tarde. Ele entrou com os dois. Estando com eles mesa,dividiu o po, abenoou-o e lhes deu. Abriram-se-lhes ao mesmo tempoos olhos e ambos O reconheceram; Jesus, porm, lhes desapareceu dasvistas.

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    Madalena soube que Jesus apareceu tambm para Simo Pedro ,Tom,Natanael, os filhos de Zebedeu e dois outros de seus discpulos margemdo mar de Tiberades..(13)Depois disso, Jesus os conduziu para Betnia e, tendo levantado as mos,os abenoou, e, tendo-os abenoado, se separou deles e foi arrebatado aoinfinito. Quanto a eles, depois de o terem adorado, voltaram paraJerusalm, cheios de alegria..(14)A convertida de Magdala experimentou solido e abandono e, parasuavizar a imensa saudade do Rabi, passou a andar pelas longas praiasque tanto O relembravam. Numa dessas tardes, encontrou leprosos quevinham da Sria a fim de buscar o socorro da cura. Ela os abraou,dizendo-lhes que Jesus foi crucificado. Deteve-se por horas a falar,

    saudosa, do que aprendera com quem era o Caminho, a Verdade e a Vida.Depois, seguiu com eles ao vale dos imundos (leprosos).Alguns anos aps, devorada pela lepra, sentindo que ia desencarnar,desejou rever Maria de Nazar e foi a feso. Aps trs dias de delrios,sentiu-se repentinamente expulsa do corpo, na praia onde encontrara osleprosos srios e, sua aparncia era de quando jovem e bela. Nessemomento v caminhar sobre as guas a figura de Jesus que lhe disse:- Vem Maria, j atravessaste a porta estreita. Todas as tuas culpas esto

    perdoadas porque muito amaste e muito sofreste. Eu estava a tua espera.Agora dorme. Eu te escolho para que venhas ao meu reino! Madalenaadormeceu nos braos de Jesus.Jesus realizou duas hierarquias de ressurreio: ressurreio do corpo,e ressurreio do esprito. Ressuscitou Lzaro, e ressuscitouMadalena. Aos olhos do mundo, a primeira dessas duas maravilhasassume maiores propores, mas, aos olhos de Deus, o segundo prodgio mais belo, mais valioso. O corpo de Lzaro veio a morrer aps aquela

    ressurreio. Madalena nunca mais morreu, porque o que nela ressurgiuno foi a carne, foi o esprito. O mundo se maravilha na ressurreio deLzaro. O Mundo Espiritual Superior se extasia da ressurreio deMadalena.Especula-se que aps essa encarnao dos tempos apostlicos, Maria deMagdala ainda teve outras encarnaes, at chegar a encarnar pela ltima

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    vez como Madre Teresa de vila (Santa Teresa de Jesus) cujo nomeverdadeiro era Teresa de Cepeda Y Ahumada, uma revolucionariareligiosa nascida na Espanha em 1515 e falecida em 1582.(15) Se non vero, ben trovato.(16)

    Jorge Hessenhttp://jorgehessen.net

    Referncias bibliogrficas:

    (1) Pastorino, Carlos T. Sabedoria do Evangelho , Rio de Janeiro: EdSabedoria, 1964

    (2) No deve ser confundido com outra cena semelhante, ocorrido maistarde (em abril do ano seguinte) na casa de Simo, ex-leproso, em Betnia(Mat. 26:6-13, Marc. 14:3-9 e Joo, 12:1-8), quando Maria de Betnia,irm de Marta, executou o mesmo gesto.(3) Alguns exegetas no reconhecem Maria Madalena como sendo amulher da narrativa de Lucas.(4) Por delicadeza, Marcos omite o nome da mal-afamada. Esse silnciofez com que na igreja antiga se desenvolvesse uma interpretao

    extremamente confusa.(5) Lucas, VII, 47 e 48(6) De acordo com Lucas e Marcos, o objetivo, para as mulheres sedirigirem ao tmulo, foi embalsamar o corpo de Jesus com especiarias(7) A pilhagem de sepulturas era algo bem comum na Palestina, onde astumbas ficavam acima do cho. Diante disso, um crime devia seresperado, uma vez que Jesus foi sepultado num tmulo emprestado, deum rico doador.

    (8) Em grego, mulher gyne, de onde derivam as palavras portuguesasgene, gentica, gnero, gnesis(9) O termo "Raboni" mais solene que o habitual "Rabi"(10) Na narrativa joanina , Madalena ela destacada como primeiratestemunha do tmulo vazio (20:1-10) e como a primeira pessoa a quem oSenhor ressurrecto apareceu (20:11-18), em contraposio aos Sinpticos,

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    onde ela dividiu estas experincias com vrias outras mulheres (Mat.28:1-10; Mar. 16:1-8; Luc. 24: 1-11(11) Xavier, Francisco Cndido. Caminho, Verdade e Vida, ditado peloEsprito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1999, cap. 92)(12) O estdio romano valia 625 ps romanos ou seja 185 metros(13) Kardec, Allan. A Gnese, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1977, item 59(14) Lucas, cap. XXIV, vv. 50 -53 e At :9-12(15) Disponvel em http://fe