joão paulo ferreira rufino...4.1.1 métodos de formulação de rações 4.1.1.1 quadrado de pearson...

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  • JoãoPauloFerreiraRufino

    Formulaçãoe

    FabricaçãodeRações(Aves,SuínosePeixes)

    Manaus-AM2017

  • Copyright©2017FrankGeorgeGuimarãesCruzeJoãoPauloFerreiraRufinoCapa:JoãoPauloFerreiraRufinoDiagramação:JoãoPauloFerreiraRufinoFotos:FrankGeorgeGuimarãesCruzeacervocompartilhado

    TODOSOSDIREITOSRESERVADOS

    Éproibidaaapropriaçãodaautoria totalouparcialdestaobra,dequalquerformaouporqualquermeio.Aviolaçãodosdireitosdeautor(Leinº. 9610/98 de 19/12/1998) é crime estabelecido pelo artigo 184 doCódigoPenal.

    Decretonº.1825,de20dedezembrode1907.

  • LivroDigital/DigitalBook-Ebook

  • FichaCatalográficaelaboradaporSuelyO.Moraes-CRB11/365C957fCruz,FrankGeorgeGuimarães

    Formulaçãoe fabricaçãode rações / FrankGeorgeGuimarãesCruz;JoãoPauloFerreiraRufino.–Manaus:EDUA,2017.92p.:il.color.

    ISBN978-85-7401-XXX-X

    1.Não-Ruminantes–AlimentaçãoeRações.NutriçãoAnimal.3.Rações.I.Rufino,JoãoPauloFerreira.II.Título.

    CDU591.53C957fCruz,FrankGeorgeGuimarães

    Formulaçãoe fabricaçãode rações / FrankGeorgeGuimarãesCruz;JoãoPauloFerreiraRufino.–Manaus:EDUA,2017.92p.:il.color.

    ISBN978-85-7401-XXX-X

    1.Não-Ruminantes–AlimentaçãoeRações.NutriçãoAnimal.3.Rações.I.Rufino,JoãoPauloFerreira.II.Título.

    CDU591.53

    FichaCatalográfica

  • AGRADECIMENTOS

    ADeus,poissemEle

    Nadaseriapossível.

    AUniversidadeFederaldoAmazonas,peloapoioinstitucional

    parapublicaçãodestaobra.

    AequipedoSetordeAviculturadaFCA/UFAMpelacontribuiçãocientífica

    eauxilionaelaboraçãodestaobra.

    AocorpodocenteediscentedoProgramadePós-GraduaçãoemCiênciaAnimaldaUFAM

    pelofornecimentodedadoseauxilioacadêmico.

    Aoscolegaspesquisadorespelacessãodedadoseimagensparaenriquecimentodestaobra.

  • SUMÁRIO

    PrefácioApresentaçãoCapítulo1:NUTRIENTES1Nutrientes1.1Água1.2Carboidratos1.3Lipídios1.4Proteínas1.5Vitaminas1.6MineraisCapítulo2:MATÉRIAS-PRIMAS2.Matérias-primas2.1Matérias-primasconvencionais2.1.1Milho2.1.2Farelodesoja2.1.3Farinhadecarneeossos2.1.4Farelodetrigo2.1.5Fosfatobicálcico2.1.6Calcáriocalcítico2.1.7Farinhadeostra2.1.8Óleosegorduras2.1.9Salcomum2.1.10Farinhadepeixe2.2Matérias-primasalternativas2.2.1Sorgo..................2.2.2Farelodearrozintegral2.2.3Raspaintegraldemandioca2.2.4Farinhadegérmenintegraldemilho2.2.5Milheto..2.2.6Triticalhe2.2.7SubprodutosdoprocessamentodamandiocaCapítulo3:SUPLEMENTOSEADITIVOS3.1Suplementos3.2Aditivos3.2.1Pró-nutrientes3.2.1.1Enzimas3.2.1.2Probióticos3.2.1.3Prébióticos3.2.1.4Simbióticos3.2.1.5Nucleotídeos3.2.1.6Antibióticospromotoresdecrescimento3.2.2Coadjuvantesdeelaboração3.2.2.1Acidificantes/conservantes3.2.2.2Adsorventes3.2.2.3Aglutinantes

  • 3.2.2.4Antioxidantes3.2.2.5CorantesePigmentantes3.2.2.6AromatizantesePalatabilizantes3.2.3Profiláticos3.2.3.1Anticoccidianos3.2.3.2AntifúngicosCapítulo4:FORMULAÇÃODERAÇÕES4.1ProcedimentosparaFormulaçãodeRações4.1.1MétodosdeFormulaçãodeRações4.1.1.1QuadradodePearson4.1.1.2MétodoAlgébrico(SistemasdeEquações)4.1.1.3MétododoQuadro4.1.2Composiçãodosalimentos4.1.3ProgramasdecustomínimoCapítulo5:FABRICAÇÃODERAÇÕES5Fábricaderação5.1Formasfísicasdasrações5.2Equipamentoseacessóriosdeumafábricaderação5.3Moinho5.4Misturadorderação5.5Balanças5.6Anexos5.7Recebimentodasmatérias-primas5.7.1Pré-Mistura5.7.2Misturadasmatérias-primassemadiçãodeóleovegetal5.7.3Misturadasmatérias-primascomadiçãodeóleosvegetais5.7.4Retiradadaraçãodomisturador5.7.5Prazodevalidadedasrações5.7.6Cuidadoscomosequipamentosemisturas5.7.7Fabricaçãoderaçãosemmisturador5.7.8AspectosimportantesnaformulaçãoefabricaçãoderaçõesCapítulo6:MODELOSDERAÇÕESPRONTAS6Raçõesprontas6.1Raçõesparafrangosdecorteemlotemisto(machosefêmeas)confinados6.2Raçõesparafrangosdecortedecrescimentolentoemlotemisto(machosefêmeas)semiconfinados6.3Raçõesparapoedeirascomerciaisleves6.4Raçõesparapoedeirascomerciaissemipesadas6.5Raçõesparamatrizesleves6.6Raçõesparamatrizessemipesadas6.7Raçõesparasuínos–AptidãoCorte6.8Raçõesparasuínos–Matriz(MarrãseVarrões)6.9Raçõesparasuínos–Matriz(Marrãsemreprodução)6.10Raçõesparasuínos–Matriz(Porcas)6.11Raçõesparasuínos–Cachaço6.12Raçõesparatambaqui6.13RaçõesparatilápiaREFERÊNCIAS

  • PREFÁCIO

    A disseminação de conhecimentos de todo modo sempre é umaação nobre e que denota vontade para contribuir para o avanço dasociedade,umavezqueemummundoglobalizadotudoencontra-seinter-relacionadoimplícitaouexplicitamente.Nestesentido,estaobrademinhaautoriaconjuntacomoProfessorDoutorFrankGeorgeGuimarãesCruz(meuorientadoreamigo)seconstituiemvaliosoconjuntodeinformaçõestécnicas que visam auxiliar direto e indiretamente na formulação efabricaçãoderaçõesbalanceadasparaaves,suínosepeixes.

    Escrito numa linguagem simples e didática, sem abrir mão dosprincípioscientíficos,olivroqueoraprefacioepossuocoautoriatemporobjetivo não somente habilitar técnicos, mas também produtoresestabelecidosempequenosemédiosempreendimentosagropecuários.Aintençãodeauxiliaramelhorara lidadiáriadeprodutores interioranosémais um motivo para celebração desta obra. Sendo assim, o livro"Formulação e Fabricação de Rações" é, portanto, uma ação detransferência de tecnologia que traduz a experiência acumulada dosautoresdurantequasetrêsdécadasdepesquisaseaçõesextensionistasdesenvolvidas pela equipe do Setor de Avicultura da Faculdade deCiências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas, coordenadapeloProf.Dr.FrankG.G.Cruz.

    Alémdesemostrarumaótimaferramentaparaprodutoresdeaves,suínos e peixes, esta obra vem de encontro a politica de incentivo apublicação de informações técnico-científicas desenvolvida pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal doAmazonas. E num contexto, agropecuário, onde verificamos umademandadealimentosparaatender6,7bilhõesdepessoassetornouumdesafiocrucialparaasnaçõesaproduçãodeproteínadeorigemanimalcomqualidade, investimentosemáreascomoanutriçãoanimalerações

  • sãoimportantíssimosparaoavançodasociedadecomoumtodo.

    JoãoPauloFerreiraRufinoZootecnista

  • APRESENTAÇÃO

    A produção animal brasileira encontra-se entre as maisdesenvolvidas do mundo, conferindo ao país um papel de protagonistacomoumdosmaioresexportadoresdeproteínadeorigemanimal.

    Todavia, para atingir altos patamares de produção e excelência,houveanecessidadedeinvestimentoseinvestigaçãocientíficaemáreasespecíficas da produção animal, dentre as quais, a que mais obtevedestaque foi a nutrição animal, onde esta passou a corresponder aolongodosanosa 70a 80%dos custos totais deproduçãodediversossegmentos(avicultura,suinocultura,pisciculturadentreoutras).

    Vale ressaltar que nos últimos anos houve uma modificaçãosubstancial do perfil do mercado de commodities agrícolas,principalmentemilhoefarelodesoja(principaismatérias-primasutilizadasem cálculo de rações), em razão da criação de um mercado debioenergiaqueobjetivaatenderdéficits futurosdeenergianãorenovável(petróleo),havendoumagrandedemandaporderivadosdomilho,assimalterandosignificativamenteabalançacomercialeoquadrodecomércioepreçosmundiaisdestasduascommodities.

    Diante desta realidade, há uma constante demanda para que asinstituições de pesquisa e as universidades invistam em programas dedesenvolvimentodematérias-primasalternativas,formulaçãoefabricaçãode rações de custo mínimo, visando principalmente a substituição dobinômiomilhoefarelodesoja.

    Assim,este livrofoielaboradocombaseem29anosdepesquisasdesenvolvidas pela equipe coordenada pelo Prof. Dr. Frank GeorgeGuimarães Cruz no Setor de Avicultura da Faculdade de CiênciasAgrárias da Universidade Federal do Amazonas, além dos anos dedocênciaeexperiênciaemconsultorias técnicasdosautoresnaáreade

  • nutriçãoanimal,comespecificaçãoemnutriçãodeaves,suínosepeixes.Através destas, foi possível reunir neta obra informações sobre a

    indústriaderações,comênfasena identificaçãoecontroledequalidadedematérias-primas,processamento, formulaçãoe fabricaçãode raçõesbalanceadas para aves, suínos e peixes; além de estrutura efuncionamento de equipamentos para tais finalidades em pequenas,médiasegrandesfábricasderações.

    Além disso, as informações contidas neste livro apresentam umalinguagemsimpleseobjetiva, destinando-seaprofissionais, professorese estudantes de Agronomia, Zootecnia e Medicina Veterinária, técnicosagrícolas e produtores que desejam produzir rações em pequenas emédiasfábricas.

    Osautores.

  • Capítulo1NUTRIENTES

    1Nutrientes

    São grupos de constituintes alimentares de composição químicaespecífica que participam do metabolismo celular, sendo responsáveispela manutenção da vida animal. Do ponto de vista nutricional sãoconhecidos seis grupos de nutrientes: água, carboidratos (solúveis einsolúveis),lipídios,proteínas,vitaminaseminerais.

  • 1.1Água

    As principais funções da água no organismo animal são: ajustar atemperatura corporal, auxiliar no funcionamentodometabolismo, regulara eficiência digestiva dentre outras. Para aves, dependendo da idade edo sexo, a água representa emmédia 55 a 75% do peso corporal dagalinha,65%doovo.

    Emsuínos,háumarelaçãodiretaentreoconsumodeáguadiárioepesovivo,ondesuínoscom75kgemmédiapodemapresentarperdade1L de vapor d’água/dia, sendo um requerimentomaior apresentado porsuínoslactanteseemcrescimento.Valeressaltarqueaoperdergorduracorporal, os animais podem sobreviver, enquanto uma perda menossignificativadeáguapodeocasionaraltoíndicedemortalidade.

    Para peixes, com o desenvolvimento da atividade aquícola,juntamente com a tomada de consciência relativamente recente dosproblemasambientaisedoprópriofatodospeixesresidiremnoambienteaquático, houve uma plena evolução quanto a atenção que se deveoferecer ao item "qualidade da água", em especial àquela utilizada emsistemasdecriaçãointensivoesemi-intensivo.Eparaestaáguautilizadana aquicultura, sugere-se que os produtores estabeleçam parâmetrosconforme as recomendações técnicas e legais quanto a sua obtenção,uso e reuso a sua disposição, além de se preocuparem quanto aaplicação de métodos de avaliação e recuperação simples, objetivos eeficientes.

    1.2Carboidratos

    Compõe 3/4 do peso seco da matéria vegetal e formam a maiorpartedosuprimentonutritivoanimal.Incluemaçúcares,amido,celuloseehemicelulose, sendoclassificadosemdoisgrandesgrupos: carboidratos

  • solúveis (amido e açucares) e carboidratos insolúveis (carboidratosestruturais, fibra ou as classificações propostas pelo método de VanSoest).

    Os carboidratos juntamente comos lipídios são asmaiores fontesde energia utilizadas pelos animais domésticos. Entretanto, oscarboidratosatuamnamaioriadasvezescomofonteenergéticaprimáriaaos animais domésticos, estando presente em maior quantidadeprincipalmente em grãos e seus subprodutos, e consequentemente,encontrando-seemgrandesquantidadesemraçõesparaavesesuínos.

    Estes são também utilizados na biossíntese de ácidos graxos eAAs; na constituição de moléculas complexas: glicolipídeos,glicoproteínas, ácidos nucléicos; para fornecimento de fibra na dieta;síntese de riboflavina e ácido ascórbico; formação da lactose; dentreoutrasfunções.

    Para peixes, a digestão dos carboidratos é relativamente rápida erestrita. Diferentemente dos mamíferos, eles não apresentam atividadedeα-amilasenacavidadebucal,sendoaproduçãodestaenzimarestritaao pâncreas e intestino, principalmente, em espécies onívoras eherbívoras.

    Destaca-se que, atualmente, pesquisadores avaliando a influênciadainclusãodefontesdecarboidratosemraçõesparapeixes,verificaramqueaoadicionaresses ingredientes,épossívelaumentarautilizaçãodaproteínaparaadeposiçãonacarcaçaenãocomofontedeenergia.

    1.3Lipídios

    Sãocompostosorgânicospresentesnostecidosanimaisevegetais;insolúveis emáguae solúveis eméter, benzenoe clorofórmio; ricos emcarbonoehidrogênio,epobresemoxigênio.

    Deformageral,oslipídiossãocompostospormoléculasdeácidos

  • graxos(saturadosouinsaturados,decadeiacurtaoulonga)associadasacompostosquedeterminamsuasfunçõesestruturaiseosclassificam,dopontodevistanutricional,emsaponificáveissimples(gorduraseceras)ecompostos (glicolipídios, lipoproteínas e fosfolipídios); e eminsaponificáveis(terpenos,esteroideseprostaglandinas).

    Estes desempenham importantes funções no metabolismo animal,atuando como reserva energética, uma vez que produzem 2,25 vezesmaisenergiaqueoscarboidratos;proteçãoeisolamentotérmico;síntesee absorção de vitaminas lipossolúveis; regulação hormonal da fisiologiareprodutiva;formaçãodesaisbiliares;dentreoutras.

    1.4Proteínas

    São compostos químicos formados por moléculas de aminoácidos(constituídos por carbono, hidrogênio e oxigênio, além de nitrogênio eenxofre) unidos por cadeias peptídicas. Estes aminoácidos sãoclassificados em essenciais e não essenciais, variando sua exigênciapelosanimaisconformeaespécie.

    Por função,asproteínasgeralmenteatuamna formaçãoestruturalde órgãos e tecidos (principalmente o muscular), além de pele, pelos,penas, unhas e chifres; transporte de biomoléculas; regulaçãometabólica; composição de material genético (DNA e RNA); dentreoutras.

    Os aminoácidos essenciais recebem esta classificação pois osmesmos não são sintetizados suficientemente pelo organismo para oatendimento das exigências dos animais. Para os animais não-ruminantes, são considerados oito aminoácidos essenciais: metionina,lisina,fenilalanina,triptofano,treonina,valina,Ieucinaeisoleucina.

    Especificadamente para os suínos, além dos aminoácidosmencionados, há exigências de histidina e arginina, exceto para porcas

  • gestantesquenãoexigemargininadevidoaproduçãodestapelociclodauréia.Jánocasodasaves,alémdosdezaminoácidosmencionados,háaindaexigênciasdeglicinaeprolina,sendooprimeiro importanteparaaformaçãodoácidoúricoeosegundoparaformaçãodaspenas.

    Vale ressaltar que os aminoácidos sulfurosos incluem ametionina,cisteína e cistina. A cisteína é produzida pelo organismo a partir dametionina+serinaouapartirdacistina.Porisso,aosebalancearraçõespara aves e suínos, há necessidade do atendimento demetionina e dototaldeaminoácidossulfurosos(metionina+cistina).

    Para peixes, a proteína é o nutriente de maior expressão nasrações, uma vez que seu nível nas dietas é relativamente alto quandocomparados aos níveis proteicos de rações para aves e peixes, sendoseu custo de inclusão elevado, podendo influenciar diretamente noscustosfinaisdaproduçãopiscícola.

    Um dos principais objetivos da nutrição de peixes é obter umamáxima incorporação da proteína proveniente da dieta aometabolismo,visandoadequadocrescimentocorporalemelhordesempenho.

    Destaca-se ainda que para uma adequada deposição de proteínamuscular,emtodasespéciesdepeixes,faz-senecessárioautilizaçãodeníveisproteicoselevados, devido cercade65a75%dopeso total dospeixes(embasedematériaseca)serconstituídoporproteínas,alémdademandanaturalqueencontra-seassociadaaometabolismoenergético.

    Outrora, o excesso de proteína nas rações promoverá duassituações distintas, inicialmente será a utilização desta para produçãoenergia na forma de calor e como consequência adicional, haverá umexcesso de determinado aminoácido que será absorvido de formaprioritária em prejuízo de outro, o que irá reduzir a digestibilidade e aqualidadedaproteínaasermetabolizada.

    1.5Vitaminas

  • São compostos orgânicos que fazem parte de um grupo desubstâncias distintas quimicamente, exigidas em pequenas quantidadesnasrações,porémnecessáriasparaatividadesmetabólicas.

    São classificadas em Iipossolúveis (solúveis em gordura) ondeestão inseridas as vitaminas A, D, E e K e hidrossolúveis (solúveis emágua) representadas pelas vitaminas B1 (tiamina), B2 (riboflavina), B3(ácido pantotênico), B6 (piridoxina), B12 (cobalamina), niacina (ácidonicotínicoenicotinamida),biotina,folacina(ácidofólico),colinaevitaminaC(ácidoascórbico).Emraçõeshánecessidadedefornecê-Iasnaformade suplementos, em razão das matérias primas não possuírem na suacomposição quantidade suficiente para atender as necessidades dosanimaisnão-ruminantes.

    1.6Minerais

    Sãoelementosinorgânicosquecompõemcercade3a4%dopesovivodosanimais.Entresuas funções incluema formaçãoemanutençãodo esqueleto, constituem as nucleoproteínas, auxiliam no transporte dooxigênio,participamdasreaçõesquímicasque tomampartenos tecidoscorpóreos, ativadores do sistema enzimático e inter-relacionam com asvitaminas(Ex:selêniocomavitaminaE).

    Os minerais são classificados em macrominerais e microminerais.Osmacromineraissãorequeridosemmaioresquantidadesnasraçõeserepresentados pelo cálcio, fósforo, sódio, cloro, potássio, magnésio eenxofre.Emraçõesparapoedeiras,ocálciopodeatingirníveisde4%deinclusão nas rações devido o processo de formação da casca do ovo,dentreoutrasfunçõesmetabólicas.

    Requeridosempequenasquantidadesnasrações,osmicromineraissão constituídos pelo iodo, selênio, cobalto, cobre, manganês,

  • molibdênio,zincoeferro.Emraçõesdefrangosdecortearelaçãocálcioefósforo,deveser2:1,ouseja,duaspartesdecálcioparaumapartedefósforo, jáemavesdeposturaesta relaçãochegaa6-8:1.Emraçõespara aves, suínos e peixes, os minerais podem ser suplementados naforma inorgânica e complexada, sendo esta última baseada na suabiodisponibilidade.

    Valeressaltarquediferentementedosanimaisterrestres,ospeixessão capazes de absorver minerais da água, através de filtração noaparelho branquial. No entanto, quando manejados em sistemas decultivo, necessitam de uma suplementação para melhor atender asexigênciasmineraisdecadaespécie.

  • Capítulo2MATÉRIAS-PRIMAS

    2Matérias-primas

    As matérias-primas são também conhecidas como ingredientes eintegramasraçõesparaaves,suínosepeixesdeformaconvencional,ouseja,osquenormalmentecompõemasrações,easalternativas.Dentre

  • asconvencionais,encontram-se:milho,farelodesoja,farinhadecarneeosso, farelo de trigo, calcário, fosfato bicálcico, farinha de ostra, óleobrutodesoja,salcomum,farinhadepeixe,dentreoutros.Nasmatérias-primas alternativas inclui-se: sorgo, farelo de arroz integral, farelo degirassol,raspaintegraldemandioca,farinhadegérmenintegraldemilho,farelo de coco, farelo de tomate, farelo de goiaba, subprodutos doprocessamentodamandioca,dentreoutros.

    Geralmente o binômio milho e soja, e seus derivados, além departiciparememmaiorquantidadenacomposiçãodas raçõesparanão-ruminantes,atualmenteestãosendo utilizados também na produção debiocombustíveis, o que vem incentivando cada vezmais a utilização defontesalternativasdeenergiaeproteínanasrações.

    2.1Matérias-primasconvencionais

    2.1.1Milho

    Éocerealmaisutilizadocomofonteenergéticapossuindocercade3.400kcal/kgdeenergiametabolizável.Estevalorenergéticodecorredoelevadovalordeextrativosnãonitrogenados(ENN)essencialmenteamido(70-73º/o), contém alto teor de gordura (3,5-4,5%) quando comparadocomoutrosgrãos,possuiproteínabrutaemtornode9%ebaixoteordefibrabrutasituandoemtornode2,2%.Quantoaosminerais,épobreemcálcioefósforodisponível,possuindoaproximadamente0,03%e0,08%,respectivamente.

    Os grãos de milho apresentam tonalidades variadas: amarelo,branco e vermelho.Destes omais utilizado é o amarelo, principalmentepela riqueza em pró-vitamina A (beta-caroteno) e xantofila, sendo queeste último possui de 10,0 a 20,0 mg/kg e é responsável pelapigmentação das pernas, pele das aves e gema do ovo; além deaspectosorganolépticosdacarnedesuínosepeixes.

  • No preparo de rações, o milho deve possuir no máximo 13% deumidade e isento de micotoxinas, resíduo de pesticidas e sementestóxicas. O consumo é realizado na forma de grão moído, pode haverseletividade de ingredientes por aves e suínos, o que acarretaria odesbalanceamento da dieta. O milho moído se deteriora rapidamente,sendo recomendável suamoagem na hora de efetuar-se amistura e otempo de estocagem não deve ser superior a 72 horas. O milho é aprincipalmatéria-prima das rações para aves e suínos, e participa com50a70%dasrações.

    2.1.2Farelodesoja

    Éafonteproteicadeorigemvegetalmaisutilizadaemraçõesparanão-ruminantes,apresentandoteordeproteínavariandoentre37a48%,com um importante completo perfil de aminoácidos. É um subprodutoresultantedamoagemdosgrãosdesojaatravésdoprocesso industrialparaextraçãodeóleocomestível.

    É importantemencionarquenasojaexistemfatoresantinutricionaiscomoosinibidoresdetripsinaequimiotripsina,easIecitinas,quecausamdanosouimpedemaabsorçãodosnutrientespelosanimais,contudo,sãodestruídosouinativadosatravésdetratamentotérmico.

    Os farelos comalta proteína são oriundos da soja sem casca, aopassoqueosdebaixaproteínapossuemquantidadesvariáveisdecasca,oqueproporcionareduçãodaenergiametabolizável.

    E dependendo da forma de processamento industrial, são obtidosos seguintes subprodutos em termos de proteína bruta: farelo de sojaintegraltostada-37º/o,farelodesoja-45%efarelodesoja-48%.Salienta-se que apesar do farelo de soja integral tostado possuir menor valorprotéico,possuienergiametabolizávelsuperioraosdemaisfarelos.Existeainda como subproduto a casca de soja cuja proteína bruta e de

  • aproximadamente13,5%.Normalmenteofarelodesojaconstituide15a25%dasraçõesparaaves,suínosepeixes.

    2.1.3Farinhadecarneeossos

    Éumadasprincipais fontesproteicasdeorigemanimalutilizadanafabricação de rações, sendo um subproduto de graxarias e frigoríficos,obtidoapartirdeossose resíduosde tecidosanimais,apósadesossacompletadacarcaçadebovinose/ousuínos.

    Dependendo da forma de processamento possui teor de proteínabrutavariandode40a50%,ótimafontedemineraiscomníveldefósforosuperior a 3,6% na matéria e rica em aminoácidos essenciais. Na suacomposiçãoarelaçãocálcio/fósforonãodeveultrapassar2,2:1,umavezqueumarelaçãosuperioraestapressupõemmatéria-primaadulterada.

    Osteoresdeproteína,cálcioefósforodafarinhadecarneeossospoderãovariarcommaioroumenorparticipaçãoderestosdecarneemrelaçãoaquantidadedeossos.Alémdaexigênciadecuidadosespeciaisdesdeachegadadoprodutoatéoseuarmazenamentoeutilização,umavez que encontra-se sujeita constantemente a contaminaçãomicrobiológica e oxidação. E apesar da riqueza proteica, a farinha decarneeossoséutilizadasomenteaté5%nacomposiçãodasraçõesdeaves e suínos, devido restrições técnicas relacionadas a transferênciasde sabor para os produtos (carne e ovos) e zoonoses ocasionalmentepassiveisdetransmissão.

    2.1.4Farelodetrigo

    É um subproduto resultante do processo industrial do trigo paraobtenção da farinha de trigo, sendo constituído de partículas finas dapelículadogrão,dogérmenedemaiscamadasinternasdogrão.Possuide 15 a 16% de proteína bruta, 9 a 10% de fibra bruta e 0,33% de

  • fósforo disponível, sendo esse último superior aos demais alimentos daclassequepertence.

    Em razãodoseualto teorde fibraebaixaenergia, recomenda-seutilizar o farelo de trigo até 5% na fase inicial, 10 a 20% na fase decrescimentoe15a20%empoedeirasesuínos.

    2.1.5Fosfatobicálcico

    Éobtidoda transformaçãodo fosfatoderochaemácido fosfórico,submetidoaoprocessodedefluorização.Apresentana suacomposição23%decálcio,18%defósforoeflúor(máximo1%doteordefósforo).

    Utiliza-seaté2%emraçõesdeaves,dependendodaadiçãoounãode farinha de carne e ossos, podendo ser substituído pelo fosfatomonocálcicooufosfatotricálcico.

    2.1.6Calcáriocalcítico

    É um produto oriundo da moagem do carbonato de cálciodesidratado. Contém 37% de cálcio, magnésio (máximo 1%) e fIúor(máximo 0,03%). Salienta-se que jamais deve-se utilizar o calcáriodolomítico,emvirtudedoaltoteordemagnésioserprejudicialasavesesuínos promovendo o raquitismo nas aves jovens e leitões,enfraquecimento dos ossos nas aves e suínos adultos, casca fina dosovosegeralmentediarreiaemambasasespécies.

    É muito variada a quantidade de calcário utilizada nas fases demanejodasavesesuínos,destacando-seafasedeposturaondepode-seutilizaraté8%dacomposição totalda ração,e leitõesquepossuemumrequerimentomaiorquedemaiscategorias.

    2.1.7Farinhadeostra

  • É obtido de conchas das ostras após lavagem, secagem emoagem. Apresenta na sua composição 36% a 38% de cálcio, sendoumadasmelhoresfontesdessemineral.Onívelutilizadoemraçõesparaavesesemelhanteaocalcáriocalcítico.

    2.1.8Óleosegorduras

    São fornecedores de energia e algumas matérias-primas como oóleodedendêquealémdeforneceremenergia,sãoricosemvitaminaAeE.Emvirtudedesuacoloraçãoamareloavermelhadopossuialto teorde carotenoides que podem promover grande pigmentação da carcaçadofrangoenagemadoovo.

    A rancificação é a maior dificuldade para viabilizar a utilizaçãodestas fontes de energia em rações para aves e suínos, daí anecessidade de se utilizar antioxidantes no momento de seuprocessamento. É recomendável que está matéria-prima sejaarmazenadaemlocalsecoeporumperíodocurtodetempo.Emraçõespara aves e peixes pode-se utilizar até 5% de óleos e gorduras; e emraçõesparasuínos,recomenda-seautilizaçãodeaté7%.

    2.1.9Salcomum

    O sal comum ou cloreto de sódio (NaCl) é um produto obtidoatravés do processo de desidratação de salinas. Age principalmentecomo estimulador do apetite dos animais, contendo cerca de 60% decloro,40%desódioetraçosdeiodo.

    Oconsumodeáguapelasavesesuínoséafetadodiretamentepeloteor de sal quepor sua vezé controladopelos rinsnoorganismo.Umasituação de campo pode ser observada quando estes ingeremquantidadeselevadasdesal,umavezquepromoverámaior ingestãodeáguaparasuaeliminaçãoetornaráasfezesmaisaquosas.Normalmente

  • participadasraçõesavícolasesuinícolascomníveisvariandode0.25%a0,40%.

    2.1.10Farinhadepeixe

    A qualidade e a composição da farinha de peixe variaconsideravelmente de acordo comamatéria-primautilizada e ométododeindustrialização.Afarinhadepeixeéumafontedeproteína,comvaloroscilando entre 58 a 65%, com grande disponibilidade de aminoácidosessenciais(metioninaelisina)eboacomposiçãodeminerais,sendoumaimportante fonte de cálcio, fósforo e microminerais (zinco, manganês,cobre,selênioeferro)aospeixes.

    É uma grande opção para regiões com alta produção aquícola econsumodepescado,poiséproduzidaapartirdepartesnãonobresdepeixes de baixa comercialização e abrangência de mercado, sendoutilizadosemraçõesparaaves,suínos,eprincipalmentepeixes.

    Recomenda-seutilizaraté5%de farinhadepeixenas raçõesparaavesesuínos,emvirtudedeníveis superiores transferiremogostoeocheiro para carne e ovos, respectivamente. Para peixes, existe umarestrição diferenciada, uma vez que esta pode chegar a patamares deinclusãoquevariamde5a65%nasrações.

    .2Matérias-primasalternativas

    2.2.1Sorgo

    Em razão de suas características nutricionais o sorgo vem sendoutilizadoemsubstituiçãoaomilho.Contudo,naparteexternadogrãodosorgo encontram-se substâncias chamadas tanino que promoveminterferência metabólica sobre as enzimas digestivas e, em função dosníveisdetanino,osorgopodeserclassificadoemaltooubaixo.Diferente

  • domilhoosgrãosdesorgoapresentambaixaconcentraçãodexantofila,havendonecessidadedesuplementarasraçõescompigmentosnaturaisousintéticos.

    É importante mencionar que a substituição do milho pelo sorgosomenteéviáveleconomicamentequandoopreçodosorgofor15a20%inferior ao do milho. Em rações para aves e suínos pode-se substituirintegralmente o milho pelo sorgo com baixo teor de tanino (já existemvariedades com teores tão reduzidos ao ponto de serem considerados“semtanino”).

    2.2.2Farelodearrozintegral

    É um subproduto do beneficiamento do arroz descascado,constituindo-se numa excelente fonte de energia alternativa naalimentaçãodasavesemsubstituiçãoaomilho.Recomenda-seutilizaremraçõesparaaves10%a15%nafaseiniciale10%a20%nasfasesdecrescimentoepostura.

    2.2.3Raspaintegraldemandioca

    Éobtidapela trituraçãoda raiz e posterior desidrataçãoao sol ouem secadores, o que provoca a eliminação da toxidez causada porglicosídeos cianogênicos (substâncias que liberam ácido cianídrico). Éuma matéria-prima utilizada como fonte energética alternativa, porémpossui baixo teor de aminoácidos e pigmentos. Em frangos de cortepode-seutilizaraté15%daraçãoeparapoedeirasesuínosaté40%.

    2.2.4Farinhadegérmenintegraldemilho

    Éobtidopor processamentomecânicodamoagemdogérmen, dotegumento e das partículas amiláceas, possuindo cerca de 10,8% de

  • proteínabruta.Em rações de frangos de corte pode-se substituir o milho por

    gérmen integral de milho em até 20% na fase inicial, 32 na fase decrescimentoe17%nafasedeacabamento.

    2.2.5Milheto

    É um cereal resistente à seca e altas temperaturas, sua maiorocorrênciaénasregiõessul,sudesteecentro-oeste.Apresenta13,10%de proteína bruta e 3168 kcal/kg de energia metabolizável em raçõesparaavesesuínos,podesubstituiraté60%domilho.

    Quando da substituição do milho pelo milheto, recomenda-se asuplementação de pigmentos na ração, tendo em vista sua baixaconcentraçãodecarotenoidesoquecomprometeacoloraçãodapeledofrangoedosuíno,alémdagemadoovo.

    2.2.6Triticalhe

    É um cereal resultante do cruzamento do trigo e centeio e suaproduçãoconcentra-senosestadosdosuldoBrasil,devidoàscondiçõesclimáticas. Apresenta na sua composição 12,81% de proteína bruta e2995kcal/kgdeenergiametabolizável.Éutilizadocomofonteenergéticaepodesubstituiraté30%domilhoemraçõesdeaves.

    2.2.7Subprodutosdoprocessamentodamandioca

    São produtos obtidos a partir da trituração das sobras (conhecidapopularmentecomoaparasoutocos)daraizdamandiocaporocasiãodacomercialização,sendoprocessadosvisandoautilizaçãonaalimentaçãoanimal. Semelhante ao que ocorre com a raspa integral da mandioca,estes são processados para eliminar a toxidez causadapor glicosídeos

  • cianogênicos.Na literatura verificam-se citações quanto ao potencial de

    substituição integral do milho (fonte energética) por subprodutos doprocessamentodamandiocaemraçõesdeavesdeposturaesuínosemdiversas categorias, desde que suplemente com pigmentantes a ração.Vale ressaltar a importância da realização demais pesquisas comestamatéria-prima, principalmente em regiões deficientes na produção demilho,afimdeconsolidaraindamaisosresultados.

  • Capítulo3SUPLEMENTOSEADITIVOS

    2.1Suplementos

    Nas raçõesparaaves, suínosepeixessão incluídosprodutosquenão são reconhecidos como matérias-primas, mas que desempenham

  • funçõesimportantesdopontodevistanutricional.Inclui-se neste contexto os suplementos vitamínicos/minerais, que

    sãopré-misturasconstituídasporumconjuntodevitaminase/ouminerais,minuciosamente balanceados, a fim que se atenda a todas asnecessidades do animal dentro do segmento desejado (idade, aptidão,sexo dentre outros parâmetros pré-definidos). Outrora, estas pré-misturaspodemserfabricadas,comercializadasefornecidasaosanimaisjuntas (pré-mistura vitamínica/mineral) ou separadas (pré-mistura ousuplemento vitamínico e, pré-mistura ou suplemento mineral), havendosutis diferenciações quanto ao manejo destas durante a formulação efabricaçãoparaaves,suínosepeixes.Quadro1 -Recomendações técnicaspara inclusãodepremixesemraçõesparaaves,suínosepeixes

    CategoriadaPré-mistura

    Componentes Veículo Inclusãonas

    rações(kg/ton)

    Vitamínicos Vitaminas Farelo deSoja, Farelode Trigo,Casca deArrozMoída,ÓleoMineral

    0,25–2,0

    Minerais Microemacrominerais

    Carbonatode Cálcio,CalcárioCalcítico

    0,5a1,5

  • Completos Vitaminas,mineraiseaditivos

    Farelo deTrigo,Cascade Arroz,Carbonatode Cálcio,CalcárioCalcítico,Caulim

    2,0a15,0

    Fonte:Osautores.

    3.2Aditivos

    São todas as substâncias orgânicas, inorgânicas ou sintéticasadicionados a composição das rações com a finalidade de conservar,intensificaroumodificar suaspropriedades,desdequenãoprejudiqueoseu valor nutritivo, além de incrementar o desempenho dos animais.Ressalta-se ainda que sua utilização é passível de concordância comdeterminadas normas dos órgãos de fiscalização agropecuária, e nãodevedeixarresíduosprejudiciaisaoconsumidornoprodutofinal.

    Osaditivospodemserclassificadosem3grandescategorias,quesão os pró-nutrientes, os coadjuvantes de elaboração e os profiláticos.Dentro destas, estes são constituídos por 14 grupos conhecidos:acidificantes/conservantes, adsorventes, aglutinantes, anticoccidianos,antifúngicos, antioxidantes, aromatizantes/palatabilizantes, corantes,enzimas, pigmentantes, prebióticos/probióticos/simbióticos, nucleotídeos,nutracêuticosoualimentosfuncionais,eospromotoresdecrescimento.

    3.2.1Pró-nutrientes

    São microingredientes utilizados na alimentação fornecidos

  • oralmente aos animais em pequenas quantidades, promovendo eintensificando os valores intrínsecos da mistura de nutrientes na dietaanimal.

    Podem ser produtos de origem vegetal ou produtos de origemanimal em estado natural, fresco ou preservado, podendo também serprodutosderivadosdeprocessamentos industriais.Estesapresentam-secomo substâncias orgânicas ou inorgânicas, oferecidas oralmente:isoladasouemmisturas

    Ousopró-nutrientesenfatizaaparceriadestescomosnutrientesjácontidos nos alimentos, onde o seu uso visa promover melhoria nodesempenhoanimalemcomparaçãoaosanimaiscontroles

    São classificados nesta categoria as enzimas, prebióticos,probióticos, simbióticos, nucleotídeos e os antibióticos promotores decrescimento.

    ...1Enzimas

    Sãoproteínasglobulares,deestruturaterciáriaouquaternária,queagem como catalisadores biológicos, aumentando a velocidade dasreações químicas no organismo, sem serem, elas próprias, alteradasnesteprocesso.Sãoaltamenteespecíficasparaossubstratosedirigemtodososeventosmetabólicos.Asenzimasdigestivas têmumsítio ativoque permite que elas atuem na ruptura de uma determinada ligaçãoquímica,sobcondiçõesfavoráveisdetemperatura,pHeumidade.

    Estes aditivos alimentares podem ser incorporados as dietas dasavesprimordialmentecomopropósitodemelhoraroseudesempenhoe,com isso, a sua rentabilidade. Todavia, apenas uma fração doscomponentesdasdietasavícolassãosuplementadascomestesaditivos.Estasituação,entretanto,deverágradativamenteseralteradaapartirdodesenvolvimento de novas enzimas alimentares ou novas formas de

  • aplicaçãodessesprodutos.Deacordocomasuafinalidade,asenzimasusadasem raçõesparanão ruminantespodemsedividir emdois tipos:enzimas destinadas a complementar quantitativamente as própriasenzimas digestórias endógenas dos animais (proteases, amilases,fitases...) e enzimas que esses animais não podem sintetizar (β-glucanases,pentosanaseα-galatosidases)comafinalidadedeotimizarosprocessosmetabólicosdigestivos.

    Osmicrorganismosquegeralmenteestãoenvolvidosnaindústriadeprodução de enzimas para alimentação animal são: bactérias (Bacillussubtilis, Bacillus lentus, Bacillus amyloliquifaciens stearothermophilsdentre outras), fungos (Triochoderma longibrachiatum, Asperigillusoryzae e Asperigillus niger) e levedura (Saccharomyces cerevisiae).Todavia, as enzimas podem ser produzidas em todos os organismosvivos, desde animais e plantas mais desenvolvidos às formas maissimples de vida, pois são essenciais para diversos processosmetabólicos.

    ...2Probióticos

    O conceito moderno de probiótico foi definido por Fuller (1989)como sendo “um suplemento alimentar constituído de microrganismosvivos capazes de beneficiar o hospedeiro através do equilíbrio damicrobiota intestinal”. Mais tarde, o mesmo autor considerou que, paraserem considerados como probióticos, osmicrorganismos deveriam serproduzidos em larga escala, permanecendo estáveis e viáveis emcondiçõesdeestocagem, seremcapazesdesobrevivernoecossistemaintestinalepossibilitaraoorganismoosbenefíciosdesuapresença.

    Omododeadministraçãodosprobióticospodeseromaisvariadopossível(adicionadonaração,emáguadebebida,pulverizaçãosobreosanimais, inoculação em ovos embrionados, através da cama usada em

  • cápsulasgelatinosasevia intra-esofagiana),edeterminaumamelhoroupior capacidade de colonização intestinal pelas bactérias presentes noprodutoutilizado

    Asprincipaiscepasbacterianasutilizadasnopreparodeprobióticosincluem:Lactobacillusspp,Bifidobacteriumsp,Enterococcus faecium eBacillus spp (SIMON et al., 2001; FERREIRA et al., 2002). Contudo,ainda não é definida à composição microbiana ideal de um probiótico.Todavia,aeficáciadomesmoéestritamentedependentedaquantidadeedascaracterísticasdascepasbacterianasutilizadasnaelaboraçãodesteesuainclusãonasdietascomoaditivoalimentar.

    3.2.1.3Prébióticos

    GibsoneRoberfroid(1995)definiramprebióticoscomoingredientesalimentaresquesãodigeridosnaporçãoproximaldotratogastrintestinaldemonogástricos,equeproporcionamefeitobenéficonohospedeiroporestimular seletivamente o crescimento e/oumetabolismo de um limitadogrupo de bactérias no cólon. Outros importantes aspectos paradeterminado ingrediente ser considerado um prebiótico, é que este nãopodeserhidrolisadoouabsorvidonointestinodelgado,sejaumsubstratoseletivo para um determinado grupo de bactérias benéficas, seja capazde alterar a microbiota intestinal de forma favorável ao hospedeiro epossainduzirefeitosbenéficossistêmicosnolúmenintestinal.

    Neste sentido, estes devem servir como substrato a uma oumaisbactérias intestinais benéficas que, por sua vez, serão estimuladas acrescere/ou tornarem-semetabolicamenteativas, possuir a capacidadede alterar a microbiota intestinal de maneira favorável à saúde dohospedeiro e induzir efeitos benéficos sistêmicos ou na luz intestinal dohospedeiro.

    Alguns carboidratos, peptídeos, proteínas e lipídeos podem ser

  • inseridosnoconceitodeprebióticos;entretanto,entreoscarboidratos,osdenominados oligossacarídeos, que são cadeias curtas depolissacarídeoscompostosdetrêsadezaçúcaressimplesligadosentresi, são os que mais se enquadram na definição e nas característicasconcernentes aos prebióticos. Alguns desses polissacarídeos, como osfrutoligossacarídeos (FOS), glucoligossacarídeos (GOS) e osmananoligossacarídeos (MOS), podem substituir determinadosantibióticosutilizadospreventivamente,estimulandoaindaaprodutividadeprincipalmenteparafrangosdecorteesuínos.

    ...4Simbióticos

    O denominado aditivo simbiótico corresponde à combinação deprebióticos e probióticos, e constitui um conceito mais moderno nautilizaçãodeaditivosemdietasanimais.Estaassociaçãoéconsideradauma alternativa interessante no sentido de melhorar a sanidade dointestinodelgadoececosdosfrangosdecorte,atravésdosmecanismosfisiológicos e microbiológicos. A ação simbiótica estabiliza o meiointestinaleaumentaonúmerodebactériasbenéficasprodutorasdeácidoláctico,favorecendoasituaçãodeeubiose.

    ...5Nucleotídeos

    Sãosubstânciascompostasporumabasenitrogenada(basepúricaoupirimidínica),umfosfatoeumapentose(riboseoudesoxirribose).Porhidrólise parcial é possível retirar o radical fosfato dos nucleotídeosformandocompostosdenominadosnucleosídeos.Quantoprovenientesdadieta,osnucleotídeossãoingeridosprincipalmentecomonucleoproteínasderivadasdomaterialnuclear.

    Estudos demonstraram que os nucleotídeos na dieta de aves esuínossãocapazesdemelhorararesposta imune,promoveroaumento

  • da altura das vilosidades intestinais com consequente aumento daabsorçãodosnutrienteseprevenirosefeitosnegativossobreaestruturado intestino, evitando-se, assim, quedasdedesempenho.Vale ressaltarque a suplementação com nucleotídeos é especialmente importante nodesenvolvimento de tecidos com rápido turnover celular quando acapacidade de síntese endógena não é suficiente para responder àsmaiores exigências, como em períodos de rápido crescimento e apósagressõesnoorganismo,taiscomodoençasoutraumas.

    ...6Antibióticospromotoresdecrescimento

    Os antibióticos em geral podem ser definidos como produtos dometabolismomicrobiano capazes de eliminar ou inibir o crescimento deoutros microrganismos, sendo efetivo em baixas concentrações.Atualmente são conhecidosmais de 5.000 antibióticos, dos quais 75%,aproximadamente, são produzidos pelo gênero Streptomyces. Poucasáreas de pesquisa tiveram tanta representatividade no estudofarmacológico como o descobrimento e produção em larga escala dosantibióticos.

    Essencialmente, os antibióticos utilizados na produção animalpodem ser classificados em três categorias de dosagem: terapêutica(atua no tratamento de doenças diagnosticadas em lotes de aves, porexemplo, utilizando dosagens acima da concentração inibitória mínima(CIM)), profilática (apenas para controle e combate a possíveisinfestaçõesmicrobianasutilizandodosagenscercade50%oumenosdoque as doses terapêuticas, devendo atingir a CIM), e promotor decrescimento.

    Fisiologicamente, as principais características que distinguem osantibióticos promotores de crescimento dos antibióticos de usoterapêutico, por exemplo, são os amplos espectros de ação sobre

  • bactériasGram+eabaixaabsorçãoemnívelintestinal.Nestaatribuição,oefeitoprimáriodosantibióticospromotoresdecrescimentoemcontatocom o trato gastrointestinal é o controle de bactérias indesejáveis,promovendoassimumequilíbrionamicrofloragastrintestinalemfavordasbactérias favoráveis e/ou reduzindo o número total de bactérias neste,principalmenteasGram+.

    Por várias décadas, estes antibióticos promotores de crescimentoforam utilizados em dietas animais para promover melhora nodesempenho produtivo, mas o uso destas substâncias na alimentaçãodasaves,suínosepeixes temsidovistocomoumfatorderiscoparaasaúde humana, principalmente em decorrência de contestações como apresença de resíduos dos antimicrobianos na carne, nos ovos e nainduçãodaresistênciacruzadacombactériaspatogênicasemhumanos.

    ..1Coadjuvantesdeelaboração

    São microingredientes ou preparações que demonstrem efeitosobre características físicas dos alimentos, atuando geralmente namodificaçãodecor,odor,estadoconservação,consistência(peletizados,extrusadosoumicronizados)dentreoutros.

    Geralmente possuem uma função específica de melhorar aconservação, o processo industrial e a proteção dos alimentos duranteprocessodeconfecção,dearmazenamentoedeconsumopelosanimais,mantendo e conservando suas características físicas e organolépticasíntegras.

    Enquadram-se nesta categoria os acidificantes/conservantes,adsorventes, aglutinantes, antioxidantes, corantes, pigmentantes,aromatizantes/palatabilizanteseflavorizantes.

    ...1Acidificantes/conservantes

  • Definem-se como microrganismos que formam colônias ou outrassubstâncias definidas quimicamente (orgânicos ou inorgânicos) quequando administradas aos animais têm efeito positivo na microbiotaintestinal, e quando adicionados a alimentação reduzem o pH do tratodigestivo anterior, com o objetivo de facilitar o processo de digestão ediminuiraquantidadedemicrorganismospatogênicosnoestômagoenointestino.

    Os ácidos orgânicos, os acidificantes mais utilizados, jácomprovaramquepodemcontrolarenteropatógenosemmatérias-primase nas rações após o seu processamento, sendo que sua açãoacidificante promove uma melhor digestão dos nutrientes e tem sidoutilizado como alternativa aos antibióticos, principalmente por suacapacidadedenãodeixarresidualnosprodutosdeorigemanimal.

    ...2Adsorventes

    São organismos ou substâncias orgânicas ou inorgânicas,produzidos a fim de amenizar os possíveis danos causados pormicotoxinas no organismo de aves e suínos. Tem-se utilizadoconstantementeas substanciasadsorventesemdietasanimais a fimdeevitar o contato destas com as regiões de absorção do tratogastrointestinal.

    Estes adsorventes basicamente ligam-se as micotoxinas quepassamatravésdotratogastrointestinalantesdestasseremabsorvidas,evitando que estas possam trazer complicações. Eles incluem aluminosilicatos hidratados de sódio e cálcio (HSCAS), zeolitas, bentonitas,sílicasespecíficasecarvãoativado.

    ...3Aglutinantes

    São substancias naturais ou artificiais que auxiliam e aumentam a

  • capacidadedepeletizaçãodos ingredientes,melhorandoaqualidadedopelete, aumentando a durabilidade e permitindo a adição de óleos egorduras em produtos prensados. Lignosulfonato, proteína isolada econdensado de uréia-formaldeido são alguns aglutinantes que estãosendoutilizadosnafabricaçãoderaçõesparaaves.

    ...4Antioxidantes

    São substâncias que visam evitar à auto-oxidação dos alimentos,preservandoestes, retardandoasuadeterioração, rancificaçãoeperdade coloração devido à reação de oxidação. A oxidação de óleos egordurasprovocanaturalmenteodorepaladardesagradáveisetornaosalimentosmenosnutritivos.Alémdegorduras,ospigmentosevitaminasficamsujeitosaoxidaçãoquandoemcontatocomoar

    ...5Corantesepigmentantes

    São substâncias que conferem ou intensificam a cor dos produtosdestinados à alimentação animal, possuindo peculiaridades quanto aosseus efeitos. Enquanto os corantes destinam-se apenas a conferircoloração às rações balanceadas, os pigmentantes conferem coloraçãotanto as rações quanto ao produto final, no caso das aves, a gema doovo, a carne dos frangos dentre outros. Estes podem ser naturais,artificiaisouinorgânicos.

    ...6Aromatizantesepalatabilizantes

    Os aromatizantes artificiais ou naturais possuem a função deconferir aroma aos produtos destinados à alimentação animal,melhorando sua aceitabilidade e, consequentemente, estimulando o seuconsumopeloanimal.Aoestareminseridasnaalimentaçãoanimal,estes

  • provocam as atividades de secreção das glândulas, favorecendo oaproveitamento do alimento pelo organismo. Outrora, o palatabilizantetemafunçãodeauxiliarnamelhoradopaladardosprodutos,estimulandooseuconsumo.

    3.2.3Profiláticos

    Sãomicroingredientesutilizadospreventivamentenas rações,a fimde evitar oxidação e destruição das vitaminas, aparecimentoenfermidades ou intoxicações decorrentes da presença de organismospatogênicos, como bactérias, fungos, leveduras, protozoários dentreoutros.

    Nesta categoria, encontram-se os acidificantes, adsorventes,agentesanticoccidianos,antifúngicos,antioxidanteseconservantes.

    ...1Anticoccidianos

    O uso desses agentes anticoccidianos é uma medida preventivalargamente utilizada na produção de aves e suínos.O êxito do produtonormalmente depende da reação deste no organismo do animal, doperíododeutilizaçãodoproduto,dasrecomendaçõesdeuso,bemcomoqualadosagemeemqueépocadoanoutilizar,dainteraçãosinérgicaouantagônica,daresistênciadosparasitasaoprincípioativo,dentreoutros.Portanto,aescolhaeautilizaçãoadequadasdoprodutoparaocontroledacoccidiosesãofundamentais.

    Muitos quimioterápicos têm sido desenvolvidos com finalidade deuso como anticoccidianos. Porém, a maioria foi considerada tóxica oupouco eficaz, exceto o amprolium, nicarbazina, halofuginona e diclazuril,quesãointensamenteutilizadosatualmente.

    Segundo o MAPA (2008), no Brasil é autorizado o uso dosantibióticos anticoccidianos (“de natureza química”): decoquinato,

  • diclazuril, robenidina, halofuginona, amprólio + etopabato (somenteassociados), clopidol, clopidol + metilbenzoquato (somente nestacombinação), nicarbazina. Estes produtos podem ser utilizadosexclusivamente em rações como prevenção a coccidiose. Porém,possuem limitações de uso, pois, podem induzir facilmente aoaparecimento de resistência ou toxicidade, no caso da nicarbazina emfrangosdecorte,quepodeexacerbaroprocessodeestressecalórico.

    3.2.3.2Antifúngicos

    Os antifúngicos são organismos ou substâncias orgânicas ouinorgânicasqueprevinemoueliminamapresençadefungosemmatériasprimas e rações destinadas a alimentação animal, evitando oaparecimento de micotoxinas, assim como perdas de valor nutritivo.Alguns antifúngicos utilizados são o ácido propiônico e seus sais, oformaldeído, o diacetato de sódio, o ácido sórbico e a violeta degenciana.Entretanto,deveserverificadaeajustar-seà legislaçãosobreo uso de alguns desses produtos na ração em função de questões detoxicidadenoorganismodosanimaisepotencialresidualemprodutosdeorigemanimal.

  • Capítulo4FORMULAÇÃODERAÇÕES

    4.1ProcedimentosparaFormulaçãodeRações

  • A formulação de rações pode ser encarada como a mecânica detransformaçãodosprincípiosdenutriçãoemaplicaçãoprática.Formula-seuma ração,comoobjetivodeatender todasasexigênciasnutritivas,bemcomoasexigênciasdoprodutofinal.Deumamaneirageral,deve-seseguirprincipalmenteosseguintespassosparaformularumaração:

    caracterização dos animais: deve-se definir os animaisadequadamente antes de serem alimentados, sendo que emtermos de categoria, podemos classifica-los por idade, pesovivo, sexo (macho e fêmea), aptidão produtiva (corte,reproduçãooupostura),graudemelhoramentogenético(baixo,médiooualto)dentreoutras;exigências nutricionais: é importante verificar as exigênciasnutricionais dos animais em termos energéticos, proteicos,cálcio,fósforo,etc.deacordocomacaracterizaçãodoanimal,mencionada no item anterior, recomendando-se sempre autilizaçãotabelaspadronizadas(tabelasbrasileirasparaavesesuínos, tabelas brasileiras para tilápias, NRC, INRA, dentreoutras)oupublicaçõesoriundasde investigaçãocientíficacomdados organizados de forma a possibilitar sua aplicação nocálculoderações;composição química dos alimentos: deve-se sempre levarem consideração a composição química dos alimentos,propriedades físico-químicas, forma de processamento,contribuição nutricional do mesmo para o cálculo de rações,alémdecaracterísticasorganolépticasinter-relacionadascomaaceitabilidadedomesmopelosanimais;levantamentoequantificaçãodosalimentosdisponíveis:éoportuno mencionar o preço dos alimentos por unidade depeso, além de verificar também questões relacionadas a

  • disponibilidade da matéria-prima, logística para entrega earmazenamento damesma, além de aspectos relacionados aqualidadedamesma.

    ..1MétodosdeFormulaçãodeRações

    Naformulaçãoderaçõesparaaves,suínosepeixesexistemquatrométodoscálculoquepermitemacomposiçãodasdietas:oquadradodePearson, o método algébrico, o método do quadro e a formulaçãoeletrônica(computadorizada).

    Abordaremos apenas os três primeiros métodos, no qual foramutilizadosajustesmatemáticosquepoderãoserdesenvolvidosdeoutrasformasoumaneiras.

    4.1.1.1QuadradodePearson

    Éumatécnicasimplesecomumenteutilizadaparacomplementodocálculo de uma ração quando se necessita balancear apenas duasmatérias-primas e um nutriente. Neste caso procede-se da seguintemaneira:nocentrodoquadradocoloca-seoteordeproteínadamisturadesejada. Nos vértices superior e inferior a esquerda do quadradocoloca-seos teoresdeproteínadasduasmatérias-primas, salientando-sequenão sealterao resultadoda raçãoquandose inverteaposição(superior para inferior e vice versa) das matérias-primas. Nos doisvértices, coloca-se a diferença emvalor absoluto entre o valor de cadavértice esquerdo e o valor do centro, na extremidade da respectivadiagonal.Adiferençacolocadanovértice superiordireito correspondeàproporçãodematéria-primacorrespondenteaovérticeinferioresquerdo,que deve ser misturada a outra constante no vértice direito inferior,obtendo-se um total correspondente à soma das duasmatérias-primas,contendooteordesejadodonutriente.

  • Exemplo:2matérias-primase1nutriente–cálculosimples.Deseja-se calcular uma mistura de 100 kg para peixes, com umaexigênciade20%deProteínaBruta (PB)utilizando-semilho (9%PB)efarelodesoja(44%PB).Nestecasoasmatérias-primassãoomilho(M)eoFarelodeSoja(FS)eonutrienteéaProteínaBruta(PB).

    Logo, segundo os cálculos realizados, teriam que ser adicionados68,57kgdemilhoe31,43kgfarelodesoja,paraatenderos20%PBqueocálculosolicitava.

    Exemplo:2matérias-primase1nutriente–cálculocomplementar.Em uma ração para suínos, após o cálculo preliminar, verificou-se umdéficitde90,54kgderaçãoe17,40%PBaseremcomplementadoscoma inclusãodeMilho (9%PB)eFarelodeSoja (44%PB).Sendoassim,deseja-secalcularacontribuiçãodestesparaoatendimentodaexigênciadeproteínaasercomplementada.

    Inicialmente, deve-se atentar ao fato que oQuadrado de Pearson

  • calcula apenas com base em 100%.Então, deve-se realizar o seguinteajusteparaqueaexigênciadeproteínasejaatendidacorretamente.

    17,40------------90,54PB------------100=17,40x100=19,21%

    90,54

    Este valor encontrado (19,21%) será utilizado para o cálculo noQuadradodePearsonconformedemonstradoaseguir.

    35------------100

    24,79------------M=24,79x100=70,83%35

    35------------100

    10,21------------FS=10,21x100=29,17%35

    Agora, para adequação dos cálculos, deve-se verificar asporcentagensparasaberqualaquantidadedemilhoefarelodesojaseráutilizadaconformesolicitado.

    100------------90,5470,83------------M=70,83x90,54=64,13kg

    100

    100------------90,5429,17------------FS=29,17x90,54=26,41kg

  • 100Outrora para verificar se os cálculos estão corretos, pode-se

    realizaraProvadoCálculo:

    Ingredientes Quantidadedos

    Ingrediente(kg)

    ConteúdoNutricional(%/PB)

    Participaçãodosnutrientes

    (%PB/ingrediente)

    Milho 64,13 9 5,78

    Farelo deSoja

    26,41 44 11,62

    Total 90,54 - 17,40

    100------------64,139------------PB/Milho=9x64,13=5,78%

    100100------------26,41

    44------------PB/F.soja=44x26,41=11,62%100

    Logo, segundo os cálculos realizados, teriam que ser adicionados64,13kgdemilhoe26,41kgfarelodesoja,paraatenderos17,40%PBque o cálculo solicitava. E conforme a Prova de cálculo realizada, asproporçõesestãocorretas.

    ...2MétodoAlgébrico(SistemasdeEquações)

    Asproporçõesdematérias-primasparaseobterumamisturacom

  • certo teor de nutrientes podem ser obtidos através do estabelecimentodesistemasdeequaçõesalgébricas,comooquadradodePearson,éummétodosimplesdecalcularumamistura.

    Exemplo:2matérias-primase1nutriente.Formular100kgdeumamisturacom18%PB,utilizandomilho(9%PB)efarelo de soja (45%PB). Denominando-seM=Milho e FS = Farelo deSoja.

    1ºpasso:Aquantidadedemilhomaisaquantidadedefarelodesojaéiguala100kgdemistura.

    (M+FS=100kg)2º passo: A quantidade de proteína bruta existente naquela

    quantidade de milho mais a quantidade de proteína bruta existente nofarelodesojaéiguala18%.

    Transformando-seosteoresdeproteínabrutadenúmerosrelativosparanúmerosabsolutos,temos:

    9/100=0,09%PBdoMilho45/100=0,45%PBdoFarelodeSoja

    Assim,podemosestabelecerasduasequaçõesseguintes:

    M+FS=100(EquaçãototalouEquação1)0,09M+0,45FS=18(EquaçãodaproteínaouEquação2)

    Onde:M=kgdemilhoFS=kgdefarelodesoja100=kgdemistura18=requerimentodePBdamistura

  • Para eliminar o Milho multiplica-se a Equação 1 por 0,09 e aEquação2por-1.

    M+FS=100x(0,09)0,09M+0,45FS=18x(-1)

    Igual:0,09M+0,09FS=9-0,09M-0,45FS=-18

    -0,36FS=-9

    FS=-9/-0,36FS=25kg

    ParadeterminaromilhoefetuamosM=100-25=75kg.Portantoamisturaterá75kgdemilhoe25kgdefarelodesoja.

    Exemplo:3matérias-primase2nutrientes.Calcular100kgderaçãoparapoedeirascom18%PBe2.900kcal/kgdeEnergiaMetabolizável (EM), utilizando-se as seguintesmatérias-primas:milho (9% PB e 3.400 kcal/kg EM), farelo de soja (45% PB e 2.566kcal/kg EM) e farelo de trigo (16% PB e 1.590 kcal/kg EM).Denominamos:M=Milho,FS=FarelodeSojaeFT=FarelodeTrigo

    Transformando-seosteoresdeproteínabrutadenúmerosrelativosparanúmerosabsolutos,temos:

    9/100=0,09%PBdomilho45/100=0,45%PBdofarelodesoja16/100=0,16%PBdofarelodetrigo

    M+FS+FT=100(Equaçãototal)ouEquação1.

  • 0,09M+0,45FS+0,16FT=18(Equaçãodaproteína)ouEquação2

    3.400M + 2.566FS + 1.590FT = 290.000 (2900x100) ou EquaçãodeenergiaouEquação3.

    Multiplica-se o requerimento energético da ração (2.900) por 100em razão de ser 100 kg. Agrupando-se as Equações 1 e 2 emultiplicando-se a equação 1 por 0,09 e a equação 2 por -1, paraeliminaramatéria-primamilho,resultaránaEquação4.

    Equações1e2M+FS+FT=100(Equação1)x(0,09)0,09M+0,45FS+0,16FT=18(Equação2)x(-1)0,09M+0,09FS+0,09FT=9-0,09M-0,45FS-0,16FT=-18

    -0,36FS-0,07FT=-9Equação4

    Agrupando-se as equações 1 e 3 emultiplica-se a equação 1 por3400eaequação3por-1,paraeliminaramatéria-primamilho,resultaránaequação5.

    Equações1e3M+FS+FT=100x(3.400)3.400M+2.566FS+1.590FT=290.000x(-1)3.400M+3.400FS+3.400FT=340.000-3.400M-2.566FS-1.590FT=-290.000

    834FS+1.810FT=50.000Equação5

    Daíagrupa-seasnovasequações(4e5)emultiplica-seaequação4por834eaequação5por0,36paraeliminaramatéria-primafarelodesoja.Salienta-sequetambémpoderiaeliminaramatéria-primatrigoneste

  • casomultiplicariaaEquação4por1.810eaequação5por0,07.

    0,36FS-0,07FT=-9x(834)Equação4834FS+1.810FT=50000x(0,36)Equação5-300,24FS-58,38FT=-7.506300,24FS+651,6FT=18.000

    593,22FT=10.494FT=10.494/593,22=17,69kg

    SubstituindonaEquação4,temos:-0,36FS=-0,07x(17,69)=-9-0,36FS=-1,24=-9-0,36FS=-9+1,24-0,36FS=-7,76

    FS=-7,76/-0,36=21,55kg

    SubstituindonaEquação1,temos:M+21,55+17,69=100M=100-21,55-17,69M=60,76kg

    Outrora para verificar se os cálculos estão corretos, pode-serealizaraProvadoCálculo:

    Ingredientes Quantidadedos

    Ingrediente(kg)

    ConteúdoNutricional(%/PB)

    Participaçãodosnutrientes

    (%PB/ingrediente)

  • Milho 60,76 9 5,47

    Farelo deSoja

    21,55 45 9,70

    Farelo deTrigo

    17,69 16 2,83

    Total 100 - 18,00

    Participação(%)doMilho(M)emtermosdeProteínaBruta.100------------60,76

    9------------PB/Milho=9x60,76=5,47%100

    Participação (%) do Farelo de Soja (FS) em termos de ProteínaBruta.

    100------------21,5545------------PB/F.deSoja=45x21,55=9,70%

    100

    Participação (%) do Farelo de Trigo (FT) em termos de ProteínaBruta.

    100------------17,6916------------PB/F.deSoja=16x17,69=2,83%

    100

    Ingredientes Quantidadedos

    Ingrediente

    ConteúdoNutricional

    (Kcal.kg-1/EM)

    Participaçãodos

    nutrientes

  • (kg) (Kcal.kg-1/EM)

    Milho 60,76 3.400 2.065,84

    Farelo deSoja

    21,55 2.566 552,97

    Farelo deTrigo

    17,69 1.590 281,27

    Total 100 - 2.900,08

    Participação (Kcal/kg) do Milho (M) em termos de EnergiaMetabolizável.

    100------------60,763.400------------EM/Milho=3.400x60,76=2.065,84Kcal/Kg

    100Participação (Kcal/kg) do Farelo de Soja (FS) em termos de

    EnergiaMetabolizável.100------------21,552.566------------EM/F.deSoja=2.566x21,55=552,97Kcal/Kg

    100

    Participação (Kcal/kg) do Farelo de Trigo (FT) em termos deEnergiaMetabolizável.100------------17,691.590------------EM/F.deTrigo=1.590x17,69=281,27Kcal/Kg

    100

    Portanto, as matérias-primas (Milho, Farelo de Soja e Farelo deTrigo)atenderamosrequerimentosde18,00%deProteínaBruta(PB)e

  • 2.900Kcal/kgdeEnergiaMetabolizável.

    ...3MétododoQuadro

    Nestemétodoépossívelformularraçõescomváriosingredientesenutrientes.Nosexemplosutilizaremosapenascomonutrientesaenergiametabolizável, proteína bruta, cálcio e fósforo disponível, que sãoconsideradososmaisimportantesdopontodevistanutricional.

    Exemplo: Formular 100 kg de ração para aves de postura com 40semanasdeidadecom17%deProteínaBruta;2.700kcal/kgdeEnergiaMetabolizável; 3,80% de Cálcio e 0,45% de Fósforo Disponível;utilizando-se os seguintes ingredientes: Milho (9% PB e 3.400 kcal/kgEM);FarelodeSoja (44%PBe2.250kcal/kgEM);FarinhadeCarneeOssos (40% PB e 1.930 Kcal/kg EM, 12% Cálcio e 5% FósforoDisponível);FosfatoBicálcico(22%Cálcioe18%deFósforoDisponível);CalcárioCalcítico(36%Cálcio);SalComumePremixVit/Min(suplementovitamínicomineral).

    Observações:1)Neste método de cálculo não se utiliza fósforo total, mas sim

    fósforo disponível (Pd) em fontes de origem vegetal, tendo emvista que as aves somente conseguemmetabolizar (aproveitar)33%dofósforodestas;

    2)Nasfontesdeorigemanimalofósforodisponível(Pd)é igualaofósforototal;

    3)Inicialmente fixa-se os ingredientes commenor participação nasrações dentro dos limites de utilização (Premix Vit/Min e namaioriadasoportunidadesoSal);

    4)Ofósforodisponível(Pd)éoprimeironutrienteaserfechado.

  • PassosparaResolução1)Fixar em 5% ou kg de Farinha de Carne eOssos e verificar a

    contribuiçãodestaparacadanutriente

    ProteínaBrutaEnergiaMetabolizável(EM)40----------1001.930----------100x----------5x----------5

    x=2kgou5%de40=2,0kgx=96,50ou5%de1930=96,50

    CálcioFósforoDisponível12----------1005----------100x----------5x----------5

    x=0,60kgou5%de12=0,60kgx=0,25ou5%de5=0,25

    2)Utilizar o Fosfato Bicálcico para atendimento do restante dofósforodisponível(Pd).

    0,45-0,25=0,20kg(DéficitdePdasercompletadopeloFosfatoBicálcio)18----------1000,20----------xx=1,11kgdeFosfatoBicálcicoserãoutilizadosparacompletaroPd.ContribuiçãodeCálciodoFosfatoBicálcico:22----------100x----------1,11x=0,24kgdeCaseráacontribuiçãodoFosfatoBicálcicoparaaração.

    3)Utilizar o Calcário Calcítico para atendimento do restante doCálcio

    3,80-0,60-0,24=2,96(DéficitdeCaasercompletadopeloCalcário

  • calcítico)36----------1002,96----------xx=8,22kgdeFosfatoBicálcicoserãoutilizadosparacompletaroCa.

    4)Neste caso, fixar o Sal Comum e o Premix Vit/Min, em 0,35 e0,50 % (quando o cálculo for trabalho na base 100) ou kg,respectivamente.

    Logo:Sal=0,35kgPremixVit/Min=0,50kg

    5)VerificaroSub-TotaleDéficitdaraçãototalSubtotal=5,0(FarinhadeCarneeOssos)+1,11(FosfatoBicálcico)+

    8,22 (CalcárioCalcítico) + 0,35 (Sal comum) + 0,50 (Premix Vit/Min) =15,18.

    LogooDéficitserá100,00-15,18=84,82kgdaração.

    6)UtilizaroMilho(M)eoFarelodeSoja(FS)paraatenderaProteínaBrutaeEnergiaMetabolizávelresolvendoocálculoatravésdométodoalgébrico.

    M+FS=84,82(Equaçãototal)0,09M+0,44FS=15,00(Equaçãodaproteínabruta)

    84,82=refere-seaototalquefaltafechararação15,00=refere-seaodéficitparaatendimentodaproteína

    Para eliminar a matéria-prima Milho, multiplica-se a Equação totalpor0,09eaEquaçãodaproteínabrutapor-1.

    M+FS=84,82x(0,09)

  • 0,09M+0,44FS=15x(-1)0,09M+0,09FS=7,63

    -0,09M-0,44FS=-15,00-0,35FS=-7,37

    Então:FS=7,37/-0,35FS=21,06kgLogoM=84,82-21,06M=63,76kg

    Outrora para verificar se os cálculos estão corretos, pode-serealizaraProvadoCálculo:

    Ingredientes Quantidadedos

    Ingrediente(kg)

    ConteúdoNutricional(%/PB)

    Participaçãodosnutrientes

    (%PB/ingrediente)

    Milho 63,76 9 5,47

    Farelo deSoja

    21,06 44 9,70

    Total 84,82 - 17,01

    Participação(%)doMilho(M)emtermosdeProteínaBruta.100------------63,76

    9------------PB/Milho=9x63,76=5,74%100

  • Participação (%) do Farelo de Soja (FS) em termos de ProteínaBruta.

    100------------21,0644------------PB/F.deSoja=44x9,27=9,27%

    100

    Ingredientes Quantidadedos

    Ingrediente(kg)

    ConteúdoNutricional

    (Kcal.kg-1/EM)

    Participaçãodos

    nutrientes(Kcal.kg-1/EM)

    Milho 63,76 3.400 2.167,84

    Farelo deSoja

    21,06 2.250 473,85

    Total 84,82 - 2.641,69

    Participação (Kcal/kg) do Milho (M) em termos de EnergiaMetabolizável.

    100------------63,763.400------------EM/Milho=3.400x63,76=2.167,84Kcal/Kg

    100Participação (Kcal/kg) do Farelo de Soja (FS) em termos de

    EnergiaMetabolizável.100------------21,062.250------------EM/F.deSoja=2.250x21,06=473,85Kcal/Kg

    100Valeressaltarque,aofinaldoscálculos,oquadroiráencontrar-se

  • daseguinteforma:

    Concluindo, os requerimentos nutricionais foram atendidos com asmatérias-primas escolhidas, com 17,01% de PB; 2.738,19 Kcal/kg EM;3,8%Cae0,45%Pd.

    Exemplo:Formular100kgderaçãoparajuvenisdetilápiascom32%deProteínaBruta; 3.400 kcal/kg deEnergiaDigestível; 0,76%deCálcio e0,47% de Fósforo Disponível; utilizando-se os seguintes ingredientes:Milho(7,88%PBe3.460kcal/kgED);FarelodeSoja (45%PBe3.425kcal/kg ED); Farinha de Peixe (54% PB e 3.050 Kcal/kg ED, 5,88%Cálcioe2,89%FósforoDisponível);FosfatoBicálcico(22%Cálcioe18%Fósforo Disponível); Óleo de Soja (8.600 Kcal/kg ED); Sal Comum ePremixVit/Min(suplementovitamínicomineral).

    PassosparaResolução:1)Fixarem8%oukgdeFarinhadePeixeeverificaracontribuição

    destaparacadanutriente

    ProteínaBrutaEnergiaMetabolizável(EM)54----------1003.050----------100x----------8x----------8

  • x=4,32kgou8%de54=4,32kgx=244,00ou8%de3.050=244,00

    CálcioFósforoDisponível5,88----------1002,89----------100x----------8x----------8

    x=0,47kgou8%de5,88=0,47kgx=0,23ou8%de2,89=0,23

    2)Utilizar o Fosfato Bicálcico para atendimento do restante dofósforodisponível(Pd).

    0,45-0,25=0,20kg(DéficitdePdasercompletadopeloFosfatoBicálcio)18----------1000,24----------xx=1,33kgdeFosfatoBicálcicoserãoutilizadosparacompletaroPd.

    ContribuiçãodeCálciodoFosfatoBicálcico:22----------100x----------1,33x=0,29kgdeCaseráacontribuiçãodoFosfatoBicálcicoparaaração.

    3)Fixarem1,33%oukgdeÓleodeSojaeverificaracontribuiçãoenergética.

    8.600----------100x----------1,33x=114,38kgdeEnergiaDigestívelseráacontribuiçãodoÓleodeSoja.

    4)Neste caso, fixar o Sal Comum e o Premix Vit/Min, em 0,35 e0,50 % (quando o cálculo for trabalho na base 100) ou kg,respectivamente.

    Logo:

  • Sal=0,35kgPremixVit/Min=0,50kg

    5)VerificaroSub-TotaleDéficitdaraçãototal.Subtotal = 8,00 (Farinha dePeixe) + 1,33 (FosfatoBicálcico) + 1,33

    (ÓleodeSoja)+0,35(Salcomum)+0,50(PremixVit/Min)=11,51.LogooDéficitserá100,00-11,51=88,49kgdaração.

    6)UtilizaroMilho(M)eoFarelodeSoja(FS)paraatenderaProteínaBruta e Energia Digestível resolvendo o cálculo através do métodoalgébrico.

    M+FS=88,49(Equaçãototal)0,0788M+0,45FS=27,68(Equaçãodaproteínabruta)

    88,49=refere-seaototalquefaltafechararação27,68=refere-seaodéficitparaatendimentodaproteína

    Para eliminar a matéria-prima Milho, multiplica-se a Equação totalpor0,0788eaEquaçãodaproteínabrutapor-1.

    M+FS=88,49x(0,0788)0,0788M+0,45FS=27,68x(-1)

    0,0788M+0,0788FS=6,97-0,0788M-0,45FS=-27,69

    -0,3712FS=-20,72Então:FS=-20,72/-0,3712FS=55,81kgLogo

  • M=88,49-55,81M=32,68kg

    Outrora para verificar se os cálculos estão corretos, pode-serealizaraProvadoCálculo:

    Ingredientes Quantidadedos

    Ingrediente(kg)

    ConteúdoNutricional(%/PB)

    Participaçãodosnutrientes

    (%PB/ingrediente)

    Milho 32,68 7,88 2,57

    Farelo deSoja

    55,81 45 25,11

    Total 88,49 - 27,68

    Participação(%)doMilho(M)emtermosdeProteínaBruta.100------------32,68

    7,88------------PB/Milho=7,88x32,68=2,57%100

    Participação (%) do Farelo de Soja (FS) em termos de ProteínaBruta.

    100------------55,8145------------PB/F.deSoja=45x55,81=25,11%

    100

  • Ingredientes Quantidadedos

    Ingrediente(kg)

    ConteúdoNutricional

    (Kcal.kg-1/EM)

    Participaçãodos

    nutrientes(Kcal.kg-1/EM)

    Milho 32,68 3.460 1.130,73

    Farelo deSoja

    55,81 3.425 1.911,49

    Total 88,49 - 3.042,22

    Participação (Kcal/kg) do Milho (M) em termos de EnergiaMetabolizável.

    100------------32,683.460------------EM/Milho=3.460x32,68=1.130,73Kcal/Kg

    100Participação (Kcal/kg) do Farelo de Soja (FS) em termos de

    EnergiaMetabolizável.100------------55,813.425------------EM/F.deSoja=3.425x55,81=1.911,49Kcal/Kg

    100Valeressaltarque,aofinaldoscálculos,oQuadroiráencontrar-se

    daseguinteforma:

    Ingredientes% kg PB ED Ca Pd

    100 % Kg Kcal/kg Kcal/kg % kg % kg32,00 32,00 3400,00 3400,00 0,76 0,76 0,47 0,47

    FarinhadePeixe

    8,00 54,00 4,32 3050,00 244,00 5,88 0,47 2,89 0,23

    FosfatoBicálcico

    1,33 22,00 0,29 18,00 0,24

  • Óleodesoja

    1,33 8600,00 114,38

    SalComum 0,3500 PremixVit./Min

    0,5000

    SUBTOTAL 11,51 4,32 358,38 0,76 0,47Déficit 88,49 27,68 3041,62 Milho 32,68 7,88 2,57 3460,00 1130,73

    FarelodeSoja

    55,81 45,00 25,11 3425,00 1911,49

    TOTAL 100,00 32 3400,60 0,76 0,47

    ..1Composiçãodosalimentos

    A tabela a seguir apresenta as composições químicas referenciaisdas principais matérias-primas que podem ser utilizadas no cálculo deraçõesparaavesesuínossegundoRostagnoetal(2011).

    Matérias-Primas

    MS(%)

    PB(%)

    Ca(%)

    Pd(%)

    Pt(%)

    FB(%)

    Na(%)

    CascadeSoja 89,13 13,88 0,50 0,03 0,14 32,70 -FarelodeArroz 88,20 13,13 0,11 0,24 1,67 8,07 0,04FarelodeCanola 89,29 37,97 0,56 0,27 0,81 11,20 0,09FarelodeGirassol 89,74 30,22 0,35 0,34 1,03 25,73 0,02FarelodeSoja45% 88,75 45,22 0,24 0,22 0,56 5,30 0,02FarelodeSoja48% 89,18 48,10 0,31 0,22 0,56 4,19 0,02FarelodeTrigo 88,38 15.62 0,14 0,011 0,32 2,37 0,01Farinha de Carne eOssos36%

    92,91 36,31 14,21 6,40 7,11 - 0,49

  • Farinha de Carne eOssos38%

    93,60 38,48 13,67 6,15 6,83 - 0,32

    Farinha de Carne eOssos41%

    92,74 40,83 13,07 5,88 6,53 - 0,51

    Farinha de Carne eOssos44%

    93,27 43,50 12,28 5,53 6,14 - 0,70

    Farinha de Carne eOssos46%

    93,27 45,87 11,94 5,37 5,97 - 0,72

    Farinha de Carne eOssos48%

    93,77 48,01 11,23 5,05 5,61 - 0,59

    Farinha de Carne eOssos50%

    93,95 50,36 10,56 4,75 5,28 - 0,59

    Farinha de Carne eOssos55%

    93,54 54,74 9,14 4,11 4,57 - 0,70

    Farinha de Carne eOssos63%

    94,50 63,17 7,40 3,33 3,70 - 0,60

    Farinha de GérmenIntegraldeMilho

    89,71 10,38 0,04 0,19 0,51 4.48 0,02

    FarinhadePeixe54% 92,06 54,58 5,88 2,89 2,89 - 0,68FarinhadePeixe61% 91,71 61,42 4,70 2,41 2,41 - 0,50LeiteemPóDesnatado 94,30 33,10 1,21 0,75 0,75 - 0,41LeiteemPóIntegral 96,20 23,70 0,97 0,60 0,60 - 0,32LeiteemPóSoro 95,40 12,07 0,75 0,68 0,68 - 0,79Milheto 89,30 12,71 0,04 0,10 0,31 3,48 0,01Milho7,88 87,48 7,88 0,03 0,06 0,25 1,73 0,02MilhoAltaGordura 87,70 8,21 0,02 0,07 0,27 2,60 0,01MilhoAltaLisina 88,43 8,26 0,04 0,05 0,20 1,52 0,01ÓleodeDendê 99,50 - - - - - -ÓleodeSoja 99,60 - - - - - -Raspa Integral de 87,67 2,47 0,20 0,03 0,09 5,42 0,03

  • Mandioca

    Sorgo(altotanino) 85,88 8,94 0,03 0,08 0,26 2,78 0,01Sorgo(baixotanino) 87,90 8,97 0,03 0,08 0,26 2,30 0,02Triticale 88,23 12,23 0,04 0,09 0,29 2,61 0,02*Fósforodisponível(Pd):nasfontesdeorigemvegetalasavessomenteconseguemmetabolizar(aproveitar)33%dofósforotoral;**Fósforototal(Pt);Fonte:Rostagnoetal(2011).

    A tabela a seguir apresenta as composições energéticasreferenciais das principaismatérias-primas que podem ser utilizadas nocálculoderaçõesparaavesesuínossegundoRostagnoetal(2011).

    Matérias-Primas

    EB(Kcal/kg)

    EMAves(Kcal/kg)

    EDSuínos(Kcal/kg)

    EMSuínos(Kcal/kg)

    CascadeSoja 3.900 858 2.261 2.207FarelodeArroz 4.335 2.521 3.179 3.111FarelodeCanola 4.203 1.692 3.019 2.787FarelodeGirassol 4.289 1.795 2.141 1.955FarelodeSoja45% 4.090 2.254 3.425 3.154FarelodeSoja48% 4.161 2.295 3.540 3.253FarelodeTrigo 3.914 1.795 2.504 2.390Farinha de Carne e Ossos36%

    3.122 1.700 1.852 1.695

    Farinha de Carne e Ossos38%

    3.209 1.873 2.044 1.820

    Farinha de Carne e Ossos41%

    3.286 1.937 2.296 2.068

    Farinha de Carne e Ossos44%

    3.490 2.177 2.430 2.200

  • Farinha de Carne e Ossos46%

    3.665 2.417 2.564 2.332

    Farinha de Carne e Ossos48%

    3.984 2.511 2.705 2.446

    Farinha de Carne e Ossos50%

    3.984 2.591 2.752 2.485

    Farinha de Carne e Ossos55%

    4.017 2.710 2.905 2.598

    Farinha de Carne e Ossos63%

    4.341 2.810 3.210 2.870

    FarinhadeGérmenIntegraldeMilho

    4.250 3.144 3.355 3.260

    FarinhadePeixe54% 4.065 2.670 3.050 2.740FarinhadePeixe61% 4.199 2.778 3.170 2.845LeiteemPóDesnatado 4.163 2.781 3.805 3.590LeiteemPóIntegral 5.431 - 5.137 4.948LeiteemPóSoro 3.703 - 3.486 3.371Milheto 3.930 3.165 3.036 2.940Milho7,88 3.940 3.381 3.460 3.340MilhoAltaGordura 4.216 3.560 3.630 3.582MilhoAltaLisina 3.907 3.405 3.508 3.409ÓleodeDendê 9.400 8.817 8.010 7.690ÓleodeSoja 9.333 8.790 8.600 8.300Raspa Integral deMandioca

    3.621 2.973 3.048 3.020

    Sorgo(altotanino) 3.860 2.956 3.081 2.984Sorgo(baixotanino) 3.912 3.189 3.383 3.315Triticale 3.853 3.031 3.278 3.181Fonte:Rostagnoetal(2011).

  • A tabela a seguir apresenta as fontesmineraismais utilizadas emraçõesparaaves,suínosepeixes.

    Fontes

    Cálcio(%)

    Fósforo(%)

    Sódio(%)

    Magnésio(%)

    Flúor(%)

    Cloro(%)

    Calcáriocalcítico 36-38

    - - 0,2 - -

    Farinhadeostras 36 - - - - -Fosfatobicálcico 22-

    2218 - - 0,13 -

    Foscálcio 24 18 - - 0,18 -Cloretodesódio - - 37 - - 60

    A tabela a seguir apresenta as composições químicas referenciaisdas principais matérias-primas que podem ser utilizadas no cálculo deraçõesparatilápiassegundoFuruyaetal(2010).

    Matérias-Primas

    MS(%)

    PB(%)

    MSdig(%)

    Pd(%)

    Pt(%)

    Amido 89,70 0,55 62,83 - -FarelodeAlgodão30% 88,91 30,88 47,22 - -FarelodeAlgodão34% 89,82 33,50 70,15 - -FarelodeAlgodão40% 93,67 40,33 65,78 0,31 0,83FarelodeAlgodão45% 91,19 44,71 78,18 - -FarelodeArroz 91,74 12,80 51,00 0,31 1,78FarelodeCanola 90,54 37,66 69,96 0,28 0,93FarelodeSoja45% 89,02 45,93 64,14 0,14 0,54FarelodeSoja48% 92,42 49,60 - - -FarelodeTrigo 90,31 14,85 55,71 0,29 0,81FarinhadeCarneeOssos 93,13 45,25 64,23 - -

  • FarinhadePeixe 91,68 54,44 72,47 2,37 4,33FubádeMilho 87,95 6,91 77,08 - -GérmendeMilho 89,10 10,18 48,60 - -MilhoGrão 87,50 8,36 57,12 0,11 0,20ÓleodeSoja - - - - -RaspadeMandioca 87,35 3,09 68,26 - -SorgoBaixoTanino 92,11 9,65 46,68 0,09 0,27SorgoAltoTanino 89,31 9,97 29,35 0,08 0,26Fonte:Furuyaetal(2010).

    A tabela a seguir apresenta as composições energéticasreferenciais das principaismatérias-primas que podem ser utilizadas nocálculoderaçõesparatilápiassegundoFuruyaetal(2010).

    Matérias-Primas EnergiaBruta(Kcal/kg)

    EnergiaDigestível(Kcal/kg)

    Amido 3.630,00 2.528,35Farelo de Algodão30%

    4.139,00 2.110,90

    Farelo de Algodão34%

    4.173,00 2.591,00

    Farelo de Algodão40%

    4.287,65 3.076,80

    Farelo de Algodão45%

    4.544,00 4.095,50

    FarelodeArroz 4.098,00 2.359,63

  • FarelodeCanola 4.123,19 2.969,85FarelodeSoja45% 4.210,15 3.178,12FarelodeSoja48% 4.210,09 3.070,00FarelodeTrigo 4.032,93 2.599,72Farinha deCarne eOssos

    3.576,19 2.166,81

    FarinhadePeixe 3.901,96 3.436,13FubádeMilho 3.808,00 3.308,39GérmendeMilho 4.924,00 2.152,77MilhoGrão 3.826,00 2.901,06ÓleodeSoja 9.443,83 8.485,28RaspadeMandioca 3.870,00 3.162,95SorgoBaixoTanino 3.995,00 2.798,90SorgoAltoTanino 3.971,00 2.507,69Fonte:Furuyaetal(2010).

    ..2Programasdecustomínimo

    Atualmente, a formulação de rações é realizada através deprogramas de computador de custo mínimo, tendo a capacidade deutilizar várias matérias-primas e diversos nutrientes ao mesmo tempo.Estes softwares determinam com precisão a quantidade de cadamatéria-prima utilizada com o objetivo de atender os requerimentosnutricionaisdosanimais.

  • Capítulo5FABRICAÇÃODERAÇÕES

  • 4Fábricaderação

    Para construção de fabricas de rações devem ser observadasprincipalmenteasseguintescaracterísticas:

    1)olocaldeveserseco,arejadoedefácilacessooanotodo;2)devem ser construídas preferencialmente na entrada das

    áreasdeprodução,comafinalidadedefacilitarorecebimentodematérias-primas;

    3)sua estrutura deve ser de alvenaria com cobertura de telha(barroouamianto),compé-direitonomínimode3,5metrosecomportaamplaejanelasparaventilação;

    4)dispor de rede energia elétrica de qualidade com chavecompensadora de tensão e disjuntores dimensionados paraatenderequipamentostrifásicos;

    5)devem ser instaladas lâmpadas no interior da fábrica e naparte externa da mesma, dimensionadas de acordo com otamanho da fábrica. Recomenda-se instalar lâmpadasfluorescentes,queapesardepossuíremcustodeimplantaçãomaiselevadoqueas incandescentes,como temposãomaiseconômicaseduráveis;

    6)respeitar todas as normativas, legislações e resoluçõesimpostas pelo MAPA quanto a manejo, conservação eutilização dos equipamentos; EPI dos funcionários;armazenamento e embalagem dasmatérias-primas e raçõesprontas,dentreoutrosaspectosprimordiais.

  • Figura1-Vistafrontaldeumapequenafábricaderação

    Fonte:Osautores(2016).

    Figura2-Vistainternadematérias-primasarmazenadasempequenafábricaderação

    Fonte:Osautores(2016).

  • 4.1Formasfísicasdasrações

    No mercado existem três tipos de rações para aves, suínos epeixes, fareladas,peletizadaseextrusadas.As fareladas (formadepó)apresentamtamanhosdeaproximadamente3mmesãopreparadaspormeiodemoagemdegrãosemisturadasdeformahomogêneaasoutrasmatérias-primas, sem utilizar nenhum processo de umidificação. Asrações peletizadas apresentam tamanho variando de 5 a 7 mm eresultamderaçõesfareladasqueaoseremcolocadasnaprensa,devemser submetidas a temperatura variando de 85 a 90ºC durante 20segundos e ao serem retirados da prensa, os pellets devem serresfriados rapidamente através de ar frio até atingir 10ºC abaixo datemperaturaambientepor15minutos.

    As rações peletizadas apresentam as seguintes vantagens emrelação às fareladas: redução de agentes de contaminação microbiana(causada pela temperatura durante a peletização), melhora a eficiênciaalimentar (devido ao processo de gelatinização com melhoraproveitamento dos nutrientes), redução da escolha seletiva por partedosanimaisereduçãonocustodetransporte(emrazãodoaumentodopesoespecíficoemcercade16%).Comodesvantagens,apresentamocusto mais elevado (processo utiliza umidade, calor e pressão) enecessitamde50%amais de vitaminas (em razãodaperdadurante oprocessamento-calor).

    Quantoasraçõesextrusadas,estassãosubmetidasaumprocessode cozimento em alta temperatura, pressão e umidade controlada. Suaestabilidade na superfície da água é de cerca de 12 horas, tornando omanejoalimentarcomestetipoderaçãomaisfácil.Atualmente,temsidoaformaderaçãomaisindicadaparaapiscicultura.

    As raçõesprocessadasparaorganismosaquáticos,peletizadasouextrusadas,dificultamsobremaneiraasperdasdenutrientesporlixiviação

  • nomeio aquático. Assim, a produção de rações na propriedade, muitocomumatémeadosdadécadade1990,deixoudeserumarotina,pelosinconvenientespráticose financeiros,dando lugaràutilizaçãode raçõesprocessadas industrialmente, o que vem impulsionando o mercado deraçõesaquícolas.

    Como vantagens para piscicultura, as rações extrusadasapresentam alta estabilidade na água, excelente flutuabilidade, baixapossibilidade de perdas de nutrientes na água, excelente aceitabilidadepelospeixespodendoserfornecidaadlibitum,baixoimpactonegativonaqualidadedaáguaeótimaexcelênciaalimentarpelospeixes.Valeressaltarqueaescolhadagranulometriadaraçãoextrusadasaserfornecidadevelevaremconsideraçãootamanhodospeixes,sobretudootamanhodabocadopeixe,paraqueesteconsigacapturararaçãoe

    ingeri-la.Figura3-Máquinaextrusoraparaprocessamentoderaçõesaquícolas

    Fonte:Osautores(2016).

    4.2Equipamentoseacessóriosdeumafábricaderação

    Osequipamentoseacessóriosbásicosquecompõemumapequenaoumédia fábricade raçãosão:moinho (trituradordegrãos),misturador

  • de ração, balanças, motor estacionário preferencialmente a diesel,extintordeincêndio,relógioeestradosdemadeira.Nasgrandesfábricasde ração, além dos equipamentos citados, encontram-se:transportadores,silos,melaceadores,granuladoreseensacadores.

    Figura4-Vistainteriordeumapequenafábricaderação

    Fonte:Osautores(2016).

    4.3Moinho

    Geralmente são utilizados os moinhos de martelo constituídos depeneirascomdiversasgranulometriaspara triturarosgrãosdemilhoououtra matéria-prima, com o objetivo de facilitar a digestibilidade dosnutrientes contido nos grãos. A capacidade de moagem deve ser em

  • função da demanda da propriedade, normalmente os de maiorcapacidadeutilizammotoreselétricosde10a15CVcomredetrifásica.Para facilitar as operações na fábrica, recomenda-se instalar omoinhopróximoaomisturadoredispordeumapeçadeimãnaentradadabocadomoinho para captar peças demetal como pregos ou fragmentos deferroquepoderiamdanificarapeneira.

    Figura5-Moinhodemartelocomsilodeexpansãoacoplado

    Fonte:Osautores(2016).

    Figura6-Moinhodemartelocomdestaqueparaoencaixedosmartelosjuntoapeneira

  • Fonte:Osautores(2016).

    Figura7-Moinhotriturandomilhocompeçaimantadapararetençãodeobjetosdemetal

    Fonte:Osautores(2016).Figura8-Processodetrituraçãodeprodutoalternativo(resíduodetucumã)emmoinhoparagrãos

  • Fonte:Osautores(2016).

    4.4Misturadorderação

    É o equipamento utilizado para homogeneização das matérias-primas.Naspequenasemédias fábricas sãoutilizadosmisturadoresdotipoverticalcomumahelicóide (rosca)cujo tempodemisturaéde12a15minutoseverticalcomduashelicóides(roscas)comtempodemisturade5a8minutos.

    Nas grandes fábricas utilizam-semisturadores do tipo horizontal econtínuocujotempodemisturavariaentre4a5minutos.

    Figura9-Vistafrontaldemisturadordotipovertical

  • Fonte:Osautores(2016).

    Deve-se ficar sempre atento aos avisos afixados no misturadorconformeafiguraaseguir.

    Figura10-Avisoafixadonomisturador

    Fonte:Osautores(2016).

  • É imprescindível a colocação de fio terra no misturador (figuraabaixo),coma finalidadede impedira formaçãodeeletricidadeestáticaem seu interior, o que promoveria atração entre as partículasmenores,consequentemente,desbalanceandoasrações.

    Figura11-Fioterranomisturador

    Fonte:Osautores(2016).

    4.5Balanças

    Devem existir balanças com escala adequada para pesar asmatérias-primasaseremutilizadasnafabricaçãoderações.Napesagemdas matérias-primas que participam em maior quantidade devem-seutilizar balanças grandes comdivisões de 100 gramas.Na pesagemdesuplementos vitamínicos minerais e aditivos, que participam em menorquantidade,utilizarbalançasmenoresdotipodigital.

    Figura 12 - Balança com capacidade para 300 kg(parapequenasemédiasfábricas)

  • Fonte:Osautores(2016).

    Figura13-Pesagemempequenafábricaderação

  • Fonte:Osautores(2016).

    4.6Anexos

    Recomenda-sequefábricaderaçãopossuaummotorestacionáriopreferencialmente a diesel, para suprir eventuais faltas de energiaelétrica. Salientando-se que esta necessidade é maior para ofuncionamentodomoinho, jáqueomesmoeresponsávelpela trituraçãodegrãos.

    Figura14-Motorestacionário(diesel)

  • Fonte:Osautores(2016).

    Para maior segurança devem existir extintores de incêndio paraequipamentoselétricos,dispostosestrategicamentenointeriordafábricaderação.

    Figura15-Extintordeincêndio

    Fonte:Osautores(2016).

    Valeressaltarqueaexistênciadeumrelógionointeriordafábricaéimportante, pois ajuda o responsável pela fabricação de rações acontrolarotempodemistura.

    Destaca-se ainda que a peletização e a extrusão, mesmo

  • demandando equipamentos mais onerosos (máquinas peletizadoras eextrusoras,respectivamente),éumprocessamentoquepodeserfeitonapropriedaderuraldepequenoemédioporte.Equeasraçõesextrusadassão tidas atualmente como as mais adequadas à piscicultura,principalmente em criações semi-intensivas e intensivas, pois propiciaumaavaliaçãovisualdoconsumoderaçãonoviveiro,bemcomodiminuiperdas por solubilização para a água, porém seu custo apresenta-sesuperioraodapeletizada(PASTOREetal.,2012).

    Figura15 -Máquina extrusora para processamento de rações aquícolasempequenapropriedaderural

    Fonte:Osautores(2016).

    4.7Recebimentodasmatérias-primas

    No recebimento das matérias-primas devem ser observados osseguintesfatores:

    1)verificaraqualidade,estadoequantidadeenviada;2)os locais de armazenagem devem oferecer proteção contra

  • ratos,pássaroseinsetos;3)acondicionaremestradosdemadeiracomalturade20cm;4)organizarousodematérias-primaseraçõesdetalformaque

    aprimeiraqueentraéaprimeiraquesai, comoobjetivodemanteroestoquesemprerenovado.Esteprocessodenomina-sePEPS.

    Valeressaltarqueexistemváriosfatoresquedevemserobservadosquandodautilizaçãodomilhoemraçõesparanão-ruminantes,entreeles:

    1)armazenar em galpões secos, arejados e com piso livre deumidade;

    2)nãopodeapresentarmaisde12%deumidade;3)não possuir mais que 7% de grãos quebrados e materiais

    estranhos(palhas,etc);4)nãoapresentarfungos;5)comrelaçãoagranulometria,admite-seumaretençãodeaté

    2%napeneirade3mm.Comgrânulosmaioresdemilho (emrazão do brilho) as aves tornam-se seletivas, o quedesbalancearia a ração, já com o milho muito fino tende aformarumapastanobico,oqueafetariaoconsumoderação;

    6)apósmoídonãoestocarmaisde72horas;7)não armazenar próximo a adubos, herbicidas, inseticidas ou

    outrosmateriaisconsideradostóxicos,dentreoutros.

    4.7.1Pré-mistura

    Napré-misturadesuplementosvitamínicomineraleaditivosutiliza-se omisturador tipoY ouV paramelhor homogeneização.Contudo, nasuaausênciapode-serealizarumapré-misturautilizandoumsacoplásticoresistente com capacidade para até 10 kg, tendo-se como veículo o

  • farelo de soja moído. Este processo deve ser realizado remexendo osaco várias vezes até tornar homogênea a pré-mistura. O sal comumrefinadonãodeveserincluídonapré-mistura,poispromoveoxidaçãodasvitaminasIipossoIúveis.

    Outra maneira de realizar esta pré-mistura é através de ummisturador rústico, feito de tambor usado de combustível ou qualqueroutro produto, disposto em duas hastes com rolamentos nasextremidades,comafinalidadedefacilitaraviragemdomesmo.Aadiçãodossuplementosefeitaporumaaberturanocentrodotambor.

    4.7.2Misturadasmatérias-primassemadiçãodeóleovegetal

    Antes de iniciar a mistura as matérias-primas devem serdevidamente pesadas e preparadas. A adição das matérias-primas nomisturadorvertical jáem funcionamentoempequenasemédias fábricasderaçõesdeveobedeceraseguintesequência:

    1) adicionarmetadedaquantidadedomilhodamistura;2) adicionarmetadedofarelodesoja;3) adicionartodaapré-mistura;4) adicionar todas as matérias-primas de origem vegetal (ex.:

    farelodetrigo);5) adicionartodoosalcomumrefinado;6) adicionar todas as matérias-primas de alta densidade

    (calcário, fosfato bicálcico e farinha de ostra) ou farinha decarneeosso;

    7) adicionarorestantedomilho;8) adicionar o restante do farelo de soja (deve descontar a

    quantidadedefarelodesojautilizadonapré-mistura);

    9) abrir a válvula de circulação por algum tempo com afinalidadedehomogeneizaramistura;