jogos, brinquedos e brincadeiras no...

29
LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA Guarulhos 2017 JULIANA DA SILVA NASCIMENTO

Upload: lyliem

Post on 10-Dec-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO

JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NO

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Guarulhos

2017

JULIANA DA SILVA NASCIMENTO

JULIANA DA SILVA NASCIMENTO

LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO

JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NO

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Pedagogia. Orientadora: Rúbia Ferreira

Guarulhos 2017

JULIANA DA SILVA NASCIMENTO

LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO

JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NO

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Esp. Keila Boldrin

Prof(ª). Ma. Ana Paula Dias Cintra

Prof(º). Esp. Joel Filho

Guarulhos, de de 2017

Dedico este trabalho...

À Deus que meu fôlego de vida e me sustenta até hoje, aos meus pais, amigas da faculdade, meu esposo Roberto Alves, minha irmã Andréia Vieira е a toda minha família que, com muito carinho е apoio, não mediram esforços para qυе еυ alcançasse a realização dos meus ideais.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me dar saúde e coragem para enfrentar todas as

adversidades da vida e conseguir chegar até o presente momento. Agradeço ao

eterno e maravilhoso Deus, pelo meu fôlego de vida e por toda minha família, pois

sem a ajuda Dele não teria superado as dificuldades.

Primeiramente sou grata ao bom Deus que me outorgou essa sublime ocasião

fosse vivenciada por mim, proporcionando felicidade aos meus pais, ao meu esposo

e a todos que apoiaram e colaboraram para a efetuação deste trabalho.

A instituição Anhanguera por ter concedido a chance de realizar o curso de

Pedagogia e a todo o corpo docente, como também a direção e a administração que

colaboram de forma significativa para que nós, alunos, consigamos obter um ensino

de qualidade.

Sou grata ao meu pai Antonio Braz e a minha mãe Geralda Vieira pelos seus

ensinamentos que levarei por toda minha vida. Agradeço em especial ao meu esposo

Roberto Alves por não medir esforços para que eu pudesse concluir meus estudos e

realizasse meu sonho. Agradeço também aos meus amigos e excepcionalmente as

minhas amigas do curso por sempre me apoiarem, acreditarem e estarem comigo em

todos os momentos ao longo dessa trajetória.

NASCIMENTO, Juliana da Silva. Ludicidade: Jogos, brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento da criança.2017. 29 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Anhanguera, Guarulhos, 2017.

RESUMO

Este trabalho de caráter bibliográfico de conclusão de curso apresenta a influência dos jogos, brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento da criança como também o papel do professor ante os elementos lúdicos. Tendo como tema principal a criança e seu desenvolvimento mediante a utilização dos elementos lúdicos pelo professor no processo de ensino aprendizagem, tornando-o um assunto essencial a ser tratado pelos educadores, pedagogos, comunidade, escola e familiares que tenham o intuito de educar colaborando para que a criança compreenda a si mesma, os outros e a sociedade. Assim sendo, serão abordados em alguns tópicos dos capítulos o contexto atual da sociedade diante dos elementos lúdicos e a formação do professor para atuar com excelência facilitando a interação e a socialização da criança no meio em que vive para que contribua no seu desenvolvimento integral.

Palavras-chave: Criança; Lúdico; Jogos; Brinquedos; Brincadeiras.

NASCIMENTO, Juliana da Silva. Playfulness: Games, toys and jokes in child

development.2017. 29 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Pedagogia) – Anhanguera, Guarulhos, 2017.

ABSTRACT

This work of bibliographical character of conclusion of course presents the influence of the games, toys and jokes in the development of the child as well as the role of the teacher before the playful elements. Having as main theme the child and its development through the use of the ludic elements by the teacher in the process of teaching learning, making it an essential subject to be addressed by educators, pedagogues, community, school and family that aim to educate collaborating to that the child understands himself, others and society. Thus, some topics in the chapters will address the current context of the society in front of the play elements and the teacher training to act with excellence facilitating the interaction and socialization of the child in the environment in which he lives to contribute to its integral development.

Key-words: Child; Playful; Games; Toys; Jokes.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ONU Organização das Nações Unidas

RCNEI Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil UNICEF Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância

– em inglês, United Nations International Children's Emergency Fund.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 10

1. DESENVOLVIMENTO INFANTIL ......................................................... 12

1.1 TEORIA DE VYGOTSKY ...................................................................... 15

2. O LÚDICO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR .................................. 17

2.1 O PAPEL DO PROFESSOR ANTE OS ELEMENTOS LÚDICOS ......... 19

2.1.1 O educador e o contexto atual da sociedade ....................................... 21

3. DEFINIÇÃO DE JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS ........... 24

3.1 A INFLUÊNCIA DOS JOGOS, DOS BRINQUEDOS E DAS

BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ........................... 25

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 27

REFERÊNCIAS ............................................................................................. 28

10

INTRODUÇÃO

Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras fazem parte do cotidiano da criança,

dessa forma interagem, socializam e aprendem com destreza, assimilam em grupo,

sabem tomar decisões e compreendem o mundo que as rodeiam. No desenvolvimento

da criança é essencial que não faltem esses elementos, pois possibilitam momentos

prazerosos dando espaço à imaginação e a criatividade.

No momento atual no meio em que vivemos, o capitalismo reina influenciando a

maioria das pessoas, até mesmos as crianças, efetuando domínio por intermédio dos

meios de comunicação.

Através dos jogos, dos brinquedos e das brincadeiras, aprimora-se a capacidade

na tomada de decisões, como também a criatividade e auxilia no desenvolvimento da

motricidade da criança, além disto transformam as aulas mais atrativas para os alunos

de forma lúdica possibilitando o desenvolvimento integral da criança. Quando se

encontra brincando ou jogando pode exprimir revelando seus anseios e afetos, deve-

se oferecer a criança momentos agradáveis por meio do lúdico como base no

desenvolvimento da criança.

Desta forma, surge um questionamento fomentador para realização deste

trabalho: Como os jogos, os brinquedos e as brincadeiras auxiliam no desenvolvimento

da criança?

O objetivo geral desta pesquisa é compreender a relevância dos jogos, dos

brinquedos e das brincadeiras no desenvolvimento do ser humano enquanto criança

com base em pesquisas bibliográficas.

Tendo em vista três objetivos específicos que são: apresentar a concepção de

infância no decorrer da História, relatar o contexto atual do professor e a necessidade

de formação adequada para manusear os elementos lúdicos e relatar a definição de

jogo, brinquedo e brincadeira e suas influências no desenvolvimento da criança. Assim

sendo, esta pesquisa foi dividida em três capítulos:

No capítulo inicial que tem por título: Desenvolvimento Infantil, no qual foi

discorrido sobre a infância da Idade Moderna à Atualidade como também foi abordado

a concepção do desenvolvimento da criança defendida por Lev Vygotsky. No segundo

capítulo: O papel do educador ante os elementos lúdicos, como se encontra o

11

educador no contexto atual. Já no terceiro: Os jogos, brinquedos e brincadeiras e a

sua influência no desenvolvimento da criança que tratou sobre a contribuição social e

educacional de forma holística.

12

1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Antigamente a criança era vista como irrelevante, sem direitos sociais e sem

independência, felizmente o tempo passou e com isso vieram diversas mudanças na

visão sobre a infância, porém para chegar até o presente oportuno a concepção de

infância variou de acordo com o trajeto percorrido pela criança no decorrer da História.

Ainda no século XII, a situação de saúde e higiene eram abaixo do que um ser humano

precisava pra sobreviver por esse motivo o índice de mortalidade infantil era alto.

Todavia as crianças que chegavam até uma certa idade não tinham ao menos

identidade, alcançavam esse mérito apenas quando faziam coisas que os adultos

faziam como por exemplo o trabalho na mão-de-obra.

Pode-se apresentar um argumento contundente para demonstrar que a suposta indiferença com relação à infância nos períodos medieval e moderno resultou em uma postura insensível com relação à criação de filhos. Os bebês abaixo de 2 anos, em particular, sofriam de descaso assustador, com os pais considerando pouco aconselhável investir muito tempo ou esforço em um “pobre animal suspirante”, que tinha tantas probabilidades de morrer com pouca idade. (HEYWOOD, 2004, p.87)

Desta forma, segundo Heywood (2004) resultou em uma situação degradante,

muitas crianças não chegavam se quer no final da primeira infância. A forma de tratar

variava de acordo com o sexo se fosse masculino tinha mais privilégios, porém se

fosse do sexo feminino eram menosprezadas, pois “as meninas costumavam ser

consideradas como o produto de relações sexuais corrompidas pela enfermidade,

libertinagem ou a desobediência a uma proibição” (HEYWOOD, 2004, p.76).

No cenário familiar, a criança não era prestigiada, e na maioria das vezes, era

vista como um incômodo. Eram ignoradas as fases de crescimento e desenvolvimento

infantil, não era feito nenhum registro de nascimento, posto que pouco significava a

verdadeira idade para as pessoas.

O infanticídio acontecia com frequência nas famílias mais desprovida de

recursos financeiros da sociedade, em grande parte ocorria de forma intercorrente, ao

repousarem para descansar, os bebês eram sufocadas na cama dos próprios pais.

13

Para tais famílias, a criança chegava a se tornar um risco à sobrevivência dos seus

responsáveis, sendo consequentemente abandonados.

Ao longo dos 7 a 9 anos de idade ficavam com famílias de outros, e, quando

regressavam para casa se tornavam completamente estranhas à família. Com a

atuação do clérigo, as crianças passaram a serem conhecidas como “seres angelicais”.

Com essa nova percepção, foi instituído a carência de proteção, com intuito de guarda-

las do impiedoso mundo dos adultos.

A educação escolar não era do alcance de todos, apenas uma pequena parte

do clero frequentava onde o mestre transmitia apenas o conhecimento. Logo após o

século XVII, aconteceram mudanças no contexto das relações sociais que retrataram

na família, na escola e no conceito dado a infância. Com o passar dos anos a criança

deixou de estar no “mundo” dos adultos deixando de ser renegada e atraindo uma

atenção única pelo fato de agora ser vista como algo agradável de se conviver.

Contudo, a criança não poderia ser cercada de tantos cuidados a ponto de se tornar

meticulosa, pois dessa forma estariam prejudicando e tornando-as mal educadas.

Chegaram à conclusão de que era preciso educá-las para torna-las adultos

considerados.

A educação prática que era ofertada as famílias fora substituída pela educação

teórica a fim de que a criança pudesse ser educada. A partir de então passou a ser

vista como o centro das atenções dando um novo sentido à família.

No meio do século XVII as crianças que tinham idade até 5 ou 6 anos

pertenciam a primeira e iam pra escola apenas com 7 anos, já na segunda metade do

século ingressavam na escola com 10 anos. O ensino para as meninas só foi liberado

no século XVIII, onde iniciou a discriminação social no ensino entre as classes média

e patrícios. (Ariès, 1978)

No Capitalismo, no final do século XVIII aconteceu a Revolução Industrial

Europeia, na qual os povoamentos ampliam e a partir de então aparecem

oportunidades de emprego nas indústrias. As mulheres passam a ter que trabalhar

também ao invés de cuidar da casa e dos filhos, onde surgiu a carência de creches e

entidades que cuidassem das crianças enquanto trabalhavam.

A partir de então, a família passou a rever seus conceitos e levantar em torno da

criança, dela mesma e da sociedade o muro da vida particular. Com o início do sistema

capitalista, surgiu um aumento de atenção voltada à infância como também a

14

desigualdade na educação entre crianças ricas e pobres, no qual os filhos dos ricos

passaram a estudar nos colégios de educação secundária, e os filhos dos pobres a

escola primária.

No princípio dos tempos atuais é evidente a divisão das classes sociais, tendo

em vista que em outros tempos não existia distinção entre as faixas etárias como

também aos encargos da vida.

A escola modifica-se de acordo com as necessidades da sociedade

fragmentada que divide os pobres, ou seja, as classes populares para formação da

mão de obra separando dos ricos, isto é, a burguesia e a aristocracia que eram

ensinados para se tornarem sábios e intelectuais. Assim sendo, a criança refletia a

classe social na qual nascera. (Ariès, 1978)

No decorrer do século XX surge um movimento internacional em prol da criança

no qual passa a ser o centro das atenções, este século ficou afamado como o “século

das crianças” em que a sociedade passou a considerar, a reaver e a resguardar a

criança.

No dia 10 de Dezembro de 1948, a (ONU), ou seja, a Organização das Nações

Unidas aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com o propósito de

estabelecer um alicerce para os direitos humanos universalmente como podemos

observar no Artigo 2°:

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, fortuna, nascimento ou outro estatuto.

Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania. (Declaração Universal dos Direitos Humanos,1948)

Assim sendo, declara-se que todo ser humano precisa ser respeitado e exigir

seus direitos e autonomia sem diferenciação alguma. No século XX, a criança passa a

ser vista e respeitada sem distinção de sexo ou classe social, ela passa a ser

protagonista da construção da sua vida, com suas necessidades e com direito a um

atendimento exclusivo.

15

É de suma relevância recordar nessa pesquisa o Dia Mundial da Infância, o qual

deve ser lembrado, foi instituído no dia 21 de março para conscientização geral acerca

da situação social, econômica e educacional em que as crianças de todo mundo

vivenciam. Elas necessitam viver em um ambiente agradável, o primeiro meio em que

se vive é a família, e assim pertencer a uma sociedade.

A criança precisa ser tratada com zelo por todos que a rodeiam, porém esse

tratamento tem sofrido imensas mudanças durante a história com relação à questões

econômicas, sociais e políticas de cada fase da sociedade. E em cada momento

histórico, a sociedade mostra uma posição acerca da infância e os direitos que lhe são

reservados, tal como os que são outorgado à família.

Entende-se que a infância é a primeira fase da vida do ser humano que vai

essencial ser bem cuidada, ensinada e educada para que tenha um impulso em seu

desenvolvimento.

1.1 A TEORIA DE VYGOTSKY

Lev Vygotsky, nasceu na cidade de Orsha, na Rússia, no dia 05 de novembro

de 1896. Viveu na Rússia e morreu de tuberculose ainda jovem com 37 anos em

Moscou, foi pesquisador e professor, viveu na mesma época que Piaget, construiu sua

teoria com base no desenvolvimento do ser humano como consequência de um

processo social e histórico, ressaltando o papel da linguagem e da aprendizagem

nesse desenvolvimento, tornando-se a teoria denominada como Psicologia

Interativista Sociocultural. “[...] a relação que Vygotsky desenvolveu entre a psicologia

e a pedagogia, conceituando e destacando a importância social das intervenções na

Zona de Desenvolvimento Proximal inerente a toda pessoa que aprende com outras

pessoas.” Antunes (2002, p. 16)

Assim, observa-se segundo Antunes que Vygotsky desenvolveu estudos que

relacionam a Psicologia com a Pedagogia, sua teoria ficou renomada após sua morte.

Lev Vygotsky formou-se em Direito, Literatura e História, possuindo excelentes

estudos no âmbito da Psicologia.

De acordo com Vygotsky (1989) afirma que a criança faz uso da fala socializada

primeiro para relacionar-se com o outro, porém apenas depois é que utiliza como

instrumento do pensamento. Segundo o mesmo autor, a criança desde seu nascimento

desenvolve-se biologicamente, contudo esta aprendizagem está associada com as

16

relações culturais. Sendo assim, o autor declara que a aprendizagem é resultado de

um processo social, a partir de então a educação foi vista como essencial para a

aprendizagem da criança.

Para este autor, há três níveis de desenvolvimento na infância, que são: o nível

de desenvolvimento real, o nível de desenvolvimento potencial e a zona de

desenvolvimento proximal.

Segundo Vygotsky (1989), os três níveis definem-se dessa forma: Nível de desenvolvimento real: Quando a criança tem independência em suas

atividades sem necessitar de alguém pra lhe ajudar;

Nível de desenvolvimento potencial: Acontece quando a criança apenas consegue

realizar a atividade com ajuda. Dessa forma, o resultado do desempenho é motivado

por outras pessoas;

Zona de desenvolvimento proximal: é o intervalo entre os dois níveis citados acima, o

primeiro no qual a criança consegue fazer sozinha e o segundo quando a criança

realiza com a ajuda de outras pessoas e necessita de ajuda para solucionar os

problema. Este último nível de desenvolvimento está em contínua transformação, pelo

fato de que a criança hoje conseguir fazer com a ajuda de outra, amanhã conseguirá

fazer sozinha, convertendo após este nível num desenvolvimento real.

A escola fica responsável pela intervenção na zona de desenvolvimento

proximal conduzindo dessa forma a um desenvolvimento que de um jeito voluntário

não aconteceria, ou seja, a obtenção dos saberes científicos. Por esse motivo, o

professor utilize de diversas alternativas e estratégias para que os educandos atinjam

as metas recomendadas e alcancem esse nível.

O papel do professor é mediar a aprendizagem da criança facilitando seu

aprendizado. Nesse processo deve existir uma relação professor/aluno com o objetivo

de que o mediador perceba o que seu aluno já compreende e possibilitar-lhe novas

aprendizagens.

17

2 O LÚDICO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

O lúdico é um instrumento essencial para o desenvolvimento da criança, pois é

por meio dele que aperfeiçoa seu entendimento, seu conhecimento e sua visão de

mundo. O professor necessita entender a criança, como centro, para que a sua prática

seja eficiente chegue a colaborar de forma positiva na sociedade.

A educação lúdica, na sua essência, além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA, 1994, p.41).

Segundo Santos (2007) “a ludicidade é uma necessidade do ser humano em

qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão”. Desta forma, entende-se

que a ludicidade tem função primordial e a maioria dos professores não se atentaram

a sublime importância do elemento lúdico em sua formação.

A partir desse ponto de partida citado acima é preciso rever a formação dos

docentes e inserir nos cursos um alicerce curricular baseado na educação lúdica. Bem

como experimentar o lúdico, aumentando assim seu conhecimento, contribuindo de

um jeito agradável aguçando a organização do entendimento da criança e tornando-

se um excelente educador.

Conforme Santos (2010) “durante o seu percurso acadêmico, o formando deve

aprender a selecionar, a relacionar e a contextualizar as informações que lhe chegam

de forma a torna-las compreensíveis para os seus futuros alunos.” Assim sendo,

quando uma pessoa opta pela área educacional para consumação de conquista

profissional já tem em mente o que é ser professor/educador, traz consigo vivências,

crenças e ideais e a partir deles obterá novos horizontes.

A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder; alguém muito consciente e que se preocupe com ela e que a faça pensar, tomar consciência de si e do mundo e que seja capaz de dar-lhe as mãos para construir com ela uma nova história e uma sociedade melhor. (Santos, 2010; p.109).

18

É de suma importância assegurar ao futuro professor uma formação lúdica,

tornando-se educador, promovendo aprendizagens, de forma a possibilitar uma ação

pedagógica com propriedade tendo como intuito o desenvolvimento holístico da

criança. A formação contínua traz um progressivo melhoramento em serviços, nos

quais o professor analisa e reorganiza sua práxis que é de suma importância para seus

alunos.

O lúdico servirá de suporte na formação do educador, como objetivo de contribuir na sua reflexão-ação-reflexão, buscando dialetizar teoria e prática, portanto reconstruindo a práxis. (SANTOS, 2007, p.41)

De acordo com o autor Santos (2010) uma formação com qualidade necessitaria

de atentar para os três pilares que são: a formação académica, a formação pedagógica

e a formação pessoal. Na formação pessoal, o autor sugere que seja realizada de

forma lúdica na qual se estima a procura da afetividade, da sensibilidade e a

criatividade.

Por meio da formação lúdica, o professor tem a perspectiva de aprofundar

melhor, e compreender o quão essencial é as atividades lúdicas na vida da criança.

Em vista disso, a formação tem como intuito estimular nele um comportamento,

conduzi-lo a dar valor e a propagar a cultura e ainda a pensar acerca do vínculo entre

a prática e a teoria.

A formação lúdica deve possibilitar ao futuro educador conhecer-se como

pessoa, saber de suas possibilidades e limitações, desbloquear as resistências e ter uma visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do jovem e do adulto. (SANTOS, 2010, p.14)

Desta forma, segundo Santos (2010) quanto mais o professor participar de

experiências lúdicas estará se adequando para aplicar a ludicidade no cotidiano com

os alunos, ou seja, o significado concreto e verdadeiro da formação estará efetivado

se caso o professor estiver pronto para executá-lo. Nenhum resultado será alcançado

se porventura não obtiver conhecimentos sobre as bases da educação lúdica,

conjunções adequadas para socializar o saber e propensão para prosseguir. Portanto,

a questão do lúdico na formação do professor é de suma relevância sendo

19

necessário que haja com urgência a inserção nos currículos educacionais. Tal

formação trará para o educador o resgate da própria infância como também de seus

alunos, trazendo a dimensão de suas capacidades e limites para à área educacional.

2.1 O PAPEL DO PROFESSOR ANTE OS ELEMENTOS LÚDICOS

No início da vida da criança, os primeiros anos são determinantes, pois se refere

a uma fase em que está compondo sua identidade e a maior parte de sua constituição

física, mental e sócio afetiva. São, principalmente, neste período que os professor

precisa escolher diversos métodos, entre eles as atividades lúdicas, que são

adequados para interferir de forma positiva no desenvolvimento da criança,

preenchendo suas necessidades biológicas, psicológicas e sociais dando-lhe

conjunções pertinentes para desenvolver e ampliar suas habilidades e competências.

(...) As atividades lúdicas integram as várias dimensões da personalidade: afetiva, motora e cognitiva. Como atividade física e mental que mobiliza as funções e operações, a ludicidade aciona as esferas motora e cognitiva, e à medida que gera envolvimento emocional, apela para a esfera afetiva. Assim sendo, vê-se que a atividade lúdica se assemelha à atividade artística, como um elemento integrador dos vários aspectos da personalidade. O ser que brinca e joga é, também, o ser que age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. (Teixeira, 1995, p. 23).

Desta forma, o lúdico contribuirá para o desenvolvimento integral da criança,

proporcionando aprendizagem enquanto brinca e se desenvolve. Na educação infantil

o professor é essencial, pois é ele quem produz os espaços, separa os materiais

necessários, se envolve na questão lúdica, isto é, faz o intermédio da construção do

conhecimento. Ao utilizar o lúdico, seja realmente um método didático que ampare a

elaboração do conhecimento e no desenvolvimento holístico da criança.

O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo. Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. (Teixeira, 1995, p. 23).

20

O professor necessita planejar diversas situações lúdicas com intenções

educativas no propósito de obter objetivos combinados. É de suma relevância

estimular a criatividade e a imaginação a fim de que a criança tenha ocasiões para

idealizar, tramar novas serventias e atribuições para os diversos objetos: caixas vazias

de papelão, barbantes, papéis coloridos entre outros.

O educador não precisa ensinar a criança a brincar, pois este é um ato que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada, propiciando às crianças a possibilidade de escolher os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar. Dessa maneira, poderão elaborar de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais (RCNEI, 1998, p. 29).

Sendo assim, o educador como principal agente responsável pelo método das

situações de aprendizagem, é essencial saber o significado e importância do lúdico

para o desenvolvimento do educando. Concerne a ele proporcionar um ambiente que

combine as aulas rotineiras com brincadeiras tornando o espaço favorável à

aprendizagem e que traga sentimentos de contentamento ao participar.

É importante salientar o professor sendo o mediador do aprendizado, deve

utilizar novas estratégias incluindo sempre o lúdico na sua práxis, pois seu intuito é

amoldar cidadãos críticos, com autonomia e habilitados para superar diversidades da

vida diária.

E por fim, ter ciência e conhecimento acerca dos conceitos para que consiga

associar o lúdico com as situações de aprendizagem. Priorizando-o sempre na sua

ação pedagógica, prezando a liberdade de aprender por meio mais singelo e eficaz: a

brincadeira.

O lúdico seja utilizado como promotor da aprendizagem nas práticas escolares, possibilitando a aproximação dos alunos ao conhecimento (...) neste sentido, ele se constitui em um importante recurso para o professor desenvolver a habilidade de resolução de problemas, favorecer a apropriação de conceitos (CAMPOS, 2008)

Conforme o autor relata, o docente deve compreender que carece implementar

diligências acerca dos temas relacionados à aprendizagem, pesquisar e experimentar

novos métodos de ensino se apropriando do elemento lúdico para colaborar

satisfatoriamente de acordo com as necessidades de formação do aluno.

21

2.1.1 O EDUCADOR E O CONTEXTO ATUAL DA SOCIEDADE

O educador tem um papel importantíssimo no desenvolvimento da criança como

mediador de suas vivências para explorar o conhecimento e obter aprendizado

significativo. Na sociedade atual percebe-se que não há preocupação devida com as

crianças e seu desenvolvimento integral em meio ao capitalismo, que ainda reina

dando valor aos que tem recursos financeiros e ao que é pobre não se dá nem

importância.

Nunca se gostou tanto das crianças e ao mesmo tempo, hoje, se produzem cada vez menos crianças e cada vez mais se dispõe de menos tempo e espaço para elas. Os adultos acreditam que é bom para as crianças que os pais fiquem junto delas e no cotidiano cada vez mais os pais vivem separados. Os adultos valorizam a espontaneidade das crianças e ao mesmo tempo a vida das crianças é cada vez mais submetida às regras das instituições. Parece consensual que deve ser dada prioridade às crianças, embora as decisões políticas e econômicas sejam tomadas sem levar em conta as crianças. As crianças são importantes e sem importância ao mesmo tempo. Os adultos concordam que deve ser dada às crianças a melhor iniciação à vida; no entanto, as crianças permanecem longamente afastadas da vida social [...] Espera-se das crianças que elas se comportem como crianças e em contrapartida elas são frequentemente criticadas nas suas infantilidades (LEITE FILHO, 2001, p. 52).

Assim sendo, conforme afirma o autor ainda hoje existe uma luta que ao mesmo

tempo que incentiva a criança a ser criança, também impõe que ela cresça e se

comporte como se não fosse, obrigando-a não ser autônoma e construtora de seus

conhecimentos. As classes sociais exigem seus direitos plenos e um desses é o direito

que se tem perdido em meio a sociedade que não valoriza o educador como um dos

principais responsáveis pelo aprendizado das crianças desde a mais tenra idade.

Ser professor, sem dúvida nos tempos atuais não é uma missão fácil e é bem

mais complicado do que 10,20 ou 30 anos. Noutro tempo os alunos eram impelidos a

obedecer sem chances de objeção, pouquíssimos participavam das aulas, apenas o

professor lecionava em frente a lousa e os educandos ouviam ou disfarçavam que

estavam ouvindo. E se caso, alguém decidisse se opor as regras eram expulsos da

sala de aula.

Os anos passaram, e atualmente muitas situações mudaram, preconceitos foram

superados e o aluno passou a ser visto como o centro do processo de ensino

aprendizagem, se tornando um ser crítico e com visão de mundo. Com o avanço da

tecnologia os alunos necessitaram de que o professor acompanhasse esse avanço,

22

pois no contexto atual temos uma sucessão de crianças e adolescentes que

conseguem duas ou três atividades ao mesmo tempo.

O sentido real, verdadeiro, funcional, da educação lúdica estará garantido se o educador estiver preparado para realizá-lo. Nada será feito se ele não tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação lúdica, condições suficientes para socializar o conhecimento e predisposição para levar isso adiante (ALMEIDA, 2000, p.63).

Desta forma, o desafio do professor é criar aulas lúdicas e incentivadoras em que

os alunos sejam convidados a interagir e construir seus próprios conhecimentos. O

professor é aquele que intervém de maneira adequada e motiva seu discente para a

vida, visto que é responsável em fortalecer neste diversas competências e habilidades.

Todos os professores têm esta incumbência ao entrar na sala de aula, não carregam

somente o conteúdo a ser aplicado, levam consigo seu modo de viver e entender o

mundo que o rodeia.

Os alunos formam seu próprio conhecimento por diferentes meios: por sua participação em experiências diversas, por exploração sistema tica do meio físico ou social, ao escutar atentamente um relato ou uma exposição feita por alguém sobre um determinado tema, ao assistir um programa de televisão, ao ler um livro, ao observar os demais e os objetos com certa curiosidade e ao aprender conteúdos escolares propostos por seu professor na escola (COLL,1996, p.95).

À vista disso, nos dias atuais, é preciso saber se adequar a situações do

momento, se transformar e expandir o conhecimento. Ter meios para solucionar os

problemas corriqueiros, ter convivência em grupos variados, mostrar orientações são

alguns dos aspectos essenciais para todos os indivíduos, em todo e qualquer

momento, no espaço externo ou interno do ambiente escolar.

Solicita-se que o novo educando tenha um certo desenvolvimento de suas

capacidades. A educação é um trajeto que leva ao conhecimento significativo, nesse

processo o educador é o mediador desse convívio com o conhecimento.

O educador necessita ter uma relação de carinho e respeito com os alunos,

tornando a aula aprazível e encorajar a superar os desafios por meio de valores éticos

e democráticos, ou seja aprender a ouvir e respeitar as desigualdades. A Educação

deve aplicar preceitos de solidariedade, ficar ao lado dos abandonados e hostilizar os

23

resultados do capitalismo, existe também a lida contra a exclusão social que também

passa pelo professor.

Os laços entre alunos e professores se estreitam e, na imensa proximidade desse imprescindível afeto, tornou-se importante descobrir ações, estratégias, procedimentos sistêmicos e reflexões integradoras que estabeleçam vínculos fortes entre o aluno, o professor e o aprendizado (ANTUNES, 2007, p.12).

Desta forma, o contexto atual exige um esquema educacional criando elos de

afeto focado no desenvolvimento da criança de suas competências e habilidades

primordiais, de forma que os educandos possam entender e pensar sobre a realidade,

sendo participante ativo e criando ações norteadoras para uma sociedade

comprometida com o porvir.

Assim sendo, é de suma importância refletir nas características de quem deseja

ser um bom educador, e na sua função dentro da sociedade atual, neste momento em

que se exige o cumprimento de regras e reformas.

.

24

3 DEFINIÇÃO DE JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS

O jogo é para a criança desde a mais tenra idade como uma matriz de

divertimento e aprendizagem, contudo apenas fará sentido e contribuirá de acordo com

a percepção que se tem referente a esse elemento lúdico. Conforme o Dicionário de

Língua Portuguesa “atividade física ou mental fundada em sistema de regras que

definem a perda ou o ganho”, se tratando de regras como característica essencial e

não à liberdade do ato de jogar, todavia não deixa de ser uma prática que traz

contentamento para a criança.

O jogo é um instrumento pedagógico muito significativo. No contexto cultural e biológico é uma atividade livre, alegre que engloba uma significação. É de grande valor social, oferecendo inúmeras possibilidades educacionais, pois favorece o desenvolvimento corporal, estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para a adaptação ao grupo, preparando a criança para viver em sociedade, participando e questionando os pressupostos das relações sociais tais como estão postos. (KISHIMOTO, 2000).

Conforme Kishimoto (2000), por meio das atividades lúdicas é possível

aperfeiçoar as habilidades, pesquisando e pensando sobre a realidade, a vivência de

cada criança e ao mesmo tempo apresentar papéis sociais e regras. Os jogos são

recursos que melhoram o desenvolvimento cognitivo e que podem favorecer o

processo de ensino-aprendizagem como também na socialização e na interação das

crianças. É percebido por sua característica competitiva, isto é, uma competição na

qual há perdedores e ganhadores.

Já para FRIEDMANN (1996: 75) “o jogo não é somente um divertimento ou uma

recreação”, ou seja, seu significado vai mais além do que imaginação ou competição,

inclusive é visto dessa forma por professores.

O jogo é uma atividade intelectual e física que traz um conjunto de regras e

colabora com a relação entre o indivíduo e o grupo, por meio da interação a criança

obterá acesso à cultura e aos valores.

Segundo a autora KISHIMOTO (1994) brinquedo é um “objeto suporte da

brincadeira”, tal como bonecas, carrinhos, pipas entre outros. São divididos em duas

classificações estruturados e não estruturados.

Os brinquedos estruturados são aqueles que são comprados finalizados,

prontos para brincar como os exemplos citados anteriormente. Já os brinquedos não

25

estruturados não tem procedência de fábricas, tal como objetos inanimados: paus e

pedras, tendo outros sentidos nas mãos das crianças através da imaginação.

A infância, o jogo, o brinquedo e a brincadeira estão perfeitamente entrelaçados,

de maneira que desde a mais tenra idade a criança é orientada a brincar com objetos

e jogos, tanto para o aprendizado quanto para o entretenimento, contudo esses

elementos lúdicos fazem parte e dão sentido ao universo do ser humano desde a

infância.

[...] a brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que não é a outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de um problema, sob a orientação de um adulto ou um companheiro mais capaz. (VYGOTSKY, 1989, p.130)

Assim, Vygotsky (1989), afirma que é por meio das brincadeiras que as crianças

efetuam suas primeiras decisões e examinam conteúdos e questões experimentadas

pelos adultos e com o passar do tempo as crianças compreendem a vida adulta.

A brincadeira no Dicionário de Língua Portuguesa é definida como “ação de

brincar”, que se diferencia por algumas ordenações e pelo uso de regulamentos dentre

elas estão o Faz-de-Conta: brincar de Mamãe e Filhinho, Escolinha, Cozinheiro, etc.

Pode ser praticada em grupo ou individual, nela a criança pode mudar as regras, parar

de brincar e retornar quando quiser, pois a ação lúdica não é limitada.

3.1 A INFLUÊNCIA DOS JOGOS, DOS BRINQUEDOS E DAS BRINCADEIRAS

NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Quando o educador escolhe um desses três elementos lúdicos, ele está

fomentando nos seus alunos e no ambiente escolar o estímulo para interagir no

processo de ensino aprendizagem, distinguindo vivências e referências, atribuindo ao

aluno atitudes e valores.

[...] Dar-se-á à criança uma educação que favoreça sua cultura geral e lhe permita – em condições de igualdade de oportunidades – desenvolver suas aptidões e sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e moral. Chegando a ser um membro útil a sociedade. [...] A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício desse direito (UNICEF, 1959).

26

A criança traz consigo uma bagagem que é seu próprio mundo de cultura, ações

lúdicas e fantasias, para que aconteça de forma natural a aprendizagem é essencial o

respeito pela criança e o seu tempo de desenvolvimento e aprendizado.

[...] tenham em mente que é através das ações, do fazer, pensar e brincar, que o ser humano vai construir seu conhecimento e desenvolver suas estruturas psíquicas para se relacionar com o mundo concreto. (Bueno,2010, p. 21)

Dessa maneira, os elementos lúdicos são rotineiros na vida das crianças,

parecem normais, porém após averiguá-los, se comprova que a atividade lúdica está

centralizada em muitas afirmações sobre o desenvolvimento integral do ser humano.

Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras apresentam uma função primordial no

aprendizado e na socialização da criança desde a mais tenra idade.

É de suma relevância, que os educadores compreendam como utilizar desses

elementos para auxiliar o educando no desenvolvimento cognitivo e lógico, criando

ambientes prazerosos e motivadores como incentivo sem desviá-los da realidade da

sua vida e de suas vivências.

Através dos jogos, dos brinquedos e das brincadeiras a criança assimila e

aprende a repartir, superar o orgulho e resolver problemas que aparecem no dia a dia.

[...] é a forma de a criança integra-se ao ambiente que a cerca [...] assimila valores, adquire comportamentos, desenvolve diversas áreas de conhecimento: exercita-se fisicamente e aprimora habilidades motoras. No convívio com outras crianças aprende a dar e a receber ordens, esperar sua vez de brincar; de emprestar e a tomar como empréstimo brinquedos; a compartilhar momentos bons ou ruins; a fazer ami gos; ter tolerância e respeito, enfim, a criança desenvolve a sociabilidade. (RIBEIRO, 1994, p. 56)

Portanto, esse tema tem influência não apenas na práxis como também na

importância da utilização desses elementos lúdicos para construir o conhecimento e

desenvolver habilidades e competências na criança.

27

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Resume- se então, por meio deste trabalho que o desenvolvimento infantil no

decorrer da História passou por diversas concepções de infância até o presente da

sociedade atual, no princípio a criança era vista como insignificante, sem direitos nem

autonomia, porém gradativamente vem conquistando o que lhe é de direito: uma vida

digna com educação e direito de ser criança e ser feliz.

O professor faz a mediação do conhecimento e do saber da criança, partindo

desse pressuposto desde a mais tenra idade a criança passa por seu processo de

desenvolvimento e construção de conhecimento, dessa forma o professor precisa ter

uma formação relevante, pois ao experimentar os elementos lúdicos tem a

oportunidade de tornar-se capacitado e competente. A formação do educador ante os

jogos, brinquedos e brincadeiras é de suma importância para que o adulto possa

vivenciar e trazer de volta o regozijo e a alegria do brincar, trazendo assim experiências

significativas para a criança.

O jogo, o brinquedo e a brincadeira exercem um papel primordial no

desenvolvimento da criança, e contrariar seu papel no ambiente escolar é

provavelmente negar a existência da aprendizagem por meio desses elementos

lúdicos. É essencial enfatizar os benefícios que ofertam ao desenvolvimento integral

da criança trazendo traços de sociabilidade, tais como atitudes, condutas e

afetividades.

28

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica. São Paulo: Loyola, 1994. 41 p.

Educação lúdica, técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 2000. 63 p.

ANTUNES, Celso. Vygotsky, quem diria?!: em minha sala de aula. Rio de Janeiro: Vozes, 2002. 16 p.

Relações interpessoais e a autoestima: a sala de aula como espaço de crescimento integral. 5.Ed.Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. 12 p.

ARIÈS, Phillipi. A História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara, 1978.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil/ – Brasília: MEC/SEF, 1998. V1 introdução.

BUENO, Elizangela. Jogos e Brincadeiras na educação infantil: ensinando de forma lúdica. Londrina – PR, 2010. 21 p.

CAMPOS, Luciana Maria Lunard.et al. A produção de jogos didáticos para o ensino de ciências e biologia: uma proposta para favorecer a aprendizagem, 2008.

COLL, Cesar. et al. O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 1996. 95 p.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS; Brasil Escola. Disponível em:http://brasilescola.uol.com.br/geografia/declaracao-universal-dos-direitos- humanos.htm Acesso em 20 de Agosto de 2017.

FRIEDMANN, Adriana. Brincar crescer e aprender - O resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996. 75 p.

HEYWOOD, Colin. Uma história da infância: da Idade Média à época contemporânea no Ocidente. Porto Alegre: Artmed, 2004. 87 p.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. 1a ed. São Paulo: Pioneira, 1994. 63 p.

Jogo, Brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2000.

LEITE FILHO, Aristeo. Em defesa de uma educação infantil. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

RIBEIRO, Paula Simon. Jogos e brinquedos tradicionais. Petrópolis: Vozes, 1994. 56 p.

29

SANTOS, Marli Pires dos Santos. O Lúdico na Formação do Educador.7 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.41 p.

O Brincar na Escola: Metodologia lúdico-vivencial, coletânea de jogos, brinquedos e dinâmicas. 1. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 109 p.

TEIXEIRA, C. E. J. A Ludicidade na Escola. São Paulo: Loyola, 1995. 23 p.

UNICEF. Declaração Universal dos direitos das crianças (1959). Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/c_a/lex41.htm. Direitos Humanos. Acesso em 17 de Outubro de 2017.

VYGOTSKY, Lev Semenovich. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. 130 p.