jeitinho brasileiro

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Ética, cidadania e sustentabilidade O “jeitinho” brasileiro e as manifestações públicas Conforme foi escrito no artigo do sociólogo Francisco de Oliveira sobre o jeitinho e o jeitão brasileiro, notamos que essa expressão “jeitinho” se dá devido ao fato do brasileiro agir com flexibilidade, improvisação e até mesmo certa artimanha em muitas situações, tanto que esse jeito é comparado com alguém malandro, de caráter meio duvidoso que não age de forma correta e esperada. Como exemplo citado no texto quando se diz: “[...] Tinha “bossa” quem dominava a aptidão para fugir ou escapar das soluções formais. Bossa que é a expressão do jeitinho, a maneira de ganhar a vida sem se submeter aos ditames da norma, de conviver sem ser reconhecido como fora da lei. A moderna música popular brasileira, nascida no Rio, com toda razão foi chamada de bossa nova. Ela foi um jeitinho de escapar das convenções musicais à La Vicente Celestino, cópia falsa do grande canto lírico italiano. [...]”, jeitinho nada mais é do que uma forma de escapar das regras impostas, ou seja, é não obedecer necessariamente às regras. Segundo a palestra da filósofa Marilena Chauí sobre a Classe Média, ela diz que não consegue entender o grau de violência da sociedade, defende que a ética é vista como regras a serem obedecidas e isso distorceu todo o fundamento da harmonia da sociedade, pois o que deveria ser visto como algo bom a ser trabalhado por um lugar melhor pra se viver, acabou sendo destruído a ponto das pessoas não saberem mais qual o real significado da ética. De acordo com o pensamento de Francisco de Oliveira e de Marilena Chauí, em comparação com as manifestações de rua de junho de 2013, onde o protesto foi devido principalmente ao aumento da passagem de ônibus na época, o reajuste era

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Texto sobre o “jeitinho” brasileiro e as manifestações públicas

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Page 1: Jeitinho Brasileiro

Ética, cidadania e sustentabilidade

O “jeitinho” brasileiro e as manifestações públicas

Conforme foi escrito no artigo do sociólogo Francisco de Oliveira sobre o jeitinho e o jeitão brasileiro, notamos que essa expressão “jeitinho” se dá devido ao fato do brasileiro agir com flexibilidade, improvisação e até mesmo certa artimanha em muitas situações, tanto que esse jeito é comparado com alguém malandro, de caráter meio duvidoso que não age de forma correta e esperada. Como exemplo citado no texto quando se diz: “[...] Tinha “bossa” quem dominava a aptidão para fugir ou escapar das soluções formais. Bossa que é a expressão do jeitinho, a maneira de ganhar a vida sem se submeter aos ditames da norma, de conviver sem ser reconhecido como fora da lei. A moderna música popular brasileira, nascida no Rio, com toda razão foi chamada de bossa nova. Ela foi um jeitinho de escapar das convenções musicais à La Vicente Celestino, cópia falsa do grande canto lírico italiano. [...]”, jeitinho nada mais é do que uma forma de escapar das regras impostas, ou seja, é não obedecer necessariamente às regras. Segundo a palestra da filósofa Marilena Chauí sobre a Classe Média, ela diz que não consegue entender o grau de violência da sociedade, defende que a ética é vista como regras a serem obedecidas e isso distorceu todo o fundamento da harmonia da sociedade, pois o que deveria ser visto como algo bom a ser trabalhado por um lugar melhor pra se viver, acabou sendo destruído a ponto das pessoas não saberem mais qual o real significado da ética. De acordo com o pensamento de Francisco de Oliveira e de Marilena Chauí, em comparação com as manifestações de rua de junho de 2013, onde o protesto foi devido principalmente ao aumento da passagem de ônibus na época, o reajuste era de $0,20, mas não foi só devido à mobilidade urbana, mas também a todo o problema que a sociedade passa e deseja ter uma qualidade de vida melhor. Infelizmente, muitos vândalos se aproveitaram do manifesto gerando violência e desordem e isso prejudicou quem não tinha nada a ver, muitos manifestantes sofreram agressões dos policiais e novamente voltamos ao caso que a Marilena aponta sobre não “saber juntar a civilidade doméstica e a violência na vida pública”, e nessa também entra o jeitinho brasileiro de fazer as coisas no seu próprio modo, achar que o jeito mais fácil de conseguir as coisas é o mais correto, independente do que aconteça e no que prejudique o outro e essa manifestação parou São Paulo mesmo, foi uma das maiores manifestações já feitas na cidade e houve conquista, porém não houve tantas melhorias como se esperava.