jean klein

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7/21/2019 Jean Klein http://slidepdf.com/reader/full/jean-klein 1/4 Jean Klein - A Simplicidade de Ser Seus pais deram a você uma forma e um nome. Sua educação e ambiente lhe atribuíram muitas qualificações e você se identificou com elas. Em outras palavras, a sociedade lhe deu uma idéia de ser alguém. ssim quando você pensa por si mesmo, você pensa em termos de um homem com todos os tipos de qualificações que acompanham sua imagem. Esta acumulação passou por muitas mudanças, mas ainda assim você é consciente delas. !ocê pode lembrar de quando tinha sete anos. !ocê pode lembrar de quando não tinha barba. "sto indica que h# um observador destas mudanças. habilidade para observar as mudanças indica que a mudança est# em você, não você nela, pois se assim fosse, como poderia observ#$la% ssim, o que realmente pertence & percepção 'para usar sua palavra( é o que é imut#vel em você. !ocê é a testemunha de todas as mudanças, mas esta testemunha nunca muda. ssim, a questão real é, )*omo eu posso conhecer a testemunha%+ testemunha est# sempre presente, é sempre presença. o que não se identifica com a mudança, com as circunst-ncias, e então as )observa+. Sempre que você atenta para uma mudança, você o fa de uma posição do presente. um pensamento presente. esta presença contínua por toda a vida que nos chamamos de testemunha. /ão se pode di er que nasceu, pois nascimento e morte são idéias, conhecimento de segunda mão, algo que foi falado a você. *onhecer a testemunha, portanto, significa e0perimentar o estado de presença em todas as mudanças. *hamar de )testemunha+ & presença é apenas um artifício pedag1gico para mostrar$lhe que você não é a imagem que tem de si mesmo, e para destacar o su2eito, não o ob2eto, em suas percepções. /o fim, mesmo a testemunha se dissolve na presença da qual emergiu. 3 que é o corpo% 3 corpo é um pensamento, uma invenção da mente. 4uando você olha para o céu, onde est# o corpo% 4uando você olha para o céu, onde est# o homem% 5# um homem% 5# apenas visão do céu. Sem o pensamento

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Jean Klein

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7/21/2019 Jean Klein

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Jean Klein - A Simplicidade de Ser

Seus pais deram a você uma forma e um nome. Sua educação e ambiente lheatribuíram muitas qualificações e você se identificou com elas. Em outraspalavras, a sociedade lhe deu uma idéia de ser alguém. ssim quando vocêpensa por si mesmo, você pensa em termos de um homem com todos os tiposde qualificações que acompanham sua imagem. Esta acumulação passou por muitas mudanças, mas ainda assim você é consciente delas. !ocê podelembrar de quando tinha sete anos. !ocê pode lembrar de quando não tinha

barba. "sto indica que h# um observador destas mudanças. habilidade paraobservar as mudanças indica que a mudança est# em você, não você nela,pois se assim fosse, como poderia observ#$la% ssim, o que realmentepertence & percepção 'para usar sua palavra( é o que é imut#vel em você.!ocê é a testemunha de todas as mudanças, mas esta testemunha nuncamuda. ssim, a questão real é, )*omo eu posso conhecer a testemunha%+

testemunha est# sempre presente, é sempre presença. o que não seidentifica com a mudança, com as circunst-ncias, e então as )observa+.Sempre que você atenta para uma mudança, você o fa de uma posição dopresente. um pensamento presente. esta presença contínua por toda avida que nos chamamos de testemunha.

/ão se pode di er que nasceu, pois nascimento e morte são idéias,conhecimento de segunda mão, algo que foi falado a você. *onhecer atestemunha, portanto, significa e0perimentar o estado de presença em todas asmudanças. *hamar de )testemunha+ & presença é apenas um artifíciopedag1gico para mostrar$lhe que você não é a imagem que tem de si mesmo,e para destacar o su2eito, não o ob2eto, em suas percepções. /o fim, mesmo atestemunha se dissolve na presença da qual emergiu.

3 que é o corpo% 3 corpo é um pensamento, uma invenção da mente. 4uandovocê olha para o céu, onde est# o corpo% 4uando você olha para o céu, ondeest# o homem% 5# um homem% 5# apenas visão do céu. Sem o pensamento

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de ser um homem, não h# homem. !ocê tem a idéia de um corpo, mas narealidade ele não e0iste. 3 corpo, o homem, são formas de pensamento.

!ocê não desperta de manhã. a idéia de um corpo que desperta em você. 3que h# antes que o corpo desperte%

!ocê é6

Jean Klein - O Silêncio

3 silêncio é a nossa verdadeira nature a. 3 que somos fundamentalmente, éapenas o silêncio. 3 silêncio é livre do começo ao fim. Era antes do início detodas as coisas. sem causa. Sua grande a est# no fato de que elasimplesmente é. /o silêncio todos os ob2etos têm a sua terra natal. a lu qued# aos ob2etos seu conte7do e forma. 8odo o movimento, toda a atividade est#harmoni ada pelo silêncio. Est# além de positivo e negativo. 3 silêncio dissolvetodos os ob2etos.Ele não est# relacionado com qualquer contra$parte que pertença & mente. 3silêncio não tem nada a ver com a mente. Ele não pode ser definido, mas podeser sentido diretamente porque é nosso intimo. nossa plenitude, nem dentronem fora do corpo. 3 silêncio é alegre. 3 silêncio não precisa de intermedi#rio.3 silêncio é sagrado. Ele é a cura. /ão h# nenhum medo no silêncio. intocado pelo tempo. 3 silêncio é meditação, livre de qualquer intenção, livrede qualquer pessoa que medita.3 silêncio é a ausência de si mesmo. 3u melhor, o silêncio é a ausência daausência. 3 som que vem do silêncio é m7sica. 8oda a atividade é criativaquando se trata do silêncio. constantemente um novo começo. 3 silêncio

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precede a fala e a poesia, a m7sica e toda a arte. 3 silêncio é a terra natal detoda a atividade criativa.

O Conceito de Maya

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A Vedanta declara que nossa natureza real é divina: pura, perfeita, eternamente livre. !o temos que nos tornar "ra#man, n$s somos "ra#man. osso verdadeiro %er, o Atman , é um com "ra#man. Mas, se nossa natureza real é divina, por que, ent!o,estamos t!o incrivelmente inconscientes disso&

A resposta para essa per'unta est( no conceito demaya , ou i'nor)ncia. Maya é o véuque enco*re nossa natureza real e a natureza real do mundo + nossa volta. Maya éfundamentalmente insond(vel: n!o sa*emos por que ela e iste e n!o sa*emos quandoela come-ou. O que realmente sa*emos é que, como qualquer forma de i'nor)ncia,maya dei a de e istir com o raiar do con#ecimento, o con#ecimento da nossa naturezadivina.

"ra#man é a verdade real da nossa e ist ncia: em "ra#man, vivemos, movemo/nos ee istimos. 01udo isto é verdadeiramente "ra#man2, declaram osUpanishads 3 asescrituras que comp4em a filosofia Vedanta. O mundo mut(vel que vemos + nossa volta pode ser comparado +s ima'ens que se movem na tela do cinema: sem a tela imut(vel

por tr(s, n!o pode #aver filme. 5a mesma forma, por tr(s deste mundo mut(vel, é oimut(vel "ra#man 3 o su*strato da e ist ncia 3 quem d( ao mundo sua realidade.

6orém, para n$s, essa realidade é condicionada, como um espel#o deformado, portempo, espa-o e causalidade 3 a lei de causa e efeito. Além disso, nossa vis!o darealidade ainda é o*scurecida pela identifica-!o equivocada: n$s nos identificamos como corpo, a mente e o e'o, em vez de nos identificarmos com o Atman , o %er divino.

7ssa percep-!o equivocada ori'inal cria mais i'nor)ncia e dor, num efeito domin$: aonos identificarmos com o corpo e a mente, tememos a doen-a, a vel#ice e a morte8 aonos identificarmos com o e'o, sofremos de raiva, $dio e centenas de outros tormentos.

Ainda assim, nada disso afeta nossa natureza real, o Atman . Maya pode ser comparada +s nuvens que enco*rem o sol: o sol permanece no céu, porém a nuvem densa nos impede de v /lo. 9uando as nuvens se dispersam, tornamo/nos conscientes de que o sol l( esteve o tempo todo. ossas nuvens 3maya , que sur'ecomo e'o smo, $dio, 'an)ncia, lu ;ria, raiva, am*i-!o 3 s!o sopradas para lon'equando meditamos so*re nossa natureza verdadeira, quando nos ocupamos de a-4esaltru stas e quando a'imos e pensamos consistentemente nas formas de manifestarmosnossa real natureza: isto é, por meio de veracidade, pureza, contentamento, autocontrolee paci ncia. 7ssa purifica-!o mental afasta as nuvens demaya e dei a nossa naturezadivina *ril#ar.

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%#an<ara, o 'rande s(*io/fil$sofo da =ndia do século sétimo, usava o e emplo da cordae da co*ra para ilustrar o conceito demaya . Andando por uma rua escura, um #omem vuma co*ra8 seu cora-!o *ate mais forte, sua pulsa-!o acelera. 7 aminando mais de perto, a 0co*ra2 vem a ser um peda-o de corda enrolada. >ma vez que a ilus!o sedesfaz, a co*ra desaparece para sempre.

Assim, andando pela rua escura da i'nor)ncia, vemos a n$s mesmos como criaturasmortais, e, + nossa volta, o universo do nome e da forma, o universo condicionado portempo, espa-o e causalidade. ?icamos cientes de nossas limita-4es, escravid!o esofrimento. 07 aminando mais de perto2, tanto a criatura mortal quanto o universo n!os!o outra coisa sen!o "ra#man. >ma vez que a ilus!o se desfaz, nossa mortalidade etam*ém o universo desaparecem para sempre. Vemos "ra#man e istindo em todo lu'are em todas as coisas.