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Casa em ordem Subprefeitura da Zona Sul promete fazer cumprir as leis no Jardim Botânico, combatendo os principais problemas do bairro. (Páginas 4 e 5) Tempo para meditação s Psiquiatra e monge, Alcio Braz garante que a paz e a tranquili- dade do Jardim Botânico são ótimos para meditar. (Página 2) s Ilustre colecionador r João Sattamini fala dos prazeres de viver na “Montmartre” carioca. (Página 7) r jb f olhas março/abril 2009 | ano 5 | nº29 distribuição gratuita em o informativo do jardim botânico

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Informativo do Jardim Botânico

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Casa em ordemSubprefeitura da Zona Sul promete fazer cumprir as leis no Jardim Botânico,

combatendo os principais problemas do bairro. (Páginas 4 e 5)

Tempo para meditação sPsiquiatra e monge, Alcio Braz garante que a paz e a tranqui li­

da de do Jardim Botânico são ótimos para meditar. (Página 2)

s

Ilustre colecionador rJoão Sattamini fala dos prazeres de viver na “Montmartre”

carioca. (Página 7)

r

jb folhasmarço/abril 2009 | ano 5 | nº29 distribuição gratuita

em

o informativo do jardim botânico

CHR

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ART

INS

ExpedienteEditora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 ­RJ)

Redação: Betina Dowsley

Projeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.br

Revisão: Carla Paes Leme

Publicidade: Célia Medeiros - 9311-9174

Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406

Secretária de Redação: Sheila Gomes

Fotos da Capa: Chris Martins

O JB em Folhas é uma publicação bimestral, editadapelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.

Tiragem: 5.000 exemplares

Telefone: 2294-4926

e-mail: [email protected]

site: www.jbemfolhas.inf.br

Editorial Enfim, 2009!

Caro Leitor,

Depois das chuvas, de um verão morno e de um carnaval animado, o ano de 2009 começa ago­

ra em março. É hora de colocar a casa em ordem e, por conta disso, a equipe do JB em Folhas foi

conversar com o novo subprefeito da Zona Sul, Bruno Ramos. Os planos dele para o Jardim Botânico

em especial você pode conferir em nossa matéria de capa (páginas 4 e 5).

Problemas como o trânsito e os moradores de rua, porém, não serão resolvidos rapidamente, a

gente sabe, mas querer resolvê­los já é um começo. E é um pouco sobre esse momento “começar

de novo” administrativo que a coluna Dedo de Prosa discorre na página 6.

Aliás, com ou sem crise, o comércio mantém seu otimismo e vários lugares estão com data certa

para abrir suas portas no Jardim Botânico, como informa a coluna Folhas do Jardim (página 3).

Esse crescimento é saudável para o bairro, na opinião do colecionador de artes João Sattamini, o

Ilustre Morador desta edição, que não esconde o seu amor pelo Jardim Botânico e pelo que é pro­

duzido em seus ateliês. Aliás, segundo ele, “a produção de arte carioca é muito melhor e maior do

que a de São Paulo”. Ponto para nós

Até maio!Christina Martins e Betina Dowsley

Distribuição:Bancas de jornais, galerias e prédios comer ciais

do Jardim Botânico, Bibi Sucos, Cavídeo, Jardim

Botânico, Parque Lage. Display: Galeria da

Rua Maria Angélica.

Telefones úteisBombeiros 193 / 3399­1234Cedae (água e esgoto) 195 / 2297­0195CEG 0800­240197CET­Rio 2507­1867 / 2252­4067Comlurb 2574­2000Defesa Civil 199 / 2576­5665Disque­Denúncia 2253­1177Disque­Luz (Iluminação urbana) 2507­5151Disque­Barulho 2503­2795Guarda Municipal 0800­211532Light 0800­210196Patrulha Ambiental 3874­100115ª DP 3399­7040/ 7043/ 7052Polícia Militar 190Subprefeitura da Zona Sul 2521­5540Tele­Dengue 2575­0007Vigilância Sanitária 2506­2215

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Psiquiatra e monge zen budista, Dr. Alcio Braz

é um ótimo exemplo da chamada “tribo JB”:

pessoas que fazem tudo sem sair do Jardim Botânico. Ele mora no bairro há 11 anos, faz natação

no Clube Militar e trabalha do Hospital da Lagoa, no qual oferece sessões gratuitas de meditação,

abertas a pessoas de qualquer credo, sexo ou idade. Além do hospital, onde é chefe do Serviço de

Saúde Mental e coordenador do HumanizaSUS, Dr. Alcio mantém consultório na rua Visconde de

Carandaí, dentro do Templo Zen do Jardim Botânico (www.sanghazen.com.br ), que também tem

horários variados para a prática de meditação. Informações pelo número 2512­8187.

Cara do JB Dr. Alcio Braz

Ciclovia ­ A propósito do ar­

tigo “Pelo direito de pedalar”

na coluna “Um dedo de prosa”, manifesto minha

total discordância sobre essa pretensa e descabi­

da noção de que os ciclistas devem ter qualquer

preferência na via compartilhada da Lagoa.

(...) Fui duplo usuário, ciclista e esportista, du­

rante muitos anos, até que tive que reconhecer

que não era mais prazeroso nem possível peda­

lar no mesmo ritmo. Porque a frequência de an­

darilhos, esportistas, pessoas com cães e famílias

com crianças foi crescendo de tal forma que não

havia mais como pedalar com tranquilidade.

Hoje sou pedestre e me voltei contra os

ciclistas (...). Quer pedalar? Sugiro ir para as

Cartas ciclovias Ipanema­Leblon, Copacabana ou Barra.

Nestes locais estão bem demarcadas as faixas

de ciclistas e de pedestres. (...)

Na Lagoa não dá mais, o espaço é absoluta­

mente o mesmo, não há como separar ciclistas

e pedestres, a menos que seja feita uma obra

grandiosa alargando a ciclovia. (...) Como isto é

impossível, quem quiser pedalar em paz, sem

ser incomodado e sem causar transtornos aos

demais, sugiro pedalar antes das 6h e depois

das 20h (...).

Portanto, Sra. Chris, sugiro “desembarcar” ou

procurar outros locais para pedalar. (...) Hoje em

dia: LAGOA SÓ PARA PEDESTRES!!!

Paulo Antonio S. Jesus

AuLAS DE FRAnCêS – professor francês

diplomado pela Sorbonne – universi-

dade de Paris. Todos os níveis. Pascal:

2512-1940

AuLAS DE PIAnO – professora formada

na França, com mais de 10 anos de

experiência, especializada em aulas

para crianças a partir de 4 anos. Em

domicílio ou na rua Pacheco Leão. Béa-

trice: 2512-1940 ou 8149-0070

CLASSIFICADOS

Curtas no Caroline CaféO Caroline Café, em parceria com a Academia

Internacional de Cinema, promove exibição e

lançamentos de curtametragens. Produzido por

Lúcia Albuquerque, o evento abre também es­

paço para a discussão de filmes junto à mídia

especializada e ao público em geral. O progra­

ma acontece nas noites de terça­feira, a partir

das 20h, no telão do bar. Antes da exibição, são

distribuídas sinopses dos filmes da semana. No

final, o público elege o melhor curta da noite

com uma premiação simbólica. Não haverá co­

brança de consumação mínima. O Caroline Café

fica na Rua J.J. Seabra, 10. Para receber a pro­

gramação de cada semana, é só enviar e­mail

para [email protected] .

Crianças no samba

enquanto o restaurante Quadrifoglio, que tam­

bém mudará de nome, reabre em abril, com

chef e garçons ex­funcionários do Fasano.

Arquitetura de Lúcio Costa no Espaço Tom Jobim

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“No carnaval das Amigas da Pracinha”, de Ur­

sula Brando e Tude Rocha, ao som da bateria

mirim Surfe Favela, do Vidigal, sob o comando

de Mestre Dá. O Bloco da Pracinha contou com

o apoio do Mercado Afonso Celso, Salão Karícia,

Drogaria Max, D’Ione Presentes, Show Brasil

Material de Construção, Bibi Sucos, bares Jóia e

Belmonte, Ética Imobiliária, Vila Ipanema e Jar­

dim Botânico Educação Infantil, além do Ibeu,

que patrocinou as ventarolas, e o estúdio ACR,

onde foi feita a gravação do samba.

Mais atividades na Pio XI O primeiro Sebinho das Canelas do ano aconte­

cerá em 28 de março, sábado, na Praça Pio XI,

entre 10h e 13h. O troca­troca de livros infantis

vai comemorar o Dia do Circo, com recreação e

contação de histórias com o grupo Meleka de

Jacaré. A estilista Alfa Siqueira, da grife infantil

Boto Rosa, participa da brincadeira, ajudando

as crianças a criar um livro de pano. Para a tro­

ca, é importante que as crianças levem livros

em bom estado.

novas marcas no JBDepois de três meses fechada, a loja na esqui­

na da rua Jardim Botânico com Maria Angélica

reabre em março com uma franquia da rede

Mega Matte, substituindo o tradicional Bazar

Velasquez. Março também marca a inaugura­

ção da Masotti, loja de móveis ao lado do Espe­

lunca Chic. Charme não falta ao ateliê Clemen–

ttina, na rua Lopes Quintas, que oferece cursos

de moda para crianças com Helen Pomposelli,

além de objetos e acessórios selecionados por

sua irmã Fabiana. A doce promessa do bairro,

ainda sem data de abertura, é uma loja da Ko­

penhagen, ao lado do bar Jóia. Aproveitando

as férias de verão, estão em reforma o Estúdio

FMourão, na rua Saturnino de Brito; o Filé de

Ouro, na Jardim Botânico; e a casa lotérica da

rua Visconde da Graça. Já o bar e restaurante

Saturnino será substituído por uma pizzaria,

Folhas do Jardim q

Clube da Memória ­ A fim de estimular

a memória, em março serão formados no­

vos grupos para o Clube da Memória. A

disponibilidade de horário é: segunda­feira

no final da tarde ou quarta­feira de manhä.

Cidadania s Contatos com Regina (2540­8864 / 8551­1420)

ou Yêdda (3477­6657 / 8572­1130).

Informática para a terceira idade ­ Se depen­

der do Clube Militar, a terceira idade vai entrar

na era digital. A lan house que funciona dentro

do clube está com inscrições abertas para cursos

básicos de informática, explicando o que é

um computador e apresentando o sistema

Windows e a internet. Os já iniciados podem

ampliar seus conhecimentos nos programas

Word, Excel e Power Point. O Clube Militar fi­

ca na rua Jardim Botânico, 391. Informações

pelos telefones 2539­6898 / 2442­1582.

A criançada resistiu ao sol e compareceu em pe­

so à terceira edição do Bloco da Pracinha, que

aconteceu dia 28 de fevereiro na praça Pio XI. A

arte­educadora Rosa Geszti e a figurinista Teresa

Nabuco organizaram uma oficina de customiza­

ção de fantasias, enquanto o grupo Meleka de

Jacaré criou instrumentos musicais a partir de

sucata e animou o público, que cantou o samba

Onze anos após sua morte, o arquiteto Lúcio Costa

(190­1998) é homenageado no Espaço Tom Jo­

bim, no Jardim Botânico, com a mostra “Casa de

Lúcio”. Até 15 de abril, ficarão expostos cerca de

100 itens, entre fotos, vídeos, croquis, projetos e

curiosidades, que revelam facetas menos conhe­

cidas de um dos principais nomes da arquitetura

modernista. A visitação é gratuita, de quarta a

domingo, das 10h às 17h.

Agenda do Cineclube Jardim BotânicoO Cineclube Jardim Botânico programou algu­

mas raridades para este bimestre. O primeiro

da série é “Nosferatu” (Alemanha, 1922), dia 17

de março. Na semana seguinte, dia 24 é a vez

“A última gargalhada” (Alemanha, 1924) e na

última terça do mês “Aurora” (USA, 1927). Em

abril serão exibidos “City Girl / Our Daily Bread”

(USA, 1929) em inglês, no dia 7; “Tabu” (USA,

1931), no dia 14; e “Man of Aran” (Inglaterra,

1934), no dia 28. As sessões acontecem todas

as terças­feiras, às 19h, no Centro de Visitantes

do Jardim Botânico, com entrada franca.

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Ordem é legal!Com nova administração desde janeiro, a cidade

do Rio de Janeiro tem visto choques de ordem

por todo lado. O bairro do Jardim Botânico, po–

rém, até o fechamento desta edição, ainda não

havia sido alvo de tais operações. O JB em Folhas

conversou com o novo subprefeito da zona

sul, Bruno Ramos, para conhecer suas metas e

apontar os principais problemas do bairro, cons­

tantemente levantados por nossos entrevistados

e leitores, através da seção de Cartas.

Sua primeira atitude ao assumir o posto de

subprefeito da Zona Sul, ao assumir em janeiro

deste ano, foi transferir seu escritório do Parque

do Catacumba para o complexo de prédios que

concentra a administração municipal, na rua Bar­

tolomeu Mitre, próximo à Praça Santos Dumont. A

medida visa a facilitar a comunicação com outras

secretarias, como a de Urbanismo, possibilitando

mobilização imediata sempre que necessário.

“O trânsito é um problema de toda a Zo­

na Sul e vem sendo tratado como tal”, afirma

Bruno Ramos. O subprefeito destacou a criação

de uma faixa reversível num pequeno trecho

do Humaitá e o alargamento da pista que dá

acesso à Lagoa, no sentido Leblon, como duas

importantes iniciativas para melhorar a circula­

ção em nosso bairro.

Um ponto levantado pelo advogado de 30

anos, sendo quase 10 deles trabalhando ao la­

do de Eduardo Paes, é o ponto final dos ônibus

da linha 409, no Horto. Segundo ele, há inú­

meras reclamações dos moradores locais sobre

a quantidade de veículos parados na via – em

geral, é fácil encontrar cinco, quando são permi­

tidos apenas dois –, obrigando os motoristas a

trafegarem na contramão.

Morador de Ipanema, Bruno reconhece pro­

blemas semelhantes entre os dois bairros, como

o estacionamento proibido e a atuação irregular

dos valets de parking decorrentes da prolifera­

ção de bares e restaurantes. Outro problema do

qual ele já tomou conhecimento é o aumento

da população de rua. Ele mesmo destaca as ru­

as Batista da Costa e a Lineu de Paula Machado

como os principais focos do problema, que au­

menta a cada dia junto com o crescimento co­

mercial do bairro. Ele ressalta que o importante

é que a vizinhança não dê apoio aos moradores

de rua e cita como exemplo um caso que tes­

temunhou em São Conrado: “Quando retiramos

uma moradora de rua, uma senhorinha inter­

veio a seu favor, argumentando que o ajudava

semanalmente com R$ 50. Com essa facilidade,

a desabrigada sempre voltava. Se não houver

contribuições, eles voltam uma ou duas vezes,

mas depois vão procurar outro lugar”.

Para isso, Bruno adianta que, em março, de­

ve ser programado um choque de ordem no

Jardim Botânico, visando à repressão a estas e

outras irregularidades que prejudicam a qualida­

de de vida aqui. Para resolver algumas destas

questões, porém, ele admite que será preciso

mudar a forma jurídica da Guarda Municipal,

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Alguns exemplos da desordem urbana no Jardim Botânico. À direita, o subprefeito da Zona Sul Bruno Ramos.

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para poder estender tanto seu horário como sua

atuação. “Estamos investindo na imagem. Se o

funcionário vê que os seus superiores estão na

rua, trabalhando e agindo, ele vai entender que

ele também deve dar o melhor em seu trabalho

também”, afirma o subprefeito.

Claro que nem todos os problemas de nosso

bairro dependem de atitude ou ação do sub­

prefeito. Por isso, ele não se sente à vontade

para falar sobre o excesso de linhas de ônibus

que circulam na rua Jardim Botânico, sobre a in­

vasão de estabelecimentos comerciais em zo­

nas residenciais no bairro, como pelo 6º Juiza­

do Especial Cível, ou ainda sobre a revitalização

do Parque Lage. De todo modo, não se recusa

a, sempre que necessário, fazer a ponte entre

a sociedade e o poder público competente.

Há apenas dois meses na administração pú­

blica, Bruno Ramos pede paciência aos mo­

radores e trabalhadores do Jardim Botânico e

garante que manterá sempre aberto um canal

de comunicação com a população, principal pa­

râmetro de avaliação de seu trabalho. “Estare­

mos aqui esperando a participação dos morado­

res, que é muito importante. Os que quiserem

denunciar irregularidades podem usar como

canal o próprio telefone da subprefeitura (tel:

2511­5674). Também estamos disponíveis para

conversar sobre melhorias para o bairro” – ga­

rante Bruno.

Problemas do bairro que não podem ser esquecidos pelo novo subprefeito:

População de rua nas cercanias da Benjamin da Costa

Limpeza do canal da rua Lineu de Paula Machado

Fiscalização do trânsito no bairro

Atuação dos valets de parking na rua Maria Angélica e arredores

Calçadas invadidas por mesas de estabelecimentos na JJ Seabra

Comércio ilegal nas calçadas

Estacionamento em local proibido

A N U N C I E : 2 2 9 4 - 4 9 2 6

Seguindo a máxima de que, se não pode combater, junte­se a ele,

a Igreja Metodista do Jardim Botânico encontrou uma maneira cria­

tiva de mandar seu recado aos foliões do bloco Suvaco do Cristo.

Ganhou no quesito simpatia!

FLAGRAnTE s

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uM DEDO DE PROSApor Chris Martins

novos tempos, velhos problemas

O novo prefeito assumiu o cargo mostrando

disposição para colocar a cidade em ordem.

E isso é bom, pois passamos um bom tem­

po sem ninguém para comandar o circo. E

começou bem, com o apoio dos governos

federal e estadual, coisa nunca antes vista

na história política dessa cidade, já diria o

Presidente Lula. Gosto desse gás de início

de governo, mas me incomoda essa mania

de começar do zero qualquer administra­

ção, como se nada do que tenha sido feito

A banca de jornais que fica em frente ao número 635 da

rua Jardim Botânico conhece bem o público do bairro.

Além de oferecer publicações diversas, difíceis de encontrar em qual-

quer esquina, a banca reserva jornais e revistas. O horário de funciona-

mento é grande: das 5h à meia-noite. O tel é 2540-7912.

O sumiço do display que o JB em Folhas mantinha havia

quatro anos na galeria número 728 da rua Jardim Botâ-

nico sem maiores explicações.

Para elogiar ou para reclamar, este aqui é o seu espaço. Mande a sua opinião por e-mail jbemfo [email protected].

antes tivesse valido a pena. Na minha inocente

opinião, são uma perda de tempo e um des­

perdício de dinheiro.

É bem verdade que a nossa cidade andava às

moscas, ou melhor, entregue ao mosquito da

dengue. Mas acho que tem coisas que foram

feitas em governos anteriores que ainda são

válidas. A começar pela logomarca da prefei­

tura. Qual a real necessidade da troca? Vamos

combinar que o cidadão não está preocupado

se a logo da prefeitura é azul, laranja ou roxa.

O que ele quer é ver o dinheiro arrecadado em

(muitos) impostos bem aplicado e não apenas

repondo material gráfico. Além disso, é uma fal­

ta de consciência ambiental e um desperdício

de papel e de dinheiro. O nosso dinheiro, que

fique bem entendido..

Outro assunto que ganhou as manchetes dos

jornais logo que o prefeito assumiu foi a revita­

lização do Cais do Porto. A ideia é ótima e tem

todo o meu apoio. Mas quando a casa estiver

arrumada! Atualmente, a cidade do Rio de Ja­

neiro tem vários problemas mais urgentes pa­

ra se resolverem como educação, segurança e

outros serviços vitais. Eu não sou política, mas,

vem cá, não seria melhor começar pelo básico

e revitalizar a cidade do Rio de Janeiro, que es­

tá abandonada, alagada, à mercê de bandidos,

que promovem tiroteiro a qualquer hora e em

qualquer lugar, sem medo de nada?

Não seria bom o carioca ter o direito de ir

e vir em dias de chuva, sem ficar com me­

do de alagamentos e arrastões em vários

pontos da cidade? Que tal limpar bueiros e

recuperar áreas que estão críticas há muitos

anos como a entrada da Hípica da Lagoa,

que em qualquer chuva fica totalmente ala­

gada provocando congestionamento? Isso

só para citar exemplos do bairro.

Uma boa campanha de educação na cida­

de poderia ser o começo de tudo. Principal­

mente uma que mostrasse ao povo que o

lixo jogado na rua – ou pela janela do carro

– se acumula nos bueiros e depois, quando

os temporais chegam, é o grande respon­

sável pelos alagamentos de ruas, desmoro­

namentos e tragédias em vários pontos da

cidade. E esse recado é tanto para os mais

humildes, quanto para os mais abastados

que, sem cerimônia, despejam o que não

querem pela janela do “possante”.

Como se pode ver, ainda existe um longo

caminho para colocar a casa em ordem e o

principal trabalho está em educar a popula­

ção. Só depois disso feito poderemos pensar

em revitalizar áreas, criar centros de cultura

etc. Torço para que isso aconteça logo, prin­

cipalmente nas questões básicas, para que a

gente possa voltar a chamar o Rio de Janeiro

de “Cidade Maravilhosa”.

DE OLHO nO JB

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Valeu!

Foi mal!

Foi por acaso que João Sattamini veio morar no

Jardim Botânico. Era 1971 e ele procurava apar­

tamento, quando recebeu a dica de um portei­

ro sobre uma cobertura disponível no bairro,

que ainda não era conhecido como “Soho” ou

“Montmartre” brasileira, por abrigar vários ate­

liês. Advogado por formação, João é reconhe­

cido como um dos principais colecionadores

de arte do Brasil, com mais de 1.300 peças

de grandes artistas como Lygia Clark, Antonio

Dias, Volpi, Cildo Meirelles e Jorge Guinle, que

fazem parte do acervo permanente do Museu

de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói,

construído especialmente para isso, a partir de

projeto de Oscar Niemeyer.

A ligação de João com o bairro vai além de

seu apartamento. Por 12 anos, foi diretor da

Associação de Amigos da Escola de Artes Visu­

ais do Parque Lage (AMEAV). Por conta disso,

tem na lembrança grandes feitos como a re­

forma do casarão que abriga a EAV, e também

brigas memoráveis – todas ganhas – com a

Associação de Moradores e Amigos do Jardim

Botânico (AMA­JB). “A Associação queria tirar

a escola do parque e vivia arrumando encren­

ca com os eventos que promovíamos. Foram

vários processos ao longo daquele tempo”,

afirma Sattamini, que do parque só tem como

herança a cadela Bionda, uma viralata mesti­

ça, que encontrou perdida no parque depois de

uma festa. Atualmente, o advogado só visita o

local como convidado de exposições.

Apesar de saber o endereço de todos os im­

portantes ateliês instalados no bairro – como

os de Vik Muniz e Beatriz Milhazes –, João não

costuma visitá­los. Mas não deixa de compa­

recer aos circuitos de arte promovidos na re­

gião, que, na sua opinião, “dão vida ao bair­

ro”. Sobre a falta de uma galeria de porte no

Jardim Botânico, ele cita o entrave burocrático

enfrentado pela HAP, galeria de Heloísa Ama­

ral Peixoto, que impede que a única iniciativa

nesse sentido no bairro funcione abertamente

por falta de alvará da Prefeitura. “Se ainda fos­

se uma construtora, era até um cuidado válido,

mas é uma galeria que vai gerar cultura. Acho

que isso deveria ser revisto”, defende João.

Andando com dificuldade devido a um tombo

em sua casa no ano passado, quando fraturou o

fêmur, João Sattamini não tem feito muitos pas­

seios a pé, como gosta. Antes, ele costumava

caminhar pelo Horto – ou Chácara do Algodão,

como se refere à região – chegando até a Vista

Chinesa. Seus passeios na região incluem tam­

bém visitas ao amigo Leonel Kás e sua editora

Aprazível, que lançou recentemente “Arte e ou­

sadia ­ o Brasil na coleção Sattamini” (Luiz Camilo

Osório e Cristina Chacel), um panorama da arte

brasileira a partir do acervo do colecionador.

Já o roteiro gastronômico é cumprido sema­

nalmente em almoços com a filha, Valéria, no

japonês Yumê ou no Lorenzo Bistrô. Fazem par­

te do roteiro também o Fazendola – nos dias de

sábado para degustar a feijoada da casa – e a

Adega do Porto. Atualmente, ele aguarda a rea­

bertura do Filé de Ouro, primeiro restaurante que

conheceu quando se mudou para o bairro.

Para João, o Jardim Botânico é o bairro mais

civilizado do Rio de Janeiro e, entre o verde

predominante em toda sua área, destaca o

parque que lhe dá nome, uma referência in­

ternacional que soube se manter bem admi­

nistrado ao longo do tempo. Ele aproveita pa­

JOÃ

O S

ATT

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ra elogiar a substituição do muro por grades,

no limite com a rua Pacheco Leão, “que deu

frescor à paisagem”.

Mesmo os problemas maiores da região, como

o trânsito e o crescimento do comércio, são mi­

nimizados pelo advogado, que os vê como parte

do progresso. “As linhas de ônibus são necessá­

rias para trazer as pessoas para se tratarem na

ABBR e o trânsito não é um problema apenas do

bairro, mas de toda a cidade”, afirma João.

Entre os projetos de João está a criação de

uma fundação que possa abrigar toda a sua

coleção de forma correta a partir de 2010,

quando encerra o contrato de comodato com

o MAC. Além do museu, João ainda mantém,

por falta de espaço, obras de arte em outras

duas residências. Ele não descarta a ideia

de ter suas obras perto de casa, mas é uma

questão que só o tempo poderá resolver. En­

quanto isso, ele prefere pensar no bairro ape­

nas como área de lazer. “O Jardim Botânico é

um charme”, finaliza.

Ilustre Morador q

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PRÓXIMA EDIÇÃO: MAIO/JUNHO 2009. RESERVE JÁ O SEU ESPAÇO: 2294-4926