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IX PRÊMIO JOVEM ESCRITOR ...uma homenagem a Clarice Lispector! "Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo." 2014 DOMUS Sapientiae

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IX PRÊMIO JOVEM ESCRITOR...uma homenagem a Clarice Lispector!

"Minha liberdade é escrever.A palavra é o meu domínio sobre o mundo."

2014

DOMUSSapientiae

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APRESENTAÇÃO

Estamos em uma época em que a rapidez da informação e da comunicação instantânea é incontestável e isso domina a rotina de nossos jovens.

Sinto muito orgulho de nossa equipe de professores da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias pelo incentivo dado aos nossos alunos, levando-os a refletir sobre o fascinante mundo das palavras, pois é por meio delas que fluem nossos pensamentos e nos expressamos para o mundo.

Eis aqui o resultado de um trabalho da parceria educador-educando: uma obra representativa do talento, dedicação e criatividade.

Queridos alunos, sei que farão bom uso desta que é uma das dádivas com que fomos abençoados: a capacidade de eternizar nossos pensamentos através de registros.

Somos palavras...Palavra é sentimento.

Neuza Maria ScattoliniMANTENEDORA E DIRETORA

PREFÁCIO

No início de cada ano letivo, os professores procuram estabelecer estratégias que ajudem os alunos a desenvolver gosto pela leitura e pela escrita. As atividades de produção de texto do primeiro semestre procuram, dessa forma, desenvolver a expressão escrita como desafio transformador.

Os textos que compõem este livro são a prova inquestionável do estímulo à criatividade, ao exercício da produção e interpretação textual, e, acima de tudo, da oportunidade de trabalharmos alguns dos temas transversais: saúde, ética e cidadania, pluralidade cultural e meio ambiente.

Assim, nossos jovens são inseridos num contexto de produção de conhecimento, uma vez que o exercício autoral dota o adolescente da possibilidade da descoberta.

Os leitores encontrarão uma variedade de gêneros, dos jornalísticos aos tipos textuais mais rígidos, a exemplo da dissertação. Todos os escritos foram selecionados pelo critério do potencial criativo do aluno e da habilidade da expressão linguística.

É, enfim, um convite à reflexão sobre o sentido da vida individual e coletiva, importante experiência na formação de nossos alunos-escritores.

O homem se faz livre por meio do domínio da palavra.É através dela que ocorre o enriquecimento intelectual e cultural do ser humano.

EQUIPE DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

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os6 Anos - Fundamental

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os7 Anos - Fundamental

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SUMÁRIO

A LOIRA DO BANHEIRO - Mariana Gouveia

A GAROTA DA CAPA ROSA - Ana Carolina Pereira Caparroz

LUÍSA E A AVENTURA NA TERRA DE PÁSCOA - Elisa Pires

O BANQUETE - Sofia Minutentag

A COMIDA PERFEITA - Pedro Ueda

CARTA - Nicholas Tanaka

CARTA - Eduardo Valdejão

O FORTE E O FRACO - Stella Maria Margarita La Regina

CARTA - Beatriz Viana

ESCOLA DE GLADIADORES NA ANTIGA CARNUNTUM - Ana Luiza Garcia

A VIDA DE ISABELL - Carolina Victória Alves

A GRANDE FESTA - Guilherme Gatti

ENTRE MARAVILHAS - Giovanna Cofino

A LUA - Júlia Charion

A LOIRA DO BANHEIRO - Sofia Silva Squipano

CONTO DE YEMANJÁ - Cinthia Orenes

UMA VERDADEIRA AVENTURA - Júlia Nicioli

CARTA - Isabella Conti

CIDADE DOS MORTOS - Victor Gouvea

CARTA - Fabienne Rost

CARTA - Giovanna Valim

CARTA - Gabriel Vazzi

GLADIADORES ENCONTRAM ARMAS VALIOSAS DEBAIXO DA TERRA - Carolina Loretti

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PERDIDO - Leonardo Martin

POMBOS CIDADÃOS - Isabela Fabozzi

POMBOS NA CIDADE - Rafael Zamith

O INVASOR - Vinicius Nazato

A DESCOBERTA - Sarah Birembaim

MENTIRAS - Joana Noya

ENQUANTO ERRA, DENTRO DE VOCÊ, GUERRA - Ana Luiza Cintra

POR QUE A GUERRA? - Igor Bueno Magela

AMOR VERDADEIRO? - Luiza Bragaia

GUERRA, UMA TRADIÇÃO DE FAMÍLIA - Lauren Nunes

COPA DO MUNDO 2014 - ESTAMOS PREPARADOS? - Suellen Covello

A CASA MALDITA - Pedro Ruffie

FALHAS TÉCNICAS - Giulia Moretti

OS PALEOÍNDIOS - Lucas Maccioni

UMA BELA VITÓRIA - Juliana Vieira

TEMPESTADE DE HORROR - Arthur Shinzato

A VITÓRIA DO ARGENTINO - Marco Antonio Fujiwara

COPA DO MUNDO - Henrique Góes

A MÍDIA - Fernanda Ayala

UMA GUERRA DE PAZ - Thiago Rossi Rodriguez

SKINS - Raul Perez Moderiano

TRANSPORTE PÚBLICO NO DIA-A-DIA - Larissa Perossin

A DESCOBERTA DO MUNDO PARA PAIS E FILHOS - Camila Viana

O QUE É O SABER? - Lucas Pimentel Martins

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os1 Anos - Ensino Médio

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os2 Anos - Ensino Médio

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POLOS OPOSTOS, MUNDOS CRUZADOS - Marcelo Lima

ANTES DE UM NOVO MUNDO ACONTECER - Antonio Martins

A INEXPLICÁVEL FONTE DA VIDA - Marcella Correia Rodrigues

O ÚLTIMO SUSSURRO - Rafaela Perdido Polachini

PARAECE ATÉ UM SONHO - Ulick Emilio Torelli

CARTA AOS EDITORES DA REVISTA VEJA - Pedro da Mata

CARTA AOS EDITORES DA REVISTA VEJA - Vitória Fernandes

A QUIMÉRICA CHAVE PARA A FELICIDADE - Luis Felipe Correia Rodrigues

CARTA AO EDITOR DA REVISTA VEJA - Marina Pedrosa

REPORTAGEM: BESLAN, RUSSIA, 3 DE SETEMBRO DE 2014 - Bárbara Menezes

CARTA AOS EDITORES DA REVISTA VEJA - Thomaz Bonfim Duailibi

EMERGINDO DE UM PESADELO - Vitor Akio

O ÚNICO AMOR - Felipe Paris

O AMOR JUSTIFICA OS MEIOS - Caio Vazzola

O PRIMEIRO BEIJO - Igor dos Santos Otto

REFLEXOS - Isabel Kuhl

O BEIJO DA LIBERDADE - Pierlucca Vieira Lorenzon

ANOS 60 - Raquel Credie

CARTA AOS EDITORES DA REVISTA VEJA - Alexandre Kowalski

CARTA AOS DIRETORES DA REVISTA VEJA - Vitor Maron Henrique

CARTA AO EDITOR DA REVISTA VEJA - Ivan Perez Monderiano

UM LIVRO DIFERENTE - Lucas Benvenuti Arruda

À REVISTA VEJA - Gustavo Corrêa

DESENTENDIMENTO - Vitoria Dauar

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os3 Anos - Ensino Médio

MÍDIAS ALTERNATIVAS - Ravi Kalyan

VÍDEOS DE UMA TRISTE REALIDADE - Gustavo Polachini

AS MANIFESTAÇÕES VISTA POR UMA LENTE - Ricardo Whitaker

ATUALIZAÇÃO DA ATUALIDADE - Marina Miranda

DITADURA IDEAL - Kiana Grey

UMA CÂMERA, UM OLHAR ATENTO - Raquel Cintra

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os 6 Anos

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Professora Gabriela de Oliveira Fonseca

A primeira proposta da aula de Redação para os ingressantes do ciclo fundamental II foi a transformação da lenda urbana “A Loira do Banheiro” do formato quadrinhos para um texto escrito que incluísse narrador. Era importante que os alunos mostrassem não somente qualidades de organização textual (paragrafação, uso de travessão) como também criassem uma voz narrativa que fosse horripilante. Enquanto o texto de Mariana Gouveia chama a atenção por conta da qualidade do vocabulário, o de Sofia Squipano propõe um final alternativo e surpreendente.

Em março de 2014 convidamos os alunos a fazerem uma narrativa em quadrinhos a partir do contexto da canção “Conto de Areia” de Clara Nunes. A dificuldade de tal proposta encontra-se na construção da coerência. Muitos alunos criam frases soltas para os balões das histórias em quadrinhos sem que elas estejam amarradas por um fio-condutor narrativo. A aluna Cinthia Orenes foi capaz de compreender e transformar a famosa história popular do pescador e de sua amada de forma poética e expressiva para a idade.

O objetivo central do trabalho no primeiro semestre do 6º ano é adentrar no mundo da narrativa maravilhosa e de aventura. Os trabalhos com a leitura de contos em sala de aula e da escrita criativa a partir de imagens deram excelentes resultados. Os textos de Elisa Pires, Giovana Cofino e Júlia Nicioli são exemplos de narrativas que apesar de tendo sido disparadas pela mesma imagem constroem fabulações de caráter maravilhoso e aventuresco muito distintas.

A prova trimestral de abril trouxe boas surpresas. Os alunos foram convidados a imaginar um diálogo entre Orixás e o Deus Supremo a partir da leitura de uma lenda afro-brasileira. O texto de Guilherme Gatti surpreende pelo final inesperado, o de Sofia Minutentag pela capacidade da aluna de dialogar com a história original e o de Pedro Ueda pela qualidade vocabular.

Finalmente, após todas as incursões em histórias já conhecidas ou dadas, substituímos a técnica do decalque narrativo para convidar os alunos a contarem suas próprias aventuras. Trata-se de um processo longo de reflexão e planejamento textual e que exige dos alunos o desenvolvimento de uma série de habilidades: compreensão do fio-condutor narrativo, escolha de palavras alinhadas ao tema escolhido, criação de tensão e clímax para a história. Ana Carolina Caparroz surpreende pela capacidade de fabular e de criar uma história que mistura a aventura e flerta com o suspense. Júlia Charion utiliza bem os superlativos para inventar uma história de aventura ecológica.

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Colégio D

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A LOIRA DO BANHEIROMariana Gouveia

Era uma vez, duas meninas chamadas Melissa e Marina. Elas adoravam ficar batendo papo no banheiro durante as aulas que não gostavam. Certo dia, elas estavam tendo aula de redação e a professora contava uma história: a da “Loira do Banheiro”. As duas combinaram, por mensagem de celular, de se encontrarem no banheiro.

Melissa foi a primeira a chegar, e ficou esperando Marina. Enquanto esperava foi no banheiro, mas o vaso estava entupido. Por isso, Melissa teve que dar a descarga três vezes. Logo depois ouviu um barulho na entrada do banheiro. Suas pernas tremeram e ela começou a suar frio! Foi aí que pensou: “Se eu combinei de me encontrar com a Marina aqui, deve ser ela chegando!” Foi então até a entrada do banheiro, em frente ao espelho e, com a intenção de fazer uma brincadeira com a amiga que era loira e gritou:

- Loira do banheiro ! Loira do banheiro ! Loira do banheiro! Depois disso só se ouviram sons horripilantes e ninguém nunca mais viu Melissa. Quando Marina chegou ao banheiro, só encontrou o chão e o espelho cheios de sangue, e saiu correndo e gritando:

- AAAAHHHHH!!! A Loira do Banheeeeiro!!!

ENTRE MARAVILHASGiovanna Cofino

Alice era uma menina muito tímida, que não tinha muitos amigos e por isso falava com os brinquedos. Um dia ela falou:

- Como queria que vocês falassem comigo. Então ela ouviu um barulho vindo da caixa de brinquedos, ficou com medo e disse:

- Quem está aí? Sua boneca preferida respondeu:- Sou eu, a boneca Mary.- Meu deus!- disse Alice.- Venha comigo - disse Mary.Então Alice e Mary e entraram no paraíso dos brinquedos.

Tinha muitos brinquedos lá e o interessante é que todos falavam.Vieram um grupo de cartas que começaram a falar com Alice. Mas Alice só ouvia a mãe gritando:

- Alice acorde, você tem que ir para a escola. No final das contas tudo apenas se passava por um sonho encantado.

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A GAROTA DA CAPA ROSAAna Carolina Pereira Caparroz

Há muito tempo, em uma vila muito distante, foi feita uma maldição por uma bruxa terrível. Segundo a maldição, em toda lua rosa uma besta-fera atacaria a vila e mataria todos que estivessem ao seu alcance. E assim aconteceu por muitos anos, até que numa certa noite a fera ia matar uma mãe com o seu bebê, mas quando chegou a hora a fera olhou nos olhos da criança, não conseguiu matá-las e foi embora. Quando a fera se foi uma fada apareceu e disse:

- A menina que você segura, quando tiver dezesseis anos, matará a fera e irá trazer segurança a todos. - A mãe assustada disse:

- Como!? Ela ainda nem tem nome!- Ela se chamará Ana Beth - a fada disse. Dezesseis anos se passaram. Ana Beth

cresceu e se tornou uma garota alta, morena e com olhos verdes. O dia de matar a fera finalmente havia chegado. Ela se preparara a vida toda para o acontecimento. Depois de ter recebido boa sorte de todos da vila a mãe lhe deu uma capa rosa para guardá-la. Ela então pegou seu arco e flecha e saiu pela floresta determinada a voltar com a cabeça da fera.

Já haviam se passado várias horas desde que ela ousara sair da vila, quando resolveu parar em uma caverna para descansar. Porém, quando entrou na caverna para descansar se deparou com a fera acordada, olhando para ela imóvel. De repente, a fera ajoelhou-se perante a menina mostrando que ela era um ser mais forte. Então a menina montou na fera como se fosse um cachorrinho e juntos foram procurar a bruxa em seu covil, na parte mais escura da floresta. Ao chegar, um frio na barriga tomou conta deles, pois lá não crescia nada de bom só árvores do mal. Conforme eles iam se aproximando tudo ia se transformando por causa da presença da menina, que era um espírito de proteção. Ela havia deixado a fera lá fora e invadido o covil da bruxa.

Quando viu a bruxa frente a frente ficou morrendo de raiva, pois a bruxa era a fada que havia ajudado a vila desde que ela nasceu. Quando a bruxa viu que a fera estava lá fora viva, disse a Ana Beth:

- Você não deveria ter matado essa fera! E a menina respondeu:- Por que você quer tanto que ela morra?

- É que este maldito bicho já foi meu namorado e me traiu com uma mortal, então eu o transformei em uma besta-fera para me vingar. A menina perguntou:

- Por que eu fui escolhida para matá-la? - a bruxa respondeu gritando:

- Porque você é filha dele!

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Ao gritar a bruxa se virou e sem perder tempo Ana Beth atirou na bruxa que caiu morta no mesmo instante. Ao olhar para a garota viu a fera se transformando em seu pai e correu para abraçá-lo.

A LUAJúlia Charion

Um dia animais começaram a morrer na Antártida por causa do derretimento do gelo. Ursos polares caíram na água e morreram. Cientistas foram investigar os derretimentos, se aproximaram e logo em seguida perceberam um vulto violentíssimo na água. Rapidamente correram com medo do que poderia acontecer. Nesse momento, uma baleia gigantesca pulou na direção deles. Como parecia que ela tinha morrido, porque ficou encalhada, eles se aproximaram dela e ficaram assustadíssimos ao perceber que ela ainda estava viva. A baleia começou a se mexer violentamente e o gelo começou a partir. Ela voltou ao mar e os cientistas continuaram a investigar o porquê do derretimento.

Foram até a América Central para ir ao centro de pesquisas e descobriram o motivo. A Lua estava se afastando da Terra. Então concluíram que o derretimento era só o começo, ainda faltava o “tsunami, terremoto e furacão”. Começaram a publicar em jornais, revistas, programas de TV e etc. Precisavam de equipamentos e materiais de construção. O problema é que eles não tinham os materiais. O único lugar que tinha era o Japão.

Foram até lá de avião. Quando pousaram, um homem que ficava vigiando a pista falou para eles que dali a uma hora iria ocorrer um terremoto. Logo em seguida, foram à procura de um abrigo próprio para a situação. De repente começou um tremor muito forte e ao mesmo tempo um vento violento: era um furacão. Eles sentiram medo, o barulho estava muito alto porque o vento arrastava os carros.

Veio um telefonema do presidente da Tailândia falando para os cientistas que aconteceu um tsunami, mas ele não havia atingido o país por causa de uma barreira de pedra natural de cinco metros. Depois que tudo se resolveu, os cientistas voltaram para o centro de pesquisas para prevenir outras catástrofes.

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LUÍSA E A AVENTURA NA TERRA DE PÁSCOAElisa Pires

Luisa era uma menina de sete anos que adorava a páscoa. Uma bela noite, Luisa ouviu duas vozes no quintal e foi ver o que era.

- Aqui é um belo lugar para esconder ovos. O que você acha, Josh? - disse o coelho.- Perfeito. - disse Josh.- Vamos lá, temos muito para fazer!E batendo a pata, Josh abriu um buraco onde os dois entraram e, antes que

fechasse, Luísa entrou também. Luísa ficou caindo como Alice no País das Maravilhas: passou por um monte de cartas e finalmente chegou à Terra de Páscoa onde encontrou um tatu e um grifo:

- Parada! - disseram os dois - Quem é você? Depois de pensar na resposta Luísa disse:

- Sou uma coelha, estou disfarçada.- Ah tá! Pode entrar. - Disse o tatu.Luísa entrou e, ao passar pelas portas cheias de plantas em volta, já sentiu o cheiro

dos ovos até que um sino tocou e apareceram trilhões de ovinhos, todos eles, com mágica. Eles tinham pés e andavam sozinhos, mas na hora que o coelho escondeu os ovos e pezinhos mágicos sumiram e eles viraram ovos normais. Luísa ficou maravilhada com todos aqueles ovos com as plantas mágicas sendo pintados e coloridos.

A toca do coelho era toda natural, cheia de plantas, nada de robôs ou esteiras ou qualquer outro tipo de máquina como muitos imaginam. Vendo os ovinhos, Luísa se perdeu e não conseguia encontrar o caminho de saída e começou a chorar. Ela achava que não voltaria mais. Ela tentou andar mais, mas nada adiantou. Algum tempo depois ela escorregou e caiu em um buraco.

- Buáa, acho que nunca vou voltar para casa e nunca vou sair daqui. - disse ela chorando.

Mas bem de longe o coelho da páscoa, por ter audição melhor, ouviu o choro de Luísa e foi até o buraco socorrê-la. Ele a ajudou a sair de lá.

O coelho era alto, forte e nada parecido com os das outras histórias e era também muito gentil.

- Venha comigo, garotinha. Venha que eu te mostro o caminho. - disse ele.

O coelho já sabia quem ela era e mostrou o resto da produção de ovos. Mostrou a ela como escondiam todos os ovos em uma só noite.

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Mas já estava ficando muito tarde e Luísa estava ficando com sono. Então, o coelho a segurou no colo, bateu a pata, abriu um buraco mágico e a levou para casa. Luísa nunca mais se esqueceu dessa experiência e nunca mais deixou de acreditar nele.

A LOIRA DO BANHEIROSofia Silva Squipano

Certo dia, Mayara foi ao banheiro curiosa para ver se a “Loira do Banheiro” era real. Então ela foi até o banheiro e bateu três vezes na tampa do vaso, bateu três vezes na porta do banheiro e deu três vezes a descarga. Depois foi na frente do espelho e disse:

- Loira do banheiro, Loira do banheiro, Loira do banheiro.Após feito isso, o espelho começou a tremer e a Loira do Banheiro saiu do vaso.

Mayara gritou:- Ah! Socorro! Ela existe mesmo! - e a Loira do banheiro disse:- Finalmente eu saí desse espelho! Mayara desmaiou.Quando acordou, levou um susto e disse:- Você existe mesmo?- Sim, a Loira do Banheiro respondeu.- Você quer me matar ? - Perguntou Mayara.- Não, eu só quero ser normal. - ela disse.- Eu posso te ajudar? Perguntou Mayara. - Ela respondeu:- Sim, você pode fazer o mesmo que você fez para me chamar aqui, só que dessa

vez falar “Eu acredito” três vezes, e aí eu vou ficar mortal. Mayara fez tudo, e no final as duas viraram amigas.

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CONTO DE YEMANJÁCinthia Orenes

Um dia, os pescadores foram ao mar pescar. A pesca estava muito boa, mas houve uma tempestade e o barco virou. As sereias ouviram e avisaram Yemanjá, pena que era tarde e Yemanjá não conseguiu salvar os pescadores.

Balão-fala do pescador:Quantos peixes, hoje estamos com sorte! Vamos pegar mais peixes!

Balão-pensamento do pescador na tempestade:Ah, não! Vamos afundar! O mar está muito agitado!

Balão-grito do outro pescador na tempestade:Socorro! Me ajudem! Vamos morrer! Yemanjá venha nos salvar!

Legenda:As sereias do fundo do mar avisam a Yemanjá.Balão-sussuro de Yemanjá:Venham! Eu espero vocês de braços abertos!Balão-pensamento da moça:

Snif, snif, snif, que saudades, meu amor!

A GRANDE FESTAGuilherme Gatti

E fez a comida queimar deixando-a cozida, mas ainda tinha um problema: o lugar da festa era em cima do pico de uma montanha gelada. Para isso, Exu se equipou com botas e roupas térmicas e foi subindo a montanha. Enquanto ele estava subindo, apareceu um monstro e falou:

- Não vou deixar você passar!No mesmo instante, Exu pegou a sua espada mágica e foi para cima do monstro.

Um feitiço para lá, uma arranhada para cá e assim o monstro deu uma chifrada em Exu. Exu ficou no chão. Mas de repente, apareceu o orixá do ar que atacou o monstro com mil raios de vento. Exu levantou e o agradeceu:

- Brigado por me salvar! E a orixá respondeu:- Não há de quê. Só quis te ajudar e se quiser uma ajudinha para subir até o pico...- Claro - respondeu Exu. E juntos os dois subiram até o pico e lá encontraram vários

orixás e outros deuses. Depois de muito tempo a festa acabou, todos já tinham se fartado.

- E eu aqui só observando!

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O BANQUETESofia Minutentag

O banquete tinha que começar. Logo, colocou as carnes no fogo, e ficou impressionado! Era incrível! Depois de cozinhar tudo, o feiticeiro pegou um pedaço de madeira, colocou numa sombra de árvore e, por fim, arrumou o banquete. Os orixás não demoraram muito para chegar. Logo se sentaram e começaram a saborear o banquete feito pelo feiticeiro. De repente, o feiticeiro chegou por trás dos Orixás e lançou uma poderosa maldição.

- O que você está fazendo? - perguntaram eles.- Eu vou tirar todo o poder de vocês!- Eu vou me vingar de você! - Xangô prometeu.O feiticeiro não se intimidou com a promessa e começou a usar os seus poderes.

Um dia, ele acordou e viu que não tinha mais poderes.- O que aconteceu?! - ele se perguntou.- Essa é a minha vingança - uma voz apareceu no quarto do feiticeiro. E então, essa

era a vingança de Xangô.

UMA VERDADEIRA AVENTURA

Júlia Nicioli

Em um reino muito distante existia uma menina que adorava viver aventuras com seus dois amigos: Sr. Tartaruga e Sr. Falcão. Só que todos os dias, para que pudesse viver essas aventuras, tinha que enfrentar um grande problema: seu pai. Ele era um grande feiticeiro que comandava, com seus poderes, todo o reino. Seu nome era Abradon. Ele não gostava que sua filha saísse para as aventuras que insistia em fazer. Então, quando a menina completou 15 anos, seu pai a prendeu em um calabouço que ficava em uma ilha bem longe do reino. Ele sentiu o coração doído porque amava a filha, mas teve que fazer isso para o bem dela.

Presa, Bella teve uma ideia: “Vou cavar um buraco e sair daqui!”. Enquanto cavava, observou que de repente caíam cartas em cima dela. Ela olhou para cima e viu que seus amigos estavam jogando as cartas para chamar a sua atenção. Eles, (que tinham asas), a levaram para a areia. Quando fizeram isso, Bella avistou seu pai em uma carruagem com cavalos voadores. Ao vê-la ele se arrependeu e a levou de novo para casa.

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A COMIDA PERFEITAPedro Ueda

Começou a procurar pedras, alimentos e enfeites para a grande festa. De repente achou algumas pedras perto da sua casa e enfeites como folhas, gravetos e pura madeira. Deixou tudo em casa e disse para a mulher:

- Arrume a casa com os enfeites e deixe as pedras no nosso quarto. Ela respondeu:- Está bem! Então o feiticeiro foi pegar as carnes e os peixes num rio para depois

cozinhar. Quando voltou, faltavam algumas horas e sua mulher já tinha feito o que foi pedido.

Mais do que nunca o feiticeiro pegou as pedras e começou a bater uma pedra contra outra produzindo o fogo. Colocou em cima dos alimentos e esperou até apagar.

Quando apagou, o cheiro estava apetitoso e foi bem na hora. Iemanjá, Ifá, Oxalá e outros orixás chegaram, e quando provaram adoraram a comida. Estava mais apetitosa e saborosa que a comida de antes. No final da festa, Oxalá gritou:

- De agora em diante, esse feiticeiro será o orixá da comida cozida!

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Stella

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Fabienne

Giovanna

Nicholas

Eduardo

Carolina

Beatriz

Gabriel

IX PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

Carolina

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o6Anos - Fundamental

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Professora Gabriela de Oliveira Fonseca

No primeiro trimestre de 2014, Redação trabalhou alinhada aos estudos da antiguidade e medievais feitos pela professora Inês nas aulas História. Em uma de nossas avaliações, um texto jornalístico e um infográfico sobre a descoberta de um sítio arqueológico onde teria existido uma escola de gladiadores durante a expansão do Império Romano foi o mote para a criação de textos narrativos e textos jornalísticos de divulgação científica. Enquanto a aluna Stella La Regina imaginou um texto histórico e que narra uma batalha entre gladiadores, Carolina Loretti misturou o gênero narrativo e o jornalístico cujo resultado nos pareceu surreal e ousado. Ana Luiza Garcia optou pela criação de uma reportagem que cobrisse a descoberta e preferiu o ponto de vista da atualidade.

Em abril, iniciamos um trabalho com o gênero epistolar. A carta de Giovanna Valim foi escolhida por apresentar um destinatário interessante e engraçado: uma galinha. Nicolas Tanaka e Eduardo Valdejão, ao serem desafiados a escreverem uma carta a partir da perspectiva do futuro, nos espantaram com o grau de imaginação que possuem. As cartas escritas desafiam seus leitores a observarem a vida a partir da ótica futurista de máquinas poderosas e desastres ecológicos.

Por conta do aniversário de cinquenta anos do Golpe Militar de 1964, convidamos os alunos do 7º a imaginarem uma carta escrita por um exilado político, o dramaturgo Augusto Boal, ao seu amigo Chico Buarque de Holanda. A música “Meu Caro Amigo” e a publicação “Ditadura em Quadrinhos” da Folha de São Paulo serviram de inspiração aos alunos. Os resultados foram supreendentemente belos. Isabella Conti, Fabienne Rost, Beatriz Viana e Gabriel Vazzi imaginaram vidas de exílio completamente diferentes.

Finalmente, com o objetivo de estimular a produção escrita independente do processo obrigatório da escola, premiamos dois textos escritos fora do contexto da aula, mas inspirados por nossas reflexões. Victor Gouvea criou uma história de horror maravilhosa a partir das reflexões sobre sequências descritivas feitas nas aulas de Língua Portuguesa da professora Maria Inês. Já Carolina Victória Alves criou uma narrativa romântica inspirada por nossas discussões a respeito do mito de Eros e Pisquê.

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CARTAIsabella Conti

Lisboa, julho de 1965Meu querido amigo Chico,

Desculpa a demora para lhe enviar esta carta. Fui exilado há quase duas semanas e os acontecimentos no Brasil não param. Fiquei sabendo que o presidente Jango teve que fugir e que os militares estão mais poderosos do que nunca.

Estou com saudades, gostaria de pedir a você para avisar a minha família e amigos que estou me virando bem aqui em Lisboa, já consegui trabalho, casa e encontrei uma dupla que canta bossa nova. Eles vieram junto comigo para Lisboa, pois compuseram uma música que critica o governo. Você iria adorá-los, eles são de Rio de Janeiro e querem te conhecer pessoalmente.

Cheguei em Lisboa com dez pessoas e todas elas foram banidas por causa das críticas feitas para o governo. Agora chegaram mais treze pessoas e elas me contaram que a coisa não esta fácil no Brasil. Estão acontecendo muitas manifestações contra o governo? As notícias do Brasil só chegam aqui por pessoas recentemente banidas. Sinto muito por não lhe enviar mais cartas, mas como estou trabalhando não estou tendo muito tempo livre.

Sempre que puder me envie cartas sobre o que está acontecendo aí e com a minha família, amigos e você*, é claro. Estou sofrendo com a sua ausência e principalmente com a falta da minha família e amigos, pois vocês são as pessoas que mais me alegram.

Com amor e carinho, Augusto Boal.

PS: Espero que isso acabe logo e que eu possa voltare que você conheça a dupla de músicos.(*) estou lhe enviando junto a carta uma foto minhacom os músicos em Lisboa.

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CIDADE DOS MORTOSVictor Gouvea

Nunca acreditei nessas histórias, porém, não sabia eu o que iria acontecer. Na calada da noite desci pra pegar um copo de água e ouvi sons, sons aterrorizantes. Corri para a cozinha e, às pressas, eu ascendi a

luz, não vi nada. Enquanto pegava a água as luzes se apagaram. Peguei a lanterna e ouvi passos, mas não passos comuns. Conforme

foram se aproximando ouvi vozes, vozes anormais! Peguei uma faca de carne e corri para o quintal, mas no quintal havia uma surpresa: havia lápides! Minha casa era um cemitério. Quando finalmente entendi o boato da casa mal-assombrada, eu vi

mãos saindo do gramado e das lápides; vi a assombração da casa: zumbis. Zumbis andavam pela casa.

CARTANicholas Tanaka

24 de inicial de 2047Parente do passado,

Se o senhor ou a senhora é da época de 2014 e estiver lendo essa carta, saiba que a carta vem de 2047 e contem avisos importantes do futuro. Muitos acham que irá ter carros voadores, robôs, casas muito luxuosas, etc. As únicas coisas que deram certo foram os robôs, mas ainda estão na versão beta. Outras coisas que foram inventadas foram PS72, bicicletas 2.0 e skate com turbo.

Em 2043 a água doce acabará fazendo com que as pessoas dessa época tenham que por um produto no leite para que continuem vivos. Em 2045, o mês de janeiro foi substituído por “inicial” e dezembro por “final”. As vírgulas foram substituídas por “z” e as exclamações por “8”. Também não usamos o termo homem e mulher e sim H e M.

Mas esse não é o assunto. O responsável pelo fim da água doce é um dos nossos parentes, o Rick Daniel Pantera. Esse é um dos nossos parentes que em 2040 criou aparelhos que funcionam por água doce conhecidos como AD emulator. O aparelho foi tão comprado que depois de três anos a água do planeta todo acabou.

Estou mandando essa carta para você tentar impedir Rick de criar o AD emulator para a água doce não acabar. Adeus Renato PK Pantera

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CARTAEduardo Valdejão

Vartorx, final de dezembroFala aí, Rô!

Eu tô mandando essa carta pra falar sobre o meu futuro, já que eu tenho 49 anos agora que você tá lendo. O futuro é demais! Tem carros voadores, naves; aqui não é mais poluído, pois mudamos para outro planeta triangular. Moro em um prédio baixo, só tem 185 andares....meu apartamento também é pequeno, de 2000 metros retangulares. Venha me visitar, meu irmão, aposto que vai adorar. Eu tenho um cão alado que tá louco pra te conhecer. E você? Melhorou a gripe? Estou meio triste sozinho aqui já que não tem ninguém aqui por perto pra conversar.... mas você pode vir aqui com o Gi, se vocês concordarem.

Bom, tenho que ir, vou viajar para Saturno hoje para comprar comida.

Até Eduardo

Pulei a cerca e fui pedir ajuda aos vizinhos, mas, quando vi, eram zumbis pra todo lado. Corri, corri até não aguentar mais, sem um pingo de esperança, corri sem rumo, até entrar num beco sem saída. Tentava me esconder ou me proteger de algum jeito, faltava pouco para o meu fim. E na cabeça só uma pergunta: O que será de mim?

Eu avistei o primeiro zumbi e o desespero só aumentou. O que fazer, o que fazer? Era a única pergunta. Me perguntei se dava pra subir a parede que tinha buracos ou lutava contra eles, mas um pingo de esperança surgiu: um helicóptero com uma corda pra eu subir apareceu pedindo pra eu subir , e subi e saí de lá.

E me perguntei: o que vem a seguir?

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O FORTE E O FRACOStella Maria Margarita La Regina

Existia um homem que se chamava Hércules. Ele era muito forte e se achava muito. Ele tinha um irmão nada parecido com ele: ele era fraco, magrinho que nem um palito, mas ele se esforçava bastante. Os dois foram recrutados

para a Escola dos Gladiadores em Carnuntum. Todos os alunos deste lugar estavam aflitos, menos o Hércules, pois ia ter uma prova ou

teste para ver quem iria ser o novo general da escola. O atual estava à beira da morte. João, irmão do Hércules, treinava noite e dia, já o Hércules não. Nas celas dos gladiadores:

- Hércules, se eu fosse você eu iria treinar para o grande dia, que é amanhã! - disse João ao seu irmão.

- Não, eu estou preparado! Sempre estive! - disse Hércules.

CARTAFabienne Rost

Lisboa, 9 de Novembro de 1975Caro Chico,

Como esta aí no Brasil? Aqui está tudo ótimo, porém sinto falta de estar contigo, e nesse lindo país... Ah, como as praias do Rio fazem falta, os prédios de São Paulo, aquela feijoada no capricho... Fiquei sabendo que o General Geisel assumiu a presidência e que prometeu acabar com a ditadura. Nossa, estou começando a criar expectativas para voltar ao Brasil, espero que ele faça como prometido, e que não demore. Já estou cansado de beber vinhos e uísques sozinho, acho que vou morrer se não voltar... Escrevo poema após poema, em meu caderno, cada um mais melancólico que o outro. É que quando andamos por aqui, encontramos cada casal, acho até engraçado. Outro dia, estava em um restaurante muito popular que tem na minha rua, e me deparei com um casal que me fez lembrar a minha amada, Roberta. Me conta, Chico, como ela está? Só de pensar me dá aquele nó na garganta... Enfim, vou andar um pouco, e usar aquele cachecol que me deu antes de minha partida, o que foi muito útil, pois aqui faz muito frio. Vou ver se encontro algo para te presentear, algo que marque nossa amizade... Ah, me mantenha informado, estou ansioso.

Abraços, Augusto Boal

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Nos dia seguinte cedinho, todos os gladiadores estavam na Arena de Treinamento. Teria um desafio para ver quem iria substituir o lugar do general. O desafio seria lutar com um dos homens mais fortes do Império Romano, o El Toro. Se você fosse empurrado para fora da arena perdia. O primeiro foi o Hércules, se achando. O El Toro deu o primeiro golpe e o Hércules já saiu da arena. Depois de todos os outros, foi o João. Ele estava muito nervoso. El Toro deu o primeiro golpe, João se esquivou, já que era pequeno. El Toro, nervoso por causa da agilidade do homem, tentou atacar novamente!

- Você não vai conseguir! - disse El Toro.- Que mentira! - disse João. João empurrou El Toro com seu escudo. E ele saiu da arena! João ganhou!- Parabéns, João! Agora você é o novo general! - disse o antigo general.- Parabéns, João! - disse seu irmão, com um pouquinho de inveja. João ganhou pela

habilidade e esforço, não pela sua força.

CARTAGiovanna Valim

São Paulo, 8 de abril de 2014

Florisbela, estou com saudades de você. Faz quatro anos que a gente não se vê! Quero muito ver seus filhos! Eu acho que você já morreu, mas seus filhos ainda não!

A última vez que te vi, você estava em um sítio, toda pretinha comendo milho. O Cirilo e a Maria Antonieta estavam brincando juntos em um cercadinho, estavam tão fofos! Quero muito te ver se você estiver viva!

Lembra do primeiro dia que a gente se viu? A Maria Antonieta estava tão pequena! A última vez que a gente se viu, eles estavam bem grandinhos, mas já devem ter morrido no acidente da panela...

P.S. Se você estiver viva, e alguns filhinhos também, venha me visitar em Nova York na casa da minha amiga!

Beijos, Gigi

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GLADIADORES ENCONTRAM ARMAS VALIOSAS DEBAIXO DA TERRA

Carolina Loretti

Enquanto os gladiadores saíam do Coliseu, encontraram um buraco, onde estavam armas valiosas. Justamente porque estavam debaixo da terra, os gladiadores foram cavando mais a terra, para ver se tinha mais. Em artigo na primeira edição da revista “Glady”, a equipe liderada por Glaydnos Clash, do instituto Siklin Voltzan de Armas Valiosas, relata o aparecimento de armas valiosas e caras.

Em entrevista a Folha, Clash disse que as armas deverão ser mantidas em um lugar secreto, para que as pessoas não as roubem. Esse procedimento deverá ser acompanhado por seguranças e policiais. O turismo vai ser cancelado pelo século XIX

a XX. As armas vão ser vistas por militares e gladiadores, sem que se possa fazer o uso delas.

Os gladiadores foram para a escola aprender a lutar com as armas valiosas. Nessa escola, dois dos gladiadores ficaram superamigos e

falaram que queriam fugir e não aguentavam mais lutar e não queria matar ninguém. Passaram-se duas semanas, e esses gladiadores falaram:

- Chegou a hora. E o outro respondeu:- Que hora?

- Hora de nós dois cairmos fora daqui!

CARTABeatriz Viana

Lisboa, 12 de novembro de 1973Meu amigo Chico,

Estou morrendo de saudades do Brasil mas não esse Brasil de agora e sim aquele em que éramos livres. Eu sei que a coisa tá preta, mas dá pra levar a situação? Algum amigo nosso morreu ou foi preso por ser comunista? Como está o Marechal? Tá velhinho ou doente? Tomara que sim para podemos acabar com essa situação. Quando acabar prometa-me que vem me visitar. Estou morrendo de saudades de ouvir você cantar, de jogar futebol de tudo e de todos.

Beijos para todo o pessoalPs:. Também estou com saudades de uma praia e um solzinho, pois aqui Lisboa faz

muito frio. Augusto Boal

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- Vamos essa noite!Então a noite chegou e eles foram embora da escola para viver em paz, sem matar ninguém.

ESCOLA DE GLADIADORES NA ANTIGA CARNUNTUMAna Luiza Garcia

Arqueólogos americanos investigaram um terreno onde uma provável “Escola de Gladiadores” em Roma, localizada na antiga cidade de Carnuntum, funcionava para filhos de nobres. Um dos arqueólogos, em uma entrevista com a revista “Curious”, relatou o diálogo a seguir:

- A nossa viagem nos inspirou em várias reportagens e artigos novos.- Cite uma das curiosidades que você, pessoalmente, mais achou interessante. -

disse a revista “Curious”.- Acho que foi a descoberta de que essa “Escola de Gladiadores” era frequentada

apenas por filhos de nobres que já haviam se sacrificado por algo, ou alguém importante.

Esse diálogo, tirado da revista “Curious”, foi usado em artigos de historiadores, o que creditou o grupo dos arqueólogos. Dias depois da viagem, o grupo postou em sua página da internet, fotos com alguns símbolos e frases em línguas hieróglifas. Descobriram que essa “Escola de Gladiadores”, era chamada, pelos romanos de “Ludus Gladiatorius”. Em memória a essa época onde a escola funcionava, o grupo promete fazer um filme, com a recriação da escola para as gravações.

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CARTAGabriel Vazzi

Março de 1964Meu Caro Chico Buarque,

Estou com saudade. Que bom que Jango virou presidente. Isso melhorou um pouco, já que antes era mais capitalista. Você sabe, ele deixava os capitalistas de cabelo em pé. O clima era de guerra, uns a favor e outros contra. Ele não tem ajuda política e os preços estão aumentando. Infelizmente derrubaram o presidente e entrou um militar muito chato. Aí eu vim para Lisboa.

O Júlio não sai do meu pé. Ele quer te ver. A Karina e o Chico também. Estou com saudades. Comprei uma casa linda, a única foto que eu peguei de você foi a do aniversário do Júlio. E aí, o militar chato já saiu? Algo melhorou?

Enfim, aqui está muito corrido e deixei o melhor pro final. O Júlio está no 5º ano, tirou dez em tudo, depois te mostro. Ouvi que o Brasil ganhou novamente a copa, isso é verdade? Agora vou levar a Karina e o Chico para aula. Eles vão a aula das sete da manhã às seis da tarde. Eu brinco com o Júlio um pouco depois da aula dele, das seis às nove da noite.

Aprendi “Chiquês”, a língua que se fala com você, Chico. Vou dar um exemplo: Chicanes foies aes escoles hojes. Viu! Aprendi certinho, hein? Agora vou sair para jogar bola com o Júlio. Amanhã é o aniversário dele. Ah, esqueci de uma coisa: lembra que você sempre quis um cortador de grama? Tem um aqui te esperando. Tenta vir para cá. Estamos com saudades. Quando puder mande umas cartas e vê se me responde.

Tchau... tchaues! Abraço, Augusto Boal

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A VIDA DE ISABELLCarolina Victória Alves

Isabell terminou de se arrumar e se olhou no espelho. Estava uma pilha de nervos. Pela décima vez, naquele mesmo dia, tirou o fone do gancho e telefonou para Trevor.

- Alô? Trevor? Aqui é Isabell. - Como se ele já não soubesse- Oi, Isa. O que foi agora?- Trevor, você tem certeza de que todos os convites foram mandados? E o coquetel?

Será que não apareceu nenhum problema de última hora? Acostumado com aquele tipo de comportamento, Trevor sorriu.- Fique tranquila. Os convites foram todos mandados e acredito que umas

trezentas ou quatrocentas pessoas compareçam ao coquetel. Acabei de conversar com o pessoal do bufê e eles me garantiram que servirão rigorosamente o que foi combinado:canapés, salgadinhos e vinho branco italiano. Agora, trate de relaxar e aproveitar seu sucesso! - Elena desligou o telefone e sentou-se na cama. Aquela era a noite do lançamento do seu segundo livro. Ela e Sam haviam acabado de voltar a Las Vegas, depois de passarem os dois anos previstos na Grécia. Havia sido lá que ela publicara seu primeiro romance, a história que escrevia quando conhecera Sam.

O sucesso fora estrondoso, tanto de público, quanto de crítica. Uma revista especializada chegara até a apontá-la como a revelação do ano.

Começara a escrever aquele segundo livro logo após o primeiro. E não podia estar mais feliz com sua carreira. Aliás, não podia estar mais contente com a vida. Seu casamento com Sam corria às mil maravilhas. Ele era o homem com quem ela sempre sonhara: meigo, carinhoso, divertido, uma excelente companhia. Há sete meses, descobrira que estava grávida. Agora, olhando-se de novo no espelho, percebia que aquele vestido de veludo preto, que escolhera com tanto cuidado, não estava sendo de muita ajuda para deixá-la um pouco mais elegante. Tinha engordado oito quilos até o momento. E era provável que engordasse mais uns cinco até o final da gravidez. Mas pouco estava se importando.

Sam, quando soubera que ia ser pai, dera um grito de felicidade que fora ouvido a quilômetros de distância. Satisfazia todos os desejos de Isabell, tentava adivinhar suas vontades e tratava-a com o maior carinho possível. Ambos já sabiam o sexo do bebê. Ia ser uma menina. Ela torcia para que ela tivesse os olhos azuis do pai. Depois de muita discussão, acabaram chegando a um acordo sobre o nome do bebê. Elena insistia para que ele se chamasse Isabell Fray Salvatore Jr. Ele, porém, se recusava.

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- Ora, Isa, colocar no filho o nome idêntico ao da mãe é muita falta de imaginação. Prefiro outro. No final das contas, acabara sendo decidido que o bebê se chamaria Lucy Fray Salvatore. Elena mal podia ver a hora de segurá-la nos braços.

Eles haviam comprado uma linda casa num dos bairros mais elegantes de Las Vegas, cercada por um jardim enorme. Vicky e seu novo namorado Nick, iam visitá-los todas as semanas. Sam entrou no quarto e deu um assobio.

- Uau! Como você está linda! Ela correu - na medida no possível - para abraçá-lo.- Ah, Sam, eu estou tão nervosa... Ele lhe deu um beijo demorado.- E agora? Está mais calma? Ela deitou a cabeça em seu ombro. - Tão mais calma, que

estou pensando em adiar essa festa e ficar aqui no quarto com você...- De jeito nenhum, Sra. Fray. Não esqueça que tem um contrato a cumprir. Além

disso, mal posso esperar para ler a crítica desse livro.- Sam? - ela ainda estava com a cabeça em seu ombro.- Sim?- Obrigada.- Obrigada por quê?- Por me fazer a mulher mais feliz do mundo. Nunca pensei que um dia pudesse

encontrar tamanha felicidade. Ficaram ali abraçados durante mais algum tempo, depois deixaram juntos o quarto a caminho de um grande sucesso...

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os 8 Anos

Pedro

Sarah

ViniciusHenrique

Giulia

Arthur

Luca

Rafael

Isabela

MarcoAntonio

Juliana

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Leonardo

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Anos - Fundamentalos8

Professora Gabriela de Oliveira Fonseca

Os alunos do 8º ano se viram em meio a uma tarefa nada fácil no início deste ano letivo: escrever um mini-conto de horror com EXATAS noventa palavras. Trata-se de uma empreitada que requer o desenvolvimento de habilidades valiosíssimas para a produção escrita: a organização da coerência textual e a escolha vocabular. Por se tratar de um texto curtíssimo, os alunos tiveram que passar por um árduo processo de revisão e reescrita textual. A repetição de vocábulos ou o uso de palavras genéricas pode comprometer o resultado da narrativa. Leonardo Martin, Giulia Moretti, Pedro Ruffie e Arthur Shinzato conseguiram obter bons resultados ao buscarem palavras inusitadas e ao trabalharem com a construção progressiva de tensão que o texto de horror tanto exige. São textos cujo clímax e desfecho horripilantes surpreendem.

A segunda prova de Redação do ano de 2014 propôs a criação de um conto curto a partir da observação de um infográfico que discutia a descoberta de um esqueleto paleoíndio. Luca Maccioni e Sarah Birembaim constroem textos aventurescos que trabalham com a mistura de jargão técnico e a narrativa de suspense. A capacidade argumentativa dos alunos foi testada em maio deste ano. Novamente a partir da observação de um infográfico e leitura de uma crônica, os alunos do 8º ano foram convidados a escreverem um texto de opinião que discutisse a questão do “Excesso de Pombos na Cidade”. Isabela Fabozzi e Rafael Zamith foram capazes de articular a questão coerentemente e com traços de autoria.

Finalmente, em função da realização da Copa do Mundo da Fifa no Brasil, propusemos aos alunos do 8º ano que escrevessem crônicas esportivas inspiradas pelo texto “O Juiz Ladrão” de Nelson Rodrigues e por fotografias históricas do evento. Marco Antonio Fujiwara e Henrique Góes ganham nossa simpatia por nos contarem suas próprias experiências futebolísticas. Juliana Vieira e Vinicius Nazato se inspiraram na famosa foto do cachorro que invadiu o campo em 1962 e nos trazem as perspectivas tanto de quem viu o acontecimento quanto do próprio animal.

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PERDIDOLeonardo Martin

Pedro estava em uma floresta horrível com árvores grandes e grossas, espessas demais. Não via o céu. Havia uma névoa verde e fétida, não dava para ver através dela. Pedro às vezes ouvia estrondos barulhentos, parecia alguém se mexendo. Ele pensou como foi traído e empurrado do helicóptero e tinha um paraquedas. “Vinte anos de amizade com aquele bastardo!” pensou. Estava tentando achar a civilização, uma estrada talvez. Os sussurros estavam mais altos e barulhentos, alguma coisa se arrastando. Virou, sentiu como se farpas atingissem sua barriga. A dor o matou.

FALHAS TÉCNICASGiulia Moretti

Nikolas, um homem solitário, criou um robô para ser sua filha já que não era casado. Seu nome era Kety e ela podia se apaixonar. Foi proibida de sair de casa e isso a deixava irritada. Para ela, Nikolas era um pai horrível, começou a odiá-lo. Ele a repreendia e a obrigava a fazer tarefas. Um dia, no jardim, conheceu Andy e se apaixonou. Ele a entendia e a chamou para fugir. Entrou em casa lentamente, pegou um prego e friamente cravou em Nikolas. Eles fugiram, e dizem que se casaram.

POMBOS CIDADÃOSIsabela Fabozzi

São 6h30 da manhã. Trabalhadores de toda a grande São Paulo estão saindo de casa - ou acordando para mais um dia de trabalho. Alguns de carro. Outros pegam o ônibus ou ainda a caótica linha vermelha do metrô. Não importa onde passem. Até chegarem nos seus destinos, haverá sempre uma pombinha em seu caminho.

A questão da pomba no dia a dia não é de hoje. Já faz um bom tempo que elas nos acompanham no cotidiano. Mesmo que a maioria das pessoas sinta nojo ou repulsa das pombas, e outras que nem liguem muito; enquanto houver gente que ainda as alimente, as pombas nada passarão de pequenos pássaros que, assim como nós, dividem espaços com outros seres, para sobreviver na cidade contemporânea.

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OS PALEOÍNDIOSLuca Maccioni

Na África do Sul, uma mulher chamada Beatriz e seu ajudante, estavam à procura de algo que batesse com a hipótese que os paleoíndios existiam. Anos e anos se passaram sem resultado, mesmo com o detector , que era um equipamento revolucionário que detectava e analisava materiais que divergissem com o ambiente.

Mas certa vez encontraram algo, era um osso. Analisando-o viram que era apenas um osso de animal enterrado. Ela pensou – “Quem enterraria um osso bem aqui no meio do nada?” Deu três passos a frente e sentiu o chão tremer. Beatriz achou estranho, porém continuou a andar, deu mais um passo e todo o chão em que ela e seu ajudante estavam caiu.

Quando levantaram viram os tão procurados paleoíndios. Eles moravam em cavernas construídas embaixo da terra. Eram túneis que alargavam e viraram uma espécie de quarto. Havia muito deles, eram grandes e com rostos assustadores. O ajudante maravilhado foi se aproximando devagar, mais perto e mais perto até que encostou em um deles: era uma fêmea. Ela gritou e sem mais nem menos os outros atacaram e começaram a comê-lo vivo. Beatriz, assustada, tentou escapar mais foi puxada de volta para esta espécie de quarto. Acredita-se que o solo só desabou porque dias antes havia caído uma tempestade muito forte. Com o sumiço de Beatriz e seu ajudante, nunca foi provada a existência dos paleoíndios.

POMBOS NA CIDADERafael Zamith

Você já reparou na quantidade de pombos que moram na nossa cidade? Um dia eu estava reparando ou melhor contemplando a vista da janela quando... avistei cinco

pombos empoleirados no fio elétrico. Fui almoçar e quando voltei contei vinte pombos!

Um dia estava na lanchonete do clube e avistei um grupos de pombos. Tudo bem até aí, mas eles chegaram na mesa vizinha e

bicaram um pedaço do pastel de um senhor sem o mínimo de medo e vergonha! Já se viu isso?

Eu aprovaria o fato de ter uns quarenta quilômetros quadrados de rede antipombos espalhada pela cidade. As doenças diminuiriam e não teríamos que olhar para esses

“ratos voadores”, que não acho nada, nada “fofinhos”.

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UMA BELA VITÓRIAJuliana Vieira

Chegou Pelé, o melhor jogador da copa de 1958. O estádio está lotado. De um lado do campo: gritos, apitos, bandeiras balançando, todos torcendo pela vitória do Brasil; e do outro lado do campo a torcida do time adversário: quietos, paralisados pela torcida brasileira.

Primeiro tempo: primeiro gol do Brasil! A torcida vibra , grita pelo nome dos jogadores e se preparam para mais um gol e novo momento de alegria. No início do segundo tempo todos na expectativa de um novo gol, mas, de repente um apito e o jogo fica parado.

E eis que entra em campo o 12° jogador - um cachorro preto em direção ao goleiro para brincar com a bola! Os jogadores ficam imóveis diante da cena e esperam uma solução, eles olham para o juiz.

Foram necessários três policiais para retirar o cachorro do gramado que insistia em brincar com a bola e correr atrás dos jogadores. Foi uma gargalhada geral no estádio, brasileiros e adversários não acreditavam na cena. Depois de muito tempo, retiraram o cachorro do gramado e o jogo pôde recomeçar.

Fim do jogo. Vitória do Brasil contra Argentina 1X0. Todos vibram com a nova taça.

A CASA MALDITAPedro Ruffie

Três adolescentes resolveram entrar em uma casa abandonada. Duas da manhã. À noite estava fria, quebraram a porta, entraram. Na sala, símbolos estranhos em vermelho, nas paredes, no banheiro. Ratos na cozinha, ossos, e no quarto principal, fotos antigas, velas e um caixão. Abriram-no, e uma mulher esquelética pulou para fora e arrancou a cabeça de Paul.

Jack e Skyler fugiram para a sala. Jack foi estraçalhado pelo monstro. Skyler abriu a porta, mas não havia a saída e sim um corredor sem fim. Depois disso nunca mais foram vistos.

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os 1 Anos

Antonio

Isabel

MarceloMarcella

Raquel

Ulick

Caio

Felipe

Vitor

Rafaela

Pierlucca

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Igor

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A VITÓRIA DO ARGENTINOMarco Antonio Fujiwara

Lá estavam eles: os jogadores da seleção brasileira de futebol masculino, se arrumando para a final da Copa de 1970. Os 22 jogadores de cada seleção entraram em campo para começar os 90 minutos de partida para ver qual seleção iria levar a taça. Foi quando eu vi o Pelé entrando... não só eu mas como todos os torcedores do Brasil começamos a vibrar. Eu sou argentino mas torço para o Brasil.

Começou o jogo e estava equilibrado até que a Argentina fez um contra-ataque com velocidade. Eram três jogadores da Argentina contra um do Brasil. Chegaram até o goleiro. O jogador da Argentina deu uma cavadinha e a bola entrou. E o juiz acabou o primeiro tempo: 1 a 0 para a Argentina.

Quando começou o segundo tempo o Brasil tocou mais a bola, pressionou mais a marcação e conseguiu um gol de empate no início do segundo tempo. A posse de bola era da Argentina e o Brasil tinha que tomar cuidado.

Aos 88 minutos de jogo, Pelé recebeu a bola no meio campo, passou pelo primeiro, passou pelo segundo, deu um rolinho no terceiro, fingiu que ia chutar, deu um chapéu no goleiro e deu o toquinho na bola para a vitória.

E apitou o juiz, final do jogo e o Brasil levou a taça: 2 x 1 contra o seu maior rival.

A DESCOBERTASarah Birembaim

Estávamos caminhando na areia. Passaram-se dias e nada. Desisti. Dei a volta e os outros me acompanharam. Andávamos em um piso que eu julgava seguro.

E então caímos. Olhava em volta, desesperada, à procura de algum sobrevivente.Chequei se tinha algum osso quebrado e continuei naquela caverna escura,

sombria. Achei uma fonte d água. Foi quando o vi. Era uma carcaça curiosa, misteriosa. Cheguei mais perto, hipnotizada por aquele estranho cadáver.

Quando fui salva, analisei-o e soube: seria a arqueóloga mais conhecida no mundo.

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COPA DO MUNDO - 2010Henrique Góes

Eu estava na casa da minha bisavó quando ia começar a final da Copa do Mundo de 2010. Eu me lembro que estava todo mundo na sala de TV ansioso quando havia começado o jogo. A torcida da Espanha era bonita de se ver: todo mundo cantando o hino, sem violência e com muito orgulho. Queria poder ver isto hoje em dia...

O primeiro tempo havia sido 0 x 0. No intervalo do jogo meus parentes haviam saído da sala e eu tinha ficado sozinho lá. Mal havia recomeçado o segundo tempo e a Holanda quase faz um gol, mas o goleiro da Espanha havia feito uma bela defesa. Meu coração quase saiu pela boca nesse lance. Estava uma final muito legal de se assistir. Já havia acabado o segundo tempo e iria para a prorrogação.

Eu tenho medo de prorrogação, pois se um time faz um gol, o outro tem muito pouco tempo para tentar uma reação. Já havia sido o primeiro tempo da prorrogação e nada de gols. Fui correndo chamar meu pai para ver o final do jogo comigo, e quando voltamos já havia recomeçado. Nós já estávamos desacreditados até que nos últimos minutos do jogo o Iniesta ( jogador da Espanha) recebeu a bola, chutou cruzado e gol.

Eu e o meu pai gritamos muito, comemoramos até que o juiz encerrou a partida e a Espanha foi campeã.

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os 9 Anos

Raul

Larissa

ThiagoLucas

Lauren

Camila

Igor

Suellen

Luisa

Joana

AnaLuiza

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Fernanda

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Uma profunda revisão das estruturas textuais mais diversas fecha o ciclo do Ensino Fundamental. Os Gêneros Lírico, Narrativo e Dissertativo são abordados de forma a tornar claros e amarrar conceitos que podem não ter sido absorvidos por causa da crueza juvenil que ainda não se encontra amadurecida para certas estruturas.

O 9º ano é uma fase de transição importante. As reflexões são feitas de forma a dar-lhes uma prévia do que será o Ensino Médio e daí a importância de se firmarem conceitos estruturais do tecido de palavras que forma o texto.

A leitura vem sempre atrelada à boa produção textual. Foi um trabalho marcante e insistente entre a equipe de português para que fossem desvendadas não só a produção, como uma boa interpretação textual. Uma grande dificuldade dos alunos é a boa compreensão dos enunciados (seja em que área for). Este foi nosso ponto de partida: formar bons leitores. Nosso ponto de chegada já é o momento presente em que consumamos a formação de bons e jovens escritores.

Os textos selecionados foram os que apresentaram definições claras das estruturas textuais escolhidas, clareza de linguagem e criticidade de modo a transgredir o senso comum.

PAULO FREIRE

“Não há transição que não implique um ponto de partida, um processo e um ponto de chegada. Todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje. De

modo que o nosso futuro baseia-se no passado e se corporifica no presente. Temos de saber o que fomos e o que somos para sabermos o que seremos.”

Anos - Fundamentalos9

Professora Maína Machado

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A MÍDIAFernanda Ayala

E lá estava novamente o escravo da televisão, sentado no sofá, tomando cerveja e vendo as notícias que aconteciam ao redor dele e ao redor do mundo. Do jeito que a mídia decidiu contar.

Esse escravo da televisão, não apenas escravo dela é, mas sim de todas as redes sociais que o manipulam e assim, fazem-no viver em um mundo ilusório belo e cheio de notícias ótimas sobre futebol, novelas e carnaval (mas, o que é realmente importante está coberto por trás desses lençóis).

O escravo de televisão, de tão inocente que é, acaba caindo nas armadilhas e acredita morar no paraíso. Quando se depara com os protestos acontecendo ao redor dele, acha banal e prefere continuar vivendo no perfeito mundo.

Porém, quando a verdade e injustiça do mundo real batem na porta dele, ele decide se mover, mas, de um jeito ou de outro, já é tarde demais. Não é um fato que só acontece com uma minoria insignificante, mas sim com a grande e ignorante maioria da sociedade. Sim, o seu vizinho que recebe o jornal, empolgado porque sua escola de samba ganhou e mal se importa com o verso da primeira página, dizendo que o IPTU aumentou e outros malefícios aconteceram no seu país. Sim, aquela adolescente encantada com seus cantores favoritos e suas vidas, e mal se lembra que estão ocorrendo greves na sua escola e seu ensino está arruinado. Isso sem esquecer da noveleira de plantão, que de tão fascinada com as novelas, esquece que está desempregada há mais de três meses, e assim, não faz nada a respeito

Esse é o caminho. O caminho que a mídia leva. As situações ilusórias e imaginárias, onde o chão vira céu e o céu se perde na imaginação de cada um.

Oh, mídia querida, que tanto nos ensina e ao mesmo tempo não ensina nada. Quem somos, onde estamos e aonde queremos chegar com esse aprendizado sem moral e estrutura que só leva ao erro por muitas vezes...

Quando penso no futuro, que é próximo, e ao mesmo tempo tão longe, me pego a pensar em tamanha ignorância na formação dos futuros jovens, que não se preocupam hoje, mas amanhã, há de se preocupar, pois também virão seus filhos e netos, que terão que se preocupar com muito mais coisas.

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MENTIRASJoana Noya

Mentira, mentira essas coisas que te falam todo dia. "Amei sua roupa", "ah, que bebê bonito", "não é você, sou eu", e assim várias outras mentiras que nos falam e nós, idiotas, acreditamos.

Ah se eu tivesse ouvido minha mãe, acreditado que todos que mentem, o nariz cresce. Burra eu de descobrir um dia que falar a verdade era sofrido e tinha um jeito muito mais fácil de me safar dessas broncas que levávamos. Mentir era o remédio. Diziam que mentira tinha perna curta, mas isso também era mentira. Mentimos tanto, que a mentira já virou verdade. Confuso? Provavelmente.

Esses dias mesmo estava eu sentada com Mariana, minha amiga que jura com dedos juntos que não foi traída, boba ela de acreditar em João, aquele lá mente mais do que corre atrás de mulheres, ou seja, João fabrica mentiras. Mariana jamais irá aceitar que foi traída, provavelmente por isso “acredita” em João. Pois ninguém deve ser tão burro a ponto de acreditar em coisas tão óbvias.

Ou você realmente achava que João falava a verdade quando falou pra Mariana que não, ele não havia a traído?! Ah, me poupe, estou simplesmente cansada de todas essas mentiras e falsidades que andam falando por ai. No trabalho todo dia ouço pelo menos 5 mentiras. E olhe bem, eu trabalho com pessoas que não deveriam mentir, na piscicológia mentir é quase um pecado, e mentimos a ponto de nos convencer de que aquela é a verdade.

Eu já estou farta dessas mentiras, queria eu poder levantar e dizer boas verdades a todos esses que falam e ouvem mentiras por todo o dia. Mas quem sou eu perto de uma grandiosidade como a mentira?

UMA GUERRA DE PAZThiago Rossi Rodriguez

Uma guerra está começando entre dois países, um se diz forte armado, pronto para o combate e promete que vai vencer, eles

recrutaram de seu exército e de sua população, maridos, filhos, pais, jovens, velhos, etc.

Já o outro país não ameaça o seu adversário, ele fica em silêncio. No dia do primeiro combate, o presidente do país vai ate o pátio do exército, onde estão todos os soldados, e entrega

para cada um deles, uma rosa branca significando a paz.

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ENQUANTO VOCÊ ERRA, DENTRO DE VOCÊ, GUERRAAna Luiza Cintra

Nós estamos em guerra constantemente, você já percebeu?Sua vizinha está em guerra com o marido, seu irmão está lutando contra seus

próprios sentimentos, seu pai luta todo dia no metrô cheio para ir trabalhar, para pôr comida na mesa. E você ainda acha que guerra é apenas com bombas?

Havia uma garota, chamada Margaret.Margaret tinha 17 anos, morava na Alemanha, com seus avós.Era uma menina loira de olhos claros e que tinha uma vida saudável e muito boa

apesar de ter perdido seus pais com 15 anos na segunda Guerra Mundial. Todos da comunidade, do bairro, a conhecem como “A menina da praça”, pois

Margaret ia na praça Theodor Stefen (que fica na frente de sua casa) todos os dias da semana em todas as semanas do ano, passava uma, até duas horas sentada em um balanço de madeira com farpas e mofo, balançando e pensando.

Pensando na vida, pensando no mundo, nas pessoas, pensando em que um dia talvez ela seria feliz.

Todos os dias ela estava com uma expressão de tristeza, mas as pessoas de lá achavam que o motivo era da perda dos pais e o trauma da Segunda Guerra.

Mas, na verdade ela estava em guerra com seus pensamentos, nada fazia sentido, nada se encaixava. Pensamentos embolados.

E isso a deixava triste, pois ela gostaria de viver em paz, viver feliz ao lado de seus avós.

Para ela era pior que as guerras com bombas, era pior que guerra violenta, ela se sentia mal e achava que nunca ia se curar dessa tristeza que ninguém nunca irá saber o verdadeiro motivo.

E esta guerra traz as mesmas consequências e a tristeza é igual.

No final da guerra, o exército que foi com a intenção de paz, venceu a guerra com poucas mortes, evitando vários choros de mães, filhos, pais e esposas. O mundo bem que poderia realmente ser assim. Este texto poderia não ser um treino de realismo fantástico. Poderia ser uma notícia de jornal, mas não, é ficção, é fantasia é uma utopia que poderia acontecer. Se você leitor acendeu em seu peito uma faísca que seja de alegria por acreditar que era verdade, desculpe-me pelo banho de agua fria do final, mas podemos transformá-lo em realismo, apenas. Basta querermos.

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SKINSRaul Perez Moderiano

Cena 1 Dana e o psicólogo Mike estão frente a frente sentados em poltronas cor vinho. A

mesma cor da pequena sala (praticamente um cubículo)Dana está com uma camisa com um enorme decote e uma saia xadrez.PSICÓLOGO - Você acha que será possível superar...DANA (rindo seriamente)- Eu nunca vou superar

Cena 2Dana anda na escola e toda a multidão que estava acumulada se afasta dela. Todos

começam a cochichar enquanto ela anda pelo corredor ignorando os outros.. Tira da sua bolsa uma garrafa enquanto ouve alguém a chamar. Ela ignora e dá um

gole. Então, uma mulher gorda e enorme (Barbara Bronks) com um coque de velha entra na sua frente.

BARBARA- Srta. Jinx. Você me ouviu?DANA- Diretora Bronks. Me desculpe, eu estava distraída BARBARA (irritada)- Srta. Poderia me dar essa garrafa?DANA (rindo)- Claro. A senhora está mesmo precisando de uma bebida. Talvez

assim você arranje um namorado.Todos que antes estavam afastados formaram uma roda em volta das duas. Dana ri

provocativamente e abre espaço entre as pessoas para continuar andando.CHOW (rindo)- Foi tão engraçado o que você fez, eu sempre quis fazer isso. O menino japonês, loiro e com óculos entra em sua frente.DANA (sem expressão)- Eu não sei quem você é, mais isso pouco me importa. Sai

da minha frente ou morra.CHOW- Eu só estava tentando ser amigável.

DANA- Tá bom. Te dou uma segunda opção. Ou me dá um beijo ou saia da minha frente.

CHOW- Nenhuma das opções. Eu não vou desistir.DANA (retirando uma arma da sua pequena bolsa) – Tudo bem,

eu fiquei sem opção.CHOW (sem certeza) – Eu sei que você está blefando.DANA (atirando no chão do corredor vazio) – O que. Ainda

acha que estou “blefando”?CHOW (estressado) – Não. Não! Você não precisa fazer isto.

Eu só estou tentando ser seu amigo!

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DANA- Por que você não vai fazer amizade com outra pessoa?CHOW- Eu já tentei várias vezes, mas não deu certo. As pessoas falam pelas suas

costas e zoam de você. Fazem isso comigo também. Só porque somos diferentes...DANA- Como você é diferente?Chow não responde e continua a andar, Dana o segue observando. E entram em

outro corredor. Este está cheio. Chow ao entrar neste corredor olha fixamente para alguma coisa. Ao perceber para onde Chow estava olhando Dana lança seu sorriso maldoso.

DANA (sorrindo)- Entendi.Dana vai até o menino que Chow está observando. Ele tem cabelo loiro escuro e é

forte. Ele conversa com uma menina ruiva e estranha.Chow a observa enquanto ela volta rindo.DANA- Agora você tem um motivo para ficar longe de mim.

Cena 3Dana chega em sua casa. Ela ainda não abriu a porta, mas já ouve sua tia gritar no

telefone.LIDIA- O que eu posso fazer se ela é traumatizada! Você não pode me culpar. Eu

não posso mudá-la.Dana fica observando a sua tia seriamente até ela perceber e desligar o telefone.LIDIA- Desculpe, Dana. Eu sei que não é sua culpa. Mas você devia tentar não

arrumar confusão no 1º dia de aula.Dana não responde. Enquanto sua tia fala, pega um isqueiro e começa a fumar

maconha. Dana sopra fumaça na cara da sua tia e sai correndo para o seu quarto, com lágrimas em seus olhos.

Chegando ao seu quarto (Bagunçado e com vários pôsters de bandas alternativas na parede), Dana revira a sua bolsa até achar o seu celular. Digita um número rapidamente.

CHOW (entediado)- Alô.DANA (Disfarçando o choro)- Chow, me desculpa.CHOW ( Bravo e triste)- Como diabos você conseguiu o meu

número?!DANA-Eu estou tentando ser legal, dá para colaborar?CHOW- Sério? Por que seu tom de voz não me convenceu.DANA: - Eu quero que você vá a um encontro que marquei,

mas não poderei ir. É no bar perto da escola. Você sabe onde é. Todo mundo já foi lá. Por favor, vai e avisa que eu não pude ir, pois tive uma emergência.

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Compreendi que viver é ser livre…Que ter amigos é necessário…Que lutar é manter-se vivo…Que pra ser feliz basta querer…Aprendi que o tempo cura…Que mágoa passa…Que decepção não mata…Que hoje é reflexo de ontem…Compreendi que podemos chorar sem derramar lágrimas…Que um verdadeiro amigo permanece…Que dor fortalece…Que vencer engrandece…Aprendi que sonhar não é fantasiar…Que pra sorrir tem que fazer alguém sorrir…Que a beleza não está no que vemos, e sim no que sentimos…Que o valor está na força da conquista…Compreendi que as palavras têm força…Que fazer é melhor que falar…Que o olhar não mente…Que viver é aprender com os erros…Aprendi que tudo depende da vontade…Que o melhor é ser nós mesmos…Que o SEGREDO da vida é VIVER !!!

E umas das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de.Apesar de, se deve comer.Apesar de, se deve amar.Apesar de, se deve morrer.Inclusive muitas vezes é o próprio apesarde que nos empurra para frente. Foi o apesar de que me deu uma angústiaque insatisfeita foi criadora de minha própria vida.

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CHOW ( ficando alegre)- Agora você parece um pouco mais amigável.DANA- Desculpe por tudo.CHOW- Você tem certeza que é a mesma pessoa que conheci hoje????DANA- Não, eu não sou. Eu sou uma Nova DANA.

Cena 4 Dana acorda com batidas na porta.LIDIA- Dana, por favor abra a porta. Desculpe pelo que eu disse ontem.Dana pula de sua cama e abre a porta. Está apenas usando uma calcinha e uma

camisa grande que diz: “Give me your Money bitch”DANA- O que aconteceu ontem?Lidia a olha com uma mistura de desconfiança e medo.Dana ignora a expressão de

sua tia, pega sua bolsa e segue em direção da porta.LIDIA (incrédula)- Você não pode ir vestida assim. DANA (decepcionada)-Me esqueci. Dana vai ao armário e o revira. Acha uma minissaia do tamanho da sua calcinha e a

colocaDANA (beijando sua tia)-Tchau tia, até mais tarde.

Cena 5Dana estava em sua aula de teatro, sentada em um canto isolado observando as

pessoas atuarem.Chow entra na sala e olha os cantos procurando alguém. Ele sorri quando a vê e vai

até o canto que ela estava e senta ao seu ladoCHOW - Pelo jeito você não deve gostar de teatro.DANA (ignorante) -Como foi o seu encontro ontem? CHOW (nervoso) -Ele... Te deu um cano.Dana (sorrindo) - Sei.

O sinal toca e eles saem pelo corredor lotado. No meio do corredor, Dana viu a menina que conversava com Steven.

DANA (apontando) - Por que ela tá te encarando?CHOW (estranhamente olhando pro chão) -Eu não sei

DANA (estralando os dedos) -Se você quiser eu posso ir dar uns...

CHOW (rapidamente) -Não precisa.

Cena 6Dana entra fumando maconha e dá de cara com sua tia que

aparentemente está esperando por ela.

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DANA (animada)-Oi tia.LIDIA- Nós precisamos conversar, Dana.DANA- Sobre o que?LIDIA- Você precisa mudar.DANA- Eu já mudei. Eu sou uma nova Dana.LIDIA (aponta para maconha) -Você só vai ser uma “nova Dana” quando parar com

as drogas. Todas.

Cena 7Dana e Chow estão em um “penhasco”. Dentro do carro que está estacionado em

uma das vagas.CHOW – Por que você me trouxe aqui?DANA (abrindo uma maleta cheia de drogas) -Tenho que me livrar disso.Dana sai do carro com a maleta na mão e anda até a ponta do penhasco. Abre a

maleta, primeiro joga os vários pacotes de cocaína, depois os seus “cachimbos” e por último a maconha.

DANA(chorando) - Finalmente, uma nova pessoa.

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TRANSPORTE PÚBLICO NO DIA-A-DIALarissa Perossin

Laura é uma mulher de 29 anos, trabalha para uma das revistas mais renomadas de São Paulo, VEJA, mas Laura, assim como quase toda população de São Paulo, gostaria que os transportes públicos funcionassem como deveriam.

Toda manhã Laura pega um metrô e um ônibus para poder chegar ao trabalho, esse trajeto é feito em uma hora, muito mais rápido do que com um carro, mas, apesar de poupar tempo, o transporte público é muito ruim, pouco veículos disponíveis,

péssimas condições de higiene etc.Porém, uma manhã seu chefe disse q ela faria uma matéria sobre

transporte público para a revista, então, ela viu isso como uma maneira de tentar se manifestar e mudar as condições do transporte público.

Passou quase uma semana preparando a matéria, após seu chefe ver e aprovar, a matéria foi postada e teve um grande número de repostas, pessoas falando sobre aspectos que deveriam mudar no transporte público. No fim, Laura mandou sua matéria junto com as cartas recebidas para o Palácio do Governo e

exigiu uma resposta.

POR QUE A GUERRA?Igor Bueno Magela

Mortes, sangue, gritos... É... Eu já vivi tudo isso. Hoje, sou apenas mais um velho, careca, barrigudo, e com muitas histórias para contar. Através desse relato pessoal de um jovem soldado alistado na adolescência, conto para você a minha história.

Estava frio. Nublado. Soldados correndo por toda parte, e no meio deles, estava eu. Cansado, sujo, com medo e já sem esperanças. No meio de tanta confusão e tiros por todos os lados, eu me enfiei em um beco bem escondido próximo da base inimiga. Não consigo me lembrar de quase nada, mas em questão de segundos tudo se apagou. Quando acordei, havíamos ganhado a guerra, porém descobri que fiquei cego. Fui atingido por um gás. E ainda hoje, depois de tantos anos, ainda me pergunto: Por que a Guerra? Acho que nunca conseguirei responder a essa pergunta.

Acordei. O despertador ainda não tinha tocado. Eu precisava ir para a escola. Escrevi um relato pessoal para o trabalho de redação sem nenhuma coerência. Mas, eu tinha consciência disso e ainda tinha esperanças que a professora fosse considerá-lo. Afinal, eu não poderia ter em vida um pouco de realismo fantástico?

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AMOR VERDADEIRO?Luisa Bragaia

Amor verdadeiro é aquele na qual duas pessoas se amam, independente das situações e problemas que possam viver. É aquele que e que nada abala resiste a qualquer dificuldade. Mas, será que os jovens de hoje em dia consideram isso quando começam um relacionamento? Muitos dizem que amam muito e que nunca conseguiriam se separar do outro, mas no mês seguinte já não estão mais juntos. A causa desse fato? Não ser o parceiro ideal, incompatibilidade, falta de vontade e a incapacidade de se prender a uma pessoa. Uns acreditam em amor à primeira vista outros não. Eu particularmente não acredito, pois antes do amor, vem a atração, depois a paixão e aí sim o amor.

Há muito mais que só amor em um relacionamento, é necessário confiança, empenho, amor próprio e um compromisso diário. Há várias situações em que relacionamentos começam por puro interesse, “status” ou até mesmo solidão. Mas também há aquele amor adolescente que pode ser lindo e duradouro como o de Savannah e Jared que passaram a publicar vídeos fofos de seu relacionamento no dia a dia que eram à base de carinhos, atenção e beijos. Porem todo casal tem seus problemas e em uma tentativa de deixar o relacionamento ainda mais forte resolveram dar um tempo e foi quando tudo começou a desandar. Savannah beijou vários outros garotos e Jared também.

Para não jogar dois belos anos de relacionamento fora eles resolveram esquecer a “traição” e reatar mas não funcionou porque as coisas certamente já não eram mais as mesmas.

Ao longo da vida, com erros e acertos, alegrias e decepções, nós aprendemos o que realmente é amar e assim encontraremos o nosso parceiro ideal.

Por isso não se apresse e não ache que você precisa encontrar alguém urgentemente, quando você menos perceber o seu amor estará bem a sua frente.

Em quatro meses Laura obteve sua resposta ao ir para o trabalho e vendo algumas mudanças ocorrendo.

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O QUE É O SABER?Lucas Pimentel Martins

Eu sempre fui muito aventureiro e sempre queria descobrir novas aventuras, pessoas e lugares. Por causa dessa minha paixão por aventuras, ia um pouco mal na escola,cheguei até a repetir um ano. Mas, sempre prometi para mim mesmo que iria descobrir um jeito para saber de tudo pelo menos um pouco. Foi com esse pensamento que quando adulto,já um profissional fui parar no meio das florestas e montanhas chinesas.

Minha expedicão buscava o monge chinês mais sábio de todos, rondamos toda a China procurando. Até que um dia, chegamos a um pequeno povoado em que as pessoas falavam de um grande monge, já idoso, que seria a encarnação do grande deus da sabedoria, logo soubemos que ele deveria ser o mais inteigente monge chinês.

Saímos correndo na direção do seu grande templo, passamos todo o vilarejo, até conseguirmos ver o templo, todos nós ficamos de queixos caídos, aquele era o maior e mais bonito templo que tínhamos visto até então. Quando nos recuperamos do transe, caminhamos na direção do templo.

Eu estava me sentindo muito bem, logo eu, que sempre me considerei o maior burro da classe estava para encontrar uma, senão a pessoa mais inteligente da Terra. Entramos no tempo e logo vimos um grande trono feito de ouro e um idoso sentado nele. Eu soube que era ele, eu sentia, então me aproximei e pedi para falar com ele.

Ele falaria comigo, explicou, mas antes queria falar comigo a sós. Então, me levou para uma pequena sala, que cheirava a incenso e era toda feita de ouro. Ele se sentou ,me pediu para sentar e então me perguntou: “O que você acha que é sabedoria?” - achei a pergunta um pouco estranha, mas respondi: “Sabedoria para mim é saber sobre Matemática, Ciências, Geografia, Física, Química e as outras matérias”. Ele me olhou com uma pontada de decepção, eu percebi, ele virou para a janela e então

falou:”Sua resposta está incorreta, acho q não poderei fornecê-los a entrevista”.

Eu fiquei muito bravo e então virei para ele e disse: “Não pode acabar com a entrevista só porque eu sou burro!”. Ele virou disse: “Você não

sabe o que é ser burro! Ser burro é não saber usar aquilo que você sabe e não aproveitar a vida! Entende? Na verdade, você é uma das pessoas mais sábias do mundo, você nunca foi bom nas matérias, mas soube como usar a única coisa que você realmente sabia como fazer: procurar, achar, descobrir e

participar de aventuras!”

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Eu comecei a pensar em tudo o que superei e na minha dificuldade com as matérias e falei: “Você é realmente muito sábio, obrigado, não precisamos mais de entrevista”. Ele olhou para mim tristemente e disse: “Eu não sou sábio, eu sei sobre tudo pelo menos um pouco, mas não soube como usar a minha facilidade e o que eu sabia, comecei a ser idolatrado, mas nunca consegui realmente viver a vida.”

Depois de falar isso, ele pediu para que eu saísse e para eu nunca esquecer o que ele me disse.

Essa foi minha melhor aventura, em que eu soube da minha própria sabedoria.

GUERRA, UMA TRADIÇÃO DE FAMÍLIALauren Nunes

Para muitos, a guerra pode ser um desperdício de tempo, até de vida, mas para muitas famílias a guerra é uma tradição. O que os críticos pensam?Só falam mal, mas isso não importa.

Em uma megalópole no Japão, percebemos avanços tecnológicos, estruturas arquitetônicas bastante seguras. Uma família de executivos japoneses chega em casa e antes mesmo de tirarem os sapatos, verificam se tudo está em ordem no Hall do apartamento. Em períodos de guerra adquiriram hábitos de higiene como tirar os sapatos, reergueram o país várias vezes e aprenderam a ter respeito pelos seus anciãos pois poderiam nunca mais vê-los.

Existe, em um sertãozinho para lá de Minas Gerais, uma família formada por quatro pessoas: um pai, uma mãe e dois filhos homens. O pai no passado foi um sargento por isso sempre incentivou seus filhos a irem para a guerra. Se os filhos gostavam ou queriam ele não se importava. Um belo dia, depois do pai tanto ter insistido com os filhos, os meninos decidiram se alistar no exército. Praticaram um treinamento pesado e foram para a guerra. Como consequência? A morte.

O pai caiu em lágrimas, mas ao mesmo tempo aprendeu a lição.A guerra, como tudo na vida, tem suas várias perspectivas de ser

analisada.Não é por isso que a sociedade deve apoiá-la ou odiá-la cada

um tem sua própria opinião.

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A DESCOBERTA DO MUNDO PARA PAIS E FILHOSCamila Viana

Não deveria passar das 10h da noite, quando sentada a minha escrivaninha lendo um dos meus clássicos preferidos: “Romeu e Julieta” - ouço o vizinho gritar.

Primeiramente apenas ergui os olhos por alguns instantes, mas logo voltei á leitura. A gritaria não parava e aquilo começou a me incomodar. Então parei para tentar entender o que diziam e qual era o assunto. Aos meus ouvidos soou o seguinte diálogo:

-Mãe! Como eu não vou para festa?! Todo mundo vai!-Giovana, faça-me o favor! Todo mundo... Todo mundo quem?!-Eu, a Juliana e a Gabriela! Nossa como isso bastou para meus ouvidos... Irritada, peguei e taquei literalmente

o livro contra a parede. Mas que maniazinha chata e irritante que esses adolescentes têm de achar que tudo gira em torno deles, e que, “eu, Juliana e Gabriela” é todo mundo!

Esta aí uma palavra que não encontramos meio de descrever ou até mesmo explicar “Adolescente”.

Sabe, cada um é de um jeito, tem suas manias, sua personalidade... Acho que na verdade, os pais ás vezes fazem muita polêmica porque querem sempre que os seus filhos sejam precoces em relação ás outras crianças (o meu gêniozinho). Então depois que as consequências começam a vir um tempo depois... De repente a nomenclatura muda, de “gêniozinho” passam a serem chamados de “aborrescêntes”. Aborrecidos somos nos pais, que em um piscar de olhos vemos nossos filhos crescerem e irem embora.

Além desse problema que eu acabei de citar, também encontramos outro que vive do nosso lado.

Como já mencionado no texto, não podemos descrever ou definir os adolescentes. A mídia nada mais, nada menos, do que limita, ou melhor, rotula o que é ser adolescente. Caros leitores tentem entender o meu

ponto de vista... Como alguém pode simplesmente chegar e dizer, de forma subordinativa e persuasiva quem você é, e deverá ser?

Desculpem-me pelo desabafo... Mas eu vejo esse tipo de coisa e não me aguento, porque isso é o cúmulo do absurdo!!!

Á aqueles que continuam a ler e não fecharam a página, primeiramente parabéns e em segundo gostaria de anunciar

que a melhor parte esta por vir.

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Sim, antes mesmo que me perguntem quero deixar bem claro que a resposta é SIM! Então, a pergunta que não quer calar tem resposta, mas assim que eu responder, “o não calado” ressurge... Sei que gritos rolaram ai do outro lado da tela.

Os filhos vem com manual de instrução ?! SIIIIIMMMMM, SIIIIIIMMMM e mais uma vez sim!! Você pode dançar, gritar e abrir um vinho hoje!!

Agora o assunto é serio, sei que vou decepcionar você, leitor, mas não existe site ou loja que venda isso, nem mesmo alguém que te ensine... Por mais incrível que pareça o manual é o seu próprio filho!

Uma pergunta típica que muitos fazem: “Com quantos anos devo deixar meu filho sair sozinho?” A mídia já logo manda uma faixa etária exata em que isso deveria acontecer...Mas não, quem vai te mostrar isso será seu filho, baseado nas ações dele você perceberá o momento certo!

Agora que eu espero ter aliviado vocês, vou deixar bem claro também que não sou um tipo de duende mágico, por mais que pareça que você encontrou o pote de ouro no final do arco-íris, não eu não sou!!

Mas, se você não é?! Como é que você entende tão bem do assunto? Caro leitor, eu sou assim como vocês, mas ao contrário de muitas que estão

tentando fazer um mundo melhor para seus filhos, eu, estou tentando fazer um filho melhor para o mundo.

Confesso que demorei para enxergar onde estava o manual, mas assim que o descobri, resolvi contar para os meus melhores amigos... e sendo uma cronista, teria alguém melhor do que meus leitores?! Definitivamente não

Então só para concluir, gostaria de relacionar minha crônica com o texto da Clarice Lispector “A descoberta do Mundo”, percebam duas coisas:

Primeira: Que a descoberta do mundo é para ambos, tanto para pais quanto para filho.

Segunda: Por mais que seja difícil dizer isso para si mesmo: Os filhos não são meus, parem de ser possesivos. Até que em uma dessas festinhas uma tragédia acontece e isso custa a vida de seu filho, mas espera ai, ele não é meu?! Nessa vida, nada é de ninguém, pois as únicas certezas são a vida e a morte.

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COPA DO MUNDO 2014. ESTAMOS PREPARADOS?Suellen Covello

O dia 30 de outubro de 2007 foi muito importante para nós brasileiros, pois a Fifa escolheu o Brasil como país anfitrião da Copa do Mundo de 2014. Esta escolha não foi nenhuma surpresa, já que o Brasil foi o único país que se candidatou para receber o evento. Além disso, somos pentacampeões e exportamos um grande número de jogadores para os clubes estrangeiros, o que exalta nossa importância no cenário mundial.

Do ponto de vista esportivo, devemos comemorar a segunda chance de sediar uma Copa e ter um final feliz, já que em 1950 tivemos esta oportunidade e perdemos para o Uruguai no estádio do Maracanã. Entretanto, precisamos lembrar que para sediar um evento deste porte, o país precisa estar preparado para receber as equipes, jornalistas e os turistas. Para isso, são necessários investimentos em diversos setores como por exemplo: estádios, aeroportos, transporte, hotéis, hospitais, restaurantes, etc.

Para mim, a escolha do Brasil como sede da Copa não foi boa para o país, pois existem áreas de maior prioridade para investir o dinheiro como saúde, educação e transporte. Precisamos de hospitais mais modernos, escolas para todos e com mais recursos e melhor qualidade nos transporte publico. Além disso, os profissionais destes setores ganham mal e estão sem esperança.

Sinceramente, acredito que o governo não pensou na situação econômica do país ao inscrevê-lo para sediar a Copa. Tivemos sete anos para nos preparar e agora a três meses do início do evento ainda existem estádios incompletos, obras inacabadas e outras nem começadas. Os atletas e turistas virão para cá e nós com certeza passaremos vergonha.

Contudo, resta a esperança de que o esporte nos traga alegrias,nos faça esquecer dos problemas de infraestrutura e que no final o Brasil ganhe a Copa.

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TEMPESTADE DE HORRORArthur Shinzato

Noite tempestuosa em Oklahoma. Na casa de número treze, John assistia um filme amedrontador e Lucy também. Quando a campainha tocou BLEMM! Lucy foi abrir a porta e não observou nada porém viu um espectro na moita. Não ligou. Lucy ouviu um grito, com medo deitou-se. Na madrugada, Lucy acordou com três figuras demoníacas observando-a fixamente. No meio do caos berrou alto. O trio desapareceu no meio do ar. Lucy correu para a sala e viu John esfaqueado: seissentos e sescenta e seis em sua barriga. Do meio do armário caiu uma faca pontiaguda.

O INVASORVinicius Nazato

De vez em quando faço passeios com meu dono. Andamos de trem, carro e até avião. Eu gosto de ver lugares novos, sentir o cheiro e a brisa. Sempre preferi viajar de trem, meu dono me deixava ficar na janela olhar para paisagem e admirá-la. Um dia, meu dono iria ver um jogo do Brasil. Estávamos na rodoviária quando eu vi um gato, fui atrás dele com toda minha força, olhei para um lado e para o outro e não via mais o maldito gato.

Decidi voltar para meu dono mas ele não estava lá . Vi seu ônibus saindo e seu rosto na janela. Saí correndo em disparada. Estava com medo e angústia de não achar ele, consegui subir na parte de trás do ônibus.

Chegamos em um lugar grande com muita gente. Havia uma entrada por onde caminhei que levava a um grande campo com vinte e dois homens. Fui até eles e comecei a brincar com uma bola que pareciam estar tocando. De repente eles olharam para mim, eles pareciam estar chocados. Fiquei com medo novamente, não gosto que

pessoas me olhem principalmente crianças. Quando vi meu dono todo envergonhado ele me pegou no colo e acenou para as pessoas.

Até hoje me lembro desse dia e confesso que para mim foi bem engraçado.

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“VÓS SOIS ESCRITORES”

A Pop Arte de Roy Lichtenstein foi inspiração para a narrativa da Primeira Atividade de Criação do material didático que utilizamos. Há uma sugestão latente de apresentar a sociedade norte-americana da década de 60. Um mundo entre guerras e as ideologias libertárias entrando em efervescência foi palco de uma história de amor que culmina num beijo estonteante. A composição de personagens é algo que deve ser feito quase que artesanalmente. Enquanto docente, emociona-me a entrega de alunos que se dão aos personagens, não apenas tempo de pesquisa, mas traços tão particulares e ao mesmo tempo tão literários.

A descrição não apenas física e ambiente, mas o aprofundamento psicológico através da sensação das personagens criadas, dão ao enredo um charme de compreensão de mundo desta fase tão sedenta de mudanças e romances: a adolescência.

Esta é uma etapa em que não se pautam os gêneros literários propriamente ditos, mas aspectos de linguagem que podem ser percebidos, compreendidos e explorados. O desafio lançado foi contar uma história. Havia vários recursos: narrador em primeira pessoa ou onisciente, discurso direto ou indireto, caracterização descritiva de personagens através de ações ou narrativa, entre muitos outros abordados levianamente no Ensino Fundamental e aprofundados nesta primeira etapa do Ensino Médio. Foi difícil escolher os seis melhores dentre tantos de uma excelente qualidade.

Os textos selecionados foram aqueles que se destacaram pela criatividade e dedicação ao enredo, à trama e à descrição aprofundada dos personagens. Do Salmo 82:6 e João 10:34 “ Vós sois deuses” adapto a estes jovens com toda convicção destes poucos, mas intensos anos de docência: “Vós sois escritores”.

Anos - Ensino Médioos1

Professora Maína Machado

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POLOS OPOSTOS, MUNDOS CRUZADOSMarcelo Lima

Bastava uma xícara de café e Patrick já estava pronto para o trabalho. Como em um dia comum, ligava seu Mercedes-Benz esportivo vermelho e saía de casa, nas ruas de Nova York em um dia comum de 1964. Trabalhava como administrador financeiro de uma indústria automobilística e levava uma vida estressante e corrida.

A alguns longos metros da vida complicada de Patrick, na mesma cidade, existia a maior comunidade Hippie da cidade, preocupados apenas em viver a vida, livres de regras capitalistas ou de violência.

A rotina de Patrick permitia folga apenas nos finais de semana. Em um sábado, porém, tinha marcada, uma importante reunião com seu superior. Acordou meia hora mais cedo para garantir tempo, ligou seu carro com pressa e saiu de casa. Em alta velocidade, percorria as ruas da cidade, e tudo ia bem, até que em um momento de sufoco, bateu o carro em outro estacionado. Foi o suficiente para que pensamentos fatídicos de demissão o perturbassem intensamente, e para a situação se complicar, documentos importantes que estavam no carro, agora se apresentavam espalhados no chão da calçada.

Não teve receio em descer do carro amassado e recolher os documentos, mas foi neste momento em que percebeu que estava em frente a um grupo de hippies, e dentre eles, uma moça o chamou a atenção, que foi até ele, ajudá-lo a recolher os papéis. Seu nome era Chelsea, e tinha 20 anos.

Em um momento instantâneo, as roupas que a moça usava chamavam mais atenção que seu belo rosto, o que causou certo preconceito por parte de Patrick, mas que com algumas conversas, foi um obstáculo resolvido. Neste momento, a reunião importante já fora esquecida.

Eles combinaram de se encontrar muitas vezes. O mundo pacífico que Chelsea apresentava a Patrick o deixava fascinado, contrastando com seu mundo agitado. Ele via nela conforto e aconchego, sentimentos que a tempos não sentia, e se apaixonavam cada vez mais.

Patrick foi demitido, mas isso não importava mais. Ele queria aprender um novo conceito de sua vida, ao lado de Chelsea, percebendo como o mundo exterior não o transmitia falta.

“Nós nos levantamos lentamente... Como se não pertencêssemos mais ao mundo exterior... Como nadadores em um sonho nebuloso... Que não precisassem mais respirar...”

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O ÚNICO AMORFelipe Paris

Cada indivíduo desse planeta sofre por algo, a maioria é por amor, dor... entre outras loucuras do mundo. No caso de Jonah Hill é principalmente por amor. Na década de 60, os casais estavam na moda, pessoas entregando cartões, flores, declarações tudo isso era feito de diversas maneiras.

Jonah estava no colégio quando conheceu julie, loira, pequena e bem simples. Sua simplicidade e delicadeza encantavam a todos meninos do colégio. Era popular e como Jonah, que era apenas mais um reles mortal iria conquistá-la? Aí esta o grande problema, Julie era a única coisa que Jonah sabia pensar, não tirava ela da cabeça, apenas Julie Julie Julie... isso o deixava exausto pois sabia que aquilo não era tudo em sua vida, a vida é muito ampla, muito detalhada, muito grandiosa para ser resumida em apenas uma mulher. Jonah estava absolutamente consciente disso, não era algo que desconhecia. Já havia sentido isso em seu coração, porém como dizem “falar e fácil quero ver fazer” aí está o grande problema de Jonah praticar o correto.

Anos se passaram e como o ser humano não aprende no dia a dia apenas o tempo para curar a dor, pois mais fácil e simples estava a verdade em sua frente, sabia que conseguir entender que seu amor era apenas um desejo não era algo que estava possível. Finalmente o sentimento acalmou, estava ali quieto, imóvel. Jonah se tornou empresário, um homem ótimo em todas características, homem de confiança e de humildade, alem de ser muito sábio e alegre. Estava mais velho aprendeu muito com as dificuldades do mundo, viajou, namorou, aproveitou muito a linda década de 60, além de amar o seu grande ídolo, Elvis.

A vida era totalmente normal, acordava ia à sua rotina diária, simples porém muito eficiente. Mas, estava em um domingo gelado em sua cidadezinha natal nos estados unidos, quando não aguentava mais o profundo e infinito silencio matutino decidiu

curtir uma música, foi até a melhor loja de discos da cidade. Já ao chegar, foi diretamente à sua sessão favorita: Elvis! estava a

curtir todos os discos disponíveis para ouvir e os avaliando para poder comprá-los e ir para casa e aproveitar, ao passar pelos corredores da

sessão Elvis, ouviu uma música sensacional que nunca havia ouvido antes, a mulher estava de costas para Jonah, com os gigantescos headphones, Jonah sempre foi alguém mais envergonhado, que não gostava de incomodar as pessoas. Estava curioso para perguntar, porém não queria interromper

a, até então, misteriosa, senhorita a sua frente.

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Ali mesmo após esperar exatamente 30 segundos não aguentou e interrompeu a mulher, que virou. No momento em que seus olhos estavam exatamente frente à frente... algo surgiu, mas não foi algo qualquer, lembra daquele sentimento que estava quieto e calmo por aquele linda menina Julie? Pois então ele já não está mais. Jonah não aguentou e abraçou a menina com todo amor do mundo e para sua alegria ela retribuiu com muito carinho também, os dois estavam felizes, pois estavam revendo amigos de infância, Julie nunca soube desse amor que Jonah sentia e sente por ela, sem dúvida, era o maior medo de Jonah. E se ela descobrir? O tempo estava acabando pois cada vez que conversavam as verdades chegavam à sua mente, Julie estava indo morar na Austrália pois lá havia uma proposta de trabalho.

Totalmente nervoso Jonah levantou-se logo quando Julie disse que precisava ir embora para sempre e se pronunciou.

- Julie a única coisa que eu aprendi no colégio foi a saber como encontrar seus sentimentos, e você sabe o porquê? Eu a amo tanto e amava tanto que nada iria mudar aquilo, só o que me restava era compreender que eu não teria você nunca e aquilo me doía tanto que chegava a perder a minha fome, eu sei que parece loucura, o problema que realmente era algo fora do meu controle, não podia controlar meu amor! Porém isso não me importa mais eu aprendi a conviver com isso eu aprendi a viver a verdade...

Jonah sabe qual foi seu maior erro? Você pode ter aguentando ficar sem mim, porém quem disse que precisava?

Os dois se olharam e se beijaram...

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ANTES DE UM NOVO MUNDO ACONTECER Antonio Martins

O mundo é muito grande, mas para duas pessoas ele é muito pequeno. Lisa, uma mulher com 25 anos, elegante, está apaixonada, mas não é um namoro normal, ela namora Ricardo de 26 anos, pela internet. O sonho dos dois é se verem pessoalmente, mas eles sabiam que não era possível pois Ricardo tinha um trabalho importante em Los Angeles e Maria era brasileira e não tinha o visto para sair do Brasil. Os dois se amavam mais que tudo, mesmo não podendo se ver, eles todos os dias falavam pela webcam, trocando mensagens ou ligando.

No Brasil, Lisa não gostava de seu emprego, ela também ganhava uma parte de Ricardo, achava que a sua vida iria acabar rápido, antes de conhecer Ricardo, sofria muito, chorava todos os dias pensando no seu amor e se contava para ele que tinha uma doença no coração. Em Los Angeles, Ricardo era feliz só faltava a lisa, pensava nela todos os dias também, trabalhava muito, não tinha férias e só chegava em casa de noite, aproveitava esse tempo para falar com a Lisa.

Um dia, Lisa não aguentou mais, ela estava cansada de sofrer por causa de Ricardo, não respondeu mais as chamadas dele e começou a ir à balada e ficar com um monte de homens, pensou que sua vida tinha mudado, mas totalmente ao contrário disso. Ricardo começou a sofrer também, a Lisa era tudo para ele, mas não tinha jeito, se saísse do seu trabalho não poderia voltar depois. Lisa começou a namorar um rapaz, para tentar esquecer a existência de Ricardo. Ricardo nem podia imaginar outra mulher, só tinhas olhos para Lisa, todo o dia Ricardo ligava para seu amigo Matheus perguntando de Lisa e recebeu a notícia ela estava namorando, surtou.

Alguns meses se passaram e Lisa se sente mal, coloca sua mão no coração, o aperta e desmaia. Matheus, amigo de Ricardo liga para Ricardo desesperadamente e avisa que Lisa está em caso grave no hospital, Ricardo não pensa duas vezes, percebeu que o

amor era mais importante e foi um tolo de não ter ido antes para o Brasil. Ricardo chega ao Brasil e vai direto para o hospital.

Lisa deitada na cama e Ricardo a olhando com lágrimas no rosto, o pensamento de Lisa não é outro, ela sente a presença de uma pessoa

importante e acorda, quando isso acontece sorri e fala que sua vida esta feita, só não queria morrer antes de vê-lo e começa a chorar. Ricardo segura a sua mão e pensa na sua vida do lado de Lisa, percebe que seria muito feliz também com a Lisa e que seu emprego não é tudo, Ricardo fala isso e se despede, pois não

pode ficar mais tempo lá, vai para um hotel.

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Ricardo acorda com a campainha tocando, atende e é Lisa falando que esta tudo bem, que os médicos não sabem o que a curou, com isso Ricardo fala para Lisa que sua vida se tornará melhor e que o amor cura pessoas e é mais importante do que dinheiro. Lisa emocionada e Ricardo chorando se beijam como se fosse o inicio de outra vida, outro mundo.

O AMOR JUSTIFICA OS MEIOSCaio Vazzola

Véspera do final da 2° Guerra Mundial, 1944, Kurt com seus 20 anos e pensamentos patriotas, se alista para as forças armadas dos Estados Unidos, conhece Helen uma estudante de direito, que o faz apaixonar-se na mesma hora. Passam-se dois meses e Kurt é chamado para servir como ultimas tropas a serem enviadas para Alemanha, ultimo esforço Norte Americano para acabar com o absolutismo de Hitler.

Chegando na Alemanha se depara com o horror da guerra vivida pelos soldados. Seis meses após sua partida, decide que seu lugar não é na guerra e só pensa em voltar para a casa e reencontrar Helen, decide abandonar o exercito. Kurt só estava pensando em seu amor, pois chegando na América seria preso por desertar da guerra.

Pisando na América, Kurt foi levado direto para a prisão onde iria passar 20 anos dolorosos, longe de Helen. Como estava preso por desertar, os guardas o tratavam com diferença, pois ele se recusou a defender seu pais, um crime gravíssimo ao olhar de todos os cidadãos Norte Americanos. Ele sofria a dor da solidão e da falta de sua amada, já fazia mais de 1 ano q não há via, e ainda iria passar muito tempo sem vê-la.

Kurt não pensava em outra coisa a não ser em quando iria reencontrar Helen, e ainda tinha medo de estar muito velho para continuar o mesmo amor que tinham quando foi para guerra, Helen podia ter deixado de ama-lo, podia ter se casado com outra pessoa, podia ter acabado seus estudos e saído do país para exercer sua carreira, Kurt só pensava nas piores hipóteses que Helen podia viver, para não reencontra-lo.

Esses pensamentos duraram toda sua estadia na prisão, mas todo sofrimento acaba, e os 20 anos que tinha que cumprir, foram se passando rapidamente, quando chegou o dia de sua tão desejada liberdade. Foi ao encontro de Helen e quando há viu, correu aos seus braços e a beijou como nunca tinha beijado ninguém, como se não pertencessem ao mundo exterior, como nadadores em um sonho nebuloso, que não precisassem mais respirar...

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A INEXPLICÁVEL FONTE DA VIDAMarcella Correia Rodrigues

É muito estranho eu ter que explicar o que é o amor. Amor é algo inexplicável, quando eu posso ver os defeitos da pessoa e ainda sim conseguir amá-la e relevar esses defeitos. Amor é quando eu consigo me alegrar com o perdão e suportar todas as coisas. Amor é onde a pessoa nota sim a aparência mas a beleza interior é o que mais importa. A pessoa reconhece que nem tudo é um mar de rosas.

Enfim, me chamo Manuela Coward, 24 anos, moro em uma cidade no interior do Goiás, e, como vocês perceberam, eu sou uma mulher muito apaixonada. Contarei como me apaixonei tanto assim.

Eu estava na minha cidade fazendo coisas do meu cotidiano, vendo as mesmas pessoas de sempre, fazendo o mesmo trabalho, coisas do tipo. Nesse mesmo dia, meu tio Roberto, que é um homem muito imprevisível, uma pessoa alegre, que gosta de ver todo mundo feliz e é o homem mais simpático que toda a cidade conhece, chegou no meu local de trabalho com uma péssima notícia:

- Manuela, lembra aquela sua tia que tu não vê a séculos lá de Paraíba ? - Lembro não tio, qual o nome dela ?- A tia Raiumunda, que te chamava de manuelita, você lembra sim Manuela!- Lembrei dela tio, sei sim. O que que tem ela ?- Ela acabou de falecer, minha flor.Nesse exato momento eu não sabia o que fazer, como eu sou uma garota tão

sensível e odeio mortes, fiquei péssima. Mesmo essa minha tia não sendo tão proxima de mim, eu acabei ficando triste pela sua morte. Nesse mesmo dia resolvi ir para Paraíba para o velório dela, larguei tudo o que tinha que fazer e fui arrumar minhas coisas, comprei passagem e tudo.

Cheguei em Paraíba. Minha tia morava em João Pessoa, não era uma cidade pequena igual a minha e eu não estava acostumada com cidade grande.

Chegando ao velório, me deparo com todos meus familiares que não via a séculos, inclusive o João Paulo, meu primo que foi a minha primeira

paixão de quando eu era criança. Tinha certeza que ele não se lembrava de mim, então, resolvi conversar com ele:

- João Paulo ?- Sim ?- Não se lembra de mim ?- Espera, Manuela ? É você mesmo ?

- Sim, eu mesma.

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Conversa foi, conversa veio e acabamos descobrindo várias coisas um do outro. Descobri que hoje ele é um empresário. Nessa conversa ele acabou me oferecendo uma oferta de emprego e eu aceitei. Fui para João Pessoa só para o velório de minha tia e acabei ficando por lá mesmo.

João Paulo, para mim, era a pessoa mais incrível que eu conhecia, e eu acabei que me apaixonando por ele. Mas, era um amor impossível, pois minha família era muito religiosa e não aceitava esses relacionamentos entre familiares.

Com o tempo eu acabei vendo que João Paulo estava apaixonado por mim também, percebi isso pelas coisas que ele falava, os gestos etc. Mas, como era um amor impossível, resolvi deixar isso quieto.

Não estava aguentando mais, estava muito apaixonada e resolvi me abrir para ele:- João Paulo, sei que é meio que impossível isso, mas estou apaixonada por você e

não aguento mais esconder isso de você. Sei que deve estar sendo difícil para você ouvir isso, mas essa é a verdade. Tentarei te esquecer, mudarei de cidade, voltarei para minha antiga cidade pois lá é meu lugar. Não podemos ficar juntos por motivos óbvios: nossa família nunca iria aceitar esse relacionamento, creio eu que você também não iria ficar comigo e também você é meu chefe de trabalho, ficaria estranho. Por isso, vim aqui te falar que não quero mais trabalhar com você, quero voltar para minha cidade e espero te esquecer um dia.

O João Paulo nada mais fez do que me dar um beijo. Nós nos levantamos lentamente... Como se não pertencêssemos mais ao mundo exterior... Como nadadores em um sonho nebuloso... que não precisassem mais respirar...

Depois desse beijo único e maravilhoso, conversamos bastante. Hoje somos casados, temos filhos incríveis e ainda sim continuo apaixonada por essa pessoa maravilhosa chamada João Paulo.

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O PRIMEIRO BEIJOIgor dos Santos Otto

O primeiro beijo uma coisa tão simples, e ainda sim especial, que acontece com todos, mas com Nathalia foi diferente.

Ela tinha pouco mais de 19 anos e ainda não havia dado o seu primeiro beijo, e ela se sentia reprimida, pois todas as suas amigas a “zoavam” mas ela sempre dizia que guardaria sempre para um homem especial, ela também havia ficado abismada pois em uma viajem, ela conheceu um menino, ambos se gostavam mas ele não teve coragem suficiente para a beija-la pois simplesmente pensava que não era bom o bastante pra ela.

Anos se passaram e então ela entrou na faculdade, em seu primeiro dia de aula, quando de repente ela olha para o lado, avista um menino que lhe parecia familiar, e esse menino o qual ainda não a tinha visto sempre nesses anos ficava pensando e pensando o que ele poderia ter feito para aproveitar mais o momento sem pensar muito no futuro, foi ai então que no final da aula ela veio até ele e ambos se reconheceram.

Ele simplesmente a pediu desculpas e queria começar sua amizade de novo com Nathalia e ela aceitou pois acreditava que já eram águas passadas e então, alguns meses depois ele a convida para sair, diz a ela que queria leva-la ao bar de jazz, ela depois de um dia pensando aceitou seu pedido.

Chegando então ao bar pegou em sua mão e disse que ela estava linda, naquela noite e logo a levou até a mesa cuja a qual havia sido reservada por ele.

Após alguns minutos de conversa, ele a convida para dançar e ela aceita, e então começa a música que ele escutou quando a viu pela primeira vez, e ambos se lembraram, ele então olha em seus olhos e levado pela emoção a beija, e ela perplexa com o momento e surpreendida pela emoção que ambos sentiam simplesmente

retribuiu seu beijo, ela então algumas músicas depois pede para que ele a leve para algo mais romântico a sós e ele então entende o seu recado oculto e a leva para a sua casa.

Depois de alguns meses já estavam namorando e ambos já sabiam que era o “doce” e real amor .

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EMERGINDO DE UM PESADELOVitor Akio

Minha vida era como um papel em branco, um quadro a ser pintado só haviam decepsões e nunca um momento de felicidade. Quatro anos atras meus pais me deixaram, minha mãe morreu de um ataque do coração e meu pai saiu de casa movido pelo álcool.

Dois anos depois eu conheci Brad na companhia onde eu trabalhava, ele foi meu primeiro amor. Brad me ajudou a passar pela fase de sofrimento que eu estava passando, ele me ajudou a reconstruir minha vida do começo.

Vivi no apartamento dele por seis meses, até conseguir dinheiro o bastante para comprar o meu próprio.

Quando comprei meu apartamento conheci Jeff, meu vizinho. Muito gente boa, tinha uma namorada, Emily que não sei porque, tinha alguma cisma comigo. Comecei a passar muito tempo com Jeff e com o passar dos dias ele se tornou meu melhor amigo. Um dia ouvi Jeff e Emily discutindo, a coisa parecia feia, ouvi portas batendo, coisas quebrando, fiquei assutada. No dia seguinte perguntei para ele o que havia ocorrido naquela noite, ele estava muito triste, ele terminou com Emily aquela noite.

Jeff estava muito triste, aparentemente ela havia o deixado. Brad e eu fomos jantar e acabamos falando sobre o assunto, Brad nunca gostou de Jeff, achou que Emily havia feito uma boa ação ao deixar Jeff, eu achava o contrário, Jeff sempre foi um ótimo parceiro, nunca deu razões para não confiar nele. Claramente nós tinha um problema, será se eu estava me apaixonando por Jeff?

Todas as noites eu pensava neste momento, minha cabeça falava Brad, mas meu coração gritava Jeff por que será que eu tinha tantas dúvidas? Tinha que tomar uma decisão não podia namorar os dois. Minha decisão não havia sido tomada, mas logo Brad terminou comigo, mesmo triste sabia que agora estava livre para namorar Jeff. Corri para o apartamento de Jeff aos prantos, me sentia mais leve, como uma pena numa brisa de verão. Ao chegar em seu apartamento toquei a campainha:

- Stacy o que está fazendo aqui? Não iria passar a noite no apartamento de Brad?

- Por favor não pergunte, só me beije.- Achei que você nunca iria perceber...

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REFLEXOSIsabel Kuhl

Ela deixou a xícara de café na mesa e se levantou, com um suspiro caminhou até a porta de sua casa e saiu para a rua. O hippie que insistia em tocar violão todas às manhãs na praça não estava lá. É engraçado como se repara nessas coisas. Primeiro ela pensou, se sentou e ficou observando as folhas douradas do outono caindo das árvores secas, o parque estava vazio, e olhando para o lago ela começou a observar o reflexo das folhas que caiam, reflexos. Sua vida sempre foi um museu de espelhos.

Mas, o pior de sua vida era aquele homem. Ele era exatamente isso, um reflexo. Com seus pais, ele era um herói, sua mãe sempre dizia, “Filha, mas que perfeito cavaleiro”, para seus amigos, um exemplo e, para aqueles que iam contra sua vontade, ele era um pesadelo constante. Esse era o problema, ela nunca sabia quais eram suas intenções, o que ele estava pensando, o que ele esperava depois de encantar, ou destruir uma pessoa, ela tinha pena dele, porque ele só passava daquilo, um espelho, um reflexo, ele já havia sentido algo? Ou sua vida era apenas uma simulação de emoções? Aquilo a incomodava muito, ele tinha tudo para ser herói de sua vida, mas e se tudo não passasse de um jogo? E se ela era apenas mais uma na vida dele? Não conseguia saber, só poderia aceitar e dar tempo ao próprio tempo...

Algo a tirou de seus devaneios, passos ecoavam no caminho de pedra do parque, ela o fitou de longe, uma imagem quase perfeita, o cabelo louro e cacheado caindo sobre seus olhos azuis, o sobretudo preto , a calca social da mesma cor davam um ar de classe, ele se aproximou, e sorriu, e entregou-lhe as flores que segurava, narcisos, não disse uma palavra e o beijou, e novamente, os beijos tinham um gosto de tragédia, assim como as lágrimas que começaram a cair.

O ÚLTIMO SUSSURRORafaela Perdido Polachini

Achamos que as notícias dos jornais não acontecem na vida real, na sua vida, mas levar um tiro ocupou as primeiras páginas dos jornais,

ver seu marido perto da morte e incapaz nunca é fácil.Ela corre para o hospital com esperança, tentando se

convencer que o pior não tenhinha acontecido. Esperando na cadeira fria pela resposta de um médico simpático, mas com um olhar triste, até que ele chega mais uma vez, mais uma

notícia, dessa vez boa, ele diz a ela:

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-Ele sobreviveu, mas vai ficar internado em estado grave.Ela respira, e caminha lentamente para o quarto de seu amado, ao chegar vê o

esperado, fraco, delirando, ele abre os olhos, pobre rapaz sabia que não teria muito tempo, mas não tiraria a única coisa que restou de sua mulher , não agora.

Ele faz um sinal chamando sua mulher para se aproximar, ele entende e faz o pedido.

Ao se sentar ao lado de seu marido ele a puxa e encosta sua testa na dela, a beija, e sussurra suas últimas palavras:

-Nós nos levantamos lentamente...como se não pertencêssemos mais ao mundo exterior... como nadadores de um sonho nebuloso... que não precisassem mais respirar...

Um barulho agudo continuou tomando conta da sala, era o coração do homem, havia parado. A sala se encheu de médicos em um segundo....e foi o fim, em suas últimas palavras o homem sonhava com um mundo melhor, um mundo em que só existia duas pessoas, nesse mundo em que ficariam juntos para sempre.

O BEIJO DA LIBERDADEPierlucca Vieira Lorenzon

Em plena década de 60, morava nos Estados Unidos. Tinha 23 anos, era jovem ainda, tinha uma vida inteira pela frente, imaginando o que iria fazer no meu futuro, estava feliz...ate a guerra começar.

Em pleno ano de 1965, quando os Estados Unidos enviaram suas tropas para sustentar o governo do Vietnã do Sul. Eu me lembro de cada dia, cada noticia e imagem que os noticiários mostravam nas televisões o quanto eu ficava triste, pensativo.

Foi então que no mesmo ano eu me juntei aos Hippies, grupo pelo qual nos defendiamos a natureza, eramos contra a guerra e ao uso de armas nucleares, fizemos vários protestos contra a Guerra no Vietnã. Mas no momento nada mudou.

E no meio de um desses protestos eu conheci Daisy, que na época tinha a mesma idade do que eu, uma jovem linda, de cabelos loiros, olhos claros, corajosa, engraçada, por quem me apaixonei na hora.

Fiquei meio nervoso por que havia tempo que não sentia algo assim por alguém, então resolvi guardar esse sentimento.

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Eu e ela viramos grandes amigos, só não éramos totalmente felizes porque a Guerra não havia acabado, nos estávamos em1975 no mês de abril, por vários anos tentamos mudar aquela situação, mas nosso esforços não adiantavam em nada.

No dia 30 de Abril, todos nos estávamos sentados em uma praça esperando pelo anuncio da situação da guerra, foi quando foi dada a noticia que a guerra havia terminado.

Mesmo com a derrota dos Estado Unidos ficamos um pouco mais aliviados, foi quando no meio de tanta comemoração eu e Daisy nos levantamos lentamente... como se não pertencêssemos mais ao mundo exterior...como nadadores em um sonho nebuloso...que não precisassem mais respirar e começamos a nos beijar.

Foi um beijo tão bom, eu me lembro ate hoje daquele dia, conto toda noite para meu filhos enquanto o meu amor de tantos anos juntos trabalha.

ANOS 60Raquel Credie

A música e os movimentos marcaram os anos 60. Várias bandas de rock influenciaram muitas pessoas, pois falavam sobre liberdade, paz e amor e faziam protestos com as letras. E revolucionaram a maneira de ver das pessoas como The Beatles, Led Zeppelin e Elvis.

E teve as revoltas de vários movimentos sociais importantes que ocorreu no mundo. Vários jovens descobriram que podiam entrar e saber sobre o que estava acontecendo na política, no social, nas expressões de músicas e na moda e que podiam criticar e falar a respeito do que pensavam.

Nessas revoltas, o que mais marcou os EUA foi o movimento dos negros, que faziam protestos sociais e mostravam isso com a própria arte, a moda e cortes de cabelo.

O avanço do movimento negro em todo o país fez outras classes sociais abrirem os olhos e fazer uma revolta contra o que acontecia no

mundo e nisso surgiram as músicas chamadas rock ou expressões de arte da cultura de um país, a moda de se vestirem e o lado crítico da

política no mundo.A música foi um movimento de rebeldia dos jovens, através

da qual podiam falar o que quisessem. Muitas outras foram surgindo, como as músicas de paz de John Lennon.

Mais a grande mudança foi os jovens abrirem os olhos e perceber que têm o poder de mudar o mundo.

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PARECE ATÉ UM SONHOUlick Emilio Torelli

O meu dia começou como qualquer outro. Levantei-me às 6 da manhã em meu pequeno apartamento em Londres, e fui trabalhar focado em somente uma coisa: conheci o amor da minha vida faz dois meses.

O momento em que a vi entrando no clube fiquei perplexo. Posso jurar por tudo que é mais sagrado que meu coração pulou uma batida. De acordo com meus colegas com quem trabalho faz cinco anos, e são praticamente irmãos; fiquei parado com a bebida na mão por uns 2 minutos até voltar à realidade.

Confesso que demorei uma hora, mas consegui juntar toda a coragem que me restava para ir até ela e me apresentar. Assim que ela virou, a primeira coisa que reparei, além do lindo vestido que estava usando; eram os olhos dela, azuis como o mar da Grécia.

Eu estava um pouco nervoso, mas isso não me impediu de jogar um charme e oferecer-lhe uma bebida. Por mais cliché que isso possa parecer, funciona. Começamos a conversar e aos poucos fui descobrindo as maravilhas: ela já viajou o mundo, tem pós-doutorado em estatística, é campeã estadual em tênis, entrou na empresa há um ano, porém nunca a vi, pois ela é do departamento econômico e eu sou chefe do comitê de pesquisas.

Seu nome era: Ellie, nunca mais esqueço esse nome... Enfim, onde estava? Ah sim, então, ao mesmo passo que eu estava entediado naquela festa, mesmo por volta das duas da manhã; Ellie também estava odiando ficar lá. Então lhe propus que fossemos a um lugar mais calmo para podermos aproveitar a companhia um do outro melhor, após muita discussão, fomos a minha casa.

Em minha humilde residência com vista para praticamente Londres inteira, sentamos em minha varanda/sala de jantar, onde abri o meu mais especial Dom Pérignon de primeira safra de 1921, passado por tantas gerações em minha família; e servi-a tanto com vinho quanto com Fondue.

Por volta das 4 da manhã subimos no terraço do meu prédio, onde ficamos juntos, simplesmente se segurando um nos braços do outro. Até vimos o sol amanhecer juntos, algo que nunca vou esquecer. Ficamos nessa até a hora de irmos trabalhar.

No dia seguinte, simplesmente fiquei delirando o tempo todo. Não havia um segundo sequer em que não pensava em Ellie. Não havia um momento em que ficava concentrado em meu trabalho, pois ela estava em minha mente.

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Não parava de lembrar o seu jeitinho de menina reservada, mas ao mesmo tempo ousada e alegre, da sua risadinha aguda que ecoava em meus ouvidos todas as vezes que lhe contei alguma piada, mesmo que ruim.

Depois de uma semana, decidi rastreá-la, pois por mais distantes que parecíamos um do outro, ela trabalhava na mesma empresa que eu. Só era uma questão de descobrir qual era o andar do departamento econômico.

Saí depois do expediente numa sexta-feira, completamente morto às 7 da noite, fui procurar o departamento econômico. Só achei-o depois de uma hora de procura e descobri que era um andar a cima de mim.

No dia seguinte, na hora do almoço fui até o escritório de Ellie, e lá estava ela. Aquele olhar brilhante, seus cabelos loiros lindos que parecem uma cachoeira dourada, aquele corpo perfeito e radiante, e sua foz que ao mesmo tempo em que fina, era reconfortante e ecoava em minha mente sem parar.

Quando me viu, me abraçou, e nesse momento senti que ela era para mim, senti que ela era o melhor que podia acontecer em minha vida.

Foram dias e noites de almoços e encontros românticos, que nunca tiveram um final “de sorte”. Porém, há duas semanas, eu fui escalado para uma conferencia em Paris, e Ellie também.

Vi essa viagem de cinco dias para a cidade das luzes como a perfeita oportunidade de levar meu relacionamento com Ellie para um nível mais íntimo.

Quando chegamos, demoramos meia hora no máximo para passar pela alfândega, e mais 45 minutos para hospedarmo-nos em um hotel cinco estrelas, na suíte presidencial, benefício esse que o chefe de Ellie havia lhe dado para esta conferência.

No último dia em Paris, que havia sido dado como descanso, Ellie e eu passamos o dia simplesmente andando e apreciando as vistas de uma das cidades mais lindas do mundo. Parafraseando Gertrude Stein: “Londres é meu país, mas Paris é minha cidade”.

Quando retornamos ao nosso quarto de hotel por volta das seis da tarde, mesmo que cansados, ainda queríamos nos divertir.

Começamos a nos beijar. Nós nos levantamos lentamente... Como se não pertencêssemos mais ao mundo exterior... Como nadadores

em um sonho nebuloso... Que não precisassem mais respirar. Os lábios dela eram doces, assim como ela. Ellie ia cada vez mais se revelando, à medida que íamos mais a fundo. Cada vez mais íamos aproximando nossos corpos calorosos e suados, sentia que ficava cada vez mais quente e mais intenso.

Foi, sem sombra de dúvida, a melhor noite da minha vida.

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Na manhã seguinte voltamos para Londres, e assim voltamos a nossa rotina usual. Mas para mim pelo menos, nada mais parecia ser o mesmo. Tudo tinha um toque diferente, tudo parecia estar diferente. Apaixonei-me por Ellie. Não era mais a gravidade que me segurava na terra, era Ellie. Tudo para mim girava em torno dela. Ela era meu mundo. Ela era meu tudo. Sem ela por perto eu estaria perdido. Todos os dias depois do trabalho, íamos para minha casa, apreciar a companhia um do outro. Somente isso já fazia a maior diferença para mim. Sua companhia já me fazia bem.

Porém tudo mudou da noite para o dia. Quando cheguei ao seu escritório na hora do almoço, não há encontrei, só vi um escritório vazio.

Comecei a sair perguntando pelo andar inteiro, revirei-o de cabeça para baixo. Ninguém sabia quem ela era ou me dizer o que havia acontecido. No momento em que cheguei a casa tentei chama-la por mensagem, telefone, e redes sociais. Nenhum sinal dela. Comecei a desanimar.

Porém, a meia noite, quando eu estava quase morrendo de preocupação, Ellie aparece em minha porta, correndo. A primeira coisa que fiz quando há vi, foi beija-la e abraça-la. Depois disso contou-me tudo o que aconteceu. Ela acabou tendo que pegar um voo diurno para ver sua mãe na UTI em Amsterdã.

Então, decidi colocar esses pensamentos no papel, pois realmente estou apaixonado e não consigo parar de pensar em Ellie. Parece conto de fadas, mas felizmente não é. Citando Dr. Seuss “Sabemos realmente quando estamos apaixonados quando não conseguimos dormir, pois a realidade é muito melhor que nossos sonhos”.

Não paro de pensar em Ellie. Não sei como será nosso futuro juntos, mas por agora posso dizer que tudo o que quero é sua companhia. Sei que parece loucura, sim. Conhecemo-nos faz dois meses, mas parece ser uma eternidade. Cada momento com ela é uma benção. Quero passar o resto da minha vida com ela.

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“Quando comecei a escrever, que desejava eu atingir? Queria escrever alguma coisa que fosse tranqüila e sem modas, alguma coisa como a lembrança de um alto monumento que parece mais alto porque é lembrança. Mas queria, de passagem, ter realmente tocado no monumento. Sinceramente não sei o que simbolizava para mim a palavra monumento. E terminei escrevendo coisas inteiramente diferentes.”“Não sei mais escrever, perdi o jeito. Mas já vi muita coisa no mundo. Uma delas, e não das menos dolorosas, é ter visto bocas se abrirem para dizer ou talvez apenas balbuciar, e simplesmente não conseguirem. Então eu quereria às vezes dizer o que elas não puderam falar. Não sei mais escrever, porém o fato literário tornou-se aos poucos tão desimportante para mim que não saber escrever talvez seja exatamente o que me salvará da literatura. O que é que se tornou importante para mim? No entanto, o que quer que seja, é através da literatura que poderá talvez se manifestar.”“Até hoje eu por assim dizer não sabia que se pode não escrever. Gradualmente, gradualmente até que de repente a descoberta tímida: quem sabe, também eu já poderia não escrever. Como é infinitamente mais ambicioso. É quase inalcançável”.

por

VIVER E ESCREVER

Clarice Clarice Clarice Clarice

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os 2 Anos

Pedro

Alexandre

IvanVitoria

Thomaz

Bárbara

Vitor

Lucas

LuisFelipe

Vitória

Marina

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Gustavo

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Um grande mergulho nos tipos textuais que compreendem o Gênero Jornalístico, assim podemos definir o processo com o 2º ano. A percepção das nuances descritivas, narrativas e dissertativas presentes nos diversos setores que compõem tal gênero foi o eixo escolhido pelo material do Anglo para nortear nossos pretensos jornalistas. Dentre os textos selecionados, estão cartas argumentativas direcionadas a uma revista de importância relevante em nosso país. Foi uma Atividade de Criação proposta pelo material didático no primeiro módulo.

A carta argumentativa carrega em si a necessidade de uma visão crítica de mundo. Os alunos foram inseridos nas diretrizes do universo jornalístico não apenas textual, mas no que tange suas dinâmicas administrativas e diplomáticas. Tal processo foi importante para construírem seus argumentos de forma a saírem do senso comum.

Outro tipo textual importante selecionado entre eles foi o Artigo Assinado. O texto de opinião é uma prévia de reflexão mais profunda que vão enfrentar no decorrer do Ensino Médio rumo ao processo seletivo para adentrarem nas Universidades.

Para estudar os meios midiáticos jamais poderia faltar um olhar mais profundo sobre eles. No decorrer do nosso processo, vários documentários foram abordados e discutidos a fim de incutir-lhes o senso crítico necessário para suscitarem com qualidade seus argumentos.

Os textos selecionados foram os que conseguiram expressar uma seleção mais formal da linguagem e uma visão mais crítica sobre o objeto a ser analisado.

GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ

“Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão

que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja

disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do

que nunca no minuto seguinte.”

Anos - Ensino Médioos2

Professora Maína Machado

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CARTA AOS EDITORES DA REVISTA VEJAAlexandre Kowalski

São Paulo, 7 de março de 2014Caros editores da revista Veja,

Sobre a foto da capa de sua revista que cita a invasão de separatistas tchetchenos a uma escola, gostaria de dizer que houve uma grande falta de respeito, não só pela família da criança da foto, como por todas as famílias de pessoas que foram vitimas no ataque.

Se utilizar de uma foto tirada em um momento de sofrimento para vender algo, no caso a revista, já desrespeitoso para com os que estão sofrendo, porém, se utilizar de uma foto tirada em um momento de sofrimento e edita-la chega a ser um desrespeito maior ainda.

Pelo ponto de vista capitalista, até se pode pensar por um momento, que o lucro das vendas da revista com a foto expressando o sofrimento na capa pode ser o mais importante, mas o acabar com o sofrimento das verdadeiras mães dessas crianças, vale muito mais do que dinheiro. Isto é o que torna o ser humano especial, ter sentimentos, de amor e compaixão.

Acredito que o trabalho das revistas e jornais deve ser apenas de informar, se utilizando apenas de fatos reais. Ao utilizar uma foto editada, mais conhecida como montagem, entendo que o foco de informar acaba se perdendo, e a verdadeira missão de empresa passa a ser gerar lucros para seus investidores.

Não irei me alongar muito, sei que o tempo de vocês é curto, mas acho importante dizer novamente que o a forma mais bonita de acalmar o coração dessas pessoas, com certeza não é colocando uma foto dessas na capa. O recurso fotografia também é um meio de informação, e devo dizer que, informar o sofrimento dessas pessoas, só aumenta o sofrimento das mesmas. O principal problema das revistas e jornais, revistas principalmente, é ter sede de vender seu peixe e se tornar sensacionalista, não confunda com realista, para alcançar isso.

Para as próximas edições da revista, espero que o jornal reveja seus valores e sua missão, e pense antes de colocar algo que falte com o respeito para com outros.

Obrigado, Alexandre Kowalski

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CARTA AOS EDITORES DA REVISTA VEJA

Pedro da Mata

São Paulo, 17 de fevereiro de 2014. Caros editores,

Meu nome é Pedro da Mata, escrevo essa carta aos senhores para falar meu ponto de vista sobre a foto de capa da revista veja de 8 de setembro de 2004 .

Nessa edição, há uma reportagem sobre a invasão de uma escola em Beslan (Rússia) e na capa aparece a imagem de uma suposta mãe e sua criança que morreu nesse sequestro.

A foto acaba sendo apelativa, pois os senhores colocaram uma criança morta e com sangue na capa para as pessoas que passem nas bancas, olhem para dentro e ao se depararem com essa foto comprem a revista para saber mais sobre o assunto, e sem contar que uma mãe que perdeu seu filho em uma tragédia não faria um pose para foto, ela estaria acabada, chorando muito, essa “mãe” na foto ficou meio forçada, e deu um ar de brincadeira , até parece que não foi tão doida essa perda.

Obrigado por me cederem parte do vosso tempo, espero que a crítica tenha sido construtiva, admiro muito o trabalho dos senhores, porém nessa foto vocês erram.

Atenciosamente,

Pedro da Mata

CARTA AOS DIRETORES DA REVISTA VEJAVitor Maron Henrique

São Paulo, SP, 05 de março de 2004 Prezados diretores da revista Veja,

Ao longo dos anos, essa importante revista, que traz informação e entretenimento ao leitor, vem realizando matérias com grande

significado e repercussão nacional. Porém algumas repercussões podem ser interpretadas negativamente.

Um caso que pode ter esse tipo de repercussão é a capa da edição 1870, n°36, do dia 8 de setembro de 2004 que retratava a violência ocorrida na tragédia de Baslan, Rússia. Na capa há a foto de uma mulher, posiciona como Maria na famosa escultura

“Piedad”, em frente a uma criança vitima do atentado.

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Percebe-se a boa intenção da revista em noticiar a tragédia ocorrida em Baslan, porém a cena retratada na capa choca, em um primeiro momento, o leitor que comovido pelo atentado, não concorda com a abordagem da imagem. Apesar da imagem comparar o sofrimento das mães que perderam seus filhos em Baslan com o sofrimento vivido por Maria ao ver Jesus morto após a crucificação, há um excesso na comparação, pois a imagem é alterada para parecer a famosa cela, ressaltando certo descompromisso e desconsideração da revista relevante aos reais fatos e a comoção familiar. Porém, entendo a falta de intenção e atenção da revista ao exceder-se. Atenciosamente, Vitor Maron Henrique

CARTA AOS EDITORES DA REVISTA VEJA Vitória Fernandes

São Paulo, 17 de fevereiro de 2014. Prezados editores,

Dia 8 de setembro de 2004, vocês publicaram uma reportagem sobre o ataque a uma escola na Rússia na revista Veja. Acompanhada da reportagem vinha uma imagem na qual estava uma mãe olhando para seu filho morto.

Uma imagem certamente muito tocante e ao mesmo tempo muito triste. Fico imaginando como essas mães se sentiram vendo certas imagens sobre o ataque, como elas aceitaram isso e imagino que não tenham gostado muito... A dor de perder um filho já é insuportável, imagine como deve ter sido ficar vendo e revendo essas imagens?! Com certeza aumentou a dor dessas pessoas!

Para nós brasileiros que estamos bem longe, a imagem não foi tão dolorosa, porém eu imagino como seria se fosse aqui, a dor de perder um filho nunca passa. Ficar remoendo isso com fotos nada agradáveis não me parece uma boa ideia.

Sou contra essas imagens tão fortes, acho que uma reportagem não precisa disso para ser interessante, por outro lado essas imagens acabam fazendo com que as pessoas não queiram ler, por achar agressivo. Imagens para complementar a reportagem não precisam ser tão “fortes”. Esse é o ponto de vista de uma leitora que passa longe de reportagens tão fortes e tristes.

Obrigada pela atenção, Vitória Fernandes

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A QUIMÉRICA CHAVE PARA A FELICIDADELuis Felipe Correia Rodrigues

Embora discorde da posição de Jabour sobre a igualdade de sentido das expressões “ser idiota” e “ser feliz”, concordo que nós, seres humanos, precisamos produzir a nossa felicidade,

ao invés de preocuparmo-nos tanto com problemas, sejam eles triviais ou não.

CARTA AO EDITOR DA REVISTA VEJAIvan Perez Monderiano

São Paulo, 17 de março de 2014Caro editor,

Por este meio venho lhe escrever, abordando a capa da sua revista Veja, referente à publicação de 8 de setembro de 2004. Estou bem ciente de que o objetivo de sua revista é informar sobre diversos assuntos mundiais, dando sempre ênfase para notícias impactantes. Mas estou abominado com sensacionalismo excessivo que presenciei tanto na notícia quanto na capa.

Sei que sua revista sempre “tenta” ser imparcial, mas esse sensacionalismo me enoja. Começando pela imagem da capa em si, montada exclusivamente para deixar a capa mais atrativa e dramática, talvez até artística. A dinâmica da imagem da capa não seria recebida com maus olhos pelos seus leitores, se fosse em qualquer outra perspectiva. Porém, trata-se de uma notícia que envolve a morte de mais de 200 pessoas (incluindo crianças) e centenas de pessoas feridas. Não acha que seria de bom grado abordar a noticia com seriedade ao invés de explorá-la para que milhares de brasileiros leiam o ocorrido como se fosse uma estória qualquer?

Indigna-me ainda que diariamente as pessoas sejam expostas a tantas notícias e reportagens como essa, na qual o sofrimento de famílias e amigos é exposto sem nenhum pudor para que possam ser dilacerados por veículos seja sua revista, um jornal, ou outros meios, e possam ser simplesmente contemplados e discutidos não só por repórteres e jornalistas como também por toda população.

Só espero que vocês repensem para que tenham mais profissionalismo em suas próximas reportagens e que possam simplesmente informar notícias sem explorar o sofrimento alheio de tal maneira.

Grato, Ivan Perez Monderiano

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UM LIVRO DIFERENTELucas Benvenuti Arruda

Um livro que já não é um dos mais famosos, porém é muito recomendado é a Droga da Obediência. Foi escrito por Pedro Bandeira de Luna Filho (Santos, 9 de março de 1942), que é um escritor brasileiro de livros infanto-juvenis. Recebeu vários prêmios, como o Prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte e o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, entre outros. Pedro Bandeira é o autor de literatura juvenil mais vendido no Brasil (vinte milhões de exemplares até 2006).

A história é de um grupo de jovens que enfrenta o mais diabólico dos crimes. Num clima de muito mistério e suspense, cinco estudantes (grupo formado por Calú (ator), Magrí (atleta), Crânio (gênio), Miguel (líder) e posteriormente Chumbinho, - Os Karas - enfrentam uma macabra trama internacional: o sinistro Doutor Q.I. pretende subjugar a humanidade aos seus desígnios através de uma perigosa droga que está sendo testada em alunos dos melhores colégios de São Paulo...

Pedro Bandeira arquitetou com maestria essa série de livros, a começar por A Droga da Obediência. Apesar de ser um colégio de “elite” mesmo, as personalidades dos indivíduos envolvidos no mistério são perfeitamente comuns e normais. Quantos grupinhos como esse não se formam todos os dias em colégios? O autor se alicerçou em fatos do cotidiano para criar uma história fantástica - sem nenhum elemento sobrenatural ou extraterreno, o que faz a história, apesar de improvável, ter mais de realidade do que se pensa.

Os Karas e A Droga da Obediência serão a sua chave de entrada em um mundo totalmente incrível, que poderia simplesmente existir em você. Além de ser uma literatura nacional (e devemos valorizá-la).

A seriedade é algo indispensável em qualquer situação do cotidiano, porque permite que sejamos claros e objetivos. No entanto, há momentos para tudo; inclusive para demonstrar carisma próprio. O que se deve fazer é encontrar o balanço exato - ou próximo disso - para usar sua forma de expressão. De fato, quando nos desligamos de problemas e nos concentramos em coisas do cotidiano, nos sentimos mais leves e alegres. Porque os problemas realmente tem peso. Mesmo que na consciência.

E a chave para a amenização do sofrimento não precisa “ser idiota”. Pode ser fazer o que se gosta, porém sem deixar em mente que precisamos nos preocupar com tudo e que também temos o direito de ser feliz. É só questão de escolha.

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DESENTENDIMENTOVitoria Dauar

São Paulo, 9 de Setembro de 2004Caro senhor Editor,Devido ao uso de tal imagem e tal linguagem na capa da reportagem de ontem (8

de setembro), ouvi muitas críticas por parte da população de ter sido transmitida uma informação, sensacionalista e que explora de maneira

cruel e repreensível, a dor das pessoas vitimadas pelo terrorismo.Posso dizer que, na minha opinião, descordo com a opinião

alheia. A reportagem foi redigida de uma maneira (quase) imparcial que critica apenas a atitude covarde e devastadora realizada pelos terroristas.

Ao meu ver, a imagem utilizada como capa quis representar e chocar o publico, para que os incentive a ler a noticia, e não foi

utilizada erroneamente.

CARTA AO EDITOR DA REVISTA VEJAMarina Pedrosa

São Paulo, 12 de março de 2014Prezado editor,Venho através dessa carta com todo respeito primeiramente dizendo que a capa

do dia 8 de setembro de 2013 é de certa forma ofensiva à visão de parentes das vítimas do atentado à escola de Beslan.

Sendo chamativa e impiedosa, a capa usa a imagem de uma das mais de 200 vítimas do atentado, que a vista de minha opinião chega a ser ofensiva e satirizar a dor das pessoas vitimadas pelo ataque, pois de certa forma é aplicada a uma imagem real e de visão cruel uma montagem de uma mulher simulando compaixão e comoção por parte da revista e no caso do mundo, porém poderia ser expressa de outra forma. De modo que não utilizasse a montagem, que acredito ser das melhores intenções, com a imagem real que foi usada para chamar a atenção da capa.

Após o atentado a única coisa que muitos poderiam fazer, era através de qualquer que fossem suas crenças orar, pedir piedade e compaixão que não foram transmitidas de forma clara e verídica pela capa.

Grata, Marina Pedrosa

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Ela representa a dor e o sofrimento das pessoas vitimadas, com o objetivo de transmitir esse sentimento ao público leitor.

Entretanto, pude entender o ponto de vista popular em relação ao uso da imagem. Embora, talvez, não tenha sido sua intenção de promover uma imagem sensacionalista, foi visto de uma forma errônea usar a falsa foto como capa. Podem ter achado um absurdo reencenar a cena devastadora para tantos na Rússia de uma forma superficial para chamar a atenção e ter a audiência necessária.

Sinto dizer, que a interpretação certa ou errada da imagem depende do tipo de publico que atingir, quais tenham sido suas intenções para com a noticia, não e possível sempre agradar a todos.

Obrigada pela a atenção, Atenciosamente, Vitoria Dauar

REPORTAGEM: BESLAN, RUSSIA, 3 DE SETEMBRO DE 2014Bárbara Menezes

São Paulo, 7 de Março de 2014Aos editores,

Venho por meio desta carta, expressar minha opinião a respeito da fotografia usada na capa da Veja de 08 de setembro de 2004. Gostaria de deixar claro que, se o objetivo era causar impacto, não era necessário explorar o sentimento das pessoas que perderam entes queridos nesta tragédia, pois além de desnecessária, é uma atitude cruel e desrespeitosa. Sabe-se que editoras tem o objetivo de vender suas revistas, porém há outras maneiras de causar impacto nos futuros leitores sem o uso de imagens tão fortes. Portanto, é sensacionalista demais.

Não estou dizendo que o sensacionalismo é errado, ainda mais em empresas de comunicação, o que estou tentando dizer é que, neste caso, o sensacionalismo é antiético e egoísta, já que não figura a notícia e não traz acréscimo nenhum a quem lerá, além do impulso de comprar a revista.

Portanto, mostrem-me mais preocupados com a moral na produção das próximas capas. Atenciosamente,

Bárbara Menezes

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À REVISTA VEJAGustavo Corrêa

São Paulo, 9 de janeiro de 2008Caros editores e redatores da Revista Veja,

A capa desta edição de revista transmite a informação correta do acontecimento na Rússia, mas de uma forma sensacionalista e antiética. A Revista Veja depois de impressa é enviada às bancas onde é comercializada, QUALQUER pessoa tem acesso á essa revista, uma criança, uma pessoa que perdeu parentes nesse evento, e etc. Vocês acham que eles gostariam de ver uma imagem como essa na capa (onde a pessoa nem precisa comprar a revista para ver) de uma das maiores revistas do país?

A Revista Veja poderia muito bem ter colocado a imagem da escola onde ocorreu a tragédia, e se a intenção era chamar tanto a atenção, colocar uma legenda e um título bem chamativo.

Espero que se sensibilizem e pensem melhor ao escolher a foto que represente uma tragédia, pensando nos parentes das vítimas e crianças.

Obrigado, Atenciosamente Gustavo Corrêa

CARTA AOS EDITORES DA REVISTA VEJA

Thomaz Bonfim Duailibi

São Paulo, 07 de março de 2014Senhores editores da revista Veja,

Após a minha leitura da reportagem feita no dia oito de setembro de dois mil e quatro sobre o cerco a escola de Beslan (Rússia) no qual foram feitos mais

de mil e duzentos reféns entre adultos e crianças, percebi que a imagem que vocês utilizaram de capa para a reportagem foi de um caráter

sensacionalista e cruel com relação às vitimas do ato terrorista, pois foram mostradas uma mãe com sua filha assassinado pelos

terroristas logo após o ataque. Não utilizem imagens tão fortes e reais mostrando o sofrimento das pessoas e a dor das vitimas dessa forma.

Grato, Thomaz Bonfim Duailibi

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os 3 AnosIX PRÊMIO JOVEM ESCRITOR

Ricardo

KianaGustavo

RaquelRaviMarina

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Anos - Ensino Médio

A PERCEPÇÃO DO EU PARA A PERCEPÇÃO DO MUNDO

Dissertar é como estar num monólogo expressando sua própria opinião sem poder ser diretamente pessoal. O desafio de argumentar sem poder dizer “eu acho que”. Isso resume de forma bastante sucinta o trabalho feito com nossos pré-vestibulandos. Argumentar nunca deixa de ser uma arte, ainda que com maior estratégia e regras a serem seguidas. Às vezes, os alunos, já aborrecidos com a rotina e pressão desta fase tão difícil, lançam a nós professores de redação aquele olhar de desespero e agonizam num desabafo “professora, estou sem criatividade hoje”. A resposta vem rápida e com o intuito de tranquilizá-los: “ótimo, porque a dissertação é uma questão preponderante de estratégia, jogue com os argumentos, eu te passei as regras e você é um adversário de peso, portanto, não se preocupe em ser mais estratégico que criativo hoje, amanhã você pode fazer o contrário”.

O trabalho feito com o derradeiro ano do Ensino Médio é chamado de Oficina de Redações, mas antes da produção, o trabalho realizado é o de uma Oficina de Reflexões. Os alunos são convidados a produzirem uma redação por semana, podendo optar por um dos 60 temas trazidos pelo material do Anglo. É uma coletânea dos principais temas de vestibulares do país na última década. Com base na análise das provas desses vestibulares, foi possível depreender que a grande maioria dos temas podia ser agrupada em três grandes eixos temáticos: temas que abordem a relação do homem consigo mesmo, a relação do homem com a sociedade e a relação do homem com o meio biofísico.

Os textos selecionados foram os que apresentaram melhor evolução quanto à organização dos argumentos, melhor posicionamento perante questões polêmicas, melhores justificativas pautadas em embasamento científico e melhor progressão textual. Tratam-se todos de dissertações argumentativas moldadas através de reflexões bem aprofundadas em sala de aula sobre diversos assuntos que não devem e nem podem ser ignorados pela sociedade.

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Professora Maína Machado

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ATUALIZAÇÃO DA ATUALIDADEMarina Miranda

A era tecnológica em que o mundo está inserido tem atualizado a sociedade de tudo o que acontece em tempo real. Ao mesmo passo que a tecnologia avança, são realizadas inúmeras pesquisas que procuram identificar os “prós e contras” dessa nova geração digital.

No contexto de insatisfação política que vive a maior parte da população, o Brasil presenciou grandes manifestações em que as famosas emissoras de televisão deram espaço para a tecnologia, que acabou por revelar o “outro lado” dos protestos.

A sociedade encontrava-se alienada por determinadas emissoras que posteriormente se mostraram fortemente manipuladoras. Agora, o cidadão busca novas fontes de informação e novos meios para divulgar a realidade das ruas.

A tecnologia então se mostrou uma forte aliada da população, mas certamente, não deve substituir a união do povo brasileiro, pois é esta que realmente faz a diferença.

MÍDIAS ALTERNATIVASRavi Kalyan

Hoje, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, as pessoas têm aparelhos celulares que contêm ao menos uma câmera, quando não acesso à internet. Este fato tem gerado uma grande mudança no modo como se noticiam e se reportam acontecimentos que antes não eram levados em conta ou não se tinha conhecimento.

O uso de aparelhos celulares para se noticiar algum fato pode ser algo muito bom, já que dá a oportunidade à população de ver algo que antes não era mostrado, porém, ao mesmo tempo que traz benefícios. Esse ato pode ser mal visto por algumas pessoas, já que tira um pouco o poder das mídias tradicionais. Tem-se como exemplo disso, as manifestações de julho de 2013 em que câmeras de celulares foram utilizadas para mostrar o que realmente estava acontecendo nas ruas, foram reportadas tentativas de manipulação feitas pela polícia para “manchar” tais movimentos, coisas como esta nunca seriam mostradas nas mídias tradicionais.

Infelizmente não há oque se possa fazer para impedir a manipulação, mas há o que se fazer para se impedir o ostracismo. Deve-se romper com o comodismo e obter informação de todas as formas possíveis.

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DITADURA IDEALKiana Grey

De acordo com o iluminista Thomas Hobbes, um dos principais direitos humanos é a liberdade de expressão. Com muita insistência e dificuldade o homem conquistou

esta dádiva após a Revolução Francesa. Apesar disso, não se pode confirmar que seu objetivo inicial está, atualmente, sendo exercido da devida forma.

O marco da ditadura, mesmo simbolicamente abolida, está severamente notável na sociedade brasileira. Esta cicatriz é vista

principalmente nas relações sociais, em que a censura ideal permanece no subconsciente dos brasileiros. Além disso, a própria mídia permanece cadastrada à ausência de sinceridade a partir do momento em que a minoria dos programas das

emissoras de canal aberto apresentam conteúdo transgressor.

VÍDEOS DE UMA TRISTE REALIDADEGustavo Polachini

Em 2013, uma onda de protestos tomou conta do Brasil após o aumento de 20 centavos nas passagens de ônibus. A polícia, despreparada, respondeu a esses protestos com extrema violência (balas de borracha e gás lacrimogênio) até contra manifestantes pacíficos segurando flores.

Cenas de violência militar são encobertas pela mídia por ordens governamentais, então as pessoas começaram a procurar pela internet e perceberam que não é bem assim.

Gravações feitas por cineastas amadores com a câmera de seus celulares mostram para o Brasil inteiro a triste realidade de fatos e acontecimentos vividos nessas manifestações.

Pessoas sendo agredidas, disparos cegos da polícia militar contra sua própria população não demonstram nada mais que o despreparo de um governo corrupto assustado e de sua população lutando por um país melhor.

Essas gravações, sendo de pessoas dentro do protesto ou em prédios próximos, demonstram a necessidade desses movimentos e motivam a parte inteligente da população a lutar por este país. Essa guerra contra o governo só será vencida se os habitantes se unirem e finalmente lutarem por seus merecido direitos.

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Desta forma, personalidades como o ministro Joaquim Barbosa são condenadas, à primeira instância, pela ausência da execução do senso comum. Quando este tipo de ideia inicia uma maior circulação, principalmente nos meios de comunicação, a sociedade (como um todo) adota-a como norma. Assim, os brasileiros permanecem com uma intolerância à expor e compreender o que não serve de padrão à sociedade.

Estes ideais nem sempre correspondem com a real opinião do cidadão, mas o receio de contradizer a censura imaginária ocasiona uma massificação de ideias e personalidade.

AS MANIFESTAÇÕES VISTAS POR UMA LENTERicardo Whitaker

O acréscimo no número de manifestações nos últimos anos só foi possível graças à disseminação de seus ideais pela internet. Para tal propagação, foram essenciais como forma de estímulo aos ainda não participantes, imagens e vídeos em tempo real, fornecidos pelos que estavam presentes.

O uso destes recursos não se restringe somente à divulgação, mas sim, à condenação de atos agressivos cometidos pela polícia, que tenta coibir os direitos do cidadão. Os exemplos vão muito além do ocorrido no Brasil em junho de 2013, mas sim os atos da Primavera Árabe ou na Ucrânia, ações anteriores e posteriores, respectivamente as ocorridas aqui.

O potencial destas imagens é perceptível, ao comparar os protestos ocorridos há pouco, motivados por um aumento na tarifa do ônibus com as “Diretas já”, que por uma mudança muito maior no quadro nacional, reuniram um contingente proporcional em relação às mais recentes.

A divulgação proporcionada por celulares é fundamental para o decorrer de um ato constitucional pacífico. Tanto ao se tratar dos abusos cometidos pela polícia, quanto às brutalidades feitas pelos arruaceiros conhecidos como Black Blocks, que de nada acrescentam às manifestações.

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Sinceros agradecimentos da equipe de Português aos colegas das demais áreas do conhecimento e à equipe técnico-pedagógica, pela

presença constante e incentivo diário.

EQUIPE TÉCNICO-PEDAGÓGICA

Mantenedora e Diretora-geral - Neuza Maria ScattoliniAssistente de Direção - Márcia GavinoCoordenadora Geral - Lucienne Maria BuscariolliOrientadora Educacional (Ensino Fundamental) - Valéria FurtadoOrientadora Educacional (Ensino Médio) - Ângela M. M. da Encarnação

EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESAProfessora Gabriela FonsecaProfessora Luciane dos SantosProfessora Maína MachadoProfessora Maria Inez Ferreira de JesusProfessora Rejane Loli Ruiz

PARA QUEM LEVA A EDUCAÇÃO A SÉRIO E FAZ DA VIDA UM ETERNO APRENDIZADO

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