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24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental IX-003 - CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA PROGRESSIVA DAS ÁGUAS DO ESGOAMENTO SUPERFICIAL URBANO EM NA BACIA DE DRENAGEM NA CIDADE DE NATAL/RN Leonete Cristina de Araújo Ferreira Engenheira Civil pela UFRN, 2005. Tecnóloga em Meio Ambiente pelo CEFET-RN, 2007. Mestranda em Engenharia Sanitária pelo PPgES. Bolsista Capes. Cícero Onofre de Andrade Neto Engenheiro Civil, Mestre em Saneamento, Doutor em Recursos Naturais. Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Membro do Grupo Coordenador do PROSAB – Programa Nacional de Pesquisa em Saneamento Básico – e do Comitê Científico do Programa de Pesquisas do Departamento de Engenharia de Saúde Pública da FUNASA. Endereço (1) : Campus Universitário da UFRN. Centro de Tecnologia. Laboratório de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. Lagoa Nova. CEP 59072-970 Natal - RN. Tel: (84) 32153775 – e-mail: [email protected] RESUMO No contexto da problemática da drenagem urbana, destacam-se a ocorrência de inundações, em detrimento da ocupação de áreas ribeirinhas ou do crescimento descontrolado da urbanização, a contaminação dos corpos receptores das águas do escoamento superficial, e também a contaminação de águas subterrâneas. Em uma visão moderna, a drenagem urbana passa a ter um merecido enfoque ambiental, contribuindo para a manutenção e a recuperação de ambientes saudáveis no meio urbano. No Brasil, a maioria das pesquisas estuda os impactos causados pela poluição difusa da bacia de drenagem, avaliando a degradação da qualidade da água dos corpos receptores de cargas advindas do ambiente urbano ou rural. Outros estudos apresentam a carga total dos poluentes transportada, sem identificar sua variação temporal. Este trabalho tem como objetivo caracterizar de forma progressiva a qualidade das “primeiras águas” do escoamento superficial urbano, através da coleta e análise de amostras da água pluvial e estabelecer a relação entre o volume inicial da chuva que concentra a maior carga poluidora, definindo assim, a quantidade de água a ser interceptada para seu adequado tratamento. O trabalho está sendo desenvolvido em uma bacia de drenagem com 0,14 km 2 de área, situada no município de Natal, estado do Rio Grande do Norte. A bacia está situada em uma área urbanizada, com ocupação residencial de padrão médio. Do ponto de vista hidrológico, pode ser considerada como uma bacia fechada. O monitoramento hidrológico será feito através da instalação e operação de pluviógrafos e linígrafos na entrada da lagoa de detenção e infiltração. As águas pluviais de drenagem têm sua qualidade relacionada com a ocupação da bacia, tanto no que se refere à área ocupada, ao tipo de ocupação, bem como apresenta variações em determinado evento de chuva. PALAVRAS-CHAVE: Escoamento Superficial, Águas Pluviais Urbanas, Qualidade da Água Pluvial, Manejo de Água Urbana. INTRODUÇÃO O gerenciamento das águas urbanas constitui-se um desafio para os administradores públicos. Entre as suas atribuições, estão inseridas as atividades de abastecimento de água, tratamento de esgoto e drenagem urbana. As águas de drenagem pluvial têm sua qualidade relacionada com a ocupação da bacia, tanto no que se refere à área ocupada quanto ao tipo de ocupação. A qualidade da água de escoamento é particular a cada região e apresenta variações em um determinado evento de chuva. É reconhecido que a parcela inicial do volume de escoamento carreia a maior carga poluidora de um evento de precipitação (BERTRAND-KRAJEWSKI et al., 1998; LEE et al., 2002; BERNARDO E SOARES, 2004; BRASIL, 2005; TEMPRANO et al., 2005). A este fenômeno de ocorrência do pico de concentração nos primeiros volumes, denomina-se de “first flush” ou “carga de lavagem”. A avaliação de sua ocorrência e de sua magnitude deve ser realizada em particular para cada bacia. O desvio dessas primeiras águas e seu adequado tratamento constitui-se uma alternativa sanitária, proporcionando o lançamento dessas águas no meio com menor carga poluidora, bem como o uso da parcela restante do volume de melhor qualidade. ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

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24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

IX-003 - CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA PROGRESSIVA DAS ÁGUAS DO ESGOAMENTO SUPERFICIAL URBANO EM NA BACIA DE DRENAGEM NA

CIDADE DE NATAL/RN Leonete Cristina de Araújo Ferreira Engenheira Civil pela UFRN, 2005. Tecnóloga em Meio Ambiente pelo CEFET-RN, 2007. Mestranda em Engenharia Sanitária pelo PPgES. Bolsista Capes. Cícero Onofre de Andrade Neto Engenheiro Civil, Mestre em Saneamento, Doutor em Recursos Naturais. Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Membro do Grupo Coordenador do PROSAB – Programa Nacional de Pesquisa em Saneamento Básico – e do Comitê Científico do Programa de Pesquisas do Departamento de Engenharia de Saúde Pública da FUNASA. Endereço(1): Campus Universitário da UFRN. Centro de Tecnologia. Laboratório de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. Lagoa Nova. CEP 59072-970 Natal - RN. Tel: (84) 32153775 – e-mail: [email protected] RESUMO

No contexto da problemática da drenagem urbana, destacam-se a ocorrência de inundações, em detrimento da ocupação de áreas ribeirinhas ou do crescimento descontrolado da urbanização, a contaminação dos corpos receptores das águas do escoamento superficial, e também a contaminação de águas subterrâneas. Em uma visão moderna, a drenagem urbana passa a ter um merecido enfoque ambiental, contribuindo para a manutenção e a recuperação de ambientes saudáveis no meio urbano. No Brasil, a maioria das pesquisas estuda os impactos causados pela poluição difusa da bacia de drenagem, avaliando a degradação da qualidade da água dos corpos receptores de cargas advindas do ambiente urbano ou rural. Outros estudos apresentam a carga total dos poluentes transportada, sem identificar sua variação temporal. Este trabalho tem como objetivo caracterizar de forma progressiva a qualidade das “primeiras águas” do escoamento superficial urbano, através da coleta e análise de amostras da água pluvial e estabelecer a relação entre o volume inicial da chuva que concentra a maior carga poluidora, definindo assim, a quantidade de água a ser interceptada para seu adequado tratamento. O trabalho está sendo desenvolvido em uma bacia de drenagem com 0,14 km2 de área, situada no município de Natal, estado do Rio Grande do Norte. A bacia está situada em uma área urbanizada, com ocupação residencial de padrão médio. Do ponto de vista hidrológico, pode ser considerada como uma bacia fechada. O monitoramento hidrológico será feito através da instalação e operação de pluviógrafos e linígrafos na entrada da lagoa de detenção e infiltração. As águas pluviais de drenagem têm sua qualidade relacionada com a ocupação da bacia, tanto no que se refere à área ocupada, ao tipo de ocupação, bem como apresenta variações em determinado evento de chuva. PALAVRAS-CHAVE: Escoamento Superficial, Águas Pluviais Urbanas, Qualidade da Água Pluvial, Manejo de Água Urbana. INTRODUÇÃO

O gerenciamento das águas urbanas constitui-se um desafio para os administradores públicos. Entre as suas atribuições, estão inseridas as atividades de abastecimento de água, tratamento de esgoto e drenagem urbana. As águas de drenagem pluvial têm sua qualidade relacionada com a ocupação da bacia, tanto no que se refere à área ocupada quanto ao tipo de ocupação. A qualidade da água de escoamento é particular a cada região e apresenta variações em um determinado evento de chuva. É reconhecido que a parcela inicial do volume de escoamento carreia a maior carga poluidora de um evento de precipitação (BERTRAND-KRAJEWSKI et al., 1998; LEE et al., 2002; BERNARDO E SOARES, 2004; BRASIL, 2005; TEMPRANO et al., 2005). A este fenômeno de ocorrência do pico de concentração nos primeiros volumes, denomina-se de “first flush” ou “carga de lavagem”. A avaliação de sua ocorrência e de sua magnitude deve ser realizada em particular para cada bacia. O desvio dessas primeiras águas e seu adequado tratamento constitui-se uma alternativa sanitária, proporcionando o lançamento dessas águas no meio com menor carga poluidora, bem como o uso da parcela restante do volume de melhor qualidade.

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O foco atual na qualidade da água urbana é de origem recente. Faz parte da troca de paradigma, saindo da diretriz voltada para a quantidade e mitigação das inundações. Na ausência de orientação apropriada, práticas atuais para garantir a qualidade de água são guiadas por um foco de soluções ultrapassadas (GOONETILLEKE et al., 2005). A cidade de Natal/RN possui características que compreende um relevo ondulado de formação dunar que se elevam a altitudes de até 80 metros, formando uma depressão interior, e também apresenta uma barreira natural ao escoamento superficial diretamente para mar, constituída pelo afloramento da formação Barreiras com cobertura de dunas que se transformam em falésias (GUIMARÃES JÚNIOR, 2004). Devido a essas características da cidade, as principais soluções adotadas para o sistema de drenagem urbana da cidade consistem no emprego de lagoas de infiltração e detenção, além do despejo das águas pluviais nos canais existentes sem nenhuma preocupação com a qualidade da água que será infiltrada no solo ou lançada nos corpos receptores. CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DE DRENAGEM

O estudo será desenvolvido avaliando a qualidade da água do escoamento superficial de uma bacia de drenagem, situadas no bairro de Capim Macio, na cidade de Natal/RN. Esta área pode ser considerada como uma “bacia fechada”. Este termo reflete as condições topográficas da área. É usado para designar bacias onde ocorre retenção do escoamento superficial em áreas baixas, ensejando a formação de lagoas (MOREIRA et al., 2000). Sua localização está indicada na figura 1. Figura 1: Delimitação da Bacia de Drenagem e Topografia da Área.

9354000

9353900

9353700

9353500

9353300

255400 255600 255800 256000 256200

ESCALA: 1/7.500Curvas Topográficas - 5 metrosCurvas Topográficas - 1 metros

Rede de Drenagem de MirassolLimite Área de Drebagem Mirassol LEGENDA

Esta bacia está inserida no conjunto habitacional Mirassol e possui uma área de 0,14 km², a altitude máxima é de 61,10 metros e a altitude do exutório é de 34,90 metros (RIGHETTO, 2007). O fluxo das águas do escoamento superficial é direcionado para uma Lagoa de Detenção e Infiltração (Lagoa Mirassol), que se localiza na região com cota topográfica inferior aos demais locais da bacia. Há somente um pequeno trecho de coletores de drenagem, situado a 7 metros da Lagoa. A entrada das águas pluviais se dá através de uma tubulação com diâmetro de 0,80 metros, que recebe o pequeno trecho de galeria e as bocas de lobos da entrada da lagoa (Figura 2.e 3).

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Figura 2: Boca de Lobo na Entrada Lagoa Mirassol.

Figura 3: Detalhe do Local de Coletas das Amostras.

Observando as figura 2.a 3, pode-se verificar que durante o período seco ocorre o acúmulo de resíduos sólidos e podas na superfície de drenagem. Esses resíduos contribuem para obstrução do sistema durante o evento de precipitação, bem como para a redução da qualidade da água a ser detida na lagoa e posteriormente infiltrada no solo. As figuras 4 mostram a gravidade desse problema durante e após a ocorrência desses eventos. Pois a lagoa recebe as águas escoadas, tendo sua capacidade preenchida e, muitas vezes sem a devida manutenção pública, o que dificulta sua infiltração, tornando-se abrigo para lixos e ambiente propício ao desenvolvimento de vetores de doenças.

Figura 4: Aspecto visual da água armazenada na Lagoa Mirassol após evento de precipitação.

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A área de drenagem está em área urbanizada, com ocupação predominantemente residencial unifamiliar de padrão média. Quanto aos aspectos sanitários os domicílios são atendidos pela rede pública de abastecimento de água, já os efluentes domésticos são dispostos principalmente através de tanques sépticos, nem sempre construídos de acordo com as técnicas sanitárias recomendadas, dispondo os efluentes por infiltração através de sumidouros. Os resíduos sólidos são coletados pelo serviço de limpeza pública municipal, com freqüência de 02 vezes por semana. MATERIAIS E MÉTODOS

O local de amostragem na Lagoa Mirassol será na extremidade da tubulação de drenagem da bacia que descarrega água pluvial na lagoa. No qual a construção de uma plataforma possibilita a instalação dos equipamentos de coleta de dados. Neste ponto será instalado um amostrador automático para coleta de amostras para analisar a qualidade, um medidor de vazão, medidor de velocidade e um pluviógrafo. O amostrador a ser empregado foi desenvolvido pela LARHIS – Laboratório de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental da UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Este equipamento é dotado de um sistema de programação que possibilita a coleta das amostras nos intervalos previamente estipulados, garantido sua confiabilidade. Existe uma mangueira coletora, como um crivo na sua extremidade, e um sistema de válvulas que direcionam a água coletada para sua respectiva garrafa coletora. A água em excesso é descartada por outra mangueira, que atua como extravasor. O volume coletado máximo por garrafa é de 1,96 litros. As técnicas para a determinação dos parâmetros (coleta, preservação, armazenamento e análises) seguirão os procedimentos padrões descritos no Standard Methods (APHA et al.). Como o objetivo é identificar qual a parcela do volume que carreia a maior carga poluidora, serão analisados os primeiros 40 minutos de cada evento de chuva, coletando amostras a cada 3 ou 5 minutos. Obtendo-se assim, a caracterização progressiva da qualidade da água, verificando a ocorrência do pico de concentração inicial dos poluentes estudados. Este fenômeno pode ser representado através da curva adimensional M(V). Esta curva é baseada em outros dois gráficos, o hidrograma -Q(t) e no polutograma -C(t) do poluente considerado, onde Q é a vazão (m³/s) e C é a concentração do (mg/L). Para uma bacia, esta curva ainda depende de diversos parâmetros, como o hietograma-P(t), que apresenta a variação da intensidade da precipitação ao longo do tempo, do período seco que precede ao evento, das condições do sistema de esgotamento sanitário, dos resíduos acumulados na superfície e da massa de poluentes acumulado sobre a superfície (BERTRAND-KRAJEWSKI et al., 1998). A figura 5 apresentadas a seqüência de procedimentos adotados para a confecção das curvas adimensionais M(V). De posse dos dados observados e das análises das amostras coletadas, elaboram-se os histogramas (1) dos eventos e os polutogramas (2) de cada poluente por evento. Logo em seguida, são desenhados os gráficos da variação da carga do poluente (3) e o volume de escoamento acumulado (4) ao longo do tempo. Conhecidos, a massa total acumulada e por sua vez o volume total acumulado, o passo seguinte é elaborar o gráfico da fração acumulada pelo total, tanto para massa (5) quanto para volume (6). A curva M(V), o gráfico (7) é montado com os pares ordenados (X,Y), advindos do gráfico (5) e (6). Para um determinado tempo ti, no gráfico (5) é determinada à coordenada Y, ou seja, a relação entre a massa acumulada e a massa total, e no gráfico (6), é determinada a coordenada X, ou seja, a relação entre o volume acumulado e o volume total.

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Figura 5: Etapas para desenho da Curva M(V) para um determinado poluente (Fonte: Adaptado de BERTRAND-KRAJEWSKI et al., 1998).

A análise da curva adimensional M(V) consiste na verificação do afastamento da curva em relação ao bissetor do gráfico. A análise numérica da curva M(V) considera a aproximação da curva para uma função, ver equação (1). No domínio apresentado na equação (2), e condições de contorno das equações (3) e (4).

bXXF =)( equação (1)

[ ]1,0∈X equação (2) ( ) 00 =F equação (3)

( ) 11 =F equação (4)

Esta aproximação entre M(V) e F(X) é geralmente satisfatória quando o coeficiente de correlação r²≥0,9. O valor do parâmetro b caracteriza o afastamento entre a curva M(V) e o bissetor. É facilmente calculado por regressão linear desde que seja cumprida a condição estabelecida na equação (5).

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( ) ( )( ) (XbXFXXF b ln.ln =⇔= ) equação (5)

Este parâmetro possibilita estudar a distribuição da curva M(V), estimando a magnitude do “first flush” e identifica qual a porcentagem de eventos que necessitam do desvio de uma porcentagem de volume, para remoção de uma determinada carga de poluentes (BERTRAND-KRAJEWSKI et al., 1998). PRIMEIRA ETAPA: RESULTADOS INICIAIS

Os eventos analisados, bem como os indicadores analisados estão apresentados na tabela 1. As águas pluviais de drenagem têm sua qualidade relacionada com a ocupação da bacia, tanto no que se refere à área ocupada, ao tipo de ocupação, bem como apresenta variações em determinado evento de chuva. Os poluentes carreados são advindos de fontes difusas, tais como ruas, sarjetas, depósitos inadequado de resíduos sólidos, despejos de esgotos sanitários, produtos expelidos de veículos ou desgastes de materiais. No que se refere à qualidade das águas pluviais, reconhece-se que as primeiras águas de drenagem concentram a maior parcela poluidora do evento. Tabela 1: Características das águas estudadas na ETA-Morrinhos.

Grupo De

Indicadores

Parâmetros

Total de Eventos

Total de Amostras

por Evento

Total de Análises

a pH; Oxigênio Dissolvido; Demanda Química de Oxigênio; Sólidos Sedimentáveis; Sólidos Suspensos Totais; Turbidez; Cor; Nitrogênio Orgânico (NTK); Amônia; Nitrito; Nitrato;

Fósforo total e solúvel (ortofosfato); Condutividade elétrica; Cálcio; Magnésio;

Potássio e Sódio; Cloretos.

20 10 320

b Demanda Bioquímica de Oxigênio; Sólidos Suspensos Fixos e Voláteis; Coliformes

Termotolerantes; Ovos de helmintos; Óleos e graxas; Sulfato; Sulfeto.

10 10 160

b Hidrocarbonetos Totais 10 5 50 d Metais pesados: Cobre, Chumbo, Zinco,

Cádmio e Cromo. 10 5 50

CONCLUSÕES

O comportamento da concentração de poluentes ao longo do tempo para um evento da chuva pode ser uma informação necessária de acordo com sua finalidade de conhecimento. A obtenção dessa variação envolve atividades detalhadas, desde a caracterização da bacia de drenagem, bem como dos parâmetros envolvidos tanto quantitativos como qualitativos. Conhecendo-se a qualidade da água e sabendo que a maioria da carga poluidora concentra-se no início do evento, podem-se adotar medidas de separação destas primeiras águas e através da adoção de um tratamento adequado, obter a um aproveitamento total da água de escoamento superficial. Esse aproveitamento pode ser para diversos usos, que estão associados à qualidade da água requerida. Os usos podem ser desde rega de pátios e jardins até recarga de aqüíferos. A interceptação dessas “primeiras águas” de chuva, detentoras da maior carga poluidora, faz-se necessária para proporcionar o reuso adequado, gerando assim menores impactos ao meio ambiente. O estabelecimento deste ponto de separação será um fator importante para a mudança na concepção nos projeto de Drenagem Urbana. Devendo haver, portanto uma mudança na tomada de decisões públicas tendo em vista a garantia da sustentabilidade ambiental da cidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. APHA et al., Standard methods for the examination of water and wastewater. 18th ed. New York, Public Health Association. 1998.

2. BERTRAND-KRAJEWSKI, J.; CHEBBO, G.; SAGET, A. Distribution of pollutant mass vs volume um stormwater discharges and first flush phenomenon. Water Resource. v. 32. n. 8, p. 2341-2356. 1998.

3. BRASIL. SECRETARIA NACIONAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Gestão do território e manejo das águas urbanas. Brasília: Ministério das Cidades, 2005. 270 p.

4. GOONETILEKE, Ashantha; THOMAS, Evan; GINN, Simon; GILBERT, Dale. Understanding the role of land use in urban stormwater quality management. Journal of Environmental Management, 74 (1), p. 31-42, 2005.

5. GUIMARÃES JÚNIOR, J. A. Drenagem urbana natal: parâmetros hidrológicos. 1ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SANEAMENTO URBANO. Natal, 2004. 1 CD-ROM.

6. MOREIRA, L. F. F.; ARAÚJO, V. M.; SANTANA, S. C. Calibração de parâmetros hidrológicos numa bacia urbana em Natal. In: SIMPÓSIO DE RECURSOS HÍDRICOS, 5., 2000, Natal. Anais... Natal: ABRH, 200. p. 396-406.

7. RIGHETTO, A. M. Estudo Quali-Quantitativo e de Manejo de Águas Pluviais em Área de Drenagem Piloto na Cidade de Natal, RN – MAPLU-RN. In: REUNIÃO DA REDE DO TEMA 4: MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS. 1. Natal, 2007.

8. TEMPRANO, Javier; ARANGO, Oscar; CAGIAO, Juan; SUÁREZ, Joaquín; TEJERO, Iñaki. Stormwater quality calibration by SWMM: A case study in Northern Spain. Disponível em: <http://www.wrc.org.za>. Acesso em: 19 de outubro de 2006.

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