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CENTRO UNIVERSITÁRIO RADIAL IVAN ROBERTO TIMOCHENKO DE MORAES PAULO HENRIQUE ELOY MACHADO INTEGRAÇÃO DOS PROTOCOLOS ZIGBEE E MODBUS NA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL São Paulo 2009

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CENTRO UNIVERSITÁRIO RADIAL

IVAN ROBERTO TIMOCHENKO DE MORAES PAULO HENRIQUE ELOY MACHADO

INTEGRAÇÃO DOS PROTOCOLOS ZIGBEE E MODBUS NA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

São Paulo 2009

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IVAN ROBERTO TIMOCHENKO DE MORAES

PAULO HENRIQUE ELOY MACHADO

INTEGRAÇÃO DOS PROTOCOLOS ZIGBEE E MODBUS NA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

Monografia apresentada ao Centro

Universitário Radial para obtenção

do Título de Bacharel em

Engenharia.

Área de Concentração: Engenharia Eletrônica Orientador: Prof. Sidney Fernandes da Luz

São Paulo

2009

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RESUMO

O protocolo de comunicação sem fio ZigBee, embora desenvolvido para uso

industrial, se apresenta à indústria com custos e tempo para implementação altos,

pois possui um formato de transmissão de dados que requer que um programa

dedicado seja desenvolvido para o tratamento dos dados de acordo com cada

necessidade. Tomou-se como objetivo tornar o protocolo ZigBee mais compatível

com aplicações industriais, permitindo sua integração ao protocolo Modbus, já

utilizado no setor industrial, por meio de um dispositivo que converta as linhas de

comando Modbus para ZigBee e vice-versa. Desenvolveu-se ainda, unidades

eletrônicas de transmissão sem fio capazes de ler e controlar variáveis de campo,

completando a integração entre os protocolos. Esta interface ZigBee-Modbus

permitirá que Controladores Lógicos Programáveis (CLP) ou Sistemas

Supervisórios sejam capazes de monitorar e controlar variáveis de campo de forma

flexível, com redução no uso de cabeamento e sem a necessidade de se

adaptarem à programação ZigBee.

A principal conquista alcançada neste projeto foi permitir que a comunicação entre

dispositivos de monitoramento e controle de variáveis de processos industriais

sejam feitos por meio de tecnologia de transmissão de dados sem fio, a partir de

um protocolo de comunicação desenvolvido para aplicações industriais, porém, de

forma simples e eficiente.

PALAVRAS-CHAVE: protocolo ZigBee, protocolo Modbus, transmissão de dados

sem fio, automação industrial.

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ABSTRACT

The ZigBee wireless communication protocol, although developed for industrial use,

is introduced to the industry with high costs and timing consuming for

implementation due its transmission data format that requires the developing of a

dedicated software to handle the data according to each application. The objective

assumed was to turn the ZigBee protocol more compatible to industrial applications,

integrating it with the Modbus protocol, which is already widely used at industry,

through a device able to covert the Modbus commands to ZigBee commands and

vice-versa. Also, wireless electronic units able to read and control field

instrumentation were developed, completing the integration between the protocols.

This ZigBee-Modbus interface will allow that Programmable Logic Controllers (PLC)

or Supervisory Systems to monitor and control field instrumentation in a flexible way,

reducing cabling costs and without ZigBee programming adaptation.

The main reward in this Project was to allow a simple and efficient communication

among monitoring and controlling devices with wireless technology, using a protocol

already developed for industrial applications.

KEYWORDS: ZigBee protocol, Modbus protocol, wireless data transmission,

industrial automation.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS LISTA DE FIGURAS 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................01

1.1. Objetivo .......................................................................................01

1.2. Justificativa..................................................................................03

2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS................................................................05 2.1. Fundamentos do protocolo ZigBee..............................................05

2.1.1. Tipos de nós .................................................................06

2.1.2. Pilha protocolar .............................................................07

2.1.3. Topologias de rede .......................................................09

2.1.4. Formação da Rede ZigBee ...........................................12

2.1.5. Endereçamento de dispositivos ....................................16

2.1.6. Modo de transmissão ....................................................16

2.2. Fundamentos do protocolo Modbus ...........................................17

2.2.1. Estados de operação do Mestre e Escravos em uma

rede Modbus .................................................................20

2.2.2. Modo de transmissão RTU ...........................................29

2.2.3. Descrição do quadro Modbus .......................................23

3. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ..................................................26 3.1. Módulo ZigBee ...........................................................................27

3.2. Unidade Remota ZigBus (URZ) ..................................................28

3.2.1. Circuito de alimentação .................................................29

3.2.2. Entradas digitais ............................................................30

3.2.3. Saídas digitais ...............................................................31

3.2.4. Entradas Analógicas .....................................................31

3.2.4.1. Circuito de proteção ......................................32

3.2.5. Circuito do módulo ZigBee ............................................33

3.3. Base ZigBus (BZ) .......................................................................34

3.3.1. Programa ......................................................................35

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3.3.2. Fluxograma ...................................................................38

3.3.3. Endereçamento Modbus ...............................................41 4. ENSAIOS ..............................................................................................42

4.1. Análise do circuito de proteção das entradas analógicas ...........42

4.2. Resposta do conversor analógico-digital ....................................45

4.3. Teste do projeto ..........................................................................47

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................49 5.1. Conclusões .................................................................................49

5.2. Contribuições .............................................................................49

5.3. Proposta para trabalhos futuros .................................................49

6. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................51 7. ANEXOS................................................................................................55

Anexo A – Especificações do módulo XBee

Anexo B – Circuito eletrônico Unidade Remota ZigBus

Anexo C – Catálogo comercial do microprocessador RCM300

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LISTA DE TABELAS

TABELA I – Tipos de dispositivos segundo a IEEE 802.15.4 [5] ................................06

TABELA II – Padrões de Comunicação IEEE [12] [14] ...............................................13

TABELA III – Acesso aos endereços Modbus das Unidades Remotas ZigBus ..........41

TABELA IV – Resposta do conversor analógico-digital .............................................46

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Exemplo de rede ZigBee [7] ...................................................................07

FIGURA 2 – Pilha do protocolo ZigBee [9] ..................................................................08

FIGURA 3 – Redes Estrela e Árvore [11] ....................................................................10

FIGURA 4 – Rede sem fio Mesh [13] .........................................................................11

FIGURA 5 – Modelo de rede Mesh [12] ......................................................................12

FIGURA 6 – Modo de transmissão em uma rede ZigBee [7] ......................................17

FIGURA 7 – Ciclo de Pergunta e Resposta em uma rede Modbus [17] .....................19

FIGURA 8 – Sequência de mensagens sem erro [16] ................................................22

FIGURA 9 – Sequência de mensagens com erro [16] ................................................22

FIGURA 10 – Mensagem Modbus RTU [16] ..............................................................25

FIGURA 11 – Funcionamento básico do projeto ........................................................27

FIGURA 12 – Diagrama de blocos da Unidade Remota ZigBus (URZ) .....................28

FIGURA 13 – Circuito de alimentação das URZs .......................................................30

FIGURA 14 – Circuito das entradas digitais das URZs ..............................................30

FIGURA 15 – Circuito das saídas digitais das URZs .................................................31

FIGURA 16 – Circuito de entrada analógica das URZs .............................................33

FIGURA 17 – Circuito do módulo ZigBee ...................................................................33

FIGURA 18 – Diagrama de blocos da Base ZigBus (BZ) ...........................................35

FIGURA 19 – API de requisição de comandos locais [7] ...........................................36

FIGURA 20 – API de resposta de comandos locais [7] ..............................................36

FIGURA 21 – API de requisição de comandos remotos [7] .......................................37

FIGURA 22 – API de resposta de comandos remotos [7] ..........................................37

FIGURA 23 – Fluxograma de funcionamento do programa – Parte 1 ........................39

FIGURA 24 – Fluxograma de funcionamento do programa – Parte 2 ........................40

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FIGURA 25 – Tensão de disparo do circuito de proteção mediante aumento

lento e gradativo da tensão de entrada ......................................................................42

FIGURA 26 – Resposta do circuito de proteção mediante aplicação de

tensão de 5 volts ........................................................................................................43

FIGURA 27 – Resposta do circuito de proteção mediante aplicação de

tensão de 10 volts ......................................................................................................43

FIGURA 28 – Resposta do circuito de proteção mediante aplicação de

tensão de 20 volts ......................................................................................................44

FIGURA 29 – Resposta do circuito de proteção mediante aplicação de

tensão de 30 volts ......................................................................................................44

FIGURA 30 – Resposta do circuito de proteção mediante aumentos

repentinos e cíclicos no nível de tensão de entrada ..................................................45

FIGURA 31 – Resposta da entrada analógica da Unidade Remota ZigBus ...............46

FIGURA 32 – Supervisório Elipse SCADA .................................................................48

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INTRODUÇÃO

1.1. OBJETIVO

No segundo semestre de 2007 iniciou-se uma pesquisa sobre o protocolo de

comunicação sem fio ZigBee e desenvolveu-se uma interface de comunicação

capaz de monitorar o estado lógico de sinais digitais por meio de um computador,

simulando uma aplicação destinada a sistemas de controle de alarmes em prédios

comerciais.

Dando continuidade à pesquisa feita sobre o assunto, em 2008 tomou-se

como objetivo tornar o protocolo ZigBee mais compatível com aplicações

industriais, a fim de permitir sua integração ao protocolo de transmissão de dados

Modbus, já amplamente utilizado no setor industrial devido à sua confiabilidade e

simplicidade, por meio de um dispositivo microprocessado que converta as linhas

de comando Modbus para ZigBee e vice-versa.

Iniciou-se ainda, o desenvolvimento de unidades eletrônicas remotas

capazes de ler e controlar variáveis analógicas e digitais de campo compatíveis

com os módulos de transmissão de dados ZigBee, de forma a completar sua

integração às aplicações industriais.

Como Trabalho de Conclusão de Curso, pretende-se completar a

construção da interface de comunicação entre os protocolos ZigBee e Modbus e

das unidades remotas de aquisição e controle de variáveis. A interface, ou gateway,

entre os protocolos será totalmente transparente ao mestre da rede Modbus, não

sendo necessária nenhuma programação adicional ao dispositivo para que este

esteja apto a ler ou a comandar as variáveis de processo conectadas às entradas e

saídas das unidades remotas. Cada unidade remota se comunicará com o gateway

por meio do protocolo ZigBee em distâncias que podem variar de dezenas a

algumas centenas de metros e possuirão: 03 entradas para leitura de sensores

analógicos de saída padronizada 4-20mA; 03 entradas digitais para leitura de

sensores de saída discreta; e 03 saídas digitais a relé para controle de atuadores.

A possibilidade de transmitir e ler comandos de uma rede Modbus, por meio

do protocolo ZigBee, permitirá que Controladores Lógicos Programáveis ou

Sistemas Supervisórios sejam capazes de monitorar e controlar variáveis de campo

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de forma flexível, com redução no uso de cabeamento e sem a necessidade de se

adaptarem à interface de programação ZigBee.

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1.2. JUSTIFICATIVA

A aplicação da tecnologia wireless no setor industrial tem se intensificado

durante os últimos anos com a chegada de protocolos de comunicação e sistemas

preparados para suportar as diversas fontes de interferência que as plantas

industriais apresentam, além da robustez exigida neste tipo de ambiente.

O protocolo de comunicação ZigBee, ainda pouco difundido no Brasil,

embora também tenha sido desenvolvido para uso em aplicações industriais que

exijam baixo custo e alta confiabilidade, possui um formato de transmissão de

dados que requer quase sempre que um programa aplicativo seja desenvolvido

para o tratamento dos dados de acordo com cada necessidade. Desta forma, este

se apresenta à indústria com custos e tempo para implementação altos,

destinando-se à aplicações específicas. Não sendo assim atrativo às aplicações

que requerem soluções simples e rápidas.

Basicamente, uma rede de automação industrial consiste em um controlador

lógico programável (CLP) que se comunica com sensores remotos para aquisição

de variáveis de processo como temperatura, pressão, vazão, vibração e peso.

Quando a aplicação inclui funções de controle, os CLPs agem enviando comandos

que organizam o processo por meio de motores, atuadores, solenóides e válvulas.

O sucesso desta automação depende da confiabilidade na comunicação

entre CLPs e os sensores/atuadores. Esta comunicação tem sido tradicionalmente

feita fisicamente, por meio de fios que percorrem toda a planta industrial a fim de

interligar todos os componentes da rede. [1]

A transmissão de dados sem fio, seja de um sensor instalado em um local

de difícil acesso ou num atuador localizado em ambiente agressivo ao operador,

mostra-se uma solução prática e de custo acessível; a fim de eliminar a passagem

de cabeamento ao longo de plantas e galpões industriais, facilitando os serviços de

instalação, eliminando problemas de indução e rompimento de fios e aumentando a

flexibilidade na movimentação dos instrumentos de medição e controle.

Umas das principais observações feitas nos resultados apresentados por um

experimento feito com uma rede ZigBee em uma instalação de automação industrial

em uma companhia de mineração sueca, com o intuito de demonstrar que o novo

padrão ZigBee se comporta bem mesmo em ambientes industriais pesados, foi que

a rede de sensores sem fio aparentava estar funcionando satisfatoriamente, mesmo

além da máxima distância especificada no padrão ZigBee (30 metros). O ambiente

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industrial hostil a radiofrequência aparentemente não estava prejudicando o

desempenho a um grau perceptível. Um modelo de sincronização de tempo simples

mostrou ser suficiente para o ciclo ativo da rede. Isto permitiu um melhor

gerenciamento de energia ao custo da redução do rendimento de toda a rede. [2]

Os trabalhos relacionados, ao padrão ZigBee, apesar de serem poucos por

esse ser um padrão recente, confirmaram que o ZigBee se comporta bem mesmo

para ambientes industriais pesados.

Tendo em vista a potencialidade do protocolo ZigBee em implementar a

construção de redes indústrias de automação que permitam mobilidade sem

desgaste mecânico do meio de transmissão de dados de forma confiável e robusta,

surge a necessidade de integrar este protocolo de comunicação às interfaces de

dados já existentes no setor industrial, de forma mais atrativa e transparente, com

menor tempo e custo de implementação.

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2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS

2.1. FUNDAMENTOS DO PROTOCOLO ZIGBEE

A tecnologia sem fio, ou wireless, descreve os sistemas de telecomunicação

em que as ondas eletromagnéticas carregam o sinal sobre parte ou todo o trajeto

de comunicação sem a utilização de cabos. [3]

ZigBee é nome de uma tecnologia de transmissão de dados sem fio,

desenvolvida sob padrões de endereçamento com o objetivo de criar redes de

baixo custo e baixo consumo de energia para comunicação de dispositivos

alimentados por baterias com autonomia por anos de uso. Este padrão possui todas

as vantagens e características físicas do padrão IEEE (Institute of Electric and

Electronic Engineers) 802.15.4 somadas a funcionalidades de rede, operando em

bandas livres de licença como 2.400-2.484 GHz (Global), 902-928 MHz (América) e

868,0-868,6 MHz (Europa). [4] O protocolo ZigBee foi desenvolvido por volta do ano de 2002 pela ZigBee

Alliance, um consórcio criado por líderes de fabricação de semicondutores,

integradores e usuários finais de tecnologia, criado e projetado para transmitir

dados através de ambientes de rádio freqüência hostis, geralmente encontrados em

aplicações industriais e comerciais com as seguintes características:

• Baixo consumo de energia elétrica;

• Suporte de diversas topologias de rede: estática, dinâmica, estrela ou

mesh;

• Espalhamento Espectral em Seqüência Direta (DSSS – Direct

Sequence Spread Spectrum);

• Capacidade de até 65.000 nós por rede;

• Encriptação de dados AES 128-bit (Advanced Encryption Algorithm)

que garante segurança na comunicação entre dispositivos;

• Prevenção de colisão de pacotes de dados;

• Transmissão de dados até 250kbps;

• Re-tentativas de transmissão e confirmações de recebimento de

pacotes de dados.

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2.1.1. Tipos de nós

O padrão IEEE 802.15.4 define dois tipos de dispositivos conforme a Tabela

I:

TABELA I – Tipos de dispositivos segundo a IEEE 802.15.4 [5]

Tipos de dispositivo

Funcionalidades oferecidas

disponíveis no protocolo

Fonte de alimentação

típica

Configuração típica do receptor

Full Function Device (FFD) A maioria ou todas Principal Ligado quando

em espera

Reduced Function Device (RFD) Limitada Bateria

Desligado quando em

espera

Full Function Device (FFD) - pode funcionar em qualquer topologia do

padrão, desempenhando a função de coordenador da rede ou roteador e

conseqüentemente ter acesso a todos os outros dispositivos dentro de seu alcance

de transmissão. São dispositivos mais completos.

Reduced Function Device (RFD) - dispositivo mais simples, com menos

memória, utilizado nas pontas da rede sem atribuições de reenvio de mensagem,

ou seja, não pode atuar como um coordenador de rede ou roteador. Pode

comunicar-se apenas com um FFD. Cada rede consiste de múltiplos FFDs e RFDs,

com um dos FFDs designado como coordenador da rede. [6]

Conforme ilustrado na Figura 1, o protocolo ZigBee define três tipos de

dispositivos de acordo com as funcionalidades oferecidas e consumo de energia:

Coordenador (Coordinator) Também chamado de ZC (ZigBee Coordinator), é o único FFD responsável

pela formação de uma rede ZigBee; fato que lhe confere presença obrigatória em

todas as redes. O Coordenador estabelece um canal de operação e o número

lógico para formar a rede. Uma vez estabelecido estes parâmetros, o coordenador

pode formar uma rede permitindo que roteadores e dispositivos finais se integrem a

esta. Após a formação da rede, o coordenador funciona como um roteador,

podendo participar no redirecionamento de pacotes de dados e ser uma fonte ou

destino de pacotes de dados. [7]

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Roteador (Router) O roteador ou ZR (ZigBee Router) é um nó FFD que cria e/ou mantém as

informações da rede e as utiliza para determinar a melhor rota para um pacote de

dados. Os roteadores podem participar no redirecionamento de pacotes de dados e

ser uma fonte ou destino de pacotes de dados. Sempre se integram à rede antes de

permitir que outros roteadores e dispositivos finais se integrem a ele. [7]

Dispositivo final (End device)

Um dispositivo final ou ZEB (ZigBee End Device) é classificado como um

RFD e deve sempre interagir com o seu nó pai (ou um roteador ou um

coordenador) na rede para receber ou transmitir dados; podendo ser uma fonte ou

destino de dados, porém, não possuindo a capacidade de redirecionamento de

informações. Possui como principal característica a alimentação por baterias, pois

possui modos de operação com baixo consumo de energia elétrica. [7]

FIGURA 1 – Exemplo de rede ZigBee [7]

2.1.2. Pilha protocolar A pilha protocolar ZigBee é formada pelas camada física PHY (Physical

Layer) e pela camada MAC (Media Access Control Layer), especificadas conforme

o padrão IEEE 802.15.4, pela camada de rede (NWK) e pela camada de aplicação,

que contém as subcamadas de suporte à aplicação (APS) e ZigBee Device Object

(ZDO). Na estrutura também são adicionados os objetos de aplicação definidos

pelo usuário. A estrutura completa é mostrada na Figura 2. [8]

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FIGURA 2 – Pilha do protocolo ZigBee [9]

Camada PHY A camada mais baixa da pilha protocolar, a camada física, é definida pelo

padrão 802.15.4 da IEEE, e é implementada em silício. A camada física codifica os

bits que são enviados e decodifica os que são recebidos. Parte da informação

disponível na camada física é fornecida para a camada MAC, como por exemplo, a

estimativa de canal livre, a indicação da qualidade da conexão e a indicação da

potência do sinal recebido. [10]

A norma IEEE 802.15.4 define 27 canais na camada PHY distribuídos da

seguinte forma:

• 16 canais com taxa de 250kbps na banda livre ISM (Industrial,

Scientific and Medical) 2,4 - 2,4835 GHz disponível globalmente;

• 10 canais com taxa de 40kbps na banda ISM 902 - 928 MHz,

disponível na América do Norte;

• 1 canal com taxa de 20kbps na banda 868,0 - 868,6 MHz, disponível

na Europa.

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Camada MAC A camada MAC controla o acesso ao canal de rádio compartilhado. Esta

gera e reconhece os endereços e verifica as seqüências das estruturas de controle

(frame check), além de ser responsável pela sincronização das transmissões. [10]

Camada de Rede A camada de rede (NWK) está relacionada ao nível de comunicação.

Controla a estrutura de rede e cuida do roteamento e das funções de segurança

das mensagens transmitidas.

A rede ZigBee é uma rede dinâmica e a camada de rede precisa manter as

informações sobre os nós dentro da rede. As propriedades e parâmetros da rede

são especificados na aplicação como configurações de pilha da camada de rede.

Isto inclui a topologia, segurança e outros. [10]

Camada de Aplicação A camada de aplicação carrega o código de cada aplicação feita

individualmente.

De acordo com a especificação ZigBee, este código é escrito dentro do

campo ZDO (ZigBee Device Object), onde a função do dispositivo é especificada.

Aqui é definido se o dispositivo será do tipo FFD ou RFD, as funções de segurança

de rede, as resposta e atos para cada evento do sistema.

A subcamada de suporte à aplicação (APS) forma o nível baixo da camada

de aplicação. Aqui, as ligações (binding) e a descoberta da vizinhança dos

dispositivos são realizadas. [10]

2.1.3. Topologias de rede A especificação do protocolo ZigBee permite que três topologias de rede

diferentes possam ser implementadas, dependendo da aplicação. [11]

São elas: Estrela (Star), Árvore (Cluster Tree) e Malha (Mesh). Estas

topologias são discutidas a seguir:

• Estrela (Star): Na configuração Estrela um dispositivo atua como o

coordenador da rede ZigBee, o qual se encarrega de toda a

comunicação em um dado canal de rádio. O coordenador da rede deve

ser capaz de se comunicar com qualquer outro dispositivo na rede. O

RFD pode apenas se comunicar com um FFD.

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• Árvore (Cluster Tree): A topologia Árvore é formada apenas

modificando a topologia Estrela. Um ou mais dos RFDs conectados ao

coordenador da rede ZigBee é substituído por um FFD, e destes FFDs,

mais RFDs ou FFDs podem ser conectados. Uma vantagem desta

topologia é que ela pode ser usada para aumentar a cobertura

geográfica da rede.

A Figura 3 apresenta modelos de redes em Estrela e Árvore.

FIGURA 3 – Redes Estrela e Árvore [11]

• Malha (Mesh): O principal componente do protocolo ZigBee é a

habilidade de suportar redes em malha, também denominadas redes

mesh ou ad hoc. O que caracteriza essas redes é a capacidade que

seus nós possuem de redirecionar os pacotes de informação por

diferentes caminhos pela rede, “saltando” por outros nós, até atingirem

seu destino. Se um determinado caminho (canal ou nó) é interrompido

ou perde a qualidade, a rede automaticamente procura um novo

caminho (canal ou nó), mais adequado para manter o tráfego de dados.

[12]

Um nó da rede Mesh pode ter apenas a função de comunicação, ou

ainda, ter suas funcionalidades particulares além de retransmitir os

sinais dos seus nós vizinhos.

Um exemplo de comunicação entre dois dispositivos dessa rede é

ilustrado na Figura 4 e descrito a seguir:

10

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FIGURA 4 – Rede sem fio Mesh [13]

− N4 vai enviar informações para N1;

− N4 envia um pacote de dados para N1, requisitando confirmação de

recebimento;

− N1 está fora do alcance de N4. Os nós N2 e N3 recebem os pacotes;

− N2 e N3 identificam que o endereço do destinatário é outro nó;

− N2 e N3 retransmitem o pacote de dados e gravam a identificação do

pacote para evitar retransmissões;

− N4 recebe o pacote de dados retransmitido de N2 e N3 e descarta os

pacotes repetidos;

− N1 recebe um pacote retransmitido de N2 ou N3, dependendo de

qual dos dois retransmitiu primeiro;

− N1 se identifica como receptor da transmissão e envia um pacote de

dados endereçado a N4;

− N1 recebe o segundo pacote retransmitido por N2 ou N3 e o ignora;

− N2 e N3 recebem a confirmação de N4, já que N1 está fora do

alcance de N4;

− N2 e N3 identificam que o endereço do receptor é outro nó;

− N2 e N3 retransmitem a confirmação para N4;

− N1 recebe a confirmação retransmitida e descarta as retransmissões;

− N4 recebe a confirmação de N2 ou N3, dependendo de qual dos dois

nós retransmitiu primeiro;

− N4 se identifica como receptor da confirmação e completa a

comunicação com N1;

− N4 recebe a segunda confirmação retransmitida e a descarta.

11

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As redes em malha normalmente são utilizadas em aplicações móveis

ou em ambiente com obstáculos. A busca de caminhos alternativos para

que os nós possam se comunicar, mesmo estando fora do raio de ação,

é uma das principais características destas redes.

As redes em malha também podem operar através de tabelas de

conexões, ou seja, os nós têm a capacidade, a todo instante, de

aprender quais nós fazem parte da rede e essas informações são

armazenadas em tabelas em cada nó. Assim, se algum elemento quiser

enviar dados a outro, ele irá verificar em sua tabela qual o menor

percurso até o destino. [13]

A Figura 5 mostra o modelo conceitual de comunicação entre os nós de

uma rede Mesh.

FIGURA 5 – Modelo de rede Mesh [12]

Com relação aos protocolos de comunicação similares ao ZigBee, foram

citadas as principais diferenças entre estes na Tabela II a seguir:

12

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TABELA II – Padrões de Comunicação IEEE [12] [14]

Norma IEEE

(nome de mercado) 802.15.4 (ZigBee)

802.11b (Wi-Fi)

802.15.1 (Bluetooth)

Aplicação principal Controle e monitoração

Internet, e-mail, multimídia

Eliminar fiação atual

Freqüência de operação 2,4 GHz 2,4 GHz 2,4 GHz

Taxa de comunicação (kbps) 20 – 250 11.000 1.000 – 3.000

Distâncias alcançadas com visada direta (m)

30 – 70, 100+ (com amplificador

externo)

100+ (antenas direcionais)

30 (Classe 2) 100+ (Classe 1)

Número de nós em uma rede 65.000 32 7

Autonomia da bateria (dias) 100-1000+ 0,5 – 5 1 –7

Consumo na transmissão 30 mA 300 mA 45mA (Classe 2) <150mA (Classe

1)

Conveniência para controle e supervisão em aplicações industriais

Boa (Bom compromisso

entre taxa e custo de conexão)

Baixa (Taxa alta, mas conexão inicial lenta)

Baixa (Boa média, mas

conexão inicial lenta)

Tecnologia de espalhamento espectral

DSSS (Direct Sequence

Spread Spectrum)

DSSS (Direct Sequence

Spread Spectrum)

FHSS (Frequency

Hopping Spread Spectrum)

Vantagens relativas Potência, custo Velocidade, Flexibilidade

Custo, Flexibilidade

Dentre as diversas possibilidades de aplicações de monitoramento e

controle utilizando o protocolo ZigBee, destacam-se: controle de luminosidade,

detectores de fumaça, telemetria, controle de temperatura, segurança doméstica,

controles ambientais, automação predial e outros.

13

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2.1.4. Formação da Rede ZigBee

A formação de uma nova rede ZigBee, também chamada de PAN (Personal

Area Network), consiste em um coordenador e um ou mais roteadores e/ou

dispositivos finais, e é iniciada através de uma primitiva da camada de rede que é

restrita ao coordenador ZigBee, que não pertence a nenhuma rede. Para iniciar

uma rede, um coordenador da rede executa uma série de rastreamentos para

descobrir o nível de atividade RF em diferentes canais de freqüência, e também

detectar a presença de outras redes ZigBee. O coordenador então procura em cada

canal por dispositivos ou redes ZigBee. Baseado neste resultado, o coordenador

escolhe o melhor canal para criar uma nova rede, dando preferência para canais

nos quais não foram encontradas outras redes e onde há baixo nível de energia RF.

Por fim, o coordenador escolhe um identificador lógico de rede (PAN ID –

Identificador da rede) que será atribuído a todo dispositivo que ingressar na rede.

Finalmente o coordenador permite outros dispositivos ingressarem na rede.

Como parte do processo de ingressar em uma rede, cada dispositivo recebe

um endereço de rede lógico de 16 bits. Em redes ZigBee, os endereços de rede

são atribuídos ou por um coordenador ou por um roteador, usando um algoritmo de

árvore estruturada. [15]

Quando um roteador é inicializado pela primeira vez, este localiza e se junta

a uma rede ZigBee. Para fazer isso, este emite um comando de requisição

denominado 802.15.4 beacon request em múltiplos canais para localizar as redes

mais próximas. Roteadores e coordenadores próximos, que já se integraram a uma

rede, respondem à requisição com outra beacon request, indicando qual canal e

PAN ID estão operando. O roteador escuta todos os canais aguardando uma

resposta. Se uma rede válida é encontrada, o roteador emite uma requisição de

integração (joining request) para o dispositivo que respondeu à sua solicitação. Se

a integração é inicializada, o roteador irá receber uma confirmação de integração

deste dispositivo, indicando que a integração está completa. [7]

Uma vez que o roteador se juntou à rede, este pode se comunicar com

outros dispositivos da rede e permitir que outros dispositivos se juntem a esta. Esta

junção estabelece uma relação pai/filho entre dois nós da rede. O nó que permitiu a

junção/integração é o pai e o nó que foi incorporado à rede é denominado filho.

Dispositivos finais seguem o mesmo processo dos roteadores para se

integrar a uma rede. Uma vez que o dispositivo final se integrou com sucesso a

14

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uma rede, este pode comunicar-se com outros dispositivos da rede. Entretanto,

uma vez que dispositivos finais não podem redirecionar dados, eles devem sempre

se comunicar diretamente com seus pais e permitir que estes redirecionem os

dados para si.

No mais alto nível da estrutura (no dispositivo coordenador) da rede está

definida uma entidade conhecida como "stack profile". O stack profile é um conjunto

de parâmetros que incluem definições da profundidade máxima da rede, o número

máximo de filhos roteadores e o número máximo de filhos (dispositivos finais) que

podem se comunicar com um roteador individual. Estes parâmetros determinam a

forma da árvore da rede. Por exemplo, a profundidade da rede determina o número

máximo de saltos entre qualquer dispositivo e o coordenador de rede.

O algoritmo de roteamento ZigBee utiliza uma métrica de cálculo de custo

de caminho para comparação de rota durante a descoberta e manutenção de rotas.

Para computar esta métrica, um custo é associado a cada enlace no caminho entre

fonte e destino, e estes valores são somados para produzir o custo do caminho

inteiro. Este procedimento de descoberta de rota é baseado no protocolo de

roteamento AODV (Ad hoc On Demand Distance Vector) e é utilizado caso o

roteador não esteja diretamente ligado ao dispositivo de destino, mas possui

“capacidade de roteamento”. [15]

Quando um nó da rede necessita descobrir uma rota de destino até um

outro nó, este envia um comando de requisição de rota para todos os nós. Este

comando contém o endereço de rede do nó de origem, o endereço de rede do nó

de destino e um campo de custo de enlace. Uma vez que o comando de requisição

de rota é propagado pela rede, cada nó que retransmite a mensagem atualiza o

campo de custo de enlace e cria uma entrada temporária em sua tabela de rotas

descobertas.

Quando o nó de destino recebe a requisição, este compara o custo de

enlace com os outros recebidos anteriormente. Se o custo de enlace recebido no

comando de requisição de rota é melhor que o anterior, o nó de destino transmitirá

um pacote de resposta ao nó que originou a requisição. Imediatamente, os nós

recebem e encaminham o pacote de resposta ao nó de origem (que gerou a

requisição de descoberta de rota). [7]

15

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2.1.5. Endereçamento de dispositivos

O protocolo 802.15.4, o qual o protocolo ZigBee é baseado, especifica dois

tipos de endereços:

• Endereços de rede de 16 bits (16-bit network addresses)

É atribuído a um nó quando se integra à rede e é único para cada nó na

rede. Entretanto, podem se alterar devido às seguintes condições:

1. Se um dispositivo final não pode se comunicar com o seu pai e deve

deixar a rede e se reintegrar para encontrar um novo pai.

2. Se o tipo de dispositivo é alterado de roteador para dispositivo final,

ou vice-versa, o dispositivo irá deixar a rede e se reintegrar como um

novo dispositivo.

• Endereços de 64 bits (64-bit Addresses)

Cada nó contém um endereço único de 64 bits que o identifica na rede e

é permanente.

2.1.6. Modo de transmissão

Conforme ilustrado na Figura 6, quando um dado é enviado ao módulo RF

(radiofreqüência) que contém o protocolo ZigBee, este módulo sai do modo ocioso

(Idle Mode) para iniciar a transmissão de dados. O endereço de destino determina

qual nó receberá a informação.

Antes que inicie a transmissão, o módulo certifica-se que o endereço de 16 bits e a

rota para nó de destino tenha se estabelecido. Caso este endereço de destino ou a

rota não seja conhecido, procedimentos de descoberta de endereço ou rota

respectivamente são acionados. Caso, ainda assim, o endereço ou a rota não seja

descoberto, o pacote de dados é descartado. [7]

16

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FIGURA 6 – Modo de transmissão em uma rede ZigBee [7]

2.2. FUNDAMENTOS DO PROTOCOLO MODBUS

O Modbus é um protocolo de comunicação aberto e dos mais simples

utilizados na automação industrial (Industrial Automation System – IAS). Situado na

camada 7 do modelo OSI (Open Systems Interconnection), que fornece um serviço

do tipo client/server (cliente/servidor) entre equipamentos ligados a um barramento

ou a uma rede. O Modbus foi introduzido no mercado pela empresa Modicon

(atualmente Schneider Electric) em 1979, rapidamente tornou-se um padrão

industrial e tem sido implementado por centenas de fabricantes nas mais variadas

aplicações e segmentos industriais. A sua popularidade aumentou devido à sua

simplicidade de implementação bem como pela disponibilidade de código fonte

gratuito. [16]

O protocolo Modbus é baseado em um modelo de comunicação mestre-

escravo, onde um único dispositivo, o mestre, pode iniciar transações denominadas

17

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queries. Os demais dispositivos da rede (escravos) respondem, suprindo os dados

requisitados pelo mestre ou executando uma ação por ele comandada. Geralmente

o mestre é um sistema supervisório e os escravos são controladores lógicos

programáveis ou equipamentos periféricos (válvula, drive de rede ou outro

dispositivo de medição). Os papéis de mestre e escravo são fixos quando se utiliza

comunicação serial, mas em outros tipos de rede, um dispositivo pode assumir

ambos os papéis, embora não simultaneamente. [17]

Isso significa que somente um mestre é conectado ao barramento ao

mesmo tempo. Quanto aos escravos, um ou mais nós (número máximo de 247)

podem ser conectados a este mesmo barramento.

Como dito anteriormente, uma comunicação Modbus é sempre iniciada pelo

mestre. O nó mestre inicia somente uma transação Modbus por vez. Esta transação

(ou requisição) pode ser enviada de dois modos:

• Unicast: o mestre endereça a requisição para somente um escravo.

Depois de receber e processar a requisição, o escravo retorna uma

mensagem de resposta para o mestre, conforme a Figura 7. Neste

modo, uma transação Modbus consiste de duas mensagens: uma

requisição do mestre e uma resposta do escravo. Cada escravo deve ter

um endereço único (de 1 a 247) de forma a poder ser endereçado

independentemente de outros nós;

• Broadcast: o nó mestre pode enviar uma mensagem para todos os

escravos. Nenhuma resposta deve ser retornada para requisições

broadcast enviadas pelo mestre. As requisições broadcast são

necessariamente mensagens de escrita. Todos os dispositivos devem aceitar mensagens broadcast para escrita. O

endereço 0 (zero) é reservado para identificar uma mensagem broadcast. [18]

18

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FIGURA 7 – Ciclo de Pergunta e Resposta em uma rede Modbus [17]

Na camada física, os sistemas Modbus podem usar diferentes interfaces

físicas (RS485, RS232, ethernet, e outras). A interface RS485 de 2 fios é a mais

comum. A interface serial RS232 só poderá ser utilizada quando uma comunicação

ponto a ponto de curta distância for requerida.

Diversas variantes deste protocolo estão disponíveis atualmente. A seguir

são resumidas as versões mais difundidas do Modbus:

1. Modbus RTU (Remote Terminal Unit): a variante mais comum, e a

base de outras, utiliza o RS-232 ou RS-485 como meio físico de

transmissão. A transmissão de dados é realizada em hexadecimal

onde apenas é permitida a existência de um único mestre, podendo

haver vários escravos;

2. Modbus ASCII (American Standard Code for Information

Interchange): também utiliza o RS232 e RS485 como meio de

transmissão. A transmissão dos dados neste caso é realizada em

formato ASCII (American Standard Code for Information

Interchange). Apenas é permitida a existência de um mestre,

podendo haver vários escravos;

3. Modbus TCP/IP (Transmission Control Protocol, Internet

Protocol): utiliza como meio físico de transmissão uma rede

ethernet. Os dados são transmitidos em formato hexadecimal. Esta

variante permite utilizar vários mestres e vários escravos numa

mesma rede. [16]

Nota: Na execução deste projeto será utilizada a variante RTU do protocolo

Modbus. Por este motivo, o enfoque nesta versão será maior.

19

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2.2.1. Estados de operação do Mestre e Escravos em uma rede Modbus A seguir é apresentada a descrição dos estados de um mestre e um

escravo, que são independentes do modo de transmissão utilizado:

Dispositivo Mestre:

• Estado “idle” (ocioso) - Nenhuma requisição pendente. Este é o estado

inicial após a alimentação de um nó mestre. Uma requisição somente

pode ser enviada a partir de um estado “idle”. Depois de enviar uma

requisição, o mestre sai do modo “idle” e não pode enviar uma segunda

requisição até voltar a este modo;

• Quando uma requisição é enviada para um único escravo, o mestre

entra em um estado de espera por resposta (Waiting for Reply) e um

contador de espera é iniciado. Este contador previne o mestre de ficar

indefinidamente no modo de espera de resposta. O valor do tempo de

espera por uma resposta é dependente da aplicação;

• Quando uma resposta é recebida, o mestre verifica a resposta antes de

iniciar o processamento dos dados. A verificação pode resultar em um

erro. Exemplos de possíveis erros são as respostas por um escravo não

esperado ou um erro no quadro recebido. No caso de uma resposta

recebida por um escravo não esperado, o contador de espera continuará

sendo executado. No caso de um erro ser detectado no quadro

recebido, uma nova tentativa deve ser executada;

• Se nenhuma resposta é recebida, o contador expira e um erro é gerado.

Então o mestre entra no modo “idle”, habilitando uma requisição para

nova tentativa. O número máximo de tentativas é definido nas

configurações do mestre;

• Quando uma mensagem broadcast é enviada no barramento serial,

nenhuma resposta é retornada pelos escravos. Contudo, um tempo de

espera é respeitado pelo mestre no sentido de permitir que qualquer

escravo processe a requisição antes que o mestre envie uma nova

mensagem. Portanto, o mestre entra em um estado de espera (Waiting

Turnaround Delay) antes de voltar para o estado “idle” e, portanto, antes

de ser capaz de enviar outra requisição;

• Em modo unicast, o tempo de espera deve ser escolhido de forma que

qualquer escravo possa processar a requisição e retornar uma resposta.

20

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No modo broadcast o tempo de espera deve ser longo o suficiente para

que qualquer escravo processe somente a requisição e esteja apto a

receber uma nova requisição. Devido a isso, o tempo de espera em

modo broadcast deve ser menor que em modo unicast. Tipicamente o

tempo de espera em modo unicast é de 1 segundo até vários segundos

para uma comunicação em 9600 bauds e o tempo de espera em modo

broadcast entre 100ms e 200ms. [18]

Dispositivo Escravo:

• Estado “idle” - Nenhuma requisição pendente. Este é o estado inicial

após a alimentação de um nó escravo;

• Quando uma requisição é recebida, o escravo verifica o pacote antes de

executar a ação solicitada no pacote. Diferentes erros podem ocorrer:

erro do formato da requisição, ação inválida, e outros. No caso de um

erro, uma resposta deve ser enviada para o mestre;

• Uma mensagem unicast requer que uma resposta seja formatada e

enviada para o mestre assim que a ação requisitada é completada;

• Se um escravo detecta um erro no quadro recebido, nenhuma resposta

é retornada para o mestre;

• Os contadores de diagnóstico Modbus são definidos e devem ser

gerenciados por qualquer escravo no sentido de prover informações de

diagnóstico. Estes contadores de diagnóstico podem ser adquiridos

através da função de diagnóstico Modbus. [18]

2.2.2. Modo de transmissão RTU Quando dispositivos se comunicam em um barramento serial Modbus,

utilizando o modo RTU, cada byte (8 bits) na mensagem irá conter 2 caracteres

hexadecimais de 4 bits. A principal vantagem deste modo é que sua maior

densidade de caracteres permite um melhor processamento de dados do que o

modo ASCII para um mesmo baud rate.

Uma mensagem Modbus é colocada pelo transmissor em um quadro que

tem um começo e fim bem definidos. Isto permite que dispositivos, que recebam um

novo quadro, conheçam o início da mensagem e também quando a mesma é

completada. Mensagens parciais devem ser detectadas e erros devem ser gerados

como resultado desta detecção. [18]

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Cada mensagem deve ser transmitida em um fluxo contínuo de caracteres.

O formato para cada byte no modo Modbus RTU é:

− 1 bit de início (start bit)

− 8 bits de dados, sendo o de menor significado enviado primeiro.

− 1 bit de paridade (parity)

− 1 bit de parada (stop bit)

O bit de paridade, por padrão, é par (even parity), mas também pode ser

ímpar (odd parity) ou sem paridade (no parity). Todos os equipamentos ligados no

barramento ou rede devem ter a paridade configurada da mesma forma.

Quando não é utilizada a paridade (no parity), então passa a haver 2 stop

bits, desta forma a “palavra” mantém o tamanho de 11 bits.

Adicionalmente, é realizada a detecção de erro ao nível da mensagem. No

caso da transmissão em RTU o método utilizado tem o nome de CRC (Cyclical

Redundancy Checking). [16]

Uma determinada mensagem deve ser transmitida por uma seqüência de

“palavras” sem interrupção. Entre cada mensagem deve haver uma interrupção

(silêncio na linha) de pelo menos 3,5 vezes o tempo de um caractere, conforme

ilustrado na Figura 8.

FIGURA 8 - Sequência de mensagens sem erro [16]

Caso a mensagem ainda não tenha sido totalmente recebida e seja

detectado um silêncio na linha superior a 1,5 vezes o tempo de um caractere, então

a mensagem é descartada pelo receptor e interpretado como um erro, conforme a

Figura 9. [16]

FIGURA 9 - Sequência de mensagens com erro [16]

22

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Como foi dito anteriormente, em Modbus RTU é realizada uma verificação

de erros na mensagem com o método CRC. Esta verificação é sempre realizada

mesmo que não esteja implementada a verificação de paridade (no parity).

O campo CRC é o último da mensagem e tem o tamanho de 16 bits. Neste

campo não é utilizado o start e stop bit e nem a paridade.

O byte CRC de maior ordem é o último byte enviado na mensagem. O valor

do CRC é calculado pelo dispositivo que transmitiu o quadro (mensagem). O

dispositivo que recebe o quadro recalcula o CRC durante a recepção da

mensagem, e compara o campo de CRC recebido com o CRC calculado. Se os

valores não são iguais, o dispositivo retorna um erro.

O cálculo do CRC é iniciado carregando-se um registrador de 16 bits com

todos os bits 1's (65535 decimal). Então um processo se inicia aplicando-se

sucessivamente bytes de 8 bits ao conteúdo deste registrador. Somente os 8 bits

de dados são utilizados para a geração do CRC. Os bits de início, parada e

paridade não participam do cálculo do CRC.

Durante a geração do CRC, cada caractere de 8 bits passa por uma

operação de “ou exclusivo” [19] com o conteúdo do registrador de 16 bits. Então o

resultado desta operação é deslocado no sentido do bit menos significativo com o

bit mais significativo, sendo preenchido por um zero. O bit menos significativo é

extraído e examinado. Se este bit for 1, o conteúdo do registrador sofre nova

operação de “ou exclusivo” com o polinômio gerador do CRC16. Se o bit for 0,

nenhum ação é executada. Este processo é repetido até que 8 deslocamentos

tenham sido realizados. Depois do último deslocamento, o próximo byte de 8 bits

sofre a mesma operação “ou exclusivo” e deslocamentos descrito acima. O

conteúdo final do registrador, depois de todos os bytes da mensagem terem

passado por este processo, é o valor do CRC. [18]

2.2.3. Descrição do quadro Modbus O protocolo de aplicação Modbus define uma unidade simples de dados de

protocolo (Protocol Data Unit – PDU), independentemente das camadas

adjacentes.

• As características do protocolo Modbus, em um barramento ou topologia

de rede específica, introduzem alguns campos adicionais ao PDU. O

mestre que inicializa uma transação Modbus constrói um Modbus PDU

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e, então adiciona campos para que construa o PDU apropriado para

uma dada comunicação. [8]

O protocolo Modbus define três tipos de PDU:

• Modbus request: mensagem enviada do mestre para o escravo para

solicitar determinada informação ou para executar uma tarefa qualquer;

• Modbus response: mensagem enviada de um escravo para o mestre

com a informação solicitada pelo mestre ou a confirmação de que a

tarefa solicitada será executada;

• Modbus exception response: mensagem enviada do escravo para o

mestre com informação de que não é possível tratar o pedido solicitado.

[16]

Cada PDU possui quatro campos de dados. São eles:

• Endereço (Address Field): A faixa de endereços válidos vai de 0 a 247

(0x00 a 0xF7 hexadecimal), sendo que os dispositivos recebem

endereços de 1 a 247. O endereço zero é reservado para broadcast, ou

seja, mensagens com esse valor de endereço são reconhecidas por

todos os elementos da rede.

• Código de Função (Function Code): Varia de 1 a 255 (0x01 a 0xFF),

mas apenas a faixa de 1 a 127 (0x01 a 0x7F) é utilizada, já que o bit

mais significativo é reservado para indicar respostas de exceção.

Normalmente, uma resposta inclui o código de função da requisição que

lhe deu origem. No entanto, em caso de falha, o bit mais significativo do

código é ativado para indicar que o conteúdo do campo de dados não é

a resposta esperada, mas sim um código de diagnóstico.

• Dados (Data): Tamanho e conteúdo do campo de dados variam com a

função e o papel da mensagem, requisição ou resposta, podendo ser um

campo vazio. [17]

• CRC ou LRC (Cyclical Redundancy Checking, Longitudinal

Redundancy Checking): Campo para verificação de erros na

mensagem. Conforme visto, este campo é calculado durante o envio da

mensagem e verificado durante a recepção da mensagem. [16]

Assim, uma mensagem em Modbus RTU é constituída conforme ilustrado na

Figura 10:

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FIGURA 10 – Mensagem Modbus RTU [16]

− Address field: 1 (um) byte (11 bits);

− Function code: 1 (um) byte (11 bits);

− Data: de 0 (zero) até 252 bytes (cada byte tem 11 bits);

− CRC: 2 bytes (16 bits).

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3. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO Este projeto tem o objetivo de criar uma interface de comunicação sem fio

entre sensores e atuadores industriais e equipamentos de controle de variáveis tais

como Controladores Lógicos Programáveis (CLP) ou Sistemas Supervisórios que

sejam compatíveis com o protocolo Modbus. Para tanto, duas unidades eletrônicas

distintas foram projetadas: a primeira, aqui denominada Unidade Remota ZigBus

(URZ), possui entradas e saídas de sinais de campo (sinais analógicos e digitais)

que são transmitidos por um módulo ZigBee presente em cada URZ; a segunda,

aqui denominada Base ZigBus (BZ), é responsável por receber mensagens de

requisição Modbus do mestre da rede (CLP ou Sistema Supervisório), convertê-las

para o protocolo ZigBee, enviá-las à URZ correspondente à requisição, converter a

resposta recebida da URZ para o protocolo Modbus, e então, responder ao mestre

da rede Modbus.

Em conjunto, estas unidades são capazes de realizar a leitura e escrita de

sinais analógicos e digitais utilizando o protocolo sem fio ZigBee, conforme a

requisição de um sistema operando em protocolo Modbus.

A Figura 11 apresenta uma rede formada por três Unidades Remotas

ZigBus, endereçadas conforme o protocolo Modbus, e uma Base ZigBus conectada

a um mestre Modbus, por meio de uma interface RS232.

A composição e funcionamento detalhado de cada unidade eletrônica são

apresentados a seguir.

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FIGURA 11 – Funcionamento básico do projeto

3.1. MÓDULO ZIGBEE

O módulo de comunicação ZigBee modelo XBee ZB do fabricante Digi

International foi escolhido para este projeto, pois disponibiliza em um único

hardware o circuito de radiofreqüência, pinos de entradas e saída digitais, porta de

comunicação UART (Universal Asynchronous Receiver/Transmitter) e pinos para

conversão analógico-digital.

Estas características permitiram a construção de circuitos de entradas e

saídas de sinais digitais e analógicos sem a necessidade da interface de

microcontroladores nas URZs. Entretanto, foi necessário criar circuitos de interface

entre as variáveis de campo e o módulo.

Dentre as características do modelo do módulo escolhido, destacam-se:

• Duas versões de potência de transmissão RF (2mW e 50mW)

intercambiáveis, o que permite estender o alcance da rede em

algumas centenas de metros;

• Alimentação elétrica 3.3 volts;

• Banda de frequência: 2.4GHz;

• Pilha protocolar com a versão atualizada conforme a ZigBee Alliance;

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• Antena integrada ao módulo, o que dispensa a construção de

circuitos de transmissão e recepção de dados;

O Anexo A apresenta todas as especificações técnicas do módulo de

comunicação ZigBee utilizado neste projeto.

3.2. UNIDADE REMOTA ZIGBUS (URZ) A Figura 12 apresenta a composição básica da Unidade Remota ZigBus

desenvolvida neste projeto que tem como função realizar a interface entre sensores

e atuadores industriais diversos e o módulo de comunicação ZigBee.

FIGURA 12 – Diagrama de blocos da Unidade Remota ZigBus (URZ)

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Neste dispositivo eletrônico destacam-se as seguintes características:

• 03 (três) entradas analógicas de 0 a 20mA (miliampères), destinadas

ao uso de transmissores analógicos como medidores de

temperatura, pressão, vazão, nível, posição, entre outros;

• 03 (três) entradas digitais foto-acopladas destinadas a ligação de

sensores discretos como chaves fim-de-curso, chaves de fluxo,

sensores capacitivos, indutivos e foto-elétricos, entre outros;

• 03 (três) saídas digitais a relé para acionamento de atuadores

elétricos, válvulas solenóides, chaves contatoras, entre outros;

• Possibilidade de uso de módulos ZigBee de 2mW ou 50mW de

potência de transmissão RF;

• Circuito de proteção da entrada analógica que evita que

sobretensões nas entradas analógicas de até 30 volts danifiquem o

módulo ZigBee e demais componentes da unidade;

O funcionamento de cada um destes itens é apresentado a seguir e circuito

eletrônico completo da placa é apresentado no Anexo B.

3.2.1. Circuito de alimentação Cada URZ possui alimentação de 24 ±10% volts. Escolheu-se este nível

tensão por ser um padrão em equipamentos de uso industrial em diversos países.

Assim as fontes de alimentação elétrica disponíveis em painéis de instrumentação

serão compatíveis com as URZs.

O módulo ZigBee por sua vez, por ser de construção CMOS

(Complementary Metal-Oxide-Semiconductor), possui alimentação de 3,3 volts.

Para a redução no nível de tensão de alimentação da URZ (24 volts) para a

alimentação do módulo ZigBee (3,3 volts) foram utilizados dois reguladores de

tensão em cascata de 12 volts (U6) e 3,3 volts (U7) respectivamente, conforme o

circuito apresentado na Figura 13.

Ainda sobre o circuito de alimentação, cabem as seguintes informações:

• Os capacitores C16, C17 e C18 têm a função de filtro e são

recomendados pelos fabricantes dos reguladores de tensão;

• O LED (Light Emitting Diode – Diodo Emissor de Luz) D11 tem a

função de indicar quando a URZ está alimentada;

• O diodo D9 tem a função de proteção do circuito no caso de inversão

de polaridade na entrada de alimentação;

29

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• Os fusíveis F1 e F2 têm a função de proteção da URZ caso circulem

correntes indevidas acima de 500mA.

FIGURA 13 – Circuito de alimentação das URZs

3.2.2. Entradas digitais As três entradas digitais existentes em cada URZ permitem que sinais de

tensão de 12 a 24 volts sejam detectados pelo módulo ZigBee como nível lógico 1.

Estas entradas são oticamente isoladas do módulo ZigBee, a fim de garantir sua

integridade no caso de sobretensões vindas do campo.

Na figura 14, temos o circuito elétrico da entrada digital projetada. Ao aplicar

uma tensão entre 12 e 24 volts entre os terminais 3 e 4, uma corrente limitada pelo

resistor R14 aciona o foto-transistor de uso geral U9, fazendo com que o nível de

tensão na entrada digital do módulo ZigBee passe de 0 (zero) para

aproximadamente 3,3 volts. Dessa forma, o módulo ZigBee passa a identificar a

alteração de nível lógico 0 para 1 em sua entrada digital.

O LED D29 tem a função de indicar quando a entrada digital está em nível

lógico 1, ou seja, quando há tensão entre os terminais da entrada. A corrente

necessária para o acionamento da entrada digital e que será fornecida pelo

instrumento ligado a esta não é superior a 5mA.

FIGURA 14 – Circuito das entradas digitais das URZs

30

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3.2.3. Saídas digitais As URZs possuem três saídas digitais do tipo relé eletromecânico de contato

normalmente aberto, com capacidade de suportar correntes de até 2A. Estes relés

são acionados exclusivamente por comandos Modbus enviados pelo mestre da

rede.

Neste circuito (Figura 15), ao receber a instrução de acionamento de uma

saída digital, o módulo ZigBee eleva o nível de tensão no respectivo pino da saída

para 3,3 volts, permitindo que o transistor Q1 chaveie a alimentação da bobina do

relé K1. São os contatos deste relé que são disponibilizados para o acionamento de

dispositivos de campo através dos terminais 9 e 10.

O LED D16 é responsável por indicar quando o relé está energizado, ou

seja, quando a respectiva saída digital está em nível lógico 1.

O diodo D15 é usado para a proteção do circuito contra a tensão reversa

gerada no momento em que a bobina do relé é desenergizada. Os resistores R15,

R22 e R24 são utilizados como limitadores de corrente.

FIGURA 15 – Circuito das saídas digitais das URZs

3.2.4. Entradas analógicas O circuito ilustrado na Figura 16 converte o sinais de corrente de 0 a 20mA

provenientes medidores diversos (de pressão, nível, temperatura, entre outros) em

um sinal de tensão proporcional à corrente de entrada, que então é lido e

processado pelo conversor analógico-digital do módulo ZigBee.

A máxima tensão de conversão do módulo ZigBee é de 1,2 volts, desta

forma utilizou-se um resistor de 56 ohms (R11) em série com o loop de corrente

31

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para que uma tensão proporcional a corrente de entrada seja gerada sobre este

resistor, variando de 0 a 1,12 volts. Esta tensão é então entregue a um dos pinos

de conversão analógico-digital do módulo ZigBee para a devida digitalização do

sinal.

A resolução do conversor analógico-digital é de 10 bits, o que significa que

sua resolução mínima é de 1,2 volts dividido por (210 - 1), ou seja, aproximadamente

1,17 milivolts. Para o resistor R11, o incremento de 1,17 milivolts corresponde a um

aumento de corrente de aproximadamente 0,02mA. Portanto, a resolução nominal

da entrada analógica projetada é de 0,02mA, o que é aceitável para a grande

maioria dos processos industriais de medição a partir de sinais 4-20mA.

No Capítulo 4, é apresentado a resposta do circuito de conversão analógico-

digital perante a injeção de sinais de 0 a 20mA.

3.2.4.1. Circuito de proteção A fim de proteger as entradas analógicas do módulo ZigBee contra

eventuais picos de tensão por descargas atmosféricas indiretas ou ligações

elétricas incorretas por parte do usuário, projetou-se um circuito capaz de

interromper o sinal de tensão no pino analógico-digital do módulo ZigBee quando a

tensão de entrada é próxima a máxima tensão suportada por este pino, que é de

3,3 volts. Esta proteção foi implementada a partir de um transistor MOSFET (Metal

Oxide Semiconductor Field Effect Transistor) Q2 que aciona a bobina do relé K2

quando a tensão de entrada entre os terminais 15 e 16 é superior a

aproximadamente 1,5 volts. Ao ser acionado, os contatos do relé K2 abrem o

circuito entre os terminais 15 e 16, cessando a circulação de corrente no circuito e a

tensão sobre o conversor analógico-digital, conforme apresentado na Figura 16.

Durante o curto período necessário para o acionamento dos contatos do relé

de proteção K2, o diodo zener D35 exerce a função de limitar a tensão no pino do

módulo ZigBee em 2,4 volts, fazendo com que o excedente de tensão fique sobre o

resistor R9.

O LED D13 é ligado quando o relé de proteção K2 é acionado, e tem a

função de alertar o usuário de que algo de errado está ocorrendo no sinal de

corrente gerado pelo transmissor em campo.

Ao retirar-se a condição de sobretensão entre os terminais 15 e 16, o

transistor Q2 entra em corte e, por conseqüência, o relé de proteção K2 é

desacionado, fazendo com que o circuito volte à condição normal de operação.

32

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O diodo D12 é usado para a proteção do circuito contra a tensão reversa

gerada no momento em que a bobina do relé K2 é desenergizada. Já o diodo D10 é

utilizado no caso de inversão de polaridade entre os terminais 15 e 16.

No Capítulo 4, são apresentados os tempos de resposta do circuito perante

sobretensões de até 30 volts.

FIGURA 16 – Circuito de entrada analógica das URZs

3.2.5. Circuito do módulo ZigBee A Figura 17 apresenta o circuito elétrico montado ao redor do módulo

ZigBee.

A chave SW3 tem a função de reset na alimentação do módulo ZigBee e a

chave SW4 faz com que o módulo ZigBee envie um pacote de dados em broadcast

contendo sua identificação (endereço de 16 e 64 bits).

Os capacitores C19 e C20 são de recomendação do fabricante do módulo

ZigBee.

FIGURA 17 – Circuito do módulo ZigBee

33

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3.3. BASE ZIGBUS (BZ) A Figura 18 apresenta o diagrama de blocos da Base ZigBus (BZ)

desenvolvida neste projeto que tem como função realizar a interface entre os

protocolos ZigBee e Modbus. Trata-se de um gateway que recebe instruções de um

mestre da rede Modbus através de uma porta serial RS-232; identifica para qual nó

da rede ZigBee o endereço Modbus requisitado corresponde; converte a

mensagem Modbus em uma requisição no padrão de comunicação ZigBee; envia a

requisição ZigBee para a rede sem fio; recebe a resposta ZigBee vinda da rede

sem fio (originada na Unidade Remota ZigBus correspondente à solicitação

Modbus); e finalmente converte a resposta ZigBee recebida em resposta Modbus,

para então, enviá-la ao mestre da rede Modbus. O fluxograma de operação

detalhado é apresentado nas Figuras 23 e 24.

A Base ZigBus é composta basicamente por um microprocessador modelo

RCM3000 RabbitCore do fabricante Digi International, cujo catálogo comercial

encontra-se no Anexo C, e um módulo ZigBee XBee ZB (o mesmo utilizado nas

Unidades Remotas ZigBus), também do fabricante Digi International.

As principais características que levaram à escolha deste microprocessador

foram:

• Operação em sistema multitarefa, o que permite maior agilidade no

processamento das informações;

• Plataforma de desenvolvimento gratuita (Software Dynamic C);

• Tensão de alimentação compatível com o módulo ZigBee (3,3 volts);

• Processador de alta capacidade – 29,4 MHz;

• Memória flash de programação de 512 Kbytes;

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FIGURA 18 – Diagrama de blocos da Base ZigBus (BZ)

3.3.1. Programa O programa (ou software) desenvolvido para realizar o tratamento de dados

e interface entre os protocolos ZigBee e Modbus foi desenvolvido em Linguagem de

Programação C e compilado no microprocessador RCM3000 RabbitCore por meio

da plataforma de desenvolvimento Dynamic C. O programa utiliza 50 Kbytes de

memória do processador e possui cerca de 1200 linhas de comando,

desconsiderando as bibliotecas utilizadas.

O principal desafio na elaboração do programa foi criar rotinas de montagem

e desmembramento de pacotes de dados pertinentes a dois protocolos de

comunicação diferentes. Para isso foi necessário compreender cada tipo de

requisição e resposta de ambos os protocolos, com enfoque principal nas rotinas do

protocolo ZigBee devido à sua maior complexidade quando comparado ao

protocolo Modbus. O segundo desafio foi fazer com que o banco de dados fosse

capaz de armazenar informações das redes Modbus e ZigBee de forma acessível

aos dois protocolos.

A requisição e resposta de comandos realizados pelos módulos ZigBee

empregados neste projeto utilizam de estruturas de dados denominadas API

(Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicativo).

Estas estruturas são definidas conforme a natureza da informação (requisição ou

resposta) que carregam. Para o programa de interface criado, foi utilizado um total

de quatro APIs diferentes, conforme descrito a seguir:

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• API 0x08 (Figura 19): Requisição utilizada para requisição e escrita

de comandos de parametrização do módulo ZigBee, leitura e escrita

nos pinos de entradas/saídas e execução de comandos de rede.

Todas estas requisições devem ser feitas localmente, ou seja, o

comando deve ser recebido pela UART do módulo ZigBee objeto da

requisição.

FIGURA 19 – API de requisição de comandos locais [7]

• API 0x88 (Figura 20): Trata-se da resposta enviada pelo módulo

ZigBee ao receber uma requisição de API 0x08. Dentre as

informações contidas nesta estrutura, destaca-se o sucesso na

execução, ou não, da requisição recebida pelo módulo (Byte 5).

FIGURA 20 – API de resposta de comandos locais [7]

• API 0x17 (Figura 21): Requisição utilizada para requisição e escrita

de comandos de parametrização do módulo ZigBee, leitura e escrita

nos pinos de entradas/saídas e execução de comandos de rede. Sua

diferença para a API 0x08 é que, desta vez, a requisição é feita

remotamente, ou seja, a API possui em sua estrutura o endereço

ZigBee do módulo para o qual se deseja fazer uma requisição. Esta

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é a API utilizada durante a requisição de leitura das entradas

analógicas e digitais das Unidades Remotas ZigBus, assim como os

comandos de escrita nas saídas digitais destas unidades. No

software desenvolvido, todo o comando Modbus válido é convertido

em uma API deste tipo.

FIGURA 21 – API de requisição de comandos remotos [7]

• API 0x97 (Figura 22): Trata-se da resposta enviada pelo módulo

ZigBee ao receber uma requisição de API 0x17. Dentre as

informações contidas nesta estrutura, destaca-se o sucesso na

execução, ou não, da requisição recebida pelo módulo (Byte 18).

FIGURA 22 – API de resposta de comandos remotos

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3.3.2. Fluxograma O fluxograma apresentado na Figuras 23 e 24 a seguir, detalha a rotina de

operação do programa desenvolvido para interface entre os protocolos ZigBee e

Modbus.

38

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Inicio

Configurações iniciais

Nova mensagem de requisçãoem protocolo MODBUS?

Sim

Não

A mensagem está correta?SimNão

Existe o endereço Zigbeede 16 e 64 bits doescravo solicitado?

SimNão

Solicita à rede Zigbee o endereçode 16 e 64bits do escravo desejado.

Resposta da rede Zigbee OK?

Prepara mensagem de erropara falha na solicitação do

escravo."SLAVE_DEVICE_FAILURE"

Salva os endereços de16 e 64 bits

SimNão

AB

Prepara mensagemde erro da solicitação.

"ILLEGAL_FUNCTION"

C

FIGURA 23 – Fluxograma de funcionamento do programa – Parte 1

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B

Houve alguma falha narequisição do escravo?

Sim

Envia a mensagem na rede Zigbee.

Resposta ZigBeereportou erro?

Prepara mensagem de erropara falha na solicitação do

escravo "SLAVE_DEVICE_FAILURE"

Desmembra a resposta,salva os dados para

encaminhar a respostaao mestre em Modbus

NãoSim

Envia a mensagem de respostaao mestre da rede Modbus

A

Monta a mensagem do protocoloZigbee solicitando o comando

informado pela requisição Modbus.

Não

C

FIGURA 24 – Fluxograma de funcionamento do programa – Parte 2

40

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3.3.3. Endereçamento Modbus A Tabela III apresenta as instruções Modbus criadas para leitura e escrita de

variáveis nas unidades remotas ZigBee. Cabe ressaltar que cada uma das URZs

possui um endereço único na rede Modbus, que é configurado previamente no

módulo ZigBee por meio do software X-CTU fornecido pelo fabricante Digi

International.

TABELA III – Acesso aos endereços Modbus das Unidades Remotas ZigBus

Endereço Modbus da

URZ Comando Descrição da

Entrada/Saída Endereço da

Entrada/Saída Definição Escala

Entrada Digital #1 0x0000

Entrada Digital #2 0x0001 0x02 - Leitura de bit (read discrete

inputs) Entrada Digital #3 0x0002

0 = Desacionado 1 = Acionado –

Saída Digital #1 0x0000

Saída Digital #2 0x0001

0x01 - Leitura de bit (read coils)

0x05 – Escrita de bit (write single

coil) Saída Digital #3 0x0002

0 = Desacionado 1 = Acionado –

Entrada Analógica #1 0x0000

Entrada Analógica #2 0x0001

0x01 – 0x7F

0x04 – Leitura de byte (read holding

registers) Entrada

Analógica #3 0x0002

0 – 2000d (0 – 20mA) 0,01

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4. ENSAIOS 4.1. ANÁLISE DO CIRCUITO DE PROTEÇÃO DAS ENTRADAS

ANALÓGICAS Tomou-se como objetivo verificar o tempo de resposta e o nível de proteção

do circuito de proteção das entradas analógicas da Unidade Remota ZigBus

descrito na seção 3.2.4.1.

Primeiramente, verificou-se nível de tensão necessário para atuação do

circuito de proteção a partir de um aumento lento e gradativo da tensão entre os

terminais 15 e 16 da URZ (Figura 16).

Conforme registro do osciloscópio digital utilizado para os testes (Figura 25),

o disparo do circuito de proteção ocorreu quando a tensão no pino de conversão

analógico-digital do módulo ZigBee atingiu 1,5 volts (ou 1500mV), fazendo com que

o circuito fosse aberto, e a tensão extinta.

Considerando que a conversão analógico-digital no módulo ZigBee é

realizada até 1,2V e que o módulo suporta com segurança até 3,3 V, o circuito de

proteção mostrou-se eficiente neste teste.

FIGURA 25 – Tensão de disparo do circuito de proteção mediante aumento lento e

gradativo da tensão de entrada

Encontrado o primeiro ponto de disparo do circuito de proteção, verificou-se

a resposta deste circuito mediante a aplicação de tensões superiores ao limite

suportado pelo módulo ZigBee. Para este teste, foi utilizada uma chave comutadora

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entre uma fonte de tensão e os terminais 15 e 16 da URZ. No momento da

comutação, a tensão registrada no pino de conversão analógico-digital deve-se

elevar instantaneamente até que o relé de proteção K2 atue, abrindo o circuito e

cessando a tensão no pino.

Foram simuladas a aplicação de quatro níveis de tensão diferentes nas

entradas analógicas da URZ e os resultados são apresentados nas Figuras 26, 27,

28 e 29, onde a linha 1 em cada imagem representa a tensão no pino do módulo

ZigBee e a linha 2 representa a tensão aplicada aos terminais 15 e 16 da Unidade

Remota ZigBus.

FIGURA 26 – Resposta do circuito de proteção mediante aplicação de tensão de 5

volts

FIGURA 27 – Resposta do circuito de proteção mediante aplicação de tensão de 10

volts

43

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FIGURA 28 – Resposta do circuito de proteção mediante aplicação de tensão de 20

volts

FIGURA 29 – Resposta do circuito de proteção mediante aplicação de tensão de 30

volts

Notou-se que o circuito de proteção, embora tenha apresentado uma

velocidade de resposta bastante satisfatória para um sistema eletromecânico (de 4

a 5 milissegundos), teve sua tensão de disparo aumentada para cerca de 2,9 volts

quando aplicado 30 volts ao circuito. Notou-se ainda que esta tensão de disparo

diminui, conforme a tensão aplicada diminui.

A fim de garantir a integridade do módulo ZigBee, definiu-se que o circuito

de proteção do circuito é eficaz para sobretensões de até 30 volts.

Por último, verificou-se a resposta do circuito de proteção perante aumentos

repentinos e cíclicos no nível de tensão de entrada, que variou de 0 a 30 volts, em

uma frequência de aproximadamente 1Hz.

Conforme é possível notar na Figura 30, a tensão no pino do módulo ZigBee

(representada pela linha 1) teve como picos valores de tensão entre 1,5 e 1,8 volts,

44

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Conforme é possível notar na Figura 30, a tensão no pino do módulo ZigBee

(representada pela linha 1) teve como picos valores de tensão entre 1,5 e 1,8 volts,

o que confirmou a eficiência do circuito de proteção para tensões de até 30 volts.

Os picos secundários de aproximadamente 1,4 volts ocorreram quando o nível de

tensão aplicado retornava de 30 para 0 volts; quando a tensão passa a ser menor

que o limite de atuação, o circuito é novamente estabelecido e passa a surgir

tensão novamente no pino de conversão analógico-digital do módulo ZigBee.

FIGURA 30 – Resposta do circuito de proteção mediante aumentos repentinos e

cíclicos no nível de tensão de entrada

4.2. RESPOSTA DO CONVERSOR ANALÓGICO-DIGITAL

A Tabela IV a seguir apresenta os resultados do teste de linearidade e

precisão realizados em uma das entradas analógicas da Unidade Remota ZigBus.

Para este teste, foi utilizado um gerador de corrente modelo UPS-III do fabricante

GE Druck conectado aos terminais 15 e 16 da URZ. O gerador foi calibrado por

laboratório credenciado a Rede Brasileira de Calibração (RBC).

Foram colhidos os dados de conversor analógico-digital do módulo ZigBee e

também a resposta da Base ZigBus quando requisitado o comando Modbus de

leitura da entrada analógica em teste.

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TABELA IV – Resposta do conversor analógico-digital

Valor de Referência

[mA]

Módulo ZigBee - Conversor Analógico-Digital (faixa de trabalho: 0 – 1023)

Resposta Modbus para o comando de leitura da

entrada analógica em teste [mA]

Erro [mA]

0,000 0 0,00 0,00 4,000 186 3,96 - 0,04 8,000 375 7,99 -0,01

12,000 563 12,00 0,00 16,000 752 16,02 0,02 20,000 940 20,03 0,03

A Figura 31 apresenta o gráfico referente à Tabela IV, onde é possível

visualizar o desvio característico da entrada analógica projetada na Unidade

Remota ZigBus. Notou-se que o sistema, apresentou erro máximo de 0,04 mA com

relação à corrente de referência, o que representa apenas 0,2% da escala total da

entrada analógica e que se considerou aceitável para o objetivo do projeto.

0,00

4,00

8,00

12,00

16,00

20,00

0,000 4,000 8,000 12,000 16,000 20,000

Valor de Referência [mA]

Res

post

a M

odbu

s [m

A]

Resposta Modbus Valor de Referência

FIGURA 31 – Resposta da entrada analógica da Unidade Remota ZigBus

46

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4.3. TESTE DO PROJETO

Neste teste, foi simulado o funcionamento do projeto como um todo, ou seja,

Unidades Remotas ZigBus comunicando-se com uma Base ZigBus, e esta última

conectada a um mestre de rede Modbus, de forma similar ao ilustrado na Figura 11.

Foi verificado o tempo de resposta da rede ZigBee e a capacidade de

processamento da Base ZigBus ao receber requisições contínuas para diferentes

escravos Modbus.

É importante ressaltar que este teste foi realizado em um laboratório e não

se procurou analisar as características de distância máxima de transmissão entre

os módulos ZigBee, pois entende-se que este tipo de teste deve ser realizado em

um ambiente industrial onde as condições de trabalho são mais agressivas devido

às diversas fontes de ruído para a transmissão de dados sem fio.

Para o teste, utilizou-se como mestre da rede Modbus o programa para

criação de sistemas supervisórios Elipse SCADA, do fabricante Elipse Software.

Este programa de computador possui uma interface de programação amigável e

permite a leitura e escrita de até dezoito variáveis Modbus em tempo real.

Foram utilizadas quatro URZs, onde em cada uma fez-se uso de uma

entrada analógica, uma entrada digital e duas saídas digitais, totalizando 16

endereços de variáveis para o programa supervisório. Na entrada analógica

utilizada em cada URZ foi conectado um gerador de corrente 0-20mA; na entrada

digital foi conectada uma botoeira de contato normalmente aberto; e as saídas

digitais foram utilizadas para o acionamento de chaves contatoras.

Conforme as premissas do protocolo Modbus, cada URZ, ou seja, cada

escravo da rede Modbus, recebeu um endereço diferente e dentro da faixa de

valores permitidos pelo protocolo (1 a 247). De forma aleatória, atribui-se a cada

URZ os endereços: 1, 2, 3 e 15.

A escrita do respectivo endereço Modbus foi feita no módulo ZigBee de cada

URZ a partir do programa X-CTU, disponibilizado pelo fabricante do módulo.

Finalizado o endereçamento dos escravos Modbus e a programação do

supervisório Elipse SCADA, distanciou-se as URZs em um raio de cerca de 5

metros da Base ZigBus, e cerca de 1 metro entre URZs.

Ao iniciar o aplicativo criado no supervisório para leitura e controle das URZs

(Figura 32), as requisições Modbus são enviadas à Base ZigBus que,

primeiramente, necessita conhecer os endereços ZigBee correspondentes a cada

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endereço de escravo Modbus requisitado, conforme apresentado no diagrama de

funcionamento do software nas Figuras 23 e 24. O período necessário para este

reconhecimento da rede e criação da relação de endereçamento entre os

protocolos ZigBee e Modbus foi de aproximadamente 6 segundos. Passado este

período inicial, a comunicação entre supervisório e unidades remotas se mostrou

eficaz e sem falhas.

Desconsiderando, as mensagens de estouro de timeout apresentadas pelo

programa supervisório relativas ao período de inicialização do sistema comentado

no parágrafo anterior, o menor tempo encontrado para timeout da comunicação

Modbus no sistema em teste foi de 1000 milissegundos, o que se considerou

aceitável devido às características de rede do próprio protocolo ZigBee.

FIGURA 32 – Supervisório Elipse SCADA

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.1. CONCLUSÕES A proposta do projeto foi realizar a integração dos protocolos de

comunicação ZigBee e Modbus nos processos de automação industrial. Para tanto,

foi desenvolvida uma interface eletrônica entre os dois protocolos, e também

unidades eletrônicas remotas para aquisição e controle de variáveis de processo

com comunicação sem fio, por meio do protocolo ZigBee. Este desenvolvimento

mostrou que a integração entre os protocolos é possível e viável para aplicações

em automação industrial.

Os testes realizados nas unidades remotas desenvolvidas evidenciaram boa

resposta dos circuitos desenvolvidos para a interligação de equipamentos

característicos da automação industrial.

A principal conquista alcançada neste projeto foi permitir que a comunicação

entre dispositivos de monitoramento e controle de variáveis de processos industriais

sejam feitos por meio de tecnologia de transmissão de dados sem fio, a partir de

um protocolo de comunicação desenvolvido para aplicações industriais, porém, de

forma simples e rápida, pois se alcançou um nível de integração entre os protocolos

Modbus e ZigBee tal que a comunicação sem fio passou a ser somente um meio de

transmissão dos dados, não impactando nas rotinas já existentes do protocolo de

comunicação Modbus.

5.2. CONTRIBUIÇÕES Por ser o protocolo ZigBee um assunto ainda pouco difundido e estudado no

Brasil, este trabalho representa uma contribuição para aqueles interessados em

desenvolver soluções que utilizem este padrão.

A idéia da criação de interfaces entre protocolos já difundidos e protocolos

em ascensão pode facilitar a entrada de novas tecnologias no mercado, tornando

os processos de adaptação mais naturais.

5.3. PROPOSTA PARA TRABALHOS FUTUROS

• Testar o projeto desenvolvido com um maior número de unidades

remotas, dispondo-as no local de instalação de forma a forçar o

roteamento de dados entre módulos da rede, a fim de verificar os

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tempos de resposta envolvidos nestes saltos e o impacto sobre a

comunicação Modbus;

• Testar confiabilidade e robustez a rede ZigBee em uma ambiente

tipicamente industrial, identificando todas as possíveis fontes de

interferência do sinal de radiofrequência e o impacto sobre a

qualidade na comunicação da rede sem fio;

• Otimização das rotinas do programa desenvolvido para uso de um

microprocessador de menor capacidade e menor custo.

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7. ANEXOS

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ANEXO A – Especificações do módulo XBee

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ANEXO B – Circuito eletrônico da Unidade Remota Zigbus

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ANEXO C – Catálogo comercial do microprocessador RCM3000

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