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Auditoria Operacional:
a quem interessa?
IV Seminário de Avaliação de Políticas Públicas e
Qualidade do Gasto
Dagomar Henriques Lima
6/12/2011
Conceito
AUDITORIA OPERACIONAL
Exame independente da eficiência e da efetividade das
atividades, dos programas e dos organismos da
Administração Pública, prestando a devida atenção à
economia, com objetivo de realizar melhorias.
Organização Internacional de Entidades
Fiscalizadoras Superiores - INTOSAI (ISSAI 3000/1.1)
Principais Dimensões de Desempenho
Auditoria Operacional
Art. 71/CF. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
Legislação
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão,
de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade
de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual,
a execução dos programas de governo e dos orçamentos da
União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal,
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado; (...)
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a:
I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias; [...]
§ 1º Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos
referidos no art. 20 quando constatarem
[...]
V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.
Lei de Responsabilidade Fiscal
Contexto
Novo
papel do
controle
Experiências
internacionais
em reformas
administrativas
Novas teorias e
doutrinas
sobre o
desempenho do
Estado
O papel do controle externo
Contribuição para a responsabilização Garantir para o Legislativo e para a sociedade que: • as contas são fidedignas • as receitas e as despesas estão de acordo com o
determinado pela Lei • os recursos públicos estão sendo usados com eficácia,
eficiência e efetividade
Estimular melhorias de desempenho Desestimular não-conformidade
Introdução da lógica de resultados na
administração pública, incluindo as dimensões
de eficácia, eficiência e efetividade na prestação
de contas dos agentes públicos.
Responsabilização por desempenho
Como chamar à responsabilidade os agentes públicos ?
1 - Modelo contratual na tradição disciplinar da
economia, predominante no RU e NZ
2 - Modelo administrativo na tradição da
administração pública, predominante em países como o
Canadá e a Austrália
Elementos do modelo administrativo
Planos ministeriais, desdobrados por organização e programa,
compromissos públicos com metas, ethos voltado ao interesse
público, espírito de corpo, hierarquia.
São necessários objetivos claros, sistemas de avaliação sobre
efetividade, transparência dos dados.
Incentivos: ostracismo/censura/destituição/ extinção,
fama/reputação/apoio político/prestígio social e profissional –
depende da capacidade de aproveitar
Argumento
Os procedimentos vigentes de prestação de contas por
conformidade são inadequados para a responsabilização por
desempenho e, portanto, novos procedimentos devem ser
desenvolvidos
(regras formais, constrangimentos informais e modos de
assegurar a responsabilização por desempenho)
Auditoria
Operacional
Auditoria de
Regularidade
Como um
Juiz/Magistrado
Como um analista
de políticas
públicas
Como um consultor organizacional
Como um auditor
público
De acordo com
a Lei
Verdade
científica,
explanação
De acordo com as regras e
regulamentos oficiais
Contribui para a
melhoria da
organização
Auditoria de regularidade e
operacional
Auditoria de regularidade Auditoria operacional
LEGALIDADE
DESVIOS DE RECURSOS
FRAUDE
ECONOMICIDADE
EFICÁCIA
DESPERDÍCIO
EFETIVIDADE
EQÜIDADE
QUALIDADE
EFICIÊNCIA
Por que a responsabilização por desempenho
não está consolidada?
1 - magnitude dos problemas de corrupção
2 – forte influência do Poder Executivo sobre o Poder
Legislativo
3- controle social incipiente
4 - falta de previsão legal dos procedimentos
5 - falta de cultura e de estrutura dos controles interno e
externo
6 -carência de base de conhecimento sobre aferição de
desempenho na administração pública
Auditoria operacional não é apenas um
mecanismo de controle
incentivar o aprendizado organizacional e a mudança no
setor público
produzir novas informações
chamar a atenção para desafios
apontar problemas que estão além do mandato da entidade
auditada
favorecer a inclusão do tema na agenda política
contribuir para a melhoria e reforma da administração
pública e do governo (M&A)
Propósito das avaliações de programa
Weiss Patton Mark, Henry e Julnes
Corrigir o curso de um programa ou política com vistas a obter melhorias nos processos de execução.
Avaliações formativas - orientadas para o aperfeiçoamento, melhoria da qualidade, aprendizado organizacional e aperfeiçoamento contínuo.
Aperfeiçoamento de programas e organizações.
Documentar a história do programa de forma a contribuir para a sua compreensão e influenciar decisões futuras.
Influenciar o comportamento dos executores por intermédio da ênfase nos objetivos do programa.
Contribuir como feedback para os executores disponibilizando informações sobre o andamento de determinado programa.
Monitoramento - orientadas para o acompanhamento da implementação com vistas a identificar tempestivamente os problemas (indicadores de desempenho e sistemas de monitoramento).
Fonte: Serpa, 2010
Propósito das avaliações de programa
Weiss Patton Mark, Henry e Julnes
Verificar o alcance dos objetivos com vistas à continuação, expansão ou institucionalização de um programa-piloto; assim como corte, finalização ou abandono de programa em execução.
Avaliações somativas - orientadas para julgamento de mérito e valor.
Julgamento do mérito e valor
Escolher a melhor alternativa, dentre várias opções, para implementar ações/medidas.
Testar novas ideias sobre determinado programa
Avaliações desenvolvimentistas - orientadas para mudanças emergentes, inovações e transformações de processos. Desenvolvimento de
conhecimento
Compreender a intervenção social
Avaliações para produção de conhecimento - orientadas para identificar, através dos achados, os caminhos para a efetividade.
Promover a accountability
Accountability - orientadas para explicar e justificar quão bem os recursos são gerenciados e se os resultados desejados são obtidos de forma eficiente.
Conformidade e Identificação de falhas
Fonte: Serpa, 2010
Como alcançar os objetivos da
auditoria operacional?
Produzindo trabalhos de qualidade
Construindo uma rede de relacionamentos
com interessados
Identificar principais interessados
Conhecer suas necessidades, valores e expectativas
Estabelecer formas eficazes de comunicação e
mecanismos adequados para identificação, exame e
análise dos problemas
Interesse dos diferentes atores nas
auditorias
Auditado Tomada de decisão
Obtenção de recursos adicionais
Parlamento
Controle parlamentar (externo)
Responsabilização política
Superar assimetria de informação
Mídia Controle social (Informar o público)
Sociedade Civil Exercer o controle social
Melhoria nos serviços
Órgãos de
Controle
Responsabilização por desempenho
Verificar cumprimento de metas
Melhoria do desempenho em benefício
da sociedade
Ministério
Público Informações sobre o cumprimento da lei
Auditados
Participação do auditado em todas as fases do trabalho:
Processo de seleção
adicionar valor, materialidade, relevância, vulnerabilidades
Planejamento
diagnósticos de ambiente, processos e de problemas
matriz de planejamento
Execução/Relatório
matriz de achados
comentários do gestor
Monitoramento
Plano de ação
Congresso Nacional
Estratégias de atuação e formas de relacionamento:
Pesquisa de necessidades
Visitas às comissões técnicas
Encaminhamento de relatórios de auditoria
(voto+acórdão) às comissões interessadas
Participação em audiências públicas
Distribuição de relatórios e folders
Participação de consultores legislativos em
painéis de referência e seminários
Organizações e cidadãos interessados
Participação no desenho da auditoria (painéis de
referência)
Fonte primária de informação em auditoria operacional
Por meio de organizações não governamentais que os
representam
Pesquisas, entrevistas, grupos focais
Fonte de demanda de auditorias
Ouvidoria, Ministério Público
Mídia
Responsabilização por desempenho
Veículo para alcançar cidadão (percepção sobre
serviços públicos)
Divulgação de relatórios (briefings): impacto para temas e
relatórios de auditoria
Outros grupos de interesse
Comunidade acadêmica
Especialistas consultados sobre o projeto e sobre
as conclusões da auditoria (painéis de referência)
Organizações não governamentais/Associações
Profissionais
Fonte de ideias e informações
Contatos com especialistas
Usam conclusões como argumentação junto ao
Congresso e ao Poder Executivo
Administrando conflitos de interesse
Mídia X Executivo
Fornecedores Privados X Instituições Públicas
Reguladores X Prestadores de Serviço X Consumidores
Princípio Norteador: Integridade
“Tomar decisões com o interesse público em mente e aplicar
absoluta honestidade na realização do seu trabalho.” ISSAI 30 – Código de Ética
Código de Ética do TCU
29 Monitoramentos apreciados de 2004 a 2009
Monitoramento
Situação de implementação das recomendações/determinações
Implementadas Em Implementação Parcialmente Implementadas
Não Implementadas
59% 16% 11% 14%
Reação dos interessados
Reação dos interessados
• Beneficiários com renda superior à estabelecida ou com indícios de renda elevada: carros de luxo, propriedades etc
Causa
• Alunos que já haviam ou estão cursando outro curso superior em universidade pública
Riscos e Controles
Deficiências nos Controles do Programa
Prouni
Prouni
Isenção fiscal oferecida à IES era total,
independentemente do número de bolsas ofertadas
e/ou efetivamente ocupadas.
Bastava a instituição aderir ao programa para que
recebesse os benefícios das contrapartidas.
Ou seja, se uma entidade ofertava 10 bolsas para um
curso específico, mas apenas duas bolsas eram
efetivamente ocupadas, a isenção fiscal recebida era
a mesma se todas houvessem sido ocupadas
Repercussão na mídia
Mudança legislativa – junho 2011 O Senado aprovou na noite de anteontem a Medida
Provisória 517, que tenta garantir a ocupação efetiva das
vagas oferecidas no Programa Universidade para Todos
(ProUni). Para evitar ociosidade, o texto muda o modelo de
isenção de impostos concedido às universidades
participantes. Em vez de isenção automática, o desconto
nos tributos será proporcional ao número de vagas
preenchidas.
Auditoria do Tribunal de Contas da União mostrou que 29%
das bolsas oferecidas entre 2005 e 2009 não foram
preenchidas. A estimativa é de que, em 2011, universidades
participantes deixem de pagar R$ 500 milhões em impostos.
O texto segue para sanção presidencial
Fonte: Agência Senado
Obrigado!