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ISSN 2238-0574
REVISTA PEDAGÓGICAMATEMÁTICA9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
SAEPI2015SISTEMA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL DO PIAUÍ
GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍJOSÉ WELLINGTON BARBOSA DE ARAÚJO DIAS
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍMARGARETE DE CASTRO COELHO
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍREJANE RIBEIRO SOUSA DIAS
SUPERINTENDENTE DE GESTÃO - SUPEGHÉLDER SOUSA JACOBINA
SUPERINTENDENTE DE ENSINO – SUPENCARLOS ALBERTO PEREIRA DA SILVA
SUPERINTENDENTE DE ENSINO SUPERIORELLEN GEA DE BRITO MOURA
SUPERINTENDENTE INSTITUCIONALJOSÉ BARROS SOBRINHO
DIRETOR ADMINISTRATIVORONALD DE MOURA E SILVA
DIRETOR DA UNIDADE DE GESTÃO E PESSOASFRANCISCA DE ALMEIDA MASCARENHA
DIRETOR DA UNIDADE FINANCEIRADIVALDO CERQUEIRA LINO
DIRETOR DA UNIDADE DE PLANEJAMENTOSICÍLIA AMAZONAS SOARES BORGES
DIRETOR DE GESTÃO DA REDE FÍSICADORIVAL DANÚNZIO ALVES DA SILVA
DIRETORA DA UNIDADE DE ENSINO E APRENDIZAGEM – UNEARIZALVA CARDOSO
DIRETORA DA UNIDADE DE GESTÃO E INSPEÇÃO ESCOLAR – UGIEANA REJANE DA COSTA BARROS
DIRETORA DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – UEJACONCEIÇÃO DE MARIA ANDRADE SOUSA E SILVA
DIRETORA DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO TÉCNICA E PROFISSIONAL – UETEPADRIANA DE MOURA ELIAS SILVA
COMISSÃO COORDENADORA DO SAEPI/COMISSÃO DE ENSINO MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO:ALZIRA MARIA LOPES SANTOSEDINEIDE CANTUÁRIO COSTAELIZABETH DA COSTA MACHADOKARLA CELENE DE SOUSA RAMOSROSÂNGELA MONTEIRO DA SILVA RAMOSRUTH CARVALHO DE OLIVEIRA
Apresentação
A educação é um processo continuo que demanda
uma constante atualização dos objetivos pretendidos e
as condições para sua efetivação. neste sentido, a Se-
cretaria de Educação do Piauí (SEDuC) reconhecendo a
importância da avaliação institucional como forma de es-
tabelecer parâmetros de qualidade e subsidiar a prática
educativa, assume o seu papel de avaliar e monitorar o
trabalho pedagógico de toda a Rede Estadual de Ensino.
Desse modo, a SEDuC, em parceria com a univer-
sidade Federal de Juiz de Fora (Mg), através do Centro
de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAED)
desde 2011 avalia e monitora de maneira intencional e
sistemática a correlação entre os dados levantados pela
avaliação e suas implicações na melhoria da educação
no Estado do Piauí. Por meio da interpretação dos resul-
tados, da identifi cação das potencialidades e fragilida-
des que cercam o processo de ensino e aprendizagem
é possível identifi car os avanços conquistados, os desa-
fi os a serem enfrentados e os elementos que deverão
ser previstos nos próximos planos de ação.
Para tanto, apresentamos a você, professor (a), ges-
tor, servidor, aluno e demais membros da comunidade
escolar, os resultados do SAEPI/2015, sobre o desenvol-
vimento das habilidades/competências nas disciplinas
de Língua Portuguesa e Matemática, envolvendo alunos
do 9º ano do Ensino Fundamental e das 1ª, 2ª e 3ª séries
do Ensino Médio, para que, a partir dos índices revela-
dos, possamos redimensionar o trabalho pedagógico de
modo a fortalecer os aspectos positivos e minimizar os
aspectos negativos.
Espera-se que diante dos resultados obtidos com a
avaliação, amplie-se a visão inicial do processo educacional
e consiga-se estabelecer relações mais amplas, de modo
a visualizar os fatores potenciais para proposição de alter-
nativas de ação, segundo as necessidades dos estudantes,
bem como os direitos assegurados na Constituição Federal.
Rejane Ribeiro Sousa Dias
Secretária de Educação do Estado do Piauí
S U M Á R I O
13 O QUE É AVALIADO
NO SAEPI?
10 POR QUE AVALIAR A
EDUCAÇÃO NO PIAUÍ?
16 COMO É A AVALIAÇÃO
NO SAEPI?
46 COMO SÃO
APRESENTADOS OS RESULTADOS DO
SAEPI?
48 COMO A ESCOLA
PODE SE APROPRIAR DOS RESULTADOS DA
AVALIAÇÃO?
54 QUE ESTRATÉGIAS
PEDAGÓGICAS PODEM SER UTILIZADAS
PARA DESENVOLVER DETERMINADAS HABILIDADES?
Caro(a)
EducadorEsta é a Revista Pedagógica da co-
leção de divulgação dos resultados do
SAEPI 2015.
Para um melhor entendimento das
informações fornecidas por esses resul-
tados, é muito importante responder às
perguntas seguintes.
POR QUE AVALIAR A EDUCAÇÃO NO PIAUÍ?
O QUE É AVALIADO NO SAEPI?
COMO É A AVALIAÇÃO NO SAEPI?
COMO SÃO APRESENTADOS OS RESULTADOS DO SAEPI?
1
2
3
4
Com o intuito de compreender os objetivos da Avaliação Externa
em Larga Escala, é preciso esclarecer seus pressupostos, seus ques-
tionamentos e suas aplicações.
POR QUE AVALIAR A EDUCAÇÃO
NO PIAUÍ?
1
As avaliações externas em lar-ga escala e a atividade docente
As avaliações externas em larga
escala se destinam, por suas próprias
características e concepção, à avaliação
das redes de ensino. As metodologias
que adotam, bem como a amplitude de
sua aplicação, permitem a construção de
diagnósticos macroeducacionais, que di-
zem respeito à rede de ensino como um
todo, e não apenas a escolas e alunos
específicos. Isso fez com que a avalia-
ção em larga escala, ao longo do tempo,
tenha se apresentado e se consolidado
como um poderoso instrumento a serviço
da gestão das redes, fornecendo subsí-
dios para a tomada de decisões por parte
dos gestores.
O uso dos resultados desse tipo
de avaliação por parte da gestão está
relacionado, justamente, ao fato de os
sistemas de avaliação serem em larga
escala. Como os diagnósticos obtidos
permitem a identificação de problemas
em toda a rede, e não apenas em as-
pectos pontuais, que são tangentes
a uma ou outra escola, os sistemas
de avaliação se tornaram importantes
para que políticas públicas educacio-
nais pudessem ser planejadas e exe-
cutadas com base em evidências. Po-
líticas públicas em educação, por sua
própria natureza, não são desenhadas
para enfrentar problemas de uma única
escola. Seu alcance, que legitima sua
existência, deve ser mais amplo. Foi
especialmente em função disso que a
avaliação em larga escala pôde encon-
trar terreno fértil para se desenvolver.
Inicialmente, a expansão dos siste-
mas estaduais e municipais de avaliação,
aguda no Brasil dos anos 2000, poderia
ser atribuída àquilo que elas, as avalia-
ções, podem oferecer aos gestores das
redes de ensino: informações capazes
de dar suporte a ações de amplo alcance,
tendo em vista os problemas que afetam
toda a rede. De fato, esse é um elemento
sem o qual não podemos compreender
a importância que a avaliação externa ad-
quiriu no cenário educacional brasileiro.
Mas tal importância, é fundamental
que se ressalte, não foi conquistada
apenas em função do que um sistema
de avaliação em larga escala é capaz
de oferecer aos gestores das redes de
ensino. Se a avaliação não estivesse
apta a dialogar com as escolas, toma-
das em si, na figura dos gestores esco-
lares e dos professores, os sistemas de
avaliação jamais teriam experimentado
o desenvolvimento que tiveram nas últi-
mas décadas no Brasil.
Essa concepção pode parecer, à pri-
meira vista, difícil de ser compreendida.
A avaliação em larga escala, conforme
ressaltado anteriormente, se destina à
produção de diagnósticos relativos a re-
des de ensino, ou seja, seu viés é amplo,
e não centrado em escolas específicas.
Por isso, suas características parecem
mais ajustadas às atividades desempe-
nhadas por tomadores de decisão que
se encontram fora do ambiente escolar
propriamente dito, do que àquelas de-
sempenhadas pelos professores.
Apesar disso, o fato de ter seu foco
na produção de diagnósticos sobre as
redes de ensino não implica que os sis-
temas de avaliação em larga escala não
forneçam informações que possam ser,
depois de um processo de entendimento
e reflexão, utilizadas pelos gestores esco-
lares e pelos professores.
A utilização dos resultados da ava-
liação pelos professores enfrenta dois
problemas, primordialmente, para que
possa se tornar uma prática mais di-
fundida nas escolas. O primeiro deles
diz respeito ao desconhecimento em
relação às avaliações em larga escala,
ao passo que o segundo, correlato ao
primeiro, mas mais específico, está re-
lacionado à confusão entre avaliação
externa e a avaliação interna.
Se a avaliação não estivesse apta a dialogar com as escolas, tomadas em si, na figura dos gestores escolares e dos professores, os sistemas de avaliação jamais teriam experimentado o desenvolvimento que tiveram nas últimas décadas no Brasil.
11
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
O desconhecimento em relação às
avaliações externas, tangente às suas ca-
racterísticas, aos métodos utilizados para
sua aplicação, às suas limitações, às suas
potencialidades, à forma como seus resul-
tados são produzidos e divulgados, entre
outros fatores, fazem com que elas sejam
percebidas como instrumentos pouco
acessíveis aos atores escolares, ou mes-
mo equivocados ou inadequados para
lidar com o ambiente escolar. Associada
a esse desconhecimento está uma série
de críticas que as avaliações recebem,
mais em virtude dos usos dados a seus
resultados, do que em função dos instru-
mentos em si.
não conhecer bem o instrumento é
o primeiro passo para não utilizá-lo. Esse
desconhecimento possui inúmeras ori-
gens, tais como a ausência da temática
nos processos de formação de profes-
sores, a parca divulgação dos sistemas
de avaliação, quando de sua criação,
questões de natureza ideológica, entre
outras. O processo de divulgação dos
resultados da avaliação, do qual a pre-
sente publicação faz parte, busca justa-
mente contornar o problema do desco-
nhecimento.
Quanto à confusão entre a avalia-
ção externa e a avaliação interna, cuja
origem, em grande parte, pode ser
atribuída também ao desconhecimen-
to acerca dos sistemas de avaliação, a
mesma faz com que as relações entre
esses dois tipos de avaliação sejam
percebidas, muitas vezes, a partir de
dois enfoques. De um lado, as avalia-
ções externas são entendidas, pelos
professores, como instrumentos que,
por serem padronizados, desconside-
ram as peculiaridades do contexto de
cada escola, produzindo diagnósticos
distantes da realidade escolar e com
pouco diálogo em relação ao trabalho
dos professores. Assim, a avaliação
externa, desconhecedora do chão da
escola, se apresentaria como um instru-
mento antagônico à avaliação interna,
realizada pelo professor e adequada à
realidade dos alunos.
Quando não é tratada a partir do en-
foque do antagonismo, a avaliação exter-
na é pensada como equivalente da ava-
liação interna. Desta forma, o raciocínio
construído pelo professor gira em torno
da possibilidade de usar o instrumento
externo no lugar da avaliação que realiza
em sala de aula, como se esta última pu-
desse ser absolutamente substituída por
aquela. Por vezes, tal substituição é vista
pelo professor com bons olhos, pois que
se trata da utilização de um instrumento
que já está pronto. Em outros casos, pa-
rece, a seus olhos, que se trata de uma
imposição.
nenhuma das duas leituras contem-
pla, com clareza e precisão, as relações
que a avaliação externa e a avaliação
interna podem estabelecer. não sen-
do antagônicas e nem equivalentes,
avaliações externas e internas, se bem
compreendidas, se apresentam como
complementares. Destinados a objetivos
e objetos diferentes, esses dois instru-
mentos produzem informações distintas
sobre as escolas e sobre os alunos. As-
sim, o professor, e não apenas o gestor
de rede ou gestor escolar, pode se valer
dos diagnósticos da avaliação externa
para informar sua ação. não para a cria-
ção de políticas públicas de amplo alcan-
ce, mas para um fim tão virtuoso quanto:
a alteração ou reforço de suas práticas
pedagógicas, tendo em vista a oferta de
uma educação de qualidade para os alu-
nos.
A leitura do presente material for-
necerá os passos para que essa re-
lação complementar seja percebida,
apontando caminhos para que profes-
sores utilizem os resultados oriundos
das avaliações em larga escala.
Sendo assim, boa leitura e mãos à
obra!
Não sendo antagônicas e nem equivalentes, avaliações externas e internas, se bem compreendidas, se apresentam como complementares.
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SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
Para que qualquer processo avaliativo alcance seu objetivo
– fornecer dados fidedignos sobre o desempenho dos alunos –
é necessário, antes de tudo, definir o que será avaliado.
O QUE É AVALIADO
NO SAEPI?
2
Matriz de Referência
O QUE É UMA MATRIZ DE REFERÊNCIA?
As Matrizes de Referência registram os
conteúdos que se pretende avaliar nos tes-
tes do SAEPI. É sempre importante lembrar
que as Matrizes de Referência consistem em
“recortes” do Currículo, ou da Matriz Curricu-
lar: uma avaliação em larga escala não veri-
fica o desempenho dos alunos em todos os
conteúdos abarcados pelo Currículo, mas,
sim, naquelas habilidades consideradas mí-
nimas e essenciais para que os discentes
avancem em sua trajetória educacional.
Como o próprio nome diz, as Matrizes
de Referência apresentam os conhecimen-
tos e as habilidades para cada etapa de
escolaridade avaliada. Ou seja, elas espe-
cificam o que será avaliado, tendo em vista
as operações mentais desenvolvidas pelos
alunos em relação aos conteúdos escolares,
passíveis de serem aferidos pelos testes de
proficiência. no âmbito do SAEPI, o que se
pretende avaliar está descrito nas Matrizes
de Referência desses programas.
O tema agrupa um conjunto de
habilidades, indicadas pelos descrito-
res, que possuem afinidade entre si.
Os Descritores descrevem as ha-
bilidades que serão avaliadas por meio
dos itens que compõem os testes de
uma avaliação em larga escala.
14
SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
Confira a Matriz de Referência de Matemática do 9º ano do Ensino Fundamental
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMÁTICA* – SAEPI9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTALI. ESPAÇO E FORMA
D1 Identificar a localização/movimentação de objeto em mapas, croquis e outras representações gráficas.
D2 Identificar propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais e tridimensionais, relacionando-as com as suas planificações.
D3 Identificar propriedades de triângulos pela comparação de medidas de lados e ângulos.
D4 Identificar relação entre quadriláteros por meio de suas propriedades.
D5 Reconhecer a conservação ou modificação de medidas dos lados, do perímetro, da área em ampliação e/ou redução de figuras poligonais usando malhas quadriculadas.
D6 Reconhecer ângulos como mudança de direção ou giros, identificando ângulos retos e não-retos.
D7 Reconhecer que as imagens de uma figura construída por uma transformação homotética são semelhantes, identificando propriedades e/ou medidas que se modificam ou não se alteram.
D8 Resolver problemas utilizando propriedades dos polígonos (soma de seus ângulos internos, número de diagonais, cálculo da medida de cada ângulo interno nos polígonos regulares).
D9 Interpretar informações apresentadas por meio de coordenadas cartesianas.
D10 Utilizar relações métricas do triângulo retângulo para resolver problemas significativos.
D11 Reconhecer círculo/circunferência, seus elementos e algumas de suas relações.
II. GRANDEZAS E MEDIDAS
D12 Resolver problemas envolvendo o cálculo de perímetro de figuras planas.
D13 Resolver problemas envolvendo o cálculo de área de figuras planas.
D14 Resolver problemas envolvendo noções de volume.
D15 Resolver problemas utilizando relações entre diferentes unidades de medida.
III. NÚMEROS E OPERAÇÕES / ÁLGEBRA E FUNÇÕES
D16 Identificar a localização de números inteiros na reta numérica.
D17 Identificar a localização de números racionais na reta numérica.
D18 Efetuar cálculos com números inteiros, envolvendo as operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação).
D19 Resolver problemas com números naturais, envolvendo diferentes significados das operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação).
D20 Resolver problemas com números inteiros envolvendo as operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação).
D21 Reconhecer as diferentes representações de um número racional.
D22 Identificar fração como representação que pode estar associada a diferentes significados.
D23 Identificar frações equivalentes.
D24 Reconhecer as representações decimais dos números racionais como uma extensão do sistema de numeração decimal, identificando a existência de “ordens” como décimos, centésimos e milésimos.
D25 Efetuar cálculos que envolvam operações com números racionais (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação).
D26 Resolver problema com números racionais envolvendo as operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação).
D27 Efetuar cálculos simples com valores aproximados de radicais.
D28 Resolver problemas que envolvam porcentagem.
D29 Resolver problemas que envolvam variação proporcional, direta ou inversa, entre grandezas.
D30 Calcular o valor numérico de uma expressão algébrica.
D31 Resolver problema que envolva equação do 2º grau.
D32 Identificar a expressão algébrica que expressa uma regularidade observada em sequências de números ou figuras (padrões).
D33 Identificar uma equação ou inequação do 1º grau que expressa um problema.
D34 Identificar um sistema de equações do 1º grau que expressa um problema.
D35 Identificar a relação entre as representações algébrica e geométrica de um sistema de equações do 1º grau.
IV. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
D36 Resolver problema envolvendo informações apresentadas em tabelas e/ou gráficos.
D37 Associar informações apresentadas em listas e/ou tabelas simples aos gráficos que as representam e vice-versa.
*Foi utilizada a mesma Matriz de Referência do Saeb e Prova Brasil.
COMO É A AVALIAÇÃO
NO SAEPI?
Estabelecidas as habilidades a serem avaliadas, por
meio das Matrizes de Referência, passamos a definir como
serão elaborados os testes do SAEPI.
3
Leia o texto abaixo.
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Curaçao, um simpático e colorido paraíso
Há uma lenda que explica a razão de Curaçao ser uma ilha tão colorida. Consta que um governador, há muitos anos, sentia dores de cabeça terríveis por todas as construções serem pintadas de branco e refletirem muito a luz do sol. Ele teria então sugerido algo a seus conterrâneos: colocar outras cores nas fachadas de suas residências e comércios; ele mesmo passaria a usar o amarelo em todas as construções que tivessem a ver com o governo. E assim nasceu o colorido dessa simpática e pequena ilha do Caribe.
E quem se importa se a história é mesmo real? Todo o colorido de Punda e Otrobanda combina perfeitamente com os muitos tons de azul que você vai aprender a reconhecer no mar que banha Curaçao, nos de branco, presentes na areia de cada uma das praias de cartão-postal, ou nos verdes do corpo das iguanas, o animal símbolo da ilha.
Acostume-se, aliás, a encontrar bichinhos pela ilha. Sejam grandes como os golfinhos e focas do Seaquarium, os lagartos que vivem livres perto das cavernas Hato, ou os muitos peixes que vão cercar você assim que entrar nas águas da lindíssima praia de Porto Mari. Tudo em Curaçao parece querer dar um “oi” para o visitante assim que o avista.
A ilha, porém, tem mais do que belezas naturais. Descoberta apenas um ano antes do Brasil, Curaçao também teve um histórico [...] que rendeu ao destino uma série de atrações [...], como o museu Kura Hulanda, ou as Cavernas Hato. [...]
Disponível em: <http://zip.net/bhq1CS>. Acesso em: 11 out. 2013. Fragmento. (P070104F5_SUP)
(P070105F5) De acordo com esse texto, qual é o animal símbolo da ilha?A) A foca.B) A iguana.C) O golfinho.D) O lagarto.
ITEM
O que é um item?
O item é uma questão
utilizada nos testes das
avaliações em larga escala
Como é elaborado um item?
O item se caracteriza
por avaliar uma única ha-
bilidade, indicada por um
descritor da Matriz de Re-
ferência do teste. O item,
portanto, é unidimensional.
1. Enunciado – estímulo para que o aluno mobilize re-
cursos cognitivos, visando solucionar o problema
apresentado.
2. Suporte – texto, imagem e/ou outros recursos que
servem de base para a resolução do item. Os itens
de Matemática e de Alfabetização podem não
apresentar suporte.
3. Comando – texto necessariamente relacionado à
habilidade que se deseja avaliar, delimitando com
clareza a tarefa a ser realizada.
4. Distratores – alternativas incorretas, mas plausíveis
– os distratores devem referir-se a raciocínios pos-
síveis.
5. gabarito – alternativa correta.
Após a elaboração dos itens, passamos à organi-
zação dos cadernos de teste.
EnunCIADO
SuPORtE
COMAnDO
ALtERnAtIvAS DE RESPOStA
gABARItO
O primeiro passo é elaborar os itens que comporão os testes.
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MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
CADERNO DE TESTE
CADERNO DE TESTE
CADERNO DE TESTE
Como é organizado um caderno de teste?
A definição sobre o número de itens é crucial para a composição
dos cadernos de teste. Por um lado, o teste deve conter muitos itens,
pois um dos objetivos da avaliação em larga escala é medir de forma
abrangente as habilidades essenciais à etapa de escolaridade que será
avaliada, de forma a garantir a cobertura de toda a Matriz de Referência
adotada. Por outro lado, o teste não pode ser longo, pois isso inviabiliza
sua resolução pelo aluno. Para solucionar essa dificuldade, é utilizado
um tipo de planejamento de testes denominado Blocos Incompletos Ba-
lanceados – BIB .
O que é um BIB – Bloco Incompleto Balanceado?
no BIB, os itens são organizados em blocos. Alguns desses blocos
formam um caderno de teste. Com o uso do BIB, é possível elaborar mui-
tos cadernos de teste diferentes para serem aplicados a alunos de uma
mesma série. Podemos destacar duas vantagens na utilização desse mo-
delo de montagem de teste: a disponibilização de um maior número de
itens em circulação no teste, avaliando, assim, uma maior variedade de
habilidades; e o equilíbrio em relação à dificuldade dos cadernos de teste,
uma vez que os blocos são inseridos em diferentes posições nos cader-
nos, evitando, dessa forma, que um caderno seja mais difícil que outro.
Itens São organizados em blocosQue são distribuídos em cadernos
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SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
CADERNO DE TESTE
Língua Portuguesa Matemática
91 itens divididos em: 7 blocos de Língua Portuguesa com 13 itens cada
91 itens divididos em: 7 blocos de matemática com 13 itens cada
2 blocos (26 itens) de Língua Portuguesa 2 blocos (26 itens) de Matemática
formam um caderno com 4 blocos (52 itens)
Ao todo, são 21 modelos diferentes de cadernos.
Verifique a composição dos cadernos de teste do 9º ano do Ensino Fundamental:
7x
21x
7x
91 x 91 x
19
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
Ao desempenho do aluno nos tes-
tes padronizados é atribuída uma pro-
ficiência, não uma nota
não podemos medir diretamente o conhecimento
ou a aptidão de um aluno. Os modelos matemáti-
cos usados pela tRI permitem estimar esses traços
não observáveis.
A TRI NOS PERMITE:
Existem, principalmente, duas formas de produzir a medida
de desempenho dos alunos submetidos a uma avaliação ex-
terna em larga escala: (a) a teoria Clássica dos testes (tCt) e
(b) a teoria de Resposta ao Item (tRI).
Os resultados analisados a partir da teoria Clássica dos tes-
tes (tCt) são calculados de uma forma muito próxima às ava-
liações realizadas pelo professor em sala de aula. Consis-
tem, basicamente, no percentual de acertos em relação ao
total de itens do teste, apresentando, também, o percentual
de acerto para cada descritor avaliado.
TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM (TRI) E TEORIA CLÁSSICA DOS TESTES (TCT)
teoria de Resposta ao Item (tRI)
A teoria de Resposta ao Item (tRI), por sua vez, permite a produção
de uma medida mais robusta do desempenho dos alunos, porque
leva em consideração um conjunto de modelos estatísticos capa-
zes de determinar um valor/peso diferenciado para cada item que
o aluno respondeu no teste de proficiência e, com isso, estimar o
que o aluno é capaz de fazer, tendo em vista os itens respondidos
corretamente.
Comparar resultados
de diferentes avalia-
ções, como o Saeb.
Avaliar com alto grau de
precisão a proficiência de
alunos em amplas áreas
de conhecimento sem
submetê-los a longos tes-
tes.
Comparar os resultados
entre diferentes séries,
como o início e fim do En-
sino Médio.
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SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
A proficiência relaciona o conhecimento
do aluno com a probabilidade de acerto nos
itens dos testes.
Cada item possui um grau
de dificuldade próprio e parâ-
metros diferenciados, atribuídos
através do processo de calibra-
ção dos itens.
A proficiência é estimada considerando o padrão de respostas dos
alunos, de acordo com o grau de dificuldade e com os demais parâme-
tros dos itens.
Parâmetro A Discriminação
Capacidade de um item de
discriminar os alunos que de-
senvolveram as habilidades
avaliadas e aqueles que não as
desenvolveram.
Parâmetro B Dificuldade
Mensura o grau de dificuldade
dos itens: fáceis, médios ou di-
fíceis.
Os itens são distribuídos de for-
ma equânime entre os diferen-
tes cadernos de testes, o que
possibilita a criação de diversos
cadernos com o mesmo grau
de dificuldade.
Parâmetro C Acerto ao acasoAnálise das respostas do aluno para verificar o acerto ao acaso nas respostas.
Ex.: O aluno errou muitos itens de baixo grau de dificuldade e acertou outros de grau elevado (situação estatisticamente impro-vável).
O modelo deduz que ele res-
pondeu aleatoriamente às ques-
tões e reestima a proficiência
para um nível mais baixo.
Que parâmetros são esses?
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MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
ESCALA DE PROFICIÊNCIA - MATEMÁTICA
O que é uma Escala de Proficiência?
A Escala de Proficiência tem o objetivo de traduzir
medidas de proficiência em diagnósticos qualitativos do
desempenho escolar. Ela orienta, por exemplo, o trabalho
do professor com relação às competências que seus alu-
nos desenvolveram, apresentando os resultados em uma
espécie de régua em que os valores de proficiência ob-
tidos são ordenados e categorizados em intervalos, que
indicam o grau de desenvolvimento das habilidades para
os alunos que alcançaram determinado nível de desem-
penho.
* As habilidades envolvidas nessas competências não são avaliadas nesta etapa de escolaridade.
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Localizar objetos em representações do espaço. D01 e D09 Identificar figuras geométricas e suas propriedades. D02, D03 e D04 Reconhecer transformações no plano. D05 e D07 Aplicar relações e propriedades. D06, D08, D10 e D11 Utilizar sistemas de medidas. D15 Medir grandezas. D12, D13 e D14 Estimar e comparar grandezas. * Conhecer e utilizar números. D16, D17, D21, D22, D23 e D24 Realizar e aplicar operações. D18, D19, D20, D25, D26, D27 e D28 Utilizar procedimentos algébricos. D29, D30, D31, D32, D33, D34 e D35 Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos.
D36 e D37 Utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. *
PADRÕES DE DESEMPEnHO - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL
ESPAÇO E FORMA
GRANDEZAS E MEDIDAS
NÚMEROS E OPERAÇÕES/ ÁLGEBRA E FUNÇÕES
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
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SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
A gradação das cores indica a complexidade da tarefa.
Abaixo do Básico
Básico
Adequado
Avançado
Os resultados dos alunos nas avaliações em larga escala da
Educação Básica realizadas no Brasil usualmente são inseridos em
uma mesma Escala de Proficiência, estabelecida pelo Sistema na-
cional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Como permitem or-
denar os resultados de desempenho, as Escalas são ferramentas
muito importantes para a interpretação desses resultados.
Os professores e toda a equipe pedagógica da escola podem
verificar as habilidades já desenvolvidas pelos alunos, bem como
aquelas que ainda precisam ser trabalhadas, em cada etapa de
escolaridade avaliada, por meio da interpretação dos intervalos da
Escala. Desse modo, os educadores podem focalizar as dificulda-
des dos alunos, planejando e executando novas estratégias para
aprimorar o processo de ensino e aprendizagem.
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Localizar objetos em representações do espaço. D01 e D09 Identificar figuras geométricas e suas propriedades. D02, D03 e D04 Reconhecer transformações no plano. D05 e D07 Aplicar relações e propriedades. D06, D08, D10 e D11 Utilizar sistemas de medidas. D15 Medir grandezas. D12, D13 e D14 Estimar e comparar grandezas. * Conhecer e utilizar números. D16, D17, D21, D22, D23 e D24 Realizar e aplicar operações. D18, D19, D20, D25, D26, D27 e D28 Utilizar procedimentos algébricos. D29, D30, D31, D32, D33, D34 e D35 Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos.
D36 e D37 Utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. *
PADRÕES DE DESEMPEnHO - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL
23
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
na primeira coluna da Escala, são apresentados
os grandes Domínios do conhecimento em Matemá-
tica, para toda a Educação Básica. Esses Domínios
são agrupamentos de competências que, por sua vez,
agregam as habilidades presentes na Matriz de Refe-
rência. nas colunas seguintes são apresentadas, res-
pectivamente, as competências presentes na Escala
de Proficiência e os descritores da Matriz de Referên-
cia a elas relacionados.
Perceber, a partir de um determinado tema, o grau de complexidade das
competências a ele associadas, através da gradação de cores ao longo da Es-
cala. Desse modo, é possível analisar como os alunos desenvolvem as habilida-
des relacionadas a cada competência e realizar uma interpretação que oriente o
planejamento do professor, bem como as práticas pedagógicas em sala de aula.
Primeira
Como é a Estrutura da Escala de Proficiência?
As competências estão dispostas nas várias linhas
da Escala. Para cada competência, há diferentes graus
de complexidade, representados por uma gradação de
cores, que vai do amarelo-claro ao vermelho. Assim, a
cor mais clara indica o primeiro nível de complexidade da
competência, passando pelas cores/níveis intermediá-
rios e chegando ao nível mais complexo, representado
pela cor mais escura.
As informações presentes na Escala de Proficiência podem ser interpretadas de três formas:
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Localizar objetos em representações do espaço. D01 e D09 Identificar figuras geométricas e suas propriedades. D02, D03 e D04 Reconhecer transformações no plano. D05 e D07 Aplicar relações e propriedades. D06, D08, D10 e D11
PADRÕES DE DESEMPEnHO - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL
ESPAÇO E FORMA
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SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
Ler a Escala por meio dos Padrões
e níveis de Desempenho, que apresen-
tam um panorama do desenvolvimento
dos alunos em determinados intervalos.
Assim, é possível relacionar as habilida-
des desenvolvidas com o percentual de
alunos situado em cada Padrão.
Interpretar a Escala de Proficiência a
partir do desempenho de cada instância
avaliada: estado, gerência Regional de
Educação (gRE) e escola. Desse modo,
é possível relacionar o intervalo em que
a escola se encontra ao das demais ins-
tâncias.
Segunda Terceira
na primeira linha da Escala de Proficiência, podem ser observados, numa
escala numérica de 0 a 500, intervalos divididos em faixas de 25 pontos. Cada
intervalo corresponde a um nível e um conjunto de níveis forma um Padrão de
Desempenho. Esses Padrões são definidos pela Secretaria Estadual de Educa-
ção do Piauí (SEDuC) e representados em cores diversas. Eles trazem, de forma
sucinta, um quadro geral das tarefas que os alunos são capazes de fazer, a partir
do conjunto de habilidades que desenvolveram.
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
Localizar objetos em representações do espaço. D01 e D09 Identificar figuras geométricas e suas propriedades. D02, D03 e D04 Reconhecer transformações no plano. D05 e D07 Aplicar relações e propriedades. D06, D08, D10 e D11
PADRÕES DE DESEMPEnHO - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL
25
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
PADRÕES DE DESEMPENHO ESTUDANTIL
O que são Padrões de Desempenho?
Os Padrões de Desempenho constituem uma caracterização das competências e habilidades desenvolvidas pelos
alunos de determinada etapa de escolaridade, em uma disciplina / área de conhecimento específica.
Essa caracterização corresponde a intervalos numéricos estabelecidos na Escala de Proficiência (vide p. 22). Esses
intervalos são denominados níveis de Desempenho, e um agrupamento de níveis consiste em um Padrão de Desempenho.
Quais são os Padrões de Desempenho definidos para o SAEPI 2015 e quais suas características gerais?”
Apresentaremos, a seguir, as descrições das habilidades relativas aos níveis de Desempenho do 9º ano do Ensino
Ensino Fundamental, em Matemática, de acordo com a descrição pedagógica apresentada pelo Inep, nas Devolutivas Pe-
dagógicas da Prova Brasil, e pelo CAEd, na análise dos resultados do SAEPI 2015.
Esses níveis estão agrupados por Padrão de Desempenho e vêm acompanhados por exemplos de itens. Assim, é pos-
sível observar em que Padrão a escola, a turma e o aluno estão situados e, de posse dessa informação, verificar quais são
as habilidades já desenvolvidas e as que ainda precisam de atenção.
Padrão de Desempenho muito Abaixo do Básico esperado para
a etapa de escolaridade e área do conhecimento avaliadas. Para os
alunos que se encontram nesse padrão de desempenho, deve ser
dada atenção especial, exigindo uma ação pedagógica intensiva por
parte da instituição escolar.
Até 225 pontosABAIXO DO BáSICO
Padrão de Desempenho Básico, caracterizado por um processo
inicial de desenvolvimento das competências e habilidades corres-
pondentes à etapa de escolaridade e área do conhecimento avalia-
dasDe 225 até 275 pontos
BáSICO
Padrão de Desempenho Adequado para a etapa e área do co-
nhecimento avaliadas. Os alunos que se encontram nesse padrão,
demonstram ter desenvolvido as habilidades essenciais referentes à
etapa de escolaridade em que se encontramDe 275 até 325 pontos
ADEQuADO
Padrão de Desempenho Avançado para a etapa e área de co-
nhecimento avaliadas. Os alunos que se encontram nesse padrão
demonstram desempenho além do esperado para a etapa de esco-
laridade em que se encontram.Acima de 325 pontos
AvAnÇADO
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SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
ABAIXO DO BáSICO
Até 225 pontos
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225
Localizar objetos em representações do espaço. Identificar figuras geométricas e suas propriedades. Reconhecer transformações no plano. Aplicar relações e propriedades. Utilizar sistemas de medidas. Medir grandezas. Estimar e comparar grandezas. Conhecer e utilizar números. Realizar e aplicar operações. Utilizar procedimentos algébricos. Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. Utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade.
ESPAÇO E FORMA
GRANDEZAS E MEDIDAS
NÚMEROS E OPERAÇÕES/ ÁLGEBRA E FUNÇÕES
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
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MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
nível de desempenho 1
Até 225 pontos
» Determinar a área de figuras desenhadas em malhas quadriculadas por meio de contagem.
» Localizar um ponto ou objeto em uma malha quadriculada ou croqui, a partir de duas coordenadas ou referências,
ou vice-versa.
» Associar figuras geométricas elementares (quadrado, triângulo e círculo) a seus respectivos nomes.
» Reconhecer retângulos em meio a outros quadriláteros.
» Reconhecer a planificação de uma pirâmide entre um conjunto de planificações.
» Reconhecer, entre um conjunto de polígonos, aquele que possui o maior número de ângulos.
» Converter uma quantia, dada na ordem das unidades de real, em seu equivalente em moedas.
» Determinar o total de uma quantia a partir da quantidade de moedas de 25 e/ou 50 centavos que a compõe, ou
vice-versa.
» Determinar o horário final de um evento, a partir de seu horário de início, e de um intervalo de tempo dado, todos
no formato de horas inteiras.
» Determinar a duração de um evento cujos horários inicial e final acontecem em minutos diferentes de uma mesma
hora dada.
» Converter uma hora em minutos.
» Converter mais de uma semana inteira em dias.
» Interpretar horas em relógios de ponteiros.
» Corresponder pontos dados em uma reta numérica, graduada de 5 em 5 unidades, ao número natural composto
por até 3 algarismos que ele representa.
» Localizar um número em uma reta numérica graduada onde estão expressos números naturais consecutivos e uma
subdivisão equivalente à metade do intervalo entre eles.
» Determinar os termos desconhecidos em uma sequência numérica de múltiplos de cinco.
» Resolver problemas do cotidiano envolvendo adição de pequenas quantias de dinheiro.
» Reconhecer o princípio do valor posicional do Sistema de numeração Decimal.
» Reconhecer uma fração como representação da relação parte-todo, com o apoio de um conjunto de até cinco figuras.
» Associar um número natural à sua decomposição expressa por extenso.
» Associar a fração ¼ a uma de suas representações gráficas.
» Reconhecer o maior ou o menor número em uma coleção de números racionais, representados na forma decimal.
» Determinar o resultado da subtração de números racionais representados na forma decimal, tendo como contexto
o Sistema Monetário Brasileiro.
» Determinar a adição, com reserva, de até três números naturais com até quatro ordens.
» Resolver problemas simples utilizando a soma de dois números racionais em sua representação decimal, formados
por 1 algarismo na parte inteira e 1 algarismo na parte decimal.
» Determinar a subtração de números naturais usando a noção de completar.
» utilizar a multiplicação de 2 números naturais, com multiplicador formado por 1 algarismo e multiplicando formado
por até 3 algarismos, com até 2 reagrupamentos, na resolução de problemas do campo multiplicativo envolvendo
a ideia de soma de parcelas iguais.
» Determinar o resultado da multiplicação de números naturais por valores do sistema monetário nacional, expressos
em números de até duas ordens, e posterior adição.
» Determinar a divisão exata de número formados por 2 algarismos por números de um algarismo.
» Associar a metade de um total ao seu equivalente em porcentagem.
» Interpretar dados apresentados em tabela e gráfico de colunas.
» Localizar dados em tabelas de múltiplas entradas.
» Reconhecer informações em um gráfico de colunas duplas.
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SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
(M090675A9) A fi gura abaixo mostra a ampliação de parte de uma régua.
Qual é o número correspondente ao ponto x?A) 3,50B) 3,65C) 3,75D) 3,90
Esse item avalia a habilidade de os estudantes identificarem números racio-
nais na reta numérica.
Para resolvê-lo, eles devem compreender que existe uma correspondência
biunívoca entre os números reais e os pontos da reta numérica. Eles também
devem reconhecer que o sentido positivo dessa reta é para a direita da origem
e que está dividida em partes iguais a 0,1 unidades. Em seguida, podem valer-se
da igualdade para concluírem que o ponto X encontra-se exatamente na metade
das subdivisões entre os números 3 e 4, indicando o número 3,5. A escolha da
alternativa A indica que esses estudantes, possivelmente, desenvolveram a habi-
lidade avaliada pelo item.
29
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
BáSICO
De 225 a 275 pontos
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS 0 225 250 275
Localizar objetos em representações do espaço. Identificar figuras geométricas e suas propriedades. Reconhecer transformações no plano. Aplicar relações e propriedades. Utilizar sistemas de medidas. Medir grandezas. Estimar e comparar grandezas. Conhecer e utilizar números. Realizar e aplicar operações. Utilizar procedimentos algébricos. Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. Utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade.
ESPAÇO E FORMA
GRANDEZAS E MEDIDAS
NÚMEROS E OPERAÇÕES/ ÁLGEBRA E FUNÇÕES
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
30
SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
nível de desempenho 2
De 225 a 250 pontos
» Localizar um ponto entre outros dois fixados, apresentados em uma figura composta por vários outros pontos.
» Reconhecer a planificação de um cubo entre um conjunto de planificações apresentadas.
» Determinar a área de um terreno retangular representado em uma malha quadriculada.
» Determinar o horário final de um evento, a partir do horário de início, dado em horas e minutos, com um intervalo
dado em quantidade de minutos superior a uma hora.
» Resolver problemas envolvendo conversão de litro para mililitro.
» Converter mais de uma hora inteira em minutos.
» Converter uma quantia dada em moedas de 5, 25 e 50 centavos e 1 real, em cédulas de real.
» Estimar a altura de um determinado objeto com referência aos dados fornecidos por uma régua graduada em
centímetros.
» Localizar um número em uma reta numérica graduada onde estão expressos o primeiro e o último número e repre-
sentar um intervalo de tempo de dez anos, com dez subdivisões entre eles.
» Localizar um número racional dado em sua forma decimal em uma reta numérica graduada, onde estão expressos
diversos números naturais consecutivos, com dez subdivisões entre eles.
» Reconhecer o valor posicional do algarismo localizado na 4ª ordem de um número natural.
» Reconhecer uma fração como representação da relação parte-todo, com apoio de um polígono dividido em oito
partes ou mais.
» Associar um número natural às suas ordens, ou vice-versa.
» Determinar uma fração irredutível, equivalente a uma fração dada, a partir da simplificação por três.
» Reconhecer a fração que corresponde à relação parte-todo entre uma figura e suas partes hachuradas.
» Associar um número racional que representa uma quantia monetária e escrever por extenso a sua representação
decimal.
» Resolver problemas envolvendo a análise do algoritmo da adição de dois números naturais.
» Determinar o resultado da subtração com recursos à ordem superior, entre números naturais de até cinco ordens,
utilizando as ideias de retirar e comparar.
» Determinar o resultado da multiplicação de um número inteiro por um número representado na forma decimal, em
contexto envolvendo o sistema monetário.
» Resolver problemas que envolvam a metade e o triplo de números naturais.
» Determinar o resultado da multiplicação de um número natural de um algarismo por outro de dois algarismos, em
contexto de soma de parcelas iguais.
» Determinar o resultado da divisão de números naturais formados por 3 algarismos, por um número de uma ordem,
usando noção de agrupamento.
» Resolver problemas, no Sistema Monetário nacional, envolvendo adição e subtração de cédulas e moedas.
» Determinar a divisão exata de uma quantia monetária formada por 3 algarismos na parte inteira e 2 algarismos na
parte decimal, por um número natural formado por 1 algarismo, com 2 divisões parciais não exatas, na resolução
de problemas com a ideia de partilha.
» Interpretar dados apresentados em um gráfico de linha simples.
» Associar dados apresentados em gráfico de colunas a uma tabela.
31
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
(M050144A9) Joana comprou uma televisão por R$ 921,90 e pagou em 3 prestações iguais.Qual é o valor de cada prestação que Joana pagou?A) R$ 37,00B) R$ 37,30C) R$ 307,00D) R$ 307,30
Esse item avalia a habilidade de os estudantes resolverem problemas com
números racionais representados na forma decimal, envolvendo a operação de
divisão.
Para resolvê-lo, os estudantes precisam realizar a divisão entre o valor da
televisão (R$ 921,90) e a quantidade de prestações (3), encontrando R$ 307,30
como resposta. Os estudantes que assinalaram a alternativa D, possivelmente,
desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.
32
SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
níveis de desempenho 3
De 250 a 270 pontos
» Reconhecer polígonos presentes em um mosaico composto por diversas formas geométricas.
» Reconhecer o ângulo de giro que representa a mudança de direção na movimentação de pessoas/objetos.
» Reconhecer a planificação de um sólido simples, dado através de um desenho em perspectiva.
» Localizar um objeto em representação gráfica do tipo planta baixa, utilizando dois critérios: estar mais longe de um
referencial e mais perto de outro.
» Determinar a duração de um evento a partir dos horários de início, informado em horas e minutos, e de término e
informar em horas e minutos, sem coincidência nas horas ou nos minutos dos dois horários informados.
» Converter a duração de um intervalo de tempo, dado em horas e minutos, para minutos e dado em anos e meses
para meses.
» Resolver problemas envolvendo intervalos de tempo em meses, inclusive passando pelo fim do ano (outubro a
janeiro).
» Reconhecer que, entre quatro ladrilhos apresentados, quanto maior o ladrilho menor a quantidade necessária para
cobrir uma dada região.
» Reconhecer o m² como unidade de medida de área.
» Determinar porcentagens simples (25%, 50%).
» Resolver problemas que envolvam a composição e a decomposição polinomial de números naturais de até cinco
ordens.
» Associar números naturais à quantidade de agrupamentos de 1 000.
» Associar a metade de um total a algum equivalente, apresentado como fração ou porcentagem.
» Reconhecer uma fração como representação da relação parte-todo, sem apoio de figuras.
» Determinar uma fração irredutível, equivalente a uma fração dada, a partir da simplificação por sete.
» Localizar números em uma reta numérica graduada onde estão expressos diversos números naturais não conse-
cutivos e crescentes, com uma subdivisão entre eles.
» Identificar, em uma coleção de pontos de uma reta numérica, os números inteiros positivos ou negativos, que cor-
respondem a pontos destacados na reta.
» Determinar o resultado da soma ou da diferença entre dois números racionais representados na forma decimal.
» Determinar a soma, a diferença, o produto ou o quociente de números inteiros em situações-problema.
» Resolver problemas que envolvam soma e subtração de valores monetários.
» Resolver problemas por meio da realização de subtrações e divisões, para determinar o valor das prestações de
uma compra a prazo (sem incidência de juros).
» Resolver problemas que utilizam a multiplicação envolvendo a noção de proporcionalidade.
» Resolver problemas envolvendo grandezas diretamente proporcionais, representadas por números inteiros.
» Determinar o resultado da divisão exata entre dois números naturais, com divisor até quatro e dividendo com até
quatro ordens.
» Reconhecer a modificação sofrida no valor de um número quando um algarismo é alterado.
» Reconhecer que um número não se altera ao multiplicá-lo por 1.
» Analisar e interpretar dados dispostos em uma tabela simples.
» Associar dados apresentados em tabela a gráfico de setores.
» Comparar dados representados pelas alturas de colunas presentes em um gráfico.
» Analisar dados apresentados em um gráfico de linha com mais de uma grandeza representada.
33
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
Esse item avalia a habilidade de os estudantes identificarem a localização de
números inteiros na reta numérica.
Para resolvê-lo, eles devem compreender que existe uma correspondência
biunívoca entre os números reais e os pontos da reta numérica. Eles também
devem reconhecer o sentido (positivo e negativo) da reta numérica em relação
à sua origem. Assim, como a reta está dividida em intervalos unitários, conclui-se
que os pontos P, Q e S correspondem, nessa ordem, aos números inteiros – 10,
– 8 e 5 . A escolha da alternativa D indica que esses estudantes desenvolveram
a habilidade avaliada pelo item.
(M090361A9) Observe a reta numérica abaixo. Ela está dividida em segmentos de mesma medida.
Os números representados pelos pontos P, Q e S são, respectivamente, A) – 11, – 3 e 6.B) – 11, – 5 e 6.C) – 10, – 3 e 5.D) – 10, – 8 e 5.
34
SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
ADEQuADO
De 275 a 325 pontos
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS 0 275 300 325
Localizar objetos em representações do espaço. Identificar figuras geométricas e suas propriedades. Reconhecer transformações no plano. Aplicar relações e propriedades. Utilizar sistemas de medidas. Medir grandezas. Estimar e comparar grandezas. Conhecer e utilizar números. Realizar e aplicar operações. Utilizar procedimentos algébricos. Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. Utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade.
ESPAÇO E FORMA
GRANDEZAS E MEDIDAS
NÚMEROS E OPERAÇÕES/ ÁLGEBRA E FUNÇÕES
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
35
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
De 275 a 300 pontos
» Interpretar a movimentação de um objeto utilizando referencial diferente do seu.
» Localizar um ponto em um plano cartesiano com o apoio de malha quadriculada, a partir de suas coordenadas ou
vice-versa.
» Interpretar a movimentação de um objeto utilizando referencial diferente do seu.
» Reconhecer um cubo a partir de uma de suas planificações desenhadas em uma malha quadriculada.
» Converter medidas dadas em toneladas para quilogramas.
» Converter unidades de medidas de comprimento, de metros para centímetros, na resolução de situação-problema.
» Determinar o perímetro de um retângulo desenhado em malha quadriculada, com as medidas de comprimento e
largura explicitadas.
» Reconhecer que a medida do perímetro de um retângulo em uma malha quadriculada dobra, ou se reduz à metade
quando os lados dobram, ou são reduzidos à metade.
» Determinar o volume através da contagem de blocos.
» Resolver problemas envolvendo conversão de quilograma para grama.
» Converter uma quantia, dada na ordem das dezenas de real, em moedas de 50 centavos.
» Estimar o comprimento de um objeto a partir de outro, dado como unidade padrão de medida.
» Resolver problemas sobre intervalos de tempo envolvendo adição e subtração e com intervalo de tempo passan-
do pela meia-noite.
» Associar números naturais à quantidade de agrupamentos menos usuais, como 300 dezenas.
» Determinar a quantidade de dezenas presentes em um número de quatro ordens.
» Localizar números racionais em sua representação decimal na reta numérica.
» Determinar 25% de um número múltiplo de quatro, inclusive, em situação-problema.
» Determinar a soma de números racionais em contextos de sistema monetário.
» Resolver problemas que envolvem a divisão exata ou a multiplicação de números naturais.
» Determinar o valor numérico de uma expressão algébrica de 1º grau, envolvendo números naturais, em situação-
-problema.
» Interpretar dados em gráficos de setores.
» Analisar dados dispostos em uma tabela de dupla entrada.
nível de desempenho 4
36
SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
(M080010E4) O sólido representado no desenho abaixo é formado por cubos iguais. Cada cubo que compõe esse sólido possui medida do volume igual a 1 cm3.
Qual é a medida do volume desse sólido?A) 7 cm3
B) 9 cm3
C) 17 cm3
D) 23 cm3
Esse item avalia a habilidade de os estudantes resolverem um problema en-
volvendo a noção de volume.
Para resolvê-lo, eles devem calcular o volume por meio da contagem dos
cubinhos que compõem o sólido. Para tal, devem se apropriar da informação
dada no enunciado de que cada cubo possui 1 cm³ de volume; dessa forma, 17
cubinhos possuem 17 cm³ de volume. Logo, os estudantes que optaram pela al-
ternativa C, possivelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.
37
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
De 300 a 325 pontos
» Reconhecer uma linha paralela à outra dada como referência em um mapa.
» Reconhecer os lados paralelos de um trapézio expressos em forma de segmentos de retas.
» Reconhecer objetos com a forma esférica entre uma lista de objetos do cotidiano.
» Reconhecer que o ângulo não se altera em figuras obtidas por ampliação/redução.
» Localizar dois ou mais pontos em um sistema de coordenadas cartesianas.
» Calcular o perímetro de uma figura poligonal irregular desenhada sobre uma malha quadriculada, na resolução de
problemas.
» Determinar o perímetro de uma região retangular, com o apoio de figura, na resolução de uma situação-problema.
» Determinar a área de um retângulo desenhado numa malha quadriculada, após a modificação de uma de suas
dimensões.
» Determinar a área de uma figura poligonal, não convexa, desenhada sobre uma malha quadriculada.
» Estimar a diferença de altura entre dois objetos, a partir da altura de um deles.
» Converter medidas lineares de comprimento (m/cm, km/m).
» Resolver problemas que envolvam a conversão entre diferentes unidades de medida de massa.
» Associar um número natural de seis ordens a sua forma polinomial.
» Determinar, em situação-problema, a adição e a subtração, entre números racionais, representados na forma deci-
mal, com até 3 algarismos na parte decimal.
» Resolver problemas que envolvam grandezas diretamente proporcionais requerendo mais de uma operação.
» Resolver problemas envolvendo grandezas diretamente proporcionais, representadas por números racionais na
forma decimal.
» Resolver problemas envolvendo divisão de números naturais com resto.
» Associar a fração ½ à sua representação na forma decimal.
» Associar uma fração com denominador 10 à sua representação decimal.
» Associar 50% a sua representação na forma de fração.
» Determinar a porcentagem envolvendo números inteiros em problemas contextualizados ou não.
» Associar uma situação-problema a sua linguagem algébrica, por meio de equações do 1º grau ou sistemas lineares.
» Interpretar dados em um gráfico de colunas duplas.
nível de desempenho 5
38
SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
(M090189C2) Em uma semana, um restaurante serviu 123 kg de arroz. Usando uma balança de precisão, registrou-se que, na segunda-feira, foi servido 15,7 kg de arroz; na terça-feira, 18,32 kg; na quarta-feira, 19,35 kg; na quinta-feira, 15,175 kg e, na sexta-feira, 19 kg. Qual foi a quantidade de arroz servida no sábado e no domingo dessa semana nesse restaurante?A) 35,455 kgB) 54,436 kgC) 68,564 kgD) 87,545 kg
Esse item avalia a habilidade de os estudantes resolverem problemas en-
volvendo a adição e a subtração de números racionais em sua representação
decimal.
Para resolvê-lo, os estudantes devem compreender que para encontrar a
quantidade de quilogramas servidos, no sábado e no domingo, basta realizar a
soma dos quilogramas de comida servidos de segunda-feira a sexta-feira (15,7 +
18,32 + 19,35 + 15,175 + 19 = 87,545 kg) e subtrair esse resultado da quantidade de
quilogramas servidos durante toda a semana (123 – 87,545 = 35,455 kg). Outra es-
tratégia de cálculo seria os estudantes realizarem as subtrações sucessivas das
quantidades de arroz servidas ao longo dos dias do valor total servido durante
a semana, encontrando ao final a quantidade de arroz servida no sábado e no
domingo. A escolha da alternativa A indica que esses estudantes possivelmente
desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.
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Acima de 325 pontos
AvAnÇADO
DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS 0 325 350 375 400 425 450 475 500
Localizar objetos em representações do espaço. Identificar figuras geométricas e suas propriedades. Reconhecer transformações no plano. Aplicar relações e propriedades. Utilizar sistemas de medidas. Medir grandezas. Estimar e comparar grandezas. Conhecer e utilizar números. Realizar e aplicar operações. Utilizar procedimentos algébricos. Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. Utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade.
ESPAÇO E FORMA
GRANDEZAS E MEDIDAS
NÚMEROS E OPERAÇÕES/ ÁLGEBRA E FUNÇÕES
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
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SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
nível de desempenho 6
De 325 a 350 pontos
» Reconhecer a planificação de uma caixa cilíndrica.
» Reconhecer a medida do ângulo determinado entre dois deslocamentos, descritos por meio de orientações dadas
por pontos cardeais.
» Reconhecer as coordenadas de pontos representados no primeiro quadrante de um plano cartesiano.
» Reconhecer a relação entre as medidas de raio e diâmetro de uma circunferência com o apoio de figura.
» Reconhecer a corda de uma circunferência, as faces opostas de um cubo, a partir de uma de suas planificações.
» Comparar as medidas dos lados de um triângulo a partir das medidas de seus respectivos ângulos opostos.
» Resolver problemas utilizando o teorema de Pitágoras no cálculo da medida da hipotenusa, dadas as medidas
dos catetos.
» Resolver problemas fazendo uso de semelhança de triângulos.
» Resolver problemas que envolvem a conversão entre unidades de medida de tempo (minutos em horas, meses
em anos).
» Resolver problemas que envolvem a conversão entre unidades de medida de comprimento (metros em centíme-
tros).
» Converter unidades de medida de massa, de quilograma para grama, na resolução de situação-problema.
» Determinar o perímetro de um polígono não convexo desenhado sobre as linhas de uma malha quadriculada.
» Estimar o valor da raiz quadrada de um número inteiro aproximando-o de um número racional em sua representa-
ção decimal.
» Determinar o minuendo de uma subtração entre números naturais, de três ordens, a partir do conhecimento do
subtraendo e da diferença.
» Determinar o resultado da multiplicação entre o número 8 e um número de quatro ordens com reserva.
» Resolver problemas envolvendo grandezas diretamente proporcionais com constante de proporcionalidade não
inteira.
» Resolver problemas envolvendo multiplicação com significado de combinatória.
» Associar a fração 1/10 a sua representação percentual.
» Determinar um valor monetário obtido por meio de um desconto ou um acréscimo percentual.
» Associar um número racional, escrito por extenso, à sua representação decimal, ou vice-versa.
» Reconhecer frações equivalentes.
» Determinar o valor de uma expressão numérica, com números irracionais, fazendo uso de uma aproximação racio-
nal fornecida, ou não.
» Comparar números racionais com quantidades diferentes de casas decimais.
» Determinar o valor numérico de uma expressão algébrica que contenha parênteses, envolvendo números naturais.
» Determina a solução de um sistema de duas equações lineares.
» Reconhecer o gráfico de linhas correspondente a uma sequência de valores ao longo do tempo (com valores
positivos e negativos).
» Resolver problemas que requerem a comparação de dois gráficos de colunas.
41
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
(M090038BH) Observe a expressão abaixo.
20 29+
O valor aproximado dessa expressão éA) 49B) 24,5C) 9,9D) 7
Esse item avalia a habilidade de os estudantes efetuarem cálculo com núme-
ros irracionais por meio da aproximação de radicais.
Para resolvê-lo, os estudantes devem procurar valores relativos a raízes exa-
tas de forma que façam uma aproximação inferior e superior dos intervalos. no
caso desse item, provavelmente, para o primeiro número, eles iniciam com a
tomada de valores mais fáceis, como 4 e 5. Fazendo as potências quadradas,
obtêm-se 16 e 25. Portanto, percebe-se que o valor de 20 encontra-se nesse
intervalo das potências quadradas das aproximações inferior e superior; logo, a
20 está no intervalo de 16 a 25 , ou seja, entre 4 e 5. Repetindo o mesmo
processo para o segundo número, iniciam-se a partir da tomada de valores como
5 e 6. Fazendo as potências quadradas, obtêm-se 25 e 36. Portanto, percebe-
-se que o valor de 29 encontra-se nesse intervalo das potências quadradas das
aproximações inferior e superior; logo, a 29 está no intervalo de 25 a 36 , ou
seja, entre 5 e 6. Aqueles que optaram pela alternativa C, provavelmente adqui-
riram a habilidade avaliada pelo item.
42
SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
(M090038BH) Observe a expressão abaixo.
20 29+
O valor aproximado dessa expressão éA) 49B) 24,5C) 9,9D) 7
nível de desempenho 7
De 350 a 375 pontos
» Reconhecer ângulos agudos, retos ou obtusos de acordo com sua medida em graus.
» Reconhecer, entre um conjunto de quadriláteros, aquele que possui lados perpendiculares e com a mesma medida.
» Reconhecer as coordenadas de pontos representados num plano cartesiano localizados em quadrantes diferen-
tes do primeiro.
» Determinar a posição final de um objeto, após a realização de rotações em torno de um ponto, de diferentes ân-
gulos, em sentido horário e anti-horário.
» Resolver problemas envolvendo ângulos, inclusive utilizando a Lei Angular de tales sobre a soma dos ângulos
internos de um triângulo.
» Resolver problemas envolvendo as propriedades de ângulos internos e externos de triângulos e quadriláteros,
com ou sem justaposição ou sobreposição de figuras.
» Determinar a medida do ângulo interno de um pentágono regular, em uma situação-problema, sem o apoio de
imagem.
» Resolver problemas utilizando o teorema de Pitágoras no cálculo da medida de um dos catetos, dadas as medidas
da hipotenusa e de um de seus catetos.
» Converter uma medida de comprimento, expressando decímetros e centímetros, para milímetros.
» Determinar o perímetro de uma região retangular, obtida pela justaposição de dois retângulos, descritos sem o
apoio de figuras.
» Determinar a área de um retângulo em situações-problema.
» Determinar a área de regiões poligonais desenhadas em malhas quadriculadas.
» Determinar a razão entre as áreas de duas figuras desenhadas numa malha quadriculada.
» Determinar o volume de um cubo ou de um paralelepípedo retângulo sem o apoio de figura.
» Converter unidades de medida de volume, de m3 para litro, em situações-problema.
» Reconhecer a relação entre as áreas de figuras semelhantes.
» Determinar a soma de números racionais dados na forma fracionária e com denominadores diferentes.
» Determinar o quociente entre números racionais, representados na forma decimal ou fracionária, em situações-
-problema.
» Comparar números racionais com diferentes números de casas decimais, usando arredondamento.
» Determinar o valor numérico de uma expressão algébrica de 2º grau, com coeficientes naturais, envolvendo nú-
meros inteiros.
» Determinar o valor de uma expressão numérica com números racionais (inteiros ou não).
» Localizar na reta numérica um número racional, representado na forma de uma fração imprópria.
» Associar uma fração a sua representação decimal.
» Associar uma situação-problema a sua linguagem algébrica, por meio de inequações do 1º grau.
» Associar a representação gráfica de duas retas no plano cartesiano a um sistema de duas equações lineares, ou
vice-versa.
» Resolver problemas envolvendo equação do 2º grau.
» Determinar a média aritmética de um conjunto de valores.
» Estimar quantidades em gráficos de setores.
» Analisar dados dispostos em uma tabela de três ou mais entradas.
» Interpretar dados fornecidos em gráficos envolvendo regiões do plano cartesiano.
» Interpretar gráficos de linhas com duas sequências de valores.
43
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
(M090005ES) A grade da porta da casa de Gisele é formada por pentágonos regulares.Quanto mede cada um dos ângulos internos de um desses pentágonos?A) 540° B) 360° C) 180°D) 108°
Esse item avalia a habilidade de os estudantes identificarem a medida do
ângulo interno de um polígono regular.
Para resolvê-lo, eles podem decompor um pentágono regular em três triân-
gulos. Em seguida, eles devem valer-se da propriedade de que a soma dos ân-
gulos internos de um triângulo qualquer é 180º para, então, notar que a soma dos
ângulos internos do pentágono regular é 3 x 180º = 540º. Dessa forma, como o
polígono regular possui todos os ângulos internos congruentes, basta dividir 540°
por 5 para encontrar a medida do ângulo interno, que é 108°. Outra estratégia é
utilizar a fórmula ( )ni
180 n 2San n
° −= = , em que n é o número de lados do polígono. Logo,
os estudantes que marcaram a alternativa D, provavelmente, consolidaram a ha-
bilidade avaliada pelo item.
44
SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
(M090005ES) A grade da porta da casa de Gisele é formada por pentágonos regulares.Quanto mede cada um dos ângulos internos de um desses pentágonos?A) 540° B) 360° C) 180°D) 108°
Esse item avalia a habilidade de os estudantes identificarem a expressão al-
gébrica que expressa a regularidade observada em uma sequência numérica, re-
lacionando os números de uma dada sequência com sua posição nela ocupada.
Para resolvê-lo, eles precisam identificar uma lei que expressa todos os nú-
meros a partir de suas posições. Dessa forma, eles devem identificar a regulari-
dade que ocorre entre a posição e o número e ainda verificar se tal regularidade
pode ser estendida a todos os números da tabela. Os estudantes que marcaram
a alternativa D, possivelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.
nível de desempenho 8
Acima de 375 pontos
» Resolver problemas utilizando as propriedades das cevianas (altura, mediana e bissetriz) de um triângulo isósceles
com o apoio de figura.
» Reconhecer que a área de um retângulo quadruplica quando seus lados dobram.
» Resolver problemas utilizando a soma das medidas dos ângulos internos de um polígono.
» Determinar a área de figuras simples (triângulo, paralelogramo, trapézio), inclusive utilizando composição/decom-
posição.
» Determinar o valor de uma expressão numérica envolvendo adição, subtração, multiplicação e potenciação entre
números racionais representados na forma decimal.
» Resolver problemas envolvendo grandezas inversamente proporcionais.
» Determinar o valor numérico de uma expressão algébrica do 1° grau, com coeficientes racionais, representados na
forma decimal.
» Reconhecer a expressão algébrica que expressa uma regularidade existente em uma sequência de números ou
de figuras geométricas.
» Executar a simplificação de uma expressão algébrica, envolvendo a divisão de um polinômio de grau um, por um
polinômio de grau dois incompleto.
(M090786E4) A sequência numérica abaixo pode ser definida por uma expressão algébrica que relaciona o valor de cada termo com a sua posição n na sequência, com n {1, 2, 3, ...}.
Termo 5 12 19 26 33 ...
Posição (n) 1 2 3 4 5 ...
A expressão algébrica que determina o n-ésimo termo dessa sequência éA) n + 4 B) n + 7 C) 5n + 7D) 7n – 2
45
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
Após a etapa de processamento dos testes, passamos à divulga-
ção dos resultados obtidos pelos alunos.
COMO SÃO APRESENTADOS OS
RESULTADOS DO SAEPI?
4
O processo de avaliação em larga escala não se encerra quando os resultados
chegam à escola. Ao contrário, a partir desse momento toda a escola deve se debru-
çar sobre as informações disponibilizadas, a fim de compreender o diagnóstico pro-
duzido sobre a aprendizagem dos alunos. Em seguida, é preciso elaborar estratégias
que visem à garantia da melhoria da qualidade da educação ofertada pela escola,
expressa na aprendizagem de todos os alunos.
Para isso, faz-se necessário que todos os membros da comunidade escolar –
gestores, professores e famílias – se apropriem dos resultados produzidos pelas
avaliações, incorporando-os às suas reflexões sobre as dinâmicas de funcionamento
da escola.
Apresentamos um roteiro no encarte de divulgação dos resultados da escola,
com orientações para uma leitura efetiva dos resultados produzidos pelas avaliações
do SAEPI. Esse roteiro deve ser usado para analisar os resultados divulgados no
Portal da Avaliação www.saepi.caedufjf.net. e no encarte impresso.
Essa é uma tarefa a ser realizada, coletivamente, por todos os agentes envolvi-
dos: gestores, professores e equipe pedagógica. A fim de otimizar o que estamos
propondo, sugerimos, nesse encarte, um passo a passo com as diferentes etapas do
processo de leitura, interpretação e apropriação dos resultados.
47
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
COMO A ESCOLA PODE SE
APROPRIAR DOS RESULTADOS DA
AVALIAÇÃO?
O Estudo de Caso apresentado nesta seção registra situa-
ções comuns às escolas, quando da recepção dos resultados
das avaliações em larga escala, e os caminhos trilhados pela
comunidade escolar para a apropriação desses resultados.
5
A FORMAÇÃO DE LEITORES PROFICIENTES
na maioria das vezes, as notícias veiculadas sobre o
contexto das escolas relatam os problemas e as dificulda-
des enfrentadas pelos professores e como tais dificuldades
os imobilizam e os deixam desanimados. É bem menos
comum termos conhecimento sobre as experiências bem
sucedidas, as inúmeras estratégias encontradas pelos pro-
fissionais que atuam nas escolas para a resolução dos pro-
blemas enfrentados e, principalmente, no desenvolvimento
de ideias que revolucionam e melhoram a educação no
país. A história da professora Rita é um desses exemplos
que, apesar de não serem muito divulgados, são mais co-
muns do que imaginamos.
A professora Rita, formada em Língua Portuguesa, havia
trabalhado em diversas escolas de sua cidade desde que
iniciou sua vida docente, em 2005. Sempre interessada em
garantir que seus alunos tivessem um ensino de qualida-
de, ela realizou diversos cursos de formação continuada,
procurando estudar sobre temas variados, desde aspectos
importantes da interdisciplinaridade, até tópicos relaciona-
dos à gestão escolar. Os resultados da avaliação em larga
escala eram um tema que interessava Rita, porém ela não
encontrava apoio para trabalhar com esses resultados nas
escolas em que até então ministrara aulas.
Em 2011, quando assumiu a vaga de docente na Escola
Estadual Professora Cristina Solis Rosa, localizada no mu-
nicípio de vazante, bairro Independência, que atende ao
Ensino Fundamental, turnos matutino e vespertino, Rita co-
meçou a notar um movimento da equipe pedagógica no
sentido de compreender os resultados das avaliações em
larga escala. Ela percebia que os coordenadores e profes-
sores, muitas vezes, até compreendiam os dados que che-
gavam à escola a cada ano e o que eles representavam,
mas agora estavam procurando enxergar além dessas infor-
mações numéricas. Rita percebeu que nesta escola podia
aprofundar, junto à equipe pedagógica, seu conhecimento
acerca dos instrumentos da avaliação em larga escala.
49
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
A equipe gestora preparou, junto
à equipe pedagógica, diversos semi-
nários, palestras com convidados es-
pecialistas no tema e oficinas internas,
que fizeram com que o interesse e o
envolvimento de todos pelo assunto
aumentassem. Rita e seus colegas
puderam aprofundar seus estudos
sobre matriz de referência, escala de
proficiência, competências e habili-
dades, descritores, itens, padrões de
desempenho estudantil, resultados
de proficiência, resultados de acertos
por descritor etc. A partir de um maior
domínio destes conceitos, Rita e seus
colegas conseguiram transformar as
informações numéricas, os resultados
de proficiência que a escola recebia
em uma análise qualitativa. nesta aná-
lise, os professores da Escola Estadual
Professora Cristina Solis Rosa identifi-
caram um problema: a dificuldade dos
alunos para ler e interpretar textos, di-
ficultando a compreensão proficiente
desses textos.
Diante do problema identificado,
alguma estratégia pedagógica pre-
cisava ser colocada em prática. A di-
reção da escola sugeriu a criação de
um plano educacional integrado na
escola, no qual todos os professores
deveriam trabalhar, promovendo a
interdisciplinaridade, uma vez que a
dificuldade dos alunos para ler e in-
terpretar textos atrapalhava o trabalho
em sala de aula de todas as discipli-
nas e etapas, mesmo aquelas que não
eram avaliadas em larga escala. Rita,
em conversa com a direção, sinalizou
o interesse que tinha sobre o tema e
fez comentários acerca de diversos
textos que havia lido sobre o traba-
lho interdisciplinar, sendo convidada,
portanto, para assumir a liderança do
projeto na escola.
Rita sempre acreditou que as
ações dependiam, fundamentalmente,
de dois fatores: vontade e articulação.
O primeiro deles não era um proble-
ma para a professora. Agora era pre-
ciso engajar a equipe pedagógica em
um projeto que tivesse embasamento
e viabilidade de execução.
A reunião de planejamento do
projeto político pedagógico se mos-
trou um bom momento para iniciar a
articulação dos professores em uma
proposta integrada, com a finalidade
de melhor utilizar os resultados das
avaliações em larga escala. Percebeu-
-se, na reunião, que o corpo docente
mostrou interesse no projeto interdis-
ciplinar. nesta reunião, os docentes
Os docentes chegaram à conclusão de que o primeiro passo era incentivar/convencer os alunos acerca da importância da avaliação em larga escala.
50
SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
chegaram à conclusão de que
o primeiro passo era incentivar/
convencer os alunos acerca da
importância da avaliação em larga
escala.
O trabalho começou com a
motivação dos discentes. Os pro-
fessores de todas as disciplinas,
em suas aulas, mostravam a im-
portância da concentração para
a leitura e a interpretação de tex-
tos. Eles procuraram despertar o
interesse dos alunos, de todas as
etapas, para as práticas de leitura
e interpretação de textos. Dessa
forma, o corpo docente perce-
beu, já com as avaliações inter-
nas, maior comprometimento dos
alunos com o processo de ensino
e de aprendizagem. As ideias iniciais
para resolução do problema vieram
ao encontro da sensibilização, da mo-
tivação e do envolvimento dos alunos
em compreenderem os textos, tornan-
do-os significativos.
Com os alunos motivados, sentin-
do orgulho da instituição e apresen-
tando sentimento de pertença à esco-
la, era hora de colocar o projeto em
prática. Rita, em conversa com os co-
legas, sugeriu a criação de um jornal
online para a escola, já que a maioria
dos alunos tinha acesso aos meios de
comunicação, como tv, rádio, internet.
Com a criação do jornal, o celular, que
era também um problema dentro da
escola, poderia se tornar um instru-
mento a favor do processo de ensino
e de aprendizagem, uma vez que os
alunos poderiam acessar ao jornal por
meio dos próprios aparelhos, fazen-
do, inclusive, comentários sobre as
notícias. Com a criação do jornal, os
alunos teriam contato com os diferen-
tes gêneros textuais, pois essa publi-
cação apresenta várias seções, como
carta do leitor, classificados, receitas,
dicas, notícias etc.
Durante o restante do semestre,
os professores se mobilizaram para fa-
zer aquela ideia sair do papel. As pe-
dagogas trabalhariam na elaboração
de conteúdo para os murais da escola
com os alunos dos anos iniciais, pro-
duzindo ilustrações e pequenas frases
para divulgar o lançamento do jornal.
Rita e os demais professores de Lín-
gua Portuguesa incluíram a elabora-
ção de textos coletivos como ativida-
de para todas as suas turmas dos anos
finais, distribuindo funções e garantin-
do que todos pudessem trabalhar na
criação do jornal. Os professores das
demais disciplinas abordaram textos
de temática de interesse dos alunos,
levando-os a debater esses textos de
acordo com o conteúdo da disciplina,
para, futuramente, nas aulas de Língua
Portuguesa, produzir os textos para as
diversas seções do jornal. Cada turma
ficou responsável por uma seção.
Com a criação do projeto, Rita ti-
nha a certeza de que o interesse dos
alunos pela leitura aumentaria, mas
sabia que um trabalho mais focado
nos resultados da avaliação em larga
escala precisava ser colocado em prá-
tica. Junto com o projeto do jornal, Rita
trabalhou, em sua sala de aula, com a
matriz de referência da avaliação em
larga escala e com o banco de itens
que estava disponível no site da Se-
cretaria de Educação. Ela sabia que
era fundamental entender em quais
descritores, ou seja, em quais habili-
dades os alunos estavam apresentan-
do maiores dificuldades, para que, fu-
turamente, eles se tornassem leitores
e escritores proficientes.
A professora dividia suas aulas
em três momentos:
As ideias iniciais para resolução do problema vieram ao encontro da sensibilização, da motivação e do envolvimento dos alunos em compreenderem os textos, tornando-os significativos.
51
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
1. Leitura, compreensão e interpretação dos textos:
no primeiro momento, Rita trabalhava com os alunos a
leitura dos textos. Ela pedia para a turma ler o texto em voz
baixa, individualmente, e, em seguida, fazia uma leitura co-
letiva do texto. Por fim, Rita também fazia uma leitura integral
do texto, apresentando as entoações necessárias para seu
entendimento.
Após a leitura, era preciso compreender, interpretar
e analisar o texto. A professora promovia um debate do
texto na sala de aula. Era preciso entender o assunto do
texto, o propósito comunicativo, onde o texto foi publica-
do etc.
neste primeiro momento, Rita trabalhava com os alunos
habilidades como: identificar o tema ou a tese de um texto,
estabelecer relação entre a tese e os argumentos ofere-
cidos para sustentá-la, diferenciar as partes principais das
secundárias em um texto, identificar as marcas linguísticas
que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto e
identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
2. Compreensão das questões do texto:
no segundo momento, a professora trabalhava com a
compreensão das questões do texto. Ela lia o comando da
questão e as alternativas de respostas; tecia comentários
minuciosos sobre as questões; trabalhava com o dicioná-
rio e a análise do vocabulário, contextualizando algumas
questões com verbetes adequados; relacionava as ques-
tões aos descritores da matriz de referência, procurando
trabalhar com as habilidades e competências fundamentais
a serem desenvolvidas pelos alunos de suas turmas.
neste segundo momento, Rita procurava trabalhar com
as turmas habilidades como: localizar informações explícitas
e implícitas em um texto, inferir o sentido de uma palavra ou
expressão, estabelecer relações entre partes de um texto,
identificando repetições ou substituições que contribuem
para a continuidade de um texto, identificar o conflito ge-
rador do enredo e os elementos que constroem a narra-
tiva, estabelecer relação causa/consequência entre partes
Era fundamental descritores, ou seja, em quais habilidades os alunos estavam apresentando maiores dificuldades, para que, futuramente, eles se tornassem leitores e escritores proficientes.
52
SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
e elementos do texto, estabelecer relações lógico-discur-
sivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advér-
bios etc., identificar efeitos de ironia ou humor em textos
variados, reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso
da pontuação e de outras notações e reconhecer o efeito
de sentido decorrente da escolha de uma determinada pa-
lavra ou expressão.
3. Produção de textos para o jornal da escola:
no terceiro momento, a partir dos textos motivadores e
de acontecimentos nas redondezas da escola, era hora de
os alunos produzirem, coletivamente, textos para o jornal.
vieram as avaliações em larga escala, e as expectati-
vas pela divulgação dos resultados foram grandes. Logo no
primeiro ano, já houve uma evolução notável do desempe-
nho dos alunos em Língua Portuguesa, especialmente nos
anos finais. Como o projeto deu certo e, aparentemente,
fez diferença no aprendizado dos alunos, o diretor decidiu
mantê-lo no calendário da escola nos anos que se segui-
ram, e Rita continuou na liderança do projeto.
A passagem do tempo acabou confirmando a impres-
são inicial de que o projeto contribuiria significativamente
para solucionar o problema que a equipe pedagógica de-
tectara anos antes. Com o passar do tempo, os resultados
de proficiência dos alunos em Língua Portuguesa ficaram
ainda mais expressivos, e o desempenho em Matemática e
nas demais disciplinas avaliadas se apresentava de maneira
ascendente, ano a ano.
Hoje, o tempo de aprendizagem e as intervenções pe-
dagógicas são extremamente valorizados pela instituição.
As avaliações externas assumem um papel relevante para
o trabalho escolar: as habilidades e competências básicas,
consideradas importantes para o desenvolvimento dos alu-
nos, são, minuciosamente, trabalhadas pelos professores
da Escola Estadual Professora Cristina Solis Rosa. todos os
segmentos: gestores, especialistas, professores e alunos
estão envolvidos nesse projeto de sucesso.
As avaliações externas assumem um papel relevante para o trabalho escolar: as habilidades e competências básicas, consideradas importantes para o desenvolvimento dos alunos, são, minuciosamente, trabalhadas pelos professores.
53
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
QUE ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PODEM
SER UTILIZADAS PARA DESENVOLVER
DETERMINADAS HABILIDADES?
O artigo a seguir objetiva sugerir algumas estratégias
para que os docentes possam auxiliar os alunos a desenvol-
ver algumas habilidades, dentre aquelas avaliadas nos testes
em larga escala.
6
Problemas de aprendizagem em geometria nos anos finais do Ensino Fundamental
O diálogo necessário entre avaliação externa e escola
Desde que a avaliação educacional em larga escala se tor-
nou uma política pública no contexto brasileiro, os questiona-
mentos em relação à sua aplicabilidade e à sua efetividade se
fazem presentes em qualquer crítica destinada a esse formato
de instrumento avaliativo. Eles se tornaram ainda mais contun-
dentes e generalizados à medida que os sistemas de avaliação
se expandiram por todo o país, já em meados da década de
2000.
A dúvida, invariavelmente, gira em torno da aplicação que
poderia ser dada, no contexto escolar, e, mais especificamen-
te, no da sala de aula, aos resultados da avaliação, tendo em
vista o fato de estarmos diante de uma avaliação externa, que
se define a partir do escopo que oferece para a tomada de
decisões no nível da rede de ensino. De fato, a avaliação em
larga escala tem como objetivo a produção de informações no
âmbito de toda a rede de ensino, o que justifica seu aparato
metodológico e a padronização de seus testes.
Assim, destinada a fornecer informações para as redes
de ensino, os resultados das avaliações externas seriam úteis,
quando muito, aos atores educacionais que ocupam, na hierar-
quia do sistema educacional, posições de tomada de decisão
no nível das secretarias de educação e de suas superinten-
dências. Problemas identificados na rede, tomada como um
todo, poderiam até ser diagnosticados, e políticas seriam de-
senhadas com base nesses diagnósticos, contudo, no que diz
respeito à escola, as avaliações externas teriam, ao fim, muito
pouco a oferecer.
Essa forma de compreender a aplicabilidade da avaliação
educacional se tornou um discurso amplamente difundido en-
tre professores e diretores de escola. tal discurso encontra
sustentação, principalmente, em dois fatores: o desconheci-
mento em relação ao instrumento, a suas limitações e a suas
qualidades, fruto, em regra, de uma ausência de abordagem
detida sobre o tema nos cursos de formação; além disso, há
um conjunto de elementos ideológicos no discurso de profes-
sores e diretores, que tratam a avaliação como um instrumento
dotado de uma lógica (meritocrática) contrária àquela que de-
veria ser o pilar de sustentação da escola. Esses dois fatores
se influenciam mutuamente. O desconhecimento, em parte, é
alimentado por uma resistência ideológica, ao passo que a re-
sistência ganha força diante do desconhecimento em relação
ao instrumento.
na contramão desse discurso, que, é bem verdade, vem
sofrendo algumas alterações ao longo dos anos, a avaliação
educacional em larga escala pode ser pensada como um ins-
trumento capaz de produzir informações muito importantes
para o trabalho do diretor e dos professores. Isso significa que
ela pode, se bem utilizada, integrar o cotidiano do planejamen-
to escolar e não apenas fazer parte de decisões no nível da
secretaria e das superintendências.
“ A avaliação educacional, qualquer
que seja seu formato, deve sempre fornecer informações que, de uma
maneira ou de outra, contribuam para a melhoria da qualidade do ensino
que ofertamos.
55
MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
A avaliação educacional, qualquer que seja seu formato,
deve sempre fornecer informações que, de uma maneira ou de
outra, contribuam para a melhoria da qualidade do ensino que
ofertamos. Os diagnósticos que fornece servem a esse propó-
sito: através de informações abalizadas, decisões são tomadas
e ações podem ser efetivadas. toda avaliação, portanto, tem
um compromisso com a ação, com a alteração da realidade na
qual se insere.
O instrumento em larga escala não foge a essa regra. Seu
compromisso é, em última instância, com a qualidade da edu-
cação, e, especificamente, com a produção de informações ca-
pazes de prestar auxílio aos atores escolares, para que tomem
decisões capazes de alterar práticas. nestes termos, professo-
res e diretores devem, necessariamente, fazer parte do pro-
cesso de avaliação, assim como não devem se sentir fora dele.
Diante disso, é necessário chamar a atenção para o papel
que professores e diretores devem assumir no processo de
avaliação em larga escala. nenhuma mudança na qualidade da
educação pode ser experimentada sem que atores tão funda-
mentais sejam considerados.
Ao afirmar que a avaliação em larga escala produz, como
aspecto central, informações para a rede de ensino como um
todo, não se quer dizer que a escola não possa se valer dessa
ferramenta para tomar decisões a respeito de si própria. Mais
do que isso, mesmo não tendo como foco a avaliação dos alu-
nos as avaliações externas produzem informações sobre estes
alunos, algo que não pode ser negligenciado pelo professor. O
que isso implica não é um uso obrigatório dos dados da ava-
liação, mas, sim, uma consulta a esses resultados, que podem
auxiliar o professor a rever suas próprias práticas. A decisão
pelo uso virá, pelo professor, após a realização dessa análise.
É o que veremos, a seguir, com um exemplo de utilização
de dados da avaliação para discutir os problemas de aprendi-
zagem em geometria, nos anos finais do Ensino Fundamental.
Antes de passar ao exemplo, contudo, é importante apontar um
problema que afeta todo o ensino de Matemática.
A essencialização dos saberes matemáticos
Se muitos alunos são reprovados em uma disciplina, uma
série de interpretações pode ser levantada para explicar o fe-
nômeno: os alunos se esforçaram pouco, o professor é muito
exigente, a disciplina é muito difícil. Quando estamos lidando
com Matemática, essa gama de fatores parece sempre estar
presente como fator explicativo, mas parece existir uma pre-
valência do argumento que afirma, categoricamente, que o
problema está na dificuldade oferecida pela própria disciplina.
É extremamente difundida a ideia de que Matemática é
difícil. Difícil em si mesma, sem levarmos em consideração a
interferência de qualquer outro fator além dos conteúdos que
compõem a própria disciplina. Essa percepção é a base de
uma visão essencializada da Matemática, o que gera conse-
quências bastante específicas para o ensino e para a aprendi-
zagem da disciplina.
O discurso da dificuldade inerente é largamente difundido
entre os alunos. A dificuldade de aprendizado em Matemáti-
ca, conforme tem sido sistematicamente diagnosticada pelos
testes padronizados das avaliações em larga escala, mas que
já era reconhecida a partir dos resultados das avaliações inter-
nas, é atribuída à dificuldade dos próprios conteúdos. É fácil
imaginar que a consequência de um entendimento desse tipo
é transferir à própria disciplina problemas que têm origem di-
versa. O aluno, ao lidar com a dificuldade em Matemática de
forma naturalizada, encara seu desempenho ruim de forma
também natural, ou, pelo menos, condescendente. É como se
não houvesse nada que ele pudesse fazer para melhorar seu
desempenho.
nesse sentido, o bom desempenho em Matemática é
atribuído ao talento individual, a uma característica inata que
faz com que alguns indivíduos consigam um pleno desen-
volvimento na disciplina, ao passo que os demais enfrentam
enormes problemas de aprendizagem. Correlata a essa forma
de encarar a disciplina, está a ideia de que Matemática é para
poucos. Se é difícil, é para que uns poucos, iluminados, sejam
capazes de decifrar sua complexa linguagem.
“ É extremamente difundida a ideia de que Matemática é difícil. Difícil em si mesma, sem levarmos em consideração a interferência de qualquer outro fator além dos
conteúdos que compõem a própria disciplina.
56
SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
todo esse raciocínio integra o imaginário do aluno em
relação à Matemática, mas, é importante que se ressalte, tal
discurso não pertence apenas aos discentes. Há uma impres-
são geral, que se apresenta, muitas vezes, quase como um
conhecimento de causa, de que Matemática é um saber difícil,
e, portanto, para poucos. no próprio ambiente escolar, isso é
amplamente reforçado. Assim como os alunos, os professores
e demais atores escolares (diretores e coordenadores peda-
gógicos, por exemplo) também compartilham a ideia da dificul-
dade inerente à Matemática, o que contribui ainda mais para
que esse imaginário se naturalize, dificultando sua alteração.
Isso pode ser observado, inclusive, entre muitos professores
de Matemática, que acreditam que a disciplina não é apenas
inerentemente difícil, mas, em termos comparativos, mais difícil
do que as demais disciplinas.
Essa perspectiva engessa o desenvolvimento de ações
que poderiam procurar lidar com os problemas de ensino e
de aprendizagem em Matemática. A naturalização da dificulda-
de vem acompanhada de poucos esforços para lidar com os
problemas de aprendizagem na disciplina. Afinal, como alterar
o que é inerente?
Além disso, essa maneira de encarar a Matemática obs-
curece o que parece ser um dos principais fatores que dá en-
sejo às dificuldades de aprendizagem na disciplina, qual seja,
a formação de professores. É evidente que os problemas de
aprendizagem, em qualquer disciplina, não podem ser impu-
tados, exclusivamente, à formação de professores. Essa seria
uma visão unilateral e incompleta do problema. no entanto, é
igualmente evidente o fato de que as dificuldades com a disci-
plina não são inerentes. não há como realizar uma hierarquia
intrínseca do saber com base nas dificuldades que os alunos e
professores sentem em relação a ele.
Se a dificuldade não é inerente, isso significa que ela é
produzida social e culturalmente. Sendo produzida, pode ser
alterada. E a formação de professores de Matemática não pode
ser olvidada para o entendimento do problema narrado. A Ma-
temática apresenta, historicamente, grandes índices de repro-
vação e, sistematicamente, como vimos, isso tem sido atribuído
à dificuldade inerente à disciplina. no entanto, cabe questionar
como a disciplina tem sido ministrada e como os professores
têm sido preparados para o ensino da mesma.
Os cursos de licenciatura, e não é diferente com a Mate-
mática, são alvos das críticas de muitos estudiosos, principal-
mente, em virtude da ausência de conexão entre os conteúdos
trabalhados ao longo da formação e sua aplicabilidade, espe-
cialmente no que diz respeito à prática docente. São reconhe-
cidos o despreparo dos professores no começo de suas car-
reiras e as grandes lacunas em sua formação inicial. A formação
continuada, quando existe, não é capaz de suplantar tais pro-
blemas. Somam-se a isso o recrutamento promovido pelos cur-
sos de licenciatura e o enfoque, nos cursos superiores, dado
ao conteúdo. Mesmo quando estamos diante de professores
que dominam o conteúdo de suas disciplinas, esbarramos no
problema da capacidade de planejar e executar boas aulas.
Isso nos ajuda a rechaçar a ideia de que as dificuldades
com a Matemática são intrínsecas. Para compreendê-las, o des-
preparo dos professores tem mais poder explicativo do que
a concepção da inerência. Os problemas começam já na al-
fabetização matemática e se acumulam ao longo das etapas
de escolaridade. Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, na
escola pública brasileira, de maneira geral, não são capazes,
por exemplo, de resolver problemas envolvendo equações de
primeiro grau, não pelos problemas em si, mas por déficits de
aprendizagem em operações simples. não parece convincen-
te, diante dos problemas que os próprios professores apresen-
tam, imputar a dificuldade à própria disciplina.
O problema da Geometria
no quadro que acaba de ser descrito, a geometria ganha
destaque, servindo como exemplo para ilustrar o argumento
que aqui está sendo apresentado. Dentre os conteúdos traba-
lhados pela Matemática ao longo das etapas de escolaridade,
todos eles, em regra, rotulados como intrinsecamente difíceis, a
“ Dentre os conteúdos trabalhados
pela Matemática ao longo das etapas de escolaridade, todos eles, em regra, rotulados como
intrinsecamente difíceis, a Geometria chama atenção quando observamos
os resultados das avaliações em larga escala.
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MAtEMátICA - 9º AnO DO EnSInO FunDAMEntAL | SAEPI 2015
geometria chama atenção quando observamos os resultados
das avaliações em larga escala. neste ponto, o que foi dito so-
bre o uso da avaliação pelas escolas e o que foi narrado acer-
ca dos problemas em se considerar as dificuldades em Mate-
mática uma característica inerente à disciplina se encontram.
Imaginemos um exemplo dos resultados de uma escola
no sistema de avaliação em larga escala. Para Matemática, os
professores observam que, em média, os alunos do 9º ano do
Ensino Fundamental acertam 45% dos itens do teste padroni-
zado. Contudo, trata-se de uma média, e é preciso observar os
resultados mais de perto. na avaliação em larga escala, o per-
centual de acerto por item é um dos resultados divulgados e
pode auxiliar muito o trabalho do professor, visto que contribui
para que hipóteses sejam levantadas.
Com tal percentual de acerto em Matemática, e observan-
do os resultados de proficiência ( já que eles se complemen-
tam, fornecendo uma análise mais completa), os professores
sabem se tratar de um resultado aquém do esperado. Entre-
tanto, ainda é preciso aprofundar a análise. A observação do
percentual de acerto por item releva que, na escola, há conteú-
dos matemáticos com os quais os alunos parecem apresentar
maiores dificuldades. É o caso da geometria.
Entre as inúmeras habilidades avaliadas pelos testes, duas
delas apresentaram os menores percentuais de acerto: com
18,3% e 22,1%, respectivamente, são habilidades relacionadas
ao uso das relações métricas no triângulo retângulo e à identi-
ficação de propriedades dos triângulos a partir da comparação
de medidas dos ângulos e dos lados. Esses percentuais estão
bem abaixo do que aqueles observados para outras habilida-
des na avaliação de Matemática. Para o 9º ano do Ensino Fun-
damental, era de se esperar que os alunos fossem capazes
de solucionar problemas que envolvessem essas habilidades.
Apesar de ser uma avaliação em larga escala, conforme
foi ressaltado anteriormente, informações sobre os alunos são
produzidas. um professor atento não negligenciaria informa-
ções relacionadas à sua turma. Os resultados mostram um pro-
blema com o desenvolvimento de habilidades em geometria,
que dizem respeito não apenas aos alunos de uma turma, mas
à escola como um todo. uma análise ainda mais ampla, mostra-
ria que os resultados de geometria, nos testes padronizados,
estão aquém do esperado em toda a rede.
A partir da leitura desses dados, não seria exagero afirmar
que a geometria merece atenção especial por parte dos pro-
fessores. A partir dos dados da avaliação educacional, cabe
ao professor de Matemática levantar hipóteses acerca de tais
resultados: trata-se de um fenômeno pontual ou diz respeito à
escola toda? Quais são os conteúdos que, em geometria, mais
têm oferecido dificuldade aos alunos? Como trabalho tais con-
teúdos com minhas turmas? Em minhas aulas, os alunos apre-
sentam tais dificuldades? Que tipo de ação pedagógica estaria
a meu alcance para que tais dificuldades sejam enfrentadas?
todas essas perguntas possuem dois pontos em comum.
Primeiro, partem de dados existentes para que análises sejam
realizadas (o uso da avaliação educacional por parte do profes-
sor, conforme apresentada no primeiro tópico deste texto). Em
um contexto onde, cada vez mais, informações são produzidas,
é fundamental que os professores possam se valer desses da-
dos para o levantamento de hipóteses e para repensar suas
próprias práticas. Além disso, elas não presumem a existência
de uma dificuldade intrínseca à Matemática ou à geometria. A
própria prática de consultar dados e de levantar hipóteses a
partir dos mesmos faz com que sejam suspensas explicações
naturalizadas sobre os problemas. Isso abre espaço para que
tudo possa ser questionado, incluindo a prática do professor.
nesse sentido, o uso dos dados da avaliação, a partir de
uma análise e reflexão sobre o que, de fato, produzem de infor-
mação, coloca em xeque a tese de que Matemática é intrinse-
camente difícil. Afinal, assim como não é possível estabelecer
uma hierarquização do saber em termos de dificuldade, tam-
bém é impossível que isso seja feito dentre os próprios conteú-
dos da Matemática. Em outras palavras, mesmo apresentando
“ Nesse sentido, o uso dos dados da avaliação, a partir de uma análise e reflexão sobre o que, de fato,
produzem de informação, coloca em xeque a tese de que Matemática é
intrinsecamente difícil.
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SAEPI 2015 | REvIStA PEDAgógICA
Vice-Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (em exercício da Reitoria)Marcos Vinício Chein Feres
Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita de Oliveira
Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares
Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende
Coordenação de Design da ComunicaçãoRômulo Oliveira de Farias
Coordenação de Gestão da InformaçãoRoberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo
Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoRenato Carnaúba Macedo
Coordenação de Medidas EducacionaisWellington Silva
Coordenação de Monitoramento e IndicadoresLeonardo Augusto Campos
Coordenação de Operações de AvaliaçãoRafael de Oliveira
Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage
Ficha catalográfica
PIAuÍ. Secretaria Estadual de Educação do Piauí.
SAEPI – 2015/ universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
v. 1 ( jan./dez. 2015), Juiz de Fora, 2015 – Anual.
Conteúdo: Revista Pedagógica - Matemática - 9º ano do Ensino Fundamental.
ISSn 2238-0574
CDu 373.3+373.5:371.26(05)
Vice-Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (em exercício da Reitoria)Marcos Vinício Chein Feres
Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita de Oliveira
Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares
Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende
Coordenação de Design da ComunicaçãoRômulo Oliveira de Farias
Coordenação de Gestão da InformaçãoRoberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo
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Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage