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Revista da Universidade Ibirapuera VOLUME 1 NÚMERO 2 JULHO/DEZEMBRO 2011 ISSN 2179-6998

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Revista daUniversidade Ibirapuera

VOLUME 1 NÚMERO 2 JULHO/DEZEMBRO 2011

ISSN 2179-6998

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Revista daUniversidade Ibirapuera

Volume 1 Número 2 Jul/Dez 2011

ISSN 2179-6998

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ReitorProf. José Campos de Andrade

Pró-Reitor AdministrativoProf. José Campos de Andrade Filho

Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e ExtensãoProf. Antônio Carlos Guedes-Pinto

Diretor AcadêmicoProf. Alan Almario

Diretora CientíficaProfa. Kilça Tanaka Botelho

Editora-ChefeProfa. Camila Soares

COMITÊ EDITORIAL (UNIVERSIDADE IBIRAPUERA)Prof. Adalberto A. SouzaProf. Alan Almario Prof. Alessandra Carvalho TeixeiraProfa. Camila SoaresProfa. Carina Macedo Martini Prof. Carlindo Baeta de OliveiraProf. Carlos NadaisProf. Cristiano Marçal TonioloProf. Cyro Eduardo de Carvalho OttoniProf. Egberto Gomes FrancoProf. Gerson CatanoziProfa Gisele ScafuroProfa. Graça Margarete de Souza TessarioliProf. José Carmino Gomes JuniorProfa. Kilça Tanaka BotelhoProfa. Luciana Baltazar DiasProf. Manoel Ricardo SeveroProfa. Maria Cândida Barreiros MagalhãesProfa. Maria da Penha Meirelles Almeida CostaProfa. Maria Helena BacaicoaProfa. Mariuldes de Faria FernandesProf. Miguel Valione JuniorProf. Thiago Pellegrini Valverde

CONSULTORES CIENTÍFICOSProfa. Adriana Maria Fraiha Monteiro – Universidade de São Paulo (USP)Profa. Alessandra Corsi – Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT/USP)Profa. Aurea Rodrigues - Universidade do Porto – PortugalProfa. Elita Urano de Carvalho – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/USP)Prof. Geraldo Jorge Mayer Martins – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)Prof. Humberto Gracher Riella – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)Prof. Julio Nelson Scussel - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)Prof. Leandro Dos Santos Afonso – Universidade Bandeirante (UNIBAN)Profa. Kênia Warmiling Milanez - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)Prof. Kleberson Ricardo Pereira – Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)Prof. Rogério Ota – Universidade São Judas TadeuProfa. Sônia Maria Lanza – Centro Universitário FIEO (UNIFIEO)

EQUIPE TÉCNICAProjeto Gráfico e Diagramação – Fellipe MoreiraBibliotecária – Viviane Alves Bolivar (CRB-8/097)

ÁREAS DE INTERESSE DA REVISTACiências Agrárias,Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Engenharias, Linguistica, Letras e Artes

Revista daUniversidade Ibirapuera

ISSN 2179-6998

Revista da Universidade Ibirapuera / Universidade Ibirapuera - Vol. 2, n° 2 (jul./dez. 2011) – São Paulo: Universidade Ibirapuera, 2011.

Vol. 2 n° 2 (jul./dez-. 2011) – Semestral ISSN 2179-6998

1.Educação Superior – Periódicos 2. Ensino Superior – Periódicos . I. Universidade Ibirapuera CDD 378

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Sumário

Análise de Macrofauna de Solo em Área de Mata Atlântica e de Reflorestamento com Pinus sp - Zona Sul de São Paulo Daniela Vilas Boas Garcia; Gerson Catanozi ......................................................................................... 10

A Importância da Matemática Crítica no Currículo da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Edgar Alves da Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Consideracões Sobre os Cursos de Habilitação em Sedação Consciente Mario Ferrari, Fernanda Campos Sousa de Almeida, Maristela Cayetano, Maria Ercilia de Araújo, Ida Cal-vieli....... ...................................................................................................................................................... 18

Caracterização Bacteriológica da Areia de Praia do Município Estância Balneária de Praia Grande/SP Katia Angeli Lopes Panagassi; Gerson Catanozi .................................................................................... 28

Educação Inclusiva - Fazendo a Diferença Alan Almario ........................................................................................................................................... 33

Supply Chain: Uma Abordagem de Gestão Para a Cadeia de Suprimentos de Vacinas Egberto Gomes Franco¹, Adriana Alves de Souza Santos², Vera Lúcia Pereira² ..................................... 38

O Uso de Materiais Alternativos para Promover O Conhecimento Científico André Nascimento da Silva, Tatiane F. Santos, Kilça Tanaka botelho, Maria Adriana Fraiha Monteiro, Ger-son Catanozi ...............................................................................................................................................43

Caracterização Bacteriológica da Areia de Praia no Município de Estância Balneária de Praia Grande/SP Katia Angeli Lopes Panagassi; Gerson Catanozi ................................................................................46

A Visão do Aluno de Odontolo da Importância da Multidisciplinaridade Odontologia-Fonoaudiologia nos Cur-sos de Odontologia Guilherme Teixeira Coelho Terra, Vera Helena Teixeira Coelho Terra, Vanda Beatriz Teixeira Coelho Domingos, Vanessa Ferriello...............................................................................................................................................49

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EDITORIAL

A iniciativa de manter uma revista semestral multidisciplinar científica como elemento da tríade ensino-pesquisa-extensão é imprescindível a uma Universidade. Seu caráter permite que ela transite em diferentes áreas e cumpra seu dever em ajudar os autores a divulgar importantes resultados a todos os profissionais interessados em se atualizar.

Esta segunda edição apresenta diversos temas, tais como Educação (matemática, química e educação inclusiva), Meio Ambiente, Saúde (qualidade de vida e odontologia) e Tecnologia. Todos foram cuidadosamente desenhados para dialogar com os seus interlocutores e convidá-los à reflexão.

Convém ressaltar que os artigos são assinados por membros da nossa comunidade interna: egressos, discentes e docentes, além de autores externos, que nos beneficiaram com suas produções e conferiram integração entre as comunidades acadêmicas.

A Revista da Universidade Ibirapuera está, mais uma vez, preparada para atuar na difusão do conhecimento e do debate multidisciplinar educacional.

Profª Kilça Tanaka Botelho

Diretora Científica

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Artigos científicos /Scientific articles

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ANÁLISE DE MACROFAUNA DE SOLO EM ÁREA DE MATA ATLÂNTICA E DE REFLORESTAMENTO COM

Pinus sp – ZONA SUL DE SÃO PAULO

Daniela Vilas Boas Garcia; Gerson CatanoziUniversidade Ibirapuera

Av. Interlagos, 1329 - São Paulo / SP, Brasil

[email protected]

Resumo

A fauna do solo compreende milhões de animais invertebrados de uma variedade de formas biológicas que vivem no solo ou que nele passam uma ou mais fases ativas. No entanto, existem muitos ambientes e áreas sob manejo cuja composição faunística edáfica merece maior investigação visto que sua ecologia básica não foi completamente elucidada. O presente artigo teve como objetivo caracterizar a comunidade de fauna edá-fica em diferentes níveis de solo em áreas conservadas de mata atlântica e de reflorestamento com Pinus sp. As coletas foram realizadas em trecho urbano próximo da Área de Proteção Ambiental Capivari-monos, zona sul do município de São Paulo, próxima à região da Serra do Mar com cobertura vegetal predominante de Mata Atlântica em diversos estágios sucessionais e também abriga áreas de cultivo e de reflorestamento com pinheiros e eucaliptos. Utilizando-se o método de coleta TSBF (Tropical Soil Biology and Fertility), descrito por Anderson e Ingram (1993), o processo dividiu-se em quatro etapas: a retirada de blocos de solo de diferentes profundidades; a extração manual e conservação dos animais; a identificação taxonômica; e a contagem dos indivíduos. Os valores foram utilizados para calcular o índice de diversidade Shannon-Wiener, a riqueza de grupos e as densidades. A análise estatística ONE WAY ANOVA e do teste Student-Newman-Keuls (p>0,05) indicaram que os parâmetros observados são maiores em solo em área de Mata Atlântica, denotando a rele-vância mútua entre a biodiversidade relativa à cobertura vegetal e a edáfica.

Palavras-chaves: biodiversidade de solo; macrofauna de solo; método TSBF.

Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 10-14

ISSN 2179-6998Rev. Ibirapuera, São Paulo, n. 2, p. 10-14, jul./dez. 2011

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Abstract

Soil fauna is part of millions of invertebrate animals among a variety of biological forms which live in the soil or take at least one active stage of life. Neverthe-less, there are many different environments and are-as under management which edaphic fauna demands an accurate investigation once its basic ecology is not completely elucidated. The objective of the present work was to characterize edaphic fauna in different levels of soil under Atlantic rainforest and Pinus sp fo-rest areas. Collects were taken around urban region next to Capivari Monos, an Environmental Protection Area at the southern São Paulo city, nearby moun-tains of Serra do Mar where main vegetation is Atlantic Rainforest at different stages of ecological succession among some crops and Pinus spp and Eucalyptus spp forests. Using TSBF (Trop-,05) were taken indicating that parameters related to Atlantic Rainforest suggest a mutual relevancy between biodiversity and vegeta-tion.

Keywords: soil biodiversity; soil macrofauna; TSBF metho

1. Introdução

O solo é formado por diversos componentes mine-

rais e orgânicos e presentes em diferentes fases – sólida,

líquida e gasosa.

Dentre os muitos possíveis integrantes, os seres

vivos assumem importante papel na formação e manuten-

ção dinâmica do solo.

Esse conjunto de organismos, de tamanhos, for-

mas e metabolismos diversos, constitui a biota do solo, res-

ponsável por importantes funções (PRIMAVESI, 1990).

A fauna do solo compreende expressiva parcela

de inúmeras formas biológicas que vivem no solo ou que

passam uma ou mais fases ativas nele.

A fauna do solo está intimamente associada aos

processos de decomposição e ciclagem de nutrientes,

que são de fundamental relevância para a homeostase

do ecossistema em que se fazem presentes (ODUM,

1988).

Dentre os organismos do solo, a macrofauna

edáfica compreende os maiores invertebrados, orga-

nismos com mais que 10 mm de comprimento ou com

mais de 2 mm de diâmetro corporal (SWIFT et al, 1979;

A Q U I N O ; C O R R E A , 2 0 0 5 ) .

Estes desempenham um significativo papel eco-

lógico à medida que participam das rotas e processos que

contribuem com o desenvolvimento da estrutura e da fer-

tilidade do solo, interagindo com as comunidades micro-

bianas e atuando naturalmente no controle populacional

de diversos componentes vivos do ambiente (PRIMAVESI,

1990).

Apesar de se afigurar dentre um dos importantes

membros da biodiversidade edáfica, o papel ecológico da

macrofauna do solo não é profundamente compreendido e

muito há ainda por ser esclarecido.

Na literatura científica, existem diversos registros

relacionando-a à capacidade de mobilidade e de fragmen-

tação de componentes do solo, estimulação vegetal e pos-

sível bioindicação ecológica em ambientes naturais ou sob

manejo, dentre outras possibilidades (CATANOZI, 2010).

No Brasil, além da diversidade de ambientes na-

turais em que a fauna edáfica se faz presente e ainda não

plenamente conhecida, devem-se incluir as áreas de reflo-

restamento e de manejo agrícola, uma vez que estas pro-

porcionam ao país o patamar de grande produtor no ramo

do agronegócio.

Mas, para tanto, as condições do solo tomam parte

como um dos fatores que asseguram resultados de alta

produtividade e, nesse processo, a macrofauna de solo

também pode assumir destaque.

O presente artigo teve como objetivo caracterizar

a comunidade de fauna edáfica em áreas conservadas de

mata atlântica e de reflorestamento com Pinus sp no muni-

cípio de São Paulo.

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Sistema H Densidade* S* Florestal (individuos/m²)

Mata Atlântica 1,797 781,0 + 392,2a 4,9 + 2,2a

Pinus SP 1,604 494,2 + 328,9b 3,1 + 1,2b

*Valores seguidos pela mesma letra minúscula na mesma linha ou mesma letra maiúscula na mesma coluna não apresentam diferença estatisticamente significativa ao nível de 5% de proba-bilidade de acordo com o teste Student-Newman-Keuls.

2. Material e Métodos

A pesquisa e o levantamento da macrofauna foram rea-

lizados no bairro de Parelheiros em localidade adjacente à Área

de Proteção Ambiental (APA) Capivari-Monos, situada no limite

sul do município de São Paulo.

O sítio de amostragem se caracteriza por estar em local

em que há a maior área de proteção ambiental do país em região

metropolitana, próxima à região da Serra do Mar.

Mata Atlântica, em diversos estágios sucessionais, é

a cobertura vegetal predominante desta área, a qual também

abriga cultivo agrícola de subsistência e reflorestamento com

pinheiros e eucaliptos (SÃO PAULO, 2011).

A coleta de amostras foi realizada em estação úmida,

segundo recomendações TSFB (Tropical Soil Biology and Ferti-

lity), descrito por Anderson e Ingram (1993) e Aquino (2001).

O processo se dividiu em quatro etapas: a retirada de

blocos de solo de diferentes profundidades; a extração manual e

conservação dos animais; a identificação taxonômica; e a conta-

gem dos indivíduos.

Para a amostragem de solo, foram feitas cinco (5) repe-

tições em um transecto (PINTO-COELHO, 2000) de 15m, com

uma coleta a cada 3m, tanto na área de mata atlântica em fase

sucessional secundária quanto na área de reflorestamento com

pinheiros (Pinus sp).

Em cada ponto de coleta, com molde metálico, foi mar-

cada uma área quadrada de lado 0,25m.

Com o intento de obter essencialmente a macrofauna

endogéica, desprezou-se a serapilheira correspondente ao pon-

to de amostragem.

Em seguida, adotando-se medidas para não desagre-

gar a amostra de solo, extraiu-se um bloco de solo da camada de

0 a 0,10m de profundidade.

O monólito obtido foi acondicionado hermeticamente

em um saco plástico previamente identificado.

Em seguida, o procedimento foi repetido com o segun-

do e o terceiro bloco de solo, 0,10 a 0,20m e 0,20 a 0,30m, res-

pectivamente.

Visando evitar a morte prematura de espécimes presen-

tes nas amostras de solo e facilitar a visualização dos mesmos,

foi realizada a extração dos animais em laboratório no mesmo

dia em que se procedera a coleta.

A obtenção da macrofauna do solo se deu manualmen-

te e com auxílio de microscópio estereoscópico, selecionando-se

os representantes invertebrados com diâmetro corporal superior

a 2 mm e/ou com comprimento superior a 10 mm.

Os indivíduos de cada amostra de solo foram conserva-

dos em álcool 70%, a partir do que se procedeu à identificação e

a contagem dos organismos. Estes foram agrupados segundo a

taxonomia, levando em conta a classe, ordem e família.

Com os dados obtidos, foi calculado o índice de diver-

sidade Shannon-Wiener e, para a interpretação da riqueza de

grupos e das densidades, foi realizada análise estatística ONE

WAY ANOVA e o teste Student-Newman-Keuls (p>0,05).

A fim de ampliar e favorecer a comparação entre os am-

bientes edáficos dos quais foram removidos os organismos da

macrofauna, nos respectivos pontos de coleta, foram extraídas

5 repetições de amostras de solo para se obter a densidade mé-

dia, conforme proposto por Kiehl (1979).

3. Resultados e Discussão

Os dados e análises estatísticas estão resumidos nas

tabelas 1 e 2.

Tabela 1 - Resultados comparativos de índice de Shannon-Wie-

ner (H), densidade (indivíduos/m2)* e riqueza de grupos taxonô-

micos (S)* de macrofauna edáfica entre sistemas florestais Mata

Atlântica e Pinus sp na APA Capivari-Monos/SP – método TSBF

(0 a 0,3m)

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Tabela 2 - Resultados comparativos de índice de Shannon-Wiener (H), densidade (indivíduos/m2)* e rique-

za de grupos taxonômicos (S)* de macrofauna edáfica em diferentes profundidades do solo entre sistemas

florestais Mata Atlântica e Pinus sp na APA Capivari-Monos/SP – método TSBF (0-0,1; 0,1-0,2; 0,2-0,3m)

Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 10-14

0,1-0,2 1,457 1,140 860,2 + 146,5B 396,2 + 105,9bC 4,6 + 0,5b 3,2 + 0,4c 0,2-0,3 1,497 1,321 305,6+181,6C 226,4+89,5bC 2,8 + 0,4c 2,8 + 1,3c

H Densidade* (Indivíduos /m²) S*

Profundidade (m)

Mata Atlãntica

Pinus SP

MataAtlântica Pinus SP Mata

Atlântica Pinus SP

0,0-0,1 1,913 1,600 11,65,8+163,0A 894,2 + 251,2 aB 7,4 + 1,5 a 5,2 + 0,4b

A partir dos valores gerais (Tabela 1), que con-

sideram o total de indivíduos no solo por sítio investi-

gado, independentemente da profundidade em que se

encontraram (somatória de 0 a 0,3m), pode-se identificar

como traço básico que, em área de cobertura vegetal

correspondente à mata atlântica, ocorre maior diversi-

dade, densidade de organismos e riqueza de grupos em

relação ao ambiente com reflorestamento de Pinus sp.

Essa situação está de acordo com Primavesi

(1990), pois, segunda essa autora, de fato, ambientes com

maior diversidade vegetal, como é proeminentemente o

caso da Mata Atlântica (2008), a biodiversidade no solo e,

consequentemente, da fauna edáfica, é maior. Além disso,

para esse mesmo tipo de ecossistema florestal – Mata Atlân-

tica, Catanozi (2010) encontrou valores semelhantes em lo-

calidade próxima à área em questão para períodos úmidos.

Atentando-se de forma comparativa para cada pro-

fundidade isoladamente, observa-se estatisticamente que,

em solo com cobertura vegetal de Mata atlântica, há maior

diversidade, densidade e riqueza de grupos quanto mais

próximo da superfície, o que corresponde à caracterização

realizada com os valores totais para as mesmas variáveis.

Essas análises demonstram que, em poucos cen-

tímetros de profundidade, há fatores ambientais que moti-

vam importantes alterações na distribuição de organismos

da macrofauna, o que já fora relatado em outros estudos

e ecossistemas (MOÇO et al, 2005; CATANOZI, 2009).

Na área com reflorestamento com Pinus sp, apenas

a camada mais próxima da superfície do solo (0-0,1) apre-

sentou diversidade, densidade e riqueza de grupos signifi-

cativamente maiores que em relação aos demais extratos.

Esses resultados podem decorrer da influên-

cia direta dos fatores do ambiente acima da superfície e

das condições que usualmente são próprias de áreas

sob manejo essencialmente monoespecífico (no caso,

Pinus sp), pois, nesse tipo de sistema, marcadamente a

porosidade é menor, visto que a densidade se mostrou

estatisticamente maior que no solo da área de Mata

Atlântica, respectivamente 89,45kg/m3 e 57,63kg/m3.

Dessa forma, a redução dos poros em que cir-

culam ar e água, principalmente em maiores profundi-

dades, juntamente com a composição qualitativamente

menos rica de serapilheira, conforme atestado por Del-

itti (1982) e Warren e Zou (2002), denota a possível di-

sponibilidade mais limitada de recursos à biota local, o

que poderia contribuir e explicar os referidos resultados.

Em Mata Atlântica, os resultados exibiram superi-

oridade significativa em diversidade, densidade e riqueza

de grupos em relação à área com Pinus sp. No entanto, em

profundidade 0,2-0,3m a densidade e a riqueza de grupos

não se mostraram estatisticamente diferentes, muito emb-

ora, em conformidade com o expresso por Ricklefs (2003),

o índice de Shannon-Wiener seja maior na Mata Atlântica

como observado nas profundidades mais superficiais.

4. Conclusões

A partir das análises quantitativas e qualitativas

efetuadas, é possível fazer as seguintes considerações:

1. Na comparação entre a macrofauna edáfica

nos dois ambientes, a área com cobertura vegetal pre-

*Valores seguidos pela mesma letra minús-cula na mesma linha ou mesma letra maiúscula na mesma coluna não apresentam diferença estatisticamente signifi-cativa ao nível de 5% de probabilidade de acordo com o teste Student-Newman-Keuls.

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Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 10-14

dominante de mata atlântica apresenta maior diversidade,

densidade e riqueza de grupos em relação ao sistema

com Pinus sp, demonstrando a importância de ambientais

florestais conservados em que as condições são apro-

priadas à manifestação da diversidade de fauna de solo

2. A profundidade do solo se apresentou como

um fator relevante no estudo de variáveis ecológi-

cas a exemplo da densidade de organismos, rique-

za de grupos e índice de diversidade, especialmente

em área de Mata Atlântica, reforçando a necessi-

dade da conservação de ambientes florestais nativos.

3. Em área de reflorestamento com Pinus sp,

as camadas mais profundas de solo (0,1m a 0,2m e

0,2m a 0,3m) parecem não oferecer condições para

uma ocorrência significativa da diversidade de fauna

edáfica, representando possível e esperado compro-

metimento ambiental, correspondido pela redução da

densidade de organismos e da riqueza de grupos.

5. Agradecimentos

À Universidade Ibirapuera, por oferecer o

curso e disponibilizar as condições de infraestru-

tura laboratorial, adequadas aos procedimentos

de natureza prática e necessárias a esse estudo.

6. Referências Bibliográficas

ANDERSON, J. M.; INGRAM, J. S. I. Tropical soil biology and fertility: a handbook of methods. 2ed. Wallingford: CAB International, 1993.

AQUINO, A. M. Manual para coleta de macrofauna do solo. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2001.

AQUINO, A. M.; CORREIA, M. E. F. Invertebrados edáficos e o seu papel nos processos do solo. Seropédica: EMBRA-PA-Agrobiologia, 2005

CATANOZI, G. Análise espacial da macrofauna edáfica sob diferentes condições ambientais dos trópicos úmidos. Tese. IGE/Unicamp: Campinas, 2010.

DELITTI, W. B. C. Aspectos dinâmicos da serapilheira de uma floresta implantada de Pinus elliottii Engelm. var. el-liottii (Mogi-Guaçu – SP). 1982. Dissertação. Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1982.

KIEHL, E. J. Manual de edafologia. São Paulo: Agronômica Ceres, 1979.

MOÇO, M. K. S.; GAMA-RODRIGUES, E. F.; GAMA-RO-DRIGUES, A. C.; CORREIA, M. E. F. Caracterização da fauna edáfica em diferentes coberturas vegetais na região norte Fluminense. Rev. Bras. Ci. Solo, 29:4, 2005.

ODUM, E. P. Ecologia. Trad. Christopher J. Tribe. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.

PINTO-COELHO, R. M. Fundamentos em ecologia. Porto Alegre: Artmed, 2000.

PRIMAVESI, A. Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. São Paulo: Nobel, 1990.

RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

SÃO PAULO. Prefeitura Municipal. Secretaria do verde e do Meio Ambiente. Plano de Manejo: Área de Proteção Am-biental Capivari-Monos 2011. São Paulo, 2011.

SOS MATA ATLÂNTICA. Mata Atlântica: informações. Di-sponível em: <http://www.sosmatatlantica.org.br/index.php ?section=info&action=mata>. Acesso em dez. 2008.

SWIFT, M.J.; HEAL, O. W.; ANDERSON, J.M. Decomposi-tion in terrestrial ecosystems. Oxford: Blackwell, 1979.

WARREN, M. W.; ZOU, X. Soil macrofauna and litter nu-trients in three tropical tree plantations on a disturbed site in Puerto Rico. In: Forest ecology and management, 170, 2002, p. 161-171.

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A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA CRÍTICA NO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

(EJA)

Edgar Alves da SilvaUNIVERSIDADE IBIRAPUERA

Av. Interlagos, 1329 – São Paulo – SP

[email protected]

Resumo

Trata-se de um relato de uma proposta didática apresentada aos alunos das últimas séries do Ensino Fundamental II (7ª e 8ª) da Educação Básica (modalidade de Ensino de Jovens e Adultos). Abordamos os conteúdos matemáticos relacionados à álgebra na perspectiva da Etnomatemática e tendo como referencial teórico a Matemática Crítica estudada por Skovsmose. Esta abordagem mostrou que os conteúdos matemáticos podem e devem ser utilizados como agentes de mudança política e social. Desta forma, a matemática deve se apresentar de forma consistente, inserida como elemento importante em um modelo de Projeto Pedagógico moderno e eficaz.

Palavras-chaves: Álgebra; Ensino de Jovens e Adultos; Etnomatemática; Matemática Crítica; Projeto Peda-gógico.

Abstract

This is a report of a didactic proposal presented to students the latest series of Basic Education (Method of teaching young people and Adults). We discuss the mathematical content related to algebra in Ethnomathematics perspec-tive and with the theoretical mathematics Critical studied by Skovsmose. This approach showed that the contents Mathematicians can and should be used as agents of political change and social. Mathematics should be presented consistently inserted as an important element in a model of Teaching Project modern and efficient.

Keywords: Algebra; Youth and Adult Education; Ethnomathematics; Critical Mathematics.

Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 15-17

ISSN 2179-6998Rev. Ibirapuera, São Paulo, n. 2, p. 15-17,Jul./Dez. 2011

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1. Introdução

Este artigo tem por objetivo indicar novos cami-

nhos para o desenvolvimento do pensamento matemáti-

co crítico. O público deste estudo é formado por Jovens e

Adultos que freqüentam as últimas séries (7ª e 8ª séries) do

Ensino fundamental II, em uma Escola Pública Municipal

da Cidade de São Paulo. Trata-se de trabalhadores onde a

Matemática surge constantemente no seu cotidiano, mas

que têm grandes dificuldades em reconhecer e associar

os conteúdos estudados na escola com a sua “matemática

cotidiana”.

Pressupõe-se que o processo cognitivo dessa po-

pulação de estudantes (EJA) se apresenta de forma dife-

renciada do conhecimento elaborado por uma criança em

idade regular de ensino. O adulto cria caminhos e cone-

xões mentais diferenciadas, associadas à sua realidade e

às suas experiências de vida, que podem ser uma chave

na elaboração de um novo currículo algébrico matemático

mais atraente e significativo.

Assume-se a hipótese que é possível abordar os

conteúdos algébricos de forma diferenciada e atraente

usando o Modelo Matemático , tendo como suporte a Et-

nomatemática , além das premissas presentes na teoria

sobre a Educação Matemática Crítica de Ole Skovsmo-

se , que salienta que devemos preparar os alunos para o

exercício consciente da cidadania, utilizando a Matemática

como instrumento de análise crítica da sociedade.

Entendemos que antes de qualquer conteúdo ela-

borado e ministrado pelos professores, devemos pensar e

repensar os processos de inclusão propostos a esses estu-

dantes. O aprendizado pode ser concreto e significativo, se

valorizarmos a autoestima e propiciarmos condições para

o desenvolvimento cognitivo destes alunos.

¹ Um conjunto de símbolos e relações matemáticas que traduz, de algu-ma forma, um fenômeno em questão ou um problema de situação real, é denominado de Modelo Matemático.² Etnomatemática – [...] um programa que visa explicar os processos de geração, organização e transmissão de conhecimento em diversos sistemas culturais e as forças interativas que agem nos e entre os três processos D’Ambrósio (1990, p.7).

Buscamos trabalhar em um processo de “ressignificação”

do papel da escola em conjunto com professores, pais,

comunidades interessadas, abrindo a possibilidade de ter-

mos formas mais justas e solidárias de convivência.

O aluno almeja ter uma formação integral que

respeite suas capacidades e talentos, e, nós, como edu-

cadores, podemos propor um ensino solidário, participa-

tivo e acolhedor, quebrando o estigma do professor como

transmissor de conhecimentos fragmentados, em tempos

e disciplinas escolares, amarrados em matrizes curricula-

res rígidas.

Quando propomos mudanças de paradigmas aos

professores, obtemos muita resistência, pois todos os mo-

delos acomodados em suas rotinas deverão ser quebrados

ou revistos e os pilares de sustentação irão sofrer uma de-

sestabilização.

Notamos, também, que toda mudança é cercada

de incerteza e de insegurança, porém pode proporcionar

aos integrantes e agentes do processo educacional uma

sensação de liberdade, jamais sentida antes.

O aluno do curso de jovens e adultos não tem uma

identidade fixada em modelos ideais, permanentes e in-

substituíveis.

Nosso modelo educacional luta contra o desgas-

te das relações interpessoais, do esvaziamento de idéias,

que geram crises contínuas em nossos velhos paradigmas.

Surge o momento de propor a mudança de mentalidade

entre os participantes do processo educacional, criando

novas inter-relações entre as disciplinas e a matemática

escolar abandonando seu isolamento.

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³ Ole Skovsmose é um dos principais responsáveis por divulgar o movi-mento da “educação matemática crítica” ao redor do mundo. Com mestra-do em Filosofia e Matemática pela Universidade de Copenhague e dou-torado em Educação Matemática pela Royal Danish School of Education Studies, Skovsmose defende em seus trabalhos o direito à democracia e o ensino de matemática a partir de trabalho com projetos.

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A escola pode expressar a visão de mundo das

mais variadas formas a partir de nossas origens, de nossos

valores e de nossos sentimentos. A construção do conheci-

mento evoluiu para a contextualização e a integração dos

saberes em rede, possibilitando a busca das soluções dos

problemas de uma forma solidária. Quando buscamos uma

escola e, por que não dizer uma sociedade inclusiva, temos

que ter coragem de repensar nossos conceitos e valores

para que a educação e, conseqüentemente, a Matemática

escolar se volte à construção de uma cidadania global, livre

de preconceitos e que reconheça e valorize as diferenças

pessoais.

Enquanto professores, questionamos as diferen-

ças sutis entre integração e inclusão, pois entendemos que

integrar sugere apenas inserir o aluno em um determinado

grupo. Já a inclusão está focada em não deixar ninguém

fora do ensino regular e, conseqüentemente, da escola pú-

blica ou privada.

Percebemos que as escolas que não conseguem

ver “a luz no fim do túnel” estando focadas apenas na cren-

ça de que o fracasso escolar, e o ensino da Matemática

se enquadram neste insucesso, é oriundo do aluno, que

não se comporta dentro dos padrões pré-estabelecidos,

portanto, a escola ainda reluta em admitir suas falhas e

assumir sua responsabilidade.

Podemos apenas avaliar o que o aluno não apren-

deu - o que ele não sabe, mas também, analisar o que a

nossa escola “não ensina” a esse aluno. Esta análise, em

muitos casos, explica e nos ajuda a corrigir falhas que evi-

tam as conseqüências geradas pela grande evasão, discri-

minação e exclusão que ronda o ensino brasileiro.

Desta forma, buscamos construir uma nova ética esco-

lar que resgate a consciência individual, social e global de nossos

alunos. Nossa busca se pauta nos novos saberes, em novos alu-

nos, e em outras maneiras de se resolver problemas e de avaliar

a aprendizagem. Buscamos, em suma, novas formas de fazer,

pois constatamos que para a maioria dos alunos, a escola é o

único espaço de acesso ao conhecimento. É o lugar onde eles

se tornam cidadãos, pessoas com uma identidade sócio-cultural

conferindo-lhes o direito de viver dignamente.

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A Matemática está inserida neste processo de res-

significação do universo escolar assumindo um papel

importante na busca de novas formas e procedimen-

tos de ensino e aprendizagem.

2. Referências Bibliográficas

BARBOSA, J.C. Modelagem Matemática: Concepções e experiências de futuros professores. Rio Claro, SP: UNESP – 2001 (Tese de Doutorado).

CAMPOS, Elza da Silva “O discurso de professores de prática de ensino e a perspectiva da Etnomatemática” PUC/SP, 2006 (Dissertação de Mestrado).

D’AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática. São Paulo: Ática, 1990.

FERREIRA, S. Etnomatemática - uma proposta metod-ológica. Série reflexão em Educação Matemática. Rio de Janeiro. MEM/USU, 1997.

MONTEIRO, Alexandrina, POMPEU JR, Geraldo. A Matemática e os Temas Transversais. São Paulo: Moderna, 2001 – (Educação em Pauta: temas trans-versais).

SKOVSMOSE, O. Educação Matemática Critica, A questão da democracia. Papirus – SBEN, São Paulo, 2000.

SILVA, Edgar Alves da “Introdução do Pensamento Al-gébrico para os Alunos do EJA: Uma Proposta de Ensi-no” PUC/SP, 2007 (Dissertação de Mestrado).

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CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CURSOS DE HABILITAÇÃO EM SEDAÇÃO CONSCIENTE

Mario Ferrari¹, Fernanda Campos Sousa de Almeida², Maristela Cayetano³, Maria Ercilia de Araújo , Ida Calvieli

1,2,4,5 Universidade de São Paulo – USPAv. Professor Lineu Prestes, 2227

[email protected]

3 Universidade Ibirapuera – UNIB

Resumo

Durante muitos anos a sedação consciente com a mistura de oxigênio e óxido nitroso foi utilizada por cirurgiões-dentistas em vários países do mundo. Já no Brasil, essa utilização só foi regulamentada com a edição da resolução do Conselho Federal de Odontologia CFO 51/04 (CFO, 2004b). Como todo instrumento de regulamentação, este também deve ser analisado para que possa ser melhor entendido. Assim, o presente estudo teceu comentários acerca dos aspectos integrantes de tal reso-lução, procurando destacar a importância e a relevância de cada um deles. Tal avaliação reveste-se de grande importância, pois a organização dos cursos que habilitarão os cirurgiões-dentistas a apli-car a sedação consciente com a mistura de oxigênio e óxido nitroso terá que cumprir os requerimen-tos presentes na citada resolução. Ressalte-se que não se pretendeu esgotar o assunto, até mesmo porque isso seria impossível, mas suscitar o interesse dos pesquisadores no desenvolvimento de investigações mais aprofundadas sobre a matéria.

Palavras-chaves: Resolução CFO n° 51/04 – Óxido Nitroso – Sedação Consciente - Analgesia Relativa

Abstract

For many years the conscious sedation with nitrous oxide and oxygen has been used in various countries in the world. This usage in Brazil has only been regulated with the present Resolução do Conselho Federal de Odontologia CFO 51/04. As any other regulating instrument, this also needs analysis for its complete understanding. In this study every aspect of the Conselho´s Resolution was analyzed, trying to underline their importance and relevance of each one of them. This evaluation has great relevance because it is based on its requirements that the courses for the habilitation of dentists who intend to use the technique of conscious sedation with nitrous oxide and oxygen will be developed and ruled. This study intends to be one of the tools that will be used to fully understand this resolution.

Keywords: Resolução CFO 51/04 – Nitrous Oxide – Counscious Sedation – Relative Analgesia

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a execução de exodontias. Apenas a partir da Lei

1.314/51 (BRASIL, 1951), teve o cirurgião-dentista o

direito de prescrever e administrar anestesia local e

troncular, além de poder utilizar medicamentos de uso

externo e interno Tais restrições, impostas ora pela leg-

islação, ora, por que não dizer, pela classe médica, fun-

damentavam-se muitas vezes no preconceituoso enten-

dimento de despreparo da classe odontológica no que

se refere à formação obtida nos cursos de graduação.

A Lei 5.081/66 (BRASIL, 1966) consagrou muitos

dos direitos da classe mas, ao mesmo tempo, abriu um

largo campo de debates ao introduzir, no inciso VI do seu

artigo 6º, a competência para o cirurgião-dentista fazer uso

da analgesia e da hipnose. Se com relação ao uso da hip-

nose a matéria tenha sido de certa forma se pacificado, com

relação ao termo analgesia foi, até a edição da Resolução

CFO-051/04 (CFO, 2004b), objeto das mais acirradas dis-

cussões, com argumentos pró e contra o entendimento de

que o vocábulo “analgesia” seria aplicável à “sedação con-

sciente” ou à “analgesia relativa” como também é chama-

da e, conseqüentemente, se a sua utilização seria legal.

Com o advento da Resolução CFO-051/04 (CFO,

2004b) a questão fica definitivamente sepultada, até porque

esse instrumento afirma que sedação consciente e analge-

sia relativa são termos empregados com a mesma finalidade,

e a normatização de seu uso também tem, como conse-

qüência, o fato de que será interpretada como o previsto no

referido inciso VI do art.6º da Lei 5.081/66 (BRASIL, 1966).

Resta, agora, tecer comentários sobre alguns dos

conteúdos previstos na citada Resolução CFO-051/04

(CFO, 2004b), com a finalidade de trazer elementos para

a sua interpretação, abrindo campo para que o tema se-

duza os estudiosos da odontologia para a realização

de outros trabalhos, de tal forma que a interpretação da

normativa nacional possa atender aos anseios daque-

les que desde longa data a pleiteavam e, por outro lado,

permita o controle sobre tal atividade de maneira que os

eventuais riscos de sua utilização sejam erradicados.

Tendo em vista que o inciso VI do artigo 6º

da Lei n° 5.081/66 (BRASIL, 1966), ao tratar da com-

petência para utilizar a analgesia e a hipnose fala tam-

bém em “desde que comprovadamente habilitado”,

1. Introdução

A preocupação dos pesquisadores da área odon-

tológica quanto à supressão ou diminuição da dor, principal

razão do “medo de dentista”, remonta aos primórdios da

história dessa ciência. Assim, a descoberta das proprie-

dades analgésicas do óxido nitroso – que se deve, em

grande parte, ao cirurgião-dentista Horace Wells – descor-

tinou novas possibilidades de resolução desse problema.

Entretanto, esse elemento foi objeto de con-

trovérsias durante o período compreendido entre os

séculos XVIII e XIX gerando, inclusive, instrumentos le-

gais que vetavam a sua utilização em procedimentos

odontológicos e até mesmo médicos. Já no século XX,

alguns países legalizaram o emprego do N2O em con-

sultórios odontológicos, desde que observadas algu-

mas condições e a utilização de aparelhos adequados.

No Brasil, a utilização esse tipo de técnica só

foi possibilitada aos cirurgiões-dentistas a partir da Res-

olução CFO 51/04 do Conselho Federal de Odontologia

(CFO, 2004b), que veio regulamentar a aplicação da an-

algesia relativa ou sedação consciente com a mistura de

oxigênio e óxido nitroso, atualmente considerada um im-

portante coadjuvante no manejo do paciente odontológico.

Assim, e considerando que a sedação consciente

promovida pelo N2O é indicada para casos específicos,

é desaconselhável para alguns pacientes e, principal-

mente, que a permissão legal para a sua utilização em

odontologia no Brasil é muito recente, o presente estudo

teve como objetivo tecer comentários acerca da Res-

olução CFO 51/04 (CFO, 2004b), até mesmo para sus-

citar o interesse dos pesquisadores no desenvolvimento

de investigações mais aprofundadas sobre o assunto.

2. Discussão

A exemplo da longa luta empreendida pela classe

odontológica para ver reconhecido o direito à prática da seda-

ção consciente, ao longo do tempo outras restrições foram

impostas ao cirurgião-dentista, tal como a que refere Sam-

ico (1994) – o Decreto nº 20.931/32 (BRASIL, 1932) -,que

limitava a utilização de agentes anestésicos de uso tópico e

medicamentos de uso externo inviabilizando, por exemplo,

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a Resolução CFO-051/04 (CFO, 2004b) estabelece

desde logo, no seu artigo 1º, que serão considerados

habilitados aqueles que obtiverem seus certificados

em cursos de habilitação aprovados pelo CFO e min-

istrados por Instituição de Ensino Superior ou Enti-

dade de Classe devidamente registrada na Autarquia.

Obviamente, havia que se resolver o problema

dos cirurgiões-dentistas que já utilizavam a técnica, seja

porque tivessem adquirido seus conhecimentos na práti-

ca ou pela realização de cursos no exterior ou até então

não reconhecidos no Brasil. Assim, as hipóteses foram

contempladas nos artigos 4º e 5º do citado instrumento

que permitem, pelo prazo de um ano a contar da data de

publicação da citada Resolução (CFO, 2004b), que os

primeiros comprovem que vinham “utilizando a analge-

sia relativa ou sedação consciente, há 5 (cinco) ou mais

anos... juntando a documentação para a devida análise

pelo Conselho Federal”, e que os segundos, que fizeram

cursos no exterior ou em instituição de ensino superior ou

entidade registrada no CFO, possam continuar a praticá-

la, ”desde que o curso atenda ao disposto nesta Res-

olução quanto à carga horária e ao conteúdo programáti-

co”, o que parece ser uma avaliação de equivalência.

Considerando que a carga horária mínima pre-

vista para os cursos voltados ao tema que venham a ser

ministrados é de 96h/aluno depreende-se não serem,

estes, cursos que se revestem da característica de cur-

sos de especialização, e também não podem ser en-

tendidos como cursos de atualização, já que tratam de

conhecimentos que não foram objeto da graduação.

Essas considerações são importantes pois in-

dicam que tais cursos caracterizam-se como uma nova

espécie de formação – a da habilitação -, porque o con-

teúdo neles ministrado destina-se, precipuamente, a ca-

pacitar legalmente o aluno para a utilização da técnica.

Como a norma é silente com relação a qualquer

requisito relativo à sua autorização pelo CFO, seja em

relação ao corpo docente, seja quanto às condições

do estabelecimento em que serão ministrados

há de se convir que deve ser urgentemente regula-

mentada sob tal aspecto, para que não pairem dúvidas

quanto aos parâmetros do processo de reconhecimen-

to desses cursos. Apenas para efeito de comparação

com a legislação estrangeira, a ADA (2000), por exem-

plo, sugere que o corpo docente deve ser dirigido por

cirurgião-dentista - ou médico, no caso dessa categoria

profissional - qualificado por experiência e treinamento,

devendo ter pelo menos três anos de experiência, inclu-

indo o treinamento formal em controle de ansiedade e

dor. Além disso, o corpo docente deve contemplar anes-

tesistas, farmacologistas, cardiologistas e psicólogos.

No que tange à carga horária prevista, consid-

erando que os cursos ora em exame são cursos novos,

destinados fundamentalmente à capacitação legal de seus

alunos para a utilização da técnica, não há como compará-

la àquela dos cursos existentes no exterior, uma vez que

estes são, via de regra, de ensino continuado, não se

encerram, e o profissional que deseja manter a habilita-

ção deve se manter atualizado e continuar a freqüentá-los

durante o tempo em que desejar manter a sua habilitação.

Conhecer o que já foi feito é premissa indispensável para

que erros anteriormente cometidos não sejam repetidos,

e para que se possa aproveitar o que foi feito de maneira

correta e eficaz. Isso pode ser comprovado quando do

estudo de qualquer matéria. Praticamente inexiste tra-

balho científico acerca da utilização de técnica que não

contemple, ainda que brevemente, um resumo histórico.

Assim, a exigência do ensino do histórico do

óxido nitroso - item a do § 3° - (CFO, 2004b) aos profis-

sionais que desejam obter a habilitação para aplicação da

técnica, mostra-se acertada e extremamente relevante.

A utilização do óxido nitroso tem as suas pe-

culiaridades, e estas devem ser completamente en-

tendidas para que o profissional que tenciona aplicar a

substância possa saber os motivos que levaram a mis-

tura do oxigênio com o óxido nitroso a ser utilizada não

mais como um anestésico, como acontecia nos primór-

dios de sua utilização, mas sim como um auxiliar para a

redução da dor e da ansiedade no paciente odontológico.

O segundo módulo previsto – item b do § 3° - no

conteúdo programático estabelecido pela Resolução

051/04 (CFO, 2004b) é a introdução à sedação, com o

desenvolvimento dos seus conceitos e definições,

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classificação dos métodos de sedação e si-

nais objetivos e subjetivos da sedação con-

sciente com a mistura de oxigênio e óxido nitroso.

Entre as várias definições encontradas, en-

tende-se por sedação o estado em que o paciente tem

a irritabilidade, o nervosismo e a ansiedade diminuí-

dos (ADA, 2002). Segundo Price (1955), é um estado

de percepção parcial ou completa do ambiente, mas

com redução significativa da ansiedade e da agitação.

“Sedação consciente: um nível mínimo de depressão da consciência que mantém a habilidade do paciente de man-ter uma via aérea e responder apropriadamente a estímulos físicos e verbais e que é produzido por um método farma-cológico ou não farmacológico ou por uma combinação de ambos.De acordo com esta definição, as drogas e ou técni-cas usadas devem ter uma margem de segurança grande o suficiente para prevenir a perda de consciência não inten-cional. Além disso, os pacientes cuja única resposta é ao estímulo doloroso repetido não serão considerados como estando em estado de sedação consciente”.

De acordo com as Diretrizes para o Ensino do

Controle Detalhado da Ansiedade e Dor em Odontologia

(ADA, 2000),

As técnicas de controle de dor e ansiedade po-

dem ser classificadas em duas amplas categorias: os

métodos não farmacológicos, que incluem o uso de téc-

nicas de comunicação, e as técnicas farmacológicas,

como a anestesia local - que não elimina a ansiedade

-, a sedação consciente - que não elimina a sensação

dolorosa -, a sedação profunda e a anestesia geral. ,

Além das técnicas de sedação, os cur-

sos oferecidos dentro desta classificação tam-

bém abrangem técnicas de anestesia local.

Finalizando o módulo destinado a desenvolver a

introdução à sedação, deverão ser ministrados conheci-

mentos sobre os sinais objetivos e subjetivos da seda-

ção consciente com a mistura de oxigênio e óxido nitroso.

Quanto aos sinais subjetivos da sedação con-

sciente, os autores citam sedação somática e física, relax-

amento mental e físico, percepção diminuída da dor, pares-

tesia ou sensação de formigamento nos lábios, nos dedos

das mãos e dos pés, nas pernas e na língua; sensação de

letargia ou leve intoxicação, que pode se manifestar em

uma ou mais partes e até no corpo inteiro; euforia, sensa-

ção de desprendimento do corpo, interpretada como flutua-

ção; sensação de aquecimento; indiferença aos arredores

ou à passagem do tempo, e impressão de estar sonhando.

Uma das maiores preocupações dos que

se opõem ao uso da sedação consciente pelos ciru-

rgiões-dentistas, tal como ela vinha acontecendo, é o

despreparo de tais profissionais para enfrentar even-

tuais emergências decorrentes de sua utilização.

Ranali e Andrade (2002) afirmam que o currícu-

lo dos cursos de graduação em odontologia não

fornece informações necessárias para lidar com

emergências médicas no consultório odontológico.

Ao dispor sobre o conteúdo programático

dos cursos, a Resolução CFO-051/04 (CFO, 2004b) Ainda segundo a autora, a sedação

consciente é conceituada como um nível mínimo

de depressão de consciência, produzido por

métodos farmacológicos e não farmacológicos,

sozinhos ou combinados (AMARANTE, 2003).

A sedação consciente é apenas umas das técnicas utiliza-

das em odontologia para o controle da dor e da ansiedade

do paciente. Na verdade, “Controle da Dor e da Ansiedade”

é o termo utilizado pela ADA para englobar todas as téc-

nicas de sedação do paciente, sejam elas conscientes

ou profundas, incluídas aí a anestesia geral, bem como

a sedação por inalação, enteral e parenteral (ADA, 2002)

Além das técnicas de sedação, os cur-

sos oferecidos dentro desta classificação tam-

bém abrangem técnicas de anestesia local.

A disciplina ou matéria voltada à dor e à ansiedade em

odontologia e seus desdobramentos - conceitos de dor e

ansiedade e fobias - são objeto da alínea d do programa

em análise. A dor é variável, depende do indivíduo, e está

diretamente relacionada ao grau de ansiedade que este

apresenta, podendo ser aumentada por ele. A ansiedade,

presente na grande maioria dos pacientes odontológicos

em maior ou menor grau, influencia diretamente as expec-

tativas e as reações que ele terá durante o tratamento. A

dor, a ansiedade, o medo e a fobia estão profundamente

entrelaçados e, via de regra, ao tratarem do tema, os au-

tores procuram realçar as diferenças existentes entre tais

sensações.

Além das definições encontradas nos dicionários,

investigadores de diferentes áreas do conhecimento

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estabelecem diferenciações entre as sensações de medo,

ansiedade e dor (Moraes e Pessoti, 1985). Assim é que

Wolf (2000) afirma que, embora haja muitos estudos so-

bre o assunto, é difícil traçar um limite entre o medo e a

ansiedade, pois ambos apresentam manifestações orgâni-

cas muito semelhantes. De acordo com a autora, a difer-

enciação mais utilizada baseia-se na definição freudi-

ana segundo a qual, ao contrário do medo, a ansiedade

não tem objeto ou motivo consciente que a justifiquem.

A identificação precisa de qualquer um dess-

es três estados faz-se extremamente necessária para

a prática odontológica, e o profissional que deseja uti-

lizar a técnica de sedação consciente com a mistura

de oxigênio e óxido nitroso deve ser capaz de identifi-

car, diferenciar e lidar com pacientes que apresentem

dor, ansiedade ou fobia do consultório odontológico.

Não carece de comentários mais aprofundados o

conteúdo previsto na alínea e do § 3° do artigo 2° da Res-

olução ora em exame (CFO, 2004b), que estabelece, como

matéria obrigatória a ser ministrada no curso, a anatomia

e a fisiologia dos sistemas nervoso central, respiratório e

cardiovascular, dada a óbvia relação que esses conheci-

mentos mantêm com a viabilidade da atuação do profis-

sional no campo da sedação consciente. Na seqüência

apresentada no conteúdo programático necessário à ha-

bilitação do cirurgião-dentista para aplicação da analgesia

relativa ou sedação consciente com óxido nitroso, a alínea

f menciona a avaliação física e psicológica do paciente, por

meio da história médica – anamnese -; do exame físico - si-

nais vitais, inspeção visual e funções motoras - e classifica-

ção do estado físico do paciente preconizada pela Ameri-

can Society of Anesthesiologists (ASA, apud ADA, 2000).

A ASA (apud ADA, 2000) estabelece uma classifi-

cação que tem como objetivo separar os pacientes

de acordo com o seu estado físico, objetivando aux-

iliar o profissional na decisão de submeter ou não

o paciente a determinado tipo de procedimento.

A importância da avaliação adequada do paciente

prende-se ao fato de que a sedação consciente não deve

ser utilizada indiscriminadamente, ou seja, ela é indicada

para alguns tipos específicos de paciente. Daí que a correta

avaliação é primordial para a correta utilização da técnica.

De acordo com Roberts e Rosembaum (1991),

durante o tratamento o paciente deve ser monitorado

pelo profissional e pela sua assistente, com o que con-

cordam Adriani (1962), Allen (1952) e Langa (1976).

Esse controle, segundo os autores, deve ser

feito ininterruptamente durante o procedimento, e inclui o

monitoramento do nível de oxigênio, do nível de óxido ni-

troso, do nível de sedação do paciente e da respiração.

O oxímetro de pulso - saturação de oxigênio

sangüíneo –, o monitoramento da ventilação - através da

auscultação do pulmão e movimento do balão na máquina

de gás -, a aferição da pressão arterial antes e após a ad-

ministração da medicação e a medição da temperatura cor-

poral devem ser práticas rotineiras (AMARANTE, 2003).

Quando se considera que, no curso de graduação

em odontologia, normalmente nenhum destes tópicos é

abordado, o instrumental utilizado não é aquele encon-

trado no dia-a-dia do cirurgião-dentista. Entretanto, parece

haver uma concordância entre os autores de que o moni-

toramento é parte essencial da sedação, razão pela qual

esse tópico torna-se de vital importância para a formação

do profissional habilitado em sedação consciente. Além

disso, como sugerem Langa (1976) e Roberts e Rosen-

baum (1991), parece haver ainda a necessidade de uma in-

strução especial para o pessoal auxiliar, conforme postulam.

A monitoração deve ser realizada através de um

formulário padrão para sedação ambulatorial, que regis-

tre os sinais vitais e outros detalhes a cada dez minutos.

Essa monitoração está prevista na alínea g

do § 3° do artigo 2° Resolução ora em exame (CFO,

2004b), que estabelece como matéria obrigatória a ser

ministrada no curso o monitoramento dos sinais vitais.

Para que se possa aplicar um fármaco cor-

retamente e com eficiência, é necessário conhecê-lo

profundamente. A importância desse conhecimento é

reconhecida na alínea h do conteúdo programático apre-

sentado na resolução aqui analisada (CFO, 2004b).

O cirurgião-dentista – que atualmente não é re-

sponsável pela preparação do gás, como ocorria no pas-

sado -, deve conhecer sua composição e processo de

fabricação, para preservar a segurança do paciente e ter

condições de decidir se é o melhor método a ser adotado.

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O cirurgião-dentista – que atualmente não é re-

sponsável pela preparação do gás, como ocorria no

passado -, deve conhecer sua composição e processo

de fabricação, para preservar a segurança do paciente

e ter condições de decidir se é o melhor método a ser

adotado. Esse é o entendimento de Correa, Amarante

e Amarante (2002), para os quais a seleção e o uso de

agentes farmacológicos não deve ocorrer sem o con-

hecimento e familiaridade com os agentes envolvidos,

devido ao seu potencial para produzir efeitos adversos.

O efeito farmacológico do óxido nitroso se inicia

no sistema nervoso central. Na presença de oxigenação

adequada, o gás não é agudamente tóxico aos siste-

mas hepático, renal ou a outro órgão, nem produz efeitos

respiratórios ou cardiovasculares clinicamente significati-

vos (COLLINS, 1978; MILLER, 1989; WINTERS; NAKA-

MURA, 1983; WYlLIE; CHURCHILL-DAVIDSON, 1974).

O conhecimento profundo das interações medi-

camentosas é extremamente importante de vez que, ha-

bitualmente, a sedação consciente pela administração

da mistura de oxigênio e óxido nitroso será combinada à

anestesia local pois, como anteriormente mencionado, o

gás não tem propriedades anestésicas marcantes. Outro

aspecto relevante a ser considerado é a possibilidade de

o paciente fazer uso contínuo de algum tipo de medica-

mento, o que pode contra-indicar a utilização da técnica,

como ocorre com indivíduos que consomem psicotrópicos.

Assim, muitas são as contra-indicações com relação

ao óxido nitroso, e o profissional que utiliza a técnica

não pode desconhecê-las. Isto porque, como é sobe-

jamente conhecido, qualquer medicamento pode solu-

cionar um problema ou provocar efeitos indesejáveis,

dependendo de quem o aplica e com qual finalidade.

Não é concebível que um profissional da área da

saúde se proponha a receitar o mais simples dos me-

dicamentos se desconhecer a maneira com que este

se comporta no organismo que vai recebê-lo ( Al-

len, 1952; Correa, Amarante e Amarnate, 2002).

Além dos aspectos já abordados, é necessário

preparar o paciente para a administração da seda-

ção consciente - art. 2º, § 3º, alínea i (CFO, 2004b).

A familiaridade do profissional com o uso da seda-

ção consciente inclui a preparação do paciente, pois é este

que será submetido ao procedimento. Desta forma, os

efeitos e possíveis complicações da técnica devem ser ex-

plicados à exaustão, para que não haja surpresas quando

da administração, o que normalmente causa desconforto

- e o desconforto no consultório odontológico normalmente

vem associado à insegurança e ao medo. E, de vez que são

exatamente essas as sensações que o cirurgião-dentista

deseja evitar ao administrar o gás, as informações forneci-

das ao paciente devem ser suficientes para que ele sin-

ta-se tranqüilo e confiante com relação ao procedimento.

O preparo psicológico do paciente é de funda-

mental importância, preconizam Correa, Amarante e

Amarante (2002) pois, se este não estiver seguro no

que diz respeito ao seu uso e efeito, poderá experi-

mentar pânico ao invés de relaxamento (Brody, 1993).

Complementando as preocupações com o con-

junto de disposições sobre a segurança no uso da téc-

nica, as alíneas j e k da Resolução CFO 051/04 (CFO,

2004b) estabelecem conteúdos que deverão ser desen-

volvidos nos cursos. Assim, entre os itens relativos à se-

gurança, podem ser incluídas as exigências feitas pela

Agência de Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

para que equipamentos de anestesia inalatória pos-

sam ser instalados. Essas exigências são objeto da res-

olução RDC 50 (ANVISA, 2002), que dispõem que o con-

sultório odontológico que deseje instalar equipamento

de administração de sedação consciente com a mistura

de oxigênio e óxido nitroso deve possuir piso condutivo.

O exame das vantagens e desvantagens é ob-

jeto de previsão no conteúdo programático da Res-

olução ora examinada (CFO, 2004b), em sua alínea l.

Como vantagens da técnica, têm-se a rápida

indução, a flexibilidade, a rápida eliminação, o baixo

risco e a possibilidade de ser dosado. Ainda, é um com-

posto que não apresenta efeitos colaterais marcantes.

Como desvantagens, são citadas a necessidade de cooperação

do paciente, o fato de, por tratar-se de substância de

muito pouco poder anestésico, necessitar de comple-

mentação, de apresentar risco de saúde ocupacional

devido aos resíduos de gases no ambiente de trabalho

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quando a exaustão é inadequada, o alto custo

dos equipamentos necessários para sua utiliza-

ção e o espaço necessário para o equipamento.

Acrescente-se ainda, como grande desvanta-

gem, a necessidade de um assistente que detenha o

mesmo grau de treinamento do administrador: a preo-

cupação com esse aspecto foi ressaltada pelo Conselho

Federal de Medicina na Resolução CFM 1.670/03 (CFM,

2003) que estabelece, em seu art. 2º, que “o médico que

realiza o procedimento não pode encarregar-se simul-

taneamente da administração de sedação profunda/

analgesia, devendo isto ficar a cargo de outro médico”.

A alínea m do conteúdo programático constante da

Resolução CFO 051/04 (CFO, 2004b) prevê que as com-

plicações da técnica devem ser objeto do curso. O período

transoperatório, que requer muita atenção do profissional,

para que não haja alteração no quadro normal do paciente.

O problema reside no fato de o cirurgião-dentista ter a sua

atenção voltada para o tratamento odontológico em si

estando, portanto, impossibilitado de voltar a sua total aten-

ção aos sinais vitais do paciente que, de acordo com o já

referido, devem ser monitorados durante toda a aplicação.

A preocupação com os riscos ocupacionais,

abuso potencial e efeitos alucinatórios está contem-

plada na alínea n do conteúdo programático apre-

sentado na resolução ora analisada (CFO, 2004b).

Os riscos ocupacionais tornam-se preocupantes

quando não há uma adequação do ambiente de trabalho,

que provenha ventilação e exaustão suficientes dos gases.

O departamento de saúde do EUA determinou

o nível de exposição ocupacional do óxido nitroso em

25ppm, 8 horas por dia, 40 horas por semana (ADA, 1999).

3. Considerações Finais

Há que se aguardar os efeitos da aplicação da resolução

CFO 51/04 (CFO, 2004b) na prática, para que seja possível

interpretá-la com vistas à sua adequação à realidade fática.

Certamente fica claro que o uso da técnica é condicionado pela

indicação precisa de sua aplicação ou não em dado paciente.

A técnica não é isenta de riscos ou contra-indi-

cações, o que não deve ser subestimado pelo

cirurgião-dentista em face de sua responsabilidade profis-

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CARACTERIZAÇÃO BACTERIOLÓGICA DA AREIA DE PRAIA DO MUNICÍPIO ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE

PRAIA GRANDE/SP

Katia Angeli Lopes Panagassi¹; Gerson Catanozi ²

1Universidade Anhanguera-Anchieta

2Universidade Ibirapuera

Av. Senador Vergueiro, 505 - São Bernardo do Campo / SP, Brasil

[email protected]

Resumo

A areia de praias contaminadas por microrganismos patogênicos são potenciais transmissoras de doenças aos seus frequentadores. Atualmente, a qualidade sanitária da areia das praias brasileiras não é monitorada sistematicamente e este é o caso da Estância Balneária de Praia Grande – SP. Os padrões sanitários têm sido avaliados fundamentalmente através dos resultados da qualidade da água do mar. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar as condições bacteriológicas das águas e das areias de praia do município Estância Balneária de Praia Grande / SP Análises microbiológicas de amostras coletadas no verão de 2011 evidencia-ram correlação entre o lançamento de esgotos e o contato direto com a água do mar na qualidade sanitária das areias. Dessa forma, as areias devem ser monitoradas e consideradas entre os principais indicadores para ações de saneamento ambiental e saúde pública.

Palavras-chaves: areia de praia; bactérias patogênicas; qualidade sanitária

Abstract

The beach sand contaminated by pathogenic microorganisms is capable of transiting diseases to visitors. Cur-rently, the health quality of the sand of Brazilian beaches is not systematically monitored and this is the case of Estância Balneária de Praia Grande – SP. Sanitary standards have been evaluated primarily by the results of the sea water quality. The objective of this study was to characterize the bacteriological conditions of water and beach sands in Estância Balneária de Praia Grande – SP. Microbiological analysis of samples collected in the summer of 2011 showed a correlation between the discharge of sewage and direct contact with seawater and the microbial safety of the sands. Thus, the beach sand should be monitored and considered among the main indicators for actions of environmental sanitation and public health.

Keywords: beach sand; microbial safety; pathogenic bacteria

Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 28-32

ISSN 2179-6998Rev. Ibirapuera, São Paulo, n. 2, p. 28-32, Jul./Dez. 2011

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1. Introdução

As praias do Município Estância Balneária de

Praia Grande representam um importante fator no de-

senvolvimento do turismo e da economia local. Além

disso, as praias consistem em uma das principais ati-

vidades de lazer dos habitantes da cidade, indepen-

dentemente de poder aquisitivo, nível cultural ou social.

Durante muito tempo, a Praia Grande foi conhe-

cida por suas praias poluídas, havia muito preconceito

contra a cidade. Segundo a Câmara e a Prefeitura da Es-

tância Balneária de Praia Grande (1990; 2007), com re-

estruturações paisagísticas, os moradores começaram

a valorizar a cidade e a criar com ela uma identidade.

Até o presente momento, o monitoramento das

condições sanitárias das praias no Município da Praia

Grande é realizado através da avaliação da qualida-

de bacteriológica das suas águas (CONAMA, 2000).

A areia de praia não influenciada pela água do

mar também pode atuar como fonte ou vetor de do-

enças, apesar do contágio por este meio não ter sido

demonstrado em estudos epidemiológicos (BOUKAI,

2005). Conforme orientação de Organização Mundial da

Saúde – OMS (WHO,1997), bactérias, fungos, parasi-

tas e vírus têm sido observados em areias de praias,

e vários gêneros e espécies destes microorganismos

são potencialmente patogênicos mediante contato.

A cidade de Praia Grande, localizada no litoral

sul do Estado de São Paulo, a cerca de 80km da ca-

pital, com população de 262.051 habitantes e a área

de 148 km², é uma das mais movimentadas do Brasil

(IBGE, 2011). Na alta temporada, recebe habitual-

mente um grande número de turistas, potencializan-

do a pressão ambiental sobre os recursos naturais.

As areias das praias do município da Praia Gran-

de podem estar contaminadas por microorganismos pa-

togênicos provenientes de diversas fontes, tais como:

lixo, animais domésticos e esgoto, representando fator

de risco para a saúde humana, podendo causar doen-

ças como: hepatite, distúrbios gastrintestinais, desidra-

tação, micoses, doenças parasitárias, dentre outras.

A Resolução Nº 274 (CONAMA, 2000), que dispõe

sobre a balneabilidade de praias, recomenda aos órgãos

ambientais a avaliação das condições parasitológicas e

microbiológicas da areia, para futuras padronizações. Em

nível Nacional e Estadual de São Paulo, não há regulamen-

tações quanto a indicadores de qualidade sanitária das

areias. A avaliação da qualidade da areia se projeta a partir

da qualidade da água do mar. Quanto às análises e pa-

drões da água do mar, a CETESB periodicamente realiza

este controle, classificando o local quanto à balneabilidade.

Segundo Boukai (2005), há iniciativas com o intuito

de estabelecer de fato indicadores e avaliação do estado

sanitário das areias de praia. Mas, não há uma padroni-

zação e ações existem internacionalmente, a exemplo

da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE, 2002).

O crescimento da cidade, aliado ao grande influxo

de turistas e uma infraestrutura incompatível com a deman-

da, pode colocar a população local e a visitante em con-

dição de risco sanitário, com desdobramentos negativos

ao meio ambiente, à saúde pública e à qualidade de vida.

O objetivo deste trabalho foi caracterizar as con-

dições bacteriológicas das águas e das areias de praia

do município Estância Balneária de Praia Grande / SP.

2. Materiais e Métodos

Para a consecução do presente estudo, utilizou-se

a pesquisa descritiva e exploratória, mediante fundamen-

tação bibliográfica, coleta de amostras em campo e análi-

ses de laboratório.

As coletas de água e areia foram realizadas no ve-

rão de 2011 em dois bairros de Praia Grande: Vila Mirim e

Vila Caiçara, sendo o primeiro em trecho de praia onde o

esgoto é tratado e, em seguida, lançado no mar em ponto

distante da praia por meio de canalização e o segundo em

trecho de praia onde há o lançamento de esgoto domésti-

co bruto diretamente na areia. Coletou-se um conjunto de

04 amostras de areia na zona seca e molhada, com pro-

fundidade de 15 – 25 cm aproximadamente da superfície

utilizando-se luvas e sacos estéreis. A coleta de água foi

efetuada retirando-se amostras a cerca de 20 cm da super-

fície em sacos plásticos estéreis identificados. As amostras

foram transportadas em bolsas térmicas e, até o momento

de análise, permaneceram sob temperatura de 2 a 8ºC

Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 28-32

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Considerando os resultados obtidos, identificou-se

que, na área investigada da praia de Vila Caiçara, a quan-

tidade total de bactérias e as espécies de bactérias anali-

sadas foram maiores que na área da praia de Vila Mirim,

possivelmente devido ao lançamento de esgoto in natura

que ocorre no primeiro caso.

Tabela 1 – Resultados analíticos da análise microbiológica

da água do mar.

* Os testes de Contagem total de Bactérias foram realiza-

dos em triplicata para confirmação de resultados. Demais

testes de patógenos forma qualitativos, indicando presen-

ça ou ausência de determinada bactéria.

** Legenda: + resultado positivo para o teste; – resultado

negativo para o teste.

Tabela 2 – Resultados analíticos da análise microbiológica

da areia de praia.

Legenda: + resultado positivo para o teste; – resultado ne-

gativo para o teste.

Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 28-32

Em laboratório, dando sequência aos procedimen-

tos práticos, para diluição das amostras de areia, esteril-

izou-se 1 litro de água destilada em frascos erlenmeyer.

Retirou-se uma sub-amostra de areia do saco de plástico

com uma espátula esterilizada procedendo à pesagem

de 10 g de cada amostra de areia sendo: 01 amostra de

areia seca e 01 amostra de areia molhada da praia de Vila

Mirim e 01 amostra de areia seca e 01 amostra de areia

molhada da praia de Vila Caiçara, diluiu-se para 100ml

com água destilada estéril em frasco tipo pyrex esteril-

izado. Em seguida, agitou-se por 10 minutos todas as

amostras para garantir uma lavagem eficiente da areia.

A partir deste lavado de areia, retiraram-se,

em condições de assepsia, alíquotas do líquido sobre-

nadante para testes bacteriológicos. Ensaios equiva-

lentes foram executados para as amostras de água.

Como parâmetros bacteriológicos indicadores

de qualidade das areias, foram escolhidos: Contagem

total de Bactérias, Coliformes totais, Escherichia coli,

Pseudomonas aerugionosas, Staphylococcus aureus,

Enterobactérias e Salmonella spp, usados na classifi-

cação da qualidade de águas de balneabilidade, assum-

indo a interação entre a água do mar e a areia e a forte

associação ao homem e animais (CONAMA, 2000).

A técnica utilizada para análise da água do mar

será a de membrana filtrante que é um método rápido e

preciso para isolamento e identificação de colônias de bac-

térias. Esta técnica é recomendada pelo Standard of Meth-

ods for the Examination of Water and Wastewater (APHA,

1998), referência Internacional em análises em águas.

A técnica utilizada para análise da areia será

de Presença e Ausência em meio de cultura de en-

riquecimento e posterior identificação de patógenos em

meios de cultura seletivos. Esta técnica está adaptada

à referência da Associação Bandeira Azul da Europa

(ABAE, 2002), adaptando os meios de cultura seletivos.

3. Resultados e Discussão

A partir das análises microbiológicas realizadas

com as amostras da água do mar e de areia nas áreas

investigadas – com e sem a presença de esgoto, foram

obtidos os resultados analíticos (Tabelas 1 e 2).

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31

O nível de contaminação microbiológica na areia da praia

foi maior do que a contaminação observada nas amostras

de água. Nesse caso, deve-se também considerar o fato de

que a atividade decompositora é mais intensa onde a água

está disponível em comparação às porções mais secas,

como a areia, o que poderia determinar diferenças na quan-

tidade de material orgânico disponível em cada ponto inves-

tigado. Nesse caso, corroborando o que descreveu Boukai

(2005), a disponibilidade de matéria orgânica pode condi-

cionar a proliferação de microorganismos em areia de praia.

A areia seca apresentou contaminação supe-

rior à areia úmida nas duas áreas estudadas. É possível

que tal condição seja decorrente do processo de “lava-

gem” da água do mar na areia mais próxima (molhada),

o que não ocorre com a areia mais distante do alcance

da maré (seca), conforme observou Boukai (2005).

Uma possibilidade adicional a ser considerada para

o diferencial entre areia seca e areia molhada pode residir

no fato de que, tendo em vista que a faixa de areia seca é

mais próxima ao calçadão e aos comerciantes de alimen-

tos, que se encontram ou se deslocam nesse setor, assim

como de movimento de pedestres e cães, as observações

levam a reforçar a hipótese de que tais fatos contribuem

para maior contaminação microbiológica, caracterizando

ainda mais a urgência de incluir o monitoramento sistemáti-

co dos fatores envolvidos na qualidade sanitária local.

4. Considerações Finais

As análises realizadas permitem fazer as seguintes

considerações:

1. Areia de praia pode apresentar características

bacteriológicas distintas em razão do modo de uso e do

lançamento de esgoto.

2. Há possível comprometimento da qualidade

sanitária aos visitantes devido à presença das popula-

ções de bactérias patogênicas identificadas nesse estudo.

*

Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 28-32

3. A inexistência de padrões clara e

amplamente estabelecidos para a caracterização bac-

teriológica das areias de praia revela a necessidade

premente de melhoria de políticas e gestão públicas

a fim de aprimorar as ações relativas ao meio ambi-

ente, condições de balneabilidade e saúde pública.

5. Referências Bibliográficas

ABAE – Associação Bandeira Azul da Europa. Qualidade

Microbiológica das areias de Praias Litorais. Portugal,

Julho 2002. Disponível em: http://abae.pt/bandeira/relato-

rio-final-areias.pdf. Acesso em 03/03/2011

APHA-American Public Health Association, AWWA- Ameri-

can Water Works Association e WEF-Water Environment

Federation. Standard Methods for Examination of Water

and Wastewater. 20 ed. Estados Unidos da América do

Norte: APHA. 1998.

BOUKAI, N. Qualidade Sanitária da Areia das Praias no

município do Rio de Janeiro: Diagnóstico e Estratégia para

Monitoramento e Controle. 2005. Dissertação (Mestrado)

– UERJ, 2005

CÂMARA MUNICIPAL DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE

PRAIA GRANDE. LEI Nº 681/90 de 06 de abril de 1990.

Institui a Lei Orgânica da Estância Balneária de Praia

Grande. Disponível em: http://www.praiagrande.sp.gov.br/.

Acesso em: jun. 2011.

CONAMA. Ministério do Meio Ambiente. Resolução 274. 29

nov. 2000. Dispõe sobre as condições de balneabilidade.

Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/ conama/r/

res00/res27400.html. Acesso em: 24/02/11

IBGE. Cidades@: Praia Grande. IBGE, 2011. Disponí

vel em: http://www.ibge.gov.br/ cidadesat/painel/painel.

php?codmun=354100. Acesso: jun/2011.

Page 32: ISSN 2179-6998 Revista da Universidade Ibirapuera · Prof. Egberto Gomes Franco Prof. Gerson Catanozi Profa Gisele Scafuro Profa. Graça Margarete de Souza Tessarioli ... Prof. Leandro

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Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 28-32

PREFEITURA DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE

PRAIA GRANDE. 2007. Prefeitura entrega reestru-

turação da Avenida São Paulo. http://www.praia-

grande.sp.gov.br/ pgnoticias/noticias/noticia_01.

asp?cod=6527&cd_categoria=. Acesso em: jun. 2011.

WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Region-

al Office for Europe. Development of WHO Guide-

lines for Safe Recreational Water Environments.

WHO,1997. Disponível em: http://www.euro.who.

int/document/e58484.pdf. Acesso em 05/03/2011.

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Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 33-37

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: FAZENDO A DIFERENÇA

Alan AlmarioUniversidade Ibirapuera.

Av. Interlagos, 1329 - São Paulo - SP

[email protected]

Resumo

Falar em educação inclusiva ultrapassando os limites da educação especial e da educação integracio-nista é o desafio deste artigo. Como incluir o diferente? Quem é este aluno diferente e quais as suas ne-cessidades de inclusão? Será que somente os portadores de necessidades especiais são foco da atua-ção docente em busca de uma sociedade mais inclusiva e que respeite os que são diferentes da maioria?Ao falar em educação inclusiva com os docentes percebe-se que logo acontece uma associa-ção com a inclusão dos portadores de necessidades especiais com os demais alunos da tur-ma, sempre é necessária uma provocação técnica para abrir os horizontes destes docen-tes e eles enxergarem que temos outros públicos tão necessitados desta inclusão também. Pessoas em situação de vulnerabilidade social, em conflito com a lei, ciganos, circenses, “tri-bos” da moda (emos, nerds etc), além de pessoas vindas de culturas diferenciadas também ne-cessitam da ajuda do docente para que possam se sentir parte da turma em que estudam.

Palavras-chaves: Inclusão, Legislação Educacional, Educação Especial, Educação Inclusiva

Abstract

Speaking in inclusive education beyond the boundaries of special education and education is the challenge integrationist this article. How to include the different? Who is this student and what their different needs for inclusion? Do only those with special needs are the focus of tea-cher performance in search of a more inclusive and respects those who are different from most?When we talk about inclusive education with teachers realize that just happens to include an associa-tion of people with disabilities with other students in the class, always a provocative technique is required to open the horizons of teachers and they see that we have other public so also in need of this inclusion.People in socially vulnerable in conflict with the law, gypsies, circus, “tribes” of fashion (emos, nerds etc.) as well as people from different cultures also need the help of teachers so they can feel part of the they attend class

Keywords: Inclusion, Education Law, Special Education, Inclusive Education

ISSN 2179-6998Rev. Ibirapuera, São Paulo, n. 2, p. 34-38, Jul./Dez. 2011

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Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 33-37

1. Educação Especial

Historicamente no Brasil, inicialmente, a educação

era um privilégio de poucos, exclusiva dos donos de terra e

senhores de engenho, como explica Romaneli, 2010: Ape-

nas àqueles cabia o direito à educação e, mesmo assim, em

número restrito, porquanto deveriam estar excluídos dessa

minoria as mulheres e os filhos primogênitos, aos quais se

reservava a direção futura dos negócios paternos. Destarte,

a escola era frequentada somente pelos filhos homens e

não primogênitos. Estes recebiam apenas, além de uma

rudimentar educação escolar, a preparação para assumir a

direção do clã, da família e dos negócios, no futuro. Era, por-

tanto, a um limitado grupo de pessoas pertencentes à classe

dominante que estava destinada a educação escolarizada.

A partir do século XVII e principalmente quan-

do da criação da Declaração dos Direitos do Homem e

do Cidadão (1789), o conceito de cidadania foi mais di-

vulgado e bem visto pelos brasileiros, já que logo no

primeiro artigo se previa que “Os homens nascem e são

livres e iguais em direitos”. Por sinal, esta Declaração

serviu de base para a criação da Declaração Univer-

sal dos Direitos Humanos adotada pela ONU em 1948.

Em 1854 foi criado o Imperial Instituto dos Meni-

nos Cegos, primeira iniciativa de Educação Especial no

Brasil, que buscava um atendimento educacional especial-

izado para cegos em substituição ao ensino comum. Em

1926 foi fundado o Instituto Pestalozzi para atendimento

às pessoas com deficiência mental e em 1954 foi criada

a primeira Associação de Pais e Amigos do Excepcional

(APAE). Esses primeiros locais para atendimento desta

população diferenciada tinham em comum o fato de que

trabalhavam basicamente com a retirada deste aluno da

escola “normal” para que houvesse um atendimento difer-

enciado e especializado dentro de suas necessidades.

Um livro da época, “Pais e Mestres – Ensaio de

Pedagogia Familial” de 1962 (uma tradução do original

francês de 1945 publicado com o nome de “Aux Parents”)

faz uma classificação do que seriam crianças “anormais”:

Outra categoria de crianças apresenta maior interesse.

São suscetíveis de formação e instrução, quando tratadas

por métodos apropriados em educandários especializados.

Mencionemos os cegos, os surdo-mudos. Devem, porém,

afastar-se da família e são inadmissíveis em escola comum.

Tampouco nos ocuparemos desta categoria nas presentes

páginas. Mas resta o grupo de crianças que nos merece aten-

ção? São aquelas que ‘não são como as mais’, do ponto de

vista intelectual ou disciplinar. Não parecem bastante feridas

em seu psiquismo para requererem afastamento da família

e feridas demais para comportar-se, como tôda gente, quer

na sociedade, quer na escola. São anormais. (LEÃO, 1962).

Dentro deste conceito de segregação destes alunos

vigente na época, houve uma grande expansão de entidades

especializadas a atender os mais diversos tipos de públicos

diferenciados. Estas instituições passaram a ditar quais

seriam os padrões de qualidade para estes atendimentos.

Foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-

cional (LDB) de 1961 que veio garantir o direito dos “excep-

cionais” à educação em seu artigo 88, preferencialmente

dentro do sistema geral de ensino, “A educação de excep-

cionais, deve, no que fôr possível, enquadrar-se no sistema

geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade”.

A LDB subsequente, de 1971, não revogou o artigo

80 de sua antecessora e determinou em seu artigo 9º que

“Os alunos que apresentem deficiências físicas ou men-

tais, os que se encontrem em atraso considerável quanto

à idade regular de matrícula e os superdotados deverão

receber tratamento especial, de acordo com as normas

fixadas pelos competentes Conselhos de Educação”.

Apesar destes incentivos legais e da abertura de

vários estabelecimentos especializados, o número de crian-

ças matriculados na Educação Especial ainda era pequena,

por exemplo, no Estado de São Paulo de uma população es-

timada em 270 mil crianças excepcionais em idade escolar,

em 1974, a rede pública era responsável pelo atendimento

de 12904, enquanto a rede privada se responsabilizava por

15.763 atendimentos” (BUENO, 2004) . Baseado nestes

dados percebemos que apenas cerca de 10% do total de

crianças com necessidades especiais eram atendidas na

chamada Educação Especial e que deste pequeno per-

centual, mais da metade estavam em instituições privadas.

Os pontos negativos destas classes especiais estão

principalmente na questão da privação da convivência

da criança com necessidades especiais dos demais e

porque convivendo apenas com crianças que apresentam

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Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 33-37

as mesmas dificuldades que ela, perde-se em diversi-

dade de experiências e consequentemente em quali-

dade de aprendizado. Por estas razões hoje quando

falamos em Educação Especial não estamos nos refer-

indo a este modelo ultrapassado, mas de uma política

dentro da perspectiva da educação Inclusiva, conforme

descrito na Política Nacional de Educação Especial:

“(...) passa a integrar a proposta pedagógica da

escola regular, promovendo o atendimento às necessi-

dades educacionais especiais de alunos com deficiên-

cia, transtornos globais de desenvolvimento e altas ha-

bilidades/superdotação. Nesses casos e noutros que

implicam transtornos funcionais específicos, a educação

especial atua de forma articulada com o ensino comum,

orientando para o atendimento às necessidades educa-

cionais especiais desses alunos.” (MEC/SEESP, 2007).

2. Educação Inclusiva

No final da década de 80 e início da década de 90, doc-

umentos como a Constituição Federal (1988), ECA - Es-

tatuto da Criança e do Adolescente (1990), Declaração

Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declara-

ção de Salamanca (1994) influenciaram a formulação

de políticas públicas visando a educação inclusiva.

“Art. 208. O dever do Estado com a educação será efeti-

vado mediante a garantia de: (...)III - atendimento educa-

cional especializado aos portadores de deficiência, prefer-

encialmente na rede regular de ensino;” 7

“Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao ado-

lescente: (...) III - atendimento educacional especializado

aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede

regular de ensino;” 8

“Art. 3. Universalizar o acesso à Educação e promover a

equidade: (...) 5 - As necessidades básicas de aprendiza-

gem das pessoas portadoras de deficiências requerem

atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam

a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo

e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do

sistema educativo.” 9

“Nós, os delegados da Conferência Mundial de Educa-

ção Especial, representando 88 governos e 25 organiza-

ções internacionais em assembléia aqui em Salamanca,

Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994, reafirmamos o

nosso compromisso para com a Educação para Todos,

reconhecendo a necessidade e urgência do providencia-

mento de educação para as crianças, jovens e adultos com

necessidades educacionais especiais dentro do sistema

regular de ensino e re-endossamos a Estrutura de Ação em

Educação Especial, em que, pelo espírito de cujas provisões

e recomendações governo e organizações sejam guiados.

Acreditamos e Proclamamos que:

• Toda criança tem direito fundamental à edu-

cação, e deve ser dada a oportunidade de atin-

gir e manter o nível adequado de aprendizagem,

• toda criança possui características, interesses, habili-

dades e necessidades de aprendizagem que são únicas,

• sistemas educacionais deveriam ser designados

e programas educacionais deveriam ser implemen-

tados no sentido de se levar em conta a vasta di-

versidade de tais características e necessidades,

• aqueles com necessidades educacionais especi-

ais devem ter acesso à escola regular, que dever-

ia acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada

na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades,

• escolas regulares que possuam tal orientação in-

clusiva constituem os meios mais eficazes de com-

bater atitudes discriminatórias criando-se comu-

nidades acolhedoras, construindo uma sociedade

inclusiva e alcançando educação para todos; além disso,

tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria das

crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância,

o custo da eficácia de todo o sistema educacional.” 10

Neste caminho evolutivo em busca da educa-

ção, é possível deparar-se com outra concepção, só

que voltada à integração, muitas vezes confundida com

inclusão. Nela, há uma visão individualizada de cada

tipo de aluno dentro do modelo médico de deficiência

que se encontra mais focado no diagnóstico. Os progra-

mas desenvolvidos dentro desta perspectiva atendem

apenas alunos com necessidades especiais e propõem

condições mínimas para que este aluno com deficiência

possa estudar em uma sala regular. Acredita ainda que

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Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 33-37

a própria pessoa com deficiência deve procurar se integrar

à escola.

O conceito de inclusão questiona tanto o modelo

de educação especial como o modelo de educação inte-

gradora, já que acredita que todos os alunos, sem exceção

devem frequentar as salas de aula regulares. É preciso

lembrar que incluir não é apenas matricula-lo na escola e

coloca-lo na mesma sala dos demais. “A inclusão é uma

inovação que implica em um esforço de modernização e re-

estruturação da maioria de nossas escolas – especialmente

as de nível básico – ao assumirem que as dificuldades de

alguns alunos não são apenas deles, mas resultam em

grande parte do modo como o ensino é ministrado e de

como a aprendizagem é concebida e avaliada (MANTOAN,

2006)”. Baseado nisso há a percepção de que é necessário

mudar a escola, torná-la receptiva a este aluno que precisa

ser incluído e para isso há a necessidade da adaptação

não só da estrutura física e dos equipamentos como tam-

bém da conscientização de toda a comunidade escolar.

Percebe-se que além dos portadores de necessi-

dades especiais outros grupos também sofrem esta seg-

regação quando chegam à nossa sala de aula. Circenses

e povos nômades como os ciganos, sofrem o estigma de

estarem a cada época em um lugar diferente e passa-

rem pelo processo de inclusão diversas vezes, é natural

a sua dificuldade em acompanhar alguns conteúdos por

não ter tido o embasamento na escola anterior ou de con-

cluírem suas atividades muito rapidamente por já terem

estudado aquela matéria anteriormente. De toda forma

acabam sendo diferenciados da maioria e excluídos.

Cabe ao professor o trabalho de adaptação desta popu-

lação, reforçando pontos não aprendidos e aproveitando

as experiências que adquiriram nas atividades da aula.

Pessoas em situação de vulnerabilidade social e

que estão ou estiveram em conflito com a lei também aca-

bam sendo excluídas por questões de preconceito social.

Cabe ao professor tratar este assunto de forma esclare-

cedora para seus alunos e ir inserido estes alunos nas

atividades em grupo, buscando quebrar estas barreiras

e mostrando que elas estão em condições passageiras.

Já os alunos de culturas diferentes ou adeptos de

grupos diversos (nerds, emos, etc), acabam sendo excluí-

dos pela diferenciação de seus costumes, gostos e cultura.

O professor deve aproveitar destas experiên-

cias que estes alunos vivem ou já vivenciaram para

suas aulas, fazendo com que todos conheçam mel-

hor estas diferenças e se interessem por sua cultura.

3. Considerações Finais

O amadurecimento da sociedade desde o

começo do processo inclusivo de alunos no sistema edu-

cativo obteve avanços significativos desde a educação

especial, passando pelo conceito integrador para que

hoje seja possível discutir melhor a educação inclusiva.

Sempre é bom lembrar que é importante aproveitar

o que há de melhor em cada uma das etapas para criar

um conceito mais apropriado para o atendimento aos alu-

nos. Um conceito novo, como o da educação inclusiva, não

deve simplesmente ignorar as contribuições dos proces-

sos anteriores, afinal, existe a consciência da importância

dos atendimentos especializados realizados por escolas

especiais que mantém uma estrutura adequada e profis-

sionais preparados para oferecer uma aprendizagem

significativa dentro das especificidades de cada grupo.

Também não é possível descartar totalmente a ideia da

educação integradora quando estabelece limites para a

inclusão de determinados alunos baseada em seu diag-

nóstico clínico, afinal, o objetivo é incluir todos, mas sem

prejudicar o andamento do processo educativo dos demais.

Para garantir a implementação da educação inclu-

siva, como foi concebida, existe a necessidade de capaci-

tar os profissionais da rede de ensino tanto pública como

privada para esta realidade educacional, equipar e adaptar

fisicamente nossas escolas para garantir o acesso de todos

de forma adequada e reorganizar o conteúdo pedagógico

abrindo possibilidades de diálogo, incentivando a criativi-

dade, favorecendo a cooperação, propiciando a solidarie-

dade, garantindo a estes alunos tempo e liberdade para

aprender dentro de suas características, avaliando dentro

de suas possibilidades e valorizando seus avanços. Apren-

dendo a ensinar para todos é possível fazer a diferença.

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Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 33-37

4. Referências Bibliográficas

BUENO, José Geraldo Silveira Bueno. Educação Especial

Brasileira. Editora Educ; São Paulo, 2004.

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 4024, de 20

de Dezembro de 1961.

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 5.692, de 11

de agosto de 1971.

Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfa-

ção das necessidades básicas de aprendizagem, Jomtien,

1990.

Declaração de Salamanca: Sobre Princípios, Políticas e

Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais,

Salamanca, 1994.

Estatuto da Criança e do Adolesente, Lei 8069, de 13 de

julho de 1990.

LEÃO, Irmão. Pais e Mestres – Ensaio de Pedagogia Fa-

milial. Editora FTD; São Paulo, 1962.

MANTOAN, Maria Teresa Égler. Inclusão Escolar. O que

é? Por quê? Como Fazer?. Editora Moderna; São Paulo,

2006.

MEC/SEESP. Política Nacional de Educação Especial na

Perspectiva da Educação Inclusiva, 2007.

ROMANELLI, Otaísa de Oliveira. História da Educação no

Brasil. Editora Vozes. 35ª Ed. Rio de Janeiro; 2010.

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SUPPLY CHAIN: UMA ABORDAGEM DE GESTÃO PARA A CADEIA DE SUPRIMENTOS DE VACINAS

Egberto Gomes Franco¹, Adriana Alves de Souza Santos², Vera Lúcia Pereira²

Universidade Ibirapuera

Av. Interlagos, 1329 – São Paulo – SP – Brasil

[email protected]

Resumo

Esta pesquisa apresenta como tema central o estudo de como se desenvolve a cadeia de suprimentos de vacinas de uma Indústria Farmacêutica, com o objetivo geral de descrever como funciona o sistema logístico de vacinas. Utilizamos a metodologia qualitativa, exploratória e um estudo de caso na Sanofi Aventis. No referencial teórico, abordamos temas como cadeia de suprimentos, gerenciamento integrado de cadeia de suprimentos, previsão de demanda, movimentação física, recebimento e armazenagem de vacinas. Objetivamos demonstrar como são desenvolvidas as etapas de vendas de vacinas, imunobiológico cada vez mais necessário na vida do ser humano.

Palavras-chaves: Supply Chain, Cadeia de Suprimentos, Vacinas, Indústria Farmacêutica.

Abstract

In this work, one investigated the vaccine supply-chain with the objective to describe the logis-tic system of vaccines. This research was performed as an exploratory and qualitative case in Sa-nofi Avetis. Supply chain, integrated management supply chain, forecast, physical distribution.

Keywords: Supply Chain, vaccines, pharmaceutical industry.

Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 38-42

ISSN 2179-6998Rev. Ibirapuera, São Paulo, n. 2, p. 39-43, Jul./Dez. 2011

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Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 38-42

1. Introdução

O Supply Chain tem sido um grande responsável

no sucesso das empresas de forma estratégica, pois de-

pende dos parceiros de negócios. Eles ajudam a tomar de-

cisões estratégicas em canais de distribuição, envolvendo

diversos departamentos tais como os departamentos de

marketing, de vendas e área logística. São envolvidas

áreas funcionais para se criar uma estratégica de sucesso.

As indústrias farmacêuticas estão aumentando

sua participação no mercado em constante crescimento

sendo responsáveis pela fabricação, comercialização e

distribuição de medicamentos e vacinas. Estão cada vez

mais intensivas em pesquisas e desenvolvimento de produ-

tos novos ou melhorados, desenvolvendo cada vez mais a

competição entre concorrentes. Nas indústrias farmacêuti-

cas, têm surgido parcerias e alianças sinérgicas entre for-

necedores e compradores, e nelas a cadeia de suprimen-

tos é extensão do gerenciamento logístico interno para a

cadeia externa. Uma alternativa para a busca de competi-

tividade em manufatura é a formação e o gerenciamento

de redes de empresas fornecedoras de itens e serviços.

É na Cadeia de Abastecimento que todo es-

forço envolvido nos processos e atividades empresariais

criam valor na forma de produtos e serviços para o con-

sumidor final, sendo também uma forma integrada de

planejar e controlar o fluxo de mercadorias. Conhecer a

relação e como é desenvolvida a Cadeia de Suprimento

de vacinas, é um desafio que apresentamos a seguir,

buscando esclarecer em tópicos, como funciona uma

Cadeia de Suprimentos de uma Indústria Farmacêutica

na área de vacinas e apresentar os constantes planeja-

mentos, projeções e desafios basicamente da integra-

ção de recursos de humanos e físicos intermediários que

possibilitam o alcance do objetivo final de satisfação do

cliente, com entregas no prazo, com qualidade, além do

compartilhamento dos riscos causados pelas incertezas

de demandas, objetivando manter a sobrevivência e com-

petitividade, sendo eficaz e eficiente simultaneamente.

2. Objetivos • Identificar alguns conceitos relacionados às ativi-

dades de Supply Chain;

• Identificar alguns conceitos relacionados às ativi-

dades de Supply Chain de uma Indústria Farmacêutica

• Descrever o sistema logístico de vacinas de uma

Indústria Farmacêutica.

3. Cadeia de Suprimentos

Definição de Supply Chain

Segundo Chopra (CHOPRA, 2004) o termo Supply

Chain, conhecido como Cadeia de Abastecimento, é todo

esforço envolvido nos processos e atividades empresariais

que criam valor na forma de produtos e serviços para o

consumidor final, sendo também uma forma integrada de

planejar e controlar o fluxo de mercadorias. Engloba todo o

gerenciamento de oferta e demanda matérias-primas, man-

ufatura, acompanhamento de estoque e pedidos e controle

de distribuição e entregas. Não inclui apenas fabricantes

e fornecedores, mas também transportadoras, depósitos,

varejistas e os próprios clientes. O Supply Chain revolu-

cionou completamente a forma de compra, a produção e

distribuição de bens e serviços, pois é responsável pelo

planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mer-

cadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o

consumidor, focando-se necessariamente no atendimento

ao cliente.

4. Cadeia de Suprimento de Vacinas: Conforme Chopra, 2004, à medida que a Indústria

Farmacêutica evolui, evolui também a logística dos medi-

camentos e vacinas, de forma a integrar cada vez mais os

processos entre Indústria Farmacêutica e provedora de

serviços logísticos. A logística dos medicamentos e vacinas

tende cada vez mais para esta evolução, principalmente

por ser um produto de vital importância, com alto valor agr-

egado e sempre à frente em termos de inovação. A logís-

tica não ficaria fora dessa constante evolução que hoje, os

fármacos são submetidos e, assim, as empresas e profis-

sionais estão se especializando nesta atividade. Várias di-

ficuldades são encontradas e assim, diversas soluções são

desenvolvidas para, cada vez mais, garantir que o produto

esteja ao alcance do paciente com qualidade, agilidade e

segurança. É necessário que seja efetuado um projeto com

uma análise eficiente, pois estes produtos são produtos

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Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 38-42

Devem ser fabricados, mantidos, transportados e entreg-

ues adequadamente, pois neste caso, especifico, não é

comprometida apenas a qualidade e eficácia do produto,

mas também a vida dos individuo que farão uso do mesmo.

4.1 Gerenciamento Integrado da Cadeia de Suprimentos

Em estudos efetuados por CAMPOS, 2010, o Ger-

enciamento Integrado da Cadeia de Suprimentos, é defini-

do como um enfoque integrado orientado para o processo,

visando adquirir, produzir e entregar os produtos e serviços

aos clientes. O Gerenciamento Integrado de Cadeia de

Suprimentos também é conhecido como ISCM (Integrated

Suplly Chain Management), com um amplo escopo, que

inclui subfornecedores, fornecedores, operações internas

de transformação, estocagem e distribuição, atacadistas,

varejistas e consumidores finais, cobrindo o gerencia-

mento do fluxo de materiais, de informação e de fundos.

O Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos otimiza a

produtividade, lucratividade e nível de serviço aos clientes.

Seu foco é planejar, administrar e controlar o fluxo de ma-

teriais desde o fornecedor de matérias-primas até o consu-

midor final, objetivando a eficácia e agilidade possível, de

forma que agregue valor a todos da cadeia. Não se trata

de uma função, mas de um processo que atravessa hori-

zontalmente um organograma funcional (BALLOU, 2006).

4.2 Estoques e Demandas de Vacinas

Orientações contidas no Manual Rede de Frio

(ROCHA, 2001) relatam os maiores desafios de uma ca-

deia logistica de vacinas, é a perecibilidade fácil deste imu-

nobiológico, gerando um aumento de custos, pois neces-

sita de cuidados especificos relacionados a manutenção

de sistemas refrigerados especificos, a exposição á furtos,

prazos de validade curtos, que são determinados pelo lab-

oratório produtor sendo necessários manter a disponibili-

dade do imunobiológico, na proporção de sua utilização.

A quantidade de vacinas armazenadas e o

tempo de permancencia nos estoques representam

o maior custo da manutenção da cadeia logística, por

possuirem inumeras variáveis de acordo com a procu-

ra, e quanto maior a variavel , maior serão os esforços

organizacionais necessários para a diminuição destes

estoques. É necessário um bom gerenciamento de de-

manda , para que não haja sobra ou falta de estoque, o

que implicaria na perda de oportunidade vacinal. Neste

processo as tecnológias de informação, que permitem o

registro de dados em tempo real e o conhecimento ex-

plícito são ferramentas essenciais para o bom gerencia-

mento e criteriosa previsão de demana. Uma das técni-

cas utilizadas para uma eficiente previsão de demanda

é a natureza quantitativa, isto é, que englobam decisões

mercadologicas, desde as estratégias de marketing

até definições de níveis de serviços (MACEDO, 2010).

4.3 Previsões de Demanda de Vacinas

A previsão de demanda de vacinas é efetuada em

médio prazo, pois existem sazonalidades e surtos que vari-

am a demanda do produto. Temos como exemplo, a sazonal-

idade das vacinas contra gripe, que possuem sua produção

e aumento de demanda estimados entre os meses de janei-

ro a agosto. Dentro deste período, são necessários progra-

mações do operador logístico, da diretoria do fabricante, da

produção, representantes e departamento comercial. Aná-

lises de mercado, concorrência, são de extrema importân-

cia nesta previsão, obtendo-se informações relacionadas

a fabricação de imunobiológicos concorrentes ou simi-

lares, que podem interferir nas vendas (MARTINS, 2002).

4.4 Redes de Frio e Sistema de Refrigeração

A Rede de Frio ou Cadeia de Frio é o processo

de manipulação, recebimento, armazenamento con-

servação, distribuição e transporte dos de produtos re-

frigerados. A manutenção e o controle desses proces-

sos que envolvem os produtos termossensíveis na faixa

entre 2º e 8º, é muito sensível a falhas que podem inati-

var a ação desses produtos, cuja maioria é de natureza

imunobiológica. O manuseio inadequado, equipamen-

tos com defeito ou falta de energia elétrica podem inter-

romper o processo de refrigeração, comprometendo a

potência e eficácia dos imunobiológicos. Este processo

de Rede de Frio inclui o armazenamento, o transporte, a

manipulação das vacinas e as condições de refrigeração,

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desde o laboratório produtor até o momento de aplicação

da vacina. O objetivo da Rede de Frios é assegurar que

todos os imunobiológicos mantenham suas características

iniciais, para conferir imunidade (ROCHA, 2001).

4.5. Movimentação Física- Transporte

Chopra, e Meindl, 2005, apontam a movimenta-

ção física como de suma importância no processo logístico

da empresa. Transporte significa o movimento do produto

de um local para o outro, partindo do inicio da cadeia de

suprimento e chegando até o cliente. O transporte é cru-

cial em toda a cadeia de suprimento porque os produtos

raramente são fabricados e consumidos no mesmo local.

Ao tomar decisões relacionadas ao transporte, os fatores

a serem considerados variam de acordo com a perspec-

tiva do embarcados ou do transportador (FLEURY, 2010).

4.6 Principais funções e problemas na entrega de vacinas.

Problemas relacionados á previsão de demanda adequa-

da a possíveis epidemias, sazonalidades e campanhas

de marketing, podem afetar na logística e previsões de

entregas das vacinas. Epidemias como Meningite, ocorri-

das no Nordeste, em 2010, aumentam significantemente

a procura de vacinas contra a doença. São clientes obje-

tivando vendas e imunização de pessoas. O número de

entregas subitamente aumenta, exigindo um planeja-

mento adequado do operador logístico, para que as en-

tregas sejam efetuadas no tempo previsto, sem que haja

alterações na qualidade do imunobiológico. O operador

logístico deve estar preparado para a grande demanda de

notas fiscais faturadas para entrega, com veículos e profis-

sionais qualificados suficientes a suprirem a alta demanda.

Como sabemos, em determinadas localidades é

necessário a entrega de vacinas utilizando dois modais:

aéreo e rodoviário. Condições climáticas interferem dire-

tamente nestes percursos, como por exemplo, fecha-

mento de aeroportos devido a neblinas e tempestades,

queda de barreiras sobre pistas, abertura de buracos,

congestionamentos e assim sucessivamente. Neste

caso as vacinas têm validade reduzida, pois devi-

do à demora, pode haver variações de temperatura,

que comprometem a qualidade das vacinas. Produ-

tos retidos em aeroportos, devido a pagamento

de taxas e impostos, também atrasam a entrega

em algumas horas ou até dias (MACEDO, 2010).

5. Considerações Finais

O objetivo desta pesquisa foi realizar um estudo

sobre o processo logístico da Cadeia de Suprimentos

de uma Indústria Farmacêutica. Esta pesquisa oportu-

nizou através de informações coletadas, a descrição da

cadeia de suprimentos, em geral em uma Indústria Far-

macêutica. Iniciamos descrevendo com funciona uma

Cadeia de Suprimentos, descrevendo todos os seus

processos. Seqüencialmente foi descrito como fun-

ciona o processo logístico de uma Indústria Farmacêu-

tica, desde sua fabricação até a entrega ao cliente final.

Foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, que

ajudou a compreender o funcionamento desta Cadeia

de Suprimentos, e a analisar pontos falhos existentes

na logística. Primeiramente a terceirização de operador

logístico que já é terceirizado pela Indústria contratante.

A qual ponto estas terceirizações tem suprido a demanda

de entrega dos imunobiológicos. Particularmente, este

procedimento pode inicialmente diminuir custos, mas por

outro ponto o mesmo, devido a falhas, o multiplica, tra-

zendo não só prejuízos materiais, mas prejuízos na ima-

gem da empresa. Finalizando, conclui-se que o processo

de uma Cadeia de Suprimentos desta natureza é muito

complexo, exigindo rígidas programações e planejamen-

tos, destinando aos profissionais envolvidos, a cada dia,

uma superação de desafios muitas vezes desconhecidos.

6. Referências Bibliográficas

BALLOU, H. Ronald. Gerenciamento da Cadeia de Supri-

mentos/Logística Empresarial Ed. Bookman. 5 Edição,

2006.

CAMPOS, YURI GONÇALVES. Gerenciamento da Ca-

deia de Suprimentos: A força da integração. Bahia, Maio,

2009. Disponível em: <http://www.administradores.

com.br/informe-se/artigos . Acesso em 20 de jul, 2010.

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CHOPRA,S.;MEINDL, P.; Gerenciamento de cadeia de

suprimentos. Ed. Peasson/Prentice Hall. São Paulo. 2004.

CARMELITO, RICARDO. Conceitos básicos de MRP. Poços

de Caldas, Nov, 2008. Disponível em :<http://www.administra-

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FLEURY, F. P.; AVILA, M. G. Em busca da eficiência no trans-

porte terceirizado: Estrutura de custos, parcerias e eliminação

de desperdícios. Rio de Janeiro, ago, 1997. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php<. Acesso em 01 ago, 2010.

MACEDO, Sonja; JUNIOR, Saulo. Logística Far-

macêutica Comentada Ed. Medfarma/ 1º edição. 2010.

MARTINS, Garcia Petrônio; ALT, Campos Re-

nato Paulo. Administração de Materiais e Recur-

sos Patrimoniais. Ed. Saraiva, São Paulo; 2002.

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Saúde: Fundação Nacional de Saúde; 3ª Ed.; Brasília; 2001.

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O USO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA PROMOVER O CONHECIMENTO CIENTÍFICO

André Nascimento da Silva¹ , Tatiane F. Santos², Kilça Tanaka botelho3,

Maria Adriana Fraiha Monteiro ,Gerson Catanozi

1, 2, 3, 4, 5 Universidade Ibirapuera – UNIB

Av. Interlagos, 1329 - São Paulo / SP, Brasil

[email protected]

Resumo

Mediante a complexidade do ensino de química e ciência e a necessidade de reduzir resíduos, os educa-dores que lecionam essas disciplinas devem agir como facilitadores utilizando a experimentação e con-textualização dos conceitos, dessa forma pode-se encontrar um melhoria no ensino-aprendizagem, pro-movendo uma interface entre a disciplina estudada e os conceitos ambientais. Esse trabalho mostra que por meio de materiais simples o professor pode elaborar uma aula pratica e explicando vários con-ceitos teóricos, satisfazendo assim a proposta curricular do ensino de química e ciência, mostrando que é possível promover um trabalho interdisciplinar focando o desenvolvimento cognitivo do educando.

Palavras-chaves: Educação Ambiental; Ensino-aprendizagem; Reutilização.

By means of the complexity of teaching chemistry and science and the need to reduce waste, educators who teach these disciplines should act as facilitators using the trial and contextualization of concepts, it is possible an improvement in teaching and learning, providing an interface between discipline studied and environmental concepts. This paper shows that using simple materials the teacher can elaborate a practical lecture explai-ning various theoretical concepts, thus satisfying the curriculum of teaching chemistry and science, showing that it is possible to promote an interdisciplinary work focusing on the cognitive development of learners.

Keywords: Environmental Education, Teaching and learning; Reuse.

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ISSN 2179-6998Rev. Ibirapuera, São Paulo, n. 2, p. 43-45, Jul./Dez. 2011

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1. Introdução

As inovações científicas e tecnológicas desen-

volvidas nas últimas décadas têm produzido impor-

tantes transformações na sociedade (COSTA, 2001).

Frente a esse contexto, a educação e as instituições

de ensino depararam com novos desafios e a necessi-

dade de novas posturas e de sustentabilidade ambiental.

Novas demandas impõem aos educadores estraté-

gias que aproximem cada vez mais os educandos da ciência

e tecnologia (AMORIM, 1998). Dessa forma, a inclusão de

práticas educativas que visem essa condição são essenci-

ais (ATKINS, P; et al, 2001). No entanto, muitas vezes, frente

ao contexto socioeconômico em que parte relevante das

escolas e outras instituições de ensino se inserem, há difi-

culdades de implantação em razão dos custos de materiais

e equipamentos para aulas de laboratório e atividades práti-

cas. Por essa razão, a busca por alternativas viáveis e sus-

tentáveis a essa problemática são importantes visto o benefí-

cio formativo de sua aplicação (CATANOZI ET AL, 2010).

2. Objetivo

O objetivo desse estudo foi o desenvolvimento

de técnicas e materiais alternativos para atividades ped-

agógicas práticas de cunho científico e tecnológico.

3. Metodologia

Os procedimentos adotados visaram

o trabalho com o conceito de sustentabili-

dade ambiental e a iniciação com a metodologia

científica, mediante a montagem experimental para veri-

ficação de densidade e empuxo proposto por Arquimedes.

Inicialmente foi selecionado um recipiente plástico de

fundo chato (frasco de produto amaciante de roupas)

em vias de descarte a fim de confeccionar um béquer

reciclado. Este foi cortado até a parte uniforme e em

sua superfície externa foi colada uma fita adesiva pre-

viamente graduada copiando uma régua convencional.

Ao lado da fita graduada, foi fixada uma fita em branco.

Foram medidos 500 ml de água em um recipiente

graduado utilizado na cozinha ou em uma proveta.

O volume de liquido foi transferido para o béquer re-

ciclável. A verificação do nível da água foi comparada

ao da fita graduada e destacou-se na fita em bran-

co o exato ponto onde apontava o volume de 500 ml.

Após a montagem do béquer reciclável, foi veri-

ficada a massa do mesmo vazio e desenvolvi-

dos os cálculos de densidade da água, de um ovo

e a densidade de uma amostra de água salgada.

4. Resultados

Por meio do béquer reciclável, pode-se explicar os

conceitos de densidade de um sólido e de um liquido, veri-

ficando o seu volume aferido, por uma variação d volume.

Foi verificada a massa de H2O Sub-

traindo valor da massa do béquer reciclável

com 500mL de H2O do béquer reciclável vazio

mBéquer = 36g ; mBéquer+água = 531g; mágua = 531-36 = 495g

Foi calculada a densidade da H2O por meio do calculo:

Dágua = mágua / Vágua = 495/500; Dágua = 0.99 g/cm3

Verificou-se o volume do ovo colocando o mesmo

dentro do béquer reciclável com água, ao haver a

variação na graduação do volume da água no bé-

quer de 0,5 cm calculou-se que 500 mL = 5cm; Vágua

+ ovo = 550 mL. Assim, Vágua + ovo 5,5cm. Logo:

Vovo = Vágua + ovo - Vágua = 550 – 500 ; Vovo = 50 mL.

Cálculo da densidade do ovo:

Dovo = movo.Vovo = 57. 50; Dovo = 1,14 g/cm3.

Ao se colocar o ovo na água, obser-

va-se que o mesmo afundou por ser mais den-

so (Dovo = 1.14 g/cm3e Dágua = 0.99 g/cm3).

Após verificar a densidade do ovo, foi adicionado sal

(NaCl) à água do béquer, alterando seu volume, massa

e, consequentemente, a densidade. Ao colocar o ovo

na água salgada verificou-se que o mesmo flutuou, pois

a densidade da água salgada é maior do que a do ovo

(Dovo = 1.14 g/cm3 e Dágua salgada = 1.16 g/cm3).

5. Conclusões

A atividade pratica é extremamente im-

portante no desenvolvimento de competências

e habilidades relativas à metodologia científica.

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Revista da Universidade Ibirapuera JulJun 2011 n.1: 43-45

A montagem do béquer reciclável é simples e de custo reduzi-

do e permite agregar práticas pedagógicas com materiais al-

ternativos, possibilitando a realização de experiências, tais

como o teste da densidade de líquidos e sólidos, as quais po-

dem ser uma estratégia para o aprimoramento cognitivo e a

formação cidadã, segundo uma ética ambiental sustentável.

6. Referências Bibliográficas

AMORIM, A. C. R. Biologia. Tecnologia e Inova-

ção no Currículo do Ensino Médio. Revista Inves-

tigações em Ensino de Ciências, 3, 1 (1998) 61-80

ATKINS, P; et AL. Princípios de Química: questionando a vida

moderna e o meio ambiente. 3 ed. Ponto Alegre: Bookman, 2006

CATANOZI ET AL. A contribuição de estratégias didáti-

cas para a sustentabilidade. São Paulo: RDE, 2010

COSTA, L. A. A mediação do professor na inte-

ração do aprendiz com o material didático em con-

textos pedagógicos distintos: o presencial e o vir-

tual. Dissertação. Instituto de estudos da linguagem

- Universidade Estadual de Campinas: Campinas, 2001

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PERCEPÇÃO SOBRE GASTRONOMIA VEGETARIANA COMO FOMENTO AO TURISMO DE SÃO BERNARDO DO

CAMPO/SP

Luisa Molina¹, Marcelie Santos Vidotti², Mariam Mohamed Naranjo Laila³, Tatiana Martins , Carlos Eduardo Leite , Gerson Catanozi

Universidade Anhanguera-Anchieta

Av. Senador Vergueiro, 505 - São Bernardo do Campo / SP, Brasil

Universidade Ibirapuera

[email protected]; [email protected]

Resumo O município de São Bernardo do Campo/SP apresenta significativo fluxo turístico em razão de sediar importante parque industrial e possuir atrativos naturais do bioma atlântico. Historicamente, também é co-nhecido pela gastronomia tradicional de frango com polenta. No entanto, o cardápio direcionado ao público vegetariano ou adepto a dietas concebidas como mais saudáveis não é significativamente privilegiado, razão pela qual elementos que fundamentem a gestão em relação a essa importante demanda potencial deve ser investigada com mais profundidade. O objetivo desse estudo é identificar a percepção estudantil quanto à gastronomia vegetariana como fomento ao turismo de São Bernardo do Campo/SP. A partir de questionário com público discente do curso de Turismo de Instituição de Ensino Superior do município, foram observados resultados que expressam importante potencial para o cardápio vegetariano. Contudo, diferenças de percep-ção entre pessoas de faixas etárias e sexo do público investigado, juntamente com a escassa associação de que um prato sem carne e seus derivados pode tratar-se efetivamente de um produto vegetariano, revelam a necessidade de divulgação mais consistente e oferecem conteúdos preliminares com possibilidades de sub-sidiar ações concretas para a gestão turística a fim de promover benefícios à comunidade e ao meio ambiente local.Palavras-Chave: gastronomia; turismo; vegetarianismo

AbstractThe city of São Bernardo do Campo / SP shows significant influx of tourists due to host important industrial park and natural attractions of the Atlantic biome – Mata Atlântica. Historically, it is also known for its traditional cuisine of chicken with polenta. However, the menu specially designed to adept at vegetarian or more healthy diets has not been significantly privileged, which is some of relevant evidences regarding the management of this important potential demand should be under further investigation. The objective of this study is to identify student perceptions about the vegetarian cuisine as promotion tool of tourism in São Bernardo do Campo / SP. Using a form of questions to Tourism graduating students at a private university institution of the city, results observed expressed significant potential for the vegetarian menu. However, differences in perception among people of all ages and sex of the public that took part in the present study, along with the lack of association to a dish without meat and meat products can be treated effectively in a vegetarian product, demonstrate the need for divulgation and provide more consistent content with the possibility of subsidizing preliminary actions for the tourism management to promote benefits to the community and local environment.Keywords: gastronomy, tourism, vegetarianism

Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Dez 2011 n.2: 46-48

ISSN 2179-6998Rev. Ibirapuera, São Paulo, n. 2, p. 46-48, Jul./Dez. 2011

4

1 , 2 , 3 , 4 , 5

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Revista da Universidade Ibirapuera Jul/Jun 2011 n.1: 42-52

1. Introdução O município de São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo, é conheci-do por ser uma das principais sedes da indústria e automobilística do país, motivo pelo qual atrai para si importante contingente do turismo de negó-cios. A cidade também se notabiliza por exibir paisagens naturais, onde se encontram manan-ciais e cobertura vegetal pelo bioma Atlântico, pelo que visitantes buscam práticas ambientais, es-portivas ou de lazer (IBGE, 2010). O afluxo de locais e visitantes motiva muitos deles a buscarem a gastronomia local típica: o frango com polenta. No entanto, adeptos de uma alimentação tida como mais saudável ou aqueles qualificados vegetarianos encontram escassas opções (FABER BOOG, 2008). O vegetarianismo consiste na exclusão da alimentação de carne e derivados e preocupa-ção com a conservação ambiental, ética e saúde (GREIF, 2002). Dessa forma, o município deixa de contemplar possível demanda de visitação, mo-dalidade crescente na sociedade. Por essa razão, torna-se relevante a identificação desse poten-cial em diversos segmentos para a elaboração de ações de gestão do turismo e, consequentemente, que se convertam em benefícios à população e ao ambiente (PETRÓ, 2006). Essa condição se re-força à medida que a bibliografia sobre o tema é escassa, aumentando a necessidade de estudos de natureza científico-tecnológica que abordem a referida problemática.

2. Objetivo O objetivo desse estudo é identificar a per-cepção estudantil quanto à gastronomia vegetariana como fomento ao turismo de São Bernardo do Campo/SP.

3. Metodologia Mediante a aplicação de questionário com 100 estudantes do curso de Turismo em Instituição de Ensino Superior de São Bernardo do Campo, foram feitas análises qualiquantitativas preliminares a fim de se traçar a percepção inicial quanto ao tema entre acadêmicos do setor. O questionário foi delineado buscando carac-terizar o perfil do público-alvo investigado e identifi-car suas percepções gastronômicas dirigidas funda-mentalmente ao vegetarianismo básico. Para tanto, as principais questões solicitaram: identificação de sexo, faixa etária, conhecimento prévio acerca da culinária vegetariana, frequência em restaurante vegetariano, prato que mais apetece no cotidiano, possibilidade de visitação à festival vegetariano em São Bernardo do Campo/SP. Comentários e depoimentos espontâneos emitidos pelo público-alvo durante a pesquisa sobre o tema também foram registrados.

4. Resultados e Discussão As respostas acerca da gastronomia vegetariana foram contabilizadas e produziram os seguintes resultados, os quais foram avaliados den-tro do contexto proposto. O público-alvo da pesquisa mostrou-se sig-nificativamente receptivo à participação na investi-gação e apresentou a seguinte distribuição etária: até 18 anos (23%); de 19 a 30 anos (68%); de 31 a 50 anos (9%); e acima de 50 anos (0%), o que caracterizou uma população fundamentalmente de jovens e adultos, característico do público universi-tário para o curso de Bacharel em Turismo. Dentre o total de pesquisados, 63% conhecem a cozinha vegetariana, revelando possível concerni-mento acerca de hábitos mais saudáveis, inclusive a partir da formação acadêmica em componentes curricu-lares associados à temática de A&B (alimentos e bebi-das). Apesar disso, é bastante relevante o fato de 37% desconhecerem a questão, ainda que presente na organização curricular do discente.

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As mulheres são as que mais conhecem a respeito desse tipo de culinária, totalizando 75%, o que pode ser decorrente da preocupação com uma dieta balanceada, contrapondo-se aos 25% corre-spondentes aos homens. Em relação à frequência prévia a restaurantes vegetarianos, apenas 20% já o fizeram e 31% inten-cionam fazê-lo. Por outro lado, 49% não manifes-taram o desejo de conhecer estabelecimentos dessa na-tureza e não especificaram a real razão para tal. Esse resultado caracterizaria um potencial reduzido do cardápio vegetariano, colocando em uma perspec-tiva pessimista. No entanto, ao serem questionados a respeito dos pratos que mais os apetecem, dentre um conjunto de opções, os alunos participantes da investigação expressaram como ordem de preferên-cia: macarrão (33%); bife (27%); pizza de mussarela (25%); e batata 4 queijos (15%). Constata-se que, para o grupo pesquisado, embora haja um valor expressivo à opção derivada essencialmente de carne, as escolhas mais frequent-es representam pratos sem a adição de carne, o que revela a possibilidade de uma demanda reprimida e, até certa medida, não consciente, uma vez que não a associam com a opção vegetariana ou considerar a etapa de transição - ovolactovegetariano, presente no processo de migração de dieta em muitos dos atuais vegetarianos. Corroborando essa observação, ao propor uma visita a um eventual festival gastronômico, 85% responderam afirmativamente, descaracterizando os 49% que não frequentariam estabelecimentos com cardápio vegetariano citados anteriormente. Nesse sentido, opções de cardápio com diferentes ingredientes vegetais propostos foram oferecidas, desvinculadas de termos associados ao vegetarianismo, e mostraram-se bem aceitas pelos pesquisados. Essa condição reforça que, para essa população, o acesso e o consumo de pratos vegetarianos estão mais relacionados à incorporação de hábitos alimetares de caráter mais abrangente do que a percepção ou a convicção ideológica pelo

vegetarianismo. De toda sorte, constitui um públi-co cujas preferências por esse tipo de culinária – ideológica ou cultural – pode ser melhor exploradas na busca de incremento de visitação e geração de renda, aumentando o potencial de dinamização da economia local.

5. ConclusõesA oferta mais intensa de produtos vegetarianos pode ter mercado promissor em São Bernardo do Campo/SP. Porém, mesmo entre estudantes de Turismo, o tema deve ser abordado com mais profundidade, o que pode refletir um desconhecimento ainda maior entre o público em geral. A identificação da percepção do mercado em rela-ção ao vegetarianismo e seus produtos é uma etapa importante que possibilita a tomada de ações con-cretas para melhor gestão turística local.

6. Referências Bibliográficas

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FABER BOOG, M. C. Atuação do Nutricionista em Saúde Pública na Promoção da Alimentação Sau-dável. Revista Ciência & Saúde, 1 (2008) 33-42.

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A VISÃO DO ALUNO DE ODONTOLOGIA DA IMPORTÂNCIA DA MULTIDISCIPLINARIDADE

ODONTOLOGIA-FONOAUDIOLOGIA NOS CURSOS DE ODONTOLOGIA

Guilherme Teixeira Coelho Terra¹, Vera Helena Teixeira Coelho Terra², Vanda Beatriz Teixeira Coelho

Domingos³, Vanessa Ferriello

¹ Universidade Ibirapuera - UNIB

Av. Interlagos, 1329 – São Paulo/SP

² ³Sociedade Paulista de Ortodontia

[email protected]

Resumo

Mediante a complexidade do ensino de química e ciência e a necessidade de reduzir resíduos, os educadores que lecionam essas disciplinas devem agir como facilitadores utilizando a experimentação e contextualização dos conceitos, dessa forma pode-se encontrar um melhoria no ensino-aprendizagem, promovendo uma interface entre a disciplina estudada e os conceitos ambientais. Esse trabalho mos-tra que por meio de materiais simples o professor pode elaborar uma aula pratica e explicando vários con-ceitos teóricos, satisfazendo assim a proposta curricular do ensino de química e ciência, mostrando que é possível promover um trabalho interdisciplinar focando o desenvolvimento cognitivo do educando.

Palavras-chaves: Educação Ambiental; Ensino-aprendizagem; Reutilização.

Abstract

By means of the complexity of teaching chemistry and science and the need to reduce waste, educators who teach these disciplines should act as facilitators using the trial and contextualization of concepts, it is possible an improvement in teaching and learning, providing an interface between discipline studied and environmental concepts. This paper shows that using simple materials the teacher can elaborate a practical lecture explai-ning various theoretical concepts, thus satisfying the curriculum of teaching chemistry and science, showing that it is possible to promote an interdisciplinary work focusing on the cognitive development of learners.

Keywords: Environmental Education, Teaching and learning; Reuse.

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1. Introdução No decorrer das últimas décadas, os cursos de graduação em Odontologia, sentiram a necessi-dade de oferecer informações aos acadêmicos da importância de uma visão mais completa e compl-exa no atendimento e tratamento do paciente da clínica odontológica. A multidisciplinaridade dentro da Odonto-logia se transformou em um fato consumado. Sa-bemos que uma porcentagem bastante grande dos pacientes das clínicas odontológicas é portador de algum tipo de disfunção neuromotora do Sistema Estomatognático, sendo a relação fundamental en-tre a Odontologia e a Fonoaudiologia está explicada através de conceitos anatômicos e funcionais. O órgão principal de atuação do Cirurgião Dentista é a boca, a qual é bastante dinâmica e passa por inúmeras transformações no decorrer da vida do indivíduo. Ela faz parte desse importante sistema e realiza diversas funções vitais como a respiração, a mastigação, a sucção e a deglutição. A fala é outra importante função desempenhada pelo órgão boca e é fundamental para o convívio social e profissional do indivíduo. Enxergar o paciente como um todo nos leva com mais segurança a atingir o sucesso esperado nos tratamentos odontológicos. Entender que o atendimento do paciente com alterações buco-faciais é bastante complexo, e que muitas vezes necessita da participação de equipes multidisciplinares. Isto seria muito mais fácil e evi-dente se essas informações viessem desde o início da formação do Cirurgião Dentista. Devemos sempre lembrar o importante pa-pel que a Odontologia tem na Área da Saúde, a Prevenção. Sabemos hoje, que com o esforço de equipes multidisciplinares isso se torna mais efetivo e abrangente, motivo este, que foi o estímulo para a realização desse trabalho. A proposta da presente pesquisa é avaliar como o graduando em Odontologia enxerga a im-portância da proposta multidisciplinar, Odontologia-Fonoaudiologia, nos cursos de graduação de Odon-tologia para o atendimento e tratamento do paciente da clínica Odontológica.

2. Materiais e Métodos Foi aplicado, aos alunos do 2º ao 5º ano do curso de Odontologia da Universidade Ibirapuera, que quiseram participar da pesquisa, um questionário contendo 10 (dez) questões simples. O conteúdo tinha como objetivo indagar, individualmente, o con-hecimento da necessidade de conceitos e atuações multidisciplinares Odontologia-Fonoaudiologia, dentro de sua formação como Cirurgião Dentista. Os participantes receberam um termo de

consentimento livre e esclarecido que foi lido e assi-nado. Esse procedimento ocorreu em uma única sessão e foi por mim distribuído, autor do presente estudo, em envelope fechado. A devolução desse envelope ao pesquisador foi realizada da mesma maneira que foi entregue, em envelope fechado e sem nenhuma identificação. Os participantes foram informados que os resultados deste estudo poderão ser publicados em periódicos científicos sem menção de qualquer dado que identifique suas participações. A resposta foi analisada subjetivamente por um fonoaudiólogo especialista em Motricidade Oral e o resultado obedecia aos seguintes aspectos:

• Acham importante a multidisciplinaridade Odon-tologia-Fonoaudiologia.• Não acham importante a multidisciplinaridade Odontologia-Fonoaudiologia.• Não conhecem o assunto.

3. Resultados As respostas foram analisadas pelos autores levando-se em conta a prevalência e a relevância.Os resultados obtidos estão expressos no Gráfico a seguir (Gráfico 1):

4. Discussão Com base na literatura consultada e nos re-sultados obtidos, passamos a interpretação desta pesquisa. É interessante perceber que desde o início da formação acadêmica em odontologia, um núme-ro bastante significante dos participantes desta pesquisa, já percebem a necessidade de formar ín-timas relações com outras áreas, concordando com Coelho & Terra (2004). A relação com a fonoaudiologia permitiria um melhor atendimento aos pacientes das diferentes clínicas odontológicas, dando base para diagnósticos mais precisos e completos (TUMENAS, 2003).

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Terra & Durão (2004) afirmaram que os responsáveis pela formação do futuro cirurgião dentista conseguem hoje, de forma satisfatória, transmitir aos alunos dos cursos de odontologia a importância da multidisciplinaridade, o que con-corda com os resultados deste trabalho. Afirmam ainda elas que uma porcentagem bastante elevada dos pacientes das clínicas odontológicas, é porta-dor de algum tipo de disfunção neuro motora do sistema estomatognático. Os resultados obtidos vão de encontro com o que a grande maioria dos autores pesquisados. São unânimes em lembrar que sendo a boca órgão comum de tratamento tanto para dentistas como para fonoaudiólogos, cuidados especiais devem ser tomados (TERRA et al., 1995; PADOVAN 1996; MARCHESAN & BIANCHINI 1998; LUSARGHI, 1999; KÖHLER, 2000; COELHO & TERRA, 2004). Concordamos com Tumenas (2003) quando afir-ma que não se pode mais conceber a Odontologia como uma profissão mecanicista. Obtivemos como resposta de acadêmicos em Odontologia o que ela nos alerta quando afirma ser de importância visível o conhecimento integrado dos odontólogos a outras especialidades da área da saúde, para que possam, quando necessário, encaminhar o pa-ciente da clínica odontológica para outras espe-cialidades médicas. Em nossa pesquisa realizamos uma aná-lise dos resultados baseados em respostas a 10 questões diretas e apenas detectamos, como era nosso propósito, o conhecimento geral da im-portância do tratamento multidisciplinar Odonto-logia–Fonoaudiologia. Não foi, portanto possível, detectar profundamente como se dá essa relação. Para nós já foi de grande valia os resultados obti-dos nessa pesquisa centrada em um único curso de Odontologia. Propomos que outros alunos de outros cursos de Odontologia, em outras escolas, sejam também investigados sobre o tema, a fim de que a Fonoaudiologia possa cada vez mais con-tribuir na formação de outros futuros profissionais, como nossa Universidade há tanto vem fazendo. Acreditamos ser pertinente lembrarmos a afirmação de que a oclusão é resultado de contatos dentários. Maloclusão e alterações funcionais im-plicam em compromissos na articulação têmporo mandibular (ATM). Para a realização das funções do sistema estomatognático, dentro da normali-dade é necessário uma correta avaliação, diagnós-tico e tratamento que levaria a um mínimo de ad-equação e harmonia entre as estruturas envolvidas (SIMÕES, 1996; LUSVARGHI, 1999; BIANCHINI, 2001).

A elevada prevalência de indivíduos que considera a multidisciplinaridade Odontologia-Fonoaudiologia importante na formação do den-tista, foi justificada por Marchesan & Bianchini (1998) e Terra & Durão (2004) quando recordam a evolução notória da Motricidade Oral dentro da Odontologia, com a criação desta área de espe-cialidade na Fonoaudiologia, através da Res-olução n 147/96. Associamos esse aumento da consciência dos profissionais da Odontologia, a grande evolução que essa área teve, devido tam-bém a criação científica de um Comitê de Motri-cidade Oral que a define, em 2001/2002, como: “Motricidade Oral é o campo da Fonoaudiologia voltado para o estudo /pesquisa, prevenção, aval-iação diagnóstico, desenvolvimento, habilitação aperfeiçoamento e reabilitação dos aspectos es-truturais e funcionais das regiões orofacial e cervi-cal”. A Motricidade Oral iniciou seu trabalho primeiro dentro das especialidades odontológicas de pediatria e ortodontia. A atuação hoje do fono-audiólogo se estende a outras clínicas odontológi-cas como: triagem, oclusão (ATM), buco maxilo facial (cirurgia ortognática, traumas da face onco-logia), Periodontia (respiradores bucais, pression-amento atípico de língua), ortopedia facial, próte-ses (parciais ou totais), etc... (TERRA & DURÃO, 2004). Isto vem de encontro com o publicado por Tumenas (2004) que enfatiza que até uma década atrás, a Odontologia sempre foi uma profissão ex-ercida solitariamente no consultório. Diz ela ainda que, os tempos mudaram, e hoje acredita que o Cirurgião-Dentista, pode e deve ter uma visão mais integral do paciente da Clínica Odontológi-ca. Podemos perceber com base na literatura estudada e na análise dos questionários respon-didos que alterações mastigatórias estão intima-mente relacionadas a alterações na oclusão e a sinais e sintomas clínicos evidentes confirmando o que Planas (1988) nos afirma em sua histórica f rase: “Todos os problemas do Sistema Estomatognát ico, salvo raras exceções têm como causa etiológica atrofia funcional masti-gatória. Complementa ainda Simões (1996) di-zendo que “A oclusão é resultado do controle neu-romuscular do sistema mastigatório”. Não podemos neste tópico, deixar de co-mentar o que Padovan, em 2004 afirma: “Atual-mente não resta a menor dúvida quanto à importân-cia da atuação de um profissional especializado na reeducação mioterápica em pacientes submeti-dos a programas normalizadores de deformações

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dento faciais”. Essa atuação inicialmente se deu com a ortodontia preocupada com as recidivas após o trata-mento ortodôntico das maloclusões. Importância essa é complementada por Yashiro & Takada (2002), quando lembram que a função da língua nas maloclusões com mordida aberta é reconhecidamente fundamental ao contribuir para o desenvolvimento do espaço aberto. Lusvarghi (1999) associa as alterações respi-ratórias dos pacientes da clínica odontológica com o compromisso na eficácia mastigatória. Lembra ainda que o Cirurgião-Dentista seja um dos primeiros profissionais da área da saúde a ter contato com a boca do paciente, e conseqüentemente é quem pode se deparar com a existência de patologias respiratórias (TERRA et al, 1995; PADOVAN, 1996). É interessante reconhecer a preocupação hoje da área Odontológica e suas interfaces multidisciplinares com a Médica (Otorrinolaringologia e Pediatria), e a Fonoaudióloga no atendimento do paciente com disfun-ção respiratória. Diversos autores reforçam a necessi-dade de tratamento multidisciplinar e precoce nesses pacientes (TERRA et al., 1995; PADOVAN, 1996; LUSVARGHI, 1999; SALIBA et al., 1999; CINTRA, CASTRO & CINTRA, 2000; COELHO & TERRA, 2004; GURFINKEL, 2004). Existiu um consenso entre praticamente todos os autores citados quanto à associação, de mais de uma alteração de função do sistema estomatognático em um número muito grande de pacientes que pro-curam tratamento odontológico. Forma e função estão intimamente relacionadas: “A função cria o órgão e o órgão proporciona a função” (PLANAS, 1988). Alterações associadas das funções do sistema estomatognático de respiração sucção, mastigação, deglutição, fala e oclusão aparece muitas vezes em graus e proporções diferentes, mas sempre existem, justificando nossa preocupação em realizar essa pes-quisa. Quem sabe com isso, uniremos esforços no sen-tido de um crescimento cada vez maior da consciên-cia da necessidade de tratamentos multidisciplinares. Plainfield (1977) enfatiza a importância uma visão mul-tidisciplinar Odontologia-Fonoaudiologia em pacientes da clínica de prótese afirmando que a face e todo or-ganismo passam por um processo de crescimento e evolução, que envolve uma constante readaptação das estruturas ósseas, musculares e funcionais, na busca de um equilíbrio. A perda total ou parcial dos elemen-tos dentários propicia alterações em todo o sistema estomatognático, o que implica em uma série de mu-danças na relação maxilo-mandibular, na forma das es-truturas ósseas e provoca alterações neuromusculares que dificultam as funções de deglutição, mastigação e fala, fatores esses que podem interferir na adaptação das próteses dentárias. Conhecendo e acreditando no importante papel

que o dentista tem, como profissional da Área da Saúde, não só na correção como na preven-ção de disfunções do sistema estomatognático buco faciais, diversos autores (RAMOS-JORGE et al., 2000; TOMITA et al., 2000; BRAGHINI et al., 2001) concordam que um trabalho de orien-tação de aleitamento preveniria uma porcenta-gem bastante elevada de problemas morfofun-cionais da face humana.

5. Conclusões Diante dos resultados obtidos e das discussões desenvolvidas, pode-se propor al-gumas considerações sobre a casuística estu-dada:

• A significativa maioria dos indivíduos pesqui-sados, não só conhece a multidisciplinaridade entre a Odontologia e a Fonoaudiologia, como enxergam de extrema importância que exista desde o início de sua formação.• Os alunos enxergam a necessidade de con-hecimentos e da atuação multidisciplinar entre a Odontologia e a Fonoaudiologia, em várias clínicas odontológicas que compõem a profis-são.• A evolução da Motricidade Oral nas últimas décadas ocorreu em sintonia com a visão mais integral e holística adotada hoje pela Odonto-logia.

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3. Submissão de TrabalhosOs trabalhos devem ser apresentados em formato Word for Windows, fonte Arial, tamanho 12, espaça-mento 1,5, tinta preta, páginas numeradas no canto superior direito. As páginas devem ser no formato A4, incluindo as referências, ilustrações,quadros, tabelas e gráficos. O número máximo de páginas por artigo é de vinte (20). O número máximo de autores por artigo é de seis (06).

Os quadros, tabelas, gráficos e ilustrações devem estar em alta resolução, ser limitados ao mínimo in-dispensável, identificados e numerados consecutivamente em algarismos arábicos. No corpo do texto dever vir a posição aproximada para sua inserção.

Os trabalhos encaminhados podem ser escritos em português, espanhol ou inglês. Os artigos enviados em português e espanhol devem conter o resumo também em inglês (abstract).

Abreviações oficiais poderão ser empregadas somente após primeira menção completa.

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Deverão constar, no final dos trabalhos, o endereço completo de todos os autores, afiliação, telefone, fax e e-mail para encaminhamento de correspondência pela comissão editorial.

3.1 Cabeçalho

Título do artigo em português (letras maiúsculas, em negrito, fonte Arial, tamanho 12 parágrafo central-izado, subtítulo em letras minúsculas (exceção para nomes próprios e em inglês.

3.1.1 Apresentação dos Autores do Trabalho

Nome completo, afiliação institucional (nome da instituição de vínculo (se é docente, ou está vinculado a alguma linha de pesquisa), cidade, estado e e-mail.

3.2 Resumo e Abstract

É a apresentação sintetizada dos pontos principais do texto, destacando as considerações emitidas pelo autor. Para elaboração do resumo, usar no máximo 250 palavras. Palavras-chave e Keywords:. O número de descritores desejados é de no mínimo três e no máximo cinco.

3.3 O Corpo do Texto

3.3.1 Introdução: Deve apontar o propósito do estudo, de maneira concisa, e descrever quais os avanços que foram alcançados com a pesquisa.3.3.2 DiscussãoInterpretar os resultados e relacioná-los aos conhecimentos existentes, principalmente os que foram indica-dos anteriormente na introdução. Essa parte deve ser apresentada separadamente dos resultados.3.3.3 Referências e CitaçõesDevem ser abreviadas no corpo do texto e em notas de pé de página (autor, ano da publicação e, quando for o caso, página) e completas nas referências no final do texto, segundo as normas para apresentação de trabalhos da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Declaração:Título do artigo:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________O(s) autor(es) abaixo assinado(s) submeto(emos) o trabalho intitulado acima à apreciação da Revista da Universidade Ibirapuera para ser publicado, declara(mos) estar de acordo que os direitos autorais refer-entes ao citado trabalho tornem-se propriedade exclusiva da Revista da Universidade Ibirapuera desde a data de sua submissão, sendo vedada qualquer reprodução total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação de qualquer natureza, sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e obtida junto à Revista da Universidade Ibirapuera. No caso de o trabalho não ser aceito, a transferência de direitos autorais será automaticamente revogada, sendo feita a devolução do citado trabalho por parte da Revista da Universidade Ibirapuera. Declaro(amos) ainda que é um trabalho original sendo que seu conteúdo não foi ou está sendo considerado para publicação em outra revista, quer no formato impresso ou eletrônico. Concordo(amos) com os direitos autorais da revista sobre o mesmo e com as normas acima descritas, com total responsabilidade quanto às informações contidas no artigo, assim como em relação às questões éticas.Data: ___/___/___Nome dos autores Assinatura________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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VOLUME 1 NÚMERO 2 JULHO/DEZEMBRO 2011