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Anais do curso de Direito do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos ISSN 1984 7572
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAFUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS
Vol 6 nº 2 - Novembro de 2016
ISSN 1984 - 7672
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Anais do curso de Direito do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos ISSN 1984 7572
ANAIS DO CURSO DE DIREITO DO CENTRO
UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE
BARRETOS – UNIFEB
REITORA DO UNIFEB
Prof.ª. Dr.ª Sissi Kawai Marcos
PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO E DE PÓS-GRADUAÇÃO
Prof.ª Dr.ª Fernanda Scarmato de Rosa
PRÓ-REITORA DE CULTURA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Prof.ª Me. Maria Paula Barcelos de Carvalho
COORDENADOR DO CURSO DE DIREITO
Prof. Me. Gustavo Casagrande Canheu
VICE-COORDENADORA
Prof.ª Me. Olga Juliana Auad
ORGANIZADORES DESTE ANAIS
Prof. Dr. Walter Antonio de Almeida
Carlos Eduardo Almeida de Oliveira
Prof. Me. Gustavo Casagrande Canheu
Endereço para correspondência Curso de Direito do UNIFEB
Av.. Prof. Roberto Frade Monte, 389 CEP – 14783-226
BARRETOS, SP FONE – (17) 3321-6411
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PREFÁCIO
No ano de 2017 o Curso de Direito do UNIFEB completará 20 anos de
fundação, e dando início às comemorações, mais uma vez apresenta à comunidade
jurídica um trabalho de excelência. No cumprimento do seu mister de formar não só
Bacharéis em Direito, mas também e principalmente cidadãos, preparados para a
prática e labor profissionais e para a reflexão e ação sociais, nossos alunos
demonstram, mais uma vez, através dos trabalhos aqui publicados o olhar crítico,
humanista e social a respeito de questões atualíssimas para os profissionais da área
jurídica.
É com muito orgulho que a Coordenação do Curso e a Comissão Editorial da
Revista Jurídica do Curso de Direito do UNIFEB apresentam os anais da 9ª Jornada
de Estudos Científicos do Curso de Direito do UNIFEB, fazendo publicar todos os
ensaios aprovados e apresentados oralmente pelos acadêmicos e autores.
Fomentar a pesquisa jurídica é abrir a mente dos nossos alunos para os
problemas sociais e jurídicos pelos quais passa a sociedade brasileira, e fazer com
que todos eles pensem nas soluções adequadas, como transformadores sociais que
são e serão especialmente após sua graduação.
Trata-se, portanto, do resultado de mais um trabalho de quem se preocupa
com o estudo jurídico humanizado, aplicado à prática e, acima de tudo, cientifico.
Incentivar a iniciação científica e dar aos alunos meios para que a produzam, é
nossa meta e nossa obrigação.
É nosso desejo, ora mais uma vez renovado, que esta seja mais uma das
incontáveis e infindáveis publicações científicas que devem marcar a vida
universitária e profissional dos estudantes e egressos desta Instituição de Ensino
Superior, profissionais humanos, porém questionadores por natureza.
Prof. Me. Gustavo Casagrande Canheu Coordenador do Curso de Direito UNIFEB
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SUMÁRIO
ÁREAS DO DIREITO Página
Direito Civil 4
Direito Constitucional 12
Direito Empresarial 23
Direitos Humanos 26
Direito Internacional 32
Direito Penal 34
Direito Processual Civil 52
Direito Trabalho 54
Direito Tributário 59
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DIREITO CIVIL
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A INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
SILVA FILHO, André Luiz Delfino* SIQUEIRA, Dirceu Pereira**
O presente artigo se propõe a tratar da inclusão da pessoa com deficiência na sociedade tendo
como base a Lei nº 13.146/15 Estatuto da Pessoa com Deficiência. A história das pessoas com
deficiência sempre foi marcada pela segregação, seja diante da lei, seja diante da sociedade,
relegadas, quando muito a ações assistencialistas de caráter caritativo ou hospitalar, que não
passavam de meios de marginalização, omissão e rejeição. A inclusão da pessoa com
deficiência era pouco considerada e tinham uma vida à margem da sociedade e que atrasava
ainda mais qualquer melhora ou progresso para estas pessoas. Na Roma Antiga, tanto os
nobres como plebeus tinham permissão para sacrificar os filhos que nasciam com algum tipo
de deficiência. Da mesma forma, em Esparta, os bebês e as pessoas que adquiriram
deficiência eram lançados ao mar ou em precipícios. Há pouco tempo, a pessoa com
deficiência mental, intelectual ou sensorial era considerada pelo código civil como relativa ou
absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil como casar-se e
constituir união estável, exercer o direito de decidir o número de filhos, conservar sua
fertilidade, entre outros, cujos incisos foram revogados pelo Estatuto da Pessoa com
Deficiência trazendo grandes mudanças estruturais e funcionais na antiga teoria das
incapacidades. No âmbito da educação, as pessoas com deficiência também se encontravam
distantes da sociedade, em escolas especiais, destinadas especificamente a atender a cada uma
das deficiências, porém sem o convívio social com as outras pessoas. Atualmente, a educação
da pessoa com deficiência deve ser feita na rede regular de ensino e os professores devem
desenvolver habilidades próprias para permitir a inclusão dessas pessoas. No campo do
trabalho, as pessoas com deficiência de qualquer natureza também têm direito como qualquer
indivíduo. O trabalho pode ser qualquer um, o importante é que a pessoa esteja participando
das atividades sociais, colaborando e se integrando no meio social. O princípio da igualdade
deve ser respeitado, de maneira que a pessoa com deficiência deve trabalhar nas mesmas
condições de qualquer outro trabalhador. Conclui-se que a sociedade tem de se preparar para
receber a pessoa com deficiência e não a pessoa com deficiência se adaptar a uma sociedade
que não está apta a recebê-la. A sociedade não deve olhar a deficiência como uma barreira,
apenas garantir a essas pessoas acessibilidade, direitos e oportunidades.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL POST MORTEM PERANTE O DIREITO SUCESSÓRIO
FREITAS, Cintia Ferreira* RIBEIRO, Mário Luiz**
A inseminação artificial post mortem é tema relevante para o direito brasileiro, visto que gera
dúvidas e controvérsias em relação ao direito das sucessões deste concebido. Existem diversos
casais que não conseguem ter seus filhos por meio natural, e para combater a esterilidade e a
infertilidade tanto masculina quanto feminina, a biotecnologia ensaia varias soluções nesta
área. Entre essas soluções encontramos as técnicas de reprodução medicamente assistida,
podendo ser tanto a fertilização in vivo, como a fertilização in vitro. Para tanto, foi utilizada
pesquisa bibliográfica, nas áreas de direito constitucional, civil, na bioética e biodireito em
relação às fertilizações, e quanto à análise de dados, o método dedutivo, com interpretação da
legislação vigente e entendimento doutrinário à respeito do tema. Possui como finalidade,
indagar a possibilidade de o concebido através da inseminação artificial post mortem, possuir
ou não direitos sucessórios. Atualmente a doutrina se divide acerca da possiblidade do
concebido ser herdeiro de seu genitor ou não, admitindo também que, caso isso seja factível, o
mesmo poderá ser somente sucessor testamentário, não podendo ser sucessor legitimo. Uma
hipótese trazida pelo Projeto de Lei nº 115/2015, o qual institui o estatuto da reprodução
assistida, permitindo o uso de material genético de qualquer pessoa após sua morte, desde que
haja manifestação específica, em documento escrito, dado por ela em vida, garantindo o
direito sucessório do concebido nestas condições, se a gravidez ocorrer em até 3 (três) anos da
abertura da sucessão do genitor que autorizou, pode ser uma solução para o tema. Conclui-se
que, enquanto o Código Civil ou outra legislação em vigência, não proceder no sentido de
determinar uma disposição regimentando o tema, face o aperfeiçoamento da medicina, não
seria possível a ciência e a doutrina pacificar o assunto, pois diante da carência de legislação
especifica sobre esta tese, cada caso será de fato da forma como pensar o julgador.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DIREITO SUCESSÓRIO DO COMPANHEIRO NA UNIÃO ESTÁVEL
JORGE, Geovana Manfrim* CANHEU, Gustavo Casagrande**
O Código Civil de 2002 trouxe em seu art. 1790 a participação do companheiro na sucessão,
mas que terá efeito somente nos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável.
Essa redação levantou muitas contrariedades, haja vista que a Constituição Federal estabelece
a união estável como entidade familiar equiparando-a a entidade do casamento. Assim a
definição de união estável é importante para a produção dos efeitos sucessórios. Portanto, tem
sido tarefa contumaz da jurisprudência igualar os direitos do companheiro ao do cônjuge. A
maioria dos juristas tem registrado que o dispositivo é inconstitucional, exatamente porque
trata com desigualdade as situações familiares que foram equalizadas pela ordem
constitucional. O Ministério Público sustenta a aplicação equivocada do art. 1790, cuja
incidência deveria levar em consideração o art. 1829, I, do Código Civil que rege sobre a
sucessão legítima incluindo o companheiro oriundo da união estável. O direito do cônjuge na
sucessão é como herdeiro necessário, já que concorre com os demais. Já o direito do
companheiro pode ser afastado, pois está em último lugar da linha da sucessão, tendo direito
de herança se não houver herdeiros colaterais. O Supremo Tribunal de Federal vem discutindo
sobre a constitucionalidade desse artigo através do Recurso Extraordinário (878694), até o
momento sete ministros votaram pela inconstitucionalidade da norma, por entenderem que a
Constituição Federal garante a equiparação entre os regimes de união estável e do casamento
no que diz respeito ao direito sucessório. O recurso começou a ser julgado na sessão do dia 31
de agosto de 2016 e teve repercussão geral reconhecida pela Corte em abril de 2015. Para o
Ministro Luís Roberto Barroso que foi o relator do recurso a ideia de que a relação oriunda do
casamento tem peso diferente da relação havida da união estável é incompatível com a
Constituição Federal de 1988, por violação aos princípios da dignidade da pessoa humana, da
igualdade e da proteção da família. Além disso, o ministro salientou que a norma viola o
principio da vedação ao retrocesso. A tentativa de mudar essa desigualdade vem sendo
discutida e tendo grandes chances de se concretizar de acordo com os votos obtidos pelos
Ministros. Espera-se que se resolva com uma Súmula Vinculante para cessar a discussão
sobre o assunto. Conclui-se que a atual legislação é deficitária, a interpretação do Judiciário é
importante, enquanto se julga a inconstitucionalidade do Art.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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ASPECTOS SOCIAIS E LEGAIS DA ADOÇÃO HOMOAFETIVA: O
PRECONCEITO COMO BARREIRA
MAVROGENIS,Jean Kleib* SANCHES, L.A*
AUAD, Olga Juliana** Quando se trata de homo afetividade, a questão da adoção se torna um assunto polêmico e que
enseja inúmeras discussões nos meios jurídico, social e religioso. Grande parte da sociedade
condena a adoção por casais do mesmo sexo alegando que podem influenciar a orientação
sexual da criança e o adolescente, além da possibilidade de sofrerem discriminações por parte
da sociedade, porém não foram constatados quaisquer efeitos danosos ao desenvolvimento ou
à estabilidade emocional decorrentes do convívio de crianças com pais do mesmo sexo. É
fundamental que seja colocado em pauta que atualmente o conceito de família foi ampliado, a
família vem sofrendo com as rápidas mudanças ocorridas em sociedade, não se limitando
mais a homem e mulher que se unem em matrimônio para que se forme uma família, o papel
da família no desenvolvimento de cada indivíduo é de fundamental importância, onde serão
transmitidos os valores morais e sociais que servirão de base para o processo de socialização
da criança e adolescente. Deve-se questionar porque não considerar os casais homo afetivos
como família, visto que eles podem estar aptos, como qualquer outro casal, a exercer tais
funções. Sendo considerada família, os casais homo afetivos tem o direito a adoção, pois a
adoção visa o melhor para a criança e adolescente, e em inúmeras vezes ela estará melhor
resguardada em uma família homo afetiva do que à margem da sociedade. Em nenhum
momento o Estatuto da Criança e do Adolescente, assim como o Código Civil ou qualquer
outra legislação pátria, faz menção a orientação sexual do adotando, é necessário levar em
conta os princípios da isonomia e da dignidade da pessoa humana, pois a ideia de que não é
possível a criação de uma criança em um ambiente familiar de casais de mesmo sexo é
carregada de grande preconceito, se a criança conta com um ambiente familiar favorável, com
amor, carinho, respeito e bem estruturado ela terá um desenvolvimento normal e igual ao de
uma criança que foi criada por um casal heterossexual. Barreiras vêm caindo no Brasil com
relação ao tema, o Conselho Nacional de Justiça mudou o padrão da certidão de nascimento
do tradicional “pai e mãe” para o termo “filiação”, abrindo ¬caminho para o registro de
crianças por casais do mesmo sexo e garantindo à criança todos os direitos sucessórios e
patrimoniais. Ninguém pode deixar de adotar porque é separado, viúvo, solteiro,
homossexual, toda criança tem o direito a participar de um núcleo familiar.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS
SILVA, Karol Custodio* FLORENCIO, Stella Villela**
A síndrome da alienação parental é uma disfunção emocional que decorre, na maioria dos
casos, de separação conjugal, quando na disputa pela guarda da criança ou adolescente, seu
tutor se submete a inferir na relação dos filhos com o outro genitor. Inicialmente, o alienador
procura desmerecer o outro genitor diante dos filhos, menosprezando-o e desvalorizando suas
qualidades. Aos poucos, vai se tornando mais ostensivo, impedindo o contato e rompendo os
vínculos entre os mesmos. Aqueles que vivem sob a tortura de um pai/mãe alienador, podem
sofrer consequências drásticas a sua saúde mental e física, inclusive a inclinação para drogas,
bebidas, não descartando a possibilidade de que essas, podem levar até ao suicídio. De acordo
com os artigos 1.637 e 1.638 do Código Civil, a prática da alienação pode levar a suspensão
ou até perda do poder familiar, considerando essa prática contrária à moral e os bons
costumes, na qual os pais ferem, também, o artigo 7° do ECA, onde expõe o direito da criança
e o adolescente de ter "[...] nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
condições dignas de existência". Perde-se também o "poder familiar" quando, por meio de
prova cabal, ficar claro a inaptidão para o exercício da guarda de um dos ascendentes, onde a
guarda compartilhada, que agora é regra, passa a ser unilateral. Sendo assim, a prática de
alienação, que se encaixa em estado de inaptidão, pode resultar, também, em revogação total
de guarda compartilhada. Diante do assunto supracitado, foi criada a lei n° 12.318 do Código
Civil, que caracteriza alienação, e que no seus artigos: 6°, incisos I ao VII e 7°, apresenta as
advertências e/ou penalidades que serão impostas ao genitor, caso ocorra e seja comprovada a
alienação.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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A CONTROVÉRSIA ACERCA DA VALIDADE DO ART. 1790 DO CÓDIGO CIVIL QUANTO À LINHA DE SUCESSÃO
OLIVEIRA, Mirian Machado Murillo* CANHEU, Gustavo Casagrande**
O estudo objetiva a demonstração de indignação diante da inconstitucionalidade do art. 1.790
do Código Civil, o qual designa tratamento discriminatório à companheira em relação à
mulher casada. Se a união estável é reconhecida como entidade familiar, de convivência
pública, continuada e duradoura não há de concorrer à companheira sobrevivente com
parentes distantes do falecido. Haja vista que no seio familiar existe o
comprometimento do casal, sejam nas dificuldades econômicas, salutares ou no dispêndio
com a prole. Ademais, conceitua o referido artigo que o companheiro (a) sobrevivente
participará apenas da sucessão do outro quando se tratar dos bens que foram adquiridos
onerosamente na constância da união estável, de acordo com o Caput. Nessa seara, somente
serão comunicados os bens adquiridos pelo esforço de um ou dos dois companheiros na
permanência da união estável, em tese detectamos que estarão totalmente fora dos bens
recebidos gratuitamente, através de doação ou até por sucessão. O entendimento é de que o
artigo acima disposto está desfavorável a Constituição de 1988, a qual afirma em seu art. 226
que a família tem especial proteção do Estado. Inclusive o Recurso Extraordinário (RE) de nº
878694 foi discutido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o qual discutiu sobre a
legitimidade do tratamento diferenciado dado a cônjuge e a companheiro conforme o disposto
no artigo 1.790 do Código Civil no critério de sucessão. Apesar do pedido de vista do
ministro Dias Toffoli foi constatado que sete ministros votaram pela inconstitucionalidade da
norma, pela contrariedade à Constituição Federal que prevê a equiparação entre os regimes da
união estável e do casamento no que tange ao regime de sucessão. Dessa forma, a pesquisa foi
estruturada na defesa do princípio da dignidade da pessoa humana e no direito de família,
bases legítimas que alicerçam o Estado Democrático de Direito.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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ADOÇÃO COMPARTILHADA: EM BUSCA DE SEU RECONHECIMENTO
ASSIS, Victor Henrique Xavier * AUAD, Olga Juliana.**
Muito se discute sobre a adoção em nosso país, em muitos casos ainda existe um certo
obstáculo para que alguém consiga adotar uma criança ou um adolescente. Desde a criação do
Código Civil de 1916 a adoção vem sendo abordada no âmbito nacional e já evoluiu bastante,
além de um casal heterossexual pode adotar, um casal homossexual ou uma pessoa solteira
também pode. Mas nos últimos tempos surgiu um novo conceito de adoção que ainda não foi
regulamento que seria a Adoção Compartilhada ou Adoção de Pais Amigos, essa nova
vertente permite que duas pessoas que não são um casal queiram adotar junta uma criança,
dividindo a sua guarda e responsabilidades. O mais inacreditável é que esse tipo de adoção
não é permitido ainda em nosso país, o procedimento de adoção não é mais tão burocrático
para casais heterossexuais ou homossexuais e pessoas solteiras, mas quando se trata dá
efetivação da vontade de "dois amigos" em adotar conjuntamente, é criada uma barreira que
impossibilita que isso aconteça. Existem poucos casos que isso foi permitido no Brasil e os
que foram permitidos foram autorizados pelo STF, como o caso dos irmãos que adotaram o
filho da empregada que morreu e não queriam que essa criança fosse adotada por estranhos.
Qual seria o problema de duas pessoas que tem a mesma vontade em adotar e queiram adotar
juntas? Se esse tipo de adoção for regulamentado, muitas crianças e adolescentes irão deixar
os orfanatos, o número que ainda é alto de adolescentes com uma idade mais alta iria reduzir,
a procura pela adoção seria ainda muito maior, porque muita gente tem medo de adotar
sozinha e não conseguir criar uma criança. Hoje em dia, por conta desse bloqueio existente
sobre a adoção compartilhada, muitas pessoas fingem um casamento para poderem adotar
juntas e logo após se separam ou pior, os casais até existem, até são casados de fato e adotam,
logo após se separam e a guarda fica compartilhada, seria praticamente a mesma situação em
relação a adoção compartilhada. A adoção compartilhada permite que uma criança
abandonada tenha uma família completa, com dois pais, duas mães, com avós, primos, dando
todo o amparo que ela realmente precisa. A regulamentação deste dispositivo quebra
paradigmas e faz com que nosso país evolua, permitindo que nossos jovens cresçam com
apoio familiar e amor, não deixando que caiam na vida do crime, dando a base que ainda falta
em muitas famílias tradicionais brasileiras. *Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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A LUTA DA MACONHA MEDICINAL
GOUVEIA, Aieska* SIQUEIRA, Dirceu Pereira**
A ANVISA, Respeitando uma decisão do judiciário Brasileiro retirou o CBD (canabidiol) e o
THC (tetrahidrocanabinol) do rol das substâncias proibidas, os quais passam a fazer parte da
lista de substâncias controladas. Daí os médicos podem prescrever as substâncias para seus
pacientes e eles terão a liberdade de importar o medicamento sem problemas. Por meio de
pesquisas bibliográficas e fazendo uso de método dedutivo constatamos que está decisão
colabora com as pesquisas desenvolvidas no Brasil, estudos da Universidade de São Paulo
(USP) campus de Ribeirão Preto já nos mostra que a substância não está ligada somente a
tratamentos de disfunção cerebral e dores, mas também a tratamento de infecções onde se
mostra mais eficientes do que os esteroides, por não apresentar efeitos colaterais encontrados
no mesmo. Assim, o Brasil dá mais um passo para a futura produção interna do medicamento,
e por que não pensar na distribuição deste pelo Sistema Único de Saúde? Mesmo com a
liberação da ANVISA do CBD e o THC a maconha contínua proibida no Brasil, e então surge
mais um problema; quando um paciente cultiva a maconha em casa para uso próprio ele ainda
poderá ser penalizado, levando em consideração que se utiliza uma grande quantidade da erva
para fins medicinais, o paciente será penalizado como um traficante de drogas. Vemos a
dignidade humana ferida, dignidade garantida pela constituição de 1988, a constituição
também coloca sobre a responsabilidade do estado a saúde do cidadão, é claro que esses
direitos não estão sendo respeitados pelos órgãos competentes. A sociedade esta travando
batalhas diárias para ter direitos já garantidos. O sistema nacional de políticas públicas sobre
drogas nos mostra que a União pode autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais
(vegetais considerados drogas), exclusivamente para uso medicinal ou científico, em local e
prazo predeterminados, mediante fiscalização. Com toda essa lei a favor do cidadão brasileiro
fica de difícil compreensão a situação dos pacientes que necessitam da medicação extraída da
maconha. O esclarecimento da população das benfeitorias do remédio e dos direitos que estão
sendo usurpados dela se mostra a forma mais eficaz para a solução do problema encontrado
pelos pacientes, que esperam o seu respaldo do Estado, garantidor de sua dignidade.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DIREITO NA EUTANÁSIA
TAMBELINI, Caio Costa* MOTTA, Arthur Willian Mori Rodrigues**
A eutanásia, quanto ao modo, pode ser classificada em Ativa, Passiva, Duplo Efeito e
Suicídio Assistido. Na eutanásia ativa há uma ação realizada por terceiro no sentido de retirar
a vida do enfermo, nesse caso são utilizados medicamentos controlados, overdoses e injeções
letais. Na eutanásia passiva ocorre a interrupção dos tratamentos até então empregados no
paciente. Na Eutanásia de Duplo Efeito, o médico administra uma medicação, com o intuito
de aliviar o sofrimento, contudo, com o tempo a medicação age no sistema imunológico,
deixando-o cada vez mais vulnerável, até que o paciente venha a falecer, o médico pode não
pretender acelerar a morte do doente, mas aliviar-lhe as dores. No entanto, é previsível que
também se produza um encurtamento da sua vida. No suicídio assistido, outra pessoa, auxilia
ou induz àquele que deseja por fim a sua vida. Além das classificações supra, tem-se ainda, a
eutanásia voluntária, quando o paciente, manifesta a sua vontade em relação a não mais
permanecer vivendo. Apesar das inúmeras críticas acerca dessa vontade, pois muitos
acreditam que o enfermo, nessas condições, não está com seu estado mental totalmente
equilibrado. A eutanásia involuntária consiste na realização do ato, contrariando a opinião do
paciente, a pedido da família, ou quando não há familiares, o próprio médico decide. Partindo
do pressuposto de que não existe direito absoluto, é perfeitamente cabível ao ser humano a
possibilidade de definir sobre o direito de morrer, haja vista, não ter sido dada a este, a
oportunidade de viver de forma digna. Assim, prolongar a morte seria submeter o ser humano
a um sofrimento prolongado, dolorido, cansativo, e, logo, desumano, pois viver sendo
submetido a intenso sofrimento, sem as mínimas condições de usufruir e gozar dos mais
elementares componentes necessários a uma vida digna é alijar o ser humano dos seus direitos
fundamentai. Vale lembrar ainda, o direito à vida, previsto no caput do art. 5º da Constituição
Federal abarca duas vertentes, vale dizer, a da vida biológica e a da digna. Nesse sentido, só
se tem vida se essa for digna. Logo, pode-se afirmar tratar-se incoerência oferecer um
prolongamento da existência, sem a garantia que a pessoa possa viver com o mínimo de
qualidade, violando a circunstancia, em última instância, o fundamento do nosso Estado
dignidade da pessoa humana, insculpido no inciso III do artigo 1º da Constituição Federal.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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ENFRENTAMENTO DE VIOLAÇÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
VELOSO,Jessica Michelle Nunes*
NUNES, Danilo Henrique**
O presente estudo aborda o tema recentemente adotado pelo STF – Supremo Tribunal Federal
na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - nº 347/DF, proposta pelo Partido
Socialismo e Liberdade e tendo o Ministro Marco Aurélio Melo como relator. O Partido
Socialismo e Liberdade – PSOL busca, com pedido de medida liminar, que seja reconhecida a
figura do “Estado de Coisas Inconstitucional” em relação ao sistema penitenciário brasileiro,
pedindo a adoção de providências estruturais em face de lesões sistêmicas a direitos
fundamentais dos presos. Tais violações decorreriam de ações e omissões dos Poderes
Públicos da União, dos Estados e do Distrito Federal. O Estado de Coisas Inconstitucional é
fenômeno jurídico relativamente novo no ordenamento jurídico mundial e teve a sua origem
nas decisões da Corte Constitucional Colombiana devido a constatação de violações contínuas
de direitos fundamentais. A primeira decisão da referida Corte foi proferida em 1997
(Sentencia de Unificación - SU 559 de 6 de novembro daquele ano, como fruto de protesto de
grupo de professores que tiveram seus direitos previdenciários violados por autoridades
públicas. Este instituto pressupõe uma atuação ativista por parte do Poder Judiciário,
possuindo objetivo arrojado, qual seja, o de permitir o desenvolvimento de soluções para
casos que caracterizam inconstitucionalidades sistêmicas, generalizadas e enraizadas
praticadas contra populações vulneráveis e historicamente marginalizadas.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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FATIAMENTO NO PROCESSO DE IMPEACHMENT PARA PERDA OU NÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS
JUNQUEIRA, João Marcos Diniz* FAVA NETO, João*
SIQUEIRA, Dirceu Pereira**
O julgamento de impeachment da presidente Dilma Rousseff, como acompanhado por grande
parte da população brasileira foi marcado por um acontecimento ocorrido peculiarmente, que
foi a divisão no processo de impeachment de primeiro ser votado se a presidente sofreria a
perda do cargo de chefe do executivo e em seguida se perderia seus direitos políticos pelos
próximos 8 (oito) anos, apesar de ter sido procedente o afastamento definitivo do seu atual
mandato como Presidente da República, foi votado improcedente a perda dos direitos
políticos. O fato vai de encontro conflitante ao parágrafo único do artigo 52 da Constituição
Federal, em que diz que a perda do cargo de presidente, acompanha a pena de inabilitação por
oito anos para o exercício da qualquer função pública. A decisão do presidente do STF
Ricardo Lewandowski em acatar um destaque do PT em ‘fatiar’ o processo de votação do
impeachment foi embasada no artigo 33 da lei federal 1.079 de 1950 (lei do impeachment),
em que permite ao Senado a votação divida da perda do mandato e dos direitos políticos.
Portanto, o presente trabalho tem como objetivo analisar a legalidade do ‘fatiamento’ ocorrido
no processo de impeachment da presidente Dilma, utilizando como metodologia o estudo
bibliográfico e normas jurídicas vigente no ordenamento jurídico brasileiro.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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EFICÁCIA DA LEI DE INCENTIVO A CULTURA E SUAS APLICAÇÕES
MANOEL, João Vitor Ferreira* SILVA, Leandro Alvarenga**
Tornou-se comum questionamentos e algumas distorções sobre a aplicação da lei de incentivo
a cultura no Brasil. A lei Rouanet, possui a finalidade de estimular o apoio das instituições
privadas no setor cultural, e desde a sua criação a lei Rouanet possibilitou a reforma e
construção de vários museus, cinemas e teatros, além de possibilitar eventos culturais, como
galerias, peças teatrais, concertos musicais e shows. Ao longo desses anos, foram emitidos
vários decretos para formalizar e ajustar a lei para sua aplicação, porém é necessário frisar por
outro lado que nesse período foram encontradas brechas para burlar sua finalidade. Em vista
do que foi mencionado, o presente trabalho tem como objetivo apontar falhas que possam
desviar o proposito da lei e discutir soluções com respeito as instruções normativas dos
decretos emitidos ao longo desses anos, além de direcionar como objeto de estudo o
mecenato, modalidade que caracteriza-se pelo investimento de empresas privadas para
incentivar a cultura, e apresentar propostas para que os fundos de incentivo a cultura se
regularizem, afim de atender a sociedade como um todo para que possam usufruir dos
benefícios desta lei.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL COMO INSTRUMENTO DE EFETIVIDADE DE AÇÕES AFIRMATIVAS: É POSSÍVEL EQUIPARAR,
DE FATO, OS DIREITOS ENTRE BRANCOS E NEGROS?
OLIVEIRA, Lucas Santana* SANTOS, Jéssica Ribeiro* NUNES, Danilo Henrique**
A Constituição Federal, no art. 5º, “caput” informa que todos são iguais perante a lei sem
distinção de qualquer natureza e tem resguardado os direitos a vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e a propriedades. O artigo inaugura a tutela dos direitos e liberdades individuais,
tendo em vista garantir a dignidade da pessoa humana, princípio fundante do Estado
Democrático de Direito, conforme art. 1º, inciso IV, da magna carta. O aspecto formal da lei
veda expressamente que haja qualquer distinção entre brancos e
negros. Todavia, no aspecto material as diferenças são latentes e notáveis, tanto o é que o
Estatuto da Igualdade Racial, vem dar revestimento de legalidade às ações afirmativas no
Brasil. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, a ideia do constituinte originário era de
dar amplitude ao sentido de igualdade formal, possibilitando o exercício material do princípio
da igualdade. O sentido material da igualdade surgiu, portanto, para complementar o sentido
formal. Pois, não é suficiente a lei declarar que todos são iguais, deve fornecer meios eficazes
para se efetivação da igualdade. Como destaca a melhor doutrina, a Constituição procura
aproximar os dois tipos de isonomia, na medida em que não se limitara ao simples enunciado
da igualdade perante a lei”. Logo, a Lei n.º 12.711, de 29 de agosto de 2012, a Lei de Cotas,
visa reafirmar a igualdade prevista na CF/88 e tem como finalidade a equiparação de chances
de ingresso a universidade entre negros e brancos, uma vez que a população negra que
frequenta a faculdade é de apenas 2% enquanto que eles representam 45% da sociedade
brasileira. Conclui- se que no momento a busca para cessar a discriminação vem tendo bons
resultados sendo estes mais negros nas universidades, nas empresas de grande porte e em
outros ramos. Porém, no momento ainda não foi possível igualar, de fato, brancos e negros,
mas a tendência é que os próximos anos essa desigualdade se reduza até que haja equiparação.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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CIDADANIA
MOREIRA JÚNIOR, Marcos Tadeu*
NUNES, Danilo Henrique**
É urgente a necessidade de efetivar o acesso à justiça a todos de forma equânime, onde
indivíduos comuns possam entender o erudito presente no Direito e utilizá-lo em seu
benefício, compreendendo o significado na vida diária. Possibilitar o acesso à justiça não
reduz à assistência jurídica diante de uma demanda litigiosa, nem mesmo se reduz à prestação
jurisdicional junto ao Poder Judiciário nas várias modalidades disponíveis. Formar o cidadão
– do ponto de vista critico-jurídico – é dar-lhe instrumentos para agir sem auxílio de terceiros,
para tanto devemos garantir o direito à educação como direito social fundamental. Este
trabalho se pautará na crença de que é possível uma sociedade humana e justa. Para tanto, é
necessário que ocorram algumas mudanças na sociedade e, em consequência no Estado. Este
mesmo Estado, que deve promover o bem-estar social, carece de instrumentos eficazes para
tanto, tendo em vista a dificuldade em concretizar ações públicas efetivas de cidadania. Com
o surgimento dos Direitos Humanos e, dentre eles e, quiçá o mais importante – posto que é
porta de acesso aos demais direitos e garantias – o direito de acesso à justiça. Por essa razão,
e, por considerar que a educação e suas instituições possuem o potencial de transformar a vida
dos indivíduos e a vida em sociedade, o presente trabalho analisa as principais correntes
doutrinárias acerca do acesso à justiça e sua concretização como extensão do exercício pleno
da cidadania. Notadamente investigará do ponto de vista doutrinário, como a cidadania pode
ser a mola propulsora para o acesso à justiça e, por consequência, meio de seu pleno
exercício, promovendo a igualdade material, buscada como fim do Estado Democrático de
Direito. Portanto, problematiza que a educação e o direito quando juntos, possuem um acervo
de possibilidades e de acessibilidade e, não obstante, revela que jurisdição não
necessariamente significará acesso à justiça, mas a sua efetivação. Problematizará, também,
que o pleno exercício da cidadania pressupõe conhecimentos elementares de direito e da
estrutura estatal. Por fim, pretende mostrar que mudanças na estrutura educacional brasileira,
do ensino básico ao superior, podem ser realizadas a partir de estudos futuros que fomentem a
aplicação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, tal como a inclusão de
disciplinas relacionadas com educação em direitos/cidadania e didática jurídica, bem como
licenciatura em direito no ensino superior.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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A INFLUÊNCIA DO DIREITO SOCIAL E A SUA RELEVÂNCIA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A CONTRIBUIÇÃO DA MELHOR
QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO
ALVES, Maria Lúcia Zaggo* MOTTA, Arthur William Mori Rodrigues**
A Política Pública, bem como a Política Social refere se as ações do Estado face às demandas
e necessidades sociais, constitui um marco à linha de orientação para a ação pública sob o
controle do Direito Social que assegura e visa contribuir com a concretização dos direitos
sociais conquistados ao longo do tempo e incorporados nas leis, declarados e garantidos
através de normas institucionais operacionalizadas por meios de programas, projetos e
serviços para combater e reduzir a má qualidade de vida do idoso atualmente em nossa
sociedade. A proposta dessa pesquisa é apresentar a realidade dos idosos e sua necessidade na
construção de um viver com mais qualidade de vida dentro da execução das Políticas Públicas
voltadas aos mesmos que proporcionam e garantem seus direitos. O processo de
envelhecimento do ser humano ocorre naturalmente independente de seu desejo, de acordo
com a projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa), a população com 60
anos ou mais já soma quase 15 milhões de pessoas e logo teremos mais velhos do que jovens
e isso é um motivo de preocupação e dedicação do Estado e da sociedade na ampliação do
direito da pessoa idosa, inclusive na educação dos mais jovens compartilhando reflexões a
esse respeito, redescobrindo também formas de como atender esse gênero em futuro bem
próximo, pois os mesmos necessitam de adequações especificas e estruturais que atendam as
suas necessidades que muitas vezes vem acompanhada de limitações. A criação da Lei n. 10.
741/03 veio para favorecer os idosos, de modo a garantir seus direitos como, por exemplo, o
direito à saúde, aos alimentos, ao transporte, à cultura, entre outros, contando com o Estado e
a sociedade para exercer, conjuntamente, com a família o papel de executor de políticas
públicas voltadas às necessidades da população idosa, promovendo a dignidade humana a esse
gênero.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DA ANÁLISE SEMIÓTICA DO FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO EM FACE DA INEFICIÊNCIA DO INSTITUTO PROCESSUAL
LOPES, Nicole Pimentel* MOTTA, Arthur Wilian Mori Rodrigues**
Não é de hoje que se busca uma conceituação propícia e efetiva de jurisdição, pois, pode-se
defini-la como sendo o poder atribuído ao Estado para fazer cumprir o direito diante de um
fato concreto, cujo objetivo preponderante é a resolutividade conflitiva assim como a
pacificação social. No entanto, perante a complexidade e diversidade de matérias submetidas
a este poder houve a necessidade da criação de diversos órgãos jurisdicionais, buscando-se,
assim, eficiência e assertividade. Como corolário, a competência surge como um fator
delimitador do poder de cada órgão jurisdicional. Complementarmente, o Estado insurgiu na
criação de diversos critérios de competência, dentre os quais, o foro por prerrogativa de
função. O foro especial por prerrogativa de função, também denominada de competência
originária ratione personae, ratione muneris ou popularmente conhecida como “foro
privilegiado” consiste em uma espécie de competência originária que determinados órgãos
superiores de jurisdição possuem para conhecer, processar e julgar determinadas pessoas em
razão da relevância das funções que exercem no Estado brasileiro. A competência por
prerrogativa de função é estabelecida, não em razão própria dos agentes detentores mas em
virtude do cargo ou da função que eles exercem. Logo, perder-se-á prerrogativa de foro
quando um agente detentor se aposenta ou cessa as suas atividades por qualquer outro motivo.
Embora previsto na legislação de muitos países, a competência por prerrogativa de função
tem sofrido muitas críticas por diversos questionamentos e, principalmente, pelo contexto
atual da política brasileira, revelando, em detalhes, como nunca antes visto a estratagema de
corrupção e impunidade no país. Todos esses fatores e muitos outros incentivam a
impunidade dos agentes políticos de tal forma que a Associação dos Magistrados Brasileiros
(AMB) veio a público divulgar uma pesquisa nessa seara que será explorada apropriadamente
neste trabalho, tendo sido elegido esse objetivo geral como foco e, a absorção e reflexão
crítica desse arcabouço cultural desvairado que nos circunscrevemos historicamente como
objetivo específico, partindo do levantamento bibliográfico técnico específico nacional para
fundamentar toda a pesquisa que ora se descortina.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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10 MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO
ARAUJO, Vanderlei Martins* SIQUEIRA, Dirceu Pereira**
A Campanha iniciada pelo Ministério Público Federal em todo o País, visa alterar a legislação
no sentido de evitar o desvio de recursos públicos e garantir mais transparência, celeridade e
eficiência ao trabalho da Policia Federal e do Ministério Público, as medidas buscam,
criminalizar o enriquecimento ilícito, aumentar as penas contra a corrupção e tornar hediondo
o desvio de altos valores, agilizar o processo penal e o processo civil de crimes e atos de
improbidade, criminalizar caixa dois e a lavagem eleitoral, permitir punição objetiva de
partidos políticos, viabilizar prisões, para evitar que o dinheiro desviado desapareça, agilizar o
rastreamento do dinheiro desviado e, por fim, fechar brechas da lei por onde o dinheiro
desviado escapa. Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2016
mostra que 65% das pessoas consideram a corrupção o principal problema do Brasil. Para
críticos, as 10 medidas não são solução contra a corrupção, e o projeto não vai de forma
alguma melhorar a situação da corrupção e da impunidade relativa a ela. A procuradora
Thaméa Danelon é categórica na contestação destes argumentos, pois segundo ela, o projeto
visa dar agilidade ao sistema, além disso, garantir ampla defesa aos réus, não significa que um
processo deva se arrastar por décadas, ampla defesa é estar representado pelo seu advogado, é
produzir as provas que o inocentem, isso tudo continua, afirma a procuradora. O Projeto foi
entregue ao Congresso em março deste ano, e embora o combate seja contra a corrupção,
algumas pessoas preferem afirmar que nossa Constituição esteja sendo atacada, e assim, lobos
em peles de cordeiro se lançam como paladinos defensoras da lei, da ordem e da Constituição,
usando o manto dos Direitos Fundamentais para encobrir interesses escusos. A hora e o
momento de mudar o Brasil, são agora, e só depende de nós.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DIREITO EMPRESARIAL
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A DESCONSIDERAÇÃO INVERDA DA PERSONALIDADE JURÍDICA
OLIVEIRA, Aline Calora* AUAD, Olga Juliana**
Entende-se por desconsideração inversa da personalidade jurídica a determinação judicial que
desconsidera a autonomia patrimonial da pessoa jurídica, alcançando bens de seu patrimônio
próprio, entretanto, para responder por dívidas que não são suas e sim de um ou mais de seus
sócios. É considerada “inversa” devido à transferência do polo de interesse na aplicação da
teoria; na modalidade “clássica”, é visado atingir o patrimônio do sócio pelos atos praticados
pela sociedade, ao contrário da primeira em que é almejado atingir o patrimônio social em
razão de atos praticados por sócios da sociedade. A conveniência deste instituto surge no
momento em que o indivíduo se desfaz de seu patrimônio, transferindo-o para a pessoa
jurídica da qual é sócio. Esta não é uma atitude isolada, muitos, ao verem a possibilidade da
perda de seus bens para quitar uma dívida, ou mesmo na partilha patrimonial após o divórcio,
usam de tal artifício para não perdê-los. Apesar de a lei não regular o assunto, a doutrina e a
jurisprudência, já há algum tempo, admitem sua existência. A função deste instituto é
combater a utilização indevida do ente societário por seus sócios, quando estes esvaziam seu
patrimônio pessoal e o integraliza na pessoa jurídica, para tanto é necessária a comprovação,
assim como na desconsideração clássica, dos mesmos requisitos do artigo 50 do Código Civil:
o abuso da personalidade jurídica, que pode ser caracterizado pelo desvio de finalidade ou
pela confusão patrimonial. Também determina o artigo 133, §2° do Novo Código de Processo
Civil que será aplicada à modalidade inversa, a mesma disciplinada à modalidade comum. Por
tudo isso, o presente trabalho tem por objetivo apresentar esta modalidade de desconsideração
inversa da personalidade jurídica, os motivos que levam a sua determinação e em quais casos
ela pode ser aplicada. Para tanto, foi utilizada a pesquisa bibliográfica e documental nas áreas
direito empresarial e direito civil.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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A FUNÇÃO SOCIAL DAS PATENTES DE MEDICAMENTOS
SILVA, Barbara Cristina Tunussi* MACHADO, Nathália Pousa Corrêa.*
AUAD, Olga Juliana**
Tem-se por patente a propriedade que confere exclusivamente ao seu titular o monopólio
industrial por determinado tempo, impedindo a exploração de sua criação por terceiros, uma
vez obedecidos os requisitos legais elencados pela LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996
e seus artigos. Luciano Lima Figueiredo, em sua obra “A Função Social das Patentes de
Medicamentos” equipara o sigilo das patentes com o medo da concorrência, que “dificulta a
evolução do mercado e da sociedade”, uma vez que as formulas dos medicamentos possuem
proteção à propriedade. Com maiores recursos de pesquisa e poder econômico, laboratórios
internacionais possuem exploração de remédios necessários à qualidade e preservação de
vida. Em busca de lucros excessivos, os preços dos medicamentos, são muitas vezes,
imódicos a sociedade, onde 1/3 da população mundial não tem acesso aos medicamentos que
precisa, levando a mesma ao não consumo de tais medicações, gerando morte de inúmeras
pessoas. Dentre os princípios constitucionais, dispõe o artigo 5º, XXII “é garantido o direito
de propriedade” e no inciso seguinte XXIII “A propriedade atenderá a sua função social”. De
igual maneira dispõe o artigo 170, III. Diante o exposto, é notória a afronta direta ao texto
constitucional e seus princípios da função social da propriedade, dignidade da pessoa humana,
igualdade social e solidariedade. A Lei 9.279, foi formulada em 1996 com o intuito de que o
Brasil se adaptasse ao acordo de Trips assinado em 1994, pois o Brasil não concedia patentes
para produtos farmacêuticos. Como resultado, o preço dos medicamentos aumentou
drasticamente, afetando toda a população do país. Diante de tais questões, gerou-se grande
questionamento sobre a posição nacional referente aos laboratórios internacionais e os preços
elevados, uma vez que a patente (espécie proprietária) de acordo com a redação
constitucional, teria obrigação de cumprir sua função social, sendo assim, acessível a todos
que não possuem recursos financeiros para custear os medicamentos.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DIREITOS HUMANOS
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A IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA URBANA NA PROMOÇÃO DO DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA
FARIA, Cíntia Alves* LEHFELD, Lucas de Souza**
SPEXOTO, M.C.B.**
O direito à alimentação por ser uma conquista recente da nossa Constituição apresenta
nuances com grande potencial de mudança do contexto social, proporcionando saúde,
sustentabilidade e distribuição de renda. O objetivo do projeto é analisar como a Agricultura
Urbana colabora para o acesso a concretização dos Direitos Fundamentais a Saúde e a
Alimentação. A pesquisa será exploratória, realizada de forma descritiva, através de dados
bibliográficos e documentais. Os resultados esperados visam corroborar a tese de promoção
de saúde através de uma Agricultura Urbana que possibilite a garantia ao direito fundamental
a alimentação e promoção do Direito Humano a uma Alimentação Adequada (DHAA). A
Agricultura Urbana passa a ser olhada como um fator modificador das cidades, e facilitador
de acesso a alimentos seguros, diminuindo a abismo que existe entre o direito e a realidade. A
presente pesquisa vislumbra um novo horizonte para o trinômio homem-direito-terra com a
Agricultura Urbana, não mais a antiga disputa pelo direito à propriedade, e sim pelo Direito
Humano a Alimentação Adequada, ao acesso a saúde e bem-estar através de um comércio
sustentável e um consumo consciente. Uma visão mais moderna e menos obtusa, consegue
vislumbrar um perfeito encaixe dos frutos produzidos por este tipo de cultivo e a promoção da
sustentabilidade e aquisição de direitos.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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POPULAÇÃO CARCERÁRIA: A RESSOCIALIZAÇÃO E ASPECTOS
DE REINCIDÊNCIA EM FACE DA AUSÊNCIA DE POLÍTICAS
PÚBLICAS
TEIXEIRA, Diego David de Oliveira*
KIST, Rodolfo Bernardino.*
NUNES, Danilo Henrique.**
O Conselho Nacional de Justiça - CNJ revela que o Brasil se encontra no 3º lugar do ranking
de países que possuem os maiores números de pessoas encarceradas do mundo, com 711.463
presos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e China. Embora 147.937 pessoas do total de
apenados cumpram prisão domiciliar, o número de mandados de prisão em aberto, segundo o
Banco Nacional de Mandatos de prisão é de 373.991 que, caso estes mandados sejam
cumpridos, chegar-se-ia ao resultado de 1,085 milhões encarcerados no país. A controvérsia
judicial é que mesmo que o indivíduo cometa crimes hediondos assim taxados, o mesmo
poderá retornar à sociedade, devido ao instituto da ressocialização. Tanto é que, no art. 5º,
inciso XLVII, da CF/88 diz que não haverá penas “de morte, salvo em caso de guerra
declarada; de caráter perpetuo; de trabalhos forçados; penas cruéis e de banimento. Ou seja,
há expressa previsão constitucional da missão estatal de reeducar o preso para o retorno para a
convivência de seus pares. Sendo assim, será que a solução para a crise carcerária se encontra
no simples ato de construir novas penitenciarias? Após condenados e encaminhados aos
presídios, serão esquecidos ou deve se implantar políticas efetivas de ressocialização?
Doutrinadores sustentam que a pena deve ter função educativa e formativa. E é este o espírito
do legislador no Código Penal vigente. O quadro caótico do cárcere brasileiro, sofre ainda
com a pressão das mídias de massa e dos grupos militantes em Direitos Humanos que cobram
do Estado ação efetiva de humanização do sistema carcerário. Ainda, de acordo com dados do
CNJ a taxa de reincidência criminal fica em torno de 70% em razão da ausência de políticas
efetivas de reeducação para quando voltarem ao convívio social. Todavia, se faz necessário o
cumprimento por parte do poder público a efetividade das leis e o cumprimento da diretriz.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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COTAS: CORREÇÃO DA SOCIEDADE
SANTOS, Eduarda Aparecida Cândido* PALUMBO, Lívia Pelli**
Em 1889, apenas um ano após a Abolição, os trabalhadores negros e pardos eram afastados da
livre competição "objetiva" de mercado. Desta maneira, percebe-se que não só a escravidão
foi a responsável pelo tratamento desigual, mas também o racismo com sua ideologia de que
"alguns são melhores que os outros", atinge nossa sociedade até os dias atuais. Foi a cor da
pelo que trouxe, no Brasil, maior atenção para o termo "ação afirmativa", o que por si só já
demonstra nossa pouca prática em pensar nos aspectos discriminatórios negativos
relacionados à negritude. Porém é ignorância crer que o termo "cotas" venha beneficiar
somente pessoas negras ou pardas. No conceito de ética e justiça de Aristóteles, as ações
afirmativas também se baseiam nele, que basicamente significa tratar desigualmente os
desiguais para se promover a efetiva igualdade abstrata porque concretamente é a
desigualdade que se verifica. Aquela pessoa que está em situação de desigualdade precisa de
mecanismos que vise o acesso dela a cidadania. De acordo com a Lei nº 12.711 e com o
princípio da isonomia (igualdade), que possibilitou vagas para negros, pardos, indígenas e
pessoas com deficiência, garante a todos em sentido amplo oportunidades ao acesso à
educação e ao
trabalho. Uma prova disso é o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), em que alunos que
tenham ou estejam cursando o ensino médio em escola pública, possam ingressar em
universidade públicas e federais em todo território brasileiro, competindo também com a
ampla concorrência. Outra forma de inclusão é as paraolimpíadas, criada após o fim da
Segunda Guerra Mundial para portadores de deficiência física e sensorial. Temos que acabar
com tabu, "O sistema de cotas beneficia parte dos negros, mas não os reais necessitados", "As
cotas é uma forma de discriminação", sendo que seu único objetivo e foco é a Abolição social.
Por fim, é preciso reconhecer a existência da discriminação no pais, em um sociedade que
discrimina em razão da cor da pele, em que cogitamos se o acesso a justiça realmente
funciona em um pais que a maioria são negros e pardos.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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A RESSOCIALIZAÇÃO DO INDIVÍDUO À LUZ DO MÉTODO APAC
OLIVEIRA, Frederico Elton* DOMINGOS, Rafael Faria.**
A ressocialização do indivíduo à luz do método APAC é tema relevante para entender a
evolução do sistema punitivo na aplicação da pena privativa de liberdade pelo grupo social. O
referido propicia a efetiva aplicação de garantias fundamentais básicas inerentes ao indivíduo,
essenciais na real firmação de um Estado Democrático de Direito. Desde os primórdios da
humanidade, a pena, antes vista exclusivamente para a satisfação da vítima e para a
retribuição ao indivíduo delinquente com a aplicação da pena, mostra-se ineficiente não só na
prevenção como também na busca de educar o delinquente para que este não volte a cometer
novos atos. Tem-se majoritariamente no mundo e principalmente no Brasil um sistema
tradicional falho, que além de não satisfazer direitos basilares na reclusão do indivíduo,
promove também, com as condições de cumprimento, a minimização do indivíduo como ser e
consequentemente, derivados dessa política secular, o alto índice de reincidência derivados do
seu sistema. A proposta sistemática/metódica utilizada pelo método APAC visa buscar a
ressocialização do indivíduo, mediante a integração entre Poder Judiciário, Sociedade Civil e
Igreja Católica, além de promover a assistência à família, educação, saúde, bem estar,
profissionalização, reintegração social, pesquisas psicossociais, recreação e espiritualização.
A aplicação efetiva de suas diretrizes, vem ao encontro com o preceituado na Lei de Execução
Penal, além da Constituição Federal, promovendo a reintegração social respeitando as
garantias fundamentais básicas ao preso e ao egresso.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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AS SISTEMÁTICAS VIOLAÇÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS
DOS PRESOS DECORRENTES DO QUADRO CAÓTICO NO SISTEMA
CARCERÁRIO BRASILEIRO: O ECI, O MINIMO EXISTENCIAL E A
RESERVA DO POSSÍVEL
MORA, Robson Aparecido*
NUNES, Danilo Henrique.**
O Partido Socialismo e Liberdade - PSOL, ajuizou Arguição de descumprimento de Preceito
Fundamental –ADPF, que recebeu o processamento de nº 347/DF pleiteando ao Supremo
Tribunal Federal – STF o reconhecimento do Estado de Coisas Inconstitucionais – ECI no
sistema penitenciário brasileiro. Não há precedentes do referido instituto no sistema judiciário
brasileiro, sendo que sua concepção e primeira aplicação ocorreram na Corte Constitucional
Colombiana. Cabe o ECI, desde que, haja violação a direitos fundamentais de forma
generalizada, contínua e sistêmica – atingindo número amplo e indeterminado de pessoas e a
comprovada omissão de órgãos estatais no cumprimento de suas obrigações na proteção dos
direitos fundamentais. O Brasil encontra-se na quarta posição mundial em quantidade de
encarcerados: cerca de 620 mil detentos em regime fechado, notadamente convivendo em
ambientes inóspitos, desumanos e degradantes. Estudos apontam um déficit de 250 mil vagas
no sistema prisional nacional, possibilitando o cabimento do ECI no referido sistema. O STF
deferiu em sede de liminar do Ministro Marco Aurélio Melo, reconhecendo expressamente a
existência do ECI frente a essa situação caótica. Tal assertiva do Poder Judiciário deverá ser
seguida pelos poderes executivos dos Estados e do Distrito Federal asseverando o mínimo
existencial – que consiste no direito às condições mínimas de existência humana digna de
forma isonômica frente à reserva do possível – justificativa da Administração para a omissão
que reside na limitação de receita, insuficiente para cobrir todas as despesas. Todavia, já há
posicionamento da Suprema Corte, repugnando a escusa da insuficiência de verbas para
afastar o encargo do Estado de cumprir direitos individuais e coletivos. Apesar disso, não se
desconstituindo a lista de inconstitucionalidades poderá o Judiciário intervir nas políticas
públicas para assegurar o consubstanciado dos alvos prioritários dentro da reserva do possível.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DIREITO INTERNACIONAL
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CONSTRUIR PONTES OU MUROS: UMA ANÁLISE DO ESTATUTO
DO REFUGIADO.
CASTRO, Lucila Aparecida *
ABÍLIO, Adriana Galvão Moura**
Muito comum hoje, ouvirmos a palavra refugiado, desde o início do século XX a questão dos
refugiados tornou-se uma preocupação para a comunidade internacional muitos tratados e
convenções buscaram resoluções para melhor atender essas pessoas que são obrigadas a
deixar o próprio país de origem e a pedir proteção em um país estrangeiro por temer
perseguição ou sê-lo por motivos religiosos, étnicos, de posicionamento politico ou estar
fugindo de guerras. Essas características são as que distinguem os refugiados do que emigram
por motivos econômicos. No caso dos refugiados não há escolha em abandonar seu país para
manter sua vida ou de seus familiares a salvo e preservar a sua liberdade. Sendo estes direitos
considerados fundamentais, como destaca o artigo 14 da Declaração Universal dos Direitos do
Homem de 1948. Por isso, no ano de 1951 aconteceu em Genebra a Convenção da
Organização das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, que tem atualmente 144
Estados signatários. O Brasil ratificou a convenção por meio da Lei nº 9.474 de 22/07/1997.
Essa lei concede aos refugiados direitos e deveres específicos que devem ser observados.
Dentre os direitos garantidos ao refugiado destaca o de não ser devolvido ao país de origem
quando o governo deste coloca a sua vida ou liberdade em risco, esse deriva de um princípio
do direito internacional, chamado non-refoulement (não devolução), reconhecido como um
princípio do jus cogens (direito cogente). Porém a realidade internacional não é bem aquela
exposta nas convenções e nas leis nos diversos Estados. Nos últimos anos o número de
pessoas pedindo refugio, principalmente por culpa do “estado islâmico” aumentou
notavelmente e isso vem acarretando problemas econômicos, sociais e de segurança em
diversos países principalmente aqueles que compõem a União Europeia. Pois dentre as
pessoas que solicitam refugio não há somente aquelas que se enquadram para tal, mas também
integrantes de células terroristas. Essa possibilidade tem levado a população dos países de
destino a ter receio em conviver com refugiados, por medo de colocar a própria liberdade e
vida em perigo. O desafio agora é descobrir como construir pontes e não muros de separação
e exclusão. Tendo em vista esse panorama, o presente trabalho tem por objetivo, analisar
através do método dedutivo as leis nacionais e os tratados da União Europeia referentes ao
tema e os procedimentos criados para sua efetivação e as barreiras que impedem a sua
eficácia.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DIREITO PENAL
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DA PORPORÇÃO ENTRE OS CRIMES E AS PENAS
CARVALHO, Amanda Espinosa Correia Porto* SIQUEIRA, Dirceu Pereira**
Vivemos imersos em uma sociedade que está sempre em busca de igualdade em todos os
assuntos presentes no cotidiano, visando sempre o melhor para o convívio em sociedade.
Além de que uma das pilastras da constituição federal diz em seu Art. 5º “ todos somos iguais
perante a lei...” Baseado no princípio da proporcionalidade, a pena deve ter proporção com o
mal causado a sociedade, analisaremos a desproporção de alguns dispositivos de lei do nosso
sistema brasileiro. Homicídio simples (121 CP) “Matar alguém”, aqui está claro a vontade e o
dolo da pessoa em retirar a vida, e a sua pena base é fixada em 06 anos. Agora quando
falamos de remédios sem procedência (Art. 273 SS1) sua pena base é fixada em 10 anos, se a
pena deve ser proporcional ao mal causado em sociedade, será que o valor de uma vida se
sobrepõe a venda de remédios que ninguém obriga a compra, tampouco o uso?? Embora se
discute no artigo 24 do CP sobre Estado de necessidade, é contraditório na questão sobre furto
famélico que se pratica por quem, em estado de extrema penúria, é impelido pela fome, pela
inadiável necessidade de se alimentar resultando em pena máxima de 1 ano, em virtude de tais
circunstâncias não seria justo apenar-se um ser - humano pelo ocorrido. Como podemos
admitir que a corrente de leis que nos guia e forma nossa sociedade possuía desproporções
legislativas com tamanhas desigualdades, em um mundo e uma geração que luta diariamente
pela democracia e pela igualdade? Portanto assim como lutamos por tudo aquilo que nos
desrespeito, carecemos de buscar e lutar por um conjunto de normas que iniba e puna a
sociedade adequadamente, não deixando prevalecer um sistema que pregue igualdade em uma
de suas cláusulas pétreas e ele mesmo desrespeite de tamanhas proporções uma
de suas pilastras.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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LAVAGEM DE DINHEIRO E A TEORIA DA CEGUEIRA
DELIBERADA
SANTOS, Amanda de Oliveira*
SIQUEIRA, Dirceu Pereira**
A mega operação da Policia Federal denominada “Operação Lava Jato” diariamente é
destaque no noticiário nacional. Dentre as diversas fases da operação, muitos crimes são
investigados, dentre eles a prática de: corrupção, sonegação fiscal, evasão de divisas, crimes
licitatórios, etc. No entanto, há um delito que sempre é noticiado e que todos falam, mas
poucos compreendem. Refiro-me ao crime de Lavagem de Dinheiro. O delito de Lavagem de
Dinheiro possui um caráter acessório, isso significa que depende da ocorrência de outra figura
típica para o seu aperfeiçoamento, um exemplo seria sobre a prática do crime de sonegação de
Imposto de Renda e a forma na qual o valor sonegado adquire aparência lícita. Não basta uma
consciência potencial, marginal, ou um sentimento, deve-se averiguar se o agente percebeu o
perigo de agir, e se assumiu o risco de contribuir para um ato de lavagem, a mera imprudência
ou desídia não é suficiente para o dolo eventual. Aqui entra a teoria da cegueira deliberada,
onde pode ser aplicada em determinadas situações em que o agente finge não perceber a
origem ilícita dos bens adquiridos por ele com o intuito de auferir vantagens. Em outras
palavras, ele se faz de bobo visando não tomar ciência da extensão da gravidade da situação
em que ele está envolvido. Contudo, para que a teoria possa ser aplicada, é necessário que
fique demonstrado que o agente tinha ciência da elevada possibilidade do objeto material do
crime ser de origem ilícita. Trata-se, na maioria dos casos, de uma clara situação de dolo
eventual, onde o sujeito ativo vislumbra a possibilidade do resultado lesivo proveniente de sua
conduta, mas pouco se importa com a sua ocorrência, um exemplo disso no Brasil são os
crimes de lavagem de capitais, que especialmente a teoria da cegueira deliberada vem sendo
aplicada, como ocorreu no caso do furto ao Banco Central de Fortaleza, no ano de 2005. Por
fim, a cegueira deliberada somente é equiparada ao dolo eventual nos casos de criação
consciente e voluntária de barreiras que evitem o conhecimento de indícios sobre a
proveniência ilícita de bens, nos quais o agente represente a possibilidade da evitação recair
sobre atos de lavagem de dinheiro.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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LEI DA PALMADA E DO MENINO BERNARDO
CAMARGO, Ana Paula*
NUNES, Danilo Henrique** A Lei nº 13010/2014 (“lei da palmada” ou “lei do menino Bernardo”), aprovada pela Câmara
dos Deputados, muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e proíbe a aplicação de
castigos físicos a crianças e adolescentes. O texto veda o "uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer
outro pretexto". O objetivo da lei é disciplinar. A “palmada” dada em uma criança, mesmo
que não cause lesão corporal, poderá ser considerada “castigo físico” se gerar sofrimento
físico. Por outro lado, é necessário dizer que a Lei aprovada não proíbe toda e qualquer
palmada nas crianças e adolescentes. Sobre esse aspecto, vale ressaltar que o projeto original
que tramitou no Congresso Nacional proibia expressamente toda e qualquer palmada, tendo
havido, portanto, um abrandamento na versão final aprovada. A lei proíbe não apenas
“palmadas”, ou seja, castigos físicos. Isso porque a Lei veda também qualquer forma de
tratamento cruel ou degradante, o que pode acontecer mesmo sem contato físico, como no
caso de agressões verbais e privações. A Lei n.º 13.010/2014 não prevê nenhum crime. Não
traz nenhuma sanção penal. Esse não era o seu objetivo. No entanto, a depender do caso
concreto, o castigo físico aplicado ou o tratamento cruel ou degradante empregado poderá
configurar algum crime previsto no Código Penal ( Arts. 129 e 136) ou no ESTATUTO DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DAS PRESIDIÁRIAS: UMA ANÁLISE DO CUMPRIMENTO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL
BORGES Andressa Ferreira*
TEIXEIRA Jaqueline Aparecida Tomáz* ABILIO, Adriana Galvão Moura.**
O perfil das presidiárias no Brasil é de 27% entre 18 e 29 anos, 68% negras, 31% brancas,
apenas 10% têm o ensino fundamental completo e 68% são reclusas por crime de tráfico de
drogas, segundo os dados do INFOPEN (Sistema Integrado de Informações Penitenciárias) de
junho de 2014. As penitenciárias femininas são em sua maioria insalubres, com superlotação,
não possuem áreas destinadas ao lazer, recreação, praticas educacionais, berçários e creches.
A quantidade de mulheres presas é menor em relação aos homens, porém elas são mais
vulneráveis a prisão do que eles, no sentido de que há uma violabilidade dos seus direitos
inerentes relacionados ao afeto, sexualidade e principalmente das gestantes, que de acordo
com a LEP - Lei de Execuções Penais, (art. 83, § 2º) as gestantes e parturientes devem ter
uma seção separada com creches e berçários para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses
ate a amamentação e menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança
desamparada cuja responsável estiver presa. As detentas ficam desamparadas e sem
assistência jurídica, pois não têm contato com a defensoria pública. O abandono vem também
por parte do cônjuge e da família, pois são submetidos a revistas vexatórias e os presídios para
onde as detentas são encaminhadas ficam longe de suas cidades. Outro lado que chama
atenção é o fato que elas não conseguem ter o direito materno e quando têm é como se fosse
uma obrigação, não têm autonomia para decidir se ficam com a criança no cárcere, se entrega
para sua família ou a um abrigo logo após seu nascimento. E quando há possibilidade de
ficarem com seus filhos, exercem uma função de hipermaternidade, ficam 24 horas cuidando
da criança, sendo privadas do trabalho e do estudo que iria contribuir com a remição de sua
pena, assim, tendo seus direitos tutelados, são mães integrais e quando acontece à separação
não há uma preparação psicológica. É importante analisar o contexto dessas crianças e de seu
futuro na sociedade, se é melhor mantê-la com a mãe institucionalizada ou separar e ter as
consequências dessa separação, não existe um amparo específico. Observa-se que existem
leis, mas não são cumpridas, com a necessidade de serem revistas, junto com uma
reestruturação prisional eficaz em consonância com o poder público, pois o sistema
penitenciário foi criado no intuito de ressocializar o preso e é notório que isso não acontece na
realidade.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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PRECARIEDADE DO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO
SILVA, Beatriz Pereira* CALIARI, Fábio Rocha**
Este artigo, buscar analisar a situação atual do sistema penitenciário brasileiro. Observando-se
as notícias vinculadas nos meios de comunicação que tratam das condições precárias,
tentativas de fuga e de rebeliões. No entanto, parte da sociedade não percebe que estas ações
podem estar relacionadas como um meio de alertar para as condições degradantes da vida nos
cárceres brasileiros. Ao serem presas, as pessoas perdem não apenas os direitos de liberdade,
outros direitos são cerceados, culminando na perda de seu direito a personalidade e a
dignidade. Figura como exemplo das condições degradantes a superlotação, o que por
consequência facilita a proliferação de doenças e seu fácil contágio, além de brigas e mortes
frequentes. Destaca-se ainda a má alimentação oferecida, o uso de drogas e muitas vezes a
falta de assistência médica dentro dos presídios. O direito criminal, que busca punir aqueles
que contra os valores que este mesmo direito visa proteger, muitas vezes, contra a lei, acabam
por fazer o mesmo, com a pratica de tortura e castigo, tornando-lhe os que são submetidos,
pessoas mais revoltadas devido ao tratamento tantas vezes indigno que recebem. Um
transgressor é antes de tudo um ser humano detentor de direitos que precisam ser protegidos.
As penitenciarias devem servir como meios de reabilitação e de reconciliação para que os
detentos percebam que podem alcançar sua função social ao invés de se tornarem pessoas
mais frustradas. É preciso que o governo seja consciente que é responsável pelo alto índice de
criminalização no Brasil, e que possui obrigação de lutar para garantir um sistema
penitenciário legal, agindo nas raízes desse mal e garantindo fatores essenciais para a
formação de um cidadão. Esse artigo objetivou demonstrar a realidade carcerária brasileira,
que violenta a dignidade dos detentos possuidores de direitos trazidos pela lei de execução
penal, no código penal e na constituição de 1988. Todavia não basta apenas ter inscritos, mas
se faz necessária à efetivação destes na realidade do apenado, contribuindo para sua
recuperação e sua reinserção no convívio social. O estado não deve apenas punir, mas deve
também fornecer aparatos para que estas pessoas paguem por seus delitos e não volte a
cometê estabelecendo assim uma maior eficácia no sistema.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA COMO EXCLUDENTE DA
TIPICIDADE MATERIAL
SANTOS, Dayele de Souza*
DOMINGOS, Rafael Faria**
O Direito Penal reserva para a si a tutela de bens jurídicos com valores relevantes, tais como a
vida, a integridade física, o patrimônio e a liberdade. Tendo em vista a necessidade de corrigir
certas injustiças que poderiam advir do direito penal, desenvolveu-se o princípio da
insignificância. Tal preceito visa afastar a aplicação do direito penal a situações que não
afetem de forma relevante certos bens jurídicos. O princípio da insignificância encontra
aplicação, por exemplo, no crime de lesão corporal, a qual, caso se revelar ínfima, não
demanda a atuação do direito penal. Exemplo disso é a lesão corporal causada por um
alfinete. Também é aplicado no crime de furto. Por exemplo, se alguém subtrai um chiclete de
uma loja de doces, aplicando-se o princípio da insignificância ao caso não teríamos um crime,
pois não estaria ferindo a um bem jurídico relevante, já que um chiclete praticamente não fará
diferença ao patrimônio daquele estabelecimento vítima. A doutrina moderna tem entendido
que o princípio da insignificância pode ser reconhecido, no caso concreto, até mesmo pelo
delegado de polícia, afastando o crime já na fase policial. Assim, reconhecendo a incidência
do princípio da insignificância, exclui-se o crime. Isto porque a insignificância se relaciona à
tipicidade material, que seria a análise se conduta provoca uma lesão ou ameaça de lesão
relevante ao bem jurídico tutelado. É materialmente atípica a conduta que fere ao bem jurídico
irrelevante, se excluirmos a tipicidade material não teremos fato típico e se não há fato típico,
não há crime. O princípio da insignificância, todavia, não se confunde com o crime famélico.
Enquanto no primeiro a conduta é materialmente atípica, no crime famélico o delito é
praticado em estado de extrema penúria e é impulsionado pela fome, sendo inadiável a
necessidade de se alimentar, podendo afastar a ilicitude pelo estado de necessidade.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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MEDIDAS DE SEGURANÇA APLICADAS AOS INIMPUTÁVEIS
CARVALHO JUNIOR, Edson Aparecido* SISDELI Jessica Caetano*
LIMA, Rafael Catani.** O presente trabalho busca aprofundar-se no estudo das medidas de seguranças no Brasil,
principalmente no que diz respeito a sua efetividade e aplicabilidade, elas são aplicadas como
regra ao inimputável que houver praticado algum ilícito penal, excluindo sua culpabilidade,
que serão absolvidos de acordo com o art. 26, caput, do Código Penal que diz “É isento de
pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou
de determinar-se de acordo com esse entendimento”, o trabalho visa estudar quem são os
inimputáveis, as espécies de medida de segurança aplicadas a cada um que podem ser tanto
detentivas (internação para inimputáveis), quanto restritivas (tratamento ambulatorial para
semi-imputáveis), averiguar a eficácia da lei e a reintegração social do individuo após cumprir
sua pena, pois o estado trata a medida de segurança como um tratamento ao agente com
finalidade curativa, o mesmo espera que o doente não volte a praticar nenhum fato típico e
ilícito após sua reintegração. O trabalho também tende a estudar a historia da medida de
segurança, conceituando vários aspectos da sanção que perderam a aplicabilidade com o
passar do tempo. E com isso de uma forma geral e imparcial, apontar pontos positivos e
negativos da sanção penal aplicada pelo Estado.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE NO DIREITO PENAL BRASILEIRO
ERANI, Hendhel Gazeta* SOUZA, Daiana Fernandes*
CALIARI, Fábio Rocha**
O princípio da proporcionalidade no Direito Penal tem a função de averiguar em que medida
punir – tendo em vista, as leis penais em si e os efeitos sociais concretos que elas geram. Ele
impõe os parâmetros de racionalidade tanto na seleção da conduta incriminada, quanto na
escolha dos parâmetros de sanção (mínimo e máximo da pena). A lei tem que ser razoável,
para que o legislador ao cumprir seu papel constitucional determine de forma abstrata quais
bens e sob qual forma de agressão e medida devem ser tutelados pelo Direito Penal. Mas a
teoria se diverge da prática. Se fizermos a análise do Código Penal comparando-o com a Lei
11.343/2006 referente as drogas, notamos claramente a presença do descumprimento deste
princípio. Ao compararmos o crime de estupro (6 a 10 anos) com o tráfico de drogas, nota-se
que a pena para o tráfico é superior à de estupro (5 a 15 anos). Um outro dado recente da
referida lei é o artigo 36, denominado de “financiamento do tráfico”, cuja a pena mínima é de
8 anos, superior à de homicídio simples que são 6 anos, sendo idêntica à pena máxima para os
dois crimes (20 anos), o que configura um exemplo de radicalismo da resposta penal nos
crimes de drogas, o que pode até vir a ser considerado inconstitucional, pela quebra da
racionalidade e proporcionalidade. Para melhor compreensão, o artigo 273 do código penal de
1940 que já é discutida sua inconstitucionalidade pela doutrina majoritária: “quem importa,
vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou
entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. ” A pena base é
de 10 anos. Porém, o excesso de importância normativa dada a
crimes que não geram tanta insegurança jurídica e danos concretos as vítimas, contrasta com a
pouca relevância normativa com relação aos demais crimes, os quais geram muito mais danos
sociais concretos, com vítimas diretas duramente atacadas nos seus direitos e bens jurídicos.
Contudo, a segurança jurídica e os direitos fundamentais do cidadão exigem com precisão e
clareza a determinação dos crimes e das respectivas sanções; para individualizar o preso,
adequando pena ao crime e a personalidade do criminoso. Portanto o grande problema da
desproporcionalidade e o motivo da pesquisa é mostrar que as altas penas aplicadas a menores
delitos. Pretendendo assim contribuir para uma reflexão, visando a transformação do modelo
atual punitivo.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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O SISTEMA PRISIONAL DO BRASIL À LUZ DOS PRINCÍPIOS DO MÍNIMO EXISTENCIAL E DA RESERVA DO POSSÍVEL
LACERDA, Isabela Duran Cavalcante * SILVA, Bruna Queiroz de Paula*
NUNES, Danilo Henrique** O presente trabalho visa discorrer sobre a atual situação do sistema prisional brasileiro e os
vários atentados à Constituição Federal no tocante aos direitos humanos e fundamentais, além
da falta de ação e a omissão dos Poderes Públicos. A Constituição Federal garante a todos os
brasileiros os seus direitos fundamentais, não excluindo desse meio os presos, e junto à CF
temos o princípio do mínimo existencial, o qual é um direito que visa garantir condições
mínimas de existência humana digna. Todavia ambos são feridos quando paramos para
analisar que os detentos vivem em condições desumanas, com péssimas condições higiênicas,
má alimentação, superlotação de presídios e uma saúde repugnante. O artigo 5º CF/88 inciso
XLIX garante aos presos o direito à integridade física e moral, com isso, o fato de ser restrito
do seu direito de liberdade, não implica sobre o direito à sua dignidade. A instituição prisão
tem o intuito de promover a ressocialização e reinserção dos detentos, porém, nesta instituição
acaba ocorrendo a violação dos direitos básicos da pessoa, o indivíduo é preso para lhe ser
retirado o direito de ir e vir, e apesar de todos os outros direitos serem garantidos pela lei,
acabam sendo feridos neste meio. Outra característica do princípio do mínimo existencial
refere-se aos direitos positivos, pois exige que o Estado ofereça condições para a
aplicabilidade dos direitos fundamentais. Porém em contraposição a ele, temos o princípio da
reserva do possível, no qual, afirma que deve ser feita uma análise da reserva orçamentária
disponível, onde, o Estado só realiza o que for preciso se estiver dentro de sua capacidade
econômica. Diante dessa divergência de princípios, há de ser feito um juízo de ponderação,
onde se deve equilibrar o mínimo existencial e a reserva do possível: o Estado há de preservar
a dignidade da pessoa humana, respeitando também os seus limites financeiros. Com isso,
avaliando a atual situação financeira do país, e o alto custo de manutenção e de
funcionamento do sistema penitenciário, o atual governo propôs o sistema de privatização do
sistema carcerário brasileiro, como forma de garantir a reabilitação dos detentos e a promoção
dos Direitos Humanos, tendo em vista que a Administração Pública não tem atendido aos
anseios sociais no quesito estabelecimentos carcerários.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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A IMPORTÂNCIA DA OITIVA DAS VÍTIMAS EM CASOS DE ABUSO INFANTIL
LIMA, Jade Caroline de Oliveira* SOUSA, Paula Caroline* CALIARI, Fábio Rocha**
O trabalho aqui presente visa discorrer sobre as provas trazidas nos processos criminais em
casos de abuso infantil, abordando especificamente o depoimento das vítimas. Se tratando de
um crime que é raramente testemunhado por alguém, pelo fato de ser feito as escondidas as
poucas provas que se apresenta é a palavra da criança. Depois de denunciado que
aparentemente é a parte mais difícil, pelo fato de na maioria dos casos serem praticados por
algum membro da família ou alguém muito próximo. O profissional que receber essa criança
tem a difícil tarefa de quebrar seu silencio, causada pela sua vivencia, culpa, dor psíquica e
medo. Além de todo sofrimento causado pela violação de sua integridade, muitas vezes a
vitima lida com a falta de proteção familiar podendo assim, influenciada, fantasiar fatos
relacionados à ocorrência. Os profissionais que trabalham com esse tema precisam estar
preparados para a coleta de provas de qualidade, protegendo a pequena vítima com o objetivo
de reduzir a contaminação de seu relato sem interferência de terceiros. Não existe previsão
legal exclusiva para a oitiva de crianças no caso de crimes sexuais, apesar de toda sua
particularidade. Cabe aos inquiridores, utilizar dos mesmos procedimentos de depoimentos de
adultos. Além de comprovar danos psicológicos, existe ainda, o problema da confiabilidade
da prova produzida apenas pelo relato da vítima. De acordo com o Art. 202 do Código de
Processo Penal, e ainda que timidez, rebeldia, e falta de condições de se sujeitar a
manipulação de terceiros podem ser alguns fatores que comprometem a possibilidade do
depoimento infantil.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA E O PLS 554/2011
SOARES, João Vitor* SIMÕES, Glaucia Regina M. Martins**
O Projeto de Lei do Senado 554/2011, busca alterar de forma sistemática, entre outros artigos,
o 306 do Código de Processo Penal, instituindo na nova redação oito parágrafos, além dos já
existentes, sendo o §4º o que versa especificamente sobre essa nova modalidade de audiência,
isso porque determina a obrigatoriedade de apresentação, não só do Auto de Prisão em
Flagrante Delito, mas como também do preso, à autoridade judicial competente no prazo
máximo de 24 horas. Nessa audiência será ouvido o Membro do Parquet, que poderá pedir a
conversão do flagrante em preventiva ou outra(s) medida(s) cautelares adversas da prisão se
for o caso, o preso, que terá a oportunidade de relatar eventuais violações de seus direitos e
seu defensor que fará a manifestação da defesa técnica, onde somente após as declarações das
partes é que o juiz decidirá fundamentadamente nos termos do art. 310 do CPP. Tal
procedimento servirá única e exclusivamente para análise da prisão sob o aspecto da
legalidade, da necessidade e da adequação da continuidade da prisão ou da eventual
concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas cautelares. Os principais
objetivos para a implantação da audiência de custódia, que vem sendo objeto de discussão por
jurista, doutrinadores e acadêmicos, é dar o devido cumprimento do Tratado Internacional
ratificado pelo Brasil em defesa dos Direitos Humanos (Convenção Americana dos Direitos
Humanos), visto que se o país é signatário do Tratado deve(ria) ajustar seu ordenamento
jurídico para que fique em conformidade com as regras então ratificadas; atuar de forma
preventiva contra atos de tortura, evitando qualquer tipo de provável tratamento desumano ou
degradante nos interrogatórios policias; evitar prisões ilegais, dando especial observância ao
Princípio da Excepcionalidade da Prisão Cautelar sendo essa ultima ratio e diminuir a
superlotação nas entidades prisionais, já que 40% dos 622.202 presos são provisórios, ou seja,
não tiveram condenação em primeiro grau de jurisdição. A institucionalização da audiência de
custódia, não só colocará as legislações ordinárias do Brasil em conformidade com as normas
externas, mas trará também um novo conceito de proteção à liberdade individual do homem.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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SESSOES DE HIPNOSE E A CRIMINOLOGIA
BURGATTI, Lenora Ribeiro* PALUMBO, Lívia Pelli**
Este trabalho tem como objetivo elucidar por meio do entendimento da hipnose como esta
pode ser utilizada no meio jurídico e como pode beneficiar ou auxiliar em investigações
criminais e conclusões de casos. As sessões de hipnose podem ser utilizadas em
investigações, durante a fase inquisitiva administrativa do inquérito policial, como busca da
verdade. Acredita-se que tal método pode acelerar e facilitar processos de investigação,
trazendo resultados mais precisos, como por exemplo retrato falado. O uso da Hipnose
Forense teve início no ano de 1983, pelo perito Rui Sampaio, que ao deparar-se com a
dificuldade de certas vítimas e testemunhas em detalharem ou descreverem precisamente fatos
dos crimes ocorridos em que tinham sido envolvidas, resolveu experimentar o uso da hipnose
para tentar, de alguma forma, auxiliar essas pessoas com suas memórias e através disso
procurar concluir as investigações. O método só é indicado em casos em que a vítima sofreu
traumas decorrentes da violência empregada por um agressor ou por qualquer outro motivo,
que resulte em bloqueio mental (Transtorno de estresse pós traumático – TEPT, Transtorno de
estresse agudo – TEA) ou em casos em que a vítima apresenta amnésia (parcial ou total), não
conseguindo assim lembrar-se do ocorrido ou descrever cenas, ou até características físicas de
um possível criminoso. Quando submetidas à hipnose, essas pessoas conseguem fazer uma
regressão de memória em dias, meses e até anos. Durante a sessão não há perda de
consciência, o paciente não dorme e, seu princípio ético-moral é preservado, de forma que
nem o hipnotista nem outra pessoa podem influenciá-lo. A prática de tal método só pode ser
feita por profissionais da saúde, como médicos ou psicólogos, com consentimento do
paciente, e em casos de menores de idade, com a permissão dos pais. Vale ressaltar que só são
submetidas a tal prática vítimas e testemunhas - suspeitos, indiciados ou réus não se aplicam
ao caso pois como já dito, durante a hipnose não se perde a consciência, sendo assim possível
mentir, omitir ou alterar versões de testemunho ou confissão. Conclui-se então que a hipnose
não constitui a prova em si, mas através de sua prática auxilia, trazendo à tona detalhes para
investigação criminal de casos em que houve perda de memória causada por trauma ou
estresse, ou então uma descrição mais aprofundada de detalhes.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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VIOLÊNCIA E DIREITO PENAL
CORRÊA NETTO, Lívia* CALIARI, Fabio Rocha**
A violência tem sido um dos temas de mais frequente discussão não só no Brasil como no
mundo. No entanto, no Brasil este tema tem ganho especial relevância no cenário político e
judicial devido às discussões concernentes principalmente à redução da maioridade penal, ao
aumento das penas e à aplicação da pena de morte, como medidas que visam reduzir a
criminalidade e a violência. Assim tornam-se relevantes algumas reflexões a respeito do
conceito de violência e quais as maneiras de lidar com ela. Cabe então a este trabalho
questionar se encarar a violência a partir da ótica do direito penal, como propõem essas
reformas, é a melhor abordagem. A violência é tratada aqui como um fenômeno social que
tem sua origem nas relações contraditórias entre capital e trabalho que conformam o sistema
capitalista. Não é uma característica individual e sim inerente a toda sociedade, configurando
assim uma categoria abstrata e fluida como conceito de crime, passível de mudança de acordo
com a sociedade e o momento histórico, pois tem seu berço na realidade cultural e social. A
criminalização de todas as manifestações da violência, proposta mais comum para combate-la,
é impossível por serem crime e violência categorias relativas. Recorre-se então à segunda
proposta mais comum, o endurecimento das penas previstas aos tipos penais já definidos pelo
Código. No entanto, o Código Penal vê-se incapaz de atuar de maneira efetiva na diminuição
da violência devido principalmente a dois fatores: as teorias da pena, que contribuem para
justificar a atuação do direito penal, compartilham uma única definição de punição, a pena é
sempre um mal ao imputado, ou seja, ela, ao fim do processo é uma resposta individual a um
problema social; e a maioria das penas relativas a crimes associados à violência preveem a
privação de liberdade, medida amplamente criticada principalmente pela ausência de
reabilitação do preso, estigmatização do criminoso, elevado índice de reincidência e ausência
de intimidação no sentido de prevenir ocorrência de novos delitos. Devido a esse quadro, a
criminologia, responsável pelas críticas aqui expostas, parece ser uma abordagem mais
adequada à questão da violência, na medida que propõe uma análise multidisciplinar, uma
reforma no código penal no sentido da aplicação preferencial de penas alternativas em
detrimento das de privação de liberdade, e a implementação de política de descriminalização.
Foi utilizada pesquisa bibliográfica para a realização desta pesquisa.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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TRÁFICO MINORADO DE ENTORPECENTES: HEDIONDO OU NÃO
GUILHEM, Lívia Helena* SANTOS, Thamires Fernanda.*
LIMA, Rafael Catani* No cenário jurídico atual, a discussão sobre o tráfico privilegiado e sua hediondez gera
polêmica. Em recentes decisões, o STF entendeu que o tráfico quando praticado por réu
primário, com bons antecedentes e que não se dedica às atividades criminosas nem integre
organização criminosa (art. 33, § 4º, Lei 11343/06) não deve ser reconhecida sua natureza
hedionda. Fazendo uma análise do ordenamento jurídico atual e dos posicionamentos dos
Tribunais, verifica-se que aludidos julgamentos encontram-se tecnicamente coerentes,
mantendo, desse modo, a lógica do sistema. No momento em que um delito é taxativamente
previsto como hediondo, ou equiparado a tal, aduz a Lei 8072/90, dentre outras
características, o regime inicial fechado e a progressão de regime com o cumprimento de 2/5
da pena, se primário, e de 3/5, se reincidente. Diante disso, a partir do momento em que há o
entendimento de que o tráfico privilegiado não pode ser considerado como hediondo, coerente
também a decisão que reconheceu o regime aberto ao traficante primário. Do ponto de vista
técnico, o Judiciário acertou ao retirar a hediondez do tráfico que preenche os requisitos do §
4º. Isso porque, igualmente, no homicídio qualificado-privilegiado a doutrina e a
jurisprudência repelem sua natureza hedionda. O ministro Edson Fachin, no HC 118533, fez
uma análise de todo o sistema jurídico sobre o prisma da proporcionalidade e, a partir de um
juízo conglobante concluiu que gravoso regime constitui âmbito de cunho excepcional,
compreendendo que o legislador não desejou inserir o tráfico minorado no regime de crimes
equiparados a hediondos. Não obstante, o crime de tráfico de drogas, nos dias atuais se mostra
com um dos mais perniciosos à sociedade, posto contribuir de forma decisiva para a prática de
inúmeros outros delitos, fomentando também o uso de drogas, problema que assola
diuturnamente e incontrolavelmente a sociedade, subvertendo a paz social e colocando em
risco a ordem pública. Diante do exposto, concluímos que todas as consequências advindas
das decisões dos STF derivam de um erro do legislativo ao inserir uma causa de diminuição
tão elevada a um delito de elevada reprimenda. Importante opormos e discutirmos a opção
legislativa, pois, a simples inclusão de uma causa de diminuição, trouxe e trará reflexões
relevantes no Judiciário, o qual, para manter a coerência na interpretação do sistema jurídico,
flexibiliza a proibição das drogas no país, banalizando o crime de tráfico
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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A TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO INTERPRETADA PELO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO
NASCIMENTO FILHO, Luis Sergio * PALUMBO, Lívia Pelli*
A teoria do Domínio do fato, no sistema jurídico Brasileiro, teve notória importância no caso
do mensalão, onde decisão do então ministro Joaquim Barbosa, com o uso da teoria, aplicou a
condenação de José Dirceu, fato este que trouxe muitas controvérsias a respeito do tema. O
professor Claus Roxin, criador da teoria, criticou a finalidade pela qual tem sido empregada,
em palestra na Universidade Presbiteriana Mackenzie, relatou sua insatisfação ao se empregar
muito duramente (agravando a pena em alguns casos), o acusado com fundamento em tal
teoria. O debate acerca da teoria do domínio do fato tem se estendido, em 2003, por exemplo,
o Juiz Sérgio Moro utilizou-se da teoria para condenar um réu que haveria cometido
falsificação de nota fiscal e contrabando, tendo em vista sua participação (Juiz Moro) também
no referido caso do mensalão, do qual tinha conhecimento sobre sua peculiaridade, embora
haja aqui, divergências no emprego da Teoria, sendo que no caso em questão, foram
incontroversos. O que torna possível essa interpretação, tornou-se mais complexo pela Lei
12.850/2013, que ao tratar de matéria penal, define e tipifica os limites e a difusão de
penalidades para Organização Criminosa. No que se refere à teoria do domínio do fato, se
tornou mais robusta ao apresentar texto que confere ainda mais legitimidade (art. 2º parágrafo
3º). Tendo em vista a nova perspectiva da tentativa de punir e reprimir atos de corrupção,
considera-se necessário a aplicação de tais dispositivos para uma nova compreensão de crimes
contra o sistema financeiro nacional. Em recente decisão do STJ, observa-se a excentricidade
da Teoria do domínio do fato, pois deve-se punir, em tese, àqueles que usam de meio ardil ou
fraudulento, desde que se tenha conhecimento da ilicitude do fato. Portanto, a teoria do
domínio do fato vem a calhar nos processos em que, a obscuridade é tanta, que se torna
necessário conhecimento geral sobre a gestão financeira, e não somente de métodos
fraudulentos esparsos, como emissão de notas, etc. Conclui-se então que, porventura da Lei.
12.850/2013, a aplicação de tal teoria encontra-se mais disponível . A partir de então, a
delação premiada ocupou lugar de destaque, mesmo não corroborando os delitos cometidos
pela organização. Tal método fora duramente criticado pelos juristas pois ressoa na aplicação
da pena, tornando o Direito Penal mais vingativo, do que preventivo e punitivo, que seria sua
real finalidade.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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PORTE DE ARMA PARA ADVOGADOS
RIOS, Rodrigo Machado* BENTO NETO, José.* LIMA, Rafael Catani**
O porte de arma para advogados foi recentemente aprovado pela Comissão de Segurança
Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados à partir da matéria
disposta no Projeto de Lei nº 704/2015 de autoria do Deputado Federal Ronaldo Benedet do
PMDB de Santa Catarina, que incluirá o inciso XXI ao artigo 7º (portar arma de fogo para uso
pessoal), incluindo-se no mesmo artigo, o parágrafo 10 condicionando o direito a
comprovação dos requisitos no inciso – III do artigo 4º da Lei nº 10.826/2003, nas condições
estabelecidas no regulamento da referida lei. Tem como justificativa, uma vez verificado que,
não há hierarquia nem subordinação entre os citados operadores do direito, conforme dispõe o
artigo 6º, “caput” da Lei nº 8.906/94, teria então os advogados o mesmo direito ao porte de
arma para a defesa pessoal, ao qual, é garantido aos promotores e juízes, pois, de acordo com
estatísticas a atividade da advocacia vem cada vez mais se tornando temerária e de risco,
quanto à segurança e integridade física dos advogados. O Projeto tramita em caráter
conclusivo e está sendo analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Com o uso do método dedutivo chegamos a uma conclusão de que urge uma necessidade para
os advogados quanto ao direito, pois, não se verifica diferenças nos riscos inerentes às
atividades dos advogados com as dos juízes e promotores, razão pela qual não há nada que
justifique a supressão desse direito aos advogados e advogadas.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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A (IM)POSSIBILIDADE DA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL: DEBATES E SOLUÇÕES
REVOREDO, Romulo Ferri* FABRICIO, Henrique Coltri.* DOMINGOS, Rafael Faria**
O estudo a seguir busca ponderar a necessidade e possibilidade da redução da maioridade
penal e a revisão do atual Estatuto da Criança e do Adolescente. Atualmente, a Constituição
prevê, em seu art. 228, que o menor de dezoito anos é penalmente inimputável, aplicando-se
àquele que comete ato infracional análogo a crime as disposições do Estatuto da Criança e do
Adolescente e não do Código Penal. Todavia, no cenário atual, a sociedade clama por justiça,
bastando para observar este fato assistir a um telejornal ou uma pesquisa rápida na internet.
Infelizmente o que acontece hodiernamente no Brasil é que o infrator maior de idade alicia o
jovem para cometer o crime por ele, sabendo que a “punição” para o menor será ínfima.
Deve-se destacar que, para alteração da imputabilidade penal, faz-se necessária a
promulgação de emenda constitucional neste sentido. No entanto, há quem defenda que
alterar imputabilidade do menor, violaria a cláusula pétrea prevista no art. 60, § 4, IV CF/88,
pois se trata de um direito e garantia individual. Deste modo, discute-se, como alternativa,
uma reforma no Estatuto da Criança e do Adolescente, a fim de termos leis mais severas para
jovens infratores e, consequentemente, atender à necessidade social atual. Este debate existirá
por muito tempo, mas a mudança é necessária e precisa ocorrer para que pessoas parem de
ser prejudicadas por menores impunes.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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A JUDICIALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS À LUZ DA ESTABILIZAÇÃO EXPRESSAMENTE NEGOCIADA DA TUTELA
ANTECIPADA DE URGÊNCIA SATISFATIVA ANTECEDENTE
PEREIRA, Marystela Alves* BERNARDES, Joana Cristina Paulino**
A judicialização de políticas públicas é tema relevante e destaque hodierno. Denota sua
essencialidade apresentando um novo desdobramento do ativismo judicial, ao cotejar o
desenvolvimento histórico, social e jurídico, no âmbito nacional e internacional. Para tanto,
com a disposição dos Tribunais ao expandirem o escopo das temáticas as quais devam tecer
juízos jurisprudenciais, indaga-se a esfera de competência reservada aos poderes Legislativo e
Executivo. Como também, o ensejo de autoridades administrativas ao buscarem a adoção de
procedimentos similares ao de praxes jurídicas e parâmetros jurisprudenciais, os quais é
avocado do Judiciário seu fornecimento. Haja vista o processo político, a judicialização de
políticas públicas é vislumbrada como uma interação entre os poderes do Estado, os quais são
harmônicos entre si, sem prejuízo de sua independência. Por outro lado, deflagra-se também,
a politização da justiça e as conjunturas institucionais dos Tribunais nas decisões e
elaborações de tais políticas. Contudo, comumente tais demandas atraem caráter de urgência e
instrumentalizam-se no processo como pedido liminar. No Código de Processo Civil de 2015,
em seu artigo 304, prevê a possibilidade de estabilização da tutela antecipada concedida em
caráter antecedente e satisfativo. Portanto, quando houver a concessão de tal tutela, sem
interposição de recurso, autoriza-se, desde logo, a extinção do processo, desaguando de tal
interação na realidade social com a materialização do direito, sem o moroso processo de
conhecimento, com fulcro nos princípios do conceito de justiça. Por conseguinte, o trabalho
visa expor quais os parâmetros, competências e consequências, com estudo legislativo na
articulação ao sanar conflitos, tendo em vista, sua importância ao assegurar os direitos
fundamentais do indivíduo em caráter de urgência nos bens juridicamente tutelados
pertencentes ao âmbito de políticas públicas. Para tanto, foi utilizada a pesquisa bibliográfica
e documental nas áreas de Direito Constitucional, Direito Processual Civil e Direito
Humanos.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DIREITO DO TRABALHO
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A CRISE ECONÔMICA COMO VERTENTE DELINEADORA PARA FLEXIBILIZAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS
Nome BORGES, Ana Carolina Chicalé*
NEVES, Eduarda Toloto* LUZ, Claudia Regina Zani**
Há muitas partes da doutrina trabalhista que justifica à necessidade de promover
flexibilização e normas trabalhistas para que sejam mantidas o máximo número de postos de
trabalhos formais. É indiscutível que o ramo do Direito do Trabalho influencia e é
influenciado por questões econômicas. A contratação de um trabalhador, na formalidade, ou
seja, com vínculo empregatício reconhecido, gera recolhimento como F.G.T.S, INSS, além de
direitos básicos garantidos em nível constitucional e de legislação trabalhista, tal qual a C.L.T.
Os encargos realizado pelo empregador são altos e em tempos de crise, como os de nossos
dias, os princípios basilares do Direito do Trabalho como da intangibilidade salarial,
irredutibilidade, norma mais favorável e condição mais benéfica sob o prisma do instituto da
flexibilização podem sofrer redução por curto lapso temporal, sem que isso venha se
consolidar em desregulamentação de normas e, perdas de direito, mas como via de assegurar e
manter em plena vigência a mantença de milhões de empregos formais. A questão está
implantada no âmbito da chamada flexibilização das condições de trabalho, destacando a
redução na carga horária de trabalho e redução de salário para encontrar uma alternativa de
negociação para não haver dispensas. Nesse aspecto, a Medida Provisória 680 de 06 de julho
de 2015 é válida até 11 de dezembro de 2017, e institui o Programa de Proteção ao Emprego,
que tem por objetivo possibilitar a preservação dos empregos em momentos de retração da
atividade econômica, favorecer a recuperação econômico-financeira das empresas, sustentar a
demanda agregada durante momentos de adversidade, estimular a atividade do trabalho por
meio do aumento da duração do vínculo empregatício e fomentar a negociação coletiva e
aperfeiçoar as relações de emprego. Por fim, o PPE tem o propósito de facilitar os
trabalhadores na preservação do emprego em momentos de retração da atividade econômica,
propiciar a recuperação das empresas, manter a demanda agregada durante momentos de
adversidade, sendo assim facilitando incentivar a produtividade do trabalho e a recuperação
da economia.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DAS CONTROVÉRSIAS DA APLICAÇÃO DO INSTITUTO DA REVELIA NO ÂMBITO DO PROCESSO DO TRABALHO
MANFRIM, Kauany Larissa* LUZ, Cláudia Regina Zani**
O presente trabalho aborda o instituto da revelia no Processo do Trabalho, no que tange a
conflitos gerados com o princípio da legalidade, ampla defesa e com a própria justiça em si.
Em seu artigo 844, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) diz que a ausência do
reclamado à audiência resultará em revelia com pena de confissão e, caso a ausência seja do
reclamante, o processo deverá ser arquivado. Em paralelo com o Novo Código de Processo
Civil (Lei n. 13.105 de 16 de março de 2015), seu artigo 319 reza que se tornará revel o réu
que não apresentar a contestação dentro do prazo estabelecido, haja vista que no processo
civil a contestação antecede a audiência, vindo a se diferenciar do processo trabalhista, onde a
contestação deve ser apresentada durante esta. Há, ainda, a Súmula 122 do TST que entende
que a reclamada ausente se tornará revel mesmo estando seu advogado presente na audiência
e portando a contestação, pode-se notar, portanto, uma má elaboração legislativa, o que
resulta em clara ofensa ao princípio da ampla defesa. No entanto, a CLT em seu artigo 769
aduz que em casos omissos deverá o direito processual comum ser fonte subsidiária do direito
processual do trabalho, dessa forma, há a possibilidade de aplicação do CPC como a única
salvação contra as ofensas geradas pela revelia a certos princípios jurisdicionais. Assim, o
atual trabalho visa discorrer sobre a probabilidade de não se tornar revel o reclamado ausente
que esteja sendo representado em audiência por advogado munido de procuração, respeitando
as normas processuais e princípios relevantes para o devido processo legal. Para a realização
deste, foi utilizada pesquisas bibliográficas nacionais e doutrinárias, bem como artigos
jurídicos nas áreas de Direito do Trabalho, Processo do Trabalho, Informativos, Súmulas e o
Novo Código de Processo Civil.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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A ANTINOMIA JURÍDICA CONCERNENTE A APLICAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL MEDIANTE ACIDENTES DE TRABALHO
MORAIS, Ricardo Alves* DIAS, Ciro Silva.*
LUZ, Claudia Regina Zani**
Vivemos em uma sociedade sob égide da Constituição Federal que consagra o solidarismo e
coloca o homem no centro do sistema jurídico, assegurando a dignidade do ser humano e
outras garantias que fomentam a Responsabilidade Civil como instituto altamente dinâmico e
flexível para atender as necessidades sociais que surgem. Nesse diapasão, na seara trabalhista
o empregador está legalmente obrigado a garantir que os empregados laborem em um
ambiente saudável, seguro e equilibrado sob pena de poder ser responsabilizado em virtude de
acidentes de trabalho. A Responsabilidade Civil é pautada no artigo 186 do Código Civil in
verbis: "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito". Sob esse
condão, os doutrinadores que defendem a teoria da responsabilidade subjetiva se
fundamentam no o artigo 7º, inciso XXVIII da Constituição Federal que estabelece
expressamente como pressuposto da indenização por acidente do trabalho a comprovação da
culpa (lato sensu) do empregador, alegando que por questão de hierarquia, essa norma não
deve ser sobreposta por outra infraconstitucional como a responsabilidade objetiva prevista no
artigo 927 do Código Civil. Em contraste, a responsabilidade objetiva versa que mediante
previsão legal, e se a exploração da atividade econômica do empregador por si só criar grande
risco aos seus empregados e mantiver nexo de causalidade com infortúnio laboral, o dever
reparatório deste independerá de prova de culpa, pois seria um tanto quanto injusto o
acidentado arcar com o perigo que o labor gera. Deste modo, os doutrinadores que defendem
a responsabilidade objetiva, se fundamentam no princípio da norma mais favorável para o
trabalhador, que é a parte hiposuficiente da relação de emprego. Destarte, visando sintetizar a
elucidação do conflito doutrinário pertinente a aplicação da responsabilidade civil no Direito
do Trabalho, com base em métodos dedutivos de análise de pesquisa doutrinária, legislativa e
jurisprudencial, se aduz que hoje, o novo Código Civil aumentou as possibilidades de
responsabilidade objetiva como exceção, pois a regra geral ainda continua sendo a da
responsabilidade subjetiva, mas constata-se que na verdade, as duas espécies de
responsabilidade se complementam para dar proteção ao trabalhador, aperfeiçoando o
ordenamento jurídico e tornando-o mais condizente com a realidade dos fatos de acordo com
o caso concreto.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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ANISTIA NO ÂMBITO TRIBUTÁRIO
RIBEIRO, Matheus Washington Ferreira* CAMPOS, Leonardo Aparecido de Bessa.*
MOTTA, Artur Willian Mori Rodrigues**
A lei de nº 5.172 de 25 de Outubro de 1966 – CTN (Código Tributário Nacional), diz que o
sistema institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, estados e municípios.
Estas normas são: isenção e anistia. Nesta ocasião só falaremos da Anistia. Várias
municipalidades aderem a este plano quando estão tendo um déficit em seus cofres, haja vista
que o chefe do executivo tem que levar o projeto de lei até o legislativo para que possa se
concretizar a anistia. Entende-se que tal é causa de exclusão de crédito tributário (juros e
multas), como diz no artigo 175, II, do CTN. O termo anistia vem de perdão, ou seja, o
esquecimento da infração punível, o anistiado é perdoado de receber penalidade, assim
podendo dizer que a anistia tem a finalidade de perdoar as infrações cometidas pelo
contribuinte à legislação tributária, deixando autoridade à administração cuidar das devidas
penalidades. Ainda assim, o artigo 180 CTN diz que a mesma só age exclusivamente
anteriormente a vigência da lei e ela não pode ser aplicada se o que estiver sendo anistiado
estiver previsto como crime e contravenção, ou que mesmo sem essa qualificação, sejam
praticados com dolo ou fraude. Por outro lado, pode ser concedida a anistia em caráter geral,
quando decorre diretamente da lei e é absoluta, abrangendo as penalidades relativas a todos os
tributos, sem qualquer condição. Não há necessidade do sujeito passivo requerê-la , ou
limitadamente, (em caráter restrito) depende de requerimento expresso do sujeito passivo e
está sujeita às condições impostas no inciso II do art. 181. Conclui-se que a anistia é uma
forma eficiente para que o município, estado ou união consiga que seus contribuintes paguem
suas dividas com mais facilidade, abdicando do crédito tributário para que abra uma
oportunidade a mais para seus cidadãos.
*Acadêmico(a) do Curso de Direito do UNIFEB - Barretos, SP.
**Orientador(a) – Professor(a) do curso de Direito UNIFEB - Barretos, SP.
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ÍNDICE DE AUTORES
ALVES, Maria Lúcia Zaggo 20
ARAUJO, Vanderlei Martins 22
ASSIS, Victor Henrique Xavier 11
BENTO NETO, José 50
BORGES Andressa Ferreira 38
BORGES, Ana Carolina Chicalé 55
BURGATTI, Lenora Ribeiro 46
CAMARGO, Ana Paula 37
CAMPOS, Leonardo Aparecido De Bessa 59
CARVALHO Junior, Edson Aparecido 41
CARVALHO, Amanda Espinosa Correia Porto 35
CASTRO, Lucila Aparecida 33
CORRÊA NETTO, Lívia 47
DIAS, Ciro Silva 57
ERANI, Hendhel Gazeta 42
FABRICIO, Henrique Coltri 51
FARIA, Cíntia Alves 27
FAVA NETO, João 16
FREITAS, Cìntia Ferreira 6
GOUVEIA, Aieska 13
GUILHEM, Lívia Helena 48
JORGE, Geovana Manfrim 7
JUNQUEIRA, João Marcos Diniz 16
KIST, Rodolfo Bernardino 28
LACERDA, Isabela Duran Cavalcante 43
LIMA, Jade Caroline de Oliveira 44
LOPES, Nicole Pimentel 21
MACHADO, Nathália Pousa Corrêa 25
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MANFRIM, Kauany Larissa 56
MANOEL, João Vitor Ferreira 17
MAVROGENIS,Jean Kleib 8
MORA, Robson Aparecido 31
MORAIS, Ricardo Alves 57
MOREIRA JÚNIOR, Marcos Tadeu 19
NASCIMENTO FILHO, Luís Sergio 49
NEVES, Eduarda Toloto 55
OLIVEIRA, Frederico Elton 30
OLIVEIRA, Aline Calora 24
OLIVEIRA, Lucas Santana 18
OLIVEIRA, Mirian Machado Murillo 10
PEREIRA, Marystela Alves 53
REVOREDO, Romulo Ferri 51
RIBEIRO, Matheus Washington Ferreira 59
RIOS, Rodrigo Machado 50
SANCHES, Leonardo Amendola 8
SANTOS, Amanda De Oliveira 36
SANTOS, Eduarda Aparecida Cândido 29
SANTOS, Dayele De Souza 40
SANTOS, Jéssica Ribeiro 18
SANTOS, Thamires Fernanda 48
SILVA FILHO, André Luiz Delfino 5
SILVA, Barbara Cristina Tunussi 25
SILVA, Beatriz Pereira 39
SILVA, Bruna Queiroz de Paula 43
SILVA, Karol Custodio 9
SISDELI, Jessica, Caetano 41
SOARES, João Vitor 45
SOUSA, Paula Caroline 44
SOUZA, Daiana Fernandes 42
TAMBELINI, Caio Costa 14
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TEIXEIRA Jaqueline Aparecida Tomáz 38
TEIXEIRA, Diego David De Oliveira 28
VELOSO, Jessica Michelle Nunes 15
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