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ISEG-EINS (Paulo Trigo P ereira) 1 Aula 4 - 2-Um quadro teórico para o estudo das Instituições (organizações) 2.1 Individualismo metodológico e natureza humana 2.1.1 IM neoclássico: indivíduos, racionais e egoístas 2.1.2 Racionalidade e altruísmo 2.1.3 IM heterodoxo: reciprocidade, racionalidade limitada e adaptação. 2.1.4 Implicações

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Page 1: ISEG-EINS (Paulo Trigo Pereira)1 Aula 4 - 2-Um quadro teórico para o estudo das Instituições (organizações) 2.1 Individualismo metodológico e natureza

ISEG-EINS (Paulo Trigo Pereira) 1

Aula 4 - 2-Um quadro teórico para o estudo das Instituições (organizações)

2.1 Individualismo metodológico e natureza humana2.1.1 IM neoclássico: indivíduos, racionais e egoístas2.1.2 Racionalidade e altruísmo2.1.3 IM heterodoxo: reciprocidade, racionalidade limitada e

adaptação.2.1.4 Implicações

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Aula 4 - 2-Um quadro teórico para o estudo das Instituições

Bibliografia:

Pereira, P. T. (2005) O prisioneiro, o amante e as sereias, p. 31-39

Pereira, P. T. (1997) “A Teoria da escolha Pública (public choice): uma abordagem neo-liberal?” in Análise Social XXXII (141) p. 419-442

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Aula 4 - 2-Um quadro teórico para o estudo das Instituições

Enquadramento Geral:

Aula 4 – Como modelizar a natureza humana?

Aula 5 – Direitos, contratos e custos de Transacção

Aula 6 - Informação assimétrica teoria da agência

Aula 7 – A dinâmica e a escolha organizacional

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2.1 Individualismo metodológico (IM) e a natureza humana

•Instituições têm uma estrutura, mas são compostas por indivíduos que se assumem racionais. O IM opõe-se a concepções orgânicas das instituições.

O IM é tratado em duas variantes nos textos de:• IM neoclássico (Buchanan, Williamson)• IM evolucionista (Axelrod, Pereira)

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2.1.1 IM neoclássico

•Indivíduos

•Racionais

•Egoístas

Indivíduos podem ter motivação para satisfazer apenas os seus interesses materiais de forma simples (egoísmo- Buchanan) ou mesmo com oportunismo (egoísmo forte- Williamson).

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2.1.1 IM neoclássico

•Qual o domínio de aplicação?

. Qual o seu alcance?

 Quais as limitações? 

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2.1.2 Racionalidade e altruísmo

Altruísmo significa que o bem-estar do outro afecta o nosso nível de bem-estar.

Alguns indivíduos dão:

• Sangue• Donativos para org. humanitárias• Tempo e trabalho para servir outros

Como escolher entre duas acções altruístas?

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2.1.3 IM heterodoxo:

A abordagem heterodoxa diverge do IM neoclássico pois, considera uma versão mais ampla da natureza humana que inclui a reciprocidade. A racionalidade limitada e a adaptação. (o egoísmo é um caso particular) .

Reciprocidade: a um acto amigável responder com um acto amigável. A um acto hostil responder com um acto hostil.

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2.1.3 IM heterodoxo:

Indivíduos:

Racionais

Adaptam-se às instituições e ao meio:•certas instituições premeiam a competição e o mérito individual•certas instituições premeiam a cooperação e o mérito colectivo (ou de equipa)

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2.1.3 IM heterodoxo:

Indivíduos aprendem a cooperar e a reciprocar

Axelrod- A evolução da cooperação

Dilema do prisioneiro jogado repetidas vezes.

A estratégia do Tit for tat (olho por olho dente por dente) derrotou todas as outras.

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2.1.3 IM heterodoxo:

Os indivíduos são capazes de:

ConfiarRecompensar acções amigáveisPunir acções não amigáveis

Preocupam-se com:Pagamentos materiaisIntenções dos outros

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2.1.3 IM heterodoxo:

Pereira, Silva e Silva- A reciprocidade

Experiência no ISEG:

Empresa oferece salário

Trabalhador responde com nível de esforço

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2.1.4 Implicações

As implicações da análise de se considerar IM neoclássico ou IM evolucionista não são as mesmas.

•Dilema Prisioneiro.: egoísmo vs. norma da reciprocidade

•Contratos incompletos: oportunismo vs. ética de trabalho

•Incentivos: externos vs. internos

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2.1.4 Implicações

As implicações da análise de se considerar IM neoclássico ou IM evolucionista não são as mesmas.

•Dilema Prisioneiro.: egoísmo vs. norma da reciprocidade

•Contratos incompletos: oportunismo vs. ética de trabalho

•Incentivos: externos vs. internos

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AULA 5 - 2.2 Direitos, contratos e custos de transacção

2.2 Direitos, Contratos e custos de transacção2.2.1 Direitos de propriedade e sua atenuação.2.2.2 Tipos de contratos2.2.3 Os custos de transacção.2.2.4 A hipótese sobre mudança institucional: exemplos

Bibliografia: Livro p.44-49

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2.2.1 Direitos de Propriedade

Os direitos dos indivíduos em relação a activos (bens e /ou recursos) podem designar-se por direitos de propriedade (DP). O valor de um bem ou recurso, no mercado é definido pelas condições relativas de oferta e procura.

A procura define-se em relação a um conjunto de atributos ou características do bem em causa e aos direitos que estão associados à posse do bem.

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2.2.1 Direitos de Propriedade

Os direitos podem ter várias dimensões:

•Direito de usar um activo

•Direito de obter rendimento de um activo

• Direito de alienar permanentemente esse activo

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2.2.1 Direitos de Propriedade

Exemplos:

1. Um lote de terreno

2. Um carro

3. Força de trabalho

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2.2.1 A atenuação dos D. P.

O Estado ou outro organismo público pode, sob diversas formas, atenuar os direitos de propriedade de outros indivíduos através de regulamentação (leis e DLs)). Os direitos de propriedade dir-se-ão não atenuados se os agentes puderem dispor de total liberdade de usar, arrendar ou alienar um activo sob as formas e condições que lhes aprouverem.

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2.2.1 A atenuação de D. P.

Exemplos:1. O controle de rendas, limita o máximo de renda que um proprietário pode auferir do aluguer da sua propriedade. É uma forma de atenuação de direitos.

2. -A fixação administrativa de preços abaixo de preços competitivos também o é.

3. -O limite de velocidade numa estrada ou numa auto-estrada é um limite aos direitos de usar (livremente) um carro.

4. O salário mínimo é uma limitação ao direito de propriedade (força de trabalho).

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2.2.2 Tipos de contratos

A transferência de direitos de propriedade entre agentes realiza-se através de contratos.

Os contratos ocupam um lugar central na economia dos custos de transacção (Williamson)

Deles depende, em grande medida, a forma de coordenação escolhida (mercado, associação, empresa, organismo público)

Um contrato no sector privado é diferente de um contrato na função publica.

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2.2.2 Tipos de contratos

•Modos de relação contratual

1. Contrato agora para realizar a tarefa x no futuro.

2. Contrato agora para o direito de realização no futuro de uma tarefa x pertencente a um conjunto de tarefas X.

3. Contrato agora para a realização da tarefa xi dependendo da contingência ei no futuro.

Nota: Todos os contratos são incompletos

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2.2.2Tipos de contratos

Prazo do contrato:

Mensal

3 meses, 6 meses, 1 ano,

3anos, 5anos.

Vitalício

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2.2.2 Tipos de contratos

Forma de remuneração

.À hora, à semana, ao mês

.Uma componente fixa e uma componente variável (com as vendas, ou produção, ou lucros)

.Uma componente fixa e fringe benefits (horas extra, senhas de refeição, gasolina, carro)

.Só componente variável (por exemplo “à peça”)

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2.2.3Os custos de transacção

Custos de transacção são o “custo de fazer funcionar o sistema económico”(Arrow) são o equivalente à fricção no sistema económico. Aos custos de produção, os únicos considerados na teoria económica neoclássica, a nova economia institucional adiciona os custos de transacção.

Os custos de transacção dependem dos contratos e de outros factores. Há custos ex ante e ex post.

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2.2.3 Os custos de transacção

Ex ante- Custos de:

• elaborar um contrato• de o negociar e •de se alcançar um acordo sobre as cláusulas desse contrato.

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2.2.3 Os custos de transacção

Ex post:

Custos de implementação do contrato:•Custos de monitorização.• Custos de negociação quando após realização de contrato as condições se alteram relativamente ao previsto•custos de instalação e funcionamento de entidades mediadoras de conflitos

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2.2.3 Os custos de transacção

Há uma tarefa a fazer. Pode realizar-se de diferentes formas. Com contratos explícitos ou implícitos, através do mercado (sistema de preços) ou através de uma organização de certo tipo (empresa, associação ou burocracia estatal).

A economia dos custos de transacção sugere que a forma institucional com que se resolve o problema de como desempenhar uma tarefa, tem a ver com a minimização de custos de transacção.

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2.2.4 Exemplos

A privatização dos comuns.

Tornar público (vedado e vigiado) um jardim de livre acesso.

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AULA 6- 2.3 Problemas de informação, agência e confiança

2.3 Agência e problemas de informação 2.3.1 A teoria da agência2.3.2 O problema do risco moral2.3.3 A selecção adversa2.3.4 Como combater os problemas?

Bib: Livro: p. 39 a 44

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2.3.1 A teoria da agência

Eggertson 40/41 “Uma relação de agência estabelece-se quando um “principal” delega alguns direitos – por exemplo direitos de uso de um recurso - num agente que está limitado por um contrato (formal ou informal) a representar os interesses do principal em troca de um pagamento de qualquer natureza.”

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2.3.1 A teoria da agência

Relações de agência podem ser intra-institucionais ou interinstitucionais:

Entre indivíduos no seio de uma instituição (organização)

-Entre instituições diferentes: por exemplo entre o Governo (executivo) e um instituto público

-Entre indivíduos e instituições

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2.3.1 A teoria da agência

A teoria da agência foi desenvolvida sobretudo no quadro de actores racionais e egoístas (oportunistas mesmo) onde as preferências do agente são distintas do principal. A heterogeneidade de preferências e um certo grau de egoísmo dos agentes é uma característica necessária para se aplicar a teoria.

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2.3.1 A teoria da agência

Agentes tomam partido de mais informação para actuarem em seu benefício, mas não do principal. A hipótese de base é que quer as características quer o comportamento do agente não podem ser observadas, na sua totalidade, pelo principal.

A omissão de características dá origem à selecção adversa.

O comportamento não observado dá origem ao risco moral.

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2.3.1 A teoria da agência

Exemplos de relações de agência:

A relação entre um sócio e um elemento da direcção da Associação

A relação entre votante e o deputado, em que votou, no parlamento

A relação entre um Director-geral e um funcionário do serviço

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2.3.2 O problema do risco moral

O problema do risco moral deriva de uma acção escondida por parte do agente.

O risco moral existe sempre que há uma acção conjugada do agente e da “natureza” (leia-se factores externos ao agente) e o principal não consegue discriminar o que é atribuível a um e a outro.

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2.3.2 O problema do risco moral

Exemplo: actividade de Inspecção

Principal - Dirigente da organizaçãoAgente - Fiscal

É levantado um Auto de Notícia (A) sempre que o fiscal detecta uma situação irregular.

A=A(I,e) Os Autos são função das infracções (I) e do esforço (e), que se assume não observável

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2.3.2 O problema do risco moral (com quantificação de output)

B o mC o n t r a t o

M a uC o n t r a t o

T r a b a l h a d o rE s f o r ç a d o U ( ) ,6 0 U ( ) ,3 3

T r a b a l h a d o rI n d o l e n t e U ( ) ,6 3 U ( ) ,3 0

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2.3.2 O problema do risco moral (com quantificação de output)

Com informação simétrica e perfeita, o bom contrato seria dado ao trabalhador esforçado e o pior contrato ao trabalhador indolente.

Com informação assimétrica, o comportamento do agente não sendo totalmente observado, há risco moral.

O equilíbrio de estratégias dominantes (de Nash) é oferecer o pior contrato e os trabalhadores escolherem a estratégia de não se esforçarem.

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2.3.2 O problema do risco moral (sem quantificação de output)

B o m C o n t r a t o

M a u C o n t r a t o

T r a b a lh a d o r E s f o r ç a d o

)6(U

)3(U

T r a b a lh a d o r I n d o le n t e

)6(U

)3(U

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2.3.2 O problema do risco moral (sem quantificação de output)

Aqui é mais difícil combater pois sem quantificação de output não é possível discriminar contratos em função da performance.

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2.3.3 A selecção adversa

Selecção adversa – Sempre que não há discriminação de remunerações (preço, prémio de seguro) em função de diferenças na qualidade, haverá uma selecção adversa em que os produtos/agentes de melhor qualidade saem do mercado (produtos) ou da organização (agentes).

A selecção adversa é criada pela informação assimétrica, nomeadamente a incapacidade do principal avaliar correctamente as características do agente (bem, serviço, risco).

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2.3.3 A selecção adversa

Exemplo (G. Akerlof- Nobel da Economia)- Market for “Lemmons”

Se há bons e maus carros em segunda mão, mas os compradores não conseguem discriminá-los.....

....ambos são vendidos ao mesmo preço médio.....

...alguns proprietários de bons carros consideram o preço baixo e retiram-nos do mercado....

...o preço volta a baixar e uma nova leva de bons carros sai!...

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2.3.3 A selecção adversa

Consequências da selecção adversa:

Nos mercados – Os bons produtos saem do mercado

Nas organizações – Os bons empregados (ou funcionários) saem das organizações ou ficam desmotivados

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2.3.4 Como combater os problemas?

A perspectiva neoclássica (homo oeconomicus):

O combate faz-se através de um desenho apropriado de contratos diferentes, de forma que os agentes revelam as suas características (ou comportamento) pela escolha de um ou outro contrato.

Nas organizações – Os bons empregados (ou funcionários) saem das organizações ou ficam desmotivados

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2.3.4 Como combater os problemas?

A perspectiva baseada na reciprocidade e confiança:

Contratos moderadamente diferentes (incentivos externos diferenciados)

Apelo ao sentido do dever, ao espírito de equipa e de cooperação dos agentes (incentivos internos)

Incentivos externos tendem a reduzir os incentivos internos.

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Aula 7 2.4 A dinâmica e escolha organizacional

2.4.1 O mercado e a empresa2.4.2 A tragédia dos comuns. 2.4.3 A associação e o bureau2.4.4 Instituições e custos de transacção.

Livro: p. 46-50

Bib Complementar: P.T. Pereira 1996, “A Acção Colectiva Voluntária e o Papel do Estado” in Carvalho Ferreira et al. Entre a Economia

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Porque existe uma variedade de organizações?

Objectivo da aula:

•Perceber os limites variáveis entre o papel do mercado e e o papel da empresa

•Perceber os limites variáveis das associações e dos bureaus (administração)

Em resumo: Porque existem as organizações.

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2.4.1 O mercado e a empresa

O que entendemos por mercado?

O mercado é um mecanismo de coordenação (relativamente eficiente) da acção de inúmeros agentes económicos (sobretudo consumidores e produtores) e da utilização de recursos, através do sistema de preços.

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2.4.1 O mercado e a empresa

Uma empresa é uma forma de coordenação de relações entre factores produtivos, por parte de um entrepreneur, onde se processam transacções numa lógica de integração vertical, sem utilização do mecanismo de preços. Pelo menos alguns contratos são de médio, longo prazo.

Uma empresa cresce quando transacções adicionais (que poderiam ser transacções mercantis) são organizadas pelo entrepreneur.

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2.4.1 O mercado e a empresa

Problemas:

Porque (ou quando) é que vale a pena criar uma empresa?

Porque é que o entrepreneur não incorpora mais uma (menos uma) transacção na empresa?

O que limita o crescimento de uma empresa?

Porque é que as empresas não se vão consolidando (agregando) até formar uma empresa gigante?

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2.4.1 O mercado e a empresa

Preliminares de Respostas:

1. Existem custos (e benefícios) de se usar o mecanismo dos preços.

2. Existem custos (e benefícios) na actividade de entrepreneur.

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2.4.1 O mercado e a empresa

Custos (comparativos) de se usar o mecanismo de preços:

1. Custos de informação de se conhecer os bens/factores, os seus preços, as suas qualidades

2. Custos de negociação com diversos fornecedores potenciais de factores produtivos

3. Custos de celebração de contratos (curto prazo)

4. Custos fiscais (visto tratar-se de uma operação mercantil).

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2.4.1 O mercado e a empresa

Custos (comparativos) da actividade de entrepreneur

(e não se usar o mecanismo de preços):

1. Custos do exercício da autoridade

2. Custos de informação, monitorização

3. Custos de ineficiência associadas a relações contratuais de médio/longo prazo

.....

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2.4.1 O mercado e a empresa

1. Custos do exercício da autoridade:

1.2 Custos de influencia. Derivam de esforços, tempo e dedicação por parte de indivíduos ou grupos para tentar influenciar as decisões em seu benefício.

1.1 Custos directos - derivam de fraquezas no carácter, de inteligência ou de uma estrutura mal desenhada de incentivos do decisor .

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2.4.1 O mercado e a empresa

2. Custos de informação, monitorização

Isto implica custos, para o principal (que detém o poder e autoridade na organização) para monitorar o comportamento dos agentes.

Com contratos incompletos, haverá lugar para comportamentos oportunistas por parte dos agentes, o que leva ao problema do risco moral.

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2.4.1 O mercado e a empresa

Conclusão:

A opção pelo mercado será quando os custos de se usar o sistema de preços forem baixos e os custos da integração vertical (custos de más decisões, custos de se combater o risco moral, etc.) forem altos.

A economia dos custos de transacção sugere que se faça uma análise comparativa dos custos de ambas as formas organizacionais

A opção pela empresa será no caso contrário.

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2.4.2 A tragédia dos comuns

Na presença de um recurso comum, a utilização individual não coordenada, leva a um uso excessivo em relação à capacidade de renovação, de modo que se poderá acabar numa situação trágica de esgotamento do recurso.

Exemplos: …..

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2.4.2 A tragédia dos comuns

Note-se que a estrutura de interacção subjacente é a de dilema do prisioneiro.

A solução para o dilema passa pela instituição de uma forma qualquer de direitos de propriedade (privada, ´pública ou comunitária).

Cada solução tem as suas vantagens e inconvenientes.

Cada solução institucional deve ser analisada à luz de duas hipóteses: minimização de custos de transacção e/ou rendas associadas.

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2.4.3 A associação e o bureau

Muitas actividades de associações voluntárias e de organismos da administração pública (bureaus) vão no mesmo sentido: fornecimento de bens colectivos (ou públicos?

Problemas:

1. Porque é que certas actividades são organizadas no sector voluntário?

2. Porque é que outras actividades estão no sector público?

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2.4.3 A associação e o bureau

Antes do mais interessa distinguir os dois tipos de organizações

A associação é uma organização democrática. Os seus dirigentes são democraticamente eleitos. A adesão é voluntária. Os seus membros pertencem à organização porque partilham os objectivos da organização.

O bureau é uma organização de tipo burocrático, onde os dirigentes são nomeados. Os trabalhadores são funcionários.

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2.4.3 A associação e o bureau

Quais as vantagens e os inconvenientes da associação voluntária?

Há um problema com os bens públicos: saber o que os cidadãos verdadeiramente pretendem.

Uma associação voluntária, se bem sucedida, permite que haja revelação de preferências por bens públicos.

Contudo, tem dificuldades em combater os free riders.

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2.4.3 A associação e o bureau

Quais as vantagens e os inconvenientes do bureau?

Muitas pessoas que aqui trabalham, têm nomeações de médio/longo prazo (vitalício) em certos casos. A incapacidade de combater a selecção adversa e o risco moral tem efeitos perniciosos.

A revelação de preferências pelos bens públicos não se realiza aqui (mas no processo político- AR)

Consegue combater os free rider (todos têm que contribuir).

Há funções que não podem ser privatizadas (nem mesmo para associações).

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2.4.3 A associação e o bureau

Quando se prefere uma associação à intervenção espontânea e individual?

Quando se escolhe a administração em vez de uma associação?

Como veremos a acção colectiva no sentido de criação de uma associação surge quando os benefícios da acção colectiva superam os custos (que são essencialmente custos de transacção)

Quando são necessários poderes de administração e/ou quando são menores os custos de transacção e/ou quando o problema de revelação de preferências não é relevante e/ou quando o combate ao free rider é relevante.

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2.4.4 Instituições e custos de transacção

A economia dos custos de transacção sugere que a forma institucional com que se resolve o problema de como desempenhar uma tarefa, tem a ver com a minimização de custos de transacção.

Dá-nos uma perspectiva interessante de análise

Mas tem limitações: A mais importante é considerar implicitamente que as instituições que existem são mais eficientes do que alternativas organizacionais (o que nem sempre é verdadeiro).

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2.4.4 Instituições e custos de transacção

A perspectiva que desenvolvemos é contudo mais ampla:

As instituições evoluem por um lado, no sentido da minimização de custos de transacção.

...mas por outro, a evolução ou estagnação de uma instituição tem a ver com razões distributivas.

Mudar o status quo, implica sempre consequências redistributivas. Há quem beneficie do status quo, e há quem beneficiaria de uma mudança.

Por vezes os ganhos líquidos para a sociedade da mudança institucional seriam grandes, mas quem fica prejudicado pode bloquear essa mudança.