iof 2008 09 resultados 30 set 2010
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3ª Avaliação Nacional da Pobreza 1
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
3ª Avaliação Nacional da PobrezaResultados Principais
Maputo, 21 de Setembro de 2010Maputo, 21 de Setembro de 2010
APRESENTAÇÃO AO CONSELHOAPRESENTAÇÃO AO CONSELHO DE MINISTROSDE MINISTROS
3ª Avaliação Nacional da Pobreza 2
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
(I) Introdução
(II) Abordagens da Pobreza
(III) Situação Económica em 2008-09
(IV) Investimentos Realizados
(V) Resultados da Pobreza
(VI) Conclusões
(VII) Acções de Seguimento
ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO
3ª Avaliação Nacional da Pobreza 3
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
•Analise usa dados do Inquérito aos Orçamentos Familiares realizado entre Setembro de 2008 a Agosto de 2009.
•O Inquérito recolheu dados de despesas alimentares e não alimentares ao nível dos agregados familiares.
•Abrangeu 10832 agregados familiares, sendo:5609 agregados familiares nas zonas rurais5223 agregados familiares nas zonas urbanas
•Com estes dados mede-se a pobreza total (alimentar e não alimentar).
(I) INTRODUÇÃO
3ª Avaliação Nacional da Pobreza 4
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
Abordagens da Pobreza
Vantagens Desvantagens
Óptica do Consumo
•Nível de consumo que satisfaça as necessidades básicas de alimentos e não alimentos (pobreza absoluta);•Define uma linha de pobreza
•Capta só uma dimensão do bem estar;•Sensível a variações de curto prazo (choques climáticos e económicos)
Pobreza não monetaria
• Posse de bens duráveis, acesso aos serviços públicos;•Reflecte processos de desenvolvimento de longo prazo
•Não há ligação com um padrão fixo de bem estar;•Fraca relação com consumo no curto prazo.
Desnutrição(Crianças menores de 5 anos)
•Medida internacional de privação absoluta;•Precisa e consistente (em termos temporais e geográficos)
•Fraca relação com crescimento económico no curto prazo;•Não captura aspectos dinamicos da pobreza
(II) ABORDADENS DA POBREZA
3ª Avaliação Nacional da Pobreza 5
2008
• Situação internacionalCrise do petróleoAlta de preços dos cereaisCrise financeira internacionalXenofobia na África do Sul => 40 mil moçambicanos regressaram
• O crescimento económico em Moçambique manteve-se a um nível elevado, para os padrões internacionais, apesar de ter desacelerado
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
Moçambique 2007 2008 2009PIB (crescimento, %) 7,3 6,8 6,4Inflação média anual 8,2 10,3 3,3
Mundo 2007 2008 2009PIB (crescimento, %) 4,9 3,1 -0,6
(III) SITUAÇÃO ECONÓMICA EM 2008-2009
3ª Avaliação Nacional da Pobreza 6
2008 (continuação)
• Os sectores com maior crescimento no PIB foram: Água (15%); Electricidade (13,5%); Transportes, armazenagem e comunicações (13%); Construção (12,5%); Alojamento, restaurantes e similares (11,4%)
• Os sectores com menor crescimento no PIB foram: Manufactura (4,9%); Actividades financeiras (3,3%); Reparação de veículos automóveis, motociclos e de bens de uso pessoal e doméstico (2,4%)
Agricultura
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
Produção Agrícola (Taxas de crescimento, %)
BdPES2007
BdPES2008
BdPES2009
Total 8,8 11 4,2Empresarial 3,9 30,5 6,9Familiar 9,3 9,3 4,0 Fam. Comercializada
11,8 20,6
Autoconsumo 7,6 0,9
(III) SITUAÇÃO ECONÓMICA EM 2008-2009
3ª Avaliação Nacional da Pobreza 7
2008 (continuação)
• Ocorrência de secas, cheias, ventos fortes e ciclone Jokwe, ocorrência de queimadas descontroladas com destaque para as províncias de Manica e Sofala
• No início da campanha agrícola de 2007-2008 destacam-se as cheias no vale do Zambeze
• A segunda época agrícola contribuiu para a recuperação de algumas áreas perdidas
2009
• Situação internacionalQueda do PIB a nível mundialRedução nos fluxos do Investimento Directo EstrangeiroAumento das taxas de desempregoDesaceleração dos níveis de preços, com a queda da procura
agregadaQueda no comércio internacional
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
(III) SITUAÇÃO ECONÓMICA EM 2008-2009
3ª Avaliação Nacional da Pobreza 8
2009 (continuação)
• Os sectores com maior crescimento no PIB foram: Electricidade (10,9%); Transportes, armazenagem e comunicações (10,2%); Actividades financeiras (9,8%); Administração pública, defesa e segurança social obrigatória (9%); Saúde e acção social (8,8%)
• Os sectores com menor crescimento no PIB foram: Manufactura (3,1%); Indústrias extractivas (2,7%); Alojamento, restaurantes e similares (2,2%)
• As exportações totais de bens em 2009 reduziram em 37,2%, para USD 1 285,0 milhões, comparativamente ao mesmo período de 2008, [Balanço do PES de 2009 (período de Janeiro-Setembro)]
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(III) SITUAÇÃO ECONÓMICA EM 2008-2009
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INVESTIMENTOS REALIZADOS•Durante o Quinquenio foram construídas 7.767 fontes de água nas zonas rurais beneficiando mais de 3.5 milhões de pessoas.
•Taxa de cobertura de água rural saiu de 40% em 2004 para 51.8% em 2008.•Taxa de cobertura de água urbana saiu de 36% em 2004 para 50% em 2008.
•Expansão da rede eléctrica nacional•86 sedes distritais ligadas a rede nacional de energia contra 52 sedes distritais ligadas até finais de 2004.
•Feitas ligações de energia eléctrica a mais de 320.000 consumidores
3ª Avaliação Nacional da Pobreza 10
INVESTIMENTOS REALIZADOS
•No sector da educação, o número de escolas aumentou de 9655 em 2004 para 13006 em 2009.
•Na saúde, foram concluídas 300 intervenções (reabilitações e novas construções) da rede primária de saúde;• Foram concluídas 15 intervenções de reabilitação nos hospitais provinciais;
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INVESTIMENTOS REALIZADOS
•Foram reabilitados 5 blocos dos hospitais centrais; • O Número de hospitais rurais e gerais saiu de 33 em 2004 para 41 em 2009;• O número de centros de saúde saiu de 479 em 2004 para 999 em 2009.
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
(IV) Resultados: Pobreza não monetária
Taxas de escolarização líquidas [TELs] (2002/03 – 2008/09)
76.5
66.8
73.8
61.4
83.3
79.2
0 20 40 60 80
Nacional
Rural
Urbana
(a) Primária TEL
IOF02 IOF08
22.0
8.2
10.8
1.2
41.3
19.6
0 10 20 30 40
Nacional
Rural
Urbana
(b) Secundária TEL
IOF02 IOF08
• As taxas de escolarização aumentaram, tanto no ensino primário como no ensino secundário. • Observam-se aumentos muito significativos nas taxas de escolarização no ensino secundário, o que está aliado a maior expansão dos níveis de ensino no país.
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
(IV) Resultados: Pobreza não monetária
89.0
77.2
36.3
56.0 54.5
65.2
020
4060
8010
0
Urbana Rural NacionalIAF IOF IAF IOF IAF IOF
Posto de saúde (<45 mins a pé)
57.6
64.9
26.3
30.5
35.6
40.5
020
4060
Urbana Rural NacionalIAF IOF IAF IOF IAF IOF
Fonte de água melhorada
Acceso a saúde e água potável, % agregados familiares (2002/03 – 2008/09)
•Melhorias significativas no acesso aos serviços de saúde, especialmente nas zonas rurais. A expansão das zonas urbanas não é devidamente acompanhada pela expansão dos serviços.
•Aumentos significativos na proporção de famílias com acesso a água potável
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
5.83.9
0 2 4 6
IOF08IOF02
geleira
7.05.0
0 2 4 6 8
IOF08IOF02
ferro
38.128.1
0 10 20 30 40
IOF08IOF02
bicicleta
45.845.5
0 10 20 30 40 50
IOF08IOF02
radio
12.46.3
0 5 10 15
IOF08IOF02
tv
23.74.3
0 5 10 15 20 25
IOF08IOF02
Telefone celular
(IV) Resultados: Pobreza não monetária
Posse de bens duráveis pelos agregados familares (%)
• Com a excepção de radio, a posse de bens ao nível dos agregados familiares aumentou significativamente entre 2002-03 e 2008-09.
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
(IV) Resultados: Pobreza não monetária
Casas cobertas de chapas de zinco (%)
•Aumentos na % de casas cobertas de chapas de zinco, tanto nas zonas rurais, como nas urbanas.
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
(IV) Resultados: Pobreza não monetária
Paredes das casas construídas de blocos de cimento (%)
•Aumentos na % de casas com as paredes construídas de blocos de cimento, tanto nas zonas rurais, como nas urbanas.
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
(IV) Resultados: Definição das Linhas de Pobreza
• Linha de pobreza: é o custo para a satisfação das necessidades básicas mínimas por pessoa/dia. • É resultado da soma da linha alimentar e
linha não alimentar (por exemplo: despesas com educação, renda da casa, transporte).
Linha de Pobreza Total (1996/07 -2008/09)(MT)
1996-97 2002-03 2008-095.3 8.5 18.4
• O aumento dos preços fez com que o cabaz para a satisfação das necessidades básicas aumentasse de 8.5 MT em 2002/03 para 18.4 MT em 2008/09.
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
(IV) RESULTADOS: Pobreza e desigualdade na óptica do consumo
Áreas geograficas Incidencia da Pobreza Desigualdade (Gini)1996-97 2002-03 2008-09 1996-97 2002-03 2008-09
Niassa 70.6 52.1 31.9 0.36 0.358 0.427Cabo Delgado 57.4 63.2 37.4 0.44 0.445 0.348Nampula 68.9 52.6 54.7 0.36 0.361 0.419Zambezia 68.1 44.6 70.5 0.35 0.351 0.366Tete 82.3 59.8 42 0.4 0.4 0.323Manica 62.6 43.6 55.1 0.4 0.401 0.345Sofala 87.9 36.1 58 0.43 0.428 0.457Inhambane 82.6 80.7 57.9 0.44 0.444 0.383Gaza 64.6 60.1 62.5 0.41 0.407 0.428Provincia Maputo 65.6 69.3 67.5 0.43 0.434 0.387Cidade de Maputo 47.8 53.6 36.2 0.52 0.524 0.512Norte 66.3 55.3 46.5 0.38 0.39 0.411Centro 73.8 45.5 59.7 0.37 0.39 0.381Sul 65.8 66.5 56.9 0.43 0.47 0.456Urbano 62 51.5 49.6 0.47 0.48 0.481Rural 71.3 55.3 56.9 0.37 0.37 0.367
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
-17
2
-5
-18
-8
-5
-4
15
28
5
-1
-11
-28
-40 -20 0 20 40diferença
Maputo City
Maputo Province-urban
Maputo Province-rural
Gaza & Inhambane-urban
Gaza & Inhambane-rural
Manica & Tete-urbana
Manica & Tete-rural
Sofala & Zambezia-urban
Sofala & Zambezia-rural
Nampula-urban
Nampula-rural
Niassa & Cabo Delg.-urb
Niassa & Cabo Delg.-rur
Mudança na Incidência da pobreza absoluta (2002/03 – 2008/09)
(IV) RESULTADOS: Pobreza na óptica do consumo
•Dos treze (13) domínios espaciais definidos, a pobreza absoluta aumentou em quatro (4).•Porque a pobreza aumentou em duas das províncias mais populosas do país, isso resultou na estagnação dos níveis de pobreza nacional.
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
• O Número de refeições por dia em 2008-09 é igual ao número de refeições obtido em 2002-03 (2.3 refeições por dia)
• Peso de alimentos no consumo total foi de 74% em 2002-03 e 75% em 2008-09.
(IV) Análise da consistência dos resultados
3ª Avaliação Nacional da Pobreza 21
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
• Fraca produção agrícola 2008• em parte ligada às cheias de 2007• Maior variação da produção anual (>20%) devido a
dependência das chuvas e ao fraco acesso às tecnologias melhoradas.
• Observam-se maiores aumentos nos preços de produtos agrícolas
• Amarelecimento letal do coqueiro (província da Zambézia)
• Mortes Cumulativos por causa de HIV/SIDA (1998-2009):
• >600,000 na zona Centro• Sul ≈ 200,000• Norte < 150,000• As mortes limitam a disponibilidade da mão-de-
obra
(IV) Pobreza em Sofala e Zambézia - zona rural
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
(IV) Evolução da produtividade e das calorias (2002-2008)
Índice de produtividade Calorias (pessoa / dia)
2002 100.0 2,135.2
2003 92.3 2,080.1
2005 83.9 2,103.0
2006 105.1 2,716.6
2007 94.9 2,421.5
2008 85.0 1,999.9
2002-'08 -15.0 -6.3
•Dados referem-se à produção das culturas alimentares. •O índice da produtividade em 2008 foi 15 pontos abaixo do nível observado em 2002
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
(IV) Pobreza em Sofala e Zambézia - zona rural
Produção agrícola (calorias por pessoa / dia)
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
(IV) Resultados: Desnutrição
Desnutrição entre crianças menores de cinco anos (%)
• Ligeiras mudanças ao longo do tempo nas taxas de desnutrição (níveis bastantes elevados)•Hábitos alimentares influenciam para esta fraca variação• Em elaboração o Plano multi-sectorial de Acção de combate a desnutrição crónica
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
2002/03 2008/09Taxa de escolarização primária líquida (%) 66.8 76.5 ↑
Taxa de escolarização secundária líquida (%) 8.2 22.0 ↑
Posse de bens (0 - 8) 1.25 1.70 ↑Acceso a um posto de saúde (<45 mins a pé) 54.4 65.2 ↑
Desigualdade (Gini) 0.42 0.41 ↔
Desnutrição crónica (%) 47.1 46.4 ↔Taxa de pobreza de consumo (%) 54.1 54.7 ↔
(IV) Resultados: Sumário dos Resultados
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
•Melhorias significativas da pobreza não monetária•Tendências positivas do longo prazo – conforme esperado•Corresponde com as áreas prioritárias do Governo (educação, saúde, abastecimento de água e saneamento e fornecimento de energia eléctrica).•Cria ambiente propício para o futuro desenvolvimento do país.
•Estagnação (nacional) da pobreza na óptica do consumo entre 2002-03 e 2008-09, que relaciona-se com:
•Falta do crescimento da produtividade agrícola, particularmente no sector familiar•Aumentos nos preços internacionais•Choques climáticos que provocam baixa produção e aumentos nos preços•Hábitos alimentares e preferencias na alocação do orçamento entre alimentos e não alimentos.
(v) Conclusões
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
•Estimular o sector agrícola familiar, para se atingir a incidência da pobreza de 40% em 2015 (Meta do Desenvolvimento do Milênio)
•Intensificação da produção agrícola em áreas com maior potencial•Implementação de acções de produção de comida e criação de emprego através do Fundo Distrital de Desenvolvimento.•Sensibilização sobre a necessidade de mudanças nos hábitos alimentares (consumo de produtos locais e necessidade de maior consumo de alimentos)•Sensibilização sobre o uso de activos dos agregados familiares para fins comerciais (Exemplos: venda de gado, empréstimos bancários).
(VI) Acções de seguimento
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
•Promover o Crescimento do emprego• Facilitar a criação e o desenvolvimento de pequenas e médias empresas;• Promover o agro-processamento• Implementação do Plano Estratégico de Redução da Pobreza Urbana (PERPU) • Incentivar o desenvolvimento do sistema financeiro
(VI) Acções de seguimento
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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
Resultados da 3ª Avaliação da Pobreza
Maputo, 21de Setembro de 2010Maputo, 21de Setembro de 2010
OBRIGADOOBRIGADO
APRESENTAÇÃO AO CONSELHOAPRESENTAÇÃO AO CONSELHO DE MINISTROSDE MINISTROS