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Boletim j Manual de Procedimentos Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico Veja nos Próximos Fascículos a Tributação em bases universais - Controladoras a IRRF - Operações de empréstimos de ações, títulos e outros valores mobiliários a IRPJ/CSL - Valor justo Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 40/2014 / a Tributos e Contribuições Federais IRPJ/CSL/Cofins/PIS-Pasep Quitação antecipada de débitos parcelados com a utilização de cré- ditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSL - Prazo: 28.11.2014 (Medida Provisória nº 651/2014) .................. 01 / a Legislação Falimentar Efeitos da decretação de falência sobre as obrigações do devedor . . 04 / a IOB Setorial Farmacêutico Tributação das receitas auferidas pelas farmácias e drogarias ...... 06 / a IOB Perguntas e Respostas IRPJ/CSL Receita líquida - Definição ............................... 10 Simples Nacional Corretagem de imóveis - Tributação pelo Anexo III ............. 10

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Boletimj

Manual de Procedimentos

Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico

Veja nos Próximos Fascículos

a Tributação em bases universais - Controladoras

a IRRF - Operações de empréstimos de ações, títulos e outros valores mobiliários

a IRPJ/CSL - Valor justo

Imposto de Renda e Legislação Societária

Fascículo No 40/2014

/a Tributos e Contribuições Federais

IRPJ/CSL/Cofins/PIS-PasepQuitação antecipada de débitos parcelados com a utilização de cré-ditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSL - Prazo: 28.11.2014 (Medida Provisória nº 651/2014) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a Legislação FalimentarEfeitos da decretação de falência sobre as obrigações do devedor . . 04

/a IOB Setorial

FarmacêuticoTributação das receitas auferidas pelas farmácias e drogarias . . . . . . 06

/a IOB Perguntas e Respostas

IRPJ/CSLReceita líquida - Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

Simples NacionalCorretagem de imóveis - Tributação pelo Anexo III . . . . . . . . . . . . . 10

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© 2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Capa:Marketing IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legislação societária : Quitação antecipada de débitos parcelados.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic EBS - SAGE, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2258-3

1. Falência - Leis e legislação - Brasil 2. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 3. Pessoa jurídica - Brasil 4. SIMPLES - Leis e legislação - Brasil I. Série.

14-10018 CDU-34:336.2:347.72(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Tributação : Empresas : Direito tributário 34:336.2:347.72(81)

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Manual de ProcedimentosImposto de Renda e Legislação Societária

Boletimj

40-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 40 IR/LS

IRPJ/CSL/COFInS/PIS-PaSeP

Quitação antecipada de débitos parcelados com a utilização de créditos de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSL - Prazo: 28.11.2014 (Medida Provisória nº 651/2014) SUMÁRIO 1. Introdução 2. Débitos abrangidos 3. Condições 4. Requerimento: forma e prazo 5. Documentos exigidos 6. Utilização de créditos de prejuízo

fiscal e de base de cálculo negativa da CSL

7. Aferição da RFB 8. Baixa do prejuízo fiscal e da

base de cálculo negativa da CSL nos livros fiscais

9. Recurso administrativo

1. INtRodução

De acordo com a Exposição de Motivos da Medida Provisória nº 651/2014, o Poder Executivo permitiu a quitação antecipada de débitos incluídos em parce-lamentos com a utilização de créditos decorrentes de prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), mediante pagamento de, no mínimo, 30% da dívida parcelada em espécie, ou seja, em moeda corrente.

Esses créditos não eram passíveis de utilização imediata, e o objetivo da medida é justamente pos-sibilitar a utilização de forma mais ágil, promovendo a regularidade fiscal dos contribuintes credores. Assim, com essa medida, o Governo federal pretende resolver o problema da recorrente dificuldade de uti-

lização de créditos e, de outro lado, a quitação dos débitos fiscais, que trará grandes benefícios sobre as finanças das empresas brasileiras.

2. déBItoS aBRaNgIdoS

Os saldos dos parcelamentos junto à Procu-radoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), que contenham débitos de natureza tributária vencidos até 31.12.2013, poderão excepcionalmente ser quitados antecipadamente na forma e nas condi-ções estabelecidas na Portaria Conjunta PGFN/RFB

nº 15/2014.

Poderão ser quitados os saldos dos parcelamentos das pessoas

jurídicas que possuam créditos próprios de prejuízo fiscal e de base de cálculo nega-tiva da CSL, apurados até 31.12.2013 e declarados à RFB até 30.06.2014.

3. CoNdIçõeS

A quitação antecipada é condi-cionada ao cumprimento das seguintes

condições:

a) pagamento em espécie de valor equivalente a, no mínimo, 30% do saldo devedor de cada modalidade de parcelamento a ser quitada, devendo ser realizado nos respectivos códi-gos e documentos de arrecadação de cada modalidade de parcelamento a ser quitada, até o dia 28.11.2014;

b) quitação integral do saldo remanescente do parcelamento mediante a utilização de crédi-tos de prejuízo fiscal e de base de cálculo ne-gativa da CSL.

a Tributos e Contribuições Federais

Os saldos dos parcelamentos junto à

PGFN e à RFB, que contenham débitos de natureza tributária

vencidos até 31.12.2013, poderão excepcionalmente ser quitados

antecipadamente na forma e nas condições estabelecidas na

Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 15/2014

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40-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 40 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Vale ressaltar que é vedado o pagamento parcial de saldos de parcelamento.

3.1 Parcelamento de débitos vencidos até 31.12.2013

Para aplicação das regras previstas neste proce-dimento ao parcelamento de débitos de qualquer natu-reza junto à PGFN ou à RFB, vencidos até 31.12.2013, cujo prazo de adesão expirou em 25.08.2014 (Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 13/2014; art. 2º da Lei nº 12.996/2014; e arts. 34 e 40 da Medida Provisória nº 651/2014), o contribuinte deverá, previamente à apre-sentação do Requerimento de Quitação Antecipada (RQA), pagar integralmente a antecipação prevista no art. 3º daquela Portaria, observando-se que:

a) o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 7º da Lei nº 11.941/2009 não se aplica à quitação anteci-pada;

b) para determinação do valor mínimo referido na letra “a” do tópico 3, será considerado como saldo do parcelamento a ser quitado aquele consolidado com as regras aplicadas a cada modalidade de parcelamento, inclusive com as reduções, descontadas as amortizações efetuadas até a data do RQA.

Ressalta-se que a possibilidade de quitação ante-cipada aplica-se exclusivamente aos parcelamentos concedidos até a data da apresentação do RQA.

4. RequeRImeNto: FoRma e PRazo

A quitação antecipada de débitos será forma-lizada mediante apresentação de RQA, até o dia 28.11.2014, na unidade de atendimento integrado da RFB e da PGFN do domicílio tributário do contribuinte:

a) precedido de adesão ao Domicílio Tributário Eletrônico (DTE), a ser realizada no Centro Vir-tual de Atendimento (e-CAC) no site da RFB (www.receita.fazenda.gov.br);

b) formalizado em modelo próprio, na forma dos Anexos I ou II, conforme o órgão que adminis-tra o parcelamento, em nome do estabeleci-mento matriz, pelo responsável perante o Ca-dastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);

c) apresentado em formato digital, assinado ele-tronicamente e autenticado com o emprego de certificado digital emitido no âmbito da Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP--Brasil), nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2/2001.

No ato de apresentação do RQA, será formalizado processo eletrônico (e-Processo), cujo número será informado ao contribuinte.

NotaNa hipótese de quitação antecipada de débitos que sejam objeto do

Programa de Recuperação Fiscal (Refis), de que trata a Lei nº 9.964/2000, do Parcelamento Especial (Paes), de que trata a Lei nº 10.684/2003, do Par-celamento Excepcional (Paex), de que trata a Medida Provisória nº 303/2006, o RQA deverá ser apresentado na forma do Anexo I da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 15/2014.

5. doCumeNtoS exIgIdoS

Até as 23h59min59s, horário de Brasília, do dia 30.11.2014, o contribuinte deverá realizar solicitação de juntada ao e-Processo, por meio do e-CAC da RFB, dos seguintes documentos:

a) cópias dos documentos de arrecadação que comprovam o pagamento em espécie de pelo menos 30% de cada um dos saldos dos par-celamentos a serem quitados;

b) indicação dos respectivos montantes de prejuí- zo fiscal decorrentes da atividade geral ou da atividade rural e de base de cálculo negativa da CSL, passíveis de utilização, a serem utilizados em cada modalidade, na forma do Anexo III;

c) no caso de utilização de créditos de empresas controladora e controlada, de forma direta, ou entre empresas que sejam controladas dire-tamente por uma mesma empresa, cópia do Contrato Social ou do Estatuto, com as respec-tivas alterações, que permita identificar, para cada uma delas, que o signatário tem poderes para realizar a cessão.

Notas

(1) Não surtirão efeitos os RQA apresentados sem a juntada dos docu-mentos mencionados neste tópico.

(2) Os RQA apresentados junto com a documentação suspendem a exigi-bilidade das parcelas até ulterior análise dos créditos pleiteados, observando-se que nesse período o contribuinte poderá obter a certidão positiva com efeitos de negativa, desde que não existam outros impedimentos à sua obtenção.

6. utILIzação de CRédItoS de PReJuízo FISCaL e de BaSe de CáLCuLo NegatIva da CSL

Para efeito da utilização de créditos de prejuízo fiscal ou de base de cálculo negativa da CSL para quitação antecipada do parcelamento:

a) o valor do crédito a ser utilizado será determi-nado mediante a aplicação das alíquotas de 25% e de 9% sobre o montante do prejuízo fis-cal e da base de cálculo negativa da CSL, res-pectivamente;

b) para os fins da quitação antecipada, não se aplica o limite de 30% do lucro líquido ajusta-

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40-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 40 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

do, previsto no art. 42 da Lei nº 8.981/1995 e no art. 15 da Lei nº 9.065/1995;

c) poderão ser utilizados montantes de preju-ízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSL próprios da pessoa jurídica, passíveis de compensação, na forma da legislação vigen-te, relativos aos períodos de apuração encer-rados até 31.12.2013 e declarados à RFB até 30.06.2014;

d) os créditos de que trata a letra “c” poderão ser utilizados entre empresas controladora e controlada, de forma direta, ou entre empre-sas que sejam controladas diretamente por uma mesma empresa, em 31.12.2011, domi-ciliadas no Brasil, desde que se mantenham nesta condição até a data da opção pela qui-tação antecipada;

e) na hipótese de indicação de créditos pró-prios e de empresas controladora e contro-lada, de forma direta, ou entre empresas que sejam controladas diretamente por uma mes-ma empresa, os créditos serão utilizados na seguinte ordem:e.1) primeiramente, os créditos próprios; ee.2) depois, os créditos das demais empre-

sas, na ordem indicada pelo contribuinte;f) na hipótese de quitação de mais de uma mo-

dalidade de parcelamento, serão quitadas as modalidades na ordem direta da data da con-solidação;

g) os créditos provenientes de declaração retifi-cadora apresentada à RFB após 30.06.2014 não poderão ser utilizados.

7. aFeRIção da RFB

Os valores informados para liquidação do saldo de parcelamento somente serão confirmados após a aferição, pela RFB, da existência de montantes acumulados de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSL, não utilizados na compensação com a base de cálculo do IRPJ ou da CSL ou em outras modalidades de parcelamento, suficientes para aten-der à totalidade da solicitação efetuada, devendo ser observado que:

a) os montantes não poderão ser utilizados, sob qualquer forma ou a qualquer tempo, na com-pensação com a base de cálculo do IRPJ ou da CSL;

b) sendo constatada pela RFB irregularidade quanto aos montantes declarados de prejuízo fiscal ou de base de cálculo negativa da CSL que implique redução dos valores utilizados,

os valores não confirmados serão deduzidos na ordem inversa da indicação de que trata a letra “f” do tópico 6. Nessa hipótese, será concedido o prazo de 30 dias para o contri-buinte promover o pagamento em espécie do saldo remanescente do parcelamento, sob pena de:

b.1) cancelamento da amortização realizada mediante a utilização de créditos de pre-juízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSL; e

b.2) rescisão do parcelamento e prossegui-mento da cobrança do saldo remanes-cente apurado, conforme a lei de regên-cia do parcelamento.

Nota

A RFB dispõe do prazo de 5 anos para análise dos créditos indicados para a quitação.

7.1 Implicações decorrentes de fraude

A constatação de fraude na declaração dos montantes de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSL implicará imediata cobrança dos débitos recalculados em razão do cancelamento da liquidação realizada, não sendo permitida a comple-mentação dos valores apurados de que trata a letra “b” do tópico 7, sem prejuízo de eventuais represen-tações contra os responsáveis, inclusive para fins penais.

8. BaIxa do PReJuízo FISCaL e da BaSe de CáLCuLo NegatIva da CSL NoS LIvRoS FISCaIS

A pessoa jurídica que utilizar a liquidação de débitos parcelados com créditos decorrentes de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSL na forma mencionada deverá promover a baixa dos valores nos respectivos livros fiscais e manter os livros e os documentos exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do montante do prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa da CSL, durante todo o período de análise dos créditos indicados para a quitação, que, conforme mencionado na nota do tópico 7, é de 5 anos.

Na indicação dos montantes de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSL pelo contribuinte, deverão ser excluídos aqueles já indicados para uti-lização em parcelamentos ou para compensação do lucro líquido ajustado.

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40-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 40 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

NotaNa quitação dos débitos, na forma mencionada, não implica liberação

de bens ou direitos apresentados em garantia ou arrolados na forma dos arts. 64 e 64-A da Lei nº 9.532/1997, enquanto não validada, pela RFB, a existên-cia de montantes acumulados de prejuízo fiscal e de base de cálculo nega-tiva da CSL suficientes para atender à totalidade da solicitação efetuada.

9. ReCuRSo admINIStRatIvoNa hipótese de ser constatada pela RFB irregula-

ridade quanto aos montantes declarados de prejuízo fiscal ou de base de cálculo negativa da CSL que implique redução dos valores utilizados e não ocor-rendo a regularização na forma descrita na letra “b” do tópico 7, é facultado ao contribuinte, no prazo de 30, contado da data do indeferimento dos montantes dos créditos indicados, apresentar recurso adminis-trativo na forma da Lei nº 9.784/1999.

O recurso terá efeito suspensivo e será apreciado pelo titular da Delegacia da Receita Federal do Brasil (DRF), da Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária (Derat), da Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Instituições Financeiras (Deinf) ou da Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Maiores Contribuintes (Demac) do domicílio tributário do contribuinte.

No caso de indeferimento do recurso, o cancela-mento da quitação antecipada produzirá efeitos a par-tir do dia seguinte ao da ciência. Observa-se, porém, que a decisão será definitiva na esfera administrativa.

N

a Legislação FalimentarEfeitos da decretação de falência sobre as obrigações do devedor SUMÁRIO 1. Introdução 2. Suspensão do direito de retenção e de retirada 3. Efeitos sobre os contratos 4. Juros 5. Falência do espólio 6. Falência de coobrigados solidários 7. Avalistas, fiadores e garantes do falido

1. INtRodução

Os efeitos da decretação de falência sobre as obrigações do devedor (empresário ou sociedade empresária) são tratados pela Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005), em seus arts. 115 a 128, conforme explanado a seguir.

Conforme estabelece o art. 115, a decretação de falência sujeita todos os credores aos efeitos dela decorrentes. Além disso, sobrevindo tal decretação, os credores somente podem exercer os seus direitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente res-ponsável nos estritos termos da vigente Lei Falimentar.

1.1 Relações patrimoniais não reguladas na Lei

O art. 126 estabelece a necessidade de, nas relações patrimoniais não reguladas expressamente na Lei de Falências, o juiz decidir o caso atendendo à unidade, à universalidade do concurso e à igualdade de tratamento dos credores.

Para tanto, deve-se observar os preceitos conti-dos no art. 75, segundo o qual:

a) a falência, ao promover o afastamento do de-vedor de suas atividades, visa a preservar e

otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa;

b) o processo de falência deve atender aos princí-pios da celeridade e da economia processual.

2. SuSPeNSão do dIReIto de ReteNção e de RetIRadaA decretação de falência suspende o exercício do

direito (art. 116):

a) de retenção sobre os bens sujeitos à arreca-dação, os quais deverão ser entregues ao ad-ministrador judicial;

b) de retirada ou recebimento do valor de suas quotas ou ações, por parte dos sócios da so-ciedade falida.

3. eFeItoS SoBRe oS CoNtRatoS3.1 Contratos bilaterais

Os contratos bilaterais não se resolvem pela falên-cia. Eles podem ser cumpridos pelo administrador judicial se for reduzido ou evitado o aumento do pas-sivo da massa falida ou, ainda, se forem necessárias a manutenção e a preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê de Credores, quando existente.

Cabe esclarecer, contudo, que isso não significa a validade das cláusulas livremente pactuadas que preve-jam a rescisão do contrato em caso de falência de um dos contratantes; esses pactos, ao contrário, se sobrepõem às normas da Lei Falimentar mencionadas neste item.

A Lei de Falências prevê, ainda, que:

a) o contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de 90 dias contados da assi-

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40-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 40 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

natura do termo de sua nomeação, para que, dentro de 10 dias, este declare se cumprirá ou não o contrato;

b) a declaração negativa ou o silêncio do admi-nistrador judicial conferem, ao contraente, o direito à indenização, cujo valor, apurado em processo ordinário, constituirá crédito quiro-grafário (art. 117).

3.2 Contratos unilaterais

O administrador judicial, mediante autorização do Comitê, poderá dar cumprimento a contrato unilateral se esse fato reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou se for necessário à manutenção e à preservação de seus ativos, realizando o pagamento da prestação pela qual está obrigado (art. 118).

3.3 Relações contratuais específicas e regras aplicáveis

Nas relações contratuais mencionadas a seguir, o art. 119 determina que devem prevalecer as seguin-tes regras:

a) o vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em trân-sito se o comprador, antes do requerimento de falência, as tiver revendido sem fraude, à vista de faturas e conhecimentos de transporte en-tregues ou remetidos pelo vendedor;

b) se o devedor vender coisas compostas e o administrador judicial resolver não continuar a execução do contrato, o comprador poderá pôr à disposição da massa falida o que já hou-ver sido recebido, pedindo perdas e danos;

c) não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço, bem como vendido ou con-tratado a prestações, e, resolvendo o adminis-trador judicial não executar o contrato, o cré-dito relativo ao valor pago será habilitado na classe própria;

d) o administrador judicial, ouvido o Comitê, deve restituir a coisa móvel comprada pelo devedor, com reserva de domínio deste, se resolver não continuar a execução do contrato, exigindo a devolução dos valores pagos nos termos do contrato;

e) tratando-se daquilo que for vendido a termo, que tenha cotação em bolsa ou mercado, e não se executando o contrato pela efetiva entrega e pagamento do preço, deve ser apresentada a diferença entre a cotação do dia do contrato e a da época da liquidação em bolsa ou mercado;

f) na promessa de compra e venda de imóveis deve ser aplicada a legislação respectiva;

g) a falência do locador não resolve o contrato de locação; já na falência do locatário, o adminis-trador judicial pode, a qualquer tempo, denun-ciar o contrato;

h) caso haja acordo para compensação e liquida-ção de obrigações no âmbito do Sistema Finan-ceiro Nacional, conforme legislação vigente, a parte não falida pode considerar o contrato ven-cido antecipadamente, hipótese em que deve ser liquidado na forma estabelecida em regula-mento, admitindo-se a compensação de even-tual crédito que venha a ser apurado em favor do falido com créditos detidos pelo contratante;

i) os patrimônios de afetação, constituídos para cumprimento de destinação específica, de-vem obedecer ao disposto na respectiva legis-lação, permanecendo os bens, direitos e obri-gações separados daqueles do falido até o advento do respectivo termo ou até o cumpri-mento de sua finalidade, ocasião em que o ad-ministrador judicial deverá arrecadar o saldo a favor da massa falida ou inscrever, na classe própria, o crédito que contra ela remanescer.

3.4 mandatos

O mandato conferido pelo devedor para a reali-zação de negócios, antes da falência, cessa seus efeitos com a decretação desta. Cabe ao mandatário, então, prestar contas de sua gestão.

Por seu turno, o mandato conferido para represen-tação judicial do devedor continua em vigor até que seja expressamente revogado pelo administrador judicial.

A Lei prevê ainda que, para o falido, cessa o man-dato ou a comissão que houver recebido antes da falência, salvo os que versem sobre matéria estranha à atividade empresarial (art. 120).

3.5 Contas-correntes

O art. 121 dispõe que as contas-correntes com o devedor consideram-se encerradas no momento da decretação de falência, quando for verificado o res-pectivo saldo. É importante esclarecer que, embora o dispositivo não seja dirigido especificamente às chamadas “contas-correntes bancárias”, entende-se que a regra é aplicável a estas também.

3.6 Compensação

O art. 122 do diploma em foco dispõe que:

a) compensam-se, com preferência sobre todos os demais credores, as dívidas do devedor vencidas até o dia da decretação de falência, sejam elas provindas do vencimento da sen-

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40-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 40 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

tença de falência ou não, obedecidos os re-quisitos da legislação civil;

b) não se compensam:b.1) os créditos transferidos após a decretação

de falência, salvo em caso de sucessão por fusão, incorporação, cisão ou morte; ou

b.2) os créditos, ainda que vencidos anterior-mente, transferidos quando já se conhe-cer o estado de crise econômico-finan-ceira do devedor, ou cuja transferência tenha se realizado com fraude ou dolo.

3.7 Haveres pela participação em outra sociedade ou condomínioSe o falido fizer parte de alguma sociedade como

sócio comanditário ou cotista, em sua massa falida entrarão somente os haveres que possuir na socie-dade e que forem apurados na forma estabelecida no contrato ou estatuto social.

Se o contrato ou estatuto social nada disciplinar a respeito, a apuração será efetuada judicialmente, salvo se, por lei, contrato ou estatuto, a sociedade tiver de liquidar-se, caso em que os haveres do falido entrarão para a massa falida somente após o paga-mento de todo o passivo da sociedade.

Observe-se ainda que, nos casos de condomínio indivisível de que participe o falido, o bem deve ser vendido e, o que for devido aos demais condôminos, deduzido do valor arrecadado. Entretanto, é facultada a estes a compra da quota-parte do falido nos termos da melhor proposta obtida (art. 123).

4. JuRoSO art. 124 estabelece que, contra a massa falida,

não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos em lei ou contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados. Excetuam-se dessa disposição, con-tudo, os juros das debêntures e dos créditos com garantia real, respondendo por eles, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia.

5. FaLÊNCIa do eSPÓLIo

Na falência do espólio, fica suspenso o processo de inventário. Nesse caso, cabe ao administrador judicial a realização de atos pendentes em relação a direitos e obrigações da massa falida (art. 125).

6. FaLÊNCIa de CooBRIgadoS SoLIdáRIoS

De acordo com o art. 127 do diploma falimentar, o credor de coobrigados solidários, cujas falências sejam decretadas, tem o direito de concorrer, em cada uma delas, pela totalidade do seu crédito até recebê-lo por inteiro, quando então comunicará o fato ao juízo.

Deve-se assinalar que:

a) se o credor for integralmente pago por uma ou por diversas massas coobrigadas, as que pagaram terão direito regressivo contra as de-mais, em proporção à parte que pagaram e àquela que cada uma tinha a seu cargo;

b) se a soma dos valores pagos ao credor em to-das as massas coobrigadas exceder o total do crédito, o valor será devolvido às massas na proporção mencionada na letra “a”;

c) se os coobrigados eram garantes uns dos ou-tros, o excesso referido na letra “b” pertence-rá, conforme a ordem das obrigações, às mas-sas dos coobrigados que tiverem o direito de ser garantidos.

NotaA regra aqui mencionada não se aplica ao falido cujas obrigações tenham

sido extintas por sentença, conforme regulado pelo art. 159 da mesma Lei.

7. avaLIStaS, FIadoReS e gaRaNteS do FaLIdo

Os coobrigados solventes e os garantes do devedor ou dos sócios ilimitadamente responsáveis podem habilitar o crédito correspondente às quantias pagas ou devidas se o credor não se habilitar a elas no prazo legal (art. 128).

N

a IOB SetorialFaRmaCêuTICO

Tributação das receitas auferidas pelas farmácias e drogarias

1. INtRodução

A Lei nº 10.147/2000 introduziu sistemática diferen-ciada de apuração da Cofins e da contribuição para o

PIS-Pasep para as pessoas jurídicas que procedam à industrialização ou à importação dos produtos classi-ficados nas posições 30.01, 30.03, exceto no código 3003.90.56, 30.04, exceto no código 3004.90.46 e 3303.00 a 33.07, exceto na posição 33.06, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10, 3006.60.00, 3401.11.90, exceto 3401.11.90 Ex01, 3401.20.10 e

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40-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 40 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

9603.21.00, todos da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI).

Esta sistemática é conhecida como tributação dos produtos monofásicos ou produtos sujeitos a alíquotas diferenciadas.

Neste texto, trataremos da incidência da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep sobre a receita auferida pelas farmácias e drogarias, que atuam no mercado como comerciante varejista dos produtos farmacêuti-cos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal.

NotaAté 07.03.2013, o regime especial de apuração da Cofins e da contribui-

ção para o PIS-Pasep de que trata este procedimento era aplicável também aos produtos classificados na posição 33.06 e no código 3401.11.90 Ex 01 da TIPI.

Todavia, desde 08.03.2013, em face da nova redação dada ao art. 1º da Lei nº 10.147/2000, pelo art. 3º da Lei nº 12.839/2013, tais produtos deixa-ram de integrar o referido regime.

Assim, desde 08.03.2013, estão reduzidas a zero as alíquotas da con-tribuição para o PIS-Pasep, da Cofins incidentes na importação e sobre a receita bruta de venda no mercado interno dos produtos com as classifica-ções da TIPI seguir:

a) sabões de toucador classificados no código 3401.11.90 Ex 01;

b) produtos para higiene bucal ou dentária classificados na posição 33.06;

c) papel higiênico classificado no código 4818.10.00.

(Lei nº 10.147/2000, art. 1º; Lei nº 10.925/2004, art. 1º, XXVI a XXVIII; Lei nº 12.839/2013, arts. 1º e 3º)

2. PRodutoS FaRmaCÊutICoS, de PeRFumaRIa, de touCadoR ou de HIgIeNe PeSSoaL

De acordo com a Lei nº 10.147/2000, art. 2º, as pessoas jurídicas que não se enquadram na condição de industrial ou de importador dos produtos men-cionados no item 1, como é o caso das farmácias e drogarias, que atuam como comerciantes varejistas, têm as alíquotas da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep reduzidas a zero (Solução de Consulta nº 98/2004 da SRRF da 4ª Região Fiscal - Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte).

Observe-se que a Lei nº 10.637/2002, art. 3º, § 2º, II, e Lei nº 10.833/2003, art. 3º, § 2º, II, alteradas pela Lei nº 10.865/2004, estabeleceram que não dará direito ao crédito a aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isen-ção, neste último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota zero, isentos ou não alcançados pela contribuição.

3. demaIS PRodutoS3.1 alíquotas

Em relação às demais receitas da venda de produtos auferidas pelo comerciante varejista, excluídos os produtos mencionados no item 2, e da prestação de serviços, serão tributadas pela siste-

mática da cumulatividade ou da não cumulatividade, observando-se que:

a) as pessoas jurídicas que apuram o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) com base no lucro real ficam sujeitas ao recolhimento da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep pelo regime não cumulativo, às alíquotas de 7,6% e 1,65%, respectivamente;

b) as pessoas jurídicas que apuram o IRPJ e a CSL por meio do lucro presumido ou arbitrado ficam sujeitas ao regime cumulativo, devendo reco-lher a Cofins e a contribuição para o PIS-Pasep às alíquotas de 3% e 0,65%, respectivamente.

(Lei nº 9.718/1998, art. 4º, IV; Lei nº 10.637/2002, arts. 2º, caput, e 8º, II; Lei nº 10.833/2003, arts. 2º, caput, e 10, II)

3.2 Créditos

Na determinação da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins a pagar no regime de não cumulatividade, a pessoa jurídica pode descontar créditos, do valor das referidas contribuições decorrente de suas vendas.

Os créditos são determinados mediante a apli-cação das alíquotas de 1,65% para a contribuição para o PIS-Pasep e de 7,6% para a Cofins sobre o valor das aquisições de bens e serviços e das despe-sas e custos, entre os quais destacamos:

a) bens adquiridos para revenda, exceto em rela-ção às mercadorias:a.1) isentas ou não alcançadas pela incidência

da contribuição ou sujeitas à alíquota zero;a.2) não operacionais, decorrentes da venda

de ativo não circulante (antigo ativo per-manente);

a.3) auferidas pela pessoa jurídica revende-dora, na revenda de mercadorias em re-lação às quais a contribuição seja exigi-da da empresa vendedora, na condição de substituta tributária;

a.4) sujeitas à tributação monofásica;b) energia elétrica e energia térmica, inclusive

sob a forma de vapor, consumidas nos esta-belecimentos da pessoa jurídica;

c) aluguéis de prédios, máquinas e equipamen-tos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas ati-vidades da empresa;

d) valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Simples Nacional;

e) edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa;

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Imposto de Renda e Legislação Societária

f) bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior e tributada;

g) armazenagem de mercadoria e frete na ope-ração de venda, quando o ônus for suportado pelo vendedor.

NotaNo caso das importações, o crédito deve ser apurado mediante a apli-

cação das alíquotas de 1,65% e de 7,6%, referente à contribuição para o PIS-Pasep e à Cofins, respectivamente, sobre o valor que serviu de base de cálculo das referidas contribuições, na forma do art. 7º da Lei nº 10.865/2004, com as alterações da Lei nº 10.865/2013, acrescido do valor do IPI vinculado à importação, quando integrante do custo de aquisição.

(Lei nº 10.637/2002, art. 3º; Lei nº 10.833/2003, art. 3º; Lei nº 10.865/2004, art. 15)

4. SImPLeS NaCIoNaL - aLíquota e BaSe de CáLCuLo

A atividade vinculada ao comércio varejista de medicamentos, perfumaria e congêneres não impede a opção ao Simples Nacional.

4.1 demais produtos

O valor devido mensalmente pela microempresa (ME) e pela empresa de pequeno porte (EPP) comercial, optante pelo Simples Nacional, será determinado me-diante aplicação das alíquotas constantes da tabela do Anexo I da Lei Complementar nº 123/2006, exceto em relação aos produtos mencionados no item 1, que deve-rão observar os critérios mencionados no subtópico 4.2.

Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao do período de apuração.

4.2 Produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal

A Lei Complementar nº 123/2006, art. 18, § 4º, alterada pela Lei Complementar nº 128/2008, deter-mina que a empresa deva segregar, para aplicação de alíquota específica, sua receita bruta mensal. Nesse caso, destaca-se o inciso IV, que dispõe o seguinte:

§ 4º O contribuinte deverá considerar, destacadamente, para fim de pagamento:

[…]

IV - as receitas decorrentes da venda de mercadorias sujei-tas a substituição tributária e tributação concentrada em uma única etapa (monofásica), bem como, em relação ao ICMS, antecipação tributária com encerramento de tributação;

Observe-se que a Resolução CGSN nº 94/2011, em seu art. 25, I, “b”, determina que a ME ou EPP optante pelo Simples Nacional deverá considerar a re-ceita destacadamente, por mês e por estabelecimento, para fins de pagamento, conforme o caso, aplicando a alíquota prevista na tabela do Anexo I à referida resolu-

ção, sobre a receita decorrente da revenda de merca-dorias sujeitas à substituição tributária, ou a tributação concentrada em uma única etapa (monofásica), ou, com relação ao ICMS, a antecipação tributária com encerramento de tributação, desconsiderando-se os percentuais dos respectivos tributos.

Podemos, portanto, afirmar ser ponto pacífico a legislação determinar a segregação das receitas sujeitas a substituição tributária, a tributação concen-trada em uma única etapa (monofásica), como é o caso das contribuições para o PIS-Pasep e da Cofins das ME e EPP com atividades sujeitas a tributação monofásica, ou, com relação ao ICMS, a antecipação tributária com encerramento de tributação.

Nos casos de ICMS e ISS, é previsto o recolhi-mento em separado do Simples Nacional, de acordo com a legislação pertinente.

No caso do comerciante, atacadista ou varejista, não haverá recolhimento em separado da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins pela venda de produtos mono-fásicos, inclusive na sistemática do Simples Nacional, pois a alíquota prevista para essas contribuições é zero.

Assim, a pessoa jurídica comerciante atacadista ou varejista, desde 1º.01.2009, deverá aplicar a redução da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins do valor a ser recolhido mensalmente, decorrente dos produtos sujeitos à tributação monofásica, nos termos do art. 18, § 4º, inciso IV, e §§ 12 a 14, da Lei Complementar nº 123/2006.

Nesse sentido, ratificam o entendimento as deci-sões da 9ª Região Fiscal da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), que abrangem os Estados do Paraná e Santa Catarina:

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 18 de 18 de Janeiro de 2010

ASSUNTO: Simples Nacional

EMENTA: SIMPLES NACIONAL. MONOFÁSICOS. Para os fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2008, na tributação, pelo Simples Nacional, das receitas prove-nientes da venda de produtos sujeitos à tributação concen-trada (i.e., monofásicos), inexistia amparo legal para, de qualquer modo (p.ex., segregação de receitas ou descon-sideração de percentuais), alterar os percentuais relativos à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep. Contudo, para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2009, o Simples Nacional passou a admitir a redução do valor a ser recolhido, nos termos do art. 18, § 4º, inciso IV, e §§ 12 a 14, da Lei Complementar nº 123, de 2006.

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 445 de 24 de Novembro de 2009

ASSUNTO: Simples Nacional

EMENTA: SIMPLES NACIONAL. MONOFÁSICOS. Para os fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2008, na tributação, pelo Simples Nacional, das receitas provenien-tes da venda de produtos sujeitos à tributação concentrada (i.e., monofásicos), inexistia amparo legal para, de qualquer modo (p.ex., segregação de receitas ou desconsideração de percentuais), alterar os percentuais relativos à Cofins e

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à Contribuição para o PIS/Pasep. Contudo, para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2009, o Simples Nacional passou a admitir a redução do valor a ser recolhido, nos termos do art. 18, § 4º, inciso IV, e §§ 12 a 14, da Lei Complementar nº 123, de 2006.

De toda forma e considerando que as soluções de consulta não têm efeitos erga omnes (ou seja, não se aproveita a todos, mas somente àquele que a formulou), recomendamos ao contribuinte que faça a consulta por escrito junto à RFB de sua jurisdição, observando-se as regras específicas para o processo de consulta no âmbito do Simples Nacional, previstas na Resolução CGSN nº 94/2011, arts. 111 a 115.

4.3 PgdaS-d

O Programa Gerador do Documento de Arreca-dação do Simples Nacional - Declaratório (PGDAS-D) é um sistema eletrônico para a realização do cálculo do Simples Nacional para os períodos de apuração desde janeiro/2012.

O subitem 13.5.1.1 do Manual do PGDAS-D e Declaração de Informações Socioeconômicas e Fis-cais (Defis) traz orientações de como preencher esse aplicativo e, em se tratando das receitas obtidas pelo comerciante varejista ou atacadista, tanto em relação vendas dos demais produtos, quanto às receitas monofásicas, as quais transcrevemos a seguir:

[...]

13.5.1 - Revenda de mercadorias exceto para o exterior

13.5.1.1 - Sem substituição tributária/tributação monofá-sica/antecipação com encerramento de tributação

Nesta opção, o usuário deverá informar a receita decorrente da atividade de revenda de mercadorias sem substituição tributária do ICMS, sem tributação monofásica da COFINS e do PIS e sem antecipação com encerramento de tributação do ICMS, exceto para o exterior.

[...]

TELA DO PGDAS Nº 1

[...]13.5.1.2 - Com substituição tributária/tributação monofá-sica/antecipação com encerramento de tributaçãoNesta opção, o usuário deverá informar a receita decor-rente da atividade de revenda de mercadorias com substi-tuição tributária do ICMS, e/ou com tributação monofásica da COFINS e do PIS e/ou antecipação com encerramento de tributação do ICMS, bem como o(s) tributo(s) sujeito(s) à respectiva especificidade.Pelo menos uma das opções abaixo deverá ser selecio-nada, para que o aplicativo prossiga:

• COFINS - Tributação monofásica;

• COFINS - Substituição tributária;

• PIS - Tributação monofásica;

• PIS - Substituição tributária;

• ICMS - Antecipação com encerramento de tributação;

• ICMS - Substituição tributária.

[...]

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40-10 IR/LS Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 40 - Boletim IOB

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Imposto de Renda e Legislação Societária

TELA DO PGDAS Nº 2

NotaPara os períodos de apuração anteriores até dezembro/2011 deve ser utilizado o PGDAS, sistema eletrônico para a realização do cálculo dos tributos e

contribuições devidos no regime do Simples Nacional, conforme o Manual do PGDAS, versão 2011.

N

a IOB Perguntas e Respostas

IRPJ/CSL

Receita líquida - Definição

1) Com o advento da Lei nº 12.973/2014, qual é a definição de receita líquida?

A receita líquida corresponde à diferença entre a receita bruta e as deduções, ou seja, é a receita final, derivada de operações de dedução.

Assim, conforme nova disposição do art. 12, § 1º, do Decreto nº 1.598/1977, a receita líquida será a receita bruta diminuída de:

a) devoluções e vendas canceladas;b) descontos concedidos incondicionalmente;c) tributos sobre ela incidentes; ed) valores decorrentes do ajuste a valor presente,

de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, das operações vincula-das à receita bruta.

Observe-se que a aplicação será a partir de 1º 01.2015, entretanto, poderá ser antecipada para 1º.01.2014, desde que faça a opção na Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) pelas novas regras contábeis.

(Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 12 § 1º, incluído pela Lei nº 12.973/2014, art. 2º)

SImPLeS naCIOnaLCorretagem de imóveis - Tributação pelo Anexo III

2) A atividade de corretagem de imóveis será tribu-tada por qual Anexo a partir de 1º.01.2015?

A partir de 1º.01.2015, os serviços de interme-diação de negócios serão tributados pelo Anexo VI da Lei Complementar nº 123/2006, com exceção dos serviços vinculados à corretagem de imóveis, que serão tributados pelo Anexo III.

(Lei Complementar nº 123/2006, art. 18, § 4º, III, e § 5º-I, VII, com redação dada pela Lei Complementar nº 147/2014)