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Boletim j Manual de Procedimentos Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico Veja nos Próximos Fascículos a Centralização de documentos a Lei de Falências - Implicações trabalhistas e previdenciárias a Trabalho rural - Aspectos trabalhistas a Férias coletivas Legislação Trabalhista e Previdenciária Fascículo N o 41/2014 / a Trabalhismo Aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço - Contagem do prazo 01 / a IOB Setorial Industrial Resíduos industriais 07 / a IOB Comenta A manutenção do plano de saúde para o empregado aposentado por invalidez 09 / a IOB Perguntas e Respostas Aviso-Prévio proporcional ao tempo de serviço - Contagem do prazo Período superior a 30 dias 10

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Page 1: IOB - ICMS/IPI - Distrito Federal - nº 41/2014 - 2ª …sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da lei. A Lei nº 12.506/2011 regulamentou o mencio-nado dispositivo constitu-cional

Boletimj

Manual de Procedimentos

Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico

Veja nos Próximos Fascículos

a Centralização de documentos

a Lei de Falências - Implicações trabalhistas e previdenciárias

a Trabalho rural - Aspectos trabalhistas

a Férias coletivas

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Fascículo No 41/2014

/a TrabalhismoAviso-prévio proporcional ao tempo de serviço - Contagem do prazo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a IOB Setorial

IndustrialResíduos industriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07

/a IOB ComentaA manutenção do plano de saúde para o empregado aposentado por invalidez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09

/a IOB Perguntas e Respostas

Aviso-Prévio proporcional ao tempo de serviço - Contagem do prazoPeríodo superior a 30 dias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

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© 2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

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Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Legislação trabalhista e previdenciária : aviso-prévio proporcional ao tempo.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic EBS - SAGE, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2267-5

1. Previdência social - Leis e legislação - Brasil 2. Trabalho - Leis e legislação - Brasil I. Série.

CDU-34:368.4(81)(094)14-10099 -34:331(81)(094)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Leis : Previdência social : Direito previdenciário 34:368.4(81)(094) 2. Leis trabalhistas : Brasil 34:331(81)(094)

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Manual de ProcedimentosLegislação Trabalhista e Previdenciária

Boletimj

41-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 CT

Desde a publicação da Lei nº 12.506/2011, permanece a

controvérsia acerca da forma como deve ser calculado o aviso-prévio proporcional

ao tempo de serviço, ou seja, há dúvidas se a variante de 3 dias deve ser considerada

por ano completo de trabalho ou se a fração de ano já deve ser levada em

consideração

a Trabalhismo

Aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço - Contagem do prazo SUMÁRIO 1. Introdução 2. Contagem do prazo proporcional - Entendimentos

doutrinários - Controvérsias 3. Posição do MTE divulgada por meio de nota técnica 4. Posição de renomados juristas acerca do tema 5. Jurisprudência

1. IntroduçãoA Constituição Federal/1988, em seu art. 7º,

XXI, prevê que é direito dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, o aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da lei.

A Lei nº 12.506/2011 regulamentou o mencio-nado dispositivo constitu-cional determinando que o aviso-prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), será concedido na proporção de 30 dias aos empregados que contem até 1 ano de serviço na mesma empresa e que, ao aviso-prévio ora mencionado, serão acrescidos 3 dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 dias, perfa-zendo um total de até 90 dias.

2. ContAgem do PrAzo ProPorCIonAl - entendImentos doutrInárIos - ControvérsIAsO texto da Lei nº 12.506/2011 foi sucinto, lacônico,

não trazendo os esclarecimentos necessários sobre as várias implicações legais decorrentes da aplicação do aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço. Daí o surgimento de várias correntes de entendimento

acerca da contagem do prazo do aviso-prévio pro-porcional ao tempo de serviços, conforme veremos.

A questão que se impõe é: a contagem dos 3 dias de acréscimo por ano de serviço prestado na mesma empresa deve ser entendida de que forma?

Surgiram várias correntes de entendimentos, a saber:

a) a primeira corrente sustenta que em ra-zão do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.506/2011 dispor que “ao aviso-prévio pre-visto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma

empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até

90 (noventa) dias”, conclui-se ser devido o acréscimo de 3

dias a cada ano trabalhado pelo empregado, ou seja, para efeito da contagem dos 3 dias de acréscimo deve ser considerado o

ano completo de atividade, uma vez que a lei não fez

menção a frações de ano. En-tretanto, há divergência com rela-

ção à contagem:a.1) alguns doutrinadores sustentam que o

acréscimo de 3 dias a cada ano traba-lhado pelo empregado será devido após completar 1 ano seguinte àquele que lhe garantiu os 30 dias iniciais, ou seja, com 2 anos completos de serviço ao mesmo empregador, estarão garantidos 33 dias de aviso, equivalentes aos 30 dias do 1º ano e mais 3 dias do 2º ano, e assim su-cessivamente, de modo que o período máximo de 90 dias de aviso-prévio só será garantido ao empregado com 21 anos ou mais de serviço prestado na mesma empresa;

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41-02 CT Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 - Boletim IOB

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a.2) outros alegam que na aplicação da pro-porcionalidade o primeiro ano de trabalho deve ser considerado, pois não há previ-são legal para sua exclusão. Desta forma, um empregado com exatos 12 meses de serviço teria direito a 33 dias de aviso-pré-vio, pois segundo esta corrente de enten-dimento, uma vez completado o primeiro ano, este lapso deve ser computado;

b) a 2ª corrente de entendimento sustenta que a fração de ano deve ser considerada na apli-cação da norma. Dentre os que abraçam esta corrente há, também, divergência ainda quan-to à fração de ano a ser considerada;b.1) alguns defendem a posição de que a

partir do primeiro dia de trabalho após os 12 primeiros meses já seria assegura-do ao empregado a contagem de mais 3 dias de aviso-prévio. Assim, o emprega-do com 12 meses e 1 dia de trabalho, ao ser dispensado sem justa causa, fará jus ao aviso-prévio de 33 dias;

b.2) outros alegam que o acréscimo de 3 dias seria devido quando o empregado tiver trabalhado pelo menos 6 meses após o ano completo, por analogia ao disposto no art. 478 da CLT, o qual determina que o cálculo da indenização decenal devida na rescisão do contrato a prazo indeter-minado deve ser calculada consideran-do o ano de serviço ou o ano e fração igual ou superior a 6 meses.

3. PosIção do mte dIvulgAdA Por meIo de notA téCnICAEmbora a Lei nº 12.506/2011 tenha sido publicada

em 13.10.2011, até o presente momento o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ainda não divulgou um ato normativo específico esclarecendo as dúvidas relativas à aplicação da proporcionalidade tratada neste texto.

No ano da publicação da Lei, em 2011, a Secretaria de Relações do Trabalho (SRT), no intuito de orientar os servidores das seções de relações do trabalho, divulgou o Memorando Circular nº 10/2011, esclarecendo, entre outros, que:

5. O aviso prévio proporcional terá uma variação de 30 a 90 dias, dependendo do tempo de serviço na empresa. Dessa forma, todos terão no mínimo 30 dias durante o primeiro ano de trabalho, somado a cada ano mais três dias, devendo ser considerada a projeção do aviso prévio para todos os efeitos. Assim, o acréscimo de que trata o parágrafo único da lei, somente será computado a partir do momento em que se configure uma relação contratual de dois anos ao mesmo empregador.

Observa-se, portanto, que até então o MTE enten-dia que apenas após o 2º ano completo de prestação de serviço ao mesmo empregador o empregado teria direito ao acréscimo proporcional ao tempo de serviço.

Posteriormente, em maio/2012, foi divulgada no site do MTE a Nota Técnica CGRT/SRT/MTE nº 184, a qual, entre outros, esclarece:

2. Do lapso temporal do aviso em decorrência da aplicação da regra da proporcionalidade

“O aviso prévio proporcional terá uma variação de 30 a 90 dias, conforme o tempo de serviço na empresa. Dessa forma, todos os empregados terão no mínimo 30 dias durante o primeiro ano de trabalho, somado a cada ano mais três dias, devendo ser considerada a projeção do aviso prévio para todos os efeitos. Assim, o acréscimo de que trata o parágrafo único da lei, somente será computado a partir do momento em que se configure uma relação contratual que supere um ano na mesma empresa.” (Grifo nosso)

Após a explicação, o MTE divulgou a tabela repro-duzida a seguir:

Tempo de serviço(anos completos)

Aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço (nº de dias)

0 301 332 363 394 425 456 487 518 549 5710 6011 6312 6613 6914 7215 7516 7817 8118 8419 8720 90

Nota-se que, se no entender do MTE, conforme informado no item 2 da Nota Técnica nº 184/2012, o acréscimo de 3 dias só é devido na relação contratual que supere 1 ano. A tabela anteriormente transcrita está em desacordo com este entendimento, pois, na coluna relativa a 1 ano completo de atividade, encontramos a informação de serem devidos 33 dias de aviso.

Ademais, o mesmo entendimento do MTE encon-tra-se repetido no item III (Conclusão), da mencionada Nota Técnica que esclarece:

3) o acréscimo de 3 (três) dias por ano de serviço pres-tado ao mesmo empregador, computar-se-á a partir do

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41-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 CT

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momento em que a relação contratual supere um ano na mesma empresa.

Determinação que também não encontra amparo na lei comentada, a qual vincula a aplicação do acrés-cimo à unidade de tempo “ano” e não fração deste.

NotaLembramos que as notas técnicas não são divulgadas no Diário Oficial

da União (DOU) e não têm força coercitiva, apenas divulgam o entendimento do órgão público sobre determinado tema.

Ressaltamos que a Lei nº 12.506/2011 estabelece em seu art. 1º:

Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, será con-cedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. (grifo nosso)

Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, per-fazendo um total de até 90 (noventa) dias.

Cotejando a determinação legal e a tabela de dias de aviso-prévio proporcional divulgada na Nota Técnica nº 184/2012, constata-se que tal tabela criou uma nova regra não prevista e em desacordo com a Lei, ou seja, o empregado com até 11 meses e 29 dias de trabalho terá direito a 30 dias de aviso-prévio, e o empregado com 1 ano de serviço passa a ter direito a 33 dias.

Observe-se que o caput do art. 1º da mencionada Lei garante os 30 dias ao empregado com até 1 ano de serviço, ou seja, o limite legal estabelecido é de 1 ano e não de período inferior a este.

No estudo do direito aprendemos como regra basilar que a lei é imperativa (obriga a todos) e não contém palavras inúteis. Dessa forma, as palavras que compõem o texto legal devem ser consideradas, não podendo ser descartadas na interpretação deste.

Segundo Carlos Maximiliano, “devem-se com-preender as palavras [da lei] como tendo alguma eficácia”.

4. PosIção de renomAdos jurIstAs ACerCA do temAEm pesquisa efetuada em 28.08.2014, encontra-

mos artigos de renomados juristas acerca do tema em comento, os quais reproduzimos parcialmente, a seguir.

Sérgio Pinto Martins - Desembargador do TRT da 2ª Região, Professor titular de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da USP:

[...]

O art. 1º da Lei nº 12.506 é claro no sentido de que o aviso--prévio “será concedido na proporção de 30 (trinta) dias

aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa”. Logo, tendo o empregado apenas um ano de empresa ou apenas 12 meses de empresa, faz jus a 30 dias de aviso-prévio.

Para cada ano de serviço haverá acréscimo de três dias no aviso-prévio de 30 dias. É preciso que o ano seja completo, pois a lei faz referência a três dias por ano de serviço pres-tado na mesma empresa.

Se o empregado tiver um ano e seis meses de casa, terá direito apenas a 30 dias de aviso-prévio, pois ainda não tem dois anos de empresa para se falar em 33 dias de aviso-prévio.

[...]

Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho - Mestre e dou-torando em Direito do Trabalho pela USP, professor de Direito do Trabalho e Processo do Trabalho em diversos cursos de graduação e pós-graduação, membro pesquisador do Instituto Brasileiro de Direito Social Cesarino Júnior, advogado militante, autor de obras e artigos jurídicos:

[...]

No silêncio da norma, há que se concluir que os três dias a mais de aviso-prévio serão devidos a partir de cada ani-versário. Quando, entretanto, o empregador dispensar os trabalhadores com salário muito alto imediatamente antes de completar mais um ano de contrato de trabalho, deverá ele incluir nos dias de trabalho ou no pagamento mais três dias de aviso-prévio.

[...]

Paulo Jakutis - Juiz do Trabalho:

[...]

O legislador optou por um mecanismo menos ousado que aqueles indicados pelos debates no STF. Manteve os trinta dias tradicionais do aviso-prévio para o primeiro ano de emprego do trabalhador e, a partir do segundo (não fazendo menção alguma a fração de ano, destaco3), acres-centou três dias de benefício para cada ano trabalhado. Dessa forma, se o trabalhador laborou cinco anos e seis meses na empresa, nos termos da nova legislação, deveria fazer jus a um aviso-prévio de 62 (sessenta e dois) dias, ou seja, trinta dias em razão do primeiro ano e mais três dias para cada um dos demais (quatro) anos que comple-tou na empresa. No caso do empregado que venha a ser despedido depois de dez anos e dois meses de emprego, o raciocínio seria o mesmo: trinta dias para o primeiro ano e mais vinte e sete dias em razão de outros três dias para cada um dos nove anos restantes de trabalho.

3. Algumas interpretações têm surgido no sentido de que o empregado que completa 12 meses de contrato teria direito a um aviso-prévio de 33 dias, pois receberia 30 dias em razão do primeiro ano e 3 dias pela projeção do aviso-prévio para o ano seguinte. Ocorre que o texto legal dispõe que o acréscimo ocorre por ano prestado, ou seja, ano trabalhado e não parcela ou fração do ano. Outra interpretação com que travei contato foi no sentido que o primeiro ano de trabalho já significaria o direito a 33 dias de aviso-prévio, mas essa possibilidade parece contrariar ainda mais o texto do dispositivo legal.

[...]

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41-04 CT Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 - Boletim IOB

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Guilherme Guimarães Ludwig - Juiz do Trabalho no TRT da 5ª Região/BA, ex-membro do Conselho Consul-tivo da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (2005-2011), mestre em Direito Público pela Universidade Federal da Bahia, extensão univer-sitária em Economia do Trabalho pelo Cesit/Unicamp:

[...]

...Por outro lado, a Lei nº 12.506/2011 fixa uma constante de proporcionalidade, na razão de três dias para cada ano de serviço prestado na empresa, silenciando quanto às frações de tempo de serviço inferiores a um ano.

Nesse particular, entendemos que a nova lei regula sufi-ciente e razoavelmente a proporcionalidade consignada no inciso XXI do art. 7º da Constituição, tendo o legislador claramente eleito a unidade temporal correspondente ao ano para a contagem da variável tempo de serviço do empregado. Não se tratou de frações, mas exclusivamente do ano completo.

[...]

Lírio Denoni - Professor das Faculdades Inesc, advogado do escritório Lírio Denoni Sociedade de Advogados:

[...]

Segundo a nova lei, o aviso-prévio será de 30 dias para os empregados que tenham até 1 (um) ano de emprego. Daí por diante, a cada ano de emprego, o empregado terá direito a um acréscimo de 3 (três) dias no prazo do aviso--prévio, até o limite de 60 (sessenta) dias de acréscimo, perfazendo um total de, no máximo, 90 (noventa) dias.

Portanto, podemos elaborar a seguinte tabela:

Tempo de Emprego Prazo do Aviso-Prévio (dias)Até 1 ano 30

2 anos 333 anos 364 anos 395 anos 426 anos 457 anos 488 anos 519 anos 5410 anos 5711 anos 6012 anos 6313 anos 6614 anos 6915 anos 7216 anos 7517 anos 7818 anos 8119 anos 8420 anos 87

21 anos ou mais 90

[...]

Sonia Mascaro Nascimento - Mestre e Doutora em Direito do Trabalho:

[...]

• Aplicação da regra de acréscimo de 3 dias por ano de serviço

A Lei 12.503/2011 estipula que a proporcionalidade do aviso prévio prevista no artigo 7º, XXI da Constituição, passa a ser computada a partir do primeiro ano de contrato do empregado, de forma que, para contratos com prazos inferiores a esse, aplica-se o mínimo constitucional de 30 dias. Assim, depois de completar um ano no emprego, o trabalhador terá direito ao acréscimo de 3 dias ao aviso prévio por ano de serviço prestado, com a limitação de que não ultrapassem 60 dias de acréscimo.

Por exemplo: um empregado com 2 anos completos de trabalho na empresa terá direito a 33 dias de aviso prévio; um empregado com 3 anos de trabalho terá direito a 36 dias; e assim sucessivamente até que para 21 anos ou mais de serviço prestado o empregado terá direito a 90 dias de aviso prévio.

[...]

Não obstante a posição desses renomados juristas, há, também, jurista não menos renomado, com posição de que na contagem do acréscimo será considerado o primeiro ano completo de atividade:

Gustavo Filipe Barbosa Garcia - Doutor em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, livre-docente pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, professor universitário em cursos de graduação e pós-graduação em Direito, Procurador do Trabalho do Ministério Público do Trabalho da 2ª Região, ex-Juiz do Trabalho das 2ª, 8ª e 24ª Regiões, ex-Auditor Fiscal do Trabalho.

[...]

Manteve-se o prazo mínimo de 30 dias de aviso-prévio, devido aos empregados com até um ano de serviço ao empregador (nas hipóteses de dispensa sem justa causa e despedida indireta). Após esse primeiro ano, o empregado passa a ter o direito ao acréscimo de três dias de aviso-pré-vio, por ano de serviço prestado ao mesmo empregador.

A interpretação lógica e teleológica do preceito deve ser no sentido de que esse acréscimo decorre da maior duração do mesmo contrato individual de trabalho, firmado entre empregado e empregador, levando em conta, quanto a este, as hipóteses de sucessão trabalhista (arts. 10 e 448 da CLT).

O limite máximo de acréscimo é de 60 dias, os quais, somados aos 30 dias iniciais, resultam no aviso-prévio total de 90 dias.

Não há uma tabela expressa na lei, com o escalonamento dos prazos de aviso-prévio devidos. Embora a redação dos dis-positivos não seja totalmente clara, é certo que os emprega-dos com “até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa” têm direito ao aviso-prévio de 30 dias (art. 1º, caput - destaquei).

Logo, os empregados com mais de 12 meses de serviço prestado na mesma empresa passam a ter direito ao acrés-cimo no aviso-prévio, na proporção de “3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa” (parágrafo único).

Exemplificando, o empregado com um ano e quatro meses de serviço, justamente por ter mais de um ano de serviço na empresa (art. 1º, caput, a contrario sensu) e por ter comple-

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41-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 CT

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tado um ano de serviço (parágrafo único), ao ser dispensado sem justa causa, passa a ter direito a 33 dias de aviso-prévio.

Tanto é assim que o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.506/2011 não dispõe que o acréscimo de três dias decorre de cada novo ano de serviço prestado depois de se completar o primeiro, mas sim que ao aviso-prévio (de 30 dias) “serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa”.

Ou seja, o empregado com 11 meses de serviço tem direito ao aviso-prévio de 30 dias, por estar inserido na hipótese de “até 1 ano de serviço” (art. 1º, caput).

Nessa linha de entendimento, ao ultrapassar os 12 meses iniciais de serviço, o empregado passa a ter direito ao aviso-prévio de 33 dias (parágrafo único). Ou seja, a partir de (após) 12 meses de serviço, até dois anos, o aviso--prévio devido (em caso de dispensa sem justa causa ou despedida indireta) é de 33 dias.

Após dois anos de serviço, mas até três anos, o aviso--prévio total é de 36 dias, e assim sucessivamente.

[...]

5. jurIsPrudênCIANo âmbito jurisprudencial, ainda são poucas as

decisões acerca do tema para que possamos apurar uma tendência majoritária na adoção de uma das correntes de entendimento.

Reproduzimos a seguir as ementas das deci-sões encontradas em pesquisa que efetuamos em 28.08.2014.

Aplicação da proporcionalidade considerando o ano completo de atividade sem considerar o 1º ano

Aviso prévio - Acréscimo proporcional - Contagem - Iní-cio - “Aviso prévio. Acréscimo proporcional. Contagem. A contagem do aviso prévio proporcional da Lei nº 12.506, publicada em 13 de outubro de 2011, é feita excluindo-se o primeiro ano de serviço e a fração final que não completa 12 (doze) meses, pois se trata de um acréscimo cujo parâme-tro determinante do direito é o tempo de serviço na unidade ano.” (TRT-12ª Região - RO 0001591-35.2012.5.12.0028 - 5ª C. - Relª Juíza Maria de Lourdes Leiria - DJe 07.05.2013 )

Aviso prévio - Acréscimo proporcional - Contagem - A contagem do aviso prévio proporcional da Lei nº 12.506, publicada em 13 de outubro de 2011, é feita excluindo-se o primeiro ano de serviço e a fração final que não com-pleta 12 (doze) meses, pois se trata de um acréscimo cujo parâmetro determinante do direito é o tempo de serviço na unidade ano. (TRT-12ª Região - RO 01591-2012-028-12-00-4 - 5ª C. - Relª Maria de Lourdes Leiria - J. 30.04.2013)

Aviso prévio proporcional - Contagem - De acordo com o artigo 1º, da Lei nº 12.506/1,1 se o empregado tiver um ano de casa, tem direito a aviso prévio de 30 dias. Dispõe o parágrafo único do artigo 1º que ao aviso prévio previsto no artigo, ou seja, que é de 30 dias para quem tem um ano de serviço, serão acrescidos três dias por ano de serviço pres-tado na mesma empresa. Isso significa que o ano é contado depois dos primeiros 12 meses, porque com 12 meses, não faz jus a 33 dias de aviso prévio. A Lei em exame não contemplou ano incompleto de trabalho. Logo, ainda que o autor tenha trabalhado por mais de dois anos faz jus a

33 dias de aviso prévio proporcional. Recurso ordinário da reclamada a que se dá provimento, neste aspecto. (TRT-02ª Região - RO 00010732520125020254 - (20140188309) - 18ª Turma - Relª Juíza Maria Cristina Fisch - DOE/SP 17.03.2014)

... 2- Aviso prévio - Lei nº 12.506/2011 - CONTAGEM - Consoante a Lei 12.506/2011, o aviso prévio de trinta dias será concedido aos empregados que possuem até 1 (um)ano de serviço na mesma empresa (caput), acrescidos três dias por ano de serviço(parágrafo único). Para este mis-ter, a contagem proporcional não considera o ano inicial, somente se iniciando após o primeiro ano de trabalho, pois a este se aplica a regra geral dos trinta dias. (TRT-10ª Re-gião - RO 755-58.2012.5.10.0015 - Rel. Des. Dorival Borges de Souza Neto - DJe 09.08.2013 - pág. 60)

Aplicação da proporcionalidade considerando o ano completo de atividade, mas silente no que tange à inclusão ou não do 1º ano

Aviso prévio proporcional - Contagem do prazo - A Lei nº 12.506/2011 não permite dúvida quanto à interpretação ao seu conteúdo, claramente garantindo ao empregado o pagamento de aviso prévio proporcional composto do lapso mínimo de 30 (trinta) dias, e acrescido de 3 (três) dias para cada ano de serviço completo prestado em favor da mesma empresa. (TRT-12ª Região - RO 0000602-73.2013.5.12.0002 - 6ª C. - Relª Teresa Regina Cotosky - DJe 26.09.2013)

Aviso-prévio proporcional - Contagem do prazo - A Lei nº 12.506/2011 não permite dúvida quanto à interpretação ao seu conteúdo, claramente garantindo ao empregado o pagamento de aviso-prévio proporcional composto do lapso mínimo de 30 (trinta) dias, e acrescido de 3 (três) dias para cada ano de serviço completo prestado em favor da mesma empresa. (TRT-12ª Região - RO 0002809-18.2013.5.12.0011 - 6ª C. - Relª Teresa Regina Cotosky - DJe 13.06.2014)

Aviso-prévio proporcional - Lei 12.506/11 - Contagem - O parágrafo único do art. 1º da Lei 12.506/11 dispõe que o aviso-prévio proporcional deverá ser acrescido de 3 (três) dias para cada ano completo de serviço até o máximo de 60 (sessenta dias), perfazendo, no total, 90 (noventa) dias. Observância dos critérios estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE mediante a edição da Nota Técnica nº 184/2012/CGRT/SRT/MTE. (TRT-04ª Região - RO 0000015-36.2012.5.04.0252 - 7ª Turma - Rel. Des. Marcelo Gonçalves de Oliveira - DJe 13.12.2013)

Aviso prévio proporcional - Contagem - Com a edição da Lei nº 12.506/2011, o empregado faz jus ao aviso prévio com duração mínima de 30 (trinta) dias e a um acréscimo de 3 (três) dias para cada ano completo de serviço, limi-tado a 90 (noventa) dias. Observância do disposto na Nota Técnica nº 184/2012 do MTE. (TRT-18ª R. - RO 2416-74.2012.5.18.0007 - 1ª T. - Rel. Eugênio José Cesário Rosa - DJe 12.12.2013 - pág. 91)

Recurso ordinário - Rito sumaríssimo - Aviso prévio propor-cional - Contagem - Com a edição da Lei nº 12.506/2011, o empregado faz jus ao aviso prévio com duração mínima de 30 (trinta) dias e a um acréscimo de 3 (três) dias para cada ano completo de serviço, limitado a 90 (noventa) dias. Observância do disposto na Nota Técnica nº 184/2012 do MTE. (TRT-18ª R. - RO 955-73.2012.5.18.0102 - Rel. Daniel Viana Júnior - DJe 22.10.2012 - p. 83)

Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço - Contagem - Lei nº. 12.506/11 - Nos termos da referida Lei, o aviso prévio de que trata o Capítulo VI do Título IV da CLT, será

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41-06 CT Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 - Boletim IOB

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concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empre-gados que laboram até 1(um) ano de serviço na mesma empresa. Nele, serão acrescidos 3(três)dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60(sessenta)dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. Ou seja, o tempo mínimo devido a todos os emprega-dos é de 30(trinta)dias durante o primeiro ano de trabalho. Uma vez completado esse período, deve ser somado, a cada ano, mais três dias, considerando a projeção do aviso prévio para todos os efeitos. Nesse sentido, inclusive, foi a Nota Técnica nº. 184/2012/CGRT/SRT/MTE, editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego para esclarecer os pontos controversos da nova Lei. (TRT-08ª Região - RO 0000240-46.2013.5.08.0111 - Rel. Jose Edilsimo Eliziario Bentes - DJe 23.05.2014 - pág 10)

NotaObservar que neste grupo de ementas, embora as 3 últimas decisões

determinem que na proporcionalidade deva ser considerado o ano completo de atividade, é citado que a Nota Técnica CGRT/SRT/MTE nº 184/2012 deve ser observada. Conforme comentamos, a referida nota técnica, no item 3 da conclusão, determina:

“3) o acréscimo de 3 (três) dias por ano de serviço prestado ao mesmo empregador, computar-se-á a partir do momento em que a relação contratual supere um ano na mesma empresa.”

Aplicação da proporcionalidade considerando o ano completo de atividade, mas determinando a inclusão do 1º ano

...3- Aviso prévio proporcional - Cálculo - Inclusão do pri-meiro ano de serviço - Afronta ao artigo 1º da Lei 12.506/11 não demonstrada.precedentes - A Lei 12.506/2011, insti-tuidora do aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, é clara ao estabelecer que terá direito ao aviso prévio de 30 (trinta) dias os empregados que contem com até 1 (um) ano de serviço, de modo que, completo o primeiro ano, tal lapso não pode ser ignorado para fins de contagem da pro-porcionalidade. Assim, diante do teor do dispositivo legal em referência e em atenção à interpretação mais benéfica ao trabalhador, é certo que o primeiro ano deve ser consi-derado no cálculo do prévio aviso proporcional. Incólume, pois, o artigo 1º da Lei 12.506/11. Precedentes desta C. Corte.... (TST - AIRR 0001126-51.2012.5.04.0027 - Relª Minª Jane Granzoto Torres da Silva - DJe 15.08.2014 - pág. 3008)

Recurso de revista - Aviso prévio proporcional - Contagem a Lei nº 12.506/2011, ao instituir o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço do empregado, fixou a proporcio-nalidade como direito dos empregados, a partir de um ano completo de serviço, à base de três dias por ano de serviço prestado na mesma entidade empregadora até o máximo de 60 dias de proporcionalidade, perfazendo um total de 90 dias. Inexiste previsão legal para a exclusão do primeiro ano de serviço, para o cômputo do aviso prévio proporcional... (TST - RR 647-85.2012.5.03.0027 - Rel. Min. João Pedro Silvestrin - DJe 20.12.2013 - pág. 374)

... Aviso prévio proporcional - Contagem - Estabelece o art. 1º da Lei 12.506/2011 que o aviso prévio “será conce-dido na proporção de 30(trinta) dias aos empregados que contém até 1(um) ano de serviço na mesma empresa”. Já o parágrafo único da referida norma dispõe que ao aviso prévio “serão acrescidos 3(três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60(ses-senta) dias, perfazendo um total de até 90(noventa) dias”, inexistindo previsão legal para a exclusão do primeiro ano de serviço na contagem do aviso prévio proporcional. (TRT--17ª R. - RO 0080300-61.2013.5.17.0141 - Rel. Des. José Luiz Serafini - DJe 15.08.2014 - pág. 127)

Aviso prévio proporcional - Contagem - A Lei nº 12.506/2011, que regulamentou o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço do empregado, estabelece a proporcionalidade como direito dos empregados, a partir de um ano completo de serviço, à base de três dias por ano de serviço prestado na mesma entidade empregadora até o máximo de 60 dias de proporcionalidade, perfazendo um total de 90 dias. Não há se falar em exclusão do primeiro ano de serviço, para o côm-puto do aviso prévio proporcional, por ausência de previsão legal. (TRT-17ª Região - RO 0038400-94.2013.5.17.0013 - Relª Desª Carmen Vilma Garisto - DJe 16.07.2014 - pág. 103)

...2- Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço - Diferenças - Primeiro ano completo de serviço - A Lei nº 12.506/2011 em destaque é clara ao estabelecer que terá direito ao aviso prévio de 30 dias os empregados que contem com até 1 ano de serviço. Completo o primeiro ano, o lapso não pode ser ignorado para fins de contagem do aviso prévio proporcional. Assim, é devido ao autor o acréscimo de 3 dias, relativo ao primeiro ano de serviço, ao aviso prévio mínimo, resguardado o limite de 60 dias. Recurso de revista conhecido e provido.... (TST - RR 0000472-35.2013.5.03.0002 - Rel. Min. Alberto Luiz Bres-ciani de Fontan Pereira - DJe 06.06.2014 - pág. 787)

Aviso prévio proporcional - Lei 12.506/11 - Contagem - O parágrafo único do art. 1º da Lei 12.506/11 não autoriza a desconsideração do primeiro ano de serviço prestado à empresa pelo empregado para fins de apuração do tempo de aviso prévio proporcional, o qual deverá ser acrescido de 3 (três) dias para cada ano completo de serviço até o máximo de 60 (sessenta dias), perfazendo, no total, 90 (noventa) dias. Observância dos critérios estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE mediante a edição da Nota Técnica nº 184/2012/CGRT/SRT/MTE. (TRT--04ª Região - RO 0000093-29.2012.5.04.0026 - 7ª Turma - Rel. Des. Marcelo Gonçalves de Oliveira - DJe 30.08.2012)

Aviso prévio proporcional - Aplicação da lei 12.506/11. Ao regulamentar o art. 7º, XXI da CR/88 , a Lei 12.506/11 não estipulou qualquer proporção entre os dias de aviso prévio e os anos incompletos no curso do contrato. Logo, os empregados com período de trabalho superior a um ano fazem jus a um acréscimo equivalente a três dias por ano de serviço prestado para a mesma empregadora até o máximo de 60 dias, perfazendo o total de 90 dias (art. 1º,’caput’ e parágrafo único). Conforme Nota Técnica 184/2012/CGRT/SRT do MTE, ao proceder à apuração, não se pode excluir a contagem do primeiro ano de prestação de serviços. (TRT-03ª Região - RO 0010087-71.2013.5.03.0027 - Relª Desª Deoclecia Amorelli Dias - DJe 01.05.2014 - pág. 43)

Aviso prévio proporcional - Lei 12.506/11 - Contagem - O parágrafo único do art. 1º da Lei 12.506/11 dispõe que o aviso prévio proporcional deverá ser acrescido de 3 (três) dias para cada ano completo de serviço até o máximo de 60 (sessenta dias), perfazendo, no total, 90 (noventa) dias. O primeiro ano de trabalho já deve ser considerado na contagem. Observância dos critérios estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE mediante a edição da Nota Técnica nº 184/2012/CGRT/SRT/MTE. PROFESSOR - HORA-ATIVIDADE - A remuneração da hora-aula já inclui a realização de atividades de preparação e avaliação. (TRT--04ª Região - RO 0000294-05.2013.5.04.0020 - 4ª Turma - Rel. Des. Marcelo Gonçalves de Oliveira - DJe 21.07.2014)

Veja nota constante do segundo grupo de ementas

Aplicação da proporcionalidade considerando a fração anual superior a 6 meses

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41-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 CT

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Aviso prévio proporcional - Lei nº 12.506/11 - A partir da publi-cação da Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011, ocorrida em 13 de outubro de 2011 é devido o aviso prévio propor-cional aos empregados que possuírem mais de um ano de serviço na mesma empresa. A concessão do aviso prévio será na proporção de três dias por ano de serviço prestado, até o máximo de sessenta dias, perfazendo um total de noventa dias. Na contagem, por aplicação analógica dos dispositivos que regulam o pagamento de verbas proporcionais, deve ser considerado o ano completo ou o lapso superior a seis meses. Aplicação analógica do art. 478 da CLT , do art. 146, parágrafo único, da mesma Consolidação e também do art. 1º da Lei nº 4.090/62. (TRT-12ª Região - RO 0000178-78.2013.5.12.0051 - 5ª C. - Rel. José Ernesto Manzi - DJe 26.03.2014)

...- Aviso prévio proporcional - Lei nº 12.506/11 - A partir da publicação da Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011, ocor-rida em 13 de outubro de 2011 é devido o aviso prévio pro-porcional aos empregados que possuírem mais de um ano de serviço na mesma empresa. A concessão do aviso prévio será na proporção de três dias por ano de serviço prestado, até o máximo de sessenta dias, perfazendo um total de noventa dias. Na contagem, por aplicação analógica dos dispositivos que regulam o pagamento de verbas proporcionais, deve ser considerado o ano completo ou o lapso superior a seis meses. Aplicação analógica do art. 478 da CLT, do art. 146, parágrafo único, da mesma Consolidação e também do art. 1º da Lei nº 4.090/62... (TRT-12ª Região - RO 0000899-36.2013.5.12.0049 - 5ª C. - Rel. José Ernesto Manzi - DJe 23.06.2014)

Aplicação da proporcionalidade considerando a fração anual independentemente de limite mínimo de fração

Aviso prévio proporcional - Lei 12.506/11 - A Lei 12.506/11 dispõe em seu artigo 1º, parágrafo único. “Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias”. Outrossim, a aplicação da Lei em referência gerou interpretações diversas, o que obrigou o Ministério de Tra-balho e Emprego a emitir recentemente a Nota Técnica nº 184/2012, orientando sobre a forma de contagem do aviso prévio proporcional, vazado nos seguintes termos: “O acrés-cimo de 3 (três) dias por ano de serviço prestado ao mesmo empregador, computar-se-á a partir do momento em que a relação contratual supere um ano na mesma empresa”. Frise--se que referida interpretação se coaduna com as diretrizes do Direito Trabalhista e merece ser prestigiada. Assim, não

se há falar que somente é devido o aviso prévio proporcional com acréscimo de três dias somente após o segundo ano tra-balhado. (TRT-03ª Região - RO 01008/2013-022-03-00.7 - Rel. Des. Julio Bernardo do Carmo - DJe 14.07.2014 - pág. 188)

Aviso prévio proporcional - Lei 12.506/2011 - Forma de contagem - Lei do aviso prévio proporcional dispondo que “ O aviso prévio ... Será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias”. Diante dos termos da nova legislação, conclui-se que, até um ano de prestação de serviço, o aviso é de trinta dias, sendo acrescido de 03 dias por ano de serviço. Logo, ultrapassados os primeiros 12 meses de trabalho, o aviso prévio passa a ser de trinta e três dias. Nota Técnica emitida pelo MTE que corrobora a interpre-tação ora emprestada à lei. Caso em que o reclamante laborou por cerca de 1 ano e sete meses para a reclamada. Recurso provido para acrescer à condenação 3 dias de aviso prévio proporcional. (TRT-04ª Região - RO 0001193-98.2011.5.04.0302 - 1ª Turma - Rel. Juiz Conv. José Cesário Figueiredo Teixeira - DJe 25.09.2012)

Não obstante todas as considerações tratadas neste texto, considerando que a Lei nº 12.506/2011 não trouxe os esclarecimentos necessários sobre as várias implicações legais decorrentes da aplicação do aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, e no aguardo de que o MTE venha a publicar uma portaria ou instrução normativa ou outro ato legal disciplinando tais implicações, recomendamos, por medida preventiva, que o empregador antes de optar pelo entendimento que julgar mais coerente consulte antecipadamente o MTE e a entidade sindical da res-pectiva categoria profissional, a fim de obter as orien-tações cabíveis. Recorda-se, por fim, que a decisão final sobre as controvérsias decorrentes da aplicação da Lei nº 12.506/2011 competirá ao Poder Judiciário, desde que intentada a competente ação.

(Lei nº 12.506/2011)

N

a IOB SetorialInduSTRIal

Resíduos industriais

1. IntroduçãoResíduo é aquilo que resta de qualquer substân-

cia. São denominados industriais os resíduos resul-tantes de transformação e/ou alteração de qualquer agente exterior, por processos mecânicos, químicos, físicos etc.

A legislação trabalhista prevê a competência do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para estabelecer disposições complementares em matéria de segurança e saúde no trabalho, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de traba-lho. Nesse sentido, foi publicada a Portaria MTb nº 3.214/1978, que aprova Normas Regulamentadoras (NR) sobre segurança e saúde no trabalho e, entre elas, a NR 25, atualmente com redação da Portaria SIT nº 227/2011, cujo objeto é o tratamento de resí-

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41-08 CT Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 - Boletim IOB

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duos industriais, de forma a evitar riscos à segurança e à saúde dos trabalhadores.

Ressalte-se que a observância das NR não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições legais que, com relação à matéria, sejam objeto de legislação específica, ou ainda, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sani-tários dos Estados ou Municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho. Em consonância com essas diretrizes, há que se observar (além da NR 25), entre outras disposições:

a) a Lei nº 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente;

b) a Lei nº 9.605/1998, que estabelece sanções penais e administrativas derivadas de condu-tas e atividades lesivas ao meio ambiente;

c) a Lei nº 12.305/2010, regulamentada pelo De-creto nº 7.404/2010, que institui a Política Na-cional de Resíduos Sólidos.

2. resíduos IndustrIAIs (nr 25)

2.1 ConceitoPara os efeitos da NR 25, entende-se como resí-

duos industriais aqueles provenientes dos processos industriais, na forma sólida, líquida ou gasosa ou combinação dessas, e que por suas características físicas, químicas ou microbiológicas não se asseme-lham aos resíduos domésticos, como cinzas, lodos, óleos, materiais alcalinos ou ácidos, escórias, poeiras, borras, substâncias lixiviadas e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como demais efluentes líquidos e emissões gasosas contaminantes atmosféricos.

2.2 redução e eliminaçãoA empresa deve buscar a redução da geração de

resíduos por meio da adoção das melhores práticas tecnológicas e organizacionais disponíveis.

Os resíduos industriais devem ter destino adequado, sendo proibido o lançamento ou a liberação no ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes que possam comprometer a segurança e saúde dos trabalhadores.

2.3 Contaminantes - medidas dos órgãos competentesAs medidas, métodos, equipamentos ou dispositivos

de controle do lançamento ou liberação dos contaminan-tes gasosos, líquidos e sólidos deverão ser submetidos ao exame e à aprovação dos órgãos competentes.

2.4 Armazenamento, transporte e outras operaçõesOs resíduos líquidos e sólidos produzidos por

processos e operações industriais devem ser adequa-

damente coletados, acondicionados, armazenados, transportados, tratados e encaminhados à adequada disposição final pela empresa.

Em cada uma das etapas anteriormente citadas a empresa deve desenvolver ações de controle, de forma a evitar risco à segurança e saúde dos trabalhadores.

2.5 resíduos de alta toxicidade e periculosidadeOs resíduos sólidos e líquidos de alta toxicidade

e periculosidade devem ser dispostos com o conhe-cimento, aquiescência e auxílio de entidades espe-cializadas/públicas e no campo de sua competência.

2.6 rejeitos radioativosOs rejeitos radioativos devem ser dispostos con-

forme legislação específica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

2.7 resíduos de risco biológicoOs resíduos de risco biológico devem ser dis-

postos conforme previsto nas legislações sanitária e ambiental.

2.8 trabalhadores - CapacitaçãoOs trabalhadores envolvidos em atividades de

coleta, manipulação, acondicionamento, armazena-mento, transporte, tratamento e disposição de resí-duos devem ser capacitados pela empresa, de forma continuada, sobre os riscos envolvidos e as medidas de controle e eliminação adequadas.

3. PolítICA nACIonAl do meIo AmBIenteA Política Nacional do Meio Ambiente, regida pela Lei

nº 6.938/1981, tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvi-mento sócioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.

4. CrImes ContrA o meIo AmBIenteDe acordo com a Lei nº 9.605/1998, quem, de qual-

quer forma, concorre para a prática dos crimes nela pre-vistos incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu represen-tante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

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41-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 CT

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A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.

Cumpre ressaltar que poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

5. PolítICA nACIonAl de resíduos sólIdosA Lei nº 12.305/2010, regulamentada pelo Decreto

nº 7.404/2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do Poder Público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

Estão sujeitas à observância da citada Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, respon-sáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à ges-tão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.

A Lei nº 12.305/2010 não se aplica aos rejeitos radio-ativos, que são regulados por legislação específica.

Aplicam-se aos resíduos sólidos, além do disposto na Lei nº 12.305/2010, as determinações constantes:

a) na Lei nº 11.445/2007, que estabelece diretri-zes nacionais para o saneamento básico, e dá outras providências;

b) na Lei nº 9.974/2000, que altera diversos dispo-sitivos da Lei nº 7.802/1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o arma-zenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a expor-tação, o destino final dos resíduos e embala-gens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências;

c) na Lei nº 9.966/2000, que dispõe sobre a pre-venção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras subs-tâncias nocivas ou perigosas em águas sob ju-risdição nacional e dá outras providências;

d) nas normas estabelecidas pelos órgãos:d.1) do Sistema Nacional do Meio Ambiente

(Sisnama);d.2) do Sistema Nacional de Vigilância Sani-

tária (SNVS);d.3) do Sistema Unificado de Atenção à Sani-

dade Agropecuária (Suasa); ed.4) do Sistema Nacional de Metrologia, Norma-

lização e Qualidade Industrial (Sinmetro).(Lei nº 9.605/1998, arts. 2º, 3º, 4º e 54; Lei nº 12.305/2010,

regulamentada pelo Decreto nº 7.404/2010; Norma Regulamen-tadora - NR 25, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214/1978, com redação dada pela Portaria SIT nº 227/2011, com as alterações da Portaria SIT nº 253/2011)

N

a IOB ComentaA manutenção do plano de saúde para o empregado aposentado por invalidez

Uma das grandes dúvidas verificadas atualmente nas relações contratuais trabalhistas diz respeito à obrigatoriedade da manutenção, por parte do empre-gador, do plano de saúde aos empregados que se encontram afastados das suas atividades em virtude da concessão de aposentadoria por invalidez.

A solução da questão não é fácil, uma vez que inexiste dispositivo legal que discipline os procedi-mentos a serem a observados nessa situação.

Conforme é sabido, a legislação trabalhista não obriga o empregador a conceder plano de saúde ou qualquer outro tipo de assistência médico/hospitalar aos seus empregados. Essa obrigação, quando existe, deflui do documento coletivo de trabalho da categoria profis-

sional respectiva (acordo, convenção ou sentença nor-mativa), do regulamento interno da empresa, ou, ainda, da mera liberalidade do empregador. Nessa hipótese, cabe ao documento instituidor da obrigação disciplinar a forma, a abrangência e a duração do benefício.

A aposentadoria por invalidez é benefício concedido pela Previdência Social ao segurado que se encontrar incapacitado para o exercício de qualquer trabalho e insusceptível de reabilitação para o exercício de ativi-dade que lhe garanta a subsistência e será mantido enquanto o trabalhador permanecer nessa situação.

Durante o período de percepção da aposentado-ria por invalidez, o contrato de trabalho do empregado ficará suspenso. Assim, não pode ocorrer a ruptura contratual por iniciativa do empregador.

No curso do período de gozo do benefício, o segurado está obrigado a submeter-se a exame

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41-10 CT Manual de Procedimentos - Out/2014 - Fascículo 41 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

avISO-PRévIO PROPORCIOnal aO TemPO de SeRvIçO - COnTagem dO PRazO

Período superior a 30 dias

O aviso-prévio pode ter período superior a 30 dias?

Sim. Conforme disposição expressa do art. 7º, inciso XXI, da Constituição Federal/1988, é direito do trabalhador, entre outros, o aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo, no mínimo, de 30 dias, nos termos da lei.

Observa-se que a Lei nº 12.506/2011 determinou que o aviso-prévio será concedido na proporção de 30 dias aos empregados que contem até 1 ano

de serviço na mesma empresa. A este aviso-prévio serão acrescidos 3 dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 dias, perfa-zendo um total de até 90 dias.

Cabe observar que o referido prazo pode ser dilatado por força de documento coletivo de trabalho (acordo, convenção ou sentença normativa) da res-pectiva categoria profissional, regulamento interno da empresa ou liberalidade do empregador.

(Constituição Federal/1988, art. 7º, XXI; Lei nº 12.506/2011)

médico a cargo da Previdência Social, a qualquer tempo ou a cada 2 anos, bem como a processo de reabilitação profissional prescrito e custeado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, ainda, a tratamento dispensado gratuitamente. O segurado poderá recusar-se apenas a ser submetido a trata-mento cirúrgico e transfusão de sangue.

Ocorrendo a recuperação da capacidade para o tra-balho do segurado aposentado por invalidez, o benefício será cancelado e o trabalhador terá direito de retornar à função que anteriormente ocupava na empresa.

Embora a aposentadoria por invalidez seja um benefício que, a princípio, é de longa duração, acar-retando, por conseqüência, o afastamento do traba-lhador das suas atividades normais por vários anos, não fulmina o contrato de trabalho, permanecendo este em vigor, tendo apenas os seus efeitos suspen-sos, uma vez que durante o período correspondente ao benefício o empregado não prestará serviços e o empregador não efetuará o pagamento de salários.

Ante o exposto, considerando que durante a per-cepção do benefício de aposentadoria por invalidez o contrato de trabalho permanece em vigor, estando apenas com os seus efeitos suspensos, e que, ao conceder o plano de saúde ou qualquer outro tipo de assistência médico/hospitalar, o empregador o faz a todos os seus empregados que se encontrem nas mes-mas condições, sob pena de caracterizar tratamento discriminatório, o que é constitucionalmente vedado e, principalmente, que durante o período de afastamento por doença é que o trabalhador mais precisará de cuidados médicos, levando em consideração, ainda,

que sendo a doença de tal gravidade que acarretou um longo afastamento e a consequente concessão de aposentadoria, essa assistência médico hospitalar deve ser mais efetiva, entendemos que o empregador deve continuar mantendo à disposição dos trabalhado-res aposentados por invalidez a assistência médica, da mesma forma que a mantém para os não aposentados.

A retirada do benefício médico, a nosso ver, caracterizaria tratamento discriminatório, além de ferir o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o qual veda qualquer alteração nas condições de trabalho em prejuízo dos trabalhadores.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio da Súmula TST nº 440, também assim entendeu:

AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. RECONHECIMENTO DO DIREITO À MANUTENÇÃO DE PLANO DE SAÚDE OU DE ASSISTÊNCIA MÉDICA - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

Assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde ou de assistência médica oferecido pela empresa ao empregado, não obstante suspenso o contrato de trabalho em virtude de auxílio-doença acidentário ou de aposentadoria por invalidez.

Apesar do posicionamento por nós adotado e das determinações da Súmula anteriormente reproduzida, tendo em vista a inexistência de dispositivo legal expresso que discipline o assunto, o empregador deverá acautelar-se diante da ocorrência concreta da situação ora retratada, e lembrar que caberá à Justiça do Trabalho a decisão final da controvérsia, caso seja proposta ação nesse sentido.

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