Comunicado do Ipea nº 65

PNAD 2009 - Primeiras análises:Investigando a chefia

feminina de famíliaBrasília

11 de novembro de 2010

Mulheres como principais responsáveis pela família

• Entre 2001 e 2009: de 27% para 35% das famílias brasileiras

• Fenômeno presente em todas as regiões, mas tipicamente urbano

• Heterogêneo e com múltiplos significados

• Relaciona-se ao aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho e às transformações nos lugares ocupados pelas mulheres na sociedade

* Principal responsável, chefe, pessoa de referência*

Mulheres como principais responsáveis pela família

• Famílias chefiadas por mulheres:26,1% formadas por casais49,3% monoparentais

• Famílias chefiadas por homens:85,5% formadas por casais3,3% monoparentais

Distribuição percentual das famílias por tipo e sexo da pessoa de referência Brasil 2001 (em %)

0,621,79

17,80

7,13

13,1851,49

2,065,93

Casal s/ Filhos - Mulher Chefe Casal c/ Filhos - Mulher Chefe Mãe com Filhos - Mulher Chefe Outros - Mulher ChefeCasal s/ Filhos - Homem Chefe Casal c/ Filhos - Homem Chefe Pai com Filhos - Homem Chefe Outros - Homem Chefe

Distribuição percentual das famílias por tipo e sexo da pessoa de referênciaBrasil, 2009 (em %)

2,526,67

17,34

8,65

14,88

40,58

2,177,21

Casal s/ Filhos - Mulher Chefe Casal c/ Filhos - Mulher Chefe Mãe com Filhos - Mulher Chefe Outros - Mulher ChefeCasal s/ Filhos - Homem Chefe Casal c/ Filhos - Homem Chefe Pai com Filhos - Homem Chefe Outros - Homem Chefe

• 27,2% das mulheres chefes de família tinham 60 anos ou mais em 2009

• Entre os homens, 19,9%Percentuais igualmente significativos nas

famílias formadas por casais sem filhos e nas famílias monoparentais

Monoparentais masculinas: 37,4% dos chefes com 60 anos ou mais.

Idade (média): Mulheres chefes: 46 anosHomens chefes: 48,5 anos

Faixa etária

Mulheres responsáveis por família com a presença de um cônjuge

• Fenômeno novo, em crescimento (entre 2001 e 2009: de 3,5% para 14,2% do total de famílias formadas por casais com ou sem filhos)

Hipóteses para a indicação da mulher como principal responsável mesmo na presença de um cônjuge: maior renda; maior escolaridade; “melhor” emprego

Renda média do trabalho principal

• Mulheres chefes:Em casais sem filhos: 80% da renda de

seus companheirosEm casais com filhos: 70%

Homens chefes: R$ 1.307,90Mulheres chefes: R$ 882,09Homens cônjuges: R$ 1.384,11Mulheres cônjuges: R$ 717,02

Renda média do trabalho principal de chefes e cônjuges em famílias de casais com filhos - por sexo

Brasil, 2001 a 2009 (em R$)

595,94

958,21

1.370,77

1.313,81

308,64

714,07

1.034,69

1.090,51

0,00

200,00

400,00

600,00

800,00

1.000,00

1.200,00

1.400,00

1.600,00

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Casal com Filhos - Mulher ChefeCasal com Filhos - Homem CônjugeCasal com Filhos - Homem ChefeCasal com Filhos - Mulher Cônjuge

Média de anos de estudo por posição na família e sexo em arranjos familiares de casais com filhos - Brasil, 2009

8,3

7,5

7,0

7,6

Mulher chefe Homem cônjuge Homem chefe Mulher cônjuge

Distribuição percentual por situação de ocupação, segundo posição na família e sexo, em arranjos de casais com filhos

Brasil, 2009 (em %)

Posição na família

Situação de ocupação

Inativo(a) Ocupado(a) Desocupado(a)

Mulher chefe 33,9 59,1 7,0

Homem cônjuge 11,4 84,7 3,9

Homem chefe 10,2 87,2 2,6

Mulher cônjuge 39,3 55,6 5,1

Fonte: PNAD/IBGEElaboração: Disoc/ Ipea

Distribuição percentual por posição na ocupação segundo posição na família e sexo em famílias formadas por casais com filhos, e de homens e mulheres com 16 anos ou mais de idade

Brasil, 2009 (em %)

Fonte: PNAD/IBGE e Síntese de indicadores sociais 2009Elaboração: Disoc/ Ipea

Posição na família de casais com filhos

Posição na ocupaçãoOcupações de melhor

qualidade (1)

Ocupações mais precarizadas (2)

Mulher chefe 50,4 49,6Homem cônjuge 58,5 41,5Homem chefe 54,1 45,9Mulher cônjuge 43,9 56,1Mulheres ocupadas de 16 anos ou mais 47,3 52,7

Homens ocupados de 16 anos ou mais 51,3 48,7

Notas: (1) Empregado/a com carteira de trabalho assinada, militar, funcionário/a público/a estatutário/a, trabalhador/a doméstico/a com carteira de trabalho assinada ou empregador/a.(2) Empregado/a sem carteira de trabalho assinada, trabalhador/a doméstico/a sem carteira de trabalho assinada, conta-própria ou sem remuneração.

Uso do tempo

A tradicional responsabilização dasmulheres pelos afazeres domésticos nãosomente parece permanecer intocada aolongo dos anos, como também não sofreinfluência da posição ocupada pela mulherna família.

Apesar de haver algumas diferenças, mulheres na posição de chefe e na posiçãode cônjuge respondem por grande parte do trabalho não-remunerado

Jornada média total de trabalho por semana segundo sexo e posição na família

Brasil, 2009 (em horas)

25,9

15,5

30,3

10,1

31,7

36,8

41,4

36,5

44,4

3410 20 30 40 50 60 70

Mãe com filhos

Pai com filhos

Mulher chefe de casal com filhos

Homem chefe de casal com filhos

Mulher cônjuge em casal com filhos

tempo médio por semana dedicado aos afazeres domésticos

tempo médio por semana dedicado ao trabalho remunerado

Mulheres responsáveis por famílias com filhos e sem cônjuge

• Proporção no total de famílias estável

• No universo de famílias chefiadas por mulheres, importante declínio

• Fenômeno heterogêneo

• Muito relacionado à responsabilização feminina pelos cuidados com os filhos

• Famílias de mulheres sem cônjuge com todos os filhos menores de 16 anos: 46,6% com renda per capita de até ½

salário mínimo em 2009

• Renda média do trabalho principal:R$ 763,68

• Média de anos de estudo: 6,8

• Jornada total de trabalho: diferente do previsto

Considerações finais• Fenômeno relaciona-se às transformações que

vêm ocorrendo na sociedade brasileira• Destaque para o aumento das famílias

chefiadas por mulheres com a presença de cônjuge

• Fatores como renda, posição no mercado de trabalho e escolaridade têm associação com a responsabilidade pela família, mas nenhum aparece como determinante

• Importantes configurações permanecem intocadas e limitam continuidade dos avanços e seu aprofundamento nas famílias