investigações sobre um perfilador acústico (adcp) de faixalarga

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INVESTIGAÇÕES SOBRE UM PERFILADOR ACÚSTICO (ADCP) DE FAIXA LARGA

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  • INVESTIGAES SOBRE UM PERFILADOR ACSTICO (ADCP) DE FAIXA-

    LARGA

    Marival de Soma Carvalho

    TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAO DOS

    PROGRAMAS DE PS-GRADUAO DE ENGENHARIA DA U N I V E R S ~ E

    FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE INTEGRANTE DOS

    REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE MESTRE EM

    CINCIAS EM ENGENHARIA OCENICA

    Aprovada por:

    Enise Maria Salgado Valentini ( Presidente )

    Prof Carlos Eduardo Parente Ribeiro D.Sc.

    Prof Jean Pierre Van Der Weid Ph.D.

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

    MARO DE 1999

  • CARVALHO, MARIVAL DE SOUSA

    Investigaes sobre um Perfilador Acstico

    (ADCP) de faixa-larga N o de Janeiro] 1999.

    IX , 1 15 p. 29,7 (COPPE/UFRJ, M. Sc. Engenharia

    Ocenica, 1999)

    Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro,

    COPPE

    1 .ADCP (ACOUSTIC DOPPLER CURRENT

    PROFILER)

    1.COPPElUFRJ 11. Ttulo (srie)

  • AGRADECIMENTOS

    Ao professor Carlos Eduardo Parente Ribeiro , pela orientao e ajuda durante a

    realizao desse trabalho.

    A Marinha do Brasil, pela oportunidade que me foi dada de realizar este curso.

    Ao Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, pelo apoio na realiza~o de

    experimentos

    Ao Laboratrio de Instrumentao Oceanogrfica da COPPE-UERJ e as pessoas que

    nele trabalham, pelo apoio na realizao de experimentos em Arraial do Cabo

    Ao Programa de Engenharia Ocenica da COPPE-UFRJ na pessoa dos professores e

    funcionrios

    A minha esposa pelo apoio e compreenso em todos os momentos de estudo

    necessrios a realizao desse trabalho

    Aos meus queridos filhos Bruno e Barbara pela pacincia nos momentos de estudo que

    deixei de partilhar a companhia deles

    Aos meus colegas de trabalho que de maneira direta ou indireta me ajudaram na

    elaborao deste trabalho.

  • Resumo da Tese apresentada a COPPEIUFRJ como parte dos requisitos necessrios

    para obteno do grau em Mestre em Cincias (M.Sc.)

    INVESTIGAES SOBRE UM PERFILADOR ACSTICO (ADCP) DE FAIXA-

    LARGA

    Marival de Sousa Carvalho

    Maro de 1999

    Orientador: Prof Carlos Eduardo Parente Ribeiro

    Programa: Engenharia Ocenica

    Este trabalho de tese pretende ser uma continuao do trabalho de Uchoa (1995), no

    qual se adaptou um ecobatmetro desenvolvido por Ruiz (1992) para funcionar como

    um ADCP de 1 canal, com o objetivo de compreender os processos de espalhamento

    acstico no mar e dominar as tcnicas de processamento doppler. O modelo mais

    moderno de ADCP conhecido como faixa-larga.

    As investigaes sobre este tipo de instrumento oceanogrfico, abordam aspectos como

    tipos de ADCPs e de sonares doppler , o efeito doppler e o retroespalhamento acstico,

    resolues espacial e doppler, princpio de funcionamento dos ADCPs, a

    autocovarincia/autocorrelao e as tcnicas de estimao doppler, geometria dos feixes

    e principalmente, as tcnicas de codificao faixa-larga. O apndice tratar sobre a

    tcnica SME (Spectral moment Estimation) e a modulao BPSK (Binary Phase Shifi

    Keying).

    Uma das principais motivaes desse estudo, foi a procura por um melhor entendimento

    dos ADCPs faixa-larga, ou Hbridos. Um grande esforqo foi feito na busca de sintetizar

    melhor seu fbncionamento, apesar da enorme dificuldade de se obter informaes. Esse

    trabalho no encerra o assunto ADCP banda-larga, apenas um comeo.

  • Abstracts of Thesis presented at COPPE/CIFRJ as partia1 fulfillment of the requirements

    for degree of Master of Science(M. Sc.)

    INVESTIGATIONS ABOUT ACOUSTIC PROFEER (ADCP) BROADBAND

    Marival de Sousa Carvalho

    Marchl 1999

    Thesis Supervisor: Carlos Eduardo Parente Ribeiro

    Department: Oceanic Engineering

    This work aims to be a sequence to the work of Uchoa (1995) in which an ecosounder

    developed by Ruiz (1992) was adapted to operate as a 1 channel ADCP with objetive of

    understanding the sound scattering in the sea and doppler processing techniques. The

    most up-to-date ADCP model is known as broadband.

    The research about this kind of oceanographic equipment is related to aspects such as

    ADCP and doppler sonar types, doppler effect and acoustic backscattering, doppler and

    spatial resolution, ADCP firnctioning principles, autocovariancelautocorrelation and the

    doppler estimation techniques, beams geometry and mainly the large range coding

    techniques. The appendix will be about SME (Spectral Moment Estimation) technique

    and BPSK modulation.

    One of greatest objetives of this study was the understanding of the large range ADCPs

    or hibrids. A great effort was made in order to explain their operation, in spite of great

    dificulty to get information. This work is not conclusive about the subject, it's only a

    begining.

  • 1.1 ORGANIZAO DA TESE

    1.2 MEDIDORES DE CORRENTES

    1.3 HISTRICO DOS ADCPS

    CAPTULO 2 - PERFILADORES ACSTICOS DOPPLER DE CORRENTES

    2.1 PRINC~IO DE FUNCIONAMENTO 7

    2.2 A CLULA DE PROFUNDIDADE OU VOLUME DE 1 o ESPALHAMENTO

    2.3 TIPOS DE ADCP 12

    2.4 - EVOLUO E TENDNCIAS 13

    2.5 APLICAES DO ADCP 14

    CAQTULO 3 - O EFEITO DOPPLER E O RETROESPAL~MENTO ACSTICO

    3.1 ~ R O D U O

    3.2 EFEITO DOPPLER

    3.3 RETROESPALHAMENTO AC~STICO

    3.4 FWO DE ESPALHAMENTO ACSTICO

    3.4.1 ESPALHAMENTO DE RAYLEIGH

    3.5 ESPALHAMENTO POR OBJETOS E BOLHAS DE AR

    3.6 MODELAGEM DO ESPALHAMENTO AC~STICO

    CAQTULO 4 - TCNKAS DE ESTIMAO DOPPLER

    4.1 E S T ~ O PELA TCNICA FFT 24

    4.2 TCNICA DA AUTOCOVARINCIA PARA ESTMAO 25

    DE MOMENTOS ESPECTRAIS

  • CAPTULO 5 - CLCULO DA AUTOCOVARINCIA EM URiI VOLUME DE ESPALHAMENTO

    5.1 cLcULO PARA UM PULSO

    5.2 COVARINCIA PARA PARES DE PULSOS

    CAP~TULO 6 - ANLISE DE SONARES DOPPLER

    6.1 ~NTRODUO

    6.2 SONAR DOPPLER INCOERENTE

    6.3 SONAR DOPPLER COERENTE

    6.4 SONAR DOPPLER BANDA-LARGA

    CAPTULO 7 - ANLISE DA GEOMETRIA DOS FEIXES EM UM ADCP

    7. i - ~ O D U O 5 1

    7.2 - ANALISE G E O ~ T R I C A PARA UM ADCP DE TRS 5 1 FEIXES

    7.3 - ANLISE GEOMTRICA PARA UM A D ~ P DE 53

    QUATRO FEIXES

    GAPTUEO 8 - EXPERIMENTO EM ARRAIAL DO CABO

    8. i INTRODUO

    8.2 LOCAL

    8.3 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

    8.4 CONFIGURAO DOS EQUIPAIvENTOS

    8.5 ESQUEMA DE FUNDEIO

    8.6 RESULTADOS

    8.7 COMENTRIOS FINAIS

  • CAPTULO 9 - S ~ O DE RETROESPALHAMENTO

    EM UM ADCP DE 1 FEME

    9. i INTRODUCO

    9.2 - DESENVOLVIMENTO 9.3 - RESULTADOS

  • O interesse da comunidade oceanogrfica no uso de tcnicas acsticas para medir

    remotamente perfis de velocidade de correntes nos oceanos tem crescido muito nos

    ltimos anos. Embora tais tcnicas j fossem exploradas h alguns anos para medio de

    velocidades de navios, nos ltimos 10 anos houve um grande avano nos sistemas para

    medio de correntes baseados nesse princpio, hoje disponveis comercialmente.

    No final da dcada de 1990 o Laboratrio de Instrumentao Oceanogrfica do

    Programa de Engenharia Ocenica da COPPE/UFRJ adaptou um ecobatmetrro

    desenvolvido por Ruiz (1992) para funcionar como um ADCP de 1 canal com o

    objetivo de compreender os processos de espalhamento acstico no mar e dominar as

    tcnicas de processamento doppler. Alguns resultados desse projeto constam do

    trabalho de Uchoa (1995). Este trabalho de tese pretende ser urna continuao desse

    projeto anterior, abordando agora o modelo mais moderno de ADCP, o de faixa-larga.

    Dentre as muitas possibilidades de aplicao dessas tcnicas acsticas remotas, pode-se

    destacar:

    - Monitoramento de portos: correntes em diferentes profundidades podem vir a causar acidentes. O monitoramento de correntes em diferentes profundidades possibilita a

    emisso de avisos em qualquer tempo. A entrada e a sada de navios em portos

    podem ser programadas baseadas nessas informaes. Um sistema com informaes

    em tempo real pode ser hndamental para se evitar acidentes.

    - Em obras martimas: podem haver mudanas que afetem a forma do litoral devido as correntes marinhas. O resultado pode ser problemtico na interao de massas

    d'gua com estruturas como pontes e em processos litorneos .

    - A quantidade de oxignio afeta diretamente a vida marinha. A oxigenao causada por ondas e correntes vital para organismos marinhos. A anlise de correntes

    horizontais e verticais importante para se dimensionar a qualidade do processo

  • envolvido e determinar condies para a existncia e sobrevivncia da biomassa

    marinha.

    - Na medio direcional de ondas: trata-se de um novo campo aberto para essa tcnicas. O sinal espalhado pela superfcie contm informaes sobre as

    caractersticas das ondas, principalmente direo que um parmetro de medio

    mais difcil. Algumas vezes, sistemas doppler de correntes so combinados com

    radares de monitoramento de ondas, que podem ser importantes no caso da

    identificao de derramamentos acidentais de leos.

    - Projetos de sistemas ocenicos: as correntes exercem esforos em plataformas ,

    navios e Risers. A medio em toda a coluna d'gua facilita a quantificao dos

    esforos.

    1.1 ORGANIZAO DA TESE

    O trabalho est organizado em captulos, como descrito a seguir:

    No captulo 1, avaliao da importncia do tema, breve descrio das tcnicas de

    medio de corrente e histrico do desenvolvimento dos perfiladores acsticos. No

    captulo 2 mostrado o princpio de funcionamento dos ADCPs, os tipos de ADCPs e

    como formada a clula/volume de espalhamento ou bin. O captulo 3 aborda o Efeito

    Doppler e o Retroespalhamento Acstico. Nos captulos 4 e 5 so descritas as tcnicas

    de estimao doppler e mtodos para clculo da Covarincia em um volume de

    espalhamento. No captulo 6 feita uma anlise dos sonares doppler, incluindo os faixa-

    larga. O captulo 7 dedicado anlise da geometria dos feixes nos ADCPs. O captulo 8

    descreve o experimento realizado em Arraial do Cabo e seus resultados. O captulo 9

    dedicado a simulao de um ADCP faixa-larga. O captulo 10 concluso. Ao final

    do trabalho temos o apndice I e as referncias bibliogrficas.

  • 1.2 MEDIDOKES DE CORRENTES

    As correntes marinhas podem ser medidas com diferentes tcnicas cada uma com suas

    vantagens e desvantagens. A maior parte das que ainda esto em uso, resumida a

    seguir.

    1.2.1 Medies em um ponto

    1.2.1.1 Sensores mecnicos

    Trata-se da tcnica das mais antigas que usa um rotor ou hlice para medio da

    velocidade. Caracteriza-se pela robustez, baixo preo e reposta limitada em frequncia.

    No aconselhvel para uso prximo a superficie porque a resposta lenta do sistema de

    direpo tende a produzir um efeito de "retificao".

    1.2.1.2 Sensores de correntes eletromagnticos

    Os sensores eletromagnticos tm a vantagem de no possurem partes mveis. Seu

    princpio de hncionamento descrito pela Lei de Faraday '%m condutor como a gua

    salgada ou outro fluido, movendo-se em um campo magntico, produz um campo

    eltrico que pode ser medido por um par de eletrodos". O campo magntico tem

    caractersticas alternadas e produzido pelo sensor. Se houver dois pares de eletrodos

    ortogonais, medidas do fluxo de velocidade sero obtidas em cada um dos sensores,

    obtendo-se dessa forma informao sobre direo. Sensores de diferentes formas e

    tamanhos esto disponveis tal como discos, esferas e anulares.

    1.2.1.3 Sensores acsticos do tipo Travel-Time

    Os medidores de correntes tipo Travel-Time so baseados no princpio da diferena do

    tempo de propagao que dois pulsos acsticos levam para percorrer uma pequena

    distncia no meio lquido. A diferena no tempo de percurso inversamente

    proporcional a velocidade da corrente. Um transmisso em dois sentidos opostos

    elimina variaes devidas a velocidade de propagao do som.

    3

  • 1.2.1.4 Sensores acsticos doppler

    Em muitas aplicaes, a medida pontual de corrente suficiente. A tcnica usada para

    perfilar correntes tambm pode ser usada como medida pontual. Esses sensores

    acsticos transmitem um pulso acstico e calculam o desvio doppler do sinal

    retroespalhado em um ponto.

    1.2.2 Perfadores acsticos doppler

    So instrumentos que vm se tornando bastante populares ultimamente. No possuem

    partes mveis e conseguem medir as correntes em vrias profundidades diferentes; so

    chamados ADCP (Acoustic Doppler Current Profiler). Da mesma forma que o sensor

    acstico anterior, transmitem pulsos acsticos, porm calculam o desvio doppler do

    sinal retroespalhado em vrias camadas da coluna d'gua. Todos os tipos, coerente,

    incoerente, faixa estreita e faixa larga, sero estudados neste trabalho.

    1.3 HISTRICO DO ADCP

    No incio dos anos 60, comearam os primeiros esforos direcionados ao

    desenvolvimento de um dispositivo de medio de correntes que utilizasse o efeito

    doppler. Esse trabalho foi realizado em Miami, Flrida e disseminado no decorrer da

    dcada por Koczy et al (1963), Kronengold e Vlasak (1965). Esses pesquisadores

    trabalharam anos em instrumentos biestticos (transmissor e receptor separados)

    funcionando em 10 MHz, utilizando pulso curto e que, permitia a observao do sinal

    retroespalhado em um pequeno volume resultante da interseo dos feixes transmitidos

    e recebidos (Woodward e Appel, 1986) .

    Em 1968, Vlasak, na Universidade George Washington, continua seu trabalho com

    instrumentos doppler, considerados ainda complicados para a poca e carecendo de

    estudos mais aprofundados.

    No binio 1969-1970, o Laboratrio Naval Ordnance da Marinha americana, em

    Maryland, realizou diversos experimentos com esses primeiros modelos. Nessa poca os

    4

  • medidores de correntes pontuais eram empregados amplamente. No se compreendia

    bem, como um dispositivo que utilizava rotor de Savonius poderia competir com

    instrumentos que utilizavam tcnicas avanadas como a de doppler acstico.

    No incio dos anos 70, ficou comprovado que os dados de medidores de corrente com

    rotor de Savonius poderiam ser fortemente contaminados devido a incapacidade do

    sistema de responder precisamente aos movimentos de fiequncia mais alta dos

    oceanos. As tcnicas doppler surgiram como promissoras e uma grande quantidade de

    projetos de sensores para bias foi feita para o Tationa1 Data Buoy Project" (NDBP)

    por uma companhia americana que adaptou seus "Speed Logs" para medidores de

    correntes, adequando-os para fncionamento em bias. Esses instrumentos mediam a

    velocidade do navio em relao ao fundo atravs da anlise doppler de um eco

    produzido por uma transmisso inclinada e podem ser considerados como verdadeiros

    precursores dos ADCPs. No caso da adaptao em bias, dificuldades tcnicas na

    construo e na adaptao dos sensores, aliadas a uma diminuio do interesse,

    desestimularam o projeto.

    Na mesma poca, pesquisadores como Wisemam et al.,(1972), desenvolveram um

    medidor de corrente doppler de trs eixos, operando em 10 MHz. O dispositivo foi

    desenvolvido como parte de um programa de estudo de turbulncia em esturios, mas

    tambm no foi adiante.

    Em 1972 o Engineering Development Lab (EDL), orgo da NOAA (EUA), iniciou um

    programa de ajuda para determinar a capacidade de utilizao de tcnicas acsticas

    doppler para medir correntes marinhas at 100 metros de profundidade. O dispositivo

    seria montado no fundo, transmitindo sinais para a superficie do mar. Com suporte da

    EDL, Emmanuel e Mandics (1973) concluram que, com base nas informaes

    disponveis de concentrao, distribuio de tamanhos dos espalhadores em esturios,

    nas costas e em reas de mar aberto, seria possvel estimar a seo reta espalhada com

    as tcnicas doppler . Esse estudo levou sete anos de anlises e experimentos tanto com

    dispositivos fundeados como montados em embarcaes .

  • No ano de 1976, duas companhias americanas, sentindo que tinham a tecnologia em

    mos e percebendo o potencial de mercado para medidores de correntes doppler para

    navios, prepararam propostas para desenvolvimentos de sistemas doppler a partir de

    "Speed Logs". No incio ningum foi capaz de gerar suficiente interesse ao ponto de

    haver financiamento do governo. O que se fez foi incluir os custos paulatinamente em

    outros projetos de pesquisa.

    No vero de 1981, D. Farmer, do Institute of Ocean Sciences (IOS), conduziu um

    experimento controlado usando um sistema doppler fabricado pelo prprio IOS

    adaptado em navio. Medidas independentes foram realizadas por um medidor de

    corrente Aanderaa, com sensor mecnico na mesma rea, para uma melhor avaliao.

    Tambm em 1981, uma companhia americana foi formada por oceangrafos para

    desenvolver e fabricar produtos que empregassem tcnicas acsticas doppler para

    medir remotamente perfis verticais de correntes marinhas. Tanto os dispositivos

    fundeados como aqueles adaptados para navios tiveram bons resultados.

    Dois anos mais tarde, organismos americanos passaram a vislumbrar o emprego

    comercial de Perfiladores Acsticos Doppler de Correntes a bordo de navios de

    oportunidade. A idia era tentar medir perfis verticais de correntes aproveitando-se os

    transdutores existentes e a cabeao dos "Speed Logs". Em adio a essas aplicaes

    comerciais dos dispositivos, pesquisadores se engajaram na explorao para

    desenvolver mtodos acsticos alternativos para perfilagem de correntes, incluindo

    diferentes geometrias e tcnicas de processamento de sinais. Isso incluiu o sistema

    doppler transverso, sonar doppler coerente pulsado e o sonar de correlao.

    Seguiu-se rapidamente um aumento de interesse por parte da comunidade cientfica. Em

    novembro de 1983, foi realizado um Simpsio sobre Perfiladores Acsticos de

    Correntes em Washington, focalizando especificamente aplicaes tecnolgicas no mar.

    A partir de ento esses instrumentos passaram a ser adotados paulatinamente por

    grande parte da comunidade cientfica que mede correntes no mar .

  • 2. PERFILADORES ACSTICOS DOPPLER DE CORRENTES

    2.1 PRINcPIo DE FUNCIONAMENTO

    Os Perfiladores Acsticos Doppler de Correntes (ADCPs) so sonares ativos,

    normalmente mono-estticos (transmissor e receptor no mesmo ponto), que utilizam

    a energia acstica em um feixe estreito, e o efeito doppler, para determinar a

    velocidade das correntes marinhas em diversas camadas.

    O sinal transmitido pelo sonar atinge partculas em suspenso no meio lquido

    acontecendo um retroespalhamento, onde a fiequncia do sinal original modificada

    devido ao efeito doppler de valor proporcional a componente de velocidade da

    corrente ao longo da direo transmissor - objeto espalhador.

    As partculas imersas no meio lquido responsveis pelo retroespalhamento acstico,

    possuem em mdia, a mesma velocidade da massa d'gua em movimento.

    Os ADCPs so compostos basicamente de transdutores, circuitos eletrnicos de

    transmisso e recepo do sinal acstico, que geram, transmitem, recebem e

    processam o sinal extraindo a informao desejada. So alojados em um invlucro

    de material resistente, normalmente de forma cilndrica. Podem comportar baterias se

    funcionando de forma autnoma.

    Os dados, aps adquiridos, podem ser apresentados em tempo real (com ligao via

    cabo) ou no, sendo convenientemente armazenados em memria sob forma de arquivos

    para posterior extrao e apresentao. Como se pode ver nas figuras 1 e 3, os ADCPs

    funcionam com trs ou quatro feixes com separao angular de 120" ou 90,

    respectivamente, entre eles. Cada feixe produz um perfil de velocidade de

    corrente. Com trs feixes, pelo menos, pode-se determinar o vetor velocidade da

    corrente em trs dimenses. Cada clula de profundidade, regularmente espaada, pode

    ser comparada a um medidor de corrente pontual.

  • Figura 1 esquema bsico de um perfilador de 4 feixes

    A identificao da clula que produz um determinado retroespalhamento conseguida

    com a tcnica conhecida como " Range-Gating "ou "Time-Gating" mostrada na figura

    2. Conhecendo-se a velocidade de propagao do som no mar abre-se uma janela para

    exame do eco correspondente a um determinado volume de espalhamento.

    PULSO TRANSMITIDO - -

    TRANSDUTOR ECO DE U M A N U V E M DE ESPALHADORES

    li TRANSDUTOR

    Figura 2 - Segmentao no tempo (Range Gating ou Time Gating)

  • Esse processo assegura a segrnentago do eco da coluna d'gua no tempo, em

    seges distintas conhecidas como clulas de prohndidade ou bins. Cada clula um

    volume de espalhamento em uma determinada profundidade na coluna d'gua. A

    determinao do valor final da velocidade para cada clula feito com tcnica

    adequada, utilizando a geometria dos feixes do sistema ( trs ou quatro). Na figura 3

    v-se um ADCP de 3 feixes.

    Figura 3 - Geometria dos feixes

    O retroespalhamento do sinal transmitido produzido por partculas e organismos em

    suspenso no meio lquido , principalmente os organismos de natureza

    planctonica ( Zooplanctons e Fitoplanctons ) . Os Zooplanktons so aqueles

    organismos marinhos presentes no meio lquido que possuem forma fixa. Os

    tipos mais abundantes de Zooplanktons so pequenos crustceos , tais como

    Copepodos e Euphasideos mostrados na figura 4.

    Os Fitoplanctons so seres que no possuem a capacidade de se deslocar

    por meios prprios, viajando normalmente solidrios as correntes marinhas.

  • Euphasiid

    Pteropod Copepod

    Figura 4 - Exemplos de Zooplanktons

    2.2 A CLULA DE PROFUNDIDADE OU VOLUME DE

    ESPALHAMENTO

    A lei de formao das clulas de profundidade dada pela relao (2) a seguir. Em

    cada clula de profundidade de cada um dos feixes acsticos, produz-se uma

    componente de velocidade, usada para determinar o vetor velocidade em trs

    dimenses.

    O feixe acstico inclinado em relao a vertical em geral, de 20 a 30 graus,

    tendo uma abertura bem estreita, de 3 a 5 graus, como mostrado esquematicamente na

    figura 5. Quanto maior a inclinao maior o efeito doppler. H um limite nessa

    inclinao, tendo em vista que se deseja uma boa correlao entre os sinais dos diversos

    feixes.

    O ADCP pode funcionar tanto em embarcaes quanto fundeado. No primeiro caso o

    equipamento estar instalado no casco, enquanto no segundo caso, depositado no

    fundo do mar. A figura que se segue, d uma boa idia da geometria de um feixe, da

    formao de um volume de espalhamento e do vetor velocidade da corrente com uma

    componente apenas.

  • Volume de Espalhamento

    Velocidade radial

    X

    Figura 5 - Exemplo de um feixe do ADCP

    A formulao doppler nesse exemplo :

    onde 8 o ngulo entre a componente horizontal da velocidade perpendicular ao

    feixe e o feixe acstico, ft a fiequncia de transmisso transmitida e fd O desvio de

    fiequncia produzido pelo efeito doppler.

    O ADCP ao receber o sinal retroespalhado, produz uma segmentao do eco no

    tempo, permitindo caracterizar as chamadas "Celulas de Profundidadey

    ' ou "Bins"

    conforme j foi dito. A extenso de cada clula, como pode ser visto na figura 6, ser

    dada por :

    onde h a extenso da clula e At a largura do pulso.

    O alcance mximo dado por :

  • onde Rmax o alcance mximo e IRP o intervalo de repetio de pulsos. Em verdade,

    IRP estabelecida a partir de um alcance mximo que depende das perdas na

    propagao e da potncia transmitida.

    O valor da componente horizontal da velocidade, perpendicular ao feixe, vem da

    relao (I):

    v = f & onde ft a frequncia transmitida e fd o desvio doppler 2ft cos 8

    Figura 6 - Clula ou Volume de espalhamento e Alcance Mximo

    2.3 TIPOS DE ADCP

    No que diz respeito ao tipo de instalao os perfiladores ADCP podem ser de dois

    tipos bsicos : de fundo ou de casco. Alguns fabricantes oferecem algumas variaes

    em cada um dos tipos, de acordo com as aplicaes especficas.

    2.3.1- ADCP de fundo

    O equipamento posicionado no fundo do mar (figura 7) , preso a uma estrutura

    fixa. Pode ser de leitura direta, ou seja, em tempo real por meio de ligao

    via cabo, ou de leitura posterior quando os dados so armazenados no

    equipamento que funciona por bateria. A localizao exata do equipamento deve

    ser conhecida. Normalmente se usa para este fim o sistema de posicionamento

    DGPS (Differential Global Positioning System).

  • Pigura 7 - ADCP de fundo com quatro feixes

    2.3.2 ADCP de casco

    So instalados em embarcaes ou navios (figura 8). Normalmente so fixados

    a estrutura dos navios "olhando" para o fundo. So necessrias adaptaes ao

    sistema de governo do navio. Podem tambm ser utilizados arriados ou

    posicionados em conjunto com outros equipamentos de pesquisa e coleta de

    dados. Tanto podem utilizar leitura direta (tempo real) quanto leitura posterior .

    Figura 8 - ADCP de casco

    A evoluo dos ADCP est intimamente ligada ao tipo de sinal empregado. Os

    primeiros ADCP disponveis comercialmente eram do tipo faixa-estreita

    13

  • (narrowband). Ainda h muitos equipamentos desse tipo em uso, porm h uma

    tendncia em substitui-los pelos sistemas de faixa-larga que utilizam um sinal

    codificado. Os ADCP de faixa-larga vm tendo uma boa aceitao, como alternativa

    as limitaes dos ADCP de faixa-estreita. As principais diferenas entre esses dois

    tipos de ADCP sero abordadas em captulos posteriores.

    2.5 APLICAES DO ADCP

    Pode-se citar algumas das mltiplas aplicaes do ADCP:

    - Oceanografia: circulao ocenica em geral; correntes de mar; - Engenharia Arnbiental: Disperso de poluentes

    - Hidrulica Fluvial - medio de vazo - Vazo ; - Portos: medio de correntes em guas rasas;

    - Engenharia Costeira: determinao de correntes /transporte de sedimentos; - Biologia: identificao de biomassa e organismos marinhos;

    - Ondas: comea-se a testar o ADCP a medio de ondas (altura e direo).

  • O efeito doppler foi explicado em 1842 pelo fisico austraco Christian J. Doppler

    em 1842. Esse fenmeno ocorre em situaes onde existe um movimento relativo

    entre uma fonte sonora (transmissora) e um objeto ou espalhador.

    O mar possui partculas e organismos em suspenso que podem representar

    descontinuidades nas propriedades fisicas do meio produzindo reflexo e

    espalhamento ("scattering") de uma onda acstica incidente. Em Acstica Submarina

    comum denominar-se o conjunto de espalhamentos que chegam ao receptor de

    reverberao. Parcelas de reverberao podem provir tambm da superfcie e do fundo.

    3.2 EFEITO DOPPLER

    O efeito doppler se caracteriza pela mudana na frequncia de uma onda acstica

    ou eletromagntica, que ocorre quando h um movimento relativo entre a fonte e

    o objeto ou observador (figura 9). O desvio de fiequncia proporcional a velocidade

    relativa (5); uma onda refletida trar embutida a informao doppler. No caso de

    Radar e Sonar a onda refletida usada para determinar a velocidade do alvo.

    fd O desvio doppler de frequncia , ft a fiequncia de transmisso, v a

    velocidade relativa entre a fonte e o objeto ou observador e c a velocidade do

    som em (mls). O sinal + significa aproximao ou afastamento relativos.

  • F R E O U E N C I A T R A S N M I T I D A *

    - T R A N S D U T O R

    u / T R A N S D U T O R F R E P U E N C I A D E R E T O R N O D O E C O

    Figura 9 - Desvio doppler causado por partculas em suspenso na gua

    Caso exista uma aproximao entre a fonte - objeto 1 espalhador o doppler aumenta,

    positivo, e ocorre uma compresso da onda acstica original. Se houver um

    afastamento entre a fonte - objeto 1 espalhador, o doppler negativo e ocorre a

    dilatao dessa mesma onda. Pode-se observar que quanto maior a relao entre a

    velocidade relativa fonte-observador e a velocidade de propagao maior o desvio de

    fierquncia.

    O retroespalhamento ('back scattering") acstico o termo usado para descrever um

    sinal que composto por reflexes, em geral desordenadas, de vrias partculas, bolhas

    e organismos de pequenas dimenses. Assume-se que esses espalhadores tm

    movimento mdio de longo prazo igual ao das correntes marinhas. H, contudo, uma

    grande varincia no sinal doppler recebido em curto prazo.

    O modelo clssico para o espalhamento de um sinal uma onda plana, com um

    comprimento de onda maior que os espalhadores. A onda retroespalhada pelas

    partculas resultando em uma distribuio de Rayleigh para a amplitude e distribuigo

    uniforme para a fase (aleatria) (Lago, 1995). A figura a seguir, d uma idia da onda

    plana incidindo em um conjunto de espalhadores.

  • Figura 10 - Exemplo de onda incidente em espalhadores

    Nessa figura, a onda plana incidente refletida por vrios espalhadores existentes na

    gua. Supondo que eles tenham fase aleatria, o sinal refletido obedecer a uma

    distribuio Gaussiana (Lago, 1995).

    Um sinal retroespalhado x, pode ser escrito como:

    onde A, (t) representa a amplitude e cp, (t) representa a fase. A amplitude obedece a

    uma distribuio de Rayleigh, e a fase a uma distribuio uniforme devido ao

    posicionamento aleatrio dos espalhadores. Essa representao simplificada esconde a

    complexidade de um dos processos mais complicados e de difcil modelagem em

    Acstica Ocenica.

    A intensidade de espalhamento I, de um volume dV com N bolhas de dimetro d

    dado pela expresso abaixo:

  • Essa expresso indica que a intensidade dependente do dimetro, sendo que o nmero

    de bolhas de ar proporcional a d 6 ~ . Isso mostra que se existirem poucas partculas ou

    bolhas, mas com tamanhos grandes, teremos uma forte intensidade doppler detectada.

    Cada bolha ou partcula ter seu prprio movimento de curto prazo.(Lago, 1995)

    A intensidade do retroespalhamento acstico fortemente dependente do nmero de

    partculas e do dimetro d (Lago, 1995).

    A funo de espalhamento definida em funo das caractersticas acsticas do

    objeto, Clay e Medwin, (1977). Algumas simplificaes so necessrias: a velocidade

    do som constante, no h perdas por absoro na gua (permitindo utilizar

    ondas esfricas no clculo da amplitude), a fonte se encontra longe do corpo ou

    objeto e dentro da primeira zona de Fresnel, com ondas incidentes aproximadamente

    planas. O sinal acstico empregado tem durao At, fi-equncia f e taxa de

    repetio de pulsos (FRP). Esse pulso tambm conhecido como ping e tem

    comprimento dentro dgua, sendo muito maior que a dimenso do objeto, de

    modo que assegura a existncia do espalhamento. O receptor se encontra a uma

    distncia grande do corpo ou objeto. Exclui-se o espalhamento para fiente e a

    observao feita quando no se est transmitindo.

    DefinindoI, como a intensidade da onda incidente, I, a intensidade do sinal

    espalhado no receptor, considerando o espalhamento esfrico utilizando onda plana,

    com o receptor a uma distncia R e sem perda por absorgo, podese formular a

    intensidade do sinal espalhado como:

    Para longas distncias I, = P,' /@c) e 5 = pS2 /@c), e podemos relacionar presses

    com distncia:

    18

  • Onde P, e Pp so respectivamente as presses espalhada e da fonte. A constante de

    proporcionalidade p depende da fi-equncia acstica, tamanho, forma e orientao

    do objeto com relao a fonte e ao receptor.

    Objeto

    Figura 11- Espalhamento acstico por um objeto com fonte e receptor separados.

    O ngulo q!~ est fora do plano do diagrama e portanto no pode ser visto.

    Para um dado objeto ou corpo, a intensidade espalhada pode ser escrita :

    3(e,4,0p,4p,f)A(ep9+p)

    Onde @4,8,, $, so coordenadas esfricas do espalhamento acstico e onda acstica

    incidente, respectivamente, A a seo reta projetada do espalhador visto da fonte

    e f a frequncia de transmisso. Isso define a funo de espalhamento 3 de um

    corpo ou objeto, que adimensional. Essa funo bastante complicada e depende

    do ngulo de espalhamento, da frequncia acstica e das dimenses do objeto.

    Algumas consideraes podem ser feitas:

    - O ngulo de incidncia fixo, havendo necessidade de serem especificados apenas os

    ngulos 8 e 4;

    - Quando fonte e receptor esto em posies diferentes a geometria bi-esttica;

  • -Para 8 = 180" e @ = O a geometria passa a ser monoesttica e o espalhamento

    acstico passa a se chamar de retroespalhamento. Esse caso particularmente

    importante para o sensoriamento acstico remoto.

    A quantidade de energia espalhada deve depender diretamente da rea que o

    espalhador intercepta; um problema geomtrico. Porm, como vai-se ver, h

    necessidade de um fator que quantfique a quantidade de energia espalhada quando

    as leis geomtricas no so seguidas; trata-se da funo de espalhamento.

    A seo reta equivalente de retroespalhamento o,, engloba ento a rea de

    interceptao e a funo de espalhamento. definida por:

    onde 3,. - 3(8,@,f)I ,. = hno de retroespalhamento ; Ib = intensidade do retroespalhamento no receptor;

    Pbs= presso de retroespalhamento no receptor.

    3.4.1 ESPALHAMENTO DE RAYLEIGH

    3.4.1.1 Introduo

    Essa forma de espalhamento importante em acstica submarina, porque leva em conta

    que as partculas causadoras de espalhamento podem ser aproximadas a esferas

    geomtricas. Desse modo pode-se estudar aspectos do espalhamento acstico ligados a

    fiequncia de transmisso, tamanho, compressibilidade e densidade de corpos marinhos.

    3.4.1.2 Espalhamento em pequenas esferas no-ressonantes

    Quando o comprimento de onda muito maior que a esfera circundante, dois efeitos

    podem ocorrer: a) Se a elasticidade da esfera E, (compressibilidade-') menor que a

    elasticidade da gua E,, , condensaes incidentes e rarefaes comprimem e expandem

    20

  • a esfera, re-irradiando a onda acstica. b) Se a densidade da esfera p, muito menor

    que a do meio po , a inrcia da esfera causar um retardo atrs da onda plana no fluido.

    Quando p,< po o efeito o mesmo, mas a fase diferente. Em ambos os casos,

    quando p, # pl a presso de espalhamento proporcional ao cose, onde B o ngulo

    entre a direo espalhadora e a onda incidente.

    A funo espalhamento para uma pequena esfera no ressonantes derivada de

    Rayleigh e :

    2n E1 onde a= raio da esfera, k = - nmero de onda no meio, e = - razo de elasticidade a E0

    Pl da esfera para o meio e g = - razo de densidade da esfera para o meio. Po

    A seo reta total de espalhamento obtida pela integrao, usando A = na2 e :

    Um fator importante que descreve o espalhamento de qualquer pequeno corpo o

    espalhamento de Rayleigh, caracterizado por Quando ka muito menor que 1,

    a fno de espalhamento , sendo proporcional a k4, ser proporcional tambm a

    quarta potncia da fi-equncia.

  • Quando a fiequncia acstica na regio de ka muito menor que a unidade e se e 2 1,

    o retroespalhamento muito pequeno. At ka = 1 o espalhamento dito de Rayleigh e a

    partir da considerado como espalhamento Geomtrico como se v no grfico abaixo.

    Figura 12 - Grfico demonstrativo dos espalhamentos geomtrico e de Rayleigh

    A Pirmide de Biomassa foi baseada nesse critrio (ka = 1) quando da passagem do

    espalhamento de Rayleigh para o espalhamento Geomtrico conforme o grfico abaixo.

    Figura 13 - Pirmide de Biomassa

  • 3.5 ESPALHAMENTO POR OBJETOS E BOLHAS DE AR

    Outra forma importante de espalhamento da energia ocorre em bolhas de ar

    tambm chamadas de bolhas de gs. Podem aparecer de vrias formas como por

    exemplo imediatamente abaixo da superfcie do mar onde as ondas quebram

    ocorrendo turbulncias nas proximidades da superfcie ou tambm como

    resultado do movimento de corpos materiais (navios). Tambm podem ocorrer

    dentro de certos organismos biolgicos como por exemplo nas bexigas natatrias

    de peixes ("swim bladders").

    3.6 MODELAGEM DO ESPALHANIENTO ACSTICO

    A medida experimental do espalhamento acstico de difcil realizao,

    principalmente em outras direes que no a do retroespalhamento. realizada

    atravs da insonificao de um objeto e determinao do espalhamento que

    chega a um receptor. Essas medies tm como um dos objetivos principais validar

    uma modelagem que tenta representar o mais corretamente possvel o processo fisico;

    viu-se pelas hipteses simplificadoras que se trata de estgio ainda longe de ser

    alcanado.

    Para facilitar a modelagem, corpos ou objetos espalhadores so associados a formas

    tais como esferas, cilindros, disco, elipsides, setores de planos, etc ... de modo a

    permitir a determinao de expresses analticas para o fenmeno.

  • 4. TCNICAS DE ESTIMAO DOPPLER

    4.1 ESTIMAO PELA TCNICA FFT

    A estimao doppler pela FFT de um processo estacionrio, baseada em

    procedimentos que empregam a Transformada de Fourier para o clculo do espectro

    do sinal de chegada. Essa aproximao computacionalmente eficiente e produz

    resultados razoveis para uma grande classe de trabalhos envolvendo

    processamento de sinais. A despeito dessa vantagem, existem algumas limitaes

    inerentes ao emprego da FFT no caso do ADCP. Alm das limitaes clssicas da

    anlise de Fourier como contaminao ("leakage") e grande varincia do estimador, a

    mais importante a limitao na resoluo em frequncia, isto , a capacidade

    de distinguir respostas espectrais de dois ou mais sinais se suas fiequncias

    forem muito prximas. A resoluo em fiequncia em Hz aproximadamente a

    recproca do tempo de observao em segundos; no caso do doppler h necessidade

    de pulsos grandes para um boa resoluo doppler.

    Como j se viu, deve-se calcular o desvio doppler produzido pelo espalhamento em

    uma clula ou volume de espalhamento. Uma maneira prtica de se demonstrar o

    uso da FFT atravs do exemplo a seguir . Suponha-se que se usa um sonar que

    transmite um sinal em 150 kHi, com pulsos de largura de 1 ms e frequncia de

    repetio de pulsos de 5 pps. A velocidade do som 1500 m/s. A inteno medir

    uma corrente mnima de 1 n ou 0,5 m/s ou diferenciar dois valores separados por 0,5

    rns ( o que, decididamente, uma resoluo muito pobre).

    Aplicando a frmula do doppler (5) :

    2f,v - 2 x 150000 x 0,5 fd =- - = 1OOHz C 1500

    Ou seja, para se conseguir medir o doppler necessrio uma resoluo em

    frequncia de pelo menos 100 Hz. A resoluo em fkequncia dada pelo inverso

    do tempo de observao.

  • onde M a resoluo em fi-equncia e At o tempo de observao.

    H necessidade ento de um tempo de observao de pelo menos 100 ms. A extenso do

    volume de espalhamento para esse valor de Ar = cAt/2 = (1500 x 0.1)/2 = 75 metros.

    Ora no h como medir um espalhamento ao longo de uma clula to grande. Est-se

    diante de uma sria limitao.

    4.2 TCNICA DA AUTOCOVARINCIA PARA ESTIRIAO DE

    MOMENTOS ESPECTRAIS

    A tcnica de estimao de momentos espectrais pela furio de covarincia complexa

    utilizada para se estimar o desvio doppler mdio de fi-equncia. Essa tcnica

    pode ser vista em Ucha (1995) e no apndice I.

    O desvio calculado pela frmula:

    onde fi o estimador do desvio doppler , t, um retardo de tempo depois da

    transmisso , At um pequeno retardo e C(tm,tm + At) a fimo de Covarincia Complexa da reverberaqo de um sinal em um retardo t,.

    Forma-se o envelope complexo do sinal que chega (retardo t,, por exemplo),

    combinado-o com seno e coseno do sinal transmitido.

    A seguir calcula-se a covarincia complexa para um pequeno intervalo; ora o menor

    intervalo possvel o equivalente ao intervalo entre duas amostras ou o intervalo de

    amostragem. D para se sentir que uma variao na fase dessa funo de covarincia

    25

  • complexa est ligada a uma variao de fi-equncia do sinal que chega em relao ao

    sinal transmitido e usado para formar o envelope complexo.

    Essa tcnica foi proposta por Miller e Rochwarger (1972), podendo se considerar que

    gera um estimador com boa resoluo e ainda possui a vantagem de dispensar o

    clculo de todo o espectro. A fi-equncia mdia e o seu desvio padro so

    respectivamente, os momentos de primeira e segunda ordem do espectro de

    potncia (Figura 14) simtrico.

    Fr yncja mdia Do pler 'V' ('&melro moment8 I Desvio Doppler

    -! I-

    Figura 14 - Relao entre o espectro doppler simtrico e o primeiro e segundo

    momentos

    Considerando que o primeiro momento do espectro de potncia corresponde

    derivada da funo de Covarincia ( transformada inversa de Fourier ) para um retardo

    zero, possvel basear estimadores de fiequncias mdias e desvios-padro em

    cima de coeficientes de correlao em um retardo ajustado a um valor de

    espaamento no-zero.

    onde p(W,) o primeiro momento da densidade espectral W, , RI (O) a derivada

    da funo de Covarincia R, avaliada em um retardo zero.

  • A tcnica da Covarincia bem mais simples que outras tcnicas espectrais, tendo

    em vista que no necessrio estimar todo o espectro de potncia ou toda a

    fiin~o de Covarincia R,@). Como as estimativas precisam ser usadas para

    aproximaes pequenas /h] O , sempre ocorrer uma pequena tendncia (bias)

    causada pela aproximao da derivada da fiino de Covarincia.

    A formulao analtica para (16) pode ser vista no apndice I.

  • 5. cLcULO DA AUTOCOVARINCIA EM UM VOLUME DE

    ESPALHAMENTO

    Ainda no foi comentado que outro problema srio na estimao do desvio doppler e

    consequentemente da velocidade de um volume de espalhamento a grande varincia do

    estimador. Um dos recursos tirar mdia de amostras estatisticamente independentes,

    por exemplo entre espalhamentos do mesmo volume produzidos por "pings" sucessivos.

    At um certo nmero de "pings" a varincia do estimador diminui; a partir de um certo

    nmero, no entanto, a varincia volta a aumentar porque a comea a acontecer uma

    perda de estacionaridade no processo causada pela mudana de atitude e posio dos

    espalhadores, e por outros fatores como a prpria variao no campo de velocidades.

    5.1 CLCULO PARA UM PULSO

    Existem vrios mtodos para clculo da Covarincia para o caso de um volume de

    espalhamento cujo tamanho corresponde ao tamanho do pulso; sero abordados

    trs mtodos que apresentam caractersticas semelhantes. O propsito a aplicao

    de tcnicas acsticas doppler em um volume de espalhamento para obteno da

    velocidade.

    5.1.1 CLCULO DA COVARINCIA PARA O MESMO PONTO OU FATIA

    EM TODOS OS PINGS

    1. Calcula-se a covarincia para o mesma fatia ou ponto em todos os pings;

    2. Somam-se as Covarincias para todos os pings do ensemble e tira-se a mdia;

    3 . Calcula-se a velocidade no ponto a partir da Covarincia mdia ;

    A 1 C(t,,,t, +At) = -Cz i ( tm)z i * (t, + At)

    N i=1

    onde i o ndice do ping e Zi(t,) uma amostra do gnvelope complexo do

    sinal homodinado ; existem N pings em cada ensembla.

    28

  • 4. Computa-se a mdia entre vrias fatias ao longo do volume de espalhamento.

    onde L =gS , z o comprimento do pulso transmitido e f s a frequncia de

    amostragem.

    ECO DE UMA NUVEM DE ESPALHADORES

    6

    Figura 15 - Clculo da Covarincia para o mesmo ponto ou fatia

    5.1.2 CLCULO DA COVARINCIA PARA CADA PONTO OU FATIA

    1. Calcula-se a Covarincia para cada pontolfatia do volume , em cada ping;

    2. Soma-se todas as Covarincias de cada pontolfatia e tira-se a mdia;

    3. Calcula-se a velocidade mdia a partir da mdia das Covarincias.

  • E 6 6 DE UMA NWEM ESPALHADORES

    Figura 16 - Clculo da Covarincia para cada ponto

    1. Calcula-se a Covarincia de um nico ping sobre o volume ;

    2. Calcula-se a velocidade sobre o volume;

    3 . Calcula-se a velocidade mdia ao longo de todos os pings

    E130 DE UMA NUVEM DE ESPALHADORES

    Figura 17 - Clculo da covarincia mdia no volume

    3 O

  • 5.2 COVARINCIA PARA PARES DE PULSOS

    Supondo que um determinado sinal detectado uma amostra do envelope

    complexo Z ( t ) corrompido por rudos colorido e branco, com componentes

    gaussianas em fase e quadratura , para calcular a covarincia de pares de

    pulsos podemos utilizar os seguintes algoritimos baseados na Figura 18 :

    1" par separao Pares para clculo de U

    J\,Aprximo par A h

    I I Tempo 1-1-1

    T, T, r

    0 1 2 3 2, 2,, Pares para clculo de FV

    Figura 18 - CorrelaolCovarincia de M pares de pulsos

    As covarincias complexas dos pares recebidos nos tempos i(T, + T, ) relativas a 2, (1" par) e i(& + T, ) + I; relativas a 2,+, (prximo par) so :

    A funo de Autocorrelao para um retardo I; estimada como:

    onde M o nmero de pares que esto espaados de T segundos ; para um retardo

    T, , a estimativa da funo de Autocorrelao dos pares espaados T segundos :

  • As estimativas de frequncia mdia so;

    A A

    (27) f , = (2zT2)-' arctan W A estimativa de desvio padro :

    onde Y a potncia total estimada do trem de pulsos que retorna :

    e L o nmero de pulsos ( L = 2h.I para pares independentes ou pares espagados e

    L = M = 1 para pares contguos).

  • 6. ANLISE DE SONARES DOPPLER

    A anlise dos sonares doppler e seu funcionamento, notadamente em aspectos

    ligados ao tipo de sinal transmitido e tcnicas de processamento de sinal para

    extrair a velocidade, permitir um melhor entendimento do funcionamento dos

    ADCPs. Outros fatores como vantagens e desvantagens de cada tipo de sonar sero

    abordados. Considera-se em todos os casos, que os sonares so do tipo

    monoestticos ou seja, transmissor e receptor esto localizados no mesmo

    ponto e que a transmisso feita de um transdutor usando um feixe estreito.

    6.2 SONAR DOPPLER INCOERENTE

    Os sonares doppler incoerentes ou incoerentes pulso-a-pulso transmitem um trem

    de pulsos longos, peridicos, de alta fi-equncia. O sinal retroespalhado, que

    retoma de cada pulso, analisado individualmente. As amostras de dados so

    gravadas entre cada ping, separadamente, com uma certa frequncia de

    amostragem e correspondero a uma determinada clula, sendo processadas

    independentemente sobre a distncia inclinada. As estimativas de velocidade so

    feitas atravs de mdias entre pings sucessivos como visto no captulo 5.

    Nesse tipo de ADCP o clculo do desvio doppler de frequncia deve ser feito dentro de

    um tempo de residncia que no pode ultrapassar a durao do pulso de transmisso.

    Uma largura de pulso de vrios milisegundos necessria para permitir uma boa

    avaliao do desvio doppler de frequncia. Tais 'janelas de tempo" ainda so pequenas

    para produzir a resoluo necessria. Na prtica, as medidas de velocidade so feitas em

    grandes "anelas" de vrios metros.

    - P U L S O TRANSMITIDO

    Figura 19 - Pulso longo de alta fi-equncia

    33

  • Nesses sistemas, cada retorno do eco retroespalhado considerado como uma

    realizao, estatisticamente independente, de um processo aleatrio. Assim a

    mudana de fase do sinal recebido observada para cada pulso. Na mdia a

    mudana de fase proporcional ao movimento mdio dos espalhadores. A

    informao contida no movimento dos espalhadores poder ser extrada

    atravs da funo de Autocovarincia para cada eco. A Transformada de Fourier da

    funo Autocovarincia ser o espectro doppler.

    O pico de fiequncia do espectro doppler corresponder a velocidade mdia dos

    espalhadores. Haver uma correspondncia entre o pico e a frequncia mdia doppler. O

    alcance mximo nesse tipo de sonar corresponder a metade do intervalo entre

    pulsos (Figura 19) de acordo com (3) e ser limitado somente pela potncia de

    transmisso e ganho no processamento do sinal.

    6.2.1 Processamento Coerente de Sinal

    6.2.1.1 Introduo

    A seguir sero apresentadas formas de processamento de sinal aplicadas em radar, mas

    que, por analogia podem ser aplicadas em sonar. As tcnicas aqui apresentadas so

    aplicadas em sonares doppler tanto incoerente quanto coerentes.

    6.2.1.2 Diagrama em blocos da demodulao em fase e quadratura

    A demodulao do sinal que retoma comea, com a formapo do envelope complexo

    isto a obteno de duas sries em quadratura, tambm conhecida por Demodulao

    por Fase e Quadratura. Aps essa operao os canais em seno e coseno so

    filtrados, digitalizados e gravados. A banda de passagem do filtro deve ser maior que

    a largura de banda do pulso transmitido mais a expectativa do desvio doppler esperado.

    O par de canais de dados demodulados em quadratura, produziro um canal real e

    outro imaginrio que correspondero a um envelope complexo no tempo (Figura 20).

    As variaes em amplitude e fase no tempo, produziro a informao de

    velocidade dos espalhadores.

    34

  • de tos wetj Dsclador Principal Trans- misso i

    i[tl Filtro Passa.Baixa

    Sir al Recepo I 4 befasador de 90 graus

    R( I I

    Figura 20 - Diagrama em bloco de Sistema Doppler com Demodulago em Fase e

    Quadratura

    Sen 1w.t)

    6.2.1.3 Anlise do Processamento

    QN

    O processamento coerente de sinal requer que tanto a amplitude (magnitude) como a

    fase do sinal sejam usadas no processo. Entretanto, em sistemas coerentes, usando

    processamento de sinal digital, cada amostra do sinal precisa especificar tanto a

    amplitude como a fase em questo. Tal especificao passvel pelo uso de nmeros

    complexos, para representar cada amostra do sinal. Os nmeros complexos tm duas

    componentes ortogonais, que podem ser escritas como I + JQ , onde I a componente

    Filtro Passa-Baxa

    real ou em fase, Q a componente imaginria ou em quadratura e j um nmero

    imaginrio definido como 16 . Uma forma generalizada de um sinal faixa-estreita recebidos@) pode ser representada

    como:

    (3 0) s(t) = A(t) cos[cc>, t + 4 (t)]

    onde o, representa a fiequncia central da onda portadora, A(t) e 4(t) representam

    respectivamente, a amplitude e a fase do sinal faixa-estreita relativos a fiequncia a, .

    O valor de #(i) inclui qualquer modulago da fase do sinal transmitido, o efeito doppler

    e a constante do desvio de fase. As componentes I e Q de s(t) so obtidas pela

  • mistura ou batimento do sinal s(t) com o sinal do oscilador local (OL) cosc~,t, com

    ele mesmo defasado de 90" em outro canal (ver figura abaixo). As componentes I e Q

    podem ser consideradas como projees de um vetor sobre dois eixos ortogonais em

    qualquer instante de tempo. Essas so as caractersticas de uso da transmisso da onda

    portadora e da recepo no processamento coerente.

    , Filtro passa- 4 ) I = -cosqi baixa 2

    A(t) cos ut + qi 4 TA sen ut Figura 21- Gerao das componentes I e Q

    Filtro passa- baixa

    Os valores de I e Q na figura 21 resultam das identidades trigonomtricas:

    (3 1) 2 cos A cos B = [cos(A + B) + cos(A - B)] (32) 2 sen A cos B = [sen(A + B) + sen(A - B)]

    = BSen( 2

    (33) cos(A - 90") = sen A

    onde A = m0t e B = o o t + @(t), e as mdias formadas pelos filtros passa-baixa, resultam na remoo das altas fi-equncias representadas por (A+B). Os filtros passa-baixa

    usados aqui so projetados para deixar passar somente fiequncias contidas na

    modulao do sinal A(t) com qi(t). Devido ao fato do circuito da figura 21 remover o

    sinal da portadora, este chamado de detetor. Preserva-se com isso a informao da fase

    do sinal, que no destri a coerncia e por esse motivo chamado de detetor coerente

    ou sncrono.

  • A figura 22 demonstra que 1 e Q da figura 21 e a portadora original fornecem energia

    suficiente para a reconstruo do sinal original. A figura faz uma plotagem de nmeros

    complexos em um sistema de coordenadas no qual o eixo horizontal I e o eixo

    vertical Q .

    Figura 22 - Reconstruo do sinal usando I , Q e wt

    Figura 23 - Plotagem do nmero complexo (I + jQ)

    Note que juntando a origem com o ponto especificado do nmero complexo, todos com

    suas projees sobre os eixos I e Q , formam um tringulo retngulo. A magnitude de

    11 + j ~ l de um nmero complexo igual a raiz quadrada da soma dos quadrados das 2 112 duas componentes do nmero ( I 2 +Q ) . Observando a figura 23, a fase do sinal

    representada por I + jQ : 37

  • (34) Q 4 = arctan- I

    conveniente reescrever o nmero na forma exponencial:

    (3 5 ) Ae jx = A(cosx + j sen x) onde A a magnitude do nmero e e'" define o ngulo em relao ao eixo positivo de

    I . O complexo conjugado de um nmero complexo dado por:

    (36) ( I + jQ)*=I- jQ

    Na forma exponencial o complexo conjugado de (35) :

    (37) Aejx = A(cosx - j sen x)

    O complexo conjugado de um nmero multiplicado pelo prprio nmero produz a

    magnitude ao quadrado do nmero complexo:

    (3 8) (I + jQ)(I + jQ)* = ( I + jQ)(I - jQ) = I + Q2

    ou na forma exponencial:

    (3 9, (AejX)(Aejx)* = (Aejx)(Ae-Jx) = A2

    Pode-se notar que a multiplicao pelo complexo conjugado muda a fase do sinal.

    A estimativa da frequncia mdia baseada na Covarincia :

    A

    onde f, o desvio doppler em um tempo t, depois do incio da transmisso do

    pulso,At o intervalo de tempo e C(t,,t, + At) a fno de covarincia da reverberao do sinal em um tempo t, .

    A velocidade doppler calculada por:

    A 1 f d(tn)= tan-'

    (41) W , ) = ~ f d ( t n ) , onde f,, a fiequncia central do sistema sonar. 2.fmtr

    ImC(t,,t, + At) Re C(t, , t, + At)

    A funo de Covarincia calculada por:

  • onde i o ndice do ping ou pulso e Z, (t,) uma amostra do envelope complexo do

    sinal homodinado do ping de ordem i , t, segundos depois do incio da transmisso do

    pulso acstico.

    Existe um total de n pings no ensemble no qual a amostra de covarincia pontual

    calculada. A covarincia convertida em velocidade atravs da equao (43).

    Onde L um prolongamento em distncia do ponto amostra.

    Levando em conta o nmero de pontos amostra no volume de espalhamento teremos:

    onde f, a frequncia de amostragem do sinal digitalizado e z o comprimento do

    pulso transmitido.

    1 O tempo de retardo (time lag) At no qual a covarincia calculada - .

    f s

    6.2.1.4 Exemplo genrico de hardware do sistema doppler incoerente

    Um exemplo genrico de hardware da recepo do sistema sonar doppler incoerente

    concebido por Hansen (1985) ser mostrado abaixo. O sistema composto de

    transdutor, pr-amplificador e filtro passa-banda. Um controle automtico de ganho

    (AGC) mantm a sada do sinal em um nvel acima do limite de rudo. O AGC ser

    assumido como ideal, isto , o nvel de sinal mdio na sada constante. Depois disso

    formado o envelope complexo no rnisturador/filtro passa-baixa. Para sistemas sonar

    incoerentes aqui considerados, o incio da fase do sinal transmitido no importante.

    Considera-se que a fase do oscilador local seja constante e igual ao do sinal de

    referncia, pois se assim no forem, teremos um sinal com fi-equncia diferente do sinal

    transmitido, produzindo uma heterodinao. Essa aproximao implementada

  • fkequentemente em radares e sonares doppler com plataformas mveis, para manter o

    espectro do sinal localizado em uma banda de fiequncia em particular do filtro passa-

    baixa. Os sinais em quadratura so ento digitalizados na unidade A/D e a velocidade

    calculada por um hardware dedicado ou um computador pessoal.

    RECEPTOR

    Transdu tor

    D Pr- Amplifica- dor Controle Automa- tico de Ganho I go

    Fiiiro Passa- Banda

    Mistura- dor

    CANAL I

    Baixa

    \ CANAL Q

    SISTEMA ANALGICO DE HOMODINAO

    Figura 24 - Diagrama em bloco de um sistema sonar doppler incoerente

    6.2.2 - Varincia do estimador

    O limite inferior da varincia, na estimativa da fkequncia doppler de um nico

    pulso, dado pelo limite de Cramr-Rao de acordo com Brumiey, Cabrera e Deines

    (1987), no qual a varincia de um estimador no tendencioso aproximadamente:

    onde SNR a relao sinalh-udo do retorno doppler , o, o desvio padro da

    fiequncia doppler e T o comprimento do pulso.

    O desvio padro dado por Brumley, Cabrera e Deines (1987) na estimativa da

    velocidade radial U, dada por :

  • Entretanto para uma dada frequncia de operao, o desvio padro por ping

    inversamente proporcional ao comprimento do pulso transmitido. Para uma grande

    relao sinallrudo, o produto resolugo em distncia pelo desvio-padro em velocidade

    por ping :

    onde c a velocidade do som, U, a velocidade radial e T o comprimento do pulso.

    Nesse caso o produto proporcional ao comprimento de onda acstico h e

    independente do comprimento do pulso. O desvio-padro da resoluo em

    velocidade a mais sria limitao dos sistemas doppler incoerentes e diretamente

    responsvel pelo longo tempo mdio necessrio para controlar o erro absoluto em

    velocidade.

    6.2.3 Vantagens

    - Robustez do estimador; - Melhor alcance;

    - Implementao mais fcil comparado aos outros.

    6.2.4 - Limitaes

    -Necessidade de um tempo mdio maior para reduzir erros estatsticos na medida

    da velocidade mdia, a um nvel aceitvel;

    - Resoluo em profundidade limitada a cerca de um metro; -No consegue medir turbulncias em pequena escala

    6.3 SONAR DOPPLER COERENTE

    Os sonares doppler coerentes pulso-a-pulso ou pulso-coerentes, transmitem uma

    srie de pulsos (Figura 25) curtos e observam o movimento dos espalhadores

    atravs da mudanga de fase pulso-a-pulso. A variao da fase do sinal recebido no 41

  • observada continuamente, mas efetivamente na taxa de amostragem referente a

    fiequncia de repetio de pulsos, FRP. O teorema da amostragem relaciona tr= l/FRIP,

    isto o intervalo de amostragem com a banda do sinal, tr =1/2B = 1/2fhax Clue

    depende da mxima velocidade que se espera medir para que no haja "aliasing" .

    Com0 fdmax= Zfvmax /C, temos Vmax = c fbaX/2f = &ma, h/Z. Como f,= 2 fdmaxtemos:

    onde f, a fiequncia de repetio de pulsos e ;l o comprimento de onda do sinal r.

    Para que no haja ambiguidade o tempo de repetio do pulso est ligado a distncia

    mxima: t, = 2 R,a,/c. Temos ento:

    Combinando as duas equaes (48) e (49) obtemos:

    Vemos que o sonar coerente est limitado em distncia e velocidade mxima capaz

    de medir. Pode-se melhorar a situao com o aumento de h (diminuio da

    fiequncia). Essa equao conhecida como ambiguidade distncia-velocidade e

    pode ser melhorada atravs do aumento do comprimento de onda acstico. Essa

    diminuio da frequncia contudo associada com a reduo da largura de banda do

    sistema que gera uma diminuio da resoluo.

    O tempo entre pings ou pulsos ajustado para minimizar a interferncia com

    pings anteriores. Uma dada clula de distncia insonificada por pulsos

    sucessivos de maneira que, depois da demodulao, o sinal recebido

    segmentado pelo time-gating e amostrado de acordo com a fiequncia de repetio

    de pulsos, e ser uma representao discreta do retorno doppler dessa clula.

  • O sonar coerente pulso-a-pulso utiliza no mnimo dois pulsos para

    processar a medida de velocidade da corrente coerentemente.

    Tempo de residncia - o tempo entre pulsos sucessivos. Algumas partculas movem-se para fora do volume de espalhamento, enquanto outras esto entrando no mesmo

    volume. As novas partculas entram com fases aleatrias. O tempo de descorrelao do

    sinal ocorre durante o tempo de residncia e da ordem de d / U onde d o tamanho da

    clula ou volume de espalhamento e U a velocidade relativa entre o feixe e os

    espalhadores.

    Turbulncia no volume de espalhamento - Vrtices turbulentos, em escala espacial da

    ordem do volume amostra ou menor, alteram a distribuio de velocidade dos

    espalhadores.

    Divergncia do Feixe - O ngulo entre o vetor velocidade e a normal do transdutor pode

    ser modificado por variaes de velocidades, semelhantes a um aumento da turbulncia,

    que pode ocorrer com os espalhadores no volume de espalhamento.

    6.3.2 Clculo Doppler

    O clculo da fiequncia doppler pode ser feito por tcnicas como por

    exemplo, Anlise Espectral. Normalmente utiliza-se o estimador de Pares de Pulsos,

    ou a Covarincia Complexa do sinal:

    (5 1)

    onde :

    (52) C(t) = I ( t ) +iQ(t)

    I ( t ) e Q(t) so os sinais em fase e quadratura que se formam no receptor. C*(t) o

    complexo conjugado e R(z) pode ser expresso da seguinte forma:

  • Embora R(t) = a(z) + i.b(z) sejam complexos, a amplitude da covarincia um nmero par e real definido por:

    (54) R, ( z ) = JS( f - fo)cos(2nfz)df com a condio de :

    (54) I S( f - fo)sin(2@z)df = O

    fo pode ser definido como o desvio de frequncia necessrio a Transformada de

    Fourier S( f - fo) se tornar real. Como R, ( z ) real, pode ser representada por:

    Se o espectro simtrico em torno da frequncia mdia, obviamente fo se tornar par

    de forma a tender a condio da equao (55).

    A amplitude da Covarincia R,(z) contm informao da largura do espectro ou

    varincia, que pode ser derivada do espectro S( f - fo) . A autocorrelao do sinal :

    (57) Pe ( r ) = Re ( r ) ''e (0)

    (58) ~e (7) = Is(f - fo) cos(2d')df

    onde S, ( f - fo) o desvio normalizado do espectro para a integral I S( f - fo)# . No caso do espectro Gaussiano, ns temos;

    2 21202

    p, ( z ) = e-" cos(2nfz)dr =

    Para um dado z, a :

  • 6.3.3 - Varincia do estimador

    O desvio padro neste tipo de sonar foi analisado por Miller e Rochwarger

    (1972) para pares de pulsos independentes. Cabrera, Deines, Brumley e Terray em

    (1987) mostraram o erro em velocidade para pares de pulsos.

    No caso do estimador de pares de pulsos este tambm ser o estimador de

    verossimilhana e, no limite, para grandes relaes sinallrudo, o desvio

    padro doppler em velocidade para pares independentes ser, de acordo com

    Cabrera, Deines, Brumley e Terray em (1987) :

    onde B a banda doppler em Hertz e U, a velocidade radial.

    Figura 25 - Srie de pulsos curtos

    6.3.4 - Vantagens

    -Maior preciso na medida da velocidade mdia, da ordem de cmlseg;

    - Possibilidade de medir turbulncias em pequenas escalas;

    - Melhoria na resoluo espao-tempo.

    6.3.5 - Limitaes

    - Ambiguidade em distncia, que ocorre quando o intervalo entre pulsos menor

    que o tempo de reverberao para um nico eco;

    - Sobreposio de ecos esprios para baixa intensidade de retroespalhamento; - Decorrelao do eco entre os pings.

    45

  • - Alcance limitado a dezenas de metros

    6.4 SONAR DOPPLER BANDA-LARGA

    6.4.1 Princpios

    O objetivo fundamental de um perfilador acstico doppler coerente medir o

    deslocamento de partculas ao longo do feixe acstico, partculas essas que provocam

    retroespalhamento no intervalo entre pulsos consecutivos. Brumley, Cabrera e Deines

    (1987)

    Essa informao est contida nas caractersticas espectrais dos ecos recebidos. O

    "meio" (espalhadores distribudos na gua) pode ser representado por uma funo de

    espalhamento B(x), cuja varincia a seo reta espalhada , onde x a distncia ao

    longo do feixe acstico do transdutor. O eco recebido E(t) a convoluo do pulso

    transmitido A(t) com B(x) :

    onde c a velocidade do som e o fator 2 significa o percurso de ida e volta.

    Fazendo a Transformada de Fourier da equao acima temos :

    onde B(w) = B(1/ 2ck) sendo k o nmero de onda;

    Essa expresso sugere que o eco traz informao sobre o espectro do perfil

    retroespalhado, somente na parte do espectro onde A(@) no zero. Toda a informao

    sobre o processo faixa-larga B(w) em outras fkequncias perdida.

  • Um deslocamento na curva B(x) provoca um deslocamento em B(o) que pode ser

    calculado atravs da coerncia de ecos sucessivos. Se A(@) suficientemente estreito,

    ento a medida est sujeita a uma ambiguidade de 2 n- , mas se A(@) faixa-larga, a

    ambiguidade pode ser resolvida pelo ajuste de uma reta para o retardo em fase em

    funo da frequncia. A fase E(t) varia a uma taxa dada pela frequncia doppler mais

    uma turbulncia aleatria, devido ao mecanismo de descorrelao do sinal que ser

    discutido adiante.

    A soluo para a descorrelao do eco, ambiguidade em velocidade e variabilidade na

    intensidade do retroespalhamento pode ocorrer se o sistema estiver livre do

    inconveniente do intervalo entre pulsos ter ser maior que o tempo de propagao para a

    mxima distncia. O ideal seria receber e efetivamente processar de ecos de dois ou

    mais pulsos simultneamente. Nesse caso a mxima velocidade no-ambgua poderia

    ser aumentada pelo decrscimo no intervalo entre um par de pulsos (espaamento intra-

    par), enquanto mantm a separao entre pares sucessivos necessrio para evitar o

    Aliasing.

    Uma soluo codificar pulsos sucessivos de forma que eles sejam separados depois da

    recepo. A taxa de pings (pulsos) pode ser aumentada sem Aliasing em distncia.

    Usando duas frequncias de transmisso discretas, poderia se pensar de imediato em

    algum tipo de codificao , entretanto se dois pulsos tm frequncias sem sobreposio,

    ento os ecos do processo faixa-larga sero no-correlacionados.

    Umas alternativa tentar separar ecos de pulsos diferentes. Infelizmente a relao

    sinallrudo da ordem de 1 (amostras do sinal recebido contm retorno de duas clulas

    distintas e amostras separadas pelo espaamento intra-pulso tm uma sub-clula de

    distncia em comum). Se o espaamento entre pulsos igual ao comprimento do pulso,

    o erro em frequncia doppler equivalente ao uso de um sistema incoerente, cujo

    comprimento o dobro do espaamento intra-pulsos.

    Uma modificao na estratgia estreitar os pulsos de forma que eles fiquem menores

    que o tamanho da clula ou bin. Enquanto o espaamento intra-pulso permanece o

    mesmo. O efeito de estreitar o pulso encurtar o tempo de correlao do eco ou 47

  • equivalentemente, alargar a banda do sinal. Admitindo uma relao sinallrudo de 1

    (que equivale a um coeficiente de correlao de % entre ecos sucessivos), a varincia

    reduzida na proporo da mdia do produto tempo-largura de banda. O problema que

    decorre disso, infelizmente, a cavitao e choques que ocorrem em sonares reduzindo

    a potncia de pico. A reduo da largura de pulso causa reduo na potncia

    transmitida, na relao sinallrudo e no alcance do perfil.

    A codificao do pulso resolve esse problema , permitindo que uma mesma energia

    transmitida de um pulso no codificado seja fornecida produzindo ecos com largura de

    banda larga, correspondentes a um pulso curto de um elemento do cdigo. Se a largura

    do pulso igual ao tamanho da clula o produto tempo-largura de banda

    aproximadamente igual ao comprimento do cdigo.

    6.4.2 Aplicao

    Os problemas do sonar doppler coerente, como ambiguidade distncia-

    velocidade, decorrelao do eco e variao na intensidade do retroespalhamento,

    podem ser bastante reduzidos se o sistema estiver livre da limitao do tempo

    entre pulsos ser maior que o tempo para mxima distncia. Isso superado no sonar

    doppler banda-larga pela simultneidade no recebimento de ecos de dois ou mais

    pulsos. Se estreitamos o intervalo entre pulsos em relao ao sistema coerente

    pulso-a-pulso, a mxima velocidade no ambgua pode ser aumentada. O

    espaamento entre pings (arranjos de pulsos) pode ser aumentado o necessrio para

    cobrir a distncia desejada. O alcance limitado pela relao sinallrudo (SNR)

    Brumley, Cabrera e Deines (1 987).

    Este tipo de sonar utiliza a tcnica da Autocovarincia complexa para

    correlacionar ecos de diferentes pulsos retroespalhados, na mesma clula de

    distncia. A fase da funo de Autocorrelao ou Autocovarincia do envelope

    complexo do sinal demodulado, em um retardo correspondente ao espaamento

    entre pulsos, ser proporcional a velocidade.

  • Supondo que o espaamento entre pulsos mantido e estreitando-se a largura do

    pulso para o mesmo intervalo antes considerado, isso corresponder a um

    alargamento da banda e diminuio do tempo de correlao.

    Reduzindo o comprimento do pulso, significa diminuir a energia na gua, no eco

    e uma baixa relao sinallrudo (SNR) alm da diminuio no alcance. Para

    minirnizar essas questes, utiliza-se a codificao da fase, permitindo que uma

    mesma energia seja transmitida, tal como a de um pulso no codificado,

    fornecendo ecos de banda-larga originrios de pulsos curtos de somente um

    elemento cdigo. Os cdigos so bi-fsicos , escolhidos de forma a terem uma baixa

    Autocorrelao nos lbulos laterais (exceto no retardo T,).

    6.4.2.1 - Varincia do estimador

    A expresso dada por Zrnic (1977), de acordo com Brumley, Cabrera e Deines (1987),

    para a estimativa da varincia da velocidade usando algoritmo de pares de pulsos,

    pode ser generalizada sem modificao para o caso onde o espagamento de pares

    de pulsos T, uma amostra de muitos perodos em vez de apenas um. A expresso

    simplificada da equao de Zrnic para a varincia da velocidade radial em um

    nico ping por feixe, que derivada da fi-equncia radial doppler q para uma

    transmisso de dois pulsos :

    (64) var(fl, /Ua) = var(u,To) = ( c~(~A~u) ) [P -~ -1+2max(O.l-To /Ta)]

    onde U , = (1 / 4)Al no ,Ma o comprimento do cdigo , T, o intervalo mdio;

    Ma = T, / T, que o nmero de elementos cdigo por intervalo mdio.

    (65) P = ~ i a e a , P '(1 + 1 'sm)

    onde A,,,, = (1 - 1 / N,) ou % para N, = 2 pulsos e o coeficiente da autocorrelao

    ideal para um cdigo em particular transmitido ; SNR a relao sinal/rudo como

    ordinariamente definido ( potncia total do eco / potncia do rudo) ; o coeficiente ,8

    representa o efeito de vrios fatores que causam a decorrelao.

  • 6.4.3 - Vantagens

    - Robustez;

    - Maior alcance em relago ao sonar doppler coerente; - Melhor resoluo espacial; - Reduo da varincia.

    6.4.4 - Limitaes

    - A performance reduzida muito rapidamente para baixos valores de SNR. - Alcance limitado a centenas de metros

    - Mais sujeito a rudos

  • O estudo mostrado at agora foi baseado na necessidade de se estimar a fkequncia

    doppler, utilizando tcnicas acsticas doppler para possibilitar a extrao da

    velocidade mdia em um determinado volume de espalhamento sobre um determinado

    feixe. Como sabido os ADCPs normalmente so formados por trs ou quatro

    feixes. O vetor velocidade em trs dimenses no s funo das tcnicas acsticas e

    de processamento de sinais, mas tambm da geometria do sistema. As anlises

    geomtricas a serem apresentadas, buscam relaes genricas para ADCPs de trs e

    quatro feixes.

    Alguns fatores como a Largura do Pulso e o Movimento da Plataforma ou do

    equipamento influenciam a soluo geomtrica do problema. Qualquer movimento no

    compensado da plataforma ou do equipamento, diminuir a resolugo espacial do

    sistema. Na formulao a ser apresentada, considera-se que o sistema est livre

    dessas limitaes. Utiliza-se a premissa de que as componentes verticais do fluxo,

    paralelas a vertical da profiindidade, so desprezveis fiente ao fluxo horizontal,

    considerado estratifcado.

    Observaes:

    - O eixo Z ortogonal ao plano X-Y - O feixe 2 coincidente com o eixo Y

    - O ngulo entre os feixes 120"

    Figura 26 - Geometria em um ADCP de trs feixes

    5 1

  • - 4 ngulo entre cada um dos feixes e o eixo vertical Z

    Plano X-Y

    Figura 27 -Vista lateral

    Decompondo V, em termos de x ( rebatido sobre o plano X-Y e projetado sobre x ) :

    V,x = sen 4 ~ 0 ~ 3 0 O

    V,x = Y, sen 4 J3

    2

    v3x = - V, sen

    3

    Decompondo V, em termos de y ( rebatido sobre o plano X-Y e projetado sobre y ):

    V, sen 4 V,y=V,sen4sen30 =

    2

    V2 y = -V2 sen 4

    Y , sen 4 Y,y = y3 sen$sen30=

    2

    Y, sen 4 V, sen 4 Vy = -V2 sen(b + 2 2

  • Colocando as componentes em termos de cl, e f :

    Substituindo na relao 71 : 7

    ( q d - w,d)c sen 443 v, = 4m

    I Observaes: I - Os feixes esto espaados de 90"

    3 I 1 - H coincidncia entre os feixes e

    "4 o sistema cartesiano

    Figura 28 - Geometria em um ADCP de quatro feixes

  • Feixes e - 4 ngulo entre cada um dos feixes e o eixo vertical Z

    b Plano X-Y

    Figura 29 - Vista lateral

    Decompondo V, em termos de x ( rebatido sobre o plano X-Y e projetado sobre x ):

    V,x = V, sen4

    V2x = o V3x = -V3 sen 4

    V,x = o V, =V, sen4 -6 sen4

    (74) V, = (V, -&)sen4

    Decompondo V, em termos de y ( rebatido sobre o plano X-Y e projetado sobre y ):

    V,y=o

    V2 y = V, sen 4

    Y , y = o

    V, y = -V4 sen 4

    (75) V, = (V, - V4) sen 4

    Colocando as componentes em termos de o e f :

    ( q d - 03d)c sen 4 (76) V, = 20

  • (w2d - w4d)c sen 4 Vy =

    2w

    As relaes apresentadas expressam apenas a intensidade das componentes. As direes

    podem ser obtidas a partir da composio dos feixes com referncias como uma agulha

    magntica (bssola) ou outro referencial que expresse uma direo em relao a Terra.

  • 8. EXPERIMENTO EM ARRAIAL DO CABO

    O experimento teve o objetivo de avaliar o desempenho operacional de um ADCP de

    faixa-larga por um perodo de 13 dias, em comparao com os correntmetros RCM-7 e

    RCM-9 da Aanderaa.

    8.2 LOCAL

    O experimento de medio de correntes foi realizado em Arraial do Cabo entre os dias

    2511 1/98 e 08/12/98 na parte interna do Boqueiro, nas proximidades da Iha de Cabo

    Frio. A figura 30 indica o local do fundeio.

    8.3 MATERJAIS E EQUIPAMENTOS

    - ADCP RDI Workhorse Sentinel300KHz. - Correntmetro RCM -7

    - Correntmetro RCM -9 - Liberador Acstico Benthos

    - Poitas, cabos e ferragens - Boias Benthos e Equifort

    8.4 CONFIGURAO DOS EQUIPAMENTOS

    Os equipamentos foram sincronizados antes do incio do experimento. Foi programado

    um intervalo de amostragem de 2 minutos.

    8.4.1 ADCP

    Nmero de clulas de volume ( bins) = 25 (24 vlidas)

    Tamanho da clula (bin size) = 1 m

    N" de pulsos para mdias (pings per ensemble) = 70

  • em termos de velocidade da ordem de 2 2 cmls ou 2% da velocidade atual (ou a

    acurcia que for pior), a acurcia de direo de + 5" para inclinaes de 0-15" e + 7,5" para inclinaes de 1 5"-3 5".

    Foram montados dois esquemas de fundeio. Um esquema para o ADCP e outro para os

    correntmetros.

    8.5.1 ADCP

    Foi necessrio um sistema de fundeio em forma de 'Z" para que o feixe do ADCP no

    fosse obstrudo. O fundeio consistiu de:

    01 - Bia EQFORT de 25.4 cm de dimetro com flutuabilidades de 10 Kg como marcao do posicionamento do equipamento;

    41m de cabo de 0.5" de polipropileno torcido;

    e lm de amarra (corrente) de 1" com peso de aproximadamente 36 Kg como poita ;

    Base do ADCP de PVC preenchida com chumbo pesando aproximadamente 60 Kg;

    ADCP RDI Workhorse Sentinel300KHz.

    Observaes:

    Os feixes do transdutor do ADCP tem um ngulo de abertura 3,7" e uma inclinao com

    o eixo vertical de 20". Seus sensores de inclinao podem detectar variaes da ordem

    de _+ 20, mas qualquer inclinao no ADCP alm de 15" pode causar nidos no registro

    de dados. Com base nessa informao importante o planejamento de um tndeio em

    "L" do ADCP, com o objetivo de evitar que a linha da bia de marcao oscile dentro

    do ngulo de atuao do feixe (figura 31) e que o equipamento tenha o seu

    assentamento no fundo de forma plana. Para isso necessrio a verificao "in situ"

    com mergulhadores .

  • Figura 31- esquema de fundeio do ADCP

    8.5 .2 RCM7 e RCM-9

    Figura 32 - Esquema de fundeio para RCM-7 e RCM-9

    59

  • Neste caso o esquema de fundeio o mesmo para os dois, e possui uma configurao

    em forma de "I'' (figura 32 ).

    02 - Bia Benthos 204 HR-17 dimetro de 43.2 cm de dimetro com flutuabilidade de 25,4 Kg como bia de sustentao;

    7m de cabo de OS" de polipropileno torcido;

    Aanderaa RCM-7 com 12Kg de flutuabilidade negativa e Aanderaa RCM-9 com

    8Kg de flutuabilidade negativa.

    01 Liberador Acstico Benthos 865-A com 8 Kg de flutuabilidade negativa

    8.6 RESULTADOS

    So apresentados a seguir os resultados do experimento em Arraial do Cabo. Todo o

    processamento foi feito com o software MATLAB. Em primeiro lugar os dados foram

    submetidos a uma verificao de qualidade com eliminao de valores esprios e

    interpelao linear se necessrio. Em seguida foi feita uma verificao de sincronismo

    e interpolago de valores para que o instante de amostragem fosse o mesmo em todos os

    equipamentos.

    Foram calculados os coeficientes de correlao entre as velocidades com o objetivo de

    identificar que bin do ADCP correspondia a profundidade dos correntgrafos. Na figura

    33 vem-se os coeficientes entre ADCP e correntgrafos para todos os bins (1 a 25). O

    bin com maior coeficiente de correlao foi o de nmero 2 que fica a 4 metros do

    ADCP. Os maiores valores encontrados foram os seguintes: 0,8114 (ADCP e RCM-7) e

    0,6954 (ADCP e RCM-9). O nmero do bin encontrado est de acordo com a posio

    dos instrumentos.

  • CorrelaBo dos RCMs com os diferentes bins do ADCP

    1 I I I I

    RCM 7-Azul slid~Velocidade, tracejado=Dire@o.

    -0.21 I I I I o 5 1 O 15 20

    Nmero dos bins

    Figura 33 - grfico dos coeficientes de correlao entre velocidades do ADCP, RCM-7

    e RCM-9.

    8.6.2 AVALIAO DE QUALIDADE DOS DADOS

    Com o objetivo de se avaliar a qualidade dos dados foi elaborada uma tcnica de

    plotagem simultnea de dados de corrente do ADCP e dos dois RCM. Na figura 34

    apresentado um trecho da medio e ao final do captulo, nas figuras de nmero 46 a 58

    est mostrada toda a campanha, com a plotagem dos resultados dos trs correntgrafos.

    O exame indica um fncionamento correto dos instrumentos em toda a campanha. Essa

    tcnica de plotagem permite detectar fenmenos conspcuos e facilita a correlao com

    outros processos meteo-oceanogrficos como ser visto nos prximos itens.

  • RCM-9 Plotagern do dia 2511 I

    ADCP

    Horas

    Figura 34 - plotagem do registro do dia 25/11/98 dos 3 correntgrafos; no eixo vertical direo de 30 em 30 graus, no eixo horizontal o tempo em horas.

    Nota-se claramente nos grficos do experimento a presena de correntes de mar. Os

    espectros da figura 35 mostram esse fenmeno. A componente semidiurna aparece na

    fiequncia de 2 ciclos por dia. A componente quaterdiurna aparece bem no ADCP

    (prximo a 4 ciclos por dia). A mar de sizgia do dia 3 no apresenta maiores valores

    de velocidade. As velocidades grandes aparecem realmente com a frente fria, entrando e

    saindo do Boqueiro, sendo maiores na entrada (item 8.6.3).

  • CICLOS POR DIA CICLOS POR DIA

    I I OS 3 equipamentos

    CICLOS POR DIA CICLOS POR DIA

    Figura 35 - espectros normalizados: azul(direo), vermelho(ve1ocidade); no caso dos 3 instrumentos o grfico de direo: azul - RCM-7, vermelho- RCM-9 e verde o ADCP

    8.6.4 SEICHES

    Sabe-se da existncia de seiches de perodo igual a 20 minutos na enseada dos Anjos.

    No foram encontrados picos de valor prximo a esse nos espectros. A posio de

    fundeio, prximo ao Boqueiro no parece favorecer a deteco desse fenmeno.

  • I i

    1 I I I I I

    Bin 22 prof 3m -

    I I I I .

    O 10 20 30 40 50 60

    0.5

    1 I I I I I

    1 - I I I I I Bin 21 prof 4m

    0.5 .- -

    +**.---L-.. - . - . . - . - I . . . I. _ _ I I O 10 20 30 40 50 60

    Bin 25 prof Om - -

    0.5

    I I I I I

    Bin 20 prof 5m -

    h I.. . I I _ _ I I O 10 M 30 40 50 60

    Bin 23 prof 2m -

    o " h* . . - I I I I I O 10 20 30 40 50 60

    1 I I I I I

    Bin 18 prof 7m O. 5 -

    o & J I - . I I . I O 10 M 30 40 50 60

    1 I I I

    0.5

    1 I I I I

    Bin 16 prof Bm O. 5 -

    n I . . I I I

    1

    Figura 36 - Espectros do ADCP no experimento, sem ocorrncia de seiches

    0 M - *- - I I I I I O 10 M 30 40 50 60

    I I

    0.5

    - Bin 19 prof 6m

    -

    o- 1.- I . I I _ I O 10 20 30 40 50 60

    I I I I I

    Bin 17 prof 8m - -

  • 1 I I I I I

    Bin 15 prof 10m 0.5 -

    o I ---. . a - I I . . J I O 1 O 20 30 40 50 60

    I I I I

    Bin I 4 prof l l m -

    I .- I I I O 1 O 20 30 40 50 60

    I I I I

    Bin 13 prof 12m -

    I I I _ I O 1 O 20 30 40 50 60 I , I I I I I

    Bin 12 prof 13m 0.5 - -

    o I . . . - I I I I O 1 O 20 30 40 50 60

    1 I I I I I

    Bin 11 prof 14m -

    A-.-- - - I .- --. . . - I - - - - . I I O 1 O 20 30 40 50 60

    Figura 37 - Espectros do ADCP no experimento, sem ocorrncia de seiches

    65

    1 I I I I I

    Bin 10 prof l5m 0.5 -

    o I i . . . . . . 1 . . - , . . . . J I O 1 O 20 30 40 50

    1 I I I I I

    Bin 9 prof 16m 0.5 -

    o L I _ . . I I

    60

    O 1 O 20 30 40 50 60 1 I I I I I

    Bin 8 prof 17m 0.5 -

    o I _ I I I I O 10 20 30 40 50 60

    1 I I I I I

    Bin 7 prof 18m 0.5 -

    o O 1 O 20 30 40 50 60 I , I I I I I

    0.5

    o L 1 I L O 10 20 30 40 50 60

    - Bin 6 prof 19m

    -

  • 1 I I I I I

    1 I I I I I

    Bin 1 prof 24m 0.5 - - - - - - - . . I . - - . . - .- J . -. I

    O 10 20 30 40 50 60

    0.5

    O 10 20 30 40 50 60 1 I I I I I

    Figuras 38,39 e 40 - Espectros do ADCP , RCM-7 e RCM-9 sem seiches 66

    0.5

    1. . . L I ._ .._ I

    - Bin 5 prof 20m

    -

    - Bin 4 prof 21m

    -

    I . 1. I I I

    O 1 0 20 30 40 50 60 1 I I I I I

    0.5

    O I I I . I I O 10 20 30 40 50 60

    1 I I I I I

    Bin 2 prof 23m 0.5 - -

    I I I I O 1 O 20 30 40 50 60

    - Bin 3 praf 22m

    -

  • 8.6.5 FRENTE FRIA

    Observa-se nos grficos da campanha ao final do captulo que as velocidades de

    corrente so baixas na direo NE, gua entrando pelo Canal Boqueiro, entre a ilha e o

    continente; o mais comum a velocidade de sada ser maior (direo SW). Somente

    entre os dias 6 e 7 a gua entra com grande intensidade o que coincide com uma

    passagem de fYente pela regio, confirmada pelo grfico de ventos da figura 41,

    empurrando a gua para a costa. No entanto, a entrada de gua pelo Boqueiro no dia

    primeiro muito pequena, fato para o qual ainda no se encontrou explicao.

    Novembro Dias Dezembro

    Figura 41 - Vento entre os dias 2511 1 e 08/12 de 1998. Em azul direo (O a 360 graus), e em verde velocidade x 10 em mls. Mdias a cada 10 minutos

  • 8.6.6 ANLISE DE DESEMPENHO DO ADCP

    a) Direo

    Em busca de um critrio para anlise da preciso na medida de direo do ADCP parece

    aceitvel usar o espectro do sinal de direo como padro de comparao. Os picos do

    espectro correspondentes a componente de mar (perodo 12 horas) so (divididos por

    105: RCM-7 = 24,6 , RCM-9 = 10,6 e ADC P =3,66. A soma das reas do espectro,

    tambm divididas por 105 so: RCM-7 = 143, RCM-9=119 e ADCP=73. Isto indica

    que o ADCP para a mesma amplitude local das oscilaes menos sensvel as

    mudanas de direo. Em princpio seria de se esperar que o RCM-7 fosse menos

    sensvel por ser um instrumento com leme e portanto com inrcia. Uma explicao

    poderia ser a falta de organismos confirmada pela performance do RCM-9, que tambm

    um medidor acstico tipo doppler , e tambm foi inferior ao RCM-7.

    b) Velocidade

    O coeficiente de correlao para os dados brutos de velocidade de 0,8114 entre o

    ADCP e o RCM-7 e de 0,6954 entre o ADCP e o RCM-9. No h indcios de que este

    coeficiente seja maior para valores maiores de velocidade. A mdia entre diferenqas de

    velocidade do ADCP e o RCM-7 de 1,64 c d s e o desvio padro de 5,67 cmls. Entre o

    ADCP e RCM-9 a mdia de 4.65 cmh e o desvio padro de 7,2 cm/s.

    Os grficos do fim do captulo mostram que o RCM-9 o mais sensvel para pequenas

    velocidades (menor ccthreshold") e depois o ADCP. Este resultado era esperado porque

    o volume ccensonificado" pelo RCM-9 bem prximo do sensor e o RCM-7 tem um

    sensor mecnico de velocidade (rotor de Savonious).

    c) Perfis de velocidade

    A seguir so mostrados perfis de 6 em 6 horas durante todo o experimento.

  • Figura 42 - Perfil nas primeiras horas do dia 25/11/98

    25

    20

    15 E m 10

    5

    o

    10 30NWIS982253:O 20r/ :;R :;FJ :;Fl :;r/ O O 50 100 150 O 50 100 150 O 50 100 150 O 50 1W 150 O 50 1W 150

    Velddade cm/s Velocidade cmls Velocidade cmls Velocidade cmls Veloadade cm/s

    I I

    - I -

    - -

    - 25-NW-1698 18:53:00

    - -

    I I

    Figura 43 - Perfis do dia 25/11/98 at o dia 01/12/98

    O 50 100 150 Velocidade cmls

  • O 50 100 150 Velocidade cmis

    O 50 100 150 Velocidade cmls

    " O 50 100 150

    Velocidade cmls

    " O 50 100 150

    Velocidade cmls

    " O 50 100 150

    Velocidade cmls

    Figura 44 - Perfis do dia 02/12/98 at o dia 08/12/98

    Da anlise dos perfis de velocidade nota-se claramente um aumento da velocidade na

    altura do bin 20 (a cerca de 5 metros de profundidade) durante todo o experimento. No

    se sabe ao certo qual a razo para a ocorrncia desse aumento de velocidade, mas

    acredita-se que haja seja algum efeito proveniente do vento nessa camada.

    Fora essa camada atpica, o comportamento das demais camadas ficou variando de 10

    at no mximo 30 c d s durante todos os dias, no local do experimento..

    A figura 45 (4) mostra uma mdia de 10 perfis de velocidade vs profundidade. Vale a

    pena investigar o que est acontecendo na superficie. Os espectros