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INVESTIGAÇÃO DOS REQUISITOS DA NORMA BS EN 13374:2013 EM DISTINTOS
SISTEMAS PROVISÓRIOS DE PROTEÇÃO DE PERIFERIA A EFEITOS DE CARGAS
ESTÁTICAS – CLASSE A
C. F. N. SOUSA A.S. ADAMATTI
Acadêmica de Eng. Civil Acadêmico de Eng. Civil
UNISINOS - itt Performance UNISINOS - itt Performance
São Leopoldo; Brasil São Leopoldo; Brasil
[email protected] [email protected]
L.K. ZUCHETTO J. FIGUEIRÓ
Acadêmica de Eng. Civil Acadêmico de Eng. Civil
UNISINOS - itt Performance UNISINOS - itt Performance
São Leopoldo; Brasil São Leopoldo; Brasil
[email protected] [email protected]
U.C.M. QUININO
Ms. Eng. Civil
UNISINOS - itt Performance
São Leopoldo; Brasil
RESUMO
A falta de padronização e diversidades de projetos de sistemas de proteção coletiva, associada à precária fiscalização dos
órgãos competentes ou inobservância das normas, contribui para a ocorrência de acidentes. Com o propósito de esclarecer
aspectos técnicos de dimensionamento e morfologia contemplados em recomendações normativas, para estes dispositivos,
o presente estudo propõe investigar o desempenho estrutural de Sistemas Provisórios de Proteção de Periferia com
proposições diferentes (madeira, metal e combinação), obedecendo aos critérios de dimensão mínima e distribuição de
componentes estabelecidos por norma. Nesta investigação, os dispositivos são submetidos aos requisitos previstos na
norma British Standard European Norm EN 13374:2013 – Temporary edge protection systems – Product specification,
test method.2013. Por essa razão, torna-se imperativo a realização de experimentos que possam gerar fatores de correlação
para viabilizar e potencializar a confiança dos resultados de testes de resistência mecânica.
1. INTRODUÇÃO
Em um período de 7 anos (entre 2001 e 2007), houve um aumento de 93% na ocorrência de acidentes de trabalho em
obras [1], e a construção civil continua liderando o setor com maior número de acidentes. Em destaque, a estruturação
preventiva de segurança para risco de quedas de altura ainda é um problema grave e está, emergencialmente, necessitando
de novas reformulações, embora haja decretos visando à prevenção destes acidentes[3]. É obrigatória, na periferia da
edificação, a instalação de proteção contra queda de trabalhadores e projeção de materiais, a partir do início dos serviços
necessários à concretagem da primeira laje [2], [4]. A presente pesquisa, visando colaborar com as exigências
regulamentadas, propõe estudar experimentalmente o comportamento de distintos sistemas de proteção de periferia,
devidamente projetados com finalidade principal de funcionar como elemento que impeça a queda de pessoas e/ou objetos
em contornos de lajes, telhados, escadas e quaisquer áreas/superfícies horizontais caso seja necessária à proteção. As
proteções citadas se diferem quanto ao material utilizado para constituição das peças, geometria e morfologia, bem como
a fixação e vinculação. Faz parte desta investigação evidenciar sua adequação frente às especificações mínimas previstas
[5], [6], [7]. Além disso, estabelecer uma análise comparativa, evidenciando pontos positivos e/ou negativos de cada
sistema, cujo procedimento, requisitos e recomendações são adotados [1].
Souza, C. F. N.; Adamatti, A. S.; Zuchetto, L. K.; Figueiró, J.; Quinino, U. C. M.
Investigação dos requisitos da norma BS EN 13374:2013 em distintos sistemas provisórios de proteção de periferia a
efeitos de cargas estáticas – Classe A
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2. DESCRIÇÃO DO MATERIAL
De um modo geral, os protótipos são projetados, cujos elementos constituintes básicos obedecem às dimensões e
designações [1], na qual são descritos da seguinte forma: (a) Travessão superior: longarina ou elemento contínuo que
forma parte superior do sistema provisório de proteção de periferia; (b) Travessão intermediário: longarina ou elemento
contínuo colocado entre o travessão superior e a superfície de trabalho; (c) Rodapé: elemento disposto junto à superfície
de trabalho; (d) Montante: suporte vertical principal do sistema provisório de proteção de periferia no qual se fixam os
travessões e rodapé; (e) Tela de segurança: tela contra queda de materiais; (f) Peça de enchimento: Preenche o espaço
entre a face da viga, os travessões e o rodapé, permitindo a elevação das fiadas da alvenaria de fechamento do pavimento,
sem que haja obstrução do sistema de proteção. Os elementos de proteção foram vinculados aos dispositivos de apoio que
simulam a elevada rigidez das vigas às quais estarão fixados em obra.
2.1 Tipos de Sistemas de Proteção
2.1.1 Sistema de Proteção I –Madeira
Os elementos do sistema de madeira (montantes, travessão superior, travessão intermediário, rodapé e peça de
enchimento), são de madeira serrada, cuja espécie é o eucalipto, fixados entre si através de pregos. A tela de segurança
está unida aos elementos através de grampos metálicos. A Figura 1, ilustra a geometria adotada para este tipo de sistema,
bem como as dimensões entre componentes.
Figura 1: Dimensões e montagem do sistema de proteção de madeira
Fonte: RT 03-2013
2.1.2 Sistema de Proteção II –Metálico
Este sistema é constituído de tubos e chapas metálicas de aço estrutural A36 - SAE 1020, bem como de tela de proteção
do tipo “alambrado” com malha 5x15 cm e arame com diâmetro = 2,5 mm. Na Figura 2 é possível observar o
detalhamento das peças e sistema, bem como vinculação externa.
Figura 2: Dimensões e montagem do sistema metálico de proteção
Fonte: RT 02-2013
Souza, C. F. N.; Adamatti, A. S.; Zuchetto, L. K.; Figueiró, J.; Quinino, U. C. M.
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efeitos de cargas estáticas – Classe A
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Para a fixação dos quadros junto aos montantes, foram empregados calços e braçadeiras metálicas, bem como parafusos
de ajuste. As telas de segurança, por sua vez, foram fixadas aos quadros metálicos com o auxílio de soldas.
2.1.3 Sistema de Proteção III – Misto
Muito similar aos protetores I (madeira), no que tange aos elementos constituintes horizontais (travessões e rodapé), o
sistema misto dispõe de barras de madeira (eucalipto) que servem como elemento de fechamento e base para fixação da
tela de segurança que, por sua vez, é firmada junto ao travessão superior e rodapé, onde grampos são, cuidadosamente,
espaçados, garantindo a sua disposição final. Os montantes são tubos retangulares metálicos (aço estrutural - A36), cujas
dimensões e detalhamento podem ser visualizados na Figura 3. Neste modelo, os elementos de madeira são vinculados
aos montantes através de cantoneiras (guias) que permitem o encaixe perfeito e, posteriormente, pregos são utilizados
para garantir que não haja desprendimento das uniões.
Figura 3: Dimensões e montagem do sistema de proteção mista
Fonte: RT 01-2013
3. PROGRAMA EXPERIMENTAL
Para atingir os objetivos indicados no item 3 desta Comunicação, foi adotado o método dividido em duas etapas distintas,
apresentadas a seguir: (a) Etapa I – Estado Limite de Serviço: aplicação de cargas horizontais e verticais e medição dos
deslocamentos nas direções das cargas aplicadas (b) Etapa II – Estado Limite Último: aplicação de cargas horizontais e
verticais, combinados com o vento e da perda de estabilidade. As cargas em questão estão relatadas no Relatório Técnico
01– Verificação dos requisitos de carga estática para sistemas provisórios de proteção de periferia com montantes –
metálicos – classe A. 2013, no - Relatório Técnico 02-2013 – Verificação dos requisitos de carga estática para sistemas
provisórios de proteção de periferia – estrutura metálica – classe A. 2013 e também no Relatório Técnico 03-2013 –
Verificação dos requisitos de carga estática para sistemas provisórios de proteção de periferia de madeira– classe A. 2013.
3.1 Sistema de aplicação de cargas
A proteção - Classe A - é projetada para resistir somente às ações estáticas horizontais e verticais e deve atender aos
requisitos de carga previstos [1]. Tanto para a verificação do ELS, bem como para ELU, os protetores são submetidos a
um arranjo de cargas [1]. Nestas especificações, são preditas cargas concentradas horizontais e verticais em cada um dos
componentes do sistema de proteção de periferia – montantes, travessão superior, rodapé e tela de proteção contra queda
de materiais – não necessitando serem consideradas como simultâneas [1].
3.2. Leitura dos Deslocamentos
Como mencionado no item anterior, cada um dos componentes é submetido a uma carga horizontal FH, ou uma carga
vertical FV. Na verificação do ELS, a flecha é medida na direção de cada uma das cargas horizontais, aplicadas
transversalmente aos componentes, assim como para a carga vertical aplicada em qualquer ponto do travessão superior,
não devendo ser maior do que a respectiva máxima flecha elástica permitida (fmáx). Nesta fase, cada uma das amostras
recebeu uma carga inicial de 100 N e mantida por um período mínimo de um minuto, tendo sido removida logo em
Souza, C. F. N.; Adamatti, A. S.; Zuchetto, L. K.; Figueiró, J.; Quinino, U. C. M.
Investigação dos requisitos da norma BS EN 13374:2013 em distintos sistemas provisórios de proteção de periferia a
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seguida. Tal procedimento tem como objetivo permitir que quaisquer folgas sejam eliminadas. Após a remoção da carga,
é estabelecido o ponto de referência para medição das flechas elásticas. A partir deste ponto, na medida em que o sistema
é carregado até a carga característica, é realizada a leitura do deslocamento final que, por sua vez, é comparada com os
valores de flechas estabelecidos pela norma.
4. RESULTADOS
A seguir, são apresentados os resultados obtidos durante os ensaios mencionados no método descrito.
4.1. Estado Limite de Serviço
As cargas são aplicadas até o limite máximo previsto para verificação do ELS, ao mesmo tempo em que são feitas as
medições dos deslocamentos em suas direções. Com o intuito de determinar a curva carga aplicada vs deslocamento na
direção da carga, as leituras das flechas foram realizadas a cada 100 N de carga aplicada.
4.1.1 Sistema de Proteção I – Madeira
Graficamente, a Figura 4 ilustra o comportamento dos protetores de periferia de madeira para as cargas FH1 (travessão
superior e montante), FH2 (travessão intermediário) e FH3 (rodapé).
Figura 4: Carga horizontal ao sistema de proteção de periferia
Fonte: RT 03-2013
Nas figuras apresentadas, a identificação P0, P1, P2, P3, P4 e P5 representam nomes adotados para os protótipos testados.
Nestes testes, é pertinente destacar que o limite de deslocamento na direção da carga FH1 é de fH1máx=150 mm e para as
direções de FH2 e FH3, a flecha máxima é limitada em fH2máx= fH3máx = 120 mm [1]. Em todos os casos, os limites de
deslocamentos foram obedecidos, sem que houvesse quaisquer tipos de danos ou comprometimento da estabilidade global
do sistema. Sob a ação da carga FV = 1250 N vertical aplicada na metade do vão do travessão superior, intermediário e
rodapé, as flechas obtidas nas direções das cargas não excederam 200 mm.
4.1.2. Sistema de Proteção II – Misto
A Figura 5 ilustra o comportamento dos protetores de periferia – mistos – para as cargas FH1 (travessão superior e
montante), FH2 (travessão intermediário) e FH3 (rodapé) e, da mesma forma que os protetores constituídos de madeira, os
limites de deslocamentos foram obedecidos.
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0 50 100 150 200 250
CARG
A A
PLIC
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A F
H1
[ N ]
DESLOCAMENTO fH1[ mm ]
ELS - CARGA vs DESLOCAMENTO - HORIZONTAL - MONTANTES
P0 DIR
P0 ESQ
P1 DIR
P1 ESQ
P2 DIR
P2 ESQ
P3 DIR
P3 ESQ0
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0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
CAR
GA
AP
LICA
DA
FH
1[ N
]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
ELS - CARGA EXCEPCIONAL HORIZONTAL NO TRAVESSÃO SUPERIOR
P0
P1
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0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
CA
RG
A A
PLI
CA
DA
FH
2[
N ]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
ELS - CARGA EXCEPCIONAL HORIZONTAL NO TRAVESSÃO INTERMEDIÁRIO
P0
P1
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CAR
GA
AP
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DA
FH
3[
N ]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
ELS - CARGA EXCEPCIONAL HORIZONTAL NO RODAPÉ
P0
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Souza, C. F. N.; Adamatti, A. S.; Zuchetto, L. K.; Figueiró, J.; Quinino, U. C. M.
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efeitos de cargas estáticas – Classe A
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Figura 5: Carga horizontal ao sistema de proteção de periferia
Fonte: RT 03-2013
Analisando os sistemas mistos sob a ação da carga vertical (FV =1250N) no travessão superior, foi possível constatar que
todos os protetores testados possuem condições favoráveis de resistir à carga, uma vez que o seu desempenho foi aceitável
e está de acordo com os requisitos na verificação das deformações excessivas, assim como da capacidade de carga e
estabilidade. A Figura 6 indica os valores de deslocamentos medidos no centro do travessão superior, entre os montantes
para uma carga crescente até o limite de 1250N. Da mesma forma, sob a ação da carga FV = 1250 N vertical aplicada na
metade do vão do travessão intermediário e rodapé, a flecha obtida na direção da carga não deve exceder 200 mm.
Figura 6: Curvas FV x fV – protetores mistos
Fonte: RT 01-2013
4.1.3. Sistema de Proteção III – Metálico
A Figura 7 ilustra o comportamento dos protetores de periferia – metálicos – para as cargas FH1 (travessão superior) e FH3
(rodapé), na qual é possível observar que os limites de deslocamentos estabelecidos pela norma foram obedecidos.
Figura 7: Carga horizontal ao sistema de proteção de periferia – travessão superior e rodapé
Fonte: RT 02-2013
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0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
CAR
GA
AP
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DA
FH
1[ N
]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
ELS - CARGA EXCEPCIONAL HORIZONTAL NO TRAVESSÃO SUPERIOR
P0
P1
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0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
CAR
GA
AP
LICA
DA
FH
2[
N ]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
ELS - CARGA EXCEPCIONAL HORIZONTAL NO TRAVESSÃO INTERMEDIÁRIO
P0
P1
P2
P3
P4
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50
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0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
CARG
A A
PLIC
AD
A F
H3
[ N ]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
ELS - CARGA EXCEPCIONAL HORIZONTAL NO RODAPÉ
P0
P1
P2
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0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
CARG
A A
PLIC
AD
A [
N ]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
ELS - CARGA EXCEPCIONAL VERTICAL NO TRAVESSÃO SUPERIOR
P0
P1
P2
P3
P4
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500
1000
1500
2000
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0 30 60 90 120 150
CAR
GA
APL
ICA
DA
FH
1[N
]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
CARGA EXCEPCIONAL HORIZONTAL - TRAVESSÃO SUPERIOR
P0 P1 P2 P3
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500
1000
1500
2000
2500
0 20 40 60 80 100 120
CAR
GA
APL
ICA
DA
FH
3[N
]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
CARGA EXCEPCIONAL HORIZONTAL - RODAPÉ
P0 P1 P2 P3
Souza, C. F. N.; Adamatti, A. S.; Zuchetto, L. K.; Figueiró, J.; Quinino, U. C. M.
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Como cada protetor possui um par de montantes, adotou-se registrar a média dos valores encontrados para os componentes
do protetor. Graficamente, a Figura 8 apresenta o comportamento dos montantes dos protetores de periferia para a carga
FH1. Assim como no caso da carga excepcional horizontal no travessão superior, a flecha máxima permitida pela norma
para essa configuração é de FH1máx=150 mm.
Figura 8: Carga horizontal ao sistema de proteção de periferia – montante
Fonte: RT 02-2013
Para aplicar a carga vertical no travessão superior decidiu-se adotar o emprego de uma alça (cabo de aço), reduzindo a
altura das massas utilizadas com relação ao solo, garantindo a segurança dos equipamentos e operários. Sob a ação da
carga FV = 1250 N vertical aplicada na metade do vão do travessão superior, assim como do rodapé (travessão inferior),
a flecha obtida na direção da carga não excedeu 200 mm – ver Figura 9.
Figura 9: Carga vertical no sistema de proteção de periferia – travessão superior e rodapé
Fonte: RT 02-2013
4.2. Estado Limite Último
Para que o sistema de proteção de periferia esteja de acordo com os requisitos estabelecidos pela norma, é imprescindível
a ausência de ruptura ou desprendimento dos componentes, bem como de deformação permanente, quando submetido à
ação das cargas e combinações (carga estática e ação de vento). Após a aplicação das cargas máximas previstas,
respeitando o tempo de um minuto, é feita uma análise visual dos travessões, montantes, tela de proteção, ligação entre
eles, assim como vinculação com o sistema de apoio.
4.2.1. Sistema de Proteção I – Madeira
Com o interesse de identificar a máxima carga suportada pelo componente e de avaliar a perda de estabilidade do protetor
frente à ação da carga FH1, optou-se por acrescer o carregamento, levando-o até a ruptura. Em três protetores testados,
aleatoriamente, a falha ocorreu de maneira esperada, uma vez que as tensões de tração atuantes superaram a resistência à
tração paralela às fibras da madeira constituinte. É possível observar, por meio da Figura 10, que os sistemas de proteção
resistiram à ação da carga com uma magnitude superior que a prevista em norma, quando da verificação do ELU –
combinação da ação da carga excepcional e ação do vento de 950 N – cerca de 1,4 a 1,9 vezes maior.
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0 5 10 15 20 25 30
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XC
EP
CIO
NA
L H
OR
IZO
NT
AL
AP
LIC
AD
A [
N ]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA - fh1 [mm]
CARGA vs DESLOCAMENTO - HORIZONTAL - MONTANTES
MONTANTES P0
MONTANTES P1
MONTANTES P2
MONTANTES P3
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600
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0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
CA
RG
A A
PLI
CA
DA
FV
[N]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
CARGA VERTICAL NO TRAVESSÃO SUPERIOR
P0 P1 P2 P3
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400
600
800
1000
1200
1400
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
CA
RG
A A
PLI
CA
DA
FV
[N]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
CARGA VERTICAL NO RODAPÉ
P0 P1 P2 P3
Souza, C. F. N.; Adamatti, A. S.; Zuchetto, L. K.; Figueiró, J.; Quinino, U. C. M.
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Figura 10: Carga horizontal no travessão superior do sistema de proteção de periferia de madeira
Fonte: RT 03-2013
4.2.2. Sistema de Proteção II – Misto
Com o mesmo propósito ao modelo anterior, sabendo que a finalidade principal deste tipo de sistema é evitar a queda de
pessoas e/ou objetos, no sentido de dentro para fora, decidiu-se avaliar o desempenho do sistema até a ruptura frente à
ação horizontal no travessão superior. Recorrendo à Figura 11, nota-se que o sistema proposto possui condições favoráveis
para ser empregado para a finalidade a qual se destina uma vez que a carga média de ruptura em todos os casos foi,
evidentemente, superior àquela estabelecida nos requisitos da norma, no que se refere à verificação do ELU. A partir dos
resultados, o valor médio da carga máxima suportada pelos travessões superiores ficou compreendido num intervalo entre
2000 N a 2250 N, cerca de 2 a 2,4 vezes maior ao valor considerado como requisito mínimo na norma.
Figura 11: Carga horizontal no travessão superior do sistema de proteção de periferia misto
Fonte: RT 01-2013
4.2.3. Sistema de Proteção III – Metálico
A função principal deste tipo de sistema está associada à ação da carga excepcional na direção horizontal, sendo esta
aplicada na altura do travessão superior, como sendo a configuração mais desfavorável. As quatro amostras foram
submetidas a uma carga de 2000 N nesta direção - 2,2x maior que a carga máxima de ensaio – que não houve falhas.
Carga horizontal paralelamente aplicada ao plano do sistema de proteção - FHP
Faz parte da investigação averiguar o comportamento do sistema de proteção quando submetido à carga FHP – em que a
sua direção deve coincidir com o eixo do travessão superior – foram adotadas duas maneiras semelhantes para aplicação
da carga (assim, cada protetor foi verificado duas vezes para este critério). Primeiramente, a carga é aplicada no montante
esquerdo do protetor, no sentido de fora para dentro, obedecendo aos requisitos de valor característico, bem como o fator
de majoração estabelecido pela norma (FHP = 200 N x 1,5 = 300 N). Em seguida, com a mesma intensidade, direção e
sentido da carga FHP aplicada no montante esquerdo do protetor, o montante direito foi solicitado. Neste caso, a ação da
carga se dá no sentido de dentro para fora do protetor.
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0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
CAR
GA
AP
LICA
DA
FH
1[ N
]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
ELU- CARGA EXCEPCIONAL HORIZONTAL NO TRAVESSÃO SUPERIOR
P2
P3
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0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 50 100 150 200 250
CA
RG
A A
LIC
AD
A [N
]
DESLOCAMENTO NA DIREÇÃO DA CARGA [ mm ]
ELU - CARGA EXCEPCIONAL HORIZONTAL NO TRAVESSÃO SUPERIOR
P0
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P2
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LIMITE P/ ELU - 953 N
Souza, C. F. N.; Adamatti, A. S.; Zuchetto, L. K.; Figueiró, J.; Quinino, U. C. M.
Investigação dos requisitos da norma BS EN 13374:2013 em distintos sistemas provisórios de proteção de periferia a
efeitos de cargas estáticas – Classe A
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5. CONCLUSÃO
Com base nos ensaios e verificações realizadas neste trabalho, é viável apresentar as seguintes constatações:
- os resultados coletados indicam que o desempenho dos protetores é adequado e suficiente para resistir às eventuais ações
previstas na verificação do ELS e ELU [5], [6] e [7]estabelecidos pela norma, no que tange às cargas excepcionais
horizontais atuantes no travessão superior e intermediário, bem como no rodapé;
- no teste dos montantes, os elementos que fazem parte da fixação do protetor apresentaram comportamento satisfatório,
uma vez que estes elementos atenderam aos requisitos de deformação excessiva;
- no que se refere aos testes realizados nas telas de proteção contra queda de materiais, considera-se que a mesma resiste,
suficientemente, às condições normais de trabalho, uma vez que suportou as cargas previstas para verificação do ELU.
Sugere-se, portanto, uma fixação com espaçamento controlado entre grampos, com a tela devidamente esticada;
- para os casos em que a madeira é empregada como material de constituição, há uma advertência no que tange a espécie
da madeira (eucalipto), suas condições de uso e categoria;
- O fato de que a madeira utilizada nos sistemas de proteção deve estar isenta de nós e/ou defeitos, pode acarretar em um
custo mais elevado, quando comparado à madeira comum;
- O sistema de proteção de periferia do tipo metálico possui maior rendimento. Em relação ao custo de confecção, ele tem
a desvantagem inicial de se tornar mais caro, porém, quando analisado em longo prazo, o sistema tornar-se mais barato,
pois ele pode ser reutilizável, ou seja, a mesma proteção de periferia pode ser usada, mais vezes, em obras diferentes,
tendo a sua vida útil elevada. Os ensaios referidos neste estudo mostraram que o sistema de proteção metálica está
superdimensionado, sendo assim, no que diz respeito a estes sistemas, os mesmos podem ter dimensões de materiais
reduzidas e, consequentemente, custos reduzidos;
- O sistema de proteção de periferia do tipo misto apresentou um custo benefício compatível com os materiais utilizados,
porém, não apresenta boa relação quando comparada a vida útil do sistema com os outros sistemas do tipo de madeira e
metálico. Os travessões e o rodapé, do sistema misto, foram confeccionados com material de madeira, ou seja, em longo
prazo, apresentarão defeitos e a qualidade final ficará reduzida se adequadas manutenções não forem feitas.
6. REFERÊNCIAS
[1] British Standard European Norm EN 13374:2013 – Temporary edge protection systems – Product specification, test
method.2013.
[2] NORMA REGULAMENTADORA. NR 18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.
1978.
[3] NORMA REGULAMENTADORA. NR 35: Trabalho em altura. 2012.
[4] BAXENDALE; JONES - Recomendação Técnica de Procedimento – Medidas de proteção contra quedas de altura.
2000.
[5] itt Performance - Instituto Tecnológico em Desempenho da Construção Civil - Relatório Técnico 01– Verificação
dos requisitos de carga estática para sistemas provisórios de proteção de periferia com montantes – metálicos –
classe A. 2013.
[6] itt Performance - Instituto Tecnológico em Desempenho da Construção Civil- Relatório Técnico 02-2013 –
Verificação dos requisitos de carga estática para sistemas provisórios de proteção de periferia – estrutura metálica
– classe A. 2013.
[7] itt Performance - Instituto Tecnológico em Desempenho da Construção Civil- Relatório Técnico 03-2013 –
Verificação dos requisitos de carga estática para sistemas provisórios de proteção de periferia de madeira– classe
A. 2013.