inversão

22
a digital m invers A eão Número 123, 23 Maio 2011 magazine são Edição Especial Aprender à distância 1 Esta edição é dedicada àqueles que não suportam o bota-abaixismo e o chico-espertismo.

Upload: miguel-soares

Post on 23-Mar-2016

217 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

a digital magazine

TRANSCRIPT

Page 1: inversão

a digital m

invers

Aeão

Núm

ero

123,

23

Mai

o 20

11

magazine

versão

Edição Especial

Aprender à distância

1

Est

a e

diç

ão

é d

ed

ica

da

àq

ue

les

qu

e n

ão

su

po

rta

m o

bo

ta-a

ba

ixis

mo

e o

ch

ico

-esp

ert

ism

o.

Page 2: inversão

2

a digital magazine

inversão

Ficha Técnica Editores: Alexandra Cardoso, Anabela Lopes, Daniela Rodrigues, Miguel Duarte Soares.

Jornalistas: Ana Raquel Neto, António Bessa, Carla Cid, Emanuel Jesus, Sandra Rios, Tânia Cruz.

Formadores: Sofia Cerveira, Sandra Cristina, João Raimundo, José Soares, Orlando Carvalho, Sérgio Barbosa,

Ana Cristina Silva, Ana Margarida Macedo, Ana Paula Carvalho, Ana Paula Pires, Anabela Mateus, Carlos Ale-

xandre Azevedo, Dália Miranda, Florbela Martins, Domitila Cardoso, Maria José Rodrigues, Paula Cristina Mar-

tins, Raquel Oliveira, Sandrina Martins, Sílvia Faria, Sónia Fernandes, Susana Capela.

SUMÁRIO Anotação, Anotanim Editorial | Importa-se de Repetir? Entrevistas | Conhecimento em Linha Formação à Distância | Meio-Fundo Intergerações | Variações Variantes | Penso eu de que Opinião |

Deste Mundo e Do Outro O Vizinho Virtual | Finíssimo Glossário | Tinta Da Tina Ilustração | Azo ao Clic Fotografia.

Page 3: inversão

a digital magazine

inversão

3

a digital review

Editorial Distantes estão os trapos, velhos são os outros

Oscar Wilde sabia do que falava. Do alto da sua sapiência atirou: “A verdade é raramente nua e nunca é simples. A vida moderna seria terrivelmente enfadonha se assim fosse.” É por ser dura e difícil que a verdade é apetecível. É por ser complexa que exultamos. Nos seus múl-tiplos rostos e gestos, a sociedade é, assim, o nosso campo de trabalho. É esta percepção sem-pre renovada que nos comprometemos apresentar.

A inversão procura ir ao encontro da modernidade, assumindo como orientação funda-mental a procura da verdade (das verdades), assente na honestidade de processos, na vertica-lidade e defesa dos nossos princípios e na vontade de fazer melhor. Nós esclarecemos, apre-sentamos perspectivas, deixamos caminhos possíveis para se desbravarem novos horizontes. Ao leitor cabe espreitar, ler e deixar-se entusiasmar pela actualidade dos temas e pelo rigor e

profundidade com que são tratados. Também temos um novo rosto. E há novas rubricas e espaços para a opinião livre se espraiar. O que não muda é a inquietação permanente de perceber a urbe, as gentes e as ideias.

Distantes estão os trapos, velhos são os outros que não saboreiam as novas oportunidades. Damos neste número ao leitor todas as informações, para que não se sinta excluído e possa

usufruir de todas as oportunidades do mundo virtual. A nossa revista não se limita a ser infor-mativa procura também promover a reflexão em torno de um assunto que já faz parte da vida de muitos e que é essencial para o progresso do conhecimento. Para aprender é preciso arris-car, neste caso, o risco é o de uma aprendizagem autónoma, independente e assente na res-ponsabilidade do aprendente. Colocar-se em rede e dando-se a oportunidade de realizar uma multiplicidade de aprendizagens de acordo com as suas necessidades e possibilidades. Disto daremos conhecimento colocando em confronto pontos de vista diferentes sobre modelos de educação.

Esta semana, a nossa equipa esteve no Fórum Nacional da Formação à Distância e Online que decorreu no Palácio Nacional da Formação: um evento que merece destaque pela nature-za dos temas debatidos, qualidade dos participantes e pela ousadia dos resultados alcançados.

Para a inauguração deste evento esteve presente o Presidente da República e o Primeiro-

Ministro, que deram à inversão uma entrevista esclarecendo a sua posição sobre o futuro da

Educação à Distância e Online, estratégias e investimento para a mesma.

Ano

taçã

o, A

nota

nim

Page 4: inversão

a digital magazine

inversão

4

Entrevista Cavaco Silva revela-se "maravilhado" com a EaD O Presidente da República marcou presen-ça na abertura dos trabalhos do “Fórum Nacional da Formação à Distância e Onli-ne” que decorreu no Palácio Nacional da Formação entre 18 e 20 de Maio. Foi mes-mo o primeiro orador para uma assistência constituída pelos mais conceituados for-madores especialistas em elearning. No seu discurso, o Presidente da República deu a entender que este tipo de oferta formativa se enquadra perfeitamente na

sociedade actual e que promove a forma-ção contínua numa considerável franja da população, em especial a da juventude. Assumindo-se como alguém que tem con-seguido acompanhar os avanços das novas ferramentas das Tecnologias de Informa-ção e Comunicação, testemunha que esse esforço lhe tem proporcionado uma visão mais completa da sociedade portuguesa e dos fenómenos mundiais. No final do seu discurso, a nossa equi-pa de reportagem interpelou o Presidente da República no sentido de conhecer a importância da Educação à Distância (EaD), tendo referido que “é cada vez mais impor-tante manter laços permanentes com as instituições do nosso país, mesmo para quem está emigrado. E, assim sendo, poder frequentar formação em português e resi-

dindo fora de Portugal é um ganho enorme que a tecnologia actual proporciona”. Nes-te sentido, foi-lhe pedido que comparasse a formação académica disponibilizada no seu tempo com a actual, tendo aludido à sua experiência de estudante bolseiro no estrangeiro: “Fui estudante universitário no estrangeiro e foi muito difícil conciliar os estudos orientados por professores de cá com os outros que eram orientados por professores de lá. Talvez, com a possibili-dade de elearning, tal como hoje existe, essa dificuldade não tivesse ocorrido e, muito provavelmente, algumas das viagens que efectuei tivessem sido desnecessárias”. Questionado sobre a possibilidade de utili-zar este tipo de ferramentas, respondeu: “Faço questão de participar activamente na actualização de conteúdos da página oficial da Presidência e tenho utilizado as redes sociais para comunicar, de forma mais informal, nomeadamente o Facebook. Também utilizo o e-mail há muito tempo e agora até para trocar informações com alguns dos meus colaboradores. Já partici-pei em vídeo-conferências internacionais e quando me encontro fora do país realizo com frequência videochamadas para os meus familiares, em particular para os meus netos”.

Mesmo antes de terminar a nossa entrevista, o Presidente fez questão de se dirigir novamente aos profissionais presen-tes, em tom confessional: “Estou maravi-lhado com aquilo que tenho observado nesta área da formação em Portugal, e em particular neste evento, onde assisti a par-ticipações e apresentações brilhantes por parte dos especialistas. Aprecio o esforço que todos os profissionais desta área têm empreendido. Estão de parabéns”.

Impo

rta-

se d

e re

petir

?

Page 5: inversão

a digital magazine

inversão

5

Entrevista José Sócrates enaltece espírito empreendedor de profissionais da EaD

O “Fórum Nacional da Formação à Dis-

tância e Online” contou, entre as mais altas

entidades do Estado, com a participação do

Primeiro-Ministro, que fez as honras de

abertura dos trabalhos.

No seu discurso sobre a temática da Educação à Distância (EaD), o Primeiro-Ministro referiu-se aos avanços verificados no país, nesta área. Referiu a grande importância de dois programas nacionais, Plano Tecnológico e Novas Oportunidades (NO), para a criação de um espaço no mer-cado para este tipo de oferta formativa.

No final, abordado pela nossa equipa de reportagem, o Primeiro-Ministro dispo-nibilizou-se para responder a algumas questões que nos pareciam essenciais para esclarecer a disponibilidade do governo no apoio a iniciativas deste género.

Questionado sobre os motivos da sua presença neste evento, o Primeiro-Ministro afirmou: “Acompanharei sempre de forma muito próxima e, se possível, marcarei a minha presença em eventos deste género que se caracterizam pela inovação e modernidade que trazem à sociedade por-tuguesa. Os portugueses ganham quando a oferta formativa de qualidade aumenta, o país mostra para o exterior uma imagem de uma sociedade que tenta recuperar o atraso crónico no nível médio de escolari-dade dos seus cidadãos; estes eventos são ainda consequência do forte investimento feito nas redes de comunicação, nomea-damente de internet com fibra óptica que permite construir plataformas de comuni-

cação de grande qualidade em ambientes virtuais”. Em seguida, questionado sobre os números da realidade portuguesa e o termo de comparação com os países que já têm tradição neste tipo de oferta forma-tiva, afirmou que “os dados actuais são muito interessantes, quer em número de empresas que pertencem ao sector, quer em número de cursos, níveis formativos e até no número de formandos inscritos nes-ses cursos. Também sabemos que temos uma das melhores redes de banda larga móvel e de fibra óptica do mundo e isso é importante para o florescer deste mercado. Por último, deparo-me aqui com a exce-lente qualidade dos profissionais deste sector que também revela o espírito empreendedor que se pretende cultivar na sociedade”. Tentamos perceber, por fim, qual o empenho que o governo terá, a curto e médio prazo, nestas participações, o Primeiro-Ministro acabou por revelar em primeira mão e de forma muito surpreen-dente que “vamos continuar a investir nas redes de comunicação e já temos o concur-so para a criação da banda 4G lançado, com sinais evidentes de que surgiram boas propostas das operadoras e com essa verba poderemos continuar com o programa Novas Oportunidades durante a próxima legislatura. Aliás, reforçaremos as valências dos Centros NO com a possibilidade de se estruturarem ofertas formativas mais abrangentes e que cubram grande parte dos interesses, para aqueles que estão no activo e, sobretudo, para aqueles que estão desempregados e procuram reforçar os seus conhecimentos e reentrar no mercado de trabalho”.

A visão optimista do Primeiro-Ministro gera expectativa nos profissionais do sec-tor, que agora esperam a concretização desta ideias e de outras que surgiram nos debates aqui realizados.

Impo

rta-

se d

e re

petir

?

Page 6: inversão

a digital magazine

inversão

6

Entrevista Martin Dougiamas: "Não somos somente um banco de memória"

A inversão entrevistou Martin Dougiamas, o fundador e principal programador do Moo-dle, um dos LMS (Learning Management Systems - Sistemas de Gestão de Aprendiza-gem) mais conhecidos em todo o mundo.

inversão: Como e quando é que nasceu o Moo-dle? Martin Dougia-

mas: O Moodle nasceu em 1999

em resultado da frustração que na altura eu sentia em relação aos LMS comerciais. inversão: Então já era um utilizador de plata-formas LMS comerciais, nessa altura? MD: Eu era gestor do WebCT da Universi-dade de Curtin, na Australia. Antes disso tinha começado por trabalhar lá como webmaster. inversão: Então a sua formação é na área de informática... MD: Sim, a formação de base, mas depois fiz o mestrado na área da educação e a maior parte de uma tese de doutoramento com o título (inspirando fundo): “A utiliza-ção do software de código aberto para suportar uma epistemologia construcionista social sobre o ensino e aprendizagem den-tro das comunidades de investigação refle-xiva baseadas na Internet” - Uf! inversão: Um título de cortar a respiração, de facto. Mas, voltando ao Moodle, referiu que sentia frustração em relação aos LMS comerciais. Em que sentido? MD: Bom... comecei a aperceber-me das dificuldades que os utilizadores sentiam na utilização da plataforma e resolvi fazer modificações no sentido de melhorar o sis-tema. Entretanto comecei a deparar-me com as barreiras das licenças comerciais que não me permitiam fazer o que eu pre-tendia. Foi assim que cheguei à conclusão que era necessário um sistema de código

aberto que não tivesse essas restrições. Pesquisei nessa área e encontrei outras pessoas com o mesmo problema que eu. Resolvi, então, iniciar o projecto Moodle. inversão: Então a sua experiência com ensino à distância foi na óptica de administrador de sistemas e não como utilizador. MD: Na verdade já tinha desenvolvido sen-sibilidade em relação a esta área, pois em miúdo cresci no deserto da Austrália oci-dental, longe da civilização, e estava inscrito na Kalgoorlie School of the Air, uma escola localizada a cerca de mil quilómetros da minha casa. A comunicação era feita por rádio e o material didáctico era largado por um avião, em intervalos de algumas sema-nas. Eu só me encontrava com os meus colegas uma vez por ano, nas festas de Car-naval. inversão: Foi muito difícil fazer os estudos através desse sistema? MD: Era o sistema que eu conhecia, por isso não me pareceu particularmente difícil. Nestas circunstâncias aprendemos a ampliar a largura de banda disponível atra-vés de um canal estreito. inversão: Há pouco referiu a sua tese de dou-toramento que fala sobre uma epistemolo-gia construcionista social. O Moodle imple-menta esta perspectiva? MD: O Moodle tenta promover esta abor-dagem, embora não a imponha nem esteja limitado por ela. inversão: E o que é, afinal de contas, o cons-trucionismo? MD: O construcionismo social define uma perspectiva particular sobre a educação. Reconhece o construtivismo como uma descrição do que cada aluno experimenta, enquanto se foca no poder de construir artefactos (tais como texto) dentro de um ambiente social. Deste ponto de vista, a educação é melhor servida através da cria-ção de experiências que seriam melhores para a aprendizagem do aluno, do ponto de

Impo

rta-

se d

e re

petir

?

Page 7: inversão

a digital magazine

inversão

7

vista dele, ao invés de apenas publicar e avaliar as informações que o professor acha que eles precisam saber. Cada participante de uma disciplina tanto pode ser um pro-fessor como um aluno. Um "professor", neste ambiente, é um influencia-dor e um modelo de cultura, estabelecendo ligação com os outros de uma maneira pessoal, atendendo às suas próprias necessidades de aprendizagem e moderan-do discussões e actividades de uma forma que, colectivamente, leva os alunos às metas de aprendizagem. inversão: O contrutivismo é, muitas vezes, confundido com o contrucionismo. Pode esclarecer um pouco sobre a diferença entre os conceitos? MD: Com certeza. O construtivismo consi-dera que as pessoas constroem activamente novo conhecimento à medida que intera-gem com o ambiente que os rodeia. Tudo o que lemos, vemos, ouvimos, sentimos e tocamos é testado em relação à nossa expe-riência anterior e, se for viável no nosso esquema mental, pode formar novo conhe-cimento que passa a fazer parte da nossa experiência pessoal. O conhecimento é for-talecido se puder ser aplicado, com sucesso, ao ambiente alargado que nos rodeia. Não somos somente um banco de memória que armazena passivamente informação, nem o conhecimento pode ser “transmitido” a nós simplesmente ao ler algo ou ouvir alguém. Isto não quer dizer que não podemos aprender algo ao ler uma página web ou assistir a uma palestra - obviamente que podemos - mas é só para chamar a atenção de que existe muito mais interpretação pelo meio do que simplesmente uma transmis-são de informação de um cérebro para o outro. inversão: O Moodle, assim sendo, assenta numa base teórica sólida. Há profissionais da educação envolvidos no desenvolvimen-to? MD: Sim, há. A empresa Moodle Inc. emprega 15 programadores responsáveis pelo desenvolvimento da base, mas a direc-

ção desse desenvolvimento é determinada pela comunidade em geral que inclui pro-gramadores, administradores de sistemas e investigadores, muitos deles da área da educação.

inversão: O Moodle, sendo desenvol-vido em regime de código aberto, não lucra com a venda do software. Qual é, então, o modelo de negócio que permite pagar os 15 programa-

dores? MD: O rendimento vem da venda de servi-ços por parte de parceiros: alojamento em servidores, suporte técnico, personalização, treino, certificação, etc. Uma parte dos lucros das empresas dos parceiros reverte a favor da Moodle Inc. inversão: Qual é o futuro do Moodle? MD: A versão actual do Moodle é a 2.0, que vai continuar a evoluir para a versão 2.1, 2.2, etc., mas já está em mente a versão 3 que representa um salto considerável nos paradigmas actuais. Por exemplo, hoje em dia está a popularizar-se, cada vez mais, a computação móvel, desde os smartphones, que são verdadeiros computadores que cabem na palma da mão, até aos tablets. Estes são aparelhos muito pessoais que vão ter um papel muito importante na educa-ção, na chamada u-learning (ubiquitous learning). O Moodle vai fazer parte dessa evolução. Ainda não sei ao certo como, ainda vai levar alguns anos até ser definida a versão 3, mas é certo que vai ser um pon-to central. inversão: Um futuro promissor e excitante, certamente. MD: Com toda a certeza. inversão: Martin, muito obrigado por ceder esta entrevista. Foi um prazer ter uma con-versa com o fundador de uma das mais proeminentes plataformas associadas ao e-learning e espero que nos voltemos a encontrar para falar sobre as novidades. MD: Obrigado pela oportunidade e terei muito gosto em voltar a dar uma entrevista à vossa revista que leio com regularidade (a versão inglesa, que o meu português ainda não é fluente) e aprecio bastante.

Page 8: inversão

a digital magazine

inversão

8

Fórum Nacional da Formação à Distância e Online Na passada quarta-feira, dia 18 de

Maio, iniciou o Fórum Nacional da Forma-ção à Distância e Online, na cidade de Fafe. Este congresso contou com a presença de diversos formadores especialistas em for-mação Online.

Ao longo do congresso vários foram os temas debatidos, nomeadamente sobre: formação presencial e formação à distância (vantagens e desvantagens); A Educação Aberta e a Educação à Distância; As "gera-ções" da Educação à Distância; Os modelos Educação Online (e-learning; b-learning, m-learning, entre outros).

O tema sobre os modelos de educação Online foi debatido na mesa redonda onde se encontrava como orador o Dr. Sérgio Barbosa, conhecido profissional de RVC e especialista em formação. Segundo o Dr. Sérgio Barbosa, o m-learning é “um proces-so de aprendizagem recorrendo às várias tecnologias existentes no mercado, um dos problemas que se colocam a esse método será o preço desse tipo de ferramentas”.

Quando se referia à sua prática profis-sional, no desenvolvimento dos processos de RVCC, o Dr. Sérgio Barbosa apontou algumas limitações ao modelo m-learning, perguntando se, “ao estimularmos a utiliza-ção deste tipo de métodos, não estaremos a colocar de lado os indivíduos que têm alguma dificuldade na aquisição destas tec-nologias? E não podemos também esquecer o elevado número de pessoas que ainda não sabem "mexer" nestas "coisas". É claro que se pensarmos apenas nos aprendentes mais jovens, esse problema não se colocará. Mas temos também de pensar nos mais adultos que não tiveram a preparação para a utilização destes meios como tiveram e têm os mais jovens. Temos que ter em con-ta que a população adulta pode e necessita de muita formação e tenho algumas dúvi-das que o m-learning possa ser utilizado, pelo menos para já, junto dessa popula-ção.”

Considerando o factor económico, uma das limitações do modelo m-learning, o Dr. Sérgio Barbosa mostrou-se mais adepto do modelo t-learnig. Na sua apresentação digi-tal o Dr. Sérgio Barbosa reforça a ideia de que o modelo t-learning é mais acessível a toda a população, isto por se apresentar como um modelo utilizado através da transmissão de informação pela televisão. Em síntese, o especialista refere que “é uma ferramenta com que quase todos estão familiarizados e existe em quase todos os lares. Deverá é levantar alguns problemas ao nível da utilização de algumas tecnolo-gias mais avançadas para apresentações de trabalhos, interactividade, etc. No entanto, sabemos que a tecnologia, mesmo ao nível das televisões, tem evoluído a olhos vistos. Hoje já podemos utilizar facilmente uma pen numa televisão para visualizar con-teúdos, o que, sinceramente, até se torna mais prático de utilizar quando se pretende apenas ver imagens ou vídeos e não textos que impliquem o recurso a Word ou Excel.”

Ao longo de todo o congresso foram debatidas as vantagens e desvan-tagens desta forma de ensino. Para os mais resistentes, o ensino online pode efectiva-mente ser uma ferramenta útil no esclare-cimento de dúvidas, no acompanhamento de trabalhos escolares e académicos, mas não uma forma de ensino. Por outro lado, há especialistas que acreditam que futura-mente estas ferramentas serão implemen-tadas de forma muito significativa no ensino em Portugal.

A primeira edição do Fórum Nacional da Formação à Distância e Online foi um sucesso e contribuiu para a divulgação e melhoria da Educação Online. De acordo com a organização do congresso, a segunda edição será realizada no próximo ano, com o objectivo de fomentar o debate de novas práticas a implementar na Formação Onli-ne.

Tânia Cruz

Con

heci

men

to em

Lin

ha

Page 9: inversão

a digital magazine

inversão

9

Educação Aberta e Educação à Distância

O que significará educação aberta no

universo da educação à distância? É o que se pretende desvendar com esta rubrica. Pretende-se que o leitor, no final da sua leitura, entenda a relação que existe entre educação aberta e educação à distância (à frente designada EaD).

De acordo com o que a inversão apu-rou, a educação aberta rege-se pelos prin-cípios de flexibilidade na metodologia e avaliação, onde os requisitos de acesso são flexíveis, a formação vai ao encontro das necessidades sentidas pelo formando e este pode participar nos conteúdos pro-gramáticos e na avaliação, bem como nos recursos e estratégias da formação. O for-mando pode, ainda, participar no local em que se sentir melhor, que bem entender e quando lhe der mais jeito. O ritmo de tra-balho e de aprendizagem é gerido pelo formando. Tudo gira à volta do formando.

E agora os meus caros leitores pergun-tam: qual a diferença entre Educação Aber-ta e Educação à Distância?

Pois bem, como puderam verificar, na educação aberta o formando é o centro da formação, o que estimula a autonomia deste. Assim, ao que a inversão apurou, uma universidade de educação à distância pode ou não ser aberta, ou até mesmo ser aber-ta em algumas dimensões e fechada nou-tras. Neste último caso, por vezes, pode ser tão fechada que dificulta e torna-se num entrave para o processo de ensi-no/aprendizagem. Sobre esta questão refe-re uma equipa de especialistas: “Existem muitas universidades à distância que pos-suem estruturas muito rígidas, inflexíveis e revelam-se demasiado lentas quando

necessitam responder a determinadas necessidades educativas. Produzem mate-riais que não deixam espaço ao desenvol-vimento do sentido crítico e autónomo do aluno. É, como tal, importante compreen-der que "open learning" e "distance educa-tion" não são conceitos sinónimos.”

Assim, poder-se-á referir que, apesar de não serem sinónimos, existe uma rela-ção entre a educação aberta e a educação à distância pois, como a Dr.ª Ana Paula Carvalho, membro da equipa de especialis-tas nesta área, referiu num contexto de entrevista informal, “a EaD é uma educa-ção convencional tornada acessível a todos, mas em especial a pessoas geografi-camente isoladas, a todas aquelas que não tiveram condições de frequentar o ensino regular no tempo apropriado e permite uma rápida emissão e distribuição de recursos, interacção entre pessoas e flexi-bilidade no tempo. (…) Podemos, por isso, dizer que esta modalidade de educação está incluída na filosofia da Educação Aber-ta que, acima de tudo procura promover o acesso do ensino a todos e a autonomia do adulto/formando no seu processo de aprendizagem”.

Con

heci

men

to em

Lin

ha

Ana Raquel Neto

Page 10: inversão

a digital magazine

inversão

10

Ensino Presencial e Ensino à Distância: duas faces de uma moeda

Depois de decorrido o Fórum Nacional

da Formação à Distância e Online, estive-mos à conversa com uma equipa de espe-cialistas na área da formação, Dr.ª Ana Pires, Dr.ª Dália Miranda e Dr. Sofia Cervei-ra. A inversão obteve informações no que diz respeito às características e diferenças destes dois tipos de educação, bem como as respectivas vantagens e desvantagens.

Em conversa com a Dr.ª Ana Pires, esta refere que tanto o ensino tradicional como o ensino à distância “obtêm excelen-tes resultados e que o grande desafio é fazer com que todos nós, principalmente comunidade educativa/formativa, esteja-mos disponíveis para integrar novas moda-lidades de ensino, sem preconceitos e sem resistências”.

De acordo com o apurado, a Dr.ª Sofia Cerveira refere que o ensino presencial é ainda considerado como o ensino com qualidade pois é o que a maioria conhece. Este tipo de ensino implica o “contacto directo entre formador e formandos” num espaço em que todos estejam presentes em simultâneo.

Já o ensino à distância surgiu através dos “múltiplos desafios da sociedade da informação”. Este tipo de ensino permite que formadores e formandos não tenham de estar presentes no mesmo espaço físico e possam estar a longa distância uns dos outros, tendo como suporte de comunica-ção as novas tecnologias da informação.

Relativamente às vantagens da forma-ção presencial, de entre as referidas podemos enunciar que este tipo de forma-ção “beneficia a troca de ideias, a comuni-cação e permite feedback imediato”. No que refere às desvantagens, de todas as abordadas podemos referir a inflexibilida-de da relação espaço/tempo que resulta da referida sociedade do conhecimento, a qual obriga a que muitos não tenham a devida disponibilidade para dedicar à for-mação.

A formação à distância ganha pela fle-xibilidade que existe entre espaço e tempo, o que permite a participação, de forma síncrona ou assíncrona, dos formadores e formandos a partir do espaço e tempo que for mais conveniente, havendo um “grande dinamismo do formando em relação à aprendizagem” uma vez que aquele pode gerir o ritmo desta.

A Dr.ª Ana Pires refere ainda que exis-tem algumas limitações no ensino à distân-cia tais como a perda das relações pessoais que conduz à perda de trocas directas de experiências e o tardio feedback. No entan-to, refere também que “esta é uma visão redutora de todas as potencialidades desta modalidade de ensino. As novas tecnolo-gias da informação e da comunicação estão em permanente evolução, diluindo a maio-ria dos condicionalismos identificados. (…) O ensino presencial convencional e o ensi-no à distância, sendo diferentes, não se excluem, complementam-se. Cabe-nos a nós, comunidade formativa, comunidade empresarial e política, não esquecer a quarta dimensão do saber, o saber evo-luir.”

Em jeito de conclusão, podemos assim referir que estes dois tipos de educação, apesar das suas diferenças substanciais, são ambos parte de um todo, duas faces de uma moeda.

Con

heci

men

to em

Lin

ha

Ana Raquel Neto

Page 11: inversão

a digital magazine

inversão

11

Intergerações Condições e aplicações de cada tipo de formação

No “Fórum Nacional da Formação à Distância e Online” realizou-se um peque-no debate sobre “Condições e aplicações de cada tipo de formação - Perfil de estu-dantes, tecnologia, tipo de instituições, potencial pedagógico, etc.”. O debate foi moderado pelo Director Técnico deste evento e contou com a participação de dois especializados Formadores nesta vertente de ensino/aprendizagem.

O moderador começou por enquadrar a temática referindo vanta-gens/desvantagens do e-learning consen-sualmente aceites, destacando como van-tagens:

● Centralidade no aluno.

● Convergente com as necessidades dos

alunos.

● Rápida actualização dos conteúdos.

● Personalização dos conteúdos transmiti-

dos.

● Facilidade de acesso e flexibilidade de

horários.

● O ritmo de aprendizagem pode ser defi-

nido pelo próprio utilizador/formando.

● Disponibilidade permanente dos conteú-

dos da formação.

● Custos menores quando comparados à

formação convencional.

● Redução do tempo necessário para o

formando.

● Possibilidade de formação de um grande

número de pessoas ao mesmo tempo.

● Diversificação da oferta de cursos.

● Facilidade de cobertura de públicos geo-

graficamente dispersos.

● Registo e possibilidade de acompanha-

mento detalhado da participação dos alunos.

● Redução de custos logísticos e administra-

tivos (deslocações, alimentação,…).

● Desenvolvimento de capacidades de auto-

estudo e auto-aprendizagem.

E como desvantagens:

● Problemas técnicos.

● Dificuldades de adaptação a ferramenta e

ao ambiente digital.

● A tecnofobia ainda está presente em sig-

nificativa parcela da população.

● Necessidade de maior esforço para moti-

vação dos alunos.

● Exigência de maior disciplina e auto-

organização por parte do aluno.

● A criação e o preparação do curso online

é, geralmente, mais demorada do que a da

formação.

● Não gera a possibilidade da existência de

cumplicidades e vínculos relacionais, que

somente o processo de interacção presencial

permite.

● O custo de implementação da estrutura

para o desenvolvimento programa de e-

learning é alto.

● Dificuldades técnicas relativas à Internet e

à velocidade de transmissão de imagens e

vídeos.

● Limitações no desenvolvimento da sociali-

zação do aluno.

● Limitações em alcançar objectivos na área

afectiva e de atitudes, pelo empobrecimento da

troca directa de experiência entre professor e

aluno.

Em seguida tomou a palavra a Forma-

dora convidada, Paula Martins, que preco-nizou algumas ideias sobre as condições necessárias à obtenção de resultados posi-tivos neste tipo de cursos, referindo: “Para definir melhor que tipo de formação usar em que momento, para além de implicar uma noção clara das características, van-tagens e des-vantagens de cada tipo de formação importará ter presente o perfil dos nos-sos forman-dos e até do nosso forma-dor. O formando do ensino à distância tem as seguintes características (Landin cit in Neto, 1999): são de diferentes idades e heterogéneos quanto à qualificação; estu-

Mei

o-F

undo

António Bessa

Page 12: inversão

a digital magazine

inversão

12

dam em casa ou em qualquer outro local; os formandos não habitam todos na mes-ma zona; a maioria é adulta, trabalha e a educação é uma actividade secundária. De acordo com o mesmo autor, apesar de ser relativo ao ensino tradicional, destaca como características dos formandos: ida-des mais homogéneas; qualificações (e nível de escolaridade) iguais; o local de estudo ser o mesmo; alunos residem na mesma zona; são na maioria pessoas que não trabalham, crianças e jovens cuja acti-vidade principal é o estudo.

Reforçando mais uma vez que este autor define as características do “aluno” do ensino à distância vs “aluno” do ensino tradicional, não podemos deixar de consi-derar que o ensino tradicional é ainda essencialmente presencial e que de certa forma podemos extrapolar estas conside-rações. Por outro lado, só por aqui, deixa já antever um pouco o papel que cada tipo de ensino tem vindo a ocupar e para quem tem sido dirigido. No entanto, parece-me que estamos a assistir a um crescimento do ensino à distância e, paralelamente, a uma modificação do ensino tradicional! Talvez se daqui a uns tempos (senão mesmo ago-ra) fizéssemos um levantamento de perfil dos formandos já teríamos algumas dife-renças! O que nos pode deixar a pensar também...".

O outro Formador convidado, Alexan-dre Azevedo, reforçou esta ideia de perfil tipificado, retorquindo à convidada que “é verdade que esse perfil não deixa de ser verdadeiro, embora ache que possa ser considerado demasiado vago. Digo isto porque, realmente, aquilo que distingue os

formandos da educação presencial dos da formação à distância são sobretudo dois tipos de características: características de personalidade específicas (motivação, autonomia, etc); competências técnicas.

As características de personalidade são óbvias e são transversais a qualquer tipo de ensino, mas destas características mais comuns destaco sobretudo duas que o formando da educação online tem de ter, enquanto o formando presencial pode ter ou não, que são a motivação e a autono-mia. A motivação porque parece-me lógico que o ensino à distância exige do formando constante interesse, capacidade de traba-lho e motivação interna, uma vez que não tem o estímulo externo do formador em pessoa para que faça o trabalho que tem de fazer. A autonomia pelo mesmo motivo. Enquanto que um formando presencial vê a sua gestão de tempo muito limitada por acção externa, o formando on-line terá que criar a sua própria metodologia e crono-grama de acção, e isso nem sempre é fácil de fazer. As competências técnicas pare-cem-me das mais essenciais! Mesmo que uma formando online esteja motivadíssimo para a formação e seja autónomo para criar, manter e aperfeiçoar por si próprio a sua acção formativa, sem as competências técnicas apropriadas não terá sucesso algum. Se não souber usar o computador com devida segurança não terá sucesso. Estarás a pensar que isto é básico e óbvio demais, mas talvez por o ser é que acho que não devemos esquecer-nos de o refe-rir”. Paula Martins respondeu concordando e assumindo: “Sem dúvida!! Subscrevo tudo o que dizes. Naturalmente que a

Page 13: inversão

a digital magazine

inversão

13

motivação acaba por ser um ingrediente transversal a toda a formação mas, de facto, ocupa um papel particular no ensino à distância. Já a autonomia é uma condição sine qua non para a formação à distância, enquanto que, no ensino presencial, muitas vezes nem sequer é estimulada, pelo con-trário, verificamos ainda uma educação mais vertical, com o professor no papel de transmissor de conhecimentos e o aluno de

receptor passivo des-ses conheci-mentos. No ensino à distância o

formador acaba por ocupar um papel mais de mediador. Se é verdade que o ensino à distância

implica um maior custo de implementação numa fase inicial, por oposição ao ensino presencial, também é verdade que os cus-tos de manutenção são menores e o poten-cial de abrangência muito maior. Nos últi-mos anos tem-se verificado um crescimen-to muito significativo da formação online e da formação à distância. São hoje mais as instituições a renderem-se a esta inevitabi-lidade! A Universidade Aberta continua a ocupar o seu local de destaqu,e mas outras se lhe foram juntando… nomeadamente a Universidade de Aveiro (http:/ /www.unave.ua.pt/). E de repente são mui-tas e, para não deixar ficar mais informa-ção de fora do que dentro, deixo aqui outro exemplo, onde estão enumeradas as várias instituições em Portugal de Ensino a Dis-tância: http://www.prof2000.pt/users/gbagao/organizacionalead.htm

Já na parte final do debate, Alexandre Azevedo referiu-se à tecnologia utilizada nesta modalidade de ensi-no/aprendizagem: “É óbvio que o desen-volvimento assustador das tecnologias e

das suas aplicações deram um impulso enorme à Educação à Distância (EaD) e vieram pôr ao dispor dos formandos e das instituições que a promovem condições únicas de trabalho. Se há pouco tempo atrás existiam poucas plataformas de aprendizagem (moodle, etc.) e métodos mais "arcaicos" de comunicação (e-mail, chats, etc.), hoje em dia já existe um sem número de softwares que têm um potencial pedagógico e educacional em pouco ou nada diferentes dos do ensino presencial. Mas, como não há bela sem senão, sinto-me na obrigação de referir que se a cons-tante evolução e aparecimento de ferra-mentas úteis ao EaD facilita a sua imple-mentação e aplicação, esse mesmo facto poderá ter um efeito contrário, pois exige grande motivação e preparação para fazer face à volatilidade das aprendizagens que adquire. Parece-me já do senso comum que trabalhar hoje muito bem com um software informático não é garantia que amanhã o façamos com a mesma destreza, já que esse software será provavelmente alvo de actualizações diárias ou quase diárias. Toda esta volatilidade das ferramentas exige dos formandos grandes capacidades de adaptabilidade e flexibilidade, por forma a atingirem o sucesso pleno nas suas aprendizagens”. O debate terminou com o moderador citando outro Formador, José Soares, que também participou neste evento, ao referir “a melhor característica para definir o formando da educação à distância: ser adulto, na maioria do casos e o que isso significa em termos de ter noção exacta do que precisa”.

Page 14: inversão

a digital magazine

inversão

14

Variantes

E-learning: características e modelos

O conceito de e-learning tem evoluído bastante ao longo dos tempos. As oportu-nidades criadas pelos avanços tecnológicos geram novas ofertas formativas no meio empresarial. Acresce ainda a necessidade de todos em obter cada vez mais formação de base/específica de forma a correspon-der eficazmente numa sociedade cada vez mais competitiva.

Este conceito e suas variantes foram debatidos pelos mais qualificados forma-dores no “Fórum Nacional da Formação à Distância e Online” que decorreu no Palá-cio Nacional da Formação entre os dias 18 e 20 de Maio.

No início dos trabalhos fez-se uma breve apresentação de casos de sucesso no mercado português e internacional, tendo-se definido, de forma simples, a noção geral do termo e-learning, que correspon-de a um modelo de ensino não presencial suportado por tecnologia. Actualmente, o modelo de ensino/aprendizagem assenta no ambiente online, aproveitando as capa-cidades da Internet para comunicação e distribuição de conteúdos. Desta forma, o e-learning aumentou as possibilidades de difusão do conhecimento e da informação para os alunos e tornou-se numa forma de democratizar o saber para as camadas da população com acesso às novas tecnolo-gias, permitindo que o conhecimento este-ja disponível a qualquer hora e em qual-quer lugar.

Posteriormente intervieram alguns dos formadores convidados, sendo a pri-meira participação da responsabilidade da Formadora Maria José Rodrigues, que res-salvou que, “se entendermos o e-learning como uma modalidade de formação à dis-tância colaborativa, sem dúvida que os formandos estarão cada vez mais omnipre-sentes. Vejamos o nosso caso – referindo-se à organização do evento –, através de uma plataforma de e-learning (interactiva) exploramos diversos recursos disponíveis

na Internet, partilhamos experiências, envolvemo-nos de forma empreendedora ao participarmos empenhadamente e cola-borativamente nesta comunidade de aprendizagem virtual. Isto só é possível se, decididamente, tivermos alguma ubiquida-de (promovida pela Internet e pelos seus serviços de publicação e de comunicação)”.

Esta ideia foi reforçada pela Forma-dora Sandrina Martins, que acrescentou: “Efectivamente, se considerarmos que o e-learning é um modelo de formação à dis-tância “interactivo”, podemos afirmar que os formandos estarão cada vez mais omni-presentes. Tal acontece porque o e-learning, do ponto de vista tecnológico, está intrinsecamente associado à internet e aos servi-ços de publicação, informa-ção e comunica-ção que esta dispo-nibiliza, o que permite que o formando faça uma gestão do seu tempo mais proveitosa e, por conseguinte, possa articular os diversos contextos da sua vida”.

Domitília Cardoso, Formadora que teve a iniciativa de abordar as novas variantes dos modelos de ensi-no/aprendizagem por e-learning, numa exposição longa mas interessante, conside-rou que “o futuro da aprendizagem, para alguns autores, está no u-learning (ubiqui-tous learning), ou seja, a aprendizagem omnipresente, decorrente da mobilidade tecnológica que permite aceder a qualquer tipo de informação e conteúdo, onde quer que estejamos.

Assim, o u-learning seria o futuro do e-learning, isto é, uma aprendizagem que acontece em todo lugar, a qualquer hora, mas que precisa também de ser monitori-

Var

iaçõ

es

António Bessa

Page 15: inversão

a digital magazine

inversão

15

zada, assistida, alimentada e construída - a ênfase será então colocada nos conteúdos! Na minha opinião faz todo o sentido pen-sarmos que a geração actual de native tech, que vive imersa em gadgets de todo o tipo, usará naturalmente essas tecnologias.

Num artigo intitulado Ubi-learning

integrates indoor and outdoor experien-

ces, Rogers, Price, Randell, Fraser, Weal e Fitzpatrick sugerem que o aumento digital oferece um caminho promissor para melho-rar a aprendizagem, incentivando espe-cialmente a articulação entre o explorar e o reflectir em ambientes interiores e ao ar livre. As experiências de aprendizagem podem ocorrer no exterior (por exemplo, em parques, em centros comerciais, em florestas) e no interior (por exemplo, em museus, em laboratórios, em casa). Embo-ra as actividades de aprendizagem já ocor-ram nesses contextos, as tecnologias ubí-quas podem ajudar a integrá-las, visto que as saídas de campo ao ar livre e as activi-dades baseadas em computador são nor-malmente realizadas separadamente. Des-te modo, a Aprendizagem Omnipresente pode ser utilizada para integrar a aprendi-zagem em diversos contextos e oferecer experiências com grande potencial para o ensino-aprendizagem.”

Em seguida, referindo-se ao paradig-ma que melhor se adequa à formação ao longo da vida para as competências da Sociedade do Conhecimento e da Aprendi-

zagem, caracteriza-o como um modelo construtivista: “O e-learning deve implicar desejavelmente uma aprendizagem basea-da em ambientes e em tarefas reais, incluindo a reflexão e a aplicação. Um cur-so de e-learning apela a determinadas características, tais como, uma tutoria activa que impulsione a aprendizagem, não só de cada formando como do grupo, fomentando a participação de todos e motivando-os para a formação; a interac-ção entre formador/formando e forman-do(s)/formando(s) que aprendem em cola-boração e partilha; um percurso de apren-dizagem individual ou em grupo, ten-dencialmente o formando trabalha/realiza tarefas com os outros colegas; com con-teúdos que são disponibilizados em vários formatos através da Internet, com tare-fas/actividades variadas e que impliquem situações de interacção; com calendariza-ção das tarefas/actividades, uma vez que, apesar do e-learning possibilitar uma ges-tão do tempo mais flexível, é consensual que constitui um factor de motivação a definição de prazos/timings para a realiza-ção das tarefas propostas; incluir momen-tos de avaliação diversos que permitem ao formando verificar se está a cumprir os objectivos fixados e fornecem "feedback" ao tutor sobre a progressão de cada parti-cipante e a adequação da orientação pedagógica adoptada.

O e-learning, citando Khan, pretende

Page 16: inversão

a digital magazine

inversão

16

constituir um ambiente de aprendizagem caracterizado por três aspectos: aberto, distribuído, flexível. Para o autor, as carac-terísticas do e-learning prendem-se com a facilidade de utilização, a interactividade, a multiplicidade de fontes, a aprendizagem colaborativa, a autenticidade, o ritmo e o percurso fixado pelo formando. Para alguns autores, os modelos de aprendizagem que decorrem totalmente online são considera-dos e-learning. Os modelos semipresenciais são b-learning (blended-learning) e combi-nam a formação online com sessões pre-senciais. O m-learning (móvel learning) conjuga o e-learning e o acesso à formação a partir de qualquer lugar, utilizando os dispositivos móveis (telemóveis, PDAs, lei-tores de Mp3, IPOD,..). O u-learning combi-na o m-learning e o e-learning. O we-learning refere-se a um tipo de educação a distância que se produz entre iguais, e na qual se compartilha o conhecimento utili-zando as ferramentas de partilha e colabo-ração Web 2.0. E no futuro, como será o modelo de formação a distância? Prospec-tiva-se que a apre-sentação de conteú-dos será hipermédia e imersiva. Um

ambiente do tipo Second Life?”. Depois de apresentada uma variação

actualizada destas modalidade de ensi-no/aprendizagem, alguns dos convidados retiveram-se na categorização das mesmas, como o fez a Formadora Sónia Fernandes: “o facto é que as variantes do e-learning

retratam bem aquilo que o nosso ritmo de vida obriga, apesar da flexibilidade existir, existe a obrigatoriedade de acompanhar o desenvolvimento, tal só se possibilita pela diversidade de instrumentos que estão ao nosso dispor! Daí que mesmo longe temos sempre ao nosso alcance forma de aceder à plataforma, ou seja, sem quebrar a rotina necessária ao sucesso da mesma. É um facto que nos tornamos omnipresentes, já que tudo está ao nosso alcance ou ao alcance de um clique como por vezes se ouve. Apresento-vos um esquema atinente às designações do u-learning, m-learning e t-learning.”

Page 17: inversão

a digital magazine

inversão

17

A Formadora Susana Capela referiu-se, de forma bastante descontraída e assente em opiniões de outros autores internacio-nais, à evolução tecnológica e da própria sociedade para centrar a sua participação: “Efectivamente, faz sentido acrescentar aqui a noção de nativos digitais e imigran-tes digitais, de Prensky (2001). De facto, a necessidade de pesquisa para a elaboração do trabalho proposto neste módulo fez-me ler algumas coisas que desconhecia e o artigo deste último autor foi uma delas. Para este autor, o avanço tecnológico das últimas décadas foi sempre sendo acompa-nhado pelas gerações mais jovens (às quais chamou "nativos digitais"). No entanto, o

sistema de ensino é ainda maioritaria-mente conduzido por gerações mais velhas, as quais tiveram de se adaptar a estes avanços e, naturalmente, apresentam ain-da algumas dificuldades nesta adaptação (a estes últimos, o autor chamou "imigran-tes digitais"). Contudo, o ritmo de vida actual, bem como os interesses da maioria dos jovens estudantes (que passam muito pelo uso destas tecnologias), irão certa-mente "obrigar" a uma actualização dos ditos "imigrantes digitais". Por isso, penso que esta é de facto uma realidade de ensi-no cada vez mais necessária e "que veio para ficar"! Daí a necessidade de nós, for-madores, nos actualizarmos também! E aliás, muito provavelmente, estes avanços tecnológicos não irão parar por aqui... há quem já fale até na "terceira onda da

internet", a chamada Web 3.0. Vamos lá ver que mudanças nos aguardam no futu-ro! Como diria um colega meu, temos de nos manter "na crista da onda!"

Aproveitando a mesma onda, a da actualização permanente do saber em TIC, a Formadora Ana Macedo acrescentou: “É importante reflectirmos que um número muito significativo da população portugue-sa ainda se caracteriza pela infoexclusão. Não são apenas os estudos que afirmam, contactamos bem de perto com esta reali-dade no nosso dia-a-dia. Há, portanto, uma percentagem muito expressiva da popula-ção activa que abandonou precocemente os estudos e que não investe na formação profissional. É verdade o que afirmam, a tecnologia evolui galopantemente a cada segundo e somos confrontados a um ritmo alucinante com soluções cada vez mais flexíveis e que nos aproximam e mantêm em contacto, em tempo real, com a mais variada informação e pessoas. É de subli-nhar que a intervenção do último governo (através do Plano Tecnológico e a Agenda Digital 2015) teve um impacto muito posi-tivo, sobretudo na facilidade de acesso a equipamentos informáticos e o alargamen-to da banda larga, quer no domínio públi-co, quer no domínio privado, mas ainda há muito a fazer. Há um sítio que recomendo e que explora mais em detalhe este assunto: http://www.umic.pt/index.php?option=com_frontpage&Itemid=307

O conceituado Formador, Sérgio Bar-bosa, fundador de várias instituições de ensino de e-learning e autor de vários arti-gos sobre esta temática, mostrou alguma preocupação quanto à falta de oportuni-dades no mercado para os mais desfavore-cidos, afirmando: “Sendo o m-learning um processo de aprendizagem, recorrendo às várias tecnologias existentes no mercado, um dos problemas que se colocam a esse método será (e agora vou ser muito mate-rialista) o preço desse tipo de ferramentas. Ao estimularmos a utilização deste tipo de métodos, não estaremos a colocar de lado os indivíduos que têm alguma dificuldade na aquisição destas tecnologias? E não podemos também esquecer o elevado número de pessoas que ainda não sabem

Page 18: inversão

a digital magazine

inversão

18

"mexer" nestas "coisas". É claro que se pensarmos apenas nos aprendentes mais jovens, esse problema não se colocará. Mas temos também de pensar nos mais adultos que não tiveram a preparação para a utili-zação destes meios como tiveram e têm os mais jovens.

Temos que ter em conta que a popula-

ção adulta pode e necessita de muita for-mação e tenho algumas dúvidas que o m-learning possa ser utilizado, pelo menos para já, junto dessa população. O t-learning, utilizando como base tecnológica de transmissão de informação a televisão, parece-me um meio mais democrático e acessível a quase toda a população. É uma ferramenta com que quase todos estão familiarizados e existe em quase todos os lares. Deverá é levantar alguns problemas ao nível da utilização de algumas tecnolo-gias mais avançadas para apresentações de trabalhos, interactividade, etc. No entanto, sabemos que a tecnologia, mesmo ao nível das televisões, tem evoluído a olhos vistos. Hoje já podemos utilizar facil-mente uma pen numa televisão para visua-lizar conteúdos, que sinceramente até se torna mais prático de utilizar quando se pretende apenas ver imagens ou vídeos e

não textos que impliquem o recurso a Word ou Excel”.

O encerramento deste debate foi da responsabilidade do Formador José Soares que se referiu às tecnologias e suas vanta-gens na Educação à Distância (EaD): “A EaD pode ser toda a actividade que tenha por finalidade a Formação e que aconteça encontrando-se o formador e os formandos em lugares geograficamente diferentes e que utilize, como suporte de comunicação, as velhas tecnologias de comunicação e/ou as novas Tecnologias de Informação e de Comunicação (TIC) com especial atenção para as que têm por base as redes de Tele-comunicações e de Computadores.

É claro que as novas TIC concedem a essa EaD uma fisionomia quase totalmente outra que as velhas não podiam. Assim, e em virtude da massiva utilização de novas tecnologias assente nas e-tecnologias e redes comunicativas, vemos surgir as novas possibilidades de educação e as novas ter-minologias tal como e-learning e outras (m-learning, etc.)”.

Page 19: inversão

Opinião E-learning em Portugal

O e-learning preendido como sendo o processo pelo qual o aluno aprede conteúdos colocados no computador e/ou Internet e em que o prfessor, se existir, está à

distância, utilizando a Internet como meio de comunicação, em sessões síncrassíncronas. Pode também pressupor a existência de sessões presenciais intermdias. O sistema que inclui aulas presenciais no sistema de e-learning recebe o nome de blended learning. Refere-se esta variante do e-learning porque é a que mais se tem implantando quer nas instituições oficiais de ensino, quer nas entidades formadorque emergem neste mercado. As vantgens são muitas e superam em larga escala as desvantagens reconhecidas por vários autores. Mas, como vantagem primordial, refere-se a possibilidade de os profissinais, que apresentam tempos de permnência nos seus locais de trabalho alargdos em horários muito rígidos, poderem continuar a reforçar a sua formação acdémica ou profissional em horários póslaborais. Alia-se ainda a comodidaceder em casa às actividades propostas nesses cursos tutorados por formadoresexperientes. Esta possibilidade será uma boa oportunidade de formação para os que já apresentam níveis de escolaridade avaçados ou alguma destreza e autonomia nos processos de ensino a que se submeContudo, outros há com baixa escolarizção e/ou revelando inadaptação às novas tecnologias, para quem este método de ensino é um percurso difícil de concretizar sem o apoio permanente na aquisição de competências básicas necessárias para a participação nas actividades definidas neses cursos. Esta também deverá ser a maior desvantagem, pois apresenta

Pen

so e

u de

que

António Bessa

a digital ma

invers

learning é com-preendido como sendo o processo pelo qual o aluno aprende através de conteúdos colocados no computador e/ou Internet e em que o pro-fessor, se existir, está à

do a Internet como meio de comunicação, em sessões síncronas ou assíncronas. Pode também pressupor a existência de sessões presenciais intermé-dias. O sistema que inclui aulas presenciais

recebe o nome de se esta variante

porque é a que mais se tem implantando quer nas instituições oficiais

nsino, quer nas entidades formadoras gem neste mercado. As vanta-

tas e superam em larga escala gens reconhecidas por vários

autores. Mas, como vantagem primordial, possibilidade de os profissio-

tempos de perma-nência nos seus locais de trabalho alarga-dos em horários muito rígidos, poderem

çar a sua formação aca-sional em horários pós-

se ainda a comodidade de aceder em casa às actividades propostas

por formadores experientes. Esta possibilidade será uma boa oportunidade de formação para os que já apresentam níveis de escolaridade avan-

ma destreza e autonomia nos sos de ensino a que se submetem.

com baixa escolariza-ção e/ou revelando inadaptação às novas

gias, para quem este método de ensino é um percurso difícil de concretizar sem o apoio permanente na aquisição de

cessárias para a pação nas actividades definidas nes-

ses cursos. Esta também deverá ser a maior desvantagem, pois apresenta-se

naqueles que mais precisam de formação de forma a elevar o seu nível académico ou profissional.

O mercado também oferece uvariedade enorme de currículos formativos mas as condições monetárias de acesso e, por vezes, os próprios requisitos materiais (computador próprio, acesso à internet, etc.), reduzem esta oportunidade de fomação a uma parcela estrita da população portuguesa. Alguns autores revelam frquentemente alguma preocupação quanto à falta de oportunidades no mercado para os mais desfavorecidos, tal como afirma Dr. Sérgio Barbosa: “Sendo o um processo de aprendizagem recorrendo às várias tecnologias existentes no mercdo, um dos problemas que se coloca a esse método será (e agora vou ser muito matrialista) o preço desse tipo de ferramentas. Ao estimularmos a utilização deste tipo de métodos, não estaremos a colocar de lado os indivíduos que têm alguma na aquisição destas tecnologias? E não podemos também esquecer o elevadonúmero de pessoas que ainda não sabe "mexer" nestas "coisas"? É claro que se pensarmos apenas nos aprendentes mais jovens esse problema não se colocará. Mas temos também de pensar nos mais adultos que não tiveram a preparação para a utilzação destes meios como tiveram e têm os mais jovens. Temos que ter em conta que a população adulta pode e necessita de muta formação e tenho algumas dúvidas que o m-learning possa ser utimenos para já, junto dessa população. O learning, utilizando como base tecnológica de transmissão de informação a televisão, parece-me um meio maisacessível a quase toda a população. É uma ferramenta com que quase todos estão familiarizados e existe em quase todos os lares. Deverá é levantar alguns problemas ao nível da utilização de algumas

magazine

versão

19

naqueles que mais precisam de formação de forma a elevar o seu nível académico ou

O mercado também oferece uma variedade enorme de currículos formativos mas as condições monetárias de acesso e,

os próprios requisitos materiais prio, acesso à internet,

.), reduzem esta oportunidade de for-mação a uma parcela estrita da população

uesa. Alguns autores revelam fre-quentemente alguma preocupação quanto à falta de oportunidades no mercado para os mais desfavorecidos, tal como afirma o

“Sendo o m-learning um processo de aprendizagem recorrendo

istentes no merca-do, um dos problemas que se coloca a esse método será (e agora vou ser muito mate-rialista) o preço desse tipo de ferramentas. Ao estimularmos a utilização deste tipo de métodos, não estaremos a colocar de lado os indivíduos que têm alguma dificuldade na aquisição destas tecnologias? E não podemos também esquecer o elevado número de pessoas que ainda não sabe "mexer" nestas "coisas"? É claro que se pensarmos apenas nos aprendentes mais jovens esse problema não se colocará. Mas

e pensar nos mais adultos que não tiveram a preparação para a utili-zação destes meios como tiveram e têm os mais jovens. Temos que ter em conta que a população adulta pode e necessita de mui-ta formação e tenho algumas dúvidas que

possa ser utilizado, pelo menos para já, junto dessa população. O t-

, utilizando como base tecnológica de transmissão de informação a televisão,

me um meio mais democrático e acessível a quase toda a população. É uma ferramenta com que quase todos estão familiarizados e existe em quase todos os lares. Deverá é levantar alguns problemas ao nível da utilização de algumas tecnolo-

Page 20: inversão

a digital magazine

inversão

20

gias mais avançadas para apresentações de trabalhos, interactividade, etc. No entanto, sabemos que a tecnologia, mesmo ao nível das televisões, tem evoluído a olhos vistos. Hoje já podemos utilizar facil-mente uma pen numa televisão para visua-lizar conteúdos, que sinceramente até se torna mais prático de utilizar quando se pretende apenas ver imagens ou vídeos e não textos que impliquem o recurso a Word ou Excel”.

Por estes motivos, para já quem tem beneficiado desta modalidade de ensino

são os que frequentam escolas e/ou uni-versidades e que complementam a assis-tência às aulas com a consulta de conteú-dos e interacção com parceiros ou profes-sores em plataformas virtuais. Outros são os que se propõem frequentar cursos uni-camente em ambientes virtuais através de instituições internacionais, mas quase sempre em áreas muitos específicas e para níveis académicos elevados. Assim sendo, provavelmente quem mais tira proveito do e-learning não serão certamente aqueles que mais precisam de formação.

Page 21: inversão

a digital magazine

inversão

21

O Vizinho Virtual

Para que o inestimável leitor vá construindo o seu saber, duas ou três (quatro, na verda-

de) sugestões:

http://www.slideshare.net/slideshow/embed_code/5467243 ("Esta é uma apresentação do

TOP 100 das ferramentas de e-learning que existem à nossa disposição. A lista foi votada por

profissionais em e-learning, no ano de 2010, que escolhiam as suas 10 preferidas e que a edi-

tora compilou as 100 mais votadas. Claro, algumas são bem conhecidas, outras nem tanto.

Muitas são gratuitas e outras até são bem caras. Muitas também têm uma utilização simples e

intuitiva e outras talvez sejam mais exigentes.").

http://eft.educom.pt/index.php/eft/index ("Uma proposta pertinente e oportuna. Parece ser

um óptimo instrumento de divulgação e de reflexão sobre a investigação feita em TIC para a

educação/formação. Considero que teoria e prática se devem complementar, sob risco de

desenvolvermos práticas avulsas e pouco consistentes com os objectivos estratégicos que se

pretendem alcançar.").

http://www.nala.ie/distance-learning-service ("Preocupados com a literacia nos adultos").

http://www.tecminho.uminho.pt/shownews.php?id=297 ("Fundada em 1990, a TecMi-

nho é uma associação de direito privado sem fins lucrativos, tendo tido como promotores a

Universidade do Minho e a Associação dos Municípios do Vale do Ave. A sua missão funda-

mental consiste em constituir-se como uma estrutura de interface daquela universidade, pro-

movendo a sua ligação à sociedade, contribuindo para o desenvolvimento regional através da

melhoria de competitividade das organizações e aumento das competências dos indivíduos.").

Des

te M

undo

e do

Out

ro

Page 22: inversão

a digital magazine

inversão

22

Glossário Auto-formação – Consiste numa modalidade de aprendizagem individual que permite á pessoa

formar-se ao seu próprio ritmo, utilizando recursos criados para o efeito. Esta auto-fotrmação

pode ser feita com o apoio de um tutor, desde que tal esteja previsto no processo de aprendi-

zagem.

Blended learning – Modalidade de formação que assenta no recurso ao e-learning e à forma-

ção presencial, que desempenham papeis complementares.

CBT – Computer Based Training – Cursos que são disponibilizados através do computador.

Chat - Significa – conversar. Trata-se de um meio eficaz para comunicar por escrito, em tempo

real, através da internet, contrariamente ao que sucede com um fórum, que é assíncrono. Pode

ser público ou privado, permite “conversar” com todos os elementos que participam no Chat,

com apenas alguns deles ou com uma única pessoa.

Classe virtual – Conjunto de pessoas inscritos num acção de formação a distância e que traba-

lham entre si, apesar de estarem geograficamente separados. As classes podem ser assíncro-

nas ou síncronas. Neste ultimo caso, utiliza-se soluções de tipo audioconferência.

CMS – Content Management System – Software que permite o desenho e implementação de

um curso através da Web.

e-learning – Formação electrónica ou formação em linha (anglicismo). Per-

mite ao formador seguir uma acção de formação no seu computador ligado

à Internet ou à Intranet do organismo.

Formação à distância – É o conjunto dos diapositivos técnicos e dos modelos

de organização que visam fornecer um ensinamento ou uma aprendizagem a

pessoas que estão fisicamente distantes do organismo que presta o serviço

de formação.

Formação assíncrona – Situação de formação a distância durante a qual o formando não tem

contacto simultâneo (tempo real) com o seu formador ou com os membros da sua classe vir-

tual.

Formação síncrona – Uma sequência de formação onde todos os participantes estão a partici-

par em actividade formativa ao mesmo tempo (no mesmo segmento de tempo) e a interagir

entre eles e normalmente com presença (real ou virtual) de um tutor ou formador.

Formação presencial – Formação em sala de aula com a presença de um formador.

LMS – Learning Management System – Plataforma que suporta o desenvolvimento e gestão de

conteúdos para cursos à distância, bem como a possibilidade de registo de utilizadores, inscri-

ção em cursos e tracking do seu progresso.

SCORM – Sharable Content Object Reference Model – Modelo de Referência para objectos

de Aprendizagem partilháveis - Conjunto de padrões que, ao serem aplicados ao conteúdo de

um cursos, produzem pequenos objectos de aprendizagem reutilizáveis. Desta forma, um mes-

mo objecto pode ser aplicado em diversas aulas e cursos, que por sua vez vão permitir a perso-

nalização do conteúdo.

Self-paced learning - Auto-aprendizagem. O processo em que o formando determina o ritme de

aprendizagem , acessando o conteúdo quando e quantas vezes quiser.

Tracking – Funcionalidade de um LMS que permite monitorizar o progresso dos utilizadores

num curso e guardar esta informação para posterior tratamento.

Fin

íssi

mo