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Série Cursos: DESAPOSENTAÇÃO E DESPENSÃO VERSUS DESCONSTITUIÇÃO DO ATO JURÍDICO Professor: Carlos Gouveia Material de apoio a disciplina: bloco de notas, cadernos, notebooks ou qualquer elemento de anotação de conteúdo, Legislação Previdenciária e Constituição da República. A apostila, não deve ser entendida como material total, podendo os slides serem alterados, suprimidos ou acrescentados a critério do professor. Email: profcarlos@direitonapratica .com.br Facebook: www .facebook.com.br/profcarlosgouveia Todos os direitos autorais pertencem a Carlos Alberto Vieira de Gouveia e são protegidos por lei. Qualquer cópia ou reprodução ilegal é considerada como crime. Autorizada a reprodução desde que citada a fonte.

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Page 1: INTRODUÇÃO AO DIREITO PREVIDENCIÁRIO€¦ · • A possibilidade de o segurado desaposentar-se, as conseqüências dessa opção, os vários benefícios que a admitem, o aproveitamento

Série Cursos:

DESAPOSENTAÇÃO E DESPENSÃO VERSUS DESCONSTITUIÇÃO DO ATO JURÍDICO

• Professor: Carlos Gouveia• Material de apoio a disciplina: bloco de notas, cadernos, notebooks ou qualquer

elemento de anotação de conteúdo, Legislação Previdenciária e Constituição daRepública.

• A apostila, não deve ser entendida como material total, podendo os slides seremalterados, suprimidos ou acrescentados a critério do professor.

• Email: [email protected]• Facebook: www.facebook.com.br/profcarlosgouveia

• Todos os direitos autorais pertencem a Carlos Alberto Vieira de Gouveia e sãoprotegidos por lei. Qualquer cópia ou reprodução ilegal é considerada como crime.Autorizada a reprodução desde que citada a fonte.

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DESAPOSENTAÇÃO

• O tema desaposentação vem conquistando espaço na doutrina e najurisprudência, assumindo significativo relevo no campo do DireitoPrevidenciário.

• A possibilidade de o segurado desaposentar-se, as conseqüências dessaopção, os vários benefícios que a admitem, o aproveitamento do tempode contribuição anterior e posterior à aposentadoria e a necessidade ounão da devolução das parcelas percebidas são questões ainda nãodecididas.

• Contudo, a questão central da problemática aventada é saber se osegurado possui vontade livre para se aposentar e desaposentar.

• Para responder tal questão necessário uma rápida releitura de algunstópicos previdenciários.

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Aposentadoria

• A previdência social como se sabe, é um seguro, onde existe a necessidade depreenchimento de condições específicas para o gozo de cada beneficio ou serviço.Sua finalidade pode ser garantir o mínimo necessário para uma vida digna(previdência mínima) ou proporcionar conforto, elevado com padrão de vida aossegurados (previdência máxima), sendo certo que apenas a primeira hipóteseencontra-se inserida no rol dos direitos humanos. Assim sua disciplina é deprimordial importância, influenciando a economia o contexto social e oplanejamento estratégico do pais. (FÁBIO DE SOUZA SILVA, p. 100, 2005 - Direitoem Foco – Direito Previdenciário - Impetus)

• Assim, a própria Constituição capitulou o tema. Uma Previdência Social, para sereficiente, deve, pelo menos, assegurar a aposentadoria e a pensão por morte dosegurado. O nosso sistema é um dos mais completos do mundo, pois ofereceproteção contra quase qualquer tipo de risco social.

• Mais especificamente no que tange ao nosso tema, o beneficio aposentadoriadeve ser estudado de forma absolutamente sistematizada, senão vejamos:

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Aposentação

• A aposentadoria, nas palavras de Castro e Lazzari, é a prestação porexcelência da Previdência Social, juntamente com a pensão por morte.Ambas substituem, em caráter permanente, os rendimentos do seguradoe asseguram sua subsistência e daqueles que dele dependem.

• Desta sorte, em que pese os posicionamentos contrários, em que alocama aposentadoria como sendo um benefício da seguridade social, e nãoapenas da previdência social, o modelo majoritário de aposentadoriaencontra-se intimamente ligado ao conceito de seguro social, ou seja, hánecessidade de que sejam realizadas contribuições para que acontraprestação seja fornecida.

• A aposentação é garantida constitucionalmente e, quanto ao RGPS,minuciosamente, tratada no artigo 201, senão vejamos:

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• Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo ede filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, eatenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.98 - DOU16.12.98)

• (...Omissis...)

• 7º assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas asseguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.98 - DOU 16.12.98)

• I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.98 - DOU 16.12.98)

• II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cincoanos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividadesem regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescadorartesanal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.98 - DOU 16.12.98)

• 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para oprofessor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério naeducação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº20, de 15.12.98 - DOU 16.12.98)

• § 9º Para efeito de aposentadoria, assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição naadministração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes deprevidência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.(Acrescentado pela Emenda Constitucional nº 20, de 15.12.1998)

• (...Omissis...)

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• Mostrada a importância dada a aposentadoria pela Constituição, fora relegada aalgumas NORMAS infraconstitucionais a forma que estas seriam regulamentadas,uma destas normas é o Decreto 3.048/99, que em seu artigo 181-B, narra que asaposentadorias especial, por tempo de contribuição e por idade uma vezconcedidas pela Previdência Social passam a ter caráter irreversível eirrenunciável.

• Assim, pelo lastro do RGPS, o aposentado que pretenda permanecer a trabalharou a retornar ao trabalho, após a concessão da aposentadoria não terá direito anenhum benefício previdenciário, exceto salário família e a reabilitaçãoprofissional, é o que determina o artigo 18 parágrafo 2º da Lei 8.213/91, senãovejamos:

• “O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS que permanecer ematividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação algumada Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto aosalário-família e à reabilitação profissional, quando empregado. (Redação dadaao parágrafo pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997).”

• Inobstante o discorrido pela Lei, o Decreto 3.048/99 em seu artigo 103 prevê odireito ao salário maternidade para a segurada já aposentada que retorne aotrabalho.

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• Deste modo, ao aposentado que volta a trabalhar nenhum benefício significativo é dado.Muito embora as contribuições continuem a ser vertidas ao sistema de formaabsolutamente integral.

• Desta assertiva a primeira pergunta que se apresenta é dado o caráter contributivo daprevidência social como pode existir SC sem o respectivo SB?

• A reposta a esta questão é bastante simples, como são simples as coisas da vida, quandoolhadas com calma e parcimônia. Ora, não pode existir!!! Posto que se dentro doordenamento a definição de Previdência Social é igual a de seguro, e onde hácontraprestação está diretamente co-relacionada a prestação, assim é impossível existirtal situação, contudo a mesma existe.

• Portanto, como pode o aposentado que volta a exercer atividade abrangida pela RGPS, eé seu segurado obrigatório, com todos os deveres, não ter direito ao mínimo asseguradopela Previdência Social, tal posicionamento adotado pela Lei e pelo Decreto fere demodo visceral o princípio da reciprocidade contributiva retributiva.

• Para Marcelo Tavares “a norma, além de possuir caráter extremamente injusto,desrespeita o princípio da contraprestação relativo às contribuições devidas pelossegurados, tendo em vista que as prestações oferecidas ao aposentado que retorna àatividade são insignificantes, diante dos valores recolhidos.

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• E foi justamente nesta seara que a aposentação reversa surge, em contraposição total asua face positiva, que é o direito do segurado a aposentação. Assim vejamos algumasdefinições sobre desaposentação:

• Para Wladimir Novaes Martinez:

Desaposentação é o ato administrativo formal vinculado, provocado pelo interessadono desfazimento da concessão do benefício, uma declaração constitutiva. Empoucas palavras: renúncia que corresponde à revisão jurídica do deferimento daprestação anteriormente deferida pelo RGPS (Pressupostos Lógicos daDesaposentação, RPS 296/434)

• Já para Helena Mizushima Wendhausen:

A desaposentação retrata a situação de quem legitima, legal e regularmente estavaaposentado com o benefício em manutenção e requereu a renúncia do ato formalconcessório para o aproveitamento do tempo de contribuição neste regimeprevidenciário ou em outro regime previdenciário, produzindo-se os efeitospráticos e jurídicos dali decorrentes (Wendahausen, 207, p. 604 – Aspectoscontroversos da Desaposentação – IOB Trabalhista e Previdenciária, 2007, v. 2. n.20. p. 601/604

• Segundo Lazzari e Castro, a desaposentação: trata-se na verdade da possibilidade que osegurado tem de unificar os seus tempos de serviço/contribuição numa novaaposentadoria.

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• Fábio Zambite Ibraim define a desaposentação como sendo:

– A reversão do ato que transmudou o segurado em inativo, encerrado, porconsequencia, a aposentadoria. Aqui tal conceito é utilizado em sentido estrito, comonormalmente é tratado pela doutrina e jurisprudência, significando tão-somente oretrocesso do ato concessivo de benefício almendo prestação maior. ( Ibrahim,Desaposentação: O caminho para uma melhor aposentadoria, 2ª ed, Impetus, 2007)

• Prefiro entender que a aposentação reversa ou desconstituição do ato jurídicoda aposentadoria de duas formas: 1-) é o direito do segurado ao retorno aatividade remunerada, desfazendo o ato da aposentadoria por vontade única eexclusiva do titular. 2-) A quebra do ato jurídico da aposentadoria mesmoquando este não tenha se reativado ao mercado de trabalho, buscando, nabrecha legal se re-aposentar de uma forma melhor (incidência do FP de formapositiva) Tese Nova.

• Assim, o titular invocando o seu direito optativo, retorna da aposentadoria nãopara o status quo ante – como na Desaposentação – mais sim quebrando o atoindo para o momento futuro com os efeitos retroativos, autorizando aosegurado, se assim desejar, optar em se aposentar novamente, utilizando otempo de contribuição outrora utilizado para a aposentadoria ora desfeita, oumelhor dizendo, é o direito que o mesmo tem de quebrar o ato de jubilação,para fins de aproveitamento do tempo de filiação para nova aposentadoria nomesmo ou em outro regime previdenciário, independente de ter ou não vertidocontribuições para o sistema.

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• Entendendo a Nova Tese

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DESAPOSENTAÇÃO NÃO!!! DESCONSTITUIÇÃO DO ATO JURÍDICO PERFEITO DA APOSENTADORIA.

• Todo segurado da previdência social, seja obrigatório ou facultativo, tem odireito incontestável de se aposentar, desde que para tanto preencha osrequisitos formadores do Fato-Ato Jurídico Perfeito da Aposentadoria,sendo: pressupostos ensejadores legais ou seja, HIFG + Ato Volitivo Positivodo segurado. Senão vejamos:

Hipótese de Incidência

+

Ato Volitivo

=

APOSENTADORIA

ATO JURÍDICO PERFEITO

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• Como se pode facilmente perceber, o círculo representa o ato jurídico perfeito da jubilação, ao passo quetodos os requisitos foram completados. Deste modo, podemos afirmar com clareza solar que, uma vezpreenchidos os requisitos ensejadores - nasce o ato jurídico perfeito da aposentação, o qual possuinatureza vinculativa APENAS para a Autarquia Previdenciária, ao passo que para o segurado o ato jurídicoaposentadoria, possui natureza discricionária disponível, vejamos cada uma das hipóteses.

• Ato Jurídico Vinculado:

• Sendo a lei quem estabelece as condições para que a mesma ocorra é mais que liquidante que aocorrência da aposentação tenha como natureza constitutiva a de ato vinculado.

• Assim, uma vez que os requisitos foram cumpridos, e a vontade do agente tenha se positivado no sentidode se aposentar, a Autarquia Previdenciária não tem outra opção a não ser proceder à aposentadoria dosegurado.

• Deste modo, mais que imperioso concluir que a concessão da aposentadoria sob o ponto de vista daAutarquia Previdenciária é um ato vinculado e não um ato discricionário - em que a autoridade que oprática tem certa iniciativa pessoal no que se refere à conveniência e oportunidade do mesmo. Como sesabe, ato vinculado é aquele em que quase não resta iniciativa pessoal para a autoridade que o pratica,vez que regulado em Lei todos os minudencies.

• Portanto, como ato vinculado, a aposentadoria é sim irrenunciável e irreversível, mas em relação apenas aAutarquia Previdenciária e não em relação ao pedido do segurado.

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• Ato Jurídico Discricionário-Disponível:

• Um dos aspectos do fato gerador do direito aos proventos é a vontade do segurado,assim sendo, fica claro que embora vinculado para a Administração Pública, o seguradotem o direito-poder de analisar a conveniência e a oportunidade diretamente ligadas asua vontade e interesse individual e escolher aposentar-se ou não.

• Partindo de tal premissa, o segurado pode optar em estando aposentado em pedir adesconstituição do ato de sua aposentadoria, uma vez que o ato volitivo que erapositivo e era um dos elementos de formação do ato jurídico aposentadoria setransmudou em negativo, desaparecendo, do cenário de formação do núcleo do tipo dahipótese de incidência do ato jurídico perfeito, promovendo em reação transversa, orompimento do ato, por falta de um dos elementos constituidores de sua formação.

• Logo, desaparecendo um dos elementos de formação, o benefício deixa de ser devido,eis que para se sustentar o ato jurídico perfeito da jubilação, todos seus elementosdevem estar presentes, assim, no desaparecimento de quaisquer deles, o ato sedissolve, se rompe, senão vejamos:

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DESCONSTITUIÇÃO DO FATO-ATO DO BENEFÍCIO

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• Assim, desejando o segurado reconsiderar sua manifestação volitiva, para nãomais continuar aposentado, o binômio constitutivo necessário para concessãoda aposentadoria ficará novamente incompleto, posto que embora exista opreenchimento dos elementos legais (idade, tempo de contribuição e etc.),inexistirá o elemento vontade do agente; sendo assim, forçoso concluir que aAdministração não poderá continuar a conceder o benefício, eis que obinômio constitutivo não mais existe.

• Pois bem, poder-se-ia pensar que tal situação não fosse permitida ou mesmovedada em lei, ocorre que a premissa aposta é completamente legal, ao passoque a atividade administrativa da Autarquia Previdenciária é na modalidadevinculada, ou seja, o INSS somente concede qualquer prestação após verificara existência e validade de todos os elementos – vontade (pois os benefíciosnão são concedidos de ofício – não em regra) e preenchimento dospressupostos (ter idade, ter tempo de contribuição, estar inválido, ter tempoespecial, dentre outros).

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• Assim, sua face reversa também deveria operar-se, ou seja, umavez demonstrado perante a Autarquia Previdenciária, que um doselementos constituidores do ato jurídico da aposentaçãodesapareceu, nada mais crível que, o ato fosse desconstituído deplano pela Autarquia Previdenciária, posto que, este não existemais no mundo fenomênico dos benefícios.

• Logo, se o elemento constituidor do ato que se transmudou fora avontade do Segurado/Beneficiário em permanecer aposentado,onde este expressa claramente sua opção a não mais gozar dopresente beneficio de aposentadoria, por se tratar de direitopatrimonial disponível, não restaria outra opção ao INSS a não serem operar a desconstituição do benefício de natureza aposentativa.

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• Convém narrar que aqui o que se está a discutir não seria aRenúncia ao Benefício com o retorno ao status quo ante, posto que,se assim o for, pacificado restará que para que se opera a renúnciaao benefício que o segurado promova a devolução dos valores porele recebidos posto que o efeito que se opera na renúncia é o dedevolução dos proventos recebidos enquanto perdurou a concessãodo benefício.

• Na desconstituição o efeito que se opera é o rompimento do atojurídico da aposentadoria, com efeito, ex nunc, posto que, muitoembora o direito aos proventos não exista mais no mundofenomênico pela ausência de vontade do agente, o mesmo,(agente/segurado) continua sendo titular do direito, podendoexercê-lo a qualquer tempo, pois o tempo de contribuição por elerealizado está consolidado ao seu patrimônio jurídico.

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• Data maxima vênia, a desconstituição do ato de aposentação nãogera devolução dos valores já recebidos.

• Assim, necessário a devida diferenciação entre a Renúncia dobenefício e a Desconstituição deste, no primeiro opera-sedesistência que caracteriza o ato unilateral com a integração deobrigação de repor o estado anterior, ensejando a respectivadevolução dos valores percebidos a título de benefício, já nosegundo, realiza-se a desconstituição de ato administrativovinculado, sendo necessário além da manifestação volitiva, por setratar de um direito PATRIMONIAL DISPONÍVEL do segurado anecessidade de novo ato desconstituindo o outrora concedido sema devolução de valores.

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• Portanto, o que se tem em termos de reflexos jurídicos de cada opção é ocaráter pecuniário, onde por uma vertente, a renúncia da aposentadoriagera devolução e na sua face diametral colateral, ou seja, nadesconstituição NÃO, assim, concedida a desconstituição do ato daaposentadoria os valores recebidos enquanto o beneficiário encontrava-seem gozo de benefício não devem ser restituídos, posto que:

– se não há irregularidade na concessão do benefício não há que se falar emnecessidade de devolução das parcelas percebidas;

– se a própria lei se silencia acerca da devolução e em não se tratando derenúncia e sim de quebra do ato pela desconstituição o segurado não estaobrigado a repor o status quo ante;

– sem contar que possuindo as parcelas pagas do benefício, trato alimentar,estas são indiscutivelmente devidas no tempo em que o benefício seperdurou, não havendo razão nem legitimação para sua devolução, pois, adevolução feriria de forma visceral o princípio da irrepetibilitadade alimentar,intrínseca aos benefícios previdenciários.

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• Um dos pedidos possíveis é o condicionante a devolução de valores.Assim, nos julgados onde condicione a devolução das parcelas paraque se opere a renúncia ou a desconstituição, importante asseverarque tal desconto poderá ser feito parceladamente junto ao futuronovo benefício, nos termos do artigo 115 da Lei 8.213 em seu inciso I,lembrando que nos termos do Decreto 3.048/99 em seu artigo 154,§ 3º, o desconto deve ser de até 30% (NO MÁXIMO) e não de 30%como alguns menos desavisados supõem. Neste sentido: Resp.725.118; 993.725 984.135 dentre outros. Na minha humilde opiniãoos valores aceitáveis dada a feição alimentar são de 10% a 15 %,neste sentido: Vide Informativo 342 do STJ - Período de 10 a 14 dedezembro de 2007.

• Sem contar, que deve ainda, tais valores - serem delimitados,enquanto: período e valores -, respeitando em todos os pontos asquestões prescricionais e a Súmula Vinculante n. 08 do STF.

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Posicionamento do STF• Outra pergunta seria se tal matéria já fora julgada pelo STF: Neste sentido o guardião

Constitucional se posicionou no sentido que a matéria é de cunho legal e nãoconstitucional, ocorrendo, quando muito, considerar a matéria como via reflexa.

• Recurso Extraordinário nº 661256 – Relator: Min. Barroso

• Não podemos confundir tal questão com o posicionamento discutido nos autos do REX381.367, onde se discute a questão do caput do artigo 201 versus o artigo 18 § 2º daLB, obviamente que tal julgamento em sendo favorável alocará uma pá de cal no temada desconstituição posto, que será autorizado a revisão do benefício: vejamos parte dovoto do Relator:

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• “É triste, mas é isso mesmo: o trabalhador alcança a aposentadoria, mas não pode usufruir oócio com dignidade, sem decesso no padrão de vida. Ele retorna à atividade e, o fazendo,torna-se segurado obrigatório. Ele está compelido por lei a contribuir, mas contribui paranada, ou, melhor dizendo, para muito pouco: para fazer apenas jus ao salário-família e àreabilitação. Esse é um caso importantíssimo, como da tribuna se anunciou, porque nóstemos 500 mil segurados obrigatórios que retornaram à atividade e contribuem como sefossem trabalhadores que estivessem ingressando pela primeira vez na Previdência Social”,afirmou.

• O ministro Marco Aurélio ressaltou que anteriormente o aposentado nestas condições tinhadireito ao chamado "pecúlio", ou seja, a Previdência Social permitia o levantamento do valorcontribuído, com os acréscimos legais. Mas a Lei nº 9.032/95 extinguiu o pecúlio. Dois anosdepois, a Lei nº 9.528/97 estabeleceu que “o aposentado pelo Regime Geral de PrevidênciaSocial (RGPS) que permanecer em atividade sujeita a este regime, ou a ele retornar, não farájus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade,exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado”.

• No recurso ao STF, a defesa das aposentadas gaúchas alega que a lei fere o disposto noartigo 201, parágrafo 11, da Constituição Federal. O dispositivo estabelece que “os ganhoshabituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito decontribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na formada lei”.

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• Segundo o ministro Marco Aurélio, a lei não pode “esvaziar” o que a Constituiçãoassegura ao cidadão. “A disciplina e a remessa à lei são para a fixação de parâmetros,desde que não se mitigue o que é garantido constitucionalmente. O segurado tem, empatrimônio, o direito à satisfação da aposentadoria tal como calculada no ato dajubilação. E, retornando ao trabalho, volta a estar filiado e a contribuir, sem que sepossa cogitar de limitação sob o ângulo de benefícios. Por isso, não se coaduna com odisposto no artigo 201 da Constituição Federal a limitação do parágrafo 2º do artigo 18da Lei nº 8.213/91 que, em última análise, implica nefasto desequilíbrio na equaçãoditada pelo Diploma Maior”, afirmou.

• O ministro Marco Aurélio afirmou que, assim como o trabalhador que após aposentadoretorna à atividade tem o ônus de contribuir, a Previdência Social tem o dever de, emcontrapartida, assegurar-lhe os benefícios próprios, levando em consideração as novascontribuições feitas, para que ele possa voltar ao ócio com dignidade, a partir de novocálculo. “Essa conclusão não resulta na necessidade de declarar-se inconstitucional o §2º do artigo 18 da Lei nº 8.213/91, mas em emprestar-lhe alcance consentâneo com aCarta Federal, ou seja, no sentido de afastar a duplicidade de benefício, mas não o novocálculo de parcela previdenciária que deva ser satisfeita”, concluiu. Após o voto dorelator, o ministro Dias Toffoli pediu vista dos autos, o que interrompeu o julgamento.(Texto Disponível em:http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=161743)

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SINTESE CONCLUSIVA:

• Assim, ao se desconstituir o ato jurídico da aposentadoriatodo o tempo de trabalho/contribuição retorna ao patrimôniojurídico do segurado, posto que, o ato jurídico perfeito(aposentadoria) foi quebrado. Desta sorte, não é sem óbiceque a Lei 8.213/91, bem como a Constituição Cidadã acolhemo tema nas formas narradas. Posto que, a possibilitação de seutilizar do instituto da desconstituição do ato jurídico daaposentação, além de estar em total consonância com a Lei,representa, na verdade uma das formas de proteção social doindivíduo, nos termos da Lex Mater.

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• Como o segurado realiza a aposentação reversa? Bom, como se sabe após orequerimento de aposentadoria, a mesma não precisa ser renovada, sendoentendida como definitiva, pela Autarquia. Assim, para que o segurado possarealizar o instituto da aposentação reversa o mesmo deve apresentarrequerimento manifestando a vontade em se desaposentar.

• Uma vez realizado tal requerimento, deve a Administração Pública emitir atoadministrativo extintivo ou desconstitutivo, que colocará termo a aposentação.

• Pois, como já se sabe, o ato aqui é vinculado, não existindo para aAdministração realizar qualquer forma de análise de oportunidade ouconveniência. Por conseguinte, cumprido o requisito negativo, qual seja,realização de não vontade ou ausência de vontade, deve a AdministraçãoPública cessar o respectivo benefício.

• Assim, o único elemento necessário para a aposentação ou desaposentação é avontade do agente, nos casos estudados no presente ensaio.

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• Vejamos as decisões favoráveis sobre o tema na 3ª Região:

– TUTELA ANTECIPADA

– TUTELA EM SEDE DE AGRAVO

– RENÚNCIA E APROVEITAMENTO DO TEMPO EM OUTROREGIME

– MANDADO DE SEGURANÇA

Outros Julgados:

AC 01001131715 – 1ª Região

MS 1999.61.00.052655-9 – 3ª Região

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• Ocorrência do 285-A – JULGAMENTO IMPROCEDENTE

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• POSICIONAMENTO DO STJ SOBRE O TEMA EA APLICAÇÃO 557, § 1º-A do CPC;

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Efeito Vinculante • Desaposentação ou Desconstituição:

Recurso Repetitivo 543-C – RESP 1334488 – STJ

• OBS: O efeito vinculante previsto no artigo 543-C do CPC consagra a segurança jurídica e está fixadono plano subjetivo, ou seja, ao órgão de jurisdição ordinária recorrido em relação ao pronunciamentodefinitivo do STJ sobre a questão de direito objeto do recurso especial representativo da controvérsiaque ser aplicado aos demais recursos especiais repetitivos sobrestados. Infere-se que a razão pela qual atécnica de extensão da eficácia da decisão conclusiva está previsto no artigo 543-C do CPC fundamenta-se na aplicação harmônica dos princípios da duração razoável do processo, da isonomia e da segurançajurídica, que evita decisões contraditórias e consubstancia aplicação igualitária do Direito, tendo emvista a função do STJ de a uniformização interpretativa da lei federal efetivada pelo STJ.

• Conclui-se que o recurso especial repetitivo concorre para que a missão do Tribunal da Cidadania sejacumprida, na medida que assegura a entrega de prestação jurisdicional de qualidade e célere, bemcomo confere maior solidez na efetividade da uniformização da jurisprudência da lei federal.

• Neste Sentido:Superior Tribunal de Justiça.Recurso Especial nº 1251532. Ministro Relator: MauroCampbell Marques, Segunda Turma,Brasília, DF, 14 de junho de 2011.

• Pet. 9231 – IUSTJ – Efeito Vinculante em sede de JEF;

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• DESAPOSENTAÇÃO E SEU CABIMENTO NAS VÁRIAS ESPÉCIES DEAPOSENTADORIA

• Aposentadoria por Invalidez e a Desaposentação:

• O risco social coberto pela incidência da norma sobre o fator gerador dobenefício é a invalidez do obreiro para o trabalho e o qual terá o benefícioperdurado enquanto permanecer nesta situação. Portanto, o benefício temtrato provisório.

• Deste modo, existe uma diferença técnica significativa entre esta e as demaisespécies de aposentadoria. Enquanto as outras tem trato definitivo aaposentadoria por invalidez tem trato provisório, a sua duração estáabsolutamente ligada à existência da invalidez.

• Outro ponto, que se comenta é que o tempo de contribuição quase não teminfluência neste benefício, pois o prazo carencial quando existe é muitopequeno. Por conseguinte, o instituto da aposentação reversa oudesaposentação não nos parece compatível com a aposentadoria porinvalidez. Por ser este um benefício de natureza temporária, a sua vocaçãoserá sempre a manutenção ou cessação dependendo sempre se o mesmorecuperar ou não a capacidade laboral para o trabalho.

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• Aposentadoria por Idade e a Desaposentação

• O bem jurídico tutelado nesta modalidade de aposentação é a presunção que com a idade avançada o segurado sofra ou possa vir a sofrer uma redução na sua força vital, quer seja para o trabalho, quer seja para a vida. Assim, o que este instituto protege é a eventual incapacidade do segurado.

• Desta forma, a aposentadoria por idade é o benefício previdenciário pago mensalmenteao segurado que completar a idade necessária à concessão do benefício. Sendo assimdefinido:

a) homem (urbano) - 65 anos;

b) mulher (urbana) - 60 anos;

c) homem ( rural) - 60 anos;

d) mulher ( rural) - 55 anos.

• Desde que tenha cumprido a carência mínima tipificada em lei de 180 contribuições, oua regra do artigo 142, da Lei 8.213/91, para os inscritos antes desta. A renda do benefícioé calculada de acordo com o tempo de contribuição, sendo de 70% do salário debenefício mais 1% deste por grupo de 12 contribuições, não podendo ultrapassar 100%do benefício.

• Trata-se ainda de benefício definitivo e ainda conforme o artigo 453 da CLT, promove aextinção do contrato de trabalho.

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• O instituto da aposentadoria reversa é mais que possível de ser aplicado no caso dedesconstituição da Aposentadoria por Idade, pois a vontade do agente é elementoensejador para a concessão, desaparecendo tal elemento o fato gerador positivo ficaincompleto, dado ensejo ao retorno da situação anterior, podendo o tempo utilizadopara a aposentadoria ser utilizado para obtenção de outro benefício mais vantajoso.

• Por exemplo: Antonio Matusalém era aposentado com 65 anos de idade e vinte decontribuição, tendo como renda final de benefício 90% do SB (70%+ 1% por cadagrupo de 12 contribuições – 20 anos igual a 20%). Passado um tempo, usufruindo dasua aposentadoria, Matusalém resolve aumentar seu benefício, promovendo novascontribuições ao sistema, neste caso, ele poderá se desaposentar, recolher maisalgumas contribuições e tornar a se aposentar com proventos majorados.

• Ou, se continuou a trabalhar e a contribuir, pode se desaposentar e utilizar da mesmaforma, o tempo de contribuição para nova aposentadoria.

• Outra hipótese, seria a utilização do tempo de contribuição para se aposentar emoutro regime, que lhe fosse mais atraente.

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• Aposentadoria por tempo de Contribuição e a Desaposentação

• O benefício em comento tem como fato gerador de sua incidência no mundomaterial a realização de tempo de contribuição, sendo pago ao segurado quecompletar o tempo de contribuição exigido pelo RGPS: 35 anos para homens e30 anos para mulheres.

• Como a aposentadoria por idade, tem como missão a proteção contra umaeventual redução da capacidade do segurado devido ao longo períodolaborado.

• Sendo também um benefício de trato definitivo, só sendo cessada pela morteou através da desaposentação, sendo o elemento ensejador desta o mesmoda Aposentadoria por Idade, qual seja, a vontade do segurado. Podendo serutilizada para melhorar o benefício,para concessão de outro ou para utilizar otempo de contribuição em outro regime.

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• Aposentadoria Especial e a Desaposentação

• É o benefício previdenciário devido ao segurado que tenha trabalhado

durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso, sujeito a condições

especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

• A Aposentadoria Especial, também é considerada de trato irreversível,

salvo se o obreiro iniciar ou voltar para atividade que lhe prejudiquem a

saúde ou coloquem em risco sua integridade física.

• Como o benefício possui SB integral de 100%, muita vezes o instituto

da aposentação reversa não terá aplicabilidade, contudo, isto não

impede que o mesmo possa ser pedido para majorar, modificar ou

mesmo para se levar o tempo de contribuição para novo regime.

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• Em síntese, entendemos que seja qual for o motivo do segurado, aaposentadoria sempre será reversiva, mesmo nos casos onde novo benefícionão seja pedido.

• Desta sorte, não é sem óbice que a Lei 8.213/91, bem como a ConstituiçãoCidadã acolhem o tema nas formas narradas.

• Posto que, a possibilitação de se utilizar do instituto da aposentação reversa,além de estar em total consonância com a Lei, representa, na verdade uma dasformas de proteção social do individuo.

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Resumo

• Como vimos, a renúncia da aposentadoria é perfeitamente admitida, posto que,frente ao silenciamento da norma em não proibir a mesma, esta deve serentendida como possível. E isto se dá devido à Aposentadoria ser fruto davinculação do Segurado a um regime de Previdência Social, de caráter contributivo-retributivo nos termos do artigo 201, I da CF.

• Assim, se este segurado aposentado, voltar a trabalhar, e esse novo trabalho erespectivo tempo de contribuição podem lhe proporcionar uma novaaposentadoria mais vantajosa, não há como negar o direito à esta contraprestação,posto ser a aposentadoria direito patrimonial de natureza disponível.

• Quanto à devolução dos valores percebidos enquanto estava em gozo de benefício,os mesmos não devem ser devolvidos, devido a legitimidade da implementação dobeneficio, ou seja, enquanto percebeu o fez de forma legítima, e mais, a nãodevolução também se justifica em razão do caráter alimentar da aposentadorialegalmente recebida, posto que, a mesma encontra-se sob a proteção do manto dairrepetibilidade de alimentos, conforme a Jurisprudência unânime dos TribunaisSuperiores.

• Feito o devido resumo passemos aos cálculos e a feitura da peça inicial!!!

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Primeira Tese: Anulabilidade do concessivo da Aposentadoria por tempo de contribuição pela regra por quebra ao direito de opção

70% SB + 5% para cadaano que supere os30/25 até o limite de100% SB

70% SB + 6% para cadagrupo de 12 além dos30/25 anos até olimite de 100% SB

Não é mais possível

Homem = 30 anos + 53idade + 40% pedágioMulher = 25 anos +48 idade + 40%pedágio

Homem = 30 anos Mulher = 25 anos

PROPORCIONAL

100 % SB Fator Previdenciário – após 29.11.99 80% todo período contributivo - julho 94 -após 29.11.99

100% SB 36 últimos SC ou novas regras

100% SB 36 últimos SC

Homem = 35 anos Mulher= 30 anos

Homem = 35 anos + 53

idade + 20% pedágio

Mulher = 30 anos + 48

idade + 20% pedágio –Inaplicável – IN 57/01

Homem = 35 anos Mulher = 30 anos

INTEGRAL

Após EC 20/98 - Tempo de Contribuição

Até 16.12.1998 - Regra de Transição

Antes EC/98 - Direito Adquirido - Tempo

de Serviço

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• Segunda Tese – Ação de Repetição de Indébito e não pagamento da CS parafrente

• Frequentemente a Autarquia defende-se, sustentando que o sistema previdenciário é caracterizadopelo caráter da solidariedade entre gerações , sistema de repartição simples, ou que não há relaçãoentre que o se contribui e o valor das prestações. Alem do argumento não ser muito sólido, uma vezque inexiste norma legal dando essas características obrigatoriamente ao sistema, o art. 201, § 3º, daCF prevê relação entre salários de contribuição e salário de benefícios.

• Contudo, aqui estamos frente a hipótese mais grave e distinta – de cobrança de contribuição dequem não coloca à disposição um mínimo de prestações que justifique a exação; isto é, para osaposentados que retornaram à atividade, inexiste plano previdenciário mínimo. Em se tratando deprevidência social, não se pode impor a cobrança a quem, a rigor, não esta vinculado ao sistemaporque nada dele poderá fruir – não existe plano de previdência se não se oferece, ao menos,aposentadoria e pensão (é a exigência mínima para existência de regime previdenciário, interpretaçãoque se obtém da leitura do art. 10, § 3º, do Dec. n. 3.048/99).

• Nem se argumente que a contribuição sobre a remuneração do aposentado que volta a trabalharpoderia ser utilizada para custear a saúde e assistência social, para tanto, existem todas ascontribuições das empresas e participação do Estado, não havendo base para a cobrança de tributoequiparado a taxa, repito, de quem, nem em tese, poderia fruir de alguma prestação previdenciáriasubstancial - o art. 12, §, 4º, da Lei n. 8.212/91 e o art. 11, § 3º, da Lei n. 8.213/91 não sãocompatíveis com os princípios constitucionais previstos no art. 194, parágrafo único, I, II e V, bemcomo com o art. 195, II, uma vez que os aposentados qe retornam à atividade não podem serconsiderados trabalhadores ou demais segurados da previdência social para efeito de incidênciatributária, pois se nada lhes é prestado, nada estão filiados, logo, nada lhes pode ser cobrado.

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• Inexistindo relação jurídica tributária, cabe arestituição dos valores recolhidos indevidamentedesde a entrada em vigor da Lei 9.032, de28/04/1995.

• A restituição deverá observar a modalidade derepetição de indébito, pois não cabe compensaçãocom contribuições vincendas da empresa, se ela nãofoi o contribuinte ou quem arcou com o pagamentodo tributo, e sim os trabalhadores (art. 29, parágrafoúnico do Dec. 3.048/99).

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1ª. TURMA RECURSAL DO RIO DE JANEIROPROCESSO no.: 2003.51.51.065331-4-1RECORRENTE: ..............................................RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRELATOR: JUIZ FEDERAL MARCELO LEONARDO TAVARESORIGEM: 3º. JEF/RJVOTO

TRIBUTÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DE APOSENTADO QUE RETORNA AOTRABALHO. FALTA DE OFERECIMENTO DE PLANO PREVIDENCIÁRIO MÍNIMO EMCONTRAPARTIDA. CONTENÇÃO DO PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE NOS LIMITES DARAZOABILIDADE.

- Recurso conhecido, diante da presença de pressupostos.

- Repetição das contribuições de segurado aposentado que retornou ao trabalho.

- Inexistência de relação jurídica tributária justificadora de pagamento de contribuiçãopelo segurado do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) que retorna à atividadelaborativa após a aposentação.

- Contribuição previdenciária vinculada à contraprestação estatal relativa a um planomínimo de previdência, que não existe em relação às contribuições vertidas para o RGPSincidentes sobre as remunerações percebidas após a aposentadoria.

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Falta de razoabilidade na aplicação legal do princípio da solidariedade no sistema deprevidenciário de repartição simples, pois não se pode entender o princípio ao pontode permitir tributação de segurado que não poderá auferir em tese nada desubstancial em contrapartida. Não se pode cobrar contribuição de quem não se colocaà disposição um mínimo de prestações que justifique a exação, pois para osaposentados que retornam à atividade, inexiste plano previdenciário mínimo novo.

Inconstitucionalidade do art. 12, parágrafo 4º, da Lei nº 8.212/91 e o art. 11, parágrafo3º, da Lei nº 8.213/91 em relação aos princípios constitucionais previstos no art. 194,parágrafo único, I, III e V, bem como o art. 195, II, uma vez que os aposentados queretornam à atividade não podem ser considerados trabalhadores ou demais seguradosda previdência social para efeito de incidência tributária.

Inexistindo relação jurídica tributária válida entre o autor e o INSS em determinadoperíodo, cabe a restituição dos valores recolhidos indevidamente.

Recurso provido. Sentença reformada. Sem honorários.

ACÓRDÃO

A turma por unanimidade conheceu e, por maioria, deu provimento ao recurso, nostermos do voto/ementa do relator, vencida a Juíza Federal Andréa Cunha Esmeraldo.Votou, ainda, a Juíza Federal Anelisa Pozzer Libonati de Abreu.

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CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS APÓS A APOSENTADORIA

• AGORA, E SE O APOSENTADO QUE RETORNOU A ATIVIDADELABORATIVA SOFRE UM ACIDENTE DE TRABALHO OU ADQUIREALGUMA DOENÇA APÓS A APOSENTAÇÃO. Teria direito a perceberalgum benefício previdenciário?

• O ÓRGÃO ESPECIAL DO TJ DE SÃO PAULO, EM ACÓRDÃO PROFERIDONO DIA 02/05/2007, JULGOU PROCEDENTE O INCIDENTE DEINCONSTITUCIONALIDADE N. 145.463-0/0-00, REFERENTE AOSARTIGOS 18, PAR. 2º E 86, PAR. 2º DA LEI 8.213/91, CONCEDENDO OBENEFÍCIO DE AUXÍLIO-ACIDENTE AO SEGURADO APOSENTADORAIMUNDO NONATO DA SILVA.

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Terceira TESE – DUPLO BENEFÍCIO - NOVA TESE – Prof. Carlos

• Uma outra saída para o aposentado que volta a trabalhar e a qual me agradamais, é que caso o aposentado volte a contribuir como segurado obrigatório,sejam estas novas contribuições consideradas como novo ciclo contributivo,tendo a partir de então total proteção e cobertura da Previdência Social,podendo, inclusive, se assim desejar, se aposentar novamente ou utilizar ospagamentos vertidos para recálculo de sua aposentadoria. Creio que este seria osistema mais justo!!!

• Pois entendo que a situação que ora se apresenta é deveras peculiar, posto que,quando o segurado se aposenta o ato jurídico da relação se torna perfeito eacabado.

• Assim sendo, ocorre que, ao voltar para o mercado de trabalho, o aposentadoinicia um novo ciclo contributivo, formalizando novo início de ato jurídico, postoque, uma vez que a norma autoriza o retorno ao trabalho do aposentado, deveriaalocar novo plano de previdência para este, ou até mesmo, uma alternativa paraque o beneficiasse por tal opção, pois não podemos perder de vista que anatureza da Previdência Social está intimamente atrelada a idéia de seguro, oqual tem o condão de proteger ou de conferir o prêmio, sempre que as hipótesesde incidência se preencherem.

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Pensão por Morte

FUNDAMENTO LEGAL

Artigo 201,V, da CF/88

Artigo 74 a 79 da Lei 8.213/91.

Artigo 105 a 115 do Decreto 3048/99

CONCEITO

É o benefício previdenciário devido aos dependentes em decorrência do falecimento do segurado. Tem por objetivo suprir as necessidades dos dependentes do segurado por ocasião da morte deste.

BENEFICIÁRIOS

Dependente de qualquer tipo do segurado. Ordem de pagamento pela tabela de classes. (vide apostila)

PONTOS ESPECÍFICOS

Ordem de pagamento pela tabela de classes.

a) 1º classe - cônjuge/companheiro(a) e filhos;

b) 2º classe - pais;

c) 3ª classe - irmãos.

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• A morte é um evento inexorável da vida!!!

• A hipótese de incidência do fato gerador a ser coberto enquanto risco social no caso da pensão pormorte é a falta do mantenedor.

• Assim, o Seguro Social realizado por este ao longo de sua vida tem o condão de suprir anecessidade financeira de seus dependentes por ocasião de seu falecimento.

• A morte é entendida enquanto elemento coadunador de proteção social sob três espécies, nostermos do NCC artigos 6ºe 7º , senão vejamos:

– Natural – ocorre quando o celebro para de funcionar;

– Acidentária – ocorre em virtude de uma doença ou acidente laboral que provoca a cessaçãoda vida;

– Presumida – mediante sentença declaratória de ausência, expedida por autoridade judiciária;em caso de desaparecimento por motivo de catástrofe, acidente ou desastre, a contar da datado evento, mediante prova material hábil; ou se encontrar desaparecido em campana ou feitoprisioneiro de guerra, não retornando no interstício de 02 anos após o término na guerra.

• Obs.: Reaparecendo o segurado, o pagamento a pensão cessa imediatamente, sem obrigar aosdependentes sejam obrigados a devolver os valores percebidos aos cofres previdenciários!!!

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• A pensão por morte ao longo das épocas sofreu várias alterações, senão vejamos:

– Até a edição da CF de 1988 a Pensão por morte era paga no importe de 50% de valor inicial básico mais 10% paracada dependente;

– De 1991 a 1995 a Pensão por morte era paga no importe de 80% de valor inicial mais 10% para cada dependente– a qual fora elevada para 100% com a lei 9.032/95;

– De 1995 a 1997 a Pensão por morte tinha como valor a média aritmética dos 36 salários de contribuição, doSegurado Instituidor, sendo paga no seu importe de 100% de tal média;

– De 1997 até os dias atuais a Pensão por morte, corresponderá a 100% do valor da aposentadoria que recebia osegurado ou o valor que teria direito caso estivesse aposentado por invalidez, nos moldes da Lei 9.528/97 em seuartigo 2º.

• Vale comentar que os pensionistas que percebiam valores inferiores aos tipificados a partir do advento da Lei9.032/95, adentram em Juízo buscando que a tutela jurisdicional elevasse seus benefícios para os novosimportes de 100%.

• Contudo, em recente decisão o STF aos julgar os REX`s 416.827 e 415.454, entendeu não ser possível aplicar aretroação benéfica da lei, posto que, não têm-se a fonte de custeio total, para garantir a complementação doaludido benefício. No entanto, o STF, esqueceu de levar em consideração que a fonte de custeio total, tem basediversa do SC. Existindo portanto, fonte de custeio total para o pagamento do mencionado aumento incidentesobre o benefício. Há ainda, que se comentar que mesmo hoje, o Poder Judiciário continua a conceder amajoração, posto que o STF, não editou súmula vinculante acerca da matéria, e também as decisões dos REX´snão possuem efeito erga omnes, sendo cada juiz autônomo e independente em seu julgamento.

• Outro ponto que merece destaque é o que tange a prescrição contra dependentes menores de 21 anos. Talprescrição segundo o NCC não corre contra os absolutamente incapaz, já com relação aos relativamenteincapaz a prescrição tem seu inicio quando o segurado completar 16 anos nos termos do artigo 3º e 198, I doNCC. Se o mesmo requerer em até 30 dias após completar a idade o pagamento retroagirá a data do óbito doSegurado, senão sofrerá a prescrição quinquenal. Vide Julgado 193074-PE TRF 5 Região.

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Pensão por Morte

c) Pensionistainválido, pelacessação dainvalidez

c) Da data da decisãojudicial, quandomorte presumida.

c) Qualidade dedependente dobeneficiário

b) Pensionistamenor, pelaemancipaçãoou aos 21 anos,salvo inválido

b) Da data derequerimento,após 30 dias dofalecimento

b) Qualidade desegurado dofalecido

Não háa) Pelo falecimento

do pensionista

a) Do óbito dosegurado, serequerida até 30dias dofalecimento

a) 100% do valordaaposentadoriaque oseguradorecebia

a) Óbito do segurado

Período de Carência

DuraçãoData do

Recebimento e Duração

Renda Mensal do Benefício

Pressuposto

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Quarta Tese – Despensão – Sub-tese 01

• A Despensão só pode ocorrer quando o falecido segurado era aposentado ehavia vertido contribuições ao INSS após a sua aposentadoria.

• O fato é que, quando em vida, este aposentado teria direito de pleitearjudicialmente a sua desaposentação c/c a concessão de uma aposentadoriamais vantajosa (levando em conta as contribuições feitas após aaposentadoria), mas não o fez.

• Pois bem. Por ser o valor da pensão por morte lastreado no valor daaposentadoria recebida em vida pelo segurado, a pensão percebida pelodependente pode ser maior se se cancelar a 1ª aposentadoria e seconceder uma nova aposentação, computando-se, agora, para o seucálculo, os salários de contribuição existentes após a 1ª aposentadoria.

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• Assim, o que se requer é que o INSS proceda ocancelamento da aposentadoria recebida pelo falecidosegurado e lhe conceda uma nova aposentação, seutilizando de todos os seus salários de contribuição.

• Com isso, como na forma do artigo 75 da LB, o valor dapensão por morte corresponde a 100% do valor daaposentadoria que o segurado estava recebendo na datado óbito, haverá um aumento automático no valor dapensão por morte.

• O citado aumento no valor da pensão, deve fazer parte dopedido da ação de despensão.

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• O fundamento legal para a possibilidade de a/opensionista pleitear a renúncia á aposentadoriado falecido segurado, está no artigo 112 da Lei8.213/91 que diz que os valores não recebidosem vida pelo segurado serão recebidos pela/opensionista

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Quarta Tese – Despensão – Sub-tese 02

• Nesta tese o segurado pensionista, abre mãodo beneficio pensão por morte para receberum benefício assistencial – LOAS.

• Em regra o INSS nega tal prática, contudo, jáestamos tendo várias vitória em sede dePoder Judiciário.

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Quarta Tese – Despensão – Sub-tese 03

• Alteração da fórmula do cálculo apurativo doSalário de Benefício, devido ao acordoassinado entre governo e as centrais sindicais,o qual deve iniciar sua vigência entrenovembro a dezembro de 2009.

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Quarta Tese – Despensão – Sub-tese 03

• Alteração da fórmula do cálculo apurativo doSalário de Benefício, devido ao acordoassinado entre governo e as centrais sindicais,o qual deve iniciar sua vigência entrenovembro a dezembro de 2009.

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REFERÊNCIAS

• BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.

• CASTRO, Carlos Alberto P.; LAZZARI João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 4. ed. São Paulo: LTr. 2003

• FIORILLO, Celso A. Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 3. ed. amp. São Paulo: Saraiva, 2002.

• JUNIOR, Miguel Horvath. Direito previdenciário. 3. ed. São Paulo: Quartier Latin. 2005• MACHADO, Paulo A. Leme. Direito ambiental brasileiro. 10. ed. rev. amp. São Paulo:

Malheiros, 2002.• MILARÉ, Édis. Tutela Jurisdicional do Meio Ambiente. São Paulo: Revista dos Tribunais

676/48, 1992.• MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. 4. ed.

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